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FACULDADE DE TALENTOS HUMANOS - FACTHUS ENFERMAGEM SEMIOLOGIA MÔNICA CRISTINA SILVA UBERABA

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FACULDADE DE TALENTOS HUMANOS - FACTHUSENFERMAGEM

SEMIOLOGIA

MNICA CRISTINA SILVA

UBERABA2014

1. Fisiologia da cicatrizao1.1 Anatomia da pele: A pele envolve e reveste externamente o corpo e composta por 3 camadas: epiderme, derme, tecido subcutneo. Corresponde a 15% do peso corporal e apresenta uma superfcie de aproximadamente 1,50m2. Sua espessura varivel dependendo da regio anatmica, da idade e do sexo. E a principal barreira do organismo, impede a perda excessiva de lquidos, protege contra ao de agentes externos, mantm a temperatura corprea, um rgo dos sentidos (trmico, doloroso e ttil) e sintetiza vitamina D na presena de raios solares. Ainda na pele encontramos: flora bacteriana transitria e flora bacteriana residente tambm conhecida por microbita.Microbita transitria (flora bacteriana transitria) - Est sobre o tecido, devido exposio ao meio ambiente, muito varivel e no se fixa ao epitlio. Sendo assim, de fcil transmisso entre indivduos, por roupas e objetos. facilmente removida por lquidos como suor, gua e antisspticos.Microbita residente (flora bacteriana residente) - aquela que est sobre o tecido, mas que consegue aderir, sobreviver e colonizar a superfcie das clulas epiteliais, sem causar, no entanto nenhum malefcio e multiplicando - se em perfeito equilbrio com o mecanismo antinfeccioso do hospedeiro. Esta colnia de microorganismos pode ser removida parcial e temporariamente.

1.2 A Ferida a ruptura da integridade de um tecido, que pode apresentar diferentes profundidades, podendo atingir a epiderme, a derme ou alcanar o tecido celular subcutneo, a fscia e o tecido muscular. Podemos dividir as feridas em traumticas, cirrgicas e ulcerativas e ainda podemos classific-las como: limpas ou asspticas e contaminadas ou spticas.

1.2.1 A evoluo da ferida. um processo complexo e dinmico que depende de avaliaes sistematizadas, tanto para tipo de cobertura como para freqncia da troca. Est diretamente relacionada com os fatores intrnsecos do paciente, ex: alteraes do fluxo vascular perifrico, hipertenso venosa; alteraes metablicas sistmicas, defeitos neurognicos, leses tumorais malignas, alteraes genticas que obrigatoriamente devem ser consideradas no tratamento destas leses e tambm com os fatores extrnsecos como o fator scio econmico, uso e desuso do membro afetado, repouso, crena e religio.A influncia da flora no desenvolvimento do processo cicatricial de extrema importncia, pois, este fisiolgico, dinmico que busca restaurar a continuidade dos tecidos. Devemos conhecer o processo da cicatrizao, saber quais so os fatores que podem aceler-la ou retard-la, levando em considerao: o conhecimento da fisiopatologia, estrutura da pele, microbita transitria, microbitica resistente e fases da cicatrizao (inflamatria, proliferativa e maturao).

1.2.2 Fases da cicatrizaoFase Inflamatria - h presena de rubor, calor e edema.Fase Proliferativa Inicia-se durante o estgio inflamatrio e termina aproximadamente 22 dias depois. H a epitelizao, neovascularizao e a sntese de colgeno. Durante esta fase os sinais de inflamao diminuem, mas a ferida permanece vermelha e edemaciada. Fatores sistmicos que influenciam (idade, protenas, oxignio, glicose).Fase Maturao Diminuio da quantidade de fibroblastos, reorganizao das fibras colgenas, diminuio do rubor tecidual, incio de uma aparncia esbranquiada, dependendo do metabolismo individual; este estgio poder ter um tempo maior ou menor.

1.2.3 Tipos de cicatrizaoO fechamento de uma ferida pode ocorrer por primeira, segunda ou terceira inteno.Primeira Inteno: a situao ideal para o fechamento das leses e est associada a feridas limpas, ocorrendo quando h perda mnima de tecido, quando possvel fazer a juno dos bordos da leso por meio de sutura ou qualquer outro tipo de aproximao e com reduzido potencial para infeco. O processo cicatricial ocorre dentro do tempo fisiolgico esperado e, como conseqncia, deixa cicatriz mnima.Segunda Inteno: Est relacionada a ferimentos infectados e a leses com perda acentuada de tecido, onde no possvel realizar a juno das bordas, acarretando um desvio da seqncia esperada de reparo tecidual. Tal processo envolve uma produo mais extensa de tecido de granulao e, tambm requer maior tempo para a contrao e epitelizao da ferida, produzindo uma cicatriz significativa. Terceira Inteno: Ocorre quando h fatores que retardam a cicatrizao de uma leso inicialmente submetida a um fechamento por primeira inteno. Esta situao acontece quando uma inciso deixada aberta para drenagem do exsudato e, posteriormente, fechada.

2. lceraslcera qualquer interrupo na soluo de continuidade do tecido cutneo-mucoso, acarretando alteraes na estrutura anatmica ou funo fisiolgica dos tecidos afetados.

2.1 Classificao das lcerasAs lceras podem ser classificadas, quanto causa, em: cirrgicas, no cirrgicas; segundo o tempo de reparao, em agudas e crnicas, e, de acordo com a profundidade, em relao extenso da parede tissular envolvida (epiderme, derme, subcutneo e tecidos mais profundos, como msculos, tendes, ossos e outros).

2.2 Tipos de lceras2.2.1 lcera NeuropticaAs lceras neuropticas so leses de pele bastante comuns e que tem incidncia elevada na nossa populao. So decorrentes, principalmente da falta de sensibilidade local que leva s deformidades e consequentemente formao de leses de pele.Dentre as lceras neuropticas, a mais comum e a mais conhecida, o p diabtico, encontrado em larga escala nas Unidades Bsicas de Sade e que acomete uma grande parcela da populao idosa do pas.Uma outra, neuropatia bastante conhecida a causada pela Hansenase, tambm comumente encontrada nos Postos de sade de todo o Brasil, e com grande incidncia no estado do Mato Grosso do Sul.

lcera Neuroptica na HansenaseA hansenase uma doena infecciosa de evoluo lenta e durao bastante longa, causada por uma bactria chamada Mycobacterium leprae, tambm conhecida por Bacilo de Hansen.Essa doena atinge principalmente a pele e as extremidades do corpo, sendo uma das suas principais caractersticas comprometimento dos nervos perifricos, o que acarreta diminuio ou perda de sensibilidade nos membros, alm do comprometimento dos filetes nervosos e alguns anexos da pele, como os folculos pilosos, glndulas sudorparas e sebceas.

Patognese da lcera neuroptica na hansenaseO comprometimento dos nervos perifricos leva diminuio da sensibilidade nos membros, o que pode levar a formao de lceras, principalmente nos ps, tanto por trauma, uma vez que o individuo pode machucar-se sem sentir, quanto por presso ou frico dos ps dentro do prprio calado.

lcera DiabticaA Diabete Mellitus uma doena que acomete grande parte da populao idosa no Brasil, sendo considerada, juntamente com a hipertenso artria a doena crnica de maior repercusso scio-econmica no nosso meio.Alm de todos os sintomas j conhecidos, causados pela Diabete descompensada, um outro agravante que, atualmente preocupa as autoridades em sade so as lceras de p, que acometem alguns portadores dessa patologia. Essas lceras so decorrentes de alteraes neurolgicas associadas, geralmente a um quadro infeccioso.O surgimento dessa lcera pode se dar de duas maneiras:1. Por perda de sensibilidade;2. Por doena vascular

1. Perda da SensibilidadeA constante hiperglicemia pode afetar os nervos perifricos das pernas e, principalmente dos ps, o que leva a perda da sensibilidade tanto ttil, quanto trmica e dolorosa, deixando o p suscetvel a traumas qumicos, trmicos e mecnicos.

2. Doena Vascular:O paciente diabtico tem uma maior propenso s doenas do corao e hipertenso arterial, uma vez que a glicemia aumentada por um tempo prolongado leva ao endurecimento a ao estreitamento das artrias e arterolas. Alm dessas patologias, temos tambm, as vasculopatias perifricas, que o comprometimento dos vasos perifricos.Esse comprometimento leva a alguns sinais clnicos caractersticos, em seu portador sendo: P frio, ciantico, em alguns casos e com a pele fina; Unhas deformadas e com presena de fungos, na maioria dos casos; Pulsos finos e diminudos, dentre outros.

No caso dos pacientes diabticos, podem aparecer leses nos nervos por comprometimento arterial, o que acarreta diminuio do aporte sanguneo aquele nervo levando-o isquemia e consequentemente diminuio da sensibilidade, j citada anteriormente.

Caractersticas dos ps Pulso usualmente presentes Ps frescos ou mornos Ausncia de dores (por vezes) devido neuropatia A pele das extremidades inferiores seca com rachaduras/fissuras nos ps Micoses nas unhas dos ps

Caracterstica da lcera Profunda, podendo apresentar tneis; Plidas, com bordas uniformes; Pode estar presente tecido de granulao; Pode existir calosidade ao redor Localizada geralmente nos ps (rea plantar), sendo as reas mais comuns s cabeas dos metatarsos e os pontos de presso.

ESCALA DE RISCO: Sistema de Classificao de Meggitt - WagnerGRAU/DEFINIOINTERVENO

CLASSIFICAO DA PROFUNDIDADE0- Neuropatia AusenteP sob risco: ulcera pregressa ou neuropatia com deformidade, que podem causar uma nova ulcera.Orientao do paciente, exames peridicos, calados e solas internas apropriadas, avaliao anual.

1- Neuropatia presentelcera superficial sem infecoReduo da pressa externa: frma moldada de contato total, imobilizao para caminhar, calados especiais, etc. Avaliao semestral.

2- Neuropatia presente e/ou deformidades, proeminncia e/ou isquemia:lcera profunda com exposio de um tendo ou articulao (com ou sem infeco superficial)Desbridamento cirrgico. Cuidados com a ferida, reduo da presso se a leso fechar e passar ao grau 1 (antibiticos se necessrio). Avaliao trimestral por equipe especializada.

3- lcera e/ou amputaoUlcera extensa com exposio de osso e/ou infeco profunda, ou seja, osteomielite ou abscesso.Desbridamentos cirrgicos, amputao dos dedos ou de parte do p, antibiticos, recao da presso se a ferida passar para o grau 1. Avaliao 1-3 meses por equipe especializada.

4- Gangrena da parte externa do pAvaliao e reconstruo vasculares, amputao parcial do p.

5- Gangrena total do pAvaliao vascular, amputao da extremidade com possvel reconstruo vascular proximal.

Figura 1 Classificao Meggit Wagner.

Escala de Risco Grau 0: p em risco Grau 1: lcera superficial no infectada clinicamente; Grau 2: lcera mais profunda, frequentemente infectada, sem osteomielite; Grau 3: lcera mais profunda, formao de abscesso, osteomielite; Grau 4: gangrena localizada (dedo, parte dianteira do p ou calacanhar) Grau 5: gangrena de todo o p.

2.2.2 lcera VenosaA lcera venosa devida insuficincia venosa crnica por varizes primrias, seqela de trombose profunda, anomalias valvulares venosas ou outras causas que interferem no retorno do sangue venoso.As caractersticas clnicas so extremidade quente, edema, presena de varizes, alteraes cutneas como eczema de estase, esclerose e hiperpigmentao. O doente apresenta queixa de dor em pontada ou contnua. A localizao mais freqente a regio do malolo e tero distal da perna; em geral, de progresso lenta, bordas infiltradas, fundo com fibrina e, quase sempre acompanhada de infeco secundria. Surge aps trauma e, muitas vezes, precedida por episdio de erisipela, celulite ou eczema de estase.A fisiopatologia revela que o sangue retorna da perna ao corao atravs de trs conjuntos de veias (profundas, superficiais e intercomunicantes). Se este sistema falhar em um dos seus componentes, o resultado uma hipertenso venosa que causa distenso e alongamento das alas capilares. O fibrinognio extravasa para os tecidos atravs de poros endoteliais alargados e a fibrina depositada nos capilares, formando um coxim que limita a difuso do oxignio e de outros nutrientes para a pele. Adicionalmente, os leuccitos se acumulam durante os perodos de imobilidade, obstruindo os capilares e, assim, contribuem para a isquemia local. Na palpao do pulso pedioso e tibial posterior, os mesmos devem estar presentes.

A preveno da lcera venosa consiste em: Manter repouso e a elevao dos membros inferiores. O doente deve evitar ficar em p por muito tempo e procurar repousar a perna, elevando-a 30 cm acima do quadril, para auxiliar o retorno venoso. O uso de meias de compresso com presso entre 30 a 50 mm de Hg so aconselhveis para prevenir o edema e melhorar o efeito da bomba muscular. A caminhada e exerccios de elevar o calcanhar, ocasiona flexo e contrao dos msculos da panturrilha. Estes so necessrios para a manuteno da bomba muscular. Reduzir o peso corporal. Realizar avaliao clnica peridica, para pesquisa de anemia, desnutrio, hipertenso e insuficincia cardaca. Tratamento de eczemas de estase com corticoterapia tpica. Evitar traumatismos de membros inferiores. Tratamento de infeces bacterianas e fngicas.

2.2.3 lcera ArterialA leso do sistema vascular perifrico inclui tambm a leso de artrias em suas diferentes estruturas anatmicas, sejam elas, as pequenas, medias e as grandes superficiais ou profundas, e ainda esto relacionadas com as condies biolgicas do ser humano e das condies culturais quando aos hbitos alimentares e sociais quanto ao sedentarismo na populao adulto jovem e financeiro.

Caracterstica:A leso arterial perifrica descrita em vrias referncias literrias como um acmulo de gordura na parede das artrias (aterosclerose) e pelo endurecimento desta por processos degenerativos (arteriosclerose) acometidas por doenas crnicas degenerativas (Diabetes e Hipertenso Arterial Sistmica).Esta leso progressiva, inicialmente ocorre uma reduo de fluxo ocorrendo isquemia e consequentemente se no corrigido a causa ocorre a obstruo do vaso de pequeno a grosso calibre com a perda total de tecidos por necrose e ou gangrena. Com caracterstica de ser uma leso de membros inferiores que denominamos como lcera de Perna, com sinais clnicos iniciais que vai de uma simples artrite de pequenos vasos a uma obstruo parcial ou total de um grande vaso comprometendo todo um membro e at a vida deste indivduo.

Patognese: Embolia cardaca Vasculopatia perifrica obstrutiva Inativao do mecanismo arteriolar e capilar Aumento da resistncia perifrica Reduo do fluxo hemtico > 50% Vasculopatia inflamatriaCaractersticas Clnicas Claudicao intermitente aliviada pelo repouso; Dor noturna, aliviada por uma posio pendente; Dor em repouso, no ponto da lcera; Ps frios e unhas dos ps espessadas; Pulsos ausentes ou diminudos; Atrofia cutnea (fina e lustrosa); Perda de pelos da extremidade inferior; Rubor quando pendente; Palidez por elevao; Possvel gangrena;Fatores predisponentes Tabagismo Hiperlipidemia Diabetes Mellitus Hipertenso

Localizao da lcera: Cabeas das falanges Calcanhar Malolo lateral Pr - tibial Extremidades dos dedos do p ou entre os dedos do p.

Caracterstica da lcera: Plida com bordas regulares ( como se cortado com uma forma); Leito da ferida plido, ressecado. Mnima secreo Aparncia de perfurao Poder no ter sangramento Poder apresentar tecido necrtico negro rea perilesionada plida Pequenas quantidades de tecido de granulao plido.

O que investigar? Ps frios; Pulsos ausentes ou diminudos; Atrofia cutnea (fina e lustrosa); Perda de pelos da extremidade inferior; Rubor quando pendente; Palidez por elevao; Unha dos ps espessa; Possvel gangrena

Condutas: Tratar causa subjacente (cirurgia ou farmacoterapia); melhor perfuso tecidual; Decidir cuidadosamente quanto ao mtodo de desbridamento, a Gangrena seca atua como uma capa protetora. Devido reduo do fluxo sanguneo; Preveno do trauma e infeco.

Terapia: Terapia farmacolgica; Terapia angioradiolgica Terapia cirrgica Terapia contra a dor

Dor: Sinais fsicos: Modificao da presso arterial Mudana na frequncia cardaca e respitatria; Modificaes trpicasSinais Visveis: Modificao na posio corporal; Expresso do rosto e da voz; mudana no estado emocional; Anorexia, insnia e etc.Guia De DiferenciaoARTERIALVENOSANEUROPTICA

PELESeca, inelstica, sem plos, fria.midaSensvel, inelstica, plida

EDEMA Localizado na primeira fase, ou sempre mais acentuado, na fase de descompensao da leso.Difuso, na perna e p e, se crnico, endurecido.Presente

DISCROMIAAcentuadaPresente. Com prevalncia na face Antero medial, de cor marrom violeta.Acentuada

LCERAPequena, poo secemente, Borda regular, di espontaneamente e aumenta. Leito da ferida plido e ressecado. Pouca secreo.Pode apresentar fundo necrtico.Dimenso varivel, mas aumenta rapidamente em extenso, Bordas irregulares. Fundo muito rico em secreo.Pequena, pouco profunda, fundo rseo.

Figura 2 Guia de Diferenciao das lceras.

2.2.4 lcera de PressoA expectativa de vida da populao brasileira, segundo a OMS, tem aumentado substancialmente nas ltimas dcadas, e com isso aumentou-se tambm o nmero e o tempo das internaes hospitalares causadas pelas doenas crnico-degenerativas, como o diabetes e a hipertenso, alm de outras doenas como pneumonias.Infelizmente, com esse aumento do tempo e de vrios outros fatores, encontramos um problema comum em quase todos os hospitais do pas, bem como nas internaes domiciliares, a lcera De Presso, tambm chamadas de decbito.

Definiorea localizada de perda de pele e dos tecidos subcutneos causados por presso, trao, frico ou de uma combinao destes fatores.

Fatores desencadeantes:1. INTERNOS: Doenas e estado do paciente Desnutrio Idade Mobilidade Incontinncia urinria e fecal2. EXTERNOS: Presso Frico Cisalhamento

Sendo assim, os indivduos mais propensos formao desse tipo de leso de pele so aqueles com alteraes na mobilidade, alteraes sensoriais e da circulao perifrica, alterao do nvel de conscincia, disfuno de esfncteres, desnutridos e imunodeprimidos.

PatogneseO nosso organismo precisa de energia e nutrientes para manter a vida, da mesma forma o nosso tecido precisa de nutrientes e oxignio para se manter vivo. Qualquer injria ou alterao que acarrete interrupo desse suprimento de energia pode levar ao sofrimento tecidual e consequentemente morte das clulas.No caso da lcera de presso, a isquemia causada pela presso das partes duras do corpo, as proeminncias sseas, no tecido muscular. Essa presso leva a uma diminuio ou um bloqueio da circulao arterial, que responsvel pelo fornecimento de nutrientes e oxignio, com isso existe a formao de uma rea isqumica e por consequncia, a morte das clulas e o aparecimento da lcera de presso. Causas da hipxia: Compresso Obstruo arterial Reduo do fluxo sanguneo Estase venosa e linftica Deficit da microcirculao Isquemia Congesto venosa Trombose venosa Necrose

Etiologia Das lceras de Pressoa) Superfcies de apoio e compressob) Posicionamento Presso Atrito Cisalhamento Umidade

Classificao Das lceras de Presso

Estgio 1: Nesse estgio a pele ainda est integra, entretanto, existem algumas alteraes que so indicativas de isquemia, tais como; mudana na temperatura local (seja calor ou frio), mudana na consistncia do tecido, podendo aparecer desde reas amolecidas ou endurecidas, ao edema. Alm dessas alteraes pode aparecer tambm uma rea avermelhada, chamada eritema, que no desaparece depois de retirada presso.

Estgio 2: Neste estgio existe perda de tecido. A lcera ainda superficial, atingindo epiderme e derme. E pode apresentar-se como abraso, uma espcie de queimadura, bolha ou uma cratera rasa.

Estgio 3: No estgio 03 temos a perda de todas as camadas da pele, sendo a epiderme, derme e tecido subcutneo, podendo ter ou no tecido necrtico.

Estgio 4: No ltimo estgio, alm da perda de todas as camadas da pele, existe ainda comprometimento do tecido muscular, sseo, ligamentos, tendes, com o aparecimento de crateras e tneis.

Tratamento:1. Avaliao dos Riscos:O tratamento da lcer de presso se baseia, primeiramente, na avaliao dos riscos. Essa avaliao pode ser feita de diversas maneiras, uma delas a utilizao das escalas de risco, aqui citamos como exemplo a escala de avaliao de NORTON.

NORTON: Parmetros de Avaliao Condio geral Estado mental Atividade Mobilizao Incontinncia

2. Cuidados com a pele do pacienteAvaliar e inspecionar a pele do paciente constantemente, mantendo-a seca e hidratada.

3. Diminuio da Presso Manter o paciente, quando acamado, em colcho de ar. Mudar de decbito a cada duas horas, mesmo em colcho de ar e outros. Evitar leses por cisalhamento, mantendo cabeceira elevada a < 30; Manter proeminncia sseas afastadas do contato mtuo; Elevar calcanhares.Proibido! Luvas de procedimento com ar ou gua e rodilhas (almofadas com orifcio) de ar ou de ataduras. Essas so falsas medidas de diminuio de presso que se utilizadas constantemente, acabam por aumentar ainda mais a rea de isquemia piorando o quadro do paciente.

3. Necessidade de Nutrio3.1 Nutrio Enteral

Indicaes:Pacientes impossibilitados de ingesto oral, seja por patologias dotrato gastro-intestinal alto, por intubao oro-traqueal, por distrbios neurolgicos com comprometimento do nvel de conscincia ou dos movimentos mastigatrios. Indicado tambm nos casos em que o paciente vem com ingesto oral baixa, por anorexia de diversas etiologias. A administrao de dieta por sonda nasoenteral no contraindica a alimentao oral, se esta no implicar em riscos para o paciente.

Cuidados e Funes da Enfermagem na Necessidade de Nutrio Enteral

Instalando a Dieta Enteral: Conferir na prescrio mdica e da prescrio da EMTN o tipode dieta, volume, vazo efrequncia; Receber dieta e conferir com os dados da prescrio e do paciente; 1 hora antes daadministrao retirar dieta sistema aberto da geladeira. No infundir gelada! Lavar as mos; Reunir material: Dieta j identificada, equipo para dieta enteral, luvas de procedimento, mscara cirrgica, bola de algodo com lcool a 70%. Colocar Mscara cirrgica e luvas de procedimento; Realizar anti-sepsia do gargalo da dieta com bola de algodo; Homogeneizar a dieta; Conectar equipo no frasquinho da dieta e escov-lo No deixar bolhas! Preencher cmera de gotejamento at a metade; Orientar paciente e familiares sobre o procedimento da dietoterapia; Posicionar paciente em Semi-Fowler elevado; Verificar posicionamento da sonda; Lavar sonda com 20 ml de gua filtrada (seringa de gua identificada); Instalardieta em Bomba de infuso realizando a programao do volume, vazo etempo de infuso; Conectar equipo da dieta emsonda (SNE/GTT); Ligar Bomba. Observar gotejamento; Manter unidade em ordem; Registrar procedimento em pronturio; Checarprescrioda EMTN.

3.2 Nutrio ParenteralIndicaes:Classicamente, indica-se a via parenteral para terapia nutricional quando h contra-indicao absoluta para o uso do trato gastro-intestinal (fistulas digestivas de alto dbito, pancreatite na fase aguda, leo paraltico prolongado, fase inicial de adaptao nas sndromes de intestino curto, etc). Tambm se utiliza a NP se o trato gastro-intestinal no est tolerando receber todo o aporte calrico-proteico indicado, paralelamente NE ou VO, mediante clculo adequado do aporte das duas vias.Cuidados e Funes da Enfermagem na Necessidade de Nutrio Parenteral:

Lavar as mos; Reunir equipo fotossensvel+dieta parenteral em bandeja devidamente limpa; Observar a temperatura da dieta = retirar da geladeira 1 h antes de instalar; Protegerdieta em capa fotossensvelprpria Conferir data, Validade, Integridade e Etiqueta com dados do paciente; Confeccionar etiqueta contendo os dados referente infuso da dieta; Colocar mscara cirrgica; Calar luvas de procedimento; Conectar equipo Bolsa de nutrio; Realizar escovao do equipo Orientar o paciente e familiares sobre o procedimento. Montar equipo em Bomba de Infuso; Programar vazo (ml/h), Tempo de infuso e Volume (ml); Testar acesso venoso Puncionar um acesso exclusivo para a NPP/NPT; Lavar com soluo salina e testar o fluxo e refluxo do acesso; Atentar para o extravasamento da Dieta na puno; Proteger tubos, conexes ou polifix com papel alumnio ou plstico opaco para impedir que haja reao de fotossensibilidade; Registrar no pronturio qualquer alteraodo paciente. No utilizar a mesma via para administrar medicamentos ou coletar material para exames.

ATENO:: A instalao da NPP/NPT exclusividade do ENFERMEIRO! A NPP/NPTdever ser instalada sempre no mesmohorrio! Pesar o paciente diariamente SEMPRE no mesmo horrio! Trocar equipo deinfuso a cadanova bolsa! Trocar AVP acada72h! Realizar o controle da glicemia capilar a cada 6 horas nas primeiras 72 horas, espaando este controle para 12 horas em caso de estabilidade, ou conforme prescrio mdica ou EMTN.

ATENO: Nunca utilizar a via de administrao da NPP/NPT para infuso de frmacos ousolues! SEMPRE averiguara permeabilidadedo Acesso venoso! Realizar o controle da glicemia capilar a cada 6 horas nas primeiras 72 horas, espaando este controle para 12 horas em caso estabilidade, ou conforme prescrio mdica ou de enfermagem.

COMPLICAES DA NPP/NPT: COMPLICAES DA NPP/NPT:

Colonizao do cateter; Infeces do cateter; Sepse; Hipo e hiperglicemia; Distrbioshidroeletroltico.

EM CASO DE BACTEREMIA Suspender imediatamente a infuso; Com a bolsa ainda suspensa no suportede soro, colheruma amostra da NPP/NPT por puno nodispositivo apropriado, aps desinfeco com lcool a70%; Transferir este materialassepticamente para um frasco de hemocultura devidamenteidentificado. (Na retirada da bolsa do suporte pode ocorrer contaminaobacteriana ascendente). Colher simultaneamente uma amostra de sangueperifrico para hemocultura; Enviar os frascos para o laboratrio de microbiologia; Desprezar a bolsa e o sistema de infuso; Registrar o ocorrido no pronturio dopaciente Notificar a CCIH.

3.3 Nutrio Via Oral

Cuidados e Funes da Enfermagem na Necessidade de Nutrio Via Oral: Regras gerais para alimentar o paciente em dieta oral Sempre colocar paciente em posio sentada elevada (Fowler); Sempre mantermontado sistema de aspirao; Auxiliar o paciente na abertura da bandeja; Alimentar de forma paciente e gradual com pequenas pores; Ajustar dieta: Comunicar nutricionista e Mdico assistente em caso de Disfagia, Diarria, Anorexia, Nusea e mese; Sempre aps a alimentao, proceder com a higiene oral; Manter paciente em Fowler (dorsal ou cabea lateralizada) por no mnimo 40 minutos; Avaliar a aceitao da dieta do paciente de acordo com a observao direta da bandeja do paciente; Manter Unidade em Ordem; Registrar todo o procedimento e aceitao (da dieta) em pronturio.

ANOREXIA: Ajustar dieta: Comunicar nutricionista e Mdico assistenteo grau de aceitao da dieta oral; Conversar com paciente sobre preferncias alimentares dentro da dieta proposta (Enfermeira ou Nutricionista).

NUSEAS e MESE: Alimentar de forma paciente e gradual com pequenas pores; Suspender dieta em caso de nuseas e mese constante: Comunicarnutricionista e Mdico assistente; Administrar anti-emtico conforme prescrio; Proceder com a higiene oral em cada aps cada episdio de mese; Manter paciente em fowler (dorsal ou cabea lateralizada) por no mnimo 40 minutos;

PS-OPERATRIO: Comunicar nutrio o retorno do paciente ao leito (Ps-operatrio imediato), informando o tipo de dieta, a liberao e o estado de alerta do paciente (acordado, sonolento); Colocar Paciente em posio sentada elevada (Fowler) atentando para as limitaes perante o Ps-operatrio Imediato; Ter sempremontado sistema deaspirao; Auxiliar o paciente a abrir a bandeja de alimentao; Alimentar de forma paciente e gradual com pequenas pores; Suspender dieta em caso de nuseas e mese constante: Comunicarnutricionista e Mdico assistente; Administrar Anti-emtico conforme prescrio; Proceder com a higiene oral em cada aps cada episdio de mese; Manter Paciente em Fowler (dorsal ou cabea lateralizada) por nomnimo 40 minutos;

CRIANAS: At 6 meses indicado a amamentao exclusiva (Leite Materno-LM); Colocar criana em Fowler no momento da alimentao; Favorecer eructao aps a alimentao; Sempre que a criana apresentar dejees a enfermagem dever inspecionar a fralda e registrar em pronturio aspecto, quantidade, colorao.

ATENO: Registre no pronturio e comunique imediatamente nutrio caso o paciente ingira alimentos que no so do hospital; Quando o paciente retornar do centro cirrgico, comunicar imediatamente nutrio a dieta e o estado de alerta do paciente.

RefernciasMANUAL de procedimentos de enfermagem. So Paulo, 2005. Disponvel em:.CARMAGNANI, M. I.S. et al. Procedimentos de enfermagem: guia prtico. Rio de janeiro: Guanabara Koogan,2009.