prévia edição 18 revista vírus planetário

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VÍRUS PLANETÁRIO Porque neutro nem sabonete, nem a Suíça R$ 5 edição nº 18 dezembro 2012 Projeto de concessão do Maracanã prevê demolição de centros esportivos, escola municipal e antigo Museu do Índio “Somos todos Guarani-Kaiowá” Violação dos direitos indígenas em pauta Com conteúdo do MEDIA FAZENDO EXCLUSIVO!! UM PERFIL DE REGINA DUARTE E CIBELE BAGINSKI (A JOVEM DE 23 ANOS QUE ESTÁ REFUNDANDO O PARTIDO DA DITADURA MILITAR) Edição Digital reduzida Clique aqui: www.tinyurl.com/18impressa para adquirir a edição impressa pela internet e receber em casa Clique aqui - www.tinyurl.com/assinevirus para assinar a Vírus Clique aqui - www.tinyurl.com/18digital para comprar a edição digital completa. Clique aqui - www.va.mu/ONzW para ver os pontos de venda

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Edição 18 (dezembro/ 2012) da revista Vírus Planetário reduzida

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Page 1: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

Vírus PlanetárioPorque neutro nem sabonete, nem a Suíça

R$5edição nº 18

dezembro2012

maracanã à vendaProjeto de concessão do Maracanã prevê demolição de centros esportivos, escola municipal e antigo Museu do Índio

“Somos todos Guarani-Kaiowá” – Violação dos direitos indígenas em pauta

Com conteúdo do

MEDIAFAZEN

DO

EXCLUSIVO!!UM PERFIL DE REGINA DUARTE E CIBELE BAGINSKI (A JOVEM DE 23 ANOS QUE ESTÁ REFUNDANDO O PARTIDO DA DITADURA MILITAR)

Edição Digital reduzida

Clique aqui: www.tinyurl.com/18impressa para adquirir a edição impressa pela internet e receber em casa

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Page 2: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

Por Adriano Kitani | Veja mais em: pirikart.tumblr.com/

Em defesa do projeto dos movimentos sociais

para o petróleo, com monopólio estatal,

Petrobrás 100% pública e investimento em

energias limpas.

Participe do abaixo-assinado:www.sindipetro.org.br

Notícias da campanha:www.apn.org.br

www.tvpetroleira.tvorganização:

traço livre

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Page 4: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

ExPEdiENtE:Rio de Janeiro: Aline Rochedo, Ana Chagas, Artur Romeu, Beatriz Noronha, Caio Amorim, Chico Motta, Eduardo Sá, Gabriel Bernardo, Ingrid Simpson, José Roberto Medeiros, Julia Maria Ferreira, Maria Luiza Baldez, Mariana Gomes, Miguel Tiriba, Noelia Pereira, Raquel Junia, Seiji Nomura e William Alexandre | Campo Grande (MS): Marina Duarte, Tainá Jara, Jones Mário, Fernanda Palheta e Rafael de Abreu | Brasília: Alina Freitas, Ana Ribeiro Malaco, Mariane Sanches, Luana Luizy e Thiago Vilela diagramação e projeto gráfico: Caio Amorim ilustrações: Vila Velha (ES): Laíssa Gamaro (CAPA), Santo André (SP):

Adriano Kitani, Belo Horizonte (MG): Paulo Marcelo Oz, Maceió (AL): Pedro Lucena, Rio de Janeiro: Carlos Latuff e Carlos D Medeiros Revisão: Bruna Barlach Colaborações: João Roberto Pinto e Maíra Fainguelernt

Conselho Editorial: Adriana Facina, Amanda Gurgel, Ana Enne, André Guimarães, Carlos Latuff, Claudia Santiago, Dênis de Moraes, Eduardo Sá, Gizele Martins, Gustavo Barreto, Henrique Carneiro, João Roberto Pinto, João Tancredo, Larissa Dahmer, Leon Diniz, MC Leonardo, Marcelo Yuka, Marcos Alvito, Mauro Iasi, Michael Löwy, Miguel Baldez, Orlando Zaccone, Oswaldo Munteal, Paulo Passarinho, Repper Fiell, Sandra Quintela, Tarcisio Carvalho, Virginia Fontes, Vito Gianotti

e Diretoria de Imprensa do Sindicato Estadual dos Profissionais de Edução do Rio de Janeiro (SEPE-RJ)

Tiago Simões: Quero vocês na minha Bahia de todos os santos, conheci a revista 2 meses atrás, e curto muito o trabalho de vocês, tá ótimo, notícia de verdade, aquilo que realmente deve se lido!

Muitos não entendem o que é a Vírus Planetário, principal-

mente o nome. Então, fazemos essa explicação maçante, mas

necessária para os virgens de Vírus Planetário:

Jornalismo pela diferença, não pela desigualdade. Esse é

nosso lema. Em nosso primeiro editorial, anunciamos nosso

estilo; usar primeira pessoa do singular, assumir nossa parcia-

lidade, afinal “Neutro nem sabonete, nem a Suíça.” Somos, sim,

parciais, com orgulho de darmos visibilidade a pessoas exclu-

ídas, de batalharmos contra as mais diversas formas de opres-

são. Rimos de nossa própria desgraça e sempre que possível

gozamos com a cara de alguns algozes do povo. O bom humor

é necessário para enfrentarmos com alegria as mais árduas

batalhas do cotidiano.

Afinal, o que é a Vírus Planetário?

Curta nossa página! facebook.com/virusplanetario

A Revista Vírus Planetário - ISSN 2236-7969 é uma publicação da Malungo Comunicação e Editora com sede no Rio de Janeiro. Telefone: 3164-3716#Tiragem: 2.500 exemplares

#Impressão:

www.virusplanetario.com.br

Anuncie na Vírus: [email protected]

Siga-nos: twitter.com/virusplanetario

ComuniCação e editora

O homem é o vírus do homem e do planeta. Daí, vem

o nome da revista, que faz a provocação de que mesmo a

humanidade destruindo a Terra e sua própria espécie, acredi-

tamos que com mobilização social, uma sociedade em que

haja felicidade para todos e todas é possível.

Recentemente, unificamos os esforços com o jornal alternativo Fazendo Media (www.fazendome-dia.com) e nos tornamos um único coletivo e uma única publicação impressa. Seguimos, assim, mais fortes na luta pela democratização da comunicação para a construção de um jornalismo pela diferença, contra a desigualdade.

Correio

>Envie colaborações (textos, desenhos, fotos), críticas, dúvidas, sugestões, opiniões gerais e sobre nossas reportagens para [email protected]

Queremos sua participação!

Viral

Page 5: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

EditorialO Maracanã da discórdiaEm vésperas de Olimpíadas, o governo do estado do Rio de Janeiro

prevê a demolição de dois dos melhores centros esportivos do país. Então porque não aproveitar e demolir logo uma escola modelo do município? Mas não se preocupem minha gente, é por um bom motivo. Tudo vai virar um grande estacionamento. Afinal, como seria possível conceder o Maracanã, templo do esporte brasileiro, à iniciativa privada sem que houvessem vagas para estacionar o carro? Não bastava ter investido mais de um bilhão de reais com dinheiro público em reformas no estádio nos últimos 15 anos. Na verdade, a concessionária respon-sável pela gestão do Complexo do Maracanã estará fazendo um favor a todos nós, já que administrar um espaço como aquele é muito caro. Por isso, nada faz mais sentido do que garantir aos investidores que a empreitada, arriscada, seja de fato rentável. Quando a cidade passa a ser gerenciada como uma empresa, quem melhor do que os empre-sários para definir o que é melhor para a cidade?

Ironias à parte, é disso que se trata. A situação do Complexo do Maracanã não é um caso isolado, mas se torna emblemática do seqüestro da política por interesses econômicos na cidade do Rio de Janeiro. Nunca se fez tanto dinheiro aqui e a previsão é que os investimentos continuem vindo de todas as partes, alimentando o discurso do progresso. Um discurso que nos torna reféns do nosso próprio governo, porque ao tentar nos convencer que sabe o que é melhor para nós, limita nossa participação nas decisões sobre os rumos que queremos seguir enquanto sociedade. Os canais para a democracia ficam mais estreitos a cada vez que nos deixamos convencer de que o Rio está melhor porque o Rio está mais limpo. Procure não ser o protagonista do seu próprio Show de Truman.

A nova moda jovem conservadoraCom estatuto do partido já publicado no Diário Oficial da União,

a ARENA (partido da ditadura militar) está prestes a ser refundada. E a líder é Cibele Baginski, jovem de 23 anos, estudante de direito da Universidade Caxias do Sul. Gótica, neo-pagã (wicca), jogadora de RPG, roqueira, com piercing no lábio e cabelos vermelhos, a gaúcha diz não estar brincando e agora segue com mais 150 pessoas por todo o Brasil para recolher as 491 mil assinaturas necessárias, Cibele diz já ter mais de 40 mil, para fundar o partido. Dedicamos nossas páginas de humor (p. 36 a p.39) a essa fofurinha de pessoa.

Novidades editoriais

Temos o prazer de anunciar que a partir desta edição a Ví-rus Planetário e o Fazendo Media (www.fazendomedia.com) vão seguir juntos no fortalecimento da comunicação alternativa e independente com uma publicação impressa unificada.

Pela primeira vez desde 2008, quando começamos nossa caminhada, conseguimos publicar seis edições no mesmo ano. Por isso, gostaríamos de agradecer a você, nosso leitor, e aos nossos parceiros – o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE/RJ), do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro/RJ), a Associação dos Docentes da UFF (ADUFF/SSind) e a As-sociação dos Docentes da UFRJ (ADUFRJ/SSind) – pelo apoio.

Para 2013 estamos com projetos ambiciosos. Vamos nos tornar uma publicação mensal e você vai poder receber a Vírus na porta de casa. É só você correr para o nosso site e fechar com a gente durante os próximos quatro meses.

Informe-se e mobilize-se!

Sumário(da edição completa)

6 Ana Enne_Uma Consciência

Negra

7 Mato Grosso do Sul_Somos

todos Guarani-Kaiowá

10 Bula Cultural_Zona Oeste

14 Bula Cultural

15 São Paulo_Uma visão aérea dos

incêndios nas favelas

16 Quem são os proprietários do

Brasil?

18 Fazendo Media

22 CAPA_Rio de Janeiro_ Cartão

Vermelho

26 Entrevista Inclusiva_Dominic Barter

30 Brasil_Mais de 20 milhões de

escravos

34 Traço Livre

36 O sensacional repórter

sensacionalista

38 Passatempos Virais

Edição Digital reduzida

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Page 6: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

Ana Enne é professora do departamento de Estudos Culturais e

Mídia da Universidade Federal Fluminense

(UFF), jornalista formada pela PUC-Rio e doutora em Antropologia pelo

Museu Nacional (UFRJ).

AnA EnnE

Por que precisamos falar muito sobre

consciência negra, cotas e outros pontos polêmicos?

Em novembro de 2012, marcos importantes acerca da luta contra o racismo no Brasil foram assina-lados: “Dia da Consciëncia Negra”, com a realização de diversos even-tos; posse do primeiro negro como presidente do Supremo Tribunal Federal; visita da filha de Martin Luther King à Faculdade Zumbi dos Palmares em São Paulo; os 102 anos da Revolta da Chibata. A partir dessa listagem, cabe uma pergun-ta incômoda: o quanto você ouviu falar desses marcos, o que leu ou discutiu a respeito, que consciência formou acerca desse quadro, a não ser a referência mais do que badala-da de que dia 20 de novembro seria feriado?

Uma rápida consulta ao Google acerca da temática “Dia da Cons-ciência Negra 2012” já evidencia o quanto esta questão é problemá-tica. As primeiras referências são todas relativas ao feriado. No meio da primeira página, há um link para o portal Brasil, do governo federal. Em termos noticiosos, encontra-mos entre as primeiras referências somente duas entradas para o G1, sendo uma das duas voltada para noticiar que “concurso de beleza marca o Dia da Consciência Negra em Montes Claros”. Convenhamos: constrangedor e revelador!

É muito pouco. O silenciar acer-ca da temática do racismo no Bra-sil, em especial em torno de marcos comemorativos, é ensurdecedor. Claro que encontramos referências em mídias especializadas e alterna-

tivas; da mesma forma, as temá-ticas circularam nas redes sociais. Mas em volume e repercussão, em comparação com outras datas e temas, de forma tímida e quase marginal.

A luta, portanto, é claramente também discursiva e em torno da representação. A questão do racismo e da condição dos negros no Brasil é de uma relevância indiscutível. Por isso a importância da afirmação de cotas, como política de representa-ção agressiva e imediata. Hoje, dados recentes mostram que os negros são expressivos, talvez maioria, na classe média brasileira. E, ao mesmo tempo, são maioria entre a popula-ção carcerária no Brasil, formam o maior contingente populacional das favelas e são continuamente vítima de situações de violência e constran-gimento por questões raciais.

Ou seja, são maioria em muitas coisas, algumas boas, outras evi-dências contundentes da ma-nutenção da desigualdade e da injustiça social. Mas não se encontram representa-dos nos espaços hegemoni-camente ocupados por essa classe média, nem de forma positiva nem de forma crítica. As universidades são um desses lugares. A mídia e as redes sociais outros. A luta política, portanto, passa também pela disputa por visibilidade e representa-ção, e é sempre ur-gente e justifi-cada.

“ O silenciar acerca da temática do racismo

no Brasil, em especial em torno de marcos

comemorativos, é ensurdecedor”

Vírus Planetário - dEZEMBro 20126

Page 7: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

Por Fernanda Palheta, Jones Mário e Marina duarte Denúncias e

solidariedade nas redes sociais escancaram um

conflito histórico

mato grosso do sul

Foto: Carol Caco

“Queremos / Encher a terra de vidaNós os poucos que sobramos / Nossos netos todos / Os abandonados todos

Queremos que todos vejam / Como a terra se abre como flor”Diegues, Douglas (Org.). Kosmofonia Mbya-Guarani. São Paulo, Mendonça &

Provazi editores, 2006.

Guarani-Kaiowá Somos tod@s

Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa

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Page 8: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

Zona Oeste,O Chorinho no final do Píer na Pedra de Guaratiba é ponto de encontro dos artistas e moradores locais nos domingos de sol.

Fotos: Julia Maria

“Do Leme ao Pontal não há nada igual”. Quando Tim Maia compôs uma de suas canções mais famo-sas, ele simplesmente esqueceu a maior região do Rio de Janeiro. A imagem do cartão postal continua emoldurando apenas as praias da Zona Sul, o Corcovado e o Pão de Açúcar. Muitas vezes a Zona Oeste é considerada uma grande periferia,

sinônimo de milícias e trânsitos qui-lométricos. Queremos apresentar a você a beleza geográfica dessa re-gião, a importância de seus artistas, as memórias das pessoas que lá residem, suas histórias e mistérios. Afinal, a melhor forma de valorizar um lugar é o conhecendo para en-tão admirá-lo. Ninguém pode amar o que não conhece e isso é fato.

Por Aline Rochedo e Julia Maria

Bula cultural algumas recomendações médico-artísticas

o Rio para além dos braços do Redentor

Confira a reportagem na

edição completa digital ou impressa

Vírus Planetário - dEZEMBro 20128

Page 9: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

Mais de 20 milhões de escravos

Pobreza, trabalho degradante, dívida fabricada e violência são as

correntes do seu cativeiro

brasil

A escravidão é proibida em to-dos os países do mundo, mas o tra-balho escravo é uma realidade em praticamente todos eles. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 21 milhões de pesso-as no planeta vivem em condições de trabalho forçado. A ONG Free the Slave (Liberte os Escravos), uma das entidades internacionais mais respeitadas por sua luta na erradi-cação desse mal, aponta que o nú-mero de pessoas em condições de

escravidão é de 27 milhões. Mais de um milhão apenas na América La-tina. No Brasil, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) reúne denúncias e números de trabalho escravo des-de os anos 70. De acordo com os dados da CPT, 43.641 trabalhadores que viviam em condições análogas a escravidão foram resgatados no país nos últimos 16 anos. A organi-zação estima que pelo menos ou-tros 40 mil trabalhadores ainda são mantidos como escravos no Brasil.

Por Alina Freitas, Ana Malaco e Artur Romeu

Confira a reportagem na

edição completa digital ou impressa

Vírus Planetário - DEZEMBro 2012 9

Page 10: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

À primeira vista, a resposta pare-ce fácil: as grandes empresas priva-das tal como a Vale, Gerdau, Ode-brecht, Camargo Correa, Andrade Gutierrez, JBS/Friboi , Votorantim, o Grupo Ultra, Bradesco, Itaú, Gru-po Vicunha, Grupo Pão de Açúcar... Sem dúvida, estas e outras gran-des empresas concentram poder econômico e político na sociedade brasileira. Mas, a interrogação per-manece... Quem, de fato, controla e acumula todo esse poder?

A economia política clássica sempre tratou as empresas como atores individuais. Contudo, estas empresas se constituem hoje em grupos econômicos, ou seja, conjun-to de empresas juridicamente inde-pendentes, mas que se encontram conectadas pelo patrimônio, por la-ços familiares e etc.

Exemplo: o grupo Odebrecht, controla empresas como Braskem, Norquisa e Odebrecht Construtora e é controlado pela Kieppe Patrimo-nial Ltda, que, por sua vez, é con-trolada por dezenove pessoas da família Odebrecht.

Abrir a cadeia de controladores e controladas destes grupos econô-micos talvez seja o maior desafio da democracia brasileira. Não ape-nas porque tais grupos concentram, através da cadeia de controles, a maior parte da riqueza do país, mas, principalmente, porque reali-zam esta concentração em cone-xão com o Estado brasileiro, por meio de participações acionárias

de estatais e fundos de pensão, fi-nanciamentos de bancos públicos, renúncias fiscais, participações de agentes públicos nos conselhos de administração das empresas e etc.

É notório o caso do Banco Na-cional de Desenvolvimento Econô-

mico e Social (BNDES), banco 100% estatal, cuja metade da receita é proveniente do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O BNDES não apenas financia de modo subsidiado estes grupos, como também parti-cipa, através do BNDESPar, na com-posição acionária da maior parte deles. O Estado, portanto, compõe a estrutura de poder destes grupos, sendo sócio e compartilhando em boa medida das estratégias destas empresas.

Na verdade tais grupos privados, verdadeiras redes oligopolistas atu-ando particularmente nos setores de commodities e infraestrutura, foram forjados historicamente e em

permanente relação com o Estado brasileiro. Alavancados pelo inves-timento público no período desen-volvimentista, consolidados com a transferência de patrimônio público nas privatizações e expandidos pela transferência massiva de recursos

públicos na última década. O re-sultado é a concentração brutal do poder econômico no país.

A estreita e histórica conexão de frações da burocracia pública com os grupos privados impõe para a democracia brasileira questões ab-solutamente decisivas. Quais sãos os verdadeiros centros do poder no país? Como e onde as decisões sobre políticas de investimento público são tomadas? Os investi-mentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram definidos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em função de um planejamento es-tratégico de desenvolvimento para

João Roberto Pinto é cientista político, professor universitário e coordenador do Instituto Mais Democracia.

Maíra Fainguelernt é geógrafa, pesquisadora e membro da equipe técnica do Instituto Mais Democracia

João RobeRto L. Pinto e MaíRa FaingueLeRnt

“ Abrir a cadeia de controladores e controladas destes grupos econômicos talvez seja o maior

desafio da democracia brasileira.”

Quem são os proprietários

do Brasil?

Vírus Planetário - dEZEMBro 201210

Page 11: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

Junte-se a nós!Lançamento do Ranking dos Proprietários do BrasilDia: 13 de dezembro de 2012Local: Auditório 71 - 7º andar - UERJHorário: 17h30 horas

o país ou traçados a partir de demandas de infraestrutura e logística dos grupos privados? Como o BNDES, que tem participação cruzada em vários dos grupos privados, tem atuado nos processos de fusão e aquisição de empresas que temos assistido no Brasil? A política externa brasileira é definida mais pelo Itamaraty ou pela exigência de internacionalização dos capitais da Vale, Odebrecht, Gerdau e etc?

A urgência e necessidade deste debate con-trastam com o silêncio dos órgãos de imprensa e mesmo da academia sobre o tema. Mais do que silêncio, trata-se, na maioria dos casos, de consentimento e reforço desta concentração econômica. Disseminam o consenso social sobre a necessidade de crescimento econômico, onde as grandes empresas são apresentadas como os “homens bons” da sociedade.

Quebrar este consenso não é tarefa fácil. O Instituto Mais Democracia (IMD) tomou a iniciati-va, juntamente com a cooperativa Educação, In-formação e Tecnologia para a Autogestão (EITA), de produzir o primeiro ranking dos proprietários do Brasil. Com o ranking, nomearemos as empre-sas controladoras últimas dos grupos privados, ordenando-as pelo grau de poder acumulado em termos de faturamento e participações acioná-rias. Com isso, chegaremos também aos nomes dos donos destas empresas, contrariando a tese de que o capitalismo contemporâneo não tem nome nem tampouco sobrenome.

Page 12: Prévia Edição 18 revista Vírus Planetário

Por Eduardo Sá

Macapá (AP) – Os moradores mais antigos dizem que toda a re-gião do Rio Cajarí, no sul do Amapá, região Amazônica, era dominada por um cearense chamado José Julio de Andrade, antigo coronel que detinha a posse das terras e mandava em todos. Em proveito dos seus man-datos de deputado federal e sena-dor, o seringalista utilizou manobras cartoriais para se apropriar de ter-ras até o Pará, somando ao todo, segundo o histórico no Ibama, mais de 3 milhões de hectares.

Depois do enfraquecimento po-lítico dos coronéis as terras ainda foram vendidas para a empresa Jarí Celulose, controlada por um ame-ricano, que até hoje tem poder na região. Foi através de muita luta, que se desencadeou a criação de cooperativas e associações, que hoje exploram com liberdade as ter-ras locais. Atualmente a Reserva do Rio Cajarí, que é dividida nas áreas baixa, alta e média, é utilizada pe-los extrativistas para sobrevivência da população local. A regularização fundiária continua sendo o principal desafio dos extrativistas como um todo, não só no Amapá.

Ocupada a partir do ciclo da bor-racha por nordestinos e caboclos, em meados do século passado, foi a resistência da população junto com o sindicato dos trabalhadores rurais local que lhes garantiu a cria-ção da Reserva Extrativista do Rio Cajarí, em março de 1990. O Conse-

lho Nacional dos Seringueiros (CNS), criado em 1985, é hoje o maior movi-mento nacional das populações ex-trativistas, atualmente chamado de Conselho Nacional de Populações Extrativistas.

A cerca de 190 km de Macapá, a reserva engloba diversas comunida-des e municípios. Três associações auxiliam os trabalhadores na região, além de sindicatos e cooperativas. Todos distantes um dos outros, al-gumas vezes com acessos precários e muita dificuldade de locomoção. Numa vila chamada Santa Clara, no alto Cajarí, vivem aproximadamen-te 11 famílias. Somente uma não é descendente de seu Sebastião Ro-

drigues, mais conhecido como Sa-bazinho, que está com 64 anos e é castanheiro desde que nasceu. Iso-lados, a rua tem umas sete casas, ao final passa um rio raso, galinhas e frutas típicas por toda parte. Não há miséria ou pobreza extrema, como em quase todas as reservas extrativistas no Brasil, mas as con-dições de vida não são fáceis.

Não há luz, telefone (alguns têm celular), esgoto, pavimentação ou recursos tecnológicos modernos. A bomba de energia está ruim, e exi-ge a aquisição frequente de diesel, que não é tão barato em relação à renda da família. Todo o esforço é direcionado para o funcionamen-

dezembro de 2012 | Ano 9 | Número 101 | www.fazendomedia.com | [email protected] média que a mídia faz

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As reservas extrativistas brasileiras a partir do Amapá

dona Maria das Graças com as suas netas na produção dos biscoitos de castanha Fotos: Eduardo Sá

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Vírus Planetário / fazendo media - dEZEMBro 201212

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extração continua em ritmo mais desacelerado. Têm uma casa dentro da floresta, mas bem simples e extremamente funcional. As casta-nheiras ficam a 6 horas de trator da comunidade, o que de carro não dá nem 2 horas.

“Na época do patrão a gente ficava mais de quatro meses trabalhan-do direto, era até terminar a safra. Passamos ainda muita dificuldade com a saúde, educação e transporte. Para escoar nossa produção é um sério problema, a gente traz pouco porque não cabe no trator, que anda devagar e leva até 6 horas”, explica Sebastião.

A família é articulada com a cooperativa do Alto Cajarí (Cooperalca). Há 11 anos fez um convênio com o governo do estado para conseguir um trator (muitas famílias não dispõem desse recurso até hoje). Por falta de manutenção e combustível para mantê-lo em uso está inutili-zado, mas há 4 anos outro trator tem auxiliado a família. Eles alegam, no entanto, que as ferramentas já vieram com problemas e são culpa-dos por tudo que acontece nas máquinas sem receber qualquer apoio. A associação compra o diesel, que sai da renda da castanha. O trator carrega até 25 barricas, que é como eles chamam uma recipiente que armazena seis latas de 20 litros, o que dá em torno de 3 mil litros de castanha.

to da geladeira. As casas são de madeira. O posto de saúde mais próximo fica em Água Branca, que é a maior vila nos arredores, mas é longe. As plantas medicinais cul-tivadas pela família ajudam, mas são insuficientes na cura. A escola vai somente até a quarta série, o que leva adolescentes para longe de suas origens, e o funcionamen-to é precário: professores ficam dias sem ir, não há regularidade nas aulas, além da falta de con-dições na própria escola. Os mo-radores relatam que é muito difícil ter uma semana inteira de aula. Esses elementos também podem caracterizar outras reservas extra-tivistas.

A família vive com a agricultura de subsistência (macaxeira, milho, cará, laranja, pupunha, etc), a caça e a pesca também auxiliam, às ve-zes, na dieta. Mas a principal ati-vidade é o extrativismo da casta-nha, é de sua colheita e produtos a principal fonte de renda. A safra é entre janeiro e julho, época em quem eles ficam semanas dentro das matas. Nos outros períodos a

“ A produção envolve toda a família, desde a extração até a embalagem”

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“O preço na cidade varia muito, agora está uns R$ 35,00. Na época da safra voltamos de duas em duas semanas. A cooperativa não dá conta de comprar tudo e nunca participamos do lucro, o resto ven-demos na feira de Macapá ou aos atravessadores. Todo mês vem um ônibus do estado para levar, a gente aproveita e vende em Macapá o que sobra do que a gente planta”, diz.

Como a castanha é o que mais dá dinheiro, eles sempre armaze-nam um pouco em casa porque não é fácil a travessia. A partir de 2001 passaram a contar com a fábrica do Alto Cajarí, que no mês passado processou 151 barricas na região, o que equivale a quase 100 toneladas. É fundamental na secagem e descascamento da castanha, procedimentos que a mão são muito demorados. Mas também fazem isso em casa, principalmente agora com um novo empreendimento: graças a um curso de capacitação na região há dois anos, dona Maria das Graças, esposa de Sabazinho, aprendeu a fazer biscoito com as castanhas, de modo a agregar valor e ser mais uma fonte de renda. Eles ainda conseguiram entrar no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do governo federal, que garante a compra dos seus produtos. A produção envolve toda a família, desde a extração até a embalagem dos biscoitos.

“Vendemos o biscoito para a es-cola do Laranjal do Jarí, a direto-ra faz o mapa da compra. Era um projeto até dezembro, nos ajuda muito, tomara que continue. Fala-ram que ia ter uma cozinha para as mulheres do curso, mas não ban-caram e algumas estamos fazendo em casa. Assim preservamos mais a natureza também, porque sem isso tem que mexer mais na flo-resta”, destacou a mãe da família.

Eles entregam duas vezes ao mês, de acordo com a encomen-da. Vendem cerca de 70kg, cuja unidade vale de R$ 15,00, e arre-cadam cerca de mil reais ao mês. O biscoito gasta menos castanha, 8kg do alimento exigem menos de dois litros do fruto. O lucro é tirado com base nos gastos com trigo, óleo, açúcar, manteiga, em-balagem e o forno, além de todo o custo que envolve a castanha. O mais importante nesse cená-rio, é destacar que toda a cadeia envolve os demais integrantes da família, inclusive as crianças. Então a renda acaba sendo dividida por mais pessoas, o retorno é coleti-vo, assim como tudo nas reser-

vas. Os extrativistas recebem, por exemplo, a Concessão Real de Uso (CRU) da terra do governo federal, que outorga toda a responsabilida-de à associação. As pessoas não recebem título de propriedade e não podem vender para outras de fora da comunidade, é um direito comunitário.

O grande problema das famílias extrativistas é o acesso às polí-ticas públicas, seja por falta de conhecimento ou de informação

“ Foi a resistência da população que lhes garantiu a criação da Reserva Extrativista”

Fábricas de castanhas da Cooperativa do Alto Cajari (Cooperalca) Fotos: Eduardo Sá

Vírus Planetário / fazendo media - dEZEMBro 201214

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devido ao isolamento. Com o apoio na logística da castanha, as famí-lias teriam melhores condições de vida. Isso se estende ao açaí e a borracha, também produtos típicos do extrativismo da Amazônia. “Não procuram a gente, e os caras ficam engolindo a gente, são cobras cria-das. Se beneficiam uns aos outros entre eles mesmos. O cabra tem que encher o saco para saber, porque mesmo indo atrás já é difícil e eles não tra-zem nada para a gente”, criti-cou o chefe da família.

Existem hoje no Brasil 59 reservas extrativistas decre-tadas pela Presidência da República, embora ainda não tenham sido regularizadas, e mais de 200 processos im-pedidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodi-versidade (ICMBio). Os movimentos, por sua vez, estimam 70 mil famí-lias em reservas extrativistas, mas ainda não há censo direcionado aos povos da florestas. Ocorreu entre os dias 05 e 08 de novembro, em

Macapá, o III Congresso Nacional de Populações Extrativistas. Mais de 300 pessoas participaram das ati-vidades, que contaram na abertura com a presença dos ministros do Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário, além de vários secretários. Na ocasião foram anunciadas a cria-ção de mais cinco reservas extra-

tivistas pelo governo federal, e um Plano Nacional de Extrativismo. Os movimentos construíram um docu-mento com propostas e reivindica-ções, principalmente relacionado à regularização fundiária, que pautará a luta dos extrativistas nos próxi-

mos anos. Foi eleita a nova diretoria do CNS para os próximos três anos, cuja presidência ficou sob responsa-bilidade de Joaquim Belo.

“Nossa primeira estratégia é con-tinuar lutando para criar reservas, e de forma que inicie o processo de regularização. Na criação do de-

creto já defina o perímetro, e depois regularize para garantir nossos direitos. Depois tem o plano de manejo, que é o nosso zoneamento, como vai organizar nossa posição e pa-cotes de produtos dentro da-quele espaço. Tem também a educação, que é o bem mais precioso que podemos dar a esse povo e precisamos ade-quá-la. A educação não pode promover o êxodo rural da nossa juventude. Precisamos

também fazer com que essa polí-tica pública que já existe chegue, construir novas ou aperfeiçoar al-gumas já existentes. Se chegasse a gente avançaria muito”, ressaltou Belo, que tomará posse em janeiro de 2013.

Balde com os biscoitos produzidos pela família

“ A educação não pode promover o êxodo rural

da nossa juventude.”

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Cartão VermelhoProjeto do Governo do Estado prevê a

demolição de escola municipal, centros esportivos e antigo Museu do Índio para

conceder o Complexo do Maracanã à iniciativa privada

rio de janeiro

O governo do estado do Rio de Janeiro quer conceder o Maracanã para a iniciativa privada durante os próximos 35 anos. O anúncio veio a público com a minuta do edital lançada no dia 22 de outubro. O documento prevê a demolição da Escola Municipal Friedenreich, do prédio do antigo Museu do Índio, do estádio de atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Julio Delama-re – todas construções localizadas no entorno do estádio. Indignados com a proposta do governo, mais de 500 pessoas representando di-versos grupos da sociedade se ma-nifestaram contrárias ao projeto de concessão apresentado durante Audiência Pública realizada no dia 8 de novembro. O Secretário Estadu-

al da Casa Civil, Régis Fitchner, res-ponsável por conduzir a audiência, afirmou ao final do encontro que as pessoas ali presentes representa-vam uma minoria que demonstrou postura “antidemocrática” e que o projeto não seria alterado.

Os argumentos utilizados pelo Secretário para defender o projeto foram que o Maracanã precisava ser gerido por uma concessionária privada para ter sustentabilidade econômica e ser modernizado para se adequar às exigências dos pa-drões internacionais da FIFA, assim garantindo maior conforto aos tor-cedores.

Por Artur Romeu eMiguel tiriba

Manifestação ocorrida no dia 1º de dezembro reuniu mais de mil pessoas na tijuca contra o projeto de concessão do MaracanãFoto: Artur Romeu

Confira a reportagem na

edição completa digital ou impressa

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Dominic Barter nasceu na Inglaterra no final dos anos 60 e passou a juventude combatendo a política neoliberal de Margareth Thatcher, ao mesmo tempo em que explorava a efervescência do movimento de contra cultura da época. Participou de atos de sabotagem em bases norte-americanas e do movimento de ocupações urbanas que buscavam desenvolver novas formas de se relacionar com o outro e com o mundo. Ele veio morar no Rio de Janeiro há 20 anos, desembarcando durante a Eco 92, “quando a divisão social característica da cidade veio explicita-mente à tona, com tanque de guerra estacionado na Praia de Botafogo, apontando para as favelas”. Nas duas últimas décadas, Dominic vem desenvolvendo modelos alternativos de resolução de conflito, inspirados em princípios da não-violência e no movimento de justiça restaurativa. Essa lógica se opõe ao modelo tradicional de justiça punitiva e promove um sistema cooperativo para lidar com os problemas sociais. Dominic foi convidado a trabalhar num projeto piloto de justiça restaurativa do Ministério da Justiça e começou a espalhar os Círculos Restaurativos em escolas, prisões e comunidades. Em entrevista para a Vírus Planetário, ele conta mais sobre o projeto e revela a lógica transformadora da não-violência.

EntrEViSta INCluSiVa:

Fotos: Arquivo pessoal

Dominic Barter Comunicação não violenta e os círculos restaurativos Por Artur Romeu

Confira a entrevista na

edição completa digital ou impressa

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Educação Estadual na luta!

www.seperj.org.br

35 anos

Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro

Veja a lógica dos ataques do governo Cabral contra a Educação:

- O atual secretário estadual de Educação , Wilson Risolia, é um economista e, não, um educador. Ele já chegou à Secretaria de Estado de Educação (SE-EDUC) com o objetivo de implementar uma lógica economicista, por meio da consolidação da Merito-cracia. - A SEEDUC fechou dezenas de esco-las desde o início do ano.- Para acelerar as aprovações e en-xugar gastos com salários, a SE-EDUC criou o Projeto Autonomia, onde apenas um professor leciona todas as matérias. - A SEEDUC quer trocar o nosso re-ajuste por um bônus. É o projeto de Certificação, que prevê até R$ 4 mil de bônus no caso de aprovação em exames anuais. Para isto, o governo anunciou que dispõe de R$ 100 mi-lhões, valor menor do que o gasto com o Nova Escola. Isto fará com que fiquem de fora mais de 50 mil professores da ativa, cerca de 40 mil aposentados, 16 mil funcionários administrativos e 400 animadores culturais. - Risolia fez uma parceria com o Banco Mundial (BIRD), para colocar avaliadores para supervisionar os professores em sala de aula e medir a sua “eficiência”. - A Lei Orçamentária Estadual para 2013 não prevê reajuste para os educadores. - Cabral enviou uma Ação de Inconstitucionalidade (ADIN4782) para o STF para acabar com os triênios dos ser-vidores.- Distribuiu milhares de livros de auto-ajuda a um custo não revelado para todos os professores.- As escolas continuam sem eleição direta para diretores.

Calendário da Rede Estadual:

Dia 23 de fevereiro: Todos à assembleia geral

da rede estadual! Fique atento e participe da luta

contra os ataques de Cabral e Risolia!