caso clÍnico: distrofias musculares escola superior de ciências da saúde – escs pediatria –...
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CASO CLÍNICO: CASO CLÍNICO: Distrofias muscularesDistrofias musculares
Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCSEscola Superior de Ciências da Saúde – ESCSPediatria – Internato – HRASPediatria – Internato – HRAS
Brasília, 19 de setembro de 2006.Brasília, 19 de setembro de 2006.Aluna: Gisela de Lima Gomes de MenezesAluna: Gisela de Lima Gomes de Menezes
Docente: Elisa CarvalhoDocente: Elisa Carvalho
ANAMNESEANAMNESE Identificação:Identificação:
MRA, sexo masculino, 1 ano e 4 meses, MRA, sexo masculino, 1 ano e 4 meses, nascido em 27/05/06, natural de Brasília nascido em 27/05/06, natural de Brasília (DF), residente em Ceilândia (DF).(DF), residente em Ceilândia (DF).
Informante e responsável: MãeInformante e responsável: Mãe
Queixa Principal:Queixa Principal:Fraqueza desde o nascimento.Fraqueza desde o nascimento.
H.D.A:H.D.A:Paciente com idade de 1 ano e 4 meses, Paciente com idade de 1 ano e 4 meses, traqueostomizado desde 10/03/06 (há 6 meses). traqueostomizado desde 10/03/06 (há 6 meses). Encontrava-se em investigação para uma possível Encontrava-se em investigação para uma possível distrofia muscular no Hospital Sarah. Realizou distrofia muscular no Hospital Sarah. Realizou eletroneuromiografia no dia 03/02/06, sendo eletroneuromiografia no dia 03/02/06, sendo evidenciado evidenciado comprometimento difuso do neurônio comprometimento difuso do neurônio motor inferior, bem como atividade desnervatória motor inferior, bem como atividade desnervatória atual freqüenteatual freqüente.. O laudo do exame de DNA não O laudo do exame de DNA não detectou mutação no gene SMN (sobrevida do detectou mutação no gene SMN (sobrevida do neurônio motor inferior), mas não foi descartada a neurônio motor inferior), mas não foi descartada a hipótese de Atrofia Muscular Espinhal, uma vez que hipótese de Atrofia Muscular Espinhal, uma vez que 5% destes casos apresentam outras formas de 5% destes casos apresentam outras formas de mutação. mutação. Testes para erro inato do metabolismo foram Testes para erro inato do metabolismo foram negativosnegativos. Aguardava realização de biópsia muscular . Aguardava realização de biópsia muscular quando evoluiu com descompensação do padrão quando evoluiu com descompensação do padrão respiratório. A mãe procurou o HRAS 05/08/06, sendo respiratório. A mãe procurou o HRAS 05/08/06, sendo a criança internada com diagnóstico de pneumonia. a criança internada com diagnóstico de pneumonia. Evoluiu com insuficiência respiratória, necessitando de Evoluiu com insuficiência respiratória, necessitando de ventilação mecânica (VM). ventilação mecânica (VM).
H.D.A:H.D.A:Foi então encaminhado para a UTI do Foi então encaminhado para a UTI do Hospital Santa Lúcia (não havia Hospital Santa Lúcia (não havia disponibilidade de vaga na UTI do HRAS) disponibilidade de vaga na UTI do HRAS) no mesmo diano mesmo dia e mantido sob VM e e mantido sob VM e esquema de antibiótico CEFEPIME 500mg esquema de antibiótico CEFEPIME 500mg (durante 14 dias). Retornou para a UTI do (durante 14 dias). Retornou para a UTI do HRAS em 14/08/06 e completou o HRAS em 14/08/06 e completou o tratamento para pneumonia. No dia tratamento para pneumonia. No dia 02/09/06 evoluiu com boa saturação (92 a 02/09/06 evoluiu com boa saturação (92 a 99%) e FiO2 30-40%, sendo então retirado 99%) e FiO2 30-40%, sendo então retirado da VM e permanece em uso de O2 por tubo da VM e permanece em uso de O2 por tubo traqueal até o momento. Vem realizando traqueal até o momento. Vem realizando fisioterapia diariamente e aguarda fisioterapia diariamente e aguarda desmame de O2 para alta hospitalar. desmame de O2 para alta hospitalar.
Antecedentes pessoais fisiológicos:Antecedentes pessoais fisiológicos:- Mãe GI CI P0 A0. Parto cesáreo, a termo (41 Mãe GI CI P0 A0. Parto cesáreo, a termo (41
semanas)semanas)- Complicações: DHEG e infarto placentário no 7º Complicações: DHEG e infarto placentário no 7º
mês de gestação.mês de gestação.- PIG assimétrico. Peso: 2985g PC:37cm PIG assimétrico. Peso: 2985g PC:37cm
Est:51cmEst:51cm- APGAR:5(1º) – 7(2º)APGAR:5(1º) – 7(2º)- Desenvolvimento Psicomotor AtrasadoDesenvolvimento Psicomotor Atrasado: Sustentou : Sustentou
a cabeça com 8 m. Sentou (com auxílio) e rolou a cabeça com 8 m. Sentou (com auxílio) e rolou no berço com 10 m. Nunca arrastou, nunca no berço com 10 m. Nunca arrastou, nunca engatinhou, nunca andou. Falou “papai” com 10 engatinhou, nunca andou. Falou “papai” com 10 m e não voltou a falar após traqueostomia (10m).m e não voltou a falar após traqueostomia (10m).
- LM exclusivo até 15 dias (dificuldade para sugar LM exclusivo até 15 dias (dificuldade para sugar e ganhar peso). Após este período: LM + NAN 1e ganhar peso). Após este período: LM + NAN 1
- Calendário vacinal em dia.Calendário vacinal em dia.
Antecedentes pessoais patológicos:Antecedentes pessoais patológicos:- Doenças prévias: Nega doenças Doenças prévias: Nega doenças
comuns da infância. Refere 02 comuns da infância. Refere 02 internações por pneumonia (02/06 e internações por pneumonia (02/06 e 08/06).08/06).
- Nega: alergias, hemotransfusões, Nega: alergias, hemotransfusões, traumas, uso de medicações.traumas, uso de medicações.
Hábitos de vida e condições sócio-econômicas:Hábitos de vida e condições sócio-econômicas:-- Casa de alvenaria, 5 cômodos, 4 pessoas, esgoto, Casa de alvenaria, 5 cômodos, 4 pessoas, esgoto,
água encanada. Nega animais.água encanada. Nega animais.-- Alimentação com 3 mamadeiras ao dia de leite de Alimentação com 3 mamadeiras ao dia de leite de
vaca + mucilon, 2 refeições de sal (arroz, feijão, vaca + mucilon, 2 refeições de sal (arroz, feijão, carne, verduras – amassados), frutas 2 vezes ao carne, verduras – amassados), frutas 2 vezes ao dia.dia.
Antecedentes Familiares:Antecedentes Familiares:-- Pai, 26 anos, vivo, marceneiro e tabagista Pai, 26 anos, vivo, marceneiro e tabagista
(separados há 8 meses)(separados há 8 meses)- Mãe, 25 anos, sadia, dona-de-casa;Mãe, 25 anos, sadia, dona-de-casa;- Nega consangüinidadeNega consangüinidade-- Irmãos: 9 meses (feminina) – saudável?Irmãos: 9 meses (feminina) – saudável?-- Doenças na família: Avó materna cardiopata.Doenças na família: Avó materna cardiopata.
Obs: Mãe refere que a criança realizou Obs: Mãe refere que a criança realizou exames oftalmológicos e auditivos no exames oftalmológicos e auditivos no hospital Sarah e não sabe informar hospital Sarah e não sabe informar detalhes dos resultados (estão no detalhes dos resultados (estão no prontuário do Sarah).prontuário do Sarah).
Atualmente em uso de Sulfato Ferroso Atualmente em uso de Sulfato Ferroso (7 gotas de 12/12 horas); Paracetamol (7 gotas de 12/12 horas); Paracetamol 7 gotas SOS; O2 sob cateter 0,5L/min7 gotas SOS; O2 sob cateter 0,5L/min
Exame Físico:Exame Físico:Peso: 7200gPeso: 7200g-- REG, hipocorado (+/4+), hidratado, anictérico, REG, hipocorado (+/4+), hidratado, anictérico,
acianótico, taquidispnéico, choroso (não emite acianótico, taquidispnéico, choroso (não emite som), pouco ativo; FC:126bpm FR:50irpmsom), pouco ativo; FC:126bpm FR:50irpm
-- ACV: RCR, 2T , BNF e sem sopros;ACV: RCR, 2T , BNF e sem sopros;-- AR: Tiragem intercostal discreta; MVF+, presença AR: Tiragem intercostal discreta; MVF+, presença
de roncos e crepitações discretas principalmente de roncos e crepitações discretas principalmente em bases pulmonares;em bases pulmonares;
-- Abdome: Sem alterações;Abdome: Sem alterações;-- Sist. Nervoso: Ptose palpebral simétrica. Pupilas Sist. Nervoso: Ptose palpebral simétrica. Pupilas
isocóricas, fotorreagentes, consensuais. isocóricas, fotorreagentes, consensuais. Tetraparesia flácida e simétrica, com atrofia Tetraparesia flácida e simétrica, com atrofia muscular visível. Reflexos patelar e bicipital muscular visível. Reflexos patelar e bicipital diminuídos. Presença de fasciculação? diminuídos. Presença de fasciculação? Sensibilidade tátil e dolorosa preservadas. Sensibilidade tátil e dolorosa preservadas. Babinsky ausente
Exames ComplementaresExames Complementares
Valores/ DataValores/ Data 11/0811/08 20/0820/08 06/0906/09
HbHb 10,1g/dl10,1g/dl 8g/dl8g/dl 13,0g/dl13,0g/dl
HtHt 31,5%31,5% 29,5 %29,5 % 40,2 %40,2 %
LeucLeuc 1440014400 1750017500 1330013300
SegmSegm 54%54% 63 %63 % 58 %58 %
BastBast 3%3% 11 %11 % 1 %1 %
LinfLinf 29%29% 22 %22 % 33 %33 %
EosEos 1%1% 0 %0 % 2%2%
MonMon 12%12% 4 %4 % 6 %6 %
BasBas 1%1% 0 %0 % 0 %0 %
PlaqPlaq 696000696000 4200042000 656000656000
Hemograma:
Exames ComplementaresExames Complementares Cultura para Germes comuns/Secreção Nasal Cultura para Germes comuns/Secreção Nasal
(05/08/06): Pseudomonas aeruginosa(05/08/06): Pseudomonas aeruginosa Cultura para Germes Comuns/Secreção Retal Cultura para Germes Comuns/Secreção Retal
(05/08/06): Escherichia coli e Klebsiella (05/08/06): Escherichia coli e Klebsiella pneumoniaepneumoniae
Cultura para Germes Cumuns/Traqueostomia Cultura para Germes Cumuns/Traqueostomia (05/08/06): Staphylococcus aureus(05/08/06): Staphylococcus aureus
Coprocultura 14/08/06: Escherichia coliCoprocultura 14/08/06: Escherichia coli Proteína C-Reativa (11/08/06): 0,5mg/dlProteína C-Reativa (11/08/06): 0,5mg/dl PCR (06/09/06): 0,30mg/dlPCR (06/09/06): 0,30mg/dl VHS (06/09/06): 40mm/horaVHS (06/09/06): 40mm/hora
RadiografiasRadiografias RX de tórax (05/08/06): Área cardíaca normal. RX de tórax (05/08/06): Área cardíaca normal.
Velamento da base do hemitórax direito. Velamento da base do hemitórax direito. Opacidades pulmonares em região parahilar E e Opacidades pulmonares em região parahilar E e lobo inferior D por provável processo inflamatório.lobo inferior D por provável processo inflamatório. Cânula de traqueostomia bem posicionada.Cânula de traqueostomia bem posicionada.
RX de tórax (11/08/06): Área cardíaca normal. RX de tórax (11/08/06): Área cardíaca normal. Sonda naso-enteral com extremidade distal Sonda naso-enteral com extremidade distal projetada no bulbo duodenal. Cânula de projetada no bulbo duodenal. Cânula de traqueostomia bem posicionada. traqueostomia bem posicionada. Velamento da base Velamento da base do hemitórax direito. Opacidades pulmonares em do hemitórax direito. Opacidades pulmonares em região parahilar E e lobo inferior D. região parahilar E e lobo inferior D.
RadiografiasRadiografias RX de tórax (24/08/06): Discreto RX de tórax (24/08/06): Discreto
grau de grau de hiperinsuflação pulmonar hiperinsuflação pulmonar difusa.difusa. Cânula de traqueostomia. Cânula de traqueostomia. Coração de aspecto preservado.Coração de aspecto preservado.
Fraqueza àmovimentação
Termo “fraqueza”Não corresponde
Fraqueza muscularDiagnosticada ao
Exame
Neurônio MotorSuperior
Neurônio Motor Inferior
Córtex; Cápsula Interna;Tronco; Medula
Corno Anterior/Par CranianoRaiz Anterior;Nervo e plexoPlaca Motora
Músculo
Síndrome do Neurônio Síndrome do Neurônio Motor SuperiorMotor Superior
Tônus aumentado/Espasticidade Aumento da
Reflexos Hiperativos excitabilidade de motoneurônios alfa e gama. Lesão
de fibras inibidoras retículo espinhais
Sinal de Babinsky Presente Liberação do reflexo dos flexores/Moderado pelo trato córtico-espinhal
Síndrome do Neurônio Síndrome do Neurônio Motor SuperiorMotor Superior
Fasciculação Ausente Reflexo cutâneo-abdominal Ausente Pouca atrofia muscular Menor
que no acometimento do neurônio motor inferior – trofismo
Distribuição da fraqueza: em grupo, distal
Síndrome do Neurônio Síndrome do Neurônio Motor InferiorMotor Inferior
Tônus diminuído Atrofia muscular Reflexos hipoativos → vias eferentes motoras Babinsky ausente → Primeiro Neurônio
Intacto Fasciculação presente Perda da inervação
muscular, corno anterior da medula
Reflexo cutâneo-abdominal ausente ou presente
Distribuição da fraqueza: focal ou generalizada
↓ estímulo de contração ↑ degradação proteínas e miofibrilas
Síndrome do Neurônio Síndrome do Neurônio Motor SuperiorMotor Superior
SíndromeNeurônio Motor
Superior
Tônus aumentadoReflexos hiperativos
Sinal de Babinsky presenteFraqueza distal, em grupo
Fasciculação ausenteReflexo cutâneo-abdominal -
Pouca atrofia muscular
Síndrome do Neurônio Síndrome do Neurônio Motor InferiorMotor Inferior
SíndromeNeurônio Motor
Inferior
Tônus diminuídoReflexos hipoativosBabinsky ausente
Fraqueza focal ou generalizada
Fasciculação presenteReflexo cutâneo-abdominal
- ou +Atrofia muscular
Abordagem das doenças do Abordagem das doenças do músculo e do Nervomúsculo e do Nervo
Alguns autores abordam as doenças músculo -Alguns autores abordam as doenças músculo -esqueléticas, denominadas miopatias, como esqueléticas, denominadas miopatias, como distúrbios nos quais há comprometimento distúrbios nos quais há comprometimento estrutural ou funcional do músculo. Portanto, estrutural ou funcional do músculo. Portanto, elas não estariam incluidas nas Doenças do elas não estariam incluidas nas Doenças do Sistema Nervoso Central, Doenças do Neurônio Sistema Nervoso Central, Doenças do Neurônio Motor (incluindo NMI), Nervos Periféricos ou Motor (incluindo NMI), Nervos Periféricos ou Junção Neuromuscular (que produzem, Junção Neuromuscular (que produzem, secundariamente, fraqueza muscular). Seriam secundariamente, fraqueza muscular). Seriam diferenciadas dos outros distúrbios por achados diferenciadas dos outros distúrbios por achados clínicos e laboratoriais característicos.clínicos e laboratoriais característicos.
Atrofia Muscular Atrofia Muscular EspinhalEspinhal
É uma doença das células do É uma doença das células do corno corno anterior da medulaanterior da medula caracterizada caracterizada por fraqueza e atrofia muscular com por fraqueza e atrofia muscular com prejuízo de movimentos voluntários prejuízo de movimentos voluntários como segurar a cabeça, sentar e como segurar a cabeça, sentar e andar. Seu início é andar. Seu início é predominantemente na infância e predominantemente na infância e ocorre em 1 para 10 000 ocorre em 1 para 10 000 nascimentos vivos.nascimentos vivos.
Atrofia Muscular Atrofia Muscular EspinhalEspinhal
A causa é genética e a herança é do tipo A causa é genética e a herança é do tipo autossômica recessiva (na maioria das autossômica recessiva (na maioria das vezes).vezes).
Suas formas são condicionadas por um Suas formas são condicionadas por um mesmo gene, SMN1 (survival motor mesmo gene, SMN1 (survival motor neuron) que é uma cópia quase idêntica neuron) que é uma cópia quase idêntica deste gene (SMN2), localizados no braço deste gene (SMN2), localizados no braço curto do cromossomo 5 (em 5q11-q13). curto do cromossomo 5 (em 5q11-q13).
Codificam proteínas quase idênticas (a Codificam proteínas quase idênticas (a proteína codificada por SMN2 é truncada). proteína codificada por SMN2 é truncada). A maioria dos pacientes têm deleções no A maioria dos pacientes têm deleções no exon 7 ( ou nos exons 7 e 8 do gene SMN1).exon 7 ( ou nos exons 7 e 8 do gene SMN1).
Atrofia Muscular Atrofia Muscular EspinhalEspinhal
As principais manifestações:As principais manifestações: Tônus muscular diminuído, Tônus muscular diminuído, Fraqueza e atrofia muscular de Fraqueza e atrofia muscular de
distribuição simétricadistribuição simétrica Diminuição dos reflexos tendinososDiminuição dos reflexos tendinosos Fasciculações Fasciculações Deformidades músculo-esqueléticas Deformidades músculo-esqueléticas
secundárias.secundárias.
Atrofia Muscular EspinhalAtrofia Muscular EspinhalTiposTipos
Tipo I ou atrofia muscular espinhal progressiva Tipo I ou atrofia muscular espinhal progressiva (doença de Werdnig-Hoffmann). É o tipo mais (doença de Werdnig-Hoffmann). É o tipo mais severo. severo.
Manifesta-se intra-útero ou nos dois primeiros Manifesta-se intra-útero ou nos dois primeiros meses de vida, (relato de movimentos fetais meses de vida, (relato de movimentos fetais diminuídos). diminuídos).
Diminuição do tônus muscular: Diminuição do tônus muscular: dificuldade para dificuldade para segurar a cabeça, sugar e deglutir. A segurar a cabeça, sugar e deglutir. A dificuldade dificuldade respiratóriarespiratória surge com certa precocidade surge com certa precocidade (fraqueza da musculatura respiratória). (fraqueza da musculatura respiratória).
Neste tipo de AME, os núcleos dos nervos Neste tipo de AME, os núcleos dos nervos cranianos são freqüentemente envolvidos. cranianos são freqüentemente envolvidos.
Sobrevida não ultrapassa os 2 primeiros anos de Sobrevida não ultrapassa os 2 primeiros anos de vida.vida.
Atrofia Muscular Atrofia Muscular EspinhalEspinhal
Tipo II ou atrofia espinhal Tipo II ou atrofia espinhal intermediária.intermediária.
Neste tipo, as alterações surgem Neste tipo, as alterações surgem entre 6 meses e 2 anos de idade. entre 6 meses e 2 anos de idade.
Algumas crianças conseguem Algumas crianças conseguem permanecer sentadas se colocadas permanecer sentadas se colocadas nesta posição e, mais raramente, nesta posição e, mais raramente, ficam de pé e andam com apoio.ficam de pé e andam com apoio.
Atrofia Muscular Atrofia Muscular EspinhalEspinhal
Tipo III ou atrofia espinhal juvenil (doença de Tipo III ou atrofia espinhal juvenil (doença de Kugelberg-Welander). Kugelberg-Welander).
Os primeiros sintomas entre 2 e 17 anos de Os primeiros sintomas entre 2 e 17 anos de idade. idade.
Alterações são menos graves e a progressão da Alterações são menos graves e a progressão da doença é lenta. O envolvimento dos membros doença é lenta. O envolvimento dos membros inferiores tende a ser mais importante do que inferiores tende a ser mais importante do que dos membros superiores e os pacientes com dos membros superiores e os pacientes com freqüência requerem apenas pequena ajuda.freqüência requerem apenas pequena ajuda.
Tipo IV ou atrofia espinhal forma adulta. Tipo IV ou atrofia espinhal forma adulta. Acomete adultos entre 30 a 40 anos de idade. Acomete adultos entre 30 a 40 anos de idade. O início dos sintomas é insidioso e a O início dos sintomas é insidioso e a progressão é muito lenta.progressão é muito lenta.
Atrofia Muscular EspinhalAtrofia Muscular EspinhalDiagnósticoDiagnóstico
1) Eletromiografia (EMG): Mede a atividade elétrica 1) Eletromiografia (EMG): Mede a atividade elétrica do músculo. Na AME, a EMG demonstra do músculo. Na AME, a EMG demonstra sinais de sinais de desnervação (potenciais de fibrilação, desnervação (potenciais de fibrilação, principalmente). principalmente).
2) Biopsia muscular: 2) Biopsia muscular: Degeneração da fibra Degeneração da fibra muscular em vários estágios e evidência muscular em vários estágios e evidência histoquímica de desnervação. Fibras do tipo I histoquímica de desnervação. Fibras do tipo I gigantes e misturadas a fascículos de fibras gigantes e misturadas a fascículos de fibras atróficas, fibras em ciclos de desnervação e atróficas, fibras em ciclos de desnervação e reinervação, alterações neuropáticas sensitivas reinervação, alterações neuropáticas sensitivas muito discretas.muito discretas.
3) Estudo do DNA: Uso de sondas de DNA. Formas 3) Estudo do DNA: Uso de sondas de DNA. Formas raras autossômicas dominantes e recessivas ligadas raras autossômicas dominantes e recessivas ligadas ao X.ao X.
4)Níveis séricos de CK aumentados ou normais.4)Níveis séricos de CK aumentados ou normais.
Atrofia Muscular EspinhalAtrofia Muscular EspinhalTratamentoTratamento
Nas formas graves (Tipo I), o Nas formas graves (Tipo I), o tratamento consiste em oferecer tratamento consiste em oferecer suporte clínico à criança e emocional suporte clínico à criança e emocional à família.à família.
Nos Tipos II e III os graus de Nos Tipos II e III os graus de envolvimento são variáveis e as envolvimento são variáveis e as condutas de tratamento são condutas de tratamento são estabelecidas de acordo com o nível estabelecidas de acordo com o nível de dificuldade de cada criança.de dificuldade de cada criança.
Atrofia Muscular EspinhalAtrofia Muscular EspinhalTratamentoTratamento
Prevenir complicações respiratórias Prevenir complicações respiratórias e deformidades com fisioterapia. e deformidades com fisioterapia.
Uso de órteses e próteses no auxílio Uso de órteses e próteses no auxílio à locomoção.à locomoção.
Exercícíos em piscinas. Exercícíos em piscinas. Atenção à escoliose.Atenção à escoliose. Tornar a criança tão independente Tornar a criança tão independente
quanto possível.quanto possível.
Diagnósticos Diferenciais: Diagnósticos Diferenciais: Distúrbios do Distúrbios do
Desenvolvimento Desenvolvimento Muscular/Miopatia Muscular/Miopatia
MiotubularMiotubular Movimentos Movimentos
fetais↓fetais↓ Início PrecoceInício Precoce Atrofia e HipotoniaAtrofia e Hipotonia Dificuldade de Dificuldade de
DeglutiçãoDeglutição Assistência Assistência
VentilatóriaVentilatória OftalmoplegiaOftalmoplegia
CriptorquidiaCriptorquidia Ausência de Ausência de
FasciculaçõesFasciculações CK normalCK normal EMG normalEMG normal Biópsia muscular Biópsia muscular
com fibras pequenas com fibras pequenas e núcleos e núcleos vesicularesvesiculares
Herança Recessiva – Herança Recessiva – XX
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Desproporção Congênita Desproporção Congênita das Fibras Musculares das Fibras Musculares
Presente ao Presente ao nascimentonascimento
Hipotonia e Hipotonia e fraquezafraqueza
Atraso DNPMAtraso DNPM Cabeça Cabeça
dolicocéfala???dolicocéfala???
Rara dificuldade Rara dificuldade respiratória e disfagiarespiratória e disfagia
Palato em ogivaPalato em ogiva Curso não progressivoCurso não progressivo Níveis CK e EMG Níveis CK e EMG
normaisnormais Biópsia muscular: Biópsia muscular:
desproporção no desproporção no tamanho e quantidade tamanho e quantidade das fibras.das fibras.
Herança recessiva?Herança recessiva?
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Subdivisão: Doença dos Subdivisão: Doença dos Bastões Nemalínicos?Bastões Nemalínicos?
Forma Lactente: Presente ao Forma Lactente: Presente ao nascimento; Hipotonia e fraqueza; nascimento; Hipotonia e fraqueza; Atraso DNPM; Cabeça dolicocéfala; Atraso DNPM; Cabeça dolicocéfala; Palato em Ogiva; dificuldade para Palato em Ogiva; dificuldade para vencer a gravidade, necessidade de vencer a gravidade, necessidade de traqueostomia e gastrostomia.traqueostomia e gastrostomia.
Formas autossômicas Dominantes Formas autossômicas Dominantes (gene TPM3 – 1q21); Recessivas (gene (gene TPM3 – 1q21); Recessivas (gene em locus 2q21.2-q22) e Ligadas ao Xem locus 2q21.2-q22) e Ligadas ao X
Distrofia Muscular do tipo Distrofia Muscular do tipo Duchenne Duchenne
Atinge apenas Atinge apenas meninosmeninos
DNPM retardadoDNPM retardado EscolioseEscoliose CK bastante elevadaCK bastante elevada Biópsia muscular: Biópsia muscular:
degeneração e degeneração e regeneração, porém regeneração, porém com focos de com focos de infiltrado inflamatórioinfiltrado inflamatório
Manifesta-se entre 3 e Manifesta-se entre 3 e 5 anos de idade5 anos de idade
Fraqueza dos mm Fraqueza dos mm faciais tardiafaciais tardia
↓ ↓ Envolvimento dos Envolvimento dos mm respiratóriosmm respiratórios
MiocardiopatiaMiocardiopatia EMG s/ desnervaçãoEMG s/ desnervação Herança recessiva Herança recessiva
ligada ao X(60%) – ligada ao X(60%) – distrofina defeituosa.distrofina defeituosa.
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Distrofia Muscular do tipo Distrofia Muscular do tipo Becker - DMB Becker - DMB
Atinge apenas Atinge apenas meninosmeninos
EscolioseEscoliose CK bastante elevadaCK bastante elevada Biópsia muscular: Biópsia muscular:
degeneração e degeneração e regeneração, porém regeneração, porém com focos de com focos de infiltrado inflamatórioinfiltrado inflamatório
Manifesta-se entre 3 Manifesta-se entre 3 e 15 anos de idadee 15 anos de idade
Evolução mais lentaEvolução mais lenta ↓ ↓ Envolvimento dos Envolvimento dos
mm respiratóriosmm respiratórios MiocardiopatiaMiocardiopatia EMG s/ desnervaçãoEMG s/ desnervação Herança recessiva Herança recessiva
ligada ao X(60%) – ligada ao X(60%) – distrofina distrofina defeituosa.defeituosa.
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Distrofia Muscular Distrofia Muscular Miotônica Miotônica
Fraqueza e atrofia Fraqueza e atrofia muscular nos muscular nos primeiros anosprimeiros anos
Dificuldade de Dificuldade de deglutição e deglutição e articulação de articulação de palavraspalavras
Forma neonatal Forma neonatal gravegrave
Dificuldade no relaxamento Dificuldade no relaxamento muscular após uma muscular após uma contração contração
Emaciação Facial TípicaEmaciação Facial Típica Lenta evolução (raros Lenta evolução (raros
deixam de andar)deixam de andar) CardiopatiasCardiopatias Anormalidades EndócrinasAnormalidades Endócrinas Deficiências imunológicasDeficiências imunológicas EMG miotônicaEMG miotônica Biópsia: poucas fibras em Biópsia: poucas fibras em
degeneraçãodegeneração Gene 19 – repetições CTGGene 19 – repetições CTG
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Distrofia Muscular do Tipo Distrofia Muscular do Tipo Cintura Cintura
Alguns casos de início Alguns casos de início na infância na infância apresentam apresentam fraqueza fraqueza muscular muscular progressiva progressiva
Raro envolvimento Raro envolvimento cardíacocardíaco
CK elevadaCK elevada Herança autossômica Herança autossômica
recessiva na maioria recessiva na maioria dos casosdos casos
Na maioria dos casos, Na maioria dos casos, surge em crianças mais surge em crianças mais velhas ou adolescentes.velhas ou adolescentes.
EMG inespecíficaEMG inespecífica Raros casos de Herança Raros casos de Herança
Autossômica Dominante Autossômica Dominante com defeito no com defeito no cromossomo 15.cromossomo 15.
Hipertrofia de Hipertrofia de panturrilhas/deformidapanturrilhas/deformidades típicasdes típicas
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Distrofia Muscular Distrofia Muscular Congênita Congênita
Início PrecoceInício Precoce Atrofia e HipotoniaAtrofia e Hipotonia Dificuldade de Dificuldade de
DeglutiçãoDeglutição DNPM retardadoDNPM retardado CK elevadaCK elevada
Contraturas desde o Contraturas desde o nascimentonascimento
EMG inespecíficaEMG inespecífica Biópsia muscular: Biópsia muscular:
proliferação intensa do proliferação intensa do colágeno endomisial, colágeno endomisial, fibras musculares fibras musculares arredondadas, arredondadas, ↑colágenos e tecido ↑colágenos e tecido adiposoadiposo
Presença de merosinaPresença de merosina Doenças neurológicasDoenças neurológicas
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Distrofia Muscular Distrofia Muscular Facioescápuloumeral Facioescápuloumeral
Início precoce em Início precoce em alguns casosalguns casos
Fraqueza muscular Fraqueza muscular e atrofiae atrofia
Biópsia muscular Biópsia muscular com padrões de com padrões de degeneração e degeneração e regeneraçãoregeneração
Fraqueza inicial mais grave Fraqueza inicial mais grave nos mm da cintura nos mm da cintura escapularescapular
Lábios inferior e superior Lábios inferior e superior protusos, com boca protusos, com boca arredondada/lagoftalmoarredondada/lagoftalmo
Deformidades evidentes na Deformidades evidentes na cintura escapularcintura escapular
EMG inespecíficaEMG inespecífica Biópsia Biópsia
muscular:proliferação muscular:proliferação extensa do Tec. Conj. e extensa do Tec. Conj. e variações extremas nas variações extremas nas fibras musculares (tamanho)fibras musculares (tamanho)
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Miastenia Gravis Miastenia Gravis
Ptose palpebral + Ptose palpebral + Alteração da Alteração da motilidade ocular motilidade ocular extrínsecaextrínseca
Disartria, disfagiaDisartria, disfagia Fraqueza muscularFraqueza muscular Comprometimento Comprometimento
respiratóriorespiratório
Rara em criançasRara em crianças Fraqueza muscular Fraqueza muscular
desencadeada por desencadeada por exercício exercício
Doença auto-imuneDoença auto-imune EMG com resposta EMG com resposta
decrescente à decrescente à estimulação nervosaestimulação nervosa
Anticorpos anti-Anticorpos anti-receptores AChreceptores ACh
Biópsia: linforragiasBiópsia: linforragias
Fatores Favoráveis Fatores Desfavoráveis
Outros Diagnóstico Outros Diagnóstico DiferenciaisDiferenciais
Miopátias Endócrinas (tireóideas, Miopátias Endócrinas (tireóideas, hipoparatireoidismo, induzida por hipoparatireoidismo, induzida por esteróides).esteróides).
Paralisia periódica relacionada ao potássio Paralisia periódica relacionada ao potássio (genes defeituosos 17q13.1-13.3 e 1q31-32)(genes defeituosos 17q13.1-13.3 e 1q31-32)
Hipertermia maligna (rabdomiólise – gene Hipertermia maligna (rabdomiólise – gene locus 19q13.1)locus 19q13.1)
GlicogenosesGlicogenoses Miopatias Mitocondriais, Lipídicas e por Miopatias Mitocondriais, Lipídicas e por
deficiência de Vitamina “E”deficiência de Vitamina “E” Poliomielite (calendário vacinal em dia). Poliomielite (calendário vacinal em dia).
Outros enterovírusOutros enterovírus
Outros Diagnóstico Outros Diagnóstico DiferenciaisDiferenciais
Forma juvenil de Esclerose Lateral Forma juvenil de Esclerose Lateral Amniotrófica é rara e provoca perda de Amniotrófica é rara e provoca perda de neurônios motores superiores e inferiores. neurônios motores superiores e inferiores. Clinicamente evidente, ao contrário da AME. Clinicamente evidente, ao contrário da AME. Curso fatal.Curso fatal.
Síndromes de Pena-Shokeir e de Marden-Síndromes de Pena-Shokeir e de Marden-WalkerWalker
Hipoplasias pontino-cerebelares, Hipoplasias pontino-cerebelares, envolvem também degeneração do envolvem também degeneração do neurônio motor, mas o SMN é normal.neurônio motor, mas o SMN é normal.
Doenças de Tay-Sachs, Batten e Pompe (sinais Doenças de Tay-Sachs, Batten e Pompe (sinais de denervação mais discretos).de denervação mais discretos).
Diagnóstico Sindrômico
Síndrome NeurônioMotor Inferior
Diagnótico Topográfico:Corno Anterior Diagnóstico etiológico: Mutação
Genética Biópsia Muscular/Nova Análise
genética
Diagnóstico Sindrômico
Miopatia
Diagnóstico Topográfico:Musculatura Esquelética
Sindrome de Werdnig-HoffmannAutor(es): Ana Cláudia A. Dantas, Giselle D. Zanchetta, Gláucia V. Ferreira, Lenira S. Valadão, Marina R. Bezerra, Paulo R. Margotto
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