fracasso escolar

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A Produção do Fracasso Escolar A era das revoluções e a era do capital Os sistemas nacionais de ensino As teorias racistas A psicologia diferencial Teoria da carência cultural: o preconceito disfarçado?

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Page 1: Fracasso Escolar

A Produção do Fracasso Escolar

- A era das revoluções e a era do capital

- Os sistemas nacionais de ensino

- As teorias racistas- A psicologia

diferencial- Teoria da carência

cultural: o preconceito disfarçado?

Page 2: Fracasso Escolar

A Era das Revoluções e a Era do Capital

- A Revolução Política Francesa (1789-1799):

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A Sociedade Francesa do Séc. XVII

A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII possuía dois grupos muito privilegiados:

o Clero ou Primeiro Estado, composto pelo Alto Clero, que representava 0,5% da população francesa, era identificado com a nobreza e negava reformas, e pelo Baixo Clero, identificado com o povo, e que as reclamava;

a Nobreza, ou Segundo Estado, composta por uma camada palaciana ou cortesã, que sobrevivia à custa do Estado, por uma camada provincial, que se mantinha com as rendas dos feudos, e uma camada chamada Nobreza Togada, em que alguns juízes e altos funcionários burgueses adquiriram os seus títulos e cargos, transmissíveis aos herdeiros. Aproximava-se de 1,5% dos habitantes.

Esses dois grupos (ou Estados) oprimiam e exploravam o Terceiro Estado, constituído por burgueses, camponeses sem terra e os "sans-culottes", uma camada heterogênea composta por artesãos, aprendizes e proletários, que tinham este nome graças às calças simples que usavam, diferentes dos tecidos caros utilizados pelos nobres. Os impostos e contribuições para o Estado, o clero e a nobreza incidiam sobre o Terceiro Estado, uma vez que os dois últimos não só tinham isenção tributária como ainda usufruíam do tesouro real por meio de pensões e cargos públicos.

Page 4: Fracasso Escolar

Causas Econômicas

A causa mais forte de Revolução foi a econômica, já que as causas sociais, como de costume, não conseguem ser ouvidas por si sós. Os historiadores sugerem o ano de 1789 como o início da Revolução Francesa. Mas esta, por uma das "ironias" da história, começou dois anos antes, com uma reação dos notáveis franceses - clérigos e nobres - contra o absolutismo, tendo sido inspirada em idéias iluministas, e se pretendia reformar e para isso buscava limitar seus privilégios. Luís XVI convocou a nobreza e o clero para contribuírem no pagamento de impostos, na altamente aristocrática Assembleia dos Notáveis(1787).

No meio do caos econômico e do descontentamento geral, Luís XVI da França não conseguiu promover reformas tributárias, impedido pela nobreza e pelo clero, que não "queriam dar os anéis para salvar os dedos". Não percebendo que seus privilégios dependiam do Absolutismo, os notáveis pediram ajuda àburguesia para lutar contra o poder real - era a Revolta da Aristocracia ou dos Notáveis (1787-1789). Eles iniciaram a revolta ao exigir a convocação dos Estados Gerais para votar o projeto de reformas.

Page 5: Fracasso Escolar

A Revolução

As primeiras ações dos revolucionários deram-se quando, em 17 de junho, a reunião do Terceiro Estado se proclamou "Assembléia Nacional" e, pouco depois, "Assembléia Nacional Constituinte". Em 12 de julho, começam os motins em Paris, culminando em 14 de julho com a tomada da prisão da Bastilha, símbolo do poder real e depósito de armas. Sob proposta de dois aristocratas, o visconde de Noailles e do duque de Aiguillon, a Assembleia suprime todos os privilégios das comunidades e das pessoas, as imunidades provinciais e municipais, as banalidades, e os direitos feudais. Pouco depois, aprovava-se a solene "Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão". O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade"

Page 6: Fracasso Escolar

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, prevê a existência de distinções sociais, tem a propriedade privada como um direito natural e inalienável, preconiza a igualdade dos homens frente à Lei e às oportunidades de sucesso profissional, mas deixa claro que, embora seja dada a todos os competidores a possibilidade de começar no mesmo ponto de largada, os corredores não terminam juntos. (Hobsbawm)

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O Liberalismo Clássico

Livre escolha Livre iniciativa Livre concorrência Livre comércio Livre pensamento Livre expressão Livre interpretação Livre ação(Imagem: Adam Smith)

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1848 – O Capitalismo

O capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos; decisões sobre oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo, os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas(Imagem: Adam Smith)

Page 9: Fracasso Escolar

As Justificativas Científicas diante das Contradições Sociais e Econômicas

-As Teorias Racistas-A Psicologia Diferencial-Teoria da Carência Cultural

Page 10: Fracasso Escolar

Os Sistemas Nacionais de EnsinoOs Estados NacionaisA Escola RedentoraA Escola como Aparelho IdeológicoA Escola TécnicaA Escola DomesticadoraA Escola ManipuladoraA Escola e Mobilizadora

Imagem: crianças exploradas nas fábricas

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As Teorias Racistas

Pierre Jean George Cabanis (5 de junho de 1757 - 05 de maio de 1808)

“A origem da espécie é múltipla (poligenismo) e por isso existem raças anatômicas, fisiologicamente e psicologicamente desiguais”

Page 12: Fracasso Escolar

As Teorias Racistas

Claude-Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon, (Paris, 17 de outubro de 1760 — Paris, 19 de maio de 1825)

“Os revolucionários aplicaram indevidamente aos negros o princípio de igualdade. Eles, em igual condição de educação não conseguem se elevar à mesma altura de inteligência dos europeus”

Page 13: Fracasso Escolar

As Teorias Racistas

Joseph Arthur de Gobineau (Ville - d'Avray, 14 de julho de 1816 — Turim, 13 de outubro de 1882) foi um diplomata, escritor e filósofo francês. Foi um dos mais importantes teóricos do racismo no século XIX.

“Mas se, em vez de se reproduzir entre si, a população brasileira estivesse em condições de subdividir ainda mais os elementos daninhos de sua atual constituição étnica, fortalecendo-se através de alianças de mais valor com as raças européias, o movimento de destruição observado em suas fileiras se encerraria, dando lugar a uma ação contrária.”

Page 14: Fracasso Escolar

As Teorias Racistas

Richard Hofstadter (6 de agosto de 1916, Buffalo, New York, EUA - 24 de outubro de 1970); foi um notável historiador e professor da Universidade de Columbia.

“O darwinismo social tem origem na teoria da seleção natural de Charles Darwin, que explica a diversidade de espécies de seres vivos através do processo evolução. O sucesso da teoria da evolução motivou o surgimento de correntes nas ciências sociais baseadas na tese da sobrevivência do mais adaptado, da importância de um controle sobre a demografia humana.

De acordo com esse pensamento existiriam características biológicas e sociais que determinariam que uma pessoa é superior à outra e que as pessoas que se enquadrassem nesses critérios seriam as mais aptas. Geralmente, alguns padrões determinados como indícios de superioridade em um ser humano seriam o maior poder aquisitivo e a habilidade nas ciências humanas e exatas em detrimento das outras ciências, como a arte, por exemplo, e a raça da qual ela faz parte.

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A Psicologia Diferencial

Francis Galton (Birmingham, 16 de Fevereiro de 1822 — Haslemere, Surrey, 17 de Janeiro de 1911) foi um antropólogo, meteorologista, matemático e estatístico inglês.

“Tal qual muitos dos pensadores da época, Galton acreditava que a “raça” humana poderia ser melhorada caso fossem evitados “cruzamentos indesejáveis”. O objetivo de Galton era incentivar o nascimento de indivíduos mais notáveis ou mais aptos na sociedade e desencorajar o nascimento dos inaptos. Propôs o desenvolvimentos de testes de inteligência para selecionar homens e mulheres brilhantes, destinados à reprodução seletiva (eugenia)”.

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Teoria da Carência Cultural

Anne Anastasi.

“Certos aspectos da vida familiar da classe baixa tendem a minar a autoconfiança e a segurança emocional da criança e desencorajar o desenvolvimento intelectual. Estas diferenças refletem-se em ajustamento emocional mais deficiente e realização escolar inferior por parte das crianças de classe baixa”. (Anastasi, p. 597)

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Ideologia Burguesa

“O mundo da classe média estava livremente aberto a todos. Portanto, os que não conseguiam cruzar seus umbrais demonstravam uma falta de inteligência pessoal, de força moral ou de energia que automaticamente os condenava ou, na melhor das hipóteses, uma herança racial ou histórica que deveria invalidá-los eternamente, como se já tivessem feito uso, para sempre, de suas oportunidades”. (Hobsbawm, p. 219-220)

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Prof. Altair Germano

Esta apresentação é parte da introdução à disciplina Pesquisa e Prática em Educação III, com ênfase na questão do Fracasso Escolar no Brasil.