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Nos dias 12 e 14 de maio foi realiza- do na Universidade Federal de Viço- sa, o curso de contenção de bovinos, ministrado pelo professor e Médico Veterinário, Romeu Sampaio. O primeiro dia tratou-se de questões teóricas e o segundo dos aspectos práticos. A etapa teórica envolveu: definição; histórico; tipos de contenção e cor- das; cuidados com o material, e for- mas de contenção e derrubamento. Já a parte prática envolveu a apli- cação das técnicas de contenção em bovinos de diferentes tamanhos, com participação efetiva dos estagiários além do manejo com cordas e outros materiais (cabresto, anel nasal, for- miga, etc.). Como importância da contenção, podemos citar a segurança do ani- mal, assim como quem lida com ele, e a possibilidade de realizar práticas como: mochação, ordenha, transpor- te dos animais, cirurgias, marcações entre outros. Os técnicos e estagiários do PDPL- -RV, que participaram do curso, agradecem ao Professor Romeu pela disponibilidade e prontidão na reali- zação do curso, sendo bastante pro- veitoso e elogiado por todos. Rafael A. S. P Gasparoni Estudante de Agronomia PDPL-RV realiza curso sobre Professor Romeu Sampaio realizando a parte prática do curso No dia 18 de maio, o PDPL-RV or- ganizou uma palestra com o intuito de transmitir parte das experiências profissionais de um ex-estagiário do PDPL-RV. O técnico convidado foi o zootecnista da CPDEducampo, Da- niel Navarro. Daniel Navarro foi um estagiário de destaque no PDPL-RV, tendo sido monitor de zootecnia e um dos idealizadores do curso de nutrição animal oferecido aos estagiários que chegam à terceira fase. Dentre as propriedades assistidas por ele estão a Fazenda Ipiranga, do produtor Paulo Cupertino em Coim- bra-MG, a Fazenda São Miguel, do produtor Cristiano Lana e a Fazenda Ex-estagiário do PDPL-RV ministra palestra Santa Edwiges, do produtor Antônio Carlos Reis, ambas em Piranga-MG. Seu trabalho na CPDEducampo lhe rendeu a oportunidade de realizar mais de 500 palestras e conhecer di- versos perfis de propriedades e pro- dutores, desde agricultores familiares à grandes produtores de leite, assisti- dos ou não pelo projeto Educampo. O palestrante enfatizou os benefí- cios da experiência adquirida com o convívio com os produtores, funcio- nários, colegas estagiários e técnicos, tanto do PDPL-RV, quanto da UEPE- -GL. Navarro aconselhou que os estagi- ários devem estar sempre atentos ao crescimento e desenvolvimento dos conhecimentos técnicos sobre a ati- vidade, e que também estejam atrela- dos ao desenvolvimento das relações interpessoais. Os profissionais que dominarem a técnica e tiverem bom relacionamen- to pessoal certamente terão grande poder de negociação, convencimen- to e persuasão diante de produtores, funcionários e empresas do setor. Daniel Navarro ex-estagiário do PDPL-RV Com a finalidade de mostrar aos seus estagiários como é realizado o trabalho em empresas conceituadas, o PDPL-RV promoveu uma palestra no dia 19 de maio, com o engenheiro agrônomo, Flávio Fazenaro, ex-esta- giário que hoje atua como supervisor de fomento na Danone. Vale ressaltar que a Danone atua em 120 países, possui 90 mil colabo- radores, além de ser a primeira colo- cada em relação a produtos lácteos frescos e volume de água mineral. Hoje uma das metas da empresa é sair do mercado tradicional, para isso a Danone mostra ao produtor o seu valor, através da execução de projetos, como o Educampo, que conseguem “potencializar a produ- ção e trazer solução para os produto- res”, afirma Flávio Fazenaro. Assim, o engenheiro agrônomo, explica que o produtor consegue assimilar o “nosso” trabalho, contri- buindo com quantidade e principal- mente, qualidade, até porque a mis- são da empresa é promover saúde. Neste ano pretende-se atingir no- vos produtores, a fim de alavancar a produção de leite, e manter a fideli- zação dos já presentes. Neste sentido, o programa de fo- mento da Danone utiliza algumas es- tratégias como: tabela de pagamento pela qualidade do leite; produção da Revista Danone no campo, e Pou- pança leite (produtor ganha boni- ficação quando mantém fidelidade com a empresa, a partir de alguns critérios, aonde o leite deve ter CTM < 100.000 ufc/ml, proteína > 3,03%, e esteja isento de antibiótico). Flávio Fazenaro, supervisor de fomento da Danone ministra palestra para o PDPL-RV Assim, Flávio Fazenaro relata que não é possível atingir os resultados que a Danone almeja sem a parceria com o Educampo, pois é este proje- to que educa e orienta os produtores rurais, através da capacitação técnica e gerencial. Segundo o engenheiro agrônomo o perfil de um técnico Educampo Da- none é basicamente liderança, ambi- ção, excelência na execução e gostar de inovar, pois trabalhar nesta em- presa é “para quem quer vislumbrar o mundo”, afirma Flávio Fazenaro. Flávio Fazenaro apresenta os aspectos do Programa de Fomento Danone Entre os dias 02 a 06 de maio, o PDPL-RV com o apoio dos zootec- nistas do CPD Educampo, Carolina Marianelli, Matheus Ferreira e Da- niel Navarro, e do monitor de zoo- tecnia Marcelo Bianco, promoveram o XI Curso de nutrição de bovinos leiteiros. No primeiro dia de palestras, foi abordado temas relacionados a ava- liação de alimentos concentrados. Seguindo a programação, no segun- do dia, a avaliação técnica e econô- mica nas fases de cria e recria foram os assuntos discutidos, com ênfase no manejo alimentar a que são sub- metidos. No terceiro dia de palestras, foram colocados em questão temas relacio- nados ao manejo alimentar de vacas de leite, onde assuntos pertinentes como Balanço Energético Negativo e doenças metabólicas de periparto fo- ram analisados, além da importância do manejo alimentar na prevenção destes. No quarto e último dia de curso foi feita uma abordagem geral sobre for- mulações de dietas totais para vacas em produção, onde os diferentes mé- todos utilizados para balanceamento foram abordados. Encerrando a programação, no quinto dia houve uma avaliação para todos os participantes do curso, abordando os principais temas pro- feridos pelos palestrantes. Assim, o PDPL-RV e estagiários agradecem aos palestrantes pelo ex- celente curso, na certeza de que foi alcançado e até superado os objetivos de capacitação dos mesmos. XI Curso de nutrição de bovinos leiteiros Marcelo Bianco Estudante de Zootecnia Camila Caetano Estudante de Jornalismo Vinícius Ferreira Soares Estudante de Agronomia O melhor sistema para a sua fazenda p. 2 Momento dos produ- tores: Edmar Lopes e Sérgio Lopes p. 3 Qualidade do leite: Linha de ordenha no controle de mastites p. 4 Jornal da Produção de Leite / Ano XIX - Número 266 - Viçosa, MG - Maio de 2011 PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

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Page 1: Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região ... · à grandes produtores de leite, assisti- ... da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa ... 1-Fornecer o colostro

Nos dias 12 e 14 de maio foi realiza-do na Universidade Federal de Viço-sa, o curso de contenção de bovinos, ministrado pelo professor e Médico Veterinário, Romeu Sampaio. O primeiro dia tratou-se de questões teóricas e o segundo dos aspectos práticos.

A etapa teórica envolveu: definição; histórico; tipos de contenção e cor-das; cuidados com o material, e for-mas de contenção e derrubamento.

Já a parte prática envolveu a apli-cação das técnicas de contenção em

bovinos de diferentes tamanhos, com participação efetiva dos estagiários além do manejo com cordas e outros materiais (cabresto, anel nasal, for-miga, etc.).

Como importância da contenção, podemos citar a segurança do ani-mal, assim como quem lida com ele, e a possibilidade de realizar práticas como: mochação, ordenha, transpor-te dos animais, cirurgias, marcações entre outros.

Os técnicos e estagiários do PDPL--RV, que participaram do curso, agradecem ao Professor Romeu pela disponibilidade e prontidão na reali-zação do curso, sendo bastante pro-veitoso e elogiado por todos.

Rafael A. S. P Gasparoni Estudante de Agronomia

PDPL-RV realiza curso sobre

Professor Romeu Sampaio realizando a parte prática do curso

No dia 18 de maio, o PDPL-RV or-ganizou uma palestra com o intuito de transmitir parte das experiências profissionais de um ex-estagiário do PDPL-RV. O técnico convidado foi o zootecnista da CPDEducampo, Da-niel Navarro.

Daniel Navarro foi um estagiário de destaque no PDPL-RV, tendo sido monitor de zootecnia e um dos idealizadores do curso de nutrição animal oferecido aos estagiários que chegam à terceira fase.

Dentre as propriedades assistidas por ele estão a Fazenda Ipiranga, do produtor Paulo Cupertino em Coim-bra-MG, a Fazenda São Miguel, do produtor Cristiano Lana e a Fazenda

Ex-estagiário do PDPL-RV ministra palestra Santa Edwiges, do produtor Antônio Carlos Reis, ambas em Piranga-MG.

Seu trabalho na CPDEducampo lhe rendeu a oportunidade de realizar mais de 500 palestras e conhecer di-versos perfis de propriedades e pro-dutores, desde agricultores familiares à grandes produtores de leite, assisti-dos ou não pelo projeto Educampo.

O palestrante enfatizou os benefí-cios da experiência adquirida com o convívio com os produtores, funcio-nários, colegas estagiários e técnicos, tanto do PDPL-RV, quanto da UEPE--GL.

Navarro aconselhou que os estagi-ários devem estar sempre atentos ao crescimento e desenvolvimento dos conhecimentos técnicos sobre a ati-vidade, e que também estejam atrela-dos ao desenvolvimento das relações interpessoais.

Os profissionais que dominarem a técnica e tiverem bom relacionamen-to pessoal certamente terão grande poder de negociação, convencimen-to e persuasão diante de produtores, funcionários e empresas do setor.Daniel Navarro ex-estagiário do PDPL-RV

Com a finalidade de mostrar aos seus estagiários como é realizado o trabalho em empresas conceituadas, o PDPL-RV promoveu uma palestra no dia 19 de maio, com o engenheiro agrônomo, Flávio Fazenaro, ex-esta-giário que hoje atua como supervisor de fomento na Danone.

Vale ressaltar que a Danone atua em 120 países, possui 90 mil colabo-radores, além de ser a primeira colo-cada em relação a produtos lácteos frescos e volume de água mineral.

Hoje uma das metas da empresa é sair do mercado tradicional, para isso a Danone mostra ao produtor o seu valor, através da execução de projetos, como o Educampo, que conseguem “potencializar a produ-ção e trazer solução para os produto-res”, afirma Flávio Fazenaro.

Assim, o engenheiro agrônomo, explica que o produtor consegue assimilar o “nosso” trabalho, contri-buindo com quantidade e principal-mente, qualidade, até porque a mis-são da empresa é promover saúde.

Neste ano pretende-se atingir no-

vos produtores, a fim de alavancar a produção de leite, e manter a fideli-zação dos já presentes.

Neste sentido, o programa de fo-mento da Danone utiliza algumas es-tratégias como: tabela de pagamento pela qualidade do leite; produção da Revista Danone no campo, e Pou-pança leite (produtor ganha boni-ficação quando mantém fidelidade com a empresa, a partir de alguns critérios, aonde o leite deve ter CTM < 100.000 ufc/ml, proteína > 3,03%, e esteja isento de antibiótico).

Flávio Fazenaro, supervisor de fomento da Danone ministra palestra para o PDPL-RV

Assim, Flávio Fazenaro relata que não é possível atingir os resultados que a Danone almeja sem a parceria com o Educampo, pois é este proje-to que educa e orienta os produtores rurais, através da capacitação técnica e gerencial.

Segundo o engenheiro agrônomo o perfil de um técnico Educampo Da-none é basicamente liderança, ambi-ção, excelência na execução e gostar de inovar, pois trabalhar nesta em-presa é “para quem quer vislumbrar o mundo”, afirma Flávio Fazenaro.

Flávio Fazenaro apresenta os aspectos do Programa de Fomento Danone

Entre os dias 02 a 06 de maio, o PDPL-RV com o apoio dos zootec-nistas do CPD Educampo, Carolina Marianelli, Matheus Ferreira e Da-niel Navarro, e do monitor de zoo-tecnia Marcelo Bianco, promoveram o XI Curso de nutrição de bovinos leiteiros.

No primeiro dia de palestras, foi abordado temas relacionados a ava-liação de alimentos concentrados. Seguindo a programação, no segun-do dia, a avaliação técnica e econô-mica nas fases de cria e recria foram os assuntos discutidos, com ênfase no manejo alimentar a que são sub-metidos.

No terceiro dia de palestras, foram colocados em questão temas relacio-nados ao manejo alimentar de vacas

de leite, onde assuntos pertinentes como Balanço Energético Negativo e doenças metabólicas de periparto fo-ram analisados, além da importância do manejo alimentar na prevenção destes.

No quarto e último dia de curso foi feita uma abordagem geral sobre for-mulações de dietas totais para vacas em produção, onde os diferentes mé-todos utilizados para balanceamento foram abordados.

Encerrando a programação, no quinto dia houve uma avaliação para todos os participantes do curso, abordando os principais temas pro-feridos pelos palestrantes.

Assim, o PDPL-RV e estagiários agradecem aos palestrantes pelo ex-celente curso, na certeza de que foi alcançado e até superado os objetivos de capacitação dos mesmos.

XI Curso de nutrição de bovinos leiteirosMarcelo BiancoEstudante de Zootecnia

Camila CaetanoEstudante de Jornalismo

Vinícius Ferreira SoaresEstudante de Agronomia

O melhor sistema para a sua fazenda p. 2

Momento dos produ-tores: Edmar Lopes e Sérgio Lopes p. 3

Qualidade do leite:Linha de ordenha no controle de mastites

p. 4

Jornal da Produção de Leite / Ano XIX - Número 266 - Viçosa, MG - Maio de 2011

PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

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Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa

Publicação editada sob a responsabilidade do

Coordenador do PDPL-RV:Prof. Sebastião Teixeira

Gomes

Jornalista Responsável:José Paulo Martins

(MG-02333-JP)

Redação:Christiano Nascif

Zootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André NavarroMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Diagramação e coordenação gráfica:

Camila Caetano

Impressão:Suprema Gráfica e Editora

(32) 3551 2546

Endereço do PDPL-RV: Ed. Arthur Bernardes

Subsolo/ Campus da UFVCep: 36570-000

Viçosa - MG

Telefax: (31) 3899 5250E-mail: [email protected]

www.pdpl.ufv.br

Twitter: @PDPLRV

Jornal da Produção de Leite

2

Dicas do veterinário:

As bezerras são o futuro do reba-

nho, investir nelas é de fundamental importância no sistema leiteiro, e uma boa colostragem é o primeiro passo a ser seguido para obter suces-so na criação desses animais.

Alguns passos que devem ser se-guidos para se garantir uma boa co-lostragem:

1-Fornecer o colostro no balde ou mamadeira (não deixar o bezerro(a) mamar). Assim se tem maior contro-le do volume ingerido pelo animal;

2-O volume a ser ingerido pelo ani-

mal deve ser de 10% do seu peso vivo (3-4 litros) até as 6 primeiras horas de vida;

3-Uso de colostro de boa qualidade (observando aspectos visuais como: coloração, aspecto grosso, cremoso, através do uso de colostrômetro). O colostrômetro é um aparelho que mede a densidade do colostro que está diretamente ligado ao teor de anticorpos presentes.

4-O banco de colostro é uma boa opção. Este deve ser armazenado em garrafas ou sacos plásticos de 1 ou 2 litros desinfetados previamente, e congelados o mais rápido possível após a coleta. Também se deve mani-

pular o colostro com higiene, e mãos limpas, evitando sujidades.

Porém, como saber se, mesmo fa-zendo uma boa colostragem, a bezer-ra está bem imunizada?

Para tanto, podemos usar o refra-tômetro, aparelho usado para medir a quantidade de proteínas no soro do animal. Este por sua vez tem uma estreita relação com a quanti-dade de anticorpos absorvidos pelo bezerro(a) na colostragem.

A utilização deste aparelho deve ser feito por um médico veterinário e consiste na coleta de sangue do ani-mal de 24 a 48 horas após a ingestão do colostro. Esse material deve ser

Alex VieiraEstudante de Med. Veterinária

O melhor sistema para sua fazenda

Um dos fatores mais importantes para se alcançar rentabilidade e su-cesso na atividade leiteira trata-se da escolha correta do sistema de produ-ção, deve-se levar em consideração principalmente fatores como dispo-nibilidade de terra, mão-de-obra, condições de investimento, acesso a insumos e produtos, qualidade do solo, topografia do terreno, tipo de rebanho e presença de assistência técnica.

Na Fazenda Santo André, localiza-da em Teixeiras-MG, de propriedade do senhor Luciano Sampaio Mar-ques, é possível encontrar tanto o manejo extensivo com pastejo rotati-

vo em piquetes de Tifton 85, como o sistema intensivo com vacas alojadas em estábulo tipo “free stall”, havendo também o semi-intensivo, ou seja, com o gado a pasto recebendo suple-mentação. Isso se deve à heterogenei-dade do rebanho, à presença de pas-tagens já formadas e de instalações para confinamento na propriedade.

Em relação ao lote de menor pro-dução, utiliza-se o pastejo rotativo, havendo um ajuste da taxa de lota-ção e um período de ocupação de um dia, controlando-se a altura de entrada (30 cm) e saída (15 cm) da forrageira.

Quando necessário é realizado um repasse (roçada da área), promoven-do-se uma adubação nitrogenada após a saída dos animais dos pique-tes, desta forma é possível atender quase na totalidade as exigências nutricionais desses animais, minimi-zando-se o uso de concentrado.

Para as vacas de maior produção, com grau de sangue Holandês mais elevado, utiliza-se o confinamento com suplementação a base de sila-gem de milho e cana corrigida com uréia, além de um maior uso de con-centrado. Além disso, esse lote tam-bém é levado aos piquetes durante a noite, para se evitar problemas de casco.

Já no lote de produção interme-diária, é usada uma suplementação volumosa e concentrada juntamente com aproveitamento da pastagem, caracterizando um sistema semi- intensivo.

Portanto, alcançar lucratividade na pecuária leiteira envolve direta-mente o tipo de sistema empregado, utilizando-se um manejo mais tecni-ficado para animais que respondam aos investimentos, em propriedades com mão-de-obra qualificada e ca-pacidade de produção de forrageiras,

que poderão ser fornecidas no cocho, ou na forma de pastagens, quando é

Marcelo C. de SouzaEstudante de ZootecniaFrancine MoreiraEstudante de AgronomiaVívian RodriguesEstudante de Medicina Veterinária

possível alcançar boa produtividade a baixos custos.

Como saber se seu bezerro teve uma boa colostragem?centrifugado ou deixado em repouso por 6 a 7 horas.

Em seguida é colocada uma gota do soro do animal no aparelho, assim, fecha-se a tampa e faz a leitura:

- >5,5 g/dL: bezerra protegida- 5,0-5,4 g/dL: proteção moderada- <5,0 g/dL: bezerra desprotegida

Animais que não tiveram uma boa colostragem tem até 9 vezes mais chances de serem acometidos por doenças.

A partir dos resultados obtidos po-demos tomar providências no mane-jo dos animais nos primeiros dias de vida, a fim de melhorar a eficiência da criação desses animais.

Pastejo rotacionado de Tifton 85

A silagem de milho é um dos prin-cipais volumosos ultilizados para suplementação de vacas leiteiras, devido ao seu alto valor nutricional e aceitabilidade pelo rebanho.

Para a avaliação de silagem há dois métodos, um prático e outo teórico, o primeiro analisa a silagem a nível de fazenda, e consite basicamente na observação do tamanho de partícula,

coloração, cheiro, presença de grãos. Já o teórico é mais técnico sendo

realizado através de uma análise bro-matológica cujo o objetivo é quanti-ficar os teores de nutrientes presente na silagem.

A tabela a seguir mostra resultados da análise dos híbridos utilizados na IV Vitrine do Milho Silagem do PDPL-RV. Com análise bromatológi-ca, aliada aos dados de produção de campo, conseguimos avaliar a pro-dutividade e a qualidade, para deci-

dir sobre o híbrido para silagem.Na análise deste ano temos um ín-

dice a destacar que é litros de leite/ha, que representa a quantidade de leite que um hectare do híbrido é ca-paz de produzir suprindo as exigên-cias nutricionais em proteína e ener-gia (NDT) de uma vaca com 550kg de peso vivo, 15 litros de média e 3,5% de gordura.

A partir deste indíce podemos des-tacar que nem sempre o híbrido com maior produtividade é o mais indica-

Análise bromatológica da IV Vitrine do milho silagemLeonardo Assis DuarteEstudante de Agronomia

do. Tem que existir uma densidade nutricional no híbrido.

O conhecimento do valor real dos nutrientes nos alimentos permite que a dieta dos animais seja fechada de maneira correta, evitando possível defícit ou excesso no balancemento.

Logo, a análise deve ser vista como uma ferramenta usada para explorar o máximo potencial produtivo dos animais, evitando que ocorra per-das, que implica em prejuízo econô-mico ao produtor .

Híbridos População final Matéria verde Matéria seca Matéria seca NDT PB Digestibilidade Litros de leite/ Plantas (ha) Kg/ha % Kg/ha % % % ha RB9308YG 62.222 71.110 30 21.333 61,31 9,32 63,30 23.776

AG8061YG 60.888 57.220 28 16.021,6 63,97 7,97 67,80 19.998 BG7049Hx 61.500 65.830 31 20.407,3 60,74 8,58 62,30 22.187 IMPACTO TL 59.977 54.160 35 18.956 62,99 7,78 66,10 22.690

SHS 5550 57.500 48.750 39 19.012,5 62,97 7,75 66,10 22.740

SEMENTES FARIA 960 58.450 52.500 34 17.850 63,47 6,74 67,00 21.796 BM3063 57.777 62.222 32 19.911 61,32 6,91 63,30 22.202 P3862Hx 61.750 67.920 30 20.376 62,45 6,9 65,20 23.348 DKB175 60.500 62.500 32 20.000 63,71 6,64 67,40 24.667

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Momento dos Produtores: Edmar Lopes e Sérgio Lopes

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O Sítio da Lage, do senhor Afonso Lopes tem hoje a atividade leitei-ra conduzida principalmente pelos seus filhos Edmar Lopes e Sérgio Lopes. Localizada no município de Canaã e a aproximadamente 30 Km de Viçosa-MG, a propriedade é com-posta por 18,37 ha, sendo que 1,90 ha é para plantio de café e 16,47 ha são destinados para pecuária leiteira, onde 0,63 ha são de capim elefan-te, 0,4 ha para canavial, 13,26 ha de pastagem Brachiaria sp. e 2,18 ha de benfeitorias, estradas e matas.

Há seis anos o produtor ingressou na atividade leiteira, e a partir de março de 2010, começou a contar com a assistência técnica e gerencial do PDPL-RV, visando melhorias na atividade leiteira.

Quando ingressou no PDPL-RV sua produção era de 80 l/dia com uma média de 8,02 l/vaca em lac-tação, e apresentava um gado mais comum criado de forma mais exten-siva. Desde então, vem sendo orien-tado pelo PDPL-RV a desenvolver um sistema semi-intensivo, que é o mais adaptado às condições da propriedade, com objetivo de obter maior lucratividade.

O produtor utiliza inseminação artificial com touros da raça Ho-landesa, com o intuito de melhorar a genética do seu rebanho sem que haja um alto grau de pureza da raça Holandesa. Sabendo a importância

da inseminação, os produtores são extremamente criteriosos na esco-lha dos touros, utilizando todo o co-nhecimento que possuem a respeito, juntamente com as recomendações passadas pelo PDPL-RV.

A fazenda é administrada pelo Ed-mar Lopes e conta com o apoio do seu irmão Sérgio e do seu pai Afon-so, caracterizando quase que exclu-sivamente uma atividade familiar, pois apenas para pequenos serviços temporários inclui-se mão-de-obra contratada.

Inicialmente as vacas não eram se-paradas por lotes. Hoje as vacas em lactação são divididas em dois lotes com dieta fechada na proporção de 70% no cocho e 30% no pasto. Para alimentação dos lotes das vacas em lactação está sendo utilizada silagem de milho, cana, capim e concentrado com 24% proteína bruta (PB), que é misturado na propriedade.

Para o lote de maior produção uti-liza-se durante o ano todo silagem de milho, e no lote de menor produção cana corrigida com uréia/SA no pe-ríodo da seca e capineira nas águas. São utilizadas áreas de pastagem para as vacas secas e novilhas até o pré-parto.

O manejo da propriedade inicia--se na fase de cria que é realizado em abrigo individual até os 75 dias, quando estão com peso médio de 90 kg, em que é fornecido capim picado e um concentrado farelado de 18% de PB, obtendo um ganho médio de 700g/dia. Após esta fase as bezerras são transferidas para o lote de tran-

Isabela Guimarães Arantes Estudante de ZootecniaRamon Campos Faria Estudante de Med. Veterinária

sição, nos quais são tratadas com capim picado e concentrado 18% de PB, onde elas ficam até atingir o peso de 150 kg, obtendo ganho médio de 600g/dia. A recria possui dois lotes, de acordo com a faixa de peso, com ganhos médio de 500g/dia. Ao atin-gir 330 kg as novilhas são liberadas para inseminação, e quando confir-madas são transferidas para o pasto junto das vacas secas.

Sabendo da importância da qua-lidade do volumoso para que os animais possam responder em pro-dução de leite, este ano o produtor comprou uma área de 2 ha de milho para silagem, obtendo resultados sa-tisfatórios. Edmar pretende na próxi-ma safra arrendar uma área e plantar seu próprio milho, garantindo maior produção, menor custo e maior qua-lidade da forragem.

Visto que foram realizados inves-timentos em benfeitorias, máqui-nas, genética e nutrição. Além da capacitação e conscientização dos produtores em produzir um leite de qualidade, com ordenhadeira mecâ-nica, a propriedade encontra-se em plenas condições de ampliar a escala de produção.

Portanto, ao longo de um ano de assistência, orientação e trabalho junto ao PDPL-RV, o Sítio da Lage promoveu grande ascensão na ati-vidade leiteira e as projeções para o futuro são as melhores.

Com a dedicação e empenho de todos, a propriedade poderá ampliar suas metas e gerar um maior cresci-mento da atividade leiteira.

Indicadores técnicos Unidade mar/10 mai/11 Metas 2013

Vacas em lactação/ total de vacas % 43,75 85,71 > 80

Vacas em lactação/ total do rebanho

% 28 38,7 > 40

Produção/vacas em lactação L/dia 8,02 14,25 > 15

Produção/ total de vacas L/dia 5 12,21 > 12

Produção média de leite L/dia 80 171 300

Produção/ mão-de-obra permanente L/dh 53,33 114 > 200

Produção/área para pecuária L/ha/ano 1.825 3.420 > 3.500

Os irmãos Edmar e Sérgio

Vacas recebendo suplementação de volumoso Produtor junto ao lote de novilhas

Área de pré-parto Vista parcial da propriedade

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1 Antônio Maria da Silva Cajuri 107.669

2 Davi Carvalho Senador Firmino 57.972 3 José Afonso Frederico Coimbra 51.453 4 Marco Túlio Kfouri Oratórios 45.598 5 Paulo Frederico Araponga 31.100 6 Cristiano José da Silva Lana Piranga 26.753

7 Danilo de Castro Ervália 22.378 8 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 20.634

9 Renato Alves Júnior Pedra do Anta 20.457 10 Ozanan Luiz Moreira Ubá 17.625

Produtor Município Produção

As 10 Maiores produções do mês de abril de 2011

1 Antônio Maria da Silva Cajuri 23,79 19,51 2 Ozanan Luiz Moreira Ubá 21,87 18,95 3 Áureo de Alcântara Guaraciaba 16,94 16,04

4 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 19,58 13,87

5 José Afonso Frederico Coimbra 15,66 13,39

6 Antônio Carlos Reis Piranga 16,38 12,84 7 Edmar Lopes Canaã 13,80 11,82 8 João Bosco Diogo Porto Firme 14,86 11,30 9 Cléber Luís de Oliveira Divinésia 11,88 11,14

Produtor Município Produtividade Produtividade por vacas em por vaca total

As 10 Maiores produtividades do mês de abril de 2011

A linha de ordenha é uma excelente ferramenta de manejo para auxílio do produtor no controle de mastites.

As vacas com quartos infectados, tanto com mastite clínica como sub-clínica devem ser ordenhadas depois das vacas sadias, desta forma se evita a contaminação de uma vaca para outra. A linha de ordenha segue pre-ferencialmente a seguinte ordem:

- 1º grupo a ser ordenhado: vacas e novilhas não infectadas (CCS < 200.000 cel/ml ou CMT negativo);

- 2º grupo a ser ordenhado: vacas e novilhas com mastite sub-clínica (CMT positivo ou CCS > 300.000 cel/ml);

Linha de ordenha no controle de mastitesQualidade do leite

Bruno MouraEstudante de Zootecnia

1 Vicente de Paula Viçosa 60 2 Roque Maciel Piranga 113

3 Renato Santana Porto Firme 217 4 Áureo de Alcântara Guaraciaba 234

5 Davi Carvalho Senador Firmino 264

6 José Vicente de Barros Porto Firme 281

7 Felipe Neri Teixeiras 302

8 Cléber Luís de Oliveira Divinésia 369

8 Edmar Lopes Canaã 369

9 José Geraldo Lisboa Paulo Cândido 395

Produtor Município CCS (mil/ml)

10 Melhores leites em CCS do mês de abril de 2011

1 Áureo de Alcântara Guaraciaba 24

2 Célio de Oliveira Coelho Porto Firme 33 3 Cristiano José da Silva Lana Piranga 36 4 João Bosco Diogo Porto Firme 40 5 Antônio Saraiva Porto Firme 41 6 Renato Alves Júnior Pedra do Anta 44

7 Cléber Luís de Oliveira Divinésia 53 8 José Vicente de Barros Porto Firme 55

9 Vicente de Paula Viçosa 57 10 José Francisco Gomide Cajuri 62

Produtor Município UFC (mil/ml)

10 Melhores análises totais de bactérias CBT do mês de abril de 2011

Cupim ao Leite

Ingredientes:

3 folha(s) de louro1 unidade(s) de cebola picada(s)quanto baste de cheiro-verde picado(s)3 dente(s) de alho amassado(s)1 litro(s) de leite fervente1 unidade(s) de cupim bovinoquanto baste de salquanto baste de pimenta-do-reino preta

Preparação:

Lave e enxugue bem o cupim. Faça um tempero com o alho amassado, cebola, sal, pimenta, louro e o cheiro verde. Esfregue bem na carne, espetando com um garfo para penetrar o tempero. Coloque numa tigela funda e cubra com o leite, que deve estar frio. Leve ao congelador por 3 dias. Deixe descongelar natural-mente na geladeira, de um dia para o outro. Tire-o do leite, coloque numa assa-deira untada, regue com um pouco do caldo, cubra com papel alumínio untado e asse por 3 ou 4 horas em forno moderado. Tire o alumínio e deixe dourar.

Rendimento:8 porções

Fonte: http://www.moo.pt/receitas/receita/pratos_principais/cupim_ao_leite/

RECEITA

10 Luciano Sampaio Teixeiras 402

- 3º grupo a ser ordenhado: vacas e novilhas com mastite crônica (CCS > 300.000 cel/ml por mais de 2 meses) ou com histórico de mastite antes da secagem;

- 4º grupo a ser ordenhado: vacas com mastite clínica.

É importante lembrar que a linha de ordenha é apenas uma alternativa dentre várias outras que devem ser trabalhadas em conjunto para con-trole de mastites.

Desta forma, manutenção e lava-gem correta dos equipamentos de ordenha, ambiente limpo, pressão de vácuo adequada, e fornecimento de alimento aos animais após a ordenha também devem ser monitorados.

Verdades e mitos sobre o leite Leite ajuda no combate da anemia? VERDADE: A ingestão de carne vermelha e leite fortificado pode combater

os níveis diminuídos de ferro. Quando este mineral está em falta causa anemia. Se severa o suficiente, principalmente em crianças, pode retardar o desenvol-vimento cerebral e mesmo resultar em problemas de comportamento e função cognitiva prejudicada.

Leite é bom para os dentes? VERDADE: Os nutrientes do leite, tais como cálcio, fósforo, magnésio, vita-mina D e outros, dão suporte ao desenvolvimento dos dentes e tecidos orais em crianças em idade tenra, o que ajuda a proteger contra cáries dentárias.

Fonte: Revista Balde Branco/Fevereiro 2010

10 Antônio Saraiva Porto Firme 11,69 10,79