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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM MESTRADO EM ENFERMAGEM ELLEN MARTINS NORAT CONSTRUÇÃO DE NOMENCLATURA DE DIAGNÓSTICOS/ RESULTADOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA A CLÍNICA CIRÚRGICA DO HULW/UFPB João Pessoa PB 2008

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA

    CENTRO DE CINCIAS DA SADE

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENFERMAGEM

    MESTRADO EM ENFERMAGEM

    ELLEN MARTINS NORAT

    CONSTRUO DE NOMENCLATURA DE DIAGNSTICOS/

    RESULTADOS E INTERVENES DE ENFERMAGEM PARA A

    CLNICA CIRRGICA DO HULW/UFPB

    Joo Pessoa

    PB 2008

  • ELLEN MARTINS NORAT

    CONSTRUO DE NOMENCLATURA DE DIAGNSTICOS/

    RESULTADOS E INTERVENES DE ENFERMAGEM PARA A

    CLNICA CIRRGICA DO HULW/UFPB

    Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Enfermagem, nvel mestrado, do Centro de Cincias da Sade, da Universidade Federal da Paraba - Campos I, vinculada rea de concentrao Enfermagem na Ateno Sade, inserida na linha de pesquisa Fundamentos Terico-Filosficos do Cuidar em Sade e Enfermagem, como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre em Enfermagem.

    Orientadora: Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nbrega

    Joo Pessoa

    PB 2008

  • N 822c NORAT, Ellen Martins. Construo de nomenclatura de diagnsticos/resultados e

    intervenes de enfermagem para clnica cirrgica do HULW/ UFPB./ Ellen Martins Norat.-Joo Pessoa, 2008. 182p.: il.

    Orientadora: Maria Miriam Lima da Nbrega. Dissertao (Mestrado) UFPB/CCS 1. Enfermagem-Terminologia. 2. Enfermagem-Vocabulrio.

    3. Enfermagem-Diagnstico. 4. Enfermagem cirrgica.

    UFPB/BC CDU: 616-083(043)

  • ELLEN MARTINS NORAT

    CONSTRUO DE NOMENCLATURA DE DIAGNSTICOS/

    RESULTADOS E INTERVENES DE ENFERMAGEM PARA A

    CLNICA CIRRGICA DO HULW/UFPB

    BANCA EXAMINADORA

    Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nbrega - UFPB

    Orientadora

    Profa. Dra. Glaucea Maciel de Farias

    UFRN

    Membro

    Profa. Dra. Maria Jlia Guimares Oliveira Soares

    UFPB

    Membro

    Profa. Dra. Wilma Dias de Fontes

    UFPB

    Membro

  • Sei que meu trabalho uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor .

    Madre Teresa de Calcut

  • Ao meu esposo Nivaldo, pelo companheirismo, cumplicidade e por estar sempre ao meu lado em todos os momentos da vida, dando-me fora, amor e carinho.

    As minhas filhas Letcia e Lvia, luzes que brilham nos nossos caminhos, trazendo sempre inspirao, alegria e felicidade.

    Amo vocs.

  • AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

    A Deus por ter me dado o dom da vida, guiando para o caminho da serenidade.

    Aos meus Pais que conduziram para viver em harmonia e respeitar as diferenas.

    Aos meus familiares pelo profundo sentimento de carinho, amor e pela verdadeira amizade.

    professora Dra. Maria Miriam Lima da Nbrega, pela sabedoria, simplicidade e compromisso, orientando com sua verdadeira essncia.

    A Ana Paula Marques, minha amiga de corao que vivenciou e participou de todo o processo de construo desse trabalho.

  • AGRADECIMENTOS

    professora Dra. Glaucea Maciel de Farias pela disponibilidade para participar da banca examinadora e pelas importantes contribuies dadas a este trabalho.

    professora Dra. Maria Jlia Guimares Oliveira Soares, pelas valiosas contribuies.

    professora Dra. Wilma Dias de Fontes, pelo incentivo e prstimos para elaborao deste estudo.

    A Roberta Cludia Diretora Tcnica, Edleide Raulino, Elinalda Felipe e Rosangela Xavier equipe da Diviso de Enfermagem do Hospital Universitrio Lauro Wanderley, pela amizade, apoio e incentivo para concretizao desse trabalho.

    As enfermeiras Ana Paula Marques, Angela Amorim, Cludia Henriques, Erika Mximo, Marisaulina Wanderley e Nbia Santana por ter participado das etapas de elaborao deste trabalho com valiosas contribuies.

    A todas as colegas da Clnica Cirrgica do HULW, pelo carinho, amizade e respeito vivenciado durante anos de trabalho.

    Coordenao do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem, pela responsabilidade com que conduz o programa; a todos os docentes pelos ensinamentos transmitidos e aos funcionrios pela ateno dispensada.

    A aluna do PIBIC Elizabeth Trigueiro por ter participado do processo de construo do trabalho.

    A Daniela Karina Anto, pela amizade construda e pela convivncia harmoniosa nesta trajetria.

    Aos colegas do mestrado Alan, Adriana, Bernadete, Gerlane e Maria Amlia pela convivncia compartilhada.

    Ao professor Jos Nivaldo Andrade Ribeiro, pela reviso da linguagem.

    Ao professor Flvio Barros pela construo do abstract.

    professora Marinalva Freire pela construo do resumo de espanhol.

    MUITO OBRIGADA

  • RESUMO

    NORAT, E.M. Construo de Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e Intervenes de Enfermagem para a Clnica Cirrgica do HULW/UFPB. 2008. 182f. Dissertao (Mestrado) - Centro de Cincias da Sade/ Universidade Federal da Paraba, Joo Pessoa.

    Introduo: As terminologias em enfermagem vm buscando definir uma nova

    linguagem e estabelecer novos valores sociais em razo de sua funcionalidade

    expressiva e conceitual por meio dos termos tcnico-cientficos que contribuem para

    alcanar a univocidade da comunicao cientfica mundialmente. Objetivo: construir

    uma Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e Intervenes de Enfermagem para a

    Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, de acordo com o Modelo de Sete Eixos da CIPE

    Verso 1.0. Mtodos: Pesquisa do tipo exploratrio-descritiva desenvolvida em duas

    fases. Na primeira fase da pesquisa, utilizaram-se as etapas da metodologia do trabalho

    terminolgico, tais como: identificao e avaliao da documentao especializada,

    delimitao do campo temtico da anlise terminolgica, estabelecimento da rvore de

    domnio das bases de dados; elaborao de definies para os termos constantes e no

    constantes na CIPE Verso 1.0; validao dos termos com suas respectivas definies.

    Para realizao da segunda fase da pesquisa, a Construo de Nomenclatura de

    Diagnsticos/Resultados e Intervenes de Enfermagem, utilizou-se o Banco de Termos

    da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica, o Modelo de Sete Eixos

    da CIPE Verso 1.0 e as orientaes estabelecidas pelo Conselho Internacional de

    Enfermagem. Para compor as afirmativas de diagnsticos recomendado incluir um

    termo do eixo Foco, um termo do eixo Julgamento, podendo incluir termos de outros

    eixos, e para a construo das afirmativas de intervenes de enfermagem

    recomendado incluir um termo do eixo Ao e um termo Alvo (pode ser qualquer um

    dos eixos, exceto do eixo Julgamento). Resultados: O Banco de Termos da Linguagem

    Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB foi construdo por 313

    termos, dos quais 194 constantes e 119 no constantes na CIPE Verso 1.0. A partir

    desse Banco foram construdas 63 afirmativas de diagnsticos/resultados levando em

    considerao as categorias das necessidades humanas bsicas de Horta que embasa o

    instrumento de coleta de dados existente na Clnica Cirrgica. Foram validadas 43

    afirmativas que alcanam ndice de concordncia

    0,8, para as quais foram elaboradas

  • 503 afirmativas de intervenes de enfermagem. No processo de validao, 512

    alcanaram IC

    0,8, as quais foram estruturadas de acordo com os diagnsticos

    elencados, organizadas em ordem alfabtica de acordo com as necessidades

    psicobiolgicas e psicossociais, constituindo a Nomenclatura de

    Diagnsticos/Resultados e Intervenes de Enfermagem da Clnica Cirrgica do

    HULW/UFPB. Concluso: Conclui-se que os objetivos do estudo foram alcanados

    com a construo do Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem da

    Clnica Cirrgica e da Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e Intervenes de

    Enfermagem para Clnica Cirrgica. Espera-se que a utilizao tanto do banco como da

    Nomenclatura contribuam para que a equipe de enfermagem utilize seu prprio

    vocabulrio na prtica profissional, como tambm, impulsione a implementao efetiva

    de todas as etapas da sistematizao da assistncia de enfermagem na referida clnica.

    Palavras-chave: Enfermagem, Terminologia, Vocabulrio, Diagnsticos de

    Enfermagem, Intervenes de enfermagem, Enfermagem Cirrgica.

  • ABSTRACT

    NORAT, E.M. Building up a Nomenclature for Nursing Interventions and

    Diagnoses/Results for the HULW/UFPB (L. W. University Hospital) Surgical

    Clinic, 2008. 182f. A Master s Dissertation

    presented at the Federal University of

    Paraiba Health Center, Joo Pessoa, Brazil.

    Introduction: The terminology used in nursing aims at defining a new language for this

    area, introducing new social values, based on expressive and conceptual functionality

    by means of a technical-scientific vocabulary that will contribute greatly towards the

    standardization of a worldwide nursing-scientific communication. Objectives: To

    construct a Nomenclature for Nursing and Surgical Interventions and Diagnoses/Results

    for the Surgical Clinic of the Paraiba Federal University Hospital (HULW/UFPB) in

    accordance with the CIPE Seven-axes Model

    Version 1.0. Method: Exploratory-

    descriptive research, developed in two phases. In phase one, a methodological

    progression for a terminological study, such as: the identification and evaluation of the

    specialized documentation; delimitation of the thematic field of the terminological

    analysis; the setting up of a domain for data foundation; theoretical definition of the

    terms found in and out of the CIPE, Version 1.0; terms validation and their respective

    definitions. As for phase two of the research, the Terminology Databank of Nursing

    Specialized Language for use in the Surgical Clinic

    the CIPE Seven-axes Model

    Version 1.0 has been applied along with guidance as presented by the Nursing

    International Council. For diagnosis descriptions, it is highly recommended to include a

    term from the axis Focus, a term from the axis Judgment, as well as terms from the

    other axes. To build up statements alluding to nursing interventions, a term from the

    axis Action and another from the axis Target are highly recommended (a term from any

    axes may be included, except from the axis Judgment). Results: The Databank of

    Nursing Special Language for the Federal University Hospital (HULW/UFPB) Surgical

    Clinic comprises 313 terms, 194 of which are found in the CIPE Version 1.0, and the

    remaining 119 are from outside the CIPE. Sixty-three diagnoses/results statements were

    produced out of this Bank, based on Horta s human needs categories that support the

    Surgical Clinic existing data collecting tool. Forty-three statements have been

    validated. These statements have achieved a level of agreement of 0.8, for which 503

    nursing interventions statements were created. During the validation process, 512

  • statements achieved an IC level of 0,8, and were structured in accordance with

    existing diagnoses, where were duly classified in alphabetical order following

    psychobiological and psychosocial needs, constituting, as a result, a Nomenclature of

    Diagnoses/Results and Nursing Interventions for the HULW/UFPB Surgical Clinic.

    Conclusion: We have concluded that the present study has achieved its main goals,

    which were to create a Databank of Nursing Specialized Language for the Surgical

    Clinic and a Nomenclature for Diagnoses/Results and Nursing Interventions. One

    expects that both the databank and the nomenclature be of use for the nursing team,

    encouraging them to use their own vocabulary in the exercise of their professional

    practice, and also promoting the implementation of all the phases that lead towards a

    systematization of nursing assistance in the Federal University Hospital (HULW/UFPB)

    Surgical Clinic.

    Key-words: Nursing, Terminology, Vocabulary, Nursing Diagnoses, Nursing

    Interventions, Surgical Nursing.

  • RESUMEN

    NORAT, E.M. Construccin de Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados y Intervenciones de Enfermera para la Clnica Quirrgica del HULW/UFPB. 2008. 182f. Tesina (Maestrado) - Centro de Ciencias de la Salud/ Universidad Federal de Paraba- Joo Pessoa.

    Introduccin: Las terminologas en enfermera intentan definir un nuevo lenguaje y

    establecer nuevos valores sociales por motivo de su funcionalidad expresiva y

    conceptual por medio de los trminos tcnico-cientfico que contribuyen para alcanzar

    la univocidad de la comunicacin cientfica mundialmente. Objetivo: construir una

    Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e Intervenciones de Enfermera para la

    Clnica Quirrgica del HULW/UFPB, de acuerdo con el Modelo de Siete Ejes de la

    CIPE Versin 1.0. Mtodos: Investigacin del tipo exploratorio-descriptiva

    desarrollada en dos fases. En la primera fase, se utilizaron las etapas de la metodologa

    del trabajo terminolgico, saber: identificacin y evaluacin de la documentacin

    especializada, delimitacin del campo temtico del anlisis terminolgico,

    establecimiento del rbol de dominio de las bases de datos; elaboracin de definiciones

    para los trminos constantes y no constantes en la CIPE Versin 1.0; validacin de los

    trminos con sus respectivas definiciones. Para realizacin de la segunda fase de la

    investigacin, la Construccin de Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e

    Intervenciones de Enfermera, se utiliz el Banco de Trminos del Lenguaje Especial de

    Enfermera de la Clnica Quirrgica, el Modelo de Siete Ejes de la CIPE Versin 1.0 y

    las orientaciones establecidas por el Consejo Internacional de Enfermera. Para

    componer las afirmativas de diagnsticos es recomendado incluir un trmino del eje

    Foco, un trmino del eje Juzgamiento, pudiendo incluir trmino de otros ejes, y para la

    construccin de las afirmativas de intervenciones de enfermera recomendado incluir

    un trmino del eje Accin y un trmino Albo (puede ser cualquier uno de los ejes,

    excepto del eje Juzgamiento). Resultados: O Banco de Trminos del Lenguaje Especial

    de Enfermera de la Clnica Quirrgica del HULW/UFPB fue construido por 313

    trminos, de los cuales 194 constantes y 119 no constantes en la CIPE Versin 1.0. A

    partir de ese Banco fueron construidas 63 afirmativas de diagnsticos/resultados

    llevando en consideracin las categoras de las necesidades humanas bsicas de Horta

    que fundamenta el instrumento de recogida de datos existente en la Clnica Quirrgica.

    Fueron validadas 43 afirmativas que alcanzan ndice de concordancia

    0,8, para las

    cuales fueron elaboradas 503 las afirmativas de intervenciones de enfermara. En el

  • proceso de validacin 512 alcanzaron IC

    0,8, las cuales fueron estructuradas de

    acuerdo con los diagnsticos relacionados, organizadas en orden alfabtico de acuerdo

    con las necesidades psicobiolgicas y psicosociales, constituyendo la Nomenclatura de

    Diagnsticos/Resultados e Intervenciones de Enfermera de la Clnica Quirrgica del

    HULW/UFPB. Conclusin: Se concluye que los objetivos del estudio fueron

    alcanzados con la construccin del Banco de Trminos del Lenguaje Especial de

    Enfermera de la Clnica Quirrgica y de la Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e

    Intervenciones de Enfermera para Clnica Quirrgica. Se espera que la utilizacin tanto

    del banco como de la Nomenclatura contribuyan para que el equipo de enfermera

    utiliza su propio vocabulario en la prctica profesional, as como impulsa la

    implementacin efectiva de todas las etapas de la sistematizacin de la asistencia de

    enfermera en dicha clnica.

    Palabras llaves: Enfermera. Terminologa. Diagnsticos de Enfermera. Intervenciones

    de enfermera. Enfermera Quirrgica.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Modelo de Sete Eixos da CIPE

    Verso 1.0 31

    Figura 2 rvore taxonmica do eixo Foco da CIPE

    Verso 1.0 45

    Figura 3 rvore taxonmica do eixo Julgamento da CIPE

    Verso

    1.0 48

    Figura 4 rvore taxonmica do eixo Meios da CIPE

    Verso 1.0 50

    Figura 5 rvore taxonmica do eixo Ao da CIPE

    Verso 1.0 52

    Figura 6 rvore taxonmica do eixo Tempo da CIPE

    Verso 1.0 54

    Figura 7 rvore taxonmica do eixo Localizao da CIPE

    Verso 1.0

    56

    Figura 8 rvore taxonmica do eixo Cliente da CIPE

    Verso 1.0 58

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1 Termos identificados nos registros dos membros da equipe de enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB e classificados nos eixos da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2006.

    41

    Grfico 2 ndice de Concordncia dos enfermeiros sobre as definies dos termos constantes na CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    76

    Grfico 3 ndice de Concordncia dos enfermeiros sobre as definies dos termos no constantes na CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    77

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Apresentao dos termos no constantes que apresentam sinonmias dos termos constantes da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    42

    Quadro 2 Apresentao dos termos no constantes que apresentam caractersticas especficas de termos constantes da CIPE

    Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    43

    Quadro 3 Apresentao dos termos no constantes que apresentam sinonmias entre os termos. Joo Pessoa, 2008.

    44

    Quadro 4 Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Foco da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    46

  • Quadro 5 Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Julgamento da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    49

    Quadro 6 Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Meios da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    50

    Quadro 7 Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Ao da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    52

    Quadro 8 Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Tempo da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    55

    Quadro 9 Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Localizao da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    57

    Quadro 10 Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Cliente da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    59

    Quadro 11 Termos da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica HULW/UFPB constantes na CIPE Verso 1.0 com suas definies. Joo Pessoa, 2008.

    59

    Quadro 12 Termos da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica HULW/UFPB no constantes na CIPE Verso 1.0 com suas definies. Joo Pessoa, 2008.

    70

    Quadro 13 Banco de termos da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica HULW/UFPB. Joo Pessoa, 2008.

    78

    Quadro14 Distribuio das afirmativas de Diagnsticos de Enfermagem que os enfermeiros utilizam na prtica da Clnica Cirrgica e apresentam IC 0,8. Joo Pessoa, 2008.

    99

    Quadro 15 Distribuio das afirmativas de Diagnsticos de Enfermagem que os enfermeiros no utilizam na prtica da Clnica Cirrgica e apresentam IC < 0,8. Joo Pessoa, 2008.

    100

    Quadro 16 Nomenclatura de Diagnsticos de Enfermagem da Clnica Cirrgica HULW/UFPB. Joo Pessoa, 2008.

    101

    Quadro 17 Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e Intervenes de Enfermagem da Clnica Cirrgica HULW/UFPB. Joo Pessoa, 2008.

    109

  • SUMRIO

    1 INTRODUO 17

    1.1 Objetivos 21

    2 REVISO DE LITERATURA 23

    2.1 Terminologia 24

    2.2 Terminologias de Enfermagem 25

    2.3 Classificao Internacional para a Prtica de Enfermagem

    CIPE 27

    2.3.1 Perspectiva histrica 27

    2.3.2 CIPE Verso 1.0 29

    2.3.2.1

    Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0 30

    3 CONSIDERAES METODOLGICAS 33

    3.1 Tipo de Estudo 34

    3.2 Local do Estudo 34

    3.3 Fases da Pesquisa 35

    3.3.1 Primeira Primeira Fase: Construo do Banco de Termos da Linguagem Especial

    de Enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB 35

    3.3.2 Segunda Fase: Construo da Nomenclatura de

    Diagnsticos/Resultados e Intervenes de Enfermagem para a Clnica

    Cirrgica do HULW/UFPB

    37

    4 ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS 39

    4.1 Construo do Banco de Termos da Linguagem Especial de

    Enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB

    40

    4.2 Construo de Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e

    Intervenes de Enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB

    97

    5 CONSIDERAES FINAIS 128

    REFERNCIAS 131

  • APNDICE 135

    APNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido I 136

    APNDICE B - Construo das Definies dos Termos Constantes e

    No constantes na CIPE Verso 1.0 Identificados na Clnica Cirrgica

    do HULW/UFPB

    137

    APNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido II 154

    APNDICE D - Validao de Afirmativas de Diagnsticos de Enfermagem

    para a Clnica Cirrgica do HULW/UFPB 155

    APNDICE E

    Termo de Consentimento Livre e Esclarecido III 162

    APNDICE F - Validao de Afirmativas de Intervenes de Enfermagem para a Clnica Cirrgica do HULW/UFPB

    163

    ANEXOS 177

    ANEXO A - Certido do Comit de tica do HULW/UFPB 178

    ANEXO B - Termos identificados na Clnica Cirrgica HULW/UFPB

    e classificados como constantes e no constantes na CIPE Verso 1.0

    179

  • 1 INTRODUO

  • 18

    A Enfermagem contempornea vem determinando no s o fortalecimento da

    construo do saber enquanto cincia em plena evoluo, como tambm o resgate da histria

    da profisso, ao trazer tona os elementos constituintes de uma prtica, cujas razes esto

    aliceradas no desenvolvimento da humanidade e nas relaes e comunicao entre os

    indivduos. a partir de Florence que emerge o paradigma cientfico na Enfermagem e com

    ela, foi sistematizado um campo de conhecimentos, uma nova arte e nova cincia que

    enfatizava a necessidade de uma linguagem especializada, que representasse a prtica de

    enfermagem voltada para atender o ser humano em suas necessidades e garantir a

    continuidade dos cuidados (ESPIRITO SANTO; PORTO, 2006).

    Desde ento, buscou-se descrever, comparar e comunicar as atividades realizadas pela

    Enfermagem, utilizando uma metodologia cientfica que contribusse para a normalizao

    terminolgica dos conceitos especficos da rea.

    As terminologias foram dedicadas a identificar, denominar e classificar os maiores

    conceitos do domnio profissional para o uso em sistemas computacionais em unidades

    clnicas, ensino, treinamento de novos profissionais, documentao dos cuidados de

    enfermagem e desenvolvimento do corpo de conhecimento da rea (MARIN, 2001).

    Segundo a Organizao Pan-Americana de Sade (PAHO, 2001), o uso de uma

    terminologia padronizada oferece uma srie de vantagens, entre elas, facilitar a comunicao

    entre a enfermeira e outros profissionais de sade e permitir ao profissional agregar as

    informaes, analisar e mensurar os resultados.

    A assistncia de enfermagem ao paciente que ir submeter a uma interveno cirrgica

    de fundamental importncia, pois o mesmo encontra-se fragilizado, trazendo consigo

    expectativas, dvidas, temores e angstias que podem interferir no seu modo de vida, sendo

    necessrio uma ateno especial no cuidado de enfermagem de forma planejada e direcionada

    para atender as necessidades humanas bsicas afetadas.

    Ao documentar a assistncia prestada ao paciente cirrgico, a equipe de enfermagem

    permite acompanhar as condies de sade do mesmo, favorecendo a avaliao dos cuidados

    prestados. Essa documentao deve ser realizada de forma clara e objetiva utilizando a

    linguagem tcnica da profisso, garantindo assim, melhor qualidade do registro das

    informaes e um melhor atendimento ao paciente hospitalizado.

    Vale ressaltar que uma linguagem padronizada e seu registro proporcionam um

    trabalho intelectual, onde o profissional tem a oportunidade de crescer e transformar-se num

    ser crtico capaz de questionar suas prprias atitudes e a de outros profissionais e assim,

  • 19

    participar de forma mais ativa na assistncia ao paciente (LUNARDI FILHO; LUNARDI;

    PAULITSCH, 1997).

    Ainda segundo as referidas autoras, a primeira classificao relevante para a

    Enfermagem ocorreu em 1960, nos Estados Unidos, conhecida como os 21 problemas de

    Abdellah, tendo como ponto central as necessidades do cliente e os problemas de

    enfermagem; seguida das 14 necessidades humanas bsicas de Virginia Henderson, que foi

    desenvolvida com o objetivo de descrever os cuidados de que qualquer pessoa necessita,

    independentemente do diagnstico e do tratamento prescrito pelo mdico. Essas classificaes

    contriburam na educao e na prtica profissional da Enfermagem, estimulando as

    enfermeiras a ampliar sua viso de conhecimentos especficos identificando assim os

    problemas teraputicos.

    Desde ento, vrios tm sido os sistemas de classificao que contemplam os

    elementos da prtica de enfermagem, dentre os quais podemos citar Sistema Comunitrio de

    Sade de Omaha, Sistema de Classificao de Cuidados Clnicos de Saba; Classificao de

    Intervenes de Enfermagem (NIC), Classificao de Resultados de Enfermagem (NOC) e a

    Classificao Internacional para a Prtica de Enfermagem (CIPE).

    Dentre os sistemas de classificao, a CIPE se destacou por ser capaz de abranger os

    mais diferenciados contextos da prtica de enfermagem, uniformizando a linguagem,

    mundialmente, j que os demais sistemas tinham influncias culturais, locais, sendo de difcil

    adaptao para as demais comunidades de enfermagem. A CIPE por ser uma terminologia

    combinatria permite aos enfermeiros combinar termos de vocabulrios existentes de sua

    prtica com os termos da CIPE possibilitando assim a construo de uma linguagem

    especializada na rea de enfermagem.

    Ao ingressar no Hospital Universitrio Lauro Wanderley em 1995, como enfermeira

    assistencial da Clnica Cirrgica, e tendo a oportunidade de participar da Especializao em

    Enfermagem Mdico-Cirrgica, resolvi desenvolver minha monografia dentro da rea da

    Sistematizao da Assistncia, intitulado Construo e aplicao do modelo de

    levantamento de dados: proposta para paciente em pr e ps-operatrio , visando colaborar

    com a implantao da sistematizao da assistncia na referida clnica (NORAT, 1996).

    Em 1998, houve a criao de um projeto integrado de pesquisa e extenso articulado

    por enfermeiros assistenciais e docentes da rea de enfermagem, tendo como propsito

    implementar a sistematizao da assistncia de enfermagem para clientes hospitalizados,

    baseado nas necessidades humanas bsicas de Horta, visando a uma assistncia de

    enfermagem de qualidade, fundamentada em princpios cientficos.

  • 20

    Esse projeto intitulado Sistematizao da Assistncia de Enfermagem do Hospital

    Universitrio Lauro Wanderley

    teve como objetivo inicial implementar o processo de

    enfermagem em todas as suas fases na Clnica Mdica, tendo em vista nesta unidade

    desenvolverem-se as seguintes etapas: histrico, prescrio e evoluo de enfermagem. A

    partir desse projeto surgiram subprojetos, visando implantao da Sistematizao da

    Assistncia de Enfermagem nas diversas clnicas do hospital (NBREGA et al., 1998).

    Ao refletir as experincias vividas durante doze anos na Clnica Cirrgica, foi

    percebido que a assistncia de enfermagem era prestada de forma fragmentada, no existindo

    planejamento nem seqncia lgica para executar os cuidados. Durante este perodo,

    participei do Curso de Sistematizao da Assistncia de Enfermagem com a finalidade de

    aperfeioar os conhecimentos e adquirir subsdios para contribuir com a implantao da SAE

    na clnica cirrgica.

    Nesse perodo tomei conhecimento do projeto de pesquisa que vem sendo

    desenvolvido nas Clnicas do HULW/UFPB, denominado Identificao de termos da

    linguagem profissional para insero em sistemas de informao: instrumental tecnolgico

    para melhoria da qualidade da assistncia de enfermagem , que tem como objeto o

    vocabulrio utilizado na prtica pelos diferentes componentes da equipe de enfermagem

    (NBREGA; GARCIA, 2004). Este projeto tinha como objetivos identificar termos da

    linguagem profissional relacionados a fenmenos/diagnsticos/problemas e a

    aes/intervenes/prescries de enfermagem, fazer o mapeamento cruzado com as

    classificaes de termos atribudos aos fenmenos/diagnsticos/problemas e s

    aes/intervenes/prescries de enfermagem, constantes na CIPE e em outras

    terminologias de enfermagem, e confirmar, por meio de grupos de peritos, a utilizao e o

    significado dos termos identificados e mapeados.

    Nesta pesquisa, foram realizadas 17.072 transcries de termos e expresses de

    registros de enfermagem de 417 pronturios de seis unidades clnicas (Mdica, Peditrica,

    Obsttrica, Unidade de Terapia Intensiva, Doenas-Infecto-Contagiosas e Cirrgica), sendo

    extrados 2.812 termos, dos quais 1.292 atribudos a fenmenos e 1.520 atribudos a aes de

    enfermagem. Aps o processo de mapeamento cruzado com os termos da CIPE Verso Beta

    2, resultaram 771 termos constantes e 521 termos no constantes atribudos a fenmenos,

    1.082 termos constantes e 438 termos no constantes atribudos a aes de enfermagem. Com

    a publicao da CIPE Verso 1.0, em junho de 2005, tornou-se necessrio realizar um novo

    mapeamento cruzado para classificar os termos identificados com os termos constantes no

  • 21

    Modelo de Sete Eixos, o que levou a um total de 2.194 termos identificados nas seis unidades

    clnicas, sendo identificados 1.179 (53,7%) termos como constantes e 1.015 (46,3%) como

    no constantes na CIPE Verso 1.0 (NBREGA; GARCIA, 2007).

    Na Clnica Cirrgica, foram realizadas 11.350 transcries de termos e expresses de

    100 pronturios, que resultaram 370 termos, dos quais 187 (50,5%) foram considerados como

    constantes na CIPE Verso 1.0 e 183 (49,5%) como no constantes nessa Classificao.

    Classificando os 187 termos identificados como constantes nos sete eixos da CIPE Verso

    1.0 temos que 66 esto no eixo Foco, 7 no eixo Julgamento, 24 no eixo Meios, 28 no eixo

    Ao, 6 no eixo Tempo, 53 no eixo Localizao, e 3 no eixo Cliente (SANTOS, 2004).

    Tendo em vista a existncia do projeto de sistematizao da assistncia de

    enfermagem do HULW/UFPB, a construo de um instrumento de coleta de dados para

    cliente cirrgico desenvolvido por Souza (2007), e os trabalhos desenvolvidos na referida

    clnica para a identificao de termos dos registros de componentes da equipe de enfermagem,

    esse estudo se propos a contribuir com o referido projeto com o propsito de construir uma

    nomenclatura de diagnsticos/resultados e intervenes de enfermagem para a Clnica

    Cirrgica utilizando a estrutura do Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0. A construo

    dessa nomenclatura permitir a uniformizao da terminologia usada pelos enfermeiros para

    melhorar a qualidade da assistncia de enfermagem voltada para o cuidar e uma metodologia

    de trabalho fundamentada em princpios cientficos. Diante do exposto, surge ento, o

    seguinte questionamento: Os termos identificados nos registros de enfermagem da Clnica

    Cirrgica possibilitam a construo de afirmativas de diagnsticos/resultados e intervenes?

    Essas afirmativas podem construir uma Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e

    Intervenes de enfermagem para Clnica Cirrgica?

    1.1 Objetivos

    Objetivo Geral

    Construir uma Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e Intervenes de Enfermagem para

    a Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, de acordo com o Modelo de Sete Eixos da CIPE

    Verso 1.0.

  • 22

    Objetivos Especficos

    Construir Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem, fundamentados no

    Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0, para a Clnica Cirrgica do HULW/UFPB;

    Desenvolver, com base no Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem,

    afirmativas diagnsticos/resultados e intervenes de enfermagem para a Clnica Cirrgica do

    HULW/UFPB;

    Validar as afirmativas de diagnsticos/resultados e intervenes de enfermagem da Clnica

    Cirrgica do HULW/UFPB.

  • 2 REVISO DA LITERATURA

  • 24

    2.1 Terminologia

    No sculo XX, ocorreu um grande desenvolvimento e consolidao da terminologia,

    como instrumental lingstico a servio da comunicao profissional, assim como no campo

    de conhecimento cientfico e da produo tecnolgica (KRIEGER, 2006).

    Nesse cenrio, cresce o interesse pela terminologia em razo de sua funcionalidade

    expressiva e conceitual operada pelos termos tcnico-cientficos que transmitem conceitos

    prprios do conhecimento cientfico, tcnico, tecnolgico, jurdico, entre outros domnios.

    Para Krieger (2006), o trabalho terminolgico busca definir princpios e mtodos que

    orientam a elaborao de glossrios, dicionrios tcnico-cientficos, bancos de dados

    terminolgicos, ontologias, alm de outros produtos que sistematizam e divulgam termos

    especficos de uma rea.

    Para Pavel e Nolet (2003), terminologia um conjunto de palavras tcnicas

    pertencentes a uma cincia, uma arte, um autor ou um grupo social, e, num sentido mais

    restrito e mais especializado, como uma disciplina lingstica consagrada ao estudo cientfico

    dos conceitos e termos usados nas lnguas de especialidade.

    A terminologia tem como finalidade observar as unidades da lngua natural e da

    comunicao especializada e propor a representao de conceitos e sistemas de conceitos por

    meio de termos, para agilizar a comunicao entre especialistas e as pessoas (LARA, 2005).

    Segundo Cabr (1995), a terminologia se prope a identificar segmentos de uma

    realidade profissional especializada de forma unvoca, dirigindo-se assim, a denominar

    conceitos prprios de uma determinada matria. A referida autora afirma que a terminologia

    se aplica comunicao direta, mediao comunicativa e ao planejamento lingstico.

    Os termos constituem unidade cognitiva que representam o conhecimento de um

    domnio ou rea de atividade particular e, como tais, devem funcionar como unidades de

    conhecimento e de representao, veiculando conceitos especficos da rea especializada

    (LARA, 2005). A mesma autora refere que o termo na terminologia uma designao que

    corresponde a um conceito numa linguagem de especialidade. Pode-se dizer que esses

    conceitos e sistemas de conceitos so expressos no interior da lngua como subconjuntos

    lingsticos de caractersticas particulares e delimitativas. A delimitao do termo feita por

    meio da definio dentro de um campo nocional ou conceptual, tomada no interior do

    subconjunto lingstico correspondente ao discurso da especialidade.

  • 25

    Cabr (1995) considera o termo como uma unidade terminolgica nos seus aspectos

    lingsticos, cognitivos e pragmticos, constituindo um subconjunto de signos lingsticos

    relativos a uma rea conceitual e utilizados na comunicao especializada.

    O termo visto de maneira relevante no entendimento sobre os conceitos, objetos e

    processos expressos pelo componente terminolgico, favorecendo a comunicao profissional

    de forma objetiva, mais eficiente e com menos ambigidades (KRIEGER, 2006).

    O impacto do rpido crescimento da cincia e da tecnologia estimulou a mudana na

    pragmtica lingstica entre as diversas sociedades culturais. Nesse contexto, o

    desenvolvimento de sistemas de informao facilita a aquisio de uma diversidade de termos

    tcnicos e cientficos advindos das novas tecnologias, resgatando informaes dispersas em

    inmeros bancos de dados, arquivos e outros meios eletrnicos, proporcionando uma

    comunicao de longo alcance de forma rpida e precisa, baseado em uma metodologia de

    processamento de bancos de dados terminolgicos (FAULSTICH, 1995).

    A terminologia na rea da documentao essencial para representar o contedo dos

    documentos e facilitar o acesso a esse contedo de forma organizada por meio de manuais,

    glossrios, dicionrios tcnico-cientficos especializados e bancos de dados terminolgicos

    que sistematizam o conhecimento sob a forma de normas e padres. Desta forma, sem

    terminologia, os especialistas no conseguiriam se comunicar, repassar seus conhecimentos,

    nem tampouco representar esse conhecimento de maneira estruturada (CABR, 1995).

    Para Andrade (2001), a terminologia se ocupa do termo, ou seja, da palavra

    especializada, dos conceitos inerentes s diversas matrias especializadas. Os termos so

    unidades sgnicas distintivas e significativas ao mesmo tempo, apresentando de forma to

    natural no discurso especializado, quanto as palavras nos discursos que se valem da lngua

    comum como forma de expresso.

    O objeto especfico da terminologia constitui recopilao, descrio e ordenao dos

    termos cientficos e tecnolgicos das linguagens especializadas, ou seja, a terminologia parte

    de uma lista de conceitos procurando a denominao para cada um, desempenhando a funo

    de codificar (ANDRADE, 2001).

    2.2 Terminologias de Enfermagem

    Na Enfermagem, os maiores esforos tm sido feito no sentido de documentar os

    cuidados e classificar os conceitos de domnios para uso dos recursos computacionais em

  • 26

    unidades clnicas, no ensino, na pesquisa e no treinamento de profissionais, e no

    desenvolvimento do corpo do conhecimento na rea de Enfermagem (MARIN, 2003).

    O uso da terminologia padronizada facilita a comunicao unvoca entre os

    enfermeiros e outros profissionais da sade, torna mais fcil comparar a prtica de

    enfermagem dentro de um ambiente particular e em outros ambientes diversos, e possibilita

    compilar os dados, analisar e avaliar os resultados (PAHO, 2001).

    A falta de um vocabulrio comum ainda um dos grandes obstculos no

    desenvolvimento de sistemas clnicos na rea de sade no que diz respeito documentao do

    cuidado prestado, que possa servir de base para anlise do custo e benefcio deste cuidado e

    representao desta informao para a sade da populao. Alm disso, deve atender a

    critrios como validade, especificidade, recuperao dos dados e facilidade de comunicao

    (MARIN, 2000).

    O vocabulrio da prtica de enfermagem documentado por meio do seu registro no

    pronturio dos pacientes, mas segundo Bittencourt (2006), nem sempre este registro se refere

    aos problemas que identificam, planejam, tratam e avaliam os cuidados prestados, usando

    uma linguagem padronizada, e sim, se apresenta de forma inconsistente, repetitiva e

    centralizada em grande parte nas necessidades biolgicas.

    De acordo com Carvalho (2005), as informaes realizadas pelos profissionais de

    enfermagem acabam ficando muitas vezes ausentes, incoerentes, mal estruturadas e sem

    continuidade, comprometendo diretamente a seqncia de atividades da assistncia de

    enfermagem prestada aos pacientes que esto com as necessidades afetadas. Alm disso, as

    anotaes so inconsistentes, ilegveis e subjetivas, no contribuindo para a construo do

    processo metodolgico sistematizado.

    Os enfermeiros devem reconhecer a importncia da informao que registra, a

    contribuio para o cuidado do paciente e deve continuar a focalizar a refinao e a

    padronizao de documentos para demonstrar seu papel na assistncia ao paciente em relao

    recuperao, estabilizao da sade ou em uma morte tranqila (PAHO, 2001).

    Entretanto, o registro clnico deve ser objetivo, claro e completo, de forma que todos

    os membros da equipe de sade tenham acesso s informaes, entendam o contexto e o

    significado das mesmas. por meio desse registro que se pode garantir a execuo e

    continuidade da assistncia prestada de forma adequada, com vista a prestar atendimento e

    ressalvar os aspectos ticos e legais (MARIN, 2000).

    As anotaes de enfermagem devem usar termos coerentes, vocabulrio cientfico,

    preciso e exatido ao relatar os dados clnicos dos pacientes. Alm disso, estas anotaes

  • 27

    servem de documento legal e retratam a qualidade da assistncia de enfermagem prestada ao

    cliente hospitalizado. Estas anotaes contribuem no planejamento da assistncia, na

    continuidade do tratamento e avaliao clnica do paciente. Sendo lidas tanto pela equipe de

    enfermagem como toda a equipe de sade (BITTES JUNIOR; MATHEUS, 2005).

    Avanos tecnolgicos tm impulsionado os enfermeiros para avaliarem a nossa base

    de conhecimento e tm dado profisso uma multiplicidade de novos recursos que podem ser

    explorados em prover melhor cuidado ao paciente (PAHO, 2001).

    Todavia, as atuais tendncias que incluem o processo de globalizao, a demanda de

    informaes, a conteno de custos, a maximizao dos nveis de qualidade e a evoluo

    cientfica e tecnolgica esto exigindo maior complexidade e especificidade dos padres de

    terminologias (MARIN, 2000a). Segundo a autora, mesmo que as terminologias

    proporcionem diversidade na possibilidade de representao dos fenmenos de enfermagem e

    domnios da prtica, no fornecem meios prticos para traduo entre as mesmas, para

    agregar e comparar os dados registrados, como desenvolvimento de vocabulrios,

    representao de conceitos, desenvolvimento de softwares e implantao de sistemas

    computacionais.

    Dentre as diversas terminologias de enfermagem existentes, temos a nossa disposio

    a Taxonomia da Nanda Internacional, Classificao das Intervenes de Enfermagem (NIC),

    Classificao dos Resultados de Enfermagem (NOC), Classificao dos Cuidados Clnicos de

    Sade (CCC), Sistema de Sade Comunitria OMAHA.

    Apesar da existncia de diversas terminologias em enfermagem, as mesmas no

    representavam a Enfermagem no seu contexto mundial, desta forma, surgiu por parte dos

    enfermeiros a necessidade de construir uma terminologia que fosse capaz de descrever e

    comunicar as atividades de enfermagem utilizando uma linguagem especfica da rea. Na

    tentativa de suprir a necessidade de uma linguagem universal criou-se a CIPE desenvolvida

    pelo International Council of Nurses

    (ICN).

    2.3 Classificao Internacional para a Prtica de Enfermagem

    CIPE

    2.3.1 Perspectiva histrica

    A evoluo histrica da classificao internacional para a prtica da enfermagem teve

    seu incio no final da dcada de 1980, quando o Conselho Internacional de Enfermagem (CIE)

    (International Council of Nurses) acatou as orientaes da Organizao Mundial de Sade

  • 28

    (OMS), em acrescentar s Classificaes Internacionais de Diagnsticos e Procedimentos

    Mdicos o desenvolvimento das Classificaes de Problemas/Diagnsticos, de Intervenes e

    dos Resultados em Enfermagem (NBREGA; GUTIRREZ, 1999). Para as referidas autoras,

    essa iniciativa do CIE no pode ser concebida apenas como uma descrio e classificao do

    trabalho da Enfermagem mundial, mas como uma contribuio Famlia das Classificaes

    de Sade que descrevem o estado de sade do paciente ou cliente e as atividades

    desenvolvidas pelos diversos grupos profissionais.

    No Congresso Quadrienal, em 1989, em Seul

    Coria, o CIE foi informado da

    necessidade de desenvolver uma classificao internacional para a prtica de enfermagem

    devido impossibilidade de designar uma linguagem especfica da Enfermagem que impedia

    o reconhecimento adequado da sua contribuio para a sade e para a assistncia aos

    pacientes (CIE, 2007).

    Em 1991, com a deliberao do Conselho de Representantes de Enfermagem, o CIE

    iniciou estudos para a construo de um sistema de Classificao Internacional para a Prtica

    de Enfermagem que descrevesse a prtica de enfermagem a partir de uma nomenclatura

    compartilhada pelas enfermeiras de todos os pases. Durante o desenvolvimento desse estudo,

    foram analisadas a Classificao Internacional de Doenas (CID - 10), as classificaes

    aceitas pela Organizao Mundial de Sade (OMS) e os 14 sistemas de classificao de

    enfermagem identificados na pesquisa, que tinham como finalidade a identificao de

    denominaes pertencentes Enfermagem (NBREGA; GUTIRREZ, 1999).

    O CIE, em 1993, apresentou um documento intitulado Nursing's Next Advance: An

    International Classification for Nursing Practice (ICNP) (Prximo avano da enfermagem:

    Uma Classificao Internacional para a Prtica de Enfermagem

    CIPE); o qual no foi

    considerado a primeira verso, apenas uma reunio de elementos da prtica de enfermagem

    (ICN, 1993).

    A primeira verso dessa classificao ocorreu em 1996, denominada de Classificao

    Internacional para a Prtica de Enfermagem a CIPE Verso Alfa, considerada um Marco

    Unificado, tendo como objetivo estimular comentrios, discusses, observaes, crticas e

    recomendaes para melhoria desta classificao. Essa verso era composta pelas

    Classificaes de Fenmenos de Enfermagem e de Intervenes de Enfermagem. A

    Classificao de Fenmenos de Enfermagem tendo um enfoque monoaxial, representando o

    domnio do cliente (ser humano ou ambiente), listavam 293 fenmenos de enfermagem. J a

    Classificao das Intervenes de Enfermagem, representando o domnio das aes realizadas

    pelas enfermeiras, contendo uma classificao multiaxial na qual o termo do pice se

  • 29

    subdivide segundo um princpio geral de diviso em seis eixos, que so: Ao, Objeto,

    Enfoque, Meios, Lugar do Corpo e Tempo/Lugar (ICN, 2005).

    O CIE publicou em 1999, a CIPE Verso Beta, que foi definida como instrumento de

    informao para descrever a prtica de enfermagem, prover dados que identificassem a

    contribuio da Enfermagem no cuidado da sade e promovessem mudanas na prtica de

    enfermagem por meio da educao, administrao e pesquisa. Nesta verso, os principais

    componentes eram: os fenmenos, as aes e os resultados de enfermagem, num enfoque

    multiaxial. A Classificao de Fenmenos de Enfermagem foi constituda de oito eixos

    denominados: Foco da Prtica de Enfermagem, Julgamento, Freqncia, Durao, Local do

    Corpo, Topologia, Probabilidade e Portador. A Classificao de Aes de Enfermagem sofreu

    alteraes passando de seis eixos para oito eixos denominados: Tipo de ao, Alvo, Meios,

    Tempo, Topologia, Localizao, Via e Beneficirio (CIE, 2003).

    Em 2001, foi apresentada a CIPE Verso Beta 2, que foi definida como uma

    classificao de fenmenos, aes e resultados de enfermagem, sendo fenmenos

    considerados como aspectos de sade relevantes para a prtica de enfermagem. Esta verso

    apresentava duas estruturas de classificao: uma representava os Fenmenos de Enfermagem

    (diagnsticos e resultados de enfermagem) e a outra para Aes de Enfermagem, constituindo

    assim, uma terminologia combinatria com enfoque multiaxial (CIE, 2003; ICN, 2005).

    Essa verso da CIPE, segundo o ICN (2005), gerou tradues e relatrios de anlise

    chegando a ser difundida amplamente no mbito mundial. Porm, os organizadores da CIPE

    reconheceram que a finalidade de um sistema unificado de linguagem de enfermagem para

    satisfazer as necessidades dos enfermeiros ao redor do mundo no era possvel com as

    estruturas de classificaes presentes. Desta forma, alguns enfermeiros usaram a Verso Beta

    2, outros vocabulrios existentes diferentes da CIPE ou usaram a Verso Beta 2 como um

    recurso para desenvolver novos vocabulrios.

    O CIE continua comprometido para unificar dados de mbito mundial, para prover

    informao consistente e vlida sobre a prtica de enfermagem e os resultados apresentados

    pelos clientes. Para isso, a CIPE precisaria representar os existentes vocabulrios de

    enfermagem, continuar apoiando a Verso Beta 2 num enfoque multiaxial e facilitar o

    desenvolvimento de vocabulrios locais que seriam derivados da CIPE (CIE, 2007).

    2.3.2 CIPE Verso 1.0

    A CIPE Verso 1.0 foi apresentada em 2005, aps sugestes do comit de

    Aconselhamento Estratgico da CIPE onde a proposta era estabelecer uma estrutura mais

  • 30

    formal, usar um software capaz de atender as necessidades atuais, propiciar critrios para um

    vocabulrio completo que evitasse redundncia e ambigidade de termos, alm de assegurar

    que os cdigos relacionados aos termos no vocabulrio no refletissem a estrutura hierrquica

    de um vocabulrio.

    A CIPE Verso 1.0 considerada uma terminologia composicional, que facilita o

    mapeamento cruzado de termos locais, desenvolve novos vocabulrios e pode identificar

    relaes entre conceitos e vocabulrios existentes, alm de estabelecer padres de cuidado

    para a sade.

    Essa terminologia permite aos enfermeiros documentar de forma sistemtica sua

    assistncia com os indivduos, famlias e comunidades utilizando uma linguagem unificada de

    enfermagem que d suporte para uma melhoria na qualidade da ateno voltada para os

    cuidados com o paciente em mbito mundial (CIE, 2007).

    A CIPE, como um sistema de linguagem unificada de enfermagem, tende a

    comunicar e comparar dados de enfermagem; estes dados servem de referncia para a tomada

    de deciso, avaliar cuidado e resultados de enfermagem, desenvolver polticas de sade e

    gerar conhecimento da disciplina (ICN, 2005).

    A misso do Conselho Internacional de Enfermagem (CIE) representar a

    Enfermagem em mbito mundial, visando ao desenvolvimento da profisso e influenciar nas

    polticas de sade. A CIPE compatvel com essa misso e facilitar a gerao de

    informao e conhecimento sobre Enfermagem. Estas informaes podem ser usadas na

    prtica de enfermagem, como padro regulador nacional ou padres de imigrao,

    desenvolvimento da profisso e influncia que esta deciso traz as polticas de sade. O

    desenvolvimento da CIPE contnuo, em termos de novos conhecimentos das cincias da

    Enfermagem, informtica e terminologias do cuidado de sade, claramente evidente e de

    acordo com a filosofia do Conselho Internacional de Enfermagem (ICN, 2005).

    De acordo com CIE (2005), a elaborao da CIPE um processo contnuo, sendo

    necessrias constantes revises dessa classificao. Por isso, existe um comit de avaliao da

    CIPE que se rene a cada ano, com o objetivo de facilitar o processo dessas revises, busca

    evolues e avanos no seu desenvolvimento.

    2.3.2.1 Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0

    A CIPE Verso 1.0 foi apresentada por um novo grupo de eixos que condensou os

    oito eixos respectivamente, das estruturas das Classificaes de Fenmenos e de Aes da

    Verso Beta 2. Essa nova verso da CIPE foi estruturada de forma simplificada e organizada

  • 31

    em Sete Eixos para facilitar o desenvolvimento de vocabulrios locais, proporcionar

    embasamento classificao e enfocar a abrangncia e a profundidade dos conceitos que so

    o centro e a essncia da prtica de enfermagem necessrios em uma classificao

    internacional (ICN, 2005).

    Na representao do Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0 (Figura 1), os eixos

    esto definidos como: Foco

    rea de ateno que relevante para a Enfermagem, exemplo:

    dor, eliminao, probabilidade de vida, conhecimento; Julgamento

    opinio clnica ou

    determinao relacionada a um foco da prtica de enfermagem, exemplo: nvel decrescente,

    risco, melhorar, ininterrupto, abdome; Meios

    a maneira ou mtodo de realizar uma

    interveno, exemplo: bandagem, tcnicas de treinamento vesicular, servio nutricional; Ao

    um processo intencional aplicado a/ou desempenhado por um cliente, exemplo: administrar,

    monitorar; Tempo

    o ponto, perodo, instante, intervalo ou durao de uma ocorrncia,

    exemplo: admisso, nascimento, crnico; Localizao

    orientao anatmica e espacial de

    um diagnstico ou interveno, exemplo: posterior, abdome, escola, centro comunitrio de

    sade; Cliente

    sujeito a quem o diagnstico se refere e que o recipiente de uma

    interveno, exemplo: recm-nascido, famlia, comunidade.

    Fonte: ICN, 2005.

    Figura 1

    Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0.

  • 32

    Conforme o CIE (2005), as vantagens desse modelo tornar simples a representao

    dos termos, solucionar redundncias e ambigidades que estavam relacionados Verso Beta

    2 e facilitar a composio dos diagnsticos, resultados e intervenes de enfermagem.

    De acordo com a CIPE Verso 1.0 (2007), para elaborar o diagnstico de

    enfermagem e resultados de enfermagem utilizando o Modelo de Sete Eixos, necessrio

    incluir um termo do Eixo Foco e um termo do Eixo Julgamento, podendo acrescentar termos

    de outros eixos, de acordo com a necessidade.

    Para elaborar as intervenes de enfermagem, recomendado incluir um termo do

    Eixo de Ao, tendo-se que incluir pelo menos um termo alvo. Esse termo alvo pode ser um

    termo de qualquer eixo menos o Eixo Julgamento (ICN, 2005).

    Esse modelo reunir e codificar as informaes que sero organizadas para a criao

    de Catlogos da CIPE Verso 1.0. A conceitualizao desse Modelo de Sete Eixos e suas

    classificaes precisaro ser submetidas s anlises de reviso regular para manter a confiana

    e validade dessa classificao. Desta forma, a reviso ser realizada a cada cinco anos.

    O Modelo de Sete Eixos da CIPE estruturado de forma hierrquica, onde os

    vocabulrios so utilizados pelos enfermeiros nos sistemas de informao, para desenvolver

    novos vocabulrios e para cruzar os termos locais e terminologias existentes. Este modelo

    facilitar a composio dos diagnsticos, intervenes e resultados de enfermagem,

    contribuindo de maneira significativa para a prtica de enfermagem e para o desenvolvimento

    de Catlogos CIPE.

    De acordo com o ICN (2005), os catlogos so grupos de enunciados de diagnsticos,

    resultados e intervenes de enfermagem utilizados para construir sistemas de registros dos

    pacientes, manuais ou eletrnicos, suprir uma necessidade prtica e trazer benefcios na

    formao de um sistema unificado da linguagem de enfermagem.

  • 3 CONSIDERAES METODOLGICAS

  • 34

    3.1 Tipo de Estudo

    Trata-se de uma pesquisa exploratrio-descritiva, que teve como objetivo construir

    uma Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e Intervenes de Enfermagem, tendo como

    base o Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica e o

    Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0.

    Para o alcance dos objetivos, a pesquisa foi desenvolvida em duas fases: Construo

    do Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica do

    HULW/UFPB e Construo da Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e Intervenes de

    Enfermagem para a referida clnica.

    Antes de sua efetivao, o projeto foi submetido apreciao do Comit de tica em

    Pesquisa, do HULW da Universidade Federal da Paraba

    Campos I, de acordo com os

    aspectos ticos preconizados na Resoluo n 196/96 que regulamenta a pesquisa em seres

    humanos (BRASIL, 1996), tendo obtido parecer favorvel n 04/08, para o desenvolvimento

    da pesquisa (Anexo A) e na Resoluo COFEN n 311/2007 (COFEN, 2007).

    3.2 Local do Estudo

    A pesquisa foi desenvolvida na unidade da Clnica Cirrgica do Hospital

    Universitrio Lauro Wanderley, uma instituio pblica e hospital-escola da Universidade

    Federal da Paraba, campus I, localizada na cidade de Joo Pessoa

    Paraba.

    A Clnica Cirrgica esta situada no 2 andar do hospital, composta de duas alas A e B,

    e conta atualmente com 58 leitos que esto distribudos segundo suas especialidades

    cirrgicas. Na ala A, encontramos 36 leitos para atender as especialidades de cirurgia geral,

    proctolgica e urolgica. A ala B composta de 22 leitos, dentre os quais encontramos

    cirurgias ginecolgicas, cabea e pescoo e vascular. A clientela atendida na clnica cirrgica

    procedente da grande Joo Pessoa, do interior do Estado e de estados circunvizinhos. Esses

    clientes so admitidos na clnica atravs do Servio de Admisso e Alta (SAA) do

    ambulatrio, onde so previamente cadastrados quando indicada a interveno cirrgica. A

    mdia de permanncia dos clientes na referida clnica em torno de quatro a cinco dias. A

    equipe de enfermagem que presta assistncia aos pacientes em pr e ps-operatrio

    composta de 17 enfermeiros e 45 auxiliares de enfermagem.

  • 35

    3.3 Fases da Pesquisa

    3.3.1 Primeira Fase: Construo do Banco de Termos da Linguagem Especial de

    Enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB

    Para atender os objetivos desta pesquisa, buscou-se seguir os procedimentos

    metodolgicos de um trabalho terminolgico onde foi identificada e avaliada a documentao

    especializada, realizada a delimitao do campo temtico da anlise terminolgica, e

    estabelecidas as rvores de domnio das bases de dados; em seguida, elaboradas as definies

    para os termos no constantes na CIPE Verso 1.0; e por fim validados os termos e

    respectivas definies que contriburam para a Construo do Banco de Termos da

    Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB.

    Identificao e avaliao de documentao especializada

    Na Clnica Cirrgica foram realizadas 11.350 transcries de termos e expresses dos

    registros de enfermagem de 100 pronturios, que resultaram na identificao de 464 termos.

    Esses termos foram submetidos a processo de normalizao, com retirada de duplicaes,

    correes ortogrficas e uniformizao, resultando em 370 termos identificados na Clnica

    Cirrgica do HULW/UFPB (SANTOS, 2004). Esses termos foram inseridos em planilhas do

    Microsoft Office Excel, para construo de uma base de dados (Anexo B).

    Delimitao do campo temtico da anlise terminolgica

    Com a implementao do Projeto de Sistematizao da Assistncia de Enfermagem no

    HULW/UFPB em 1998, foram tomadas algumas decises, entre as quais a de utilizar a CIPE

    como o campo temtico para a anlise terminolgica dos dados desta pesquisa (NBREGA et

    al, 1998). Desta forma, considerou-se a CIPE o sistema de classificao adotado para a

    construo dos diagnsticos e elaborao das intervenes de enfermagem.

    Os termos identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB por Santos (2004),

    assim como os termos constantes nos sete eixos da CIPE Verso 1.0 foram inseridos em

    planilhas para a construo de tabelas especficas. Essas tabelas foram submetidas ao processo

    de mapeamento cruzado para identificao de termos constantes e no constantes na CIPE

    Verso 1.0, resultando em 187 termos constantes e 183 termos no constantes.

    Estabelecimento de rvores de domnio das bases de dados

    Os termos identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, foram includos em

  • 36

    rvores de domnio, ou seja, em diagramas hierrquicos compostos pelos termos-chave do

    Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0.

    Antes de sua incluso nas rvores de domnio, os termos classificados como no

    constantes na CIPE Verso 1.0 foram submetidos a um processo de anlise onde observou-

    se sinonmia, identificao e excluso de: 1) termos relacionados a procedimentos mdicos; 2)

    termos relacionados a processos patolgicos; 3) termos relacionados a medicamentos; 4)

    termos includos na descrio de caractersticas especficas dos constantes na CIPE Verso

    1.0. Aps o procedimento de anlise, os termos foram distribudos nos sete eixos da CIPE

    Verso 1.0, levando-se em considerao a definio de cada eixo e a congruncia da insero

    do termo no eixo.

    Elaborao de definies para os termos constantes e no constantes na CIPE Verso

    1.0

    Para o processo de elaborao das definies dos termos classificados como

    constantes na CIPE Verso 1.0, utilizaram-se as definies apresentadas nesta classificao,

    acrescentando-se sugestes, tendo como base a experincia da pesquisadora e a realidade da

    clnica. Para os termos no constantes na CIPE Verso 1.0, foram desenvolvidos as

    definies utilizando-se a reviso da literatura por meio da consulta a livros-texto e

    dicionrios da rea da Enfermagem e da Sade.

    Validao dos termos e definies includos nas bases de dados

    Os termos e suas respectivas definies foram submetidos ao processo de validao

    por enfermeiros e docentes que atuam na Clnica Cirrgica, e que concordaram em participar

    do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apndice A).

    Para a validao dos termos e definies, aplicou-se um instrumento contendo os

    termos e suas definies em que se solicitou a colaborao dos participantes no sentido de

    apontar se os termos so utilizados e se as definies confirmam o significado desses termos

    na prtica profissional. Em caso de discordncia das definies, sugerissem para sua

    adequao realidade da prtica de enfermagem.

    O instrumento foi encaminhado aos enfermeiros assistenciais e docentes do

    Departamento de Enfermagem Mdico-Cirrgica e Administrao (DEMCA) e da Escola

    Tcnica de Sade da UFPB, que atuam na referida clnica (Apndice B). Para o tratamento

    dos dados coletados na pesquisa, os instrumentos foram identificados pelas letras iniciais de

  • 37

    cada participante e as variveis contidas nos mesmos foram codificadas e inseridas em um

    banco de dados. Os dados foram analisados utilizando-se estatsticas descritivas.

    Os termos foram considerados como sendo teis para a prtica profissional e as

    definies dos termos como validadas quando alcanaram um ndice de Concordncia (IC)

    0,8 entre os participantes da pesquisa. Aps esse procedimento, ocorreu a construo do

    Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica do

    HULW/UFPB, o qual contribuir como fonte para desenvolvimento de Catlogos CIPE, em

    pesquisas futuras.

    3.3.2 Segunda Fase: Construo de Nomenclatura de Diagnsticos/Resultados e

    Intervenes de Enfermagem para a Clnica Cirrgica do HULW/UFPB

    Para a realizao da segunda fase da pesquisa, levou-se em considerao o Banco de

    Termos da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB e o

    Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0.

    O CIE (2005) recomenda que, para compor as afirmativas de diagnsticos/resultados e

    intervenes de enfermagem, utilize-se o Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0. Para a

    construo de diagnsticos/resultados de enfermagem so apontadas as seguintes diretrizes:

    incluir, obrigatoriamente, um termo do eixo Foco e um termo do eixo Julgamento; incluir

    termos adicionais, conforme a necessidade, dos eixos Cliente, Localizao e Tempo.

    Para a construo de afirmativas de intervenes de enfermagem so indicadas as

    seguintes diretrizes: incluir, obrigatoriamente, um termo do eixo Ao e um termo Alvo, que

    pode ser considerado termo constante nos eixos Foco, Cliente, Localizao, Meios e Tempo.

    As afirmativas de diagnsticos/resultados e intervenes de enfermagem foram

    submetidas a um processo de validao por enfermeiros que concordaram em participar do

    estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apndice C e E). Para isto,

    foi desenvolvido um instrumento para validao das afirmativas de diagnsticos /resultados

    (Apndice D) e intervenes de enfermagem (Apndice F). Neste instrumento, foi solicitado a

    colaborao das enfermeiras no sentido de apontar se as afirmativas so aplicveis rea de

    Clnica Cirrgica e se as participantes do estudo utilizavam efetivamente essas afirmativas

    em sua prtica profissional. Esse instrumento foi encaminhado por e-mail para enfermeiras

    assistenciais e docentes do Departamento de Enfermagem Mdico-Cirrgica e Administrao

    (DEMCA) e da Escola Tcnica de Sade

    CCS/UFPB, que atuam na Clnica Cirrgica do

    HULW/UFPB.

  • 38

    Para anlise dos dados coletados na pesquisa, os instrumentos foram identificados e as

    variveis contidas nos mesmos foram codificadas e inseridas em banco de dados. Os dados

    foram analisados, utilizando-se estatsticas descritivas. Consideraram-se as afirmativas de

    diagnsticos/resultados e intervenes de enfermagem como validadas, quando alcanaram

    um ndice de Concordncia (IC) 0,8 entre os participantes da pesquisa.

  • 4 ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS

  • 40

    4.1 Construo do Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB

    Os registros de enfermagem so importantes expresses da assistncia prestada

    diretamente aos pacientes pelos profissionais que atuam nos cuidados para atender as

    necessidades individuais do ser humano. Desta forma, as anotaes de enfermagem, quando

    fundamentadas em um referencial terico, garantem a qualidade da assistncia, fornecem

    subsdios na comunicao entre todos os membros da equipe de sade, motivando-os a

    visualizarem de forma integral o cuidado ao paciente e estimulando-os tambm a executarem

    anotaes mais complexas que exprimam todos os aspectos da assistncia de enfermagem

    (CARVALHO, 2005).

    Para que essa documentao possa estar inserida no universo da linguagem, ela se

    apropria das contribuies tericas e concretas da terminologia, j que a linguagem usada ou

    gerada deve ser prontamente compreensvel para os profissionais da rea e deve refletir de

    forma acurada a prtica natural da Enfermagem (PAHO, 2001).

    Nesse contexto, esta pesquisa buscou construir uma Nomenclatura de Diagnsticos/

    Resultados e Intervenes de Enfermagem para a Clnica Cirrgica, estando embasada na

    terminologia e nos termos que fazem parte do projeto Identificao de termos da linguagem

    profissional para insero em sistemas de informao: instrumental terminolgico para a

    melhoria da qualidade da assistncia de enfermagem .

    Foi realizado inicialmente o processo de normalizao, o qual Pavel e Nolet (2003)

    orientam quanto supresso de duplicaes, correes ortogrficas e uniformizao dos

    termos. O processo de normalizao dos termos resultou em 187 termos constantes e 183

    termos no constantes. Esse momento corresponde ao primeiro passo do procedimento do

    trabalho terminolgico que determina a identificao e a avaliao da documentao

    especializada.

    Para construo do Banco de Termos da Clnica Cirrgica utilizaram-se 370 termos

    dos quais 187 (50,5%) foram considerados como constantes na CIPE Verso 1.0 e 183

    (49,5%) como no constantes nessa Classificao. Os 187 termos identificados como

    constantes nos sete eixos da CIPE Verso 1.0 esto distribudos 66 termos no eixo Foco, 7

    no eixo Julgamento, 24 no eixo Meios, 28 no eixo Ao, 6 no eixo Tempo, 53 no eixo

    Localizao e 3 no eixo Cliente, conforme pode ser visualizado no Grfico 1.

  • 41

    66

    7

    2428

    6

    53

    30

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Clnica Cirrgica

    Foco Julgamento Meios Ao Tempo Localizao Cliente

    Grfico 1 - Termos identificados nos registros dos membros da equipe de enfermagem da Clnica Cirrgica do HULW/UFPB e classificados nos eixos da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2006.

    No segundo momento, delimitao do campo temtico, considerou-se a Classificao

    Internacional para a Prtica de Enfermagem a CIPE Verso 1.0, como campo temtico para a

    anlise terminolgica desta pesquisa.

    Na delimitao do campo temtico, utilizou-se o processo do mapeamento cruzado

    onde ocorreu o cruzamento dos 370 termos da Clnica Cirrgica resultante do processo de

    normalizao com os termos da CIPE Verso 1.0 distribudos nos sete eixos. Aps esse

    processo, foram identificados 187 termos constantes na CIPE Verso 1.0 e 183 termos no

    constantes nessa classificao.

    Para estabelecer rvores taxonmicas dos termos constantes e no constantes na

    CIPE Verso 1.0, foi necessrio que os 183 termos no constantes fossem submetidos

    anlise. Essa anlise incluiu a identificao dos termos relacionados aos procedimentos

    mdicos, aos processos patolgicos, medicao, sinonmias dos termos e descrio de

    caractersticas especficas de termos constantes nas definies da CIPE Verso 1.0.

    Neste processo de anlise, 2 termos foram considerados procedimento patolgico,

    (Fstula, Diabetes), 1 termo foi considerado medicao (Insulina), 29 termos foram

    considerados procedimento mdico, (bipsia, colecistectomia, colonoscopia,

    colpoperineoplastia, curetagem, anestesia, esofagectomia, fistulectomia, glossectomia,

    hemorroidectomia, hernioplastia, hernioplastia incisional, hernioplastia inguinal, herniorrafia,

    herniorrafia incisional, herniorrafia umbilical, histerectomia, miomectomia, perineoplatia,

    prostatectomia, prostatectomia transvesical, tireoidectomia, traqueoplastia, ultra-sonografia,

    videolaparoscopia, amputao, cirrgia, traqueotomia, traqueostomia). Durante esta anlise,

  • 42

    foram identificados 37 termos no constantes considerados como sinnimos dos termos

    constantes na CIPE Verso 1.0, conforme o Quadro 1.

    Termos no constantes na CIPE

    Verso

    1.0 Sinonmia dos termos constantes na CIPE

    Verso

    1.0

    Ausente/no Julgamento negativo

    Calcneo Calcanhar

    Cateter epidural Cateter intra-espinhal

    Cateter de oxignio Sonda de oxignio

    Centralidade Central

    Cheiro ftido Odor ftido

    Coletar Colher

    Coletor fechado Coletor de urina/ Bolsa de urina

    Compressa Bandagem

    Constipao Obstipao

    Corpo como um todo Corpo

    Curativo Curativo de ferida

    Desorientao Confuso

    Diurese Urina

    Eliminao intestinal Defecao

    Enterclise Enema

    Exerccio Exercitar

    Extremidade Extenso

    Funo cardaca Processo cardaco

    Hemoterapia Hemotransfuso

    Hidratao venosa Terapia intravenosa

    Membro inferior Membro

    Membro inferior direito Membro

    Membro inferior esquerdo Membro

    Membro superior direito Membro

    Membro superior esquerdo Membro

    Perda sangnea Sangramento

    Periferia Perifrico

    Prejudicado Comprometido

    Pulso Punho

  • 43

    Termos no constantes na CIPE

    Verso

    1.0 Sinonmia dos termos constantes na CIPE

    Verso

    1.0

    Realizar Executar

    Respirao Processo do sistema respiratrio

    Sala de operao Sala de cirurgia

    Servio de radiologia Departamento de radiologia

    Sonda nasoentrica Sonda gastrointestinal

    Sonda nasogstrica Sonda gastrointestinal

    Venclise Terapia intravenosa

    Quadro 1- Apresentao dos termos no constantes que apresentam sinonmias dos termos constantes da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    Desse processo de anlise, 37 termos passaram a ser considerados como constantes

    Ausente/no, Calcneo, Cateter epidural, Cateter de oxignio, centralidade, Cheiro ftido,

    Coletar, Coletor fechado, Compressa, Constipao, Curativo, Desorientao, Diurese,

    Eliminao intestinal, Enterclise, Exerccio, Extremidade, Funo cardaca, Hemoterapia,

    Hidratao venosa, Perda sangnea, Periferia, Prejudicado, Pulso, Realizar, Respirao, sala

    de operao, Servio de radiologia, Sonda nasoentrica, Sonda nasogstrica, venclise). Alm

    desses, o termo no constante Corpo como um todo

    passou a ser considerado apenas como

    Corpo , e assim foi considerado como termo constante, 5 termos foram desmembrados

    (Membro inferior, Membro inferior direito, Membro inferior esquerdo, Membro superior

    direito, Membro superior esquerdo) passando a ser considerado apenas o termo Membro

    no constante na CIPE Verso 1.0 e Direito , Esquerdo , Inferior e Superior

    termos

    constantes nesta classificao e presentes na relao dos termos constantes identificados na

    Clnica Cirrgica.

    No perodo de anlise, foi verificado que entre os termos identificados na Clnica

    Cirrgica do HULW/UFPB, 9 termos considerados como no constantes na CIPE Verso 1.0

    representavam caractersticas especficas presentes na definio de termos constantes nessa

    classificao, de acordo com o Quadro 2.

    Termos no constantes na CIPE

    Verso 1.0

    Caracterstica especfica presente na definio de termos constantes na CIPE Verso 1.0

    Consistncia Fezes

    Dieta Malnutrio, Emaciao

    Doena Processo Patolgico, Emagrecimento

  • 44

    Termos no constantes na CIPE

    Verso

    1.0 Caracterstica especfica presente na definio de

    termos constantes na CIPE Verso 1.0

    Encaminhar Referir

    Estado Geral Caquexia

    Hiperemia Inflamao

    Inciso Ferida Cirrgica

    Secreo Ferida, lcera, Dreno

    Timpanismo Dispepsia

    Quadro 2

    Apresentao dos termos no constantes que apresentam caractersticas especficas de termos constantes da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    Durante o processo de anlise, foram identificados 3 termos considerados como sendo

    sinnimos entre si, conforme Quadro 3.

    Termos no constantes na CIPE

    Verso 1.0 Sinonmia

    Glicemia Glicemia Capilar

    Glicemia Glicosimetria

    Glicosimetria Glicemia Capilar

    Quadro 3

    Apresentao dos termos no constantes que apresentam sinonmias entre os termos. Joo Pessoa, 2008.

    Resultaram desse processo de anlise, 315 termos dos registros de enfermagem da

    Clnica Cirrgica, sendo que 195 termos constantes e 120 termos no constantes. Em seguida,

    os termos constantes e no constantes foram distribudos no Modelo de Sete Eixos da CIPE

    Verso 1.0. Aps essa distribuio, iniciou-se a incluso dos termos em rvores de conceitos,

    ou seja, em diagramas hierrquicos (rvores taxonmicas) compostos pelos termos-chave do

    Modelo de Sete Eixos da CIPE Verso 1.0.

    Na rvore taxonmica do eixo Foco, os termos foram organizados nos blocos de

    conceitos: ENTIDADE, PROCESSO e ESTADO, com suas respectivas subdivises. A seguir,

    descreveremos as definies dos conceitos segundo a CIE (2007). ENTIDADE

    definida como

    sendo: Algo que existe como uma unidade particular e discreta, existncia de algum ou algo alm de

    suas prioridades ; PROCESSO

    definido pelo CIE (2007, p.50) como sendo: Uma srie de funes ou

    aes para atingir um resultado ; ESTADO

    definido pelo CIE (2007, p.100) como sendo: Condio

  • 45

    de uma pessoa em relao aos outros, relativo posio de uma pessoa (Figura 2).

    Fonte: ICN (2007).

    Figura 2 - rvore taxonmica do eixo Foco da CIPE Verso 1.0.

  • 46

    O eixo Foco corresponde rea de ateno que relevante para a Enfermagem. Na

    Clnica Cirrgica, 103 termos do eixo Foco esto subdivididos em 72 termos constantes e 31

    termos no constantes de acordo com o Quadro 4.

    EIXO FOCO

    Bloco de conceitos

    Subconceitos Termos constantes no eixo Foco

    Termos no constantes no eixo Foco

    ENTIDADE Substncia corporal

    Expectorao, Fezes, vmito, Urina (Diurese), Sangramento (Perda sangunea), Secreo

    Sangue

    PROCESSO

    Comportamento

    Autocuidado, Choro, Banhar-se (Banho), Obstruo, Comunicao (Fala), Uso de tabaco, Uso de lcool, Caminhar (Andar) Exercitar (Exerccio)

    Apatia, Higiene

    Processo corporal

    Agitao, Ascite, Audio, Caquexia, Dispnia, Dor, Edema, Eliminao, Eliminao urinria, Febre, Ferida, Ferida cirrgica, Hipotenso, Hipertenso, Hiperglicemia, Incontinncia intestinal (Fecal), Infeco, Movimento, Nusea, Necrose, Pele seca, Perfuso dos tecidos (Tissular), Prurido, Repouso, Rudo, Sinal, Sinal vital, Sono, Tosse, lcera, Viso, Alergia, Processo do sistema respiratrio (Respirao), Odor ftido (Cheiro ftido) Processo patolgico (Doena), Defecao (Eliminao intestinal) Obstipao (Constipao), Hipoatividade

    Cicatriz Abscesso, Aciantica, Gargarejo, Hemtico, Hemiplegia, Hiperemia, Hipocorada, Hipocrmico, Hipofontica, Ictercia, Indolor, Inspirao, Expirao, Rudos hidroareos, Timpanismo, Taquipnico, Umidade, Hidratao

    Processo psicolgico

    Aceitao, Ansiedade Confuso (Desorientao, desorientado) Concentrao

    Lucidez, Tenso, Sensao

    ESTADO

    Apetite Apetite

    Sade Bem-estar

    Integridade Integridade

    Estado neurolgico

    Orientao

  • 47

    Bloco de conceitos

    Subconceitos Termos constantes no eixo

    Foco Termos no constantes no

    eixo Foco

    Estado fisiolgico

    Peso, Presso sangnea (Presso arterial), Temperatura, Temperatura corporal, Volume de lquidos, Altura, Freqncia de pulso Processo cardaco (Funo cardaca) Definhamento (Emagrecimento)

    Nutrio

    Dieta, Jejum, Afebril, Anictrica Funo, Rigidez

    Ritmo Ritmo cardaco

    Quadro 4 - Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Foco da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    Observa-se que os termos encontrados no eixo foco esto inseridos nos registros de

    enfermagem e representam o ponto central da assistncia de enfermagem da Clnica

    Cirrgica.

    Os termos da Clnica Cirrgica pertencentes ao eixo Julgamento foram organizados

    em blocos de conceitos: JULGAMENTO POSITIVO OU NEGATIVO e ESTADO, com suas

    respectivas subdivises. O bloco de conceito JULGAMENTO POSITIVO OU NEGATIVO

    definido pelo CIE (2007, P.113) como sendo Julgamento , ESTADO

    definido pelo CIE (2007,

    P.113) como sendo Julgamento

    (Figura 3).

  • 48

    Fonte: ICN (2007).

    Figura 3 - rvore taxonmica do eixo Julgamento da CIPE Verso 1.0.

    O eixo Julgamento focaliza a opinio clnica ou determinao relacionada ao foco da

    prtica de enfermagem. Na Clnica Cirrgica, 33 termos do eixo julgamento esto

    subdivididos em 7 termos constantes e 26 termos no constantes de acordo com o Quadro 5.

  • 49

    EIXO JULGAMENTO

    Bloco de conceitos

    Subconceitos Termos constantes no eixo Julgamento

    Termos no constantes no eixo

    Julgamento

    JULGAMENTO POSITIVO E NEGATIVO

    Comprometido Comprometido (Prejudicado) Julgamento negativo (No, Ausente)

    Estado geral bom (Bom estado), Estado geral grave, Estado geral melhorado, Estado geral regular, Insatisfatrio,

    Deficiente, Difcil

    Melhorado Melhorado Cooperativa, satisfatrio

    ESTADO

    Nvel absoluto Calmo, Consistncia, Consciente, Moderado, Espessa, Flcido, Amolecido, Diminudo, Disseminado

    Dimenso Parcial, Total Normocrdio, Normofontico, Normocorado

    Tamanho Grande

    Nvel Relativo Baixo Aumentado, Discreto, Elevado, Descoberto

    Dependncia Espontneo

    Quadro 5 - Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Julgamento da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    Verifica-se que os termos encontrados no eixo julgamento representam a realidade da

    Clnica Cirrgica frente a uma interveno e aos resultados que se desejam obter.

    A rvore taxonmica do eixo Meios da CIPE Verso 1.0 representada por blocos

    dos conceitos: ARTEFATO, SERVIO DE SADE, PRESTADOR DE CUIDADO,

    MATERIAL, TCNICA e TERAPIA com suas respectivas subdivises. No bloco de conceito

    ARTEFATO,

    definido pelo CIE (2007, p.117) como sendo Meios ; SERVIO DE SADE

    definido

    pelo CIE (2007, p.122) como sendo [...] fornecimento pelas instituies, por exemplo, clnica e

    hospitais, bem como pessoas qualificadas, encarregadas de tarefas para prevenir e tratar doenas e

    promover e manter a sade ; PRESTADOR DE CUIDADO

    definido pelo CIE (2007, p.122) como

    sendo Meios ; MATERIAL, cuja definio dada pelo CIE (2007, p.123) Meios ; TCNICA

    definido pelo CIE (2007, p.123) como Meios ; TERAPIA definido pelo CIE (2007, p.125) como:

    Meios

    (Figura 4).

  • 50

    Fonte: ICN (2007).

    Figura 4

    rvore taxonmica do eixo Meios da CIPE Verso 1.0.

    O eixo Meios focaliza a maneira ou o mtodo de desempenhar uma interveno. Na

    Clnica Cirrgica, 42 termos do eixo Meios esto subdivididos em 25 termos constantes e 17

    termos no constantes de acordo com o Quadro 6.

    EIXO MEIOS

    Bloco de conceitos Termos constantes no eixo Meios Termos no constantes no eixo Meios

    ARTEFATO Bolsa de colostomia, Cadeira de rodas, Cnula, Cateter, Cateter Urinrio, Dreno, Mscara, Tampo, Tubo (Sonda), Cateter epidural (Cateter espinhal), Dentadura (Prtese dentria), Plano, Sonda de oxignio (Cateter de oxignio), Sonda Gastrointestinal (Sonda Nasogstrica, Nasoentrica), Compressa (Bandagem)

    Dreno de penrose, Dreno de suco, Esparadrapo (Microporo), Jelco, Oxmetro de pulso

    SERVIO DE SADE

    Servio de enfermagem

    MATERIAL Insulina (Regular), Medicao (Medicamento), Soluo, Curativo (Curativo de ferida)

    Coletor fechado, Bolsa coletora

    TCNICA Hemodilise, Enema (Enterclise) Gavagem, Glicemia Capilar (Glicemia, Glicosimetria), Inciso, Procedimento, tricotomia, Balano hdrico, Instilao contnua

    TERAPIA Hemoterapia (Hemotransfuso), Oxigenoterapia, Terapia intravenosa (Venclise, Hidratao venosa)

    Nebulizao, Termoterapia, Tratamento

    Quadro 6 - Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Meios da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

  • 51

    Os termos que esto inseridos no eixo Meios correspondem forma, maneira de

    proporcionar ao paciente cuidados adequados ao atendimento das necessidades humanas

    bsicas e especficas do ser humano.

    A rvore taxonmica do eixo Ao da CIPE Verso 1.0 representada por blocos de

    conceitos: ATENDER, DETERMINAR, INFORMAR, ADMINISTRAR e

    DESEMPENHAR, com suas respectivas subdivises. O bloco de conceitos ATENDER

    definido como Estar preocupado com, a servio de, ou tomar conta de algum ou alguma coisa

    (CIE, 2007, P.129). DETERMINAR

    definido pelo CIE (2007, P.132) como: Encontrar ou

    estabelecer de forma precisa a presena de alguma coisa ; o bloco INFORMAR

    definido pelo CIE

    (2007, P.134) como sendo: Contar alguma coisa para algum ; o bloco ADMINISTRAR

    definido

    pelo CIE (2007, P.135) como sendo: Providenciar ou aplicar um remdio ; no bloco de conceito

    DESEMPENHAR, definido pelo CIE (2007, P.137) como [...] fazer uma tarefa ou tcnica

    (Figura

    5).

  • 52

    Fonte: ICN (2007) Figura 5

    rvore taxonmica do eixo Ao da CIPE Verso 1.0.

    O eixo Ao corresponde a um processo intencional aplicado a um cliente. Na Clnica

    Cirrgica, 39 termos do eixo Ao esto subdivididos em 29 termos constantes e 10 termos

    no constantes de acordo com o Quadro 7.

    EIXO AO

    Bloco de conceitos Subconceitos Termos constantes no eixo Ao

    Termos no constantes no eixo Ao

    DETERMINAR Avaliar Avaliar, Verificar, Pesar, Inspecionar, Auscultar

    Evoluir

    INFORMAR Orientar

    Orientar

    Explicar

    Explicar

    ADMINISTRAR

    Distribuir

    Administrar, Aplicar

    Medicar

  • 53

    Bloco de conceitos Subconceitos Termos constantes no eixo Ao

    Termos no constantes no eixo Ao

    Liderar

    Encaminhar

    Obter

    Coletar

    Mandar

    Prescrever

    Organizar

    Manter

    Ordenar

    Solicitar

    Submeter

    DESEMPENHAR

    Executar

    Admitir, Readmitir, Realizar, Receber

    Trocar

    Trocar, Palpar

    Limpar

    Aspirar, Drenar, Lavar

    Inserir

    Puncionar, Instilar, Instalar

    Hidratar

    Posicionar

    Elevar

    Remover

    Remover

    Esvaziar

    Higienizar

    Limpar

    Alimentar

    Alimentar

    Mudar

    Alterar

    Renovar

    Preparar

    Preparar

    Mobilizar

    Imobilizar

    Quadro 7 - Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Ao da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    Ao analisar os termos no eixo Ao, identifica-se que esses termos esto relacionados

    ao modo de proceder, de atuar do profissional frente s situaes que necessitam da tomada

    de deciso clnica do enfermeiro.

    A rvore taxonmica do eixo Tempo da CIPE Verso 1.0 representada por blocos

    de conceitos: DURAO, INCIO, INTERVALO DE TEMPO, FREQNCIA e

    SITUAO, com suas respectivas subdivises. O bloco de conceito DURAO

    definido

    pelo (CIE, 2007, P.145) como O perodo de tempo durante o qual alguma coisa acontece ;

    INCIO

    definido pelo (CIE, 2007, P.145) como Tempo ; INTERVALO DE TEMPO

    definido pelo CIE (2007, P.146) como Tempo ; o bloco de conceito FREQNCIA

    definido pelo CIE (2007, P.145) como sendo: O nmero de ocorrncias em um dado perodo

    de tempo, o nmero de repeties por unidade de tempo . No bloco conceitual SITUAO

    definido pelo CIE (2007, P.145) como: Tempo

    (Figura 6).

  • 54

    Fonte: ICN (2007).

    Figura 6

    rvore taxonmica do eixo Tempo da CIPE Verso 1.0.

    O eixo Tempo focaliza o momento, perodo, instante, intervalo ou durao de uma

    ocorrncia. Neste eixo, foram identificados 9 termos que esto subdivididos em 6 termos

    constantes e 3 termos no constantes de acordo com o quadro abaixo.

  • 55

    EIXO TEMPO

    Bloco de conceitos Subconceito Termos constantes no eixo Tempo

    Termos no constantes no eixo Tempo

    FREQNCIA Freqente Freqente, Contnua

    SITUAO Evento Exame, Alta hospitalar Ps-operatrio, Ps-prandial, Pr-operatrio

    INTERVALO DE TEMPO

    Presente Presente, Intermitente

    Quadro 8 - Distribuio dos termos constantes e no constantes identificados na Clnica Cirrgica do HULW/UFPB, no eixo Tempo da CIPE Verso 1.0. Joo Pessoa, 2008.

    Observa-se que os termos inseridos no eixo Tempo correspondem ao momento em que

    ocorrem as atividades de enfermagem, sendo necessrio que os enfermeiros da Clnica

    Cirrgica reconheam as especificidades de cada momento, para que possam prestar uma

    assistncia de enfermagem de qualidade voltada para atender as necessidades dos pacientes

    que se encontram na fase de pr e ps-operatrio.

    A rvore taxonmica do eixo Localizao da CIPE Verso 1.0 representada por

    blocos de conceitos: CONSTRUO, POSIO e ESTRUTURA com suas respectivas

    subdivises; o bloco de conceito CONSTRUO

    definido pelo CIE (2007, p.151)

    Localizao , no bloco de conceito POSIO definido pelo CIE (2007, p.151) como sendo:

    Localizao , no bloco de conceito ESTRUTURA

    definido pelo CIE (2007, p.152) como sendo:

    Localizao

    (Figura 7).

  • 56

    Fonte: ICN (2007).

    Figura 7

    rvore taxonmica do eixo Localizao da CIPE Ver