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p.2 p.4 p.4 p.2 p.3 Resultados do PDPL-RV Veja os indicadores do Programa no ano de 2010 Dicas do agrônomo: Opções de plantas de cober- tura para áreas produtoras de silagem Momento do produtor: Cléber Luis Magalhães Qualidade do leite: Instrução normativa 51 adotará padrões mais rígidos Verdades e mitos sobre o leite O leite ajuda a prevenir a diabetes? O Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Vi- çosa – PDPL-RV apresentou ao final de 2010 os resultados alcançados na- quele ano, confirmando a excelência de suas atividades. O trabalho desenvolvido nos últi- mos anos pode ser traduzido como um edifício de bases sólidas que ser- ve de referência para todo país. Quando o PDPL-RV começou, em 1988, a produção de leite de seus par- ticipantes correspondia a 3% da pro- dução regional, já em 2010, a 15%. Em outras palavras, a produção do PDPL-RV cresceu 05 (cinco) vezes mais que a produção regional. O Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa busca alcançar dois principais objetivos: 1) Oferecer estágios para estudan- tes da Universidade Federal de Viço- sa – UFV, dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia; 2) Prestar assistência técnica e eco- nômica a produtores da região de Viçosa. O estágio oferecido pelo PDPL-RV acontece em três fases, sendo que, as duas primeiras são realizadas na Uni- dade de Pesquisa Ensino e Extensão em Gado de Leite – UEPEGL/UFV e a terceira nas próprias fazendas dos produtores assistidos. Em 2010, participaram do PDPL- -RV 224 estagiários, sendo 78, na primeira fase; 46 na segunda e 100 na terceira. Durante a primeira fase o estagiário desenvolve atividades práticas sobre a produção de leite tais como: con- tenção de animais, vacinação, ensi- lagem, limpeza das instalações e dos utensílios e outras desta natureza. Na segunda fase o estagiário traba- lha com planejamento de atividade leiteira, balanceamento de dietas, registros técnicos, econômicos e in- dicadores de eficiência. E na terceira fase o estagiário traba- lha como um profissional, orientan- do o produtor no modo correto de conduzir a produção leiteira, incluin- do os aspectos técnicos, de adminis- tração e financeiros. Nesta fase ocorre uma troca de experiência entre o produtor e o es- tagiário. O produtor contribui com a experiência e o estagiário com os conhecimentos adquiridos nas salas de aulas e com os coordenadores do programa. Nesta troca, todos ga- nham. A terceira fase é desenvolvida por dois estagiários para cada fazenda, sendo um com mais experiência e o outro novato. Neste processo é ga- rantida a continuidade do PDPL-RV sem interrupções. Do início do Programa até o final de 2010 passaram pelo PDPL-RV mais de 1000 estagiários, número este sem repetição. Neste mesmo pe- ríodo 135 produtores foram benefi- ciados pelo PDPL-RV. A assistência técnica aos produ- tores é realizada com um leque de metodologias, incluindo ações cole- tivas tais como: dia de campo, cursos, palestras, torneio leiteiro e viagem técnica, e também ações individuais como assistência técnica na própria fazenda do produtor. As 42 propriedades assistidas, em 2010, apresentaram resultados ex- pressivos na atividade leiteira, tais como: produção média de leite, 800 litros/dia; produção por vaca em lactação, 17 litros/dia; produção por área utilizada na atividade leiteira, 4.400l/ha/ano. Os indicadores financeiros apre- sentados em 2010, também foram expressivos: preço médio do leite, R$0,7673/litro; custo operacional efetivo, R$0,5452/litro; custo to- tal R$0,6911/litro; margem bruta, R$0,2249/litro e lucro, R$0,0573/ litro. Os custos com mão-de-obra e con- centrado foram os mais elevados em todas as propriedades do PDPL-RV. A relação entre gastos com mão-de- -obra e renda bruta foi de 13%, e gas- tos com concentrado e renda bruta, 31%. O PDPL-RV também trabalhou em 2010 objetivando melhorar a quali- dade e composição do leite dos pro- dutores assistidos. Os resultados sobre unidades for- madoras de colônias, contagem de células somáticas, gordura e proteína foram animadores. Em resumo, os indicadores apre- sentados, anteriormente, confirma- ram que o Programa está no rumo certo, sinalizando que deve continu- ar na mesma direção. Resultados do PDPL-RV Sebastião Teixeira Gomes Coordenador Geral do PDPL-RV O PDPL-RV promoveu nos dias 23, 24, e 25 de março de 2011 um Encontro de Treinamento e Atuali- zação em Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) para os técnicos e estagiários de medicina veterinária da terceira fase do Programa. O curso foi ministrado pelo Médi- co Veterinário da Ouro Fino, Gabriel Armond Crepaldi, e foi dividido em duas partes: uma teórica e outra prá- tica, esta última realizada na Unida- de de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite (UEPE-GL) da Universidade Federal de Viçosa. Na parte teórica foram relatados os objetivos de se utilizar a IATF; a evo- lução dessa técnica a nível nacional e mundial, podendo destacar o estado de Minas Gerais, que representa ¼ das inseminações artificiais em gado de leite no Brasil; a fisiologia da re- produção e o controle farmacológico do ciclo estral e da ovulação dos bo- vinos. Na prática foi possível avaliar atra- vés da ultrassonografia o efeito que esses protocolos exercem sobre o sis- tema reprodutivo dos animais. Dessa forma, o curso foi mais uma oportunidade para os estagiários e técnicos aprenderem e atualizarem seus conhecimentos na área de re- produção. Mas, lembrando que para que se consiga bons resultados é necessário que os animais tenham: uma boa nu- trição e consequentemente um bom escore corporal; a utilização de sê- men de qualidade; um inseminador com prática; e produtos confiáveis e dentro da validade e organização, de- vido ao horário que deve ser seguido para manipulação e aplicação dos produtos. Curso de Inseminação Artificial em Tempo Fixo Vívian Rodrigues Coelho Estudante de Med. Veterinária Encontro de Treinamento sobre Inseminação Artificial em Tempo Fixo Técnicos e estagiários do PDPL-RV participam da aula prática do curso IAF Verdades e mitos sobre o leite O leite ajuda a prevenir a diabe- tes? VERDADE: Segundo os cientis- tas, a ingestão de produtos lác- teos reduz o risco de síndrome metabólica, a qual é uma série de sintomas que aumentam a pro- babilidade de doenças cardíacas e diabetes. Eles constituem parte importan- te de uma dieta saudável e balan- ceada. A recomendação é consumir duas a três porções de produtos lácteos magros por dia. Manter peso saudável pela die- ta e pela atividade física, é um ponto vital na redução do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2. Leite ajuda na prevenção do cân- cer? VERDADE: Em termos de risco de câncer, lácteos e cálcio de- monstraram tanto efeitos pro- tetores quanto danosos. Mas os benefícios totais comprovados, na saúde, superam os danos não comprovados. As evidências su- gerem que lácteos e cálcio têm papel protetor na prevenção do câncer colorretal. Fonte: Revista Balde Branco/ fevereiro 2010 Jornal da Produção de Leite / Ano XIX - Número 262 - Viçosa, MG - Março de 2011 PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

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Resultados do PDPL-RVVeja os indicadores do Programa no ano de 2010

Dicas do agrônomo:Opções de plantas de cober-tura para áreas produtoras de silagem

Momento do produtor:Cléber Luis Magalhães

Qualidade do leite:Instrução normativa 51 adotará padrões mais rígidos

Verdades e mitos sobre o leiteO leite ajuda a prevenir a diabetes?

O Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Vi-çosa – PDPL-RV apresentou ao final de 2010 os resultados alcançados na-quele ano, confirmando a excelência de suas atividades.

O trabalho desenvolvido nos últi-mos anos pode ser traduzido como um edifício de bases sólidas que ser-ve de referência para todo país.

Quando o PDPL-RV começou, em 1988, a produção de leite de seus par-ticipantes correspondia a 3% da pro-dução regional, já em 2010, a 15%. Em outras palavras, a produção do PDPL-RV cresceu 05 (cinco) vezes mais que a produção regional.

O Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa busca alcançar dois principais objetivos:

1) Oferecer estágios para estudan-tes da Universidade Federal de Viço-sa – UFV, dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia;

2) Prestar assistência técnica e eco-nômica a produtores da região de Viçosa.

O estágio oferecido pelo PDPL-RV acontece em três fases, sendo que, as duas primeiras são realizadas na Uni-dade de Pesquisa Ensino e Extensão em Gado de Leite – UEPEGL/UFV e a terceira nas próprias fazendas dos produtores assistidos.

Em 2010, participaram do PDPL--RV 224 estagiários, sendo 78, na primeira fase; 46 na segunda e 100 na terceira.

Durante a primeira fase o estagiário desenvolve atividades práticas sobre a produção de leite tais como: con-tenção de animais, vacinação, ensi-lagem, limpeza das instalações e dos utensílios e outras desta natureza.

Na segunda fase o estagiário traba-lha com planejamento de atividade leiteira, balanceamento de dietas, registros técnicos, econômicos e in-dicadores de eficiência.

E na terceira fase o estagiário traba-lha como um profissional, orientan-do o produtor no modo correto de conduzir a produção leiteira, incluin-do os aspectos técnicos, de adminis-tração e financeiros.

Nesta fase ocorre uma troca de experiência entre o produtor e o es-

tagiário. O produtor contribui com a experiência e o estagiário com os conhecimentos adquiridos nas salas de aulas e com os coordenadores do programa. Nesta troca, todos ga-nham.

A terceira fase é desenvolvida por dois estagiários para cada fazenda, sendo um com mais experiência e o outro novato. Neste processo é ga-rantida a continuidade do PDPL-RV sem interrupções.

Do início do Programa até o final de 2010 passaram pelo PDPL-RV mais de 1000 estagiários, número este sem repetição. Neste mesmo pe-ríodo 135 produtores foram benefi-ciados pelo PDPL-RV.

A assistência técnica aos produ-tores é realizada com um leque de metodologias, incluindo ações cole-tivas tais como: dia de campo, cursos, palestras, torneio leiteiro e viagem técnica, e também ações individuais como assistência técnica na própria fazenda do produtor.

As 42 propriedades assistidas, em 2010, apresentaram resultados ex-pressivos na atividade leiteira, tais como: produção média de leite, 800 litros/dia; produção por vaca em lactação, 17 litros/dia; produção por área utilizada na atividade leiteira, 4.400l/ha/ano.

Os indicadores financeiros apre-sentados em 2010, também foram expressivos: preço médio do leite, R$0,7673/litro; custo operacional efetivo, R$0,5452/litro; custo to-tal R$0,6911/litro; margem bruta, R$0,2249/litro e lucro, R$0,0573/litro.

Os custos com mão-de-obra e con-centrado foram os mais elevados em todas as propriedades do PDPL-RV. A relação entre gastos com mão-de--obra e renda bruta foi de 13%, e gas-tos com concentrado e renda bruta, 31%.

O PDPL-RV também trabalhou em 2010 objetivando melhorar a quali-dade e composição do leite dos pro-dutores assistidos.

Os resultados sobre unidades for-madoras de colônias, contagem de células somáticas, gordura e proteína foram animadores.

Em resumo, os indicadores apre-sentados, anteriormente, confirma-ram que o Programa está no rumo certo, sinalizando que deve continu-ar na mesma direção.

Resultados do PDPL-RVSebastião Teixeira GomesCoordenador Geral do PDPL-RV

O PDPL-RV promoveu nos dias 23, 24, e 25 de março de 2011 um Encontro de Treinamento e Atuali-zação em Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) para os técnicos e estagiários de medicina veterinária da terceira fase do Programa.

O curso foi ministrado pelo Médi-co Veterinário da Ouro Fino, Gabriel Armond Crepaldi, e foi dividido em duas partes: uma teórica e outra prá-tica, esta última realizada na Unida-de de Ensino, Pesquisa e Extensão

em Gado de Leite (UEPE-GL) da Universidade Federal de Viçosa.

Na parte teórica foram relatados os objetivos de se utilizar a IATF; a evo-lução dessa técnica a nível nacional e mundial, podendo destacar o estado de Minas Gerais, que representa ¼ das inseminações artificiais em gado de leite no Brasil; a fisiologia da re-produção e o controle farmacológico do ciclo estral e da ovulação dos bo-vinos.

Na prática foi possível avaliar atra-vés da ultrassonografia o efeito que esses protocolos exercem sobre o sis-tema reprodutivo dos animais.

Dessa forma, o curso foi mais uma oportunidade para os estagiários e técnicos aprenderem e atualizarem seus conhecimentos na área de re-produção.

Mas, lembrando que para que se consiga bons resultados é necessário que os animais tenham: uma boa nu-trição e consequentemente um bom escore corporal; a utilização de sê-men de qualidade; um inseminador com prática; e produtos confiáveis e dentro da validade e organização, de-vido ao horário que deve ser seguido para manipulação e aplicação dos produtos.

Curso de Inseminação Artificial em Tempo Fixo

Vívian Rodrigues CoelhoEstudante de Med. Veterinária

Encontro de Treinamento sobre Inseminação Artificial em Tempo Fixo

Técnicos e estagiários do PDPL-RV participam da aula prática do curso IAF

Verdades e mitos sobre o leite

O leite ajuda a prevenir a diabe-tes?

VERDADE: Segundo os cientis-tas, a ingestão de produtos lác-teos reduz o risco de síndrome metabólica, a qual é uma série de sintomas que aumentam a pro-babilidade de doenças cardíacas e diabetes.Eles constituem parte importan-te de uma dieta saudável e balan-ceada. A recomendação é consumir duas a três porções de produtos lácteos magros por dia.Manter peso saudável pela die-ta e pela atividade física, é um ponto vital na redução do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2.

Leite ajuda na prevenção do cân-cer?

VERDADE: Em termos de risco de câncer, lácteos e cálcio de-monstraram tanto efeitos pro-tetores quanto danosos. Mas os benefícios totais comprovados, na saúde, superam os danos não comprovados. As evidências su-gerem que lácteos e cálcio têm papel protetor na prevenção do câncer colorretal.Fonte: Revista Balde Branco/fevereiro 2010

Jornal da Produção de Leite / Ano XIX - Número 262 - Viçosa, MG - Março de 2011

PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa

Publicação editada sob a responsabilidade do

Coordenador do PDPL-RV:Prof. Sebastião Teixeira

Gomes

Jornalista Responsável:José Paulo Martins

(MG-02333-JP)

Redação:Christiano Nascif

Zootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André NavarroMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Diagramação e coordenação gráfica:

Camila Caetano

Impressão:Suprema Gráfica e Editora

(32) 3551 2546

Endereço do PDPL-RV: Ed. Arthur Bernardes

Subsolo/ Campus da UFVCep: 36570-000

Viçosa - MG

Telefax: (31) 3899 5250E-mail: [email protected]

www.pdpl.ufv.br

Twitter: @PDPLRV

Jornal da Produção de Leite

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Dicas do agrônomo:

Em muitas propriedades produto-ras de leite em nossa região, por não terem áreas suficientes para rotação de culturas, muitos produtores de leite produzem milho para silagem ano após anos no mesmo local, e al-guns fazem uma alternância de cul-tura milho e feijão.

Para piorar a situação, após a co-lheita da silagem, implantam outra safra de silagem.

Além dos problemas normais causados pela falta de rotação de culturas, como aumento de pragas,

doenças, e dificuldades adicionais no controle de plantas daninhas, existem no caso da silagem outros inconvenientes, como problemas de ordem física (compactação do solo), e ordem química e biológica (retira-da de muitos nutrientes e perda da matéria orgânica do solo).

Buscando amenizar os problemas causados pelo preparo convencional do solo, pode-se colocar uma cultura para cobrir o solo no restante do ano.

Dessa forma, serão apresentadas a seguir características gerais de algu-mas importantes plantas para forma-ção de palhada, que têm sido utiliza-das com sucesso em nossa região.

Milheto

O milheto tem grande tolerância a déficits hídricos, sistema radicular agressivo e alto potencial produtivo de massa e grãos.

E pode ser utilizado em sistemas de integração, agricultura-pecuária, como pastejo. Nesse caso, faz-se um primeiro pastejo, deixando a rebro-ta como palha para o solo. Assim, a melhor época para sua semeadura é imediatamente após a retirada da silagem, para aproveitar as últimas chuvas e haver possibilidade de ger-minação da cultura.

Braquiárias

Em lavouras de sequeiro o prazo máximo para semeadura da braqui-ária é final de março. No caso da se-meadura consorciada com lavouras de milho, o plantio da braquiária deve ser feito junto à semeadura na entrelinha do milho.

A competição com o milho pode ser evitada com aplicação localizada de uma sub-dose de herbicida a fim de “atrasar” o desenvolvimento da braquiária, e assim dar mais tempo para o milho desenvolver perante a braquiária.

Sorgo

O sorgo pode ser semeado até o final de março. Fornece uma boa quantidade de palha de qualidade e persistência sobre o solo, formando uma boa cobertura morta para intro-dução do plantio direto.

Nabo Forrageiro

No caso das lavouras de sequeiro, a semeadura deve ser feita entre os meses de fevereiro a abril, antes das últimas chuvas. Tem crescido muito o uso de nabo forrageiro em áreas de sequeiro de todo o estado de MG, e o principal motivo tem sido o baixo custo de implantação das lavouras, facilidade de implantação e manejo e o rápido desenvolvimento inicial, necessitando de 50mm para comple-tar o ciclo.

Aveia

Tem sido a base da semeadura di-reta em muitas lavouras do país, mas pode ser inviável nos invernos secos, a menos que haja disponibilidade de irrigação.

De forma generalizada, em lavou-ras irrigadas o prazo de semeadura de aveia varia de abril a junho. Pode ser utilizada como pastejo pelos ani-mais, pré-secado, e o último ciclo como palhada para o plantio direto.

De forma geral, o manejo das plan-tas de cobertura baseia na desseca-ção, na época de florescimento (grão leitoso). Dependendo da situação da propriedade, pode-se efetuar a ro-çada da área, seguida de dessecação após rebrota.

É muito importante fazer o acom-panhamento das culturas e monito-rar a eventual presença de pragas, e caso necessário efetuar o controle, principalmente de lagartas, evitando que essas infestem a próxima cultura por ocasião do plantio.

Opções de plantas de cobertura para áreas produtoras de silagem

Área de braquiária após dessecação, antes da semeadura do milho

Palavras do técnico: Marcus V. C. Moreira-Médico Veterinário

George GonçalvesEstudante de Agronomia

Beba mais leite

A busca por auto-suficiência na produção de leite tem grande prio-ridade, principalmente nos países desenvolvidos, face ao elevado valor nutricional desse alimento, o qual

Esses dados demonstram a influên-cia das raças e cruzamentos no teor de sólidos do leite, sendo possível au-mentar o teor dos mesmos com cru-zamentos do holandês com o Zebu, Pardo Suíço ou Jersey.

Dessa forma, é perfeitamente pos-sível melhorar o teor de sólidos na fazenda trabalhando a genética, nu-trição e fatores ambientais.

Lógico que não é fácil mudar a ro-tina de uma fazenda leiteira, mas no aspecto do pagamento por sólidos totais não tem outro jeito, é preciso acompanhar as mudanças do merca-do e estar preparado para esse novo cenário.

Sólidos no leite Aumenta o teor de proteína do leite Aumenta o teor de gordura do leite

Maximização do consumo Diminuição da produção de leite

Fornecimento de forragem de alta Altos teores de fibra na dieta (FDN) qualidade Fornecimento de aminoácidos Volumosos com tamanho de essenciais (lisina e metionina) partículas grandes Dietas com alto teor de Tamponamento das dietas carboidratos fermentecíveis

Aumento da proteína metabolizável Fornecimento de ração completa

Fonte: Adaptado de Peixoto (2010)

Teor de gordura

< 7/8 HZ 3,85

> 7/8 HZ 3,79

Outros * 4,24

MÉDIA GERAL 4,04

Teor de proteína

< 7/8 HZ 3,19

> 7/8 HZ 3,13

Outros * 3,28

MÉDIA GERAL 3,21

* Correspondem a animais da raça Jersey, Pardo Suíço.

A busca por auto-suficiência na produção de leite tem grande prio-ridade, principalmente nos países desenvolvidos, face ao elevado valor nutricional desse alimento, o qual fornece ao adulto 100% das exigên-cias de cálcio e fósforo, vitamina b2 e b12, e a cada 1 litro possui 700 kcal (demanda adulto: ± 2.400 kcal/dia).

Conforme visto, o leite é um ali-mento nobre, e a cada dia cresce a discussão sobre a sua qualidade, tan-to no que diz respeito à CCS, CBT, quanto aos sólidos no leite (proteína e gordura).

Ainda assim, o consumo per capita é baixo, segundo reportagem da Veja (2000), no Brasil se consome 1 copo

de leite a cada 24 dias. Diante desse quadro, a qualidade do leite como alimento e matéria prima para a in-dústria de laticínios é uma importan-te ferramenta que pode modificar o perfil dessa cadeia produtiva.

O pagamento por sólidos totais é o caminho que a Nova Zelândia e Aus-trália seguiram, para se consolida-rem no mercado mundial. Hoje, no Brasil alguns laticínios já adotaram esse sistema de pagamento e há uma tendência de se consolidar.

Todo mês é realizada nas fazendas assistidas pelo PDPL-RV uma análise de CCS, CBT e composição centesi-mal (percentual de sólidos), no in-tuito de medir o trabalho da proprie-dade nesse quesito e também traçar novas estratégias para o produtor, de forma que este atenda a IN 51 e assim tenha maior retorno.

Quanto ao manejo devemos estar atentos principalmente ao conforto animal, visto que o estresse calóri-co causa diminuição nos teores de gordura. A nutrição também é mui-to relevante e através dela podemos manipular o teor de sólidos.

Observe a tabela a seguir:

fornece ao adulto 100% das exigên-cias de cálcio e fósforo, vitamina b2 e b12, e a cada 1 litro possui 700 kcal (demanda adulto: ± 2.400 kcal/dia).

Conforme visto, o leite é um ali-

Momento do Produtor: Cléber Luis Magalhães

3

Em 1993, o produtor Cléber Luis de Oliveira Magalhães herda de seu pai a fazenda Taquaraçú, situada na região de Divinésia, MG. Inicialmen-te, o rebanho era composto de 10 va-cas, com produção total de 15 L/dia. Os anos se passaram e em agosto de 2009 a fazenda possuía um rebanho composto por 12 vacas com produ-ção média diária de 120 L/dia.

A propriedade possui uma área total de 61,6 ha subdividida em 1,8 ha destinada a produção de milho para silagem, 36 ha de pastagem na-tural, 17,7 ha de pastagem formada por braquiária, 0,5 ha para cana-de--açúcar, 0,5 ha de capineira e 1,4 ha de tanzânia.

Além de uma área de 4 ha de plan-tio de eucalipto, 0,74 ha de lavoura de café, e o restante destinado a re-serva legal.

Entretanto, percebendo a necessi-dade de aumentar a eficiência de sua atividade leiteira o produtor procu-

rou, em agosto de 2009, o suporte técnico-administrativo do PDPL-RV.

Hoje, a fazenda continua com a mesma área, porém vem se reestru-turando e intensificando a atividade de acordo com a realidade da pro-priedade.

Nesse sentido foram implantados piquetes de tanzânia em uma área de 1,4 ha com taxa de lotação de 10 UA/ha e período de ocupação de 1 dia. A produção de leite atual é de 210 L/dia com 15 vacas em lactação, con-ferindo uma média de 14L/vaca/dia com grau de sangue variando de 1/4 a 7/8 HZ.

Durante a época das águas, as vacas permanecem nos piquetes no perío-do da noite e recebem silagem de mi-lho e concentrado entre as ordenhas de acordo com a produção de cada vaca. E no período da seca, as vacas ficam nos piquetes também a noite, e são suplementadas com cana corrigi-da com uréia e sulfato de amônio, e silagem de milho.

Durante a fase de cria, as bezerras recebem 5L de leite divididos em 2,5L pela manhã e 2,5L na parte da tarde e concentrado comercial à von-

Natália Rodrigues VazEstudante de AgronomiaRodrigo Lopes de MoraesEstudante de Zootecnia

Evolução técnica

Área para pecuária ha 56,10 56,10 -

Indicadores Unidade Antes do

Atual Evolução

PDPL-RV

(%)

Produção de leite L/dia 120 210 75,0

Vacas em lactação Cab 12 15 25,0

tade, e são desaleitadas quando con-somem 700 g/dia de concentrado.

A fase de recria é dividida em lo-tes homogêneos e tem o pastejo em braquiária como fonte de volumoso durante todo o ano e nas secas é su-plementada com cana corrigida.

O sistema de ordenha é mecânico do tipo balde ao pé, composta por dois conjuntos, adquirido em de-zembro de 2010. Segundo o produ-tor, houve a redução de “tempo de ordenha” em uma hora por ordenha, o que diminui o cansaço físico e pos-sibilita ao produtor dar mais atenção a outras atividades na fazenda.

Recentemente o produtor começou a fazer o uso do cinturão da qualida-de do leite. A idéia refletiu rapida-mente nos resultados das análises de CCS e CBT, e redução na perda cau-sada por mastite subclínica.

Um dos objetivos a serem alcan-çados ainda este ano na fazenda é aumentar o número de novilhas prenhes no rebanho a fim de evitar grandes oscilações no volume de lei-te produzido durante o ano devido concentrações de parto em determi-nado período.

É fato que na atividade leiteira a evolução e o retorno financeiros, são gradativos, porém, a força de vontade por parte do produtor aliada à as-sistência técnica administrativa acelera o sucesso da propriedade leiteira.

Produção/ vacas em lactação L 10 14 40

Vacas em lactação/ha para pecuária Cab 0,15 0,26 73,3

Produção/ total de vacas L 9,2 13,1 42,4

Produção/ área de pecuária L/ha/ano 771,30 1.350 75,0

Piquetes de tanzânia

Pastagem de braquiária

Produtor junto ao lote de vacas

Vacas nos piquetes de tanzânia

Beba mais leite

RECEITACanjica

Ingredientes:

1 xícara e meia (chá) de milho para canjica1 lata de Leite MOÇA® Tradicional1 medida (lata) de leitecanela em pó para polvilhar

Modo de Preparo:

Deixe a canjica de molho em água fria por, no mínimo, 2 horas. Escorra a água e leve a canjica ao fogo em panela de pressão com dois litros e meio de água fria, reduzindo o fogo após a fervura. Deixe cozinhar por 1 hora. Depois de cozida, retire do fogo, deixe sair toda a pressão e abra a panela. Junte o LEITE MOÇA®, o leite e deixe ferver por mais 5 minutos, mexendo de vez em quando até ficar cremosa. Despeje em uma tigela funda e sirva polvilhada com canela.

Dicas:

- Querendo variar o sabor desta preparação, acrescente um vidro de leite de coco e duas gemas desmanchadas em um pouco de leite, após acrescentar o LEITE MOÇA®.

- Na região Nordeste do país esta receita é conhecida como Mungunzá, rece-bendo diversas variações de preparo.

Congelamento:

Resfrie, coloque em uma embalagem de plástico própria para congelamento, etiquete e congele em freezer ou duplex por até 3 meses. Para descongelar deixe na geladeira por cerca de 12 horas. Coloque na panela e aqueça.

Fonte: http://www.nestle.com.br/site/cozinha/receitas

4

1 Antônio Maria da Silva Cajuri 95.259

2 José Afonso Frederico Coimbra 55.962

3 Davi Carvalho Senador Firmino 48.206 4 Marco Túlio Kfouri Oratórios 44.600 5 Hermann Muller Visc. do Rio Branco 36.342

6 Cristiano José da Silva Lana Piranga 27.825

7 Paulo Frederico Araponga 27.100 8 José Renato Araújo Piranga 23.560

9 Sérgio H.V. Maciel Coimbra 22.059 10 Danilo de Castro Ervália 22.027

Produtor Município Produção

As 10 Maiores produções do mês de fevereiro de 2011

1 Antônio Maria da Silva Cajuri 22,11 17,26 2 João Bosco Diogo Porto Firme 17,77 15,72

3 Cléber Luís Magalhães Divinésia 16,13 14,78

4 José Geraldo Lisboa Paula Cândido 14,70 13,93

5 José Afonso Frederico Coimbra 15,56 13,47

6 Célio Coelho Porto Firme 16,05 13,04

7 Ozanan Luiz Moreira Ubá 16,46 12,90

8 Sérgio H.V. Maciel Coimbra 17,36 12,71

9 Antônio Saraiva Porto Firme 11,49 11,49

10 Cristiano José da Silva Lana Piranga 13,40 11,22

Produtor Município Produtividade Produtividade por vacas em por vaca total lactação

As 10 Maiores produtividades do mês de fevereiro de 2011

Qualidade do Leite

A partir de julho deste ano entrará em vigor os novos padrões da nor-mativa 51, desta forma, produtores e laticínios terão que se adequar às novas exigências do Ministério da Agropecuária e Abastecimento (MAPA).

As novas exigências terão como

base, principalmente, os valores de CCS e CBT, conforme a tabela abai-xo.

É importante destacar que esses critérios passarão a ser iguais aos da comunidade européia, atualmente em vigor. Esses valores só serão al-cançados com capacitação da mão--de-obra, valorização da qualidade do leite, e empenho, tanto dos laticí-nios como dos produtores.

Isto com certeza beneficiará toda

Bruno MouraEstudante de Zootecnia

Instrução normativa 51 adotará padrões mais rígidos

Atualmente 01/07/11

CCS (ufc/ml) 750.000 400.000

produtores individuais: 100.000

conjunto de produtores: 300.000

Até 7° C na propriedade e 10° C nos laticínios Temp. resfriamento do leite

CBT (ufc/ml) 750.000

a cadeia produtiva, aumentando a competitividade do leite brasileiro frente ao mercado exterior e às ex-portações.

A fiscalização aos laticínios será mais rigorosa, o que forçará os mes-mos a exigir que os produtores aten-dam à normativa 51.

Diante desta situação, o PDPL--RV não está medindo esforços para adequar seus produtores às novas exigências, devendo cada produtor discutir com os técnicos e estagiários como se adequar a esses valores, evi-tando problemas na hora de entregar o seu produto.

Portanto, amigo produtor, fique atento, converse com a sua equipe de trabalho, para que todos se com-prometam em produzir um leite que atenda às exigências do MAPA.

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