hoje macau 6 nov 2012 #2728

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LIU LIANG ASSUME DIRECÇÃO MUST aposta na ciência para servir população PÁGINA 4 COMISSARIADO DE AUDITORIA APONTA DEDO À DSEJ Gestão danosa provoca rombo de 22 milhões de patacas PÁGINA 2 TEMPO POUCO NUBLADO MIN 21 MAX 27 HUMIDADE 35-70% • CÂMBIOS EURO 9.5 BAHT 3.7 YUAN 0.7 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 6 DE NOVEMBRO DE 2012 ANO XII Nº 2728 PUB GONÇALO LOBO PINHEIRO “BODIES: THE EXHIBITION” ENSINAR À MARGEM DA POLÉMICA CENTRAIS Povo começa a mexer-se Imobiliário Grupo cria petição na Internet contra aumento das rendas Por considerarem ser assunto “transversal” que “toca a todos”, um grupo de cidadãos criou uma petição online escrita em português, chinês e inglês contra as rendas altas e a especulação imobiliária que será, posteriormente, entregue ao Chefe do Executivo. A iniciativa pede que o Governo crie um “coeficiente de actualização de renda” com base na inflação. As assinaturas estão próximas de chegar ao meio milhar e o documento fica na Internet durante um mês. PÁGINA 3 CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS Menos no Politburo para melhor controlar PÁGINA 7

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Edição do Hoje Macau de 6 de Novembro de 2012 • Ano X • N.º 2728

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Page 1: Hoje Macau 6 NOV 2012 #2728

LIU LIANG ASSUME DIRECÇÃO

MUST aposta na ciência para servir população

PÁGINA 4

COMISSARIADODE AUDITORIAAPONTA DEDO À DSEJ

Gestão danosa provoca rombo de 22 milhões de patacas

PÁGINA 2

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 21 MAX 27 HUMIDADE 35-70% • CÂMBIOS EURO 9.5 BAHT 3.7 YUAN 0.7

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 6 DE NOVEMBRO DE 2012 • ANO XII • Nº 2728

PUB

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

“BODIES: THE EXHIBITION”

ENSINARÀ MARGEMDA POLÉMICA

CENTRAIS

Povo começa a mexer-seImobiliário Grupo cria petição na Internet contra aumento das rendas

Por considerarem ser assunto “transversal” que “toca a todos”, um grupo de cidadãos criou uma petição online escrita em português, chinês e inglês contra as rendas altas e a especulação imobiliária que será, posteriormente, entregue ao Chefe do Executivo. A iniciativa pede que o Governo crie um “coeficiente de actualização de renda” com base na inflação. As assinaturas estão próximas de chegar ao meio milhar e o documento fica na Internet durante um mês. PÁGINA 3

CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS

Menos no Politburopara melhor controlar

PÁGINA 7

Page 2: Hoje Macau 6 NOV 2012 #2728

terça-feira 6.11.2012política2

Joana [email protected]

O erário público deverá ter sofrido – pelo menos para já - um rombo de 22 milhões de patacas

com encargos adicionais do Pro-grama de Aperfeiçoamento Con-tínuo. Isto porque a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) mostrou “deficiências de vários níveis” na execução, gestão e fiscalização do programa que prevê a entrega de cinco mil patacas aos residentes de Macau que pre-tendam começar ou continuar a sua formação. As conclusões são do Comissariado de Auditoria (CA), que ontem divulgou o relatório de análise ao programa. O organismo não foi brandos. “A auditoria veri-ficou que o desempenho da DSEJ apresenta deficiências de vários níveis”, pode ler-se no documento.

A DSEJ não terá cumprido o que vem regulamentado por lei no que diz respeito, por exemplo, aos procedimentos de apresentação do pedido de subsídio, autorizando cursos indevidos. “Isto terá con-duzindo à autorização indevida de subsídios a milhares de cursos, com uma despesa total potencial a atingir 108.506.785 patacas e da qual foram já pagas 22.021.283 patacas.”

SEM CRITÉRIOS As principais lacunas apontadas pelo CA à DSEJ dizem respeito à forma de apreciação dos pedidos das insti-tuições para a autorização de cursos subsidiados. É que a DSEJ não teve em conta os critérios que deveriam ser seguidos para que fosse validada a autorização. “Dos nove critérios de apreciação, só dois tinham critérios de valoração escritos, sendo os res-tantes aplicados segundo critérios transmitidos verbalmente”, refere o relatório. Situação que, acrescenta, fez com que houvesse uma interpre-tações diferente entre candidatos, não assegurando a apreciação igual perante todos. O relatório do CA fala em 594 cursos que, segundo os critérios de valoração, deveriam ter sido eliminados.

Mas há mais: a DSEJ não ligou ainda aos períodos de apresenta-ção de pedidos estipulados por regulamento. Resultado: foram admitidos pedidos para 402 cursos

Auditoria aponta deficiências graves na gestão do Programa de Aperfeiçoamento Contínuo

DSEJ chumba no cumprimento de regrasMilhões a sair do erário público sem que realmente houvesse controlo sobre a sua aplicação. Foi o que concluiu uma análise do Comissariado de Auditoria à gestão da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude no programa que pretendia pôr os residentes a estudar. Cursos que deveriam ter sido eliminados, formadores que eram também formandos e estabelecimentos tidos como honestos que nem foram, na realidade, fiscalizados

de 32 instituições fora do prazo e que não cumpriam sequer requi-sitos para tal. A DSEJ deu como justificação ter tido um problema informático que impediu que as três dezenas de instituições fossem aceites e afirmou ter informações para certificar quais as instituições afectadas pela questão. O CA, contudo, nega. “Na realidade, a DSEJ não foi capaz de fornecer [as informações]. A DSEJ reabriu o programa sem fundamento e sem autorização superior.”

HONESTOS MAS NÃO TANTONa altura da apresentação do Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento foram muitas as dúvidas sobre como seria feita a fiscalização às instituições ins-critas. De acordo com a DSEJ não haveria motivos de preocupação,

uma vez que todos os locais seriam fiscalizados ‘in loco’, os formado-res identificados e os regulamentos cumpridos de forma rigorosa. Não fosse o relatório do CA e tudo parecia correr nos conformes. Isto, porque a DSEJ assegurou, por exemplo, que 28 locais foram considerados “instituições hones-tas” de acordo com o regime de classificação das instituições, mas na realidade nunca as fiscalizou. “A auditoria verificou que a DSEJ não executou, de forma efectiva e consistente, a medida por si esta-belecida, segundo a qual todas as novas instituições aderentes ao Programa eram inspeccionadas no mês em que iniciassem cursos, pecando assim na manutenção duma fiscalização total”, acusa o relatório. “A DSEJ classificou, erradamente, 28 instituições, o

que revela que o mecanismo não funciona eficazmente.”

SEM CONTROLOFalta de mecanismos eficientes, autorizações fora da lei, falhas na gestão e no controlo. A lista de acusações é longa e traz consigo exemplos caricatos. Segundo relata o CA, a DSEJ chegou, por exemplo, a pagar seis cursos realizados em três instituições em que o formador era, ao mes-mo tempo, formando no mesmo curso. “Esta irregularidade tão evidente passou despercebida à DSEJ”, atira o comissariado.

Num outro caso, foram auto-rizados 39 cursos de uma insti-tuição que não cumpriu nenhuma das exigências e, noutros, as entidades que leccionavam os cursos modificaram o que era

apresentado para autorização e o que era, na realidade, divulgado ao público. Foram 612 os cursos que apresentaram discrepâncias nas propinas. “Um curso auto-rizado a cobrar 560 patacas, na divulgação ao público cobrava 800, originando um aumento de subsídio dado à instituição.” Subsídio que, recorde-se, saiu do erário público.

Houve ainda situações em que as instituições aumentaram significativamente as propinas de forma a receber mais receitas e cursos que foram autorizados e subsidiados e nunca chegaram a ser divulgados. “A DSEJ não dispõe de mecanismos eficazes para prevenir tais situações”, refere a análise do CA.

BALANÇO NEGATIVOO Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Continuo da DSEJ começou em Julho do ano passado. A ideia é que todos os cidadãos que completem 15 anos recebam um subsídio de cinco mil patacas durante um período de três anos para que possam fre-quentar cursos de diversas áreas de formação tanto a nível superior como não superior. Sem restri-ções ao número de candidatos, os responsáveis previam injectar 500 milhões de patacas nos três anos em que decorre o programa, prometendo, no entanto, fortalecer o orçamento, caso este montante não fosse suficiente. Até Agosto, o montante já atingiu mais de 180 milhões de patacas.

Ao longo deste tempo, foram já diversos os deputados que con-sideraram necessário melhorar a fiscalização ao programa, temen-do que pudessem surgir abusos. Foi o caso, com a DSEJ a não conseguir controlar a atribuição de subsídios, identificar alunos e formadores, autorizar cursos indevidos e outras falhas que não deixam o CA muito agradado. “Há deficiências notórias.”

O comissariado sugere, por isso, que os critérios e regras sejam implementados de forma eficiente, que sejam revistos os procedimen-tos e as formas de inspecção e ainda que todos os critérios sejam cumpridos de forma rigorosa. A DSEJ prometeu que vai analisar e melhorar as falhas, mas recusa a maior parte das acusações. A entidade alega mal entendidos na percepção do CA quando aos procedimentos e afirma mesmo que “de forma abrangente” o programa tem sido “satisfatório”, apesar de admitir existirem “por vezes alguns problemas”.

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3políticaterça-feira 6.11.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

MACAU conta agora com um Conselho para o Tratamento

de Incidentes Imprevistos. O grupo tem como objectivo coordenar e fiscalizar as entidades públicas no que diz respeito à sua capacidade de adoptar medidas de urgência em caso de catástrofes naturais, acidentes, calamidades e riscos à saúde e segurança públicas.

Segundo o Boletim Oficial de ontem, o Conselho vai ser composto pelo próprio Chefe do Executivo, como presidente, pelo director dos Serviços de Assuntos de Justiça, pelo comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pú-blica e pelo director dos Serviços de Saúde, entre outros membros de outras áreas.

A funcionar sempre que o líder do Governo considerar necessá-rio, o grupo terá de avaliar o grau de risco, as áreas afectadas e as

Está a circular na Internet uma petição contra a especulação imobiliária e que deverá ser entregue ao Chefe do Executivo da RAEM. Os autores da iniciativa pedem que se crie um “coeficiente de actualização da renda” segundo a inflação

Andreia Sofia [email protected]

“UMA vontade espontânea de um grupo de cidadãos”.

Foi assim que nasceu a pe-tição online que pretende encontrar soluções para travar o aumento dos preços e a situação de especulação imobiliária que se vive no território. Até ao momento cerca de 430 pessoas já assinaram um documento que deverá chegar às mãos de Chui Sai On, Chefe do

Macau vai ter grupo de coordenação para casos de catástrofes ou calamidades

Prevenir é melhor do que remediar

Governo dentro de três ou quatro semanas.

Na petição, escrita em português, inglês e chinês, o grupo apresenta como so-lução fixar “um coeficiente de actualização de renda de acordo com a taxa de inflação anual local”.

“É urgente colocar um fim à especulação sem regras no arrendamento imobiliário que se regista actualmente. Os residentes de Macau sujeitam-se a aumentos que chegam a atingir os 60% ou mais. A habitação condigna é um direito fundamental dos residentes que tem de ser salvaguardado”, pode ler-se. Os autores afirmam ainda que “o controlo das rendas é uma medida reguladora exequível em Macau, como já o é em dezenas de países, incluindo em economias tão liberais como a dos Estados Unidos”.

Ao Hoje Macau, Tomé Quadros, um dos respon-sáveis pela iniciativa, faz um balanço positivo dos primeiros dias e garante que não pretendem ficar por aqui. “Temos uma meta mas não queremos divulgar números para já. Até quarta-feira queremos ter um número razoável (de assinaturas) para lançarmos a iniciativa de forma mais abrangente e alargada. Até agora tem sido

possíveis consequências da ocor-rência de incidentes imprevistos, bem como definir programas de emergência e orientar as entidades públicas na adopção de medidas de acordo com os programas de emergência. “Inclui a activação dos mecanismos de emergência existentes, nomeadamente no âmbito da protecção civil, do turismo, da saúde e da segurança alimentar”, pode ler-se no despa-cho do Boletim Oficial. O grupo poderá solicitar a colaboração de entidades privadas, tendo em conta a natureza dos incidentes.

Todos os encargos decorrentes do funcionamento do Conselho vão ser suportados pelo orça-mento do Gabinete do Chefe do Executivo.

através do passa palavra e das redes sociais”.

“À MERCÊ” DOS OUTROSOutra responsável pela pe-tição, que pediu para não ser identificada, diz que a nova lei de mediação imobiliária, recente-mente aprovada na Assembleia Le-gislativa (AL), em nada vem alterar o sistema. “Neste momen-to não há nada na lei que fixe um limite para o aumento das rendas. As pessoas que vivem em casas arrendadas estão um bocado à mercê das correntes imobiliárias e do que os senhorios ditam. Não há limites”.

Confrontada com os co-mentários do Executivo, que compara com frequência os fluxos do mercado imobiliá-rio com o panorama de Hong Kong, a responsável assume que a situação é diferente.

“Não há aumentos sala-riais, os salários não aumen-tam a subida dos preços das rendas. Sei de um caso muito concreto de um T3 alugado por 6500 dólares de Hong Kong, num contrato ainda em vigor, enquanto uma casa igual, no mesmo prédio, está

a ser arrendada por 11, 12 mil patacas. Esses aumentos são abusivos”, aponta.

GERAR O DEBATE Tomé Quadros considera que estamos perante “uma questão transversal, que toca a todos” e que o facto da petição conter nomes portugueses, ingleses e chi-neses mostra isso mesmo. Caso não consigam obter as assinaturas necessárias para que Chui Sai On receba o documento, Tomé Quadros

considera que já é importan-te gerar debate.

“Há pessoas que estão a lançar outras questões nos comentários à petição e só por isso já é algo positivo. Haverá mais discussão e é uma forma de fazer chegar junto do Chefe a ideia de que existe um grupo de cidadãos descontentes e que existe um problema para resolver”.

A colega de Tomé Qua-dros nesta luta disse ainda que pretendem chamar mais a atenção da comunida-

de chinesa. “Pensamos que é um problema que os chineses de Macau também deverão estar a sentir. Eles compram casa, mas será certamente um problema que se faz sentir, sobretudo para quem começou a tra-balhar há pouco tempo. E para os novos residentes, e estamos a falar de chineses também, e pessoas com famílias, com condições sócio-económicas mais frá-geis, que não têm condições de comprar casas e que não reúnem requisitos para com-prar habitação económica”.

Mais de 400 pessoas já assinaram petição contra rendas altas

Assunto “transversal” que “toca a todos”

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terça-feira 6.11.2012sociedade4

Rita Marques [email protected]

LIU Liang, vice-reitor da Universidade de Ciências e Tecno-logia de Macau

(MUST, na sigla inglesa), é o nome apontado para dirigir os destinos da instituição de ensino no próximo ano lec-tivo. Em dia de apresentação de projectos de investigação financiados pelo Fundo para o desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT), o futuro reitor nega quaisquer favorecimentos nos apoios concedidos à MUST. “Os apoios financeiros são para apoiar descobertas científicas e é um serviço para a comuni-dade”, revela. E, avança, vir a dar mais ênfase à investigação naquela universidade. “Que-remos impulsionar o avanço, estamos a trabalhar na criação de bases e nos próximos anos vamos focar-nos ao nível internacional.”

O objectivo está traçado no destino da própria cidade, justifica, que tem recebido este impulso tanto por parte do Governo local como do central. “Agora em Macau, temos uma boa fundação para pesquisa por causa dos apoios do Governo e do FDCT, e o Governo Central também tem apoiado a pes-quisa em Macau”, avança o futuro reitor da MUST.

No programa traçado para o próximo ano, Liu Liang quer mesmo apostar mais na colaboração com instituições internacionais, além de dar destaque à indús-tria farmacêutica. “Temos de enfatizar o desenvol-vimento de investigações colaborativas entre a indús-tria, sobretudo agora na Ilha da Montanha, com o novo parque dedicado também à medicina tradicional chinesa que é uma base de pesquisa muito importante para o de-senvolvimento de serviços e da economia.”

Até Setembro deste ano, a MUST recebeu cerca de 18 milhões de patacas do

O actual vice-reitor da MUST, Liu Liang, não só rejeita críticas aos apoios avultados de que a Fundação Universidade Ciência e Tecnologia tem sido alvo como, avança, vai continuar a apostar nestas investigações. Enquanto reitor, no próximo ano lectivo, promete fomentar mais as pesquisas científicas, algo a que os Governos local e central, garante, também têm dado um atenção crescente

Liu Liang assume a direcção da MUST no próximo anoe mantém a aposta nas investigações científicas

“Um serviço à comunidade”

FDCT, que se traduzem em apoios directos a projectos de investigação científica. Por sua vez, a Fundação Ma-cau apoiou financeiramente a mesma instituição em 127 milhões de patacas, 100 milhões só nos últimos três meses, o que a torna neste

Novo método de diagnóstico da gripe

período a mais financiada de todas as beneficiárias. Números semelhantes têm vindo a pôr a instituição no centro de polémicas de favo-recimento mas Cheang Kun Wai, membro do Conselho de Administração do FDCT, afasta também a hipótese

de que a MUST é a mais beneficiada. “Até agora, a Universidade de Macau ganhou mais projectos e subsídios financiados para estudos científicos”, explica.

No entanto, não avança valores de apoios financeiros cedidos desde que o FDCT

foi criado, em 2004. Uma possível referência podem ser os números deste ano, segundo publicado em Bo-letim Oficial (BO). Nos primeiros três trimestres do ano, a Universidade de Ma-cau (UMAC) recebeu cerca de 43 milhões de patacas,

mais 30 milhões de pata-cas do que a MUST. Uma certeza também, na voz do responsável, é que “o maior projecto é o dos laboratórios de medicina chinesa (32 milhões) e de chips (30 mi-lhões), com duração de três anos, desenvolvido pelas duas instituições de ensino.

INVESTIGAÇÃO AUMENTA“Até Outubro de 2012 can-didataram-se 73 projectos, sessenta dos quais aprovados em mais de 46 milhões de patacas”, revela Cheang Kun Wai. Porém, comparativa-mente ao último ano, há mais projectos aprovados mas me-nos dinheiro disponibilizado, já que no ano passado foram 57 os projectos aprovados com um financiamento de 53 milhões de patacas. O ano ainda não acabou, garante o responsável do FDCT. “Te-mos mais 12 projectos para serem aprovados, vai ser realizada uma reunião supe-rior este mês para aprovar o maior projecto, no valor de 50 mil patacas”, ou seja, “este número ainda não reflecte o montante total anual”, avan-ça Cheang Kun Wai.

No futuro, espera-se o mesmo ritmo, com “mais projectos de ano para ano, envolvendo mais dinheiro” e uma qualidade maior, garante.

No programa traçado para o próximo ano, Liu Liang quer mesmo apostar mais na colaboração com instituições internacionais, além de dar destaque à indústria farmacêutica.

Até Setembro deste ano, a MUST recebeu cerca de 18 milhões de patacas do FDCT, que se traduzem em apoios directos a projectos de investigação científica. Por sua vez, a Fundação Macau apoiou financeiramente a mesma instituição em 127 milhões de patacas

Ontem à tarde, o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia (FDCT) apresentou quatro projectos de investigação científica. Entre os quais, um projecto da MUST sobre um novo método para detectar o vírus da gripe. “O método anterior não era célere por isso, neste projecto desenvolvemos um novo gene activo para detectar o vírus dentro de 24 a 48 horas e chegar aos resultados, para fazer um diagnóstico clínico correcto e rápido”, explica o investigador Zifeng Yang. Com cerca de 10 cientistas e técnicos de um laboratório da China continental, a investigação científica ainda está a ser desenvolvida, pelo que “ainda está longe

do mercado”, no entanto, a intenção é produzir novos produtos, revela o responsável pelo novo estudo. O projecto tem o apoio do FDCT para dois anos - um de investigação básica e outro de avaliação clínica - mas pretende agora receber um montante adicional. Para já, explica Zifeng Yang, “o custo [do novo método] não é barato porque envolve altas tecnologias” mas esta as descobertas sobre os diagnósticos são “a chave para fazer o tratamento clínico”. Além desta investigação da MUST, foram apresentadas outras duas da UMAC e do Instituto Politécnico de Macau (IPM). Amanhã serão apresentados outros projectos financiados pelo FDCT.

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PUB

5sociedadeterça-feira 6.11.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

A partir de dia 20 estão abertas as visitas ao novo edifício de habitação pública

Cheng I, na Ilha Verde. O Insti-tuto de Habitação (IH) começa a enviar hoje os ofícios para os agregados familiares se-leccionados. No total, o prédio tem 770 fracções disponíveis, ou seja 770 famílias poderão escolher entre apartamentos de tipologia 1, 2 e 3. O IH estima que seis agregados visitem as casas diariamente.

Ainda assim, são mais de 4300 as famílias que ainda se mantêm à espera de habi-tação. Segundo Cheang Sek Lam, chefe do departamento de assuntos de habitação pú-blica, até ao final de Outubro, 4331 famílias estavam na lista de espera de habitação económica, com a zona de Macau a juntar a maioria. “Na zona da Taipa só restam três agregados familiares na

Andreia Sofia [email protected]

O centro de investigação e ensino do jogo do Instituto Politécnico

de Macau (IPM) acolhe até à próxima quinta-feira, dia 8, um ciclo de confe-rências sobre o impacto das mesas de jogo e também do jogo dito comercial. A “primeira conferência da Ásia-Pacífico para a investigação na área do jogo e jogo comercial” conta com cerca de 30 oradores oriundos de diferentes países e pretende trazer ao território uma abordagem transversal do assunto. “Trata-se de uma área com oportunida-des de investimento muito significativas e que também gera muitos postos de trabalho. O jogo, enquanto negócio,

tem de ser estudado por académicos. O que queremos é trazer especialistas de diversas áreas para analisar as políticas, a prevenção dos impactos”, disse ao Hoje Macau Samuel Huang, director do centro do IPM e também coordenador da associação para os estudos de jogo da Ásia-Pacífico, que está a colaborar com o IPM neste primeiro ciclo de conferências.

CRIME CRESCENTEDavid Forrest, académico da universidade de Salford, no Reino Unido, trouxe para iniciar o debate casos de corrupção no mundo das apostas desportivas, em di-versos desportos colectivos. O académico considera que a corrupção neste âmbito tem tendência para aumentar. “Tem havi-

do um crescimento significativo, e a en-trada de grupos criminosos organizados, com ligações à prostituição ou tráfico de drogas tem sido a tendência”.

Ao Hoje Macau, David Forrest considera que na Ásia há ainda mais probabilidades de acontecer este tipo de casos, dado o mercado ser maior e existir pouca regulamentação. “Num grande mercado valioso como este é fácil levar a cabo estas acções sem se ser notado e ganhar muito dinheiro, manipulando os resultados das partidas de futebol. É um problema universal. Existem muitos entusiastas pelas apos-tas, existem vários mercados e muitos têm parâmetros ilegais sem qualquer regulação. Há várias redes criminosas, até na Ásia”, aponta.

Agregados podem visitar casas em mais um edifício de habitação pública

Novos tectos concluídoslista de espera, para os quais já foram enviados ofícios para escolha de habitação. Na zona de Coloane, já não existem agregados familia-res na lista de espera.”

PREÇOS A CONSIDERARDe acordo com os valores ontem publicados no Bole-tim Oficial, os apartamen-tos mais baratos no novo edifício vão custar 802 mil patacas (T2) e as mais caras um milhão e 200 mil patacas (T3). Os preços das fracções de habitação económica foram fixados pelo IH de acordo com a capacidade aquisitiva dos agregados familiares, a localização dos edifícios e ano de cons-trução, referiu Tam Kuong

Primeiro orador falou de corrupção em apostas desportivas

IPM acolhe conferências sobre jogo

Samuel Huang David Forrest

Man, presidente do IH. O Cheng I conta ainda com um centro de saúde.

Visto que, actualmente, na lista já não existem agre-gados familiares à espera de fracções de tipologia T1, estas não serão distri-buídas antecipadamente, como acontece daqui a menos de um mês com as T2 e T3.

Este edifício é mais um para a conta das 19 mil habi-tações públicas prometidas pelo Governo até ao fim deste ano. O presidente do IH assegura saber que ainda há pessoas à espera de casa e afirma, por isso, que o Governo está a acelerar os trabalhos de construção dos prédios ainda em falta.

Assine-oTELEFONE 28752401 | FAX 28752405

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Cheang Sek Lam

Page 6: Hoje Macau 6 NOV 2012 #2728

6 sociedade terça-feira 6.11.2012www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

ATÉ ao próximo dia 15 cerca de 19 autoridades da área da medicina vão participar no colóquio

sobre o desenvolvimento da medi-cina tradicional chinesa, uma acção de formação levada a cabo pelo Fórum Macau. no território estão presentes autoridades oriundas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Portugal e Timor Leste.

Desde Janeiro que esta enti-dade já formou 177 autoridades de língua portuguesa nas mais diversas áreas, segundo o discurso de Rita Santos, secretária-geral do Fórum, proferido na sessão de abertura de um colóquio que promete “contribuir para divulgar a cultura chinesa e promover o desenvolvimento da indústria da medicina tradicional chinesa entre as partes”.

Já Chang Hexi, o secretário-

DECORREU no passado fim-de-semana mais

uma edição do encontro de promotores sócio-culturais das comunidades portuguesas na cidade de Fátima, Portugal, no qual esteve representada a Associação dos Aposenta-dos, Reformados e Pensio-nistas de Macau (APOMAC) através do seu presidente, Francisco Manhão.

O debate serviu para apontar falhas às actuais polí-ticas de emigração e a gestão das comunidades lusas espa-lhadas pelo mundo. “Cons-tata-se que a capacidade de influência das comunidades e do movimento associativo não está a ser aproveitado a favor da própria economia portuguesa. A diáspora de-veria ser mais utilizada na promoção de Portugal do ponto de vista económico. Ela tem condições para abrir portas a um maior investi-

OS depósitos dos residentes de Macau aumentaram 26,2 por cento para

343,85 mil milhões de patacas no final de Setembro comparado com o mesmo mês de 2011, revelam dados oficiais hoje divulgados.

De acordo com os números das esta-tísticas monetárias reveladas pela Auto-ridade Monetária de Macau, até ao final de Setembro deste ano, a maior subida na categoria de depósitos de residentes foi registada nos depósitos a prazo com um crescimento de 34,6 por cento para 212 mil milhões de patacas.

Já os não residentes ampliaram os seus depósitos em Macau em 27,9 por cento para 121,12 mil milhões de patacas, com os depósitos a prazo a subirem 27,8 por cento para 97,56 mil milhões de patacas.

Em sentido negativo estavam, contudo, os depósitos do sector público, que caíram em termos anuais 0,1 por cento para 219,2 mil milhões de patacas.

No capítulo dos empréstimos, os abonos internos ao sector privado cresceram 16 por cento em termos anuais para 191,36 mil milhões de patacas, enquanto os que foram feitos ao exterior subiram 44,4 por cento para 213,33 mil milhões de patacas.

Arrancou ontem mais um curso sobre medicina tradicional chinesa

Fórum Macau já formou177 autoridades lusófonas

Novo encontro das comunidades portuguesas em 2014

Diáspora “deveria ser mais utilizada na promoção de Portugal”

Depósitos dos residentes de Macau aumentaram 26,2% até setembro

Mais poupançaPUB

Declaro que a procuração assinada por mim em 19 de Agosto de

2003, perante o Notário Privado Dr. Fong Kin Ip a favor de Sr.

CHOY WANG KONG foi revogada no dia 01/11/2012. A partir

desta data, 01/11/2012, todos e quaisquer negócios jurídicos, as-

sinados por qualquer pessoa, com base na dita procuração, não são

da minha responsabilidade.

CHOY, HO SUK CHING

-geral do Fórum Macau, destacou que “a China e os países de língua portuguesa encontram-se numa fase crucial do seu desenvolvi-mento económico, em que alargar o campo da medicina e proteger a saúde pública são objectivos comuns dos nossos países e da comunidade internacional”.

O curso, cujos conteúdos serão ministrados pela Universidade de Macau (UMAC) pretende dar a conhecer as infra-estruturas já existentes sobre a área, estando

previstas visitas de estudos não só em Macau como em Zhuhai, bem como na Ilha da Montanha.

Em Hengqin, os participantes do colóquio “terão a oportunidade de visitar o parque científico e industrial de medicina tradicional chinesa e o quinto hospital anexo à Universidade de Sun Yat-Sen, bem como as instituições de saúde de envergadura, de forma a partilhar experiências práticas”, disse Rita Santos. A secretária-geral adjunta disse ainda que “será estabelecido

em Macau um laboratório piloto de medicina tradicional chinesa”, o que poderá fomentar também as futuras parcerias.

No programa consta ainda a re-alização do simpósio de medicina tradicional chinesa no próximo dia 12, também da responsabilidade da UMAC. A iniciativa cabe ao Fórum de Macau e à “Macau Investimento e Desenvolvimento S.A”, empresa que gere o parque cientifico e industrial de medicina tradicional chinesa.

esta nova entidade nos pró-ximos dois anos. Ficou ainda prometida mais interacção online através da criação de uma página no Facebook e criação de um blogue.

ENQUADRAMENTO ASSOCIATIVO PRECISA-SEO encontro, que teve como um dos promotores

a própria secretaria de estado das comunidades portuguesas, presidida por José Cesário, destacou a saída de cerca de 150 mil pessoas de Portugal até finais de 2011.

Dadas as dificuldades, o movimento associati-vo torna-se numa “forte rede de integração, mas

tem sofrido alterações e, em muitos países, perdeu influência”, aponta o co-municado.

Desta forma, as asso-ciações devem ter “um maior enquadramento para que melhorem o seu fun-cionamento e ultrapassem as dificuldades, não apenas financeiras mas também legais, de articulação com as estruturas e governos locais”. No final, o balan-ço foi positivo. Trata-se de “um ponto de partida para que as comunidades emigrantes não sejam esquecidas por quem tem responsabilidades gover-namentais”. - A.S.S.

mento em novos mercados, potenciado pela chamada nova emigração”, lê-se no comunicado divulgado pela direcção da APOMAC.

Dessa forma, os partici-pantes propuseram a criação de uma “plataforma dos pro-motores sócio culturais das comunidades portuguesas”, para se chegar a uma “ani-mação de encontros futuros” e “outras iniciativas para assegurar a continuidade do trabalho”. Países como Argentina, Brasil, Estados Unidos ou Holanda ficam encarregues de promover

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

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7terça-feira 6.11.2012 www.hojemacau.com.mo nacional

Maria João BelchiorEm Pequim

QUANDO faltam apenas três dias para a abertura do congresso do partido comunista, continua a ser difícil adivinhar

o que vai acontecer nos principais lugares do poder. Mas entre alguma indefinição que paira sobre Pe-quim, parece certo que o número de membros do comité central do Politburo, não vai aumentar e deve, inclusive, diminuir. Com a infor-mação mantida em alto segredo, para quem analisa a política chi-nesa há questões em que, até que o dia chegue, só se pode especular.

Kerry Brown, director do Centro de Estudos Chineses na Universidade de Sidney, e autor de um livro sobre o presidente Hu Jintao, diz que é preciso interpretar todos os sinais que têm sido dados.

Na dúvida entre se serão sete ou nove membros a ocupar os lugares do comité central, o professor bri-tânico refere que todos os rumores apontam para que seja sete, o número final. Para Kerry Brown uma redução pode representar um melhor controlo do comité. Mas a pergunta mais importante continua sem resposta e passa por quem vai de facto mandar na nova compo-sição do comité central.

“Os serviços de segurança continuam a ser um ponto forte da política chinesa” disse o professor. Um “império” nas palavras de Ker-ry Brown, os serviços de segurança começaram a receber mais dinheiro do orçamento sobretudo desde os tumultos no Tibete em 2008 e em Xinjiang em 2009. E esta é uma tendência que deve continuar nos próximos anos.

O FIM DOS TECNOCRATASO que deixaram Hu Jintao e Wen Jiabao ao fim de uma década?

Uma das fases de maior cres-cimento do país, marcada pela entrada na Organização Mundial do Comércio, mas também pela escolha de Pequim como cidade organizadora dos Jogos Olímpicos e pelos próprios Jogos Olímpi-cos, a década da presidência de Hu Jintao vai ser lembrada pelo sucesso da inegável afirmação da China a nível mundial. A nível interno, alguns dos desafios mais graves como os movimentos no Tibete e na província de Xin-jiang, foram ultrapassados sem deixar cicatrizes na liderança. Porém, como lembra o académi-co Kerry Brown, o argumento económico serviu para atrasar as outras questões. Com o cresci-mento em primeiro lugar, a China impressionou o mundo com um dos maiores desenvolvimentos da última década. Só que o preço deste desenvolvimento reflectiu--se sobretudo na degradação do ambiente e na desigualdade social.

Apesar de desde 2004 o pri-

Analista diz que Politburo com sete em vez de nove facilita a governação

Menos para melhor controlarmeiro-ministro Wen Jiabao fazer anualmente referência à luta contra as desigualdades sociais, a distân-cia entre ricos e pobres não parou de crescer. E hoje, está num nível capaz de perturbar a estabilidade social.

Depois de uma era de engenhei-ros, a China vai entrar numa nova década em que deve ser governada por economistas e políticos com uma formação em ciências sociais como Direito. A nova composição do comité permanente deve reju-venescer o aparato político embora nada indique que sejam mesmo os membros do comité permanente quem governa o país. As redes de interesses e de influência só vão começar a desenhar-se quando os lugares do governo estiverem definidos.

“Hoje conseguimos identificar muito melhor quem é Xi Jinping do que alguma vez pudemos fazer com Hu Jintao quando ele entrou no poder em 2002”, disse Kerry Brown em Pequim. Para o analista de política chinesa, as informações abundantes sobre o passado de Xi Jinping e que chegam de várias direcções, mostram que há um

esforço preparado em apresentar o novo líder.

UMA DÉCADA DE MUDANÇAApesar do optimismo revelado pelas últimas sondagens publicadas sobre as expectativas da população chinesa, há um problema latente de desigual-dade e do poder que é olhado pela população com muita desconfiança.

O afastamento dos chineses da política acontece umas vezes por segurança mas também por desinteresse, uma vez que não há consulta pública sobre as políticas. Perante um cada vez maior número de manifestações na rua, o governo terá de estar atento às exigências mais frequentes da população que agora se faz ouvir principalmente pela internet.

“Seria muito estranho que não houvesse nenhuma mudança na forma de governação” disse o professor Kerry Brown. “A cultura política leva a que quando há uma mudança de liderança, exista uma mudança de políticas. E aqui, tam-bém se aplica à China”.

Uma década de crescimento vai ser possivelmente seguida por uma com menos crescimento e desenvol-

vimento. O que pode acontecer se o crescimento continuar a diminuir, questiona Kerry Brown. “Será uma década muito interessante de anali-sar” garante o professor. “O Partido na verdade não sabe qual é a opinião do povo sobre a governação” diz Kerry Brown que considera que é nos tempos de austeridade que se descobre a lealdade.

MAIS SECTOR PRIVADOA dupla Xi Jinping e Li Keqiang vão continuar o trabalho iniciado por Deng Xiaoping com a refor-ma económica mas precisam de mudanças de direcção, com mais espaço para o sector privado e mais igualdade no acesso aos frutos do crescimento e desenvolvimento.

A confirmar esta nova postura perante o sector privado, este vai ser o Congresso com maior pre-sença de empresários privados. No total de 2270 delegados que vão estar em Pequim, 24 foram convidados na categoria de “ho-mens de negócios”. Uma herança do congresso de 2002 quando pela primeira vez se permitiu a presença de empresários no encontro no Grande Palácio do Povo.

“É impossível ignorar a impor-tância das empresas e organizações privadas que nos últimos trinta anos contribuíram para o cresci-mento e para a própria estabilidade do programa do partido comunis-ta”, diz Kerry Brown. No entanto, continua, “estas empresas têm vivido num vazio político e muitas vezes legal e nunca foram bem acolhidas pelo partido”. Uma ten-dência que pode estar para mudar. As vozes têm surgido lentamente desde há alguns anos mas seguem uma mesma direcção, que defende que o desenvolvimento económico não pode sustentar-se apenas com as grandes empresas públicas e o investimento destas. Para a própria saúde da economia, o governo chinês deve diversificar as fontes que contribuem para o crescimento do Produto interno Bruto.

Na liderança que agora começa, o debate já não passa, como noutros anos, pelos reformistas ou conser-vadores. O importante é definir até onde pode ir o sector privado da economia, fundamental para o bom funcionamento da sociedade e para a harmonia social, conceito bastião do legado Hu Jintao.

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A China lançou uma investigação sobre a fortuna do primeiro--ministro a seu pedido,

depois de uma notícia ter dado conta de bens no valor de mais de 20 mil milhões de patacas acumu-lados em dez anos de mandato.

A notícia na origem da po-lémica foi publicada pelo New York Times, a 26 de Outubro, e o lançamento da investigação foi ontem notícia do diário South China Morning Post (SCMP), de Hong Kong.

O jornal revela a primeira reacção directa do primeiro--ministro chinês à notícia do jornal norte-americano, a poucos dias do começo do congresso do Partido Comunista Chinês, na quinta-feira, do qual são esperadas alterações na cúpula do poder.

Fontes anónimas citadas pelo SCMP indicam que Wen Jiabao enviou uma carta ao Comité Per-manente, o órgão máximo da China que também integra, para que inicie “uma investigação formal” em resposta às acusações relacionadas com a sua fortuna.

Espera-se que a investigação, que, segundo o jornal, já foi inicia-da, se centre nas acções que a famí-lia do primeiro-ministro detém na empresa Ping An, uma das maiores companhias de seguros da China, asseguram as mesmas fontes.

Não obstante, não foi especi-ficado quando se publicarão os resultados da pesquisa ou se estes serão divulgados.

A informação do New York Times, que invoca bens acumula-dos em cerca de 20.104 milhões de patacas refere que a família do primeiro-ministro ostentava uma

Descoberta uma das maiores minas de urânio do mundo no norte da ChinaUma grande mina de urânio foi descoberta na Mongólia Interior, informou ontem o Governo chinês, segundo o qual poderá tratar-se de uma das maiores reservas do mundo daquela matéria-prima essencial para a energia nuclear. A mina, segundo o Ministério da Terra e Recursos da China, encontra-se nas imediações da localidade de Daying, junto a uma grande reserva de carvão também descoberta na área. Esta descoberta, indicou o Ministério chinês, é de grande importância “para garantir as fontes de energia para o desenvolvimento da energia nuclear” no país. A China, país com os maiores planos para o desenvolvimento de centrais nucleares, importa cerca de 17 mil toneladas de urânio por ano, principalmente do Cazaquistão, Uzbequistão, Namíbia e Austrália.

Neve causou a morte a duas turistas japonesas na Grande Muralha da China Duas turistas japonesas morreram na Grande Muralha da China e outro está desaparecido na sequência de uma tempestade de neve que afectou grande parte do norte da China no fim de semana, informaram as autoridades locais. Outro turista japonês e um funcionário chinês de uma agência de viagens para turistas nipónicos ficaram feridos. O grupo tinha iniciado na manhã de sábado a subida a uma montanha nas imediações de Pequim, no âmbito da visita à Grande Muralha, quando foi surpreendido por uma tempestade de vento e neve. Os corpos das vítimas, de 62 e 68 anos, foram encontrados na noite de domingo.

Taiwan vai comprardois navios de guerra aos EUA Taiwan vai adquirir dois navios de guerra aos Estados Unidos para modernizar a sua frota naval perante uma eventual ameaça militar da China, informou ontem o ministro da Defesa da ilha, Kao Hua-chu. As duas fragatas Oliver Hazard Perry, que estão ao serviço da marinha norte-americana, vão ser entregues a Taiwan até 2015, disse o ministro no parlamento. Os dois navios de guerra vão custar cerca de 1,8 mil milhões de patacas e vão substituir duas das oito fragatas que Taiwan adquiriu no início da década de 90, acrescentou o governante.

China investiga fortuna do PM a pedido do próprio

Contas em cima da mesa

participação de cerca de 10.714 milhões de patacas na Ping An em 2007 e que a nonagenária mãe de Wen, em concreto, detém cerca de 930,5 milhões de patacas em acções da mesma empresa.

De acordo com as fontes do South China Morning Post, vários membros conservadores do Par-tido Comunista Chinês instaram o primeiro-ministro a dar expli-cações sobre o artigo publicado

pelo New York Times, sobretudo as relacionadas com a Ping An.

Na reportagem, a empresária chinesa Duan Weihong, cuja empresa (Taihong) foi descrita pelo diário norte-americano como

veículo de investimento para a família de Wen, disse ao New York Times que utilizou os nomes de familiares de Wen Jiabao para registar a propriedade das acções da Ping An.

Perante as informações divul-gadas, a ala conservadora do PCC expressou dúvidas de que Duan Weihong pudesse ter obtido os dados pessoais dos familiares de Wen Jiabao sem o consentimento do primeiro-ministro, uma vez que, para o registo dos referidos activos, seriam necessários os números de identificação oficiais e as assina-turas dos mesmos.

A primeira reacção à notícia do New York Times foi feita no dia seguinte à sua publicação, quando a família do primeiro-ministro enviou um comunicado a vários diários, através de dois advogados, rejei-tando “ter uma fortuna escondida” ou ter-se aproveitado do cargo de Wen Jiabao para enriquecer.

No artigo de ontem, o SCMP refere que não está claro se a família publicará novas declarações ou se irá recorrer aos tribunais.

Wen Jiabao, segundo as fontes do jornal chinês, aproveitou este momento para exigir uma lei que obrigue os líderes chineses a tor-narem público o seu património.

Observadores políticos des-tacam que esta resposta pouco habitual a um artigo da impren-sa estrangeira é um delicado momento de relevo de poder já “contaminado” pelo escândalo que envolveu o antigo ministro e antigo presidente do município de Chongqing, Bo Xilai, até ao início deste ano referido como um dos candidatos a ascender à cúpula do PCC.

8 nacional terça-feira 6.11.2012www.hojemacau.com.mo

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9terça-feira 6.11.2012 www.hojemacau.com.mo região

A capital japonesa vai acolher uma conferência internacional no final de Novembro para elevar a pressão sobre o regime sírio,

informaram ontem as autoridades nipónicas. “O encontro pretende aumentar o número de países que implementaram sanções e melhorar a eficácia da pressão sobre o Governo sírio”, afirmou o secretário chefe do gabinete do primeiro-ministro japonês, Osamu Fujimura.

A conferência vai reunir membros dos Governos dos países do Grupo dos Amigos da Síria e segue-se a outros encontros que tiveram lugar em Paris, em Abril, em Wa-shington, em Junho, em Doha, em Julho, e em Haia, em Setembro.

O Governo de Tóquio ordenou o con-gelamento de activos do Presidente sírio e de líderes militares da Síria em Setembro de 2011 e proibiu voos charter da Síria em Julho, na sequência das sanções também adoptadas pela União Europeia e Estados Unidos.

O conflito na Síria iniciou-se em Março de 2011, com protestos contra o regime de Bachar al-Assad, que deram origem a um conflito militar, que já causou a morte a mais de 36 mil pessoas, segundo os dados do Observatório sírio dos Direitos Humanos.

O Japão tem planos para desenvolver um

avião não tripulado ca-paz de detectar ataques de mísseis da Coreia do Norte e travar a escalada militar chinesa, revelou a imprensa japonesa.

De acordo com o jor-nal Yomiuri Shimbun, o Ministério da Defesa pretende gastar cerca de 2.900 milhões de patacas nos próximos quatro anos para desenvolver o apare-lho que deverá entrar em operação em 2020.

O drone estará equi-pado com um sensor de infravermelhos para de-tectar mísseis de baixa altitude e a decisão do seu desenvolvimento chega depois do Japão ter falhado a detecção do lançamento de um foguete na Coreia do Norte em Abril.

Responsáveis japo-neses reconheceriam, no entanto, que o sistema de alerta do país não tinha funcionado dado tratar-se de um foguete de baixa altitude.

O Governo sul-coreano informou ontem que or-

denou a paragem temporária de dois reactores nucleares com efeitos imediatos para a substituição de componentes que um fornecedor tinha disponibilizado com certi-ficados de qualidade falsos.

O ministro da Economia do Conhecimento sul-core-ano, Hong Suk-woo, disse aos jornalistas que os com-ponentes não representam qualquer ameaça à segurança dos reactores da central de

Japão e EUA iniciam manobras militares apesar da tensãoAs Forças de defesa japonesas e o Exército americano deram início esta segunda-feira a manobras militares marítimas nas ilhas de Okinawa (sul), província japonesa que administra as ilhas Diaoyu, disputadas com a China. Estes exercícios regulares, que se estenderão até dia 16 de Novembro, incluíam inicialmente um desembarque numa das ilhas do arquipélago de Okinawa, mas ambos os exércitos decidiram cancelá-lo para não aumentar ainda mais a tensão com Pequim, informou a televisão pública NHK. A manobra tem como objectivo o fortalecimento da defesa do arquipélago japonês de Okinawa (sul), ao qual, segundo Tóquio, pertencem também as desabitadas ilhas Diaoyu, com uma superfície de apenas sete quilómetros quadrados e situadas no Mar da China Oriental, entre Taiwan, o Japão e China. Para os exercícios conjuntos, o Japão mobilizou cerca de 37 mil soldados e cinco navios da Marinha, enquanto que os EUA contará com um contingente de dez mil soldados e um porta-aviões.

Toyota com ganhosde 50.310 milhões de patacasO fabricante automóvel japonês Toyota anunciou ontem ganhos de cerca de 50.310 milhões de patacas entre Abril e Setembro, o que representa cerca de sete vezes mais do que em igual período de 2011. Com estes resultados, o grupo reviu em alta a sua previsão de ganhos para este ano fiscal, que termina em Março de 2013, para cerca de 70.554 milhões de patacas mais 175,1 por cento face ao ano passado.

Inundações na Índia causaram 22 mortosAs chuvas torrenciais que estão a afectar o Estado indiano de Andhra Pradesh causaram, pelo menos, 22 mortos e obrigaram à retirada de cerca de 60 mil pessoas, informaram ontem as autoridades locais. O mau tempo causado por um ciclone que atingiu a costa indiana na quarta-feira deixou centenas de localidades inundadas e isoladas e 60 mil pessoas em abrigos. “Pelo menos 22 pessoas morreram e milhares perderam as suas casas”, afirmou um membro do Governo indiano que coordena as operações de emergência, citado pela agência AFP.

Tóquio vai acolher conferência para reforçar sanções contra a Síria

Aumentar a pressão

Japão com planos para desenvolver “drone”

Operacional em 2020Coreia do Sul parou dois reactores nucleares

Decisão sem precedentesPor outro lado, o Japão

está envolvido numa guer-ra diplomática com a China devido à soberania de um pequeno arquipélago entre os dois países, conhecido

como Diaoyu na China. A guarda costeira japonesa tem acusado nos últimos dias navios chineses de en-trarem no que consideram as suas águas territoriais.

Yeonggwang, no sudoeste da Coreia do Sul, mas que a paragem temporária destes irá resultar numa escassez de energia “sem precedentes” durante o inverno.

Os reactores poderão ficar parados até ao início de 2013, alertou o governante. “Controlos de segurança exaustivos sobre os dois reactores são necessários e será inevitável enfrentar este inverno uma escassez de energia sem precedentes”, disse o ministro.

A Coreia do Sul tem 23 reactores nucleares, que produzem 35% da energia eléctrica consumida no país, e planeia construir outros 16 até 2030.

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10 www.hojemacau.com.moexposição terça-feira 6.11.2012

VOLVIDOS 35 anos sobre a in-venção da polimerização pelo anatomista alemão Gunther von Hagens, eis que chega a

Macau uma exposição que mostra corpos humanos reais preservados segundo esse processo. “Bodies - The Exhibition”, vista já por cerca de quatro milhões de pessoas em todo o mundo, está patente no Venetian e, tal como sucedeu noutros países em que foi exibida, já está a causar polémica entre a comunidade científica, e não só. A mostra levanta questões éticas, mas também porque faz pensar sobre os limites legais quanto ao destino a dar ao corpo depois da morte.

Os organizadores pretendem juntar as vertentes pedagógica e social. Com esse sentido, a exibição revela o corpo humano tal como ele é, uma vez que a polimeriza-ção permite que se veja detalhadamente a fisionomia e os vários sistemas. Trata-se de um processo de conservação que tem tido aplicação nas diversas universidades do mundo, mas apenas em relação a algumas peças do corpo humano, visto tratar-se de um método extremamente caro. Por outro lado, a escassez de dadores impede que se recorra à polimerização de cadáveres inteiros.

Os benefícios do método criado pelo “Doutor Morte” Von Hagens em 1977 são inegáveis, quando em causa estão a inves-tigação científica, o ensino e o transplante de órgãos e de tecidos. A questão já não é pacífica quando se recorre a corpos reais para fins lúdicos e até comerciais, como sucede com estes eventos.

Aliás, em Macau, muitas já foram as vozes que se insurgiram contra a exposição dizendo até que a maioria dos corpos que estão em exibição pertencem a prisioneiros chineses que foram executados.

A exposição está patente até Fevereiro de 2013 e é aberta a públicos de todas as idades.

Exposição de cadáveres reais chega a Macau

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PROCESSO DE PLASTINAÇÃO

11www.hojemacau.com.mo exposiçãoterça-feira 6.11.2012

1- Corpo é preservado temporariamente para parar a decomposição

2- É dissecado para apresentar siste- mas e estruturas específicas

3- Dissecção é imersa em acetona para evacuar toda a água do corpo

4- Desidratado, é colocado num banho de polímero de silicone e selado numa câmara em vácuo

5- Em vácuo, a acetona sai do corpo em forma de gás e é substituída pelo polímero de silicone até ao mais profundo nível celular

6- Polímero de silicone endurece com a cura

7- Corpo preservado permanentemente, com a estrutura intacta, está prepa-rado para ser examinado e estudado.

Quem é o Doutor Morte?Gunther von Hagens, de 67 anos, é um anatomista alemão, inventor da plastinação, técnica que preserva tecidos biológicos. A plastinação foi inventada em 1977 e por ele patenteada no ano seguinte. Posteriormente, aperfeiçoou a sua técnica e fundou o Institute of Plastination de Heidelberg, em 1993. Gunther von Hagens tem sido professor visitante em Dalian, na China, desde 1996, onde dirige um centro de plastinação, como também o State Medical Academy, em Bishkek, Quirguistão. Desde 2004, é também professor convidado na Universidade de Nova Iorque, na faculdade de Odontologia.

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terça-feira 6.11.2012publicidade12

NOTIFICAÇÃO EDITAL (Reparação coerciva)

Lurdes Maria Sales, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho Substituta, manda que se proceda, nos termos do nº 3. do artigo 9.º e do artigo 11º do Regulamento Administrativo nº 26/2008 – Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho conjugados com o artigo 58.º, nº 2 do artigo 72.º e nº 2 do artigo 136.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação da transgressora do Auto nº 202/0708/2012, de 14 de Agosto de 2012, a Sociedade “RESTAURANTE TROPICANA LIMITADA”, com sede na Avenida de Marciano Batista, nº 26-54, Edifício Centro Comercial Chong Fok, 8º andar D, em Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1º dia útil seguinte à da publicação dos presentes éditos, proceder ao pagamento da multa aplicada no aludido auto, no valor de Mop$ 10.000,00 (dez mil patacas), por prática de transgressão laboral prevista no nº 1 do artigo 37.º e punida na alínea 2) do nº 3 do artigo 85.º da Lei nº 7/2008 – Lei das relações de trabalho, de 18 de Agosto, bem como, no mesmo prazo, proceder aos pagamentos das quantias em dívida às trabalhadoras LEI SAO KAM e LIO IOK CHENG no valor total de MOP$ 65.896,90 (sessenta mil, oitocentas e noventa e seis patacas e noventa avos), devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás citado prazo, fazer prova dos pagamentos efectuados.

A cópia do auto, a notificação, o mapa de apuramento das quantias em dívidas às referidas trabalhadoras e as guias de depósito deverão ser levantadas, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo em causa, instruído por estes Serviços.

Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, seguir-se-á a tramitação judicial, com a remessa do auto ao Juízo.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, ao 1 de Novembro de 2012.

A Chefe de Departamento Substª.Lurdes Maria Sales

N.º 134/2012

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13terça-feira 6.11.2012 www.hojemacau.com.mo vida

CIENTISTAS do Impe-rial College London foram capazes de de-senvolver um sensor

ultra-sensível que permite aos médicos detectar os primeiros estágios de doenças a olho nu. O sensor recém-criado é declara-damente dez vezes mais sensível do que os métodos actuais, o que permite identificar o aparecimento de enfermidades tais como o can-cro da próstata e outras infecções virais, como o VIH.

Segundo o professor Molly Stevens em ntrevista à BBC News, usar a tecnologia actual para de-tectar sinais iniciais de um vírus ou uma doença pode ser como en-contrar uma agulha no palheiro. E acrescenta: “O nosso novo sistema de detecção é altamente inovador.

O Instituto Butantan, em São Pau-lo, no Brasil, está a desenvolver

uma pesquisa inédita utilizando a crotamina da cascavel, uma toxina isolada do veneno do animal. Em pesquisa já realizada em ratinhos com melanoma (cancro da pele), a sobrevida do animal aumentou em até 70%, além de retardar signifi-cativamente o desenvolvimento do tumor ou inibir a sua formação por completo, avança o portal Isaúde.

A crotamina tem grandes vanta-gens quando comparada a outras dro-gas anticancerígenas. Ela é facilmente solúvel em diferentes solventes, é pouco imunogénica, ou seja, não in-duz grave reacção alérgica que pode causar choque anafilático e tem acção

Macau Sã Assado

Cientistas criam sensor para médicos detectarem doenças a olho nu

Altamente inovador

Veneno de cobra pode aumentar em 70% a sobrevida

Combate ao cancro da pele

CÃO OU GATO?• Curiosa esta placa que informa que podemos degustarmo-nos com um “Hot Cat” em pleno Aeroporto de Macau. Na verdade, já tínhamos ouvido a expressão “comer gato por lebre” mas comer “gato por cachorro”, nunca.Porque Macau sã assi, mas também sã assado

Foto: Joana Freitas

Não é apenas uma metodologia acessível que irá melhorar muito o padrão de vida de pacientes com infecção pelo VIH em paí-ses pobres, mas também é mais sensível do que qualquer teste convencional existente, o que irá permitir a detecção ultra-sensível de biomarcadores da doença, ou seja, indicadores biológicos da doença vistos a olho nu”.

Essencialmente, o sensor fun-ciona através da análise do soro, um líquido rico em proteínas que se separa quando o sangue coagu-la. Não seria necessário realizar análises numéricas para contar o número de vírus por mililitro de sangue colectado na amostra para constatar um novo caso de VIH. A mera mudança de cor nas amostras analisadas, gerada pelo

crescimento de nanopartículas de ouro, que são objectos extrema-mente pequenos e reconhecíveis ao olho humano, seria suficiente para confirmar ou descartar in-fecções.

Até o momento, o sensor foi capaz de detectar um biomarcador chamado p24 em amostras de san-gue, o que indica efectivamente o VIH. Numa outra série de testes realizados, o sensor também foi capaz de detectar um biomarcador chamado Prostate Specific Anti-gen (PSA), que é um indicador de cancro da próstata.

Segundo os cientistas, é espe-rado que infecções anteriormente indetectáveis do VIH e indicadores de cancro a ser removido possam ser prematuramente detectadas, o que permitiria com que pessoas pudessem ser tratadas mais cedo. Além disso, acreditam que este teste pode ser significativamente mais barato para administrar, o que poderia abrir caminho para uma utilização mais generalizada do teste de VIH nas partes mais pobres do mundo.

tóxica selectiva contra as células do melanoma, ou seja, não atinge as células normais do organismo.

A droga, aparentemente, ainda não interfere no processo de divi-são celular das células normais, diferente das outras drogas antican-cerígenas que se acumulam dentro do tumor, permanecendo nas células tumorais por aproximadamente 24 horas, facto que poderá permitir uma única dose diária caso esta seja utilizada como droga no futuro.

Além disso, como as células cancerosas são muito diferentes das normais e a crotamina reconhece esta diferença, ela também está sendo utilizada pelos investigadores como uma ferramenta biotecnológica para

desvendar diferenças entre células, podendo ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos para combate ao cancro. “Desta forma, demons-tramos que a crotamina serve como protótipo para o desenvolvimento de novas drogas com propriedades parecidas” , explica a geneticista do Butantan e coordenadora do projecto, Irina Kerkis.

Antes de ser testada em seres humanos, os cientistas estão a traba-lhar para obter a crotamina na forma sintética. “A partir daí, podemos co-meçar os testes clínicos e, se todos os resultados forem positivos, podemos ter medicamento para melanoma ou outros tipos de cancro em até cinco anos”, destaca Kerkis.

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terça-feira 6.11.2012publicidade14

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15terça-feira 6.11.2012 www.hojemacau.com.mo cultura

Rita Marques [email protected]

A atitude para com a China, por par-te dos países no centro dos confli-

tos no Mar do Sul da China e Estados Unidos da América, como apoiante, devia ser mais condescendente. A opinião é de Bayana Quilala IV, investigador filipino que se encontra a desenvolver a dissertação do doutoramento “Teorias e Práticas no Mar do Sul da China: a forma da ASEAN para resolver o con-flito”, que ontem explicou como desarmar a rivalidade sino-americana no Mar do Sul da China na Universi-dade de São José.

Em seu entender, a forma de resolver os problemas com a potência asiática passa por uma via diplomática, ao contrário de se fomentarem as desavenças. “A China é muito agressiva no Mar do Sul da China, por exemplo

com os ataques ao Vietname, e as Filipinas e ou países dizem à China o que devem fazer e isto é errado”, explica. “[A China] está preocupada com questões comuns, como a pesca. Porque não fazer uma cooperação conjunta de forma a gerir os recursos no Mar do Sul da China?”, indica como solução à vista.

Mas nem só neste campo poderá haver vontades con-vergentes. “A pirataria não é coordenada mas os EUA, China e Malásia já fizeram al-gumas acções anti-pirataria no corno de África há alguns anos e não falam sobre isso, nem em como podem coordenar os seus esforços, mas pode--se ver que as preocupações são semelhantes.” A pesca ilegal, a pirataria e o tráfico humano são outros exemplos flagrantes onde a cooperação iria beneficiar todos, evidencia Bayana Quilala IV.

Além da via diplomática, a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático)

como instituição regional deverá recompor-se para ajudar nestes objectivos comuns. “A China está dis-posta a reconhecer a ASEAN e a resolver os problemas de gestão do sul da china”, defende o investigador. “Mas o problema com a ASEAN é que têm a sua agenda pessoal muito focada em cada país. Quando se organizarem - algo que já antes fizeram - tudo estará perfeito.”

Quanto às disputas da China por recursos naturais, por exemplo, nas Filipinas, na ilha de Palawan ou nas Ilhas Scarborough, Bayana Quilala IV expressa mais uma vez o ideal de compre-ensão. “Ponho-me nos sapa-tos da China e tento perceber porque o fazem. A China é um país mal-interpretado”, evidencia. “A maneira certa de fazê-lo é tentar perceber porque agem assim, tentar compreender a sua história passada, e tentar encontrar pontos comuns.”

É um dos locais mais visitados do mundo e a obra-prima ar-

quitectónica do Vaticano. A Capela Sistina, que abriu ao público há 500 anos, poderá em breve vir a receber menos visitas. O motivo é a própria sobrevivência do monumento. A poluição trazida pelos turistas está a danificar os frescos de Miguel Ângelo. As pinturas, que incluem a representação do momento em que Deus dá a vida a Adão com o toque de seu dedo, estão a deteriorar-se com a respiração e a transpiração dos turistas.

No ano passado, os cinco milhões de turistas que passaram pela capela deixaram nos cofres da Santa Sé cerca de 910 milhões de patacas – valor que permitiu ao Estado mais pequeno do mundo conseguir um ‘superavit’ de cerca de 210 milhões de patacas. Ape-sar do sucesso e das vantagens financeiras, o director dos Museus do Vaticano, Antonio Paolucci, anunciou há dias que está a ser feito um estudo para avaliar a possibilidade de reduzir o nú-

Fraquezas podem ser solução para resolver as desavenças no Mar do Sul da China

Unidade e união

Vaticano admite reduzir número de visitas à Capela Sistina

Frescos de Miguel Ângelo estão a deteriorar-semero de visitantes que, todos os dias, passam pela capela: “Se não instalarmos rapidamente um novo sistema de climatização teremos de limitar as visitas para preservar um património tão valioso”, expli-cou, advertindo que se a solução não for encontrada até ao próximo ano, o Vaticano terá mesmo que reduzir o número de turistas.

Um especialista já está aliás a desenvolver num novo sistema e o Vaticano assegura que irá usar as “tecnologias mais avançadas” para eliminar a poeira ou controlar a temperatura e a humidade dentro da capela. Na época alta, o local é visitado diariamente por cerca de 30 mil pessoas. “A capela é a atracção fatal, o objecto de desejo

e o objectivo maior do público internacional que se interessa por museus e que visita o Vaticano”, conta Paolucci.

SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃONo final da década de 1990, foi instalado um sistema de climati-zação, depois de estar terminado o restauro da obra “O juízo final”

de Miguel Ângelo. Na altura, os responsáveis já demonstravam alguma apreensão face ao elevado número de pessoas que visitavam o local. “A presença de tantos vi-sitantes pode provocar danos pelo pó, pela pressão antrópica, pela humidade dos corpos, pelo anidri-do carbónico, pelas temperaturas altas, pelas mudanças climáticas e pela transpiração. Esses elementos que os turistas produzem alteram o microclima da capela e, a longo prazo, podem afectar os frescos”, explicou Antonio Paolucci.

A Capela Sistina, com a con-figuração actual, foi inaugurada oficialmente a 31 de Outubro de 1512 pelo Papa Júlio II. O nome do espaço deve-se ao Papa Sisto VI, que foi responsável, entre 1477 e 1480, pela restauração da antiga capela magna (a actual Capela Sis-tina). Além de receber milhões de visitantes por ano, o local é usado para acolher as celebrações mais importantes da Igreja e recebe ainda o Conclave, a reunião de car-deais para escolher um novo Papa.

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terça-feira 6.11.2012desporto16

Marco [email protected]

O Quintal Desporti-vo da Taipa aco-lheu no domingo a edição de 2012

do Interport de Futebol Juve-nil da Região do Delta do Rio das Pérolas, mas nem o factor casa ajudou Macau a assinar um brilharete na competição. Destinado a atletas com ida-des compreendidas entre os seis e os 14 anos, o torneio atraiu ao território escolinhas de futebol da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong e da província continental de Cantão.

O filme de terror do Sporting não acabou com a chegada de Franky

Vercauteren. Aliás, conheceu um novo capítulo no jogo que marcou a estreia do treinador belga. Os “leões” foram a Setúbal perder (1-2) com o Vitória, numa exibição sem qualquer consistên-cia. A partida acabou com o Sporting em anarquia total, com Rui Patrício a subir repetidamente à área adversária nos lances de bola parada, mas ficando à vista a impotência completa para a equipa obter outro resultado.

Franky Vercauteren afastara antes do jogo a ideia de uma “revolução” na equipa, para a sua estreia no Sporting. Mas o facto é que o treinador belga mudou meia equipa em relação à última partida dirigida por Oceano, com a Académica (0-0). Entre baixas por lesão e opções técnicas, foram cinco as alterações: Arias, Boulahrouz, Pranjic, Adrien Silva e Viola saíram do “onze”, entrando Cedric, Xandão, Izmai-lov, Jeffren e Labyad.

No entanto, este “novo” Sporting teve muito do antigo na fase inicial do encontro com o Vitória de Setúbal. A intranquilidade era a nota dominante, com os passes errados e as jogadas sem nexo a sucederem-se. Rigorosa a defen-der e à espreita de uma oportunidade para sair rapidamente em contra-ataque, a formação sadina conseguiu suster com sucesso as tímidas iniciativas da equipa de Vercauteren.

E, aos 27’, o Vitória conseguiu des-ferir um golpe no ânimo que o Sporting colocava na partida. Após mais um ataque “leonino” não concluído, Ney pegou na bola e galgou metros sobre metros, sem que ninguém o travasse. O brasileiro chegou à área de Rui Patrício e, após um ressalto, a bola sobrou para Pedro Santos, que rematou — a bola bateu em Rojo e traiu o guarda-redes internacional português. O Vitória estava na frente do marcador.

O golo abalou o Sporting. Vercaute-ren tomava notas no banco de suplentes.

Mas ainda antes de poder falar com os seus jogadores, o técnico belga viu uma reacção nos “leões”. Insúa obrigou Kieszek a fazer uma grande defesa (31’), depois Wolfswinkel rematou à figura do guarda-redes polaco (40’) e Jeffren atirou ao ferro da baliza sadina (42’). No minuto seguinte, o ex-Barce-lona acertou com o alvo: apareceu na cara de Kieszek e fez o empate.

Porém, ter chegado ao empate ainda antes do intervalo não galvanizou o Sporting para dar a volta ao resultado. A equipa de Vercauteren entrou mal na segunda parte, adormecida, e num erro da defesa sofreu novo golpe. Meyong recebeu a bola completamente sozinho, entrou na área e bateu Rui Patrício.

Até ao final, o Vitória ainda ficaria em inferioridade numérica, devido à expulsão de Miguel Lourenço, por uma entrada violenta sobre Wolfswinkel. Mas o Sporting não foi capaz de aproveitar. À oitava jornada, os “leões” têm sete pontos.

O futebolista brasileiro Rivaldo anunciou

esta segunda-feira a sua despedida de Angola, onde jogou no último ano ao serviço do Kabuscorp, na sua conta oficial no Twit-ter, mas promete voltar ao país africano. “Dia de despedida aqui em Ango-la, mas será só no futebol pois com certeza Angola é minha casa para sempre. Momentos especiais com as crianças hoje. Obrigado Deus, por este ano mais que especial”, escreveu o

Leões somaram mais uma derrota, desta vez contra o V. Setúbal

Novo Sporting igual ao antigo

Taipa acolheu festa do futebol juvenil

Santos da casa não fazem milagresDisputada por seis equi-

pas distribuídas por dois escalões etários diferentes, a prova acabou por não correr de feição aos jovens craques que dão corpo às estratégias de desenvolvi-mento gizadas pela Escoli-nha de Futebol do Instituto do Desporto do território. Macau terminou o torneio de infantis na terceira e úl-

tima posição. Na prova de juvenis, o onze do território mostrou ligeiramente mais eficácia, concluindo a com-petição na segunda posição da tribuna de honra.

Apesar de não ter con-seguido levar de vencida a competição, a selecção juvenil da RAEM entrou com o pé direito no torneio ao golear a sua congénere

de Hong Kong por quatro bolas a zero. O onze do território não conseguiu, no entanto, manter ima-culadas as boas indicações que evidenciou frente à formação da antiga colónia britânica. No encontro que decidiu o nome do vence-dor do torneio, o jovem conjunto do Lótus sucum-biu à eficácia da selecção

de Cantão, perdendo por duas bolas a zero.

Na categoria de infan-tis, o desempenho da selec-ção de Macau esteve longe de se revelar entusiasman-te. Os mais pequenos “in-ternacionais” do território saíram derrotados dos dois desafios que disputaram e despediram-se da compe-tição no derradeiro lugar

do pódio. O Interport de Futebol Juvenil do Delta do Rio das Pérolas serviu sobretudo para preparar a participação na edição de 2013 do Festival Asi-ático de Futebol Juvenil. A prova, que se realiza em Abril próximo, leva á capital chinesa dezenas de equipas oriundas um pouco de toda a Ásia.

Brasileiro prometevoltar em breve

Rivaldo diz adeus a Angola

jogador, de 40 anos, que foi eleito melhor futebolista do Mundo em 1999.

O Kabuscorp concluiu a edição de 2012 do Gira-bola na 4.ª posição, com 49 pontos, menos 18 do que o campeão Recreativo do Líbolo. “Sentirei sauda-des. Mas logo estarei de volta”, referiu Rivaldo, assegurando que o seu regresso fica a dever-se a trabalhos a realizar no âmbito do Instituto Ri-valdo10.

No seu site oficial, Ri-valdo acrescentou que se despede “com ar de dever cumprido”, salientando que “Angola está no seu coração e que também faz parte de sua vida”.

Além do Kabuscorp, Rivaldo, que se sagrou campeão do Mundo em 2002, alinhou em clubes como o Deportivo da Co-runha, FC Barcelona, AC Milan, Olympiakos, AEK de Atenas e Bunyodkor, tendo ainda alinhado nos brasileiros do Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro e São Paulo.

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terça-feira 6.11.2012

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM 00:00 Viagem ao Centro da Minha Terra00:45 Telejornal (Repetição)01:15 RTPi DIRECTO13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:40 RTPi DIRECTO18:30 TDM Desporto (Repetição)19:35 Resistirei20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Memória Chinesa22:10 A Ferreirinha23:00 TDM News23:30 Magazine Liga dos Campeões (Champions League Magazine)

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Ligados à Terra15:00 Sal na Língua15:30 Consigo16:00 Bom Dia Portugal 17:00 Decisão Final18:00 Vingança18:45 Best of Portugal19:05 Voo Directo20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:15 Portugal no Coração

30 - ESPN13:00 Chinese Badminton Super League - Highlights14:00 Premier League Darts 201215:30 The Football Review 2012-201316:00 World Series 2012 San Francisco Giants vs. Detroit Tigers19:00 (Delay) Baseball Tonight International 201219:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 World Cup 3 (Hungary) - Womens21:00 Alpe D’huez Triathlon22:00 Sportscenter Asia 201222:30 The Football Review 2012-201323:00 Great North City Games23:30 Chinese Badminton Super League - Highlights

31 - STAR Sports13:00 Engine Block 201213:30 Enjoy Jakarta Ladies Indonesian Open - Highlights16:30 Engine Block 201217:00 The Verdict

17:30 AFC Champions League 2012 Bunyodkor vs. Ulsan Hyundai19:30 Spirit Of Yachting 201220:00 Enjoy Jakarta Ladies Indonesian Open - Day 3 Highlights21:00 Golf Focus 201221:30 (LIVE) Score Tonight 201222:00 The S-League Show22:30 Golf Focus 201223:00 Lacoste Ladies Open De France

40 - FOX Movies12:20 Homeland13:20 Ghost Rider15:15 Vantage Point16:50 Warrior19:10 The Sixth Sense21:00 The Fighter22:55 The Walking Dead23:45 Quarantine

41 - HBO12:00 The Tourist13:45 Double Jeopardy15:40 The Astronaut’S Wife17:30 Changing Lanes19:20 Gladiator

22:00 Red Riding Hood23:40 Boardwalk Empire00:45 Takers

42 - Cinemax12:50 Cruel Intentions14:25 Children Of The Night16:00 Kaleidoscope 17:40 The Monster Squad19:10 Batman: Year One20:15 Cop Out22:00 Strike Back22:50 Vanishing On 7Th Street00:20 The Patriot

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NÃO EXISTES • Gonçalo Lobo Pinheiro“Não Existes”, preconiza, não uma forma de olhar a relação amorosa, que cessou, e que se torna necessário tornar o objecto amado em algo próximo do imaginário, mas uma forma de ver, de interpretar a própria vida, superando cada instante, cada pormenor porque urge seguir a própria viagem.

ORIENTE DISTANTE • Joaquim Magalhães de CastroViajante habitual, o autor percorre o trilho dos vestígios da cultura e presença portuguesa pelo Oriente. Neste li-vro, é embaixador itinerante por Macau, Japão, Mongólia, Camboja, Xinjiang e Vietname onde Portugal permanece teimosamente presente - apesar da perda do protagonismo. Presença essa bem viva, não só nos vocábulos da língua-mãe de inúmeros povos, mas também nas suas tradições, cultos religiosos ou nas recordações dos mais velhos.

SALA 1SKYFALL [C]Um filme de: Sam MendesCom: Daniel Craig, Javier Bardem, Ralph Fiennes14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 2SILENT HILL: REVELATION 3D [C]Um filme de: Michael J. BassettCom: Sean Bean, Kit Harington, Carrie-Anne Moss14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 3UMIZARU 4: BRAVE HEARTS [B](Falado em japonês e legendado em chinês/inglês)Um filme de: Hasumi EiichiroCom: Hideaki Ito, Ryuta Sato, Ai Kato14.30, 16.30, 19.30, 21.30

17www.hojemacau.com.mo futilidades

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Declama. Aguçam, amolam. Nota musical. 2-Autor (Suf.). Pinta, sinal. Aprovado (abrev.). 3-Que fica na direcção de um pólo. Faça traços. 4-És-sueste (abrev.). Filtra. Semelhante. 5-Dão pios. Érbio (s.q.). 6-Lugar onde cai a cinza, no fogão (pl.). 7-Concede. Tartamuda. 8-O m. q. cóio. Ilha de Inglaterra. Presenteai. Mudança. Que pessoas, que coisas?. 10-Maneira de escrever o plural da letra A equivalente à forma ÁS. Exerce actividade. Elas 11-Estrôncio (s.q.). Prives da vida. Deus-Sol, no antigo Egipto.

VERTICAIS: 1-Apelido. Registo do que se tratou numa renião (pl.). 2-Nome grego do deus do Amor (Mit.). Implorar. 3-Género de família das Crucíferas (Bot.). 4-Governanta. Ofício (Suf.). Caminho (abrev.). 5-Peça da charrua onde entra a cavilha (Prov.). Cama de lona. 6-Cidade da Babilónia. A última letra do alfabeto grego. Consoantes iguais. 7-Relato por escrito de uma assembleia. Alcuna que os ingleses puseram ao natural dos EUA do Norte. 8-Abismo (Fig.). Unidade de trabalho em todas as suas formas. Umas (Arc.). 9-Abalada com o estrondo. 10-Instrumento cortante com cabo. Soltar ais. 11-Recurso para tribunal superior. Cerimónia eucarística.

HORIZONTAIS: 1-LE. AFIAM. FA. 2-OR. MOSCA. AP. 3-APOLAR. TRACE. 4-ESE. COA. TAL. 5-S. PIAM. ER. O. 6-CINZEIROS. 7-A. DA. GAGA. M. 8-COI. MAN. DAI. 9-TROCA. QUAIS. 10-AA. ACTUA. AS. 11-SR. MATES. RA.VERTICAIS:1-LOPES. ACTAS. 2-EROS. C. ORAR. 3-LEPIDIO. 4-AMA. INA. CAM. 5-FORCAZ. MACA. 6-IS. OMEGA. TT. 7-ACTA. IANQUE. 8-MAR. ERG. UAS. 9-ATROADA. 10-FACA. S. AIAR. 11-APELO. MISSA.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoREVER PRIORIDADES Começo esta crónica por um ponto que é absolutamente banal, tão banal que já incomoda os ouvidos e as carteiras de quem cá mora: ando à procura de casa. E só de ler esta frase me dá dor de cabeça. É que o mercado imobiliário em Macau é a coisa mais complicada e sem regras que eu alguma vez vi. Se eu encontrar um anúncio de uma casa cuja renda é de 3500 patacas, fico com o pêlo todo eriçado: de certeza que não tem janelas e tem um ar tão nojento que não apetece sequer entrar. O facto de o anúncio não ter fotografia deixa-me o pêlo ainda mais eriçado. Mas de certezinha absoluta que me vão pedir para pagar esse valor quatro vezes de uma vez só, porque sabem que eu sou rico. Claro que eu não sou e ando a ver casas baratinhas, enquanto isso ainda é possível. Porque a maioria já tem valores muito superiores à minha carteira.Este ponto absolutamente banal já é comum na maioria da vida das pessoas, e de um grupo de cidadãos em especial que há cerca de duas semanas decidiu lançar uma petição contra os valores das rendas elevados/estupidamente absurdos que se praticam em Macau. Querem mais: entregar o dito documento ao Chefe do Executivo, para que, pelo menos, se possa dialogar sobre o assunto. A Macau do século XXI pode ser cada vez mais uma região cheia de pessoas e comunidades diferentes, mas há uma coisa que temos em comum: já ninguém consegue encontrar uma casa decente a um preço normal. Isso é uma miragem, caro Chefe do Executivo, e eu pergunto-me o que é que o Governo está à espera para resolver o problema. Vamos deixar que as rendas flutuem conforme certas pessoas e certos interesses? Há pessoas na sua região a viverem às 10 dentro de uma casa, nas mais miseráveis condições, para a conseguirem pagar. Há casas em Macau que nunca se apresentariam a um futuro inquilino em mais nenhuma parte do mundo, porque roçam os limites do ridículo. É este o centro de turismo e lazer que quer para o futuro, senhor Chefe do Executivo? Onde as coisas mais simples para uma pessoa, como alugar (e já nem falo em comprar) uma casa se torna em algo quase impossível? É um simples conselho de um gato cidadão, mas aqui fica: reveja as suas prioridades, senhor Chefe do Executivo.

Pu Yi

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terça-feira 6.11.2012opinião18

José António sArAivAin Sol

MA vez mais, não me arrependi de escrever contra a corrente. Numa altura em que a classe política, a maioria dos comentadores e a quase totalidade dos jornais falavam de uma “remodelação iminente”, escrevi que isso não fazia sentido.

Por muitas razões: porque significaria um atraso em muitos dossiês (numa altura crítica, em que o país está sob resgate), porque seria uma cedência à pressão mediática e porque não travaria a contestação social.

Na verdade, a contestação a que temos assis-tido nos últimos tempos, designadamente desde as manifestações de 15 de Setembro, não tem que ver com o ministro A ou B – tem que ver com as políticas de austeridade.

Não são as pessoas ou os ministérios que estão em causa; o que se contesta é a política global do Governo e as duras medidas que tem tomado.

Sendo assim, uma mudança de ministros não resolveria nada.

Teria custos certos em tempo e dinheiro, mas benefícios muito duvidosos.

Passos Coelho terá pensado o mesmo – e o ajuste que fez na semana passada não envolveu nenhum ministro.

Outra coisa que desaconselhava uma remode-lação é que os três ministros mais odiados – Vítor Gaspar, Miguel Relvas e Álvaro Santos Pereira – não poderiam sair. E fazer uma remodelação e não tirar nenhum destes ministros seria motivo para novas polémicas.

Mas não poderiam sair porquê?Vítor Gaspar não poderia sair porque se tornou

o símbolo da disciplina, da teimosia e do rigor, constituindo hoje uma ‘garantia’ para os credores estrangeiros.

Na verdade, a contestação a que temos assistido nos últimos tempos, designadamente desde as manifestações de 15 de Setembro, não tem que ver com o ministro A ou B – tem que ver com as políticas de austeridade

Alguém falou em remodelação?

UTirá-lo, nestas condições, constituiria um

duplo mau sinal.A nível interno, daria ideia de que a austeridade

iria abrandar – o que é impossível.A nível externo, despertaria a desconfiança

dos credores, pondo Portugal outra vez debaixo do olho dos mercados.

Além disso, nunca se tira um ministro das Finanças por ser ‘impopular’.

Já se viu no mundo algum ministro das Finanças ser popular em tempo de vacas magras?

Quanto a Miguel Relvas, a questão é que foi (e ainda é) alvo de uma tentativa de linchamento mediático – e o primeiro-ministro não poderia dar cobertura a isso, dispensando-o.

No caso da licenciatura, Relvas não praticou nenhum crime, que se saiba, não cometeu nenhu-ma irregularidade, e se a universidade lhe deu indevidamente o diploma deve retirar-lho (a ele e aos outros nas mesmas circunstâncias).

Aliás, isso está a ser alvo de um inquérito oficial.Mas a questão da licenciatura não tem nada

que ver com o Governo.Atrevo-me a dizer que a campanha contra

ele foi grandemente ampliada pelo facto de ter nas mãos o dossiê escaldante da privatização da RTP.

Ora essa era mais uma razão para Passos Coelho não poder tirá-lo.

Quanto a Álvaro Santos Pereira, o caso é ainda outro.

Onde seria possível descobrir um novo mi-nistro da Economia sem dinheiro para lhe dar?

Seria como contratar um treinador de futebol e pedir-lhe para ganhar jogos sem lhe permitir gastar um tostão em jogadores.

Portanto, Santos Pereira vai fazendo o que pode – apresentou agora um pacote de medidas que revelam imaginação – e não é possível, por enquanto, pedir-lhe muito mais.

Aliás, deve dizer-se que todos os ministros foram para o Governo um pouco ao engano, nunca pensando que o fardo fosse tão pesado.

Mas agora toda a gente já sabe o que a casa gasta – e não será fácil convencer alguém com-petente a ir para um lugar em que não se ganha grande coisa e onde têm de se ouvir diariamente insultos e enfrentar manifestações hostis.

A sociedade e a política portuguesas asse-melham-se hoje a um panelão de água a ferver.

Se Passos Coelho remodelasse agora o Governo, daqui a dois ou três meses os novos ministros estariam tão queimados como estes – e o primeiro-ministro teria gasto sem nenhum proveito o trunfo de uma remodelação.

Uma remodelação governamental só pode funcionar se não for feita sob pressão, se o timing for correcto e se houver um ambiente social que permita criar expectativas positivas e ter alguma esperança nos novos ministros.

Ora, no ambiente negro em que vivemos, com os jornalistas a preferirem sempre as piores notícias, fazer uma remodelação seria apenas queimar mais pessoas.

Seria atirar mais nomes para a fogueira.Para isso, é preferível deixar estar os que lá estão.

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19opiniãoterça-feira 6.11.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

à f lor da peleHelder Fernando

IDeixem-nos respirar. Para as palavras saltarem, livres, dos lábios; para criarmos, desenvolvendo ideias; para melhor receber-mos e espalharmos afectos; para sentirmos o ar sem opressão, conscientemente sem a estupidez das cancelas quando os obstáculos se não justificam.

Por norma, não nos esquecemos de inspi-rar e expirar. Levemente ou profundamente, a máquina funciona. Como o alfabeto que aprendemos a dominar criando formas de escrita, sons imaginados na leitura silen-ciosa, ou libertados quando as palavras se soltam ao vento.

Olhar para o teclado e para os dedos, e respirar. Aquilo que pré-concebemos pode ficar de lado como em tantas vezes. A presença da ideia anteriormente insinuada que nos levou ao teclado pode ser convertida em outra.

Assim na escrita. Também em tantas artes, ao respirarmos livremente, sem qual-quer pressão nada natural, acercamo-nos, cuidamo-nos melhor, escutamo-nos, como também sentimos a tranquila aproximação dos que nos cercam sem nos quererem opri-mir, dos que nos escutam, dos que gostam de cuidar de nós com um olhar, um gesto, uma palavra.

IICá está o Outono.

Em Macau já não nota a natural mudança das cores na paisagem urbana. O feérico quase domina tudo, a frequente e espalhafa-tosa pirotecnia também. A cidade está sendo entendida como uma feira permanente.

Caso a caso - nem sempre nos lembramos de reparar - mudam as roupas, tapam-se os corpos. Muda-se a alimentação, o calendário das prioridades. Preparamo-nos para recla-mar por causa do frio, do céu carregado, da chuva, das ventanias, do trânsito, dos táxis que não aparecem ou aparecem e não nos servem - porque não temos ares de meni-nas pseudo-artistas em pseudo-turismo, ou turistas simplórios e perdidos à procura de outro casino.

Vamos mudar o filtro da câmara para registarmos imagens menos sombrias. Ou ainda mais, conforme o gosto.

IIIUm organismo oficial - do Governo da RAEM - manda publicar, devidamente identificado com o respectivo logótipo, um anúncio na imprensa (pelo menos de língua portuguesa) nestes termos: “ O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais convida toda a população a assistir à Missa Solene por

Muda-se a alimentação, o calendário das prioridades. Preparamo-nos para reclamar por causa do frio, do céu carregado, da chuva, das ventanias, do trânsito, dos táxis que não aparecem ou aparecem e não nos servem - porque não temos ares de meninas pseudo-artistas em pseudo-turismo, ou turistas simplórios e perdidos à procura de outro casino

Amália profunda

ocasião do Dia de Finados” (...) Seguindo-se a data, hora e o local.

Encontrei múltiplas manifestações de estranheza, mesmo na comunidade católica. Há quem julgue lembrar-se, embora com algumas dúvidas, que no tempo antigo da administração portuguesa as Câmaras Mu-nicipais porventura terão mandado publicar anúncio semelhante.

Existe, nesta iniciativa oficial, qualquer coisa que escapa ao entendimento de muitos cidadãos.

IVAmália, a diva portuguesa, partiu faz hoje 13 anos. Talvez nenhuma outra figura por-tuguesa tenha entendido e praticado tão bem o requinte e simultaneamente o popular; o

brilho dos palácios e a genuinidade do povo. Sepultá-la no Panteão Nacional foi um acto inteiramente justo, ao contrário de outros que lá estão. Amália, que se estreou no chamado teatro de revista em 1940, na peça Ora Vai Tu, no teatro Maria Vitória, trouxe poste-riormente para o fado um número assinalável de grandes poetas portugueses como Ary dos Santos, David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Melo, Luís de Camões, Manuel Alegre, Alexandre O´Neill.

Para o estimado leitor, ficam as palavras seguintes de um esquecido poeta popular, Francisco Radamanto, também cantado por Amália Rodrigues, muito famoso e requisi-tado em meados do século passado:

“A tua voz, Amália, é quente como um raio de sol em dia de inverno e fresca como talhada de melancia em tarde de canícula... É doce como um beijo de amor antes da posse e amarga como travo de ciúme após o amor... É macia como pétalas de rosa-chá ao bater Trindades e áspera como espinhos a fazer sangrar...

Nos teus olhos, Amália, negros e pro-fundos como poços sem fundo, brilhantes e deslumbrantes como gemas preciosas, retracta-se a tua alma onde cabe a vida com todos os seus desesperos e crenças, com todas as suas revoltas e amores. Tudo quanto a vida tem de mau e de bom, as teus olhas o exprimem como nenhuns outros... Eles são a fonte onde vais beber a tua voz ímpar — essa voz que nos prende e nos domina, essa voz bruxa que nas encanta e faz sonhar...

Amália — encarnação da Severa e da Maria Vitória numa alma só — Amália sonhadora e boémia, Amália fadista e per-dulária. Amália Mulher, pela magia da lua voz, para tudo quanto ela nos dá de vida palpitante e viva, — bendita sejas tu, Amália ! Bendita seja a tua voz !”

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terça-feira 6.11.2012www.hojemacau.com.mo

Standard&Poor´s condenadaA agência de rating Standard&Poor´s foi condenada, esta segunda-feira, a pagar uma indemnização a 13 municípios australianos que perderam dinheiro na grande crise financeira iniciada em 2008. Segundo o Tribunal Federal Australiano deu razão aos 13 municípios de Nova Gales do Sul que perderam mais de 16,5 milhões de dólares australianos (12,9 milhões de euros) pela aquisição, em 2006, de fundos Rembrandt - produto financeiro criado pelo banco ABN AMRO e qualificado como AAA (nota máxima) pela S&P. A juíza Jayne Jagot considerou que a qualificação atribuída pela agência de notação financeira ao produto foi “enganosa” e houve “declarações negligentes” na apresentação do produto a potenciais investidores na Austrália. Também o banco holandês ABN AMRO e a empresa Serviços Financeiros para os Governos Locais (LGFS) – que venderam os produtos e fizeram os municípios australianos perder 93% do capital investido dois anos depois da sua aquisição – vão ter de compensar os municípios pelos prejuízos provocados.

Belenenses Sócios alienam SADOs sócios do Belenenses aprovaram este domingo a proposta de alienação da maioria do capital da SAD do emblema do Restelo, após cerca de quatro horas reunidos em Assembleia Geral. A proposta recebeu 197 votos a favor, 20 contra e 27 abstenções. O presidente do clube António Soares fica assim mandatado para negociar com o grupo de investidores representado por Rui Pedro Soares os termos da alienação, desconhecendo-se ainda quais os valores em cima da mesa, assim como o valor exacto da percentagem da SAD, que pode ir dos 60 aos 80%.

Louis Vuittoninspirou-se em ÉvoraA marca Louis Vuitton, sinónimo de luxo e elegância para muitos, deu às mulheres portuguesas um novo motivo para desejarem mais um dos seus produtos: a mala Évora. Desenhada em 2011, esta mala é inspirada na cidade alentejana com o mesmo nome e exibe o já conhecido padrão aos quadrados, criada por Louis e George Vuitton em 1888. A mala pode ser encontrada em duas cores e dois tamanhos e usada na mão ou ao ombro. A maior está à venda por 1660 euros, enquanto a mais pequena está disponível por 1500 euros.

Escultor Vítor Sá Machado apresenta exposição

“Raízes” em Macau

ELEIÇÕES NOS EUA

Cerca de 2,5 milhões de americanos sem energiaSegundo a última actualização do Departamento da Energia, cerca de 2,5 milhões de americanos continuam sem electricidade nas suas residências, na costa leste dos Estados Unidos. Isto verifica-se cinco dias depois da passagem do ciclone Sandy e em vésperas das eleições presidenciais, que acontecem na terça-feira. Desde a passagem da intempérie que a energia eléctrica já foi restabelecida a cerca de seis milhões de casas e empresas, nos estados afectados pela tempestade. Um relatório, revelado na página da Internet do gabinete responsável pela rede eléctrica nos Estados Unidos, explica que Nova Jérsia é o estado mais afectado, com cerca de 1,2 milhões permanecem sem electricidade. No que diz respeito a Nova Iorque, o mesmo relatório explica que a energia eléctrica ainda não foi restabelecida a cerca de 870 mil clientes. Os prejuízos do Sandy estão estimados em 50 mil milhões de dólares.

Arafat exumadoa 26 de NovembroO corpo do histórico líder palestino Yasser Arafat será exumado a 26 de Novembro, de acordo com fonte diplomática à agência AP. A aprovação da exumação foi dada após a viúva, Suha Arafat, ter avançado com uma acção judicial baseada em indícios de que o marido teria sido envenenado. O processo da exumação será efectuado por uma equipa de investigadores criminais suíços e franceses, que já estão na Palestina para planear a melhor maneira de desenterrar o corpo. Yassef Arafat morreu em 2004, em Paris. Suspeita-se agora que poderá ter sido envenenado com uma substância radioactiva.

Atentados à bomba fazem dois mortosA explosão de cinco bombas artesanais esta segunda-feira de manhã, em Manama, na capital do Bahrein, provocou dois mortos e um ferido. Segundo a agência de notícias oficial, tratou-se de um “acto terrorista” cometido nos bairro de Qudaibiya e Adliya. Uma das vítimas mortais tocou num dos engenhos explosivos e morreu, enquanto a segunda vítima acabou por falecer no hospital, depois de uma bomba ter rebentado junto a um cinema. O Ministério do Interior do Bahrein revelou que os dois homens que morreram eram trabalhadores asiáticos.

O escultor português Ví-tor Sá Machado inau-gura na quinta-feira em Macau uma exposição

com que espera “surpreender e divertir” o mundo a Oriente que for ver “as suas coisas feitas numa aldeia das Beiras”.

Intitulada “Raízes”, a mostra reúne cerca de 25 peças em pedra e ferro e algumas em madeira, trabalhadas a partir da aldeia de Escalhão, em Figueira de Castelo Rodrigo, onde se radicou desde 2005. “É como se fosse um re-gresso às minhas raízes. Tenho imensa curiosidade de ver o que as pessoas acham deste contraste, de como aceitam as coisas lá de cima, das Beiras de Portugal, nes-te mundo tão diferente”, disse à agência Lusa Vítor Sá Machado.

O autor diz ter tentado “dar uma certa unidade e diversidade” ao conjunto de peças que apre-senta em Macau. Por exemplo, há esculturas de mulheres, mas também há um cavalo. “Espero sobretudo que as pessoas se divir-tam, porque coisas chatas há-as para aí aos montes”, acrescentou.

Com uma obra marcada pela estética africana, o escultor tem uma admiração especial pelo universo da mulher, uma figura recorrente na sua obra, e a que tenta dar força e delicadeza através dos materiais rudes com que trabalha. “Faço sobretudo mulheres pela admiração que tenho delas. Recupero materiais. Chateia-me fazer com materiais novos”, acrescentou.

Nascido em Lisboa no final

dos anos 40 do século passado, Vítor Sá Machado fez carreira como designer gráfico, ilus-trador e caricaturista, tendo também passado pelo mundo da televisão e do teatro, com adereços e máscaras da sua autoria, mas em 2005 trocou a “antipatia” da grande metrópole pelo sossego de Escalhão, em Figueira de Castelo Rodrigo. “Quando fui para lá, as pessoas ficaram esquisitas, mas depois acharam graças, e começaram a dar-me coisas. Apetrechos agrícolas, arados em ferro, etc. E acho graça, porque dá-me a ideia de que estou a salvar coisas da decadência. As coisas já estão velhas, já tiveram uma vida, e agora estou-lhes a dar outra vida”, descreve.

Tempos depois da abertura do atelier na aldeia a dois passos da espanhola Salamanca, uma

vizinha fez-lhe “o maior elogio da vida”: “‘Sr. Vítor, não per-cebo nada do seu trabalho, mas o senhor dá alma às pedras’”, recorda.

“Acho graça porque estão habituados a viver no meio da-quilo tudo e as pedras não lhe dizem nada. E eu andar à procura e fazer coisas com materiais que eles não ligam nenhuma deixa-os admirados, mas acham graça, gostam”, adianta.

Interessado nas ironias da vida, Vítor Sá Machado vai buscar inspiração à natureza. “As pedras é que me dizem o que hei de fazer. Olho e digo: isto é uma cara que está aqui, depois acrescento os olhos, o nariz?”, conclui.

A exposição de Vítor Sá Ma-chado está patente na Livraria Portuguesa, em Macau, até 20 de Novembro. - Lusa

por Steffcar toon