caso clínico: gastrosquise escola superior de ciências da saúde (escs)/hras/ses/df

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Caso Clínico: Gastrosquise Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/HRAS/SES/DF presentação: Ivan Motta, Natália Basto Coordenação: Luciana Sugai 30/01/2008 www.paulomargotto.com.br Hospital Regional da Asa Su

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Caso Clínico: Gastrosquise Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/HRAS/SES/DF Apresentação: Ivan Motta, Natália Bastos Coordenação: Luciana Sugai. www.paulomargotto.com.br. 30/01/2008. Hospital Regional da Asa Sul. Evolução Gastrosquise. Ivan Motta Natália Bastos. Sala de Parto. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Caso Clínico: Gastrosquise Escola Superior de Ciências da  Saúde (ESCS)/HRAS/SES/DF

Caso Clínico: Gastrosquise

Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/HRAS/SES/DF

Apresentação: Ivan Motta, Natália BastosCoordenação: Luciana Sugai

30/01/2008

www.paulomargotto.com.br

Hospital Regional da Asa Sul

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Ivan MottaNatália Bastos

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RN nascido de parto cesariano, indicação gastrosquise.

RN feminino, chorou ao nascer. Apresentando APGAR de 8 e 9. Evolui com desconforto respiratório leve. Ao exame: presença de alças vinhosas,

estômago, ponta de fígado, intestino delgado, grosso, bexiga exteriorizados.

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Envolver gastrosquise com compressas estéreis embebida com SF 0,9%.

Solicitado TORSCH, TS. À UTIN mais BA mais HOOD mais RX tórax. HV Holiday 50%. Início Gentamicina e ampicilina. SOG aberta calibrosa. Parecer da cirurgia pediátrica.

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Retorno do cc. Fechamento de gastrosquise. Pressão de fechamento 12 cm H20. Urinou bastante durante ato cirúrgico Entubado com TOT n°2,5. Ao exame: hipocorado leve, hidratado, FC:

140 bpm, escape pela TOT, abdome depressível, EC= 3s.

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Troca do TOT. RX tórax e abdome Fentanyl 1mg/kg/h. Albumina 1g/kg e furosemide após. HV com TIG 5,5. TM 80 ml/kg.

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D1 Ampicilina e Gentamicina. HV TIG 4,8. TMT 100 ml/kg/dia. Dieta zero por 10 dias e estímulo retal à

partir do 5° DPO. Bromoprida quando a SOG não estiver mais

drenando. Verificar diurese e PA.

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Extubado.

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LEUCÓCITOS: 11700( 78SEG/1BAST/18/3/0/0)

NT 9243. NI: 117 PLAQUETAS: 266000.

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D5 de ampicilina e gentamicina. Não evacuou. Início do estímulo retal.

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Episódio de cianose com Sat de O2 de 70%, FR 78 irpm, FC 170 bpm.

Secreção em pequena quantidade em FO. Gasometria: pH: 7,28-pCO2:40-pO2:27,3-

SO2:61,9-HCO3: 18,1-BE: -6,7. Início de amicacina.

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Infecção de FO(secreção fétida), sepse, atelectasia.

Inicia vancomicina,mantém amicacina Edema em MMII(++/++++) e face. Roncos difusos. Gasometria: pH:7,27-pCO2:43,5-pO2:41,1-

HCO2:18,7-BE: -5,9.

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Dieta zero. D6 vancomicina e amicacina. Taquipnéia leve Abaixar FiO2 lentamente. Retirada de SNG. Observar vômito e

distensão abdominal.

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Malformação congênita, que resulta em uma abertura longitudinal de todas as camadas da parede abdominal anterior

Geralmente a direita do coto umbilical Medindo de 2 a 5 cm Geralmente expostos: jejuno, íleo, colo

ascendente e metade do colo transverso. As alças podem ter aspecto normal até

edema, congestão, dilatação e necrose.

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Baixa idade materna: < 20 anos 11x Raça branca Primiparidade - 66% maior Baixa condição social Uso de medicamentos vasoconstritores Drogas (principalmente no primeiro

trimestre) Álcool Tabagismo 4x

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Não há etiologia definida.

Malformação esporádica e multifatorial sem associação genética comprovada.

3,5% de ocorrência em irmãos

Risco de morte fetal: 10 a 15%

Risco de anormalidades da FC no 3º trim: 10%

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Existem 4 hipóteses:1 – Falha na migração dos míotomos dorsais.2 – Trombose e oclusão da artéria;

onfalomesentérica ( 5º- 6º semana);3- Obliteração prematura da veia umbilical

direita;4 – Ruptura intra uterina de uma pequena

onfalocele.

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1974 0,29 por 10mil nascidos vivos

1998 1,66 por 10mil nascidos vivos

2003 2,5 a 3 por 10mil nascidos vivos

2006 4,4 a 7 por 10mil nascidos vivos

Obs: há uma incidência relativamente maior no sexo masculino, porém ela não é significativa.

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US: sensibilidade de 77,3%, risco de erro com onfalocele de 5 a 14,7%

Alfa – fetoproteína (sérico e amniótico): aumentado em 77 a 100% dos casos, na onfalocele as dosagens não são tão altas.

Cardiotocografia: avaliar sofrimento fetal no 3º trimestre de gestação

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O diagnóstico feito a partir da 10º e 12º semanas. Normalmente é feito com 18º a 22º semanas.

A mortalidade reduz em 74 % quando há o diagnóstico US.

Acompanha: crescimento fetal, diâmetro e perfusão das alças expostas, espessamento da parede intestinal, peristaltismo, volume e aspecto do LA, tamanho da abertura da parede abdominal e aspecto das vísceras intra- abdominais.

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Observar camada de fibrina: complicações no pós- op.

Polidrâmnio esta relacionado a atresias, perfuração ou segmentos necróticos na razão de 11:7;

O CIU retardado ocorre em 38 a 77% dos casos

24 a 67% dos pacientes são PIG

Obs: a circunferência abdominal não serve de parâmetro para o tamanho do feto.

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Mecônio: promove inflamação com edema e fibrina, aumento de IL 8 levando a ativação de neutrófilos;

Com a diminuição do peristaltismo a absorção intestinal do líquido seria menor e assim teríamos oligoâmnio;

No 3º trim a uréia se torna mais concentrada podendo auxiliar no processo inflamatório;

Torção intestinal gerando necrose.

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Hipoalbuminemia: perde para o LA;

Hipoalbuminemia e hipogamaglobulinemia seriam as responsáveis pelo baixo peso ao nascer em 50% dos casos;

O RCIU não ocorre por insuficiência transplacentária e sim pelas perdas transmurais.

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1º grau: 1.edema leve das alças2.ausência de espessamento de parede intestinal

3.Parede intestinal compressível4.Ausência de fibrina5.Ausência de sofrimento vascular

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2º grau:1.Edema moderado do intestino2.Presença de espessamento da parede intestinal

3.Aderências frouxas entre as alças intestinais

4.Parede intestinal compressível5.Presença de fina camada de fibrina6.Ausência de sofrimento vascular

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3º grau:1.Edema intenso de intestino2.Presença de espessamento da parede intestinal

3.Aderência firmes entre as alças intestinais

4.Parede intestinal enrijecida5.Presença espessa camada de fibrina recobrindo as alças

6.Presença de sofrimento vascular

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0,68 a 3% cromossomopatias

3 a 5% artrogripose

4% cardiopatias congênitas

7 a 31% criptoquia

20 a 40% atresia intestinal, volvo e infarto mesentérico

14% malrotação intestinal

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Parto prematuro versus parto a termo: avaliar morbidade relacionado ao período de exposição das alças ao LA.

Parto vaginal versus parto cesariana: minimizar o trauma e contaminação do conteúdo extra-abdominal.

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Geralmente esses RN nascem de parto espontâneo com 36 a 37 semanas;

Alguns autores defendem que a gestação deve ser interrompida assim que alcançada a maturidade pulmonar:

1.menor edema, 2.maior taxa de fechamento primário, 3.menor morbidade e 4.menor tempo de nutrição parenteral.

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Estudos mais recentes mostraram que o parto a termo minimizarias conseqüências deletérias da prematuridade que poderia complicar o procedimento cirúrgico;

Salvo na presença de grave retardo do crescimento, sofrimento fetal ou outras intercorrências obstétricas.

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Menor compressão da circulação mesentérica

Menor risco de torção

Menor contaminação dos segmentos intestinais expostos

Programação da equipe cirúrgica

Tratamento precoce

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Estudos mostraram que na prática de morbimortalidade não há real diferença entre os partos cesárea e normal.

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Estabilizar o paciente:1. Termorregulação 2. Reposição hidreletrolítica3. Drenagem do conteúdo gástrico por SOG4. Proteção adequada das alças intestinais5. Verificação de outros fatores de risco:

infecção, hipotermia, hipotensão, insuficiência respiratória e choque.

6. Antibióticos profiláticos

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Não há consenso quanto ao melhor momento operatório

Países desenvolvidos: 6 a 12h de vida, tem condições de melhor estabilização e manter SVR.

Países em desenvolvimento: <6h, minimizar a hipotermia e desidratação do paciente.

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Primário: com ou sem ampliação da abertura é feito a colocação das alças e feito o fechamento completo da parede abdominal.

Estadiado: as alças são colocadas em um compartimento de tela maleável não poroso e estéril fixado à pele ou à aponeurose. Em 5 a 15 dias há redução gradual do intestino para a cavidade abdominal.

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Não pode haver pressão abdominal excessiva, não deve causar comprometimento hemodinâmico ou respiratório evitando assim a Síndrome Compartimental.

Pressão intravesical < 20 cmH2O Pode haver reparo de atresias vesicais com

anastomoses primárias

Obs: primário modificado- irrigação do intestino com ordenha sistemática de alças e assim o reparo primário.

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Alças são colocadas em bolsa de PVC estéril e progressivamente são colocadas para dentro da cavidade abdominal até fechamento da parede abdominal.

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46 a 67%:1.Líquido amniótico meconial2.Sofrimento fetal3.Desaceleração cardíaca4.Perda fetal5.Hipoalbuminemia (anasarca e ICC)6.Síndrome compartimental7. Insuficiência respiratória

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Colestase secundária à nutrição parenteral total;

Volvo de intestino médio;

Obstrução intestinal;

Pneumonia por aspiração;

Enterocolite necrotizante;

Hipoperistaltismo, normaliza com 20 a 30 dias de pós operatório;

Existe diminuição da absorção intestinal de carboidratos, proteínas e gorduras na maioria dos pacientes normaliza com 6 meses.

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Taxa de sobrevida:1.1950 0%2.1960 a 1975 36%3.1970 a 1975 69%4.1975 a 1980 91% Relacionado a complexidade dos defeitos:

simples 100% de sobrevida, complexos 72%;

Relacionado a internação e intervenções hospitalares;

Países em desenvolvimento a taxa de sobrevida é de 57 a 60,8%;

DNPM normal até a vida adulta.

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Consultem: CASO CLÍNICO: Malformação abdominal

(caso enviado do Hospital Central da Beira, Moçambique)

Autor(es): Sonia Bandeira (Moçambique) Comentários de Jaisa Moura e Maurícia Camarota

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Agradecimento especiais a Dra Jaísa Moura que disponibilizou a sua Monografia e nos

foi tão atenciosa nos momentos de dúvidas.

Obrigada!