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IESA – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOASFAA – FACULDADE ALAGOANA DE AMDMINISTRAÇÃO
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ALEX FERNANDES DE ALMEIDA SILVAERIKA ESTEFÂNIA LESSA
YOURAN CRUIFF DOS SANTOS BEZERRA
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA ESSENCIAL PARA A PERMANÊNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMRPESAS NO
MERCADO ALAGOANO: ESTUDO DE CASO.
MACEIÓ/AL2012
ALEX FERNANDES DE ALMEIDA SILVAERIKA ESTEFÂNIA LESSA
YOURAN CRUIFF DOS SANTOS BEZERRA
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA ESSENCIAL PARA A PERMANÊNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMRPESAS NO
MERCADO ALAGOANO: ESTUDO DE CASO.
MACEIÓ/AL2012
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto de Ensino superior de Alagoas – IESA, e a Faculdade Alagoana de Administração – FAA, como parte do requisito para obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Profº. Givanildo Marques de Oliveira
ALEX FERNANDES DE ALMEIDA SILVAERIKA ESTEFÂNIA LESSA
YOURAN CRUIFF DOS SANTOS BEZERRA
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA ESSENCIAL PARA A PERMANÊNCIA DAS MICRO E PEQUENAS EMRPESAS NO
MERCADO ALAGOANO: ESTUDO DE CASO.
Aprovado em ___ de ________ 2012.
Banca Examinadora
Profº Givanildo Margues de Oliveira
Profª Sara Conzaga de Oliveira
Profª Iara Costa
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto de Ensino superior de Alagoas – IESA, e a Faculdade Alagoana de Administração – FAA, como parte do requisito para obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis.
Dedicamos esse trabalho aos nossos pais, amigos e mestres. De uma forma geral agradecemos a todos aqueles que de uma forma ou de outra ajudaram na realização desse sonho.
“Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te conservará.”
Rei Salomão, Provérbios: 4:6.
RESUMO
O presente trabalho irá versar a respeito de uma temática que tem intrigado a muitos
estudiosos, empreendedores e até ao próprio governo, qual seja: a falência precoce
de micro e pequenas empresas nos primeiros anos de existências. Além de
evidenciar os principais motivos que ajudam a majorar esses altos índices,
apontaremos quais medidas saneadoras devem ser tomadas para minorá-los ou,
quiçá, erradicá-los. Segundo pesquisa da Junta Comercial de Alagoas (JUCEAL) em
2010 cerca de mais de 30% das empresas registradas entraram com pedido de
falência nos primeiros anos. Essa pesquisa aponta que os fatores mais imperativos
para tal problema era a falta de uma visão gerencial do empreendimento, atrelado
ao desconhecimento das informações geradas pela contabilidade. Entender esses
números é muito importante, visto que através deles podemos detectar se o que foi
planejado está sendo ou não alcançado ou até mesmo se o modelo de gestação
adotado é condizente com a real necessidade da empresa. Destarte, mostraremos
que a Contabilidade Gerencial tem como primazia ajudar aos gestores e
empreendedores a tomarem as melhores e incisivas decisões dentro deste meio
mercadológico bastante competitivo. Haja vista que esta é uma das armas mais
eficazes para garantir a permanência e solidez do empreendimento no mercado.
Palavras-chave: Contabilidade Gerencial, Micro e Pequenas Empresas e empreendimento.
ABSTRACT
This work will traverse about an issue that has puzzled many scholars, entrepreneurs
and even the government itself, namely, the early failure of micro and small
enterprises in the first years of existence. In addition to highlighting the main reasons
that help majorar these high rates, we will identify which remedial measures should
be taken to diminish them or, perhaps, to eradicate them. According to research by
the Board of Trade of Alagoas (JUCEAL) in 2010 about more than 30% of registered
companies filed for bankruptcy in the early years. This study suggests that factors
imperative for such a problem was the lack of a managerial vision of the enterprise,
coupled with lack of information generated by accounting. Understanding these
numbers is very important, because through them we can detect if that was planned
or not being reached, or even if the pregnancy model adopted is consistent with the
real business need. Thus, we show that management accounting has as its priority to
help entrepreneurs and managers make better decisions and incisive within this
highly competitive marketing environment. Considering that this is one of the most
effective weapons to ensure the permanence and solidity of the enterprise market.
Keywords: Managerial Accounting, Micro and Small Enterprises and enterprise.
ÍNDICES DE ILUSTRAÇÕES
Gráficos
Gráfico 1:Taxa de Mortalidade das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
no Brasil.....................................................................................................................39
Quadros
Quadro 1: Contabilidade Financeira x Contabilidade Gerencial................................21
Quadro 2: Contabilidade Financeira x Contabilidade Gerencial 2.............................21
Quadro 3: Balanço Patrimonial..................................................................................25
Quadro 4: Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados................................26
Quadro 5: Demonstração do Resultado do Exercício................................................27
Quadro 6: Demonstração dos Fluxos de Caixa.........................................................29
Quadro 7: Modelo I - Demonstração do Valor Adicionado - Empresas em Geral......31
Quadro 8: Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido...................................32
Quadro 9: Evolução das Receitas.............................................................................33
Quadro 10: Evolução dos Custos e Despesas..........................................................34
Quadro 11: Evolução dos Resultados.......................................................................34
Quadro 12: Comparativo GEM (Mundial) VS. SEBRAE (Nacional)...........................37
Tabelas
Tabela 1: Segmentos com maiores taxas de expansão de MPEs.............................36
Tabela 2: Resultado da entrevista com empresas abertas e fechadas em Alagoas. 42
Tabela 3: Questionário acerca do Contador e sua importância.................................42
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................11
2 CONTABILIDADE GERENCIAL...................................................................................................13
2.1 CONCEITOS INICIAIS...........................................................................................................13
2.3 A VISÂO DA CONTABILIDADE PELO O EMPRESÁRIO.................................................15
2.4 FUNÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL.................................................................16
2.4.1 GESTÃO DOS CUSTOS................................................................................................18
2.4.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DAS EMPRESAS..................................................18
2.4.3 AUXILIO NA TOMADA DE DECISÃO..........................................................................19
2.5 DIFERENÇAS ENTRE A CONTABILIDADE GERENCIAL E A CONTABILIDADE FINANCEIRA..................................................................................................................................20
2.6 OS VÁRIOS PAPEIS DO CONTADOR...............................................................................22
2.6.1 O CONTADOR FISCAL..................................................................................................22
2.6.2 OCONTADOR GERENCIAL..........................................................................................22
2.6.3 O CONTADOR ADIMINISTRADOR..............................................................................23
2.7 RELATÓRIOS EMBASADORES DA CONTABILIDADE GERENCIAL...............................24
2.7.1 DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS............................................................................24
2.7.1.1 BALANÇO PATRIMONIAL..........................................................................................25
2.7.1.2 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS....................26
2.7.1.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.........................................27
2.7.1.4 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA.........................................................28
2.7.1.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO.......................................................29
2.7.1.6 DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO.........................32
2.7.2 DEMONSTRAÇÕES NÃO OBRIGATÓRIAS...................................................................33
3 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPES’s)...................................................................35
3.1 O QUE SÃO MICRO E PEQUENAS EMPREAS (MPE’s).................................................35
3.2 O PERFIL DAS MPE’s NO BRASIL.....................................................................................36
3.3 O PERFIL DAS MPE’s NO ESTADO DE ALAGOAS.........................................................38
3.4 O TEMPO DE VIDA DAS MPE’s..........................................................................................39
4 ESTUDOS DE CASOS..................................................................................................................41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................46
6 REFERÊNCIAS..............................................................................................................................47
APÊNDICE.........................................................................................................................................48
1 INTRODUÇÃO
A Contabilidade desde os primórdios vem sofrendo constantes
transformações, objetivando relatar da forma mais íntegra possível a realidade das
entidades geridas e controladas por ela. Assim como as outras ciências ela é
mutável, pois tende a acompanhar a evolução da sociedade, de forma adaptar-se a
todas as necessidades nos âmbitos de controle, gerenciamento e financeiro.
Essa aceleração dos acontecimentos vem aumentando sua importância para
o sucesso financeiro-social das empresas no meio mercadológico à medida que os
anos e gerações passam. Visto que é preciso de informações seguras para se tomar
decisões certas, e são essas informações que a Contabilidade Gerencial oferece.
Segundo Marion (2012, p. 25), “essas decisões mais importantes requerem
cuidado maior, analise mais profunda sobre os elementos (dados) disponíveis, sobre
os critérios racionais, pois uma decisão importante mal tomada pode prejudicar toda
uma vida”.
Dessa forma, esta peça universitária tratará sobre o que a Contabilidade tem
de contundente a trazer para a solidez das empresas no mercado, haja vista que a
extrema competitividade nos dias atuais tem forçado os empreendedores a se
munirem do maior número de informação (internas e externas) possíveis para estar
preparados para quaisquer mudanças que venham a ocorrer, não sentindo de forma
brusca as consequências destas.
Como a Contabilidade Gerencial poderia ajudar na melhoria da gestão e por
consequência na manutenção das empresas no mercado? Ela é uma ferramenta
gerencial que poderá ser usada como apoio para a gestão de qualquer tipo de
empresa, seja ela de grande ou pequeno porte. As informações geradas ajudarão
numa tomada de decisão mais segura, evitando riscos não programados e
aumentando as possibilidades de permanência no mercado cada vez mais
competitivo.
Haja vista que para muitos estudiosos como Assaf Neto e Marion a
Contabilidade Gerencial é o primor do meio Contábil, pois objetiva a monitoração, o
11
entendimento evolutivo das entidades e elaboração de medidas preventivas e quiçá
saneadoras para possíveis problemas de solvência, rentabilidade e endividamento.
É partindo desta premissa que faremos menção a um ramo da Contabilidade
hodierna que é a Contabilidade Gerencial, cujo seu valor tem se intensificado tanto
nas grandes corporações quanto nas pequenas empresas. Para mensurar este
valor, usaremos como campo de pesquisa as Micro e Pequenas Empresas, visto o
alto índice de empresas que entram em processo de falência nos primeiros anos de
existência, muitas vezes ocasionada pela dificuldade dos proprietários na gestão e a
falta de planejamento.
12
2 CONTABILIDADE GERENCIAL
2.1 CONCEITOS INICIAIS
A contabilidade Gerencial segundo Anthony A. Atkinson (2008, p. 36) “é o
processo de produção de informações financeiras e operacionais para funcionários e
gerentes” (Leia-se: gestores do negócio). Pode-se entender que esse processo de
produção inclui a identificação, mensuração, organização e analise de todas as
informações que de forma direta ou indireta influenciarão no negócio.
Já de forma mais técnica o doutrinador IUDÍCIBUS conceitua da seguinte
forma:
a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes em seu processo decisório (IUDÍCIBUS, 2000 p.15).
Segundo a Associação Nacional dos Contadores dos Estados Unidos, através
de seu relatório número 1A:
Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela administração para o planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos (PAVADOZE, 2000, p.27).
Ao tratamos desta matéria, algumas pessoas que não dominam a teoria
científica da Contabilidade, acreditam que esta serve tão somente para registrar,
mensurar e não para ajudar na tomada de decisão que é o foco do meio Contábil
atual. Já em outros casos acreditam que ela só tenha serventia para apuração de
impostos, isto é, mera “ferramenta do FISCO”, evidenciando uma visão deturpada da
ideia central.
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Muitos estudiosos consideram a contabilidade gerencial como uma
ferramenta voltada exclusivamente para a análise de aspectos para que consiga
fornecer informações válidas e úteis no processo decisório à gestão. Seja como for,
em meio às mudanças de mercado que estão ocorrendo, beneficamente ou não, às
empresas precisam se preparar para que tais mudanças não acarretem em seu
declínio econômico financeiro.
2.2 USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBIL-GERENCIAIS
A necessidade da informação é determinada por seus usuários finais, seus
consumidores. Assim, as informações devem ser geradas para atender a esses
usuários e não aos contadores. O contador gerencial é aquele que sabe
perfeitamente que a informação que faz parte do seu sistema foi elaborada para
atender as necessidades de outras pessoas. Portanto, deve-se fazer um estudo
básico das necessidades das informações a partir de decisões que serão tomadas.
Os usuários finais da informação deverão especificar claramente as
necessidades de informações que necessitam para atender adequadamente no
processo de decisão que deverão ser tomadas. Estes poderão ser internos
(administradores de todos os níveis, que usualmente se valem de informações mais
aprofundadas e específicas acerca da Entidade, notadamente aquelas relativas ao
seu ciclo operacional) ou externos (concentram suas atenções, de forma geral, em
aspectos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis).
De uma forma mais generalizada todas as pessoas que necessitam
diretamente ou indiretamente de alguma informação da empresa poderão ser
consideradas como um usuário. Essa amplitude dos tipos de usuários exige que a
contabilidade elabore informações sobre a entidade de forma ampla e fidedigna, que
sejam suficientes para avaliar o patrimônio e suas mutações.
Assim, fica cada vez mais evidente a importância da coerência das
informações e o trato que estas irão ter. É preciso também que a pessoa
responsável por recebê-las tenha conhecimentos suficientes para usá-las de forma a
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garantir um total aproveitamento e por consequência garantir o crescimento da
empresa.
2.3 A VISÂO DA CONTABILIDADE PELO O EMPRESÁRIO
A contabilidade por muitos anos foi entendida como ferramenta de controle e
só. Para muitos empresários totalmente despreocupados com a área econômico-
finaceira, a Contabilidade é somente necessária para atender às exigências
fiscais.
No entanto com o advento da Revolução Industrial em meados dos séculos
XIX esta tomou outro enfoque, pois o mercado começou a expandir-se, organizar-se,
obrigando os antigos donos de negócios a se tornarem gestores, pois se assim não
fizessem estariam automaticamente fora do mercado tão competitivo.
Essa “pressão” levou os empresários, diante de sérias dificuldades no
gerenciamento de sua empresa, a pergunta-se como fazer para manter sua empresa
em equilíbrio, como também fazer com que dê lucro e cresça saudável.
No entanto, tardiamente esta nova visão entrou na mente dos gestores,
principalmente aqueles donos de pequenos negócios, conhecidos como micro e
pequenos empreendedores, pois no começo, essa nova tendência era tida apenas
para grandes negócios. Muitos destes pequenos empresários ainda hoje a
desprezam, não tomando conhecimento que todos os relatórios fornecidos lhes
serviriam de base para acertadas decisões.
Lógico que um pouco dessa cultura se deve a comunidade de contadores que
no intuito e não fazer nada mais que o básico ou apenas o que era exigido pelo
fisco, viciou ou limitou os proprietários a acharem que a contabilidade se resumia
apenas a isso. Por conta disto, por muitos anos, os contadores ficaram conhecidos
como “guarda-livros” do governo, fazendo alusão aos livros onde eram registradas
as informações da empresa e que de uma certa forma pertenciam ao Estado.
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Mais precisamente no Brasil, com a uniformização dos procedimentos
contábeis por intermédio do Comitê de Pronunciamentos Contábeis e reformulações
das Leis, Decretos e Resoluções; além da necessidade de adequar-se as normas
internacionais de contabilidade, tanto para micro e pequenos quanto para empresas
de grande porte, esta ideologia errônea da importância das informações contábeis
esta sendo erradicada.
Cada vez mais fica a certeza que a contabilidade é fonte de informações
indispensáveis para que o empreendimento cresça com segurança, dando “passos”
seguros e com a convicção de se perpetuar no mercado. Afinal, os registros
contábeis fornecem informações sobre custos, capital de giros, encargos além dos
já conhecidos tributos.
E junto com a contabilidade, o contabilista ganha destaque, provando que
pode exercer papel de extrema importância quanto a organização da empresa, à
estruturação contábil e ao planejamento financeiro, além de ser capaz de fazer todo
monitoramento no tocando aos retornos do capital investido.
Assim, aos poucos, os gestores entendem que a contabilidade é um
instrumento de gestão e que o profissional contábil tem todo conhecimento para
assessorá-lo nesse caminho.
2.4 FUNÇÕES DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Desde a sua origem a contabilidade gerencial vem sofrendo diversas
mudanças. No início de sua utilização já foi entendida apenas como controle de
custos e preparação de orçamentos, depois como ferramenta de controle até chegar
aos dias de hoje, tornando-se parte integrante do processo de gestão.
ATKINSON, et al. no livro Contabilidade Gerencial tratam-na como a
informação contábil que tem a capacidade de criar valor, ou seja, tem a capacidade
planejar e executar procedimentos que possam vir a trazer benefícios econômicos
aos empreendedores.
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Consoante ao Relatório da IFAC revisado em 1998, a contabilidade gerencial
teve 4 estágios, quais sejam: “o determinação de custos e controle financeiro (antes
de 1950), fornecimento de informações para o controle e planejamento gerencial
(por volta de 1965), redução de desperdício de recursos usados nos processo de
negócios e por último o de geração de valor por volta de 1995. ”
Foi a partir do último período, que os estudiosos conseguiram unir todos
estágios e construíram um novo pensamento contábil, cujo englobou todas as
idealizações e evoluções de cada período, transformando-a numa ferramenta
fundamental para manutenção de uma empresa no mercado.
A demanda por informações contábil difere, dependendo do nível da
organização. Segundo Atkinson (2008, p. 45), “a informação contábil gerencial
orienta várias funções organizacionais diferentes – controle operacional, custeio de
produto e cliente, controle gerencial e controle estratégico”. Dessa forma,
fornecendo feedback (operacional), mensuração dos custos, Informações do
desempenho (gerencial) e informações sobre o desempenho competitivo
(estratégico).
Marion afirma que “A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de
informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa”. É esse o
instrumento que os empresários precisam adotar diariamente como mecanismo de
suporte às tomadas de decisão.
Dessa forma, levando em consideração o conceito de contabilidade e sua
utilidade, podemos relacionar cinco funções, que seriam classificadas como as mais
importantes: registrar todos os fatos ocorridos durante as atividades; organizar todos
os controles contábeis; demonstrar a situação econômica, patrimonial e financeira
da empresa; analisar as demonstrações geradas e acompanha todo o planejamento
econômico da empresa.
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2.4.1 GESTÃO DOS CUSTOS
O gerenciamento dos custos tem se tornando uma das peças fundamentais
para a competitividade no mercado, pois contribui para uma melhor posição de
venda de produtos e obtenção de lucro, ou seja, quanto mais se gasta para produzir
um determinado serviço ou produto, mais caro este será para o seu cliente.
Portanto, uma melhor administração dos custos de produção fixos ou
variáveis, medidas de contenção, ou melhor, de administração precisa destes,
poderão se transformar, muito facilmente, na geração de renda para o
empreendimento e solidificação deste dentro do meio mercadológico.
A gerencia do custo de qualquer projeto agrega os processos que envolvem
planejamento, estimativa, orçamento e controle de custos que serão necessários
para a conclusão do projeto a partir de uma previsão orçamentária. Em termos
gerais, esse gerenciamento inclui a estimativa de custos, o orçamento de custos e o
controle dos custos.
Deste modo, quanto melhor gerido o empreendimento for, melhor é a relação
proporcional, haja vista que este afeta diretamente no resultado da empresa,
reduzindo assim o seu lucro, e, por conseguinte, sua distribuição entre os acionistas
ou donos do empreendimento.
Gestão de Custos segundo Vieira, et al (2003, p.35) é:
dentre as ferramentas que podem auxiliar o gestor no processo decisório pode-se citar: os sistemas de custeio e análise de custos, do volume e do lucro como margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança, que se constituem em importantes instrumentos da contabilidade gerencial.
2.4.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DAS EMPRESAS
Uma das funções mais importantes da contabilidade gerencial é fornecer
informações que sirvam como base para a avaliação de desempenho, não só em
relação à apuração dos resultados, mas também de tudo que envolve a
administração da empresa.
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É válido salientar que esta só pode ocorrer se e somente se houver uma
interação entre as informações geradas por todos os setores e departamentos da
empresa, proporcionando assim dados que permitam avaliar cada parte do processo
de planejamento produção e vendas.
2.4.3 AUXILIO NA TOMADA DE DECISÃO
A Contabilidade é um grande instrumento responsável no auxílio aos gestores
no processo de tomada de decisão. Pois tem o poder de coletar, mensura, registrar
e, por conseguinte, transformar dados em informações que objetivam auxiliar no
processo decisório. É válido salientar que quanto mais complexa for à decisão a ser
tomada, mais informações deverão ser coletadas e analisadas.
A integridade nas informações proporciona ao gestor uma tomada de decisão
mais segura e acertada, diminuindo consideravelmente a margem de erro, o que
pode evitar consequências drásticas para o empreendimento.
Em seu livro Contabilidade Gerencial, o saudoso Profº Pavadoze (1994, p 26)
versa as seguintes frases: “contabilidade gerencial não é um existir, mas um fazer. É
ação, não técnica especificas da contabilidade”. Ou seja, esta ferramenta vai muito
além do pensar contábil, tendo em vista que abrange outras disciplinas com a
Administração empresarial (quer seja nos ramos financeiro ou não) e a economia.
À medida que uma empresa cresce, suas atividades tornam-se mais
complexas. Para dirigi-la os administradores necessitam de informações para
inteirar-se dos acontecimentos importante nas respectivas áreas de atuação. A
tomada de decisões depende, em grande parte da quantidade e qualidade das
informações recebidas. A tarefa é coletar dados, analisá-los e retratá-los de forma
simplificada para que os gestores possam fazer com que a empresa atinja seus
objetivos.
A clareza e objetividade desses relatórios é fundamental para que isso seja
alcançado. É imprescindível que estes demonstrem claramente a situação passada
e a tendência futura dos fenômenos que podem de alguma forma impactar no
19
desempenho da empresa. Essa visão ampla permite maior segurança na tomada de
decisão e por consequência minimizam os possíveis erros.
Dessa forma a Contabilidade Gerencial vem como um processo que tem
como finalidade produzir informações estratégicas em todos os campos da empresa,
sejam eles internos e/ou externos. Outro fator de importância é a utilização de outros
campos de conhecimentos para assessorar na elaboração de relatórios conforme as
necessidades dos usuários,
2.5 DIFERENÇAS ENTRE A CONTABILIDADE GERENCIAL E A
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Basicamente o que diferencia a Contabilidade Gerencial da Contabilidade
Financeira ou Geral é o seu foco quanto às informações, pois a Contabilidade
Gerencial preocupa-se em fornecê-las para usuários internos, tais como: controller,
diretores, gerentes, etc.; ao passo que a Contabilidade Financeira fornece
informações úteis para os usuários externos, como: acionistas, fiscos, fornecedores,
etc.
São muitas os autores que trabalham esse tema, podemos citar José Carlos
Marion, Clovis Luis Padoveze e Anthony A. Atkinson. Cada um com um foco
particular, mas no geral ambos concordam com as diferenças macros das duas
contabilidades, a seguir posição de Padoveze.
20
Quadro 1: Contabilidade Financeira x Contabilidade Gerencial
Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial
Seu público alvo é principalmente o
externo; Bancos, financeiras, governo,
etc.
Seu público alvo é de fato o interno, que
mostra detalhes sobre a situação da
empresa como um todo.
Tem como objetivo o controle do
patrimônio da entidade, em todos os
seus aspectos.
Seu objetivos maior é o de fornecer
informações necessárias para a gestão
visando à tomada de decisões.
Sua temporalidade limita-se a fatos
ocorridos / passados.
A contabilidade gerencial é uma corrente
visando o futuro
A contabilidade financeira possui
limitações, ela é regulada pela CFC.
Não podem existir regras demais que a
limitem, deve ser usada de acordo com a
necessidade da empresa.
PADOVEZE, Clovis Luis. Contabilidade Gerencial: Um enfoque em sistema de informação contábil.
Anthony A. Atkinson em seu livro Contabilidade Gerencial também retrata
essa diferença, demonstrando-a no quadro 1.1 – características básicas das
contabilidades financeira e gerencial, como mostra a tabela abaixo.
Quadro 2: Contabilidade Financeira x Contabilidade Gerencial 2
Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial
AudiênciaExterna: acionista, credores,
autoridades tributárias.
Interna: funcionários, gerentes,
executivos.
Propósito
Relatar o desempenho passado
ao público externo; contratos
com proprietários e credores
Informar as decisões internas tomadas
por funcionários e gerentes; dar feedback
e controlar o desempenho operacional.
Posição no Tempo Histórica; atrasada Atual, orientada para o futuro.
Restrições
Regulamentada; orientada por
princípios contábeis geralmente
aceitos e por autoridades
governamentais.
Desregulamentada; sistemas e
informações determinados pela
administração para atender às
necessidades estratégicas e operacionais.
Tipo de InformaçãoApenas mensurações
financeiras
Natureza da
Informação
Objetiva, auditável, confiável,
consistente, precisa.
Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor;
válida, relevante, precisa.
EscopoAltamente agregada; relatórios
sobre a organização total.
Desagregada; informa decisões e ações
locais.
Fonte: ATKINSON, Anthony A., Contabilidade Gerencial, 2008, p. 38.
21
2.6 OS VÁRIOS PAPEIS DO CONTADOR
2.6.1 O CONTADOR FISCAL
A figura do contador é extremamente interessante, pois o financiador do seu
serviço é o dono do empreendimento, que o contrata mediante a necessidade de
registrar, controlar e auxiliar na tomada de decisão.
Entretanto, esta mesma figura assumiu outras posturas, quais sejam: a de
fiscais do Governo, Estado e Município; salientando-se que não há bonificação
alguma por este trabalho.
Segundo Fabretti (1996, p.25), Contabilidade Fiscal:
é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada.[...]
Como ramo da contabilidade, deve demonstrar a situação do patrimônio e o resultado do exercício, de forma clara e precisa, rigorosamente de acordo com os conceitos, princípios e normas básicas de contabilidade. Oresultado apurado deve ser economicamente exato.
Entretanto, a legislação tributária freqüentemente atropela os resultados econômicos para, por imposição legal, adaptá-los a suas exigências e dar-lhe outro valor (resultado fiscal), que nada tem a ver com o resultado contábil.
[...] é comum que empresa com prejuízo econômico, ao qual o fisco manda acrescentar despesas que considera indedutíveis, chega a apresentar um lucro fiscal que recebe o nome de 'lucro real'!.
2.6.2 OCONTADOR GERENCIAL
A função do contador gestor é oferecer informações através de relatórios dos
diversos setores da empresa que auxiliaram na tomada de decisões. Eles pode agir
em três níveis de hierarquia: nível alto da gerencia; nível intermediário da
administração e nível inferior da administração.
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Para o nível alto, composto em sua maioria por diretores, presidentes e
acionistas, o contador gerencial fornece informações estratégicas. Para o nível
intermediário são disponibilizadas por meios dos famosos relatórios contábeis. Já
para o nível inferior são fornecidos relatórios mais pontuais, detalhados
contemplando numa linguagem mais simples o que está acontecendo e o que se
espera da empresa.
Conforme PAVADOZE:
Contabilidade gerencial deve suprir, através do sistema de informação contábil gerencial, todas as áreas da companhia. Como cada nível de administração dentro da empresa utiliza a informação contábil de maneira diversa, cada qual com um nível de agregação diferente, o sistema de informação contábil gerencial deverá providenciar que a informação contábil seja trabalhada de forma específica para cada segmento hierárquico da companhia (PADOVEZE, 2000, p.34).
Já de forma mais sucinta CREPALDI:
Contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial (CREPALDI, 998, p.18).
2.6.3 O CONTADOR ADIMINISTRADOR
A diferença crucial entre o Contador Administrador e o Gerencial é: um coleta
os dados lapida-os e extrai informações pertinentes a atividade empresarial. Já o
Administrador toma estas mesmas informações cria uma forma pô-la em prática, isto
é, formula um planejamento estratégico, onde são elencadas ações e atividades que
comprovarão se o que foi coletado e lapidado condiz com a realidade da empresa
dentro do mercado e quais os trajetos a serem trilhados.
Como a contabilidade utiliza outros campos do conhecimento, a exemplo da
Administração, ela absolve todos os conhecimentos necessários para garantir um
bom gerenciamento de toda estrutura. E de posse dos relatórios contendo as
informações, Ele garante um controle eficaz e eficiente de toda a cadeia produtiva.
23
2.7 RELATÓRIOS EMBASADORES DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Muito se falou em Contabilidade Gerencial, seu campo de atuação, para
quem e para quê serve. Mas antes de tudo isso devemos estar cientes de quais
relatórios devemos tomar conhecimento para que possamos usufruir de todos os
benefícios gerados por esta ferramenta de extrema importância.
É sabido que estes relatórios, contabilmente chamados de Demonstrações
Contábeis, são oriundos da escrituração das referidas empresas. Isto é, do registro
de todos os fatos administrativos mensuráveis em dinheiro, quais sejam: compra de
imobilizado, compra de mercadorias para revenda, venda de mercadorias,
empréstimos obtidos entre outros. Portanto, faz-se necessário uma contabilização
fiel para que as demonstrações representem de forma precisa a realidade do
empreendimento e, por fim, gerem informações suficientes para a tomada de
decisão.
2.7.1 DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS
Consoante a Legislação Comercial, são obrigatórios o Balanço patrimonial e a
Demonstração de Resultado de Exercício ao final do ano social. Já a Legislação do
Imposto de Renda, exige que sejam feitos o Balanço Patrimonial e a Demonstração
de Resultado de Exercício somente das empresas optantes pelo regime de
tributação do Lucro Real.
A legislação que trata a cercas das Demonstrações Contábeis é a Lei das
Sociedades por Ações nº 6.404/76 e suas alterações, cujo de forma genérica traz as
seguintes recomendações no tocante as Demonstrações:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
24
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
2.7.1.1 BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial (BP) é o principal espelho das empresas, pois é
através deste que se pode identificar como estão distribuídos os bens, direitos e
obrigações da entidade. Ou seja, de que forma está sendo originado o recurso para
a subsistência do empreendimento e qual é a formatação de aplicação destes
mesmos recursos.
Para que o interessado possa se situar no tocante a interpretação deste
demonstrativo, foi feita uma separação extremamente didática dos bens, direitos e
obrigações como mostra o quadro a seguir:
Quadro 3: Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo não Circulante Passivo não Circulante
Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido
Investimentos Capital Social
Imobilizado Reservas de Capital
Intangível Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
Fonte: CENOFISCO 2012.
25
2.7.1.2 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) tem a função de
intersecção entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado Exercício.
Haja vista que esta demonstração nos evidencia de qual forma o Lucro do exercício
foi distribuído e destinado dentro do Patrimônio Líquido da entidade, objetivando
assim discriminar aos sócios a sua distribuição.
Quadro 4: Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
R$
Lucros ou Prejuízos Acumulados Saldo em 31/12/20X1 ..........................
(+ ou -) Ajustes de Exercícios Anteriores
Mudanças de Critérios Contábeis ..........................
Retificação de Erros de Exercícios Anteriores ..........................
Saldo Ajustado ..........................
(-) Incorporações de Lucros ao Capital Social ( .......................... )
(+) Reversões de Reservas
de Contingências ..........................
de Lucros a Realizar ..........................
(+ ou -) Lucro ou Prejuízo do Exercício ..........................
(-) Destinação do Lucro
Reserva Legal ( .......................... )
Reserva Estatutária ( .......................... )
Reserva de Lucros a Realizar ( .......................... )
Dividendos a Distribuir ( .......................... )
Lucros ou Prejuízos Acumulados Saldo em 31/12/20X2
Fonte: CENOFISCO 2012.
26
2.7.1.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem a função de evidenciar
o montante de receitas auferidas no decorrer do ano social e todos os gastos
incorridos para que a receita fosse granjeada. E, por fim, disponibilizar aos sócios
qual foi o Lucro/Prejuízo Líquido Contábil atingindo no período, como nos mostra o
exemplo a seguir:
Quadro 5: Demonstração do Resultado do Exercício
MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIORECEITA OPERACIONAL BRUTAVendas de Produtos/MercadoriasPrestação de Serviços(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) CUSTOS DAS VENDASCusto dos Produtos/Mercadorias Vendidos Custo dos Serviços Prestados (=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Com Vendas Despesas Administrativas (-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDASDespesas Financeiras(-) Receitas FinanceirasVariações Monetárias e Cambiais Passivas(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante (-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IR E CSLL SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro (=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES (-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias,
Fundos de Assistência e Previdência para Empregados(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Fonte: CENOFISCO 2012.
27
2.7.1.4 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Conforme o fascículo nº 17/2010 do CENOFISCO, demonstração de Fluxo de
Caixa:
é a demonstração das entradas e as saídas de caixa e equivalentes de caixa. Todo fluxo denota movimento, logo a DFC é dinâmica e mostra as variações ocorridas entre os saldos de caixa de dois períodos consecutivos. Para entendermos um fluxo de caixa, é necessário observarmos as operações realizadas pela empresa e outros eventos que afetam o caixa de maneira positiva ou negativa. Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as movimentações das disponibilidades são divididas em três grupos distintos:
I - atividades operacionais;
II - atividades de investimentos;
III - atividades de financiamentos.
28
Como forma de ilustração do modelo adotado:
Quadro 6: Demonstração dos Fluxos de Caixa
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto 2009
Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais
Recebimentos de clientes xxx
Pagamentos a fornecedores e empregados (xxx)
Caixa gerado pelas operações xxx
Juros pagos (xxx)
Imposto de renda e contribuição social pagos (xxx)
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos (xxx)
Caixa Líquido Proveniente das Atividades Operacionais xxx
Fluxos de Caixa das Atividades de Investimento
Aquisição da controlada x líquido do caixa incluído na aquisição (A)
(xxx)
Compra de ativo imobilizado (xxx)
Recebimento pela venda de equipamento xxx
Juros recebidos xxx
Dividendos recebidos xxx
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Investimento (xxx)
Fluxos de Caixa das Atividades de Financiamento
Recebimento pela emissão de ações xxx
Recebimento por empréstimo a logo prazo xxx
Pagamento de passivo por arrendamento (xxx)
Dividendos pagos* (xxx)
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Financiamento (xxx)
Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa xxx
Caixa e equivalentes de caixa no início do período (B) xxx
Caixa e equivalentes de caixa ao fim do período (B) xxx
Fonte: CENOFISCO 2012.
29
2.7.1.5 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
De acordo com o fascículo nº 32/2009 do CENOFISCO a Demonstração de
Valor Adicionado (DVA):
A DVA deve evidenciar a participação dos sócios não controladores e prestar informações aos usuários das demonstrações contábeis relativas à maneira como a riqueza de determinada entidade foi criada, bem como os procedimentos utilizados para a sua distribuição. O detalhamento da riqueza deverá ser feita da seguinte maneira:
a) pessoal e encargos;
b) impostos, taxas e contribuições;
c) juros e aluguéis;
d) Juros sobre o Capital Próprio (JCP) e dividendos; e
e) lucros retidos/prejuízos do exercício.
30
Como forma de ilustração do modelo adotado:
Quadro 7: Modelo I - Demonstração do Valor Adicionado - Empresas em Geral
DESCRIÇÃO em milhares de Reais 20X1
em milhares de Reais 20X0
1 - Receitas
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa - Reversão (Constituição)
2 - Insumos Adquiridos de Terceiros
(inclui os valores dos impostos - ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3 - Valor adicionado bruto (1-2)
4 - Depreciação, amortização e exaustão
5 - Valor adicionado líquido produzido pela entidade (3-4)
6 - Valor adicionado recebido em transferência
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 - Valor adicionado total a distribuir (5+6)
8 - Distribuição do valor adicionado
8.1) Pessoal
8.1.1 - Remuneração direta
8.1.2 - Benefícios
8.1.3 - F.G.T.S
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 - Federais
8.2.2 - Estaduais
8.2.3 - Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 - Juros
8.3.2 - Aluguéis
8.3.3 - Outras
8.4) Remuneração de capitais próprios
8.4.1 - Juros sobre o capital próprio
8.4.2 - Dividendos
8.4.3 - Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4 - Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)
Fonte: CENOFISCO 2012.
31
2.7.1.6 DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
A Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido tem a nobre função de
disponibilizar para os sócios e gestores toda movimentação ocorrida dentro do
Patrimônio Líquido, de forma a mostrar aos interessados qual é o volume de
recursos empregados pelos sócios dentro da entidade.
Segue o exemplo de DMPL:
Quadro 8: Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
DO EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.X2 EM MILHARES DE R$
Histórico
CapitalRESERVAS DE
CAPITALRESERVAS DE LUCROS Lucros
AcumuladosTotal
RealizadoÁgio na Emissão de Ações
Sub-venções
para Inves-timentos
Reserva Para Contingência
Reserva Estatutária
Reserva
Legal
Saldo em 31.12.x1Ajustes de Exercícios Anteriores:
efeitos de mudança de critérios contábeis
retificação de erros de exercícios anteriores
Aumento de Capital:
com lucros e reservas
por subscrição realizada
Reversões de Reservas:
de contingências
de lucros a realizar
Lucro Líquido do Exercício:
Proposta da Administração de Destinação do Lucro:
Transferências para reservas
Reserva legal Reserva estatutária Reserva de lucros para expansão
Reserva de lucros a realizar
Dividendos a distribuir (R$ ... por ação)
Saldo em 31.12.X2
Fonte: CENOFISCO 2012.
32
2.7.2 DEMONSTRAÇÕES NÃO OBRIGATÓRIAS
Além das demonstrações discorridas anteriormente existem outras que só
tem cunho Gerencial, pois não estão determinadas em Lei e variam de acordo com o
tipo de empreendimento e informação que se quer extrair dos dados gerados pela
Contabilidade.
Segundo o Manual de Procedimentos Contábeis para Micro e Pequenas
empresas existem três tipos de relatórios Gerenciais comumente utilizados:
Quadro 9: Evolução das Receitas
20X0 20X1 20X2
MESES VALOR % VALOR % VALOR %
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ Fonte: CENOFISCO 2012.
33
Quadro 10: Evolução dos Custos e Despesas
20X0 20X1 20X2
MESES VALOR % VALOR % VALOR %
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ Fonte: CENOFISCO 2012.
Quadro 11: Evolução dos Resultados
20X0 20X1 20X2
MESES VALOR % VALOR % VALOR %
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ Fonte: CENOFISCO 2012.
34
3 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPES’s)
3.1 O QUE SÃO MICRO E PEQUENAS EMPREAS (MPE’s)
As micro e pequenas empresas em outras épocas eram considerados
erroneamente empreendimentos supérfluos, tendo em vista que eram analisadas,
em separado, pois não tinham expressividade econômica como as grandes
potências da época.
Com o passar dos anos e o crescimento de empresas enquadradas nesse
seguimento, foi dando uma maior atenção, o que gerou em estudiosos e em
instituições como o SEBRAE um nicho de mercado muito valioso, o que outrora era
analisado de forma unilateral, passou a ser estudado dentro do mercado.
Foi a partir daí que se observou o seu poder dentro do meio mercadológico,
tanto no que consiste na geração de empregos diretos e indiretos, quanto na
geração de receita para a nação.
Com o advento da Lei complementar 123 de 14 de dezembro de 2006, no seu
Art. 3º, buscou-se definir o que seria microempresas e empresas de pequeno porte:
considera-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresaria, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso desde que: I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000.00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
35
3.2 O PERFIL DAS MPE’s NO BRASIL
O perfil das microempresas e empresas de pequeno porte no Brasil
encontram dispostos em três o de serviço, comércio e indústria, como nos mostra o
quadro a seguir:
Tabela 1: Segmentos com maiores taxas de expansão de MPEs
O quadro anteriormente exposto evidencia que no Brasil apesar dos
constantes avanços as ideias e investimentos nesse tipo de empreendimento ainda
é um pouco arcaica, haja vista que em relação à produção industrial há uma
disparidade muito grande em relação ao comércio e ao serviço.
É importante ressaltar que as microempresas e empresas de pequeno porte
representam hoje cerca de 97,64% dos empreendimentos existentes demonstrando
a força que este tipo de empreendimento detém, esse alto percentual não só diz
respeito a quantidade de empresas nessa categoria mais também a quantidade de
empregos gerados por esta e também pela grande influência no PIB Brasileiro.
Apesar da tamanha importância que há, tais empreendimentos vêm sofrendo
para estabelecer-se no mercado, devido a diversos fatores internos e externos, tais
quais: déficit gerencial, financeiro e pessoal; como está exposto no quadro
comparativo executado pelo SEBRAE e GEM.
36
Quadro 12: Comparativo GEM (Mundial) VS. SEBRAE (Nacional)
37
Objetivando conceituar de forma mais precisa possível o SEBRAE disponibilizou a
seguinte citação:
a principal razão para o fechamento da empresa está centrada no bloco de falhas gerenciais, destacando-se: ponto/local inadequado, falta de conhecimentos gerenciais e desconhecimento do mercado, seguida de causas econômicas. Fator crucial para as empresas é a dificuldade encontrada no acesso ao mercado, principalmente nos quesitos propaganda inadequada; formação inadequada dos preços dos produtos/serviços; informações de mercado e logística deficiente, caracterizando a falta de planejamento dos empresários (SEBRAE, 2007, p.40).
3.3 O PERFIL DAS MPE’s NO ESTADO DE ALAGOAS
No Estado de Alagoas o percentual de empresas dessa categoria é ainda
maior que o Brasileiro, cerca de 99%. Isso decorre do baixo nível econômico do
Estado. No ano de 2011 o Governo do Estado de Alagoas procurou incentivar de
forma veemente não só o crescimento como também o desenvolvimento, através de
políticas de desburocratização na formalização destas e na diminuição nas alíquotas
de impostos incidentes sobre suas atividades.
No último fórum organizado pela SEPLANDE a gerente de Tecnologia da
Informação da Junta Comercial de Alagoas (JUCEAL), Denise Caetano, falou sobre
as conquistas obtidas no processo de implantação da Rede Nacional de
Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM).
Onde se busca facilitar e desburocratizar os processos de abertura de empresas e
registros de pessoas jurídicas em Alagoas.
Poucas são as empresas alagoanas desse porte que exportam. Apesar do
governo incentivar cada vez mais que as Micro e Pequenas Empresas busquem
novos mercados para expandirem seus negócios, na prática, muitas vezes por falta
de confiança ou conhecimento, os empresários não arriscam em mercados
diferentes, ficando a mercê da economia local.
O Programa Exporta Alagoas, do Centro Internacional de Nagócios (CIN) e
da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) é uma iniciativa que visa
proporcionar as MPEs ingressar do mercado externo de forma mais segura e
38
confiante. O Banco do Nordeste é outro órgão público que dá grande apoio as MPEs
trabalhando com varias linhas de crédito financeiro que se encaixam nas diversas
necessidades.
3.4 O TEMPO DE VIDA DAS MPE’s
De acordo com pesquisas feitas pelo SEBRAE, a taxa de mortalidade das
MPE’s gira em torno de 56%. O implica dizer que medidas e planejamentos de curto
e longo prazo objetivando o crescimento e desenvolvimento destas não estão sendo
executados no decorrer de sua existência.
Esta sobrevida das MPE’s decorre como dito anteriormente da falta de gestão
empreendedora e de controle patrimonial que p foco central da Contabilidade.
Muitas vezes por falta de conhecimento ou ignorância de certos gestores.
Objetivando melhorar tal índice o Governo Federal em conjunto com os Governos
Estaduais e Municipais, além de instituições como o SEBRAE que estudando e dão
indicadores importantes para um planejamento estratégico neste seguimento.
Um quadro extraído do Sítio do SEBRAE mostra de forma precisa o quadro
comparativo das taxas de mortalidade das MPE’s.
Gráfico 1:Taxa de Mortalidade das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte no Brasil
39
Nos últimos meses o numero de pedido de falência diminuíram se
compararmos com o mesmo período do ano passado, porém, a proporção de micro
e pequenas empresas sempre são a maior. Segundo o site
www.alagoasdiario.com.br que publicou um artigo tratando do assunto, em
novembro deste ano foram registrados 136 pedidos de falência, destes 76 foram
feitos por micro e pequenas empresas, 36 por médias e 22 por grandes.
Apesar de esses dados serem nacionais ele exemplifica a dificuldade que
essas empresas tem de se manterem no mercado, sejam pela disputa com
concorrentes maiores e mais estruturados, ou seja, por má administração.
O que tem agravado de certa forma e aumentado a taxa de mortalidade dos
empreendimentos, no que concerne ao gerenciamento, é a falta de elaboração de
um Plano de Negócio previamente estabelecido em conjunto com análise de fluxo de
caixa bastante regrado e seguro.
Segundo Souza e Qualharini (2007) em seu artigo, O Planejamento
Estratégico nas Micro e Pequenas Empresas. Plano de Negócios diz respeito à
capacidade de organizar e prever os efeitos de uma série de eventos, atuando assim
de forma preventiva às possíveis conseqüências indesejáveis, resultante dos
mesmos.
Já em consonância com o SEBRAE, Plano de Negócio conceitua-se da
seguinte forma:
Um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. (SEBRAE, 2009 p.9)
40
4 ESTUDOS DE CASOS
Nosso estudo de caso tenta comprovar a importância da Contabilidade
Gerencial para as Micro e Pequenas Empresas. Para por em prática, optamos por
trabalhar por meio de entrevistas aos empreendedores. Foi elaborado um
questionário que usamos como parâmetro para a realização das mesmas.
A escolha dos entrevistados foi aleatória, apenas respeitando a dimensão da
sua empresa (obrigatoriamente teria que ser MPE’s) e a localização (estado de
Alagoas). Foram entrevistadas pessoas que ainda mantinham a empresa
funcionando e outras que já tinham fechado.
Esses dois públicos foram escolhidos para mostrarmos não só os motivos que
justificavam a manutenção no mercado das empresas, mas também os motivos que
levaram para o fechamento de algumas. Na tentativa de mostrar uma situação mais
parecida com a realidade alagoana, escolhemos 4 cidades para efetuar a pesquisa,
sendo elas: União dos Palmares, Maceió, Coruripe e Arapiraca. Cidades que estão
em realidades diferentes, mas que exemplificam muito bem o Estado de Alagoas.
Por serem municípios aos quais os membros da equipe já são familiarizados
não foi difícil encontrar as pessoas mais adequadas para participarem do estudo. Ao
todo foram entrevistados 60 empreendedores, sendo 40 que ainda possuíam a
empresa e 20 que já tinha fechado.
41
A tabela abaixo mostra como foi feita a distribuição da pesquisa.
Tabela 2: Resultado da entrevista com empresas abertas e fechadas em Alagoas
CidadeEntrevistados com
empresas abertas
Entrevistados com
empresas fechadas
Arapiraca 10 5
Coruripe 10 5
Maceió 10 5
União dos Palmares 10 5
Total 40 20
Foram abordados diversos temas dentre eles o modo que eles viam a
contabilidade para o crescimento da empresa e quais instrumentos contábeis eles
usavam. Todas as informações colhidas foram consolidadas em números e
representadas na tabela como mostrado abaixo.
Tabela 3: Questionário acerca do Contador e sua importância
QuestionamentosArapiraca Coruripe Maceió União
SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO
Acham importante o contador 14 1 13 2 15 0 15 0
O contador é fiscal 15 0 15 0 14 1 15 0
O contador é gerencial 0 15 0 15 0 15 0 15
Gostam do que fazem 15 0 14 1 12 3 14 1
Gostariam de mais informações 15 0 15 0 15 0 15 0
Possuem informações adicionais 0 15 0 15 2 13 0 15
Possuem sistemas gerenciais 10 5 5 10 14 1 9 6
Já possuíram outras empresas 2 13 0 15 14 1 5 10
Seguem planejamento 2 13 1 14 5 10 2 13
Ultilizam mecanismos de controle 9 6 7 8 15 0 9 6
42
Analisando a tabela a cima, podemos constatar que o número de empresas
que usam a contabilidade para fins gerenciais é quase zero. Ainda é forte a cultura
que os serviços de contabilidade são para fins apenas legais, ficando de lado, as
diversas outras utilizações que as informações poderiam ter.
Independente da região, se interior ou capital, no estado de Alagoas, os
empresários utilização da contabilidade gerencial é precária. Alguns por
desconhecimento, outros por mero descaso. É certo afirma que em muitos casos o
preço cobrado pelos serviços “complementares” desmotiva os empresários a
requererem os relatórios e controles gerenciais, visto que as maiorias dos
contadores só oferecem os serviços básicos que são os exigidos pelo governo.
O gráfico abaixo mostra o comparativo entre as empresas que usam e as que
não usam algum tipo de controle gerencial. Fica nítido que as empresas estão
evoluindo e começam a usar os controles como ferramenta de gestão, mesmo que
esses não sejam os contábeis. Porém, se compararmos a situação das empresas na
capital com as localizadas no interior, vemos que ainda e preciso caminhar bastante.
O pior índice foi encontrado na cidade de Coruripe, onde o numero de empresas que
não utilizando algum tipo de mecanismo de controle superou os que usam. Na
cidade de Maceió encontramos o melhor índice, onde todas as empresas
pesquisadas dispõem de controles.
43
Gráfico 02: Comparativo entre o grau de controle gerencial entre as empresas.
No comparativo entre as opiniões de quem ainda possuem empresas com
aqueles que já fecharam, é nítida que há uma falta de organização mais embasada
em dados, sendo este o principal fator de fechamento das empresas. As que ainda
estão no mercado, nota-se que o gestor já possui uma forma de pensar mais voltada
aos processos gerencias, as tomadas de decisão embasadas em informações,
apesar do mesmo ainda não utilizarem todas as ferramentas que a Contabilidade
Gerencial poderia oferecer.
Por outro lado, em pesquisa realizada pela revista PEGN as empresas
alagoanas mesmo com essa postura sobrevivem mais que a média nordestina.
Segundo a repostagem, essa melhora no desempenho das empresas se dá pelo
esforço do Sebrae e outras instituições voltadas a ajudar as MPE’s a exemplo da
FAPEAL, as Incubadoras, Banco do Nordeste e outras.
Nessas parcerias firmadas os Micros e Pequenos empresários conseguem
subsidio não só financeiro mais mercadológico e técnico. Foram através destes que
44
poucas empresas alagoanas conseguiram destaque internacional, servindo de
exemplo para outras de mesmo seguimento.
Na matéria, a gerente de Políticas Públicas do Sebrae em Alagoas, Izabel
Vasconcelos, o estado tem se destacado devido às estratégias adotadas para
melhorar o ambiente empresarial, como a criação das duas Centrais Fácil, em
Maceió e em Arapiraca, permitindo que o empresário planeje o seu negócio, o que
acarreta numa perspectiva maior de permanência no mercado.
Levando as empresas da nossa pesquisa essa informação não se confirma.
Apenas 17 % delas utilizando algum tipo de planejamento antes de executar algum
negócio e apenas 3,33 % possuem algum tipo de informação adicional para
gerenciar seus negócios. Isso prova que apesar do mercado alagoano vir se
destacando, muito ainda precisa ser feito para que esses índices melhorem cada
vez mais.
45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Buscou-se através do presente trabalho, demonstrar a importância da
Contabilidade como ferramenta de Gestão, ou seja, como instrumento embasador
para tomada de decisões mais coesas e concisas, de modo a reduzir o número de
empresas que fecham seu ciclo nos primeiro anos de existência
Para tal, foi feito um aprofundamento nas teorias basilares da contabilidade
com a incursão de conceitos oriundos de Doutrinadores conceituados. Onde se
evidenciou ainda mais a importância fundamental de uma Contabilidade organizada
e sistematizada dentro da entidade, com o fiel objetivo de expressas contabilmente à
realidade patrimonial e financeira da entidade.
Com a pesquisa realizada, constatou-se que um gerenciamento embasado
em informações seguras garantem decisões certas na hora certa. Está bem
localizado no mercado é sempre um fator decisivo para a manutenção aos olhos do
público.
Destarte, pode-se concluir que o alto índice de falências precoces de micro e
pequenas empresas no Estado de Alagoas decorrem do não uso da Contabilidade
como Ferramenta Gerencial, fazendo com que seus gestores primem por caminhos
que não tragam o resultado objetivado e, por fim, cheguem a falir, por muitas vezes
não terem solvência para arcar com suas obrigações.
46
6 REFERÊNCIAS
Agencia SEBRAE de Notícias. Empresas alagoanas sobrevivem mais que a
média nordestina. Disponível em:
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI315260-17180,00-
EMPRESAS+ALAGOANAS+SOBREVIVEM+MAIS+QUE+A+MEDIA+NORDESTIN
A.html. Acessado em 19 de setembro de 2012.
ALBUQUERQUE, Flavia. Cai o número de pedidos de falência em todo o país. Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-12-10/cai-numero-de-pedidos-de-falencia-em-todo-pais. Acessado em 10 de dezembro de 2012.
ATKINSON, Anthony A., BANKER, Rajiv D.,KAPLA, Robert S., YOUNG, S. Mark. Contabilidade Gerencial. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2008;
GRECO, S.M.S.S et al. Empreendedorismo no Brasil; SEBRAE, fatores condicionantes e taxa de mortalidade das empresas no Brasil.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 16º ed. São Paulo: Atlas, 2012;
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 10º Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PADOVEZE, Clovis Luis. Contabilidade Gerencial: Um enfoque em sistema de informação contábil. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2004;
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RIBEIRO, Stênio. Pequenas empresas geraram quase 80% dos empregos de julho, segundo Sebrae. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-09-04/pequenas-empresas-geraram-quase-80-dos-empregos-de-julho-segundo-sebrae. Acessado em 05 de outubro de 2012.
47
SHANK, j. K. Govindarajan, S. Gestão estratégica de custos: a nova ferramenta para a vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
VANDERLEY, Myrna. Artigo: Índice de falência empresarial precoce é reduzido em Alagoas. Sítio http:// www.al.agenciasebrae.com.br, 10 de janeiro de 2012; e,
APÊNDICE
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Questionário para empreendedores que ainda mantém a empresa funcionando:
1 – Qual o tempo de empresa aberta?
Menos de 2 anos De 2 a 5 anos Mais de 5 anos
2 – Vocês dominam o conhecimento de sua área de atual?
Domino Domino algumas coisas e não domino outras Não domino
3 – Seu contador presta algum tipo de relatório ou apenas cumpre a parte fiscal?
Fornece relatórios Somente a fiscal
Quais relatórios: ______________________________________________________
4 – Toma decisões aleatórias ou segue planejamento?
Aleatórias Segue planejamento
5 - Este é seu primeiro empreendimento?
Sim Não Já tive de outro segmento
6 – Antes de realizar novas compras você puxa relatórios de estoque para fazer
consultas?
Sim Não Não tenho
7 – A empresa assume posição reativa ou proativa diante dos problemas?
Reativa Proativa Depende da situação
8 – Considera importante relatórios que mostrem a realidade da empresa?
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Sim Não
9 – Você possui algum controle da rentabilidade do seu capital?
Sim Não
10 – O fluxo financeiro tem controle diário ou mensal?
Diário Mensal
11 – Como vocês controlam o relacionamento com os clientes?
Temos controle do cadastro dos clientes Não temos controle
12 – Você utiliza algum sistema para monitorar sua empresa?
Sim Não De forma alternativa
13 – Você acredita que o profissional contábil poderia contribuir mais para o
crescimento de sua empresa?
Sim Não Já fazem o suficiente
14 – É feita divulgação constante de sua empresa?
Sim Não Só em datas comemorativas
15 – Você é feliz com o que faz?
Sim Não
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