hoje macau 12 mar 2014 #3048

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O novo projecto de lei do arrendamento pode ser uma realidade a breve trecho. Para já, os deputados querem ouvir o que pensa a população. A análise deverá estar pronta até Setembro. LEI DAS RENDAS PÁGINA 4 Vai arrancar em Maio e será uma publicação em língua portuguesa e chinesa. Ao HM, Paulo Rêgo, um dos mentores do projecto, explica o que será a “Plataforma de Macau”. IMPRENSA PÁGINA 7 PÁGINAS 2 E 3 Numa conversa sem rodeios, Rui Cardoso aborda a sua saída do Benfica, analisa jogadores e traça um futuro negro para o futebol de Macau. “Temos um campeonato zero no mundo.” “PRECISO DE MOTIVAÇÃO EXTRA PARA VOLTAR” Rui Cardoso em entrevista Gabriel Tong assume avanços Novo jornal está a caminho AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB FOTOGRAFIA Quatro livros portugueses a caminho dos melhores do mundo THE PHOTOBOOK: A HISTORY CENTRAIS hojemacau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUARTA-FEIRA 12 DE MARÇO DE 2014 ANO XIII Nº 3048 PUB ANTÓNIO FALCÃO

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Hoje Macau N.º3048 de 12 de Março de 2014

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Page 1: Hoje Macau 12 MAR 2014 #3048

O novo projecto de lei do arrendamento pode ser uma realidade a breve trecho. Para já, os deputados querem ouvir o que pensa a população. A análise deverá estar pronta até Setembro.

LEI DAS RENDAS PÁGINA 4

Vai arrancar em Maio e será uma publicação em língua portuguesa e chinesa. Ao HM, Paulo Rêgo, um dos mentores do projecto, explica o que será a “Plataforma de Macau”.

IMPRENSA PÁGINA 7

PÁGINAS 2 E 3

Numa conversa sem rodeios,Rui Cardoso aborda a sua saída do

Benfica, analisa jogadores e traça um futuro negro para o futebol

de Macau. “Temos um campeonatozero no mundo.”

“PRECISO DE MOTIVAÇÃO EXTRA PARA

VOLTAR”

Rui Cardosoem entrevista

Gabriel Tongassume avanços

Novo jornalestá a caminho

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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FOTOGRAFIAQuatro livros portugueses a

caminho dos melhores do mundo THE PHOTOBOOK: A HISTORY CENTRAIS

hojemacauDIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q UA R TA - F E I R A 1 2 D E M A R Ç O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 4 8

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2 hoje macau quarta-feira 12.3.2014ENTREVISTA

GONÇ

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PIN

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GONÇALO LOBO [email protected]

Actualmente está sem treinar. Para quando o regresso do Rui Cardoso aos campos de futebol?Ainda não apareceu algo que me motivasse. Houve algumas abor-dagens para regressar mas nada de grande interesse que me levasse a pegar outra vez numa equipa de futebol de uma maneira mais séria. Seja como for, acompanho o futebol de Macau.

Mas uma pessoa como você, que está ligado ao futebol há tantos anos, deve ter o bichinho de querer voltar.Claro que o bichinho existe mas, com a idade que tenho, já preciso de uma motivação extra para voltar. Já não basta uma simples brincadeira para que possa voltar outra vez. Tem de haver algo mais concreto e com base de construção. Mas nem tenho pensado nisso.

Há um ano abandonou o coman-do do Benfica, antes do começo do campeonato, por opção pró-pria. Que se passou?Na altura, quando tomei a decisão de sair, estava consciente de que o Benfica estava acima de tudo. Portanto, a decisão que tomei não me leva a estar arrependido.

Mas essa decisão nunca foi ex-plicada. Porque é que a tomou?Era o melhor para o Benfica. Pessoalmente, foi a melhor opção.

Este ano, o Benfica também já perdeu Paulo Bento e Daniel Pinto. Estamos perante um clube que não respeita o trabalho dos treinadores?Vamos ter atenção. Pelo aquilo que tenho lido nos jornais não há

RUI CARDOSO EXPLICA A SUA SAÍDA PREMATURA DO BENFICA E ESCALPELIZA O FUTEBOL DO TERRITÓRIO

“Temos um campeonato zero no mundo”qualquer parecença com aquilo que se passou comigo. Não estou por dentro da realidade que se terá passado com esses treinadores. Na questão do Rui Cardoso tudo não passou de uma opção pessoal, que tomei em consciência, e nada mais. Foi o melhor para mim e, acima de tudo, para o Benfica. Relativamente às situações que têm acontecido este ano, é melhor perguntar a quem de direito, ou seja, ao Benfica e aos técnicos em questão. Cada caso é um caso e o que terá acontecido este ano nada tem a ver com a minha saída.

Mas estes acontecimentos são normais?Normalmente, quando as direcções tomam decisões fazem-no no sen-tido de perceber se os treinadores têm condições para aceitar os projectos. Se outras decisões foram tomadas, quem manda deve ter as suas razões. Mas, muito sincera-mente, desconheço o que se passa a não ser o que tem vindo a ser publicado pelos diversos jornais.

Ainda assim, o Rui Cardoso era no Benfica mais do que um sim-ples treinador e chegou a fazer parte da estrutura directiva. Ac-tualmente está completamente desligado do clube?Agradeço a confiança que as pesso-as depositaram em mim para vice--presidente mas quando assumi o lugar de treinador deixei de o ser. O Benfica tem outros intervenientes que fazem parte da direcção e, por isso, preocupei-me apenas com a parte do futebol e quando saí era apenas treinador.

Recentemente, um grupo de adeptos do Benfica de Macau insurgiu-se contra a constante instabilidade no que diz respeito à mudança de treinadores e aos maus resultados, colocando até a hipótese da convocação de uma Assembleia-Geral extra-ordinária. Houve até alguns que apontaram o dedo ao director Fernando Silva. Quer comentar?Não tenho muito a comentar pois está tudo escrito nos jornais. As pessoas são livres de fazerem o que quiserem. Os associados do Benfica se acham que têm uma participação directa e efectiva no futebol do clube e que se vêem no direito de se indignarem com alguma coisa, apenas a eles lhes compete isso. O Fernando Silva faz parte do núcleo do futebol e responde perante um administra-dor. E eles é que têm de decidir aquilo que é melhor para o Benfica. Tenho a certeza absoluta que tanto

o Fernando Silva como o Duarte Alves estão a fazer o melhor para o clube. Nunca acreditei que as decisões que a direcção do clube toma sejam para tornar o Benfica num pior clube.

De qualquer forma, concorda que o Benfica, tendo o plantel forte que tem, deveria ter co-meçado o campeonato melhor e sem estas polémicas. É este o ano do título?O Benfica tem todas as condições. Tem um plantel muito rico. Tem jogadores, principalmente na zona avançada, que demonstraram no passado que são bons jogadores com provas dadas como o William, o Niki Torrão ou o Fabrício. A linha de ataque, ao nível de Macau, é fabulosa. Têm ainda jogadores como o Filipe Duarte ou o Edgar

que já demonstraram ser excelentes executantes. Por isso, o Benfica tem tudo para lutar para ser cam-peão. Inclusive, tem, penso, uma forma de trabalhar mais próxima do profissionalismo. Que trabalha como muitas outras equipas por esse mundo fora mesmo não tendo, a maioria da vezes, condições para isso. O Benfica tem o timbre de ser uma equipa profissional.

E o regresso do Bruno Álvares?É o melhor timing. O plantel tem 15 dias até ao próximo confronto. Depois vai jogar com a equipa que considero mais fraca e é a última classificada do campeonato. Nesse jogo pode já ver se os jogadores estão a assimilar a sua forma de trabalhar e fazer experiências. A seguir, o Benfica vai folgar e terá outros 15 dias para trabalhar, antes de apanhar mais uma equipa fraca. Portanto, estão reunidas as con-dições para que o novo treinador consiga agarrar bem o Benfica. O Bruno Álvares tem quase a sorte, digo, de ter uma segunda pré-época para tentar implementar os seus métodos. Repito: este Benfica tem jogadores para fazer um campeo-nato que termine no primeiro lugar.

Acha que o treinador Paulo Ben-to deveria abordar a sua saída, assim como fez Daniel Pinto, que já veio afirmar que não sabe porque foi dispensado?Não vou comentar isso. Se o Paulo Bento, antes de sair de Macau, quisesse explicar os contornos da sua saída teria feito, mas não quero estar a falar por ele e por situações que desconheço por completo. Trata-se de um assunto de índo-le pessoal que não me compete comentar.

E a relação com a imprensa? Nem sempre o Benfica, um clube com tantos adeptos na comunidade portuguesa, esteve disponível para entrevistas ou re-portagens com os seus jogadores e dirigentes. Porquê?Enquanto lá estive, houve cuidado em controlar um pouco a euforia. Muitos jogadores passavam cá para fora que seriamos campeões e isso não era desejável. Era preciso controlar alguma da ansiedade e vontade que os jogadores tinham de quererem ser campeões. Criou-se uma grande expectativa à volta da equipa logo nesse primeiro ano e nós, pensando no melhor para to-dos, acabámos por tentar controlar um pouco essa euforia por forma a blindar o balneário.

E acha que essa foi a opção mais correcta?Pode ter passado cá para fora que não queríamos falar com ninguém mas na verdade o que queríamos era mesmo proteger o Benfica. Penso que, agora, a direcção já vai fazendo um equilíbrio dessa questão, e bem.

Mudando de assunto. O Spor-ting, de volta à divisão maior, tem sido a grande surpresa e lidera o campeonato, a par de Chao Pak Kei. Surpreende-lhe esse facto?É uma surpresa atendendo a que o Sporting teve a primeira prova de fogo contra o campeão em título e passou-a com distinção. As cir-cunstâncias em que isso aconteceu, para quem viu o jogo, não foram surpreendentes. Sempre antevi que o Sporting seria uma equipa para se quedar pelo meio da tabela, de acordo com o plantel que tem. Actualmente está com três vitórias em três jogos e, pelo que tem vindo a demonstrar, é uma equipa que ainda pode surpreender aqui e ali mas que não penso que seja para ser campeão. Eles estão a dar passo a passo dentro das possibilidades que têm, até porque, penso, o Sporting possui um plantel curto para a Liga de Elite.

Quando tomei a decisão de sair, estava consciente de que o Benfica estava acima de tudo

A decisão de sair do Benfica foi exclusivamente do foro pessoal. Rui Cardoso explica que foi o melhor para o Benfica. Em relação ao futebol de Macau, o técnico considera que está tudo na mesma como a lesma

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O QUE PENSA RUI CARDOSO DE ALGUNS JOGADORES

JUAN CASTRO – “Excelente pessoa e um bom guarda-redes. Fez um

segundo ano acima das expectativas e tenho pena que não tenha

continuado em Macau”

FILIPE DUARTE – “É um grande capitão e um excelente profissional.

Sempre foi o primeiro a entrar em campo e o último a sair. Está entre

os melhores defesas-centrais do território, se é que não é o melhor”

CESINHA – “Muito bom jogador que fazia a diferença. O Ka I deve-lhe

a conquista do título há dois anos”

WILLIAM – “Batalhador. Não gosta de perder e é um excelente

ponta-de-lança”

DOMINGOS CHAN – “Com 44 anos é só o melhor guarda-redes em Macau.

Ele é muito brincalhão, mas quando quer levar o jogo a sério é o melhor”

EDGAR – “Bom jogador, bom executante. Quando está bem fisicamente,

dificilmente o conseguem parar”

NIKI TORRÃO – “Lutador e tem um cheiro para o golo impressionante.

É um dos bons avançados do território e marca golos de toda a maneira

e feitio”

ALISSON BRITO – “Tem tido azar com algumas lesões mas é um excelente

executante. Em bola corrida é dos melhores”

CHAN MAN – “Bom defesa-direito. Jogador que cresceu mas pode

crescer muito mais se tiver alguém que olhe por ele”

WAMBA – “Muito experiente. Importante em qualquer equipa. Tem muita

classe a jogar futebol”

GEOFREDO CHEUNG – “A lesão que teve deixou muitas marcas. Foi um

grande jogador, dos melhores nascidos em Macau que já vi até hoje”

3 entrevistahoje macau quarta-feira 12.3.2014

Não se pode mudar as regras já com a pré-época em andamento e com diversos jogadores contratados. No entanto, aplaudo a ideia da associação na defesa das equipas terem, obrigatoriamente, no decorrer do jogo quatro atletas com BIR de residentes permanentes

Liga de Elite com nove equipas. O histórico Lam Pak, o Lam Ieng e o Kuan Tai desistiram. Estamos perante um rude golpe ao futebol do território, já de si depauperado?Quando estive no Benfica, sempre tivemos como meta o enriqueci-mento do futebol no território, tra-zendo outros jogadores. Uma das nossas realizações seria a de dar mais consistência ao campeonato. E, nesse sentido, seria uma forma de puxar pelas outras equipas. Assim, podíamos caminhar no sentido de uma maior competitivi-dade. Infelizmente, essas equipas desistiram. Sempre pensei que o Lam Pak, equipa com títulos e pergaminhos, respondesse, mas não. Há 30 anos que aqui estou em Macau e sempre foi assim. Quando aparece uma equipa que quer investir mais e trazer outro nível ao campeonato aparecem sempre as que querem desistir

e é uma pena. Macau é mais do mesmo e não vejo, no horizonte, melhorias.

E qual o papel da Associação de Futebol de Macau no meio disto tudo?Fala-se muito que a associação deveria fazer isto ou aquilo. Claro que os clubes pedem mais mas temos de ver se a associação tem estrutura para responder a esses pedidos. Claro que não há campos mas isso está acima da associação. Seja como for, a recente mudança de regulamentos muito perto do início do campeonato não está correcta. Deveriam ter esperado pelo fim desta época e depois, sim, mudarem as coisas com tempo. Não se pode mudar as regras já com a pré-época em andamento e com diversos jogadores contratados. No entanto, aplaudo a ideia da associa-ção na defesa das equipas terem, obrigatoriamente, no decorrer do

jogo quatro atletas com BIR de residentes permanentes. Isso é uma excelente forma de salvaguardar os jogadores locais e de motivar os mais jovens.

A Selecção sénior de Macau continua, no entanto, na cauda do ranking da FIFA, longe dos tempos nos anos 80 ou 90 do século passado.Antigamente havia mais compe-tição e havia, igualmente, cam-peonatos para as camadas jovens, nos juvenis e nos juniores. Os jogadores apareciam nos seniores mais bem preparados. A Selecção sempre foi e sempre será o reflexo do nível de campeonato que temos. Se a Selecção está perto de ser a zero do mundo é porque temos um campeonato zero no mundo. Essa é a realidade. Existem jo-gos de campeonato com alguma competitividade, muito por culpa dos estrangeiros, mas fora isso as prestações são muito pobres.

Voltando à competição. A Casa de Portugal está bem encaminha-da para subir de divisão. Já há dois anos aconteceu isso e depois não conseguiram. Podemos espe-rar a formação lusa na Liga de Elite na próxima época?A Casa de Portugal tem uma mentalidade muito própria de estar futebol, muito engraçada. Ali, existe uma forte noção de companheirismo e penso que tem condições para chegar ao mais alto nível. Este ano têm demonstrado que já aprendeu com os erros do passado. Existe estrutura e os pró-prios jogadores já assimilaram qual é o objectivo da Casa de Portugal. O meu vaticínio é que eles subirão à Liga de Elite.

Campos para jogar e para trei-nar é algo que não abunda por estas bandas. Aliás, há anos que os clubes se queixam. Alguma vez o Governo vai disponibilizar mais espaços?Enquanto levarmos o futebol como desporto para todos e se fazem campeonatos para os ha-bitantes de Macau participarem, não vejo melhorias nos próximos 15 anos. Se algum dia aparecer alguém que olhe para o futebol de outra forma, então, de certeza absoluta, que a estrutura que tutela o desporto irá criar condições com a construção de um ou dois campos de relva sintética só para treinos. Acredito que o Instituto do Desporto tem pessoas com sensibilidade para pensar sobre essa questão.

Este modelo de campeonatos, com quatro divisões, justifica-se num território com 28 quilóme-tros quadrados?Para mim, a quarta divisão não deveria existir. Isso é um castigo para as equipas. Nessa divisão, as pessoas vão lá para brincar.

O grande problema do futebol de Macau é a formação?Actualmente é. É preciso que a associação promova campeonatos para os mais jovens. Acredito que se isso fosse uma realidade, aliada a mais espaços para treinar, que algumas equipas pudessem ter interesse em ter camadas jovens. Se calhar, deveríamos voltar ao modelo que já houve em tempos na altura que o Instituto do Desporto ajudava com subsídios para equi-pamentos e outras necessidades. Mas é preciso não esquecer que as próprias equipas também têm responsabilidade nesta matéria. Também não acredito que sou o idiota que está a ter agora as ideias todas sobre o futebol de Macau. Penso que as pessoas têm pensado sobre isso e naquilo que acham melhor para o futebol do território.

Nunca foi seleccionador de Ma-cau. Acalenta esse sonho?Quem é que não gostava de treinar uma Selecção? Já fui sondado em conversas informais mas ser treina-dor dentro desta estrutura, da forma que a associação está disposta, também não tenho interesse. Não quero ser seleccionador só por ser. Estou disponível, eles sabem, para ajudar, talvez nos sub-18 ou sub-23. Penso que, humildemente, tenho algo a acrescentar a esses jogadores.

bem diferente do que sucedeu o ano passado. Estão com uma postura de cautela, mais pragmática, e acho correcto, pois isso afasta a pressão. Sporting e FC Porto estarão mais preocupados, neste momento, com a luta pelo segundo lugar que dá acesso à Liga dos Campeões.

O Benfica perdeu, no início deste ano, duas das maiores referên-cias da história do seu futebol com o desaparecimento de Eu-sébio e de Coluna. O que sentiu?São dois mitos do Benfica. Penso até que existe uma maior união no balneário por causa dessas perdas. Foram jogadores que dificilmente voltarão a aparecer no seio da família benfiquista, independentemente da altura em que jogaram.

E a Selecção portuguesa. Que figura pode fazer no Mundial a ter lugar, este Verão, no Brasil?Acho que o Paulo Bento tem sorte. E explico porquê. O facto de o Sporting estar mais pobre financeiramente fez com que o clube se voltasse para a sua famosa formação e descobriu mais joga-dores de grande qualidade como o William Carvalho, o Carlos Mané, o André Martins, entre outros. E é nesse sentido que eu acho que o Paulo Bento teve sorte pois assim saberá que pode contar com mais jogadores para as suas segundas escolhas. Jogadores com qualidade e novos, com grande capacidade de progressão. Não sei se seremos candidatos a campeões porque, até ver, só temos o melhor jogador do mundo – o Cristiano Ronaldo -, que diga-se foi um prémio bem entregue. Portugal pode chegar longe mas, acredito, que se che-gar às meias-finais pode mesmo ser campeão. Nessas alturas, os jogadores agigantam-se e dão tudo o que têm e não têm.

Uma última pergunta. O Rui Cardoso é pai babado de um jogador de futebol que já passou pelo Benfica e pelo Feirense e, ac-tualmente, aos 19 anos evolui no Mafra. Que pensa do futebolista David Cardoso?(Risos) Agora complicou isto tudo. Vou tentar responder, pri-meiro como pai, e depois como treinador. Tenho tentado dar-lhe aquilo que ele pediu à família que foi ser jogador profissional de futebol. Damos grande apoio, deixando que se dedique ao fute-bol. Ao mesmo tempo, não deixou de estudar. Está numa equipa que lhe dá condições para crescer. Do ponto de vista do treinador, penso que o David é um jogador que tem uma grande margem de progres-são. Por onde passou, aprendeu muito. O Mafra está a dar-lhe as condições que ele precisa para evoluir, até porque o objectivo da equipa é subir aos campeonatos profissionais. Vamos ver.

Viajamos até Portugal. O seu Benfica está a caminhar a passos largos para conquistar o cam-peonato português ou ainda é preciso ter cuidado com Sporting e FC Porto?Acho que o Benfica tem todas as condições para ser campeão. Tivemos uma má experiência o ano passado quando perdemos o campeonato nas últimas jornadas mas, julgo, que os jogadores e o próprio Jorge Jesus aprenderam com isso. Repare que a forma como o Benfica se apresenta até perante a comunicação social é

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4 hoje macau quarta-feira 12.3.2014POLÍTICA

ANDREIA SOFIA [email protected]

A intenção de um grupo de deputados de levar à Assembleia Legisla-tiva (AL) um projecto

de lei sobre a questão das rendas foi anunciado em Fevereiro, mas o mesmo grupo de trabalho estará ainda a trabalhar numa “investiga-ção” antes da redacção da proposta de lei.

A garantia foi dada ao HM pelo deputado nomeado Gabriel Tong, um dos participantes do projecto, que não quis dizer quais os restantes colegas do hemiciclo que participam. “Estamos a fazer uma investigação sobre as questões

L AU Si Io não se quer compro-meter com datas para a abertura da nova fronteira na Ilha Verde.

Apesar de ter sido já avançado pela agência oficial de notícias Xinhua que as obras do novo canal – que liga Guangdong a Macau – iriam começar em 2015 e estariam con-cluídas em 2016, o secretário para as Obras Públicas e Transportes não quer avançar com nada, até porque, diz Pequim é quem manda. “Não podemos dar uma data concreta, porque [o projecto] envolve a articu-lação de várias questões, como por exemplo a forma de acesso ao posto fronteiriço. Não é só Macau que tem de responder a estas questões, por isso, por enquanto, não posso dar data certa ou calendarização”, disse o responsável à margem de uma reunião na Assembleia Legislativa.

Lau Si Io assegura que, se se tratasse apenas de infra-estruturas, talvez pudesse avançar com um calendário, mas, neste caso, e como a fronteira liga a China a Macau, “envolve questões de jurisdição”.

Outros problemas prendem-se com a relocalização do Mercado Abastecedor da Nam Yue e com o

CECÍLIA L [email protected]

O deputado Si Ka Lon pretende saber quais os planos que o Executivo

tem para melhorar o trânsito nas três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa. Segundo a interpelação escrita do número dois de Chan Meng Kam, a ponte da amizade é aquela onde a segurança rodo-viária e a frequência de veículos apresenta uma pior situação.

O deputado lembra o facto de, no último mês de Dezem-bro, terem ocorrido mais de dez acidentes por dia na ponte, algo que preocupa o deputado. “Há muitos especialistas que já analisaram a situação da ponte e que apontam que esta não consegue suportar uma grande quantidade de veículos. Além disso os ventos cruzados acar-retam um risco elevado para os

Gabriel Tong confirma que residentes e associações vão ser ouvidos no âmbito de uma “investigação empírica”, cujas conclusões vão servir ao futuro projecto de lei do arrendamento. A análise deverá estar concluída até Setembro

LEI DO ARRENDAMENTO “INVESTIGAÇÃO” DEVERÁ TERMINAR ANTES DA ELEIÇÃO DO CHEFE DO EXECUTIVO

Situação analisada antes de projecto de lei

existentes e depois vamos ver qual a situação jurídica. Já estamos a reunir um conjunto de pessoas para esse projecto de investigação, mas ainda não temos resultados. Vamos analisar a possibilidade de alterar a lei do arrendamento e só depois é que vão surgir as conclusões.”

“Vai ser uma investigação do tipo empírico, vamos contactar os residentes e o sector imobiliário, e depois será feita uma análise esta-tística. Estamos numa fase inicial. Temos participantes académicos e outros membros sociais”, disse ainda.

Questionado sobre a possi-bilidade desta fase inicial estar concluída antes de Setembro, mês em que se realizam as elei-

ções para o próximo Chefe do Executivo, Gabriel Tong diz ser “muito provável que sim”. “Uma investigação não dura para sem-pre, e particularmente para um assunto urgente. Posso garantir que, da minha parte, vou dar o meu melhor para que seja feito o mais depressa possível.”

“UMA QUESTÃO IMPORTANTE”Gabriel Tong considera que a questão dos aumentos crescentes das rendas é “importante”, caso contrário, “não participaria nesta iniciativa”. “O nosso grupo está a reagir com a maior rapidez possível, porque as coisas têm de ter um passo para andar. Em relação ao Governo, se vai apre-sentar uma nova lei ou não, neste momento não sei de nada. Mas se houver muitas comunidades que sintam essa necessidade, o Governo deve ouvir as vozes dessas comunidades.”

Tomé Quadros, um dos promo-tores da iniciativa “Por uma renda justa”, petição entregue ao Chefe do Executivo em 2012, aplaude o projecto que está a nascer. “A AL não faz mais do que o seu papel.

NOVA FRONTEIRA LAU SI IO DIZ NÃO HAVER DATAS

Acesso 24 horas “a ser estudado”LIGAÇÃO MACAU-TAIPA SI KA LONQUESTIONA ORDENAMENTO DO TRÂNSITO

Grande confusão na Ponte da Amizade

motociclistas, sendo que é difícil regular a situação.”

Na opinião do deputado a ponte de Sai Van passou a ter menos acidentes desde que foi criada a via especial para mo-tociclos. “Contudo, a ponte que tem mais frequência de veículos, a ponte da amizade, não registou nenhuma melhoria, sendo que a situação é muito preocupante.”

Si Ka Lon questiona ainda o Governo sobre se já foi feita uma revisão para a via especial de motociclos e se há um plano para melhorar a elevada frequência de trânsito neste local. “Como a ponte Governador Nobre de Carvalho já é velha, a ponte de Sai Van apenas tem uma medida temporária com a via especial para motociclos, e a ponte da amizade tem sempre acidentes e congestionamentos, será que o Governo tem um plano geral com medidas para ajudar os cidadãos a atravessar?”

Centro de Inspecção de Veículos, que se situam no local onde ficará a nova fronteira. Lau Si Io diz es-perar que os trabalhos das obras do novo Centro comecem em breve, mas relembra que ainda há que lançar “o concurso público” para a construção do empreendimento.

O responsável das Obras Pú-blicas admite saber que “há um grande fluxo de pessoas nas Portas do Cerco”, mas também assegura que ainda não está definido se a fronteira vai ser 24 horas. De

acordo com o que foi anunciado, era suposto que assim fosse, mas ontem Lau Si Io disse “estarem a ser feitos estudos sobre o acesso 24 horas”, sendo que o secretário está “optimista com o andamento, mas nada está definido”.

Foi em Novembro do ano pas-sado que Pequim deu finalmente o aval para a construção da nova fronteira, cujo projecto poderá ou não ter consulta pública. De acordo com o que informou Lau Si Io, também isso está em estudo. - J.F.

Peço ao Executivo que tenha coragem de levar essa iniciativa avante.”

Passados dois anos, o grupo ainda não obteve uma resposta do Executi-vo de Chui Sai On. “Honestamente não estava à espera de um efeito ou de uma tomada de posição por parte do Governo. Poderia ter existido uma resposta, que não houve.”

Tomé Quadros garante que, para já, o grupo promotor da pe-tição não está a organizar novas iniciativas. “(A questão das rendas) fere algumas susceptibilidades, mas é algo que diz respeito a todos, a quem tem escritórios, estacio-namentos e espaços comerciais. Directa ou indirectamente afecta uma larga franja da população.”

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5 políticahoje macau quarta-feira 12.3.2014

PUB

MONTEPIO GERAL DE MACAUASSEMBLEIA GERAL

CONVOCATÓRIA

Nos termos do Artº 34, nº 1, al. a) dos Estatutos em vigor, convoco a Assembleia Geral Ordinária para reunir na sua sede, sita na Avenida Doutor Mário Soares, nº 25, 3º andar (4º piso) do Edifício “Montepio”, no próximo dia 26 de Março de 2014, pelas 17H15, com a seguinte ordem de trabalhos:

1ª - Discussão e votação do relatório e Conta de Gerência do ano de 2013 e do parecer do Conselho Fiscal; e2ª - Outros assuntos de interesse da Associação.No caso de não comparecer nesse dia e hora indicados, o número de associados mencionado

no nº 1 do Artº 36º, considera-se desde já convocada nova reunião, que se realizará no mesmo local decorrida uma hora, com qualquer número de associados. Montepio Geral de Macau, aos 6 de Março de 2014.

A Presidente da Assembleia Geral,Rita Botelho dos Santos

COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO E FOMENTO PREDIAL POU IEK S.A.

CONVOCATÓRIA

Nos termos do artigo 14º dos Estatutos da Companhia de Construção e Fomento Predial Pou Iek, S.A., e convocada a Assembleia Geral desta Sociedade para reunir, em sessão ordinária, no dia 28 de Março (Sexta-feira) do corrente ano, pelas 11,00 horas, na sede social na Estrada da Vitória nºs 2-4 Macau com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Aprovação do relatório, balanço e contas do Conselho de Administração e do parecer do Conselho Fiscal, relativos ao exercício findo de 2013.

2. Outros assuntos.

Macau, aos 10 de Março de 2014.A Presidente da Mesa de Assembleia Geral,Yeung Yung Wah

JOANA [email protected]

O S deputados da 1.ª Comissão P e r m a n e n t e da Assembleia

Legislativa – liderada por Kwan Tsui Hang – querem um grupo independente res-ponsável pela avaliação de reclamações eventualmente apresentadas por arquitectos, engenheiros e urbanistas. A sugestão, deixada ao Execu-tivo, surge quando se discute na especialidade o diploma que regula a acreditação de profissionais do urbanismo e da construção civil.

Ontem, após uma reu-nião com representantes do Executivo, Kwan Tsui Hang explicou que “a maior parte dos deputados” que compõem a Comissão que-rem que não seja apenas o Conselho de Arquitectura e Engenharia (CAE) a po-der avaliar reclamações e recursos dos profissionais, uma vez que essas queixas estarão em desacordo com opiniões emitidas pelo pró-prio CAE. “A Comissão acha necessário haver um segundo Conselho, mais um órgão para os recursos

CECÍLIA L [email protected]

O deputado Ho Ion Sang en-tregou mais uma interpe-lação escrita ao Executivo

onde refere que, nos últimos anos, ocorreram vários casos em que membros das forças de segurança se tornaram suspeitos de violação das leis em vigor, o que inclui a entrada em casinos, falsificação de documentos, auxílio de contraban-do, tráfico de droga e corrupção.

Para o deputado eleito pela via directa, trata-se de um conjunto de

FORMAÇÃO SEM EXAMEAssim que o diploma que regula esta acreditação entrar em vigor, todos os novos profissionais têm de se registar no Conselho de Arquitectura e Engenharia. Mas, segundo Kwan Tsui Hang, o Governo está preocupado com aqueles que já trabalham no sector, mas não têm habilitações académicas. Por isso mesmo, tem um novo plano. “Eles têm experiência. O Governo vai disponibilizar acções de formação das Obras Públicas e eles não precisarão de fazer exame, mas podem acreditar-se.” Para além das habilitações académicas exigidas aos recém-licenciados que se queiram acreditar, foi ainda levantada a questão da residência por algumas associações profissionais. A Comissão acredita que não se deve diferenciar os residentes permanentes dos que ainda estão cá há menos de sete anos, como foi sugerido por alguns profissionais, e o Governo parece concordar. “Alguns acham que deve ser restrito, mas o Governo fala apenas em residentes. Entendemos que sim também, porque o direito à profissão não deve diferenciar entre residente permanente e não-permanente. Aceitamos essa opinião do Governo e não vamos pedir que mude isso.”

URBANISMO DEPUTADOS QUEREM ÓRGÃO INDEPENDENTEPARA AVALIAR RECLAMAÇÕES DE PROFISSIONAIS DO SECTOR. GOVERNO DISCORDA

“Não vamos desistir desta questão”

POLÍCIA SUSPEITA DE VIOLAÇÃO DA LEI POR PARTE DE AGENTES NÃO SATISFAZ HO ION SANG

“A sociedade com tolerância zero”

das decisões do [CAE], para que não se tenha de recorrer directamente ao tribunal. Gostaríamos que se criasse um mecanismo para decidir [estas recursos] e que não fossem os mesmos membros [do CAE].”

A deputada e presi-dente diz, contudo, que o Governo não concorda com a criação de mais um Conselho. Apesar de assegurar que a Comissão não vai desistir de debater a questão – até porque quase todos concordam com este grupo indepen-dente -, a deputada admite algumas dificuldades para convencer o Executivo. “O Governo tem outra opinião [diferente] da nossa e acha que não é bom ter um órgão superior ao CAE. Além disso, considera que permitir que se apresentas-sem recursos a um segundo órgão iria atrasar muito”,

continua Kwan Tsui Hang. A presidente assegura, no entanto, que o tempo para a avaliação do recurso é o mesmo, quer o profissional reclame para este segundo Conselho sugerido, ou para o tribunal. Isto, tendo em conta que Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas e Transportes é o presidente do CAE e, sendo membro do Governo, as

suas decisões só podem ser contestadas no Tribunal de Segunda Instância (TSI).

Apesar de o Governo aparentar demonstrar-se firme na sua decisão, Kwan Tsui Hang afirma que esta é uma questão a debater. “Se tivermos um órgão só para os recursos é melhor. Vamos continuar a debater, mesmo que o Governo tenha outro ponto de vista. Ainda

não há muito consenso, mas vamos continuar a debater a questão.”

O CAE tem como respon-sabilidades acreditar e registar os licenciados em arquitectura ou engenharia que queiram obter o título profissional para trabalhar. A inscrição no CAE

casos sobre os quais a sociedade tem “tolerância zero”. “Obviamen-te a violação da lei por parte dos policias não se trata de um caso individual, e a situação é grave. Mas de todas as vezes o Governo disse que iriam ser seguidos proce-dimentos criminais e disciplinares, e que não seria tolerado nenhum caso. A verdade é que os casos

continuam a acontecer, e é difícil prestar contas à sociedade.”

“A sociedade tem tolerância zero para a violação da lei por parte dos polícias”, uma vez que estes “sabem a lei e deveriam regular o comportamento dos outros”.

“Para além (dos casos) causa-rem danos à imagem dos mem-bros das forças de segurança,

também vai influenciar de forma significativa a imagem de Macau como uma cidade mundial de turismo e lazer.”

Ho Ion Sang refere ainda na sua interpelação que a Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança de Macau não tem direito a investigar, pelo que pede ao Governo que

reveja a lei ou aumente as funções desta entidade. Tudo para que as dúvidas da sociedade fiquem explicadas e que fique garantido que os “colegas investigam os seus colegas das forças de segurança”. O deputado pergunta ainda se o Governo vai aumentar a formação dos novos policias, em áreas como a moral e a legislação.

é o passo básico para que os profissionais possam elaborar ou dirigir projectos ou fiscali-zar obras. Daí a importância do CAE, uma vez que, caso o grupo decida não dar a acredi-tação aos profissionais, estes têm de fazer a sua reclamação a quem tomou essa decisão.

Page 6: Hoje Macau 12 MAR 2014 #3048

Cinco moradores do edifício em ruína Sin Fong Garden vão deitar-se no chão em protesto pelo facto do caso ainda não ter sido resolvido pelo Governo e empreiteiros. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, os moradores já começaram a limpar o chão e a parede do edifício. Dizem que como as casas onde residem actualmente sofreram um aumento da renda, e como não têm outro lugar para viver, querem deitar-se no chão, afirmando-se “abandonados” pelo Governo. A policia não deteve a iniciativa.

SIN FONG GARDEN MORADORESVÃO DEITAR-SE NO CHÃO EM PROTESTO

hoje macau quarta-feira 12.3.20146 SOCIEDADE

ANDREIA SOFIA [email protected]

D EPOIS de ter anun-ciado uma actuali-zação dos valores a serem atribuídos a

Pequenas e Médias Empresas (PME) no âmbito do Plano de Apoio a PME e Plano de Garantia de Crédito a PME, o Governo recebeu menos pedidos de financiamento o ano passado. É o que revelam dados oficiais publicados pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE) no seu website.

Se em 2012 os valores de apoio chegaram às 903 empresas, num valor total acima de 390 milhões de patacas, em 2013 o número ficou nos 722 pedidos aprovados. O financia-mento total frisou-se nas 265 milhões de patacas. No total, foram feitos 815

CECÍLIA L [email protected]

A Direcção dos Ser-viços de Protecção Ambiental (DSPA)

vai apresentar um guia para regular a emissão de ruídos de baixa frequência. De acordo com uma notícia ontem avançada pelo jor-nal Ou Mun, o guia será apresentado ainda este ano. Uma das ideias principais é apertar o cerco aos bares e discotecas, para que haja menos ruído nestes locais.

O chefe do Departamen-to de Controlo da Poluição Ambiental, Ip Kong Lam, disse ao jornal chinês que, como a sociedade dá muita atenção aos ruídos de bai-xa frequência - emitidos pelas instalações de ar condicionado e ventilação

e sentidos fora dos bares e discotecas – e, por isso, as autoridades já começaram a efectuar estudos para tentar fazer um guia. Se obtiver reconhecimento do público, este guia poderá não ficar de fora da nova Lei do Ruído.

Ip Kong Lam revelou que o trabalho da primeira fase já terminou e, agora, o próximo passo é fazer uma “análise profunda a diferen-tes locais em Macau e na Taipa, de forma a procurar ruídos de baixa frequência e calculá-los” para ajudar nos limites.

Por agora, o ruído de baixa frequência não está incluído na Lei de Preven-ção e Controlo de Ruído Ambiental, o que, de acordo com Ip Kong Lam, acontece em quase todos os países ou regiões, por não se conse-

guir estipular o que é ruído de baixa frequência.

DST REVÊ LEI SOBRE DISCOTECASO chefe do departamento disse ainda que já sugeriu à Direcção dos Serviços de Turismo (DST) para que se apertem as licenças, de forma a evitar estabelecer bares ou discotecas em locais residenciais. Segun-do dados de 2010 a 2013, foram apresentadas entre 400 a 500 queixas de ruído por ano - 10% devido aos ruídos de baixa frequência. A DST já está a planear fazer uma proposta ao re-gulamento administrativo de actividade hoteleira para definir a proibição de estabelecimentos como bares e discotecas em locais residenciais.

PME COMÉRCIO A RETALHO E OBRAS PÚBLICAS SÃO ÁREAS DOMINANTES

Menos pedidos e financiamento em 2013

GUIA PARA REGULAR EMISSÃO DE RUÍDOS DE BAIXA FREQUÊNCIA VAI SER APRESENTADO ESTE ANO

DSPA e DST apertam cerco aos bares

Houve menos PME a candidatarem-se ao plano de apoio do Governo destinado a projectos gerais face a 2012. A área do comércio a retalho dominou o número de pedidos. Já no plano de crédito, para projectos específicos, o sector das obras públicas e construções fez mais pedidos

pedidos de apoio, sendo que 54 foram rejeitados pelo Executivo.

O sector lojista, na área do comércio e retalho, foi o que mais apoios pediu no âmbito do Plano

de Apoio a PME, que abrange projectos de carácter geral. A negócios desta área foram atribu-ídos um total de 78,770 milhões de patacas, uma fatia de 29,7%.

Em segundo lugar surge o sector da construção e obras públicas, com um total de 57, 160 milhões de patacas atribuídos, 21,6%. Restaurantes e hotéis receberam 26,800 milhões de patacas, 10,1%, sendo que a área do comércio por grosso recebeu 10,8% do financia-mento, 28,540 milhões de patacas. Já a área da educação, serviços médicos e assistência social rece-beu 27,580 milhões de patacas, ou seja, 10,4% dos pedidos.

Ao HM, o deputado Chan Chak Mo, que é também presidente da Associação dos Empresários do Sector da Restauração, frisou que este plano já beneficiou cerca de 250 restaurantes e outros estabe-lecimentos de comida nos últimos cinco anos, em cerca de 200 mil patacas. “Nunca é suficiente, e é necessário considerar as neces-sidades. Mas penso que é melhor do que nada, porque essas PME

podem aceder a fundos do Governo sem terem de pedir empréstimos ao banco.”

Em relação ao Plano de Garan-tia de Crédito a PME, destinado a projectos específicos, foram aprovados mais pedidos do que em 2012, num total de 81, sendo que apenas seis foram negados. Em 2012, 61 pedidos tinham sido aprovados. Neste âmbito o Go-verno investiu 157, 848 milhões de patacas, sendo que a área da construção e obras públicas do-minou, com mais de 54 milhões de patacas de financiamento, uma fatia de 34,4%. O comércio a retalho recebeu apenas 16,2% do orçamento destinado a este apoio.

De frisar que no inicio deste ano ficou decidido em sede de Conselho Executivo o aumento dos limites máximos de apoio ao Plano de Garantia de Créditos a PME, de 500 para 900 milhões.

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7 sociedadehoje macau quarta-feira 12.3.2014

Faleceu no dia 07/03/2014. No dia 14/03/2014, será rezada uma missa de corpo presente, pelas 20H00 na Casa Mortuária Diocesano.A família agradece antecipadamente a todos quantos queiram associar-se ao piedoso acto.

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO N.º 1/P/14

Faz-se público que, por despachos de Sua Excelência, O Chefe do Executivo e do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, respectivamente, de 20 de Janeiro de 2014 e 25 de Fevereiro de 2014, se encontra aberto o Concurso Público para “Fornecimento de Medicamentos do Extra-formulário Hospitalar aos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 12 de Março de 2014, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de 77,00 (setenta e sete patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 10 de Abril de 2014. O acto público deste concurso terá lugar no dia 11 de Abril de 2014, pelas 10,00 horas, na sala do “Auditório” situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $ 100 000,00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 6 de Março de 2014.

O Director dos Serviços,Lei Chin Ion

MARIA CONCEIÇÃO RIBEIRO

Falecimento

JOANA [email protected]

C HAMA-SE Plata-forma Macau - ou Ou Mun Pen Toi - e está nas bancas

a partir de Maio. O novo semanário em português e chinês terá o seu enfoque na lusofonia e no papel de Macau como a já conhecida plataforma entre a China e os países de língua portuguesa. “Queremos mostrar a China aos países lusófonos e os pa-

O processo que os pais de Luís Amorim instauraram contra a Região Adminis-

trativa Especial de Macau (RAEM) por negligência na investigação da morte do jovem português entrou em fase de julgamento, noticiou ontem o Jornal Tribuna de Macau.

Luís Amorim apareceu morto na marginal de Macau na madru-gada de 30 de Setembro de 2007, aos 17 anos, e poucas horas depois a polícia assumia a tese de suicídio, reiterada pelas autoridades foren-ses da região, mas contrariada por uma nova autópsia realizada em Portugal a pedido dos pais e que aponta o homicídio como a causa mais provável da morte.

O processo contra a RAEM terá início em Portugal. De acordo com o Jornal Tribuna de Macau,

IMPRENSA NOVO SEMANÁRIO EM PORTUGUÊS E CHINÊS COMEÇA A SER PUBLICADO EM MAIO

Mais uma plataforma

LUÍS AMORIM NEGLIGÊNCIA DE MACAU EM INVESTIGAÇÃO DA MORTE

Próxima fase: julgamentocadáver proferida por um tribunal português.

No relatório de patologia forense, de Maio de 2010, exclui--se a possibilidade de as lesões apresentadas pelo corpo do jovem português serem compatíveis com a tese de queda de local elevado.

O advogado Pedro Redinha es-clareceu ao JTM que o julgamento não serve para provar homicídio e que a actual acção incide sobre a alegada negligência das autorida-des policiais e judiciárias de Macau na condução das investigações sobre a morte do jovem português a 30 de Setembro de 2007. “Apenas temos que provar que se as razões da morte de Luís Amorim não foram apuradas, isso se deveu a negligência das autoridades”, disse Pedro Redinha.

que cita Pedro Redinha, advogado da família Amorim, “algumas tes-temunhas arroladas pelos autores do pedido de indemnização civil no Tribunal Administrativo terão de ser ouvidas em Portugal, e essa inquirição terá lugar na próxima semana”.

A inquirição das testemunhas foi requerida por carta rogatória e vai decorrer, a partir de meados deste mês, nos tribunais de Lisboa, Coimbra e Vila Nova de Gaia.

Entre as testemunhas estão peritos do Instituto Nacional de Medicina Legal, que elaboraram

dois relatórios forenses após a segunda autópsia ao corpo de Luís Amorim, e a inspectora da Polícia Judiciária do Porto que assinou o relatório final das diligências de investigação efectuadas, acrescen-ta o jornal em língua portuguesa.

O periódico adianta ainda que o pedido de indemnização civil deduzido pela família Amorim é de 15 milhões de patacas.

A tese defendida pelas autorida-des de Macau é a de suicídio com queda de grande altura, da ponte Nobre de Carvalho para a estrada que passa por baixo daquela liga-

ção entre Macau e a ilha da Taipa.Os pais, que sempre contesta-

ram a ideia de suicídio defendida em Macau, pediram, em Portugal, uma avaliação das causas de morte através da análise das fotografias tiradas ao corpo e aos diversos ves-tígios deixados na roupa, em que o Instituto Nacional de Medicina Le-gal concluiu que as provas e a tese de suicídio não eram compatíveis.

Insistindo na ideia de que o filho foi morto, o casal Amorim pediu a reabertura da investigação, e insis-tiu numa nova autópsia, realizada após a autorização de exumação do

íses lusófonos à China”, diz ao HM Paulo Rêgo, director e sócio do semanário.

Esse será, aliás, o foco principal do Plataforma Macau, que, assegura Paulo Rêgo, vai marcar a diferença no que diz respeito à agenda dos outros jornais locais. “O jornal vai estar muito focado neste âmbito edito-rial da ligação da China à lusofonia e vice-versa. Não é um jornal com um foco editorial clássico, não é - o que nós chamamos em jor-

nalismo – sobre a espuma dos dias, mas sim Macau enquanto plataforma.” O director – que deixou recen-temente a direcção do jornal Ponto Final – assegura que o semanário pretende dar a co-nhecer a “responsabilidade / oportunidade” da RAEM como plataforma, algo que, diz, tem a ver com a sua afir-mação internacional e a sua integração na grande China.

Apesar de assumir que o Plataforma Macau quer ir além fronteiras, até aos países da lusofonia, Paulo Rêgo as-segura que não se vai esque-cer de voltar a casa. “Teremos um foco que tem a ver com a China, Brasil, Moçambique e outros, mas obviamente que tenham também a ver com Macau. Vamo-nos focar além Macau, mas atenção: acredi-tamos piamente no papel de plataforma, se não, não faria sentido fazê-lo aqui.”

REFLECTIR PARA CRIARResultado de “longas re-flexões”, de pensamentos

sobre o futuro da imprensa em português e sobre o bilin-guismo, o semanário surge por um desafio de António José de Freitas, provedor da Santa Casa da Misericórdia, a Paulo Rêgo e vai debruçar--se sobre o território, as pessoas, os negócios e a economia de Macau “fora do âmbito do que se dis-cute diariamente”. Se faz sentido um jornal bilingue? O director do Ou Mun Pen Toi não tem dúvidas. “Faz todo o sentido. Há esse es-paço, não está preenchido. O bilinguismo parece-me uma absoluta necessidade de futuro para todos nós e não só para a comunidade portuguesa, tendo em conta a quantidade de pessoas do continente chinês a aprender a língua portuguesa.”

Um semanário por-que o tipo de abordagem impediria que fosse feito diariamente, o Plataforma Macau vai ter entre seis a sete profissionais e a sede no prédio do jornal Ou Mun.

Macau vai ter um novo semanário em português e chinês, cujo enfoque será especialmente a lusofonia e o papel do território como a já conhecida plataforma entre a China e os países de língua portuguesa

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Page 8: Hoje Macau 12 MAR 2014 #3048

8 hoje macau quarta-feira 12.3.2014CHINA

A Câmara de Co-mércio Chinesa em Angola criou esta segunda-fei-

ra em Luanda um centro de serviços para assistência legal e apoio logístico às cada vez mais empresas e cidadãos chineses estabele-cidos em Angola, anunciou a Rádio China Internacional (CRI). “Actualmente, há pelo menos 500 empresas chinesas a operar em Angola e mais de 100 mil expatria-dos chineses que trabalham em projectos de reconstru-ção do pós-guerra, dando um notável contributo para o desenvolvimento socioe-conómico do país africano”, lê-se na página na Internet da emissora, que cita a agência noticiosa Nova China.

A criação do centro de serviços é justificada pelos “imensos desafios e dificul-dades” resultantes da falta de conhecimento da legislação angolana e das “diferenças culturais” entre os dois países, segundo o secretário--geral da Câmara de Comér-cio, Zhao Hongbing.

A nova estrutura, que cooperará com a Embaixada da China em Luanda, vai ajudar as empresas e cida-dãos chineses na obtenção e renovação de vistos, registo de negócios e arbitragem em disputas comerciais. “Vai ainda, entre outros aspec-tos, garantir assistência aos expatriados chineses com dificuldades financeiras”, acrescenta a CRI.

Angola, assinala a emis-sora, “expulsa anualmente milhares de imigrantes ile-gais, na sua maioria prove-nientes dos países vizinhos e que vêm à procura de oportunidades de emprego”.

A S autoridades chinesas anun-ciaram ontem um programa piloto para a criação de cinco

entidades financeiras de capital pri-vado, numa tentativa de liberalizar o sector financeiro do país.

O presidente da Comissão Re-guladora da Banca chinesa, Shang Fulin, confirmou ontem o projecto, em conferência de imprensa, asse-gurando que, neste momento, essas entidades poderão estabelecer-se nos municípios de Tianjin e Xangai e nas províncias de Zhejiang e Cantão.

O chefe do organismo regulador bancário explicou que foram selec-cionadas dez empresas privadas

para participarem nos “trabalhos de preparação” para a posterior criação dos bancos.

Apesar de não ter especificado quais as companhias, vários meios de comunicação social oficiais chi-neses publicaram ontem que, entre as seleccionadas, se encontra o gigante do comércio electrónico Alibaba, a tecnológica Tencent Holdings, a em-presa Chint Electronics e os grupos Juneyao, Fosun e Wanxiang.

Cada um dos bancos piloto, ex-plicou, vai contar, no mínimo, com dois accionistas privados, os quais serão escolhidos após “exames e controlos exaustivos”. “Os novos

bancos privados ficarão sujeitos à mesma regulação que os outros, embora devam ter as suas próprias características, centrando-se so-bretudo em financiar as pequenas e médias empresas”, indicou.

“A Comissão Reguladora Ban-cária evitará que as novas entidades se transformem em ferramentas de financiamento para os seus accio-nistas”, frisou Shang Fulin.

Vários analistas argumentam que as grandes empresas estatais, especialmente os bancos, cresceram tanto - ou estão politicamente tão bem conectados - que apenas con-cedem empréstimos a determinadas

empresas “amigas”, fazendo com que o financiamento não chegue às empresas mais pequenas.

Actualmente, o primeiro e único grande banco privado na China é o Minsheng, o qual foi estabelecido em Janeiro de 1996.

O sector bancário no gigante asiático é controlado pelos chamados “quatro grandes”, cujo principal accio-nista é o Estado: o ICBC, o Banco de China, o Banco Agrícola da China e o Banco de Comunicações da China.

A criação do centro de serviços é justificada pelos “imensos desafios e dificuldades” resultantes da falta de conhecimento da legislação angolana e das “diferenças culturais” entre os dois países

BANCA PEQUIM APROVA CRIAÇÃO DE CINCO NOVOS BANCOS DE PROPRIEDADE PRIVADA

A caminho da liberalização

ANGOLA CRIADO SERVIÇO DE APOIO A EMPRESAS E CIDADÃOS CHINESES

Mais de 100 mil expatriadosOs dois países estabele-

ceram em 2010 uma parceria estratégica, que começou na passagem à prática do princípio “oil for money”, em que às linhas de crédito chinesas correspondem as exportações de petróleo angolano.

A China é actualmente destino de cerca de metade das exportações de crude angolano.

Os efeitos desta parceria estratégica são evidenciados pelo formidável crescimento das trocas comerciais bilate-rais, que aumentaram mais

de dois mil por cento entre 2002 e 2012, tornando An-gola no segundo país lusófo-no com relações comerciais mais intensas com a China.

As trocas comerciais entre Angola e a China, que cresceram mais de 42 por cento em 2011, atingiram o valor de cerca de 320

mil milhões de patacas em 2012, um aumento signifi-cativo comparativamente a 2002, quando era apenas de cerca de 15 mil milhões de patacas.

Os números mais recen-tes das trocas comerciais bilaterais, demonstram que continuam a crescer.

A China concedeu a Angola, com o fim da guerra civil em 2002, apoio finan-ceiro para a reconstrução do país, destruído por um conflito fratricida de cerca de quatro décadas, compensan-do assim a falhada intenção do Governo angolano de realizar uma conferência internacional de doadores.

Inicialmente baseada em empréstimos monetá-rios, pagos com o petróleo angolano, a cooperação bilateral entre os dois países ficou rapidamente marcada pela presença em Angola de várias empresas chinesas, a investirem nos projectos de reconstrução e de de-senvolvimento, sobretudo no sector da construção de edifícios, estradas, pontes, escolas, instalação de fá-bricas e em outros sectores sociais e económicos.

Apesar do número avan-çado pela CRI relativamente a cidadãos chineses ser apenas de 100 mil, as autori-dades estimam que residam em Angola, na realidade, cerca de 260 mil chineses, maioritariamente trabalha-dores de empresas chinesas da construção civil.

Page 9: Hoje Macau 12 MAR 2014 #3048

9 chinahoje macau quarta-feira 12.3.2014

O S órgãos de pro-curadoria da Chi-na investigaram e

puniram 210 procuradores em 2013 devido à violação de leis e regulamentações, como parte de uma cam-panha em andamento para “erradicar a ovelha negra” de entre os funcionários ju-diciais, disse esta segunda--feira o procurador-geral chinês Cao Jianming.

De acordo com Cao, 26 procuradores já responderam por acusações criminais.

Os infractores foram mencionados e envergonha-dos publicamente para “soar o alarme” para outros pro-curadores, disse Cao num relatório sobre o trabalho da Suprema Procuradoria Popular (SPP) da China apresentado aos legisla-dores nacionais na actual sessão parlamentar anual, informa a rádio China.

A China está a lançar uma campanha anti-cor-rupção, que atinge tanto os

UM dos dois passageiros que utilizaram passapor-

tes roubados no desaparecido avião da Malaysia Airlines era de origem iraniana e tinha 19 anos. A informação foi avan-çada pelo inspector-geral da polícia malaia, Khalid Abu Bakar, que não crê tratar-se de um terrorista, mas sim al-guém que procurava emigrar para a Alemanha, onde vive a sua mãe.

As autoridades procuram ainda activamente conhecer a identidade do segundo pas-sageiro com passaporte falso.

Entretanto a China vai recorrer ao uso de dez saté-lites na esperança de poder localizar o avião da Malaysia Airlines, noticiou ontem a imprensa estatal, numa altu-

ra em que as buscas entram no quarto dia. Os satélites, controlados a partir da base de Xian, no norte da Chi-na, vão ser utilizados para ajudar nomeadamente na navegação, monitorização do tempo, nas comunicações no âmbito das operações de busca e resgate. Do total de 239 pessoas que seguiam a bordo do avião, cerca de dois terços (153) são chineses.

Equipas de um total de nove países participam nas operações de busca pelo avião. O avião, que partiu de Kuala Lumpur rumo a Pequim, desapareceu dos radares na madrugada de sábado (hora local), não havendo, até ao momento, qualquer sinal do aparelho.

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ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA “EMPREITADA DE REORDENAMENTODE DRENAGEM SITA NO OESTE DO KARTÓDROMO DE COLOANE”

1. Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.2. Modalidade de concurso: concurso público.3. Local de execução da obra: No Oeste do Katródromo de Coloane.4. Objecto da empreitada: Construção da faixa de rodagem e do sistema de drenagem. 5. Prazo máximo de execução: 150 dias (cento e cinquenta dias).6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do acto público do

concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa de concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços. 8. Caução provisória: $150 000,00 (cento e cinquenta mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou

seguro-caução aprovado nos termos legais.9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos

pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).10. Preço base: não há.11. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras,

bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, R/C, Macau;Dia e hora limite: dia 4 de Abril de 2014 (sexta-feira), até às 12:00 horas.Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior,a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

13. Local, dia e hora do acto público:Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 17º andar, Macau;Dia e hora: dia 8 de Abril de 2014 (terça-feira), pelas 9:30 horas.Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas mencionada de acordo com o número 12 ou em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora estabelecida para o acto público de abertura das propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local: Departamento de Infra-estruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, , nº 33, 16º andar, Macau;Hora: horário de expediente (das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas)Na Secção de Contabilidade da DSSOPT, poderão ser solicitadas cópias do processo de concurso ao preço de $210,00 (duzentas e dez patacas).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:- Preço razoável 60%;- Plano de trabalhos 10%;- Experiência e qualidade em obras 18%;- Integridade e honestidade 12%.

16. Junção de esclarecimentos:Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Infra-estruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau, a partir de 18 de Março de 2014 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.Macau, aos 06 de Março de 2014.

O Director dos Serviços Jaime Roberto Carion

CORRUPÇÃO MAIS DE DUZENTOS PROCURADORES PUNIDOS EM 2013

Caça ao prevaricador“tigres” como as “moscas”, referindo-se aos funcioná-rios corruptos de alto e bai-xo nível, respectivamente.

Cao indicou que os ór-gãos da procuradoria in-vestigaram no ano passado 2.871 funcionários públicos de nível distrital ou supe-rior, incluindo 253 de nível municipal e oito de níveis provincial e ministerial, em 2.581 casos de corrupção, suborno e desvio de verbas,

envolvendo mais de um milhão de patacas.

Um relatório divulgado anteriormente revelou tam-bém que 31 funcionários de alto nível foram investiga-dos pela Comissão Central de Inspecção Disciplinar (CCID) do Partido Comu-nista da China (PCC) em 2013. Em todo o país, cerca de 182 mil funcionários foram punidos pelo órgão disciplinar interno do PCC.

Como a luta contra a corrupção está a ganhar um novo ímpeto, os encarrega-dos de erradicar a corrupção são colocados sob escrutínio crescente.

O Comité de Assuntos Políticos e Jurídicos do Comi-té Central do PCC e a CCID publicaram casos de viola-ções a disciplinas ou leis pelos seus próprios funcionários.

“Como supervisores, os procuradores têm de apren-der a ser supervisionados”, disse Cao, acrescentando que a SPP está sujeita à própria supervisão dos le-gisladores, consultores po-líticos e de todo o público.

Quanto à supervisão interna, o procurador-geral disse que a SPP enviou equipas a 90 órgãos de pro-curadoria em 10 províncias para realizar tanto inspecções abertas como secretas no ano passado, e pediu que os procuradores relaciona-dos corrijam os problemas descobertos pelas equipas.

Malaysia Airlines Passageiro com passaporte falso é iraniano. China recorre a satélites para localizar avião

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AS CARTAS SECRETAS DO MONGE QUE VENDEU O SEU FERRARI • Robin SharmaJonathan Landry tem uma vida atribulada. Ainda a recuperar de um casamento fracassado, tenta dedicar menos tempo ao trabalho e manter algum contacto com o filho pequeno. Contudo, a sua vida parece uma constante fuga para a frente até ao dia em que um bizarro encontro com Julian Mantle, um parente distante e que há muito não vê, o leva a empreender uma viagem que transformará a forma como vê o mundo. Jonathan é encarregado de uma missão tão incompreensível quanto complexa: terá de viajar pelo mundo em busca das cartas e dos objetos que contêm os segredos e lições que Julian aprendeu ao longo da sua vida. Dos salões de tango de Buenos Aires às catacumbas de Paris, dos arranha-céus de Xangai aos desertos místicos da Califórnia, Jonathan aprende a acreditar nos sonhos e a desafiar os limites, e descobre que o poder de viver uma vida extraordinária está ao alcance de todos.

DE ESPANHA NEM BOM VENTO NEM BOM CASAMENTO • Virginia López«Portugal só existe porque foi uma prenda de casamento para uma simples bastarda castelhana e isto numa altura em que ainda não tinham sido inventadas as listas de casamento do El Corte Inglés». É desta forma provocadora que Virginia López, correspondente do jornal El Mundo em Portugal há 5 anos, começa este livro de forma a apurar se a expressão que tanto ouvimos e em que tanto acreditamos «De Espanha nem bom vento nem bom casamento» tem alguma razão de ser. Da bastarda D. Teresa, mãe do primeiro rei de Portugal, passando pela galega Inês de Castro, a castelhana Rainha Santa Isabel, a única que Portugal teve santa, à passagem pelos Filipes, à famosa Batalha de Aljubarrota tão falada por portugueses e tão desconhecida dos castelhanos, ou às relações de «amizade» entre Franco e Salazar, José Sócrates e Zapatero.

O aclamado fotolivro por-tuguês “Lisboa, Cidade Triste e Alegre” (Victor Palla/Costa Martins,

1958) vai deixar de estar sozinho entre os melhores do mundo. É que no terceiro volume de “The Photobook: a History” (a obra de referência mundial nesta área de edi-ção) haverá lugar para mais quatro entradas de fotolivros editados em Portugal, apurou o jornal Público.

Naquela que é considerada a “bíblia” dos livros de fotografia, a dupla Martin Parr/Gerry Bad-ger escolheu “Portugal 1934”, “Bairros de Casas Económicas”, “Uma Certa Maneira de Cantar” e “Things Here and Things Still To Come”, da autoria de José Pedro Cortes, o único fotolivro português contemporâneo a entrar na obra que será editada pela Phaidon no dia 17 de Março.

Depois de dois volumes organi-zados segundo uma lógica essen-cialmente cronológica (Lisboa… entrou logo no primeiro volume publicado em 2004), o terceiro tomo de The Photobook apresenta uma estrutura dividida por conte-údo e géneros, concentrando-se em fotolivros publicados desde meados da década de 1930 até aos dias de hoje.

Com mais de 200 novas en-tradas, o volume III agrupa nove categorias: propaganda; protesto; desejo; sociedade; lugar; conflito; identidade; memória; e fotografia. O fotógrafo britânico da coopera-tiva Magnum Martin Parr, colec-cionador e um dos mais reputados estudiosos de livros de fotografia do mundo, afirma que este volume contribuirá para recentrar a história da fotografia dando atenção “a regi-ões do mundo antes negligenciadas e intencionalmente ignoradas” por investigadores da fotografia ocidentais. Parr assume como um dos seus objectivos a “reabilitação” de fotolivros que merecem “um lugar na história da fotografia e dos fotógrafos” antes que entrem “na sombra e no esquecimento”.

Apesar do interesse crescente pelos livros de fotografia (cuja face mais visível é a proliferação de livra-rias que por todo mundo passaram a especializar-se neste género), Parr

queixa-se de um “terreno relativa-mente inculto”. E inventa a metáfora do sítio arqueológico inexplorado para se referir ao trabalho que tem desenvolvido ao longo da última dé-cada em parceria com Gerry Badger. “Começamos por cavar no centro da cidade para desenterrar os grandes monumentos do livro de fotografia. Cavando mais, descobrimos não apenas a riqueza da cidade, mas também tesouros escondidos sob camadas fáceis de alcançar”.

Um desses tesouros (que, pelo

menos em Portugal, não estava propriamente escondido) é o álbum Portugal 1934 editado pelo Secre-tariado de Propaganda Nacional (SPN) dois anos depois de Salazar ter assumido a Presidência do Con-selho de um regime ditatorial que compreendeu rapidamente a força da imagem fotográfica manipula-da para passar as suas mensagens políticas. Com honras de abertura do primeiro capítulo (consagrado aos livros de propaganda, um dos géneros mais “importantes” em

fotografia, segundo Parr) e duas páginas de destaque (que apresenta reproduções das três diferentes capas conhecidas, verde, laranja e preto), Portugal 1934 é descrito como uma obra “sumptuosa” e “dotada de inúmeras soluções gráficas”, como os fólios cortados, as aberturas duplas ou as páginas escondidas. É um livro de grandes dimensões que vai buscar inspiração gráfica aos melhores álbuns e revistas de propaganda soviética concebidos por nomes como Alexander Rodchenko

ou El Lissitzky. A fotomontagem (usada de forma radical e moderna em muitas das 40 páginas) é um dos seus principais argumentos de estilo na propaganda nacionalista/imperia-lista. E na tentativa de convencer que o regime fascista executava grandes melhoramentos em vários serviços públicos (estradas, maternidades, escolas…).

Portugal 1934, que funciona como um relatório anual, uma es-pécie de estado do país, é uma das primeiras obras de fôlego do SPN.

FOTOGRAFIA HÁ MAIS QUATRO LIVROS PORTUGUESES PRESTES A ENTRAR NO PANTEÃO DOS MELHORES DO MUNDO

Do Estado Novo às Edições Avante

hoje macau quarta-feira 12.3.2014

1934-1040, Bairros de Casas Económicas

Things Here and Things Still To Come Uma Certa Maneira de Cantar

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eventos 11

Não tem autoria gráfica atribuída com precisão (refere apenas a Oco-gravura Limitada), mas inclui o nome dos 18 fotógrafos envolvidos, entre os quais se contam Domingos Alvão, João Martins, Ferreira da Cunha, Joshua Benoliel, Horácio e Mário Novais.

ESTADO NOVO VS REFORMA AGRÁRIAAinda no capítulo dedicado aos livros de propaganda, surgem duas entradas com obras portuguesas menos conhecidas e raramente clas-sificados como livros de fotografia. Em 1934 – 1940: Bairros de Casas Económicas o regime salazarista mostra a obra feita por todo o país no que toca à construção de habitação para famílias com menos recursos. No texto que acompanha as reprodu-ções do interior do livro, os autores de The Photobook sublinham a “soberba habilidade” com que foi criado e referem influências do gra-fismo construtivista, embora com muito menos exuberância daquele que foi utilizado em Portugal 1934.

Ainda que o uso da fotografia seja menos plástico em Bairros, a estratégia que propagandeia comu-nidades habitacionais perfeitas as-senta sobretudo na crença da verdade

mostrada pela imagem fotográfica. Recorrendo a imagens mais sóbrias, onde as pessoas aparecem como figurantes rígidos de um mundo em harmonia constante, a construção da narrativa propagandística pas-sa também pelo uso de legendas que tentam injectar sentimentos às fotografias. Umas raiam a (má) poesia (“As casas brancas deste bairro parecem um bando de pombas ao sol…”), outras fazem a apologia do Portugal mítico (“O avô conta histórias de um país encantado. O neto acredita e tem razão”). Há ainda as que dão pistas sobre os lugares do género durante o Estado Novo (“Quando o marido voltar do trabalho, a refeição estará pronta”), e até as que revelam islamofo-bia (“Em Olhão, a cruz evangeliza os vestígios da arquitectura árabe”).

Ao longo de mais de 120 páginas, Bairros revela interiores e exteriores de casas de novos bairros de norte a sul do país. As fotografias são de Domingos Al-vão (1872– 1946), fotógrafo do Porto com interesses etnográficos e ruralistas, e San Payo (1890-1974), famoso retratista de

Lisboa mais habituado ao estúdio, que aqui se aventura na paisagem. O livro abre com duas citações de Salazar a defender “a casa pequena,

independente”, que se adapte à “nossa sim-

FOTOGRAFIA HÁ MAIS QUATRO LIVROS PORTUGUESES PRESTES A ENTRAR NO PANTEÃO DOS MELHORES DO MUNDO

Do Estado Novo às Edições Avante

plicidade morigerada”. Um texto de Pedro de Castro e Almeida explica depois as opções do Estado Novo por construções “fundadas na tradição e no modo de ser próprio da família por-tuguesa”. Em vez “dos grandes blocos de edifícios com muitos andares” apostou-se na “casinha isolada, para uma só família, com o seu quintal, o seu jardim.” Os jardins são aliás uma constante quer nas legendas quer nas fotografias do livro que apresenta duas imagens panorâmicas cujos fólios abrem em harmónica.

Uma Certa Maneira de Cantar, publicado em 1977 pelas Edições Avante! do Partido Comunista Português, não está num extremo oposto de Bairros apenas em termos ideológicos - todo o arranjo gráfico e uso da fotografia revelam outra ousadia e dinamismo. O subtítulo Reforma agrária: unir, construir, vencer traça o programa deste livro de formato quadrado que se socorre de textos de, entre outros, Ary dos Santos, Egito Gonçalves, José Gomes Ferreira e Urbano Tavares Rodrigues para apelar ao colectivismo e à transformação do trabalho agrícola no Alentejo. A organização deste álbum, que mistura poesia, ensaios políticos e relatos na primeira pessoa, esteve a cargo de Vítor Louro, Costa Martins e Alexandre Cabral. As fotografias são creditadas ao arquitecto Costa Martins (1922-1996), um dos co--autores de Lisboa, Cidade Triste e Alegre, e ao arquivo do jornal Avante!

Parr/Badger afirmam que se trata de um “belo livro”. Ainda que não seja possível determinar quais foram as imagens captadas especificamente

por Manuel Costa Mar-tins os

autores de The Photobook sublinham que as fotografias escolhidas são “fortes e eficazes”, “sem dúvida melhores do que as que foram pu-blicadas em Lisboa…” Muitas foram impressas em duplas páginas onde a proximidade do fotógrafo com o sujeito é usada como argumento gráfico para causar maior relação com que vê. Imagens de uma apanha da azeitona e de um comício do PCP (que fecha o livro) são exemplos dessa estratégia gráfica que em algu-mas páginas faz lembrar a estilo de Lisboa..., nomeadamente quando se trata de casar poesia e fotografia (o título do livro vem de um verso do poema Nunca Ouvi um Alentejano Cantar Sozinho, de José Gomes Ferreira).

A MEMÓRIA E O SONHOMuitos capítulos depois, na secção dedicada ao papel dos livros de fo-tografia na construção de memória, surge Things Here and Things Still To Come, de José Pedro Cortes (1976), co-fundador (com André Príncipe) da editora de fotolivros Pierre von Kleist, que já leva 15 obras publicadas.

Editado em 2011, Things… é o resultado de uma estadia de nove meses do fotógrafo em Telavive. Aqui, Cortes afirma ter conhecido quatro raparigas americanas de origem judia que, aos 18 anos, terão ido cumprir o serviço militar para Israel. Na breve introdução que faz ao livro, o autor refere apenas que, depois de dois anos de serviço, as quatro mulheres decidiram ficar na cidade, classificada como “idílica”. A sequência das imagens (a cor e a preto-e-branco) que se estendem ao longo de 116 páginas alterna registos pessoais e intimistas com paisagens

de uma cidade soturna, deserta, na qual o betão é confrontado com a exuberância e a força da natureza. A narra-tiva visual é elíptica e deixa no ar dúvidas acerca da descrição

feita no início. Parr/Bagder descrevem o fotolivro de Cortes como “emocionante e sedutor” e afirmam que a obra põe em causa a noção de rea-lismo da fotografia. “É um

livro sobre a memória, mas também é um livro sobre um sonho.”

Para além destes quatro títulos, The Photobook esco-lheu um fotolivro com origem na página de Tumblr que o director de arte João Rocha

decidiu criar com imagens do antigo líder da Coreia do Norte Kim Jong-il a “olhar para coisas”. Depois do sucesso planetário do Tumblr Kim Jong-il looking at things, que começou a 26 de Ou-tubro de 2010, a editora francesa Jean Boîte decidiu publicar em

livro, em 2012, parte das imagens que João Rocha recolheu.

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Portugal 1934

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12 hoje macau quarta-feira 12.3.2014

hARTE

S, L

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S E

IDEI

AS

N A pensão pobrezinha de Yinchuan, acordei às oito da manhã, com o quar-to cheio de luz. Aos pés

da cama, ou melhor do kang de tijolo, tenho um computador com um largo monitor. Ligo-o. Funciona na perfei-ção. Um minuto depois estou a ler o “Diário de Notícias” e o “Público” mas, no écran, por cima ou de lado apare-cem uns anúncios “made in Yinchuan”, com donzelas esbeltas e elegantes, pouco vestidas, e números de telefo-ne, para quem estiver interessado em

António GrAçA de Abreu

YINCHUAN银川, LAGOS NA AREIA, CINEMA E GRAVURAS RUPESTRES

as contactar. Foi a primeira vez que me apareceram este tipo de anúncios em computadores, na China. Toda a gente sabe que os computadores e a net estão sujeitos a permanente controlo de con-teúdos por parte de serviços especiais da polícia chinesa. Não há blogs, nem youtube, nem facebook, todavia quem é capaz de mexer bem nestas máquinas – e alguns dos melhores informáticos do mundo serão chineses –, descobre sempre caminhos para tornear o que é proibido, e na net acabam por circular coisas parecidas com blogs, com o fa-

cebook e até arremedos de pornogra-fia, soft ou hard.

De manhã, mudo de hotel, vou para o Hongqiao Dajiudian虹桥大酒店, ou seja o Hotel Ponte do Arco-Íris. Tem um nome colorido e fico bem instala-do, no centro da cidade. É altura de me perder por Yinchuan. Meto-me ou-tra vez nos autocarros até ao final da linha, de norte para sul, de leste para oeste. A cidade não me parece ter mui-to para oferecer em termos turísticos, o rio Amarelo corre a uns quinze qui-lómetros de distância e não o vi, mas

há uns pagodes não muito antigos, uns parques, o Gulou, a torre do Tambor rodeada por boa arquitectura Ming, ajardinada, com lagos e pavilhões clás-sicos.

Da região autónoma de Ningxia, de que Yinchuan é capital, com dois milhões de habitantes, construira há muitos anos a ideia de uma pequena província – na realidade são apenas 66.400 km2 –, amarela, desagradável, poeirenta, encaixada entre os desertos da Mongólia e as cordilheiras que antecedem o Grande Tibete, cortada

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13 artes, letras e ideiashoje macau quarta-feira 12.3.2014

ao meio pelo rio Amarelo. Em Maio de 2013 percorri Ningxia quase de ponta a ponta e o que fui vendo, claramente visto, não batia certo com alguns dos meus ignorantes juízos do passado. Ningxia é deveras interessante e é pena ser tão pouco visitada.

Na China, as denominadas regiões autónomas correspondem a um vasto território ou província onde uma mi�noria étnica, não chinesa, influencia ou determina as características do lugar. Assim acontece nas regiões autónomas do Tibete, com os tibetanos; no Xin�jiang, com os muçulmanos uigures; na Mongólia Interior, com os mongóis; em Guangxi, com a minoria zhuang壮, talvez ainda aparentada com os tailan�deses; e em Ningxia, com os muçulma�nos hui回, um terço da população de toda a região que rondará os seis mi�lhões de almas.

Em Yinchuan, os hui têm uma grande mesquita, a de Nangua, aber�Nangua, aber�ta aos crentes. Fui olhar e fotografar, embora os muçulmanos não gostem de fotos. Os hui, como já vimos, são sobretudo descendentes de mercená�rios árabes e persas que ajudaram os mongóis a conquistar a China no sé�culo XIII e depois permaneceram no império, casaram com mulheres chine�sas e converteram�nas ao Islão. Mas já existiam hui na China desde o século VIII quando as caravanas vindas do Ocidente pela Rota da Seda deixaram milhares de muçulmanos em Xi’an, ca�pital do império chinês. De Yinchuan a Xi’an são 730 quilómetros e parece terem sido estes crentes em Alá e em Maomé os primeiros hui a fixarem�se na região. Falam e escrevem apenas em chinês mas mantêm a sua fé inabalável há muitos séculos. São quase onze mi�lhões de pessoas, em toda a China. No passado desencadearam várias revoltas contra o poder imperial mas hoje em dia parecem viver em harmonia com os han. Nesta província de Yinchuan têm milhares de mesquitas e como pude comprovar ao viajar de carro por muitas vilas e aldeias de Ningxia, con�Ningxia, con�tinuam a construir mais mesquitas, so�bretudo no sul da região autónoma. É o Islão em expansão, até na China.

Em Yinchuan aproveitei para fazer numa excursão de dia inteiro com turis�tas chineses que, tal como eu, visitavam Ningxia. A guia local que naturalmente só falava chinês (onde estavam os es�trangeiros?) veio buscar�me ao hotel às sete e meia da manhã e meteu�ne num autocarro com mais 25 pessoas. Íamos visitar um lago, uns estúdios cinemato�gráficos e uma montanha, tudo uns cem quilómetros em redor de Yinchuan.

Primeiro, Shahu沙湖, o que signi�fica exactamente “Lago na Areia.” No meio das franjas do deserto fui encon�trar um lago de águas límpidas com

45 quilómetros quadrados. Um lugar estranho, abrigo de milhares e milha�res de aves aquáticas, rico em peixe, com vegetação, caniços, juncos, bam�bus que crescem nas margens. Numa grande lancha atravessamos parte do lago e chegamos a uma península de areia transformada em parque turísti�co. Estragaram a natureza com tantos brinquedos para gente grande. Temos camelos e cavalos para passear nas mar�gens do lago, avestruzes para montar, gigantescas construções na areia, umas cadeiras que sobem as dunas suspen�sas em cabos, tipo mini�teleférico, um carrossel, um aquário, três hidroavião�zinhos com dois lugares cada, para alu�gar que flutuam nas águas e voam num céu baixo, temos um curioso museu dedicado a Mao Zedong, com estátuas do timoneiro, trajes usados na época pelos guarda�vermelhos, fotografias da Revolução Cultural e milhares e milha�res de pins, os emblemas com a efígie do Grande Timoneiro que circularam às centenas de milhões naqueles anos de endeusamento de Mao, e que as pessoas usavam na lapela. Impecavel�mente expostos, em quadros ou painéis de média e grande dimensão, os pins e as outras peças do museu levam�nos a entender melhor o que terão sido aque�les tempos de desenfreada loucura da Grande Revolução Cultural Proletária.

Vou almoçar com os turistas chine�ses do meu grupo. Grande conversa. Querem saber coisas sobre mim. As respostas do costume, no meu chinês enviesado. Quero saber coisas deles. Vêm de Xi’an para conhecer Ningxia, vêm de Pequim, de Hangzhou, da província de Fujian. Fazem as longas viagens de comboio e autocarro para entrar por dentro da China, ficam em

hotéis baratos, comem onde calha. Mas gostam, é a jornada, a aventura à procura, ao encontro da sua pátria. Somos dez pessoas à mesa, um deles, eu, sou mais do que diferente, um ob�tuso filho das paragens do outro lado do mundo. Pela primeira vez, e talvez a única em toda a as suas vidas, têm um estrangeiro, um europeu à mesa. Escolheram uma dezena de pratos, um bom banquete, e no fim, apesar dos meus protestos, decidiram pagar�me o almoço.

Seguimos viagem para os estúdios cinematográficos de Ningxia. Tem um nome comprido que não consegui fixar,

e estava à espera de mais uma mixórdia cinéfila para entreter o turista. Afinal chego a um lugar fabulosamente en�quadrado na paisagem, entre as mon�tanhas Helan, as bordas do deserto e a planície fértil. Duas construções mili�tares autênticas — tipo forte ou mura�lha avançada, levantadas nas dinastias Ming e Qing —, foram aproveitadas para em volta se irem gradualmente amontoando um conjunto de casas, torres, armazéns, pavilhões, ruas de al�deia, enfim cenários de excelente rigor a utilizar na feitura de filmes. Mais de cem películas já foram ali rodadas, o nome consta de uma grande placa co�locada logo à entrada, com fotografias de actores, realizadores, etc. Identifico logo o Hong Gaoliang红高粱, ou seja, o filme “Sorgo Vermelho”, de Zhang Yimou, o mais famoso realizador do cinema chinês, com uma deslumbrante Gong Li, então no início de uma car�reira que faria dela a diva do cinema chinês e uma extraordinária actriz. O filme é de 1987, foi quase todo filmado nestes espaços e baseia�se num roman�ce da autoria de Mo Yan. Na altura nin�guém sabia quem era este senhor mas Mo Yan foi, em 2012, Prémio Nobel da Literatura.

Mais cinquenta quilómetros de via�gem para norte até à cadeia de mon�tanhas Helanshan. Sobem aos 3.556 metros e constituem uma barreira na�tural entre os desertos da Mongólia e o vale do rio Amarelo. Povoadas há mui�tos milénios, são conhecidas na China pelas gravuras rupestres espalhadas pelas rochas. Logo à entrada existe um pequeno museu introdutório à arte ru�pestre existente em todo o mundo e foi com algum prazer que descobri uma fo�tografia, entre muitas outras de lonqín�quos lugares, do nosso núcleo de Vila Nova de Foz Coa. Não sou propria�mente um apreciador de arte ruprestre, mas reconheço o valor destes desenhos e gravuras na pedra. Em Helanshan é tudo muito fácil de visitar, coisa que não acontece em Foz Coa. As gravu�ras distribuem�se por ambos os lados de desfiladeiros que entram por dentro da montanha. Passadiços e passeios em madeira levam o turista a percorrer or�denadamente os espaços entre o cume pedregoso dos montes e aqueles vales, onde corre um fio de água. Os chineses foram buscar blocos inteiros de rocha com gravuras ruprestes, cuidadosamen�te cortados, e espalharam�nos entre os já existentes, ao longo de dois ou três quilómetros de caminhada. A paisagem de Helanshan é bruta, selvagem esma�gadoramente bonita e as gravuras na pedra com cerca de dez mil anos, de animais, símbolos mitológicos, figuras humanas, também na arte da caça, fa�zem�nos recuar a tempos da história da humanidade que tão mal conhecemos.

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14 publicidade hoje macau quarta-feira 12.3.2014

WWW. IACM.GOV.MO

Nome Sexo

Nº do Bilhete de Identidade

de Residente da RAEM

Nº da acusação Data da infracção

Data em que foram exarados os despachos de aplicação das multas

盧俊傑 LU CHON KIT M 51303**(*) A032043/2012 25/02/2012 12/07/2012

吳建陽 NG KIN IEONG M 51219**(*) A032479/2012 29/02/2012 19/07/2012

邱利玲 IAO LEI LENG F 14776**(*) A030356/2012 07/03/2012 12/07/2012

吳立熙 NG LAP HEI M 51949**(*) A034075/2012 01/04/2012 12/07/2012

楊金傑 IEONG KAM KIT M 50772**(*) A035699/2012 12/05/2012 27/11/2012

林安琪 LAM ON KEI F 51292**(*) A038705/2012 02/06/2012 27/11/2012

戴偉星 TAI WAI SENG M 13843**(*) A038831/2012 20/06/2012 26/11/2012

劉青英 LAO CHENG IENG F 73605**(*) A039849/2012 04/08/2012 04/02/2013

吳九仔 NG KAO CHAI M 72889**(*) A041303/2012 18/08/2012 26/11/2012

郭孔英KUOK HONG IENG F 74345**(*) A021968/2012 20/09/2012 19/07/2013

郭孔英 KUOK HONG IENG F 74345**(*) A021029/2012 21/09/2012 19/07/2013

HO KAM KEONG M 12920**(*) A044831/2012 13/10/2012 22/08/2013黎文業

LAI MAN YIP M 13217**(*) A040822/2012 17/10/2012 22/08/2013黎家錡

LAI KA KEI F 12820**(*) A041501/2012 17/10/2012 22/08/2013李遠紅

LEI UN HONG F 13332**(*) A042932/2012 23/10/2012 22/08/2013謝兆源

CHE SIO UN M 12538**(*) A041686/2012 28/10/2012 22/08/2013王嘉熙

VONG KA HEI M 12503**(*) A043488/2012 30/10/2012 22/08/2013麥健明

MAK KIN MENG M 12376**(*) A043549/2012 09/11/2012 22/08/2013馮偉洪

FONG WAI HONG M 73234**(*) A043573/2012 09/11/2012 22/08/2013李梓傑

LEI CHI KIT M 13079**(*) A042813/2012 10/11/2012 22/08/2013SANCHEZ CARLOS

MIGUEL M 52085**(*) A043889/2012 19/11/2012 22/08/2013梁惠玲

LEONG WAI LENG F 51912**(*) A043897/2012 20/11/2012 22/08/2013梁啓康

LEONG KAI HONG M 12333**(*) A043809/2012 22/11/2012 22/08/2013趙志豪

CHIO CHI HOU M 51401**(*) A043813/2012 24/11/2012 22/08/2013阮小龍

UN SIO LONG M 52070**(*) A043337/2012 24/11/2012 22/08/2013雷路敏

LOI LOU MAN M 13064**(*) A043733/2012 26/11/2012 22/08/2013

何永生 HO WENG SANG M 51442**(*) A043675/2012 28/11/2012 22/08/2013

容燕舞 IONG IN MOU F 73647**(*) A043782/2012 28/11/2012 22/08/2013

黃家健 WONG KA KIN M 13297**(*) A043793/2012 29/11/2012 22/08/2013

歐陽廣恩 AO IEONG KUONG IAN M 74110**(*) A043029/2012 05/12/2012 22/08/2013

陳天賜 CHAN TIN CHI M 51020**(*) A042635/2012 10/12/2012 22/08/2013

梅立明 MUI LAP MENG M 12712**(*) A044752/2012 10/12/2012 22/08/2013

蔣華杰 CHEONG WA KIT M 13897**(*) A044267/2012 27/12/2012 22/08/2013

Notificação no 002/NOEP-L/GJN/2014

Considerando que não se revela possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, para o efeito do regime procedimental nos respectivos processos administrativos sancionatórios, nos termos do artigo 14º do Decreto-Lei nº 52/99/M, de 4 de Outubro, do artigo 68º e do nº 1 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, o signatário notifica, pela presente, nos termos do nº 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo e no uso das competências conferidas pelo Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e constantes da Proposta de Deliberação nº 01/PDCA/2009, de 23 de Dezembro de 2009, publicada na Série II do Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau nº 6, de 10 de Fevereiro de 2010 e pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 380/2013, publicado na Série II do Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau nº 50, de 11 de Dezembro de 2013, os infractores, constantes das tabelas desta notificação, do conteúdo das respectivas decisões sancionatórias:

Nos termos do nº 4 do artigo 36º, nº 1 do artigo 37º, artigo 38º e artigo 39º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, aprovado pelo Regulamento Administrativo nº 28/2004, o Presidente do Conselho de Administração ou seus substitutos exararam despachos nas respectivas informações, tendo em consideração as infracções administrativas comprovadas, a existência de culpa dos autores e a ausência de qualquer circunstância atenuante confirmada. Assim:

1. Foram aplicadas aos infractores, constantes das Tabelas I a VI, as multas previstas no nº 2 do artigo 45º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e no artigo 2º do Catálogo das Infracções, no valor de MOP600,00 (cada infracção):

Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto no nº 1 do artigo 13º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no nº 7 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “nos espaços públicos, lançar pontas de cigarros ou abandonar resíduos sólidos fora dos locais e recipientes especificamente destinados à sua deposição”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela I)

Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto no nº 1 do artigo 4º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no nº 23 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resultam da prática de acto de “Colocar ou abandonar objectos em espaços públicos”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela II)

Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto na alínea 3) do nº 1 do artigo 9º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no nº 30 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “Permitir a circulação de animal nos espaços públicos sem que ele esteja preso em gaiola, jaula, por trela ou aparelho similar ou sem que ele use os aparelhos de identificação e de segurança estabelecidos na licença”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela III)

Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto na alínea 1) do nº 1 do artigo 2º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no nº 13 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “Cuspir escarro ou saliva para qualquer superfície do espaço público”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela IV)

O facto ilícito exarado na acusação, provado testemunhalmente, constitui infracção administrativa ao disposto no nº 2 do artigo 9º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previsto no nº 12 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resulta da prática de acto de “Não limpar de imediato o espaço público poluído com dejectos de animais de estimação que se está a acompanhar”, tendo sido o infractor notificado do conteúdo da acusação. (cfr.: Tabela V)

O facto ilícito exarado na acusação, provado testemunhalmente, constitui infracção administrativa ao disposto na alínea 3) do nº 2 do Artigo 2º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no nº 19 do Artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 106/2005, porquanto resulta da prática de acto de “Apresentar-se total ou parcialmente nu, em espaços públicos, de modo que perturbe as outras pessoas”, tendo sido o infractor notificado do conteúdo da acusação. (cfr.: Tabela VI)

2. Além disso, os infractores podem ainda apresentar reclamação contra os actos sancionatórios para o autor do acto, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da notificação, nos termos do artigo 145º, do nº 1 do artigo 148º e do artigo 149º do Código do Procedimento Administrativo, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 123º do referido código.

Para efeitos do disposto no nº 2 do artigo 150º do mesmo diploma, a reclamação não tem efeito suspensivo sobre o acto, salvo disposição legal em contrário.

3. Quanto aos actos sancionatórios, os infractores podem apresentar recurso contencioso no prazo estipulado nos artigos 25º e 26º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei nº 110/99/M, de 13 de Dezembro, para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 27º do referido código.

4. Sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 75º do Código do Procedimento Administrativo, para efeitos do disposto nº 4 do artigo 55º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, os infractores deverão efectuar a liquidação das multas aplicadas, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, a partir da data da publicação da presente notificação, no Gabinete Jurídico e Notariado do IACM (Núcleo Operativo do IACM para a Execução do Regulamento Geral dos Espaços Públicos), sito na Avenida da Praia Grande, nos 762-804, Edf. China Plaza, 5º andar, Macau. Caso contrário, o IACM

submeterá o processo à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para a cobrança coerciva, nos termos do artigo 17º do Decreto-Lei nº 52/99/M e do artigo 29º do Decreto-Lei nº 30/99/M.

5. Não é de atender a esta notificação, caso os infractores constantes das tabelas anexas tenham já saldado, aquando da presente publicação, as respectivas multas, resultantes das acusações. Para informações mais pormenorizadas, os interessados poderão ligar para o telefone nº 8295 6868 ou dirigir-se pessoalmente ao referido Núcleo Operativo deste Instituto.

Aos 03 de Março de 2014.

O Presidente do Conselho de Administração, SubstitutoLo Veng Tak

Tabela I

Page 15: Hoje Macau 12 MAR 2014 #3048

15 publicidadehoje macau quarta-feira 12.3.2014

WWW. IACM.GOV.MO

Nome Sexo

Nº do Bilhete de Identidade

de Residente da RAEM

Nº da acusação Data da infracção

Data em que foram exarados os despachos de aplicação das multas

盧俊傑 LU CHON KIT M 51303**(*) A032043/2012 25/02/2012 12/07/2012

吳建陽 NG KIN IEONG M 51219**(*) A032479/2012 29/02/2012 19/07/2012

邱利玲 IAO LEI LENG F 14776**(*) A030356/2012 07/03/2012 12/07/2012

吳立熙 NG LAP HEI M 51949**(*) A034075/2012 01/04/2012 12/07/2012

楊金傑 IEONG KAM KIT M 50772**(*) A035699/2012 12/05/2012 27/11/2012

林安琪 LAM ON KEI F 51292**(*) A038705/2012 02/06/2012 27/11/2012

戴偉星 TAI WAI SENG M 13843**(*) A038831/2012 20/06/2012 26/11/2012

劉青英 LAO CHENG IENG F 73605**(*) A039849/2012 04/08/2012 04/02/2013

吳九仔 NG KAO CHAI M 72889**(*) A041303/2012 18/08/2012 26/11/2012

郭孔英KUOK HONG IENG F 74345**(*) A021968/2012 20/09/2012 19/07/2013

郭孔英 KUOK HONG IENG F 74345**(*) A021029/2012 21/09/2012 19/07/2013

HO KAM KEONG M 12920**(*) A044831/2012 13/10/2012 22/08/2013黎文業

LAI MAN YIP M 13217**(*) A040822/2012 17/10/2012 22/08/2013黎家錡

LAI KA KEI F 12820**(*) A041501/2012 17/10/2012 22/08/2013李遠紅

LEI UN HONG F 13332**(*) A042932/2012 23/10/2012 22/08/2013謝兆源

CHE SIO UN M 12538**(*) A041686/2012 28/10/2012 22/08/2013王嘉熙

VONG KA HEI M 12503**(*) A043488/2012 30/10/2012 22/08/2013麥健明

MAK KIN MENG M 12376**(*) A043549/2012 09/11/2012 22/08/2013馮偉洪

FONG WAI HONG M 73234**(*) A043573/2012 09/11/2012 22/08/2013李梓傑

LEI CHI KIT M 13079**(*) A042813/2012 10/11/2012 22/08/2013SANCHEZ CARLOS

MIGUEL M 52085**(*) A043889/2012 19/11/2012 22/08/2013梁惠玲

LEONG WAI LENG F 51912**(*) A043897/2012 20/11/2012 22/08/2013梁啓康

LEONG KAI HONG M 12333**(*) A043809/2012 22/11/2012 22/08/2013趙志豪

CHIO CHI HOU M 51401**(*) A043813/2012 24/11/2012 22/08/2013阮小龍

UN SIO LONG M 52070**(*) A043337/2012 24/11/2012 22/08/2013雷路敏

LOI LOU MAN M 13064**(*) A043733/2012 26/11/2012 22/08/2013

何永生 HO WENG SANG M 51442**(*) A043675/2012 28/11/2012 22/08/2013

容燕舞 IONG IN MOU F 73647**(*) A043782/2012 28/11/2012 22/08/2013

黃家健 WONG KA KIN M 13297**(*) A043793/2012 29/11/2012 22/08/2013

歐陽廣恩 AO IEONG KUONG IAN M 74110**(*) A043029/2012 05/12/2012 22/08/2013

陳天賜 CHAN TIN CHI M 51020**(*) A042635/2012 10/12/2012 22/08/2013

梅立明 MUI LAP MENG M 12712**(*) A044752/2012 10/12/2012 22/08/2013

蔣華杰 CHEONG WA KIT M 13897**(*) A044267/2012 27/12/2012 22/08/2013

蔣芷晴 CHEONG CHI CHENG F 12982**(*) A047103/2013 03/01/2013 22/08/2013

潘善恆 PUN SIN HANG M 12629**(*) A047111/2013 05/01/2013 22/08/2013

冼業康 SIN IP HONG M 73445**(*) A048558/2013 13/01/2013 22/08/2013

朱建文 CHU KIN MAN M 13016**(*) A048820/2013 15/01/2013 22/08/2013

梁啟邦 LEONG KAI PONG M 12591**(*) A048836/2013 16/01/2013 22/08/2013

許玉萱 HOI IOK HUN F 12881**(*) A048432/2013 17/01/2013 22/08/2013

梁啟廸 LEONG KAI TEK M 12480**(*) A047123/2013 18/01/2013 22/08/2013

李天賜 LEI TIN CHI M 51688**(*) A047639/2013 22/01/2013 22/08/2013

黃志權 WONG CHI KUN M 13643**(*) A049136/2013 24/01/2013 22/08/2013

馬暢斌 MA CHEONG PAN M 51630**(*) A048826/2013 26/01/2013 22/08/2013

呂穎琪 LOI WENG KEI F 12376**(*) A049176/2013 27/01/2013 22/08/2013

温潔儀 WAN KIT I F 12187**(*) A049208/2013 30/01/2013 22/08/2013伍浩堅

NG HOU KIN M 12540**(*) A049223/2013 01/02/2013 22/08/2013梁天慈

LEONG TIN CHI M 12359**(*) A044524/2013 01/02/2013 22/08/2013黃維維

WONG WAI WAI M 12264**(*) A049240/2013 02/02/2013 22/08/2013彭志峰

PANG CHI FUNG M 13566**(*) A049235/2013 13/02/2013 22/08/2013羅智雄

LO CHI HONG M 51704**(*) A050062/2013 16/03/2013 22/10/2013陳稀彤

CHAN HEI TONG F 13141**(*) A051308/2013 20/03/2013 22/10/2013關俊東

KUAN CHON TONG M 13351**(*) 2-000034AD/2013 22/03/2013 22/10/2013李嘉雯

LI KA MAN F 51787**(*) A050940/2013 27/03/2013 22/10/2013陳家驊

CHAN KA WA M 52084**(*) A049773/2013 03/04/2013 15/10/2013鍾定國

CHONG TENG KUOK M 13273**(*) A050913/2013 03/04/2013 22/10/2013

曾群英 ZENG QUN YING F 14506**(*) A051304/2013 11/04/2013 15/10/2013

馮倩盈 FONG SIN IENG F 12300**(*) A051529/2013 14/04/2013 15/10/2013

何燕芯 HO IN SAM F 73541**(*) A051534/2013 23/04/2013 15/10/2013

馮敏麗FONG MAN LAI F 51376**(*) A051957/2013 28/04/2013 15/10/2013

冼家樂 SIN KA LOK M 12988**(*) A052069/2013 06/05/2013 15/10/2013

尹年新 WAN NIN SAN M 74010**(*) A052962/2013 23/05/2013 30/07/2013

王碧嬌 WONG PEK KIO F 73643**(*) A025180/2011 04/11/2011 14/05/2012

彭金城 PANG KAM SENG M 74233**(*) A043014/2012 16/11/2012 22/08/2013

許建好 HOI KIN HOU F 74327**(*) A048332/2013 30/01/2013 09/07/2013

許建好 HOI KIN HOU F 74327**(*) A047338/2013 05/02/2013 09/07/2013

王傑輝 WONG KIT FAI M 73549**(*) A042910/2012 24/10/2012 22/08/2013

李太勤 LEE TAI KAN M 51900**(*) A044286/2012 04/12/2012 22/08/2013

蘇文強 SOU MAN KEONG M 74187**(*) A039311/2012 15/07/2012 04/02/2013

李俊文 LEI CHON MAN M 51899**(*) A051984/2013 04/05/2013 15/10/2013

李啓隆 LEI KAI LONG M 12526**(*) A048967/2013 28/01/2013 22/08/2013

鄭仕良 M 74261**(*) A021454/2012 24/09/2012 22/08/2013

Tabela II

Tabela IV

Tabela VI

Tabela V

Tabela III

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA

“Obra de Passeio entre Jardim do Lago e Vivendas do Carmo na Taipa”1. Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.2. Modalidade de concurso: Concurso Público.3. Local de execução da obra: Talude junto à Estrada Padre Estevão Eusébio Situ e Estrada Governador Nobre de Carvalho na Taipa.4. Objecto da Empreitada: Construção de passeio e elevadores e passagem superior para peões entre Jardim do Lago e Vivendas do

Carmo na Taipa.5. Prazo máximo de execução: 670 dias (seiscentos e setenta dias).6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do Acto Público do Concurso,

prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por Série de Preços. 8. Caução provisória: $1 400 000,00 (um milhão e quatrocentas mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia

bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais.9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos

pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).10. Preço Base: não há.11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como

as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, R/C, Macau;Dia e hora limite: dia 8 de Abril de 2014 (terça-feira), até às 12:00 horas.Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

13. Local, dia e hora do acto público:Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 17º andar, Macau;Dia e hora: dia 9 de Abril de 2014 (quarta-feira), pelas 9:30 horas.Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas mencionada de acordo com o número 12 ou em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora estabelecida para o acto público de abertura das propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local: Departamento de Infraestruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau;Hora: horário de expediente (Das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas)Na Secção de Contabilidade da DSSOPT, poderão ser solicitadas cópias do processo de concurso ao preço de $1 800,00 (Mil e oitocentas patacas).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:- Preço razoável 60%;- Plano de trabalhos 10%;- Experiência e qualidade em obras 18%;- Integridade e honestidade 12%.

16. Junção de esclarecimentos:Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Infraestruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau, a partir de 21 de Março de 2014 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Macau, aos 06 de Março de 2014.O Director dos Serviços Jaime Roberto Carion

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16 DESPORTO hoje macau quarta-feira 12.3.2014

Villas-Boas é hipótese para treinar o ZenitAndré Villas-Boas poderá ser o próximo treinador do Zenit de São Petersburgo. Segundo o jornal Record, já existem contactos entre o treinador português e o clube russo que ontem despediu Luciano Spalletti. O italiano não resistiu à onda de maus resultados, no último fim de semana perdeu a liderança do campeonato depois de empatar com o Tom Tomsk. Caso se confirme a contratação, o Zenit será a quinta equipa treinada por André Villas-Boas que em Dezembro foi despedido do Tottenham. No Zenit jogam Hulk, que já foi treinado por Villas-Boas no FC Porto, os portugueses Luís Neto e Danny e o ex-benfiquista Witsel. A Bola e o Jogo escrevem, citando a imprensa russa, que quem deverá suceder a Spalletti é o antigo médio do Zenit, Semak.

Fonte “desiludido” por não chegar à SelecçãoConsiderado um dos melhores defesas-centrais da Premier League, José Fonte mostra-se desiludido por não entrar nas opções de Paulo Bento para a Selecção Nacional. “Tenho feito uma época boa mas não quero comentar as opções do treinador. Magoado? Não, estou um pouco desiludido. Se não estivesse desiludido não tinha ambição. Tenho o sonho de ser internacional A, tenho trabalhado muito e está a ser uma das melhores épocas da minha carreira. Felizmente, tenho tido o reconhecimento em Inglaterra. Acredito no meu valor e vou continuar a trabalhar, porque nunca desistirei de representar a minha Selecção e de um dia lá chegar”, disse o jogador do Southampton em declarações à Antena 1.

Yannick Djaló cedidoa clube norte-americanoYannick Djaló vai jogar no San José Earthquakes, clube da Major League Soccer, cedido pelo Benfica. O empréstimo é válido até Dezembro de 2014. Vinculado ao clube da Luz desde Janeiro de 2012, Yannick ainda não foi opção para Jorge Jesus esta temporada, sendo que também não jogou qualquer minuto pela equipa B. Na temporada passada o avançado de 27 anos esteve no Toulouse, de França, também cedido pelo Benfica. “Estamos entusiasmados por trazer um jogador deste calibre e com a sua habilidade”, disse o treinador John Doyle.

E NQUANTO se aguarda por um estudo do Auto-móvel Clube de Portugal (ACP) sobre a viabilidade

do regresso do Rali de Portugal ao Norte do país já a partir do próximo ano, a edição de 2014 do maior evento do desporto moto-rizado realizada em solo nacional vai manter-se, pelo décimo ano consecutivo, nas estradas de terra do Baixo Alentejo e Algarve. A prova, referente à quarta jornada do Mundial (WRC), irá disputar--se entre 3 e 6 de Abril próximos e terá um figurino semelhante a anos anteriores. Em 2013, o impacto directo na economia da região sul foi superior a 54 milhões de euros. “A estes valores juntam-se ainda a exposição nas diversas cadeias de televisão a nível mundial que permitiu elevar para perto de 102 milhões de euros o impacto eco-nómico total do Rali”, salientou Pedro Almeida, director do rali, esta segunda-feira, em Lisboa, durante a apresentação oficial da prova, reforçando que este é

o acontecimento desportivo em Portugal com maior retorno eco-nómico desde o Euro 2004. Dados que são igualmente confirmados pelo Centro Internacional de In-vestigação em Território e Turismo da Universidade do Algarve, num estudo divulgado em Dezembro do ano passado.

Sobre a edição de 2015 e a possibilidade de a prova se trans-ferir para o Norte, Pedro Almeida não quis adiantar ainda muitos pormenores, mas não rejeitou a hipótese. “Para já, existem cons-trangimentos de diversa ordem, nomeadamente financeiros”, justi-ficou, admitindo que o orçamento da prova teria de ser reforçado nessa eventualidade, o que impli-caria um forte empenho por parte das autarquias locais.

Por enquanto, os adeptos do desporto motorizado nortenhos terão de contentar-se com mais um aperitivo. Pelo terceiro ano consecutivo, o prólogo do Rali de Portugal irá realizar-se nos últimos seis quilómetros do clássico troço

Fafe-Lameirinha, no sábado, dia 29 de Março.

POR LISBOA...Nesta edição de 2014, a primeira especial (troço cronometrado) volta a realizar-se em Lisboa, mas a partida oficial irá decorrer nos jardins do Casino do Estoril (3 de Abril, 15h), algo que já não acontecia há 39 anos. Segue-se uma ligação de 20km pela Avenida Marginal até à Praça do Império, nos Jerónimos, que será palco dos primeiros 3,27km da corrida portuguesa.

Os restantes três dias de prova serão muito semelhantes às edições anteriores, com apenas algumas alterações pontuais. Na terra batida do Baixo Alentejo e Algarve serão disputados 15 troços cronometrados, num total de 336km.

O segundo dia de prova (4 de Abril) será composto por duas passagens pelos troços de Silves (21,5km: 10h06 e 15h51), Ourique (25,4km: 11h06 e 15h51) e Almo-dôvar (26,48km: 11h49 e 16h34),

repetindo-se a dose dupla no dia seguinte, agora nos troços de Santa Clara (19,09km: 9h55 e 15h), Santa-na da Serra (31,9km: 10h50 e 15h55) e Malhão (22,15km: 12h e 17h05).

Já o último dia do rali, no do-mingo (6 de Abril), terá um novo formato, que conta com uma dupla passagem por uma versão mais curta do troço de Loulé (13,81km: 8h50 e 11h05) e uma incursão por São Brás de Alportel (16,21km: 9h45).

Com um orçamento entre os 2,5 e os três milhões de euros, o Rali de Portugal não conta este ano com o apoio do Instituto do Desporto de Portugal (IDP), conforme confirmou o presidente do organismo, Augusto Baganha, presente na cerimónia de apresen-tação, nas instalações do ACP. “O IDP vive um momento de grande dificuldade e não temos disponi-bilidade financeira para apoiar o evento este ano”, justificou, antes de sublinhar que a prova contará, mesmo assim, com apoios do Estado, através do patrocínio do Turismo de Portugal.

RALI DE PORTUGAL TRAZ LUFADA DE AR FRESCO À ECONOMIA PORTUGUESA

Impacto de 54 milhões de euros

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hoje macau quarta-feira 12.3.2014 FUTILIDADES 17

TEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 16 MAX 21 HUM 80-98% • EURO 11.0 BAHT 0.2 YUAN 1.3

Pu YiPOR MIM FALO

É Carnavale toda a gente leva a mal

QUEM NÃO QUERIA UMA ADVOGADA COMO ALEJANDRA MAGLIETTI?

Alejandra Maglietti deu o salto para a fama depois de um anúncio de Doritos em 2004. A beleza e sensualidade mostrada numa câmara de televisão foi o impulso imediato para uma evolução em várias áreas. Modelo, apresentadora e advogada, a argentina de 27 anos atravessa um dos melhores momentos de forma como provam alguns dos seus ensaios mais recentes. Alejandra, que continua a exercer advocacia, a avaliar pela beleza, não deverá perder muitos processos em que entra...

João Corvofonte da inveja

Eu sei que já lá vai o dia da mulher, mas só agora consegui respirar fundo para escrever sobre o fantástico Carnaval das Mulheres preparado pela Comissão das Mulheres de Macau. Isto, porque se tivesse escrito antes, provavelmente saía asneira, ia ser rude, mal interpretado... agora, que já posso dizer que estou calmo e relaxado a escrever, questiono: mas em que século estamos? O cardápio era maravilhoso: aprender a fazer sopas, aprender a arranjar os cachecóis, aprender a ter maneiras à mesa (?). Vamos por partes. Eu sei, eu sei, sou gato e nada percebo de mulheres. Muito menos da forma como a cultura chinesa olha para as mulheres. Amigos, não me venham com essa. Hoje em dia, em pleno ano 2014, as mulheres de Macau – as jovens, as licenciadas, as que trabalham – não querem aprender a fazer sopa ou – imagine-se o descalabro – a ter “maneiras à mesa”. As mulheres já não são como eram há 50 anos atrás e ainda que haja mais de 80% que só pensa em casar e ter filhos, uns workshops sobre o papel da mulher na sociedade seriam bem mais interessantes. Sei lá. “O papel da mulher na sociedade moderna”, “a intervenção da mulher na política”... até aprender inglês! Eu tenho uma lista infindável que, provavelmente, iria interessar bem mais às mulheres de Macau, que, com certeza, já sabem fazer sopa e amarrar nós de cachecóis. Pensar que somos representados – ou elas, as mulheres – por estas senhoras da Comissão, que não têm nada a dizer sobre violência doméstica, mas querem ensinar as senhoras a ter maneirinhas à mesa, é triste. É degradante e vergonhoso. Como é que querem elevar Macau ao estatuto internacional se a forma de pensar ainda está no século 19? Assim não vamos lá... mas lá que Macau fará umas boas sopas, lá isso, sem dúvida.

Avioneta apanha pára-quedista em voo e ambos caem• Fotos registadas mostram o impacto registado entre uma avioneta e um pára-quedista, 20 metros acima do solo no aeródromo de Mulberry, em Tampa, no estado norte-americano da Flórida. Shannon Trembley, de 87 anos de idade, estava a praticar aterragens, aos comandos de uma pequena aeronave. Ao terceiro exercício, colidiu com as linhas de um pára-quedas que estava prestes a chegar ao solo. Após o embate, quer a avioneta, quer o pára-quedista caíram. Se este último escapou ao acidente com ferimentos ligeiros, já o piloto da aeronave continua internado.

Sobrevive a comer moscas durante mais de 15 dias• Daniel Dudzisz, um turista alemão de 26 anos, perdeu-se na Austrália, em Longbeach, Queensland, durante uma caminhada de 90 quilómetros. Estava perdido desde 17 de Fevereiro e poucos acreditavam que estivesse vivo. Durante mais de 15 dias, alimentou-se de moscas. “Ele disse, a brincar, que jamais poderia morrer à fome, no interior da Austrália, já que aquele local tem muitas moscas, que são ricas em proteínas. E essa foi a sua salvação”, revelou Mark Henderson, inspector de polícia, em declarações ao canal televisivo ABC.

Zurra, amigo, zurra, que o teu zurrar tem graça.

SALA 1300: RISE OF AN EMPIRE [C]Um filme de: Noam MurroCom: Sullivan Stapleton, Eva Green, Lena Headey14.30, 16.30, 21.30

300: RISE OF AN EMPIRE [3D] [C]Um filme de: Noam MurroCom: Sullivan Stapleton, Eva Green, Lena Headey19.30

SALA 2 LONE SURVIVOR [C]Um filme de: Peter BergCom: Mark Wahlberg, Taylor Kitsch, 14.30, 21.30

MR. PEABODY & SHERMAN [A](FALADO EM CANTONÊS)

Um filme de: Rob Minkoff16.45, 19.30

SALA 3MR. PEABODY & SHERMAN [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Rob Minkoff14.30

POMPEII [C]Um filme de: Paul W. S. AndersonCom: Kit harington, Emily Browning, Kiefer Sutherland16.30, 21.30

12 YEARS A SLAVE [C]Um filme de: Steve McQueenCom: Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor19.00

300: RISE OF AN EMPIRE

C I N E M ACineteatro

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hoje macau quarta-feira 12.3.201418 publicidade

Objecto:Prestação dos Serviços de Vigilância e Segurança das Instalações e dos Equipamentos da Responsabilidade do Instituto Politécnico de Macau, pelo período de trinta e seis meses, contados desde 01 de Julho de 2014 a 30 de Junho de 2017, com os seguintes locais: (1) Sede do Instituto Politécnico de Macau (Rua de Luís Gonzaga Gomes e na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues); (2) Campus no Edifício Hotline, 19º andar); (3) Campus no Edifício de Companhia de Electricidade de Macau (Estrada D. Maria II, Edifício de CEM 7.º e 8.º andares); (4) Campus no Edifício Magnificient Court (Rua de Berlim, Edifício Magnificient Court, Bloco 3, 2.ºandar); (5) Campus no Edifício Industrial Ocean (Rua de Pescadores, n.º 230, Edifício Ocean Industrial, Bloco 2, 5.º andar, fracção A); (6) Campus no King Light Garden (Rua de Chiu Chau, n.º 48-52, Edifício King Light Garden, r/c e 1.º andar, Taipa, Macau).

Prazo de validade das propostas do concurso:As propostas do concurso são válidas até 90 dias contados da data de abertura das mesmas.

Explicação do Programa do ConcursoHora e Data: 17 de Março de 2014, pelas 10H00.Local: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luis Gonzaga Gomes.

Limite da Apresentação das propostas do concurso:Hora e Data: 31 de Março de 2014, antes das 17H45.Local: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico

de Macau, sita na Rua de Luis Gonzaga Gomes.

Abertura das Propostas do Concurso:Local: Anfiteatro III, 1.º andar do Edifício Wui Chi do Instituto

Politécnico de Macau, sita na Avenida de Dr. Rodrigo Rodrigues/ Rua de Luis Gonzaga Gomes.

Data: 1 de Abril de 2014.Hora: 10H00

Caução Provisória:Devem os concorrentes prestar uma caução provisória, no valor de $562 000,00 (quinhentas e sessenta e duas mil patacas), mediante depósito no Serviço de Contabilidade e Tesouraria do Instituto Politécnico de Macau, ou mediante garantia bancária.

A avaliação das propostas do concurso será feita de acordo com os seguintes critérios:- Preço Razoável (60%)- Qualidade do Serviço (40%):- Curriculum Vitae, envergadura do concorrente,

objectivos e padrão dos serviços de vigilância e segurança; regulamentos de gestão, incluindo o processo de trabalho, o mecanismo de casos de urgência, o mapa de organização pessoal, condições de nomeação pessoal, distribuição, gestão dos ordenados e projectos formativos (15%);

- Propostas favoráveis aos serviços de vigilância e segurança do Instituto Politécncio de Macau (5%);

- Desempenho anterior dos semelhantes serviços ou em outras instituições, é necessário entregar a lista dos clientes do ano 2012 a presente, e os certificados passado pelos clientes sobre a qualidade dos serviços prestados (5%);

- Equipamentos e materiais para vigilância no Instituto Politécnico de Macau, e que deverá incluir catálogos elucidativos das características dos equipamentos a utilizar (5%);

- Limite máximo de idade dos guardas (5%);- Esclarecimentos na reunião (as questões profissionais

levantadas por IPM sobre a prestação do serviço) (5%).

Consulta e Aquisição do “Programa do Concurso” e do “Caderno de Encargos”:O Programa do Concurso e o Caderno de Encargos podem ser consultados e adquiridos na Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luis Gonzaga Gomes, mediante o pagamento de MOP$100,00 (cem patacas).Horário: de 2ª feira a 5ª feira das 09H00 às 13H00 e das 14H30

às 17H45. 6ª feira das 9H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H30. Informações:8599 6140, 8599 6153 ou 8599 6404.

Macau, aos 7 de Março de 2014.A Presidente em Exercício, Yin Lei

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA

«EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE SERVIÇOS DA ADMINISTRAÇÃO DO EDIFÍCIO DO LAGO DA TAIPA»

1. Entidade que põe a obra a concurso: Instituto de Habitação.

2. Modalidade de concurso: concurso público.

3. Local de execução da obra: 1.º andar da zona B do Edifício do Lago da Taipa.

4. Objecto da Empreitada: Construção do Centro de Serviços de Administração de Edifícios do Instituto de Habitação.

5. Prazo máximo de execução: 150 (cento e cinquenta) dias.

6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso.

7. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços.

8. Caução provisória: $400 000,00 (quatrocentas mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovados nos termos legais.

9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).

10. Preço base: não há.

11. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso tenham requerido a sua renovação.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:

Local: sede do IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau;

Dia e hora limite: 3 de Abril de 2014, quinta-feira, até às 17,00 horas.

13. Local, dia e hora do acto público:

Local: sede do IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, sala de reunião;

Dia e hora: 4 de Abril de 2014, sexta-feira, pelas 9,30 horas.

Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:

Local: sede do IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau;

Hora: horário de expediente;

Preço: $500,00 (quinhentas patacas).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:

- Preço razoável 60%;- Plano de trabalhos 10%;- Experiência e qualidade em obras 18%;- Integridade e honestidade 12%;

16. Junção de esclarecimentos:

Os concorrentes poderão comparecer na sede do IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, a partir de 12 de Março de 2014 ( inclusive) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Instituto de Habitação, aos 3 de Março de 2014.

A Presidente, Substituta,

Kuoc Vai Han

Prestação dos Serviços de Vigilância e Segurança(sede e escolas/centros fora do campo do IPM)

CONCURSO PÚBLICO N.º 02/DOA/2014

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

hoje macau quarta-feira 12.3.2014 19OPINIÃO

Meu querido, meu velho, meu amigoSua vida cheia de histórias, e essas rugas marcadas pelo tempo. Lembranças de antigas vitórias ou lágrimas choradasao vento...

Do poema de Angelita Furtado, “Meu velho, meu caro, meu amigo”,

imortalizado na voz de Roberto Carlos

D ESDE há muito, ou seja desde que me apercebi melhor de que os anos passam muito depressa, que reivindico para mim, quando lá chegar, e já não falta muito, o tratamento de velho e rejeito os pie-dosos termos “idoso” e “sénior”. Por isso li com

agrado (e recomendo que quem não leu vá ler) o artigo de Sara Figueiredo Costa, “Um ancião nas correntes d’escritas” publi-cado no Ponto Final do passado dia 10, o qual motivou o tema desta minha crónica.

Sim, velho é o indivíduo de idade avançada, aquele que teve a felicidade de lá chegar, o ancião, aquele que teve tempo de aprender com os erros próprios e alheios. Aquele que, em tempos idos, era merecedor de respeito e que, com uma vida profissional longa, transmitia os seus conhecimentos da arte aos mais novos que

Afinal, aquelas são ideologias velhas, mais velhas do que o velho Estado Novo, e os seus protagonistas meros trapos humanos, travestidos de modernaços, que é preciso erradicar, se queremos edificar um futuro melhor

Coisas velhas

a pal içadaCORREIA MARQUES

nela se iniciavam. Isto nos velhos tempos em que as galinhas tinham dentes e não se assentava praça em general!

Velho é aquele que foi forçado a descon-tar a vida inteira para a reforma, confiante em que o Estado era uma pessoa de bem, e que agora se vê enganado, esbulhado e excomungado, sem forças para reagir.

Velho, esse teimoso pária da sociedade que tarda em morrer e suga os dinheiros públicos destinados a socorrer os pobres dos banqueiros e os comensais das manje-doiras públicas.

Que sociedade esta? Que mais ainda nos espera? Que povo este que se agacha e se acomoda, indiferente?

Não, perante tanto sofrimento, “diante do que sinto.../olhando seus cabelos tão bonitos/ beijo suas mãos e digo/meu querido, meu velho, meu amigo”.

Afinal, aquelas são ideologias velhas, mais velhas do que o velho Estado Novo, e os seus protagonistas meros trapos humanos, travestidos de modernaços, que é preciso erradicar, se queremos edificar um futuro melhor. Por isso termino com o que escrevi em 1972, no recato do Jardim da Sereia dessa minha velha Coimbra que me ensinou a olhar com curiosidade e sem resignação para as coisas da vida e do Mundo, com o título “sociedade de consumo”, o qual, infelizmente, se revela bem atual.

“Os homens já vão à Lua, e nisso gastam milhões, enquanto grassa a fome na Terra. Senhores de casaca, de chapéu de coco e de galões exibem-se na rua, no mar e no ar, em seus helicópteros, iates e carrões. Os mesmos que, incomodados e apressados, cerram os vidros do carro quando, no meio de um engarrafamento, se aproxima um pedinte que estende a mão à caridade.

Bailes de gala e exposições caninas de famílias elegantes, bem vestidos todos, não sei se melhor os cães se as ‘beldades’ que os mostram por pretexto e se exibem por luxúria. Cães que comem carne e biscoitos, talvez mesmo tomem fortificantes e suple-mentos alimentares, enquanto, no outro lado da cidade, há fome. Caprichos e requintes de uma sociedade desigual.

Tu, emigrante, aí no exílio, que labutas em trabalhos duros que os naturais se recu-sam a fazer, nunca baixes a cerviz, nunca te envergonhes de dizer sou português.

E, quando um dia for pronunciada em nossa Pátria a palavra proibida, então meu amigo é hora de regressar, vir ajudar, para que a palavra liberdade não seja mais uma saudade”.

Este artigo é escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

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hoje macau quarta-feira 12.3.2014

Macau Melinda Chan exige calendário para novo regime de previdência central A deputada Melinda Chan entregou uma interpelação escrita ao Governo onde acusa o Chefe do Executivo de não ter realizado aquilo que prometeu nas Linhas de Acção Governativa (LAG), relativamente à criação de um duplo regime de contribuições para o Fundo de Segurança Social (FSS), não vendo, para já, a criação de nenhum mecanismo de longo prazo. A deputada questiona qual será o calendário para criar a legislação para o novo regime de previdência central. Melinda Chan deseja ainda que o Executivo explique o processo de estudo conjunto de subsídios para idosos e pensões já mencionado por Chui Sai On. A deputada quer ainda saber porque é que o valor das pensões não está ligado ao índice mínimo de sobrevivência.

Macau Au Kam San pede restrições a animais agressivosO deputado da Assembleia Legislativa (AL) e membro da Associação Novo Macau (ANM) entregou uma interpelação escrita ao Governo em que pede mais restrições para a criação de animais agressivos, sugerindo que seja adoptada a legislação de Hong Kong como referência. Para o deputado, a criação e existência destes animais deveria ser regulamentada ou mesmo proibida. Depois do segundo chumbo ao projecto de lei de José Pereira Coutinho sobre os direitos dos animais, Au Kam San quer saber qual o calendário para a apresentação da proposta de lei dos animais por parte do Governo.

Macau Associaçãode Designers promove seminárioA Associação de Designers de Macau promove, no próximo dia 15 de Março, pelas 15h, um Seminário no Centro de Aprendizagem Contínua, com vista à participação de estudantes e jovens designers locais no Projecto de Desenvolvimento de Talentos, integrado na “Semana de Design de Pequim” que decorre até fim de Junho na capital chinesa. O seminário contará com a presença de Cheong Kuok Wai, galardoado pela New York Graphic Design Annual e Leong Chi Hang, que conquistou o segundo lugar na 12th Bienal Internacional de Posters, no México. A entrada no seminário é livre.

Retrospectivade Manuel Vicentena Casa GardenA exposição “Manuel Vicente, trama e emoção” vai estar patente entre 19 de Março e 11 de Maio, na Casa Garden com entrada livre. Organizada pela Atalho – Laboratório de Arquitectura e Urbanismo, a mostra chega a Macau com o apoio da Casa de Portugal e da Fundação Oriente. Desenhos originais, maquetas e painéis fazem parte dos trabalhos expostos. A retrospectiva das obras do arquitecto português compreende o período de 1961 a 2011.

Crimeia Parlamento aprovou declaraçãode independênciada UcrâniaO Parlamento regional da Crimeia aprovou esta terça-feira a declaração de independência da Ucrânia, e reiterou a intenção de a Crimeia passar a fazer parte da Federação russa. “A Crimeia, como Estado independente, vai dirigir-se à Federação russa depois da realização do referendo para propor a integração na Rússia na qualidade de Estado Federado”, explicou um porta-voz do Parlamento regional. A aprovação desta declaração de independência pretende legitimar o referendo de dia 16 e assim não violar as regras do direito internacional, estabelecidas pela ONU. Esta resolução aprovada por 78 dos 100 deputados, já foi contestada por Yurii Klymenko, embaixador permanente da Ucrânia nas Nações Unidas em Genebra, que a classificou como “ilegítima”. O referendo de dia 16 vai perguntar aos habitantes se: “Está a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia como sujeito da Federação russa?” ou “Está a favor do regresso à Constituição da Crimeia de 1992 e do estatuto da Crimeia como parte de Ucrânia?”

Portugal INEconfirma recessãofinal de 1,4% em 2013O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta terça-feira que a recessão em 2013 foi de 1,4% do PIB. Calcula também que o crescimento no quarto trimestre do ano passado foi ligeiramente mais alto que o estimado. De acordo com o INE, o crescimento verificado em Outubro, Novembro e Dezembro de 2013 terá sido de 0,6% quando comparado com o trimestre anterior; em Fevereiro, a estimativa era que o PIB deste trimestre tivesse crescido 0,5%. É revisto também em alta em uma décima o crescimento homólogo: comparado com o último trimestre de 2012, diz que o PIB terá crescido 1,7% e não 1,6%.

cartoon por Stephff MARCARTERRITÓRIO

O parlamento regional da Galiza aprovou ontem, com o apoio de todos

os grupos políticos, uma lei que ampliará o ensino do português na Galiza, capitalizando na “vantagem competitiva” da pro-ximidade a este bloco linguístico.

A lei prevê a “incorporação progressiva” do português no sis-tema educativo da Galiza - onde já é ensinado a milhares de alunos - como disciplina opcional.

O projecto nasceu de uma ini-ciativa legislativa popular, com o nome Valentín Paz-Andrade e chegou ao parlamento regional com mais de 17 mil assinaturas.

Entre os elementos da lei es-tão, além do ensino do português na Galiza, a colaboração com o norte de Portugal, seguindo a agenda europeia, favorecer o intercâmbio recíproco das emis-sões de radiotelevisões dos dois territórios e mais programas de reformo dos vínculos linguísticos e culturais.

Jóam Evans Pim, da comissão promotora da Iniciativa Legisla-tiva Popular (ILP) “Valentín Paz--Andrade”, explicou à Lusa que com a aprovação da legislação mais galegos vão aprender por-tuguês no próximo ano lectivo.

PROCESSO A SEU TEMPOEmbora admitindo que o processo de “aplicação prática” dos diver-sos pontos desta legislação ainda “demorará tempo”, Jóam Evans Pim disse à Lusa que “é possível” que a parte referente ao ensino da língua “possa ser desenvolvida através de um decreto para que já

no próximo ano escolar (2014-15) o português esteja presente num maior número de estabelecimen-tos educativos”.

A aplicação de algumas das propostas sobre a presença de conteúdos em português na televisão galega, apontou, po-derá acontecer igualmente “em breve”. “Do mundo empresarial também há muito interesse em que esta lei tenha impacto na internacionalização e abertura da economia galega para o mundo lusófono. Já várias câmaras de comércio começaram a oferecer cursos de português orientados na linguagem empresarial”, su-blinhou Jóam Evans Pim.

Trata-se de uma proposta de lei subscrita por mais de 17.000 pessoas e aprovada no parlamento da Galiza, na generalidade, em Maio de 2013. O documento foi entretanto alvo de várias alterações ao texto original, após negociação com os cinco agrupamentos políticos.

O texto submetido a votação define, no primeiro artigo, que os “poderes públicos galegos promoverão o conhecimento da língua portuguesa e das culturas lusófonas” para potenciar os laços “históricos” comuns e face ao contexto “estratégico” da euro--região formada entre Galiza e Norte de Portugal e as suas rela-ções económico-sociais.

MAIS COMPETÊNCIASCom esta legislação, aquele governo regional “incorpora-rá progressivamente” - artigo segundo - a “aprendizagem da

língua portuguesa no âmbito das competências em línguas estran-geiras nos centros de ensino” da Galiza, devendo ainda promover - artigo terceiro - “relações a todos os níveis” com os países de língua oficial portuguesa e fomentar o “conhecimento” do português “entre os funcionários públicos”.

No artigo quarto, o governo é instado a “favorecer e permitir” a reciprocidade das emissões televisivas e radiofónicas “entre a Comunidade Autónoma de Ga-liza e a República de Portugal”, com a qual “partilha património linguístico”. Além disso, a em-presa pública de rádio e televisão da Galiza deverá promover “in-tercâmbios” na produção audio-visual e cooperação em projectos comuns com televisões de língua portuguesa.

Por último, o artigo quinto estabelece que o Governo regio-nal promoverá uma informação periódica e “pormenorizada” ao parlamento sobre a aplicação desta legislação, acções levadas a cabo e previsão de outras a realizar.

No preâmbulo da proposta de lei é vincado que o português, “nascido na velha Galiza”, é um “idioma de trabalho” em vinte organizações internacionais e lín-gua oficial em nove países, além do território de Macau, na China.

Reconhece ainda a necessi-dade de “fomentar o ensino e a aprendizagem do português” para que empresas e instituições galegas “aproveitem” a vanta-gem linguística daquela região face à “importância mundial” do idioma.

LÍNGUA PORTUGUESA PARLAMENTO APROVOU ONTEM LEI

Português ampliado na Galiza