pneumonia necrotizante: uma complicação rara por um agente...
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Pneumonia necrotizante: uma complicação
rara por um agente raro. .
I Burmester, J Ramalho, M Almeida, MJ Regadas, L Ferreira, A Oliveira e Silva Serviço de Medicina Interna
INTRODUÇÃO:
A pneumonia necrotizante é uma
complicação rara da pneumonia
adquirida na comunidade bacteriana
caracterizada pelo aparecimento de
focos de necrose em áreas de
consolidação. Entre os principais
agentes causais destacam-se
Staphilococcus aureus, Streptococcus
pyogenes, Nocardia, Klebsiella
pneumoniae e mais raramente o
Streptococcus pneumoniae. O seu
desenvolvimento associa-se a defeitos
dos mecanismos de defesa pulmonar
durante a infeção e depende dos fatores
de virulência do agente que resultam na
falência da eliminação dos
microorganismos. A pneumonia
necrotizante, a gangrena pulmonar e o
abcesso pulmonar representam a
progressão das infeções supurativas e
são manifestações do mesmo processo.
A abordagem terapêutica assenta no uso
de antibioterapia de largo espectro e
monitorização cuidadosa dado o risco de
progressão para sépsis e falência
respiratória.
CONCLUSÃO:
A pneumonia necrotizante deve ser considerada nos casos de pneumonia da comunidade com evolução menos favorável uma vez que o
reconhecimento precoce e a otimização terapêutica se associam a melhor prognóstico e a menor morbimortalidade.
Homem, 57 anos
com AP de tabagismo e
alcoolismo crónico.
Com dispneia, tosse não
produtiva, mialgias
generalizadas e febre (>38ºC).
Agravamento da falência
respiratória com PCR
associada a pneumotórax
hipertensivo. Realizou
drenagem do pneumotórax e
ventilação mecânica invasiva.
Novo agravamento radiológico e analítico.
Realizou TC torácica : em áreas prévias de consolidação
associadas a bolhas de ar subpulmonares, uma “volumosa
bolha na base do pulmão direito com cerca de 15 cm de
diâmetro, com nível hidroaéreo”.
Cumpriu 14 dias de antibioterapia com piperacilina/tazobactam
e clindamicina com regressão franca dos parâmetros
inflamatórios e melhoria da lesão. Teve alta com clindamicina
com resolução total do abcesso em 9 meses.
Pneumonia bilateral com IR
hipoxémica grave (PaO2/FiO2
167,5), iniciou ceftriaxone e
claritromicina.
Hemoculturas com
isolamento de S.
pneumoniae.
Evolução clinica favorável até ao 16º dia de internamento.
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