parte vi - trotskismo x leninismo

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    Trotskismo x Leninismo - Lies Da histria Parte VI

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    Trotskismo X Leninismo

    Lies da HistriaParte VI

    Sobre a Coletivizao

    Harpal BrarTraduo Pedro Castro

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    Parte VI

    Sobre a ColetivizaoCaptulo 18A Coletivizao......................................................................................................................................................... 4Captulo 19Crtica do Grupo de Estudos da Poltica Chinesa............................................................................................. 41

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    Parte VI

    Sobre a Coletivizao

    "Apenas se conseguirmos na prtica mostrar aos camponeses as vantagens do

    cultivo do solo comum, coletivo, cooperativo, a classe operria, que detm o poderdo Estado em suas mos, realmente provar aos camponeses a correo da poltica erealmente assegurar a adeso real e durvel das vastas massas do campesinato."

    Lnin

    "...a proclamao de uma bandeira no bastante para levar o campesinato a voltar-se em massa para o socialismo. Ao menos uma circunstncia a mais necessria para

    isso, a saber, que as massas do prprio campesinato estejam convencidas de que abandeira proclamada est correta e que elas devem aceit-la como sua prpria."

    "As fazendas coletivas no devem ser estabelecidas fora. Isso seria insensato ereacionrio."

    Stalin

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    Captulo 18

    A Coletivizao

    A questo da coletivizao na Unio Sovitica foi sempre um tema controvertido -

    dentro e fora da URSS. E no poderia ser de outro modo, por causa da importncia dacoletivizao, em relao questo da construo do socialismo no interior do pas.Portanto, comearemos fazendo algumas observaes sobre a importncia dacoletivizao em gerai: depois, aproveitaremos esta oportunidade para comentarsobre dois desvios - o desvio de direita e o desvio 'esquerdista' - da linha leninista doPartido sobre a coletivizao, contra os quais a linha do Partido teve de combater emuma luta feroz para ser vitoriosa; e, finalmente, mostraremos que a gritaria daburguesia de todos os pases e de seus agentes no movimento da classe operria, ostrotskistas, os revisionistas, os social-democratas e reformistas e reacionrios de todasas cores e tonalidades, contra a coletivizao na URSS, no era seno uma defesa

    disfarada - e em alguns casos aberta - do capitalismo ou, mais corretamente, de suarestaurao.

    A. A importncia geral da coletivizao

    (1) Primeiramente, a coletivizao de tremenda significao do ponto de vista docampesinato, pois a fazenda camponesa de pequena escala inevitavelmente leva runa, destituio e pauperizao da maioria esmagadora da populao camponesa. Eisalguns pronunciamentos de Lnin sobre esse ponto:

    "No h escapatria da pobreza para a pequena fazenda"(Lnin, SW Vol. 8, p. 195).

    "O sistema de pequenas fazendas, na produo de commodities, no pode salvar ahumanidade da pobreza e da opresso das massas"(Lnin, SW Vol. 6, p. 60).

    "Se continuarmos com as nossas velhas fazendas pequenas, mesmo como cidadoslivres em terras livres, ns ainda enfrentaremos a runa inevitvel"(Lnin, SWVol. 6, p.370).

    "Somente com a ajuda do trabalho comum, cooperativo, poderemos escapar doimpasse a que a guerra imperialista nos levou "(Lnin, SWVol. 8, p. 193).

    "Devemos passar ao cultivo comum, em grandes fazendas-modelo. Do contrrio, nohaver escapatria do deslocamento, da situao verdadeiramente desesperadora emque a Rssia se encontra"(Lnin, SW, Vol. 6, p. 371).

    (2) Em segundo lugar, somente atravs da coletivizao poderia a classe operria, quedetinha o poder do Estado, assegurar a adeso duradoura das vastas massas docampesinato; somente atravs da coletivizao poderia a classe operria efetivamentemanter sua direo da principal massa do campesinato, no sistema da ditadura doproletariado.

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    "Somente se conseguirmos na prtica mostrar ao campesinato as vantagens do cultivodo solo comum, coletivo, cooperativo, de 'artel', somente se tivermos xito em ajudar ocampons por meio da fazenda cooperativa, de 'artel'1, a classe operria, que detm o

    poder do Estado em suas mos, provar ao campons a correo de sua poltica erealmente assegurar o prosseguimento real e duradouro das vastas massas do

    campesinato"(Lnin, SW, Vol. 8, p. 198).

    (3) Enquanto durou o sistema da fazenda camponesa de pequena escala, o perigo darestaurao do capitalismo apresentava-se como o mais real de todos os perigos, pois"o regime sovitico no podia continuar por longo prazo a manter dois fundamentosopostos: a indstria socialista em larga escala, que destrua os elementos capitalistas,e as fazendas pequenas do campons individual, que engendravam os elementoscapitalistas"(Stalin, Works, Vol. 13 p. 176).

    Eis o que Lnin teve a dizer sobre esse ponto:

    "Enquanto vivermos em um pas de pequenos camponeses, h uma base mais segurapara o capitalismo na Rssia do que para o comunismo. Deve-se ter isso em mente.Qualquer um que tiver cuidadosamente observado a vida no campo, quandocomparada com a vida nas cidades, sabe que no rompemos com as razes docapitalismo e no minamos os fundamentos, as bases do inimigo interno. Este dependeda produo em pequena escala e s h uma forma de min-lo, a saber, colocar aeconomia do pas, inclusive a agricultura, em novas bases tcnicas, as bases tcnicasda produo moderna em larga escala. E apenas a eletricidade que constitui tal base.O comunismo o poder sovitico mais a eletrificao de todo o pas. De outro modo, o

    pas continuar sendo um pas de pequenos camponeses, e tomos que entender issoclaramente. Ns somos mais dbeis do que o capitalismo no apenas na escalamundial, mas tambm dentro do pas. Todo mundo sabe disso. Estamos conscientesdisso e cuidaremos que nossa base econmica seja transformada de uma base do

    pequeno campons para uma base industrial em larga escala. Somente quando o pastiver sido eletrificado, somente quando nossa indstria, nossa agricultura, nossosistema de transporte tiver sido colocado em bases tcnicas da indstria de largaescala, alcanaremos a vitria final."

    E adiante:

    "A produo em pequena escala engendra o capitalismo e a burguesia continuamente,diariamente, a cada hora, espontaneamente e em uma escala de massa."

    (4) Finalmente, as fazendas coletivas so o meio mais conveniente para remodelar ocampons individualista no esprito do coletivismo, no esprito do socialismo, dessemodo aproximando-o mais estreitamente da classe operria; elas so o nico meioatravs do qual o vnculo entre a classe operria e o campesinato pode ser fortalecidode tal modo a tornar o campesinato mais estreitamente ligado classe operria eassim pavimentar o caminho para a eliminao e abolio das classes. Como disseStalin:

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    "Quem quer que no compreenda isso, ou se recuse a reconhec-lo, no um marxistanem um leninista, mas um 'filsofo campons', que olha para trs em lugar de paraadiante"(Obras Vol. 9, p. 222).

    E por que as fazendas coletivas so o meio mais conveniente de remodelar o

    campesinato no esprito coletivista? Por que elas so o meio que pavimenta o caminhopara a abolio das classes? A resposta repousa no fato de que elas estabelecem entrea classe operria e o campesinato um vnculo que baseado no metal, no novoequipamento tcnico e no trabalho coletivo; e precisamente tal vnculo que exigidopara remodelar o pequeno agricultor. Eis o que o camarada Lnin teve a dizer sobreisso:

    "A transformao do pequeno agricultor, a remodelao total de sua mentalidade e deseus hbitos, um trabalho de geraes. Quando considerado o pequeno agricultor,esse problema pode ser resolvido, sua mentalidade total pode ser posta em linhas

    saudveis, por assim dizer, somente pela base material, pelos meios tcnicos, pelaintroduo de tratores e mquinas na agricultura em escala de massa, pelaeletrificao em uma escala de massa. Isso o que modificaria o pequeno agricultor

    fundamentalmente e com imensa rapidez."

    Tal era o plano de Lnin para transformar o campesinato, para tom-lo mais prximoda classe operria e para criar as condies necessrias para a eliminao de todas asclasses. Este plano leninista era completamente oposto s simplrias utopiazinhasreacionrias de que se ouve falar tanto, acerca dos 'socialistas' que gostariam deconstruir o 'socialismo' no pensamento das pessoas, sem construir uma base material

    para isso. O Plano de Lnin, por outro lado, mostra a nica forma de remodelar ocampesinato, a saber, criando as condies materiais necessrias para talremodelao. De acordo com Lnin, o socialismo no pode ser construdo apenas nopensamento das pessoas: ele tem uma base material. E somente por ignorar osensinamentos revolucionrios de Lnin que alguns 'socialistas' so capazes de criticar acoletivizao e a industrializao na URSS.

    O anterior, ento, brevemente, o significado da coletivizao. Pode-se ver agoraclaramente que aqueles que se opem coletivizao da agricultura so inimigos docampesinato, inimigos da classe operria e inimigos do socialismo comunismo.

    B. O primeiro desvio da linha leninista do Partido sobre a coletivizao - o desvio'esquerdista' (trotskista)

    Brevemente, o desvio 'esquerdista' (trotskista) pode ser resumido nas seguintespalavras: ele considera todo o campesinato apenas um instrumento para a restauraodo capitalismo; ele considera a massa bsica do campesinato uma massa reacionriana qual no se podia confiar e, portanto, advoga no uma aliana com a massa bsicado campesinato, mas uma 'discordncia' com ela: acima de tudo, acredita naimpossibilidade de sucesso na construo do socialismo em um nico pas,isoladamente. Tudo isso explica o aventureirismo caracterstico das polticasadvogadas pelos trotskistas. Esse aventureirismo sozinho explica porque Trotsky e

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    Zinoviev tentaram ao extremo forar o Partido coletivizao em larga escala, no 14Congresso do Partido, em dezembro de 1925.

    Naturalmente, o Partido rejeitou essa poltica aventureirista, pelas razes que logodeixaremos claro. Desde a rejeio pelo Partido do aventureirismo trotskista (que

    tinha atrao especial para a pequena burguesia, que est sempre em busca de algoexcitante para preencher sua vida de outra forma vazia, intil e insignificante) emmatria de coletivizao, os trotskistas espalharam a lenda de que a poltica decoletivizao foi adotada tarde demais, que o Partido Bolchevique e Stalin noperceberam a natureza bestial dos kulaks at que estes tentaram em 1928 ameaar aprpria existncia do regime sovitico, ao se recusarem a vender gros ao Estadosovitico, ameaando assim as cidades e o Exrcito Vermelho com o espetculo dainanio e da fome. Essa crtica est associada com a oposio trotskista na URSS.

    Essa crtica, no entanto, totalmente infundada e baseada na usual substituio

    trotskista da realidade pela iluso. O trotskismo cessaria de ser trotskista se tomasse arealidade concreta como seu ponto de partida. Que os kulaks eram "os exploradoresmais bestiais, brutais e selvagens"e tinham portanto de ser eliminados estava longede ser uma descoberta do trotskismo. Eis como Lnin retratou os kulaks:

    "Os kulaks so os exploradores mais bestiais, brutais e selvagens, que na histria deoutros pases mais de uma vez restauraram o poder dos senhores de terra, tzares,sacerdotes e capitalistas.

    Todavia, os kulaks so uma minoria na populao ... Esses sanguessugas enriqueceram

    s custas das carncias sofridas pelo povo durante a guerra; amealharam milhares ecentenas de milhares de rublos com a elevao dos preos dos cereais e de outros

    produtos. Essas aranhas engordaram s custas dos camponeses que foram arruinadospela guerra e s custas dos operrios famintos. Esses parasitas sugaram o sangue dostrabalhadores e enriqueceram tanto mais quanto mais os operrios nas cidades e

    fbricas passavam fome. Esses vampiros reuniram e esto se apoderando de terras quealugam aos camponeses pobres, que tm de pagar para ali trabalhar, sendo assimmantidos na escravido."

    Que a eliminao dos kulaks como uma classe e a coletivizao do campesinato era a

    nica forma de salvaguardar o socialismo no era tambm uma descoberta dotrotskismo; a passagem j citada dos escritos do camarada Lnin a prova disso.

    A questo, portanto, era: em vista do enorme significado da coletivizao e danecessidade de eliminar os kulaks como classe, porque no se embarcou nacoletivizao mais cedo e porque os kulaks no foram eliminados mais cedo do queefetivamente foram? Porque o Partido Bolchevique, quando voltou atrs no 8oCongresso do Partido, proclamou a poltica de restringiras tendncias exploradorasdos kulaks, em lugar de proclamar uma poltica de eliminao dos kulaks como umaclasse? Por que o Partido rejeitou a proposta trotskista de eliminao dos kulaks em1926?

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    A resposta repousa no fato de que, tivesse o Partido empreendido uma ofensivacontra os kulaks sem preparar as necessrias condies para o xito desta ofensiva, aofensiva provaria ter sido o mais precipitado aventureirismo e certamente teriafracassado. E o fracasso significaria o fortalecimento dos kulaks. Uma ofensiva contraos kulaks em uma poca prematura, digamos 1926, certamente teria fracassado,

    porque naquela poca no havia no interior sovitico uma rede ampla de fazendas doEstado e fazendas coletivas que pudessem constituir base para uma luta determinadacontra os kulaks, porque naquela poca o Estado sovitico era incapaz de substituir aproduo kulak capitalista pela produo socialista de fazendas estatais e fazendascoletivas. Eis o que o camarada Stalin disse sobre o ponto em considerao:

    "Em 1926-27, a oposio de Zinoviev-Trotsky fez o mximo para impor ao Partido a poltica de uma ofensiva imediata contra os kulaks. O Partido no embarcou nessaaventura perigosa, pois sabia que pessoas srias no podem se dar ao luxo de brincarde uma ofensiva. Uma ofensiva contra os kulaks uma questo sria. No deve ser

    confundida com manifestaes contra os kulaks. No deve ser confundida com umapoltica de espetadelas contra os kulaks, que a oposio de Zinoviev-Trotsky tenta atodo custo impor ao Partido. Lanar uma ofensiva contra os kulaks significa quedevemos esmagar os kulaks, elimin-los como classe. Ao menos que estabeleamosesses objetivos, uma ofensiva seria mera declamao, espetadelas, palavreado,qualquer coisa menos uma ofensiva bolchevique real. Lanar uma ofensiva contra os kulaks significa que devemos nos preparar para ela e depois golpear os kulaks, golpearto duro que impea que eles se levantem outra vez. E isso que ns bolcheviqueschamamos de uma ofensiva real. Poderamos ter empreendido tal ofensiva h unscinco ou trs anos com alguma perspectiva de sucesso? No, no poderamos.

    De fato, em 1927 os kulaks produziram 600 milhes de puds de gros, cerca de 130milhes dos quais eles comercializaram fora dos distritos rurais. Isso era um podermuito srio, que tinha de ser levado em conta. Quanto nossas fazendas coletivas e

    fazendas estatais produziam naquela poca? Cerca de 80 milhes de puds, dos quais35 milhes foram enviados ao mercado (gros comercializveis). Julguem por si

    prprios, poderamos na poca ter substitudo a produo dos kulaks e os groscomercializveis dos kulaKS pela produo e gros comercializveis de nossas fazendascoletivas e fazendas estatais? Obviamente, no poderamos.

    O que significaria lanar uma ofensiva determinada contra os kulaks, sob taiscondies? Significaria fracasso certo, fortalecendo a posio dos kulaks e ficando semgros. Por isso que na > poderamos e no deveramos ter empreendido uma ofensivadeterminada contra - kulaks naquela poca, a despeito das declaraes aventureiristasda oposio de Zinoviev-Trotsky" (Works, Vol. 12 pp. 174-5).

    Isso ento explica por que os kulaks, porque esses sanguessugas, esses aranhas, essesparasitas e esses vampiros eram tolerados e porque o Partido perseguiu a poltica de restringir suas tendncias exploradoras em lugar de sua eliminao completa. Isso,ento, explica porque o Partido, nesse 8o Congresso, adotou a poltica de restringiras

    tendncias exploradoras dos kulaks, porque essa poltica foi anunciada outra vez no11o Congresso do Partido, na poca da introduo da Nova Poltica Econmica (NEP),

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    porque essa poltica foi confirmada no 15 Congresso do Partido e porque o Partidoperseguiu essa linha correta at o vero de 1929. Como o camarada Stalincorretamente assinalou, "a proclamao de uma bandeira no bastante para levar ocampesinato a se voltar em massa para o socialismo".

    C. A receita trotskista para o desastre atravs da 'divergncia' com o campesinatoversus a frmula leninista para construir o socialismo atravs de uma 'aliana

    estvel' com a principal massa do campesinato

    Se o desvio "esquerdista" (trotskista) tivesse ganho ascendncia no Partido, oresultado teria sido a restaurao do capitalismo na URSS. Pois o que os trotskistasestavam advogando equivalia a nada menos do que uma declarao de guerra civilcontra a principal massa do campesinato, o campesinato mdio, isto , 60% docampesinato. A declarao de tal guerra civil contra o campesinato mdio teriasignificado a entrada do regime sovitico em uma 'coliso hostil'com a principal massa

    do campesinato.

    E tal 'coliso hostil' no poderia seno representar um perigo muito srio para aprpria existncia do regime sovitico. No de espantar que o Partido tenharejeitado tal poltica 'aventureirista' advogada pelo trotskismo.

    Quem quer que tenha um mnimo de familiaridade com o trotskismo no sesurpreenderia por ter o trotskismo advogado esta poltica aventureirista para com aprincipal massa do campesinato. Tal poltica era resultado direto da notria teoria deTrotsky da 'revoluo permanente', que negava o papel revolucionrio do campesinato

    e afirmava que era impossvel construir o socialismo em um nico pas. De acordo comessa teoria da 'revoluo permanente', impossvel para a classe operria conduzir aprincipal massa do campesinato para o rumo da construo socialista. Eis uns poucospronunciamentos dos trotskistas sobre essa questo:

    "As contradies na posio de um governo dos operrios em um pas atrasado comesmagadora populao camponesa podem ser resolvidas apenas em uma escalainternacional, na arena da revoluo proletria mundial" (Trotsky, The Year 1905(prefcio)). E:

    "Sem apoio estatal direto do proletariado europeu, a classe operria da Rssia noser capaz de manter-se no poder e transformar sua direo temporria em umaditadura socialista duradoura. Disto no podemos duvidar em nenhum instante"(Trotsky, Nossa Revoluo). E:

    "Seria sem esperanas pensar... que, por exemplo, uma Rssia revolucionria poderiamanter-se frente a uma Europa conservadora" [Works, Vol. III parte I, p. 90).

    Seria de surpreender ento que Trotsky, que negando-se a enfrentar a realidade, toobstinadamente mantinha a posio reacionria anterior, tivesse advogado umapoltica que, se posta em prtica, teria transformado suas fantasias reacionrias emrealidade? Tivesse sido seguida a linha de Trotsky, a classe operria da Rssiaindubitavelmente no teria sido capaz de manter-se no poder.

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    Zinoviev, aliado de Trotsky na oposio linha leninista do Partido sobre a questocamponesa, tambm no acreditava em uma aliana entre a classe operria e ocampesinato mdio. Em lugar disso, afastando-se do leninismo, ele advogava aneutralizao do campesinato mdio sob as condies da ditadura do proletariado. Eiso que Zinoviev, que na poca era presidente do Comintern, escreveu sobre esse

    assunto no Pravda, a 18 de janeiro de 1925:

    "H uma srie de tarefas que ABSOLUTAMENTE COMUM A TODOS OS PARTIDOS DOCOMINTERN. Tais, por exemplo, so ... a abordagem apropriada do campesinato. Htrs estratos entre a populao agrcola de todo o mundo, que podem e devem serconquistados por ns e tornar-se aliados do proletariado (o proletariado agrcola, ossemiproletrios - os camponeses pequenos proprietrios -e o pequeno campesinatoque no contrata mo-de-obra). H outro estrato do campesinato (o campons mdio),que deve ser ao menos NEUTRALIZADO POR NS" (Citado de acordo com Stalin, CWVol. 7, pp. 381-2).

    O principal economista da oposio trotskista, Preobrazhensky, chegou ao ponto dedeclarar o campesinato uma 'colnia' para a indstria socialista, como um objeto a serexplorado ao mximo.

    Smirnov, outro dirigente da oposio, abertamente defendeu a "discrepncia" com oscamponeses mdios:

    "Ns dizemos que nosso oramento estatal deve ser revisado de tal modo que a maior parte deste oramento de cinco bilhes deveria fluir para a indstria, pois SERIA

    MELHOR PARA NS TOLERARA DIVERGNCIA COM OS CAMPONESES MDIOS DO QUENOS SUJEITARMOS A RUNA CERTA" (Smirnov, discurso proferido na ConfernciaDistrital do Partido em Rogzhsko-Simonovsky, 1927, citado de acordo com Stalin, CW,Vol. 10 p. 262).

    Tm-se apenas de comparar os pronunciamentos antes citados da oposio trotskistacom as seguintes passagens dos escritos do camarada Lnin para compreender quefosso profundo separa o trotskismo do leninismo.

    Enquanto o trotskismo advogava "a divergncia com o campesinato mdio", como o

    melhor mtodo de evitar "a runa certa" o leninismo, ao contrrio, defendia umaaliana com a massa bsica do campesinato, como o nico meio de assegurar o papeldirigente do proletariado e a consolidao da ditadura do proletariado.

    "...o supremo princpio" .dizia Lnin, "da ditadura do proletariado a manuteno daaliana entre o proletariado e o campesinato, afim de que o proletariado possa reterseu papel dirigente e o poder do Estado" (Report on the Tactics of the RCP(B)),pronunciado no 3o Congresso do Comintern, em 5 de julho de 1921, CW, Vol. 32 p.466).

    Assim, est claro que. de acordo com o leninismo, impossvel construir o socialismoexitosamente sem "uma aliana estvel com os camponeses mdios" (ver Lnin,

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    discurso proferido no 8 Congresso do RCP(B), a 18 de maro de 1919, CW, Vol. 29 p.125).

    De acordo com o trotskismo, entretanto, "divergir dos camponeses mdios" era onico meio de evitar "a runa certa"(ver Smirnov, citao anterior).

    Alm disso, no se deve esquecer que, em 1927, o campesinato mdio constitua 60%do campesinato inteiro. Uma divergncia com o campesinato mdio, portanto, teriasignificado dirigi-I: para os braos dos kulaks, fortalecer os kulaks e isolar oscamponeses pobres: em outras palavras, uma divergncia da natureza da advogadapelo trotskismo teria significado comear uma guerra civil no interior do pas eenfraquecer a direo sovitica no interior de forma muito perigosa. Tal era a lgica dotrotskismo, no obstante suas intenes. Eis como o camarada Stalin descreveu adiscrepncia entre os desejos da oposio (suas boas intenes) e os inevitveisresultados desastrosos de sua poltica de divergncia com o campesinato mdio.

    "Longe de mim acusar a oposio de buscar deliberadamente todos esses infortnios.No , entretanto, uma questo do que a oposio deseja e est se esforando porobter, mas dos resultados que devem inevitavelmente seguir-se da poltica da oposiode divergir do campesinato mdio.

    A mesma coisa que est acontecendo com a oposio aqui aconteceu com o urso nafbula de Krylov 'O Ermito e o Urso' (risos). No preciso dizer que a inteno do urso,ao esmagar a cabea do seu amigo ermito com uma pedra, era livr-lo da moscaimpertinente. O urso estava induzido pelos motivos mais amistosos. Todavia, os

    motivos amistosos do urso levavam-no a uma ao que estava longe de amistosa epela qual o ermito pagaria com sua vida. Certamente a oposio s quer o bem darevoluo. Mas para tal, prope um meio que resultaria na completa derrota darevoluo, na completa derrota da classe operria e do campesinato, na destruio detodo o nosso trabalho de construo.

    A plataforma da oposio uma plataforma para a ruptura da aliana entre a classeoperria e o campesinato, uma plataforma para a destruio de nosso trabalho deconstruo, uma plataforma para a destruio da obra de industrializao"(Vol. 10, p.265).

    D. O ano de 1929 e a passagem do campesinato para a coletivizao

    Pela segunda metade de 1929, entretanto, o quadro tinha mudado drasticamente, efizeram-se presentes todos os pr-requisitos para uma ofensiva determinada contra oskulaks e por sua eliminao como classe.

    Quais eram esses pr-requisitos? Eles eram:

    PRIMEIRO: as fazendas estatais e as fazendas coletivas tinham se desenvolvido a umgrau em que eram capazes de substituir a agricultura dos kulaks, no que diz respeito produo comercializvel. Em 1929, as fazendas coletivas sozinhas produziam29.100.000 centners2 de gros, dos quais 12.700.000 eram gros comercializveis.

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    Explicando por que no era possvel golpear os kulaks em 1927 e por que uma ofensivacontra os kulaks tinha se tornado uma realidade praticvel em 1929, assim o camaradaStalin caracterizou as mudanas que tinham tido lugar desde 1927, que tornavampossvel para o Partido empreender uma verdadeira ofensiva leninista contra oskulaks, em oposio s declamaes e palavreado trotskistas contra os kulaks:

    "Porm, hoje? Qual a posio agora? Hoje, temos uma base material adequada paragolpearmos os kulaks, quebrarmos sua resistncia, elimin-los como uma classe eSUBSTITUIR seu produto pelo produto das fazendas coletivas e das fazendas estatais.Vocs sabem que em 1929 os gros produzidos nas fazendas coletivas e nas fazendasestatais alcanaram no menos do que 400 milhes de puds (200 mil a menos do que a

    produo bruta das fazendas dos kulaks em 1927). Vocs tambm sabem que em 1929as fazendas coletivas e as fazendas estatais supriram mais de 130 milhes de puds degros comercializveis (isto , mais do que os kulaks em 1927). Por ltimo, vocssabem que, em 1930, o produto bruto das fazendas coletivas e das fazendas estatais

    alcanaro no menos do que 900 milhes de puds de gros (isto , mais do que aproduo bruta dos kulaks em 1927) e sua produo de gros comercializveis no sermenos de 400 milhes de puds (isto . incomparavelmente maior do que os kulakssupriram em 1927).

    E esta a situao para ns agora, camaradas.

    A vocs tm a mudana que teve lugar na economia de nosso pas.

    Agora, como vocs vem, temos a base material que nos capacita a SUBSTITUIR a

    produo dos kulaks pela produo das fazendas coletivas e fazendas estatais. E poressa razo que nossa ofensiva determinada contra os kulaks agora est tendo uminegvel sucesso.

    E assim que uma ofensiva contra os kulaks deve ser conduzida, se pretendemos umaofensiva genuna e determinada e no meras declamaes contra os kulaks.

    por isso que passamos da poltica de RESTRIO s tendncias exploradoras doskulaks para a poltica de ELIMINAR OS KULAKS COMO UMA CIASSE" [Works, Vol. 12 pp.125-6).

    SEGUNDO: o Estado e a indstria soviticos estavam agora em posio de ajudar omovimento das fazendas coletivas por meio das facilidades de crdito e do suprimentode mquinas e tratores. Em 1927-28, o governo sovitico destinou 76 milhes derublos para o financiamento das fazendas coletivas; em 1928-29, 170 milhes; e em1929-30, 473 milhes. Alm disso, 65 milhes de rublos foram destinados durante omesmo perodo ao fundo de coletivizao. Prerrogativas foram concedidas para asfazendas coletivas que fizeram crescer seus recursos em 200 milhes de rublos. Parauso nos campos das fazendas coletivas, o Estado forneceu no menos de 30.000tratores com uma potncia total de 400.000 cavalos, no levando em conta os 7.000tratores do Centro de Tratores que servia s fazendas coletivas e a assistncia sob aforma de tratores fornecidos pelas fazendas estatais s fazendas coletivas. Em 1929-

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    30. as fazendas coletivas receberam emprstimos de sementes e assistncia para assementes num total de 10 milhes de centners de gros (61 milhes de puds\. Perltimo, as fazendas coletivas foram enormemente ajudadas pela assistnciaorganizacional dada a elas sob a forma de mais de 7.000 estaes de mquinas etratores.

    O resultado de todas essas medidas foi a multiplicao por 40 da rea de colheita dasfazendas coletivas em trs anos, por 50 da produo de gros das fazendas coletivas(com um crescimento em sua parte comercializvel de mais de quarenta vezes)durante os mesmos trs anos, isto , 1927-1929.

    TERCEIRO: a passagem do campesinato para o socialismo, para a coletivizao. Issotudo no surgiu.de repente, de forma acidental ou espontnea; teve de ser preparadode maneira cientfica e atravs de luta dura durante anos, quando o Partido levou opovo a superar um obstculo aps outro, no caminho levando coletivizao. Eis como

    o camarada Stalin descreveu o processo de desenvolvimento com base no qual surgiu,na ltima metade de 1929, o poderoso movimento coletivo de massa de milhes decamponeses pobres e mdios.

    "A passagem do campesinato para a coletivizao no comeou toda de uma vez.Ademais, no poderia comear toda de uma vez. Na verdade, o Partido proclamou abandeira da coletivizao j no 15 Congresso; mas a proclamao de uma bandeirano o bastante para levar o campesinato a voltar-se em massa para o socialismo. Aomenos uma circunstncia a mais era necessria para isso, a saber, que as prpriasmassas do campesinato estivessem convencidas de que a bandeira proclamada estava

    correta E que eles deveriam aceit-la como sua. Portanto, essa passagem foipreparada gradualmente.

    Foi preparada por todo o decorrer do nosso desenvolvimento, pelo decorrer dodesenvolvimento de nossa indstria e acima de tudo pelo desenvolvimento da indstriaque fornece mquinas e tratores para a agricultura. Foi preparada pela poltica deenfrentar resolutamente os kulaks e pelo curso de nossas compras de gros nas novas

    formas que assumiram em 1928 e 1929, que colocavam as fazendas dos kulaks sob ocontrole das massas de camponeses pobres e mdios. Foi preparada pelodesenvolvimento das cooperativas agrcolas, que treinam o campons individualista

    nos mtodos coletivos. Foi preparada pela rede de fazendas coletivas, nas quais ocampesinato verificava as vantagens das formas coletivas de fazenda sobre a fazendaindividual. Por ltimo, foi preparada pela rede de fazendas estatais, espalhadas portoda a URSS, e equipadas com mquinas modernas, que capacitavam os camponeses ase convencerem da potncia e superioridade das mquinas modernas.

    Seria um erro considerar nossas fazendas estatais apenas como fontes de fornecimentode gros. Realmente, as fazendas estatais, com suas mquinas modernas, com aassistncia que prestam aos camponeses em sua vizinhana, e o escopo sem

    precedentes dessas fazendas, foi a fora condutora que facilitou a passagem dasmassas camponesas e as levou ao caminho da coletivizao.

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    Ai vocs tm a base sobre a qual surgiu o movimento de fazendas coletivas em massa,de milhes de camponeses pobres e mdios, que comeou na ltima metade de 1929, eque inaugurou um perodo de grande mudana na vida de nosso pas" (Works, Vol. 12,pp. 288-289, Relatrio ao 16 Congresso).

    O precedente deixa perfeitamente claro que a poltica do Partido Bolchevique sobre acoletivizao era uma poltica leninista e a nica poltica correta. Est igualmente claroque a poltica advogada pelo trotskismo estava repleta do aventureirismo maisperigoso e desesperado e, tivesse esta poltica sido colocada em prtica, o resultadoteria sido certamente ruinoso. Podemos agora dizer que o Partido Bolchevique estevemil vezes certo em rejeitar as propostas trotskistas de golpear os kulaks em 1926-27;tambm o Partido esteve mil vezes certo em 1929, tendo j preparado a basenecessria, em lanar uma ofensiva contra os kulaks; o Partido estava perfeitamente

    justificado em 1929, passando da poltica que tinha sido seguida at ento deRESTRINGIR as tendncias exploradoras dos kulaks para a poltica de ELIMINAR OS

    KULAKS COMO UMA CLASSE.

    A eliminao dos kulaks como uma classe no era simplesmente uma questo deadministrao, como pensavam os trotskistas; era um assunto de suprema importnciaeconmica. A classe dos kulaks no podia ser descartada com um decreto trotskista.Ela podia apenas ser eliminada com a tomada de medidas econmicas concretas (dotipo das enunciadas antes) e com a preparao das necessrias condies econmicase polticas. Como disse o camarada Stalin:

    "Esto errados os camaradas que pensam que possvel e necessrio dar um fim aos

    kulaks por meio de medidas administrativas, atravs do GPU: dar uma ordem, afixarum cartaz e est acabado. E uma soluo fcil, mas est longe de ser eficaz. Os kulaksdevem ser derrotados por meio de medidas econmicas e em conformidade com a leisovitica. A lei Sovitica, entretanto, no uma mera frase. Isso no exclui, claro, atomada de certas medidas administrativas contra os kulaks. Mas as medidasadministrativas no devem tomar o lugar das medidas econmicas" (Works, Vol. 10, p.319).

    Alm disso, a oportunidade para lanar uma ofensiva total contra os kulaks tinha deestar correta; qualquer erro nessa rea significava brincar de uma ofensiva contra os

    kulaks, significava arriscar a prpria existncia da ditadura do proletariado. Uma dasprincipais caractersticas da direo leninista, das tticas bolcheviques, escolher omomento certo e o terreno apropriado para lanar uma ofensiva contra os inimigos dosocialismo. Para colocar isso na linguagem apropriada do camarada Stalin:

    "A arte da poltica bolchevique consiste em no descarregar indiscriminadamentetodas as armas em todas as frentes, sem considerar as condies de tempo e lugar esem considerar se as massas esto prontas para apoiar esse ou aquele passo dadireo. A arte da poltica bolchevique consiste em ser capaz de escolher o tempo e olugar e levar em conta todas as circunstncias, no sentido de concentrar fogo na frentese pretende alcanar mais rapidamente os mximos resultados" (Works, Vol. 11, p. 55).

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    Quando, entretanto, o Partido j tinha passado da poltica de restringir as tendnciasexploradoras dos kulaks para a poltica de eliminar os kulaks como uma classe, Trotskyque, como vimos, tinha advogado a deskulakizao j no perodo imediatamenteposterior ao 14 Congresso (1926-7), exigiu o abandono da poltica do Partido deeliminar os kulaks como uma classe. Em sua Carta Aberta aos Membros do PCUS, de 23

    de maro de 1930, Trotsky propunha que o Partido fizesse o seguinte:

    "Colocar as fazendas coletivas em linha com seus recursos reais de apoio";

    "...abandonar a poltica da deskulakizao"

    "...manter sob controle as tendncias exploradoras dos kulaks durante um longonmero de anos"e que

    "O principio guiador em relao aos kulaks deve ser um frreo 'sistema de contrato'

    [sob os quais os kulaks iriam suprir o Estado com certa quantidade de seus produtos epreos fixados - HB]".

    Esse o trotskismo caracterstico, o trotskismo com seu contedo verdadeiramenteabsurdo, antidialtico e reacionrio: deskulakizao em 1926 e abandono da polticade deskulakizao em 1930!

    Como se esse absurdo no fosse bastante, Trotsky suplementou-o com uma novaedio, por assim dizer, em 1933. Em 1933, quando a coletivizao tinha no principalsido realizada, Trotsky propunha, nas edies de seu Boletim, a dissoluo das

    fazendas do Estado sob a alegao de que elas no compensavam; a dissoluo damaioria das fazendas coletivas nos campos, sob a alegao de que eram fictcias; oabandono da poltica de eliminar os kulaks. No campo da indstria, Trotsky propunhauma reverso para a poltica de concesses e o leasing para concessionrias de umasrie de empresas industriais soviticas no campo, sob a alegao de que elas nocompensavam.

    O camarada Stalin estava perfeitamente justificado em caracterizar os programastrotskistas como contra-revolucionrios e de restaurao do capitalismo:

    "A vocs tm o programa desses desprezveis covardes e capitulacionistas -seuprograma contra-revolucionrio de restaurar o capitalismo na URSS" (Works, vol. 13, p.370).

    Assim era como o 'esquerdista' Trotsky se desmascarava e revelava seu verdadeirodireitismo, para todos verem.

    Tendo abordado o desvio oportunista 'esquerdista' deixe-nos agora passar ao desviooportunista de direita da linha leninista do Partido.

    E. O segundo desvio da linha leninista do Partido sobre a coletivizao - o desvio

    oportunista de direita (bukharinista)

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    Enquanto os oportunistas 'esquerdistas' (trotskistas) superestimavam a fora docapitalismo, no acreditando na possibilidade de a URSS construir o socialismoexitosamente por seus prprios esforos, sem a ajuda da revoluo vitoriosa na EuropaOcidental e, portanto, no era a favor mesmo da idia da aliana com a

    E tal 'coliso hostil' no poderia seno representar um perigo muito srio para aprpria existncia do regime sovitico. No de espantar que o Partido tenharejeitado tal poltica 'aventureirista' advogada pelo trotskismo.

    Quem quer que tenha um mnimo de familiaridade com o trotskismo no sesurpreenderia por ter o trotskismo advogado esta poltica aventureirista para com aprincipal massa do campesinato. Tal poltica era resultado direto da notria teoria deTrotsky da 'revoluo permanente', que negava o papel revolucionrio do campesinatoe afirmava que era impossvel construir o socialismo em um nico pas. De acordo comessa teoria da 'revoluo permanente', impossvel para a classe operria conduzir a

    principal massa do campesinato para o rumo da construo socialista. Eis uns poucospronunciamentos dos trotskistas sobre essa questo:

    "As contradies na posio de um governo dos operrios em um pas atrasado comesmagadora populao camponesa podem ser resolvidas apenas em uma escalainternacional, na arena da revoluo proletria mundial" (Trotsky, The Year 1905(prefcio)). E:

    "Sem apoio estatal direto do proletariado europeu, a classe operria da Rssia noser capaz de manter-se no poder e transformar sua direo temporria em uma

    ditadura socialista duradoura. Disto no podemos duvidar em nenhum instante"(Trotsky, Nossa Revoluo). E:

    "Serias em esperanas pensar... que, por exemplo, uma Rssia revolucionria poderiamanter-se frente a uma Europa conservadora" [Works, Vol. III parte I, p. 90).

    Seria de surpreender ento que Trotsky, que negando-se a enfrentar a realidade, toobstinadamente mantinha a posio reacionria anterior, tivesse advogado umapoltica que, se posta em prtica, teria transformado suas fantasias reacionrias emrealidade? Tivesse sido seguida a linha de Trotsky, a classe operria da Rssia

    indubitavelmente no teria sido capaz de manter-se no poder.

    Zinoviev, aliado de Trotsky na oposio linha leninista do Partido sobre a questocamponesa, tambm no acreditava em uma aliana entre a classe operria e ocampesinato mdio. Em lugar disso, afastando-se do leninismo, ele advogava aneutralizao do campesinato mdio sob as condies da ditadura do proletariado. Eiso que Zinoviev, que na poca era presidente do Comintern, escreveu sobre esseassunto no Pravda, a 18 de janeiro de 1925:

    "H uma srie de tarefas que ABSOLUTAMENTE COMUM A TODOS OS PARTIDOS DOCOMINTERN. Tais, por exemplo, so... a abordagem apropriada do campesinato. Htrs estratos entre a populao agrcola de todo o mundo, que podem e devem serconquistados por ns e tornar-se aliados do proletariado (o proletariado agrcola, os

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    semiproletrios os camponeses pequenos proprietrios -e o pequeno campesinatoque no contrata mo-de-obra). H outro estrato do campesinato (o campons mdio),que deve ser ao menos NEUTRALIZADO POR NS" (Citado de acordo com Stalin,CWVo\. 7, pp. 381-2).

    O principal economista da oposio trotskista, Preobrazhensky, chegou ao ponto dedeclarar o campesinato uma 'colnia' para a indstria socialista, como um objeto a serexplorado ao mximo.

    Smirnov, outro dirigente da oposio, abertamente defendeu a "discrepncia" com oscamponeses mdios:

    "Ns dizemos que nosso oramento estatal deve ser revisado de tal modo que a maior parte deste oramento de cinco bilhes deveria fluir para a indstria, pois SERIAMELHOR PARA NS TOLERARA DIVERGNCIA COM OS CAMPONESES MDIOS DO QUE

    NOS SUJEITARMOS A RUNA CERTA" (Smirnov, discurso proferido na ConfernciaDistrital do Partido em Rogzhsko-Simonovsky, 1927, citado de acordo com Stalin, CW,Vol. 10 p. 262).

    Tm-se apenas de comparar os pronunciamentos antes citados da oposio trotskistacom as seguintes passagens dos escritos do camarada Lnin para compreender quefosso profundo separa o trotskismo do leninismo.

    Enquanto o trotskismo advogava "a divergncia com o campesinato mdio", como omelhor mtodo de evitar "a runa certa" o leninismo, ao contrrio, defendia uma

    aliana com a massa bsica do campesinato, como o nico meio de assegurar o papeldirigente do proletariado e a consolidao da ditadura do proletariado.

    "...o supremo princpio",dizia Lnin, "da ditadura do proletariado a manuteno daaliana entre o proletariado e o campesinato, afim de que o proletariado possa reterseu papel dirigente e o poder do Estado" (Report on the Tactics ofthe RCP(B)),pronunciado no 3o Congresso do Comintern, em 5 de julho de 1921, CW, Vol. 32 p.466).

    Assim, est claro que, de acordo com o leninismo, impossvel construir o socialismo

    exitosamente sem "uma aliana estvel com os camponeses mdios" (ver Lnin,discurso proferido no 8o Congresso do RCP(B), a 18 de maro de 1919, CW, Vol. 29 p.125).

    De acordo com o trotskismo, entretanto, "divergir dos camponeses mdios" era onico meio de evitar "a runa certa"(ver Smirnov, citao anterior).

    Alm disso, no se deve esquecer que, em 1927, o campesinato mdio constitua 60%do campesinato inteiro. Uma divergncia com o campesinato mdio, portanto, teriasignificado dirigi-lo para os braos dos kulaks, fortalecer os kulaks e isolar oscamponeses pobres; em outras palavras, uma divergncia da natureza da advogadapelo trotskismo teria significado comear uma guerra civil no interior do pas eenfraquecer a direo sovitica no interior de forma muito perigosa. Tal era a lgica do

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    trotskismo, no obstante suas intenes. Eis como o camarada Stalin descreveu adiscrepncia entre os desejos da oposio (suas boas intenes) e os inevitveisresultados desastrosos de sua poltica de divergncia com o campesinato mdio.

    "Longe de mim acusar a oposio de buscar deliberadamente todos esses infortnios.

    No , entretanto, uma questo do que a oposio deseja e est se esforando porobter, mas dos resultados que devem inevitavelmente seguir-se da poltica da oposiode divergir do campesinato mdio.

    A mesma coisa que est acontecendo com a oposio aqui aconteceu com o urso nafbula de Krylov 'O Ermito e o Urso' (risos). No preciso dizer que a inteno do urso,ao esmagar a cabea do seu amigo ermito com uma pedra, era livr-lo da moscaimpertinente. O urso estava induzido pelos motivos mais amistosos. Todavia, osmotivos amistosos do urso levavam-no a uma ao que estava longe de amistosa e

    pela qual o ermito pagaria com sua vida. Certamente a oposio s quer o bem da

    revoluo. Mas para tal, prope um meio que resultaria na completa derrota darevoluo, na completa derrota da classe operria e do campesinato, na destruio detodo o nosso trabalho de construo.

    A plataforma da oposio uma plataforma para a ruptura da aliana entre a classeoperria e o campesinato, uma plataforma para a destruio de nosso trabalho deconstruo, uma plataforma para a destruio da obra de industrializao"(Vol. 10, p.265).

    D. O ano de 1929 e a passagem do campesinato para a coletivizao

    Pela segunda metade de 1929, entretanto, o quadro tinha mudado drasticamente, efizeram-se presentes todos os pr-requisitos para uma ofensiva determinada contra oskulaks e por sua eliminao como classe.

    Quais eram esses pr-requisitos? Eles eram:

    PRIMEIRO: as fazendas estatais e as fazendas coletivas tinham se desenvolvido a umgrau em que eram capazes de substituir a agricultura dos kulaks, no que diz respeito produo comercializvel. Em 1929, as fazendas coletivas sozinhas produziam

    29.100.000 centners

    3

    de gros, dos quais 12.700.000 eram gros comercializveis.Explicando por que no era possvel golpear os kulaks em 1927 e por que uma ofensivacontra os kulaks tinha se tornado uma realidade praticvel em 1929, assim o camaradaStalin caracterizou as mudanas que tinham tido lugar desde 1927, que tornavampossvel para o Partido empreender uma verdadeira ofensiva leninista contra oskulaks, em oposio s declamaes e palavreado trotskistas contra os kulaks:

    "Porm, hoje? Qual a posio agora? Hoje, temos uma base material adequada paragolpearmos os kulaks, quebrarmos sua resistncia, elimin-los como uma classe eSUBSTITUIR seu produto pelo produto das fazendas coletivas e das fazendas estatais.Vocs sabem que em 1929 os gros produzidos nas fazendas coletivas e nas fazendasestatais alcanaram no menos do que 400 milhes de puds (200 mil a menos do que a

    produo bruta das fazendas dos kulaks em 1927). Vocs tambm sabem que em 1929

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    as fazendas coletivas e as fazendas estatais supriram mais de 130 milhes de puds degros comercializveis (isto , mais do que os kulaks em 1927). Por ltimo, vocssabem que, em 1930, o produto bruto das fazendas coletivas e das fazendas estataisalcanaro no menos do que 900 milhes de puds de gros (isto , mais do que a

    produo bruta dos kulaks em 1927) e sua produo de gros comercializveis no ser

    menos de 400 milhes de puds (isto , incomparavelmente maior do que os kulakssupriram em 1927).

    E esta a situao para ns agora, camaradas.

    A vocs tm a mudana que teve lugar na economia de nosso pas.

    Agora, como vocs vem, temos a base material que nos capacita a SUBSTITUIR aproduo dos kulaks pela produo das fazendas coletivas e fazendas estatais. E poressa razo que nossa ofensiva determinada contra os kulaks agora est tendo um

    inegvel sucesso.

    E assim que uma ofensiva contra os kulaks deve ser conduzida, se pretendemos umaofensiva genuna e determinada e no meras declamaes contra os kulaks.

    por isso que passamos da poltica de RESTRIO s tendncias exploradoras doskulaks para a poltica de ELIMINAR OS KULAKS COMO UMA CIASSE" [Works, Vol. 12 pp.125-6).

    SEGUNDO: o Estado e a indstria soviticos estavam agora em posio de ajudar o

    movimento das fazendas coletivas por meio das facilidades de crdito e do suprimentode mquinas e tratores. Em 1927-28, o governo sovitico destinou 76 milhes derublos para o financiamento das fazendas coletivas; em 1928-29, 170 milhes; e em1929-30, 473 milhes. Alm disso, 65 milhes de rublos foram destinados durante omesmo perodo ao fundo de coletivizao. Prerrogativas foram concedidas para asfazendas coletivas que fizeram crescer seus recursos em 200 milhes de rublos. Parauso nos campos das fazendas coletivas, o Estado forneceu no menos de 30.000tratores com uma potncia total de 400.000 cavalos, no levando em conta os 7.000tratores do Centro de Tratores que servia s fazendas coletivas e a assistncia sob aforma de tratores fornecidos pelas fazendas estatais s fazendas coletivas. Em 1929-

    30, as fazendas coletivas receberam emprstimos de sementes e assistncia para assementes num total de 10 milhes de centners de gros (61 milhes de puds). Porltimo, as fazendas coletivas foram enormemente ajudadas pela assistnciaorganizacional dada a elas sob a forma de mais de 7.000 estaes de mquinas etratores.

    O resultado de todas essas medidas foi a multiplicao por 40 da rea de colheita dasfazendas coletivas em trs anos, por 50 da produo de gros das fazendas coletivas(com um crescimento em sua parte comercializvel de mais de quarenta vezes)durante os mesmos trs anos, isto , 1927-1929.

    TERCEIRO: a passagem do campesinato para o socialismo, para a coletivizao. Issotudo no surgiu de repente, de forma acidental ou espontnea; teve de ser preparado

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    de maneira cientfica e atravs de luta dura durante anos, quando o Partido levou opovo a superar um obstculo aps outro, no caminho levando coletivizao. Eis comoo camarada Stalin descreveu o processo de desenvolvimento com base no qual surgiu,na ltima metade de 1929, o poderoso movimento coletivo de massa de milhes decamponeses pobres e mdios.

    "A passagem do campesinato para a coletivizao no comeou toda de uma vez.Ademais, no poderia comear toda de uma vez. Na verdade, o Partido proclamou abandeira da coletivizao j no 15 Congresso; mas a proclamao de uma bandeirano o bastante para levar o campesinato a voltar-se em massa para o socialismo. Aomenos uma circunstncia a mais era necessria para isso, a saber, que as prpriasmassas do campesinato estivessem convencidas de que a bandeira proclamada estavacorreta E que eles deveriam aceit-la como sua. Portanto, essa passagem foi

    preparada gradualmente.

    Foi preparada por todo o decorrer do nosso desenvolvimento, pelo decorrer dodesenvolvimento de nossa indstria e acima de tudo pelo desenvolvimento da indstriaque fornece mquinas e tratores para a agricultura. Foi preparada pela poltica deenfrentar resolutamente os kulaks e pelo curso de nossas compras de gros nas novas

    formas que assumiram em 1928 e 1929, que colocavam as fazendas dos kulaks sob ocontrole das massas de camponeses pobres e mdios. Foi preparada pelodesenvolvimento das cooperativas agrcolas, que treinam o campons individualistanos mtodos coletivos. Foi preparada pela rede de fazendas coletivas, nas quais ocampesinato verificava as vantagens das formas coletivas de fazenda sobre a fazendaindividual. Por ltimo, foi preparada pela rede de fazendas estatais, espalhadas por

    toda a URSS, e equipadas com mquinas modernas, que capacitavam os camponeses ase convencerem da potncia e superioridade das mquinas modernas.

    Seria um erro considerar nossas fazendas estatais apenas como fontes de fornecimentode gros. Realmente, as fazendas estatais, com suas mquinas modernas, com aassistncia que prestam aos camponeses em sua vizinhana, e o escopo sem

    precedentes dessas fazendas, foi a fora condutora que facilitou a passagem dasmassas camponesas e as levou ao caminho da coletivizao.

    A vocs tm a base sobre a qual surgiu o movimento de fazendas coletivas em massa,

    de milhes de camponeses pobres e mdios, que comeou na ltima metade de 1929, eque inaugurou um perodo de grande mudana na vida de nosso pas" (Works, Vol. 12,pp. 288-289, Relatrio ao 16 Congresso).

    O precedente deixa perfeitamente claro que a poltica do Partido Bolchevique sobre acoletivizao era uma poltica leninista e a nica poltica correta. Est igualmente claroque a poltica advogada pelo trotskismo estava repleta do aventureirismo maisperigoso e desesperado e, tivesse esta poltica sido colocada em prtica, o resultadoteria sido certamente ruinoso. Podemos agora dizer que o Partido Bolchevique estevemil vezes certo em rejeitar as propostas trotskistas de golpear os kulaks em 1926-27;tambm o Partido esteve mil vezes certo em 1929, tendo j preparado a basenecessria, em lanar uma ofensiva contra os kulaks; o Partido estava perfeitamente

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    justificado em 1929, passando da poltica que tinha sido seguida at ento deRESTRINGIR as tendncias exploradoras dos kulaks para a poltica de ELIMINAR OSKULAKS COMO UMA CLASSE.

    A eliminao dos kulaks como uma classe no era simplesmente uma questo de

    administrao, como pensavam os trotskistas; era um assunto de suprema importnciaeconmica. A classe dos kulaks no podia ser descartada com um decreto trotskista.Ela podia apenas ser eliminada com a tomada de medidas econmicas concretas (dotipo das enunciadas antes) e com a preparao das necessrias condies econmicase polticas. Como disse o camarada Stalin:

    "Esto errados os camaradas que pensam que possvel e necessrio dar um fim aos kulaks por meio de medidas administrativas, atravs do GPU: dar uma ordem, afixarum cartaz e est acabado. E uma soluo fcil, mas est longe de ser eficaz. Os kulaksdevem ser derrotados por meio de medidas econmicas e em conformidade com a lei

    sovitica. A lei Sovitica, entretanto, no uma mera frase. Isso no exclui, claro, atomada de certas medidas administrativas contra os kulaks. Mas as medidasadministrativas no devem tomar o lugar das medidas econmicas" (Works, Vol. 10, p.319).

    Alm disso, a oportunidade para lanar uma ofensiva total contra os kulaks tinha deestar correta; qualquer erro nessa rea significava brincar de uma ofensiva contra os kulaks, significava arriscar a prpria existncia da ditadura do proletariado. Uma dasprincipais caractersticas da direo leninista, das tticas bolcheviques, escolher omomento certo e o terreno apropriado para lanar uma ofensiva contra os inimigos do

    socialismo. Para colocar isso na linguagem apropriada do camarada Stalin:

    "A arte da poltica bolchevique consiste em no descarregar indiscriminadamentetodas as armas em todas as frentes, sem considerar as condies de tempo e lugar esem considerar se as massas esto prontas para apoiar esse ou aquele passo dadireo. A arte da poltica bolchevique consiste em ser capaz de escolher o tempo e olugar e levar em conta todas as circunstncias, no sentido de concentrar fogo na frentese pretende alcanar mais rapidamente os mximos resultados" [Works, Vol. 11, p. 55).

    Quando, entretanto, o Partido j tinha passado da poltica de restringir as tendncias

    exploradoras dos kulaks para a poltica de eliminar os kulaks como uma classe, Trotskyque, como vimos, tinha advogado a deskulakizao j no perodo imediatamenteposterior ao 14 Congresso (1926-7), exigiu o abandono da poltica do Partido deeliminar os kulaks como uma classe. Em sua Carta Aberta aos Membros do PCUS, de 23de maro de 1930, Trotsky propunha que o Partido fizesse o seguinte:

    "Colocar as fazendas coletivas em linha com seus recursos reais de apoio";

    "...abandonar a poltica da deskulakizao"

    "...manter sob controle as tendncias exploradoras dos kulaks durante um longonmero de anos"e que

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    "O principio guiador em relao aos kulaks deve ser um frreo 'sistema de contrato'[sob os quais os kulaks iriam suprir o Estado com certa quantidade de seus produtos epreos fixados - HB]".

    Esse o trotskismo caracterstico, o trotskismo com seu contedo verdadeiramente

    absurdo, antidialtico e reacionrio: deskulakizao em 1926 e abandono da polticade deskulakizao em 1930!

    Como se esse absurdo no fosse bastante, Trotsky suplementou-o com uma novaedio, por assim dizer, em 1933. Em 1933, quando a coletivizao tinha no principalsido realizada, Trotsky propunha, nas edies de seu Boletim, a dissoluo dasfazendas do Estado sob a alegao de que elas no compensavam; a dissoluo damaioria das fazendas coletivas nos campos, sob a alegao de que eram fictcias; oabandono da poltica de eliminar os kulaks. No campo da indstria, Trotsky propunhauma reverso para a poltica de concesses e o leasing para concessionrias de uma

    srie de empresas industriais soviticas no campo, sob a alegao de que elas nocompensavam.

    O camarada Stalin estava perfeitamente justificado em caracterizar os programastrotskistas como contra-revolucionrios e de restaurao do capitalismo:

    "A vocs tm o programa desses desprezveis covardes e capitulacionistas -seuprograma contra-revolucionrio de restaurar o capitalismo na URSS" (Works, vol. 13, p.370).

    Assim era como o 'esquerdista' Trotsky se desmascarava e revelava seu verdadeirodireitismo, para todos verem.

    Tendo abordado o desvio oportunista 'esquerdista' deixe-nos agora passar ao. desviooportunista de direita da linha leninista do Partido.

    E. O segundo desvio da linha leninista do Partido sobre a coletivizao - o desviooportunista de direita (bukharinista)

    Enquanto os oportunistas 'esquerdistas' (trotskistas) superestimavam a fora docapitalismo, no acreditando na possibilidade de a URSS construir o socialismoexitosamente por seus prprios esforos, sem a ajuda da revoluo vitoriosa na EuropaOcidental e, portanto, no era a favor mesmo da idia da aliana com a massa bsicado campesinato, os oportunistas de direita iam para o outro extremo, por subestimar afora do capitalismo, declarar-se a favor de qualquer forma de aliana com todo ocampesinato, inclusive os kulaks e, desconsiderando os mecanismos da luta de classesnas condies da ditadura do proletariado, proclamar que os kulaks automaticamente"se convertessem ao socialismo" (Bukharin, The Path to Socialism (citado em Stalin,Collected Works, Vol. 12 p. 41). O grupo de Bukharin sustentava que, com o avano dosocialismo e o desenvolvimento das formas socialistas da economia, a luta de classesse abrandaria. Essa teoria oportunista de direita, advogada pelo grupo de Bukharin,representava um perigo muito srio para a ditadura do proletariado. Seu mal estava"...no fato de que embala a classe operria para dormir, mina o estado de preparao

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    mobilizada das foras revolucionrias de nosso pas, desmobiliza a classe operria efacilita o ataque dos elementos capitalistas contra o governo sovitico"(Stalin, Works,Vol. 12 p. 41).

    E foi o que fez. No comeo de 1928, os kulaks, percebendo que a NEP, longe de

    restaurar o capitalismo na URSS, como eles tinham acreditado e esperado, estava, aocontrrio, levando ao enfraquecimento e aniquilamento dos elementos capitalistas nointerior e consolidao do socialismo, deram incio resistncia organizada aoregime sovitico. Desde 1928, essa resistncia assumiu formas mais agudas. Aresistncia dos kulaks foi a prova mais eloqente de: (a) o fato de que a ofensivasocialista contra os elementos capitalistas estava avanando a todo o vapor e, deacordo com o planejado, que os kulaks estavam, portanto, sentindo o aperto e tinhamde decidir resistir desesperadamente ou sair de cena voluntariamente; e (b) o fato deque os elementos capitalistas no desejavam sair de cena voluntariamente. Ocamarada Stalin, contrariando o conto de fadas oportunista de direita de Bukharin, a

    respeito do abrandamento da luta de classes, expressou-se nas seguintes palavrasinesquecveis:

    "No se deve imaginar que as formas socialistas se desenvolvero, esmagando osinimigos da classe operria, enquanto nossos inimigos se retiraro em silncio eabrindo caminho para o nosso avano, que ento outra vez avanaremos e eles outravez se retiraro, at que 'inesperadamente' todos os grupos sociais, sem exceo,kulaks e camponeses pobres, operrios e capitalistas, encontrar-se-o 'repentinamente'e 'imperceptivelmente', sem luta ou comoo, no regao de uma sociedade socialista.Tais contos de fadas no acontecem nem podem acontecer em geral, e nas condies

    da ditadura do proletariado em particular.

    Nunca aconteceu e nunca acontecer que a classe operria avanar para o socialismoem uma sociedade de classes sem luta ou comoo. Ao contrrio, o avano para osocialismo no pode seno levar os elementos exploradores a resistirem a esse avano,e a resistncia dos exploradores no pode seno levar agudizao da luta de classes.

    Eis por que a classe trabalhadora no deve se iludir com a conversa de a luta de classesdesempenhar um papel secundrio"(Stalin, Works, Vol. 11 p. 180).

    Apesar das simplrias fabulazinhas de Bukharin a respeito do abrandamento da luta declasses e o milagre de os kulaks "se converterem ao socialismo", os kulaks comearama formar uma sria resistncia organizada ao governo sovitico. Quem, seno Bukharine seu grupo, iria no Partido defender os interesses dos kulaks? Os bukharinistasrepresentavam a decadncia da fazenda dos kulaks como uma decadncia daagricultura na URSS. Eles exigiam que a taxa de crescimento industrial fosse reduzida,que o monoplio do comrcio estrangeiro fosse relaxado, que a coletivizao fosserelegada a segundo plano e que os elementos capitalistas recebessem amplasconcesses.

    O primeiro srio ataque dos kulaks veio na poca da crise de aquisio de gros de janeiro de 1928. Os kulaks se recusaram a vender gros para o Estado sovitico; o

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    governo sovitico defrontou-se com um dficitde gros de 130 milhes de puds. Naausncia de reservas, o governo sovitico no podia seno recorrer a medidas deemergncia, tais como a aplicao do Artigo 107 do Cdigo Criminal, que previa, casoos kulaks se recusassem a vender gros, o confisco dos seus gros. A aplicao dasmedidas emergenciais, que, a despeito das distores individuais aqui e ali, foram um

    grande sucesso e tiveram o efeito desejado de obterem dos kulaks o necessriosuprimento de gros requerido pelo Estado, enfureceram os bukharinistas. Sob aalegao de combater 'excessos', os bukharinistas engajaram-se de fato no combate poltica correta do Partido e na defesa dos kulaks. Eis como o camarada Stalin expsessa trapaa oportunista fraudulenta dos bukharinistas:

    "A palavra mais em moda neste momento, entre o grupo dos bukharinistas a palavra'excessos" na aquisio de gros. Essa palavra a mercadoria mais corrente entre eles,visto que os ajuda a mascarar sua linha oportunista. Quando eles querem mascararsua prpria linha, usualmente dizem: claro que no nos opomos presso que est

    sendo exercida sobre os kulaks, mas nos opomos aos excessos que esto sendocometidos nessa esfera e que atingem o campons mdio. Eles ento passam a relatarestrias de 'horrores' desses excessos; eles lem cartas de 'camponeses', cartas decompleto pnico de camaradas como Markov e, ento, extraem a concluso: a polticade fazer presso sobre os kulaks deve ser abandonada.

    Que tal isso? PORQUE excessos so cometidos na conduo de uma poltica correta, AQUELA POLTICA CORRETA, parece-lhes, DEVE SER ABANDONADA. Esse o truqueusual do oportunista: sob o pretexto de que excessos so cometidos na conduo deuma linha correta, abolir a linha e substitu-la por uma linha oportunista. Alm disso,

    os seguidores do grupo de Bukharin muito cuidadosamente silenciam sobre o fato deque h outro tipo de excessos, mais perigoso e mais danoso - a saber, excessos nadireo de uma unio com os kulaks, na direo de adaptao ao estrato mais

    prspero da populao rural, na direo do abandono da poltica revolucionria doPartido em troca da poltica oportunista dos que se desviam para a direita.

    E claro que todos nos opomos queles excessos. Nenhum de ns deseja que os golpesdirigidos contra os kulaks atinjam os camponeses mdios. Isso bvio e no podehaver nenhuma dvida sobre isso. Mas nos opomos muito enfaticamente conversasobre excessos em que insiste to zelosamente o grupo de Bukharin, que usada para

    escamotear a poltica revolucionria de nosso Partido e substitu-la pela polticaoportunista do grupo de Bukharin. No, esse truque deles no vai funcionar.Apontemos ao menos uma medida poltica tomada pelo Partido que no tenha sidoacompanhada por excessos de um tipo ou de outro. A concluso a ser extrada disso que devemos combater os excessos. Mas se pode, A ESTE PRETEXTO, criticar a prprialinha, que a nica linha correta?

    Tomemos uma medida como a introduo da jornada de sete horas. No pode haverdvida de que esta uma das medidas mais revolucionrias conduzidas pelo nossoPartido no perodo recente. Quem no sabe que essa medida, que por sua natureza

    profundamente revolucionria, freqentemente acompanhada por excessos, algumas

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    vezes de um tipo muito criticvel? Isso significa que devemos abandonar a poltica deintroduzir a jornada de sete horas?

    Os seguidores da oposio bukharinista entendem em que confuso esto se metendoao enfatizar os excessos cometidos durante a aquisio de gros?" (Works, Vol. 12, pp.

    96-97).

    Na defesa dos interesses dos kulaks, o grupo de Bukharin chegou ao ponto de acusar oPartido de perseguir uma poltica de explorao militar-feudal para com ocampesinato. Mal se precisa provar que o grupo de Bukharin tomou emprestada essaarma contra o Partido do arsenal da burguesia contra-revolucionria.

    "Na histria de nosso Partido, no posso encontrar qualquer caso de o Partido seracusado de perseguir uma poltica de explorao militar-feudal. Essa arma contra oPartido no foi tomada de emprstimo do arsenal dos marxistas. De onde, ento, ela

    foi tomada de emprstimo? Do arsenal de Milyukov, o lder dos Cadetes. Quando osCadetes desejavam semear a dissenso entre a classe operria e o campesinato,usualmente diziam: Vocs, senhores bolcheviques, esto construindo o socialismosobre os cadveres dos camponeses. Quando Bukharin levanta uma grita acerca do'tributo', ele est danando conforme a msica dos senhores Milyukovs, e estseguindo na esteira dos inimigos do povo"(Vol. 12 p. 59).

    O grupo de Bukharin opunha-se luta contra os kulaks; ele era a favor de uma alianada classe operria com o campesinato INTEIRO, inclusive os kulaks. O Partido,entretanto, se opunha muito enfaticamente a tal aliana.

    "No, camaradas, tal aliana no advogamos e no podemos advogar. Sob a ditadurado proletariado, quando o poder da classe operria est firmemente estabelecido, aaliana da classe operria com o campesinato significa apoiar-se nos camponeses

    pobres, aliar-se aos camponeses mdios e lutar contra os kulaks. Quem quer que penseque sob nossas condies a aliana com o campesinato significa aliana com os kulaksnada tem em comum com o leninismo. Quem quer que pense em conduzir uma polticano interior que agrade a todos, ricos e pobres igualmente, no um marxista, mas umimbecil, porque tal poltica no existe na natureza, camaradas (risos e aplausos). Nossa

    poltica uma poltica de classe"(Stalin, Works,Vol. 11 p. 52).

    O leninismo certamente defende uma aliana estvel com a principal massa docampesinato, porm, de acordo com o leninismo, o propsito maior da aliana daclasse operria com a massa bsica do campesinato assegurar o papel dirigente daclasse operria, consolidar a ditadura do proletariado e criar as condies necessrias -materiais e espirituais (culturais) - que facilitem a abolio das classes. Em sntese, oleninismo defende uma aliana estvel com a massa principal do campesinato(EXCLUDOS os kulaks), com o objetivo final de abolir as classes. O leninismo nodefende qualquer tipo de aliana. Eis como o camarada Lnin expressou-se sobre esseassunto:

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    "O acordo entre a classe operria e o campesinato pode ser visto como significandoqualquer coisa. Se no temos em mente que, do ponto de vista da classe operria, oacordo permissvel, correto e possvel em princpio somente se sustenta a ditadura daclasse operria e uma das medidas visando a abolio das classes, ento a frmulade acordo entre a classe operria e o campesinato torna-se, claro, uma formula que

    todos os inimigos do regime sovitico e todos os inimigos da ditadura do proletariadosubscrevem."

    E adiante:

    "No momento", diz Lnin. "o proletariado detm o poder e dirige o Estado. Dirige ocampesinato. O que significa dirigir o campesinato? Significa, em primeiro lugar,

    perseguir um rumo para a abolio das classes e no do pequeno produtor. Se nosdesviarmos desse rumo radical e principal, cessaremos de ser socialistas e nosencontraremos no campo da pequena burguesia, no campo dos revolucionrios

    socialistas e mencheviques, que so agora os mais ferozes inimigos do proletariado."

    A aliana com o campesinato, defendida por Bukharin, entretanto, significava umaaliana no apenas com o campesinato mdio mas tambm com os kulaks. Edesnecessrio provar que tal aliana, longe de assegurar o papel dirigente doproletariado, fortalecer a ditadura do proletariado e facilitar a abolio das classes,teria levado negao do papel dirigente do proletariado, ao enfraquecimento de suaditadura, perpetuao das classes, pois somente uma aliana com o campesinatomdio, que ao mesmo tempo uma aliana contra os kulaks, pode abrir caminho nadireo da abolio das classes. As classes s podem ser abolidas por meio da luta de

    classes contra os exploradores - contra os kulaks e outros elementos capitalistas - eno por meio da aliana com eles.

    desnecessrio provar que o grupo oportunista de direita de Bukharin, com suaspolticas oportunistas, tinha de ser derrotado. Sem sua derrota teria havido umarestaurao segura do capitalismo na URSS no incio dos anos 30. Deve ser dito, paracrdito, glria e honra do Partido Bolchevique e de seu dirigente na poca, o camaradaStalin, que os oportunistas de direita do grupo de Bukharin foram to seguramentederrotados como aqueles do grupo Trotskv-Zinoviev oportunista 'esquerdista'. Osgrupos derrotados juntaram suas foras subseqentemente (da mesma forma que

    tinham feito anteriormente) na oposio ao Partido, demonstrando assim sua essnciaantileninista e reacionria de direita. No havia diferena entre os dois, exceto naforma de suas plataformas. A verdade que o programa dos 'esquerdistas' levavatanto quanto o dos direitistas na direo da restaurao do capitalismo. K nessesentido, e por causa disso, que os marxistas-leninistas tm sempre sustentado que os'esquerdistas' tambm so de fato direitistas. Eis como o camarada Stalin caracterizouos oportunistas da direita (bukharinistas) e da 'esquerda' l trotskistas), mostrando oque era comum a ambos, a saber, suas respectivas plataformas para a restaurao docapitalismo, embora seguindo rumos distintos:

    "Onde est o perigo do desvio de DIREITA, francamente oportunista, em nosso Partido?No fato de que ele SUBESTIMA a fora de nossos inimigos, a fora do capitalismo: no

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    v o perigo da restaurao do capitalismo; no entende o mecanismo da luta declasses sob a ditadura do proletariado e, portanto, to prontamente concorda em fazerconcesses ao capitalismo, exigindo uma reduo do ritmo de desenvolvimento denossa indstria, exigindo concesses aos elementos capitalistas na cidade e no campo,exigindo que a questo das fazendas coletivas e fazendas estatais seja relegada ao

    segundo plano, exigindo que o monoplio do comrcio exterior seja relaxado, etc., etc.

    No h duvida de que o triunfo do desvio de direita em nosso Partido liberaria as forasdo capitalismo, minando as posies revolucionrias do proletariado e aumentando aschances da restaurao do capitalismo em nosso pas.

    Onde est o perigo do desvio de ESQUERDA' (trotskista) em nosso Partido? No fato deque ele SUPERESTIMA a fora de nossos inimigos, a fora do capitalismo; v apenas a

    possibilidade de restaurao do capitalismo, porm no pode ver a possibilidade deconstruo do socialismo pelos esforos de nosso pas; d lugar ao desespero e

    obrigado a consolar-se com o palavreado sobre as tendncias de Termidor em nossoPartido.

    A partir das palavras de Lnin de que 'enquanto vivermos em um pas de pequenoscamponeses, h uma base mais segura para o capitalismo na Rssia do que para ocomunismo', o desvio 'esquerdista' extrai a concluso de que impossvel construir ocapitalismo em toda a Rssia; que no podemos marchar juntos com o campesinato;que a idia de uma aliana entre a classe operria e o campesinato uma idiaobsoleta; a menos que uma revoluo vitoriosa no Ocidente venha em nossa ajuda, aditadura do proletariado na Rssia deve fracassar ou degenerar; que, a menos que

    adotemos o plano fantstico da superindustrializao, mesmo custa de uma cisocom o campesinato, a causa do socialismo na URSS deve ser considerada como perdida

    Da o aventureirismo na poltica do desvio de 'esquerda'. Da seus saltos 'sobre-humanos' na esfera da poltica.

    No h dvida de que o triunfo do desvio 'esquerdista' em nosso Partido levaria aclasse operria a separar-se do resto das massas da classe trabalhadora e,conseqentemente, derrota do proletariado e a facilitar as condies de restauraodo capitalismo.

    Vocs vem, portanto, que ambos os perigos, o de 'esquerda' e o de direita, ambosesses desvios da linha leninista, o direitista e o 'esquerdista', levam ao mesmoresultado, embora por caminhos diferentes" (CW, Vol. 11 pp. 240-1).

    A nica diferena que os 'esquerdistas" (trotskistas) usam frases de ultra-'esquerda',o que incidentalmente explica:

    "...porque os 'esquerdistas' algumas vezes conseguem atrair parte dos operrios para oseu lado, com a ajuda de frases 'esquerdistas' altissonantes e por se posarem deoponentes mais determinados dos direitistas, embora todo mundo saiba que eles, os'esquerdistas', tm as mesmas razes sociais que os direitistas e que no raro entram

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    em acordo, em um bloco, com os direitistas, afim de enfrentarem a linha leninista"(Stalin, Works, Vol. 11 p. 291).

    Antes de prosseguir, pode-se dizer de passagem que a maioria das criticas dirigidaspela burguesia ordinria linha leninista do Partido Bolchevique sobre a coletivizao

    era baseada nas plataformas e linha de argumentao dos socialistas burgueses dentrodo Partido Bolchevique, a saber, os oportunistas de 'esquerda' (trotskistas) e osdesviados de direita (Bukharinistas). No poderia ser de outro modo, pois asplataformas dos oportunistas de esquerda e de direita eram plataformas derestaurao capitalista, embora em forma dissimulada e mesmo envolta emterminologia marxista. Da a concorrncia nas vises da burguesia ordinria, por umlado, e os oportunistas 'socialistas', como os trotskistas e bukharinistas, por outro lado;da a simpatia da burguesia ordinria pelos representantes dos interesses de sua classe(a classe burguesa) no movimento comunista, a saber, o oportunista socialista; da oantistalinismo e o pr-trotskismo da burguesia ordinria. A burguesia no se importa

    com a terminologia usada; ela no faz objees mesmo ao uso da terminologiamarxista, na medida em que usada na defesa e preservao do capitalismo mais doque para sua derrubada revolucionria. De fato, sob certas circunstncias, a nicaforma de servir ao capitalismo atravs do uso de frases marxistas, pois somente taisfrases podem iludir os trabalhadores. Como poderiam os trotskistas, por exemplo,abertamente, propor a restaurao do capitalismo na URSS quando a classe operriaestava no poder? Mal teriam proferido uma sentena abertamente e seriam lanadospara fora de toda organizao dos operrios, especialmente o Partido de vanguarda doproletariado, e completamente desprezados por todo operrio com conscincia declasse. Assim, eles eram obrigados a apresentarem seu programa pela restaurao

    capitalista em nome da classe operria e do marxismo. Nisto est o servio queprestaram burguesia; e tambm assim sua traio classe operria e ao movimentocomunista.

    F. O uso da fora e a coletivizao

    H mais uma questo que desejamos comentar, a saber, aquela do uso da fora nacoletivizao. Os idelogos burgueses fizeram a alegao de que a coletivizao naURSS foi uma coletivizao forada - contra a vontade da maioria do campesinato. Essaalegao adquiriu, atravs de pura repetio e ignorncia, a fora de um preconceito

    pblico no qual, deve-se admitir com grande vergonha, acreditam no apenas pessoascomuns mas tambm algumas pessoas que se autodenominam marxistas-lenmistas.Em vista disso, natural que desejemos dizer algumas palavras sobre essa questo.Somente os burocratas incorrigveis - da burguesia ordinria, bem como do tipotrotskista - podem acreditar que a coletivizao na Unio Sovitica foi, ou poderia tersido, realizada pela fora: somente pessoas que consideram a coletivizao como umassunto burocrtico administrativo, mais do que uma medida econmica da maiorimportncia, podem considerar a coletivizao com esta viso. Se a coletivizaopudesse ser realizada por um 'sargento Prishibeyev", armado com um decretodepartamental trotskista para coletivizar, ento, de fato. haveria razo para coletivizar

    no em 1929. mas em 1926 (como queriam Trotsky e Zinoviev) e at muito mais cedo,isto . enquanto Lnin estava vivo. Nesse caso. seramos obrigados a admitir que o

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    trotskismo estava certo em propor a coletivizao em 1926, enquanto os leninistasestariam errados em rejeitar essa proposta. Os trotskistas propuseram a coletivizaoem 1926 precisamente porque eram eles que, acostumados com as piores tradiesburocrticas burguesas, acreditavam (e ainda acreditam) que a coletivizao pode seralcanada com um pedao de papel e o basto de um sargento prussiano. Se o Partido

    tivesse sido tolo o bastante para considerar a coletivizao dessa forma e colocadoeste mtodo em ao, o resultado teria sido, como j explicado, uma coliso hostil'entre a classe operria, que estava no poder e a massa bsica do campesinato, semcuja aliana a classe operria no podia esperar manter-se no poder por longo tempo;o efeito teria sido uma guerra civil e runa certa para a ditadura do proletariado.

    O Partido, entretanto, considerou a coletivizao como uma medida econmica queno poderia ser realizada sem que estivessem criados os pr-requisitos econmicosnecessrios. E, para repetir, esses pr-requisitos eram:

    *Nota do tradutor: O "sargento Prishibeyev" um personagem caricaturalmenteautoritrio de um conto de Tchekhov.

    (a) o desenvolvimento da indstria em tal grau que pudesse suprir a agricultura comtratores, mquinas e conhecimento tcnico;

    (b) a capacidade do Estado de garantir crditos e outras facilidades e assistnciafinanceiras;

    (c) o desenvolvimento das fazendas coletivas e estatais ao ponto em que elas

    pudessem substituir a produo dos kulaks;

    (d) a orientao dada pelos operrios avanados (na forma de brigadas detrabalhadores e propagandistas trabalhadores) aos camponeses soviticos na questodo desenvolvimento da fazenda coletiva;

    (e) a implementao pelo Partido da poltica de Lnin de educao das massas, atravsda implantao de uma vida comunal cooperativa entre elas atravs de cooperativasde suprimento e de mercado e cooperativas de produtores.

    Todas as medidas acima no poderiam seno fortalecer o vnculo entre a classeoperria e o campesinato, sem o qual todas as tentativas de coletivizao teriamterminado como a "Marcha sobre Varsvia", sem o qual a coletivizao teria perdidoseu carter voluntrio que, por sua vez, faria soar o dobre de finados da coletivizao.Os sucessos na coletivizao foram realizados precisamente por causa da naturezavoluntria da coletivizao. No momento em que a compulso entrou em cena (sobreo qual mais ser comentado adiante), fazendas coletivas comearam a se desfazer euma seo dos camponeses que, para citar Stalin, "apenas ontem tinham a maiorconfiana nas fazendas coletivas, comearam a dar as costas a elas" (Resposta aosCamaradas das Fazendas Coletivas).

    De fato, o movimento em favor da coletivizao tinha sido recebido toentusiasticamente pela maioria esmagadora do campesinato e tinha adquirido tal

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    mpeto que, ao fim de 1929, estava evidente que qualquer insatisfao que houvesseentre a principal massa do campesinato "no era por causa da poltica das fazendascoletivas do governo sovitico, mas por ter sido o governo sovitico incapaz deacompanhar o ritmo do crescimento do movimento das fazendas coletivas, no que dizrespeito a suprir os camponeses com mquinas e tratores" (Stalin, Works. vol. 12, p.

    137).

    Embora o movimento das fazendas coletivas no todo fosse de carter voluntrio, issono implicava que no houvesse distoro da poltica do Partido em casos individuais,por funcionrios do Partido excessivamente zelosos e todo tipo de distorcedores"esquerdistas". Essas distores foram da seguinte natureza:

    (a) Violao do princpio referente ao carter voluntrio do movimento de fazendascoletivas, uma violao que teve como efeito fazer com que fazendas coletivas sedesfizessem. No tivesse essa violao sido removida, no tivesse essa distoro sido

    corrigida, no teria havido sucesso na coletivizao na URSS. Isso apenas serve paramostrar quanto esto errados os crticos burgueses ao afirmarem que a coletivizaona URSS foi obtida fora. Foi justamente o contrrio.

    (b) Violao do princpio que determinava fosse levada em conta a diversidade decondies na URSS (a URSS tinha sido dividida em trs grupos de distritos, para cadaum dos quais tinham sido fixadas datas aproximadas para que se implantasse, noprincipal, a coletivizao).

    (c) Violao da regra que definia a FORMA ARTEL do movimento de fazendas coletivas

    como O PRINCIPAL ELO NO SISTEMA DE FAZENDAS COLETIVAS naquela poca.Fizeram-se tentativas de saltar o estgio do sistema artel agrcola e passar logo para oestgio comunal.

    Cada uma dessas trs distores teve lugar em violao da deciso do Bir Poltico doComit Central, adotada em 5 de janeiro de 1930, sob o ttulo O ritmo da coletivizaoe as medidas estatais para assistir o desenvolvimento das fazendas coletivas. desnecessrio dizer que essas violaes foram muito do desagrado e da averso doBir Poltico, do Comit Central e de Stalin. Conseqentemente, foram o ComitCentral e Stalin que tomaram as medidas para corrigir essas distores da poltica do

    Partido, desde o momento que elas vieram tona. Tm-se apenas que ler os artigos docamarada Stalin Embriagados de Sucesso (2 de maro de 1930) e Resposta aoscamaradas das fazendas coletivas (25 de abril de 1930), para se convencer disso - noobstante os trotskistas e outros burgueses afirmarem o contrrio. Eis, por exemplo, oque o camarada Stalin escreveu em relao a essas distores da poltica do Partidosobre a coletivizao e em sua condenao:

    "O que pode haver em comum entre essa 'poltica' do sargento Prishibeyev e a polticado Partido de apoiar-se no princpio da voluntariedade e de tomar as peculiaridadeslocais em conta no desenvolvimento das fazendas coletivas? Claramente, no h enem

    pode haver nada em comum entre elas" ("Dizzy with Success").

  • 8/3/2019 Parte VI - Trotskismo x Leninismo

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    Trotskismo x Leninismo - Lies Da histria Parte VI

    Comunidade Josef Stlin - http://comunidadestalin.blogspot.com/ Pgina 31

    E adiante: "Quem se beneficia com essas distores, esse decretismo burocrtico domovimento das fazendas coletivas, essas ameaas inconvenientes contra oscamponeses? Ningum, exceto nossos inimigos" (ibid.).

    Stalin denunciou as tentativas de substituir o trabalho preparatrio para a organizao

    das fazendas coletivas pelo "decretismo burocrtico do movimento de fazendascoletivas, resolues de papel sobre o crescimento das fazendas coletivas, organizaesde fazendas coletivas no papel - fazendas coletivas que no existiam ainda narealidade, mas cuja existncia era proclamada num monto de resolues fanfarronas"(ibid.)

    Mas, somente porque tiveram lugar algumas distores locais - distores que foramrapidamente eliminadas pelo Partido -, isso significa, ento, que a linha do Partidosobre a coletivizao estava errada? No, certamente no significa isso. Nunca foiposta em prtica uma poltica correta que no fosse acompanhada por algumas

    distores. Somente trapaceiros oportunistas podem querer o abandono de umapoltica correta apenas por terem ocorrido algumas distores dela no curso de suaexecuo. A concluso correta a ser sacada das distores que devemos combat-las,devemos jog-las fora. no que devamos abandonar a poltica correta. Outra vez deve-se afirmar que a poltica do Partido sobre a coletivizao era uma poltica leninista ecorreta; era uma poltica baseada na frmula leninista correta: Apoiar-se no camponspobre, construir uma aliana estvel com o campons mdio, nunca, em nenhummomento, cessar a luta contra os kulaks'. Somente aplicando essa frmula poderia aprincipal massa do campesinato ser conduzida, como de fato foi, para o canal daconstruo socialista. A poltica do Partido triunfou porque desenvolveu uma luta

    consistente e fundamentada contra os desvios 'esquerdista' (trotskista) e direitista(bukharinista), porque o Partido desenvolveu uma luta sem trguas contra aqueles quetentaram antecipar-se (trotskistas), bem como aqueles que arrastavam os ps(bukharinistas). Nisso estava o segredo do sucesso da poltica do Partido sobre acoletivizao, como sobre outros temas.

    Excetuando umas poucas distores dos tipos mencionados, a coletivizao foirealizada atravs da cooperao ativa e do entusiasmo da massa bsica docampesinato. Isso, entretanto, no significa que o Estado da classe operria no tenhafeito uso da violncia revolucionria contra os kulaks e exploradores que se engajaram

    no uso da violncia contra-revolucionria e que recorreram ao terrorismo eassassinato de funcionrios do governo e do Partido, em suas tentativas desesperadaspara conter o avano do socialismo. Podemos reprovar o Estado sovitico por terusado a violncia revolucionria para conter a violncia