doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

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Francisco Pereira Gonçalves [email protected] WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica Relevância B; Domínios: MD, D, T, GD Cecil Essentials of Medicine 10.ª ed. (Harrison’s principles of internal medicine 20.ª ed.) 1

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Page 1: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

Francisco Pereira Gonç[email protected]

WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM

Doenças glomerulares e

síndromes nefrótica e nefríticaRelevância B; Domínios: MD, D, T, GD

Cecil Essentials of Medicine 10.ª ed.

(Harrison’s principles of internal medicine 20.ª ed.)

1

Page 2: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

SÍMBOLO SIGNIFICADO

INTEGRAÇÃO DE

CONHECIMENTO

ESTRATÉGIA

PEDAGÓGICA

MUITO IMPORTANTE

CONHECIMENTO

ESSENCIAL

MENOS perguntável

INCOERÊNCIA

LEGENDASÍMBOLO COMPETÊNCIA

MECANISMOS

de DOENÇA

Estabelecer um

DIAGNÓSTICO

Medidas de saúde e

PREVENÇÃO

Elaborar um plano

TERAPÊUTICO

Elaborar plano de

GESTÃO DO DOENTE

MD

D

P

T

GD

SÍMBOLO SIGNIFICADO

REFERÊNCIA a outros capítulos

CHECK

2

Page 3: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

3

PROVA MODELOUm adolescente de 16 anos de idade vem ao consultório médico para exame físico no contexto de avaliação de aptidão para prática desportiva. O Exame Físico é normal. Os resultados da análise da urina são os seguintes:

Cor Escura/vinho do PortopH 5,5Densidade 1,0130Glicose NegativoProteínas, total 2+Corpos cetónicos NegativoSangue Fortemente positivoLeucócitos 15/campoEritrócitos >100/campoMicroscopia Negativo para bactérias

Estes resultados laboratoriais são mais provavelmente indicativos de qual dos seguintes?1 – Trauma renal2 – Síndrome nefrótico3 – Infeção4 – Hemólise5 - Glomerulonefrite

Page 4: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

4

PROVA MODELO IIUma mulher de 56 anos de idade recorre ao SU por queixas de edemas dos membros superiores e inferiores e periorbitários agravados desde há 3 semanas. Nega febre, dispneia, toracalgia, dor abdominal ou alterações genitourinárias. Tem antecedentes de diabetes mellitus desde há 17 anos, dislipidemia e AR. Está medicada diariamente com metformina, sitagliptina, acarbose, atorvastatina e semanalmente com metotrexato e ácido fólico. Ao exame físico observa-se edemas nos membros, face e parede abdominal. Os sinais vitais são temperatura de 36,4ºC, frequência cardíaca 79/min, frequência respiratória 13/min e PA 107/89mmHg. A saturação de O2 em ar ambiente é de 98%. A auscultação cardíaca não apresenta alterações. A auscultação pulmonar apresenta raras crepitações bibasais.Laboratorialmente:Colesterol HDL 54mg/dL, Colesterol LDL 245mg/dL, TG 134mg/dL, Ureia 67mg/dL, Cr 1,3mg/dL, glicose 231mg/dL, albumina 2,3mg/dL, proteínas 3,4mg/dL, HbA1c 8,6%, Na 134mE1/L, K 4,1mE1/L, Cl 106mEq/L, HCO3 32mEq/L, Hb10,8g/dL normocitose normocromia, Leucócitos 4500/mm3, Plaquetas 157000/mm3. Urina tipo 2 com alguns eritrócitos dismórficos e proteinúria. Urina de 24 horas com proteínas totais de 3,9g.Qual dos seguintes mecanismo fisiopatológicos melhor explica o presente quadro clínico:1 – Isquemia Renal2 – Glomerulopatia3 – Neoplasia renal4 – Obstrução pós renal5 - Tubulopatia

Page 5: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

5

CASO CLINICO 1Sexo feminino, 38 anos de idade.Desde há 3 semanas com história de tosse e cansaço fácil. Na última semana com tosse hemoptoica. Ao exame objetivo: CCOTE. Mucosas hidratadas mas descoradas. T auricular 37.7ºC, FC 79bpm, TA 149/95mmHg. AC sem alterações. AP com crepitações bibasais.Ao estudo analítico:Hemoblogina 10.8g/dL; Leucócitos 10200/mm3; Plaquetas 298,000/mm3Na+ 137mEq/L; K+4.5mEq/L; Ureia 32mg/dL; Creatinina 2.5mg/dLAnticorpos anti-membrana basal positivos; Anticorpos antinucleares negativosTira-teste urinária: Sangue++, Proteínas++Sedimento urinário: 15 eritrócitos/campo; raros cilindros eritrocitários

Iniciada corticoterapia oral com ciclofosfamida associada. Qual das seguintes opções representa a próximo passo mais apropriado?1 – Iniciar antibioterapia empírica para pneumonia adquirida na comunidade2 – Iniciar programa regular de hemodiálise3 – Administar imunoglobulinas4 – Iniciar tratamento com enalapril5 – Executar plasmaférese

Page 6: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

DOENÇAS GLOMERULARES…

6

… SÃO CLASSIFICADAS DE ACORDO COM A APRESENTAÇÃO NAS SEGUINTES

SÍNDROMES CLÍNICAS:

…Podem manifestar-se como uma constelação de sinais e sintomas (mais que um):✓Hematúria✓Proteinúria✓Hipertensão arterial✓Retenção de fluidos✓Redução da TFG

Hematúria MICROscópica ASSINTOMÁTICASíndrome NEFRÍTICASíndrome NEFRÓTICA

GN RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (GNRP)

Podem ter mais que um padrão histológico na BR.

* Cada vez mais, preocupação no diagóstico molecular. P.e.:auto-anticorpos contra o receptor da fosfolipase A2 ASSOCIAM-SE a nefropatia membranosa

(manifestada por S. nefrótico)

Page 7: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

7

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Essencial:- História clínica detalhada

- Exame objetivo cuidadoNão esquecer:

- Tensão arterial- Volémia

Atenção a:- tempo de instalação- evolução dos sintomas

Diagnóstico à beira do leito

(anamnese e EO)+

Avaliação analíticaAnálise de urina Ecografia renal

Page 8: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

8

Pode revelar :

✓ Tipicamente com GVs DISMÓRFICOS e CILINDROS de GVS✓ Indolor/ assintomática✓ Frequentemente acastanhada ou cor coca-cola

x Não vermelha clarax Raramente com coágulos

OUTRAS CAUSAS DE URINA ACASTANHADA:✓Hemoglobinúria✓Mioglobinúria✓Alimentos (p.e beterraba)✓Corantes, fármacos

HPIM Capítulo 61 (A)

FALSO POSITIVO na tira-testeHb + mas sem GVs ao exame

microscópico

CHECK

Avaliação microscópica do sedimento urinário é FUNDAMENTAL.

Page 9: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

1) Proteinúria em URINA 24HORAS:- GOLD-STANDARD- mas incómodo, às vezes colhido de forma incorreta e demora tempo

2) Rácio PROTEÍNA/CREATININA em amostra URINA 24HORAS :- Alternativa útil- Proteinúria estimada em 24h = ( [Prot] / [Cr] ) x excreção prevista de Cr em 24h (vide infra)

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

9

Avaliação QUANTITATIVA da PROTEINÚRIA é essencial. Através de:

Deve quantificar-se creatinina urinária para avaliar fiabilidade da colheita de urina de 24h:- excreção urinária creatinina em 24h = [140 – idade em anos] × peso em kg × 0.2 [× 0.85 se mulher] +/- 15%)- vegetarianos reduzir em 1/3; outras exceções: desnutrição, caquexia, amputação, halterofilismo, biótipo particular

NÃO usar rácio P/Cr em amostra de urina ocasional ou primeira urina da manhã, pois é variável de acordo com ingestão proteica ao longo do dia e com variação excreção da creatinina no contexto da idade, género, massa magra.

Page 10: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

10

EXCREÇÃO URINÁRIA EM 24 HORAS:- Proteínas <150mg Normal- Albumina <20mg Normal- Albumina 30-300mg Microalbuminúria- Albumina >300mg Proteinúria (evidente)

e TIRA-TESTE POSITIVO- Albumina/Proteínas > 3.5g Proteinúria nefrótica

Avaliação QUANTITATIVA da PROTEINÚRIA é essencial.

O principal tipo de proteínas excretado por estes doentes é ALBUMINA ( até 98%)

Proteinúria total >1g/24horas MAS tira-teste NEGATIVA (deteta apenas albumina) sugere que a proteinúria seja causada por cadeias leves ou proteínas de baixo peso molecular

(p.e retinol, alfa-1-microglobulina)

Page 11: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

11

• EXCREÇÃO URINÁRIA EM 24 HORAS:• Proteínas <150mg Normal• Albumina <20mg Normal• Albumina 30-300mg Microalbuminúria• Albumina >300mg Proteinúria (evidente)

e TIRA-TESTE POSITIVO- Albumina/Proteínas > 3.5g Proteinúria nefrótica

Avaliação QUANTITATIVA da PROTEINÚRIA é essencial.

DIFERENTE de S. nefrótico (que implica hipoalbuminémia)

Distinção particularmente importante na Glomerulosclerose segmentar e focal:- s. nefrótico = mais provável GESF primária;

- apenas proteinúria nefrótica frequentemente GESF secundária.

Page 12: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

12

→Proteinúria GLOMERULAR pode dividir-se:

▪ transitória ou FUNCIONAL (febre, exercício, ortostática)- Benigna

▪ PERSISTENTE/fixa- na faixa nefrótica geralmente é por doença glomerular

Avaliação QUANTITATIVA da PROTEINÚRIA é essencial. Através de:

Page 13: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

“MAPA” DA AULA

13

Hematúria microsc. assint.Dç membrana basal final

Dçs membrana basal

GN crónica

S. Alport

S. nefrítico

Glomerulopatia C3

Nefropatia Ig A

GN associadas a

Imunocomplexos

GN membranoproliferativa (p.e. HBV)

Glomerulonefrite associada a infeção

IRRP

Crioglobulina (p.e. HCV)

LES

Vasculite ANCA

Dç anti membrana basal

GN Fibrilar e GP Imunotactóide

Discrasias plasmocitáriasDepósitos cadeias leves

S. nefrótica

Amiloidose

Dç Lesões mínimas

PodocitopatiasGESF (e HIVAN)

Membranosa

HIVAN

Nefropatia diabética

SHUMAT

PTT

Dç Fabry

SÍNDROME DOENÇA GRUPO FISIOPATOLÓGICO

Page 14: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

SÍNDROMES CLÍNICOS

14

1. HEMATÚRIA MICROSCÓPICA ASSINTOM.

Sobretudo:- Nefropatia IgA

- S. Alport- - Dç MB fina

Hematúria glomerular pode ser ou não acompanhada de proteinúria subnefrótica.

Habitualmente função renal e TA normais.

Page 15: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

SÍNDROMES CLÍNICOS

15

D

2. SÍNDROME NEFRÓTICA

Implica:- Proteinúria > 3.5 g/24horas

EAlbumina sérica < 3.5 g /dL

▪ Dç Lesões Mínimas▪ GESF▪ Nefropatia Membranosa▪ Nefropatia associada ao HIV▪ Amiloidose▪ Nefropatia diabética

COMUNS mas NÃO NECESSÁRIOS:✓Edema

✓Hiperlipidémia✓Lipidúria

Page 16: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

A perda de várias proteínas de ligação, como a globulina transportadora da tiroxina, leva a alteração de testes funcionais.

SÍNDROMES CLÍNICOS

16

2. SÍNDROME NEFRÓTICA

▪ Hipogamaglobulinémia▪ Défice de vitamina D (perda de proteína de ligação)

▪ Anemia ferropénica (perda de transferrina)

▪ Tromboses (p.e trombose veia renal) ▪ PODEM TER LRA (se depleção de volume, sépsis, n. intersticial, nefrotóxicos)

Complicações

SOBRETUDO se:Proteinúria > 10 g/24hAlbumina < 2 g/dL

✓Controlo do edema → Diuréticos✓Controlo da TA → iECAs e ARA2 são de escolha *✓Controlo de hiperlipidémia → Estatinas✓ Consumo de proteínas 0.8 -1 g/kg/dia✓ Consumo Na < 4g/dia

TGD

Considerar ANTICOAGULAÇÃO nos doentes de ALTO RISCO

Sobretudo SNo secundária a nefropatia MEMBRANOSA e AMILOIDOSE

Page 17: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

SÍNDROMES CLÍNICOS

17

D OLIGÚRIA DU < 400 mL/ 24h

EDEMAHIPERTENSÃO

PROTEINÚRIA (geralmente < 3.5 g/ 24h)ASU anormal (MO: GVs dismórficos/ cilindros)

CHECK

3. SÍNDROME NEFRÍTICA

▪ GN associada a infeção▪ Nefropatia de IgA▪ Glomerulopatia C3

Page 18: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

SÍNDROMES CLÍNICOS

18

▪ Perda progressiva da função renal, em DIAS a MESES, num doente com SEDIMENTO URINÁRIO ATIVO.▪ (pode) Oligúria.

D

Histologicamente, GN NECROTIZANTE, focal com

CRESCENTES.

Grande parte dos S. pulmão rim

4. GN RAPIDAMENTE PROGRESSIVA

Page 19: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

Pauci-imuneIMF “negativa”

SÍNDROMES CLÍNICOS

19

4. GN RAPIDAMENTE PROGRESSIVA

BR com IMUNOFLUORESCÊNCIA muito útil

Page 20: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

SÍNDROMES CLÍNICOS

20

▪ Perda lenta mas gradual da função renal, em meses a anos, associada a hematúria glomerular persistente.▪ Proteinúria geralmente subnefrótica. ▪ HTA praticamente sempre.▪ Ecografia RV com rins pequeno e hiperecogénicos.

D

5. GN CRÓNICA

▪ S. Alport▪ Nefropatia de IgA▪ Glomerulopatia C3

Page 21: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

21

SISTEMATIZAR

Page 22: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

22

PODOCITOPIAS PRIMÁRIAS

1 – Doença Lesões Mínimas

Page 23: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

23

Ocasionalmente IgM no Mesângio

BIÓPSIA RENAL:1- MO: sem grandes alterações

2 – IMF: sem deposição de C’ nem Igs3 – ME: APAGAMENTO DOS PEDICELOS

D

MO normalIMF negativaEME anormal

→ Evolução da lesão: Fusão e apagamento dos pedicelos, numa grande área glomerular.

1. DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS

Page 24: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

1. DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS

24

✓Principal causa de SNo nas CRIANÇAS (Miúdos)✓Causa de até 20% dos SNo primários nos adultos.

MD →Patogénese DESCONHECIDA!MAS, ASSOCIAÇÃO COM LINFOMA DE HODGKIN → alteração nos linfócitos T? (citocina tóxica para células glomerulares epiteliais?)

Maioria é IDIOPÁTICA (1ária)

CAUSAS SECUNDÁRIAS:✓Neo hematológicas (LH++)

✓Timoma✓AINEs✓Alergias CHECK

Nefrite intersticial concomitante

sugere fármacos!

70-90% dos SNo nas crianças10-15% nos adultos

VS

Page 25: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

25

DNas crianças, geralmente MANIFESTA-SE como síndrome nefrótico DE INÍCIO AGUDO

Hematúria, HTA, disfunção renal NÃO É COMUM e sugere OUTRO DIAGNÓSTICO!

Sedimento urinário ACELULAR

CHECK

PROTEINÚRIA SELECTIVA

CHECK

HPIM

Características menos comuns:- HTA (30% C vs 50% A)

-Hematúria microscópica (20% vs 33%)

-Atopia/alergia ( 40% vs 30%)

-Disfunção renal (<5% vs 30%)Atípico = Adulto excepto Alergias

Criança com SNo e ASU normal = DLM até prova contrário

(dispensa BR) → Tratamento CCT alta dose SEM BR!

Só as não respondedoras são biopsadasCHECK

Nos adultos, LRA + se albumina baixa e edema “intra-renal” (nefrosarca) → tx com diuréticos e albumina.

Também, LRA por hipovolémia.E, NTA e inflamação instersticial.

Classicamente, Síndrome nefrótico “puro”

1. DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS

Page 26: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

26

TGD

Corticoides

→CRIANÇAS, > 90% resposta às 4-8 SEMANAS. (CUATRO)

▪ Crianças que NÃO RESPONDEM → BIÓPSIA RENAL

→ADULTOS também respondem (> 80%) MAS mais LENTAMENTE ✓Tratamento por 16 semanas ou mais ( > 4 meses)

APÓS REMISSÃO, tratamento por 4-8 semanas. (CUATRO)

Dos que remitem

✓ 25% (1/4), remissão a longo prazo

✓ 25% (1/4), recidivas frequentes

✓ 30% (~1/4), corticodependentes

ALTERNATIVAS TERAPEUTICAS:▪ Agentes alquilantes (CFF, clorambucilo)▪ Antimetabolitos (MFF)▪ Inibidores da calcineurina (Ciclosporina) - Rituximab (promete)

Poupadores de corticoides MAS EA!

30% remissão espontânea

Mas todas = Corticoide

CHECK

Induz remissão, mas recidiva

comum quando suspensa

1. DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS

Page 27: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

HPIM

27

TGD

Corticoides

ADULTOS✓MAIS LENTOS

✓ mas MENOS RECIDIVAS✓ mas MAIS RESISTENTES a

terapêutica subsequente

✓ Cortico-sensiveis (respondedores primários) = remissão completa (Prot < 0.2 mg/24h) após um curso de prednisolona✓ Cortico-dependentes = recidivam quando dose de corticoides é diminuída (desmame)✓Cortico –resistentes = não respondem à corticoterapia✓Recidivas frequentes = 2 ou mais recidivas nos 6 meses seguintes ao desmame de corticoides.

▪ Os ADULTOS só são considerados cortico-resistentes depois de 4 meses de tratamento

▪ 90-95% CRIANÇAS atingem remissão completa às 8 semanas▪ 80-85% ADULTOS atingem remissão completa às 20-24 semanas

Os corticorresistentes podem apresentar GESF numa 2ª BR

CHECK

(importância da BR cortico-medular!!)

▪ RECIDIVAS ocorrem em 70-75% das CRIANÇAS após a 1ª remissão.

→Risco de + RECIDIVA:✓Recidiva precoce✓Proteinúria elevada

→ Diminuem (em frequência) após puberdade

+ desmame rápido de Cem todos os grupos.

1. DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS

Page 28: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

28

PODOCITOPIAS PRIMÁRIAS

2 – GlomeruloscleroseSegmentar e Focal (GESF)

Não constitui uma doença, apenas uma LESÃO.

Page 29: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

Proteinúria de QUALQUER GRAU!

2.G.ESCLEROSE SEGMENTAR FOCAL

29

✓< 15% dos casos de SNo idiopático nas crianças✓até 25% dos casos de SNo idiopático nos ADULTOS

(até 1/3 dos SNo nos adultos)

✓Incidência tem vindo a aumentar

Lesão e depleção dos PODÓCITOS →ESCLEROSE GLOMERULAR

Cicatrizes glomerulares que envolve alguns mas nem todos os glomérulos.

CHECK

Causa + comum de SNo idiopático nos

AFRO-AMERICANOS(até 50%)

Polimorfismos APOL 1CHECK

✓HTA 30-50%✓HEMATURIA MICROSCÓPICA 25-75%

✓DISFUNÇÃO RENAL >30%

Achados clínicos:PROTEINÚRIA NÃO SELECTIVA

D SÍNDROME CLÍNICO-PATOLÓGICO

Segmentar (< 50% do novelo capilar)Focal (< 50% do total de glomérulos)

Não é comumente,Síndrome nefrótico “puro”

CHECK

Page 30: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

30

MD

→Patogénese da GESF PRIMÁRIA DESCONHECIDA! MULTIFATORIAL?

SUPAR- factor de permeabilidade circulante → MARCADOR?❖ Aumentado em 2/3 das GESF 1árias; níveis + elevados em transplantados com GESF recidivante❖ MAS NÃO DISTINGUE GESF 1ária de 2ária!❖ Níveis aumentam com diminuição da TFGOUTROS: factor circulante mediado pelas céls T, proliferação mediada por TGF B

GESF primária vs GESF secundária

→Causas SECUNDÁRIAS:√Mutações genéticas nos podócitos√ infecção a VIH√ Drepanocitose√ Refluxo vesico-uretral√ Obesidade√ Agenesia renal unilateral√ Rim único√ Idade

2.G.ESCLEROSE SEGMENTAR FOCAL

Page 31: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

31

4 variantes histológicas

D Alterações histológicas JUNÇÃO CÓRTICO

MEDULAR

Se amostra com tecido superficial, lesão mínima –

like → ERRO!

BR!

✓ CELULAR – proliferação endocapilar e proteinúria ++ ✓COLAPSANTE - rápido declinio da FR✓PERI-HILAR✓TIP LESION – melhor prognóstico- (5ª - NOS - Not Otherwise Specified...)

A variante celular OU colapsante: ✓pior prognóstico✓+ comum afro-americanos e HIV +

BIÓPSIA RENAL:1- MO: Fibrose FOCAL E SEGMENTAR2 – IMF: ~ LM (0 vs IgM+/-C3)3 – ME: APAGAMENTO DOS PEDICELOS+ Afastamento da MBG

2.G.ESCLEROSE SEGMENTAR FOCAL

Page 32: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

32

T

GD

- Remissão espontânea da proteinúria, INCOMUM (<5%)

→GESF PRIMÁRIA = CORTICOTERAPIA PROLONGADA (1mq/kg/dia)

→GESF SECUNDÁRIA = tratar a CAUSA

* PROGNÓSTICO:1. Proteinúria NÃO NEFRÓTICA:

→sobrevida renal > 80% aos 10 anos.

2. Proteinúria grave (> 10g/dia):

→DRT aos 5-10 anos.

GESF IDIOPÁTICA pode RECORRER no PÓS-TRANSPLANTE (25-40%)

Corticoides NÃO! CHECK

2.G.ESCLEROSE SEGMENTAR FOCAL

→ Em TODOS, iECAs e/ou ARA2podem diminuir substancialmente a proteinúria e prolongar sobrevida renal.

FACTORES DE MAU PROGNÓSTICO (50% DRT aos 6-8 anos):

- proteinúria NEFRÓTICA- AFRO-americanos- insuficiência renal

INIB CALCINEURINA considerados 1º linha alternativa(efeitos laterais graves / contra-indicação para CCT como obesidade).

Resposta a ambos é rápida. Se >2 meses para decréscimo da proteinúria resposta é pouco provável.

Page 33: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

33

SISTEMATIZARProteinúria > 3.5 g/24horas

ACOMPANHADA Albumina < 3.5 g /dL

1. Doenças glomerulares que se manifestam essencialmente como SÍNDROME NEFRÓTICA

“ PODOCITOPATIAS”

DOENÇA DE LESÕES MÍNIMAS G.ESCLEROSE SEGMENTAR FOCAL

✓ Doença dos Miúdos

Page 34: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

34

PODOCITOPIAS PRIMÁRIAS

3 – Nefropatia Membranosa

Page 35: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

3.NEFROPATIA MEMBRANOSA

35

✓Primeira causa de SÍNDROME NEFRÓTICO nos CAUCASIANOS✓Todas as idades (e raças) mas IDADE ADULTA ++, pico de incidência 40-50A✓masculino: feminino = 2:1✓ 30% dos casos de S. No nos adultos. RARA nas crianças. Causa + comum de S.NO nos idosos.

▪ Pode ser PRIMÁRIA ou SECUNDÁRIA

PRIMÁRIA 70% atcs anti PLA2R<5% atc anti Trombospondina7A

3 novos antigénios: NELL-1, Sema3B, PCDH7

D

SECUNDÁRIA → 25-30%✓ DAI (LES, tiroidite AI)✓ Infeção (HBV, HCV)✓ Fármacos (penicilamida, AINEs)✓ Neoplasias sólidas (cólon, pulmão)

A presença de depósitos subendoteliais (à frente explicado..) ou de inclusões tubuloreticulares aponta fortemente para LES (e podem preceder manifestações extra-renais) → NL classe V = membranosa – depósitos subepiteliais.

EXT1/2 possivelmente atg alvo na secundária associada a doenças auto-imunes.

Page 36: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

36

D MAIORIA:✓SÍNDROME NEFRÓTICA (80%. E a proteinúria é não selectiva)

✓Função renal normal✓Sem HTAAté 1/3 Hematúria microscópica (menos que na IgA e na GESF)

BIÓPSIA RENAL:1- MO: Espessamento das paredes capilares+ SPIKES subepiteliais na coloração de prata2 – IMF: Depósitos granulares de IgG e C33 – ME: depósitos subepiteliais eletrodensos

1) Dá nome à doença2 + 3) Definem a doença

3.NEFROPATIA MEMBRANOSA

Subclasses IgG - IgG1 / 2 / 3: altamente expressas na N. Lúpica Membranosa (classe V)- IgG1 / 4: altamente expressas N. Mebranosa Primária- IgG4: tendencialmente AUSENTE N. Membranosa Secundária a Neoplasia.

Page 37: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

37

MD PATOGÉNESE▪ Formação IN SITU ou DEPOSIÇÃO de imunocomplexos entre MBG e os podócitos (SUBEPITÉLIO)▪ A MBG tenta responder, para manter contacto com as células epiteliais, 1º emitindo umas ESPICULAS (SPIKES) (para “abraçar” os ICs) e depois ESPESSANDO-SE (para os incorporar) (→ MO!!)

Formação de espículas

Formação oudeposição de IC

Envolvimento dosIC pela MB

Reabsorção dos ICpela MB Desaparecimento

dos ICEstão descritos diferentes estadios da doença (I –IV), mas o grau de atrofia tubular ou fibrose intersticial é mais preditivo de progressão que os estadio da doença glomerular).

HPIM

3.NEFROPATIA MEMBRANOSA

Page 38: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

38

T

✓Até 1/3 REMISSÃO ESPONTÂNEA → geralmente, em 12-24 MESES1/3 REMISSÃO PARCIAL

*1/3 continua a ter SN recidivante mas mantem FR normal; * 1/3 desenvolve insuficiência renal ou morre das complicações)

▪ TERAPÊUTICA INICIAL→ TRATAR: edema, dislipidémia, HTA.. + proteinúria!)- iECA ou ARA 2- Dieta pobre em sal (<4g/dia) e em proteínas (0.8 -1 g/ Kg/ dia)- Controlo da dislipidémia

→ Anticoagulação profilática (nos doentes com proteinúria grave ou prolongada) [NM associa-se a grande risco de eventos trombóticos (trombose da veia renal, TEP, TVP)]

GD

3.NEFROPATIA MEMBRANOSA

▪ TERAPÊUTICA NA ERA DO ANTI-PLA2R:

→ PROTEINÚRIA >10G/24H OU ANTIPLA2R ELEVADO/EM CRESCENDO:TRATAMENTO PRECOCE

→ ASSINTOMÁTICOS COM PROTEINURIA <4G/24H OU ANTIPLA2R BAIXOS/EM DECRESCENDO: TRATAMENTO CONSERVADOR

Page 39: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

39

→ PROGNÓSTICO: ▪ Sobrevida renal de >80% aos 5 anos e 60% aos 15 anos.•Em doentes com evolução rápida da doença devem ser excluídas outras causas sobrepostas (anti-GBM, nefrite intersticial, trombose da veia renal) T

GD

▪ Níveis de Ac anti-rPLA2 (na primária) parecem correlacionar-se com gravidade da NM.▪ FR: homens, + idade, HTA, proteinúria persistente (=pior prognóstico)

3.NEFROPATIA MEMBRANOSA

▪Rituximab provável nova 1ª linha:é não inferior à ciclosporina indução de remissão completa / parcial da proteinuria mas superior na manutenção da remissão da proteinuria a longo prazo (estudo MENTOR).

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40

SISTEMATIZARProteinúria > 3.5 g/24horas

ACOMPANHADA Albumina < 3.5 g /dL

1. Doenças glomerulares que se manifestam essencialmente como SÍNDROME NEFRÓTICA

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GN POR IMUNOCOMPLEXOS

1 – GN associada infeção

Inclui quer GN PÓS-infeciosa quer GN no contexto de infeção concomitante (atual).

Page 42: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

1. GN ASSOCIADA A INFEÇÃO

42

✓Incidência diminuiu notavelmente nos países desenvolvidos, onde é esporádica.✓Mais comum em homens; incidência em familiares e co-habitantes pode chegar aos 40%.

MAS afinal, espetro mais amplo incluindo:- Em idosos e imunodeprimidos- por STAPHILOCOCCUS!- quando a infeção ainda está ACTIVA- prognóstico DESFAVORÁVEL

MD

→GN aguda clássica:

- Geralmente em CRIANÇAS- 1 a 4 semanas após FARINGITE ou INFEÇÃO DA PELE- por estirpes nefritogénicas de STREPTOCOCCUS BETA-HEMOLITICOS grupo A.- Curso BENIGNO.

DCLASSICAMENTE caracterizada por:SÍNDROME NEFRÍTICO com início AGUDO/ abrupto

Com hematúria, piúria, cilindros hemáticos, edema, HTA, insuficiência renal oligúrica (pode ser grave e assemelhar-se a IRRP)

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1. GN ASSOCIADA A INFEÇÃO

43

✓ Culturas NEGATIVAS

✓ Pela infeção recente, títulos elevados de:- TASO (anti-estroptilisina)- anti-estreptoquinase- anti-hialuronidase- anti-DNAse B (anti-deoxiribonuclease).

✓ Pela ativação da via alterna do C’:- C3 BAIXO- C4 NORMAL (ou pouco diminuídos).

▪ Laboratorialmente:

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44

1. GN ASSOCIADA A INFEÇÃO

BIÓPSIA RENAL:1- MO: hipercelularidade difusa, infiltração com PMNs, monócitos, e macrófagos.2 – IMF: depósitos subendoteliais granulares de C3, IgG e ocasionalmente IgM3 – ME: “Humps” na MBG (depósitos SUBEPITELIAIS) - característicos

D

GN PROLIFERATIVA ENDOCAPILAR AGUDA

* Retirado de: Cecil

Essentials of Medicine 9.ª ed.

– página 318.

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45

▪ TRATAMENTO = SUPORTE✓Minimizar sobrecarga✓Controlo da tensão arterial✓Erradicar infeção → tratamento AB em todos os doentes assim como co-habitantes.

✓ Não há lugar para terapêutica imunossupressora (mesmo se crescentes)

T

1. GN ASSOCIADA A INFEÇÃO

GD ▪ PROGNÓSTICO/ EVOLUÇÃO DA DOENÇA

✓ Crianças → EXCELENTE! Grande parte recupera função renal em 1-2 meses

✓ Idosos → Mais grave.

✓ Alguns GN pós-infeciosa atípica, persistente ou em resolução…(mantêm hematúria microscópica, proteinúria, hipertensão e disfunção renal)sendo que alguns destes têmmutações ou auto-anticorpos contra proteínas da via alterna do C’…portanto na verdade têm glomerulopatia C3

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46

GN POR IMUNOCOMPLEXOS

2 – Nefropatia IgA

Page 47: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

2. NEFROPATIA IGA = DOENÇA DE BERGER

47

MD →Moléculas IgA1 DEFICIENTES EM GALACTOSE (GD-A1)→ formação de AUTO-ANTICORPOS anti-GD-IgA1→ deposição de IMUNOCOMPLEXOS IgG ou IgA-anti-GD-IgA no mesângio→ ativação do C’ e cascatas de citocinas.

CHECK

→Causas SECUNDÁRIAS incluem: DHC, doença celíaca, dermatite herpetiforme e espondilite anquilosante. (D. Chron, ADC gastrointestinal, bronquiectasias crónicas, pneumonia intersticial idiopática, dermatite herpatiforme, microse fungóide, hanseníase, policondrite recidivante, Sindrome de Sjogren).* DEPOSIÇÃO DE IGA NESTAS DOENÇAS NÃO SE ASSOCIA A INFLAMAÇÃO GLOMERULAR SIGNIFICATIVA OU A DISFUNÇÃO RENAL.

▪GN mediada por IC▪ Défice da O-glicolização da região flexível da IgA (++)Também, produção de IgA secretória pelos plasmócitos; alteração da depuração de IgA pelo fígado; alteração da depuração de mesangial de IgA e nos receptores de IgA; eventos mediados por citocinas…

✓Forma MAIS COMUM de GLOMERULOPATIA PRIMÁRIA.

✓ Predominância MASCULINA. Pico de incidência 20-30 ANOS.✓ Geralmente, ESPORÁDICA; raramente susceptibilidade genética/ alguns clusters familiares(mas sem genes causadores identificados).

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48

BIÓPSIA RENAL:1- MO: proliferação mesangial2 – IMF: deposição de IgA no mesângio

3 – ME: depósitos eletrodensos nas céls mesangiais

DO padrão de IMF de IgA na BR

define a nefropatia IgA

CHECK

Uma variedade de lesões histológicas na MO (esclorese segmentar, GN proliferativa difusa,

necrose segmentar com crescentes)

→ A IgG, IgM, C3 e cadeias leves das imunoglobulinas podem-se codistribuir com IgA.

→ A IgA depositada no mesâncigo é polímérica e da subclasse IgA1.

* Retirado de: Cecil

Essentials of Medicine 9.ª ed.

– página 319.

2. NEFROPATIA IGA

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49

EPISÓDIOS DE HEMATÚRIA MACROSCÓPICAa acompanhar (ou imediatamente após)infeção do trato respiratório.

HEMATÚRIA MICROSCÓPICA assintomática persistenteCOM ou SEM proteinúria, detetada em análise de rotina..

✓ PROTEINÚRIA é COMUM masx SÍNDROME NEFRÓTICO RARO (<10%) → podocitopatia sobreposta?? (LM?)

D▪ APRESENTAÇÃO CLÍNICA → 2 formas mais comuns:

CLASSICAMENTE caracterizada por:HEMATÚRIA EPISÓDICA e DEPOSIÇÃO de IgA no MESÂNGIO!!

Hematúria SINFARINGÍTICA

… mais RARAMENTE apresentam-se com LESÃO RENAL AGUDA ou IRRP.

✓ IgA sérica aumentada em 20-50% dos doentes✓ Depósitos cutâneos de IgA (biópsia da pele) 15-55%✓ Aumento dos níveis de IgA secretória✓ Aumento dos níveis de complexos de IgA-fibronectina

BIÓPSIA RENALNecessária para diagnóstico

(ainda assim..)

2. NEFROPATIA IGA

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50

PURPURA DE HENOCH-SCHONLEIN

Forma SISTÉMICA de IgA

▪TRATAMENTO Nefropatia IgA:

✓Se função renal normal → Tt de SUPORTE✓Se PROTEINÚRIA > 1g/24h ou DISFUNÇAO RENAL→ CORTICOTERAPIA(em alta dose) COM OU SEM CITOTÓXICOS.

MD

GD

T

→ PHS DIFERE DA NEFROPATIA IGA POR:✓ Sintomas sistémicos mais proeminentes✓ Idade mais nova à apresentação (<20 anos de idade)✓Infeção precedente✓Queixas abdominais

Vasculite a IgA!!

2. NEFROPATIA IGA

▪ Atrasam ou impedem a progressão da doença:✓iECA/ ARA 2✓CORTICOTERAPIA (em alta dose)✓Tonsilectomia, óleo de peixe….→ Se IRRP, agentes citotóxicos e plasmaferese

RECORRE frequentemente após TRANSPLANTE

MAS raramente é a causa de falência do enxerto

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51

GD ▪ PROGNÓSTICO/ EVOLUÇÃO DA DOENÇA

✓Geralmente BOM EM CRIANÇA MAS varia nos adultos

✓MAIORIA (> 60%) dos doentes curso clínico BENIGNO:▪ Proteinúria mantem-se < 500mg/24horas e há preservação da função renal▪ 5-30% remissão completa. Outros, hematúria mas função renal preservada.

✓Até 40% PROGRESSÃO para DRT em 10-25anos. (25-30% aos 20-25anos)

PREDITORES DE PROGRESSÃO:✓ Proteinúria > 1g/24horas✓ HTA✓ Disfunção renal ao diagnóstico

Qualquer grau de PROTEINÚRIA carrega um

PIOR PROGNÓSTICO.

✓Ausência de hematúria macroscópica✓ Sexo masculino✓Idade✓BR com glomeruloesclerose extensa ou com fibrose intersticial

2. NEFROPATIA IGA

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52

GN POR IMUNOCOMPLEXOS

3 – GN membranoproliferativa

Não constitui uma doença específica, apenas um PADRÃO.

Page 53: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

53

BIÓPSIA RENAL:1- MO – tufo glomerular com acentuação lobular característica, por: hipercelularidade mesangial, proliferação endocapilar,

duplos Contornos2 – IMF: Igs ou C’ (dependendo da causa)

3 – ME: depósitos mesangiais ou subendoteliais(menos comummente subepiteliais ou intramembranosos)

D

3. GN MEMBRANOPROLIFERATIVA

linha de Comboio

✓ Padrão de lesão glomerular que resulta de deposição subendotelial e mesangial de imunocomplexos ou de factores do complemento.

Page 54: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

3. GN MEMBRANOPROLIFERATIVA

54

✓Pode ser classificada em:

1) GN MP mediada por imunoComplexos

- Causas:▪infeções crónicas *▪ doenças auto-imunes▪ gamapatias monoclonais

* 1.1) Causa mais comum de GNMP mediada por imunocomplexos precipitada por infeções é:

infeção a vírus da Hepatite C, p.e. GN Crioglobulinémica▪ A apresentação pode ocorrer com s. nefrótico ou n. nefrítico▪ Os níveis de C3, C4 e CH50 estão persistentemente baixos(ativação de ambas as vias do C’)

IMF: Igs e factores do C’

MD

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✓Pode ser classificada em:

2) GN MP mediada pelo Complemento = GlomeruloPATIA por C3

- Causa: desregulação genética ou adquirida da via alterna C’

- Factor C3 nefrítico muitas vezes presente(auto-anticorpo contra C3 convertase, resulta na clivagem persistente de C3)

- C3 baixo mas C4 normal (ativação só da via alterna)

- Subdivide-se, com base na ME:

• Glomerulonefrite a C3• Doença dos depósitos densos (DDD)

55

3. GN MEMBRANOPROLIFERATIVA

IMF: factores do C’, SEM Igs

MD

Page 56: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

56

3. GN MEMBRANOPROLIFERATIVA

▪ TRATAMENTO (pouco estudado…)

→ SE GNMP secundária a infeções crónicas (HCV, endocardite), doenças auto-imunesou discrasias plasmocitárias:- tratamento da doença de base.

→SE função renal normal, sedimento urinário inativo e proteinúria não nefrótica:- curso benigno a longo prazo

- LOGO tratamento conservador(bloqueio do eixo RA para controlo da TA e proteinúria)

- com FOLLOW-UP apertado para detetar precocemente deterioração da função renal.

→ SE GN a C3 ou DDD com proteinúria > 1000mg/24h e/ou disfunção renal sem progressão rápida, e sem a mutação genética que codifica para deficiência do fator H:- considerar MMF + CCTs

→SE insuficiência renal avançada OU fibrose túbulo-intersticial grave:

- improvável beneficiarem de imunossupressão.

T

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57

SISTEMATIZAR

Formação persistente de IC

Desregulação da via

alterna do C’

Imunofluorescência

✓Deposição subendotelial e mesangial (ME) de imunocomplexos ou de factores do C’ (IMF)✓Característico, duplos contornos na MO

HCV ++

C3 baixoC4 N

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58

GN POR IMUNOCOMPLEXOS

4 – Nefrite Lúpica

Page 59: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

4. NEFRITE LÚPICA

59

✓ Nefrite Lúpica* ocorre em até 50-70% dos doentes com LES✓ Associa-se a mau prognóstico.

* ainda mais grave em mulheres adolescentes afro-americanas.✓ 30-50% doença renal ao diagnóstico. ✓60% dos adultos, 80% das crianças desenvolverão ao longo da vida.

PROTEINÚRIAé a manifestação inicial mais comum.

Complicação comum e séria!

A nefrite lúpica resulta de 1) depósitos de imunocomplexos circulantes que ativam a cascata do C’ resultando em lesão mediada pelo C’, infiltração de

leucócitos, ativação de fatores pró-coagulantes e libertação de várias citocinas; 2) formação de imunocomplexos in situ – após ligação glomerular

dos Ags nucleares (++ nucleossomas necróticos); 3) presença de anticorpos antifosfolípidicos – microangiopatia trombótica (minoria).

MD

Frequentemente na faixa NEFRÓTICA e acompanhada de

diminuição da função renal.

D√APRESENTAÇÃO CLÍNICA

→ O sinal + comum de lesão renal é a proteinúria mas pode-se observar: hematúria, HTA, graus variáveis de insuficiência renal e sedimento urinário ativo com cilindros hemáticos.

Também no LES: nefrite tubulo-intersticial aguda ou crónica e trombose dos capilares glomerulares(SAAF)

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BIÓPSIA RENALIMF: deposição de IgG, IgM, IgA, C1q e C3 (padrão full house)

ME: inclusões tubulorreticulares nas células endoteliais glomerulares e vasculares.+ depósitos eletrodensos às vezes com subestruturas semelhantes a impressões digitais.

4. NEFRITE LÚPICA

60

D

NO SORO:• Ac’s anti-DNA ds correlacionam-se melhor com presença de doença renal• Diminuição do C’ – comum na NL aguda (70-90%); pode prever recidiva.

MAS, a urianálise nem sempre reflete a gravidade da lesão glomerular

A BIÓPSIA RENAL está indicada sempre que proteinúria ou sedimento urinário ativo

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4. NEFRITE LÚPICA

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Biópsia:• ÚNICO método confiável para identificar as classes morfológicas da nefrite lúpica.

•O tipo de lesão renal influência a terapêutica.•Achados correlacionam-se com o prognóstico. As classes III e IV têm o pior prognóstico.

→ 6 CLASSES MORFOLÓGICAS:

→ A qualquer momento pode haver mudança de classes espontaneamente ou após o tto.

MESÂNGIO

SUBENDOTÉLIO

SUBEPITÉLIO

•Histologia N (MO)Depósitos mesangiais (IMF, ME).

•Hipercelularidade e expansão (MO) e depósitos mesangiais.•Proliferação endocapilar +/-extracapilar (focal –III ou difusa IV) com depósitos imunes subendoteliais.

•> 90% glomérulos esclerosados.

•Espessamento da MBG, depósitos subepiteliais.

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62

4. NEFRITE LÚPICA

T √TRATAMENTO (KDIGO, EULAR/ERA –EDTA)

▪CLASSE I: Prognóstico EXCELENTE → sem necessidade de imunossupressão.

▪ CLASSE II: →proteinúria < 1g/24horas : tratamento de acordo com manifestações extra-renais→proteinúria > 3g/24horas: corticoides e inibidores da calcineurina

* Os doentes com lesão limitada ao mesângio têm excelente prognóstico e geralmente não necessitam de terapêutica para a nefrite lúpica.

▪ CLASSE III ou IV:

→ corticoides + ciclofosfamida ou micofenolato de mofetil (equivalentes)

* A CFF deve ser evitada nas doentes em idade fértil sem colheita prévia de óvulos/espermatozóides.

▪ CLASSE V: bom prognóstico → terapêutica de suporte, inicialmente.

MAS, se proteinúria progressiva ou persistente na faixa nefrótica →corticoides + imunomodulador (ciclosporina ou MMF, p.e)

▪ CLASSE VI

• Doentes com insuficiência renal terminal (20% das NL) devem ser candidatos a transplante renal. • Baixo risco de recorrência no enxerto renal/ sobrevida do enxerto = aos outros.* O transplante deve ser realizado após cerca de 6 meses de doença inativa.

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Classe ClínicaProteinúria

nefróticaTerapêutica Prognóstico

I Mesangialmínima

•FR normal

•Manifestações renais mínimas

Rara 0 ExcelenteII Proliferação

mesangial

III GN Focal HTA; sedimentourinário ativo; sCRaumentada (25%)* Evolução variada

25-33% • Ligeira = Corticoides•Grave = IV

< 5% de insuficiência renal (em 5A)

• Se grave = pior prognóstico

IV GN difusa ↑anti-DNAds, ↓C’Hematúria, cilindros,

proteinúria, HTA, Insufiência renal,

IRRP

50% • Indução (2 a 6M) Corticóides + CFF ou MMF) • Manutenção Corticóides +

MMF ou AZA

O pior se não tratado

Se remissão, óptimo

V Membranosa Alguns , proliferativa (~III e IV)

Minoria, HTA, disfunção renal

60% • Se doença proliferativa mista = III e IV• iECAs ou ARAs

* + risco de tromboses

VI Esclerose IR terminal 20% diálise ou transplante

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4. LUPUS ERITEMATOSO SISTÉMICO

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64

GN POR IMUNOCOMPLEXOS

5 – GN Crioglobulinémica

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65

5. GN CRIOGLOBULINÉMICAS

✓ Crioglobulinas = Igs que precipitam no FRIO (redissolvem-se com calor)

✓Síndroma sistémica com fraqueza, artralgias ou artrite, purpura palpável, neurpatiaperiférica e glomerulonefrite.

✓ C4 baixo – ativação da via clássica

✓ Envolve vasos de pequeno-médio calibre → vasculite por imunocomplexos contendo crioglobulina.

I = Monoclonal IgM e IgGII = Monoclonal IgM e Policlonal IgGIII = Policlonal IgM e IgG

→CLASSIFICA-SE em TIPOS I, II, III com base na composição de Igs.

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5. GN CRIOGLOBULINÉMICAS

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✓ Pode ser idiopática ou ocorrer em associação a doenças auto-imunes, cancro ou infeção(+ Hepatite C )

D →Doença renal em 20-60% dos doentes▪ Proteinúria▪ Hematúria microscópica▪ Síndrome nefrótico▪ Insuficiência renal• HTA é comum; pode ser grave, se s.nefrítico agudo

Valor de crioglobulinascorrelaciona-se mal com

atividade da doença

BIÓPSIA RENAL:1- MO: GNMP mediada por ICs

2 – ME: depósitos densos, difusos, subendoteliais com

aparência microtubular ou cristalina que ocluem capilares

D

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67

5. GN CRIOGLOBULINÉMICAS

TRATAMENTO

→Dirigido ao processo primário (minimizar ou eliminar a crioglobulinémia associada!)• HCV = tratamento anti-viral• Gamapatia monoclonal = tratamento antimieloma

→ se IRRP ou risco de vida (INDEPENDENTEMENTE da causa) considerar:• IMUNOSSUPRESSÃO (inclui Rituximab) com ou sem PLASMAFERESE

T

▪PROGNÓSTICO

• geralmente bom• poucos doentes evoluem para DRC terminal

GD

•A longo prazo, outcome reflete o processo subjacente.

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68

GN POR IMUNOCOMPLEXOS

6 – Glomerulonefrite Fibrilar e Glomerulopatia Imunotactóide

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6. G. FIBRILAR / G. IMUNOTACTÓIDE

→ Incomuns (0.5 – 1 % das biópsias renais).→ Apresentação igual à da maioria das GN (HTA, hematúria, proteinúria, disfunção renal)→Não há tratamento específico (se doença associada poderão beneficiar do seu tratamento)

FIBRILAR →De longe mais comum (85-90%)→1/3 têm história de neoplasia, gamopatia monoclonal ou doença auto-imune.→Marcação para proteína HSP40 – DNAJB9 nos glomérulos de G. Fibrilar comprovou distinção patogénica entre das duas doenças.

→MO não é diagnóstica (padrão variável e semelhante ao de outras GN)→IF positiva para IgG, C3, geralmente policlonal (Kappa + Lambda)→EM depósitos fibrilares 16-24 nm com formação microtubular, com disposição aleatória no mesângio e paredes dos capilares glomerulares (claramente diferentes da amiloidose, em que diâmetro é de 10 nm)

IMUNOTACTÓIDE→Mais frequentemente associada a LLC, Linfomas cél. B ou MM.→ EM depósitos 30-50 nm

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GN POR IMUNOCOMPLEXOS

7 – GN pauci-imune:Vasculites associadas a ANCA

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7. VASCULITES ANCA

71

✓ Principal causa de IRRP em doentes com > 60 anos.✓ Grupo de 3 doenças heterogéneas:

▪ Poliangeíte microscópica▪ Granulomatose eosinofílica com poliangeíte (Churg- Strauss)

▪ Granulomatose com poliangeíte (Wegener)

Vasculites necrotizante de pequenos vasos (arteríolas, capilares e vénulas; raro pequenas artérias)

com predileção para os rins, pulmões e sistema nervoso periférico ( + pele)

✓ MAS, TODAS:

Acs contra citoplasma dos neutrófilos (ANCA positivas):mieloperoxidase (MPO) e proteinase 3 (PR3) MD

*Foram também relatados acs LAMP-2 em modelos experimentais com potencial patogénico* Os ANCA são produzidos com ajuda de células T e ativam leucócitos e monócitos que juntos lesam a parede dos pequenos vasos. A lesão endotelial atrai + leucócitos e exacerba inflamação.

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7. VASCULITES ANCA

→ Sinais e sintomas variam desde vasculite limitada ao rim, a IRRP, a síndrome pulmão-rim.

*Cada uma das 3 doenças possui algumas características clínicas próprias mas a maioria das características não permite prever a recidiva nem a progressão.

* Retirado de: Cecil

Essentials of Medicine 9.ª ed.

– página 321.

D √APRESENTAÇÃO CLÍNICA

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73

7. VASCULITES ANCA

Granulomatose com poliangeíte

Poliangeítemicroscópica

PR3 75% 40%

MPO 20% 50%

A inflamação granulomatosa necrotizante(Wegener) que atinge o tractorespiratório superior e inferior - e que

frequentemente precede as outrasmanifestações - distingue estas duas!

√ Granulomatose eosinofílica com poliangeíte (Churg- Strauss):caracteriza-se por asma e eosinofilia em associação a outras características devasculite de pequenos vasos (como a mononeurite múltipla)

Os doentes com qualquer uma destas 3 doenças podem ter qualquer combinação de anticorpos. Porém,

→ acs-anti PR3 (c-) são mais comuns na granulmatose com poliangeíte (Wegener) → Acs –anti MPO (p-ANCA) no Churg Strauss e na poliangeite microscópica.

✓Grupo de 3 doenças heterogéneas:

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7. VASCULITES ANCA

BIÓPSIA RENAL:1- MO: (GN) focal, necrotizante, crescêntica

2 – IMF: (GN) pauci-imune

D *Poucos ou nenhuns imunocomplexos nos pequenos vasos e nos

capilares glomerulares

* Retirado de: Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed. – página 321.

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7. VASCULITES ANCA

Granulomatose com poliangeíte (Wegener)

* Causa desconhecida. MAS:- Exposição à sílica associada a ↑ risco- + frequente nos com deficiência de α1-antitripsina (inibe PR3)

✓CLASSICAMENTE:• Trato respiratório: rinorreia purulenta, ulceras nasais, dor sinusal, tosse,

hemoptise, dispneia. (SINUSOPATIA DESTRUTIVA GRAVE)→ Rx Tórax: nódulos e infiltrados persistentes, às vezes com cavidades.

• Rim: hematúria microscópica, proteinúria 0,5 – 1g /24horas (LEVE)* Ainda, poliartralgias e atrite, febre

✓OCASIONALMENTE, púrpura cutânea e mononeurite múltipla.

* A apresentação sem acometimento renal é denominada granulomatose com poliangeítelimitada…apesar de alguns doentes apresentarem lesão renal tardiamente.

✓Biópsia de tecidos: vasculite de pequenos vasos e granulomas não caseosos adjacentes.

✓Biópsia renal: GN necrotizante segmentar sem depósitos imunes.

Recidiva mais frequentemente

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76

7. VASCULITES ANCA

Poliangeíte microscópica

✓CLINICAMENTE semelhante ao WegenerMAS apenas raramente têm doença pulmonar significativa ou

sinusite destrutiva.

→DISTINÇÃO é feita pela BIÓPSIA: SEM granulomas.(alguns doentes têm também doença limitada aos capilares e vénulas)

A inflamação granulomatosa necrotizante (Wegener) que atinge o tracto

respiratório superior e inferior - e que frequentemente precede as outras

manifestações - distingue estas duas!

CHECK

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77

7. VASCULITES ANCA

Granulomatose eosinofílica com poliangeíte (Churg Strauss)

→ CAUSA é AUTO-IMUNE mas fatores desencadeantes desconhecidosAlguns asmáticos tratados com Antagonistas dos Leucotrienos desenvolvem vasculite.

↘ Vasculite de pequenos vasos associada a eosinofilia periférica, purpura cutânea, mononeurite, asma e rinite alérgica.

▪ Hipergamaglobulinémia, níveis aumentado de IgE ou a presença de fator reumatoide, acompanham ocasionalmente o estado alérgico.

▪A inflamação pulmonar (incluindo tosse passageira e infiltrados pulmonares) costuma preceder as manifestações sistémicas da doença em alguns anos.

▪ A ausência de manifestações pulmonares é rara.-~1/3, derrames pleurais exsudativos associados a eosinófilos.

▪ BIÓPSIA RENAL: GN necrotizante segmentar focal, SEM GRANULOMAS OU EOSINÓFILOS!!

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1. VASCULITES ANCA

T

PROGNÓSTICO√Taxa de recidiva 30%-50% nos primeiros 5 anos√Insuficiência renal grave à admissão (THE WORST!)√Aumento títulos de ANCA podem ser preditores de recorrência.

√TRATAMENTO

Corticoterapia (alta dose) + Ciclofosfamida ou Rituximab

Plasmaférese SEM benefíciose hemorragia pulmonar / Compromisso respiratório / Insuficiência renal grave (Cr > 5.5 mg/dL).

[ensaio PEXIVAS]

Os doentes com

Wegener e ANCA PR3 + têm maior risco

de recorrência.

•Como grupo, em geral são tratadas da mesma maneira•Taxa de mortalidade é alta sem tratamento, todos os doentes = tratamento de urgência.

TTO INDUÇÃO: combinação de plasmaferese, metilprednisolona e CFF.* Pulsos de CFF mensal EV são tão efetivos quanto CFF oral diária, mas podem associar-se a maior recorrência.* Desmame corticoides cedo, mal inflamação aguda regrida.

TTO MANUTENÇÃO: CFF e Azatioprina até 1 ano

GD

Page 79: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

79

SISTEMATIZAR

Associação deGN pauci-imune e

ANCA

Vasculite de pequenos vasos

necrotizante

P-ANCAANCA MPO

P-ANCAANCA MPO

c-ANCAANCA PR3

SE:✓Hemorragia pulmonar✓Compromisso respiratório✓Insuficiência renal grave

(Cr > 5mg/dL)

▪ Corticoterapia▪Ciclofosfamida▪ OU Rituximab

Tratamento = para todas

Plasmaferese

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80

GN POR IMUNOCOMPLEXOS

8 – Doença Anti-membranaBasal Glomerular

Page 81: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

81

8. DOENÇA ANTI-GBM✓Se síndrome pulmão-rim = Síndrome de Goodpasteur✓Incidência bimodal:

→ Jovens do sexo masculino aos 20-30 anos (“late twenties”)→ Mais tarde, Homens e Mulheres aos 60-70 anos

MD →Causado por anticorpos circulantes anti-MBG↘ epitopos alvo = estrutura quaternária do domínio α-3 não colagenoso (NC1) do colagénio tipo IV

Os epitotopos-alvo são normalmente sequestrados no hexâmero do colagénio IV, mas podem ser expostos por infeção, tabagismo, oxidantes ou solventes.

* Os humanos não são tolerantes aos epitopos criados por esta estrutura quaternária →células T MHC restritivas iniciam a sua resposta = Doença Auto-Imune

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82

8. DOENÇA ANTI-GBM

D √APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Geralmente,

✓IRRP✓Hemorragia pulmonar

(graus variáveis)

GERALMENTE,

▪ Jovens→ doença explosiva: hemoptises, queda da Hb, febre, dispneia e hematúria.

▪Mais velhos→ doença prolongada: lesão renal assintomática.

A hemoptise está confinada em grande parte aos fumadores

Se suspeita, a realização de uma biópsia renal urgente é importante – para confirmar o diagnóstico e determinar o prognóstico.

Ao testar o soro para os acs anti-MBG é importante que só o domínio α3 NC1 do COL4 seja usado como alvo – acs não nefriticos contra domínio α1

NC1 são observado em sind. paraneoplásicos (podem não ser discriminados)

√EXAMES COMPLEMENTARES DIAGNÓSTICO

10-15% ANCA MPO +(bom prognóstico)

variante vasculite

Page 83: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

83

8. DOENÇA ANTI-GBM

BIÓPSIA RENAL:

IMF: depósitos lineares IgG ao longo da MBGutilizando acs diretos contra domínio α3 do colagénio IV

A BR mostra necrose focal ou segmentar que, a seguir, com a destruição agressiva dos capilares pela proliferação celular evolui para formação de

crescentes no espaço de Bowman.• Com a progressão, haverá nefrite intersticial e atrofia tubular.

* Retirado de: Cecil

Essentials of Medicine

9.ª ed. – página 322

D

Page 84: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

84

8. DOENÇA ANTI-GBMGD

T

O grupo com hemoptises tem melhor prognóstico que os mais velhos com doença assintomática.

√PROGNÓSTICO (PREDITORES DE MAU PROGNÓSTICO:)

✓% de crescentes circunferenciais

✓oligúria✓Necessidade de diálise

CHECK

√TRATAMENTO (BASEIA-SE:)

▪ Pulsos de metilprednisolona (alta dose): 1g/dia 1 a 3 dias▪ Corticoides: Prednisolona 1mg/Kg/d até máx de 80mg/d▪Ciclofosfamida 2-3 mg/Kg/d até máx de 200mg/d

▪Plasmaferese

com

bin

ad

os

Ajustado a idade e sCr

Apesar de tentado, maioria não responde a

plasmaferese nem corticoides.

✓Se sCr <5 mg/dL, 90% de sobrevida renal aos 5A

✓Se 100% crescentes OU diáliseSEM recuperação da FR → EVITAR

imunossupressãoEXCEPTO se hemorragia pulmonar

1. RARAMENTE RECORRE2. São candidatos a transplante 6-12 meses após anticorpos indetectáveis.

Se hemoptises SEMPRE plasmaferese (mesmo se IR avançada)→ pode ser lifesaving

Se doença menos severa, 8-10 tratamentos de plasmaferese MAIS prednisolonaoral e ciclofosfamida nas primeiras 2 semanas.

•>50% crescentes com fibrose avançada•sCr > 5-6 mg/dL

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85

SISTEMATIZAR# DOENÇA GOODPASTEUR - o bom pastor

Lã= Kidney –Lung disease•Causada por acs anti-M3G

BIÓPSIA RENAL:

IMF: depósitos Lineares ao longo da M3G e da membrana basal alveolar

• utilizando acs diretos contra domínio α3 do colagénio IV

✓IRRP✓Hemorragia pulmonar

✓% de Luas (crescentes)✓Low diuresis

✓DiáLise

* 3 PREDITORES DE MAU PROGNÓSTICO: *TRATAMENTO BASEIA-SE EM 3:

▪Corticoides (pulsos MTP, PDN)▪CFF

▪Plasmaferese

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86

SISTEMATIZAR

Classe IV (III)

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87

SISTEMATIZAR

CHECK

Page 88: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

88

GN ASS. DISCRASIAS PLASMÓCITOS

1. Amiloidose

Page 89: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

1. AMILOIDOSE

89

✓Caracteriza-se por deposição EXTRACELULAR sistémica de fibrilhas.

MD

✓ Pode ser causada por diversas doenças: neoplasias, mutações genética e envelhecimento →podem causar pelo menos 24 proteínas amiloidogénicas.

✓ A afinidade do rim comparativamente a outros órgãos varia de acordo com o tipo de proteína amiloide.

•A maioria dos casos de amiloidose renal representa o resultado de depósitos fibrilhares1) de cadeias leves de IMUNOGLOBULINAS produzidas em excesso pelas discrasias de plasmócitos clonais →

amiloidose AL (PRIMÀRIA) → 75% pertence a classe lambda.

2) de lâminas B-pregueadas de proteína sérica de AMILOIDE A (reagente de fase aguda) →amiloidose AA (SECUNDÁRIA)

D• Proteinúria (maciça)• Síndrome Nefrótico• Insuficiência renal

RINS GRANDES ecograficamente

√APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 90: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

1. AMILOIDOSE

90

D → MAS, diagnóstico depende da presença de depósitos de amilóide.

VERMELHO DO CONGO positivo

Fibrilhas :- 8-12 nm diâmetro

- coram positivo com VERMELHO DO CONGO → verde-maçã birrefrigerente à luz polarizada

- coram positivo com tioflavina T.

Depósitos de amilóide:

- EXTRACELULARES; AMORFOS; PAS e metenamina de prata NEGATIVOS- ao longo dos vasos e mesângio.

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91

1. AMILOIDOSE

T √TRATAMENTO• Depende da origem da proteína amiloide.

→Amiloide cadeia LEVE (PRIMÁRIA)– tratamento “ANTI-MIELOMA” com melfalano e transplante de células autólogas. Nalguns casos, transplante de medula óssea pode resultar.

→ Amiloide AA (SECUNDÁRIA) – mais comum em doentes com artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal, infeções crónicas, febre Mediterrânica familiar…

- Tratamento direcionado para processo inflamatório, com antibióticos e anti-inflamatórios.- inexorável a menos que a doença primária possa ser controlada.

▪ Depois de detetado, deve ser identificado o tipo de amiloide envolvido( o tratamento varia de acordo com o tipo de proteína)

▪ Abordagem mais comum: IMUNOFLUORESCÊNCIA E IMUNOHISTOQUÍMICA.- mas, testes genéticos e espectometria de massa também podem ser úteis.

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92

GN ASS. DISCRASIAS PLASMÓCITOS

2. Dç depósitos de cadeias leves

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2. DEPÓSITOS DE CADEIAS LEVES

93

✓Distúrbio associado a paraproteinas.

✓Pico de incidência, 6ª década de vida. Homens > mulheres.

▪Grande parte, tem proteína monoclonal na urina ou no sangue – cadeia leve Kappa ++▪ 30%- 50% dos doentes têm Mieloma múltiplo▪MAS, até 10% não têm doença hematológica identificada

D• Proteinúria

• Insuficiência renal→ manifestação inicial + comum.• Depósitos de paraproteínas noutros órgãos, miríade de sintomas clínicos.

√APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Estes doentes produzem cadeias leve Kappa que não possuem as características bioquímicas necessárias para a formação das fibrilhas amiloides. Pelo contrário realizam autoagregação e formam depósitos granulares ao longo dos capilares glomerulares, do mesângio, da membrana basal e da cápsula de Bowman.

Estes depósitos NÃO SÃO FIBRILHARES E NÃO CORAM COM O VERMELLHO DO CONGO.

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94

BIÓPSIA RENAL:

1- MO: nódulos mesangiais eosinofílicos, acelulares que coram forte com PAS(~ à Diabetes Mellitus)

2 – IMF: Deposição linear, difusa, de cadeias leves (K em 80%) na MBG e MB tubular3 – ME: Igs monoclonais, amorfas, não-congofílicas na MBG

D

2. DEPÓSITOS DE CADEIAS LEVES

Faz diagnóstico!

CHECK

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95

2. DEPÓSITOS DE CADEIAS LEVES

T √TRATAMENTO → da doença primária• Bortezomib + dexametasona• Quimioterapia + transplante de células estaminais autólogas

… RESULTADOS ENCORAJADORES..

→ A menos que doença remita após quimioterapia,

a doença recorrerá no rim transplantado.

SISTEMATIZAR

Amiloidose AL Depósitos de cadeias leves

Associado a paraproteinémias

Proteinúria nefrótica ++

Cadeias leves Lambda ++ Cadeias leves Kappa ++

Depósitos fibrilhares, vermelho do congo positivo

NÃO fibrilhar, vermelho do congo negativo

Prognóstico reservado.

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96

GN ASS. DISCRASIAS PLASMÓCITOS

3 – Glomerulonefrite Fibrilar e Glomerulopatia Imunotactóide

Vide supra, GN associadas a imunocomplexos.

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97

GN ASS. INF. VÍRICAS

1. HEPATITE B

Page 98: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

98

1. GN ASSOCIADA A HEPATITE B

✓Geralmente manifesta-se com NEFROPATIA MEMBRANOSA, especialmente nas crianças.

CHECK

D → Diagnóstico requer: deteção do vírus na circulação e EXCLUSÃO de outras causas de doença glomerular. → A histologia é indiferenciável à GNM ou à GMNP.

GD▪ Geralmente, tem PROGNÓSTICO FAVORÁVEL,- com alta taxa de remissão espontânea (especialmente nas crianças)- MAS é frequentemente progressiva nos adultos.

T

MAIORIA,✓SÍNDROME NEFRÓTICA

√PROGNÓSTICO

√TRATAMENTO▪ = ao recomendado para HBV (ribavirina e análogos de nucleosídeos)▪ Aqueles com vasculite severa ou IRRP poderão ser candidatos a terapêutica imunossupressora em associação a terapeutica anti-viral.→ MAS, Tratamento com Rituximab nos doentes positivos para HBV foi associado a hepatite aguda fatal→ Rituximab está contra-indicado se HBV crónica exceto se tto antivírico simultâneo ou se flare hepatite.

GNM que é mais comum nas crianças, ou GN membrano-proliferativa, + nos adultos.

Page 99: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

99

GN ASS. INF. VÍRICAS

2. HEPATITE C

Vide supra, GN Crioglobulinémica.

Page 100: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

100

GN ASS. INF. VÍRICAS

3. HIV

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- Insuficiência Renal pode PROGREDIR RAPIDAMENTE

3. NEFROPATIA ASSOCIADA AO HIV

101

✓QUASE EXCLUSIVAMENTE em AFRO-descendentes com BAIXOS níveis de CD4!

MD → Podócitos infetados com o vírus -> EXPRESSÃO dos genes HIV

D - PROTEINÚRIA NEFRÓTICA

Tipicamente de início AGUDO!(MUITA – pode ser >10g/dia)

ECOGRAFIARINS GRANDES

CHECK

MAS, os doentes HIV podem ter várias formas de lesão renal: Sépis; coinfecção hepatite B/C; Nefrotoxicidade;TARV

SÍNDROME CLÍNICO-PATOLÓGICO

- GESF forma COLAPSANTE

Frequentemente, com DILATAÇÃO MICROCISTICA DOS TUBULOS

Na ME, INCLUSÕES RETICULARES –impressões digitais/pegadas de interferão

(nas células glomerulares e endoteliais vasculares)

AFECTA: glomérulo + túbulos!

Page 102: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

102

MICROANGIOPATIAS TROMBÓTICAS

▪ ANEMIA HEMOLÍTICA MICROANGIOPÁTICA▪ TROMBOCITOPENIA▪ LESÃO DE ÓRGÃO

Page 103: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

103

MICROANGIOPATIAS TROMBÓTICAS

✓CARACTERIZAM-SE por:

▪ Anemia hemolítica microangiopática▪ Trombocitopenia▪Oclusão microvascular → Lesão de órgão de vários graus (→ por)

✓LDH aumentada✓ Haptoglobina baixa✓Bil indireta alta✓Reticulócitos altos✓Esquizócitos

▪ Síndrome hemolítico-urémica (SHU)▪ Púrpura trombocitopénica (PTT)

Nos adultos, envolvimento:•Neurológico → PTT

• Renal → SHUMAS apresentação semelhante,

difícil distinguir clinicamente

OUTRAS CAUSAS:▪ HTA maligna▪ D. auto-imunes (LES, esclerodermia, SAAF)▪ fármacos (cocaina, ticlopidina, quinidina)▪ Cancro▪ Infeção, HIV▪ Rejeição mediada por Ac’s

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104

MICROANGIOPATIAS TROMBÓTICAS

BIÓPSIA RENAL:- trombos são comuns, e ocluem lúmen dos vasos

✓SHU E PTT

✓HTA maligna e DAI

D

◦ Termo patológico que traduz lesão microvascular com formação de trombos; ◦ Múltiplas doenças com o mesmo resultado histopatológico.

MICROTROMBOSE nos capilares glomerulares e nas arteríolas

MESANGIÓLISE (expansão mesangial com material granular laxo)

Espessamento e fibrose da íntima das artérias + parede dos vasos em

casca-de-cebola (deposição de material tipo-MBG)

Page 105: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

105

MICROANGIOPATIAS TROMBÓTICAS

1. S. Hemolítico-Urémico (SHU)

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1. SHU

106

✓ DOIS subtipos:→ESPORÁDICO ou associado a DIARREIA (D+ SHU)→ATÍPICO ou não-associado a diarreia (D- SHU)

• forma mais comum

▪ fortemente associado a consumo de carne contaminada com

E.COLI ENTEROHEMORRÁGICA (toxina O157: H7) ou outros agentes infeciosos (Shigella dysenteria – toxina shiga: verotoxina)

▪A bactéria produz uma toxina shiga-like que se liga a um receptor glicolipidico nas

células endoteliais renais → ativação da via alterna do C’ → lesão endotelial

D+ SHU:

T √TRATAMENTO▪ de suporte▪ crianças = bom prognóstico (90% de recuperação renal)▪ mais velhos, mortalidade aumentada e prognóstico renal desfavorável

Não devem receber

antibióticos!!

MD

Eculizumab também pode ser usada nas crianças com D + SHU e envolvimento neurológico grave (convulsões, AVC ou coma)

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107

1. SHU

• 10-15% das formas de SHU; mais comum em adultos

▪mutações genéticas ou auto-anticorpos contra

FACTORES DO COMPLEMENTO ou PROTEÍNAS REGULADORASque controlam a atividade da C3 convertase da via alterna

(C3, factor B, factor H, factor I, MCP, CFHR1 e CFHR2)→ Controlo defeituoso da C3 convertase = ativação persistente da cascata do C’

D- SHU:

T√TRATAMENTO

▪ Eculizumab( ac monoclonal inibidor da fração

terminal do C’)

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108

MICROANGIOPATIAS TROMBÓTICAS

2. Purpura trombocitopénica trombótica (PTT)

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2. PTT

109

PODE SER:

✓GENÉTICA: mutações da ADAMTS13 – que cliva o factor de VON WILLEBRAND

✓ADQUIRIDA: desenvolvimento de auto-anticorpos contra a ADAMTS13

MD • A ADAMTS 13 cliva os multímeros grandes de vWFSe há menos ADAMTS 13→ acumulação de multímeros de vWF

• Formação de microtrombos na circulação (→ trombocitopénia)• Lesão do endotélio• Destruição de eritrócitos (por “embate” com trombos) (→ anemia)• Lesão de órgãos (multímetros nos vasos do rim e do cérebro)

Alterações ou ausência de atividade da

ADAMTS 13 afectafunção do vWF!

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110

2. PTT

• Pode apresentar-se de forma aguda ou crónica (i.e recorrente)

T TRATAMENTO▪ quer a forma genética ou adquirida podem ser tratadas com infusão de PLASMA ou PLASMAFERESE – para repor a protease ADAMTS13 funcional!

▪ A plasmaferese deve ser iniciada LOGO com base nos achados de anemia hemoliticamicroangiopática + trombocitopénia, sem evidencia de outras causas de microangiopatia

trombótica (esclerodermia, cancro, SAAF etc) e NÃO deve atrasar-se enquanto se aguarda resultados de nível/atividade de ADAMTS13

Na PTT dá-se (ou troca-se) PLASMA para repor a Protease

Page 111: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

111

Dç da MBGlomerular

1. Síndrome de Alport

Page 112: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

112

✓ distúrbio hereditário das membranas basais

✓ 85% dos casos, doença ligada ao X→ > 50% dos doentes, mutação do gene COL4A5 (cromossoma Xq22-24) que codifica a

cadeia α-5 do colagénio tipo IVdesativa uma mudança do desenvolvimento do colagénio da GBM,

mantendo-o no seu fenotípico embriónico e resultando numa MBG FRIÁVEL

✓ MAS pode também pode ter herança autossómica dominante ou recessiva.

D•Perda auditiva neurossensorial

• Anormalidades oculares – lenticone da cápsula anterior do cristalino

•Hematúria persistente ou intermitente•Proteinúria leve → progride com idade » faixa nefrótica em até 30% casos

√APRESENTAÇÃO CLÍNICA

1. SÍNDROME DE ALPORT

Page 113: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

113

• Virtualmente TODOS os doentes do SEXO MASCULINO progridem em DRC TERMINAL,frequentemente antes dos 30 anos(taxa de DRCT é constante entre os homens de uma mesma família, mas varia muito entre famílias)

• Nas MULHERES heterozigóticas, geralmente é leve mas algumas desenvolvem DRT (geralmente após os 50 anos).

• O grau de SURDEZ correlaciona-se com o grau de PROGRESSÃO da DRCT!

1. SÍNDROME DE ALPORT

GD √PROGNÓSTICO

T √TRATAMENTO

• SEM tratamento específico

• Recomendado mas não comprovado:controlo apertado da TA e restrição moderada da ingestão proteica

Estes doente têm knockout da cadeia alfa-3. RISCO de 5-10% de DOENÇA DE GOODPASTEUR pós-transplante!

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114

1. SÍNDROME DE ALPORT

BIÓPSIA RENAL:1- MO: alterações inespecíficas 2 – IMF: ausência de cadeias α-3-4-5 do colagénio IV na MBG e MB tubular distal (Só ocorre no S. Alport; é diagnóstica)

3 – ME: inicialmente MBG fina→MBG espessa; multilamelações

D- No início pode sugerir doença da membrana fina!- Depois, “várias camadas irregulares que podem ramificar-se e juntar-se

→ Aparência em tecido de cesta”

( Características diagnósticas geralmente vêem-se na ME )

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115

↘ Em famílias cujo diagnóstico é inquestionável, a avaliação dos doentes com hematúria de novo pode limitar-se à ecografia renal e exame do trato urinário (em grande parte dos casos)

1. SÍNDROME DE ALPORT

D

• Diagnóstico genético: para homens afetados ou mulheres portadoras se mutação já conhecida

• IMF de BIÓPSIA DA PELE em outros casos: ausência de cadeia α-5 do COL IV da membrana basal da epiderme é diagnóstico de S. Alport ligado ao X e pode evitar a BR!

• Sequenciação direta do gene COL4A5 quando clínica/histologia não permite diagnóstico OU para identificar o estado de portadora nas mulheres assintomáticas de famílias afetadas.

Page 116: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

116

Dç da MBGlomerular

1. Dç da membrana basal fina

Page 117: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

2. D. DA MEMBRANA BASAL FINA

117

↘ = hematúria familiar benigna• Comum.• Transmissão autossómica DOMINANTE.* várias mutações heterozigotas no genes do COL4A3 ou COL4A4 descritas » doença heterogénea.

√APRESENTAÇÃO CLÍNICA

• Geralmente: hematúria persistente, isolada, detetada na infância.• Nalguns doentes, hematúria intermitente manifestada apenas na idade adulta.

HEMATÚRIA GLOMERULAR ISOLADA associada a

MBG EXTREMAMENTE FINA (BR).

D

* Geralmente não associada a proteinúria, HTA ou insuficiência renal ou doença extra-renal.

Page 118: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

118

2. D. DA MEMBRANA BASAL FINA

BIÓPSIA RENAL:1- MO: normal

2 – IMF: sem depósitos de Ig ou C’

3 – ME: MBG difusamente fina

DNos adultos, MBG < 250nm sugere

FORTEMENTE doença MBG fina

√TRATAMENTO

• Geralmente BENIGNA e NÃO REQUER tratamento.• Apenas alguns, tem doença renal progressiva com evolução para DRC terminal.

Page 119: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

119

OUTROS

Doença de Fabry

Page 120: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

DOENÇA DE FABRY

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✓Autossómica RECESSIVA ligada ao X

Alteração do metabolismo/ armazenamento intracelular

excessivo de

GLICOESFINGOLÍPIDOS

Atividade deficiente da α-galactosidade A

lisossomal

++ GLOBOTRIAOSSILCERAMIDA

++ células endoteliais vasculares do rim e do coração

MD

No INÍCIO

AngioqueratomasCrises de dorHipohidrose

ProteinuriaInsuficiência renal

Arritmias cardíacasAVCs*

MORTE PRECOCE~40-50 anos

Mais TARDE

* Acumulação de lípidos na microvasculatura do rim, coração e cérebro

√APRESENTAÇÃO CLÍNICA

*Geralmente na infância* Em rapazes

Page 121: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

121

BIÓPSIA RENAL:

1- MO: células glomerulares vacuolizadas, sobretudo os podócitos

2 – ME: podócitos grandes cheios de vacúolos claros (conteúdo osmofílico),granulado a lamelar

D

DOENÇA DE FABRY

“Corpos de Zebra”

T √TRATAMENTO

Reposição enzimática:- melhoria da dor neuropática- benefício menos claro na progressão/gravidade da doença…

Page 122: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

122

OUTROS

Nefropatia Diabética

Page 123: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

NEFROPATIA DIABÉTICA

123

✓PRINCIPAL causa DRC nos USA (e em PT!)▪ Responsável por >50% dos doentes em hemodiálise▪ Problema crescente(tradução da “epidemia atual” que é a DM tipo 2, obesidade e síndrome metabólico)

✓DM tipo 1 → nefropatia 10-15 anos após diagnóstico

✓DM tipo 2 → história semelhante (mas nesta é difícil datar diagnóstico….)

FACTORES DE RISCO principais:

• história familiar de nefropatia diabética

• HTA• Mau controlo glicémico

* Risco + elevado nalguns grupos raciais (afro-americanos, índios pima)

A história natural da nefropatia diabética em doentes com DM tipo 1 e 2 é semelhante. No entanto, sabendo-se que o diagóstico de DM tipo 1 é prontamente identificado e o de DM tipo 2 não o é, um doente com DM2 recém diagnosticada pode ter tido doença renal por muitos anos e apresentar-se com nefropatia diabética avançada.

Page 124: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

124

MDPatogénese complexa.• aumento da glicolização das proteínas, com acumulação de

produtos finais de glicolisação avançada (AGES) que se ligam ao colagénio

• hiperfiltração e hipertensão glomerular → aumento da pressão nos capilares glomerulares → alteração da função e estrutura renal.

* A composição da MBG é particularmente alterada com perda dos componentes de sulfato de heparano que formam a barreira de filtração carregada negativamente →maior filtração das proteínas que irão penetrar na urina → albumina ++ (que tem carga negativa)

** A hiperfiltração e hipertensão glomerulares levam a espessamento da MBG, expansão da matriz e glomeruloesclerose.

NEFROPATIA DIABÉTICA

Page 125: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

125

D▪MICROALBUMINÚRIA (>30 mas <300 mg/24horas) é a MANIFESTAÇÃO INICIAL▪ Com o tempo, evolução para PROTEINÚRIA (>300mg/24horas)

• HTA:

- praticamente universal nos doentes com nefropatia diabética.- requer pelo menos 3 anti-hipertensores (de difícil controlo!)

▪ Outras complicações microvasculares (p.e. retinopatia):- DM 1, relação forte (95%) entre o desenvolvimento de nefropatia diabética- nos DM2 esta relação é mais fraca (60%)

√APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Grau de proteinúria correlaciona-se com prognóstico renal!Depois do desenvolvimento da proteinúria → progressão para DRT!

NEFROPATIA DIABÉTICA

Page 126: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

126

NEFROPATIA DIABÉTICA

BIÓPSIA RENAL:•(sinais precoces) Hipertrofia glomerular e espessamento da MBG

•(progressão) hialinose arteriolar, ateriosclerose e expansão mesangial•(mais tarde) formação nodular → nódulos de Kimmelstiel-Wilson•Glomerulosclerose difusa

D

Nos doentes com DM >10 anos e retinopatia a BR pode NÃO ser necessária

Indicada se:• evolução ATÍPICA (síndrome nefrótico)• DM com <10 anos de evolução• Perda de função renal rápida

Page 127: Doenças glomerulares e síndromes nefrótica e nefrítica

NEFROPATIA DIABÉTICA

127

T TRATAMENTO

▪ iECAs ou ARAs →atrasam a progressão da doença e devem ser utilizados em

TODOS os doentes com albuminúria, mesmo se normotensos.

▪Controlo glicémico apertado (HbA1c <7%) também retarda a evolução da doença.

▪ TA alvo < 125mmHg (mas difícil: múltiplos fármacos + restrição de sal)

Os fármacos que inibem o SRA INDEPENDENTEMENTE dos seus efeitos sobre a PA retardam a progressão da nefropatia diabética nos estádios inicial e tardio » mecanismo-chave? Redução da hipertensão glomerular.

Os doente diabéticos em HD tem sobrevida menor comparando com os outros doentes dialisados.

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NEFROPATIA DIABÉTICA

ESTADIOS CLINICO-PATOLOGICOS DA ND:

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CASO CLINICO 2

Sexo feminino, 36 anos, sem APs ou AFs de relevo. Apresenta-se no SU com história de tosse não produtiva, cansaço e edema dos membros inferiores com 2 semanas de evolução. Diz que nos últimos 3 dias está a urinar menos, com urina mais escura. À admissão, TA 165/95mmHg, edema periférico, restante EO sem alterações.Laboratorialmente, sCr 3,6 mg/dL. UII: densidade 1.022, proteínas 2+, muitos GVs, alguns GBs, muitos cilindros pigmentados e de GVs.Após internamento, ao 3º dia mantem-se hipertensa, sCr 5,1 g/dL e com diurese de 350cc/diáriosPor consulta da PDS, há 1 ano no MGF, TA 115/75 mmHg, sCr 0.9 mg/dL, urianálise normal.

Indique a FALSA:

1- A doente tem um síndrome nefrítico;2- A biópsia renal é importante e pode apresentar-se com necrose e crescentes;3 – A história sugere uma causa extrarrenal;4 – Pode tratar-se de um LES;5 – Se o anticorpo anti-PR3 for positivo, a taxa de recidiva é alta.

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CASO CLINICO 3Sexo masculino, 16 anos, sem APs ou AFs de relevo. Apresenta-se no seu MGF com queixas de pernas inchadas desde há 3 dias.Ao EO, TA 150/90mmHg, edema facial e bimaleolar, sem outros achados.Analiticamente, sCr 1.2 mg/dL, albumina 1.8g/dL, colesterol total 270 mg/dL. UII: pH 5, densidade 1.012, proteínas 4+, GVs 1+, sem GBs e sem cilindros.Ao exame microscópico urinário, cruz de malta à luz polarizada.

Indique a VERDADEIRA:

1- O doente tem um síndrome nefrítico2- A biópsia renal é indispensável3 – O mais provável é tratar-se de uma glomeruloesclerose segmentar e focal4 – Seria importante quantificar a proteinúria de 24horas, e esta é provavelmente não seletiva5 – A biópsia pode apresentar-se normal à microscopia óptica.

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CASO CLINICO 4

Sexo masculino, 24 anos, saudável.Recorreu ontem ao seu MGF por dor de garganta, tendo sido admitida etiologia viral e assumido tratamento dirigido aos sintomas.Recorre hoje ao SU muito ansioso por estar a urinar sangue.Ao EO, TA 154/100mmHg, apirético, orofaringe hiperemiada sem exsudados, sem outros achados.Analiticamente, sCr 2.5 mg/dL, UII muitos GVs, proteinas 3+, sem leucócitos ou cilindros.

Indique a VERDADEIRA:

1- É expectável que este doente tenha também hipoalbuminémia e hipercoaguabilidade2- Trata-se certamente de uma doença rara3 –Este doente tem um prognóstico favorável4 – Os inibidores da enzima conversora da angiotensina estão contra-indicados5 – A biópsia renal pode apresentar depósitos mesangiais de IgA