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Programa Agricultura de Precisão Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes » Módulo 5: Monitoramento da qualidade de distribuição de corretivos e fertilizantes

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1Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes »

Programa Agricultura de Precisão

Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes

» Módulo 5: Monitoramento da qualidade de distribuição de corretivos e fertilizantes

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Ficha técnica2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO

INFORMAÇÕES E CONTATOServiço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GORua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP:74.093-300 (62) 3412-2700 / 3412-8701E-mail: [email protected] http://www.senargo.org.br/http://ead.senargo.org.br/

PROGRAMA AGRICULTURA DE PRECISÃO

PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVOLeonardo Ribeiro

TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVODaniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVOBartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria.

SUPERINTENDENTEEurípedes Bassamurfo da Costa

GESTORARosilene Jaber Alves

COORDENAÇÃOFernando Couto Araújo

IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/SConteudistas: Renato Adriane Alves Ruas e Juliana Lourenço Nunes Guimarães

TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃOIEA: Instituto de Estudos Avançados S/S

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICOIEA: Instituto de Estudos Avançados S/S

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Quando você está aplicando as téc-nicas de agricultura de precisão, é importante criar meios para asse-gurar-se de que a aplicação especí-fica de corretivos e fertilizantes está sendo realizada. Afinal, é disso que depende o sucesso da operação e vai fazer valer todo o planejamento anterior da cultura.

Esse meio de acompanhar o anda-mento da aplicação é chamado de monitoramento, prática que garante que o produto está sendo distribuí-do de forma uniforme sobre a área, mantendo a largura nominal de tra-balho e proporcionando uma capaci-dade operacional adequada para a operação.

As formas de monitoramento variam de acordo com o tipo de produto e

equipamento utilizados, sendo que as mais eficientes e seguras são aquelas que empregam dis-positivos eletrônicos.

Neste módulo, portanto, você vai conhecer os principais tipos de dispositivos utilizados no moni-toramento da deposição de corretivos e fertilizantes, bem como os principais fatores que podem comprometer esse monitoramento e a deposição de insumos na lavoura.

Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Am-biente de Estudos para realizar a atividade de aprendizagem.

Siga em frente e faça bom proveito!

Módulo 5» Monitoramento da qualidade de distribuição de corretivos e fertilizantes

Fonte: Shutterstock

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4Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes »

Fonte: Shutterstock

Aula 1A importância dos dispositivos de monitoramento na distribuição de corretivos e fertilizantes

Diversas aplicações de corretivos e fertilizantes são realizadas de modo desuniforme e podem comprometer seriamente o desenvolvimento das plantas. Assim, torna-se muito importante realizar o monitoramento constante da aplicação sobre vários aspectos. As formas de monito-ramento são diversas, dependendo do tipo de produto aplicado, mas em geral, a forma mais utilizada é a visual, realizada pelos operadores. Mas isso exige a frequente movimentação dos trabalhadores sobre os equipamentos agrícolas, o que compromete a segurança física sem pro-porcionar boa qualidade do serviço prestado. O ideal, portanto, é adotar meios eletrônicos de se realizar esse monitoramento, a fim de criar condições de trabalho mais eficientes e seguras.

Ao fim desta aula, você deve ser capaz de esclarecer as vantagens de se utilizar os dispositivos de monitoramento nas distribuições de adubo.

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Tópico 1

Desafios da aplicação de insumos no campo

Durante todo este curso, você estudou sobre os desafios de fazer uma boa aplicação de insumos no campo. Isso porque a distribuição de corretivos e fertilizantes nem sempre é realizada de modo uniforme, devido principalmente às condições climáticas, mas também às condições de regulagem e estado de conservação inadequado dos distribuidores. Consequentemente, isso causa prejuízos para a produção, uma vez que a planta não recebe a quantidade de nutrientes e corretivos necessários ao seu bom desenvolvimento, afetando a sua produtividade final. Além disso, em alguns casos torna-se necessário realizar nova aplicação, resultando em maiores gas-tos com horas de máquina, compactação de solo e desperdício de produtos, aumentando a con-taminação ambiental.

Portanto, faz parte das técnicas de agricultura de precisão conseguir monitorar constantemente o processo de aplicações dos insumos. Esta pode ser uma tarefa difícil, a depender do tipo de produto aplicado. Para aqueles produtos de granulometria mais finas, que são aplicados a lanço, uma análise visual pode fornecer ao operador uma avaliação mais superficial. Geralmente, há uma grande dispersão desses produtos durante a aplicação e as perdas podem ser consideráveis. Assim, o operador deverá escolher a melhor hora do dia para aplicar o produto ou mesmo sele-cionar o sentido de deslocamento mais conveniente, de acordo com a direção do vento. Quando se trata de produtos de maior massa, esses problemas são atenuados durante a aplicação a lanço e o que se visualiza é uma distribuição mais uniforme, pelo menos na maioria das vezes.

Além do monitoramento visual do lançamento dos jatos, deve-se monitorar constantemente também a quantidade de produto existente no interior dos de-pósitos. Isso ganha importância porque, em alguns modelos de distribuidores, a coluna de produtos sobre os mecanismos dosadores dentro do tanque proporciona maior distribuição pela área no início da aplicação e menor ao final. Isso acontece com os me-canismos rotativos, nos quais o produto desce por gravidade e cai diretamente sobre os discos. Uma forma de atenuar esse problema é a colocação de anteparos vazados para aliviar o peso sobre os me-canismos dosadores.

Outro fato que justifica o monitoramento da distribuição dos corretivos e fertilizantes é a ne-cessidade de determinação da largura nominal de trabalho. Em geral, para corretivos aplicados a lanço, a largura nominal é definida quando se tem sobreposição das laterais dos jatos e uma variação de até 15% na uniformidade de distribuição transversal.

Fonte: <http://www.basefertil.com.br/ calcario.html>.

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Essa informação é relevante para a definição da distância entre passadas e reflete diretamente na capacidade operacional da aplicação. Larguras de trabalho maiores proporcionam maiores capacidades operacionais, desde que não haja redução na velocidade de trabalho. Entretanto, espera-se sempre que o produto seja distribuído uniformemente ao longo dessa largura, caso contrário, falhas na aplicação reduzirão a capacidade operacional gerando a necessidade de realizar nova aplicação.

O monitoramento também possibilita que o reservatório do distribuidor seja abastecido nos momentos corretos, como antes de se iniciar o deslocamento, logo após a realização da ma-nobra de cabeceira. Nesse caso, o depósito deve ser abastecido se estiver com pouco produto, pois caso venha a se esvaziar no meio do talhão, terá que retornar vazio até a cabeceira da área para novo abastecimento. Isso reduz a eficiência da operação pelo fato de aumentar os tempos perdidos com deslocamentos desnecessários.

O monitoramento mais difícil de ser realizado ocorre nas máquinas distri-buidoras que colocam o produto diretamente em sulcos que são fechados logo após a sua deposição. Nesse caso, a avaliação visual da distribuição se torna inviável, justificando assim a necessidade de se utilizar algum dis-positivo eletrônico para tal avaliação.

Para as operações de semeadura realizadas com adubação de plantio deve-se atentar para a colocação do adubo em profundidade maior do que as sementes. Caso a semente entre em contato direto com o adubo ela poderá se desidratar e não germinar, comprometendo toda a implantação da lavoura. A posição mais baixa do adubo também se justifica pelo fato de que, quando as primeiras radículas surgirem e descerem, encontrarão o adubo que proporcionará maior desenvolvimento à planta. Esse cuidado deve ser tomado inicialmente com a regulagem adequada dos mecanismos de abertura, deposição, fechamento e cobertura das semeadoras. Além disso, durante a operação, de tempos em tempos, deve-se abrir um sulco manualmente na área semeada e verificar se a deposição da semente e do adubo está correta. Esse efeito pode ser alterado de acordo com o tipo e preparo do solo, necessitando-se assim de maior atenção.

Semente

Adubo

A semente nãopode ficar junto

com o adubo

Semente até 4cm

até 15cmAdubo

Fonte: Elaborado pelo autor

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De modo geral, a importância do monitoramento também pode ser destacada pela presença de operários destinados exclusivamente a acompanhar a aplicação durante todo o tempo. Eles avaliam visualmente a quantidade de produto nos reservatórios, a profundidade de deposição, dentre outros aspectos. Alguns fabricantes de equipamentos distribuidores até disponibilizam acentos para esses operários. Entretanto, trata-se de uma situação de alto risco e a tendência é que esses operadores sejam substituídos por dispositivos eletrônicos que são mais eficientes e proporcionam monitoramento simultâneo de maior quantidade de unidades de distribuição, inclusive durante as aplicações no período noturno.

Recapitulando

Nesta aula, você estudou que o monitoramento da aplicação de corretivos e fertilizantes é uma prática que deve ser realizada constantemente a fim de garantir o sucesso da operação. O obje-tivo é assegurar-se de que o produto está sendo distribuído uniformemente sobre a área, man-tendo a largura nominal de trabalho e proporcionando uma capacidade operacional adequada. Além disso, visa garantir que os adubos sejam colocados no solo a profundidades apropriadas de modo a não entrarem em contato direto com a semente, comprometendo o seu desenvolvi-mento. As formas de monitoramento variam de acordo com os tipos de produto e equipamento utilizados e as mais eficientes e seguras são aquelas que empregam dispositivos eletrônicos.

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Fonte: Shutterstock

Aula 2Principais tipos de dispositivos de monitoramento

Considerando a importância do monitoramento da deposição dos insumos da lavoura, que você estudou na aula passada, agora você vai conhecer os principais dispositivos para este fim. Impul-sionados pela sua importância e favorecidos pelos avanços da Agricultura de Precisão, surgiram no mercado diversos dispositivos com a função de auxiliar no monitoramento da deposição de adubos. Geralmente, eles 3realizam em conjunto a deposição do adubo e das sementes. Os sistemas mais sofisticados realizam o monitoramento completo, ou seja, dose aplicada, fluxo de descida, velocidade de trabalho e acompanham a redução da quantidade de adubo no reserva-tório. Para tanto, sensores são espalhados por toda a máquina. O operador deve saber localizar e entender o funcionamento de cada um desses sensores para fazer uso adequado deles.

Ao final desta aula, você deve ser capaz de:

• conhecer os dispositivos de monitoramento utilizados na distribuição de corretivos e fertili-zantes; e

• monitorar a aplicação de corretivos e fertilizantes nos distribuidores.

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Tópico 1

Tipos de sensores

Você já estudou que a deposição dos corretivos e fertilizantes pode ser afetada por diversos fatores climáticos ou mecânicos. Excetuando-se os fatores climáticos, que são contornados por meio da escolha do momento adequado para a aplicação, os fatores relacionados ao desempe-nho da máquina devem ser monitorados.

Sensor de velocidade(na roda ou radar)

Sensores de peso

Monitor de controle eprogramação

Unidade eletrônica detratamento de informação

Atuadores elétricosde regulagem de depósito

Fonte: Cemagref (1997)

Os distribuidores mais modernos possuem diversos sensores embarcados responsáveis por mo-nitorar durante todo instante a distribuição do adubo. Um desses sensores é instalado na parte debaixo do reservatório. Eles são responsáveis pela medição da massa presente no interior do depósito através de um mecanismo semelhante a uma célula de carga ou sensor de peso. Essa informação pode ser visualizada em um monitor diante do operador, que entende a quantidade de adubo existente dentro dos depósitos e programa as paradas de forma mais conveniente. Outra vantagem desta tecnologia é que se elimina a necessidade de um operador permanecer sobre a máquina para conferir a quantidade de adubo restante no interior do reservatório.

Outro sensor muito importante é utilizado para captar informações sobre a velocidade de tra-balho. Pode ser na forma de um sensor magnético, montado próximo aos rodados, ou um radar de efeito doppler. A variação da velocidade influencia diretamente no cálculo da dose aplicada por hectare da seguinte forma: se houver redução da velocidade, por uma patinagem temporá-ria, por exemplo, o sistema informará ao mecanismo dosador, que fechará a descida de adubo de modo a manter a mesma dose aplicada. Por sua vez, aumentos na velocidade terão efeito de abertura no mecanismo dosador.

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Um dos principais dispositivos utilizados no monitoramento da distribuição de adubo é o atuador elétrico ou eletro-hidráulico de comando da abertura das placas de dosagem do adubo. Em geral, ele é constituído por uma estrutura composta de motor elétrico ou hidráulico, válvulas e senso-res de rotação. Estes últimos controlam, com precisão, a distribuição do adubo, eliminando possíveis variações e falhas que possam ocorrer com os mecanis-mos de distribuição convencionais, que são acionados pelos rodados da máqui-na. Não raro, observam-se variações de até 50% nos volumes de adubo depo-sitados no solo com os distribuidores convencionais. Assim, se esse tipo de distribuidor estiver regulado para dis-tribuir 250 kg ha-1 de adubo, em certos momentos, poderá distribuir 125 kg ha-1 em outros 375 kg ha-1. Esse problema tende a ser potencializado com o au-mento da velocidade de trabalho.

Os atuadores elétricos ou eletro-hidráulicos são conectados a monitores instalados na cabine do trator e enviam dados de fluxo de descida e dose aplicada. Também respondem a coman-dos advindos do monitor, como variações controladas da rotação para elevar ou reduzir a dose aplicada. Considerando-se as técnicas de Agricultura de Precisão, os monitores são capazes de receber mapas de aplicação e assim transmitir informações sobre fechamento e abertura do dosador de acordo com a necessidade de cada mancha demarcada pelo mapa.

Fonte: <www.trimble.com>.

Fonte: Cemagref (1997)

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Algumas empresas também têm investido em sensores isolados que são responsáveis pela medição do fluxo de descida de adubo. Ele é colocado junto à mangueira de descida do adubo e registra o fluxo de deposição do pro-duto.

A principal finalidade desses sensores é medir a quan-tidade de adubo aplicada. Entretanto, desempenham importante papel na eventual variação da deposição, além de informar sobre possíveis entupimento ou esva-ziamento do reservatório. São os dispositivos de moni-toramento mais simples disponíveis no mercado. Basi-camente, são compostos por um monitor de comando, módulos de distribuição de sensores, cabos de comuni-cação e sensores.

1

MonitorCabo de força Cabo de comunicação monitor-sensoresCabo extensão da semeadora-adubadoraCabo de conexão do sensor 1

1

2

2

3

3

4

4

5

5

Fonte: <http://www.prosolus.com/_GI/pdf/ _modulos/produtos/00008.pdf>.

Fonte: <http://www.lohr.com.br/ ?link=produtosdetalhe&idmodelo=338>.

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Tópico 2

Funcionamento dos monitores

De modo geral, os monitores possuem interfaces de fácil comunicação com o operador: ao ini-ciar o plantio, a luz de “monitorando” é acesa no monitor. Em caso de falha por entupimento ou interrupção do fluxo de semente/adubo a luz de “monitorando” se apaga e então se acende a de alerta, que é acompanhada de um sinal sonoro. Além disso, o visor indica alternadamente a mensagem “Er” e o número do sensor (ou dos sensores) que está com problema.

Normalmente, esses sensores são robustos e dotados de um sistema digital de autoajuste con-tra o acúmulo de sujeira. Isso garante uma maior quantidade de horas de trabalho sem paradas, elevando a capacidade operacional da atividade. Outra característica é que o operador é infor-mado quando há necessidade de realizar as limpezas.

Saiba Mais

No site <http://www.prosolus.com/produto.php?id=4> você visualizará mais informações sobre os dispositivos responsáveis por monitorar a deposição de adubo. Poderá também assistir a vídeos demonstrativos de como instalar sensores de monitoramento.

Recapitulando

Nesta aula, você estudou os principais tipos de dispositivos utilizados no monitoramento da deposição de corretivos e fertilizantes. Dentre eles, destacam-se aqueles responsáveis pela me-dição do fluxo de descida, dose aplicada, quantidade de produto no reservatório, velocidade de trabalho, dentre outros. Os sistemas mais simples são instalados diretamente no tubo de desci-da e medem o fluxo de deposição do adubo, podendo indicar eventuais variações, interrupções ou ausência de produto no reservatório. Esses dispositivos contribuem substancialmente para a melhoria na deposição de corretivos e fertilizantes.

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Fonte: <http://accidentalfarmwife.com>

Aula 3Fatores que interferem na qualidade da distribuição

A distribuição de corretivos e fertilizantes é essencial para o fornecimento de nutrientes para o desenvolvimento das culturas. Desta forma, é preciso ter alguns cuidados no momento da apli-cação, de forma a garantir a eficiência na distribuição destes insumos.

Ao final desta aula, você deve ser capaz de:

• enumerar quais fatores interferem na qualidade de distribuição de corretivos e fertilizantes; e

• compreender os fatores controláveis e as condições ideais de trabalho.

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A aplicação de corretivos e fertilizantes a lanço deve ser visualizada como um processo no qual existem fatores que estão interagindo e que darão um resultado final. Se a interação for harmô-nica ou dentro de um determinado limite tolerável, o resultado será conforme o planejado.

De modo geral, a qualidade da distribuição de corretivos e fertilizantes pode ser afetada por fa-tores relacionados à condição ambiental, às características do produto e ao modo de aplicação.

Tópico 1

Condições ambientais

As condições ambientais podem prejudicar o deslocamento normal da máquina durante a apli-cação ou afetar o deslocamento normal do insumo até que ele atinja o solo. Conheça os princi-pais fatores ambientais que interferem na aplicação.

Umidade do solo

A umidade do solo deve ser baixa o suficiente para permitir o fácil deslocamento do trator e do distribuidor de calcário e fertilizante por toda a área. Solo muito encharcado pode pro-vocar patinagem excessiva do trator, deslizamento do distribuidor e desalinhamento entre os rastros das máquinas, provocando redução na eficiência ou até mesmo inviabilizando a aplicação. Por outro lado, solos muito secos podem provocar redução no aproveitamento dos fertilizantes, especialmente os nitrogenados, que são perdidos por volatilização.

Vento

A distribuição de corretivos e fertilizantes a lanço é diretamente afetada por ventos fortes no momento da aplicação. A condição ideal de aplicação é durante a ocorrência de ventos leves a moderados. Em condição de ventos fortes, a largura útil da faixa de aplicação fica muito va-riável e, quanto menor a granulometria do insumo aplicado, especialmente o calcário, mais sua aplicação é afetada, chegando ao ponto de ocorrerem perdas de produto pela ação do vento, reduzindo a dose de aplicação ou inviabilizando-a.

Chuva

Em condições de ocorrência de chuva, a eficiência da distribuição de corretivos e fertilizantes é reduzida devido às dificuldades de escoamento e passagem pelos mecanismos da máqui-na. Em alguns distribuidores com proteção contra chuva, este problema é minimizado em caso de chuvas leves. Porém, em aplicações de fertilizantes nitrogenados, este problema é agravado devido à alta afinidade deste produto com a água, comprometendo a qualidade da aplicação. Em níveis mais elevados de chuva, o próprio deslocamento da máquina é afetado.

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Tópico 2

Características do produto

As características intrínsecas dos insumos podem reduzir a eficiência da aplicação ou mesmo favorecer a ação indesejada dos fatores ambientais descritos anteriormente. As principais carac-terísticas dos produtos relacionados à eficiência de aplicação são as seguintes.

Granulometria

Quanto menor a granulometria dos corretivos e fertilizantes, maior a possibilidade de sofre-rem a ação negativa do vento, diminuindo a eficiência da aplicação, conforme descrito ante-riormente. Produtos de granulometria fina como o calcário exigem maiores cuidados durante sua distribuição, devendo ser aplicados em situações de ventos mais leves.

Umidade do insumo

Produtos de granulometria mais fina como o calcário, quando apresentam menor umidade possuem também menor peso, portanto, sofrem maior ação negativa do vento durante a distribuição. Assim, o calcário seco necessita de grande atenção durante sua distribuição, de-vido à sua granulometria fina e ao baixo peso de suas partículas. Por outro lado, insumos com umidade muito alta podem dificultar o escoamento e a saída pelos mecanismos da máquina. Especialmente os fertilizantes, quando em contato com umidade, podem formar aglomera-dos e obstruir a saída do distribuidor.

Armazenamento e conservação

Corretivos e fertilizantes mal armazenados podem sofrer alteração de seu estado físico de-vido ao aumento da umidade e/ou à formação de aglomerados, o que dificulta sua distribui-ção, conforme descrito anteriormente. Portanto, para aplicação na agricultura de precisão, os insumos devem apresentar boas características para a distribuição.

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Tópico 3

Modo de aplicação

Outras variáveis relacionadas à distribuição de corretivos e fertilizantes também podem afetar a eficiência da aplicação, tais como as especificadas abaixo.

Alimentação do software

A inserção dos dados no software da máquina deve ser feita de forma correta pelo operador. A inserção incorreta do mapa de recomendação ou da largura da faixa útil de aplicação afeta todo o processo, reduzindo a eficiência da distribuição dos insumos.

Velocidade de deslocamento

A velocidade de deslocamento da máquina durante a distribuição de corretivos e fertilizantes varia de acordo com o conjunto de máquinas e com a marcha utilizada. Porém, deve-se tra-balhar em um nível de rotação que garanta 540 rotações por minuto na tomada de potência. A velocidade não deve ser muito baixa, de forma a proporcionar parco rendimento operacio-nal, nem tão alta que afete a qualidade da operação.

Conhecimento do operador

O operador da máquina deve ser capacitado para realizar tal operação, de forma a utilizar to-das as informações de forma correta, acompanhar os dados da aplicação durante a operação e reconhecer qualquer alteração indesejada durante a distribuição.

Saiba Mais

Além destes fatores que afetam a qualidade da distribuição de corretivos e fertilizantes, outras características também devem ser consideradas no momento da aplicação.

Para que a planta possa aproveitar o máximo do efeito dos fertilizantes, por exemplo, eles devem ser aplicados no estágio de desenvolvimento da cultura mais recomendado, no qual a demanda da planta é mais alta.

Já quando o objetivo é reduzir os custos com insumos e minimizar o impacto ambiental, deve-se tomar cuidado ao reabastecer o distribuidor de forma a não derramar produto no chão. Também é preciso dar o devido destino às embalagens dos insumos.

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Recapitulando

A distribuição de corretivos e fertilizantes pode ser afetada por diversos fatores, comprometendo sua eficiência. Conhecer as condições ideais de aplicação é de grande importância para garantir o sucesso da operação, bem como dos resultados esperados pela aplicação a taxas variadas. Entre os fatores ambientais, a umidade do solo, os ventos fortes e a presença de chuva são os principais fatores que afetam a eficiência da distribuição. Da mesma forma, fatores relacionados ao produto, tais como granulometria, umidade e condição física após o armazenamento também podem interferir. O conhecimento do operador, a alimentação do software e o deslocamento da máquina na velocidade ideal também são essenciais para o sucesso da aplicação.

Nas próximas páginas, você vai encontrar a última atividade de aprendizagem para verificar os conhecimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente de Estudos para registrar as respostas no sistema! Depois desta etapa, será iniciado o processo para emissão do seu certificado.

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Atividade de aprendizagemVocê chegou ao final do Módulo 5, o último do Curso Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes. A seguir, você realizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Lembre-se que as repostas devem ser registradas no Ambiente de Estu-dos, onde você também terá um feedback, ou seja, uma explicação para cada questão.

1. Na Aula 1 você estudou a importância de adotar formas de monitorar a aplicação de correti-vos e fertilizantes. Agora, assinale a alternativa correta.

a) A aplicação de corretivos e fertilizantes não requer maior atenção com relação à distribui-ção, uma vez que os produtos são aplicados sobre o solo.

b) O monitoramento da distribuição a lanço dos corretivos mais finos é geralmente mais uniforme do que a distribuição daqueles de maior massa.

c) O monitoramento da profundidade da colocação do adubo é desnecessário, pois a umida-de do solo irá distribuí-lo uniformemente.

d) O monitoramento da aplicação feito por dispositivos eletrônicos é mais seguro.

2. Considerando os dispositivos responsáveis por monitorar a distribuição de corretivos e ferti-lizantes apresentados na Aula 2, assinale a reposta correta.

a) O atuador elétrico ou eletro-hidráulico que comanda a abertura das placas de dosagem é um dos equipamentos mais importantes no monitoramento da distribuição de adubo.

b) Os dispositivos que monitoram a distribuição de corretivos e fertilizantes acompanham apenas a descida do produto.

c) Os dispositivos que medem a velocidade não medem a patinagem das rodas.

d) Os dispositivos que monitoram a distribuição de adubos e fertilizantes mais simples ajus-tam a dose aplicada.

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3. Sobre os fatores que afetam a qualidade da distribuição de corretivos e fertilizantes, analise as afirmativas e assinale a correta.

a) A alta umidade do solo não interfere na eficiência da distribuição de insumos.

b) Conhecer as características intrínsecas do insumo a ser aplicado colabora para o aumento da eficiência da aplicação.

c) A granulometria do insumo é o fator que mais interfere na eficiência de distribuição.

d) A experiência do operador não afeta a eficiência da aplicação, uma vez que o processo é automatizado.