hoje macau 12 fev 2015 #3272

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Ondjaki, João Botelho e Gabriel o Pensador em destaque numa edição que dá voz aos mais novos. ROTA DAS LETRAS Uma viagem à volta da literatura infantil GONÇALO LOBO PINHEIRO Depois das inúmeras queixas recebidas pelo fim do serviço de rádio-táxis, que veio piorar uma situação já de si sofrível, eis que é agora comunicado o retorno das licenças especiais. O anúncio foi feito pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, que assegura ainda a circulação permanente de 1200 a 1300 veículos. DESPORTO PÁGINAS 16-17 hojemacau TÁXIS LICENÇAS ESPECIAIS ESTÃO DE VOLTA PUB REGRESSO A ESTRADA AUTOCARROS Governo e Transmac à procura de caminho SOCIEDADE PÁGINA 7 EVENTOS CENTRAIS AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB RICARDO TORRÃO | JOGADOR DO KA I HISTÓRIAS DE UM POLIVALENTE DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUINTA-FEIRA 12 DE FEVEREIRO DE 2015 ANO XIV Nº3272 GRANDE PLANO PÁGINA 3 `

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Hoje Macau N.º3272 de 12 de Fevereiro de 2015

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Page 1: Hoje Macau 12 FEV 2015 #3272

Ondjaki, João Botelho e Gabriel o Pensador em destaque numa ediçãoque dá voz aos mais novos.

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Depois das inúmeras queixas recebidas pelo fim do serviço de rádio-táxis,que veio piorar uma situação já de si sofrível, eis que é agora comunicado o retorno

das licenças especiais. O anúncio foi feito pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas,Raimundo do Rosário, que assegura ainda a circulação permanente de 1200 a 1300 veículos.

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“Já temos projectados terrenos destinadosà construção futuradas subestaçõesnas zonas dos novos aterros urbanos,nas ilhas e no Cotai,de modo a satisfazeras necessidadesda sociedade”• Gabinete para o Desenvolvimentodo Sector Energético

“A UM respeitao relatório. Seguimos sempre o princípio de gastar o dinheiro público apropriadamente,de forma a assegurar que a alocação dos recursos serve os objectivos de desenvolvimentoda universidade”• Resposta da Universidadede Macau ao relatóriodo Comissariado de Auditoria

“A Administraçãoda RAEM, como referi anteriormente, tem assumido cabalmente as suas funções no apoio à população, nomeadamente de cariz social, pelo que a acção da Fundação Oriente se tem limitado à vertente cultural, muitas vezes inclusive em parceria com instituições locais”Carlos Monjardino• Presidente da Fundação Oriente

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l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Agnes Lam; António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; David Chan; Fernando Eloy; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

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“Não são [condições iguais] por uma razão: no concurso anterior, quando foram feitos os contratos com as três empresas na base do modelo anterior – de aquisição

de serviços – as propostas apresentadas eram diferentes”raimundo do rosário, secretário para os Transportes e obras Públicas,

sobre os novos contratos com as operadoras de autocarros | P. 7

Jon STEwART anunciou ontem que vai aposentar-se no final deste ano. Numa fotografia de arquivo ontem publicada novamente, o comediante satírico segura o Emmy que recebeu em 2011, pela sua “escritade excelência” demonstrada na série The Daily Show With Jon Stewart. O jornalista deixa a carreira depois de mais de 16 anos de emissões diárias do programa.

ao Passar pelo centro de Macau reparei que o Estranho Vermelho, o tipo que nos sarrazina os ouvi-dos com músicas da Revolução Cultural, entre outras e protestos incompreensíveis, aproveitava as paragens do trânsito nos semáforos para dançar sobre as passadeiras o que chamava a atenção dos turistas. Como seria de esperar, um mais afoito dirigiu-se a ele e tiraram uma fotografia. Outros se seguiram com o mesmo objectivo. O Estranho Vermelho talvez estranhasse mas a vida é mesmo assim: quem não quer ser bobo não lhe vista o hábito. Mas ele quer.Ora aqui temos um belo exemplo do que é (tem sido) a oposição às políticas do Governo: acções que frequentemente desembocam em palhaçada, com a credibilidade que lhe está associada. O Estranho Vermelho é um caso radical e nessa radicalidade perfeitamente incon-sequente e inofensivo (excepto para os nossos ouvidos). O pior é que existe uma tendência neste sentido do absurdo, um palmilhar da mesma direcção, noutros “opo-sitores”, o que já nos incomoda de outro modo. É o caso de Jason Chao e de uma doença da qual parece padecer, a que chamaria “associativismo galo-pante”. Com efeito, basta qualquer facto novo irromper no corpo social da RAEM para que o homem da Associação Novo Macau surja num rompante a criar uma associação. A coisa teria piada se, por vezes, não parecesse que Chao nem sequer percebe os terrenos que pisa e as con-sequências nefastas das suas acções.O exemplo está na recente Associa-ção de Vigilantes da Universidade de Macau, que se propõe, como o nome indica, vigiar e prevenir, talvez pela sua acção dissuasora, os eventuais casos de assédio sexual. Será que Jason Chao não percebe que entidades deste tipo têm um carácter essencialmente fascizói-de? Que é horrível uma sociedade onde as pessoas constantemente vi-giam os comportamentos umas das outras? Que numa universidade as pessoas deviam ser suficientemente adultas para poderem resolver esse tipo de casos por si mesmas e, se necessário, com ajuda das autorida-des e da lei? Amanhã surgirá uma associação que vigiará as casas de banho e quanto tempo lá passas e outra que cuidará de quanto do teu corpo expões na rua. Todos sabemos que Jason Chao esteve na Escócia para aprender, segundo disse, lições de democra-cia. Provavelmente, esqueceu-se de beber daquele whisky especial, daquele fundamental que nos faz desejar a liberdade acima de qual-quer outro valor, enquanto seres humanos sedentos e responsáveis.

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hoje macau quinta-feira 12.2.2015 3grande plano

Fil ipa araú[email protected]

n o primeiro semestre deste ano vai ser realiza-do um concurso público para os táxis especiais,

garantiu ontem Raimundo do Ro-sário, Secretário para os Transpor-tes e obras Públicas, depois de uma reunião com a Comissão de Acom-panhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas. os rádio-táxis vão voltar às ruas e podem ser até mais do que os que estavam a circular anteriormente.

Depois do ultimato do Governo à empresa Vang Iek - antiga deten-tora da licença para o serviço de rádio-táxi - ter resultado na não continuidade dos serviços, muitas foram as queixas recebidas. Muitos foram também os deputados que, em interpelações escritas, apresen-taram o seu descontentamento e daqueles que representam quanto ao fim do serviço.

A deputada Chan Hong, por exemplo, defendeu, no início do mês que o fim do serviço de rádio--táxis veio piorar a vida daqueles que mais precisam, principalmente para os portadores de deficiência, adiantando que tinha recebido “queixas de várias associações” sobre esta temática. A sociedade defende que “é muito difícil apa-nhar um táxi” e que o fim deste serviço veio piorar uma situação que já é má por si mesma.

Agora, o Executivo diz querer

“O número de táxis amarelos a circular, depois do concurso público, é ainda uma incógnita, mas, diz Raimundo do Rosário, “nunca serão menos daqueles que eram”

o serviço de rádio-táxis vai voltar a funcionar em Macau. Ainda sem data conhecida, Raimundo do Rosário garante que o concurso público avança ainda no primeiro semestre. o Secretário diz ainda que deverão estar a circular mais de mil carros

Táxis Licenças especiais de voLta. mais de miL carros a circuLar

Mais e melhores?

alterar esta situação. o número de táxis amarelos a circular, depois do concurso público, é ainda uma incógnita, mas, diz Raimundo do Rosário, “nunca serão menos da-queles que eram”. Situação também confirmada pelo presidente da Co-missão, Ho Ion Sang, que esclarece que vão estar em circulação “entre 100 a 150 táxis amarelos”.

Táxis preTos garanTidosRelativamente ao táxis pretos, Raimundo do Rosário explicou que apesar de muitas licenças ter-minarem este ano - “entre 2015 e 2016 vão caducar 230 licenças - o serviço será assegurado, porque novas licenças vão ser autorizadas.

Assim, diz Raimundo do Rosá-rio, estas novas licenças servirão para suprir as que vão caducar. “À medida que as licenças vão caducando, nós vamos colocando

outras, portanto a ideia é tentar manter sempre os tais 1200 a 1300 táxis”, esclareceu o Secretário.

“A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego irá fazer o possível – e deve conseguir – man-ter sempre 1200 a 1300 táxis em circulação”, afirmou o Secretário. o número é “ligeiramente superior ao número [de táxis pretos] que havia, mais os amarelos”.

Sobre os requisitos para as novas licenças, o Secretário esclarece que neste momento não existe uma legis-lação que permita a alteração dos re-quisitos. “As novas licenças seguirão

a legislação que está em vigor. Não creio que seja possível exigir [para as] novas licenças qualquer coisa que não tenha sido exigida às que já estão em circulação”, esclarece.

Também este ano vai ficar concluído o trabalho sobre o novo Regulamento dos Táxis, que esteve em consulta pública o ano passado, permitindo assim que este avance para o processo legislativo.

novas melhoriasÀ comunicação social, Ho Ion Sang explicou que o Governo está disposto a introduzir melhorias nos

serviços de táxis. Exemplo disso são as paragens para os veículos, tantas vezes mencionados nas reuniões entre o Executivo e as associações dos profissionais.

o presidente da Comissão mostrou-se satisfeito com a acção do Governo e defendeu que este novo concurso para rádio-táxis e as licenças dos táxis pretos “vão melhorar a vida das pessoas com deficiência”, assim como facilitar a movimentação daqueles que vivem nos bairros antigos.

Sobre a consulta pública, do ano passado, que agora está a ser analisada pela Direcção dos Serviços para a Administração e Justiça (DSAJ), DSAT e pela Po-lícia de Segurança Pública (PSP), o presidente esclarece que, apesar de ainda não existir uma conclusão oficial, uma grande parte da popu-lação concorda com os inspectores à paisana.

o mesmo não acontece com o serviço de gravação de imagem e som. “Há algumas opiniões con-trárias porque se for só o som não há interesse, mas se for imagem e som, gravação total, isto coloca em questão a privacidade das pessoas”, esclarece.

Por último, a Comissão mos-trou-se ainda preocupada com a falta de recursos humanos. “Apre-sentámos ainda a nossa preocupa-ção ao Governo sobre o número de fiscais, porque há cada vez menos, também porque as pessoas estão menos interessadas”, rematou.

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4 hoje macau quinta-feira 12.2.2015política

A Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, disse ontem

aos jornalistas que os acordos para a entrega de infractores em fuga com o interior da China e Hong Kong pode-rão ter novos detalhes nos próximos meses de Março e Abril. A Secretária, que se deslocou na semana passada a Pequim para debater esta questão, garantiu esperar que “a segunda ronda de negociações [com a China] possa realizar-se em Abril próximo, durante o qual ambas as partes poderão definir o calendário de trabalho”. A primeira ronda de negociações arrancou com a visita a Pequim, sendo que o conteúdo do novo acordo “não foi ainda discutido em detalhe”.

“A sua implementação terá de passar a legislação antes de ser aplicada em Macau”, apontou a Secretária, tendo

adiantado que “as duas partes já defi-niram os princípios básicos e procedi-mentos de entrega [de infractores].”

Em relação ao acordo a celebrar com Hong Kong, Sónia Chan espera que “as próximas negociações [sejam feita] em Março próximo e que a versão actual do documento seja a final”. Contudo, “será ainda necessário acompanhar com a legislação interna, sendo que, ao mesmo tempo, Hong Kong também precisa de entregar ao seu órgão legis-lativo (LegCo) para apreciação e por essa razão não é ainda possível definir a calendarização”, pode ler-se num comunicado ontem emitido.

Sónia Chan prometeu ainda anun-ciar detalhes da simplificação da máquina administrativa aquando da apresentação das Linhas de Acção Governativa (LAG), em Março. - A.S.S.

Extradição Secretária promete pormenores para breve

AndreiA SofiA [email protected]

a deputada Song Pek Kei questio-nou o Executivo sobre a possibili-

dade de reforçar o combate às pensões ilegais, tornando esses actos num crime. Con-tudo, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) continua a dar pequenos passos nesse sentido: não põe de parte a hipótese disso vir a acontecer, mas diz que, para já, o com-bate passa pelo aumento dos valores das multas.

“A Administração não tem qualquer intenção em excluir a possibilidade de cri-

minalização do acto de pres-tação ilegal de alojamento, mas julga dever ser prudente, dado que a criminalização tem de ser o último meio legal”, apontou a directora do organismo, Helena de Senna Fernandes, numa resposta enviada à deputada.

“Nesta circunstância, só se estará em condições para ponderar a revisão do regime

sancionatório, após se ter feito uma análise abrangente da situação actual do funcio-namento da prestação ilegal de alojamento e uma avalia-ção integral dos efeitos da sanção administrativa em vigor e da eventual punição penal”, acrescenta.

Actualmente, a multa mais elevada para gere pensões ilegais é de 800 mil

patacas, valores que diferem consoante a gravidade do acto praticado. Em caso de reincidência, o culpado paga um quarto a mais do que os valores constantes na lei, que data de 2010.

CompetênCiAS Song Pek Kei havia defendi-do na sua interpelação escri-ta que deveria ser a polícia a tomar conta destes casos, algo que a DST não nega que venha a acontecer, mas só sob revisão do diploma.

“Quanto à sugestão de mudar a entidade executora da lei da DST para as autori-dades policiais, o Grupo de Trabalho Interdepartamen-tal mantém sempre a sua postura aberta, mantendo a realização de avaliações e análises irregulares em res-posta à evolução da situação. A Administração não tem um calendário de revisão da lei, mas dá grande importân-cia ao respectivo trabalho e põe-no numa posição de destaque”, conclui Helena de Senna Fernandes.

Para chegar a conclu-sões, DST pretende estudar a situação actual do alojamen-to ilegal e a possibilidade de criminalização. “Consi-derando a complexidade da questão e os seus impactos, merece fazer um estudo específico sobre as medidas mais eficazes para pôr termo à prestação ilegal de aloja-mento”, pode ler-se.

“O estudo poderá ponde-rar a criminalização do acto ilícito, a tomada em paralelo das acções penais e sanções administrativas, e qual será o serviço mais adequado para o desempenho do papel da entidade executadora princi-pal”, refere a DST.

AlojAmento ilegAl DúviDas sobre criminalização. revisão Da lei sem Data

entre estudos e ponderações

O Procurador-adjunto do Ministério Público, Ho

Chio Meng, foi designado para exercer o cargo de coor-denador da recém-criada Co-missão de Estudos do Sistema Jurídico-Criminal, foi ontem anunciado.

Segundo um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, Ho Chio Meng é nomeado em comissão de serviço, pelo pe-ríodo de dois anos. A criação da Comissão de Estudos do Sis-tema Jurídico-Criminal, com a natureza de equipa de projecto e uma duração previsível de três anos, eventualmente prorrogável, foi anunciada em despacho publicado em

Boletim Oficial no início da semana. Acompanhar o de-senvolvimento das reformas jurídica e judiciária no tocante à área jurídico-criminal, mo-

nitorizar a implementação das mesmas, realizar projectos de investigação no domínio sócio-jurídico e estudos de política criminal que possam auxiliar na respectiva defini-ção pelos órgãos competentes figuram como os principais objectivos do novo núcleo. A Comissão vai funcionar sob superintendência do Procurador, a quem deve ser apresentado anualmente um relatório.

Ho Chio Meng desempe-nhou o cargo de Procurador da RAEM desde a transferência do exercício da soberania, em 1999, até 20 de Dezembro de 2014, altura em que foi substi-tuído por Ip Son Sang.

Justiça Ho Chio Meng coordenador de Comissão de Estudos

A Direcção dos Serviços de Turismo considera que criminalizar os actos de alojamento ilegal, ao invés de aplicar multas, deve ser o “último meio legal”. Para já, está em cima da mesa a revisão dos montantes das multas, que vão até às 800 mil patacas

“A Administração não temqualquer intenção em excluir a possibilidade de criminalização do acto de prestação ilegal de alojamento, mas julga dever ser prudente, dado que a criminalização tem de ser o último meio legal”HelenA de SennA FernAndeS directora da dSt

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5 políticahoje macau quinta-feira 12.2.2015

Lao Ngai Leong presidente do Conselho Geral do CPTTMO Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, nomeou Lao Ngai Leong para o cargo de presidente do Conselho Geral do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM), bem como Chan Keng Hong para secretária da mesa da Assembleia Geral da mesma entidade, presidida por Shuen Ka Hung. O mandato de Chan Keng Hong começa a partir de 4 de Março. Lao Ngai Leong é deputado de Macau à Assembleia Nacional Popular e empresário do ramo imobiliário no território.

Mais de três milhões para organismos públicos Foram ontem publicados em Boletim Oficial (BO) os despachos do Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que decretam o pagamento de fundos permanentes a 13 entidades públicas. Incluídas estão direcções de serviços, conselhos consultivos e comissões. No total, Lionel Leong atribuiu 3,39 milhões de patacas em fundos permanentes que vão ser geridos por comissões dos próprios serviços. A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) ficou em primeiro lugar na atribuição de fundos, com 615.900 mil patacas. Em segundo lugar surge o Gabinete de Estudo de Políticas, com 529.700 mil patacas. O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) com 496.400 mil patacas é a terceira entidade a receber mais apoios.

O deputado Si Ka Lon consi-dera que, como o parque de materiais e oficinas do metro

ligeiro possui uma área de 160 mil m2, poderia ser encarada a possibilidade de construir habitações sociais, numa área mais acima do parque.

Numa interpelação escrita entre-gue ao Governo, o deputado directo, número três de Chan Meng Kam, defende que o espaço destinado ao parque é “raro” para desenvolver, esperando que se possa reservar uma área para construir mais habitações para a população.

“Quando o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) discutir a prorrogação das obras com o empreiteiro, será possível referir

o exemplo de algumas estações de metro de Hong Kong para que se possam criar condições para construir mais habitação social no parque de materiais e oficinas?”, questiona Si Ka Lon.

Citando o último relatório do Co-missariado de Auditoria (CA) sobre o metro ligeiro, relativamente às derra-pagens orçamentais e ao facto de não existir um calendário para a conclusão do projecto, Si Ka Lon considera que o GIT “não mostra toda a responsabi-lidade e coordenação das respectivas obras”, o que tem provocado atrasos nas mesmas. O deputado diz mesmo que existe fuga de responsabilidade e falta de medidas para melhorar a coordenação e eficácia do metro. - F.F.

Metro Si Ka Lon quer habitação púbLica junto ao parque de MateriaiS

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FlOra [email protected]

A vice-directora do Instituto de Ac-ção Social (IAS), Wong Im Mui, as-

segurou que a entidade vai tentar concluir o projecto de lei do Regime de Cre-denciação e Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social em Abril ou Maio. De acordo com a responsável, espera-se que o diploma possa entrar na As-sembleia Legislativa (AL) no segundo semestre deste ano.

Wong Im Mui deu essas garantias no programa “Macau Talk”, transmitido durante a manhã no canal chinês da Rádio Macau. Alguns ouvintes apontaram que a remuneração dos assistentes sociais que tra-balham para a Função Pública e para o sector privado são dife-rentes, sendo que quem trabalha para as associações de cariz

social prefere trabalhar para o Governo. Estas queixas não são novas e têm até originado a que alguns estudantes e professores do curso de Assistência Social peçam que os requisitos para a obtenção das credenciações sejam semelhantes entre o público e o privado. Falam até da ausência de um regime completo de carreiras para esta profissão.

Não é para todosA vice-directora do IAS afir-mou, contudo, que o actual regime da Função Pública já é completo, sendo que só os assis-tentes sociais no sector público necessitam de fazer exames para provar as suas competências. Mesmo assim, Wong Im Mui adiantou que já foi solicitado à Direcção dos Serviços de Ad-ministração Pública (SAFP) que seja criada uma carreira especial para esta profissão.

Wong Im Mui confirmou ainda que os SAFP vão rever e avaliar o critério de remunera-ção e o quadro pessoal de cada instituição de serviços sociais “se for razoável”, assim como tentar reformar o regime de apoio às respectivas institui-ções, por forma a mudar os pagamentos de salários e gestão das associações de cariz social.

Para já, a segunda fase da consulta pública sobre o regime de credenciação vai ser prolon-gada até ao dia 28 deste mês.

Só os assistentes sociais no sector público necessitam de fazer exames para provar as suas competências

aSSiStenteS SociaiS LEI DE CrEDENCIAçãO PODE ENTrAr NA AL ESTE ANO

Legislar para acreditarAbril ou Maio são os meses apontados para que o Regime de Credenciação e Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social esteja concluído. As queixas sobre as diferenças entre o público e o privado voltam à baila, mas o IAS garante que os SAFP vão fazer algumas mudanças

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6 política hoje macau quinta-feira 12.2.2015

Fil ipa araú[email protected]

A habitação foi o tema central da reunião que acon-teceu na terça-

-feira entre a Associação dos Moradores de Macau (Kai-fong) e o Chefe do Executivo, Chui Sai On.

Depois de recolhidas vá-rias opiniões da população, o presidente da associação, Leong Heng Kao, explicou a Chui Sai On que é a habi-tação o que mais preocupa a população. O presidente espera que o Governo possa “impedir a especulação imo-biliária e resolver problemas da habitação”, acelerando também o “processo legisla-tivo para reordenamento dos bairros antigos e tratamento de solos desocupados”. Leong Heng Kao espera ainda que o Executivo pos-sa terminar o “mais breve possível o planeamento da habitação pública da zona A dos novos aterros”, para que se possam aumentar as possibilidades da população adquirir um imóvel, princi-palmente os jovens.

Em resposta, o líder máximo de Macau afirmou que o Governo “irá efectuar bem o planeamento geral da

cabo o “tratamento dos solos desocupados”, permitindo assim responder às neces-sidades da sociedade. Como promessa, o Chefe do Exe-cutivo prometeu melhorar o “planeamento geral para

zona A dos novos aterros, incluindo a optimização da habitação, transporte e instalações de serviços sociais”. Chui Sai On ga-rantiu ainda aos presentes que o Executivo levará a

a zona A dos novos aterros, aperfeiçoando os aspectos de habitação”.

pME E outrosEm cima da mesa também estiveram assuntos como

o aperfeiçoamento dos ser-viços de táxi, do regime de segurança social, criação do Regime Jurídico da Defesa dos Direitos e Interesses dos Consumidores, a reforma administrativa e a criação de “uma equipa eficaz e com integridade”. As Pe-quenas e Médias Empresas (PME) também foram alvo de debate tendo os Kaifong defendido que o Executivo deve “desempenhar bem a função de fiscalização das obras públicas e reforço a situação de emprego dos jo-vens”. Chui Sai on garantiu que irá “apoiar a integração das PME na habitação pú-blica na zona A dos novos aterros”.

Relativamente à saúde, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, também presente na reunião, frisou que “irá estu-dar a viabilidade de instalar serviços de emergência na zona norte do território, com o pressuposto da utilização razoável do erário público”, acreditando ainda que após a construção do novo hospital das Ilhas, o “sistema de saúde local poderá satisfazer as ne-cessidades da população”.

Notificação n° 02/DLA/SAL/2015

(Aviso ao proprietário do estabelecimento de comidas e bebidas,suspeito de infracção sobre a instauração de processo)

Considerando que não é possível notificar pessoalmente o interessado, por ofício ou telefone, para efeitos das disposições do artigo 93° do Decreto-Lei n°. 16/96/M, de 1 de Abril, conjugado com os artigos 10° e 58° do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n°. 57/99/M, de 11 de Outubro, notifico, pela presente, nos termos do n° 2 do artigo 72° do “Código do Procedimento Administrativo”, o proprietário e interessado do estabelecimento de comidas e bebidas, abaixo mencionado, para, no prazo de 15 (quinze) dias, contado após a publicação da presente notificação, comparecer pessoalmente na Divisão de Licenciamento Administrativo dos Serviços de Ambiente e Licenciamento do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sita na Avenida da Praia Grande, n° 804, Edifício China Plaza, 3° andar, ou apresentar, por escrito, as suas alegações; a sua apresentação fora do prazo é considerada renúncia ao seu direito.

Titular da licença Nome do estabelecimento

Auto de notícia Infracção

一和餐飲管理有限公司

Inscrição de empresa comercial, pessoa colectiva nº: 42409(SO)

ESTABELECIMENTO DE COMIDASONE TIELicença no 11/2002

No 208/DFAA/SAL/2014, de 18 de Junho de 2014

Suspeito de infracção do no 4 do artigo 34° do Decreto-Lei n° 16/96/M, por se haver verificado que o nome do estabelecimento, exibido ao público não condiz com o nome da licença emitida por este Instituto.

Aos 30 de Janeiro de 2015.

O Presidente do Conselho de Administração Vong Iao Lek

LAG Kaifong pedem acção a chui Sai on

Imperativos habitacionaisNuma reunião entre o Governo e a Associação dos Moradores, os problemas da habitação foram os que mais se fizeram ouvir. Chui Sai On garante resoluçõescom aposta activa por parte do Executivo

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7Sociedadehoje macau quinta-feira 12.2.2015

C hui Sai On compro- meteu-se ontem a lan-çar novas medidas

para melhorar o trânsito em Macau, depois de ter admiti-do que os actuais problemas sentidos na sociedade se devem à falta de revisão de diplomas legais.

As medidas chegam ape-nas no próximo ano e devem estar relacionadas com mais apoio ao uso de veículos eco-lógicos, com a construção de parques de estacionamento

de grande dimensão e com o reforço do cumprimento da lei de trânsito. Num co-municado enviado depois de uma reunião com o Conselho Consultivo do Trânsito, o lí-der do Governo diz acreditar que “alguns problemas do trânsito estão relacionados com a construção de infra--estruturas e a necessidade de revisão de leis e regula-mentos”.

No encontro com o Chefe do Executivo estiveram mais

de dez membros do Conselho Consultivo do Trânsito, que falaram da necessidade de aperfeiçoamento do planea-mento do tráfego, “nomea-damente a rede de viação e a construção de infra-estrutu-ras para a circulação entre as ilhas de Macau e o controlo do aumento de veículos para diminuir a carga da rede de viação”.

A falta de espaço para estacionamento e a utiliza-ção de veículos ecológicos e o aumento de instalações para carregamento da ba-teria deste tipo de veículos foram outros dos pontos apontados na reunião, além de problemas mais comuns, como o atraso nas obras do metro ligeiro e o estado dos autocarros. Chui Sai On voltou a assegurar que, em caso de conflito com a cons-trutora do metro, o Governo poderá seguir para tribunal.

TrânsiTo Chui sai on admiTe neCessidade de rever leis

De pior para melhor

Depois de terminada a reunião da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, o presidente, ho ion Sang, explicou que o Governo continua atento à questão do número de veículos privados a circular nas estradas de Macau. “Até 2020 prevê-se um diminuição de 4% no número de veículos”, disse o presidente, adiantando ainda que é possível que o Governo leve a cabo uma “actualização das taxas e impostos sobre os veículos”,que segundo o mesmo, está desactualizado.

Aumento pArA imposto de veíCulos

FilipA ArAú[email protected]

S EM apresentar as causas, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas,

Raimundo do Rosário, avan-çou ontem que o Governo conta assinar o novo con-trato com a operadora dos autocarros TCM ainda este ano, algo que poderá não acontecer com a Transmac, por “não haver acordo”.

gar a acordo este ano e em relação à outra [Transmac] as conversações prosse-guem”, explicou Raimundo do Rosário.

Sem confirmar qualquer data para entrar em acordo com a Transmac, o Secretá-rio não apresenta qualquer justificação para falta de entendimento contratual. “Não creio que seja muito apropriado dizer [os moti-vos] quando duas entidades estão em conversações”, defendeu, sublinhando que passam por razões técnicas, financeiras e jurídicas.

Todos diferenTes, Todos iguaisRecorde-se que a Nova Era, empresa já contemplada com o novo contrato, supor-ta os riscos da exploração, sendo que as tarifas de bi-lhetes cobradas são receitas da companhia de autocar-ros. O Governo, contudo,

Depois de o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) ter considerado não só ilegal, como a “violação à lei mais grave de sempre”, o modelo contratual dos autocarros escolhido pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) com as duas operadoras, o Governo corrigiu o problema, criando um novo contrato de Regime de Concessão de Serviços Públicos, mas apenas com a operadora Nova Era.

presta apoio financeiro à empresa, uma vez que é o Governo quem decide as ta-rifas – normalmente baixas – e os planos de benefícios de tarifas para idosos, estu-dantes e deficientes.

Questionado sobre as condições dos contratos com as duas operadoras que faltam, Raimundo do Rosário afirmou que as con-dições não são iguais para as três. “Não são [condições

Recorde-se que as três operadoras de autocarros foram autorizadas a for-necer serviços através da celebração de contratos administrativos, sendo que a DSAT optou por um contrato de aquisição de serviços com a Transmac e TCM. O CCAC considerou que estes contratos “violam manifestamente o disposto na legislação” e fazem com que as duas operadoras estejam a “explorar a acti-vidade ilegalmente”, uma vez que nunca obtiveram a concessão desses serviços pelo Governo.

Em negociações sobre o novo contrato, o Governo esclarece agora que a única operadora que não está de acordo é a Transmac. “Estamos em conversações com essas empresas [TCM e Transmac] para legalizar os contratos. Em relação a uma delas [TCM] devemos che-

iguais] por uma razão: no concurso anterior, quando foram feitos os contratos com as três empresas na base do modelo anterior – de aquisição de serviços – as propostas apresentadas eram diferentes. Por isso, os três contratos não são iguais, porque as propostas eram diferentes. Se não era igual no início também não pode ser igual agora”, remata.

auToCarros Transmac sem acordo com o Governo

a pedra no sapatoO novo contrato que vai permitir terminarcom a situação irregular vivida pelas operadorasdos autocarros Transmac e TCM parece não agradara todos. Apesar da TCM concordar, a Transmac nãoestá em sintonia com o Governo. Situação que se pretende resolvida até ao final do ano

“Estamos em conversações comessas empresas [TCM e Transmac] para legalizar os contratos.Em relação a uma delas [TCM] devemos chegar a acordo este anoe em relação à outra [Transmac]as conversações prosseguem”raimundo do rosário secretário para os Transportes e obras Públicas

inConveniênCiAs Sobre as possíveis alterações que a construção do metro ligeiro irá trazer à sociedade de Macau e ao cenário dos transportes do território, Raimundo do Rosário foi claro: qualquer acção traz vantagens e inconvenientes. “Na área do trânsito e do tráfego não há uma solução milagrosa. Acho que estamos num domínio em que a sociedade no seu todo tem que tomar opções e qualquer opção que se tome tem vantagens e tem sobretudo inconvenientes. É preciso que a sociedade assuma os inconvenientes, porque todos nós nos queixamos da quantidade de carros, todos nos queixamos de tudo”, afirmou, sublinhando que é preciso saber “se a sociedade prefere esta ou aquela opção, sabendo que manter a situação actual também é uma opção”.

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8 sociedade hoje macau quinta-feira 12.2.2015

FLORA [email protected]

O director do Institu-to de Acção Social (IAS), Iong Kuong Io, espera que já no

próximo ano possam ser imple-mentados quiosques de Jogo Res-ponsável em todos os casinos de Macau. O anúncio foi feito ontem, na cerimónia de abertura de dois quiosques de Jogo Responsável no Jockey Club.

Os quiosques da primeira edição começaram a funcionar já em 2012 e, até ao momento, 12 quiosques actualizados para uma edição mais moderna, a 2.0, já estão colocados nas zonas com elementos de Jogo.

Davis Fong explicou que, nos novos quiosques, os residentes podem ainda usar o BIR e a im-pressão digital para pedir o serviço de “isolamento próprio”, ou seja, o impedimento de entrada nos casi-nos. O requerimento pode, agora, ser pedido online, sendo depois enviado à Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos. Há ainda um telefone ligado directamente à linha aberta de aconselhamento 24 horas, prestando ajuda no caso de um jogador patológico dela preci-sar. O director Instituto do Estudo de Jogo da Universidade de Macau (UM) disse ainda esperar que o serviço de pedidos possa abranger também turistas.

Nota positivaDavis Fong assegurou que o teste dos quiosques – realizado

A deputada Ella Lei cri- ticou a falta de paga-mento de indemniza-

ções a 20 antigos funcionários de departamento de dragagem e canais da Sociedade de Tu-rismo e Diversões de Macau (STDM), apelando à revisão da ligação do serviço com a isenção do imposto.

Numa conferência de imprensa, a também vice--presidente da Federação de Associações de Operários de Macau (FAOM) apontou que, desde 2002, a STDM recebeu

David Chowpede aumentode licenças de Jogo O empresário e antigo deputado David Chow sugeriu ontem ao Governo que fosse permitida a entrada de mais operadoras de Jogo no mercado local, de forma a aumentar a competitividade. “Não acredito que seja muito estável se continuarem a proteger estas seis licenças [de Jogo actualmente existentes]. Não sei, creio que têm que perceber que têm que garantir que Macau tenha mais competição no bolo em vez de protegerem estas seis operadoras, acho que não é justo”, disse David Chow. A declaração foi feita à margem da inauguração do hotel Harbourview, na Doca dos Pescadores. David Chow argumenta que o actual mercado não tem a estabilidade necessária apenas com as seis operadoras actualmente existentes.

Lionel Leong prevê descida de receitasem relação a 2014O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, referiu ontem que o Governo prevê uma descida das receitas do Jogo deste mês, comparando com o mesmo período do ano passado, onde foram atingidos os 38 mil milhões de patacas, um dos montantes mais elevados “dos últimos anos”. No que diz respeito ao preço dos produtos petrolíferos, o Secretário referiu que é necessário avaliar a opinião da população relativamente à eventual punição pela prática de combinação de preços entre os vários vendedores, bem como de “actos irregulares”. Sobre esta problemática, foi ainda frisada a necessidade de munir os serviços públicos de mais competências.

CiNCO ‘juNkets’sem LiCeNçAs ReNOvAdAs Leong Man Ion, vice-director da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), disse ontem que cinco promotores de Jogo escolheram o cancelamento das licenças devido à queda dos negócios. Quanto ao número de cancelamento de licenciamento de promotores de Jogo, o responsável revelou que este ano foram impedidos de renovar a licença cinco “junkets”. O caso não está ligado às provas de registo criminal, assegura, mas sim a situações económicas e de mercado.

3600utilizações dos quiosques,

desde julho do ano passado

até janeiro de 2015

A medida, em funcionamento desde 2012 e que agora se pretende alargar, visa ir de encontro às necessidadesdos mais afectados pelo vício do Jogo

Jogo responsável IAS quEr quIOSquE EM tODOS OS CASINOS EM 2016

Uma ajuda ao isolamento

nos vários meses passados – receberam comentários muito positivos. “Desde Julho do ano passado e até Janeiro de 2015, fo-

sJM ella lei pede revisão de iMposto especial

Responsabilidade social precisa-selicença como operadora de Jogo, sendo que o serviço de dragagem de canais está inserido nesse contrato de concessão. Citando dados recentes, a deputada referiu que a empresa, ao estar isenta do pagamento do imposto de 1,4% ao Governo, ficou com 900 milhões de patacas.

Por forma a respeitar os requisitos da Bolsa de Valo-res de Hong Kong, a STDM transferiu o serviço de dra-gagem para uma empresa subsidiária, a Sociedade de Jogos de Macau (SJM). Essa mudança terá causado conflitos laborais com os funcionários desse serviço.

“A empresa não pagou as indemnizações e horas extra. As regalias e o ambiente de trabalho não melhoraram ao longo destes anos. Isso contraria a responsabilidade social que a empresa deve ter”, apontou Ella Lei.

A deputada apela assim ao Governo para rever a liga-

ção do serviço de dragagem à licença como operadora de Jogo, bem como a “alta isen-ção do imposto”. Ella Lei pede ainda que o Executivo supervisione a empresa para ter mais responsabilidade social e resolver os conflitos laborais dos antigos funcio-nários. “O bom tratamento

dos funcionários pode tam-bém ser algo a ter em conta na revisão da licença de Jogo da empresa”, apontou.

Ella Lei questionou ain-da o facto da SJM apenas pagar 1,4% de impostos ao Governo quando as restantes operadoras de Jogo pagam 35% das suas receitas, incluindo 1,6% para a Fun-dação Macau e 2,4% para projectos públicos ligados ao urbanismo, promoção de turismo e segurança so-cial. - F.F.

ram registados 3600 utilizações dos quiosques, sendo que 65% foram de residentes de Macau. Macau é o único no mundo que integra o Jogo, mas também o aconselhamento.”

Wilson Hon Wai, chefe do Departamento de Prevenção e Tra-tamento da Toxicodependência, acredita que os quiosques coloca-dos nos casinos desempenham um papel relevante no que diz respeito à intenção de ajudar quem estiver determinado a pedir isolamento. Recorde-se que a proibição de entrada nos casinos a jogadores patológicos só é possível quando o próprio jogador decide não querer jogar mais, ou em caso de pedido de familiares próximos, ainda que, neste caso, tenha de ser com autorização do próprio jogador.

“Quando uma pessoa perde muito dinheiro num casino, é quando se sente mais determinada em pedir isolamento, o que faz com

que não venha jogar mais”, refere o responsável.

Os quiosques podem, então, ajudar já que são mais privados.

Bonnie Chang, coordenadora do Gabinete dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui referiu também que houve já residentes de Macau que viram a publicidade da linha aberta de acon-selhamento colocadas em máquinas slot de casinos e pediram ajuda.

Para o futuro, Iong Kuong Io revelou que as autoridades têm como plano apresentar a edição 3.0 destes quiosques, os quais vão ser melhorados e deverão estar prontos até ao final do ano.

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9 sociedadehoje macau quinta-feira 12.2.2015

A Fundação Macau (FM) dis-tribuiu, ao longo de 2014, apoios financeiros a asso-ciações e particulares do

território no valor de 1,2 mil milhões de patacas. Face a 2013, o montante dos apoios concedidos pelo organismo aumentou 38,7%.

O Boletim Oficial publicou ontem a lista dos apoios concedidos pela FM no quarto trimestre de 2014, em que se incluem entidades portuguesas e lusófonas, como a Fundação Escola Portuguesa de Macau.

Depois de a Administração ter assumido a parte da comparticipação anteriormente concedida pela Fundação Oriente, a escola de matriz portuguesa recebeu, para o ano lectivo de 2014/2015, a EPM recebeu nove milhões de patacas “para custear parcialmente as despesas de funcionamento”.

Entre Outubro e Dezembro de 2014, a FM distribuiu 216,9 milhões de patacas. A Fundação da Universi-dade da Cidade de Macau lidera a lista trimestral dos apoios, com 45 milhões de patacas – verba que representa mais de um quinto do total.

As Filhas Canossianas da Caridade figuram no segundo lugar, com 35 milhões para as obras de ampliação do prédio do jardim-de-infância do Colégio do Sagrado Coração de Jesus.

A completar o pódio está a Fun-dação Católica de Ensino Superior Universitário, que granjeou um apoio de 19 milhões de patacas para o plano de actividades do corrente ano lectivo da Universidade São José, ligada à Universidade Católica Portuguesa.

Dinheiro nas bolsasDe realçar ainda os montantes aloca-dos para bolsas de estudo, com a FM a autorizar nomeadamente 4,6 milhões de patacas para a concessão de bolsas de estudo ao Projecto de Continuação dos Estudos em Portugal dos alunos que completem o ensino secundário no corrente ano lectivo (72).

Já no âmbito das bolsas de estudo para estudantes não-residentes de Macau (de países lusófonos) – 38 – a FM alocou 1,06 milhões de patacas para a concessão do subsídio de alojamento e propinas para o segundo semestre do ano lectivo 2013/2014 e primeiro semestre do actual e também do subsídio de subsistência referente aos últimos quatro meses do ano transacto, segundo dados da FM.

As actividades relacionadas com o 15.º aniversário do estabelecimento da RAEM estiveram na base de uma série de apoios atribuídos no quarto trimestre de 2014.

A título de exemplo, a Associação de Divulgação da Lei Básica de Macau obteve 1,6 milhões de patacas para as celebrações. - hM/lUsa

HIV Casos emMacau atingiram em 2014 valor mais elevado da décadaMacau sinalizou, ao longo do ano passado, 48 casos de VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), o valor mais elevado pelo menos da última década. Dados dos Serviços de Saúde, compilados pela agência Lusa, indicam que o número de novas infecções nunca foi superior a 40 pelo menos desde 2004. Face a 2013 (com 28 ocorrências) verificou-se um aumento de 71,4%. A tendência crescente notou-se ainda no número de casos que evoluíram para SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) , os quais subiram de sete em 2013 para 12 no ano passado. A principal via de transmissão continuou a ser a sexual (56,2% do total), à qual se juntou a utilização de drogas injectáveis, com um caso em 2014. O sexo masculino mantém-se como o mais afectado: com 39 dos 60 casos de VIH e de SIDA. Os Serviços de Saúde dividem os casos entre residentes e não residentes. Segundo os mesmos dados, seis em cada dez diziam respeito a locais.

PME Candidaturas para financiamento de websites acaba a 16 de Março

TNR morre em acidentede trabalho no porto de Ká Hó

216,9milhões de patacas distribuídas pela FM

entre outubro e Dezembro de 2014

FM UnIVerSIDADe CIDADe De MACAU reCebe 45 MILHõeS

Apoios sempre a subir

AS candidaturas do Plano de Apoio Financeiro a Sí-

tios Electrónicos de Pequenas e Médias Empresas, lançado em Setembro do ano passado, acabam a 16 de Março. A recep-ção dos pedidos de liquidação do dinheiro investidos pelas PME na criação de websites para empresas vai ter início no dia seguinte e os custos se-rão fornecidos em cheque, de imediato. No entanto, o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC) só irá liquidar os custos das empresas que tenham já pago os serviços requeridos para a criação da página virtual, sen-do que o montante máximo de

retribuição será 70% do total do custos.

Esta medida deverá “esti-mular os empresários de pe-quenas e médias empresas que operam em Macau a construir, optimizar e manter o seu sítio empresarial destinado a negó-cios, através da concessão de apoio financeiro”, lê-se em nota do FDIC. O fundo encontra--se sob tutela da Direcção dos Serviços de Economia (DSE), sendo esta entidade a respon-sável pela organização de duas sessões de esclarecimento sobre este modelo de financiamento, a terem lugar às 10h00 e às 15h00 do próximo dia 26, na sede da DSE.

UM trabalhador não-resi-dente faleceu esta sema-

na, vítima de um acidente de trabalho no porto de Ká Hó, em Coloane. A Direcção dos Serviços para os Assuntos La-borais (DSAL) assegura que já ordenou a suspensão do uso de empilhadoras, já que foi devido a esta máquina que o homem morreu.

O incidente aconteceu no cais de contentores do porto de Ká Hó, quando um traba-lhador se encontrava a operar uma empilhadora portuária e, durante a operação de marcha-atrás, embateu contra outro trabalhador, causando--lhe graves ferimentos. A

vitima acabou por falecer na madrugada de ontem.

A DSAL assegura ainda que exigiu a revisão do estado do equipamento de todos os tipos de aparelhos de elevação de carga e dos respectivos procedimentos de segurança no trabalho, bem como o reforço da formação e da sen-sibilização dos trabalhadores sobre os conhecimentos de segurança.

O organismo diz também que vai continuar a investigar as causas do acidente e a prestar apoio à família da vítima no acompanhamento da matéria relativa à indemnização por acidente de trabalho.

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10 hoje macau quinta-feira 12.2.2015eventos

AndreiA SofiA [email protected]

J á é conhecido o programa da quarta edição do festival Rota das Letras, que decorre entre os dias 19 e 29 de Março, tendo

como base o edifício do antigo tribunal, na zona da Praia Grande. O primeiro festival que junta artes e literatura do mundo lusófono e chinês conta este ano com cerca de 30 “convidados de renome”, na área das Artes Plásticas, Cinema, Música e Literatura.

A Língua Portuguesa será repre-sentada por Francisco José Viegas, romancista e antigo Secretário de Estado da Cultura, que já tinha sido confirmado o ano passado e que não pôde estar presente por motivos pes-soais. O escritor João Tordo, vencedor do Prémio Saramago, também será um dos presentes, juntamente com a autora de livros infantis e editora Maria do Rosário Pedreira. David Machado, romancista e vencedor de vários prémios nesta área da literatura, também será um dos convidados.

Seguem-se os nomes do cineasta João Botelho, o escritor angolano Ondjaki e o poeta e humorista Gre-gório Duvivier, do grupo de humor brasileiro “Porta dos Fundos”.

InfâncIa com destaqueA literatura infantil será o tema central da quarta edição do Rota das Letras. “Esta é uma edição do Festival em que pela primeira vez apelamos à participação dos mais novos, já que vamos ter a estreia da literatura infantil na Rota das Letras. Será, de resto, um festival muito virado para a juventude, como se poderá perceber também por

leonor Sá [email protected]

É oficial: Macau tem mais um hotel. O Harbourview, que ocupa agora mais um lote da

Doca dos Pescadores, conta com 444 quartos em seis andares num hotel com um total de nove pisos, que incluem restaurantes de gastro-nomia internacional e tipicamente chinesa e salas de reuniões e con-ferências. Ontem, foi oficialmente inaugurado o novo espaço.

Hans-Peter Betz, director--geral do Harbourview, mostra-se confiante nesta nova fase e espera que o novo empreendimento possa trazer mais diversidade de negócios à Doca dos Pescadores. “Estamos à espera de muito bons resultados para o hotel e, claro, para o casino Babylon”, referiu o director-geral do grupo.

O Harbourview fica frente ao casino Sands e ao lado do termi-nal marítimo do Porto Exterior, parecendo dar as boas-vindas aos turistas que atracam. A ideia passa por juntar o útil ao agradável, uma vez que o casino Babylon se encon-tra ligado ao espaço hoteleiro por uma passagem, de forma a facilitar o percurso dos turistas.

Promoções até marçoA direcção está de momento a fazer preços especiais pela estadia nos quartos, promoção que dura até Março. Embora a inauguração tenha acontecido apenas ontem, o hotel está já em funcionamento e a receber hóspedes desde o passado dia 2.

Até agora, explicou Hans-Peter Betz, o ‘feedback’ tem sido positivo. O Harbourview tem disponíveis mais de quatro centenas de quartos,

vários deles em modelo de suite com mais de duas camas, varanda e sala de estar. O projecto, da responsabi-lidade de um ateliê de Praga, bebe da cultura, design e arquitectura europeias, remetendo mesmo para uma época anterior à actual.

Entre candelabros antigos, can-deeiros de biblioteca e produtos de toilette da L’Occitane, este novo espaço hoteleiro parece ter tudo aquilo que um bom turista precisa, com direito a vista de jardim e do rio. “Tendo em conta o produto que oferecemos, os preços que temos e a nossa posição no mercado local, estou confiante de que este hotel vai ser muito bem sucedido, tanto a cur-to como a médio prazo”, acrescentou o responsável. Um quarto standard no Harbourview poderá custar 1210 patacas com direito a fichas do ca-sino Babylon com o valor de 400 dólares de Hong Kong.

Harbourview ateliê de Praga desenHou novo esPaço de david CHow

Confiança total no futuro

João Botelho, Ondjaki, Maria do Rosário Pedreira, Francisco José Viegas e o membro do clã humorístico brasileiro “Porta dos Fundos” Gregório Duvivier: eis alguns nomes da nova edição do Festival Rota das Letras, onde a literatura infantil terá lugar de destaque

rota das letras Ondjaki e jOãO BOtelhO na 4ª ediçãO dO festival, em marçO

Mais pequenos com direito à palavra

alguns dos músicos e artistas plásticos que estão entre os nossos convidados”, disse, em comunicado, Ricardo Pinto, director do festival.

Hélder Beja, sub-director, des-taca a diversidade dos convidados

GAbriel penSAeM MAcAu O Rota das Letras vai ainda contar com a presença de vários músicos para os concertos que vão encerrar o evento, como já é tradicional. Do Brasil chega o rapper Gabriel O Pensador, que actua no palco onde estará ainda a banda de Hong Kong LMF e o grupo local Blademark. Destaque ainda para a presença do português António Vitorino d’Almeida, que vai dar dois concertos integrados no programa.

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11 eventoshoje macau quinta-feira 12.2.2015

A EtErnidAdE E o dEsEjo • Inês PedrosaClara, portuguesa, regressa ao Brasil onde em tempos perdeu a visão e um amor. A luz das páginas do Padre António Vieira ilumina a sua busca. A Eternidade e o Desejo explora o Brasil moderno em diálogo com a vida aventurosa do jesuíta do século XVII, Padre António Vieira, um mestre canónico da literatura portuguesa. A autora de Fazes-me Falta revisita os lugares percorridos pelo padre em terras de Vera Cruz, pela mão de Clara e Sebastião. A portuguesa regressa à Bahia, onde em tempos perdeu a visão e um amor, guiada pela luz dos textos de Vieira.

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Centro de Ciênciade Macau celebraDia de São Valentim“Apaixonar-se debaixo do céu estrelado” é a actividade que o Centro de Ciência de Macau vai realizar esta sexta-feira, Dia de São Valentim. O evento será composto por uma exposição à entrada do Centro de Ciência, intitulada “Love, Science 1.0”, juntamente com pinturas temáticas a 3D com corações e casais apaixonados. Vai ainda ser realizada uma sessão pública de leitura sobre o tema, incluindo um espectáculo. Hoje poderá ser visualizado o filme “Back to the Moon for Good”.

Caligrafia Exposição de Choi Chun Heng inaugura amanhã A Exposição de Caligrafia de Choi Chun Heng, integrada no Projecto de Promoção de Artistas de Macau e organizada pela Fundação Macau, vai ser inaugurada amanhã. A decorrer no Centro UNESCO, a exposição reúne cerca de cem trabalhos do calígrafo do território. Com início marcado para as 18h30, a exposição vai estar patente ao público entre 14 e 26 de Fevereiro, das 10h00 às 19h00, no Centro UNESCO de Macau, nos NAPE. A entrada é gratuita e, além da exposição, os visitantes podem ainda obter um álbum sobre os trabalhos expostos.

Menus românticosno Sofitel Ponte 16Um jantar recheado de marisco no restaurante Mistral, um chá cheio de amor ou ainda uma refeição no restaurante cantonense Le Chinoi. Tudo isto será oferecido pelo empreendimento turístico Sofitel Ponte 16 para celebrar o Dia de São Valentim, esta sexta-feira. Os menus são variados e os preços variam entre as 200 e acima das mil patacas.

do grAndE E do pEquEno Amor • Jorge Colombo, Inês PedrosaRomance fotográfico, metade texto e metade fotografia, com uma imagem a negro e vermelho em cada página. O livro analisa as emoções dum casal que se separa de vez, sem apelo... E volta a reunir-se, e separar-se, e reunir-se. É uma reflexão sobre a inevitabilidade da vida em estado de guerra, e sobre o amor nas entrelinhas das batalhas. Uma edição muito bonita e cuidada adoptando um tom vagamente erótico. Um livro que respira imagens e fotografias bastante criativas. Ideal para prendas entre apaixonados.

Rota das LetRas ONDjAki E jOãO BOTELHO NA 4ª EDiçãO DO FESTiVAL, EM MArçO

Mais pequenos com direito à palavra

“Esta é uma ediçãodo Festival em que pela primeira vez apelamos à participação dos mais novos, já que vamoster a estreia daliteratura infantilna Rota das Letras”

Botelho traz “F ilmedo desassossego” Para além da presença do cineasta português João Botelho, que traz consigo o filme “Os Maias” e “Filme do Desassossego”, Ann Hui, vencedora do prémio Cineasta do Ano no Festival Internacional de Cinema de Busan, também estará presente com o seu filme “The Golden Era”. Miguel Costa irá mostrar “No Divã”.

de Língua Portuguesa. “O grupo de escritores lusófonos é este ano bastante relevante. São autores pre-miados, populares e bem recebidos pela crítica, assim como traduzidos para outras línguas. Além disso, muitos destes autores escrevem em diferentes registos e têm obras para audiências mais jovens, que quere-mos conseguir atrair este ano.”

Já a língua chinesa estará repre-sentada por Wang Anyi, escritora chinesa que foi distinguida em 2013 com a Ordem das Artes e Letras em França. Wong Bik-wan chega de Hong Kong, juntamente com o poeta chinês Xi Chuan e Huang Hung, uma das conhecidas escritoras de livros infan-

tis. Destaque ainda para nomes como Yang Hongying, Yan Ge e Murong Xuecun. De Macau estarão presentes os autores Joe Tang, Cecília Jorge e Rogério Beltrão Coelho.

Nas artes plásticas, é de frisar a presença de exposições dos artistas Ge Zhen, um dos mais importantes pintores contemporâneos da China, Tyrone Ho, arquitecto e cartoonista de Hong Kong, e o português João Fazenda, ilustrador.

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13Chinahoje macau quinta-feira 12.2.2015

A maioria das empresas norte--americanas a operar na China

tem dificuldade em contratar exe-cutivos de topo devido ao problema crónico da poluição atmosférica, indica um inquérito da Câmara do Comércio ontem divulgado.

A maioria das organizações inquiridas, 53%, indicou que a qualidade do ar tem dificultado a contratação de executivos mais experientes para trabalhar no gi-gante asiático.

Em 2014, 48% das empresas inquiridas manifestavam dificulda-des de contratação e em 2013, eram 34% das sociedades inquiridas.

Os resultados fazem parte do 17º inquérito anual sobre o ambiente de negócios levado a cabo pela Câmara do Comércio Americana na República Popular da China (AmCham China, na sigla inglesa), que compilou respostas de 477 organizações e 1.012 membros de empresas.

O inquérito da AmCham destaca também outras áreas de preocupação para as empresas norte-americanas a operar na China, incluindo o aumento da censura na Internet e as frequen-tes investigações às empresas estrangeiras.

“Do ponto de vista da regula-ção, quase metade das empresas acredita que os negócios estrangei-ros não são tão bem-vindos como eram”, conclui o relatório.

Empresas norte-americanas dizem que poluição dificulta contratações

O investimento directo chi-nês (IDE) na Europa atin-

giu um valor recorde em 2014, ao atingir os 18 mil milhões de dólares, com a alimentação e agricultura a predominarem.

A informação consta de um relatório de uma firma de ad-vogados, a Baker & McKenzie, do qual foram revelados algu-mas partes na terça-feira, que mostra que o IDE da China na Europa duplicou no último ano, tornando o Velho Continente num dos destinos preferidos para os capitais chineses.

O IDE chinês na Europa era praticamente inexistente até 2004, só tendo ganho visibili-dade a partir de 2009.

Este investimento está a ser dominado por sectores novos, com alimentação e agricultura em primeiro lugar, com 4,1 mil milhões de dólares, e o imobi-liário, com três mil milhões. Os investimentos em energia, que dominaram no início, estão em segundo lugar, com 3,7 mil milhões de dólares.

“Apesar de as oportunida-des da crise e os preços baixos continuam a ter um papel, os consistentemente elevados níveis de investimento num crescente número de sectores e países onde os activos já não são baratos sugerem que o IDE chi-nês na Europa é uma tendência estrutural, e não apenas um fe-nómeno cíclico”, sustentaram os analistas da Baker & McKenzie.

O Reino Unido foi o princi-pal destino europeu do capital chinês em 2014, ao receber 5,1 mil milhões de dólares, seguido pela Itália, com 3,5 mil milhões.

Investimento directo chinês na Europa bate recorde

Xi Jinping vai aos Estados Unidos em SetembroO Presidente chinês Xi Jinping aceitou ontem o convite de Barack Obama para visitar os Estados Unidos em Setembro, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua. As datas precisas da viagem ainda não foram divulgadas. Na passada sexta-feira, a Casa Branca anunciou ter endereçado o convite a Xi Jinping e também ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. “Com o fim de fortalecer as nossas relações nesta região crucial do mundo, tenho o prazer de anunciar que convidámos o primeiro-ministro Abe e o Presidente Xi Jinping para visitas de Estado”, declarou Susan Rice, conselheira de segurança nacional de Barack Obama.

a China reafirmou on-tem a disposição de “elevar a cooperação com a Grécia em várias

áreas”, mas um porta-voz oficial chinês afirmou desconhecer a existência de um “plano B” para ajudar aquele país europeu que envolveria Pequim.

“Vi esse relato, mas não te-nho informação especifica sobre os detalhes (do plano)”, disse a porta-voz do ministério chinês dos negócios estrangeiros, Hua Chunying.

Na terça-feira, o novo ministro grego da Defesa, Panos Kamme-nos, garantiu que a Grécia “tem alternativas” para se financiar: “O que queremos é um acordo (com a zona euro), mas se não houver acordo e se virmos que a Alemanha continua intransigente e que quer rebentar com a Europa, então te-remos a obrigação de passar para o Plano B”.

Questionado sobre as fontes financeiras abrangidas pelo referi-

do plano, Kammenos respondeu: “Podemos estar a falar dos Estados Unidos da América, ou pode ser a Rússia, a China ou outros países”.

“Os laços políticos entre a Chi-na e a Grécia são fortes. Sempre considerámos a Grécia um parceiro e um muito bom amigo dentro da União Europeia”, disse a porta-voz do MNE chinês.

“Estamos prontos a concertar esforços com o novo governo grego para elevar a cooperação bilateral em varias áreas, na base do respeito mútuo”, acrescentou.

CoerênCiaA posição manifestada ontem pelo governo chinês coincide com

a primeira reacção de Pequim à vitória eleitoral do Syriza nas eleições gregas de 25 de Janeiro passado.

“A China atribui grande im-portância ao desenvolvimento dos laços bilaterais com a Grécia e está disposta a trabalhar com o novo governo para fortalecer a cooperação em várias áreas e elevar a nossa parceria estratégica a um novo patamar”, disse então a porta-voz do MNE chinês.

A China é considerada um “importante parceiro” da Grécia devido aos títulos do tesouro grego que comprou no auge da crise da dívida soberana na zona euro e aos investimentos que tem

feito no país, nomeadamente no sector portuário.

Desde 2010, através de um contrato de ‘leasing’ de 35 anos, a exploração de dois terminais de contentores do porto do Pireu, nos arredores de Atenas, está entregue à China Ocean Shipping Group (Cosco).

Aquele consórcio estatal chinês já investiu cerca de 4.500 milhões de euros no Pireu e é candidato à compra de 67% do capital da Autoridade Portuária local, cuja privatização foi entretanto suspen-sa pelo novo governo grego.

“O porto do Pireu pode tornar--se uma porta de entrada da China na Europa. O porto do Pireu é como uma pérola no Mediterrâneo””, disse o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em Junho passado, durante uma visita à Grécia.

A União Europeia é o maior parceiro comercial da China e cerca de 80% das exportações e importações entre os dois blocos são feitas por mar.

PEqUim diSPONívEl PARA “ElEvAR COOPERAçãO” COm A GRéCiA, mAS iGNORA “PlANO B”

Porta aberta ao parceiro europeuO Governo chinês reafirma a sua ligação com Atenas, embora afirme desconheceros pormenores de um outro plano de ajuda à Grécia

“Os laços políticos entre a China e a Grécia são fortes. Sempre considerámos a Gréciaum parceiro e um muito bom amigo dentroda União Europeia”Hua CHunying Porta-voz do Ministério Chinês dos negócios Estrangeiros

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14 hoje macau quinta-feira 12.2.2015

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fichas de leitura* Manuel afonso Costa

E stE conjunto de textos que a au-tora compilou e aos quais atribuiu a designação de Aguarelas de Ma-cau, constituem no seu conjunto

um esforço de diagnose mas também uma homenagem sentida e nostálgica às vivên-cias da autora nos anos sessenta, quando veio para Macau. É a própria autora que no seu prefácio caracteriza a natureza destes textos onde ainda não se encontra a pretensão de rigor científico mas antes a expressão dos elementos sentimentais do primeiro contacto e que a autora su-blinha no próprio título. A palavra agua-rela quer dizer isso mesmo, quer dizer que Ana Maria Amaro sentiu imediatamente o apelo poético da impressão “de todos esses motivos de encanto da cidade” e sentiu-se obrigada a “descrevê-los em despretensiosa mas emotiva prosa, como se as aguarelas-se. Para mais tarde as reviver”. O carácter impressivo e fenomenológico é inseparável da estesia que o verbo aguarelar nos sugere. Aguarelar, que me seja permitido exprimir--me assim, é esboçar sem carácter defini-tivo, é reter nos sentidos, provavelmente para depois poder aprofundar e fixar com materiais mais sólidos.

Ana Maria Amaro dividiu a sua compila-ção de aguarelas em duas partes, Cenas de Rua e Histórias de vida. Os dois elementos dinâmicos da sua obra já estão aqui liminarmente esbo-çados, ou seja a componente histórica, por-tanto diacrónica, e inseparável da vitalidade mas também da finitude e por outro lado o instantâneo que paradoxalmente anuncia a estruturalidade das coisas e dos factos.

As cenas de Rua abrem-me imediata-mente as portas e as janelas, eu diria que mais do que abrir, escancaram as portas e as janelas da realidade, pois os elementos estruturais aparecem aí imediatamente fixa-dos através dos hábitos, dos costumes, das cores, dos adereços ancestrais, dos rituais esotéricos mas também exotéricos, das tra-dições, dos vestuários, das luzes e das som-bras, enfim do rosto ao mesmo tempo ínti-mo e explícito dos lugares. Uma parte da alma de uma cidade, de um topos, mostra-se assim inequivocamente aos sentidos.

trata-se de uma emoção inolvidável que também foi a minha. Atrever-me-ia a dizer que no trabalho de gnose de um lu-gar o primeiro impacto com as cores, com as pessoas, com as vozes, com a geometria do casario e das ruas, e finalmente com os hábitos e costumes quotidianos, ou seja os ritmos que povoam, que ocupam o tempo e o espaço são determinantes e muitas vezes perenes, isto é, arrebatadores. Ana Maria Amaro percebeu-o logo e comunica-nos isso de uma forma muito emotiva, expressi-

AproximAçõessAudosAs Aos sonse cores de mAcAu

Amaro, Ana Maria, 1998, Aguarelas de Macau, 1960-1970, Cenas de Rua e Histórias de Vida, CtMCDP e Fundação Macau, Macau. Descritores: IsBN:9789729739170, Macau, tradições, Etnologia, Biografia, 133, [2] p.:23 cm,

Cota: Mc/A522ag

AnA MAriA AMAro, a autora, consagrada em Macau, desta obra, é hoje em dia professora jubilada do ICsP da Universidade técnica de Lisboa e desempenha ainda as funções de Presidente do recente (2007) Instituto Português de sinologia. É há muitos anos, perto de meio século, uma estudiosa persistente e prolixa da cultura chinesa e da cultura macaense assim como da sua história. Os seus estudos exercitam-se contudo mais nos domínios da Etnografia e Antropologia e menos no domínio da História propriamente dita. É claro que num sentido lato as suas monografias e ensaios são históricos uma vez que também são pontuados pela variável da historicidade, mas são contudo mais de ordem antropológica uma vez que incidem sobre realidades étnicas, sobre costumes e tradições e nesse particular situam-se por vezes pouco no plano diacrónico. As questões de separação das fronteiras nas ciências sociais e humanas são por vezes melindrosas e na maior parte dos casos importa respeitar as intenções do autor. Ana Maria Amaro considerava-se antropóloga e aplicava as metodologias da Antropologia aos seus trabalhos. Isso deve bastar-nos.

va e poética: “De cada vez encontrávamos algo de novo em cada rua. (…) O cheiro a sândalo e a frituras ou mesmo o acre odor da pólvora dos panchões a manchar o chão de pétalas vermelhas de papel. (…) E o co-lorido? O colorido dos trajes, dos anúncios que à noite se incendiavam de luz, o azul sempre diferente do céu e quase pardo do

rio, a cor de peónia do nascer do sol, que manchava de púrpura os lânguidos poentes para além da Lapa (…)”.

As histórias de vida colocam na poéti-ca do lugar, no cenário, no espaço próprio para a representação do drama, o drama

em si mesmo, com tudo o que ele arrasta consigo, as certezas e as dúvidas, os pro-jectos, suas realizações e fracassos, a maté-ria incandescente dos sonhos mas também o gelo dos desenganos, a perplexidade, a vontade e a fragilidade ontológica das cria-turas, o heroico mas também o trágico. Enfim, sem as histórias de vida a poética

do lugar não faria sentido. só os homens dão sentido a tudo. Dar sentido, procurar o sentido e en-contrar o sentido eis o que ca-racteriza a vida humana. sem o sentido fica tudo vazio e deserto.

Ana Maria Amaro ainda sabe uma outra coisa, que não há vida nem lugar sem memória e que não há memória sem aqueles que a constroem e a mantêm. Chamemos-lhes, vates, druidas, aedos, ou poetas, ou afinal sim-plesmente como lhes chama a autora, contadores de histórias. sem eles nada se imortaliza e é de uma titânica luta contra a morte que se trata, quando abor-damos a precária vida e história de todas a comunidades; uma luta de morte pelo reconheci-mento, variante antropológica e colectiva do modelo individual do timos platónico ou da dia-léctica hegeliana dos senhores e escravos. só as comunidades com memória sobrevivem. Não é portanto por acaso que as curtas narrativas de Ana Maria Amaro comecem pela evocação pragmática mas ainda emotiva de A’Kong, o contador de Histórias.

As narrativas desta figura com contornos misteriosos e míticos --- “Ninguém sabia o seu nome nem o nome da terra em que nascera” --- eram baseadas em narrativas tradicionais umas, imaginadas seguramente outras, mas em todas perpassava o sentido

de um cimento que reforçava os valores da comunidade, através da exaltação dos seus elementos constitutivos: “a honestidade, o amor filial, a lealdade e a coragem”, entre outros. Um dia A’Kong deixou de ser vis-to no local em que habitualmente conta-va as suas histórias, justamente no dia que se seguiu à narrativa mais emblemática de todas, a história de um velho letrado que no contexto da dura guerra contra os ja-poneses se exilara e encontrara abrigo na Terra do Mar dos Lotos (designação antiga de Macau dada pelos chineses). Acontece que o velho letrado veio a perder nesse lugar a sua única filha de nome Iôk Lân que quer di-zer Magnólia de Jade, ou seja, eruditamente, donzela chinesa. A filha representava mais do que simplesmente a sua descendência, ela representava também a sua memória, desde logo a memória da mulher que ha-via perdido durante a guerra, às mãos dos japoneses, mas ainda a imagem da Pátria, que forçadamente tivera que abandonar. Quando a sua única filha fugiu com um japonês de passagem pela Terra do Mar dos Lotos e o deixou só e sem uma palavra, o velho letrado, agora sim, provou o sabor do exílio, quer dizer o exílio verdadeiro e total. simbolicamente, para mim, mais do que a perda da face, que já era em si um golpe duríssimo, o que o ancião chinês per-deu irreversivelmente foi a memória que o ligava à sua comunidade. sem memória a vida de um indivíduo perde todo o signi-ficado e todo o sentido. sempre a questão do sentido.

E por aqui me fico por hoje. Gostaria de poder sugerir alguns textos desta antologia em detrimento de outros, mas a verdade é que gosto de todos e assim a sugestão é-me quase impossível, contudo como sou por princípio profundamente hostil a todo o tipo de discurso centrado numa lógica de preconceito muitas vezes segregacionista, e como também não sinto grande simpatia pelos cultos identitários, sobretudo quan-do possuem uma inerente potência de ex-clusão, atrevo-me a chamar a tenção para o texto Aves de Arribação…. Mas deixo o texto, por agora intacto e na sua integrali-dade para que possa ser alvo da descoberta e fruição dos leitores mais curiosos.

*No quadro da colaboração de Manuel afonso Costa com a Biblioteca Central de Macau-instituto Cultural, que consiste entre outras actividades no levantamento do espólio bibliográfico da biblioteca e na sua divulgação sistemática, temos a partir de hoje o prazer de acolher estas “Fichas de leitura” que, todas as quintas-feiras, poderão incentivar quem lê em Português.

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• SábadoExpoSição “Voz na EScuridão”, dE ÓScar Balajadia/ papa oSmuBalcreative macau, 18h30Entrada livre

• diariamenteconcErto dE jazz com Frank StallonE (até 14/02)Bar Belinni, Venetian, a partir das 22h00Entrada livre

ExpoSição dE pintura dE zhEn Guo (até 3/03)Fundação rui cunhaEntrada livre

ExpoSição dE ESculturaS do ano da caBra (até 01/03)Venetian, todo o dia Entrada livre

ExpoSição dE Sândalo VErmElho (até 22/03)Grande praça, mGmEntrada livre

ExpoSição dE pintura “korEan art”, com oh YounG Sook E kim YEon ok (até 15/02)Galeria iao hinEntrada livre

ExpoSição dE dESiGn dE cartazES “V•x•xV:” (oBraS dE 1999, 2004 E 2009) [até 15/03]museu da transferência da Soberania de macau, 10h00 às 19h00Entrada livre

“SElF/unSElF” – ExpoSição dE traBalhoS dE artiStaS holandESES (até 15 dE março)centro de design de macauEntrada livre

rEtratoS a ÓlEo doS SéculoS xix E xx: colEcção do muSEu dE artE dE macaumuseu de arte de macau, das 10h às 19h (até 31/12)Entrada livre

iluStraçõES para calEndário dE Guan huinonG (até 10/05)museu de arte de macau, das 10h às 19hEntrada livre

“BEYond thE SurFacE” dE mio panG FEi (até 01/03)albergue Scm, das 12h às 20hEntrada livre

ExpoSição E paSSEioS dE Barco GuiadoSSoBrE a hiStÓria da pESca Em macauEsplanada do museu marítimo, das 9h40 às 16h25(até 15/02)Bilhetes à venda por 25 patacas

hoje macau quinta-feira 12.2.2015 (F)utilidades 15

tempo muito nublado min 13 max 20 hum 50-85% • euro 9.02 baht 0.24 yuan 1.27

wJoão Corvo fonte da inveja

AcontEcEu HojE 12 dE FEVErEiro

O que fazer esta semana?C i n e m acineteatro

Sala 1KingSman: The SecreT Service [c]Filme de: matthew Vaughncom: colin Firth, michael caine, Samuel l. jackson14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 2JupiTer aScending [B]Filme de: andy Wachowski, lana Wachowski14.30, 16.45, 21.30

Sala 2JupiTer aScending [3d] [B]19.15

Sala 3gangnam BlueS [c](Falado Em corEano)Filme de: Yoo hacom: lee min-ho, kim rae-won, jung jin-young14.00, 19.00

Sala 3The con arTiSTS [B](Falado Em corEano)Filme de: kim hon-suncom: kim Woo-bin, lee hyun-woo, Go chang-suk16.30, 21.30

kinGSman: thE SEcrEt SErVicE

h o j e h á f i l m e

Se és conservador, deixa ficar as ideias no frigorífico.

Dia em que se assinala a fundação da Deco• a associação portuguesa para a defesa do consumidor nasceu a 12 de Fevereiro de 1974, em vésperas do 25 de abril, dia da revolução. ao longo dos anos, a deco contribuiu decisivamente para o conhecimento e cumprimento da legislação, na prossecução dos fins que sempre defendeu. a 12 de Fevereiro nasceram ainda abraham lincoln e charles darwin. morreram catarina de áustria, o filósofo Emmanuel kant e a cantora Whitney houston.a associação portuguesa para a defesa do consumidor, que actualmente conta com quase 400 mil associados, foi criada num portugal diferente. ao longo dos anos, a deco modernizou-se e alargou a sua esfera de actuação, mas manteve o princípio que esteve na sua origem: a protecção dos direitos do consumidor. também a 12 de Fevereiro, mas em 1049, é eleito o papa leão ix e fundado Santiago do chile, por pedro de Valdivia, 1541. Esta data é marcante no que diz respeito aos direitos das mulheres. Em 1870, as mulheres do estado norte-americano do utah conquistam o direito de voto. Foi um dos territórios a permitir às mulheres a participação cívica, na escolha dos seus governantes.já em 1903, o navio antarctic, da expedição liderada pelo sueco otto nordenskjöld à antárctida, afunda-se no mar de Weddell. Em 1938, tropas alemãs ocupam território austríaco. Quase meio século depois, a 12 de Fevereiro de 1986, os governos da França e inglaterra rubricam o Fixed link treaty, em canterbury, que conduz à construção do túnel do canal da mancha: por debaixo das águas, ao longo de 50,5 quilómetros, França e inglaterra estabelecem uma ligação rodoviária.

“BArnEy’s VErsion”(ricHArD j. LEwis, 2010)

Será o ‘amor da nossa vida’ apenas um conceito abstracto e platónico ou existe mesmo, escondido algures entre as páginas da vida? É esta mesma problemática que ‘Barney’s Version’ explora. através de uma longa-metragem protagonizada por Paul Giamatti, actor dos eUa de ascendência italiana, o espectador acaba por se envolver no amor proi-bido e constantemente adiado de miriam e Barney. os dois conhecem--se no casamento do protagonista, que passa o resto dos seus dias até ao divórcio a desejar que tudo tivesse tido outro desfecho. No final da festa arrisca mesmo uma declaração de amor eterno no comboio em que miriam se prepara para partir, mas só mais tarde os dois se reencontram. no entanto, nada acaba onde se julga e este é, por esse e outros factores, um filme a não perder, mais que não seja pelo enfoque nos desaires da vida de todos nós, que muitas vezes acontecem sem que queiramos ou percebamos. - Leonor sá Machado

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16 desporto hoje macau quinta-feira 12.2.2015

Gonçalo lobo [email protected]

Quem é Ricardo Torrão?Nasci na África do Sul, em Joanes-burgo, onde vivi um ano. Depois, no final de 1991 mudei-me para Portugal onde vivi seis anos em Moura, no Alentejo. No ano em que vou pela primeira vez para escola, acabo por vir para Macau. Aqui cresci e, desde muito cedo, come-cei a jogar futebol. Nessa altura, o meu grande ídolo era o João Vieira Pinto e era do Benfica. Quando ele se mudou para o Sporting passei a ser sportinguista e sou até hoje.

Mas quando é que teve a noção que queria jogar futebol num nível mais elevado?Quando o meu irmão Niki, aos 16 anos, foi jogar para o Estrela da Amadora, senti que havia mais futebol para além de Macau. Naquele momento pensei que se o meu irmão ia para Portugal, também poderia ir. Continuei em Macau, onde joguei o cam-peonato de sub-16 pelo Benfica de Macau. Passados seis meses, surgiu a oportunidade através do Arsenal Soccer Schools de Hong Kong, que me tinha visto jogar, de ir fazer um torneio a Inglaterra. Durante um mês, parecendo que não, ganhei muita experiência. Vi logo que o futebol em Macau era zero e que tinha de trabalhar muito para poder chegar longe. Depois da experiência inglesa fui passar um mês a Portugal e surgiu outra oportunidade, desta vez para fazer um teste no Benfica. Confesso que não correu bem. Estava perdido e era a primeira vez que jogava com miúdos que estavam a ser

EntrEvista RicaRdo ToRRão, jogadoR do WindsoR aRch Ka i

“se não fosse o investimento dos clubes, estaríamos pior”

preparados para ser profissionais. Naquele momento percebi que o meu futebol estava um ou dois níveis abaixo.

Em que ano treinou no Benfica?Foi em 2004, depois do Europeu de futebol.

E voltou a Macau?Não. Treinei no Benfica uma sema-na e dois dias, depois fui treinar ao Estrela da Amadora. O meu irmão ainda lá estava e pediu para que fosse lá treinar. O treinador dos iniciados acedeu. Correu tudo bem. No primeiro treino, disseram logo que queriam ficar comigo.

E como correu a aventura Estrela da Amadora?No primeiro ano foi mais um ano de adaptação. No final desse ano é que comecei a sentir que estava a fazer a diferença. Nunca passou pela mi-nha cabeça querer ser apenas mais um. Aliás, no final desse mesmo ano, já era o sub-capitão da equipa. Por isso, senti muita confiança por parte dos responsáveis do clube. Foi na Reboleira que ganhei pro-jecção e, praticamente, aprendi a jogar futebol. Joguei pelo Estrela até ao último ano de juvenis. Nesse ano surgiu a oportunidade de jogar pelo Pêro Pinheiro, que estava na 3.ª Divisão Nacional.

Não foi um passo atrás?Nada disso. Pensei que ir de jú-nior para a 3.ª Divisão Nacional seria um ‘upgrade’. Até porque, naquela altura, já se sabia que o Estrela da Amadora iria acabar. O clube não estava a conseguir fazer frente às suas obrigações e os jogadores iriam começar a ficar

desempregados. Tinha quase 17 anos. A proposta do Pêro Pinheiro seria para treinar com os seniores e jogar pelos juniores e juvenis. Acabava por fazer dois jogos por semana com a regularidade de titular. Essa aventura durou cerca de quatro meses até que surgiu uma nova oportunidade: China.

Como conseguiu isso?Através de um empresário que me levou até ao Chengdu Blades, que estava na 1.ª Divisão chinesa. Ali, treinava com a primeira equipa mas jogava pela equipa B. Essa equipa era, basicamente, uma equipa de sub-23 que jogava na 1.ª Divisão de Hong Kong. Fiz um campeonato inteiro na região vizinha. Tenho pena de nunca ter feito um jogo oficial pela principal

equipa do Chengdu Blades, mas ainda consegui marcar presença em amigáveis. Apesar de tudo, acabou por ser uma excelente experiência, pois jogava com regularidade, aos 17 anos, na divisão mais alta de Hong Kong. Acabou por ser o meu primeiro ano de sénior.

Em que posição jogava nessa altura?Era no meio-campo. Ou jogava a médio ofensivo ou a médio defen-

sivo. E repare que no Estrela da Amadora sempre joguei a ponta--de-lança (risos).

Então qualquer dia podemos ver o Ricardo na baliza.(Risos) Pois. Agora estou como defesa-direito. Sou um jogador polivalente.

Voltando à China e ao Chengdu Blades...Acabada essa época, e através do mesmo empresário, surgiu a possibilidade de ir jogar para a União de Leiria. Naquela altura estava com 18 anos e, depois da experiência em Hong Kong, vi com bom olhos voltar a Portugal. Até porque, intimamente, estava com planos de tentar chegar à Selecção de Portugal de sub-19.

Nasceu na África do Sul, cresceu em Macau e em Portugal e joga futebol, uma das suas grandes paixões. Aos 23 anos, Ricardo Torrão já passou por diversos clubes e diversos campeonatos, mas encontra-se em Macau muito por culpa da sua actividade profissional extra-desporto. O lateral-direito, fã confesso do antigo jogador português João Vieira Pinto, tem uma “dívida de gratidão para com o Ka I” e a mágoa de não conseguir ver as autoridades do território a fazer mais e melhor pelo futebol

“Tenho umadívida de gratidãopara com o Ka I”

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DADOS PESSOAIS

PERCURSO

17 desportohoje macau quinta-feira 12.2.2015

“Comecei como ponta-de-lança, passei para o meio- -campo e agora estou como defesa--direito. Sou um jogador polivalente”

EntrEvista RicaRdo ToRRão, jogadoR do WindsoR aRch Ka i

“se não fosse o investimento dos clubes, estaríamos pior”

Fui, mas as coisas tornaram-se um inferno.

Como assim?No dia em que cheguei a Leiria, ninguém sabia quem era e ao que ia.

Mas o Ricardo sempre confiou nesse empresário, que até o levou até à China.Sim. Aliás, esse empresário disse mesmo para levar as malas comigo, que tudo estava tratado. Afinal, nada estava tratado. Foi mau demais para ser verdade. O meu irmão Niki, que me tinha levado a Leiria e regressado a Lisboa, teve de me ir buscar novamente. A minha carreira ficou num impasse até porque já nem conseguia voltar à China pois rescindi o contrato para poder ir para Portugal.

Nome: Ricardo João de Almeida Torrão

Nacionalidade: Portuguesa (nascido na África do Sul)

Data de Nascimento: 18-02-1991 (23 anos)

Posição: Defesa-direito/Médio-centro

Altura: 177 cm

Peso: 70 kg

Uma grande complicação, por-tanto.Muito grande mas, nessa mesma semana, ligaram-me do Mafra. Sou sincero, até então desconhecia o clube mas eles queriam que jogasse pelos juniores e treinasse com os seniores, tendo a possibilidade de jogar nos seniores a Liga Intercalar. Aceitei mas tive um grande azar pois lesionei-me com direito a paragem por seis meses. Contudo, só posso agradecer ao Mafra pois costearam todo o tratamento.

E porque é que não continuou depois de debelada a lesão?O mister Rui Cardoso perguntou se estaria interessado em jogar seis meses em Macau, pelo Ka I, e acabei por aceitar. No Mafra, as coisas nem iam para a frente nem para trás e voltei a Macau. Nesse ano, estamos em 2010, o Ka I foi campeão pela primeira vez.

Está, então, ligado à história do Ka I.Sim, com orgulho. Mas, naquela altura, acabei por pensar muito so-bre a minha carreira de futebolista e decidi dedicar-me mais aos es-tudos, para acabar a Universidade. Como a minha família estava na África do Sul, decidi apostar lá. Enquanto estudava, jogava numa equipa abaixo da 3.ª Divisão. Depois voltei a Macau e ao Ka I e decidi-me por um ano dedicado exclusivamente ao futebol.

E o que aconteceu em seguida?Acabou por surgir um convite para jogar na Alemanha. Só que não assinei contrato e isso foi mais um grande problema. Estive por lá um, dois meses e não sabia quanto é que recebia. Eles respondiam-me que estava tudo certo, até porque já tinha número na camisola e a inscrição feita legalmente.

Como se chama a equipa?Era o BSV Rehden, da Liga Re-gional Norte. Uma espécie de 4.ª divisão.

Continuando...Na Alemanha, nessas divisões, os jogadores para jogarem na equipa têm de trabalhar na empresa do presidente. O presidente tinha uma fábrica de mel e tive de aceitar. Só que chegou a um ponto em que de quatro horas de trabalho fabril passaram a oito. E, como morava em Bremen, tinha de fazer 200 quilómetros diários. A situação tornou-se insustentável. Estava exausto, não tinha contrato, não recebia salário e fui-me embora

com apenas 300 euros no bolso. Voltei para a África do Sul e fui terminar o último ano de estudos que me faltava.

No regresso a África, jogou onde?Numa equipa da Cidade do Cabo que jogava na 3.ª Divisão. Jogava apenas porque amo o futebol. Não recebia qualquer dinheiro e esse tempo serviu para terminar os meus estudos. A equipa tinha gente boa. Sabiam o meu percurso e receberam-me de braços abertos. Estava à vontade e jogava sempre. Nessa equipa voltei a jogar a ponta--de-lança. Foi uma experiência interessante mas tive de regressar a Macau, não porque questões de futebol mas por motivos profis-sionais.

Então?Recebi uma proposta de emprego da Red Bull. Na África do Sul, enquanto estudava, já trabalhava há quatro anos para a Monster.

Nunca tinha havido gente na posição de Macau e acabei por aceitar o convite, até porque aqui tinha contactos e sou residente permanente.

Regressa assim a Macau e, por acréscimo, ao Ka I.Sim. Estou com 23 anos. Tenho um emprego que gosto e jogo futebol. Esta minha vida combinada, se assim posso dizer, é complicada de deixar, pois faço duas coisas que gosto. Para sair, terá de ser para um clube e um campeonato muito melhor. A Red Bull é uma das melhores empresas do mundo e é uma companhia que me dá tudo. Não será fácil abdicar disso.

Neste momento, quais são as suas expectativas em relação ao futebol?Vou continuar a treinar e a jogar, não tenho dúvidas disso. Na verdade, levo uma vida quase de jogador profissional pois treino, vou ao ginásio, tenho cuidado com a alimentação, não ando na noite a não ser por questões de trabalho na Red Bull. Levo sempre a sério o futebol. Até porque podem surgir oportunidades como surgiram nes-te último ano para ir para a Suíça ou para a Tailândia. O Atlético Clube de Portugal, que está na II Liga, apresentou-me uma proposta concreta a ganhar mil euros mas, apesar de ter vacilado, acabei por não aceitar.

Mas a II Liga de Portugal já é uma boa montra...Verdade, mas com mil euros não dá. Casa, carro, comida e acabou...

Então a ideia é continuar por Macau.Sim.

E porquê o Ka I?Porque desde a primeira hora que sempre tiveram vontade de contar comigo. Foi o primeiro clube que representei em Macau e sempre foram espectaculares comigo. Tenho uma dívida de gratidão para com o Ka I, clube onde sempre me senti em casa.

Mas nunca teve convites de ou-tros clubes de Macau?Já tive. Este ano falei com duas equipas candidatas ao título, que prefiro não dizer o nome. Houve interesse mas não evoluiu mais do que isso. Não sou hipócrita, gosta-va de ter ido para um desses dois clubes, não porque me sinta mal no Ka I, longe disso, mas porque queria experimentar uma realidade nova, um balneário novo.

Quem são os grande candidatos ao título?Penso que, para além do Ka I, são o Monte Carlo e o Benfica. Não tenho dúvidas.

E o futebol de Macau, continua fraco?Continua. Claro que melhorou um pouco nos últimos anos mas con-tinua fraco. Não há condições para que a modalidade possa evoluir. Nem a Associação de Futebol de Macau, nem o Instituto do Desporto mostram vontade em fazer mais pelo futebol de Macau. Se não fosse o investimento feito pelos clubes, estaríamos pior. E já nem falo ape-nas dos campos, um problema eter-no. As estruturas internas podiam ser mais profissionais. A forma de encarar a competição podia ser mais profissional. Além do mais, a aposta na formação, que é o que assegura a continuidade, é zero.

E a Selecção de Macau?Com este novo treinador, sinto que estamos a treinar como se não houvesse amanhã. Os treinos são mais profissionais. Penso que a Selecção só teve a ganhar com a troca de seleccionador. Ele é a pessoa ideal. Tem conhecimentos de futebol profissional e internacio-nal. Se me quiserem, serei mais um para ajudar e com muita vontade, pois sempre gostei de representar Macau.

2004/2005 Estrela da Amadora (POR)

2005/2006 Estrela da Amadora (POR)

2006/2007 Estrela da Amadora (POR)

2007/2008 Pêro Pinheiro (POR)

2009 Chengdu Blades (CHN)

2009/2010 Mafra (POR)

2010 Windsor Arch Ka I (MAC)

2012 Windsor Arch Ka I (MAC)

2013/2014 BSV Rehden (GER)

2015 Windsor Arch Ka I (MAC)

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18 hoje macau quinta-feira 12.2.2015direito de resposta

pub

CONVOCATÓRIARita Botelho dos Santos, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, vem, nos termos do nº 3 do artigo 29º dos estatutos desta Associação, convocar a Assembleia Geral para o próximo dia 19 de Março de 2015 (Quinta-feira), pelas 18H00, na sede da A.T.F.P.M., sita na Avenida da Amizade Nºs. 273-279 r/c, Macau, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Aprovação do Relatório de Contas do exercício do ano de 2014, que estará patente na sede da Associação, a partir do dia 12 de Março corrente, para consulta dos associados.

2. Outros assuntos.

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, aos 10 de Fevereiro de 2015.

A Presidente da Mesa da Assembleia GeralComendadora Rita Botelho dos Santos

ANÚNCIO

A COMPANHIA DE ENGENHARIA ELECTRÓNICA HOU VA LIMITADA, vem por este meio anunciar a sua dissolução e extinção pelo encerramento de liquidação a partir do dia 4 de Fevereiro de 2015.

A Lei n˚15 /2009, actualizou os índices dos vencimentos do pessoal de Direcção e

chefia – Abrangendo também os aposentados a partir de 1 de Julho de 2007, ora um meu familiar aposentou-se na RAEM como direc-tor dos Serviços de Saúde, antes de 2007, invocando também o artigo 264º /4 do ETAPM para que lhe fosse actualizada a pensão e o TUI também decidiu negar provimento ao Recurso por ele apresentado.

Pergunto aos Senhores Depu-tados da Assembleia Legislativa, especialmente ao Deputado Dr. José Pereira Coutinho, que também é presidente da ATFPM, onde está o princípio de igualdade consagrado

na Lei Básica, porquê a retroacti-vidade só para aos aposentados a partir de 1 de Julho de 2007? Faço lembrar que pelo Regulamento Ad-ministrativo n˚3/2012 no seu artigo 8º n˚3 o direito a assistência médica para os membros do Conselho Executivo, abrangeu todos os ex- membros do Conselho Executivo da RAEM e seus familiares e a tal proposta de Lei sobre o regime de garantias dos titulares dos principais cargos (retirada da AL por causa das manifestações) prevê efeitos retroactivos para todos os anteriores CE e Secretários.

O TUI também entendeu que o artigo 264º /4 do ETAPM não era aplicável a este caso negando pro-

vimento ao recurso, mesmo quando o artigo 264º /4 do ETAPM diz: “ as pensões de aposentação são fixadas com referência a um índice da tabela indiciária, sendo revistas sempre e na medida em que o forem os vencimentos do pessoal no activo “.

A Lei n˚15/2009 tem efeitos retroactivos só para os aposentados a partir de 1 de Julho de 2007, porque deixaram os aposentados das mesmas categorias, antes des-ta data, de fora? Será que algum director ou chefe de departamento desagradaram ao Governo ou eram menos competentes? Onde está o princípio de igualdade consagrada na Lei Básica da RAEM?

Apelo aos Senhores Deputa-

dos da AL e ao quarto Governo da RAEM para reverem a Lei n˚ 15/2009, que foi publicada durante o segundo Governo da RAEM, por-que conceder a retroactividade só para os aposentados depois de 1 de Julho de 2007, deixando os outros aposentados da RAEM das mesmas categorias de fora, é contra o prin-cípio de igualdade consagrada no artigo 25º da Lei Básica da RAEM, a retroactividade deve abranger todos os que se aposentaram na RAEM e não apenas alguns!

Paulina Santos10/2/15

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A propósito do Recurso das três enfermeiras a que o TUI negou provimento, conforme foi publicadonum Diário português local, no uso do direito de liberdade de expressão tenho a dizer o seguinte:

Page 19: Hoje Macau 12 FEV 2015 #3272

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19opiniãohoje macau quinta-feira 12.2.2015

bairro do or ienteLeocardo

C omeço por desejar a todos os leitores do Hoje macau um Feliz Ano da Cabra, e apesar do meu irredutível descrédito pelas supersti-ções em que este tipo de datas é fértil, expresso aqui os desejos de prosperida-de, sucesso e saúde, muita saúde, que sem saúde não

há dinheiro, poder ou influência no mundo que nos valha (desabafo muito frequente de se escutar quando morre alguém muito rico, como se isto fosse algum karma cósmico). efectivamente há coisas que o dinheiro ainda não compra, apesar da tendência cada vez maior para se pensar que o dinheiro com-pra tudo. É de Nietzsche a autoria da frase “diz-se que todo o homem tem um preço; é falso, mas para cada homem há um isco que ele não consegue deixar de morder”. O filósofo alemão era sem dúvida genial, mas nem ele foi capaz de prever que um dia viria a existir um local como macau, ou no nome completo que constaria no BIR, “De macau, Região Administrativa especial”.

De facto há coisas que nem todo o dinheiro do mundo é capaz de comprar - além de um dinossauro, claro, mas fiquemos apenas pelo que é possível, e diz-se que em macau tudo é possível. No outro dia assistia na televisão ao programa de debate semanal da TDm, quando um dos habituais comentadores (que por acaso é também director deste jornal, só por curiosidade)

Cabra cega

Que esta Cabra que vem agora substituir o Cavalono zodíaco chinês, não tenha tanta vontade de marrar quanto o equídeo esteve na disposição de dar coices –e foram muitos, os coices que este cavalinho deu, ui ui

fazia referência à ambição desmedida das concessionárias de jogo, ou das pessoas por detrás delas, que apesar dos chorudos lucros que obtiveram durante os “anos dourados” dos casinos, vêm agora dramatizar a queda das receitas, reduzindo despesas através de despedimentos, anunciando desta forma o desinvestimento naquela que foi uma “galinha dos ovos de ouro” durante tanto tempo. De facto é mesmo assim, e para nós que não somos ricos nem pobrezinhos, mas apenas remediados, faz-nos confusão este pânico quando uma fracção das receitas actuais atingem valores que nem ganhando o primeiro prémio do “mark-six” nos con-seguimos a deitar as mãos em cima. É um tipo de negócio que envolve muito mais do que apenas gestão, enfim, e para entender melhor o seu funcionamento era necessário perguntar aos tipos que estão enterrados no deserto do Nevada, mas isso seria como comprar um dinossauro: impossível.

Quando ouvimos falar de “casino”, dá-nos a queda para pensar no “glamour”, em James Bond e o Casino Royal, em monte Carlo e tudo muito caro, “oui oui”, mas não aqui. Ah pois, é que aqui não há

Vegas, “mafiosi” a rebentar a mioleira dos batoteiros e outros rendilhados tornados célebres nos filmes de Scorsese e companhia limitada. Nada disso, aqui joga-se de alças de camisa e chinelos desde que se tenha o pilim para gastar, e se agora as receitas caíram, foi porque a China quis meter um travão no entusiasmo dos neo-bilionários do continente, que chamam macau pelo ternu-rento nome de “a minha bela lavandaria”. Portanto “no worries”, que quando a chuva passar lá vamos ter outra vez os casinos com rendimentos “a dar com um pau”, e muitos, mas mesmo muitos residentes a querer um emprego onde precisem de fazer o menos possível auferindo um avultado salário, ou caso contrário temos na rua o protesto aqueles que não tendo qualificações, acham mal que os lugares mais catitas fiquem entregues a uns tipos que só percebem de casinos. Pfff...e depois?

mas com o dinheiro que andou por aí a jorrar dos casinos, a tendência é que muita gente queira deitar a mão nele. A estratégia aqui passa pelas obras. Sim, obras e mais obras, daquelas tão pretensiosas quanto a Torre de Babel, mas tão céleres como as de

Santa Engrácia; ele é o metro de superfície que vai atravessar a nossa pequenina macau e passar por cima das nossas cabeças, o novo hospital que vai ter tudo e mais alguma coisa, a nova prisão, que tanta falta faz para meter lá dentro os meninos que se impressionam com o barulhos das luzes, que vão sendo cada vez mais e mais, e agora até lhes deu para andar a ofuscar os srs. polícias com o “flash” da câmara do telemóvel, em suma, obras grandes, quanto mais grandes melhor, que assim se justifica qualquer orçamento maluco que se proponha. Na hora de fazer (que chatos, esses tipos que estão sempre à espera que se cumpram as promessas) dizem que não é possível, que não dá, o dinheiro acabou, e a culpa é sempre do outro menino. Pronto. macau não é a terra das grandes obras, mas sim dos grandes orçamentos. e dos grandes artistas.

Posto isto, volto a renovar os desejos de bom ano, e que esta Cabra que vem agora substituir o Cavalo no zodíaco chinês, não tenha tanta vontade de marrar quanto o equí-deo esteve na disposição de dar coices – e foram muitos, os coices que este cavalinho deu, ui ui. Portanto é bom que alguém meta ordem nesta quinta, nem que seja apenas para os mandarins (que o grande Buda en-xertado de marx esteja com eles) mandam cá os “panguiaos” para lavar a roupa suja, e assim vivem todos felizes para sempre. ou metemos mãos a essas obras que nunca mais saem, ou o melhor mesmo é desejar que a cabra seja...cega.

Page 20: Hoje Macau 12 FEV 2015 #3272

cartoonpor Stephff

bichos

hoje macau quinta-feira 12.2.2015

A obra “o Primeiro País da Manhã”, de Ricardo Gon-çalves Dias, vai ser apre-

sentada na próxima quarta-feira, dia 18, na Livraria Portuguesa em Macau.

Trata-se de uma dupla estreia para Ricardo Gonçalves Dias, uma vez que o autor nunca es-teve no território e que o livro, vencedor do Prémio branquinho da Fonseca 2013, vai ser apre-sentado pela primeira vez fora de Portugal.

“Devo confessar que estou um pouco entusiasmado para estar mais perto dessa cultura tão distinta mas, ao mesmo tempo,

com certas raízes portuguesas, o que não deixa de ser interessan-te”, afirmou Ricardo Gonçalves Dias à agência Lusa.

A oportunidade de visitar o território surge na sequência de um programa de intercâmbio cultural entre Portugal e Macau.

“No ano passado, fiz as letras da Marcha de Alfama que, feliz-mente, acabou por ser a vencedora que, como prémio, tem oportuni-dade de participar nas festas do ano novo [chinês]. como tal fui convidado a integrar a comitiva e a visitar Macau em Fevereiro. Paralelamente surgiu a oportu-nidade de fazer a apresentação

na Livraria Portuguesa”, explicou o autor de “o Primeiro País da Manhã”.

“A apresentação do livro foi uma elaboração bastante pensada do iPoR [instituto Português do oriente] em conjunto, claro, com a Livraria Por-tuguesa”, indicou Ricardo Gonçalves Dias, destacan-do os “esforços” envidados perante “algumas dificul-dades do ponto de vista da agenda, tendo em conta que esta época é bastante complicada” por causa dos feriados.

Na apresentação da obra em Macau, espera

passar um “bom bocado” com o público e colher opiniões sobre o livro, “o que acaba por ser sempre o mais importante para o autor”, “apesar de calcular que ainda ninguém tenha lido a obra”.

No quarto do MaNel “o Primeiro País da Manhã” tem como protagonista o Manel, “um inventor preocupado com uma série de fatalidades, como o tempo, que para as contrariar re-solve criar no seu próprio quarto um país com novas regras, novas leis, novos paradigmas para se viver e estar”, sintetiza Ricardo Gonçalves Dias.

“É engraçado porque tenho recebido mui-tas opiniões de vá-rios leitores – mais novos e mais velhos também – e é curioso que muita gente me diz que não é bem um livro infantil porque a história acaba por ser bastante adulta, digamos”, comenta.

Ricardo Gonçalves Dias, que está envolvido em vários proje-tos, nomeadamente na escrita de letras, espera ter novidades ainda em 2015.

“À partida, este ano ainda sairá, se tudo correr bem, mais um livro infantil”, adiantou.

o autor, que agora se estreia no território, apresenta na próxima semana na Livaria Portuguesa uma história “adulta” para crianças

RicaRdo Gonçalves dias apResenta “o pRimeiRo país da manhã”

Um inventor de paradigmas

TransAsia 415.000 euros de indemnização a cada família das vítimasA companhia aérea de Taiwan TransAsia Airways anunciou ontem disponibilidade para pagar quase meio milhão de euros em compensações a cada uma das famílias das vítimas do acidente de avião que aconteceu no início do mês. A proposta de indemnização surge sete meses depois de a companhia aérea ter pago um montante semelhante às famílias de 48 passageiros que morreram noutro acidente em Julho. O voo GE235 da TransAsia Airways caiu no passado dia 04 de Fevereiro pouco tempo depois de ter descolado do aeroporto de Songshan, em Taipé, com 53 passageiros e cinco membros da tripulação a bordo, causando a morte a, pelo menos, 42 pessoas. Uma pessoa está ainda desaparecida depois de dois corpos terem sido ontem resgatados no rio. “Oferecemos 14,9 milhões de dólares de Taiwan como compensação por cada pessoa que morreu no acidente. Esperamos conseguir chegar a um acordo com as famílias”, explicou a porta-voz da TransAsia à AFP.

o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, manifestou

ontem apoio à criação de medidas para atrair ‘talentos estrangeiros’ para a china, numa altura em que a saída de expatriados do país é superior ao número de pessoas que chega.

O jornal oficial China Daily publica ontem que Li se reuniu com mais de 60 profissionais de 32 países no Grande Palá-cio do Povo de Pequim esta semana, a quem disse que vão ser reduzidos os requisitos e procedimentos técnicos para que os estrangeiros invistam e criem negócios na china.

A potência asiática pretende também oferecer mais produ-tos e serviços internacionais, “convertendo a china na terra prometida para o talento”, im-pulsionando uma política de vistos mais simples e um pro-cesso mais fácil para conseguir a autorização de residência.

Esta é a segunda vez que Li organiza este tipo de reuniões desde que é primeiro-ministro. o encontro aconteceu na mes-ma semana em que um estudo da UniGroup Relocation, uma empresa que presta serviços a pessoas que fazem mudanças internacionais, assinala que o número de estrangeiros que chegou ao país no ano passado foi metade daquele que partiu.

PM chinês quer atrair estrangeiros

o futebolista português cris-tiano Ronaldo mostrou-se

ontem “muito orgulhoso” por estar novamente nomeado para o prémio Laureus para desportista do ano, que poderá ser atribuído pela primeira vez a um atleta de uma modalidade colectiva.

“Muito orgulhoso por estar nomeado para o prémio Laureus para melhor desportista do ano”, escreveu na rede social Twitter o português, nomeado pela terceira vez.

Na lista de nomeados para os ‘oscares’ do desporto, on-tem divulgada, o internacional português, que no ano passado perdeu o galardão para o piloto sebastian Vettel, tem como adversários o sérvio Novak Djokovic, número um do ténis mundial, e os britânicos Lewis hamilton, bicampeão mundial Fórmula 1 em 2008 e 2014, e Rory McIlroy, líder da classifi-cação mundial de golfe.

o espanhol Marc Márquez, campeão mundial de MotoGP, o francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico de salto com vara - que fez cair um recorde que há 21 anos pertencia a sergei bubka -, integram também a lista de nomeados para melhor desportista.

A nomeação de cristiano Ronaldo, que já tinha estado na lista em 2009 e 2013, surge na sequência da vitória da ter-ceira bola de ouro da carreira, e depois de ter vencido quatros títulos colectivos pelo Real Madrid (Taça do Rei, Liga dos campeões, supertaça Europeia e campeonato Mundial de clubes).

Laureus Ronaldo “muito orgulhoso” por nomeação