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(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE UNIFESP LÍNGUAS – INGLÊS E PORTUGUÊS 2013

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LÍNGUA PORTUGUESA QUESTÃO 01

Examine a tira Níquel Náusea, do cartunista Fernando Gonsales.

(Folha de S.Paulo, 18.10.2011.)

Com a fala – É o novo Drummond –, no último quadrinho, a personagem revela-se a) extasiada, pois considera que os versos declamados pelo amigo são líricos. b) raivosa, pois considera que o amigo e Drummond são péssimos poetas. c) irônica, pois sugere que os versos do amigo são de má qualidade. d) perplexa, pois considera que os versos do amigo são arte legítima. e) desdenhosa, pois sugere que Drummond é um poeta sem atrativos.

Resolução Alternativa C a) Incorreta. Pela expressão desdenhosa (linguagem não-verbal) da personagem, não é possível afirmar que esteja extasiado; além disso, não há indícios de que a personagem considere líricos, bem feitos, os versos declamados pelo amigo. Ao contrário, tanto que os “compara” com os de Drummond. b) Incorreta. Se a personagem considerasse Drummond um péssimo poeta, o efeito humorístico não se daria, seria a comparação do ruim com o ruim. c) Correta. A personagem revela-se irônica ao falar exatamente o contrário do que gostaria: atribui a rima ruim do amigo a um escritor conhecidamente bom como Drummond. d) Incorreta. Pela expressão desdenhosa (linguagem não-verbal) da personagem, é clara a reprovação em relação aos versos do amigo que não o deixaram, absolutamente, perplexo. A comparação com Drummond se dá exatamente porque a “arte” do amigo não seria legítima. e) Incorreta. A expressão da personagem é, de fato, desdenhosa, mas não porque Drummond seja um poeta sem atrativos, e sim o amigo. INSTRUÇÃO: Leia o poema O constante diálogo, de Carlos Drummond de Andrade, para responder às questões de números 02 a 05.

Há tantos diálogos

Diálogo com o ser amado o semelhante o diferente o indiferente o oposto o adversário o surdo-mudo o possesso o irracional o vegetal o mineral o inominado

Diálogo consigo mesmo com a noite os astros os mortos as ideias o sonho o passado o mais que futuro

Escolhe teu diálogo e

tua melhor palavra ou

teu melhor silêncio Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos.

(Carlos Drummond de Andrade. Discurso de primavera e algumas sombras, 1977.)

QUESTÃO 02 O eu lírico, ao mostrar as variedades do diálogo, revela que este a) é uma forma que, na verdade, dissimula um monólogo. b) é uma realidade inerente à condição humana. c) implica necessariamente um outro, distinto do eu. d) constrói a ideia de que comunicar exige afinidade. e) concebe o presente desprovido das marcas do passado.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Conforme se verifica em toda a 1ª estrofe, em que se elencam diferentes possíveis interlocutores, não é possível que o diálogo dissimule um monólogo. b) Correta. Conforme se verifica, tanto na diversidade de interlocutores possíveis, quanto na generalização da situação de comunicação (que se estende até mesmo de forma a incorporar o próprio silêncio como lugar e/ou como interlocutor) c) Incorreta. Conforme se verifica, principalmente no 1º verso da segunda estrofe, que esclarece que também se dialoga consigo mesmo d) Incorreta. Conforme se verifica, principalmente, nos versos 3 a 6 da estrofe 1 (o diferente, o indiferente, o oposto). e) Incorreta. Na 2ª estrofe, a ideia de que se dialoga com o ‘passado’ (verso 7) e com ‘o mais que futuro’, verso 8, sugere a persistência de marcas de um dado momento em momentos subsequentes.

QUESTÃO 03 Na abordagem temática do poema, destaca-se a inserção do discurso a) da metafísica, marcando-se com imagens que suscitam ideias relacionadas à morte e à fugacidade do tempo. b) da ausência, marcando-se pela tensão existencial conflituosa e pela falta de sentimento entre as pessoas. c) do desalento, expressando-se uma visão pessimista do mundo e das pessoas, decorrente da frustração com a vida. d) da comunicação, estabelecendo-se por meio dela uma reflexão filosófica sobre o fazer poético. e) da autobiografia, evidenciando-se com sutileza aspectos relacionados à vida do poeta em Minas Gerais.

Resolução Alternativa D a) Incorreta. Afinal, a temática preponderante é a ‘comunicação’ que, do modo como foi tratada, pressupõe seres vivos ou animizados (prosopopeia/personificação). b) Incorreta. A ‘comunicação’ também se configura como interação com o outro. Portanto, pressupõe presença e algum sentimento. c) Incorreta. Ao longo do texto, verifica-se a importância que tem a comunicação para o eu-lírico. E, ao fim do texto, constata-se que a comunicação se estabelece. Portanto, não há desalento ou frustração. d) Correta. De fato, a ‘comunicação’ é apresentada no poema como inerente à condição humana e também metonimicamente como referência à poesia (revelando, portanto, a dimensão metalinguística do texto). e) Incorreta. Afinal, não há no poema referências explicitamente autobiográficas.

QUESTÃO 04 Escolhe teu diálogo

e tua melhor palavra

ou teu melhor silêncio Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos. Nesses versos da última estrofe do poema, o sentido com que se emprega o imperativo afirmativo e a circunstância expressa pelas expressões “no silêncio” e “com o silêncio” são, respectivamente: a) sugestão e modo. b) sarcasmo e consequência. c) advertência e lugar. d) orientação e causa. e) ordem e movimento.

Resolução Alternativa A a) Correta. O modo imperativo afirmativo serve como sugestão daquilo que deve ser feito, “Escolhe teu diálogo (...)”. Há ainda um imperativo implícito, “dialoga”; e como fazê-lo, a que modo: “no silêncio” e “com o silêncio”. b) Incorreta. O modo imperativo afirmativo não tem a função de escarnecer, tratar com sarcasmo; além disso, “no silêncio” e “com o silêncio” não têm relação de consequência com a forma imperativa implícita “dialoga”.

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c) Incorreta. Embora o modo imperativo afirmativo possa ser usado como advertência, “no silêncio” e “com o silêncio” não têm relação de lugar com a forma imperativa implícita “dialoga”. d) Incorreta. Embora o modo imperativo afirmativo possa ser usado no sentido de orientar, “no silêncio” e “com o silêncio” não têm relação de causa com a forma imperativa implícita “dialoga”. e) Incorreta. Embora o modo imperativo afirmativo possa ser usado para ordenar, “no silêncio” e “com o silêncio” não têm relação de movimento com a forma imperativa implícita “dialoga”. INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder às questões de números 05 a 08.

O silêncio é a matéria significante por excelência, um continuum significante. O real da comunicação é o silêncio. E como o nosso objeto de reflexão é o discurso, chegamos a uma outra afirmação que sucede a essa: o silêncio é o real do discurso.

O homem está “condenado” a significar. Com ou sem palavras, diante do mundo, há uma injunção à “interpretação”: tudo tem de fazer sentido (qualquer que ele seja). O homem está irremediavelmente constituído pela sua relação com o simbólico.

Numa certa perspectiva, a dominante nos estudos dos signos, se produz uma sobreposição entre linguagem (verbal e não-verbal) e significação.

Disso decorreu um recobrimento dessas duas noções, resultando uma redução pela qual qualquer matéria significante fala, isto é, é remetida à linguagem (sobretudo verbal) para que lhe seja atribuído sentido.

Nessa mesma direção, coloca-se o “império do verbal” em nossas formas sociais: traduz-se o silêncio em palavras. Vê-se assim o silêncio como linguagem e perde-se sua especificidade, enquanto matéria significante distinta da linguagem.

(Eni Orlandi. As formas do silêncio, 1997.)

QUESTÃO 05

A ideia comum entre o poema de Drummond e o texto de Eni Orlandi diz respeito ao fato de que o silêncio a) consiste em repressão ao diálogo. b) é sinônimo de ausência de sentido. c) é também uma forma de comunicação. d) permite a interpretação mais objetiva. e) reconstrói a comunicação verbal.

Resolução Alternativa C a) Incorreta. O silêncio não reprime o diálogo para nenhum dos autores. Para Drummond “mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos”. Para Orlandi “o real da comunicação é o silêncio”. b) Incorreta. Orlandi coloca o silêncio exatamente de forma contrária ao que sugere essa alternativa ao dizer que “o silêncio é a matéria significante por natureza”, ou seja, é aquilo que atribui sentido, e não a ausência dele. Já Drummond afirma “mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos”. c) Correta. Os dois autores consideram que o silêncio seja uma forma de comunicação: Drummond, ao dizer que “mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos”; Orlandi, quando escreve que “o real da comunicação é o silêncio”. d) Incorreta. Nenhum dos autores realiza uma gradação quanto à objetividade da interpretação. Ainda que os dois considerem tanto a fala quanto o silêncio na comunicação, não é possível afirmar se uma forma permitiria uma interpretação mais ou menos objetiva que a outra. e) Incorreta. Ao contrário do que afirma essa alternativa, Orlandi sugere que seja a fala que monopolize a comunicação, de forma que “traduz-se o silêncio em palavras”. No poema de Drummond, também se vê que o silêncio aparece como uma possibilidade da comunicação alternativa à comunicação verbal (“tua melhor palavra/ ou/ teu melhor silêncio”), mas não é possível dizer que uma forma reconstrua a outra.

QUESTÃO 06 No segundo parágrafo do texto, empregam-se as aspas no termo “condenado” para a) atribuir-lhe um segundo sentido, equivalente a culpado. b) reforçar-lhe o sentido contextual, equivalente a predestinado. c) marcá-lo com sentido conotativo, equivalente a reprovável. d) enfatizar-lhe o sentido denotativo, equivalente a desgraçado. e) destituí-lo do sentido literal, equivalente a buliçoso.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Não há no texto o sentido daquele contra o qual foi imputada uma pena por descumprimento ou infração de algo. b) Correta. Por extensão, as aspas reforçam o valor contextual, atribuindo ao termo “condenado” o sentido daquele que é destinado a fazer algo, de forma que isto lhe é inevitável. c) Incorreta. Reprovável caracteriza aquilo que é merecedor de reprovação e, quanto ao aspecto da sinonímia, algo que é deplorável, qualidades não inseridas no contexto. d) Incorreta. No texto é evidente o emprego conotativo do termo em questão, e não com o sentido de “desgraçado”, cujo significado pode expressar qualidade daquele que é inábil, desventurado. e) Incorreta. “Buliçoso” é adjetivo que caracteriza aquele que não tem sossego, que se move sem cessar; intrépido, irrequieto.

QUESTÃO 07 Ao analisar a prevalência da linguagem verbal na comunicação social, a autora enfatiza que a) a exigência da comunicação implica o fim do silêncio. b) a essência do silêncio se perde, quando ele é traduzido pelas palavras. c) a verdadeira linguagem prescinde do silêncio e das palavras. d) as palavras recuperam satisfatoriamente os sentidos silenciados. e) a comunicação pelo silêncio é, de fato, irrealizável.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. O silêncio aparece como uma forma de comunicação possível e, inclusive, como “o real da comunicação”. b) Correta. A essência do silêncio, de acordo com o texto, é significar (“o silêncio é a matéria significante por excelência”). Porém, como vivemos, de acordo com Orlandi, sob um suposto “império do verbal”, o silêncio é traduzido em palavras e deixa de ter o papel de uma matéria significante que não se confunda com a própria linguagem. (“Vê-se, assim, o silêncio como linguagem e perde-se sua especificidade, enquanto matéria significante distinta da linguagem). Ou seja, o silêncio, ao ser traduzido em palavras, perde sua essência de matéria significante. c) Incorreta. Orlandi afirma o contrário, qual seja, que “o real da comunicação é o silêncio”. A “verdadeira linguagem”, portanto, necessita do silêncio, não prescinde dele. d) Incorreta. Segundo o texto, ao traduzir-se o silêncio em palavras, ele passa a ser visto como linguagem e perde sua especificidade enquanto algo distinto (matéria significante distinta da linguagem). Desse modo, não é possível a afirmação de que as palavras (linguagem verbal) recuperam satisfatoriamente os sentidos silenciados. e) Incorreta. A autora aceita formas de comunicação pelo silêncio sem apontar qualquer impedimento ao definir a linguagem como “verbal e não-verbal”.

QUESTÃO 08 Na oração do 4º parágrafo – [...] para que lhe seja atribuído sentido. –, o pronome “lhe” substitui a expressão a) um recobrimento. b) uma redução. c) linguagem e significação. d) qualquer matéria significante. e) o silêncio.

Resolução Alternativa D Retomando-se o trecho do texto, lê-se: “(...) uma redução pela qual qualquer matéria significante fala, isto é, é remetida [qualquer matéria significante] à linguagem (sobretudo verbal) para que lhe [a qualquer matéria significante] seja atribuído sentido”. Assim, a matéria significante fala; isto significa que a matéria significante é remetida à linguagem para que seja atribuído sentido a ela. Neste caso, o pronome “lhe” funciona como complemento indireto do verbo atribuir, substituindo “qualquer matéria significante”.

QUESTÃO 09 Examine a tira.

(Folha de S.Paulo, 26.12.2011.)

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O efeito de humor na situação apresentada decorre do fato de a personagem, no segundo quadrinho, considerar que “carinho” e “caro” sejam vocábulos a) derivados de um mesmo verbo. b) híbridos. c) derivados de vocábulos distintos. d) cognatos. e) formados por composição.

Resolução Alternativa D a) Incorreta. Em decorrência do modo como a personagem da esquerda usa as palavras ‘caro’ e ‘carinho’, depreende-se que ela suponha que o termo ‘carinho’ seja formada por derivação sufixal da palavra ‘caro’. E não que ambas sejam derivadas de algum verbo. b) Incorreta. Híbridos são termos formados por partículas originárias de diferentes idiomas. Ao contrário das duas palavras consideradas na tirinha. c) Incorreta. Pois, o falante da esquerda parece supor que a palavra ‘caro’ seja a primitiva e que a palavra ‘carinho’ seja a derivada. E não que as duas derivem de diferentes palavras. d) Correta. Chamam-se cognatos os termos que têm em comum o radical. Essa é a interpretação feita pelo personagem da esquerda. e) Incorreta. O processo considerado (sugerido ironicamente) na tirinha é derivação sufixal. E não composição.

QUESTÃO 10 Essa poesia não logrou estabelecer-se em Portugal. De

origem francesa, suas primeiras manifestações datam de 1866, quando um editor parisiense publica uma coletânea de poemas; em 1871 e 1876, saem outras duas coletâneas. Os poetas desse movimento literário pregam o princípio da Arte pela Arte, isto é, defendem uma arte que não sirva a nada e a ninguém, uma arte inútil, uma arte voltada para si própria. A Arte procuraria a Beleza e a Verdade que existiriam nos seres concretos, e não no sentimento do artista. Por isso, o belo se confundiria com a forma que o reveste, e não com algo que existiria dentro dele. Daí vem que esses poetas sejam formalistas e preguem o cuidado da forma artística como exigência preliminar. Para consegui-lo, defendem uma atitude de impassibilidade diante das coisas: não se emocionar jamais; antes, impessoalizar-se tanto quanto possível pela descrição dos objetos, via de regra inertes ou obedientes aos movimentos próprios da Natureza (o fluxo e refluxo das ondas do mar, o voo dos pássaros, etc.). Esteticistas, anseiam uma arte universalista.

Em Portugal, tentou-se introduzir esse movimento; certamente, impregnou alguns poetas, exerceu influência, mas não passou de prurido, que pouco alterou o ritmo literário do tempo. Na verdade, o modo fortuito como alguns se deixaram contaminar da nova moda poética revelava apenas veleidade francófila, em decorrência de razões de gosto pessoal ou de grupos restritos: faltou-lhes intuito comum.

(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1999. Adaptado.) As informações apresentadas no texto referem-se à literatura a) simbolista, cuja busca pelo Belo implicou a liberdade na expressão dos sentimentos. O texto deixa claro que essa literatura alcançou notável aceitação entre os poetas da época. b) simbolista, cuja preocupação com a expressão do sentimento filia-se à tradição poética do Renascimento. O texto deixa claro que essa literatura teve um desenvolvimento tímido na cena literária portuguesa. c) parnasiana, cuja preocupação com a objetividade a opõe ao subjetivismo romântico. O texto deixa claro que essa literatura não se impôs na cena literária portuguesa. d) parnasiana, cuja liberdade de expressão e cujo compromisso social permitem fundamentar a Arte pela Arte. O texto deixa claro que essa literatura teve pouco espaço na cena literária portuguesa. e) realista, cuja influência da tradição clássica é fundamental para se chegar à perfeição. O texto deixa claro que essa literatura teve uma disseminação irregular na cena literária portuguesa.

Resolução Alternativa C a) Incorreta. Conforme se verifica nas linhas (8 a 10), a estética a que se refere o texto não valoriza os sentimentos. b) Incorreta. Embora a tradição poética do Renascimento também seja apolínea (ou seja, clássica), portanto, calcada na razão e valorize o rigor formal, a estética descrita no texto não é o Simbolismo. c) Correta. Conforme se verifica no trecho que vai da linha 8 à 10, os parnasianos costumam se opor ao subjetivismo (mais comum no romantismo). Além disso, conforme se verifica no último parágrafo do texto, não se firmou em Portugal.

d) Incorreta. Conforme se verifica no trecho que vai da linha 13 a 14, o poeta parnasiano busca uma certa ‘impassibilidade’. Um modo eficaz de alcançar tal postura fria e distanciada seria evitar temas como ‘amor’ ou ‘preocupação social’. e) Incorreta. Afinal, embora tanto o realismo, quanto o parnasianismo sejam estéticas influenciadas pelo racionalismo (de tradição apolínea/clássica), há uma importante diferença de atitude entre os escritores dos dois primeiros estilos mencionados: enquanto os parnasianos privilegiam a descrição de objetos considerados belos, os autores realistas preferem descrever a realidade de modo mais depreciativo.

QUESTÃO 11 Leia os versos de Cesário Verde.

Duas igrejas, num saudoso largo, Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: Nelas esfumo um ermo inquisidor severo, Assim que pela História eu me aventuro e alargo.

(www.astormentas.com)

Em relação à Igreja, o eu lírico assume, nesses versos, uma posição a) anticlerical. b) submissa. c) evangelizadora. d) saudosista. e) ambígua.

Resolução Alternativa A a) Correta. O posicionamento anticlerical do eu lírico se evidencia nas escolhas lexicais que emprega, negativas em relação à igreja: “nódoa negra e fúnebre do clero”; “ermo inquisidor severo”. Porque mantém do clero tal visão, consegue se aventurar livremente pela História sem as amarras ideológicas da igreja. b) Incorreta. Sua posição não é, absolutamente, submissa: é crítica e lhe permite se aventurar na História livre das ideologias religiosas. c) Incorreta. Sua posição é exatamente contrária à evangelizadora; sua crítica é contrária à igreja. d) Incorreta. Não há elementos no texto que permitam dizer que o eu lírico apresente uma posição saudosista em relação à igreja. e) Incorreta. Sua posição não é ambígua, aliás é bastante clara em relação a sua não-submissão à igreja.

INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder às questões de números 12 a 14.

Do chuchu ao xixi

A concessionária Orla Rio subiu em 50%, de R$ 1 para R$ 1,50, o uso do banheiro público e de 60 para 65 anos o privilégio da gratuidade.

A idade foi elevada com base em lei estadual de 2002, um ano antes de o Estatuto do Idoso (2003) favorecer pessoas “com idade igual ou superior a 60 anos”.

Se o mal está feito, os economistas devem agora se preocupar com o choque do preço do uso do banheiro público na meta da inflação.

Em 1977, rimos quando a ditadura culpou o chuchu. Não seria o caso de rir, na democracia, do impacto do xixi no custo de vida?

(Carta Capital, 27.06.2012.) QUESTÃO 12

O autor mostra que a concessionária Orla Rio procedeu de Forma a) contrária ao que preceitua o Estatuto do Idoso. b) incoerente em relação à lei estadual de 2002. c) semelhante à da época da ditadura. d) compatível com a atual meta de inflação. e) favorável aos cidadãos mais jovens.

Resolução Alternativa A a) Correta. O Estatuto do Idoso (de 2003 e em vigor hoje) preceitua que pessoas com idade igual ou superior a 60 anos são favorecidas. A concessionária Orla Rio procedeu em relação ao Estatuto anterior, de 2002, impedindo que pessoas com menos de 65 anos tivessem o privilégio da gratuidade. b) Incorreta. Ao contrário, totalmente coerente com a lei de 2002, que determina privilégios apenas a partir dos 65 anos. c) Incorreta. Não há elementos no texto que forneçam dados de como se procedia em relação aos idosos na época da ditadura. d) Incorreta. O aumento do preço de R$1 para R$1,50 para o uso dos banheiros públicos causa problemas em relação à inflação, como se verifica em “os economistas devem agora se preocupar com o choque do preço do uso do banheiro público na meta da inflação.”

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e) Incorreta. O fato de o privilégio da gratuidade atingir, neste caso, apenas pessoas a partir de 65 anos, aqueles “mais jovens”, com 60 anos, por exemplo, não são favorecidos.

QUESTÃO 13 No texto, há uma crítica àqueles que a) deixam de se preocupar com suas demandas pessoais, para se dedicarem a causas públicas irrelevantes. b) desconsideram os interesses coletivos e encontram justificativas pouco plausíveis para as decisões que tomam. c) aumentam os impostos, sem levar em conta os impactos que eles terão para as contas públicas. d) entendem perfeitamente as necessidades sociais sem que, no entanto, lutem por uma sociedade melhor. e) desqualificam as decisões públicas por acreditarem, na maioria das vezes, que estas prejudicam o povo.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. O texto não trata as causas públicas como irrelevantes. Pelo contrário, utiliza uma questão que considera importante, o aumento do preço do banheiro público, para criticar a forma como os economistas ignoram as questões sociais e apenas as utilizam como desculpas pouco prováveis para justificar o aumento do custo de vida. b) Correta. O texto critica as pessoas que ignoram os interesses coletivos, nesse caso, aumentando o preço do banheiro público sem pensar no impacto que isso causaria na vida dos cidadãos. Na visão do autor, os economistas utilizam essas desculpas esfarrapadas a posteriori para justificar as decisões ruins que foram tomadas no campo social (“se o mal está feito, os economistas devem agora se preocupar com o choque do preço do uso do banheiro na meta da inflação”). c) Incorreta. O impacto dos impostos às contas públicas, na visão do autor, é apenas um exercício de retórica dos economistas, utilizado para justificar ações questionáveis do ponto de vista social. Eles pensariam, sim, nos impactos para os cofres públicos. Não pensariam, porém, no impacto direto para a população. Assim, aceitam que a população pague mais caro pelo banheiro ou pelo chuchu, para dizer, depois, que essa foi uma medida necessária economicamente para controlar a inflação ou o custo de vida. d) Incorreta. O autor critica a falta de sensibilidade das pessoas que aumentam o preço do chuchu ou do banheiro sem entender o impacto dessas medidas na vida da população. e) Incorreta. Não é possível realizar essa generalização. Ainda que o autor critique algumas decisões e as desculpas utilizadas para justificá-las, o foco está na crítica às justificativas pouco plausíveis e não às decisões públicas de forma geral.

QUESTÃO 14 A relação de sentido entre “ditadura” e “democracia”, estabelecida no último parágrafo do texto, também ocorre na seguinte passagem, extraída do jornal Folha de S.Paulo, de 11.09.2012: a) Alguns fatos empolgavam o país até outro dia. A volta do crescimento econômico, a descoberta do pré-sal, o desvencilhamento dos credores estrangeiros e a criação dos Brics animaram o espírito nacional. b) Levantamento feito por esta Folha em todos os Estados do país mostrou que a Lei da Ficha Limpa barrou, até agora, 317 candidatos entre os 15.551 que disputam as prefeituras brasileiras. c) “O dinheiro perdeu sua qualidade narrativa, tal como aconteceu com a pintura antes. O dinheiro agora fala sozinho.” d) A evasão nas graduações em engenharia, assinalam os professores, é alta demais. Só um quinto a um quarto dos ingressantes termina por formar-se – segundo os autores, porque lhes faltam noções básicas de matemática, que deveriam adquirir no ensino médio. e) “Até nas flores se encontra a diferença da sorte: umas enfeitam a vida, outras enfeitam a morte.” Esse poema se aprendia nas escolas do passado. Hoje, a diferença da sorte atinge até mesmo os partidos políticos, que podem ser resumidos em situação e oposição.

Resolução Alternativa E Para a resolução desta questão, é necessário, primeiramente, identificar as possíveis relações de sentido estabelecidas entre “ditadura” e “democracia” no texto para depois procurá-la nas alternativas. Ao dizer que “Em 1997, rimos quando a ditadura culpou o chuchu. Não seria o caso de rir, na democracia, do impacto do xixi no custo de vida?”, o autor cria, por meio da oposição conceitual ditadura x democracia, uma relação entre passado e presente. O pensamento que o texto nos propõe, em sua conclusão, pode ser

formulado da seguinte maneira: “A ditadura, no passado, utilizou uma justificativa estranha. Não seria o caso de percebermos que a democracia, hoje, usa justificativas talvez até mais estranhas?”. Nesse sentido, deve-se buscar, dentre as alternativas, aquela que afirme que algo ocorria de uma forma no passado e que continua ocorrendo no presente de forma talvez mais intensa, o que encontramos apenas na alternativa E: no passado, a diferença da sorte se encontrava nas flores; hoje, atinge até os partidos políticos (“Até nas flores se encontra a diferença da sorte” / “Hoje, a diferença da sorte atinge até mesmo os partidos políticos”). INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder às questões de números 15 a 18.

Um sarau é o bocado mais delicioso que temos, de telhado abaixo. Em um sarau todo o mundo tem que fazer. O diplomata ajusta, com um copo de champagne na mão, os mais intrincados negócios; todos murmuram, e não há quem deixe de ser murmurado. O velho lembra-se dos minuetes e das cantigas do seu tempo, e o moço goza todos os regalos da sua época; as moças são no sarau como as estrelas no céu; estão no seu elemento: aqui uma, cantando suave cavatina, eleva-se vaidosa nas asas dos aplausos, por entre os quais surde, às vezes, um bravíssimo inopinado, que solta de lá da sala do jogo o parceiro que acaba de ganhar sua partida no écarté, mesmo na ocasião em que a moça se espicha completamente, desafinando um sustenido; daí a pouco vão outras, pelos braços de seus pares, se deslizando pela sala e marchando em seu passeio, mais a compasso que qualquer de nossos batalhões da Guarda Nacional, ao mesmo tempo que conversam sempre sobre objetos inocentes que movem olhaduras e risadinhas apreciáveis. Outras criticam de uma gorducha vovó, que ensaca nos bolsos meia bandeja de doces que veio para o chá, e que ela leva aos pequenos que, diz, lhe ficaram em casa. Ali vê-se um ataviado dandy que dirige mil finezas a uma senhora idosa, tendo os olhos pregados na sinhá, que senta-se ao lado. Finalmente, no sarau não é essencial ter cabeça nem boca, porque, para alguns é regra, durante ele, pensar pelos pés e falar pelos olhos.

E o mais é que nós estamos num sarau. Inúmeros batéis conduziram da corte para a ilha de... senhoras e senhores, recomendáveis por caráter e qualidades; alegre, numerosa e escolhida sociedade enche a grande casa, que brilha e mostra em toda a parte borbulhar o prazer e o bom gosto.

Entre todas essas elegantes e agradáveis moças, que com aturado empenho se esforçam para ver qual delas vence em graças, encantos e donaires, certo sobrepuja a travessa Moreninha, princesa daquela festa.

(Joaquim Manuel de Macedo. A Moreninha, 1997.)

QUESTÃO 15 A forma como se dá a construção do texto revela que ele é predominantemente a) dissertativo, com o objetivo de analisar criticamente o que é um sarau. b) descritivo, com o objetivo de mostrar o sarau como uma festa fútil e sem atrativos. c) narrativo, com o objetivo de contar fatos inusitados ocorridos em um sarau. d) descritivo, com o objetivo de apresentar as características de um sarau. e) dissertativo, com o objetivo de relatar as experiências humanas em um sarau.

Resolução Alternativa D O texto, de forma geral, apresenta elementos típicos descritivos: excesso de adjetivação, caracterização de pessoas, cenários, comportamentos; verbos de ligação; orações curtas. O autor se atém a um panorama geral da cena, fixando-a no tempo – não há um desdobramento dela. Neste caso, a descrição do sarau serviria para qualquer outro: as mesmas pessoas, os mesmos movimentos, regras sociais que se aplicam às demais reuniões do tipo. Não há, ao contrário das demais alternativas, um tom prioritariamente dissertativo, analítico, ou narrativo, já que a cena não se desenvolve.

QUESTÃO 16 Levando em conta o contexto em que floresceu a literatura romântica, as informações textuais refletem, com a) ufanismo, uma vida social de bem-aventurança. b) desprezo, a cultura de uma sociedade poderosa. c) entusiasmo, uma sociedade frívola e hipócrita. d) nostalgia, os valores de uma sociedade decadente. e) amenidade, uma visão otimista da realidade social.

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Resolução Alternativa E A cena descrita de “A Moreninha” apresenta um encontro social tipicamente europeu no Brasil, característica do movimento romântico. As informações refletem de forma amena, agradável, o sarau do qual participam as personagens. A realidade social daquele grupo é apresentada de forma otimista, “cada coisa a seu lugar”; não há uma crítica social explícita como sugerem as demais alternativas, apenas uma descrição social despretensiosa. O tom da descrição sugerido pelas alternativas também está longe de ser ufanista (orgulho exagerado do seu país), entusiasta (tomado por admiração), desprezível (que deve ser desprezado) ou nostálgico (desejo de retorno ao passado), sendo assim eliminadas as demais alternativas.

QUESTÃO 17 Considerando os papéis desempenhados pelas personagens no texto, é correto afirmar que a) o diplomata é oportunista; o velho, conservador; os rapazes usufruem exageradamente os prazeres da vida; e as moças são frívolas. b) o diplomata é astuto; o velho, intimista; os rapazes usufruem a vida dentro de suas possibilidades; e as moças vivem de sonhos. c) o diplomata é perspicaz; o velho, saudosista; os rapazes usufruem prazerosamente a vida; e as moças encantam a todos. d) o diplomata é trapaceiro; o velho, desencantado; os rapazes usufruem a vida de modo fútil; e as moças investem tão-somente na beleza exterior. e) o diplomata é esperto; o velho, avançado; os rapazes usufruem a vida com parcimônia; e as moças vivem de devaneios.

Resolução Alternativa C “O diplomata ajusta, com um copo de champagne na mão, os mais intricados negócios. (...) O velho lembra-se dos minuetes e das cantigas de seu tempo, e o moço goza todos os regalos da sua época; as moças são no sarau como as estrelas do céu.” Dessa forma, o diplomata pode ser oportunista, astuto, perspicaz e esperto; o velho pode ser dito saudosista, conservador; os moços (rapazes) usufruem exageradamente, prazerosamente a vida e as moças vivem de sonhos, ao mesmo tempo encantam. A alternativa C reúne as características aplicáveis a cada um.

QUESTÃO 18 Assinale a alternativa em que a eliminação do pronome em destaque implica, contextualmente, mudança do sujeito do verbo. a) Ali vê-se um ataviado dandy [...]. b) [...] aqui uma, cantando suave cavatina, eleva-se vaidosa nas asas dos aplausos [...]. c) O velho lembra-se dos minuetes e das cantigas do seu tempo [...]. d) [...] mesmo na ocasião em que a moça se espicha completamente [...]. e) [...] daí a pouco vão outras, pelos braços de seus pares, se deslizando pela sala [...].

Resolução Alternativa A a) Correta. Neste caso, a partícula “se” assume a função de pronome apassivador, caracterizando a voz passiva sintética, na qual os termos “um ataviado dandy” constituem o sujeito passivo. Uma vez excluída essa partícula, o verbo “ver” passa a ter um sujeito elíptico de terceira pessoa (ele ou ela), complementado pelos termos “um ataviado dandy”, agora com a função de objeto direto. b) Incorreta. O verbo elevar, em sua forma transitiva e pronominal, não tem seu sujeito alterado, caso haja a exclusão da partícula “se”, neste caso empregada como pronome reflexivo. c) Incorreta. O verbo “lembrar” pode ser empregado como transitivo direto sem a partícula “se” (O velho lembra os minuetes...); como transitivo indireto, é empregado na forma pronominal (O velho lembra-se dos minuetes...). Em ambos os casos, o termo “velho” é o sujeito da oração. d) Incorreta. Tanto na forma simples quanto na forma pronominal, o verbo espichar tem por sujeito o substantivo “moça”, diferenciando apenas o sentido reflexivo atribuído pelo pronome “se”. e) Incorreta. Do mesmo modo, o verbo deslizar, na forma simples ou pronominal, mantém como sujeito o termo “outras”.

QUESTÃO 19 O Hatha yoga pradipika, sagrada escritura do hatha yoga, escrita no século 15 da era atual, diz que, antes de nos aventurarmos na prática de austeridade e códigos morais, devemos nos preparar. Autocontrole e disciplina sem preparação adequada ________criar mais problemas mentaise de personalidade do que paz de espírito. A beleza dessa

escritura é que ela resolve o grande problema que todo iniciante enfrenta: dominar a mente. Devido______ abordagem corporal, o hatha yoga ficou conhecido – de modo equivocado – como uma categoria de ioga______ trabalha apenas as valências físicas (força, flexibilidade, resistência, equilíbrio e outras), quase como ginástica oriental. Isso não é verdade.

(Ciência Hoje, julho de 2012. Adaptado.)

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com a) pode – a essa – aonde. b) podem – a essa – que. c) pode – à essa – o qual. d) podem – essa – com que. e) pode – essa – onde.

Resolução Alternativa B Justifica-se a indicação desta alternativa como a opção correta pelos seguintes motivos: 1. sujeito composto cujos núcleos estão ligados pela conjunção “e” exigem verbo no plural; portanto, “Autocontrole e disciplina sem preparação adequada podem...” 2. locução prepositiva regida pela preposição “a”, empregada com o sentido de “em virtude de”, “em razão de”, “por causa de”, sem a utilização do sinal grave, pois não existe essa fusão antes da maioria dos pronomes: “Devido a essa abordagem...” 3. o verbo (trabalhar) da oração na qual se insere o pronome relativo não é regido de preposição, motivo pelo qual se deve empregá-lo em sua forma genérica: “... uma categoria de ioga que trabalha...”

QUESTÃO 20 Examine a tira.

(http://adao.blog.uol.com.br)

Bastante comum na fala coloquial, o modo de se empregar o pronome na fala da personagem – Maneiro encontrar tu! – também ocorre em: a) Aquele livro era para nós uma joia, pois tinha sido de nosso avô e de nosso pai. b) Era uma situação embaraçosa e para eu me livrar dela seria bastante difícil mesmo. c) Todos tinham certeza de que ela ofereceria para mim o primeiro pedaço de bolo. d) Quando o pessoal chegou na frente do prédio, viu ali ele com a namorada nova. e) A todos volto a afirmar que entre mim e ti não existem mais rancores nem tristezas.

Resolução Alternativa D a) Incorreta. Os pronomes “nós” e “nosso” estão empregados de acordo com os padrões da norma culta, não identificando presença de uso coloquial. b) Incorreta. Neste caso, também estão de acordo com a norma culta os pronomes pessoais “eu” e “me”, assim como o possessivo “dela”; ênfase seja dada ao emprego correto do pronome pessoal do caso reto (eu), utilizado antes de infinitivo. c) Incorreta. Colocação correta do pronome pessoal do caso oblíquo (mim), normalmente empregado em final de oração, ainda que a ordem de seus termos esteja invertida, como acontece neste caso. d) Correta. Nesta frase, o modo coloquial é notado pelo emprego do pronome “ele” como complemento do verbo “ver”, construção repudiada pelo padrão culto, que exige o emprego do pronome correspondente do caso oblíquo (viu-o). e) Incorreta. Nas construções que se formam pela estrutura preposição + pronome pessoal + conjunção + pronome pessoal, se estes corresponderem à 1ª ou à 2ª pessoa do singular, deverão ser do caso oblíquo; portanto, mim ou ti.

QUESTÃO 21 Leia o poema Prece, de Fernando Pessoa. Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silêncio hostil, O mar universal e a saudade.

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Mas a chama, que a vida em nós criou, Se ainda há vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a ocultou: A mão do vento pode erguê-la ainda.

Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia –, Com que a chama do esforço se remoça, E outra vez conquistaremos a Distância – Do mar ou outra, mas que seja nossa!

(Fernando Pessoa. Mensagem, 1995.)

Extraído do livro Mensagem, o poema pode ser considerado nacionalista, na medida em que o eu lírico a) apresenta Portugal como uma nação decadente, que não faz jus ao seu passado de heroísmo e glórias. b) inspira-se no passado de heroísmo do povo português que, no presente, já não acredita na sua história. c) busca reviver o sonho de uma da nação grandiosa, cantando um Portugal almejado por seus feitos gloriosos. d) reconhece o desejo de o povo português glorificar seus heróis, o que não foi possível até o seu presente. e) descreve o Portugal de seu tempo como uma nação gloriosa e marcada por histórias de heroísmo.

Resolução Alternativa C a) Incorreta. Conforme se verifica no segundo verso, que sugere que a ‘tormenta’ não impediu a ‘vontade’. Portanto a vontade dos heróis do passado fez-se grande diante da tormenta. Além disso, conforme se verifica nos dois primeiros versos da segunda estrofe (Mas a chama, que a vida em nós criou, / Se ainda há vida ainda não é finda), ainda há esperança de reinstaurar a glória passada/perdida. b) Incorreta. É verdade que o texto inspira-se no passado de heroísmo do povo português. A temática que inspira o livro de Pessoa é a mesma que inspirou Camões, em sua épica: História de Portugal, com destaque para a heroicidade bem sucedida, nas Grandes Navegações (Séculos XV-XVI). Contudo, não é possível afirmar que, no presente, este povo já não acredita mais na sua história, haja vista, por exemplo, os dois primeiros versos da segunda estrofe (Mas a chama, que a vida em nós criou, / Se ainda há vida ainda não é finda), os quais indicam que ainda há esperança de reinstaurar a glória passada/perdida. Ou ainda o quarto verso dessa mesma estrofe (A mão do vento pode erguê-la ainda), ou os dois últimos versos do poema (E outra vez conquistaremos a Distância – / Do mar ou outra, mas que seja nossa!). O que se pode afirmar relativamente à descrença é que, por exemplo, a expressão ‘a noite veio’ pode ser interpretada como referência a um período de certo desencantamento dos portugueses em relação à situação portuguesa na época em que Fernando Pessoa escreve e publica o seu livro, início do século XX, e não que este povo desacredite em sua história, seu passado. c) Correta. A temática que inspira o livro de Pessoa é a mesma que inspirou Camões, em sua épica: História de Portugal, com destaque para a heroicidade bem sucedida, nas Grandes Navegações (Séculos XV-XVI). Este poema clama pela recuperação do sonho de uma nação grandiosa (a nação portuguesa), cantando um país desejado pelo povo em virtude de seus feitos gloriosos (do passado, mas que ainda podem ser recuperados, senão os mesmos, algo equivalente: “Mas a chama, que a vida em nós criou, / Se ainda há vida ainda não é finda. / E outra vez conquistaremos a Distância - / Do mar ou outra, mas que seja nossa!” d) Incorreta. Expressões como ‘a noite veio e a alma é vil’ e ‘restam-nos hoje, no silêncio hostil (...) saudade’ sugerem perdas (saudade) e indisposição para a glorificação (silêncio). Ao mesmo tempo, a glorificação ocorreu no passado, com a heroicidade bem-sucedida do próprio povo português no período das Grandes Navegações, por exemplo. e) Incorreta. A expressão ‘a noite veio e a alma é vil’ apresenta-se em tom disfórico, desencantado. Além disso, o adjetivo ‘universal’, associado ao substantivo ‘mar’, sugere a perda portuguesa, que em algum momento de sua história se considerou (e é reconhecido como) dono do mar.

INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder às questões de números 22 a 24.

___________ dois meses, a jornalista britânica Rowenna Davis, 25 anos, foi furtada. Só que não levaram sua carteira ou seu carro, mas sua identidade virtual. Um hacker invadiu e tomou conta de seu e-mail e – além de bisbilhotar suas mensagens e ter acesso a seus dados bancários – passou a escrever aos mais de 5 mil contatos de Rowenna dizendo que ela teria sido assaltada em Madri e pedindo

ajuda em dinheiro. Quando ela escreveu para seu endereço de e-mail pedindo

ao hacker ao menos sua lista de contatos profissionais de volta, Rowenna teve como resposta a cobrança de R$ 1,4 mil. Ela se negou a pagar, a polícia não fez nada. A jornalista só retomou o controle do e-mail porque um amigo conhecia um funcionário do provedor da conta, que desativou o processo de verificação de senha criado pelo invasor.

(Galileu, dezembro de 2011. Adaptado.)

QUESTÃO 22 A lacuna do início do texto deve ser corretamente preenchida com a) À. b) Há cerca de. c) Fazem. d) Acerca de. e) A.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Com o sentido de tempo decorrido, a oração caracteriza-se pela inexistência de sujeito, marcada por verbos auxiliares (haver ou fazer), não pela preposição “a” + artigo “a” = à. b) Correta. A expressão “há cerca de” denota o sentido de tempo aproximado, equivalente a “faz (aproximadamente) dois meses...” c) Incorreta. Nas orações sem sujeito, marcadas pelos verbos “haver” ou “fazer”, indicando tempo decorrido, a flexão sempre deverá ser a de 3ª pessoa do singular (Faz). d) Incorreta. A expressão “acerca de” significa “a respeito de”, “sobre”, sentido inexistente no texto apresentado. e) Incorreta. Com o sentido de tempo decorrido, a oração caracteriza-se pela inexistência de sujeito, marcada por verbos auxiliares (haver ou fazer), não pela preposição “a”.

QUESTÃO 23 As informações do segundo parágrafo permitem concluir que o hacker tentou a) extorquir a jornalista. b) pedir um donativo à jornalista. c) negociar legalmente com a jornalista. d) eximir-se da culpa pela invasão da conta do e-mail. e) reconhecer seu erro.

Resolução Alternativa A O hacker tentou extorquir, ou seja, chantagear a jornalista quando pediu um valor em dinheiro para lhe devolver sua lista de contatos profissionais. Não houve nenhuma tentativa de negociação legal ou pedido de donativo por parte do criminoso. Também não há menção no texto a nenhuma ação do hacker que indicasse que este havia se declarado inocente ou se arrependido do crime ou, ainda, reconhecido seu erro.

QUESTÃO 24 Assinale a alternativa em que, na reescrita do trecho, houve alteração da classe gramatical da palavra em destaque. a) ... mas sua identidade virtual.

= mas sua identificação virtual. b) ... que desativou o processo de verificação de senha...

= ... o qual desativou o processo de verificação de senha... c) Só que não levaram sua carteira...

= Só que não levaram a carteira dela... d) ... a jornalista britânica Rowenna Davis, 25 anos, foi furtada.

= a britânica Rowenna Davis, 25 anos, foi furtada. e) ... e ter acesso a seus dados bancários...

= ... e ter acesso a seus dados do banco... Resolução Alternativa D

a) Incorreta. Nas duas construções, as palavras destacadas representam o valor de um substantivo. b) Incorreta. “que” e “o qual” são pronomes relativos, distinguindo-se apenas pelo fato de o primeiro não representar o gênero e o número de seu antecedente (forma genérica), enquanto o segundo mostra essas flexões (forma específica). c) Incorreta. Os termos em destaque são pronomes, ambos classificados como possessivos. d) Correta. Na primeira construção, o termo “britânica”, posposto ao substantivo “jornalista”, atribui a este uma característica, uma qualidade; portanto, um adjetivo. Na segunda construção, o mesmo termo está empregado precedido de um artigo definido, fato que o substantiva; portanto, um substantivo. e) Incorreta. Os termos assinalados têm o mesmo valor morfológico, ou seja, de adjetivos, representados o primeiro por sua forma primária e o segundo por uma locução adjetiva.

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INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder às questões de números 25 a 27.

Quando o falante de uma língua depara um conjunto de duas palavras, intuitivamente é levado a sentir entre elas uma relação sintática, mesmo que estejam fora de um contexto mais esclarecedor.

Assim, além de captar o sentido básico das duas palavras, o receptor atribui-lhes uma gramática – formas e conexões. Isso acontece porque ele traz registrada em sua mente toda a sintaxe, todos os padrões conexionais possíveis em sua língua, o que o torna capaz de reconhecê-los e identificá-los. As duas palavras não estão, para ele, apenas dispostas em ordem linear: estão organizadas em uma ordem estrutural.

A diferença entre ordem estrutural e ordem linear torna- se clara se elas não coincidem, como nesta frase que um aluno criou em aula de redação, quando todos deviam compor um texto para outdoor, sobre uma fotografia da célebre cabra de Picasso: “Beba leite de cabra em pó!”. Como todos rissem, o autor da frase emendou: “Beba leite em pó de cabra!”.

Pior a emenda do que o soneto.

(Flávia de Barros Carone. Morfossintaxe, 1986. Adaptado.)

QUESTÃO 25 Assinale a alternativa que traz uma explicação plausível para o riso dos alunos. a) As expressões “de cabra” e “em pó” são regidas pelo mesmo termo – “leite” – e, da forma como são empregadas, geram enunciados ambíguos. b) As expressões “de cabra” e “em pó” estão empregadas em sentido figurado, referindo-se ao mesmo termo regente – “leite”. c) O verbo da oração – “Beba” – pode admitir dois complementos, havendo a falsa ideia de que “de cabra” seja um deles. d) O contexto da oração é insuficiente para recuperar o referente das expressões “de cabra” e “em pó”, potencialmente referentes a “Beba” e “leite”. e) O emprego da expressão “em pó” em sentido figurado cria duplo sentido ao enunciado, interpretando-a como complemento do verbo – “Beba”.

Resolução Alternativa A Genericamente, pode-se notar que as duas construções estão marcadas pela ambiguidade semântica, uma vez que as expressões “de cabra” e “em pó” estão regidas pelo substantivo “leite”, provocando as seguintes interpretações: Beba leite de cabra em pó: a expressão “em pó” refere-se ao leite (leite em pó) ou à cabra (cabra em pó)? Beba leite em pó de cabra: o que está em pó: o leite ou a cabra?

QUESTÃO 26 Considere as seguintes passagens do texto: – [...] é levado a sentir entre elas uma relação sintática, mesmo que estejam fora de um contexto mais esclarecedor. – Como todos rissem, o autor da frase emendou [...]. As conjunções destacadas expressam, respectivamente, relação de a) alternância e conformidade. b) conclusão e proporção. c) concessão e causa. d) explicação e comparação. e) adição e consequência.

Resolução Alternativa C A expressão conjuntiva “mesmo que”, equivalente a “embora”, “ainda que”, “se bem que” e outras, denota o valor concessivo, uma vez que expressa, nas orações subordinadas adverbiais, a circunstância de oposição entre as orações que liga ou, como dizem alguns autores, a quebra da expectativa gerada pela oração principal com relação à própria subordinada. A conjunção “como”, neste caso, denota a causa, a razão pela qual o autor emendou... (como todos rissem = pelo fato de todos rirem = por causa da risada de todos...).

QUESTÃO 27 De acordo com o texto, a ordem estrutural diz respeito à macroestrutura da frase e a ordem linear à manifestação concreta, palavra após palavra, dos constituintes da oração. Assinale a alternativa em que, no par de palavras em destaque, em texto de Paulo Cesarino Costa, publicado na Folha de S.Paulo de 02.08.2012, há coincidência entre essas duas ordens.

a) Exceto pelo fato de que dividirão, com outras dezenas de esportes, as atenções de TVs e rádios, portais de internet, jornais e revistas nos próximos dias numa rara disputa, de onde sairão dois retratos do Brasil. b) Nas paredes do Instituto Moreira Salles, pode-se ver diferentes concepções de fotojornalismo: da beleza pouco comprometida com a veracidade de Jean Manzon à objetividade das imagens de guerra de Luciano Carneiro. c) Num mundo cada vez mais dominado pela reprodução eletrônica e imagética dos acontecimentos, há uma interessante oportunidade de resgatar o momento em que a imagem começou a questionar o poder da palavra. d) A revista O Cruzeiro seguia a cartilha da revista norteamericana Life, que preconizava “um novo jornalismo, no qual as imagens formam o texto e as palavras ilustram as imagens”. e) Serão 11 estrelas na tela, mas os ministros do STF e suas capas negras pouco têm a ver com os 11 amarelinhos de Mano Menezes na busca do ouro olímpico.

Resolução Alternativa E Com relação à macroestrutura da frase, pode-se notar a presença dos adjetivos pospostos aos substantivos, sequência esta também observada na construção dos termos de uma oração, considerada a ordem direta, segundo a qual o sujeito é seguido do verbo e este, de seus complementos; morfologicamente, os adjetivos pospostos aos substantivos que modificam. Acerca das palavras destacadas em cada uma das alternativas, pode-se notar que, nas quatro primeiras opções, os adjetivos também aparecem antes dos seus substantivos; somente na alternativa “e” se dá o contrário: ouro (substantivo) olímpico (adjetivo). INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder às questões de números 28 a 29.

Apóstrofe à carne Quando eu pego nas carnes do meu rosto,

Pressinto o fim da orgânica batalha: – Olhos que o húmus necrófago estraçalha, Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto. E o Homem – negro e heteróclito composto,

Onde a alva flama psíquica trabalha, Desagrega-se e deixa na mortalha

O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto! Carne, feixe de mônadas bastardas,

Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas, A dardejar relampejantes brilhos,

Dói-me ver, muito embora a alma te acenda, Em tua podridão a herança horrenda,

Que eu tenho de deixar para os meus filhos!

(Augusto dos Anjos. Obra completa, 1994.)

QUESTÃO 28 No soneto de Augusto dos Anjos, é evidente a) a visão pessimista de um “eu” cindido, que desiste de conhecer-se, pelo medo de constatar o já sabido de sua condição humana transitória. b) o transcendentalismo, uma vez que o “eu” desintegrado objetiva alçar voos e romper com um projeto de vida marcado pelo pessimismo e pela tortura existencial. c) a recorrência a ideias deterministas que impulsionam o “eu” a superar seus conflitos, rompendo um ciclo que naturalmente lhe é imposto. d) a vontade de se conhecer e mudar o mundo em que se vive, o que só pode ser alcançado quando se abandona a desintegração psíquica e se parte para o equilíbrio do “eu”. e) o uso de conceitos advindos do cientificismo do século XIX, por meio dos quais o poeta mergulha no “eu”, buscando assim explorar seu ser biológico e metafísico

Resolução Alternativa E a) Incorreta. Apesar de sua condição humana transitória, o eu lírico não desiste de se conhecer, ao contrário. O seu “eu” não é absolutamente cindido, sua análise é unilateral, material. b) Incorreta. Não há, pelo eu lírico, uma análise transcendental de si mesmo. Enquanto pura matéria, sua existência é apenas terrena e totalmente determinada. c) Incorreta. Não há como, para o eu lírico, superar seu conflito principal, a morte inevitável, o fim de sua existência material.

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d) Incorreta. Não há vontade de mudanças por parte do eu lírico, apenas a constatação de seu inevitável fim. e) Correta. O eu lírico reduz sua essência à carne, à matéria, à ausência da alma, conceitos cientificistas. Explora seu lado puramente biológico e não transcendental.

QUESTÃO 29 No plano formal, o poema é marcado por a) versos brancos, linguagem obscena, rupturas sintáticas. b) vocabulário seleto, rimas raras, aliterações. c) vocabulário antilírico, redondilhas, assonâncias. d) assonâncias, versos decassílabos, versos sem rimas. e) versos livres, rimas intercaladas, inversões sintáticas.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Os versos não são brancos (predomínio de decassílabos e alguns possíveis eneassílabos, a depender da prosódia considerada). A linguagem não é obscena (é formal e em registro elevado). Não há muitas rupturas sintáticas (prevalece ordem direta) b) Correta. O vocabulário é seleto como se confirma, sobretudo, na segunda estrofe. As rimas são ricas, conforme se verifica (batalha, substantivo rima com estraçalha, verbo) e (bastardas, adjetivo rima com ardas, verbo). Aliterações (repetição intencional de fonema consonantal): ‘f’, ‘p’ e ‘d’. c) Incorreta. Não são redondilhas e os versos são rimados. d) Incorreta. Os versos são rimados. e) Incorreta. Os versos são metrificados, as rimas são intercaladas apenas nos quartetos e não há grandes inversões sintáticas (predomínio da ordem direta).

QUESTÃO 30 O efeito de humor da tira advém, dentre outros fatores, da

(www.iturrusgarai.com.br)

a) ironia, verificada na fala da personagem como intenção clara de afirmar o contrário daquilo que está dizendo. b) paronomásia, verificada pelo emprego de palavras parecidas na escrita e na pronúncia, à moda de um trocadilho. c) metáfora, verificada pelo emprego de termos que podem se cambiar como formas sinônimas no enunciado. d) metonímia, verificada pelo emprego de uma palavra em lugar de outra por uma relação de contiguidade. e) onomatopeia, verificada pelo recurso à sonoridade das palavras, que atribui outros sentidos ao enunciado.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Embora a atitude do personagem revele intenção crítica e certo senso de humor (elementos, em geral, presentes em construções de sentido irônico), não é possível classificar como ironia o procedimento utilizado pela personagem porque a relação de sentido entre a palavra empregada e a intenção é de identificação e não de oposição (conforme a definição de ironia apresentada na alternativa A). Assim ‘sovaco’ pode ser lido como ‘só vácuo’ e isso indicaria diretamente ‘atual vazio das artes plásticas’. Portanto, não há inversão de sentido. b) Correta. Afinal, há semelhança prosódica entre as palavras ou expressões: ‘sovaco’ e ‘sóvácuo’. Tal aproximação revela-se como um sugestivo trocadilho e gera o humor da tirinha. c) Incorreta. A definição de metáfora apresentada nesta alternativa não se sustenta. Além disso, não seria correto considerar que o ‘sovaco’ mencionado na tirinha seja ‘sóvácuo’. Afinal, há pelos nele. d) Incorreta. Pois, o assemelhamento ‘sovácuo’ e ‘sovaco’ é de prosódia (portanto, de forma) e não semântica (ou seja, de sentido). A relação de aproximação semântica ocorre entre a expressão ‘vazio da arte’ e a palavra ‘vácuo’ sugerida na palavra ‘sóvácuo’. e) Incorreta. A definição de onomatopéia apresentada nesta alternativa não se sustenta. Onomatopéia é o nome da figura de linguagem em que a forma da palavra tem uma sonoridade marcada e sugerida de sons ou ruídos ligados direta ou indiretamente ao significado evocado pela palavra. Por exemplo, as palavras que dão nome a ‘vozes’ dos animais: ‘mugido’ da vaca ou ‘cacarejar’ das galinhas ou ainda, o tic-tac do velho relógio.

INGLÊS

QUESTÃO 31 O primeiro parágrafo indica que a ilha de Nantucket a) tornou-se um lugar da moda entre famosos, há cerca de 30 anos. b) redefiniu o conceito da medicina moderna. c) não possui qualquer estrutura para o exercício da medicina moderna. d) é um lugar em que muitas pessoas passam férias no verão. e) não tem veterinário entre seus residentes.

Resolução Alternativa D a) Incorreta. Apesar de a primeira parte da afirmação estar correta (“tornou-se um lugar da moda entre famosos”), que equivale a (“has become a summer playground to the rich and famous”), o texto não diz que isso aconteceu há cerca de 30 anos. A única menção a 30 anos é sobre o Dr. Lepore, que há 30 anos é o único cirurgião da ilha, como em “Dr. Timothy Lepore, a quirky 67-year-old physician who for the past 30 years hás been the only surgeon working on the Island.” b) Incorreta. No trecho “Over the years Dr. Lepore has taken it upon himself to deliver whatever type of medical care his island inhabitants need, often challenging conventional notions of medicine and redefining what it means to be a healer.” – “Ao longo dos anos Dr. Lepore tomou para si a responsabilidade de prover qualquer tipo de cuidado médico que os habitantes de sua ilha precisem, muitas vezes desafiando noções convencionais da medicina e redefinindo o que significa ser um curador”. Apesar de o conceito de redefinir o que significa ser um curador e de desafiar noções convencionais de medicina estarem presentes no trecho, referem-se ao Dr. Lepore e não à Ilha de Nantucket como pede o enunciado da questão. c) Incorreta. Apesar de o trecho “requires a certain amount of resourcefulness and flexibility” – “requer um certo tanto de recursos e ser flexível” sugerir que o trabalho de um médico na ilha não é convencional e nem fácil, não podemos afirmar que a ilha não possui qualquer estrutura para o exercício da medicina moderna. d) Correta. No trecho (“has become a summer playground to the rich and famous”) – (“se tornou um playground (parque de diversões) de verão para os ricos e famosos), temos que a ilha é procurada por pessoas para lazer durante o verão, ou seja, lazer = férias de verão. e) Incorreta. No trecho “steps into the role of veterinarian when needed” – “assume o papel de veterinário quando necessário”, temos que o Dr. Lepore desempenha função de veterinário quando necessário, mas não podemos assumir que não existe um veterinário entre os residentes. Apenas sugere-se que o serviço de veterinário na ilha é deficitário.

QUESTÃO 32 An appropriate expression to describe Dr. Timothy Lepore would be a) frantic. b) rich and famous. c) resourceful. d) ambitious. e) rude.

Resolução Alternativa C a) Incorreta. “Frantic” significa frenético, característica inapropriada ao Dr. Timothy Lepore.. b) Incorreta. Os adjetivos “rich and famous” (ricos e famosos) referem-se aos turistas de verão. c) Correta. “Resourceful” significa “aquele que tem recursos” e, no 3° parágrafo, encontramos "Ele é uma enciclopédia de fatos misteriosos": “He´s an encyclopedia of arcane facts”. No 1° parágrafo, encontramos "A vida na Ilha, ......... requer uma certa quantidade de desenvoltura e flexibilidade": “life on theIsland,.........requires a certain amount of resourcefulness and flexibility”, o que justifica esta alternativa. d) Incorreta. “Ambitious” significa ambicioso, o que não pode ser, porque o texto diz: “he has taken it upon himself to deliver whatever type of medical care his island inhabitants need’: “Ele tomou para si entregar qualquer tipo de assistência médica de que os habitantes da ilha precisam”. Isto indica uma pessoa benevolente e) Incorreta. “Rude” significa rude, bruto, o que não pode ser porque o texto diz: “residents also call on him for counseling and comfort”: “moradores também o procuram para conselhos e conforto”. Portanto ele não pode ser uma pessoa bruta ou rude.

QUESTÃO 33 No excerto do primeiro parágrafo – Dr. Lepore has taken it upon himself to deliver whatever type of medical care his island inhabitants need –, a expressão em destaque equivale, em português, a

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a) levou consigo. b) responsabilizou-se pela entrega. c) assumiu a responsabilidade. d) apoderou-se para si próprio. e) tomou a dianteira.

Resolução Alternativa B A definição do phrasal verb “to take it upon oneself” é – “Take responsibility, often without consulting other people”, que traduzimos como “Assumir responsabilidade, frequentemente sem consultar outras pessoas.”

Fonte:http://www.usingenglish.com/reference/phrasal-verbs/take+it+upon+yourself.html#KjAvq6vvsCJ7uF3p.99

a) Incorreta. “Levou consigo” seria “has taken it with himself”, o que não faria sentido no contexto. b) Incorreta. “Responsabilizou-se pela entrega” seria “has taken responsibility for the delivery” – Apesar de a primeira parte da alternativa estar correta, a parte “for the delivery” não equivale a “has taken it upon himself”, e sim a “to deliver”. c)Correta. A definição do phrasal verb “to take it upon oneself” é - Take responsibility, often without consulting other people – “Assumir responsabilidade, frequentemente sem consultar outras pessoas”. No caso, a responsabilidade assumida pelo Dr. Lepore foi a de entregar qualquer tipo de cuidado médico que os habitantes de sua ilha precisem. d) Incorreta. “Apoderou-se para si próprio” seria “has taken it to himself”, o que não faria sentido no contexto. e) Incorreta. “Tomou a dianteira” seria “has taken the lead”, o que até faria sentido, mas não significa assumir a responsabilidade, mas sim assumir a liderança.

QUESTÃO 34 The answer to the first question points out that a) Nantucket is now busy during the whole year, not only in the summer. b) getting on or off the island is not easy during the summer rush period. c) not everyone in Nantucket is necessarily rich. d) there are many dramatic productions in Nantucket during the summer. e) due to modern facilities, Nantucket is easy to reach.

Resolução Alternativa C a) Incorreta. Apesar de termos no trecho “but there is this whole year-round population that is really interesting and diverse” – “mas temos essa população do ano todo que é realmente interessante e diversificada” – que existem pessoas na ilha o ano todo, não podemos inferir que a ilha é movimentada (busy) durante o ano todo e não apenas no verão (summer), como sugere a alternativa. b) Incorreta. Em “there are a lot of times where you cannot get on or off the island” – “Existem muitas ocasiões em que não se pode entrar ou sair da ilha” – temos que não é fácil entrar e sair da ilha (getting on or off the island is not easy), mas o texto não relaciona esse fato com o período de tráfego intenso do verão (summer rush). Aparentemente a causa da dificuldade é apontada pelo texto como sendo em decorrência dos elementos da natureza como em “you’re still at the mercy of the elements” – “você ainda está à mercê dos elementos”. c) Correta. No trecho “I thought of it as this summer haven, but there is this whole year-round population that is really interesting and diverse and has to scrabble for a living” – “Eu pensava nela (ilha) como um refúgio de verão, mas temos essa população do ano todo que é realmente interessante e diversificada e que tem que lutar pela sobrevivência” –, temos que, se a população que vive o ano todo na ilha tem que lutar pela sobrevivência, e que se a ilha é um refúgio para ricos e famosos no verão, então nem todos na ilha são necessariamente ricos, como diz a afirmativa “not everyone in Nantucket is necessarily rich”. d) Incorreta. A alternativa “there are many dramatic productions in nantucket during the summer” significa “Existem muitas produções dramáticas (de teatro) em Nantucket durante o verão” – Em nenhum momento o texto menciona isso. A palavra “drama” aparece no trecho “and that creates a lot of drama” referindo-se ao drama criado pelo fato de a ilha estar à mercê dos elementos da natureza. e) Incorreta. A alternativa afirma que a ilha é de fácil acesso (easy to reach). No trecho “there are a lot of times where you cannot get on or off the island” – “Existem muitas ocasiões em que não se pode entrar ou sair da ilha”, temos que o acesso não é fácil, e por vezes impossível.

QUESTÃO 35 No trecho da resposta à primeira pergunta – Even though they have fast ferries and airplanes now –, é possível substituir corretamente Even though, sem alterar o sentido da frase, por: a) However. b) Whether. c) As if. d) Nevertheless. e) In spite of the fact that.

Resolução Alternativa E O trecho Even though they have fast ferries and airplanes now significa “Mesmo que tenham balsas rápidas e aviões agora”. Então: a) Incorreta. “However” significa contudo/entretanto. b) Incorreta. “Whether” significa se, e a partícula condicional não é o caso acima. c) Incorreta. “As if” significa como se e indica uma comparação, o que não se aplica à sentença acima d)Incorreta. “Nevertheless” significa nem por isso. Você usa Nevertheless ao dizer algo que foge do óbvio de acordo com o que acaba de ser dito, o que não é o caso aqui. e) Correta. “In spite of the fact that” significa apesar do fato de que. Você usa In spite of the fact that ao dizer algo que não impede o que acaba de ser dito, o que é o caso da frase em questão. O fato de terem balsas rápidas e aivões agora não impede a dificuldade de acesso a ilha devido aos elementos da natureza: “Even though they have fast ferries and airplanes now, you are still at the mercy of the elements”.

QUESTÃO 36 Na resposta à segunda pergunta, a autora utiliza a frase There is a field hospital-type feeling to it, o que, no contexto, indica a ideia de a) espírito de aventura. b) improvisação. c) combatividade. d) perigo iminente. e) emergência.

Resolução Alternativa B a) Incorreta. Não existe no texto nenhuma menção a espírito de aventura. b) Correta. A frase “There is a field hospital-type feeling to it,” é precedida por um exemplo claro de improvisação do Dr. Lepore, o exemplo do marido que foi esfaqueado pela mulher por ter se esquecido de levar batatas para casa e que, na impossibilidade de ser levado para um hospital do continente, teve que ser operado pelo Dr. Lepore, o qual, mesmo sem ter os materiais necessários, improvisou com fio de seda preta e salvou a vida do homem. Além disso, essa frase é seguida de “making do with what you have” – “se virar com o que você tem”, que é análogo a improvisar. c) Incorreta. Apesar de ““There is a field hospital-type feeling to it,” significar “Existe um sentimento de hospital de campo (de batalha) nisso (prática da medicina na ilha)”, o aspecto de hospital de campo de batalha que se presta a essa comparação é o da improvisação necessária em um hospital de campo de batalha, onde não se tem materiais necessários e é necessário improvisar com o que há disponível. O aspecto de combatividade da batalha não é pertinente. d) Incorreta. Apesar de o trecho mencionar risco iminente da morte do paciente do exemplo dado, isso não se aplica ao sentimento, à atmosfera no hospital do Dr. Lepore. e) Incorreta. Apesar de um exemplo de emergência médica ser apresentado, o aspecto de hospital de campo de batalha que se presta a essa comparação é o da improvisação necessária em um hospital de campo de batalha, onde não se tem materiais necessários e é necessário improvisar com o que há disponível. O aspecto de emergência não é central.

QUESTÃO 37 The excerpt from the answer to the second question – there was no time to get the guy off the island – means that the patient a) wouldn’t live if he stayed in the island. b) shouldn’t be taken in a helicopter. c) had little time left to leave the island. d) couldn’t be moved to a mainland hospital. e) had to be rushed to hospital.

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Resolução Alternativa D O trecho em questão traduzido é: “Não existia tempo para tirar o cara da ilha” – referindo-se ao paciente que foi esfaqueado e precisava de cuidados imediatos. a) Incorreta. A alternativa afirma “Não iria viver se ficasse na ilha”, o que não corresponde a “não existia tempo para tirar o paciente da ilha”. b) Incorreta. A alternativa afirma “não deveria ser levado em um helicóptero”, o que não faz nenhum sentido no contexto dado, em que não existe menção a helicópteros e nem ao fato de o paciente dever ou não ser levado em um deles. c) Incorreta. A alternativa afirma que o paciente tinha pouco tempo disponível para deixar a ilha. O texto afirma que NÃO existia tempo algum para tirar o paciente da ilha, e não que ele tinha pouco tempo. d) Correta. A alternativa afirma que o paciente não poderia ser transportado para um hospital do continente. Isso é verdadeiro, dado que a impossibilidade vinha do fato de não existir tempo para que isso acontecesse. e) Incorreta. A alternativa afirma que o paciente teve que ser levado às pressas para o hospital, o que não foi verdade, já que não havia tempo para tal.

QUESTÃO 38 De acordo com a resposta à última pergunta, depreende-se que a) os pacientes que procuram o Dr. Lepore são sempre atendidos com atenção e gentileza, quer seja no hospital, quer em casa. b) a nova administração do hospital de Nantucket está preocupada com as atitudes do Dr. Lepore em relação a novos protocolos. c) a pessoa que necessitar tratamento no hospital de Nantucket deverá pagar em dinheiro, uma vez que não se aceitam pacientes conveniados a planos de saúde. d) o hospital da ilha é administrado atualmente pelo estado de Massachusetts, tendo-se tornado uma instituição pública. e) o Dr. Lepore não se importa muito com novos procedimentos administrativos implantados no hospital de Nantucket.

Resolução Alternativa E a) Incorreta. O texto afirma que todos os pacientes que procuram o Dr. Lepore são atendidos, tanto os que possuem seguro (insurance) como os que não podem pagar (people who can´t pay at all). Em nenhum momento o texto menciona atendidos com gentileza ou atenção ou que esse atendimento seja feito no hospital ou em casa. b) Incorreta. O texto afirma que o hospital onde o Dr. Lepore trabalha foi assumido por uma nova administração e que esta iniciou novos protocolos, mas não diz que a nova administração está preocupada com as atitudes do Dr. Lepore em relação a estes. c) Incorreta. O texto afirma que todos os pacientes que procuram o Dr. Lepore são atendidos, tanto os que possuem seguro (insurance) como os que não podem pagar (people who can´t pay at all). Ainda afirma que o Dr. Lepore até aceita pagamento em “produtos” (kind). Não é verdade, portanto, que a pessoa deverá pagar em dinheiro, ou que não se aceitem convênios (insurance). d) Incorreta. O texto informa que a mesma empresa que administra o Hospital Geral de Massachusetts é agora responsável pela administração do hospital de Nantucket. Não é verdade, portanto, que ele é administrado pelo estado de Massachusetts. e) Correta. No trecho “They have instituted some new systems, but he flouts many of them” temos “Eles (os gerentes do hospital) instituíram alguns novos sistemas, mas ele (Dr. Lepore) desconsidera abertamente muitos deles (sistemas)”, pelo que podemos perceber que o Dr. Lepore não se importa muito com novos procedimentos = sistemas implantados no hospital. “Flout” = desconsiderar abertamente = não se importar.

QUESTÃO 39 O estudo mencionado no texto indica que a) as mulheres que trabalham até o final da gravidez são, em sua maioria, fumantes, quer sejam mais velhas, quer não. b) o efeito do trabalho até os últimos dias antes do parto independe da idade da mãe ou do fato de ela ser fumante ou não. c) os bebês com peso mais baixo no nascimento são, usualmente, os filhos de mães fumantes durante a gravidez. d) as mulheres na Inglaterra sempre trabalharam até o final da gravidez, devido a exigências do sistema de seguridade social. e) o trabalho físico no final da gravidez tende a afetar mais o crescimento do feto do que o desenvolvimento intelectual.

Resolução Sem Resposta a) Incorreta. O texto compara o fumar durante a gravidez com o trabalhar após o oitavo mês de gravidez. Não existe menção alguma no texto a mulheres fumantes que trabalham, quer sejam mais velhas ou não. b) Incorreta. No trecho “The birth weight of babies born to mothers under the age of 24 was not affected by them continuing to work, but in older mothers the effect was more significant” – “O peso ao nascer de bebês nascidos de mães abaixo da idade de 24 não foi afetado por elas continuarem trabalhando, mas em mães mais velhas o efeito foi mais significativo”, temos que o efeito do trabalho até os últimos dias antes do parto depende da idade da mãe. c) Incorreta. O estudo mencionado no texto mostra que é tão comum o nascimento de bebês de baixo peso filhos de mães fumantes quanto filhos de mães que trabalham até mais próximo do final da gravidez. d) Incorreta. No ultimo parágrafo do texto, temos: “The study also suggests British women may be working for longer now during pregnancy. While 16% of mothers questioned by the British Household Panel Study, which went as far back as 1991, worked up to one month before the birth, the figure was 30% in the Millennium Cohort Study, whose subjects were born in 2000 and 2001.” – “O estudo também sugere que as mulheres inglesas podem estar trabalhando por mais tempo agora durante a gravidez. Enquanto 16% das mães questionadas pelo estudo do British Household Panel, que alcançou até 1991, trabalharam até um mês antes do nascimento, este dado era 30% no estudo Millennium Cohort com sujeitos nascidos entre 2000 e 2001”. Temos então que as informações oferecidas pelo texto se referem apenas a dados sobre grávidas trabalhadoras desde 1991. Não podemos afirmar que as mulheres na Inglaterra sempre trabalharam até o final da gravidez. Além disso, não existe menção ao sistema de seguridade social. e) Incorreta. Esta alternativa apresenta uma imprecisão de escolha lexical que acaba por promover uma ambiguidade. O texto afirma: “Stopping work early in pregnancy was particularly beneficial for women with lower levels of education (...) suggesting that the effect of working during physically demanding work”, que significa: “Parar de trabalhar mais cedo na gravidez é particularmente benéfico para mulheres com níveis mais baixos de educação (...) sugerindo que o efeito do trabalho durante a gestação foi provavelmente mais relevante para aquelas que executam um trabalho com demanda física”. A alternativa afirma que o trabalho físico no final da gravidez tende a afetar mais o crescimento do feto do que o desenvolvimento intelectual. O texto nada diz sobre o desenvolvimento intelectual dos bebês, apenas do prejuízo em relação ao seu crescimento. Acreditamos que a banca quisesse se referir a trabalho intelectual, termo este que se referiria ao trabalho da mulher no final da gravidez, porém, o termo desenvolvimento na construção apresentada não substitui o termo trabalho, tornando a alternativa incorreta.

QUESTÃO 40 In the excerpt from the first paragraph – than those who stopped work between six and eight months –, the word those refers to a) smoking. b) babies. c) months. d) women. e) pregnancy.

Resolução Alternativa D O trecho no qual se insere o excerto é: “Working after eight months of pregnancy is as harmful for babies as smoking according to a new study. Women who worked after they were eight months pregnant had babies on average around 230g lighter than those who stopped work between six and eight months.” Traduz-se assim: “Trabalhar após o oitavo mês de gravidez é tão prejudicial para os bebês quanto fumar, de acordo com um novo estudo. Mulheres que trabalharam após os oito meses de gravidez tiveram bebês em média cerca de 230g mais leves do que aquelas que pararam de trabalhar entre o sexto e o oitavo mês.” Temos assim que o pronome THOSE se refere às mulheres que pararam de trabalhar entre o sexto e oitavo mês, ou seja, mulheres, ou “Women”, como na alternativa D.

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QUESTÃO 41 In the excerpt from the third paragraph – may suffer from a variety of problems later in life –, the word may carries the idea of a) obligation. b) habit. c) inevitability. d) request. e) possibility.

Resolução Alternativa E O modal verb “may” nesse contexto indica uma possibilidade de sofrer de uma variedade de problemas mais tarde na vida. a) Incorreta. Obligation significa obrigação b Incorreta. Habit Significa hábito c) Incorreta. Inevitability significa inevitabilidade d) Incorreta. Request significa pedido e)Correta. Possibility significa possibilidade. O modal verb may tem três funções: permisão, possibilidade e votos. O caso acima é de possibilidade.

QUESTÃO 42 Assinale as alternativas que completam, correta e respectivamente, as lacunas numeradas de 42 a 45 no texto: a) through b) about c) by d) for e) with

Resolução Alternativa D Texto: “One of the authors of the study, Prof. Marco Francesconi, said the government should consider incentives for employers to offer more flexible maternity leave to women who might need a break…” Tradução: “Um dos autores do estudo, Prof. Marco Francesconi, disse que o governo deveria considerar incentivos para empregadores a fim de oferecerem uma licença maternidade mais flexível para mulheres que possam precisar de uma pausa...” a) Incorreta. “through” significa “através” b) Incorreta. “about” significa “sobre, acerca de” c) Incorreta. “by” significa “pelo, pela, por” d) Correta. “for” significa “para” e) Incorreta. “with” significa “com”

QUESTÃO 43 Assinale as alternativas que completam, correta e respectivamente, as lacunas numeradas de 42 a 45 no texto: a) rather than b) no c) less likely d) but e) instead

Resolução Alternativa A Texto: “One of the authors of the study, Prof. Marco Francesconi, said the government should consider incentives for employers to offer more flexible maternity leave to women who might need a break before, rather than after, their babies are born”. Tradução: “Um dos autores do estudo, Prof. Marco Francesconi, disse que o governo deveria considerar incentivos para empregadores para oferecerem uma licença maternidade mais flexível para mulheres que possam precisar de uma pausa antes, ao invés de depois que seus bebês nascerem”. a) Correta. “rather than” significa “ao invés de” b) Incorreta. “no” significa “não” c) Incorreta. “less likely” significa “menos provável” d) Incorreta. “but” significa “mas” e) Incorreta. “instead” significa “ao invés”, mas precisaria estar seguido de “of”, como em “instead of”

QUESTÃO 44 Assinale as alternativas que completam, correta e respectivamente, as lacunas numeradas de 42 a 45 no texto. a) simply aren’t b) could be c) can’t be d) are not e) will do

Resolução Alternativa B Texto: “We need to think seriously about parental leave, because – as this study suggests – the possible benefits of taking leave flexibly before the birth could be quite high.” Tradução: “Nós precisamos pensar seriamente sobre licença paternidade/maternidade, porque – como este estudo sugere – os benefícios possíveis de tirar uma licença flexivelmente antes do nascimento poderiam ser bastante altos” Para argumentar sobre a necessidade de se flexibilizar a licença maternidade, o autor utiliza os possíveis benefícios como argumento. Precisamos então de uma estrutura em sua forma afirmativa que indique possibilidade. Assim: a) Incorreta. “aren´t” é uma estrutura negativa e diz que os benefícios “não são” bastante altos, o que não faz sentido no contexto. b) Correta. “could be” indica que os benefícios de flexibilização da licença maternidade “poderiam ser” bastante altos, servindo de argumento para a opinião do autor de que se deve pensar seriamente sobre licença maternidade. c) Incorreta. “can´t” é uma estrutura negativa e diz que os benefícios “não podem ser” bastante altos, o que não faz sentido no contexto. d) Incorreta. “are not” é uma estrutura negativa e diz que os benefícios “não são” bastante altos, o que não faz sentido no contexto. É o mesmo que “aren´t” em sua forma não contraída. e) Incorreta. “will do” significa “farão” e não faria sentido seguido de um advérbio e adjetivo. Precisamos de um verbo “be” = “ser / estar”.

QUESTÃO 45 Assinale as alternativas que completam, correta e respectivamente, as lacunas numeradas de 42 a 45 no texto: a) longer b) far c) more d) less e) fewer

Resolução Alternativa A Texto: “The study also suggests British women may be working for longer now during pregnancy.” Tradução: “O estudo também sugere que as mulheres Inglesas podem estar trabalhando por mais tempo durante a gravidez.” Todo o texto gira em torno de até quando trabalhar na gravidez. Portanto a comparação entre mulheres em diferentes momentos da história que segue a frase em questão só pode se referir a tempo, e não a valores ou distância. Assim: a) Correta – “longer” significa mais tempo b) Incorreta - “far” significa longe c) Incorreta - “more” significa mais d) Incorreta - “less” significa menos e) Incorreta – “fewer” significa menos

REDAÇÃO

REDAÇÃO Texto 1

(www.rededemocratica.org)

Texto 2

Os anos vividos pelo Brasil sob estado de exceção – entre 1964 e 1985 – foram marcados por contínuas violações dos direitos humanos, por parte do Estado e de seus agentes públicos. Revelações recentes e esparsas dão alguma medida do horror dos corpos torturados, dos assassinatos e dos desaparecimentos.

A implantação da Comissão da Verdade, no Brasil, em gesto que segue o já adotado em dezenas de países que passaram por regimes de exceção, poderá vir a ser o marco de uma virada histórica. Para os familiares dos desaparecidos, para os que viveram a experiência da resistência e para o país em seu conjunto. Em especial para as gerações que não viveram – e, espero, não venham a viver – o horror

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de serem governadas por ditadores. Elas poderão construir suas interpretações próprias a respeito da história recente do país, com base em uma narrativa que retira do silêncio experiências cruciais para o entendimento a respeito do que somos como nação.

(Renata Lessa. Sobre a verdade. Ciência Hoje, junho de 2012. Adaptado.)

Texto 3

O objeto da Comissão da Verdade deve, sim, tratar dos crimes e dos desaparecimentos perpetrados pelos agentes do Estado ditatorial. É sua tarefa precípua e estatutária. Mas não pode se reduzir a estes fatos. Há o risco de os juízos serem pontuais. Precisa-se analisar o contexto maior, que permite entender a lógica da violência estatal e que explica a sistemática produção de vítimas. Mais ainda, deixa claro o trauma nacional que significou viver sob suspeitas, denúncias, espionagem e medo paralisador.

Neste sentido, vítimas não foram apenas os que sentiram em seus corpos e nas suas mentes a truculência dos agentes do Estado. Vítimas foram todos os cidadãos. Foi toda a nação brasileira. Para que a missão da Comissão da Verdade seja completa e satisfatória, caberia a ela fazer um juízo ético-político sobre todo o período do regime militar.

Os que deram o golpe de Estado devem ser responsabilizados moralmente por esse crime coletivo contra o povo brasileiro.

Os militares inteligentes e nacionalistas de hoje deveriam dar-se conta de como foram usados por aquelas elites oligárquicas, que não buscavam realizar os interesses gerais do Brasil mas, sim, alimentar sua voracidade particular de acumulação, sob a proteção do regime autoritário dos militares.

A Comissão da Verdade prestaria esclarecedor serviço ao país se trouxesse à luz esta trama. Ela simplesmente cumpriria sua missão de ser Comissão da Verdade. Não apenas da verdade de fatos individualizados, mas da verdade do fato maior da dominação de uma classe poderosa, nacional, associada à multinacional, para, sob a égide do poder discricionário dos militares, tranquilamente, realizar seus objetivos corporativos. Isso nos custou 21 anos de privação da liberdade, muitos mortos e desaparecidos, muito padecimento coletivo.

(Leonardo Boff. 1964: Golpe militar a serviço do golpe de classe. www.jb.com.br. Adaptado.)

Texto 4

Depois de muita expectativa – e com grande exposição na mídia –, foi constituída comissão para “resgatar a verdade histórica” de um período de 42 anos da vida política nacional, objetivando, fundamentalmente, detectar os casos de tortura na luta pelo poder. A História é contada por historiadores, que têm postura imparcial ao examinar os fatos que a conformaram, visto serem cientistas dedicados à análise do passado. Os que ambicionam o poder fazem a História, mas, por dela participarem, não têm a imparcialidade necessária para a reproduzir.

A Comissão da Verdade não conta, em sua composição, com nenhum historiador capaz de apurar, com rigor científico, a verdade histórica da tortura no Brasil, de 1946 a 1988. O primeiro reparo, portanto, que faço à sua constituição é o de que “não historiadores” foram encarregados de contar a História daquele período. Conheço seis dos sete membros da comissão e tenho por eles grande respeito, além de amizade com alguns. Não possuem, no entanto, a qualificação científica para o trabalho que lhes foi atribuído.

O segundo reparo é que estiveram envolvidos com os acontecimentos daquele período. Em debate com o ex-deputado Ayrton Soares, perguntou-me o amigo e colega – que defendia a constituição de comissão para essa finalidade, enquanto eu não via necessidade de sua criação – se eu participaria dela, se fosse convidado. Disse-lhe que não, pois, apesar de ser membro da Academia Paulista de História, estive envolvido nos acontecimentos.

O terceiro reparo é que alguns de seus membros pretendem que a verdade seja seletiva. Tortura praticada por guerrilheiro não será apurada, só a que tenha sido levada a efeito por militares e agentes públicos. O que vale dizer: lança-se a imparcialidade para o espaço, dando a impressão de que guerrilheiro, quando tortura, pratica um ato sagrado; já os militares, um ato demoníaco.

O quarto reparo é que muitos guerrilheiros foram treinados em Cuba, pela mais sangrenta ditadura das Américas no século 20. Um bom número de guerrilheiros não queria, pois, a democracia, mas uma ditadura à moda cubana. Radicalizaram o processo de redemocratização a tal ponto que a imprensa passou a ser permanentemente censurada. Estou convencido de que esse radicalismo e os ideais da ditadura cubana que o inspiraram apenas atrasaram o processo de redemocratização e dificultaram uma solução

acordada e não sangrenta. O quinto aspecto que me parece importante destacar é que, a meu

ver, a redemocratização se deveu ao trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que se tornou a voz e os pulmões da sociedade.

Por fim, num país que deveria olhar para o futuro, em vez de remoer o passado – tese que levou guerrilheiros, advogados e o próprio governo militar a acordarem a Lei da Anistia, colocando uma pedra sobre aqueles tempos conturbados –, a comissão é inoportuna. Parafraseando Vicente Rao, esta volta ao pretérito parece ser contra o “sistema da natureza, pois para o tempo que já se foi, fará reviver as nossas dores, sem nos restituir nossas esperanças”.

(Ives Gandra Silva Martins. A Comissão da Verdade e a verdade histórica. www.estadao.com.br. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, redija um texto dissertativo, obedecendo à norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Comissão da Verdade: que verdade alcançar?

Comentário É inquestionável a atualidade do tema da redação do vestibular da Unifesp 2013: “Comissão da Verdade: que verdade alcançar?”. A própria frase conduz a um percurso possível de leitura da coletânea: a verdade, no contexto da Ditadura Militar no Brasil, pode ser plural. O candidato teria certa vantagem na abordagem do tema, se trouxesse consigo os conhecimentos prévios acerca do que é a Comissão da Verdade: um grupo de 7 pessoas nomeadas pela Casa Civil (com reconhecida idoneidade, conduta ética e defesa da democracia), com a finalidade de apurar graves violações de Direitos Humanos, praticadas por agentes públicos, ocorridas entre 1946 e 1988 – período pré-ditadura, ditadura em si e de transição para a democracia. Analisando excerto por excerto, temos que o texto 1 traz uma charge que, ao enumerar os trabalhos e as consequências da atuação da Comissão da Verdade, traz um questionamento que simbolizaria as novas gerações que não viveram o período em questão e, talvez, desconheçam o Brasil daquela época. A Comissão da Verdade traria luz, portanto, a esse grupo de cidadãos, dando-lhes a oportunidade de conhecer seu país no passado. Na mesma direção, temos o texto 2, que advoga que a Comissão da Verdade seria uma “virada histórica” para o Brasil, proporcionando a um amplo grupo de brasileiros a oportunidade de ter revelados os sombrios detalhes da Ditadura Militar, considerado um verdadeiro período de terror da recente história do Brasil. Familiares de desaparecidos políticos, cidadãos que viveram a resistência ao regime e as novas gerações que não o vivenciaram, conhecendo a verdade sobre o passado, poderiam tecer suas próprias interpretações a respeito do seu país. O texto 3 tem uma direção bem crítica à criação da Comissão da Verdade. Ao mesmo tempo em que defende sua criação, analisa criticamente a possibilidade de as análises serem parciais, excluindo-se todo o amplo contexto necessário para a plena compreensão daquele período. Especificamente, tal excerto ilumina o fato de que a verdade veiculada pela Comissão precisa ser de natureza nacional, de cunho político, e não uma mera revelação, por exemplo, das agruras individuais daqueles que viveram sob o regime. Mais do que um fenômeno particular, a Ditadura Militar teria proporcionado um “padecimento coletivo da nação”. O texto 4 adota uma posição totalmente contrária à criação da Comissão da Verdade – o que evidencia o fato de a prova não ter um direcionamento ideológico obrigatório para candidato. O autor enumera quatro tópicos que embasam seu posicionamento: (1) a falta de um historiador capaz de apurar cientificamente a verdade histórica do Regime Militar no Brasil; (2) o fato de os membros da Comissão da Verdade terem vivenciado o período, o que impossibilita a objetividade de sua análise; (3) o fato de alguns dos membros da Comissão defenderem a parcialidade dos trabalhos – apenas militares e agentes públicos teriam suas torturas investigadas, e não também os guerrilheiros contrários ao Regime Militar; (4) o fato de que muitos desses guerrilheiros tenham sido treinados em Cuba – paradoxalmente uma das ditaduras mais severas das Américas no século XX – e, na opinião da autor, terem sido responsáveis, na verdade, pelo atraso no processo de redemocratização do país. Partindo de todas essas considerações, o candidato deveria fazer o seu recorte para elaborar sua dissertação, sem a preocupação de dar conta de todas as especificidades possíveis pela natureza complexa da proposta.

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Equipe desta resolução

Inglês

Kanu Kiran Deva Renata Montaldi

Simone Buralli Rezende

Português

Caio Moretto Ribeiro

José Maria Martins Schlittler Maíra Viganó Ferrari

Welington Silva Fernandes

Revisão

Alfredo Terra Neto

Danilo José de Lima Edson Vilela Gadbem Eliel Barbosa da Silva

Fabiano Gonçalves Lopes Vanessa Alberto

Digitação, Diagramação e Publicação

Ana Luiza Brunetti

Eduardo Teixeira Akyiama Allan Moura