hoje macau 14 fev 2014 #3030

20
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 SEXTA-FEIRA 14 DE FEVEREIRO DE 2014 ANO XIII Nº 3030 PUB Quem o diz é José Chui Sai Peng, número dois do Conselho de Indústrias Culturais. O também deputado acredita que, apesar de ainda não terem sido revelados os re- sultados de diversos estudos sobre o futuro quadro político das indústrias crulturais e criativas, tudo aponta que no segundo semestre, o fundo de apoio ao sector co- meçará a funcionar. PÁGINA 5 INDÚSTRIAS CULTURAIS Apoio financeiro chegará no segundo semestre ANTÓNIO FALCÃO hojemacau ENTREVISTA PÁGINAS 2 E 3 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB Secretários ao ralenti NEM “AO MEN”, NEM “OU MUN” Macau Consciência quer apenas o uso da palavra Macau POLÍTICA PÁGINA 4 LURDES ESCALEIRA APRESENTA LIVRO NO INSTITUTO POLITÉCNICO Um manual para combater a falta de tradutores ENSINO DA TRADUÇÃO ÚLTIMA A acusação parte da deputada Melinda Chan que crítica a falta de agressividade e rapidez no desenvolvimento de projectos públicos

Upload: jornal-hoje-macau

Post on 09-Mar-2016

250 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

Edição do jornal Hoje Macau N.º3030 de 14 de Fevereiro de 2014.

TRANSCRIPT

Page 1: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 S E X TA - F E I R A 1 4 D E F E V E R E I R O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 0 3 0

PUB

Quem o diz é José Chui Sai Peng, número dois do Conselho de Indústrias Culturais. O também deputado acredita que, apesar de ainda não terem sido revelados os re-sultados de diversos estudos sobre o futuro quadro político das indústrias crulturais e criativas, tudo aponta que no segundo semestre, o fundo de apoio ao sector co-meçará a funcionar. PÁGINA 5

INDÚSTRIAS CULTURAIS Apoio financeiro chegará no segundo semestre

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

hojemacauENTREVISTA

PÁGINAS 2 E 3

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

PUB

Secretáriosao ralenti

NEM “AO MEN”, NEM “OU MUN”

Macau Consciênciaquer apenas o usoda palavra Macau

POLÍTICA PÁGINA 4

LURDES ESCALEIRA APRESENTA LIVRO NO INSTITUTO POLITÉCNICO

Um manual para combater a falta de tradutores ENSINO DA TRADUÇÃO ÚLTIMA

A acusação parte da deputada Melinda Chanque crítica a falta de agressividade e rapidez

no desenvolvimento de projectos públicos

Page 2: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

2 hoje macau sexta-feira 14.2.2014ENTREVISTA

ANDREIA SOFIA [email protected]

O deputado Gabriel Tong disse esta semana que está a ser preparado um projecto de lei sobre a questão do arrenda-mento, juntamente com cinco deputados. Vai juntar-se à iniciativa? Primeiro que tudo ainda não tenho conhecimento disso, por-que ele (Gabriel Tong) não me disse nada. Tenho de verificar os jornais portugueses porque os jornais chineses não noticiaram nada.

Mas considera ser importan-te rever a legislação sobre o arrendamento?Este é de facto um problema para as Pequenas e Médias Empresas (PME) e para fazer negócios em Macau. As rendas e a mão-de-obra são os dois grandes problemas. Mas tendo em conta a expansão da econo-mia, é muito difícil controlar as rendas. Penso que o que é justo é levar as pessoas a fazer negócio. Há muitos turistas agora, mas estão focados em zonas como o Largo do Senado. O Governo tem de fazer mais para criar a di-versificação da economia, levar os turistas a outros locais, para que as áreas sejam de acesso pedonal. Este Ano Novo Chinês fui à Polónia e todas as zonas turísticas eram pedonais. Penso

MELINDA CHAN ACREDITA QUE CHUI SAI ON VAI SER REELEITO E CRITICA SECRETÁRIOS

“Deveriam ser agressivos e fazer as coisas mais depressa”A deputada Melinda Chan considera que o actual Chefe do Executivo se preocupa com as necessidades da população e que, por isso, deverá reunir apoios para um novo mandato. Em entrevista, Melinda Chan pede prioridade para a habitação e fala do atraso crónico no desenvolvimento de projectos públicos

que o Governo tem de se focar mais nisso. A ponte que vai ligar Macau, Zhuhai e Hong Kong vai ficar concluída em 2016, e se continuarmos a dizer que não precisamos de mais turistas, então podíamos dizer que não iríamos precisar dessa ponte (risos). Mas não é isso que deve ser feito. Nessa altura vão haver mais turistas, isso é uma certeza. Falando das rendas, com mais pessoas a chegar, é certo que vão aumentar.

Em 2016, vamos então ter um cenário pior. Sim. As rendas vão aumentar porque os negócios também vão aumentar. O que as pessoas me dizem é que os proprietários duplicam a renda, por isso é que se pede uma lei que impeça isso. Mas se se assinar um contrato de dois anos, o dono pode ter um novo arrendatário depois e é livre de fazer isso. Mas se houver um contrato que diga que num período entre dois a cinco anos, por exemplo, as rendas não podem aumentar, não se pode quebrar o acordo. Isto podia ser posto na lei.

O aumento das rendas daqui a dois, três anos vai significar a morte do comércio tradicional e das PME? Agora já estão a sofrer. O Gover-no não se deve focar apenas nas rendas, embora tenha de existir

Page 3: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

3 entrevistahoje macau sexta-feira 14.2.2014

Deve-se fomentar o sector cultural, criar distritos culturais, como o distrito 798 em Pequim. As pessoas foram viver para lá e no início as rendas eram muito baratas

um sistema saudável. Deve fazer uma gestão pública e implemen-tar um bom ambiente de negócio para estas PME. Depois tem de criar uma política. Estão sempre a dizer que os recursos humanos não são suficientes. Então tem de ser feita uma política específica para as PME, em vez de se focar apenas nas grandes empresas. Toda a gente sabe que os recur-sos humanos em Macau não são suficientes. Todos os dias temos de servir muitos turistas e temos de pôr na cabeça que vamos ter mais negócios, e por isso mais necessidade de mão-de-obra.

As políticas de importação de não residentes deveriam ser flexibilizadas?O Governo tem de analisar (a questão) globalmente, em todas as grandes e pequenas empre-sas, para saber quantos recursos humanos são necessários. Os residentes de Macau têm de melhorar as suas capacidades, melhorar o seu nível linguísti-co. Não há muitas pessoas que falem bem inglês ou português. Imagine-se que uma pessoa que não estudou português na escola, e quer agora tirar um curso, onde o pode tirar? Se não houver pro-fessores de português suficientes, então aí o Governo deveria fa-cilitar o processo de importação de mão-de-obra. Temos de olhar para cada área específica.

A questão dos não residentes tem sido muito debatida, e muitos dos seus colegas do hemiciclo dão a entender que eles roubam espaço e empregos aos residentes. Temos de olhar nesta perspecti-va: na altura da transição chega-ram mais empresas estrangeiras e não tínhamos recursos huma-nos suficientes para os cargos de topo, de gestão. Nessa altura muitas empresas contrataram. Mas passados 14 anos penso que as empresas deveriam dar oportunidades aos residentes de Macau, os que estão nos cargos de topo, para melhorarem as suas capacidades. As empresas deveriam dar oportunidades aos locais que acabam os seus cur-sos. O Governo deve encorajar as empresas a fazer isso. As em-presas podem ter as suas medi-das de formação, mas o Governo deve dizer-lhes para treinarem os locais. Os locais têm que ter oportunidade para evoluir.

“PESSOAS NÃO PEDEMSÓ ARROZ, MAS CARNE”

Ho Iat Seng (presidente da AL) disse que os deputados não têm conhecimentos jurídicos sufi-cientes, e que por isso não são apresentados tantos projectos de lei por iniciativa do hemici-clo. Qual o seu comentário?

Macau está a crescer demasia-do depressa, e muitos cidadãos estão a terminar os seus estudos universitários. Com os estudos e o acesso à internet, sabem tudo, o que se passa nos outros paí-ses. Claro que esperam que os deputados façam melhor. Porque nós temos de falar de todos os assuntos em nome das pessoas. As pessoas já não querem comer só arroz, mas também querem carne. Querem ter uma vida me-lhor. Claro que os nossos deputa-dos podem fazer melhor, mas, e falo por mim, nos últimos quatro anos, penso que de facto fiz algo pelos cidadãos. Quando não era deputada, ajudava pessoas com deficiência mental a terem um lugar para ficar, porque os pais envelhecem e têm medo de que os seus filhos não tenham apoio. Nessa altura falámos várias ve-zes com o Governo para termos um espaço, mas nunca consegui-mos. Só depois de me ter tornado deputada é que o Governo cedeu e prometeu ter um lugar para eles. Penso que este cargo pode de facto fazer algo pelas pessoas, temos muitas coisas para fazer.

Como é o seu dia-a-dia, en-quanto deputada?Venho para o escritório às nove da manhã e termino às seis da tarde. Encontro-me com pessoas que se queixam, e muitas vezes dirijo-me a associações cujos representantes não podem vir cá e oiço o que precisam. Recen-temente publicámos o Índice da

Felicidade sobre 2013, e vemos que o grupo de pessoas que ganham entre dez a vinte mil patacas não estão felizes, nomea-damente com a habitação. Temos de fazer muita coisa nesta área. Tenho de continuar a seguir o que fiz nos últimos quatro anos, mas penso que temos de nos focar mais na classe média. Já têm emprego, cursos superiores, cargos de gestão. Mas têm de melhorar as suas capacidades linguísticas. O Governo deveria ter uma política para melhorarem esse aspecto. Em segundo lugar, na área da habitação, é muito im-portante para este grupo de pes-soas, porque não podem comprar e não conseguem candidatar-se a uma casa económica. Então é este o trabalho que o Governo tem de fazer para ajudar as pes-soas a comprar uma casa.

Que outras áreas de actuação considera relevantes?É fundamental criar um bom ambiente de negócio para as PME. Depois deve-se fomentar o sector cultural, criar distritos culturais, como o distrito 798 em

Pequim. As pessoas foram viver para lá e no início as rendas eram muito baratas. O Governo facilitou a criação de espaços culturais, cafés, bibliotecas, e os turistas começaram a ir para lá. O que vemos em Macau é pequenos negócios em prédios industriais, que não estão cen-tralizados e não sabemos onde os encontrar. O que o Governo tem de fazer é ajudá-los, cen-tralizando esses projectos e promovendo-os. Poderiam ser criados novos pontos turísticos, e os autocarros podiam levá-los lá. É aí que os deputados podem ajudar, levar o Governo a agir. E os meios de comunicação tam-bém podem fazer isso.

CHUI SAI ON REELEITO

Este é o ano da eleição do Che-fe do Executivo. Acredita que Chui Sai On vai ser reeleito? Sim. Ele está, de facto, a tomar atenção ao que a população diz e a ter em conta aquilo que a so-ciedade civil pede. Penso que a maioria das pessoas o vai apoiar. Acredito que vai ser reeleito.

Quais deveriam os principais objectivos políticos do próximo Governo?Como tornar a economia melhor, e fazer com que as pessoas de Macau tenham uma vida me-lhor. Isso é muito importante. A habitação deve ser a prioridade máxima. Temos de manter o crescimento económico porque já estamos habituados a ele, não podemos descer. Viver melhor em Macau inclui ter uma boa política da habitação e de saúde, cujo serviço deveria ser melhor.

Há muitas queixas sobre os serviços de saúde. Porquê tanto atraso na construção do novo hospital?(Suspira). Não é apenas o novo hospital, mas muitas outras coisas que estão a ser feitas de forma demasiado lenta. Temos de pegar nas coisas e fazê-las depressa, não podemos esperar. Por exemplo, o complexo dos tribunais ainda está por construir, o Tribunal Judicial de Base ainda está num espaço comercial. Já falamos disso há tanto tempo! Porque é que não está feito? Ma-cau tem dinheiro, porque é que está tudo atrasado?

Falta de planeamento, ideias, interesses envolvidos? Não há nada que não esteja atra-sado. O departamento das Obras Públicas, de Lau Si Io (secretário da tutela) é muito burocrático. Tendo em conta as políticas adoptadas, eles têm de trabalhar depressa, e se não têm recursos humanos suficientes deveriam contratar. Não entendo porque não o fazem.

O Governo não se deve focar apenas nas rendas, embora tenha de existir um sistema saudável. Deve fazer uma gestão pública e implementar um bom ambiente de negócio para estas PME. Depois tem de criar uma política

Viver melhor em Macau inclui ter uma boa política da habitação e de saúde, cujo serviço deveria ser melhor

Fala-se na necessidade de saída dos secretários. Lau Si Io deveria sair, tal como Florin-da Chan, outro nome muito falado?Diria que têm de haver mudan-ças nestes cargos. Estes secretá-rios estão em funções há mais de dez anos e ninguém deve estar neste lugar durante tanto tempo. As pessoas de Macau querem uma mudança.

Os secretários devem ter uma postura mais activa?Mais activa e deveriam ser mais agressivos, para fazer as coi-sas mais depressa e melhor. O Chefe do Executivo é o líder e deveria incentivar a que as boas políticas sejam implementadas. O que temos visto nos últimos quatro anos é que essas políticas surgem, mas depois os departa-mentos públicos não conseguem trabalhar de forma coordenada e fazer as coisas depressa. Não estão a seguir a mesma direc-ção e atrasam tudo, temos de mudar isso. As coisas atrasadas significam perda de tempo e de dinheiro, e temos visto projectos que já custaram muito dinheiro. O hospital é um exemplo, mas há muitos exemplos de como as coisas que têm de ser feitas mais depressa.

O seu marido, David Chow, foi também deputado. Apoia-a no seu cargo, dando-lhe ideias para o seu trabalho político? Não apenas ele. Costumo falar com muitas pessoas experientes, como o Jorge Fão, ou pessoas ligadas a associações, que me dão muito boas opiniões.

E a Melinda, dá-lhe apoio nos negócios? Não. Antes de ser deputada disse que este seria um trabalho a tem-po inteiro, e não o ajudo nos ne-gócios. Não lhe dou ideias para negócios ou investimentos. Não significa que não goste dessa área, mas quero separar as áreas, por conflitos de interesse. Mas estive envolvida no projecto do hotel em Pequim (hotel Legen-dale), em 2004. Foi o meu bebé (risos). Tinha uma equipa a fazer as coisas que coordenava.

Page 4: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

hoje macau sexta-feira 14.2.20144 POLÍTICA

CECÍLIA L [email protected]

J ASON Chao e Scott Chiang, do grupo Macau Consciência, querem preservar a singularida-de cultural de Macau. Os dois

activistas estiveram ontem no Leal Senado para fazer uma campanha onde instavam o Facebook a mudar o nome “Aomen” - Macau em mandarim - para “Macau”, nos serviços de localização da rede social.

Sou Ka Hou, membro da organi-zação, enviou recentemente uma carta para o Facebook, como uma petição à gestão da rede social para mudar o seu antigo “erro” quando escrever Macau em pinyin. “O nome da cidade de Macau chegou por causa da história com os portugueses. Já no século XVII o nome ‘Macau’ existia”, disse Scott Chiang, relatando a origem do nome. Os portugueses chegaram ao porto perto do templo de A-Má, chamando “Amagao” ao local. Isto significa “baía

ANDREIA SOFIA [email protected]

O secretário para a Economia e Finan-ças, Francis Tam,

disse ontem aos jornalistas não prever uma inflação acima dos 5% e 6%, uma vez que a procura interna deverá continuar a disparar os preços. À margem da primeira reunião ordinária do Conselho para o Desen-volvimento Económico, referente a 2014, o secretário admitiu que a economia local “pode ser afectada por factores externos, gerando algumas oscilações”, mas prevê para o Ano do Cavalo “um desenvolvimento eco-nómico estável”. “A inflação de Macau está a subir como

O Governo já está a prepa-rar novos regulamentos administrativos que vão

acompanhar as leis de Terras e do Planeamento Urbanístico, que entram em vigor no dia 1 de Março. De acordo com um comunicado do Executivo, o secretário para as Obras Públicas e Transportes, Lau Si Io, ainda não há data para que estes regulamentos sejam publi-cados, mas o Executivo vai tentar que seja “o mais rápido possível”.

Com a entrada em vigor da Lei do Planeamento Urbanístico, entra também em acção o Conselho do

O deputado Ho Ion Sang fez ontem uma interpelação

escrita onde aponta o dedo ao Governo por causa da acessibilidade de infra--estruturas. O deputado diz que não satisfazem as diferentes necessidades dos deficientes, especial-mente as pessoas que têm dificuldades auditivas.

Uma das acusações do deputado é sobre os au-tocarros. Quando pessoas com problemas auditivos apanham o autocarro, diz, precisam de olhar para o ecrã para saber quando chegar ao destino, mas grande parte das vezes as informações estão erradas, o que causa incómodo aos deficientes.

Mas, o deputado dá

Pereira Coutinho pede “protecção” para croupiers Os croupiers têm vindo a ser agredidos física e verbalmente pelos jogadores dos casinos recorrentemente, denuncia Pereira Coutinho. O facto, salienta o deputado, é conhecido pelas concessionárias de jogo que preferem “encobrir os crimes”. Por essa razão, Coutinho pede a intervenção do Governo para que lhes seja dada maior protecção no local de trabalho. E, de outro modo, um sistema mais simplificado para apresentação de queixas dentro dos casinos. O deputado vai ainda mais longe e pede ao Executivo que reveja “a actual legislação laboral compensado os trabalhadores que exercem funções em regime de turnos e nocturno à semelhança das compensações concedidas aos trabalhadores de outras actividades económicas e os da função pública”.

MACAU CONSCIÊNCIA LEVOU FACEBOOK A MUDAR NOME DE MACAU

Ter respeito pela História

Nós não podemos usar o mandarim ‘Aomen’ para substituir ‘Macau’, nem usar o cantonês ‘Ou Mun’ para substituir o nome de cidade. O nome de Macau representa a nossa origem na História e também é reconhecido pelo mundo, porquê mudar? JASON CHAO

DEFICIENTES HO ION SANG QUER MELHORAR VIDA DAS PESSOAS

As dificuldades de não ouvir

INFLAÇÃO GOVERNO PREVÊ VALOR ABAIXO DOS 6%

Tam crente

Planeamento Urbanístico, que vai ser obrigatoriamente ouvido em relação aos pedidos de autorização de projectos. Ora, entre os regu-lamentos administrativos que vão acompanhar as leis, está um que define a composição deste Conselho.

Anteontem, Lau Si Io as-segurou que “os regulamentos administrativos correspondentes

às duas leis estão em discussão no Conselho Executivo e que o governo vai tentar que estes sejam publicados o mais breve possível”.

Também Cheong U, secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, disse já terem começado os trabalhos iniciais no que diz respeito aos re-gulamentos administrativos que vão acompanhar a Lei de Salvaguarda

do Património, que entra em vigor também no primeiro dia de Março. “Já começaram os trabalhos prepa-rativos. Por exemplo, é necessário

ainda ser promulgado um regula-mento administrativo e, em breve, vamos tê-lo. Espero que os trabalhos possam depois funcionar de forma mais eficaz. Esperamos ainda que o regulamento administrativo que diz respeito à constituição de um Conselho para a Salvaguarda do Pa-trimónio Cultural seja promulgado antes de dia 1 de Março”, disse à margem de uma reunião das Indús-trias Criativas e Culturais.

Ambos os conselhos serão es-colhidos por Chui Sai On, daí terem de ser decididos via regulamento administrativo. - J.F. com R.M.R.

consequência da procura interna, e da prosperidade do sector turístico, especial-mente durante as épocas de festividades prolongadas do Interior da China, que trazem inúmeros visitantes, constituindo assim bastante pressão na procura interna e um constante custo de vida elevado. No entanto, com o abrandamento do aumento de número de visitantes, prevê-se que a taxa de infla-ção se mantenha num nível relativamente estável”, disse

Francis Tam, citado num comunicado oficial.

“Macau tem uma micro economia, aberta e que é influenciada por factores externos, existindo bas-tantes incertezas a nível internacional, havendo também questões na econo-mia do país a que se deve estar atento. No entanto, os factores estáveis dominam em termos globais, por isso os serviços da tutela da economia do Governo da RAEM prevêem que o de-

senvolvimento económico de Macau vai manter-se numa fase de estabilidade, contudo o aumento de dois dígitos das receitas de jogo não será elevado.”

A reunião decorrida durante a manhã de ontem, que contou com a presença do Chefe do Executivo, terá servido para a apresentação dos trabalhos sobre políticas demográficas, a criação do Parque Científico e Indus-trial de Medicina Tradicio-nal Chinesa, a apresentação de projectos recomendados para o Parque Industrial de Cooperação Guangdong--Macau. Terão ainda sido auscultadas as opiniões dos membros do conselho sobre a diversificação das indústrias locais.

de A-Má e ficou, mais tarde, Macau. “Naquela época, o mandarim ainda não era a língua oficial da China, porque ainda não existia a República Popular da China.

A Macau Consciência dá outro exemplo para mostrar que Macau é uma cidade cheia de cultura portuguesa. “Na Rua de Pequim, não se usa o nome em mandarim, ‘Beijing’, para nomear a rua. Isso mostra que Macau tem um ambiente multi-cultural que precisamos de apre-ciar. Nós não podemos usar o mandarim ‘Aomen’ para substituir ‘Macau’, nem usar o cantonês ‘Ou Mun’ para substituir o nome de cidade. O nome de Macau representa a nossa origem na História e também é reconhecido pelo mundo, porquê mudar?”

Segundo Jason Chao, 24 horas depois de Sou Ka Hou realizar a ac-ção de “proteger o nome de Macau”, o site já mudou o nome “Aomen” para “Macau”. “A acção rápida do Facebook tem sido muito apreciada pelos internautas de Macau.”

outros exemplos. “Quando ocorre um incêndio, os deficientes auditivos não conseguem ouvir o alerta e, na maioria dos prédios em Macau, não há luz de alerta para avisá-los. Isso pode fazer com que percam os seus bens ou pior, a vida.”

O deputado insta o Governo a melhorar as ins-talações de acessibilidade para ajudar os deficientes a fugir de eventuais perigos.

Chamar a polícia é outra das dificuldades, uma vez que, agora, apenas há uma linha de chamada “lde emer-gência de fax para os que não conseguem ouvir comuni-carem com as autoridades. “Como pode o Governo melhorar esta situação?”

A falta de intérpretes de língua gestual também fez o deputado recomendar ao Governo que aumente a quantidade destes profis-sionais, principalmente em programas de televisão e cursos de formação profis-sionais. - C.L.

GOVERNO PREPARA REGULAMENTOS ADMINISTRATIVOS

Dois conselhos por Chui Sai On

Page 5: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

hoje macau sexta-feira 14.2.2014 5SOCIEDADE

INDÚSTRIAS CULTURAIS CHUI SAI PENG DIZ QUE FUNDO ESTARÁ APTO A FUNCIONAR NO SEGUNDO SEMESTRE

“A indústria procura uma realização de negócios”

Em tempo oportuno, deve ser publicado e poderá conhecer-se a política e onde os recursos devem ser gastos. O Governo está mesmo disposto a promoverJOSÉ CHUI SAI PENG Deputado e número dois no Conselhode Indústrias Culturais

CHEONG U NÃO APONTA SUCESSOR DE MANUEL PIRESAinda não é conhecido o nome do futuro subdirector dos Serviços de Turismo, após o anúncio da saída de Manuel Pires para a direcção da TDM. “A Direcção dos Serviços de Turismo já tem uma equipa muito madura e o seu funcionamento já é muito bom e, no futuro, quando tivermos informações mais detalhadas vamos informar. Ainda não sabemos [quem vai substitui-lo]. Só mais tarde divulgaremos”, esclareceu o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura junto dos jornalistas. À margem da primeira reunião do CIC, Cheong U comentou ainda a nomeação de Manuel Pires. “Tem experiência suficiente e é uma pessoa adequada para desempenhar este cargo. Manuel Pires também disse que tem de reforçar a comunicação interna, o espírito de equipa. Acho que tem capacidade e reúne condições para desempenhar bem esse cargo.”

O Governo elaborou vários relatórios sobre o futuro quadro-político das indústrias culturais e criativas, o número de recursos humanos na área e o enquadramento prático do Fundo de Indústrias Culturais. Nenhum dos estudos foi para já tornado público, mas o vice-presidente do Conselho de Indústrias Culturais acredita que no segundo semestre o apoio financeiro começará a funcionar

envolvem diferentes áreas de actuação.

Ontem foi ainda apresentado um relatório sobre o número de recursos humanos afectos ao sector, nomeadamente, aqueles que apresentam estudos supe-riores. Ou seja, quantas pessoas estarão aptas a desenvolver ideias de negócio no sector das indústrias criativas. Mas, mais uma vez, os números não foram disponibilizados.

RITA MARQUES [email protected]

J OSÉ Chui Sai Peng estreou--se ontem como número dois no Conselho de Indús-trias Culturais (CIC). Em-

bora lhe tenha parecido promissora a primeira reunião do organismo em 2014, o vice-presidente não conseguiu adiantar muito sobre o futuro do sector, que se mantém guardado em relatórios apresen-tados ontem pelo Governo.

Tudo o que Chui prevê, até ao momento, é que as “regras” que põem o Fundo das Indústrias Culturais – com uma reserva de 200 milhões de patacas – sejam disponibilizadas no segundo se-mestre deste ano.

Ontem foi também apresentado pelo Executivo um relatório sobre este plano de apoio financeiro, tendo sido abordado o “sistema de monitorização” que deverá garan-tir a transparência na atribuição dos montantes a vários projectos. “Será um importante passo para que o fundo seja usado de forma apro-priada.[...] Os membros [do CIC] estão de acordo que beneficiará o desenvolvimento do sector, mas é preciso ter cuidado quanto à forma de atribuição. Tem de haver uma entidade fiscalizadora”, explica Chui Sai Peng, à margem da 1.ª reunião plenária do CIC.

Mas há expectativas, sobretudo, sobre aquilo que foi apresentado como o novo “quadro-político para o desenvolvimento das indústrias culturais”. No entender de Chui Sai Peng, mostra que “finalmente o Governo tem uma política”. “Em tempo oportuno, deve ser publica-

conhecer qualquer calendário aos jornalistas. “Esperamos que, com o passar do tempo, tenhamos um objectivo. O que tentamos é que as indústrias criativas comecem a andar e sejam um membro contri-butivo da sociedade, sobretudo, no sector económico”, diz Chui Sai

Peng, sobre aquilo que acredita ser a força motriz para a diversificação da economia. “Temos de assegurar que isto é para encorajar as pessoas a meterem-se em negócios reais porque a indústria procura uma realização de negócios. Isto não se trata de quanto dinheiro o Governo pode dar, mas de quantos projectos podem abrir com a ajuda deste fundo. Não queremos que a ajuda financeira dada pelo Governo seja desperdiçada. Isto é uma certeza do conselho.”

O vice-presidente do CIC lem-bra ainda que este é um trabalho de “cooperação”, entre diferentes secretários, porque os negócios

do e poderá conhecer-se a política e onde os recursos devem ser gastos. O Governo está mesmo disposto a promover [as indústrias].”

Por sua vez, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura e presi-dente do Conselho das Indústrias Culturais, Cheong U, não deu a

Page 6: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

6 sociedade hoje macau sexta-feira 14.2.2014

CECÍLIA L [email protected]

QUANDO as temperatu-ras ficaram abaixo dos 12 graus, o Centro de Abrigo de Inverno do

Instituto de Acção Social (IAS) abriu portas para os desalojados.

Ao HM, Olívia Ip, responsá-vel pelo centro, confirma que a maioria das pessoas é de Hong

JOANA [email protected]

U M homem condenado por violação conseguiu ver a sua pena minimizada, depois de

interpor um segundo recurso da decisão para o Tribunal de Última Instância (TUI).

O caso remonta a Abril do ano passado, quando o arguido foi condenado a seis anos e seis meses de prisão por um crime de violação agravado – onde a vítima era menor de 14 anos – e por um outro, de crime de acto sexual com menores – onde a vítima tinha 15 anos. Em cúmulo jurídico, o Tribu-nal Judicial de Base condenou-o a uma pena única de seis anos e seis meses de prisão.

O homem decidiu então in-terpor recurso para o Tribunal de Segunda Instância, que negou provimento, mas fê-lo novamente para o TUI, alegando que não havia provas que o crime de violação tivesse, de facto, sido consumado.

O Governo não exclui a possibilidade de fiscali-zar os táxis, mas diz-se

preocupado com a legalidade da forma como o faz. O anúncio foi feito através de um comunicado da secretaria para as Obras Pú-blicas e Transportes. “Quanto aos serviços de táxi, tema no centro das atenções da sociedade nos últimos tempos, e à sugestão da introdução de medidas de fiscalização dos serviços, Lau Si Io afirmou que o Governo não exclui a possibilidade de tomar medidas para melhorar a qualidade dos serviços de táxi”,

pode ler-se. O secretário para as Obras Públicas, contudo, “lem-bra que o Governo, ao analisar a viabilidade das medidas, tem de considerar também a sua viabili-dade em termos jurídicos.”

Já na semana passada, ao canal chinês da TDM, a As-sociação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxi tinha suge-rido que polícias à paisana se fizessem passar por clientes em acções de fiscalização, de forma a evitar que as irregularidades continuem. Recorde-se que há queixas diversas sobre excesso de cobranças ou escolha de clientes

pelos taxistas, que aumentam nos dias de feriado ou de tufão.

Segundo a Rádio Macau, que cita o canal chinês, Tommy Kuok, presidente da associação acredita que esta é a melhor maneira de se apanhar os taxistas infractores, uma vez que é o que se faz em Hong Kong e que tem “tido muito sucesso”.

A preocupação da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfe-go – e reproduzida por Lau Si Io – é a eventualidade de o comportamento dos agentes à paisana se poder tornar ilegal, por exemplo, por estes serem os incentivadores do crime. - J.F.

Dados do IAS disponibilizados ao HM mostram que, entre os dias 8 e 13 de Fevereiro, 199 pessoas passaram pelo abrigo de inverno, sendo que, nos últimos dias, entre 80 a 90% eram residentes de Hong Kong. Entre Novembro do ano passado e Janeiro último, 68 residentes da região vizinha terão dormido no espaço do IAS

Quase 200 pessoas já passaram pelo centro de abrigo do Governo. A maioria dos casos são pessoas de Hong Kong que vêm jogar a Macau e perdem tudo

CENTRO DE INVERNO DO IAS MUITOS DESALOJADOS SÃO DE HONG KONG

Perder tudo no jogoKong, que acaba por ter de dor-mir no local porque perderam tudo nos casinos e não têm onde ficar. Além disso há cada vez mais jovens a passar pelo centro, devido às rendas elevadas e aos conflitos familiares.

Dados do IAS disponibilizados ao HM mostram que, entre os dias 8 e 13 de Fevereiro, 199 pessoas passaram pelo abrigo de inverno, sendo que, nos últimos dias, en-tre 80 a 90% eram residentes de Hong Kong. Entre Novembro do ano passado e Janeiro último, 68 residentes da região vizinha terão dormido no espaço do IAS.

Olívia Ip revelou que não há muitos desalojados que queiram dormir a tempo inteiro no centro, porque, na sua maioria, gostam

de estar sozinhos. Há ainda desalojados com problemas mentais, que não querem deixar as suas coisas na rua e que, por isso, recusam ficar no espaço. “Muitos acham que nós os inco-modamos”, começou por dizer ao

HM. “Uma vez recebemos uma rapariga com 22 anos que estava com problemas familiares, e um rapaz de 24 com problemas psi-quiátricos. Um menino de nove anos veio cá com a sua mãe por causa de problemas na família e

depois acabaram por se mudar para um apartamento partilhado com outras pessoas.”

Para além de fornecer aqueci-mento, comida e bebida, o centro do IAS também dá assistência social às pessoas necessitadas, dando aconselhamento, enca-minhamento para outras insti-tuições, apoio financeiro e ainda obtenção de outros recursos. Olívia Ip disse que a maioria dos doentes mentais que pas-sam pelo centro não aceitam a sua patologia, mas os casos são acompanhados.

Segundo o jornal Ou Mun, desde o ano passado que este centro começou a cooperar com a Casa Corcel, da Cáritas, no acolhi-mento de pessoas sem tecto. Está planeado o reforço da cooperação e está a ser estudada a criação de um grupo de serviço para ajudar os desalojados que dormem na rua e que não querem viver no centro, disse Peter Chi Keung, chefe do departamento da família e comu-nidade social do IAS.

JUSTIÇA TUI DIMINUI EM SEIS MESES PENADE CONDENADO POR VIOLAÇÃO DE MENORES

O peso da lei

TÁXIS GOVERNO PONDERA MEDIDAS NOVAS PARA FISCALIZAÇÃO

De olho bem aberto

Isto, porque um relatório do Hospi-tal Conde de São Januário admitiu que não tinha havido penetração e que a jovem nunca tinha tido qualquer “experiência sexual”. O arguido alegou que foi apenas uma “tentativa” do crime de violação.

Face ao primeiro crime, o TUI deu-lhe razão. “ Entende o tribunal que, face aos factos dados por pro-vados, houve, seguramente, actos de execução do crime de violação, sem que este tivesse chegado a consumar-se. Houve, portanto, tentativa de violação, razão pela qual o recurso é procedente, nesta parte.”

No outro caso, o homem – cuja idade não é revelada, sabendo-se apenas que era empregado de uma agência de viagens – acabou por ser considerado culpado.

O tribunal, contudo, explica que o arguido só pode ser punido por uma das incriminações, que é aquela que melhor proteger os interesses ofendidos, a mais severamente punida. “Cabendo às penalidades o mesmo limite máximo, é de punir por aquela que prevê o limite mínimo superior, ou seja, pelo crime consumado de acto sexual de relevo agravado. Devido à punição do arguido por crime diverso, a medida da pena tem que ser novamente determinada. Face aos factos apurados e ao critério legal (...) o TUI condenou o arguido a uma pena única de seis anos de prisão.”

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

Page 7: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

7 sociedadehoje macau sexta-feira 14.2.2014

CENTRO DE INVERNO DO IAS MUITOS DESALOJADOS SÃO DE HONG KONG

Perder tudo no jogoCECÍLIA L [email protected]

H Á quem tenha a solução para as dificuldades de re-sidentes na compra

de habitação. A Associação Comercial de Fomento Pre-dial de Macau recomenda o Governo a construir, rapida-mente, apartamentos públi-cos para o arrendamento de jovens noivos. Desta forma, diz a associação, cria-se uma política de transição até conseguirem comprar casa. “A ideia é arrendar aparta-

A Sociedade de Jogos de Ma-cau (SJM) iniciou ontem a construção do complexo

Lisboa Palace, que terá caracte-rísticas arquitectónicas europeias que reflectem a história de Macau e obriga a um investimento equi-valente a cerca de 2.830 milhões de euros.

O novo espaço de hotelaria e jogo, onde 90 por cento dos 521.435 metros quadrados de construção serão dedicados a ser-viços extra-jogo, está num terreno de 70.468 metros quadrados nos aterros entre as ilhas da Taipa e de Coloane e terá três hotéis, um dos quais o Palazzo Versace Macau, que irão disponibilizar 2.000 novos quartos. O presidente do COnselho de Administração da Sociedade de Jogos de Ma-cau, Ambrose So, afirmou que o complexo vai ilustrar “a história rica do encontro cultural entre o oriente e o ocidente em Macau”, justificando assim o nome com a marca “Lisboa”, tradicional nos principais complexos da empresa.

O primeiro grande casino--hotel da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), antecessora da Sociedade de Jogos de Macau como operador de jogo e sociedade-mãe da SJM, foi o hotel Lisboa, inaugurado nos anos de 1960, seguindo-se o Grand Lisboa, que agora assinalou o sétimo aniversário.

Para o jogo estarão reservados 27 mil metros quadrados, com 700 mesas e 1.200 ‘slot-machines’.

A arquitectura do novo espaço é inspirada no estilo francês/euro-peu, mas a componente chinesa

UMAC 1300 alunose docentes já vivemna Ilha da MontanhaA Universidade de Macau (UMAC) emitiu ontem um comunicado onde garante que o novo campus na Ilha da Montanha já arrancou a meio-gás, estando já alojados nas residências cerca de 1300 alunos e professores, sendo que “alguns funcionários já trabalham lá”. Segundo a instituição académica, a maioria dos cursos que já estão a decorrer no novo campus são em inglês, português e na área da computação, incluindo cursos da Faculdade de Direito. A UMAC explica que as infra-estruturas como mercados, espaços desportivos e as ligações através de autocarros já estão implementadas, sem esquecer, contudo, “que alguns trabalhos pós abertura (do campus) ainda estão a decorrer”.

Estrangeiros envolvidosem tráfico de drogaUm indonésio de 29 anos e uma mulher de origem africana, com 46 anos, estão em prisão preventiva, por serem suspeitos de um caso de tráfico de droga. Segundo um comunicado, o Ministério Público (MP) “considerou haver fortes indícios do crime do tráfico de droga”, tendo o caso já sido devolvido à Polícia Judiciária (PJ) para mais investigações. O caso terá ocorrido entre 8 e 9 de Fevereiro, quando os suspeitos chegaram ao território via aeroporto e deram entrada no mesmo hotel. “Foram encontrados pela policia, segundo informação obtida, a trocarem as malas no quarto de hotel. Quando o homem estava a partir de Macau, foi detido pela polícia, que encontrou na sua mala 2100 gramas de ice. Confessou ter trocado a mala com a mulher e pretender levá-la para a Indonésia”, explica o comunicado. A mulher começou por negar o crime, antes da mala do homem ter sido descoberta no seu quarto de hotel.

IMOBILIÁRIO ASSOCIAÇÃO DE FOMENTO PREDIAL SUGERE HABITAÇÕES SOCIAIS PARA NOIVOS

Soluções há muitasmentos a jovens que se vão casar e não têm capacidade de comprar uma primeira casa. Assim, os jovens não enfrentam esta pressão, podem lutar pela sua vida e criar o objectivo de adquirir uma casa no futuro”, diz um comunicado da associação.

Além disso, a entidade também insta o Governo a construir as fracções com áreas maiores e melhor qualidade, para alcançar os requisitos das camadas médias e baixas de habitação pública. Desta forma, diz, certos elementos do agregado

familiar não têm vontade de mudar de casa em cinco ou dez anos. Esta nova estraté-gia, conclui, também ajudará a reduzir a procura de nova casa no mercado privado.

No que toca às modi-ficações à lei de habitação pública, a associação tam-bém recomenda o Governo a traçar um calendário de atribuição de casa, num máximo de três anos.

O sector de fomento pre-dial previu que, este ano, o investimento no imobiliário residencial não será alto, já o preço de prédios industriais

subirá 20%. Isto porque, ac-tualmente há cada vez mais pessoas a comprar este tipo de imóveis.

O presidente da Asso-ciação Comercial de Fo-mento Predial de Macau, Lok Wai Tak, disse que

HOTELARIA SOCIEDADE DE JOGOS DE MACAU APRESENTOU LISBOA PALACE

A união do Oriente ao Ocidenteestará presente, por exemplo, com elementos do Palácio de Verão, da capital chinesa.

Após a apresentação do novo complexo e questionado sobre o impacto que o desenvolvimento da ilha da Montanha, adjacente a Macau, mas no continente chinês, poderá ter nos projectos abertos ou por abrir nos aterros do Cotai (entre as ilhas da Taipa e Coloa-ne), Ambrose So disse estar con-victo que se irão complementar e

que a criação de vários espaços na ilha da Montanha também vão beneficiar Macau.

Além dos hotéis e espaço de jogo, Lisboa Palace vai disponi-bilizar espaços comerciais, res-taurantes que a empresa garante irão ostentar estrelas Michelin, uma sala multiusos e um pavilhão para casamentos.

Na cerimónia de lançamento da construção do novo complexo da empresa esteve ainda presente

o Secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, e a depu-tada e administradora delegada da SJM, Angela Leong.

A explorar 20 dos 35 casinos de Macau, a SJM é o principal operador de jogo em Macau e a companhia que detém maior quota de mercado, mas tem vin-do a perder alguma importância face à concorrência cada vez mais forte dos restantes cinco operadores. - Lusa

devido ao desenvolvimen-to económico, nos últimos dez anos, o preço médio do imobiliário residencial aumenta cerca de 40% ao ano. Em seu entender, sobretudo, no ano passado houve um aumento fulmi-nante, por isso, em 2014 o aumento decairá para 5%. “A época de alto lucro e grandes receitas acabou”, frisou Lok.

A associação apontou que, há cerca de dois anos, apareceu no mercado um fenómeno de “preço especulativo”. Por isso, recomenda os residentes investidores a ter mais cui-dado a fazer investimento imobiliário e a perceber se o Governo irá construir mais casas económicas para baixar a inflação no mercado imobiliário.

Page 8: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

8 hoje macau sexta-feira 14.2.2014CHINA

O S dados surpreen-dentemente fortes das exportações da China em Janeiro,

que surgem num momento em que outros grandes exportadores asiáticos vêem as suas vendas a declinar, renovam as dúvidas sobre a fiabilidade dos dados oficiais chineses e revelam como é difícil ter uma visão clara sobre a segunda maior economia do mundo.

O anúncio feito esta quarta-feira de que as exportações chinesas subiram 10,6% em Janeiro em relação ao mesmo mês de 2013, alimentadas por uma robus-ta procura da Europa e dos Estados Uni-dos, superou as expectati-vas. Muitos econo-mistas tinham previsto um pequeno aumento ou mesmo nulo nas vendas externas, considerando que a produção industrial da China perdeu fôlego no mês passado e que o crescimento económico desace-lerou no quarto trimestre de 2013. “É um desafio entender o que está a acontecer”, diz Louis Kuijs, eco-nomista do banco Royal Bank of Scotland.

Para aumentar a confusão, os dados parecem incompatíveis com o declínio de 4,6% nas exportações de Taiwan e o recuo de 0,2% nas da Coreia do Sul no mês passado comparados com Janeiro de 2013. Estas duas economias geralmente compartilham os ventos favorá-veis que dão impulso à China. O feriado do Ano Lunar Chinês, que dura uma semana e este ano teve início no fim de Janeiro, deveria ter suprimido, e não estimulado, as exportações.

ENIGMA POR DESVENDARO enigma reforça as suspeitas de alguns economistas e analistas de que as empresas chinesas têm vindo a “super-facturar” as vendas para o exterior. A prática de aumentar o valor das exporta-ções, que foi bastante observada no início de 2013, é uma forma de as empresas da China enga-narem os controlos de capital do governo e trazerem mais fundos para o país.

As condições são favoráveis isto acontecer, dizem os eco-nomistas, dado que os juros na China estão a subir e o yuan deve

O enigma reforça as suspeitas de alguns economistas e analistas de que as empresas chinesas têm vindo a “super-facturar” as vendas para o exterior. A prática de aumentar o valor das exportações, que foi bastante observada no início de 2013, é uma forma de as empresas da China enganarem os controlos de capital do governo e trazerem mais fundos para o país

EXPORTAÇÕES AUMENTO GERA SUSPEITAS SOBRE FACTURAS INFLACIONADAS

Verdade ou consequência?

valorizar-se. “Na China, há muitas razões para o dinheiro especulativo querer entrar”, diz Karlis Smits, economista sénior do Banco Mun-dial em Pequim.

O “over-invoicing”, (infla-cionar facturas, em inglês), e práticas similares são difíceis de serem descobertos pelos analistas e agentes da alfândega. Os dados de quarta-feira deram poucos sinais reveladores, o que, para alguns economistas, indica que ou as exportações realmente cresceram em Janeiro ou as empresas encon-traram uma forma menos óbvia de aumentar o valor das suas vendas para outros países.

Os grandes fluxos de mercado-rias para Hong Kong — ou aqueles

que passaram por áreas controla-das dentro da China, mas fora da jurisdição aduaneira — caíram em Janeiro, revelam os dados.

Enviar carregamentos por estas áreas e aumentar os seus valores foi uma prática bastante usada no ano passado para mas-carar transacções fraudulentas, seja para arbitragem de mercado, evasão fiscal ou ocultação de subornos. Os dados mostram que as exportações chinesas para os EUA, a Europa e o Japão — grandes mercados onde é mais difícil manipular as transacções — também tiveram um acentuado crescimento.

Itens pequenos e valiosos, de preços variados, como chips de

computador, já foram usados para camuflar transferências de fundos no passado.

A BITCOINA moeda electrónica bitcoin repre-senta outro meio de evadir os con-trolos de capital que a China man-tém para impedir transferências rápidas de fundos — o que segundo o governo poderia desestabilizar a economia. Em Dezembro, a China proibiu as instituições financeiras de operarem com a bitcoin, mas as pessoas individuais ainda podem comprar e vender a moeda virtual em bolsas on-line reguladas.

Um negociador de Hong Kong que pediu anonimato disse que muitos dos seus concorrentes

chineses vendem aço ao exterior sem lucro, só para ampliar os in-fluxos de capital, evitar impostos e aproveitar incentivos especiais ao investimento estrangeiro. “Ga-nham dinheiro na diferença das taxas de juros e na valorização do yuan”, disse.

Brian LeBlanc, eco-nomista da Integridade

Financeira Global, uma organização sem fins

lucrativos de Wa-shington que estuda

a questão, estima que quase cer-

ca de 8 biliões de patacas de

capital ilíci-to tenham

entrado na Chi-na atra-

vés de Hong Kong

em 2012, os dados mais re-

cente disponíveis, quase igualando as

cerca de 8.7 biliões de patacas que o país

recebeu em investimento estrangeiro directo legal no ano.

A China tem tido um sucesso limitado no combate às facturas falsas. Em Maio de 2013, os reguladores anunciaram uma fiscalização mais rigorosa nas transacções com o exterior e o crescimento das exportações ra-pidamente recuou. Em Dezembro, o governo ordenou que os bancos fizessem uma cuidadosa auditoria nos pagamentos comerciais dos seus clientes e relatassem qual-quer actividade suspeita.

A prática de inflacionar as vendas actualmente é provavel-mente menor que no começo de 2013, diz o economista Liu Li--Gang, do ANZ Bank, embora as operações comerciais ainda sejam amplamente usadas para camuflar fluxos de capital.

Perante o aperto da fiscalização, as empresas estão a descobrir bre-chas novas, e às vezes legais, como uma táctica (“round-tripping” em inglês) em que as mercadorias são enviadas para o exterior e pagas com capital estrangeiro a juros baixos. O dinheiro é investido na China e remunerado a uma taxa de 5% ao ano ou mais. Alguns meses depois, as mercadorias retornam à China, o financiamento a juros baixos é pago e a empresa embolsa o lucro do investimento a juros mais altos.

O “Round-tripping” está a acontecer numa escala muito grande”, diz Ken DeWoskin, que dirige a área de pesquisa sobre a China da empresa de contabilidade Deloitte. “Há um número crescente de maneiras legais de fazer isto, mas também um número consi-derável de transacções através de canais que não são completamente legais.”

Page 9: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

9 chinahoje macau sexta-feira 14.2.2014

O governo mu-nicipal de Pe-quim anunciou na quarta-feira

que vai encerrar este ano 300 fábricas poluentes para tentar “melhorar a qualidade do ar na cidade”, conside-rada uma das capitais mais poluídas do mundo.

A lista das referidas fábricas será publicada até ao fim de Abril, adiantou a agência noticiosa oficial chinesa.

De acordo com o novo plano para combater a polui-ção em Pequim, indústrias com grande consumo de energia, como cimenteiras e siderurgias, não serão “em princípio” aprovados pelo município. “Manufacturas de mão-de-obra intensiva também não serão uma op-ção para o desenvolvimento da cidade”, defende o plano, aprovado em 2013.

O primeiro veículo lu-nar da China, o Yutu (Coelho de Jade),

voltou ontem a funcionar, depois de uma inesperada avaria de duas semanas, anunciou um porta-voz do programa espacial chinês. “Yutu voltou a dar sinais de vida”, disse o porta-voz, Pei Zhaoyu.

Embora os peritos este-jam ainda a apurar as causas da avaria, Pei Zhaoyu admi-tiu que o veículo “poderá ser salvo”.

O Yutu - um veículo mo-vido a energia solar e equipa-do com quatro câmaras e dois braços mecanizados - deixou de responder aos sinais da base no dia 25 de Janeiro, cerca de cinco semanas de-pois de ter chegado à lua, a bordo da sonda Chang’e-3.

Tailândia Pelo menos quatro mortos e seis feridos em atentado

EXPLORAÇÃO ESPACIAL VEÍCULO LUNAR CHINÊS VOLTOU A FUNCIONAR

Coelho de regresso à vida

POLUIÇÃO PEQUIM VAI ENCERRAR ESTE ANO 300 FÁBRICAS

Cimenteiras e siderurgias vetadasPequim é a sede de um

município com cerca de vinte milhões de habitantes e uma área superior a metade da Bélgica.

No último ano, e sobre-tudo desde Janeiro de 2013 - mês em que Pequim teve apenas cinco dias com sol - a poluição tornou-se uma das principais fontes de des-contentamento popular na China, ao lado da corrupção e das desigualdades sociais.

Numa avaliação sobre a qualidade do ambiente em 40 cidades globais feita pela Academia de Ciências Sociais de Xangai, divulgada ontem na imprensa oficial, (ver peça ao lado), Pequim ficou em penúltimo lugar e foi consi-derada “imprópria para viver”.

“IMPRÓPRIA PARA VIVER”Entretanto, a capital chinesa ficou em penúltimo lugar numa avaliação sobre a qua-

Esta foi a primeira alu-nagem em quase 40 anos, colocando a China no redu-zido clube científico em que a Rússia e os Estados Unidos eram os únicos membros.

Segundo Pei Zhaoyu, o Yutu “adormeceu em cir-cunstâncias anormais” e os técnicos recearam que não sobrevivesse às temperatu-ras extremamente baixas da noite lunar.

O anunciado fim da longa hibernação do Yutu suscitou dezenas de milhares de co-mentários nas redes sociais chinesas, disse a agência noticiosa oficial Xinhua.

Fonte de orgulho nacio-nal, a missão em que está en-volvido o Yutu é considerada “a mais complexa” jamais realizada pelo programa espacial chinês.

lidade do ambiente em 40 ci-dades globais, sendo conside-rada “imprópria para viver”, revelou ontem a imprensa oficial chinesa. Na avaliação, elaborada pela Academia de Ciências Sociais de Xangai, a poluída capital chinesa é apenas ultrapassada por Moscovo. “A grave poluição da atmosfera tornou Pequim imprópria para vir”, diz o rela-tório da Academia citado pelo Diário de Xangai. Estocolmo, Viena e Zurique ocupam os três primeiros lugares e as outras duas cidades chinesas avaliadas - Hong Kong e Xangai - aparecem no 34.º e 36.º lugares, respectiva-mente. Quanto à tolerância social, Pequim e Xangai estão entre as dez primeiras e na área económica (atracção e estabilidade do mercado) figuram entre as primeiras vinte. Ontem de manhã, os indicadores sobre a qualidade do ar na capital chinesa es-tavam no nível considerado “altamente poluído”, com a densidade das partículas PM2.5 seis vezes acima do máximo recomendável pela Organização Mundial de Saúde.

REGIÃO

QUATRO pessoas mor-reram e outras seis

ficaram feridas quando um grupo de insurgentes muçulmanos no sul da Tailândia disparou contra um monge e vários fiéis, in-formou ontem a imprensa local. O religioso, que mor-reu no atentado, juntamen-te com outros três civis,

encontrava-se a recolher oferendas no distrito de Mae Lan, na província de Pattani, quando um grupo de insurgentes abriu fogo contra os presentes, lê-se na edição digital do diário Bangkok Post. Cinco civis e um polícia, que escoltava o monge, deram entrada no hospital provincial, alguns dos quais em estado gra-ve. Os autores do ataque colocaram-se em fuga em duas motorizadas. A polícia afirmou que os ata-cantes fazem parte dos re-voltosos muçulmanos que actuam na zona. Cerca de 6.000 pessoas morreram nas províncias de Pattani, Yala e Narathiwat desde Janeiro de 2004 devido à violência.

Page 10: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

10 hoje macau sexta-feira 14.2.2014EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

LOANDA • Isabel ValadãoAtravés do retrato de Maria Ortega e Anna de São Miguel, a autora leva-nos até Luanda do século XVII, de encontro ao percurso, queda e ascensão dos escravos e exilados do reino português. Cruzando a História com um ritmo narrativo forte e surpreendente, Loanda é ainda marcada pelo tom biográfico de personagens que deixaram a sua marca naquele território.

CARTAS DE AMOR DE FERNANDO PESSOAA OFÉLIA QUEIROZ • Fernando PessoaPela primeira vez, as cartas de amor de Fernando Pessoa e de Ofélia Queiroz são apresentadas em edição conjunta. Uma edição conjunta é a forma mais adequada para dar a ler uma correspondência, que pressupõe sempre um diálogo, uma interacção, a existência concreta de dois interlocutores. Cada carta é, em si mesma, ou a resposta a outra carta ou pretexto para ela. Até quando o destinatário opta por não responder, de algum modo, o seu silêncio se inscreve na carta seguinte. Assim, uma relação amorosa, sustentada epistolarmente, como a de Pessoa e Ofélia, só é, na verdade, entendível quando os dois discursos se cruzam e mutuamente se reflectem.

U M ano depois da descoberta de um esqueleto debaixo de um parque de estacio-namento como sendo os

restos mortais do Rei Ricardo III, uma equipa de cientistas na Grã--Bretanha pretende agora recolher amostras dos ossos antigos e usá--las para descodificar o genoma do monarca britânico.

O projecto, que pode alterar as percepções sobre o último rei de Inglaterra a morrer numa bata-lha, há mais de 500 anos – mais precisamente em 1485, contra os

O S Mler Ife Dada celebram hoje, no Centro Cultural de Belém (CCB), a sua

criação há 30 anos, desta feita com uma formação renovada, que inclui, entre outros, um trio de metais e um de cordas.

No palco do grande auditório do CCB, além da voz de Anabela Du-arte e da guitarra de Nuno Rebelo, os “novos Mler Ife Dada” contam com os músicos Francisco Rebelo (Cool Hipnoise, Orelha Negra), no baixo, Filipe Valentim (Rádio Macau, Wordsong), nos teclados, e Samuel Palitos (Censurados, A Naifa), na bateria. A esta formação juntam-se ainda, pela primeira vez na história da banda, um trio de metais e um trio de cordas.

O espectáculo intitula-se “Pin-tar um vaivém 1984-2014” e é o primeiro de uma série que os “novos” Mler Ife Dada contam realizar pelo país, sem datas ain-da agendadas, como disse à Lusa fonte da produção. O grupo vai interpretar temas de sempre da banda, como “Zuvi zeva novi”, “Walkman” e a primeira canção que registaram, “Nu Ar”, com a qual abrem a actuação, e que nunca foi gravada em disco.

O termo “Mler Ife Dada” surgiu na primeira canção que o grupo gra-

vou, “Zimpó”, da autoria de Pedro d’Orey que também a cantava, e fez parte do “maxi-single” de apresen-tação, saído em 1985, que incluiu as canções em inglês “Stretch my face” e “Spring swing”.

O grupo, formado em Cascais em 1984, era então constituído por Nuno Rebelo (ex-Street Kids), Au-gusto França, Pedro D’Orey e Kim.

D’Orey deixou o grupo e foi rendido por Anabela Duarte, que tinha tido experiências artísticas anteriores nos Ocaso Épico e Bye Bye Lolita Girl, e cuja voz que se tornou identitária do grupo.

Os Mler Ife Dada, já com Anabe-la Duarte, gravaram um single que incluiu “L’amour Va Bien, Merci” e “Ele e Ela... e Eu”, esta última uma versão da canção de Carlos Cane-lhas, com a qual Madalena Iglésias venceu o Festival RTP de 1966.

Anabela Duarte, depois de gravar os álbuns “Coisas que Fasci-nam” (1987) e “Espírito Invisível” (1989), deixou a banda, tendo sido rendida por Sofia Amendoeira com quem o grupo gravou ainda um EP, antes de desaparecer.

“Coisas que Fascinam” foi considerado pelo jornal Público como um dos melhores álbuns da música portuguesa, no final do século XX.

GENOMA DE RICARDO III VAI SER DESCODIFICADO

Puzzle histórico

MÚSICA MLER IFE DADA DE VOLTA AOS PALCOS PARA CELEBRAR 30 ANOS DE EXISTÊNCIA

Em versão renovada

Tudor – pretende saber mais sobre a ancestralidade e a saúde de Ricardo III e fornecer um arquivo genético a historiadores, outros investigadores e ao público.

Sendo uma das descobertas ar-queológicas mais significativas da história de Inglaterra, o esqueleto – com uma abertura no crânio e a co-luna vertebral curvada – foi escavado num parque de estacionamento na cidade inglesa de Leicester. No ano passado, em Fevereiro, foi revelado como sendo do rei que muitos vêem como sanguinário enquanto lutou

para manter a sua coroa na Batalha de Bosworth Field, em 1485. A sua morte pôs fim à dinastia Plantageneta e conduziu ao poder aos Tudor, com Henrique VII.

Depois de ter colhido uma peque-na amostra de osso do esqueleto, Turi King, do Departamento de Genética da Universidade de Leicester, irá moê-lo até ficar em pó, para extrair ADN e tentar reunir o mais que puder do código genético de Ricardo III. “É como um puzzle. Tentamos juntar o máximo possível do genoma”, disse esta terça-feira Turi King aos

Page 11: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

hoje macau sexta-feira 14.2.2014 eventos 11

A S bilheteiras da Chi-na tiveram um bom volume de receitas

durante os sete dias do fe-riado do Ano-Novo Lunar chinês, embora os filmes tenham recebido críticas divergentes.

De 31 de Janeiro a 6 de Fevereiro, os cinemas arrecadaram cerca de 1,8 mil milhão de patacas, mais 81,7% do que no

A ilustradora Marta Montei-ro foi distinguida com o prémio de excelência da

prestigiada revista norte-americana ‘Communication Arts’, pela obra ‘Sombras’, o seu primeiro livro para a infância e juventude.

O anúncio foi feito por fonte da publicação à Lusa, com a nota de que esta é a única autora portuguesa a ser premiada na competição de-dicada à ilustração. Todos os anos, a Communication Arts distingue os

CINEMA BILHETEIRAS DA CHINA COM BOM DESEMPENHO DURANTE FESTA DA PRIMAVERA

Filmes nacionais líderes de receitas

ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA DISTINGUIDA POR REVISTA NORTE-AMERICANA

Prémio de excelência

BERLIM “BLACK COAL,THIN ICE” CONCORREAO URSO DE OURO O filme chinês “Black Coal, Thin Ice”, ou “Carvão Preto, Gelo Fino’, realizado por Diao Yinan, vai concorrer ao Prémio de Urso de Ouro no 64.º Festival de Berlim, que inaugurou no passado dia 6 deste mês. O filme apresentou-se esta quarta-feira no festival. A película em idioma chinês que foi uma das primeiras opções da organização do festival é considerada um dos principais candidatos à conquista do Urso de Ouro. O filme narra um romance amoroso complicado entre um agente da policia e uma mulher de aparência bonita, mas fria, durante a investigação de um caso criminal. “Carvão Preto, Gelo Fino” é o único filme do género romance policial em língua chinesa a ser exibido no Festival de Berlim e foi bem acolhido pelos adeptos do evento cinematográfico. Os bilhetes para a estreia do filme esgotaram em dez minutos após terem sido disponibilizados no portal oficial do festival.

jornalistas, durante a apresentação do projecto.

O lugar de Ricardo III na história é polémico. William Shakespeare caracterizou-o como um tirano corcunda que matou dois príncipes na Torre de Londres e morreu em batalha, gritando: “Um cavalo! Um cavalo! O meu reino por um cavalo!” Os apoiantes de Ricardo III argumentam que a sua reputação foi manchada deliberadamente para cimentar o domínio dos Tudor.

Os restos mortais de Ricardo III e quaisquer amostras retiradas deles vão ser trasladados – embora quando e para onde seja agora uma questão legal. A Universidade de Leicester, cujos arqueólogos encontraram e exumaram as ossadas, recebeu au-torização do ministro da Justiça bri-tânico para enterrar o rei na catedral de Leicester. Mas os descendentes de Ricardo III iniciaram uma batalha legal dizendo que a decisão judicial deveria ser revista. Querem sepultá--lo em York, a sede do seu reinado de 26 meses no Norte de Inglaterra.

DESCOBRIR A COR DOS CABELOS E DOS OLHOSTuri King disse que como os restos mortais, incluindo todas as amostras recolhidas pela sua equipa, voltarão a ser sepultados, era oportuno extrair ADN e sequenciar o seu genoma agora para poder utilizá-lo em futuras investigações.

A cientista alertou, no entanto, que como o esqueleto é muito anti-go, o seu ADN está fragmentado e poderá dar-se o caso de não permitir obter um mapa genético completo. “Pode haver hiatos, mas teremos de continuar com o que conse-guirmos obter. A ciência é assim, infelizmente.”

O objectivo da investigação, ainda segundo Turi King, é obter informação sobre a constituição genética de Ricardo III, incluindo a sua susceptibilidade a algumas doenças e a cor dos seus cabelos e olhos. “Por exemplo, uma das coisas em que estou particularmente inte-ressada é ver se Ricardo III estava ou não predisposto para a escoliose, um problema que causa a curvatura da coluna vertebral.”

Também se espera que a des-codificação do genoma esclareça a sua ancestralidade genética e a sua relação com populações modernas. A equipa de Turi King planeia ainda descodificar o genoma de um dos descendentes da família de Ricardo III: Michael Ibse, um carpinteiro nascido no Canadá e actualmente a viver em Londres, que genealogistas dizem ser um descendente directo da irmã de Ricardo III, Ana de York. Uma primeira análise ao seu ADN mitocondrial – as chamadas “bate-rias das células”, que dão energia às células e que são transmitidas apenas por via materna – já confirmou que Michael Ibse e Ricardo III partilham a mesma linhagem materna. Um estudo mais pormenorizado está para ser publicado em breve.

melhores autores em áreas como a ilustração, a topografia, o design e a fotografia.

Também no Facebook, Marta Monteiro partilhou a notícia: “Com mil demónios! Depois das “Little People” foi a vez das “Sombras” atravessarem o oceano atlântico e receberem a distinção da Communication Arts na categoria de livro. Farão parte do 55th Illustration Annual que será publicado em Maio deste

ano e conta com trabalhos de 150 ilustradores.”

Fundada em 1959, a publica-ção dedicada às artes visuais de todo o mundo elege os melhores trabalhos e autores, compilando, depois, os vencedores, em anuários.

“Os vencedores desta edição farão parte da versão impressa e digital da Communication Arts Illustration Annual, assegurando uma impor-tante divulgação para os criadores deste trabalho excepcional”, refere a revista.

mesmo período do ano passado, de acordo com Entgroup, uma empresa de consultoria da indústria de entretenimento.

Cerca de 38,2 milhões de pessoas foram ao cine-ma durante o período de feriados.

Os dois líderes foram “O Rei Macaco” e “Pai, para onde estamos a ir?”.

Os dois filmes nacio-

nais arrecadaram cerca de 640 milhões de patacas e 500 milhões de patacas, respectivamente, batendo “Frozen” da Disney, tendo no entanto, recebido críti-cas divergentes.

O filme “O Rei Maca-co” é uma adaptação da popular antiga lenda chi-nesa “Jornada ao Oeste”. Os cinéfilos criticaram os efeitos gráficos e o enre-do em fóruns de cinema online. “É uma adapta-ção estranha. A história desenvolve-se muito de-pressa, com pouca ligação entre uma cena e outra. E as falas dos actores são muito artificiais”, disse

Ma Boyong, um popular crítico cinematográfico.

“Pai, para onde estamos a ir ?” é um documentário sobre um reality show do mesmo nome sobre a rela-ção entre pais famosos e os seus filhos.

Apesar de uma produ-ção de baixo orçamento, o documentário arrecadou mais de 100 milhões de patacas no dia da estreia.

Alguns analistas da in-dústria questionam se pode ser classificado como um “filme”. “A rodagem durou cinco dias. Não é o suficiente

nem para fazer uma curta--metragem de 30 minutos”, opinou Cui Bohan, director de distribuição da Le Vision Pictures.

Alguns críticos acre-ditam que os produtores se tenham aproveitado do grande número de fãs do programa de televisão para ganhar dinheiro facilmente.

O sucesso do docu-mentário é principalmente devido à popularidade do programa e à boa divulga-ção, e não pela qualidade exibida, comentou Wang Yizhi, crítico de cinema.

Page 12: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

12 hoje macau sexta-feira 14.2.2014

hARTE

S, L

ETRA

S E

IDEI

AS

José simões morais

C ELEBRA-SE hoje, dia 15 da primeira Lua, a Festa das Lanternas, (Tâng-Tchit em cantonense, 元宵节, Deng

jie em mandarim), que por coincidir com a primeira Lua Cheia do ano, tam-bém se chama a Festividade da Primei-ra Lua Cheia. As pessoas vêm para a rua com diferentes tipos de lanternas ver-melhas, simbolizando as almas dos an-tepassados que, estando de visita, são depois reconduzidas de novo para o outro mundo. Por isso, para os daoistas é o aniversário do Céu e comemoram o Supremo Original (Séong-Un em can-tonense, 上元, Shang Yuan).

Em tempos muito antigos, estas fes-tas eram importantes para as pessoas que viviam nas cidades pois, nesse dia, era-lhes permitido saírem à noite de suas casas, algo proibido no resto do ano por não haver iluminação nas ruas e a escuridão poder encobrir actos não desejáveis.

O imperador Han Wu Di (140-87 a.C.) prestava neste dia homenagem à Divindade da Primeira Causa, mas

CELEBRAÇÕES ANTIGASDO ANO NOVO CHINÊS

o significado religioso dessa festa, que estaria ligada ao culto dos Antepassa-dos e ao fogo, perdeu-se.

As lanternas apareceram no reinado do imperador Han de Leste, Ming Di (57-75) e por sua ordem, na primeira Lua Cheia do Ano era costume as fa-mílias colocarem-nas acesas nas por-tas das suas residências conjuntamen-te com ramos de abeto, para atraírem a prosperidade e a longevidade. No entanto, apenas no reinado do impe-rador Yang (604-617) da dinastia Sui a Festa das Lanternas foi oficializada para ser celebrada na capital, nessa época em Da Xing (Xian).

A festa das Lanternas popularizou-se

durante a dinastia Tang, quando era celebrada durante três dias e o impe-rador Rui Zong (710-712) na noite de 15 da primeira Lua abria as portas do parque do palácio imperial em Dong Du (Luoyang) para que a população pudesse admirar uma gigantesca árvo-re iluminada com cinquenta mil lampi-ões. Nessa noite, o imperador saia do palácio e convivia com os seus súbdi-tos, havendo uma alegria generalizada. Eram as únicas noites do ano que não havia toque para as pessoas recolhe-rem às suas casas e por isso, as ruas encontravam-se cheias de foliões até à alvorada. Já na dinastia Song, a festi-vidade passou a ser realizada durante

cinco dias e no período Ming, entre o oitavo e o décimo sétimo dia do pri-meiro mês lunar, estendendo-se desde então a celebração da capital para o resto do país.

Chegou a ser uma festividade ex-clusivamente destinada às crianças, quando estas passeavam à noite trans-portando lanternas acesas com formas de diversos animais e outros seres es-tranhos e iam fazer representações em espectáculos infantis.

Nas ruas e praças passou-se a depen-durar vistosas lanternas com estruturas de bambu revestidas com papéis de seda pintados e decorados com carac-teres significando felicidade e longevi-

Page 13: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

13 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 14.2.2014

dade e nas que eram trazidas pelas pes-soas, tornou-se costume escreverem-se advinhas, charadas e enigmas.

É no dia 15 da primeira Lua que se deixa de dar o lai si (em mandarim hongbao, que significa coisas boas), envelope vermelho com uma quantia em dinheiro, entregue e recebido com as duas mãos e acompanhado de votos de prosperidade. Este, desde o primei-ro dia do ano novo chinês é entregue apenas às crianças e adultos ainda sol-teiros e só hoje, o dinheiro que ele contém, deve ser usado.

ANTIGAS CELEBRAÇÕESDO ANO NOVO CHINÊSQuando há um ano fomos passar o Ano Novo Chinês em Luoding, na província de Guangdong, assistimos às celebra-ções com um ritual como nunca víramos. As cerimónias realizaram-se nos arredo-res da cidade, num ambiente campesino e percebemos serem próximas das que encontramos descritas num documen-to antigo. Assim iremos descrever aqui como eram realizadas as cerimónias do Ano Novo Chinês, uma das quatro mais importantes festividades chinesas.

O Ano Novo era outrora celebrado pelas famílias chinesas com cinco ce-rimónias. Primeiro, faziam o sacrifício ao Céu e à Terra, depois aos deuses da família, seguindo-se aos Antepassados. Continuava-se a cerimónia com uma demonstração de respeito aos mais ve-lhos, através da prostração dos filhos, noras, netos e sobrinhos perante os seus ascendentes – avós, pais e tios. Por fim, vinham os cumprimentos de Ano Novo aos parentes e amigos.

Vulgarmente conhecida por Oferta do Arroz, constava de sacrifícios que se prestavam ao Céu e à Terra e era a pri-meira cerimónia realizada logo no pri-meiro dia do ano, ainda de madrugada, entre as quatro e cinco horas da manhã. Como era normal não se dormir nessa noite de passagem de ano, tal cerimónia ocorria em boa hora permitindo espe-vitar contra a sonolência, que aparecia por essa altura da madrugada, a tentar capturar as pessoas da sua vigília.

Este culto de reverência ao Céu e à Terra realizava-se na sala principal da casa, onde ao centro se colocava uma mesa. Aí se dispunha uma malga de ar-roz e cinco a dez pratos de hortaliças, não se usando aqui qualquer prato de carne, mais dez chávenas de chá, dez taças de vinho, duas velas vermelhas (lap choc) acesas e um ou três pivetes (incenso). Na malga de arroz espeta-vam-se pequenas hastes de flores, dez pares de pivetes com papel dinheiro, encontrando-se suspenso num dos pi-vetes, por um cordel vermelho, um exemplar de calendário do novo ano lunar, havendo também frutas, como laranjas e tangerinas.

Realizados os preparativos, iniciava--se a cerimónia com a queima de uma enfiada de panchões. Depois, o chefe de família, seguido pelos seus filhos, noras, netos e restante pessoal da casa, dirigia-se para a mesa, ajoelhava-se e batia três vezes a cabeça no chão, levando na mão um ou três pivetes acesos. Enquanto ajoelhado, o chefe da família agradecia os benefícios e a protecção do Céu e da Terra, fazendo renovados pedidos de sucesso para o novo ano. Por fim depositava o incen-so no incensório colocado na mesa. Repetiam esta cerimónia, por ordem descendente, os filhos, as noras, os ne-tos e as outras pessoas. Terminada, voltava-se a queimar uma fiada de panchões. Os pratos ficavam na mesa por um ou dois dias.

AS TRÊS SEGUINTES CERIMÓNIASConhecida por sacrifí-cio aos deuses e ídolos da família, a segunda cerimónia usava a mes-ma mesa no centro da sala onde era colocada reverentemente uma bandeja com malgas de arroz, hortaliça, fru-tas, três chávenas de chá e outras três taças de vi-nho. No centro da bande-ja, uma galinha cozida, sem molhos nem temperos e por isso completamente branca, é exposta inteira com uma tira de

papel vermelho na cabeça e apresen-tada em posição de prostração, com a anca voltada para cima.

Virado para o local onde se encontra-vam as imagens dos deuses e em fren-te à mesa, o chefe de família, seguido pela restante família, ajoelhava e batia três vezes a cabeça no chão, levando na mão três pivetes acesos e enquanto ajoelhado, agradecia a protecção dos deuses, fazendo renovados pedidos para o novo ano. Depois eram os paus de incenso depositados nos incensó-rios em frente das imagens. Repetiam esta cerimónia os restantes membros da família.

Seguia-se o culto aos Antepassados, realizado pela família em frente às tabu-letas (os chin-pai), onde o nome de cada um dos ascendentes está gravado, em sinal de respeito aos seus antepassados.

Feitas estas três primeiras cerimónias de sacrifício, passasse para a quarta. Consiste na reverência dos filhos e netos, prestada de joelhos, aos pais e avós, que se encontram sentados. Já os tios recebem os cumprimentos de pé. Entre os casais não se trocam cumpri-mentos de ano novo.

QUINTA E ÚLTIMA CERIMÓNIAComo vimos, no primeiro dia do ano as pessoas deixam-se ficar por casa e prestam sacrifícios ao Céu e à Terra e às suas divindades, arranjando-as no al-tar, por vezes renovado com um novo altar. Depois, homenageiam os seus antepassados, usando sempre o incen-so para facilitar, pelo perfume e fumo, a comunicação com o Além Eterno. Ca-minha-se à volta da casa, escolhendo--se torneá-la numa auspiciosa direcção, normalmente para Oeste. Ao sair de casa, escolhe-se a direcção auspiciosa

e visitam-se os templos que se encon-tram no caminho. Vai-se queimando fogo-de-artifício para afastar as doen-ças e desejando, com quem se cruza, paz, segurança e felicidade. Nesse dia, a maioria das pessoas abstinham-se de comer carne.

A quinta e última cerimónia realiza-va-se no segundo dia do ano, sendo dedicada a fazer visitas aos amigos e parentes, desejando-lhes votos de um bom Ano Novo (San Nin Fai Lok, em mandarim Xin Nian Kuai Le), um Próspero Ano Novo (Kung Hei Fat Choi, em mandarim Gong Xi Fa Cai) e com boa saúde (Sun Tan Kin Hong, em mandarim Shen Ti Jian Kang). As mulheres casadas vão às casas dos pais para renovar os laços com a famí-lia. Outra actividade do dia é atrair o deus da riqueza para as casas, colocan-do para isso um cartaz, nianhua, com a imagem de uma criança rechonchuda sobre um peixe.

No terceiro dia não se deve sair de casa, nem receber visitas.

O quinto dia é conhecido por Po Wu, ou cortar o 5. É apenas depois deste dia, que as pessoas recomeçam nas limpezas, se usam facas e tesouras, sendo as oferendas removidas. É tam-bém o aniversário dos deuses das Cin-co Direcções e as pessoas rezam, para que estes lhes proporcionem fortuna e prosperidade. Consoante o céu, assim será o próximo ano. Se estiver limpo, será um ano de paz, muito enevoado, será um ano com bastantes problemas.

O sétimo dia é celebrado efusivamente pois comemora-se o aniversário de toda a gente. Trocam-se prendas e festeja-se. Não é no dia do aniversário de cada pes-soa que a idade dos chineses muda, mas sim neste dia, quando passam a ter mais um ano de vida. Por isso, parabéns! Se um bebé nascer dias antes do Ano Novo passa a ter dois anos, apesar de ter ape-

nas dias de vida. Se nascer entre o Ano Novo e o sétimo dia apenas ficará

com um ano de vida. Para as pessoas com uma certa posição social, as

férias do Ano Novo ter-minavam no dia 15 da primeira Lua, depois da Procissão das Lanternas na qual, com acom-panhamento musical, se incorporavam para além dos militares, os indivíduos de des-taque. Actualmente a

Festa das Lanternas per-deu importância, sendo

raro encontrar pelas ruas da cidade quem neste dia

transporte uma lanterna.Desejamos-lhe um próspero

Ano Novo com muita felicidade e boa saúde.

A FESTA DAS LANTERNAS

POPULARIZOU-SE

DURANTE A DINASTIA

TANG, QUANDO ERA

CELEBRADA DURANTE

TRÊS DIAS E O

IMPERADOR RUI ZONG

(710-712) NA NOITE DE

15 DA PRIMEIRA LUA

ABRIA AS PORTAS DO

PARQUE DO PALÁCIO

IMPERIAL EM DONG

DU (LUOYANG) PARA

QUE A POPULAÇÃO

PUDESSE ADMIRAR

UMA GIGANTESCA

ÁRVORE ILUMINADA

COM CINQUENTA MIL

LAMPIÕES

Page 14: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

hoje macau sexta-feira 14.2.2014

WWW. IACM.GOV.MO

De acordo com o Despacho do Chefe do Executivo n.° 109/2005, os requerimentos visando a renovação de licenças anuais, a emitir pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, devem ser tratados, anualmente, entre Janeiro e Fevereiro, salvo se outro prazo estiver fixado em disposição legal. Na falta de regime especial, a não renovação da licença anual no supramencionado prazo implica a cessação da actividade licenciada, salvo se o interessado proceder à respectiva regularização no prazo de 90 dias.

Caso efectue o pedido de renovação da licença anual no período de regularização de 90 dias, fica sujeito a uma taxa adicional calculada nos seguintes termos:

• Dentro de 30 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 30% da taxa da licença em causa;

• Dentro de 60 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 60% da taxa da licença em causa;

• Dentro de 90 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 100% da taxa da licença em causa.

Para um melhor conhecimento dos titulares de licença, é apresentada a seguinte tabela descritiva com o tipo de licenças a renovar entre 1 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2014:

Tipos de Licença Local de tratamentodas formalidades

Licença de estabelecimentos de venda a retalho de aves de capoeira vivas

Centro de Serviços / Todos os Centros de Prestação de Serviços ao Público /

Postos de Atendimento e Informação / Núcleo de Expediente e Arquivo

Licença de estabelecimentos de venda a retalho de animais de estimaçãoLicença de venda a retalho de carnes frescas, refrigeradas e congeladasLicença de venda a retalho de vegetaisLicença de venda a retalho de pescadoLicença de animais de competiçãoLicença de outros animais – cavalo, muar ou asinino

Licença anual do cão de companhia ou de estimação

Canil Municipal / Posto de Atendimento Itinerante para o Requerimento e Renovação da Licença do Cão de Estimação/ Centro de Serviços * / Todos os Centros de Prestação

de Serviços ao Público ** é necessário ainda marcar uma data para a vacinação anti-rábica e, na data combinada,

transportar o cão ao Canil MunicipalLicença anual de lugares avulsos no mercado

Centro de Serviços / Todos os Centros de Prestação de Serviços ao Público

Licença de vendilhõesLicença de afixação de publicidade e propagandaAferição de equipamentos de pesagem ou mediçãoLicença de reclamos em veículosLicença de pejamento de carácter permanente

Licença de esplanada Centro de Serviços / Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas

Os locais e as horas de expediente, para o tratamento de requerimentos de renovação de licenças, são os seguintes:

Centro de Serviços do IACM:Avenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza, 2° andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 18:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Centros de Prestação de Serviços ao Público:

Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona NorteRua Nova da Areia Preta, n.º 52, Centro de Serviços da RAEM, Macau.Centro de Prestação de Serviços ao Público das IlhasRua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n.º 75K, Taipa.Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona CentralRotunda de Carlos da Maia, Nos .5 e 7 , Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3º andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 18:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Postos de Atendimento e Informação:

Posto de Atendimento e Informação CentralAvenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza, 2° andar, Macau.Posto de Atendimento e Informação Toi SanAvenida de Artur Tamagnini Barbosa n.º 127, Edf. Dona Julieta Nobre de Carvalho, Torre B, r/c, Macau.Posto de Atendimento e Informação de S. LourençoRua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4°andar, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 19:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Núcleo de Expediente e Arquivo:Avenida de Almeida Ribeiro, n.°163, r/c, Macau.- 2.ª a 5.ª feira: das 9:00 às 13:00; das 14:30 às 17:45 horas.- 6.ª feira: das 9:00 às 13:00; das 14:30 às 17:30 horas.

Canil Municipal de Macau: Avenida do Almirante Lacerda, Macau.- 2.ª a 6.ª feira: das 9:00 às 17:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Canil Municipal de Coloane: Estrada de Cheoc Van, Coloane.- 2.ª feira: das 10:00 às 15:00 horas (Funciona durante as horas de almoço).

Os formulários de pedido de renovação das supramencionadas licenças (excepto para a Licença de Vendilhões) poderão ser obtidos no website do IACM (www.iacm.gov.mo). Para mais informações, queira ligar para a Linha do Cidadão do IACM, através do telefone no 2833 7676.

Macau, 11 de Novembro de 2013.

O Presidente do Conselho de Administração Substº,

Vong Iao Lek

Aviso

14 publicidade

Page 15: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

Rui Zink

hoje macau sexta-feira 14.2.2014

1. Inculca culpa na tua vítima. Convence-a de que é responsável pelo que lhe está a aconte-cer. Se o fizeres, a tua tarefa estará facilitada. Lembra-te: se aqui vítima há, és tu, cujas in-tenções são “incompreendidas” pelos “ingra-tos e invejosos”.

2. Usa palavras mágicas: pátria, empreen-dedorismo, sacrifício, futuro, reformas, construir, acreditar, inovação. Baralha-as numa Bimby e faz bimbices. Se conseguires dizer sem te rires algo como “Pensar e pre-parar o futuro do nosso país é proporcionar às gerações que nos irão suceder as ferra-mentas adequadas para construir um Por-tugal diferente, num quadro de qualidade, responsabilidade e inovação”, tens um lugar assegurado.

O APRENDIZ DE MAQUIAVEL EM DEZ LIÇÕES

3. Diz que compreendes  a insatisfação dos prejudicados e concordas que, sim, têm ra-zão, mas agora não pode ser nada. Justifica-te com a burocracia, a qual és o primeiro a com-bater. Pede para adiarem o seu protesto, que tu próprio reconheces como justo, “houve de facto erros, a corrigir no futuro”, mas que em breve tudo se resolverá, se as pessoas tiverem “calma e paciência” e souberem “aguardar dis-cretamente”.

4. Desvia as atenções. A forma mais prática de aliviar uma afta é martelar um dedo. Estu-do de caso: há anos, um governo estava em crise com uma sucessão de demissões. Um ministro de génio (para estas coisas) marcou uma conferência de imprensa a anunciar a construção da terceira ponte lisboeta sobre o

Tejo. Todos os jornalistas caíram no engodo – por malícia, naiveté ou pura cumplicidade. Aplica estes e os outros preceitos e terás a vida facilitada.

5. Usa factos. Não importa quais. E números. Muitos números. Mostra gráficos. Sê firme, mesmo que não saibas o que estás a dizer. Não te preocupes, com sorte o teu interlo-cutor não terá informação ou coragem para te confrontar, e o risco de seres apanhado é inferior a 1,6% (número que acabo de in-ventar, aliás). Quando te apresentarem factos contrários, responde que “são casos isolados”. Simplifica ao absurdo mas, se necessário, foge na direcção contrária, e diz que “a questão é demasiado complexa” para ser tratada “daque-la maneira” na praça pública.

6. Chora lágrimas de crocodilo. Se não tive-res de crocodilo, chora lágrimas de raposa, de hiena, de lobo com pele de cordeiro, de rato de sacristia, de coelho à caçadora, de abutre, ou, na pior das hipóteses, de “intensa e enorme emoção”, porque tu, “pessoa razo-ável e pragmática”, raramente “cedes à emo-ção”, mas quando cedes ela é sempre intensa e enorme, porque tu és assim e “assumes” com plenitude a plenitude da plenitude.

7. Sabes que a crise  tem unicamente por função baixar “o custo do trabalho”. Corri-jo: também servirá para vender alguns anéis públicos, e os dedos que a eles vierem co-lados. Só que baixar o custo do trabalho é a prioridade. Infelizmente, não o podemos dizer desta maneira. Então mostra compai-xão, geme, condói-te, solidariza-te, “com-preende”. Etc. Faz como te digo e vais ver que tudo corre bem.

8. Defende e respeita a tradição. Porque a tra-dição é “a alma dum povo”. Lembra que, em contrapartida, para progredir é preciso “pro-ceder a reformas necessárias”. E são sempre necessárias, essas reformas, ainda que “dolo-rosas”. Tu compreendes que são dolorosas, só que necessárias. Em simultâneo, tenta respei-tar “as bonitas tradições do nosso povo e de nossos pais”. E nenhuma é tão bonita como o futebol.

9. Escolhe bem os funerais a que vais. Lembra--te: o morto é o menos importante, a pedra na sopa da pedra. Se te candidatas a herdeiro do trono, sê “discreto e humilde”, mas vai para a frente na fotografia. Lembra-te: quando foi confrontativo, Ronaldo perdeu; quando foi humilde, Cristiano ganhou.

10. Ignora aqueles que dizem: não mates o mensageiro. Matar a quem, senão ao mensa-geiro? Ignora aqueles que dizem que não se bate nos mais fracos: bater em quem, senão nos mais fracos? Nos mais fortes? Só os idio-tas batem nos mais fortes. Não te armes em corajoso. Se quiseres mostrar coragem (até para desviar as atenções), empurra um bêba-do ou humilha um criado.

Cumpre estas leis e poderás, pela calada, de-sobedecer a todas as outras. Ámen.

15h

Page 16: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

16 DESPORTO hoje macau sexta-feira 14.2.2014

PUB

SÉRGIO [email protected]

O Campeonato Britânico de Fórmula 3 (cam-peonato que po-

derá ser obrigado pela FIA a mudar de nome por não seguir à risca a última regulamentação técnica proposta pela federação internacional) vai a assistir em 2014 a uma pequena in-vasão chinesa. Para além de Andy Chang Wing Chung da RAEM, a disciplina contará com a presença de mais quatro pilotos chineses, um número recorde.

Atraídos pelo nome da categoria, associado a um nível inferior comparado com o campeonato europeu, à possibilidade de correr no final do ano no Circuito da Guia e limitados pela falta de alternativas nas corridas de monolugares na Ásia, a competição britânica encaixa perfeitamente no objectivo desta nova geração de pilotos chineses.

Segundo a imprensa chi-nesa, com base nessas premis-sas, o Chegdu Speed Clube terá mesmo assinado uma parceria com a equipa inglesa

MARCO [email protected]

À segunda deverá ser de vez para o Or-ganismo Autónomo

Desportivo da Casa de Por-tugal em Macau. Depois de ter disputado no ano passado o Campeonato de Basque-tebol da II Divisão, a mais significativa colectividade lusa do território quer voltar a aventurar-se nas andanças da modalidade, ainda que com perspectivas de desenvolvi-mento mais consolidadas. A aventura no segundo escalão do basquetebol da RAEM até nem se saldou por maus resul-tados, mas a Casa de Portugal quer garantir que a disciplina ganha o seu próprio espaço no seio da organização. Antes de se lançar novamente nos meandros competitivos do basquetebol do território, o Organismo Autónomo Desportivo quer chamar atletas de todas as idades à modalidade e consolidar a disciplina no seio do clube. Raffaele Colleo tomou em mãos a responsabilidade de dar corpo ao projecto. O luso-italiano, que integra também o plantel do onze de futebol da Casa de Portugal que disputa o Campeonato da II Divisão, sumariza os objectivos para os próximos meses: “Este ano a casa de Portugal vai convidar equipas de fora a participarem em alguns torneios privados e vai participar em alguns torneios, seja em Macau, seja fora de

AUTOMOBILISMO PILOTOS CHINESES“DESCOBREM” BRITÂNICO DE FÓRMULA 3

A pequena invasão

Team West-Tec. Sun Zheng, vencedor da “Classe Nacio-nal” do Campeonato Britânico de Fórmula 3 de 2013, lidera esta pequena representação, a que se junta Li Zhi Cong. O piloto natural de Cantão e bicampeão da Taça GT da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) vai correr pela equipa Carlin.

O piloto português de Macau, Rodolfo Ávila, ele próprio um ex-competidor da F3 britânica, tem sido o trei-

nador de Li nesta sua primeira aventura europeia e explica que ainda há um longo cami-nho a percorrer por parte dos pilotos da China continental. “O automobilismo tem evolu-ído muito na China e em toda a Ásia nos últimos anos, mas nas disciplinas de monoluga-res ainda há um fosso enorme entre os pilotos europeus e os asiáticos, se excluirmos os japoneses. Inglaterra é um sítio perfeito para aprender a correr ao mais alto nível,

como também é para aqueles pilotos que conciliam a vida das corridas com os estudos”.

A tradição dos pilotos chineses na Fórmula 3 é ainda pequena, a julgar pelas estatísticas. Em três décadas do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, apenas cinco envergaram a bandeira da República Popular da Chi-na - Ho Pin Tung, Franky Cheng, Sun Zheng, Marchy Lee e Adderley Fong – e nenhum deles foi capaz de obter resultados relevantes.

Para Andi Scott, o director desportivo da equipa Fortec Motorsport, a atitude dos pi-lotos chineses também está a mudar, dando como exemplo

de Martin Cao Hong Wei que antes do Natal testou pela equipa inglesa. “Habitual-mente quando temos alguém a andar pela primeira vez, espe-ramos que um processo lento de adaptação. Ele começou a puxar logo desde o primeiro momento e fez voltas muito razoáveis”, diz o inglês que irá ter o piloto da província de Hunan nas suas fileiras na temporada 2014.

SEDENTA FÓRMULA 1 AGRADECEEsta avalanche de pilotos do Império do Meio num dos mais relevantes cam-peonatos de monolugares europeus é uma boa notícia para a Fórmula 1, que espera e desespera pelo despoletar de um talento na segunda maior economia do mundo.

A República Popular da China foi notícia na pretérita semana no mundo da Fórmula 1, desta vez pelo peso que teve na queda bruta dos valores glo-

bais de audiência da disciplina rainha do desporto motorizado em 2013. Com a transmissão dos Grande Prémios agora a cargo de treze canais televisi-vos regionais, em vez da TV estatal CCTV, o número de pessoas que viu pelo menos 15 minutos consecutivos de uma corrida caiu em 29,8 milhões, comparado com os valores do ano anterior.

No relatório enviado à im-prensa, esta estratégia espera dar frutos a longo prazo, ga-rantindo a cobertura de todas as corridas e qualificações em directo, algo que não acontecia com a televisão estatal, que sempre deu prioridade a outras modalidades.

Em 2012, a China também tinha registado a maior queda nas audiências televisivas, perdendo mais de 35% de espectadores, muito devido à sobreposição dos Grande Pré-mios europeus com eventos desportivos de maior impor-tância na China continental.

BASQUETEBOL ASSOCIAÇÃO PREPARA EQUIPA PARA A PRÓXIMA TEMPORADA

Casa de Portugal aponta ao cestoMacau. Vamos prepara uma equipa masculina e uma formação feminina para no próximo ano podermos disputar o Campeonato”, garante Colleo.

A presente temporada servirá sobretudo para dar corpo e forma a um projecto que ambiciona conquistar o seu próprio espaço no âmbito do desporto de ma-triz lusófona do território. Apesar de não escamotear as raízes, Raffaele Colleo diz que o objectivo passa por estruturar uma equipa o mais eclética e o mais com-petitiva possível: “Este ano não vamos competir ainda. Este ano servirá inteiramente para preparar a equipa, para que esteja bem oleada e bem preparada fisicamente na hora em que for necessário competir”, sustenta.

O cinco de basquetebol da Casa de Portugal deverá

ter por base atletas que já praticavam basquetebol em Portugal e que não querem abrir mão da prática da modalidade. Os planos de Raffaele Colleo passam também por convidar atle-tas filipinos a fazerem parte da equipa: “Em Macau, o basquetebol é uma mo-dalidade muito praticada quer por chineses, quer por filipinos. Há bastantes bons jogadores filipinos, mas a maior parte deles estão impedidos de competir em Macau. Disputam entre eles um torneio privado, no qual também deveremos participar este ano, mas vamos tentar perceber se é possível integrar alguns destes atletas no grupo de trabalho que estamos a constituir”, conclui.

No ano passado, a expe-riência da Casa de Portugal no campeonato de basque-tebol da II Divisão não foi de todo despiciente. O cinco de matriz portuguesa ven-ceu dois dos três primeiros jogos disputados, acabando no entanto por falhar a passagem à segunda fase da competição.

Page 17: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

hoje macau sexta-feira 14.2.2014 FUTILIDADES 17

T E M P O C H U VA F R A C A M I N 5 M A X 9 H U M 7 0 - 9 5 % • E U R O 1 0 . 9 B A H T 0 . 2 Y U A N 1 . 3

Pu YiPOR MIM FALO

Salvador da pátria linguística

IMÍZCOZ DESPE-SE PARA REVISTA

Se Javi Martínez, médio espanhol, tem desiludido na segunda época ao serviço do Bayern Munique - tem apenas quatro jogos a titular na Bundesliga -, o mesmo não se pode dizer da sua namorada. María Imízcoz tem, por estes dias, a Alemanha a seus pés. Eleita rainha da Bundesliga no ano passado, a modelo espanhola voltou a conquistar os alemães nas páginas da revista GQ, com uma produção, no mínimo, ousada.

Juíza demitida por apanhar banhos de sol nua• Uma juíza do Supremo Tribunal da Bósnia Herzegovina foi demitida após terem sido publicadas uma série de fotos onde aparecia nua enquanto fazia exercícios físicos e apanhava banhos de sol. Onde!? No seu gabinete no Tribunal. Sim, no Palácio da Justiça de Sarajevo. As imagens causaram uma polémica considerável já que a juiz usava o seu gabinete e respectiva secretária, onde se deitava para descansar e apanhar sol nua após o exercício. Também dançava enquanto lia alguns documentos, conforme relatado pelo site Daily Star.

Quatro iranianas banidasdo futebol femininopor serem homens• Quatro jogadoras da Selecção Iraniana feminina de futebol foram banidas do futebol. Porque razão!? Elas afinal eram eles. Eram homens. Os atletas estavam apenas a aguardar a operação para mudanças de sexo. A questão é que, após a cirurgia, elas serão autorizadas a voltarem a jogar. Com o caso inusitado, segundo o “Daily Mirror”, as equipas do futebol islâmico agora estão a fazer testes de género em todas as jogadoras antes de uma possível contratação. Também se está a recorrer a testes aleatórios no futebol feminino da região.

Jason Chao, já sabemos, tem muitas qualidades. É homem que odeia censuras e defende as suas causas e de outros com unhas e dentes, mas lá pelo meio perde um bocadinho o norte. Defende a liberdade de expressão e de imprensa. Mas defende também o fechar de portas à imigração, porque os recursos humanos locais (ainda que em escasso número) perfazem as necessidades de Macau. E com isso dá um pequeno chuto no rabo não apenas àquelas comunidades de não-residentes a viver aqui há largos anos, cujos trabalhos prestados são imprescindíveis e não encontram substituição local, mas também a portugueses, continentais e estrangeiros especializados que trazem o seu contributo a áreas em que Macau precisa de um empurrãozinho. Depois há aqueles, como nós jornalistas (eu, gato, me confesso parte integrante da classe) que prestamos serviço para fazer valer esta identidade distintiva de Macau: a da multiculturalidade. Somos, portanto, parte dos ditos talentos estrangeiros. Pelo menos, até aqui, o Governo sempre assim entendeu. Mão-de-obra, repito, que o activista não quer ver por cá. Por isso, na teoria, Jason Chao também nos quer ver pelas costas. Mas, na prática, chama-nos a atenção (quase diariamente). E, de facto, tem cativado o nosso interesse. Tal como nós fomos sendo cativados por ele. O último debate que levantou e nos prendeu a atenção é tão simplesmente o nome da terra que aparece – a quem por cá vive - no “sistema de localização” do Facebook: Ao Men. Está mal, diz ele. “Queremos defender o nome da cidade e também queremos que os cidadãos entendam o valor dos nomes portugueses de alguns locais de Macau. Há muitos nomes em português que devem ser preservados”, defende. Isto porque, parece-lhe, Macau está a ser absorvido pela mãe-pátria e perdendo a sua identidade. Neste caso, com clarividência, põe a nossa língua e a sua importância no mesmo patamar do cantonês que, diz, também receia estar a sofrer influências do continente. Muito nos orgulha que a lenda sobre a designação de “Macau” prevaleça como prioritária, em detrimento de “Ou Mun”.

João Corvofonte da inveja

Não chames os bois pelos nomes. Leva-os para o Campo Pequeno.

C I N E M ACineteatro

SALA 1ROBOCOP [C]Um filme de: José PadilhaCom: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton, Abbie Cornish14.00, 16.00, 18.00, 21.45

FROM VEGAS TO MACAU [C](FALADO EM CANTONÊSLEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Wong JingCom: Chow Yun-Fat, Nicholas Tse20.00

SALA 2 WINTER’S TALE [B]Um filme de: Akiva GoldsmanCom: Colin Farrell, Jessica Brown Findlay,

Jennifer Connelly14.30, 16.30, 21.30

THE BOOK THIEF [B]Um filme de: Brian PercivalCom: Sophie Nelisse, Geoffrey Rush,19.00

SALA 3ENDLESS LOVE [B]Um filme de: Shana FesteCom: Alex Pettyfer, Gabriella Wilde14.15, 16.05, 18.00, 21.45

THE LEGO MOVIE [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Phil Lord, Chris Miller19.50

ROBOCOP

Page 18: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

18 hoje macau sexta-feira 14.2.2014OPINIÃOperspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

A casa inteligente é uma realidade. A visão de um autómato em cada casa está a ser substituído por um conceito mais prático que consiste no uso de uma rede para ligar equipamentos e integrar subsistemas. O estilo de vida imposto pela Internet criou um interesse

desmesurado pela aceitação do lar inteligente, ligado e conectado que integra subsistemas residenciais e equipamentos que permitem a conexão entre pessoas e entre estas com todas as coisas no seu interior. Esse conceito é conhecido por “Smart+Connected Com-munities Institute (S+CC)” e foi lançado na Exposição Universal de 2010, em Xangai.

O (S+CHome) é uma ideia desenvolvida pela Cisco com origem no (S+CC). A ideia de uma casa ligada e conectada, há alguns anos, era a de uma rede caseira com vários computadores e impressoras ligados por ca-bos ou por tecnologias sem fio. A rede caseira era usada para partilhar o acesso à Internet e arquivos entre os computadores.

Os fabricantes criaram posteriormente, equipamentos residenciais que podiam ser ligados à rede, como por exemplo, um tele-comando que permitia acender e apagar as luzes, temperar a água das piscinas ou “salus per aquam”, comummente designados por “Spa”, ligar e desligar alarmes e manter a temperatura do ar no nível desejado.

A crescente procura por acesso permanente à Internet e a popularidade de equipamentos móveis como telefones inteligentes e “tablets”, nos últimos anos pressionaram os fabricantes de electrodomésticos e de equipamentos elec-trónicos a introduzir a possibilidade de ligação à Internet em alguns equipamentos.

Assim, os televisores com Internet podem estar ligados a serviços gratuitos ou por assi-natura que prestam informações sobre o clima, desportos, notícias ou oferecem filmes e outro tipo de programação. Os frigoríficos actuais trabalham como sistemas de administração de alimentos, podendo manter um inventário dos produtos que armazenam e do seu tempo de permanência, podendo avisar os proprietários sobre a deterioração dos mesmos e permitir um ajustamento remoto da temperatura.

O (S+CHome) é muito mais que uma ligação entre equipamentos inteligentes, pois oferece uma experiência de vida interligada que usa o controlo caseiro para criar um determinado estilo de vida tendo em vista aumentar a comodidade, conveniência, efici-ência energética e segurança e usando a rede como plataforma de construção e desenho de soluções que permite criar e integrar os

Edifícios inteligentes“In due course buildings will become full of technology. Walls and ceilings will be embedded with sensors, and every aspect of a building’s performance and use will be metered and measured. Software tools will be used to automatically optimize building systems without human intervention; real-time information about the building that is relevant to their particular needs will be provided to occupants and building management. Buildings will be fully interactive with the power grid, and geospatial location systems will be deployed for every building asset.”

James M Sinopoli Smart Buildings Systems for Architects, Owners and

Builders

novos serviços concentrando-se na inte-racção comunitária. A rede pode ser usada como plataforma de prestação de serviços transformando uma comunidade residencial física numa comunidade residencial ligada e conectada, obtendo sustentabilidade econó-mica, social e ambiental.

O (S+CHome) oferece um modelo de negócios para construtores de bens imóveis e administradores de propriedades, possibi-litando uma solução económica e eficiente, bem como a utilização de serviços suportados numa plataforma. A rede como plataforma, tanto dentro da residência como na comuni-dade, cria uma série flexível e extensiva de funções e serviços que melhoram a susten-tabilidade económica, social e ambiental.

É alterada a forma como se desenha, constrói, cria e se renovam as comunidades residenciais. É uma solução orientada aos ser-viços permitindo que os construtores possam oferecer a quem adquire uma habitação, um tipo único de vida, diferenciando assim as suas propriedades e dando uma melhor experiência de vida aos residentes. A Internet, tal como o gás, água e electricidade está a tornar-se num fornecimento de serviço caseiro primordial.

A procura de residências inteligentes é es-timulada pelo “estilo de vida Internet” (EVI). O EVI surge para fazer face aos desafios das pessoas que necessitam de simplificar as in-contáveis exigências da sua vida profissional e familiar. Este estilo de vida significa associar tecnologia com vida caseira e familiar de forma a criar um meio ligado e conectado onde as pessoas se podem comunicar entre si e controlar o interior da residência, seja de dentro ou de forma remota, através da Internet.

O EVI perfilha soluções habilitadas por Internet que incluem vídeo e áudio por fluxo de média para lazer e aprendizagem, monito-rização de energia e segurança, diagnóstico remoto, comunicação pessoal e familiar e acesso simultâneo à Internet a partir de vários computadores ou equipamentos ligados e conectados. A disponibilidade e diversidade de aplicações baseadas na “Web” está alterar a forma como é usada diariamente a Internet, permitindo uma nova geração de aplicações como as comunicações por voz e vídeo, soluções de comércio electrónico, serviços personalizados de informação meteorológica e notícias, segurança e automatização caseiras e serviços de gestão de recursos.

O conjunto de serviços deste tipo trará fatalmente novos níveis de conforto, conveni-ência e segurança aos consumidores. As cha-ves mestras de mercado para o aparecimento e desenvolvimento do conceito (S+CHome) são o aumento do uso da Internet, pois as pessoas consomem cada vez mais aplicações de voz, vídeo, música, dados, navegação, correio electrónico, telefones via internet, fotos digitalizadas, compras em linha e jogos, bem como a crescente necessidade de acesso rápido à Internet, pois os utilizadores exigem maior velocidade e maior disponibilidade de aplicações que requerem maior largura de banda, dado que o número de aplicações

assente em vídeo cresceu nos últimos anos e exigem um método mais rápido de aceder à Internet.

O aumento do teletrabalho é outra das prin-cipais características, pois é cada vez maior o número de pessoas que trabalham em casa e necessitam de acesso de alta velocidade para conectar-se e comunicar com a sua empresa e clientes. As tecnologias como redes virtuais privadas (VPN na sigla em língua inglesa) são fortemente usadas para aceder à rede do escritório, a partir de casa. O desejo de apli-cações multimédia na residência é o maior impulsionador, motivando os consumidores pelo (S+CHome), sendo a Internet a aplicação que detém a maior procura mundial.

A Internet em toda a casa utiliza uma rede que melhora as comunicações com os membros da família, permite importar arqui-vos de áudio e vídeo da “Web” e partilhá-los por toda a casa. O (S+CHome) é o conjunto de componentes que processam, concebem, conduzem e armazenam informação que permite a ligação conexão e a integração de múltiplos equipamentos na residência.

A rápida aceitação da Internet conjun-tamente com os rápidos progressos em telecomunicações e o desenvolvimento de equipamentos inteligentes aumenta a sua necessidade, que exige cinco componentes essenciais que são uma rede que conecta todos os equipamentos e subsistemas na residência.

Os subsistemas incluem dados, voz, lazer, segurança, iluminação, aquecimento, ventila-ção e refrigeração; quanto às infra-estruturas, as novas habitações podem ser construídas com incorporação da rede de cabos neces-sários, enquanto as antigas necessitam de os instalar, a menos que usem as tecnologias sem fio; o acesso à Internet de alta veloci-dade é fundamental para levar os serviços ao lar; o equipamento IP (Internet Protocol, na língua inglesa) é imprescindível, como electrodomésticos, aparelhos electrónicos e outros que usam uma linguagem comum para se comunicarem.

Ao escolher equipamento que usa Pro-tocolo de Internet, a sua conexão à rede é uma realidade, podendo comunicar e assinar serviços que os prestadores oferecem em grande número mediante uma assinatura, como o acesso à Internet, telefone, televisão e vigilância da casa.

O aparecimento do estilo de vida Internet está a converter a rede no quarto serviço público mais procurado e consumido no mundo depois do fornecimento de gás, água e electricidade. Aquando da Exposição Uni-versal de Xangai, a Cisco, apresentou a visão, baseada na ideia de que quando as redes se convertessem num serviço essencial para o proprietário, o (S+CHome) seria a regra e as pessoas estariam ligadas e conectadas com todos e com tudo dentro da residência e com o mundo exterior assinando serviços que melhoram e tornam mais confortável a sua vida caseira.

As empresas procuram novas formas de rentabilizar o seu investimento e diminuir

as suas despesas de operação, reduzir o consumo de energia e aumentar a produti-vidade dos seus trabalhadores, uma vez que muita das infra-estruturas IT estão instaladas, de forma a que os escritórios integrem as funções IT com os sistemas tradicionais. As empresas investiram enormes somas em infra-estruturas IT e tecnologias de redes, como redes IP, sem fio, VOIP, mobilidade e ferramentas de colaboração como correio de voz, mensagens electrónicas, videoconferên-cia e planeamento. A maioria das empresas, além de IT e infra-estruturas de redes, têm instalações ou sistemas físicos de edifícios, como aquecimento, ventilação, ar acondi-cionado, iluminação, energia, elevadores e equipamentos de áudio e vídeo, que operam de forma não integrada.

A investigação do (S+CC) afirma que as mesmas empresas estão à procura de formas novas e inovadoras de aproveitar as suas infra--estruturas para reduzir as despesas de operação e uma das formas de o conseguir é diminuir o consumo de energia e melhorar a produtividade dos trabalhadores, e utilizando um método centralizado em redes, a convergência desses sistemas isolados permite às equipas de gestão de serviços aumentar a perceptibilidade do uso dos recursos em todo o edifício e identificar a sua óptima utilização. Utilizando tais processos e métodos é possível ter edifícios inteligentes com uso eficiente da energia.

Os edifícios consomem quase 50 por cento de toda a energia que se utiliza no mundo e os custos energéticos representam quase 35 por cento dos custos operativos totais de um edifício. Os edifícios serão os maiores con-sumidores de energia do mundo em 2025. O número absoluto de edifícios no mundo está aumentar a ritmos nunca antes registados, especialmente com a explosão de construção nos países de economias emergentes como a Índia e a China.

O crescimento do mercado da propriedade de bens imóveis na China é particularmente notável porque está a aumentar em cerca de vinte e cinco mil milhões de pés quadrados por ano, ou seja, o equivalente a uma terça parte da actual área construída no Japão. O que significa que a cada três anos um novo Japão nasce na China em termos de área construída.

A União Europeia realizou um estudo que indica que o consumo energético nos edifícios dos seus Estados-membros é destinado fun-damentalmente ao aquecimento, refrigeração em climas quentes e iluminação, constituindo as maiores fontes de dióxido de carbono. O consumo de energia nos edifícios, por exemplo em França, é de 44 por cento, contribuindo em mais de 22 por cento das emissões de dióxido de carbono, representando os custos energéticos cerca de 31 por cento da totalidade dos custos operativos de um edifício.

O mesmo estudo indica que grande parte do consumo de energia nos edifícios durante o seu ciclo de vida é criado durante a sua operação (cerca de 75 por cento) comparado com o período de construção. O impacto do comportamento do utilizador e do controlo em tempo real da informação é calculado em cerca de 20 por cento, logo é possível identificar a tec-nologia de informação e comunicações como instrumento credível para ajudar a desenhar, optimizar e controlar o consumo de energia nos edifícios inteligentes actuais e futuros.

Page 19: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

hoje macau sexta-feira 14.2.2014

contramãoISABEL [email protected]

J Á dei a ideia há alguns anos: no início da legislatura, a Assem-bleia Legislativa devia organizar umas aulas para os deputados. Uns módulos de assuntos di-versos. Ninguém precisava de saber e, nos dias que correm, a coisa até ia bem com esta história da formação contínua, na qual o Governo aposta tanta

pataca. Ninguém nasce deputado, ninguém cresceu com o regimento da Assembleia na mesinha de cabeceira para leitura em noites de insónia e a malta compreende que há uns com mais talento para a tarefa do que outros. Umas aulinhas de Direito Constitucional, umas noções de Introdução ao Direito e um curso intensivo sobre as regras de funcionamento interno do órgão legislativo e talvez tudo aquilo funcionasse melhor – ou, pelo menos, a imagem cá para fora fosse retocada.

Esta semana, num refrescante almoço de Primavera com a comunicação social, o investigador visitante da Universidade de Zhejiang Ho Iat Seng teceu considerações sobre a capacidade (ou a incapacidade) de os deputados apresentarem e apreciarem iniciativas legislativas dos deputados. Se a tradução não falhou, disse o presidente da Assembleia que “os deputados têm poucos conhecimentos jurídicos”.

A afirmação não constitui propriamente uma novidade para quem segue os trabalhos da Assembleia de perto ou lê com atenção o que se por lá se diz, mas não deixa de ser curioso que o presidente da Assembleia Legislativa utilize o facto para justificar o funcionamento do órgão ou para deixar avisos à navegação.

Sem dúvida alguma que há jurisdições por esse mundo fora em que os deputados são mais bem preparados – do ponto de vista jurídico e a outros níveis – do que em Macau. Mas haverá também locais onde a preparação é ainda pior. Tem tudo que ver com o modo como se chega à política e o modelo de conquista dos assentos. Em Macau, ser empresário é meio caminho andado para chegar a deputado; sítios há onde ser deputado significa um futuro bri-lhante no mundo empresarial. A vida tem destas coisas.

Ho Iat Seng não pode – ou não devia, que poder não lhe falta – justificar a maior ou menor dificuldade em avançar com iniciativas legislativas com aquilo que, a julgar pelas declarações que fez, é uma falha de formação no conjunto de tribunos do qual ele também faz parte, porque antes de presidente é deputado. Susana Chou ar-ranjou outra explicação, ao atribuir a culpa à Lei Básica – a justificação não era mais

Em Macau, ser empresário é meio caminho andado para chegar a deputado; sítios há onde ser deputado significa um futuro brilhante no mundo empresarial. A vida tem destas coisas

As aulas dos deputadosconvincente, mas deixava os deputados em melhores lençóis.

Um deputado não tem de ser capaz de escrever um projecto de lei em casa, à noite, a seguir ao jantar. Os juristas existem para isso. E até há alguns que foram inventados para prestar este tipo de assessoria, porque de leis percebem eles. Um deputado tem de olhar para o povo que o elegeu, para o povo que representa ou para o povo que alguém quer que ele represente (as três combinações de Macau) e pensar no que é preciso fazer. Com projectos de lei ou sem eles. É para isso que a política serve.

Pior do que a falta de preparação jurí-dica é a falta de preparação a outros níveis a que se tem assistido na actual legislatura. Sobre esta falta de preparação não me vou alongar – digo apenas que algumas aulas de História e uma boa dose de pudor resolveriam problemas mais graves do que a ausência de conhecimentos jurídicos.

Ainda assim, não custava nada inventar uns módulos e dar umas aulas aos deputados. Em regime pós-laboral, que a maioria tem o dia bem ocupado.

cartoonpor Stephff

TEAC

HER’

S PE

T (1

958)

, GEO

RGE

SEAT

ON

Page 20: Hoje Macau 14 FEV 2014 #3030

PUB

hoje macau sexta-feira 14.2.2014

RITA MARQUES [email protected]

H Á tradutores insuficientes e dos poucos que existem são obrigados a trabalhar em várias frentes. O pro-

blema, diz a académica Lurdes Escaleira, é que estes profissionais não têm grandes condições para progredir na carreira profissional.

A académica, autora do livro “Ensino da Tradução em Macau”, defende por isso a necessidade de formações pós-licenciatura, papel que caberá às instituições de ensino superior. “Depois do curso básico, falta a formação contínua só dada pelos Serviços de Administração e Função Pública. As instituições

LIVRO “ENSINO DA TRADUÇÃO EM MACAU”, DE LURDES ESCALEIRA, APRESENTADO NO IPM

Formação contínua é essencialLurdes Escaleira lançou ontem o livro “Ensino da Tradução em Macau”, baseado numa tese de doutoramento que envolveu um estudo profundo do sector e do mercado de trabalho local. Das conclusões sobre a investigação, realça que o ensino superior tem “responsabilidade” de dar formação pós-licenciatura

tradutores” e satisfazer a procura do mercado laboral, embora se torne urgente mudar o programa curricular porque “quatro anos de licenciatura não são suficien-tes” para os alunos que não têm conhecimento prévio das línguas de trabalho. “Seria necessário criar um ano zero, que já existe na Universidade de Macau, e na legislação, que permitisse ensinar apenas o português e o chinês, para os alunos ganharem alguma profi-ciência. Só depois disso, fariam um exame e se passassem entrariam no curso de tradução”, defende.

O estágio é outra valência que deveria ser obrigatória, entende a académica, mas que para já não consta do programa curricular. Entre as instituições do ensino supe-rior, defende Lurdes Escaleira, deve haver uma colaboração, já que cada uma tem o seu “papel” e não devem providenciar a mesma oferta.

A especialização, por sua vez, não é matéria de tanto relevo. Se-gundo Escaleira, o mercado de tra-balho de Macau não está à procura de especialistas porque exige “que traduzam e sejam intérpretes de uma variedade enorme de áreas”. Aos seus alunos, que ontem assistiram à apresentação da publicação, dirigiu ainda algumas palavras auspiciosas: “Macau precisa de talentos e cada um de vós pode fazer a diferença”.

de ensino superior deveriam ter a responsabilidade de apoiar os tradutores depois do curso básico porque nos inquéritos [que fiz] os tradutores dizem que precisam de aprofundar as técnicas de tra-dução”, salienta a autora da tese de doutoramento que deu lugar ao livro com a chancela da Delta Edições, ontem lançado no IPM.

De outro modo, é necessário que a Associação de Tradutores de Macau, criada em 1996, saia do papel e ajude na mesma causa. “Deveria defender os seus direitos, criar formação, dar hipótese para os apoiar. Nenhum dos tradutores me deu dados sobre essa associação por-que não existe fisicamente, não tem iniciativas”, explica a investigadora.

A académica apurou que, em mais de uma década, foram for-mados 288 tradutores-intérpretes pelo IPM. O número é pequeno para as necessidades do território,

sobretudo, nas áreas de Direito e Administração Pública. Ainda as-sim, o IPM, entende Escaleira, tem condições para se assumir sozinho como “um centro de formação de