estagio ii economia verde final

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Sumário 1.1 Introdução.......................................... 3 2.1 Breve Histórico da Empresa..........................4 2.1.1 Celg............................................4 2.1.2 Estado de São Paulo.............................7 2.2 Características da Empresa.........................12 2.2.1 Celg...........................................12 2.2.2 Estado de São Paulo............................14 2.3 Características do Setor em que a Empresa Atua.....15 2.3.1 Celg...........................................15 2.3.2 Estado de São Paulo............................16 2.4 Características do Mercado em que a Empresa Atua. . .17 2.4.1 Celg...........................................17 2.4.2 Estado de São Paulo............................17 2.5 Descrição da Área a ser Estudada na Empresa........18 2.5.1 Celg...........................................18 2.5.2 Estado de São Paulo............................19 3.1 Referencial Teórico................................20 3.2 Energias Renováveis................................22 3.2.1 Energia Solar..................................23 3.2.2 Energia Hidráulica.............................24 3.2.3 Energia Eólica.................................25 3.2.4 Energia Maremotriz.............................26 3.2.5 Energia das Ondas..............................27 3.2.6 Energia da Biomassa............................27

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Page 1: Estagio II Economia Verde Final

Sumário

1.1 Introdução................................................................................................................3

2.1 Breve Histórico da Empresa....................................................................................4

2.1.1 Celg...................................................................................................................4

2.1.2 Estado de São Paulo..........................................................................................7

2.2 Características da Empresa....................................................................................12

2.2.1 Celg.................................................................................................................12

2.2.2 Estado de São Paulo........................................................................................14

2.3 Características do Setor em que a Empresa Atua..................................................15

2.3.1 Celg.................................................................................................................15

2.3.2 Estado de São Paulo........................................................................................16

2.4 Características do Mercado em que a Empresa Atua.............................................17

2.4.1 Celg.................................................................................................................17

2.4.2 Estado de São Paulo........................................................................................17

2.5 Descrição da Área a ser Estudada na Empresa......................................................18

2.5.1 Celg.................................................................................................................18

2.5.2 Estado de São Paulo........................................................................................19

3.1 Referencial Teórico................................................................................................20

3.2 Energias Renováveis..............................................................................................22

3.2.1 Energia Solar...................................................................................................23

3.2.2 Energia Hidráulica...........................................................................................24

3.2.3 Energia Eólica.................................................................................................25

3.2.4 Energia Maremotriz.........................................................................................26

3.2.5 Energia das Ondas...........................................................................................27

3.2.6 Energia da Biomassa.......................................................................................27

3.2.7 Energia Geotérmica.........................................................................................28

3.2.8 Energia Azul....................................................................................................29

3.3 Tecnologias Verdes................................................................................................30

3.4 Transporte Sustentável...........................................................................................31

Page 2: Estagio II Economia Verde Final

3.5 Construção Civil Sustentável.................................................................................33

3.6 Saneamento............................................................................................................34

3.7 Uso Racional de Água...........................................................................................35

3.8 Agricultura e Florestas...........................................................................................36

3.9 Investimento em Turismo......................................................................................37

3.10 Emprego Verde....................................................................................................38

3.11 Reestruturação na Educação e Parcerias Privadas...............................................39

4.1 Conclusão...............................................................................................................41

5.1 Referencial Teórico................................................................................................43

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Page 3: Estagio II Economia Verde Final

1.1 Introdução

Este trabalho de estágio tem a proposta de fazer uma análise

bibliográfica do tema Economia Verde, mesmo tendo em vista que a quantidade de

empresas que aderiram a essa nova tendência de mercado ainda é pequena, podemos

notar conforme o texto abaixo que empresas com políticas públicas já têm grande

desempenho nos estados e geram grandes benefícios para a população e stakeholders,

como por exemplo, a atuação do Governo do Estado de São Paulo e da CELG no

Estado de Goiás.

Viver em um mundo globalizado com imensa integração econômica,

social, cultural e política, impulsionada principalmente pelo desenvolvimento dos

meios de comunicação e transporte, onde qualquer informação pode ser acessada a

qualquer momento em qualquer lugar no mundo é extremamente intrigante, nota-se

cada vez mais que a briga acirrada entre as empresas e países pela geração de lucros e

pelo domínio do mercado que afeta não só as pessoas, quando as empresas na busca

de redução de custos cortam diversos gastos como os com empregos, mas também o

meio ambiente.

Considerado “vítima” do avanço tecnoeconômico do ser humano, o

meio ambiente é afetado pela ação humana desde muito tempo atrás, onde para

sustentar o crescimento da humanidade o desmatamento, a poluição ou qualquer outro

tipo de degradação ambiental sempre passou despercebido pelos olhos da

humanidade, pois o bem estar do ser humano era posto sempre em primeiro lugar.

Vários movimentos têm acontecido no mundo com o objetivo de rever

a atuação da humanidade especialmente sobre as políticas sobre o meio ambiente.

Destaca-se entre eles a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD), ou mais conhecida como ECO-92 ou Rio-92, e a

maior conscientização dos consumidores, empresas potencialmente poluidoras ou as

que degradam o meio ambiente de qualquer forma, estão cada vez mais preocupadas

3

Page 4: Estagio II Economia Verde Final

com sua imagem, procurando então se adaptar às novas exigências dos consumidores

diminuindo seu potencial poluidor e impacto ambiental.

Dentro desta linha de mudança, onde muitos a chamam de “Era

Verde”, cada vez mais assuntos como crédito de carbono, degradação ambiental,

aquecimento global e principalmente economia verde tem sido palco de grandes

teorias e discussões, levando empresas e países a debaterem sobre possíveis prós e

contra desse novo assunto e tendência.

2.1 Breve Histórico da Empresa

2.1.1 Celg

A Celg Distribuição S.A. é uma subsidiária integral da Companhia

Celg de Participações (Celgpar), constituída para atender à Lei 10.848, de 15 de

março de 2004, no que concerne a reestruturação societária das empresas de energia

elétrica, cujo processo foi aprovado pelas Resoluções Autorizativas da Agência

Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de números 643/2006 e 773/2006.

A Celgpar é uma Sociedade de economia mista e de capital autorizado,

cujos acionistas são o Estado de Goiás, que possui 99,68% do capital, Eletrobrás,

municípios e investidores privados.

A origem da Celg Distribuição foi a Centrais Elétricas de Goiás S.A.,

criada em 19 de agosto de 1955, mediante Escritura Pública de Constituição, a qual

teve como base a Lei Estadual Nº 1.087, de agosto de 1955, que autorizou a criação

da empresa. A partir de 13 de março de 1956, por meio do Decreto Federal Nº 38.868,

a Centrais Elétricas de Goiás S.A. foi autorizada a funcionar como concessionária de

serviços públicos de eletricidade, atuando como geradora, transmissora e distribuidora

de energia elétrica. Para isso, incorporou as pequenas centrais e as redes de

distribuição pertencentes às companhias municipais. Em 1955, logo depois que sua

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Page 5: Estagio II Economia Verde Final

criação foi autorizada, teve início a construção da Usina Hidrelétrica de Rochedo,

para atender Goiânia e localidades do Sul do Estado. Com potência de 4 MW, a UHE

Rochedo entrou em operação em 1956, conforme relatório socioambiental.

Além da missão de eletrificar o Estado de Goiás, coube à Celg a

responsabilidade de construir a geradora que viria suprir a Capital Federal em início

de implantação. Assim, ainda em 1956 foi deflagrado o projeto da UHE Cachoeira

Dourada, cuja motorização ocorreu em 1959, com 32 MW de potência instalada.

O desenvolvimento do Estado a partir da mudança da Capital Federal

exigiu da Celg o investimento no aumento da produção de energia e a implantação de

um sistema elétrico que atendesse à crescente demanda. Dessa maneira, entre 1965 e

1970 entrou em operação a segunda etapa de Cachoeira Dourada, com 156 MW.

Foram construídas as usinas do Lageado, no médio Norte, e Lages, no extremo Norte,

bem como sistemas de linhas e subestações em 138 kV, 69 kV e 34,5 kV a elas

associadas de acordo relatório publicado.

Na década de 70, construiu-se a terceira etapa de Cachoeira Dourada,

agregando 255 MW ao sistema, e um conjunto de obras de grande porte em 138 e

230kV, principalmente no Sul e médio Norte. O extremo Norte, então contando com

reforço de uma geradora térmica de 5 MW em Araguaína, foi interligado ao sistema

de Tucuruí por meio de uma linha em 138 kV, proveniente da subestação de

Imperatriz. Por outro lado, o reforço para o médio Norte nesta ocasião veio com a

construção da UHE Isamu Ikeda, com 16 MW, e o Nordeste do Estado recebia a UHE

São Domingos, com 12 MW. Para ambos os sistemas, a energia escoava por linhas de

69 kV, conforme dados do relatório socioambiental.

Em 1989, com a divisão do Estado de Goiás ao Norte do paralelo 13,

as instalações da empresa, que incluíam linhas e subestações de 138 KV, 69 KV e

34,5 KV, redes urbanas e rurais, além das centrais hidrelétricas já citadas, totalizando

24,92 MW, foram transferidas para o novo estado do Tocantins.

Na década de 90, foi concluído o aproveitamento de Cachoeira

Dourada com a construção da quarta etapa, acrescentando 200 MW ao sistema, e

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Page 6: Estagio II Economia Verde Final

investiu-se US$ 250 milhões em linhas, subestações e eletrificação rural monofásica e

trifásica, com recursos próprios do Programa Nacional de Irrigação e Financiamento

(PRONI) , do Overseas Economic Cooperation Fund (OECF), órgão do governo

japonês.

No ano de 1996, o Estado de Goiás procedeu a cisão da Companhia,

criando a Centrais Elétricas de Cachoeira Dourada, que foi vendida à iniciativa

privada. Cachoeira Dourada à época gerava 60% da energia requerida pelo mercado

da Celg, que passou a adquirir energia de Furnas, Itaipu e da Centrais Elétricas

Cachoeira Dourada S.A.. E de acordo com preceitos das leis que instituíram o novo

modelo do setor elétrico (9.074/95, 9.648/98), tornou-se Transmissora, Distribuidora e

Comercializadora de energia elétrica, conforme formalizado nos Contratos de

Concessão números 062/2000, 063/2000 e 063/2001 firmados com a Agência

Nacional de Energia Elétrica (Aneel), conforme consta em seu relatório

socioambiental.

Conforme já mencionado, através da Resolução 643, de 23 de julho de

2006, a Aneel aprovou a segregação das atividades da Companhia Energética de

Goiás (Celg), numa companhia de distribuição designada Celg Distribuição S.A. e

numa subsidiária de geração e transmissão, denominada Celg Geração e Transmissão

S.A.

Por meio da Resolução 643, de 23 de julho de 2006, a Aneel aprovou a

segregação das atividades da Companhia Energética de Goiás (Celg), numa

companhia de distribuição designada Celg Distribuição S.A. e numa subsidiária de

geração e transmissão, denominada Celg Geração e Transmissão S.A.

A concessão da Celg Distribuição S.A. (CELG D) cobre uma área

geográfica de 337.008 Km2, que corresponde a 98,7% do território do Estado,

estendida a 237 municípios para uma população aproximada de 5 milhões de

habitantes. A sede da empresa está localizada em Goiânia, à rua 2, quadra A-37,

Jardim Goiás, com área construída de aproximadamente 50.610 m², num terreno que

possui 142.503 m2.

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Page 7: Estagio II Economia Verde Final

No segmento da distribuição, hoje a Celg D possui 2.048.251 clientes

nas classes residencial, comercial, industrial, rural, serviços públicos, poderes

públicos e iluminação pública, propiciando uma receita bruta de R$ 2.982.312.000

(dois bilhões, novecentos e oitenta e dois milhões, trezentos e doze mil reais),

referente ao fornecimento desta energia. O mercado da Celg D corresponde a cerca de

2,4% da energia consumida no Brasil (relatório socioambiental CELG 2008).

2.1.2 Estado de São Paulo

A colonização de São Paulo começou em 1532 quando, em 21 de

janeiro, Martim Afonso de Souza fundou a povoação que iria transformar-se na Vila

de São Vicente, uma das mais antigas do Brasil e a mais remota da Colônia. Dando

continuidade à exploração da terra e em busca de novos gentios a evangelizar, no

cumprimento da missão que os trouxera ao Novo Mundo, um grupo de jesuítas, do

qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, escalou a serra do mar

chegando ao planalto de Piratininga, onde encontraram, segundo cartas enviadas a

Portugal, "uma terra mui sadia, fresca e de boas águas". Do ponto de vista da

segurança, a localização topográfica de São Paulo era perfeita: situava-se numa colina

alta e plana, que facilitava a defesa contra ataques de índios hostis. Nesse lugar,

fundaram um colégio em 25 de janeiro de 1554, ao redor do qual se iniciou a

construção das primeiras casas de taipa, que dariam origem ao povoado de São Paulo

de Piratininga. Em 1560, o povoado ganhou foros de vila (Governo do Estado de São

Paulo).

O fim da Colônia se antecipa, no próprio período colonial, com a

chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808, fugindo ao avanço das tropas

napoleônicas. D. João VI deu então início a uma série de reformas que, da arquitetura

ao ensino superior, da civilidade urbana aos empreendimentos artísticos, deveriam

adequar o país para sediar o Vice-Reinado que abrigava a Coroa portuguesa, e que de

fato preparariam sua independência. São Paulo também se beneficiaria em muito

7

Page 8: Estagio II Economia Verde Final

dessas transformações. Foi em território paulista que, em 7 de setembro de 1822, o

herdeiro do trono português, o príncipe Dom Pedro, declarou a Independência do

Brasil, sendo aclamado Imperador com o título de Dom Pedro I. Com sua renúncia

nos anos 30, em meio à agitação política contra o domínio português, seguiu-se o

conturbado período da Regência que, na segunda metade do século, com a ascensão

ao trono de D. Pedro II, cederia lugar a um período de inusitado desenvolvimento e

prosperidade do país, sobretudo após a consolidação da agricultura cafeeira como o

principal produto de exportação brasileiro.

Foi nessa época que São Paulo passou a assumir uma posição de

destaque no cenário nacional, com o avanço dos cafezais, que encontraram na terra

roxa do norte da província o solo ideal. A expansão da cultura do café exigiu a

multiplicação das estradas de ferro, iniciando-se então (1860-1861) em Santos e São

Paulo os trabalhos da construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a São Paulo

Railway, responsável pelo primeiro trem a ligar as duas cidades. Esse foi um período

de grandes transformações, marcado pela crise do sistema escravocrata, que levaria à

Abolição em 1888 e que daria lugar, entre outros fatos, à chegada em massa de

imigrantes, principal alternativa de solução ao problema da mão-de-obra na lavoura

cafeeira.

São Paulo prosperou muito nessa época e a capital da província passou

por uma verdadeira revolução urbanística, resultado da necessidade de transformar

uma cidade acanhada, pouco mais que um entreposto comercial, em capital da nova

elite econômica que se impunha. Em meados de 1860, a cidade de São Paulo já era

bem diferente da antiga cidade colonial. Os primeiros lampiões de rua queimavam

óleo de mamona ou de baleia e a cidade já contava com um parque público, o Jardim

da Luz, que passaria por extensas reformas no final do século. Nesse período, à

medida que a cidade se expandia em todas as direções, consolidava-se também um

núcleo urbano moderno em torno de alguns marcos simbólicos, como a Estação da

São Paulo Railway e o Jardim da Luz. Ao seu redor instalaram-se bairros residenciais

de elite - os Campos Elíseos -, com seus bulevares ao estilo parisiense, como a

avenida Tiradentes. Mas as estradas de ferro também permitiram que surgissem novos

bairros populares ao lado da Estação da São Paulo Railway, como o Bom Retiro e o

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Page 9: Estagio II Economia Verde Final

Brás, cujo povoamento foi reforçado pela instalação, nas proximidades, da

Hospedaria dos Imigrantes. Também os edifícios públicos multiplicaram-se:

assembléia, câmara, fórum, escolas, quartéis, cadeias, abrigos para crianças

desamparadas. Dezenas de igrejas, conventos e mosteiros ainda continuavam, como

nos tempos coloniais, a espalhar-se por toda parte. Na área cultural artistas de circo,

atores de teatro, poetas e cantores começaram a consolidar seu lugar na cidade, junto

com o primeiro jornal periódico.

Mas as transformações no período também assumiram outras facetas.

A chegada de milhares de imigrantes, além de resolver o problema da mão-de-obra da

lavoura cafeeira, permitiu maior ocupação do interior do Estado. Criaram-se as

condições necessárias para que pequenas fábricas, subsidiárias do café, dessem os

primeiros passos em direção à industrialização. Com o interior já integrado ao cenário

do rápido crescimento da província, começou haver a preocupação com a construção

de novas estradas, prevendo-se a interiorização dos cafezais e a prosperidade que seria

sacramentada com a República.

O fim do Império já estava selado quando foi declarada a Abolição da

Escravidão em 1888. A perda de apoio das elites conservadoras, agravada pelas

fricções do imperador com a Igreja, na chamada "Questão religiosa", e a crise no

Exército após a guerra do Paraguai, origem da "Questão militar", determinariam a

queda de Dom Pedro II. Assim, ele seria deposto por um movimento militar liderado

pelo Marechal Deodoro da Fonseca em 1889. Teve início então o primeiro período

republicano no Brasil. Até 1930, a República é controlada pelas oligarquias agrárias

de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A importância econômica do café

produzido em São Paulo e do gado de Minas Gerais sustenta a "política do café-com-

leite", em que paulistas e mineiros se alternam na presidência da República. Na

verdade, São Paulo apenas mantinha o poder que conquistara com a consolidação das

novas bases econômicas do país nas últimas décadas do Império. A ferrovia puxava a

expansão da cafeicultura, atraía imigrantes e permitia a colonização de novas áreas,

enquanto nas cidades a industrialização avançava, criava novos contornos urbanos e

abria espaço para novas classes sociais, o operariado e a classe média. Mais próspero

do que nunca, e agora um Estado de verdade dentro da Federação, São Paulo via

9

Page 10: Estagio II Economia Verde Final

surgir a cada dia uma novidade diferente: a eletricidade substituía o lampião a gás;

chegavam os primeiros carros (o primeiro de todos pertenceu ao pai de Santos

Dumont, em 1891); cresciam as linhas de bondes elétricos; construíam-se na capital

grandes obras urbanas, entre elas, o Viaduto do Chá e a Avenida Paulista.

Nesse período da Primeira República, a aristocracia cafeeira paulista

vive o seu apogeu. Mas a Revolução de 1930 coloca fim à liderança da oligarquia

cafeeira, trazendo para o primeiro plano os Estados menores da Federação, sob a

liderança do Rio Grande do Sul de Getúlio Vargas. As oligarquias paulistas ainda

promovem, contra o movimento de 1930, a Revolução Constitucionalista em 1932,

mas são derrotadas, apesar da pujança econômica demonstrada pelo Estado de São

Paulo.

Em 1930, os trilhos de suas ferrovias chegavam às proximidades do rio

Paraná e a colonização ocupava mais de um terço do Estado. As cidades se

multiplicavam. Socialmente, o Estado, com seus mais de um milhão de imigrantes,

tornou-se uma torre de Babel, profundamente marcado pelas diferentes culturas

trazidas de mais de 60 países. Mas na última década da República Velha, o modelo

econômico e político que sustentava o predomínio de São Paulo mostrava seu

esgotamento. Após a Revolução de 1930, o país viveu um período de instabilidade

que favoreceu a instalação da ditadura de Getúlio Vargas, período de oito anos que

terminou juntamente com a Segunda Guerra Mundial, que abriu um período de

redemocratização e a instalação da chamada Segunda República.

Entretanto, no plano econômico, o café superou a crise por que passou

no início da década de 1930 e foi estimulado por bons preços durante a guerra,

favorecendo a recuperação de São Paulo. Mas, agora, era a vez da indústria despontar,

impulsionada, entre outros motivos, pelos capitais deslocados da lavoura. Logo, outro

grande salto seria dado, com a chegada da indústria automobilística em São Paulo,

carro-chefe da economia nacional desde a década de 1950. A partir daí, o Estado

paulista se transformou no maior parque industrial do país, posição que continuou a

manter, apesar das transformações econômicas e políticas vividas pelo Brasil.

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Page 11: Estagio II Economia Verde Final

Foi em novembro de 1891 que o primeiro carro motorizado chegou em

solo brasileiro. A bordo do navio Portugal, que aportou na cidade de Santos, um único

exemplar de um Peugeot, comprado por 1.200 francos. O proprietário era um rapaz de

dezoito anos chamado Alberto Santos Dumont - o futuro Pai da Aviação -, que

acabava de retornar da França com a família. Dumont já demonstrava que era um

homem de visão. O automóvel se transformaria na maior mola propulsora da

economia mundial. Se em 1891 existia somente um automóvel no Brasil, em 1904, 84

carros já eram registrados na Inspetoria de Veículos. Faziam fila na época figuras

ilustres da sociedade paulista: Antonio Prado Júnior, Ermelindo Matarazzo, Ramos de

Azevedo, José Martinelli e muitos outros. De olho nesse mercado, a empresa Ford

decide em 1919 trazer a empresa ao Brasil. O próprio Henry Ford sentencia: "O

automóvel está destinado a fazer do Brasil uma grande nação". A primeira linha de

montagem e o escritório da empresa foram montados na rua Florêncio de Abreu,

centro da cidade de São Paulo.

Em 1925, foi a vez da General Motors do Brasil abrir sua fábrica no

bairro paulistano do Ipiranga. Meses depois já circulava o primeiro Chevrolet. Dois

anos depois, a companhia inicia a construção da fábrica de São Caetano do Sul.

Nessas alturas, o som das buzinas e o barulho peculiar dos motores já fazem parte do

cotidiano do paulista. Estradas são construídas em todo o Estado de São Paulo. O

reflexo dessas iniciativas no aumento da frota de veículos é surpreendente: entre 1920

e 1939, só no Estado de São Paulo, o número de carros de passeio salta de 5.596 para

43.657 e o de caminhões vai de 222 para 25.858.

Entra o ano de 1940, tem início a Segunda Guerra Mundial. As

importações são prejudicadas e a frota de veículos no Brasil vai ficando ultrapassada.

As fábricas só montavam seus automóveis aqui e não produziam suas peças. Era

preciso desenvolver o parque automotivo brasileiro. O então presidente da República,

Getúlio Vargas, proíbe a importação de veículos montados e cria obstáculos à

importação de peças. Foi Juscelino Kubitschek, presidente empossado em 31 de

janeiro de 1956, que deu o impulso necessário à implantação definitiva da indústria

automotiva, ao criar o Geia - Grupo Executivo da Indústria Automobilística.

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Page 12: Estagio II Economia Verde Final

Em 28/9/1956, foi inaugurada, em São Bernardo do Campo, no ABC

Paulista, a primeira fábrica de caminhões com motor nacional da Mercedes-Benz.

Juscelino Kubitscheck compareceu à cerimônia. O Brasil chega ao final de 1960, com

uma população de 65.755.000 habitantes e um total de 321.150 veículos produzidos

desde o início da implantação do parque industrial automotivo. Mais de 90% das

indústrias de autopeças foram instaladas na Grande São Paulo. E foi no Estado de São

Paulo que ficou instalado o maior parque industrial da América Latina, dando um

importante impulso para o rápido crescimento econômico paulista (Governo do

Estado de São Paulo).

A revolução automotiva da década de 1950 trouxe ao Estado paulista

tecnologia de ponta, empregos, desenvolvimento industrial e uma nova relação de

capital-trabalho, com o crescimento e fortalecimento dos sindicatos de classes. Hoje,

o Estado produz mais de um milhão de veículos por ano.

2.2 Características da Empresa

2.2.1 Celg

A CELG Distribuição é uma sociedade anônima, constituída como

subsidiária integral da CELGPAR, companhia de capital aberto conforme registro na

Comissão de Valores Mobiliários - CVM, cujos valores mobiliários são negociados na

Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA. O principal acionista da CELGPAR é o

Governo do Estado de Goiás, que detém o controle de 99,6843% do seu capital

votante. Esta configuração foi o resultado, em dezembro de 2006, do processo de

segregação das atividades de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica

segundo disposição regulatória da ANEEL (desverticalização das atividades).

A Governança Corporativa da CELG D é constituída visando atender

os princípios de transparência, equidade, prestação de contas (accountability),

cumprimento das leis (compliance) e ética, estando descrita no seu estatuto. A

12

Page 13: Estagio II Economia Verde Final

Governança na organização é caracterizada por meio do estabelecimento de papéis

bem definidos para cada órgão, bem como de fóruns de interface para a troca de

informações entre as partes, garantindo assim definição clara na formulação,

aprovação e execução dos negócios de forma que os interesses de todos sejam

considerados e tratados da maneira mais transparente possível, trazendo

confiabilidade e agilidade ao processo.

A estrutura organizacional do trabalho, representada através de seu

organograma, prevê cinco níveis hierárquicos: presidente, diretores, superintendentes,

departamentos e setores. Para dar suporte à estrutura formal descrita, são constituídos

os comitês e grupos de trabalho multifuncionais promovendo a agilização de resposta

e o aprendizado organizacional, dentre os quais, Comitê de Ética e Responsabilidade

Social, Comitê de Qualidade, Comitê Estratégico, Grupo de Estudos sobre Adicional

de Periculosidade, CIPA`s. Estes Comitês são temporários, de forma que os trabalhos

vão sendo executados e/ou atualizados, se necessário, para execução da finalidade a

que se destinam. Para tal, utiliza-se de padrões de trabalho estabelecidos para o

assunto.

Em Dezembro de 2008, a força de trabalho da CELG D contava com

2.699 funcionários próprios, 668 estagiários e 4.103 prestadores de serviço. Além das

3 usinas em operação, 12 subestações, 319 subestações de distribuição, cobrindo 237

municípios (96,20% dos municípios goianos), 171 agências de atendimento, 73

agências credenciadas e 18 postos no Vapt-Vupt e 2.000.083 unidades consumidoras

(relatório socioambiental CELG 2008).

A CELG D focaliza a segurança dos seus colaboradores, assim como

dos prestadores de serviço, através de controles nos processos e capacitação e

comprometimentos dos mesmos. Para manter o nível de satisfação e motivação dos

colaboradores, a empresa possui uma política de remuneração compatível com o

mercado e uma extensa gama de benefícios. Os programas de capacitação e

desenvolvimento são alinhados as estratégias, buscando a eficiência e eficácia

operacional.

13

Page 14: Estagio II Economia Verde Final

A CELG D apóia a participação de seus funcionários em associações

de classes profissionais, como: sindicato dos empregados, associação dos

engenheiros, associação dos administradores e contadores, inclusive fornecendo infra-

estrutura dentro da sua sede para as reuniões ou eventos. Cabe salientar que a empresa

possibilita a livre escolha de representantes dos empregados no sindicato e no

Conselho de Administração.

2.2.2 Estado de São Paulo

São Paulo é uma das 27 unidades federativas do Brasil. O Estado está

localizado no sul da região Sudeste e tem como limites os estados Minas Gerais (N e

NE), Rio de Janeiro (NE), oceano Atlântico (L), Paraná (S) e Mato Grosso do Sul (O).

Ocupa uma área de 248.808,8 quilômetros quadrados, sendo pouco maior que o Reino

Unido. Sua capital é a cidade de São Paulo e seu atual governador é Alberto

Goldman.

O Estado de São Paulo é a terceira unidade administrativa mais

populosa da América do Sul, superada apenas pelo próprio país e ligeiramente pela

Colômbia, à frente da Argentina e de todos os outros países sul-americanos. Tem a

maior população do Brasil: são mais de 40 milhões de habitantes distribuídos em 645

municípios (Governo do Estado de São Paulo).

Estado mais cosmopolita da América do Sul, São Paulo abriga cerca de

três milhões de imigrantes, de 70 diferentes nacionalidades. Sua população, a mais

diversificada do Brasil, descende principalmente de imigrantes italianos e

portugueses, embora haja também forte influência de ameríndios e africanos e de

outras grandes correntes migratórias, como árabes, alemães, espanhóis e japoneses.

Construído com o esforço de povos de todas as partes do Brasil e do mundo, mantém

arraigado em cada pedaço desta terra a vocação para o trabalho.

14

Page 15: Estagio II Economia Verde Final

Mais rica das unidades federativas, São Paulo também figura entre os

estados com alto Índice de Desenvolvimento Humano, sendo superado apenas por

Santa Catarina e pelo Distrito Federal. Responsável por mais de 31% do PIB do país,

São Paulo legitima seu status de "motor econômico" do Brasil por possuir melhor

infraestrutura, mão de obra qualificada, fabricar produtos de alta tecnologia, além de

abrigar o maior parque industrial e a maior produção econômica.

Mas o destaque não fica somente na indústria. O paulista também

prima pela excelência nas áreas de agricultura e pecuária. Na economia, dos 260

shopping centers existentes no país, 80 estão localizados no Estado, sendo

responsáveis por mais de 200 mil empregos, e uma ampla rede atacadista e varejista

espalhada pelos municípios. Por tudo isso, São Paulo pode mesmo ser resumida como

uma potência civil, espiritual e socioeconômica.

2.3 Características do Setor em que a Empresa Atua

2.3.1 Celg

O Setor Elétrico Brasileiro – SEB opera sob concessão, autorização ou

permissão do Estado provendo serviços públicos de eletricidade à população.

Presentemente é o serviço público na área de infra-estrutura com maior extensão de

atendimento, superior a 98% da população, portanto, próximo à universalização.

O marco regulatório do SEB, que passou por processo de revisão a

partir de meados da década de 90, foi consolidado pela Lei 10.848/2004, onde estão

estabelecidas as regras que definem o seu funcionamento, nas atividades típicas de

geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.

Enquanto serviço público exercido sob concessão, autorização ou

permissão do Estado, o funcionamento do SEB é altamente regulamentado, o marco

definindo extensivamente as atribuições, direitos e deveres do Poder Concedente,

15

Page 16: Estagio II Economia Verde Final

Agência Reguladora, Entidades Setoriais e Agentes, tudo com o objetivo fundamental

de assegurar a gestão do compromisso da segurança do suprimento e modicidade

tarifária no curto, médio e longo prazo (relatório socioambiental CELG 2008).

O marco atribui ao Poder Concedente, além de suas responsabilidades

típicas de Estado como a definição da matriz energética nacional, assegurar o

equilíbrio oferta / demanda no curto, médio e longo prazos: para tanto reserva-lhe o

planejamento e a gestão da outorga dos empreendimentos de expansão da oferta, bem

como a tomada de ações, regulamentadas, para gestão da continuidade do suprimento

no curto / médio prazos.

Algumas das principais características do marco regulatório, que

objetivam torná-lo estável, são as que seguem:

- Universalização do acesso e do uso dos serviços;

-Justa remuneração, definida em contrato de concessão, autorização ou

permissão, para os investimentos;

-Leilões para outorga da expansão da geração / transmissão;

-Contratação de energia via contratos bilaterais para ambos os mercados ACP

e ACL;

-Contabilização e liquidação centralizada dos contratos;

-Monitoração permanente das condições de atendimento pelo Poder

Concedente;

-Operação sistêmica da Rede Básica de Transmissão e despacho centralizado

da geração;

-Mecanismos regulados de fiscalização e avaliação pela Agência Setorial.

2.3.2 Estado de São Paulo

O Estado de São Paulo atua no setor governamental, relacionando com

os grandes agregados macroeconômicos, demonstrando com freqüência, a natureza e

16

Page 17: Estagio II Economia Verde Final

as conseqüências da intervenção do mesmo na sociedade. A magnitude dessa

intervenção ou participação é notória no sistema econômico, na medida em que causa

variações sobre a demanda agregada, e sobre os fatores necessários para o

desempenho das atividades governamentais.

Dentro deste processo, a participação do governo na economia pode

acelerar o desenvolvimento econômico através de políticas fiscais e monetárias

expansionistas, podendo, também, em função de seu tamanho, simplesmente

obstaculizar o almejado desenvolvimento.

2.4 Características do Mercado em que a Empresa Atua

2.4.1 Celg

A Celg atua no mercado cobrindo uma área geográfica de 337.008

Km2, que corresponde a 98,7% do território do Estado, estendida a 237 municípios

para uma população aproximada de 5 milhões de habitantes. A Celg também possui

2.048.251 clientes nas classes residencial, comercial, industrial, rural, serviços

públicos, poderes públicos e iluminação pública, propiciando uma receita bruta de R$

2.982.312.000 (dois bilhões, novecentos e oitenta e dois milhões, trezentos e doze mil

reais), referente ao fornecimento desta energia. O mercado da Celg D corresponde a

cerca de 2,4% da energia consumida no Brasil.

2.4.2 Estado de São Paulo

O Estado conta com um PIB de R$ 902,7 bilhões, e é o estado mais

rico da Federação, e o pólo econômico da América do Sul. O Estado possui uma

economia diversificada. As indústrias metal-mecânica, de álcool e de açúcar, têxtil,

17

Page 18: Estagio II Economia Verde Final

automobilística e de aviação; os setores de serviços e financeiro; e o cultivo de

laranja, cana de açúcar e café formam a base de uma economia que responde por

cerca de um terço do PIB brasileiro, algo em torno de 550 bilhões de dólares na

"paridade de poder de compra". Além disso, o estado oferece boa infra-estrutura para

investimentos, devido às boas condições das rodovias.

São Paulo é também o principal centro financeiro do país, por isso

apresenta o maior e mais completo parque industrial, isso significa que atua em

diferentes tipos de produção. Na prática agrícola o Estado de São Paulo configura

como um grande produtor em diferentes culturas, dentre muitas, as principais são:

cana-de-açúcar, laranja, milho, soja, banana, tomate, mandioca, batata, feijão, algodão

herbáceo e café.

Sua participação no PIB(Produto Interno Bruto) nacional gira em torno

de 31%, o PIB estadual é composto de 6,5% referente ao setor agropecuário, 46,3%

do setor industrial e 47,2% de serviços, além de um volume de exportações de 38

bilhões de dólares, conforme afirma Eduardo de Freitas.

2.5 Descrição da Área a ser Estudada na Empresa

2.5.1 Celg

A área a ser estudada na Celg está voltada para os impactos

ambientais causadas pela mesma e como a empresa desenvolve em sua atuação no

mercado um modelo de Economia Verde. Embora os impactos causados pela

distribuição de energia elétrica não possam ser considerados tão agressivos, a CELG

D desenvolve ações fundamentadas numa política para a preservação do meio

ambiente.

Esta política também busca orientar e minimizar, de forma pro ativa,

os riscos relacionados ao exercício das atividades relacionadas ao negócio –

18

Page 19: Estagio II Economia Verde Final

construção, manutenção e operação de redes, linhas e subestações, para eliminar,

reduzir ou mitigar os impactos gerados.

Além disso, a CELG D objetivando minimizar os impactos ambientais

e preocupada com o processo de melhoria contínua através do PEE (Programa de

Eficiência Energética), busca em diversos projetos, como o de substituição do

chuveiro elétrico por coletores solares acoplados, visando não só a redução do

consumo de energia, mas também cumprir seu papel social e fidelizar o cliente.

2.5.2 Estado de São Paulo

No Estado de São Paulo a área a ser estudada é a Secretaria do Meio

Ambiente e seu projeto intitulado “Economia Verde: desenvolvimento, meio ambiente

e qualidade de vida no Estado de São Paulo”, que pretende transformar diversas

idéias, como as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, em ações

práticas, não só criando novos ciclos de desenvolvimento mas também melhorando a

qualidade de vida do cidadão paulista.

Dentre os objetivos deste projeto podemos destacar o crescimento

econômico, envolvendo o estabelecimento de cadeias produtivas de alto valor

agregado, ampliação e renovação da matriz energética, geração de divisas, eficiência

no transporte logístico e de passageiros e a consolidação de mercados como o

Ecoturismo e o turismo regional; a geração de empregos e renda, com a criação de

empregos verdes nos diversos níveis de qualificação e o aumento da renda média da

população economicamente ativa; o fortalecimento de pesquisas e inovação

tecnológica e a qualidade ambiental, através do uso eficiente de recursos naturais

minerais e hídricos e planejamento do acesso a recursos naturais finitos.

19

Page 20: Estagio II Economia Verde Final

3.1 Referencial Teórico

Gould (1977) ao analisar Charles Darwin, em sua teoria da mudança

evolucionária das espécies biológicas, sugere que as mudanças ambientais forçam as

espécies em direção a mutações ou transformações incrementais, porém contínuas,

onde uma espécie que não possa adaptar-se às exigências ambientais é prejudicada,

podendo extinguir-se.

Para Wright (2007, p. 29) “Essa perspectiva de mudança evolucionária

tem influenciado muitos pensadores de administração. Como resultado, acreditam que

as organizações são influenciadas pelo ambiente; que a mudança ambiental é gradual,

exigindo uma mudança organizacional concomitante; e que as organizações eficazes

são aquelas que mais se adaptam às exigências ambientais. As empresas que não

conseguem ou não se adaptam à mudança externa gradual serão superadas por seus

concorrentes e forçadas a sair do negócio.”

Camargo (2006, p.1) afirma “Na teoria da revolução, a mudança

ambiental não é gradual, ela ocorre de maneira revolucionária e abrupta. Acredita-se

que uma espécie possa existir de forma inalterada durante um período de tempo

bastante longo. Assim, com a mudança ambiental repentina e revolucionária, espécies

antigas podem ser destruídas e novas espécies criadas. As espécies que restaram

existirão por muito tempo, até que o ambiente mais uma vez modifique-se de maneira

repentina, abrupta, criando espécies ainda mais novas.”

Em uma linha de raciocínio mais moderada Schumpeter (1950) ao

analisar essa mudança revolucionária afirma que algumas empresas existentes

poderiam sobreviver à mudança revolucionária, onde poderiam ser capazes de se

adaptar a uma mudança ambiental abrupta. Essas organizações adaptativas

permitiriam às empresas inovadoras absorver os custos e riscos de se criarem novos

produtos e serviços e depois imitariam as adaptações bem-sucedidas.

20

Page 21: Estagio II Economia Verde Final

Em meio a diversas evoluções e revoluções surge uma época com

constantes transformações econômicas e políticas, principalmente movidas pela

realidade ambiental que presenciamos. É bastante difícil definir um tema novo que

abrange diversas áreas e opiniões como a economia voltada para o amanhã, a

Economia Verde. Além de assuntos como energias renováveis, a Economia Verde

abrange outros temas como tecnologias verdes, transporte sustentável, construção

civil sustentável, saneamento, uso racional da água, agricultura, florestas e turismo

dentre outros.

Milani (2001) ao definir Economia Verde afirma que ela é a economia

do mundo real, um mundo composto de trabalho, de necessidades humanas, de

matérias-prima, e como misturar todos estes componentes juntos harmonicamente.

Ela é primeiramente o uso do valor e não uma troca de valor ou dinheiro, ela é sobre

qualidade e não quantidade e tudo gira sobre regeneração, de indivíduos,

comunidades e ecossistemas, e não sobre acumulação de capital ou material. Portanto

para ele a Economia Verde significa o foco direto na reunião das necessidades

humanas e do meio ambiente.

No meio de uma crise econômica global a UNEP (United Nations

Environment Program, ou Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,

PNUMA) orientou países para uma nova alternativa global o Green New Deal, ou

novo acordo global verde, onde cada país foi encorajado a dar suporte à

transformação econômica para uma Economia Verde. Economia esta que seria uma

alternativa à atual “Economia Negra”, baseada em combustíveis fósseis, como carvão,

petróleo e gás natural.

De acordo com o projeto sancionado pelo Estado de São Paulo em

novembro de 2009, visando à migração do modelo de desenvolvimento do Estado de

São Paulo para uma economia de baixo carbono se tornou fundamental como

estratégia para o futuro. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente “... a

Economia Verde se apresenta como uma proposta de desenvolvimento que busca

instituir novos vetores de crescimento econômico, novas fontes de empregabilidade e

soluções consistentes para a melhoria da qualidade ambiental com base no

21

Page 22: Estagio II Economia Verde Final

reconhecimento de que, apesar de sua indiscutível capacidade de geração de empregos

e renda, o atual modelo de produção e consumo de bens e serviços é insustentável. Ela

engloba idéias e práticas que assumem espaço em políticas nacionais e regionais de

desenvolvimento por todo o planeta por buscar soluções pragmáticas e funcionais

para questões chave do mundo contemporâneo, ao mesmo tempo em que questiona a

maneira como os sistemas econômicos provocam impactos ambientais em escala

global e de médio e longo prazo.”

Seguindo esta linha de raciocínio nota-se que Economia Verde não é

apenas um assunto sobre o meio ambiente, mas uma harmonia entre os sistemas

naturais que façam nossa economia fluir no rumo da sustentabilidade, através de uma

transformação ecológica e social, não só de grandes empresas ou nações, mas uma

transformação que provavelmente passará de mão em mão.

3.2 Energias Renováveis

De acordo com a revista Ecoturismo (Dez/2008) energia renovável é

“aquela que é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar, e portanto

virtualmente inesgotáveis, ao contrário dos recursos não-renováveis”. São conhecidas

pela imensa quantidade de energia que contêm, e porque são capazes de se regenerar

por meios naturais. As energias renováveis são consideradas como energias

alternativas ao modelo energético tradicional, tanto pela sua disponibilidade (presente

e futura) garantida (diferente dos combustíveis fósseis que precisam de milhares de

anos para a sua formação) como pelo seu menor impacto ambiental.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), “energia renovável

é a derivada de processos naturais que são repostos constantemente. Inclusos na

definição estão eletricidade e calor gerado pelas seguintes fontes de energia

renovável: solar, eólica, oceânica, hidrelétrica, biomassa, geotérmica, biocombustíveis

e hidrogênio”.

22

Page 23: Estagio II Economia Verde Final

Assim, as energias renováveis estão na centralidade da Economia

Verde, uma vez que se trata de um setor com grande possibilidade de expansão e base

para o desenvolvimento de outras atividades econômicas, tais como transporte,

construção civil, turismo, indústria, entre outros.

Dentro deste tema há dois motivadores de investimento nas energias

renováveis, a segurança energética e mudanças climáticas. A segurança energética

está ligada a substituição da utilização de energias não renováveis por renováveis de

forma gradativa com o intuito de ficar menos dependente de tais tipos de energia. A

mudança climática está ligada a grande parcela que a geração de energia elétrica

corresponde nas emissões antropogênicas, sendo então um fator importante nas

estratégias para atingir as metas de redução de emissões estabelecidas conforme o

protocolo de Quioto, onde os países integrantes devem seguir as metas para a

descarbonização das matrizes energéticas nacionais.

3.2.1 Energia Solar

Energia solar é a designação dada a qualquer tipo de captação de

energia luminosa (e, em certo sentido, da energia térmica) proveniente do Sol, e

posterior transformação dessa energia captada em alguma forma utilizável pelo

homem, seja diretamente para aquecimento de água ou ainda como energia elétrica ou

mecânica afirma a revista Ecoturismo (Dez/2008).

Ela é considerada também aquela obtida por meio da radiação

proveniente do sol, a energia solar ao passar pela atmosfera terrestre, a maior parte da

radiação manifesta-se sob a forma de luz invisível, como raios infravermelhos e

ultravioletas, sendo possível sua captação e transformação em energia térmica ou

elétrica.

De acordo com Johnson (2009) um dos grandes atributos da energia

solar é que ela pode ser gerada praticamente em qualquer lugar, e em qualquer escala.

23

Page 24: Estagio II Economia Verde Final

Ele relata também que o preço dos painéis fotovoltaicos está caindo, em grande parte

graças à economia na produção em grande escala impulsionada pela disseminação de

uso em países como a Alemanha.

Ramos (2006) afirma que mesmo sendo uma energia abundante, a

energia solar é difícil de ser usada diretamente e também considerada cara. Dentro das

três maneiras de uso ele destaca as células fotovoltaicas, onde a luz solar é

transformada diretamente em energia elétrica através de placas que se tornam baterias,

os captadores planos ou coletores térmicos, que aquecem a água num lugar fechado e

com a pressão do vapor movem turbinas ligadas a geradores e também os captadores

de energia, os espelhos côncavos refletores, que absorvem a energia do sol que

aquecem a água em mais de 100°C em tubos.

Drummond (2010) destaca o fato da energia solar não agredir o meio

ambiente e ser inesgotável. Em seu artigo ela demonstra alguns dos benefícios da

mesma como a diversidade de seu aproveitamento, como a iluminação natural,

aquecimento de ambientes, aquecimento solar da água e a geração de energia elétrica.

No aproveitamento da energia solar no aquecimento da água são

utilizados placas e boilers solares capazes de aquecer a água, já na transformação da

energia solar em elétrica, é utilizado materiais semicondutores, que compõem os

painéis solares fotovoltaicos, o efeito fotovoltaico decorre da excitação dos elétrons

nos semicondutores na presença dos raios solares afirma Drummond (2010).

3.2.2 Energia Hidráulica

A energia hidráulica ou energia hídrica é a energia obtida a partir da

energia potencial de uma massa de água. A forma na qual ela se manifesta na natureza

é nos fluxos de água, como rios e lagos e pode ser aproveitada por meio de um

desnível ou queda d’água. Pode ser convertida na forma de energia mecânica (rotação

de um eixo) através de turbinas hidráulicas ou moinhos de água. As turbinas por sua

24

Page 25: Estagio II Economia Verde Final

vez podem ser usadas como acionamento de um equipamento industrial, como um

compressor, ou de um gerador elétrico, com a finalidade de prover energia elétrica

para uma rede de energia afirma a revista Ecoturismo (Dez/2008).

Ramos (2006) aponta as vantagens da energia hidráulica, quando cita o

fato de ser uma fonte limpa, não causar grandes impactos ambientais globais, ser

renovável e o fato de ser muito barata comparada com as outras fontes . As

desvantagens estão ligadas ao fato da inundação de áreas habitadas causando

deslocamentos de população e destruição da flora e fauna.

Em seu artigo na web Eitelwein descreve sobre a necessidade de se

utilizar diversas formas de energia pelo fato de trazer diversos benefícios para a

Humanidade, mas aponta para a possibilidade de algumas alterações ambientais.

Dentro da energia hidráulica ela destaca os impactos geomórficos (erosão,

assoreamento), climatológicos, hídricos e geopolíticos causados pela construção de

usinas de grande porte.

3.2.3 Energia Eólica

A energia eólica é a energia que provém do vento. O termo eólico vem

do latim aeolicus, pertencente ou relativo a Éolo, deus dos ventos na mitologia grega

e, portanto, pertencente ou relativo ao vento. A energia eólica tem sido aproveitada

desde a antiguidade para mover os barcos impulsionados por velas ou para fazer

funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover as suas pás. Nos moinhos de vento a

energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada na moagem de grãos

ou para bombear água. Os moinhos foram usados para fabricação de farinhas e ainda

para drenagem de canais, sobretudo nos Países Baixos afirma a revista Ecoturismo

(Dez/2008).

Para Ramos (2006) a energia eólica é a energia mais limpa que existe

porém é caracterizada pela demora na sua obtenção, pois o vento é um fenômeno

25

Page 26: Estagio II Economia Verde Final

natural e sofre com as interrupções temporárias. Ele destaca o aspecto econômico da

energia dos ventos ao citar o Estado da Califórnia, que com o aproveitamento desse

tipo de energia, economizou mais de 10 milhões de barris de petróleo.

Esse tipo de energia pode significar desenvolvimento local ao

incentivar proprietários rurais a alugarem seus campos para a exploração da energia

eólica, além de estabilizar o custo da energia uma vez que fontes alternativas de

energia passam a substituir a dependência dos combustíveis convencionais e suas

variações de preços e disponibilidade de acordo com o mercado destaca o blog As

Energias Renováveis.

3.2.4 Energia Maremotriz

Energia maremotriz é o modo de geração de eletricidade através da

utilização da energia contida no movimento de massas de água devido às marés. Dois

tipos de energia maremotriz podem ser obtidas: energia cinética das correntes devido

às marés e energia potencial pela diferença de altura entre as marés alta e baixa

conforme matéria da revista Ecoturismo (Dez/2008).

Esse tipo de energia possui alguns tipos de vantagens como o fato de

não ser poluente, ser uma fonte renovável e não requerer material muito sofisticado,

mas por outra lado, as desvantagens estão ligadas ao fato do fornecimento da energia

das ondas não ser contínuo, e também por apresentar baixo rendimento, cerca de 20%,

ser fortemente dispendiosa, destruir habitats naturais de diversas espécies de animais,

impossibilitar a navegação e a necessidade de amplitudes de marés superiores a 5

metros para que esse tipo de energia seja rentável mostra o blog As Energias

Renováveis.

O futuro deste tipo de produção de eletricidade reside em centrais

offshore (pouca distância da praia ou mar aberto) em que se prevê como, por exemplo,

26

Page 27: Estagio II Economia Verde Final

para Portugal um potencial elevado que pode levar a que em 2025 cerca de 20% da

eletricidade consumida tenha esta origem conforme se afirma no Portal Energia.

3.2.5 Energia das Ondas

Conforme a revista Ecoturismo (Dez/2008) a energia das ondas,

provém do aproveitamento das ondas oceânicas. É uma energia “limpa”, isto é, sem

quaisquer custos para o ambiente. A instalação de equipamentos técnicos capazes de

gerar este tipo de energia ocorreu pela primeira vez em Portugal no ano de 2008, no

Parque de Ondas da Aguçadoura, a cerca de três milhas náuticas da Póvoa de Varzim.

Rutherford (2009) destaca os avanços que estão sendo realizados que

proporcionam à humanidade diversas fontes de energia através dos recursos naturais

da Terra. Mesmo estando em um período de estudos com algumas formas diferentes

de tecnologia aplicadas a esse tipo de energia, diversos obstáculos devem ser

superados para tornar esse tipo de energia realmente eficaz.

Particularmente benéfica para regiões costeiras, onde as ondas são

fortes, Rutherford (2009) lembra que esse tipo de energia é relativamente lenta e sua

movimentação irregular fazem-la não ser o melhor tipo de tecnologia para produção

de energia elétrica, mas conforme o avanço da tecnologia pode se tornar mais uma

ótima opção para substituir os combustíveis fósseis.

3.2.6 Energia da Biomassa

A biomassa é utilizada na produção de energia a partir de processos

como a combustão de material orgânico produzido e acumulado em um ecossistema,

porém nem toda a produção primária passa a incrementar a biomassa vegetal do

ecossistema. Parte dessa energia acumulada é empregada pelo ecossistema para sua

27

Page 28: Estagio II Economia Verde Final

própria manutenção. Suas vantagens são o baixo custo, é renovável, permite o

reaproveitamento de resíduos e é menos poluente que outras formas de energias como

aquela obtida a partir de combustíveis fósseis afirma a revista ecoturismo (Dez/2008).

Ela é considerada uma das fontes para produção de energia com maior

potencial de crescimento nos próximos anos. É considera como qualquer matéria

orgânica que possa ser transformada em energia mecânica, térmica ou elétrica, de

origem florestal (madeira), agrícola (soja, arroz e cana-de-açúcar) e rejeitos urbanos e

industriais.

Os biocombustíveis, considerando as fontes de energia a partir da

biomassa, são os que desempenham papel extremamente relevante na geração de

energia renovável, principalmente pelo papel estratégico, como por exemplo o etanol

e o biodiesel, na substituição de combustíveis fósseis. No Estado de São Paulo o

biodiesel tem grande potencial de exploração a partir do cultivo de soja no processo

de rotação de cultura da cana-de-açúcar.

Ramos (2006) destaca a energia da biomassa como sendo uma energia

vegetal e por ser derivadas de plantas cultivadas são mais ecológicas que os

combustíveis fósseis. Porém ele destaca o fato do metro quadrado da biomassa ser

menos eficiente que o metro quadrado de painéis solares, onde na obtenção de boa

quantidade de captação de energia por meio de plantas é preciso uma quantidade de

terra bem mais extensa.

3.2.7 Energia Geotérmica

Energia geotérmica ou energia geotermal é a energia obtida a partir do

calor proveniente da Terra, mais precisamente do seu interior afirma a revista

Ecoturismo (Dez/2008). Devido a necessidade de se obter energia elétrica de uma

maneira mais limpa e em quantidades cada vez maiores, foi desenvolvido um modo

de aproveitar esse calor para a geração de eletricidade. Hoje a grande parte da energia

28

Page 29: Estagio II Economia Verde Final

elétrica provém da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão

mineral, métodos esses muito poluentes.

Para que possamos entender como é aproveitada a energia do calor da

Terra devemos primeiramente entender como nosso planeta é constituído. A Terra é

formada por grandes placas, que nos mantém isolados do seu interior, no qual

encontramos o magma, que consiste basicamente em rochas derretidas. Com o

aumento da profundidade a temperatura dessas rochas aumenta cada vez mais, no

entanto, há zonas de intrusões magmáticas, onde a temperatura é muito maior. Essas

são as zonas onde há elevado potencial geotérmico.

Ramos (2006) apesar de destacar o fato da energia geotérmica ser

gerada pelo calor das rochas do subsolo, onde as águas dos lençóis freáticos são

aquecidas e utilizadas na produção de energia, ele também aponta o fato desse tipo de

energia ocorrer em poucos lugares, principalmente perto de vulcões, e do alto custo de

perfuração da terra para chegar nas rochas aquecidas.

3.2.8 Energia Azul

Energia azul é a energia obtida da diferença entre a concentração de sal

entre a água do mar e a do rio com o uso de eletrodiálise reversa (EDR) (ou osmose)

com membranas específicas para cada tipo de íons afirma a revista Ecoturismo

(Dez/2008). O resíduo deste processo, é água salobra.

A tecnologia de EDR foi confirmada em condições laboratoriais.

Como em outras tecnologias, o custo da membrana foi um obstáculo. Uma membrana

nova e mais barata, baseada em polietileno eletricamente modificado, permitiu seu

uso comercial. Com isso a energia azul, é considerada mais uma das novas energias

que no futuro, quando se esgotarem as energias não-renovaveis, nos trará energia

afirma Gonçalves (2009).

29

Page 30: Estagio II Economia Verde Final

Sad (2009) confirma que esse tipo de tecnologia ainda não é

economicamente viável devido aos custos das membranas. Foi constatado que o custo

megawatt/hora chega a ser o dobro do gerado por uma usina termelétrica.

Cruz (2010) destaca que mesmo sendo um tipo de energia que ainda é

cara ela pode ser usada por populações carentes que ainda não têm acesso a qualquer

tipo de energia. Em um projeto criado na Nicarágua através da associação Craig, uma

homenagem a seus fundadores Matías e Guillaume Craig, ele constatou que depois da

implantação desse projeto a população beneficiada agora é capaz de participar dos

avanços da sociedade moderna e utilizar dos benefícios de participar da mesma, ao

invés de serem isoladas e literalmente abandonadas à escuridão.

3.3 Tecnologias Verdes

Ainda não há uma definição rigorosa para termos como tecnologia

verde ou sustentável, mas a definição de tecnologia ambiental proposta pelo Conselho

Nacional de Ciência e Tecnologia (NSTC) dos EUA é bastante funcional e

interessante no contexto da Economia Verde. Segundo o NSTC, as tecnologias verdes

são aquelas que reduzem riscos humanos e ecológicos, melhoram a custo-eficiência,

melhoram a eficiência de processos e criam produtos e processos ambientalmente

benéficos ou benignos.

No mercado de energias renováveis, o investimentos em pesquisa e

desenvolvimento é crucial para a descoberta de novas formas de geração de energia a

partir de fontes renováveis, além de melhorar a eficiência das tecnologias já

existentes, garantindo a competitividade com o modal não renovável.

A existência de tecnologias disponíveis no mercado não significa

necessariamente a possibilidade de implementação e ampla utilização das mesmas,

uma vez que é preciso realizar estudo de viabilidade econômica na região desejada

para verificação da realidade e adequação ao portfólio disponível de tecnologias. São

30

Page 31: Estagio II Economia Verde Final

Paulo, por exemplo, apresenta um grande potencial solar quando comparado com o

modal eólico.

No Brasil, as tecnologias amplamente utilizadas para geração de

energia estão na área da biomassa e da hidroeletricidade, as quais representam as duas

fontes com menor custo de investimento e custo de geração conforme o Centro de

Pesquisa em Energia Elétrica (CEPEL). Uma vez dominadas e reconhecidas estas

tecnologias, é possível realizar um planejamento energético considerando os períodos

do ano onde há maior possibilidade de geração de energia para cada fonte, protegendo

os consumidores de possíveis “apagões”.

Esse pilar da Economia Verde envolve o estímulo ao desenvolvimento

e fabricação de produtos, serviços e modelos de negócio baseados em tecnologias

verdes – um campo novo e altamente intensivo em inovação, que articula

conhecimentos, técnicas, métodos, processos, experiências e equipamentos em novas

formas de se pensar a indústria e a produção, buscando harmonizar o

desenvolvimento econômico com a qualidade ambiental em escalas local, regional,

nacional e global.

3.4 Transporte Sustentável

Qualquer política pública deve concentrar suas ações na solução do

problema entre espaço e tempo que sofre o trânsito, a fim de assegurar a mobilidade

de cargas e passageiros. Mas só essa preocupação não é o suficiente, é preciso que

esse transporte seja sustentável. Dentro deste tema é que buscamos aplicar nos

transportes as teorias da Economia Verde, onde devem ser considerados os vínculos

entre economia, sociedade e meio ambiente, com o intuito de melhorar os padrões de

consumo e produção.

A necessidade de políticas e de planejamento relacionados ao

transporte é inquestionável para Feldmann (2009). Segundo a UNEP (United Nations

31

Page 32: Estagio II Economia Verde Final

Environmental Programme) o setor de transportes é responsável por um quarto das

emissões de dióxido de carbono, e essas emissões tendem a crescer 57% no mundo no

período de 2005 a 2030, sendo 80% deste crescimento contribuição direta dos países

em desenvolvimento. Ainda, a grande maioria dos Gases Efeito Estufa liberados no

setor de transportes, inclusive a estimativa de crescimento, são provenientes dos

carros particulares e caminhões.

Devido a grande capacidade de diversificação e revitalização, o setor

de transportes visa não só reduzir a matriz poluidora mas sim diversificar a economia

através da criação de empregos verdes, comércio sustentável e geração e distribuição

de renda, atrelados à redução da poluição e do uso de recursos e energia renováveis.

Ao levarmos em consideração a necessidade de se renovar a matriz

energética do transporte, devemos atentar também para a emissão de poluentes e a

eficiência energética do transporte, que podem proporcionar enormes benefícios

econômicos e sociais gerados pelo investimento em infra-estrutura adequada, criação

de empregos e combate à degradação do meio ambiente.

Dentro dos diversos fatores que devem ser modificados é necessário

atentar para os que englobam reforma fiscal, políticas de investimento,

estabelecimento de padrões, produção e consumo sustentável, inovação, educação

ambiental e parcerias público-privadas com o intuito de melhorar a qualidade e

capacidade do transporte, gerando ganhos econômicos, ambientais e de segurança.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) apóia

algumas diretrizes na política de transporte sustentável como o incentivo a utilização

do transporte público e do transporte não-motorizado, a promoção da utilização de

veículos de baixo impacto poluidor, o desincentivo a utilização do transporte

individual, a promoção da gestão ambiental urbana, o adensamento das áreas centrais

e controle a dispersão urbana e a promoção da disseminação de informações sobre

meio ambiente no setor de transportes, trânsito e planejamento urbano.

32

Page 33: Estagio II Economia Verde Final

3.5 Construção Civil Sustentável

Com a atual necessidade de reduzir o déficit habitacional e melhorar a

infra-estrutura urbana no Brasil, podemos notar o crescente aumento das atividades na

construção civil. O resultado desse aumento é a expansão expressiva do crédito

habitacional e a participação de investidores externos nas captações brasileiras no

mercado aberto.

A construção civil não só movimenta a economia brasileira, gerando

empregos e contribuindo para o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro,

mas também é responsável por exercer grandes impactos ambientais ao absorver

grande quantidade de recursos naturais e gerar gases de efeito estufa, tanto no

consumo de energia em edificações como na produção de materiais construtivos.

Novas tecnologias podem evitar grande parte das emissões nos

edifícios e residências, como sistemas de aquecimento solar e a aquisição de

eletrodomésticos mais eficientes. Além de evitar emissões essas tecnologias mais

limpas são uma oportunidade para a criação de empregos verdes, além de

proporcionar o desenvolvimento social, a transformação de mercado e evitar os

efeitos das mudanças climáticas, através da eficiência energética e a reciclagem de

materiais.

Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (2009), o impacto da

construção civil é grande, ela é responsável por consumir entre 30% e 40% de todos

os recursos extraídos da natureza. Com relação à madeira, dos 64% produzidos na

Amazônia, 15% são consumidos pelo setor no Estado de São Paulo, onde grande parte

da madeira é de origem ilegal ou predatória.

Outro grande responsável por contribuir para o efeito estufa é um

material muito utilizado na construção civil, o cimento Portland. Sua contribuição

para tais efeitos ocorre quando o cimento é produzido, onde com o processo de

descarbonatação do calcário é emitido carbono 14 para a atmosfera.

33

Page 34: Estagio II Economia Verde Final

Uma alternativa a esse grande impacto ambiental é a incorporação de

resíduos sólidos na produção de novos materiais de construção, permitindo a redução

do consumo de energia e de matérias-primas e, em alguns casos, permite a produção

de materiais com melhores características técnicas, como é o caso da utilização da

escória de alto forno (resíduo proveniente da produção do aço), que melhora o

desempenho do concreto conforme afirma Cassa (2001).

Outra alternativa é a utilização de resíduos da construção e demolição,

os famosos entulhos, na construção de pavimentação, pois além de serem vendidos

por preços inferiores aos dos granulares tradicionais, utilizados nesse tipo de

construção, contribuem para a redução dos impactos ambientais provocados pela

construção civil.

3.6 Saneamento

O conceito de saneamento básico, segundo a Lei Federal nº.

11.445/2007, engloba o sistema de abastecimento de água, esgotamento sanitário,

manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana, e o manejo de águas pluviais urbanas,

os quais devem se integrar de forma sistêmica ao ordenamento e ao uso do solo, a fim

de promover crescentes níveis de salubridade ambiental e a melhoria das condições de

vida.

Com o crescimento populacional acelerado e os padrões insustentáveis

de produção e consumo, alguns problemas passam a ser mais notados como a

crescente quantidade de resíduos e dejetos gerados por tal crescimento, sendo

associado esse problema a impactos ambientais, sociais, à saúde pública e às

economias locais.

De acordo com o IBGE (2000) dos 97,9% dos municípios que possuem

abastecimento de água, 52,2% deles são atendidos por esgotamento sanitário, sendo

que destes, apenas 20,2% possuem tratamento. O manejo de resíduos sólidos também

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Page 35: Estagio II Economia Verde Final

é preocupante, pois 63,6% dos municípios brasileiros utilizam lixões como forma de

disposição dos resíduos sólidos urbanos, 18,4% utilizam aterros controlados e 13,8%

utilizam os aterros sanitários.

Mesmo reciclando apenas 8% dos resíduos sólidos domiciliares, a

gestão dessa reciclagem emprega cerca de 500 mil pessoas no Brasil, sendo este então

o emprego verde que possui maior postos de trabalhos no país. Apesar da excelente

geração de emprego essa porcentagem fica muito atrás da União Européia que recicla

cerca de 22% de seus resíduos sólidos domiciliares conforme dados do UNEP (2008).

Apesar de haver um grande potencial a ser explorado no setor de

reciclagem, gerando benefícios ambientais através da redução do consumo de

recursos naturais, sociais e econômicos, com a geração de empregos verdes, devemos

atentar para as condições de trabalho dos empregados desse setor, garantindo a

promoção de políticas públicas com o intuito de garantir condições seguras e salubres

aos trabalhadores, além de remuneração adequada.

Outra forma lucrativa de lidar com esse problema é o aproveitamento

energético do biogás em aterros sanitários. A tecnologia de aproveitamento do gás de

lixo (GDL) consiste na recuperação do biogás gerado pela decomposição da parte

orgânica dos resíduos no aterro, podendo ser convertido em eletricidade, vapor,

combustível para caldeiras ou fogões, combustível veicular ou ser utilizado para

abastecer gasodutos com gás de qualidade demonstra Goldemberg.

3.7 Uso Racional de Água

Mesmo situado em uma posição privilegiada, com relação à

disponibilidade de recursos hídricos, o Brasil ainda sofre com a desigualdade regional

na disponibilização hídrica, onde regiões pouco habitadas possuem grande potencial

hídrico, como a região amazônica, enquanto outras podem até sofrer com a escassez

como a Nordeste e a Sudeste.

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Page 36: Estagio II Economia Verde Final

Além dos problemas relacionados à disponibilidade, existem também

os relacionados à qualidade da hídrica, como a distribuição do saneamento às diversas

regiões do país, a disposição inadequada de esgoto sem tratamento nos rios, a

contaminação dos mananciais por agrotóxicos, resíduos industriais ou resíduos sólidos

dispostos inadequadamente.

Uma alternativa interessante para esses problemas seria o reuso da

água proveniente de tratamento de esgotos e também o aproveitamento de água de

chuva, através de técnicas de construção civil sustentável que visam evitar a agressão

ao meio ambiente.

O setor de construção civil, além de promover o uso da inovação nesse

novo ramo de mercado, também usa o apelo ambiental no lançamento de

empreendimentos imobiliários, onde além de atrair a atenção de consumidores

conscientes também oferece espaço para o desenvolvimento de uma Economia Verde

voltada para o uso racional de água.

3.8 Agricultura e Florestas

Atividade essencial à sobrevivência humana, a agricultura sempre teve

papel decisivo no desenvolvimento da sociedade e na conseqüente causa de

importantes transformações ambientais, a partir dessas transformações ficou evidente

a necessidade de conservação ambiental devido ao impacto gerado pelo modelo

tradicional de produção e consumo.

O agronegócio como peça fundamental na economia brasileira é

responsável por grande participação na geração de renda e de empregos e na inserção

do país no comércio mundial. Esse fato torna a agricultura um ponto estratégico na

implementação de técnicas voltadas ao aumento da rentabilidade e produtividade das

fazendas.

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Page 37: Estagio II Economia Verde Final

A importância das florestas e principalmente da produção florestal está

relacionada a necessidade de utilizar a madeira em diversas áreas da economia, como

a produção de energia, óleos e remédios e a demanda por fibras, resinas e sementes.

Aliar essas necessidades com a preservação do meio ambiente é o grande desafio da

atual economia e objetivo principal da Economia Verde.

Desenvolvimento econômico e preservação podem estar aliados aos

mesmos objetivos quando diversos incentivos, como os relacionados a preservação de

mata nativa, inserção ao mercado de carbono e produtos certificados, facilitam a

participação dos produtores nessa nova tendência econômica.

3.9 Investimento em Turismo

A CELG D apóia vários eventos culturais promovidos pelas

Secretarias de Cultura do Estado e dos Municípios, como o Festival Internacional do

Cinema Ambiental, realizado anualmente na Cidade de Goiás, que como o próprio

nome indica, trata de produções voltadas para assuntos do meio ambiente. Em

Pirenópolis, o Festival de Canto da Primavera explora o compromisso dos

consumidores com o meio ambiente. Estas cidades, por seu peso histórico no Estado

receberam investimentos na construção de redes subterrâneas e iluminação que

reproduz a posteação do início do século, em ambas, a CELG D adquiriu casarões

tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e com

sua consultoria adequou-as para funcionarem como Agências de Atendimento.

Além do turismo cultural outra vertente que cresce muito no mercado,

principalmente depois da conscientização de preservação do meio ambiente, é o

ecoturismo. Uma vez que os ambientes naturais estão entre os principais atrativos

turísticos, quanto mais preservado for o atrativo, melhor será sua atratividade.

De acordo com a Sociedade Internacional de Ecoturismo (TIES – The

International Ecoturism Society), ecoturismo é “viagens responsáveis para áreas

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Page 38: Estagio II Economia Verde Final

naturais que conservam o meio ambiente e sustentam o bem estar das comunidades

locais”. Portanto o ecoturismo está ligado ao turismo que busca na natureza atrativos

de descanso e lazer, ligados a práticas sustentáveis de mínimo impacto ambiental e de

valorização de culturas locais através da educação da conservação ambiental.

Fennel (2002) define ecoturismo como “uma forma sustentável de

turismo baseado nos recursos naturais, que focaliza principalmente a experiência e o

aprendizado sobre a natureza: é gerido eticamente para manter um baixo impacto, é

não predatório e localmente orientado (controle, benefícios e escala). Ocorre

tipicamente em áreas naturais, e deve contribuir para a conservação ou preservação

destas”.

A TIES define que os princípios do ecoturismo estão ligados a

minimização dos impactos, construção de uma consciência ambiental e cultural de

respeito, proporcionar experiências positivas tanto para visitantes como anfitriões,

proporcionar benefícios financeiros diretos para a conservação da natureza e

contribuição ao desenvolvimento da consciência política, ambiental e social.

O turismo quando desenvolvido de maneira sustentável e com

planejamento, além de gerar empregos e renda, preserva o meio ambiente e evita a

pressão humana demasiada aos recursos naturais. Vale lembrar que o turismo está

intensamente ligado as mudanças climáticas, onde além de ser responsável por tais

mudanças também sofre com elas.

3.10 Emprego Verde

Emprego verde é definido por Renner (2008) como o trabalho em

diversos setores como o da agricultura, da manufatura, da pesquisa e do

desenvolvimento, do administrativo e o de serviços que contribuem substancialmente

em preservar ou recuperar a qualidade do meio ambiente. Especificamente, mas não

exclusivamente, é incluído empregos que ajudam a proteger o ecossistema e a

38

Page 39: Estagio II Economia Verde Final

biodiversidade, a reduzir o consumo de energia, matéria-prima e água através de

estratégias eficientes que minimizam qualquer forma de geração de desperdício e

poluição.

Principalmente devido ao fato do mercado de energias renováveis estar

crescendo de forma consistente nos últimos anos e devido ao grande volume de

investimentos públicos e privados, é que podemos afirmar que a Economia Verde tem

grande potencial de geração de empregos na agricultura, em institutos de pesquisa,

plantas de produção de equipamentos, logística, universidades e consultorias em todos

os níveis de qualificação consolidando tanto o mercado internacional como o

nacional.

Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

(PNUMA) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que os

combustíveis fósseis geram menos empregos que a indústria de energias renováveis

atualmente. Essas duas organizações, em conjunto com o WorldWatch Institute,

estimam que haverá um crescimento neste mercado para US$ 630 bilhões até 2030, e

se esta projeção for concretizada, serão gerados, ao menos 20 milhões de empregos

diretos e indiretos, com 2 milhões no mercado de energia eólica e 6 milhões em

energia solar.

3.11 Reestruturação na Educação e Parcerias Privadas

Segundo Milani (2007), uma economia ecológica é impossível de ser

criada apenas melhorando a eco-eficiência da produção industrial existente. Para se

obter uma produção verde é necessário um novo tipo de profissional, uma pessoa

melhor integrada na vida social e ecológica, com uma nova percepção sobre serviço.

A CELG desenvolve, anualmente, campanhas públicas de preservação

de um dos principais rios do Estado de Goiás, o Araguaia. Também com

39

Page 40: Estagio II Economia Verde Final

periodicidade anual é levado o “Projeto CELG nas Escolas” distribuindo cartilhas

abordando o uso racional e eficiente da energia. Clientes que acessam o tele-

atendimento ouvem mensagens sobre o uso racional de energia e cuidados no uso da

eletricidade.

A CELG D tem atuado muito próxima dos centros de ensino médio e

superior do Estado de Goiás, como:

-Convênio com a Escola de Engenharia da UFG possibilitou a montagem de

laboratório de máquinas estáticas e a absorção por esta da execução de laudos

técnicos dos equipamentos que serão montados nas redes da empresa;

-Convênio com outro com o CEFET – Centro Federal de Educação

Tecnológica permite aos alunos trabalharem na recuperação de medidores

danificados, sendo remunerados através de bolsas de estudos;

-Disponibilização de vagas para estágios de diversos cursos.

40

Page 41: Estagio II Economia Verde Final

4.1 Conclusão

Com a grande integração global e concorrência acirrada dos dias

atuais, as empresas devem se preparar para permanecerem no mercado. Manter o foco

somente no capital e no uso descontrolado das matérias-primas pode não ser a melhor

escolha para o futuro. Uma grande tendência do mercado é a Economia Verde, mas

não é a única.

O novo paradigma sobre a Economia Verde é considerado muito mais

do que simplesmente energia limpa ou mudança das atitudes ou comportamento das

pessoas, empresas e países com relação ao meio ambiente. Seguir o rumo dessa nova

tendência é uma boa dica, mas isso requer uma grande discriminação entre autênticas

tendências da evolução humana e apenas uma ressaca do consumismo descontrolado

humano, conforme sugere Milani (2007).

Com as recentes descobertas maciças sobre a consciência ambiental, as

organizações ambientais têm uma grande oportunidade de levantar o nível de

discussão e de consciência para um novo plano estratégico, buscando aliar enfim seus

objetivos ambientais com os econômicos de nossa sociedade. Nota-se também a

grande oportunidade de criação de alianças estratégicas, democracia participativa,

justiça social e regeneração da comunidade através do potencial de desenvolvimento

da Economia Verde.

È normal e até desejável que algumas empresas buscam obter lucros

dentro da nova tendência de sustentabilidade da economia, mas alguns pontos

essenciais devem ser levados em conta como o impacto dessa nova tendências na

economia tradicional e na comunidade, uma maior democratização dos meios de

preservação do meio ambiente e transparência no desenvolvimento de novas idéias e

tecnologias no intuito de direcionar os interesses pessoais para não afetar o

desenvolvimento sustentável e o bem estar dos consumidores, são boas sugestões de

Milani (2001) para esse novo assunto.

41

Page 42: Estagio II Economia Verde Final

Garcia(2007, p.6) aponta em sua abordagem que “caso não haja uma

revisão por parte das empresas em sua sistemática de elaboração de sua estratégia,

considerando como uma das variáveis o meio ambiente, o resultado poderá ser um

plano inócuo, que não retrata uma parcela significativa e relevante em termos de

impacto sobre o meio, além de perda de mercado e diminuição do lucro no médio e

longo prazo.”

Garcia(2007, p.6) afirma “A busca do desenvolvimento sustentável não

é uma opção, mas uma necessidade de mercado. Hoje o impacto ambiental dos

negócios é tema obrigatório na elaboração do planejamento estratégico das empresas.

As ações visando a eco eficiência podem ser aplicadas em qualquer fase do projeto ou

da venda do produto, porém quanto antes elas forem consideradas, o custo de

implementação será menor, ou seja, se forem levadas em conta, já na fase do

planejamento, menor o impacto de custo sobre o projeto, e conseqüentemente melhor

o resultado”.

Portanto mesmo com várias vertentes apoiando ou sendo contra a nova

situação econômica, a Economia Verde, é notório que a necessidade por

sustentabilidade e diminuição dos impactos ambientais causados pelo homem serão o

grande diferencial das empresas nessa nova era, a Era Verde, e esse diferencial já é

constatado em empresas como a CELG e o Governo do Estado de São Paulo.

42

Page 43: Estagio II Economia Verde Final

5.1 Referencial Teórico

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