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  • 1. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO M ER SICU IO POR V tK S lC U U ) Kusscll N oim an Q u m p h n , Ph. D. VO LUM E II LUCAS JOAO ! ) ir r it o * | 1 11 p u h lira c o na Jingua |)0ruu;uet>u a1i1|uiri11u! u u i; M1LFJMUM D istribuidora C ultural Lula. TH: (011) .i70-6l.i3 ~ S49-79:16 S ko l ul o - H rail C tC 4 7 .* 10.37 (HK)1-27

2. REIS BOOKS DIGITAL 3. EVANGELHO DE LUCAS ESBOO: Observaes Gerais 1. Autoria: Unidade de Lucas-Atos 2. Data 3. Propsito do Evangelho dc Lucas 4. Fontes a. Muitas fontes b. Evangelho dc Marcos c. Q d. L ' e. A Influencia dc Paulo f. Diagrama das Fontes do Evangelho de Lucas 5 Contedo a. Breve esboo ^ .B . Q uando aparecem te xto s paralelos cm M ateus e Lucas. aprw w nU m o a b. Esb0C0 pormenorizado e x p o si o em M a te u s ; em I.u ca n , a cre s c e n ta m o s a pvn a a lg u m a s n o ta s suplem entares. c. Material encontrado s em Lucas 6. Bibliografia * * * que consubstanciam a autoria lucana desses dois documentos sagrados. 2. DATA E LUGAR Ver o tratam ento mais completo sobre este assunto na introduo a Atos, sob o mesmo ttulo. provvel que o livro de Atos tenha sido escrito pouco depois do evangelho de Lucas {segundo fica subentendido no trechode Atos 1:1-3), alm do fato de que realmente temos nos dois volum es um a nica obra lite r ria . P o rtan to , no provvel que o autor se tenha demorado em demasia a escrever a segunda poro de sua obra. Poderamos supor que o livro dc Atos foi escrito no muito depois de terem ocorrido os ltimos acontecimentos ali registrados, isto , quandb alguns dos * apstolos ainda estavam vivos. Ao mesmo tempo, o evangelho de Lucas e o livro de Atos devem ter sido escritos depois do evangelho de Marcos, visto que esta uma das principais fontes informativasdo evangelho de Lucas. Se aceitarmos os anos de 50 ou 60 D.C. como a data do evangelho de Marcos, ento poramos o evangelho de Lucas entre os anos 60 e 80 D.C. O livro de Atos se situaria no perodo finai desse clculo. A lguns crem que h evidncias que indicam que esse evangelho foi escrito aps a destruio de Jerusalm, o que tambm verdade quanto ao evangelho de Mateus, o que o situaria entre 70 e 80 D.C., como data de sua autoria. Todavia, pode ter precedido a esse acontecim ento: e, nesse caso, poderia ser situado entre 60 e 70 D.C. Lucas teve contactos constantes com Marcos (ver Col. 4:10,14; Filemom 24: Atos 12:12,25; 13:13; 15:37,41; II Tim. 4:11-13), pelo que teve acesso ao seu evangelho, provavelmente pouco tempo depois de haver sido completado. O lugar de sua composio tem de ser deixado na rea das conjecturas, porquanto no temos qualquer evidncia positiva a esse respeito. A tradio antiga associa Lucas a Antioquia da Sria; mas, ainda que essa fosse a verdade, no poderamos afirmar que, s por isso, Lucas ali escreveu o seu evangelho. As cidades de Rom a, Efeso e C orinto tam bm tm sido sugeridas. No impossvel, posto que Lucas visitou tantas testemunhas oculares dos muitos acontecimentos, e, portanto, que tantas viagens fez, que grande parte de seu evangelho tenha sido escrita em viagem, e que mais tarde ele reuniu o material e o editou. 3. PROPSITO DO EVANGELHO DE LUCAS O prprio autor declara perem ptoriam ente um dos propsitos que teve, ao escrever a sua obra, no prefcio deste evangelho (1:1-4) . M uitas pessoas haviam escrito a respeito de Jesus e sua vida admirvel, talvez de maneiras incompletas e qui contraditrias; e Lucas desejava suprir uma narrativa em ordem e digna de confiana para Tefilo (que evidentemen- te era um alto oficial romano, possivelmente recm-convertido O mesmo eminente erudito, Ernest Renan, que designou o evangelho de M ateus como o m ais im p o rtan te livro que jamais foi escrito, declarou que o evangelho de Lucas o mais belo livro que jamais foi escrito. Buckner B. Trawick (The New Testament as Literature, Gospels and Acts, pg. 50), acredita que o evangelho de Lucas o mais amado dos livros. E amado por todos porque seu prprio autor sempre demonstrou sinais de ternura. Contentou-se em perder-se inteiramente em Algum maior do que el. e o seu livro mostra que ele amava humanidade com uma afeio genuna. Era o mdico amado conforme o apstolo Paulo o chamou (ver Col. 4:14). 1. AUTORIA Ver o tratam ento muito mais completo sobre este assunto naThtroduo a Atos, sob o mesmo ttulo. L tambm dada a descrio da pessoa de Lucas no ltimo pargrafo. Unidade de Lucas-Atos C onsiderados ju n tam en te, os livros do evangelho de Lucas e dos A tos dos Apstolos representam pouco mais do que um quarto do volume do N.T. Isso significa que Lucas contribuiu com mais material, para o volume total do N .T., do que qualquer outro autor sagrado, porquanto Lucas-Atos contm mais material do que as treze epstolas paulinas (se no considerarmos como paulina a epstola aos Hebreus). Ainda que no houvesse outro m otivo alm do volum e, Lucas-Atos teria de ser um a im p o rtan te considerao no estudo do N.T. A autoria comum desses dois documentos, e o fato de que Lucas foi esse a u to r, um fato bvio e. te reconhecido. Constituem dois volumes do literrio. A passagem de Atos 1:1 mostra que mes constituem um a unidade e tm origem 0 ano de 185 D.C. (no livro de Irineu, Contra 14), encontramos uma afirmao sobre a autoria dois livros. O testemunho do Canon Muratoria- do sculo II da era c rist, confirm a essa estemunhos similares so dados por Tertuliano (Marc. IV.2),OrgenesT Eusbio (Histria, VI.25) e Jernimo (Vir. iliustr. 7). Ppls fins do sculo II D.C. essa era uma tradio comum.rta igreja de Roma. Evidncias lingsticas comprovam as reivindicaes da autoria de Lucas, bem como as declaraes da tradio citada acima. Quase duas vezes mais so as palavras peculiares dos livros de Lucas e Atos, no N.T., do que nos outros dois evangelhos sinpticos e em Atos; e muitas palavras e expresses caractersticas do estilo de Lucas se encontram em am bos os docum entos. E ssas declaraes tm sido desafiadas (como no livro de A.C. Clark, The Acts of the Apostles, sobre argumentos lingsticos. Mas quase universalmente esses desafios no so reputados convincentes, especialmente luz de m uitas provas positivas 4. LUCAS Senhor prom eteu a m esm a bno aos seus discpulos, especialmente aps a sua ressurreio. O livro de Atos d continuao ao mesmo notvel pormenor, pois neste livro que o Esprito Santo recebe mesmo proeminncia. Lucas salientou a vida de orao de Je su s m ais do que qualquer dos demais evangelhos. Vemos isso logo aps o seu batismo, imediatamente antes de haver selecionado os doze, quando passou a noite inteira em orao, e por ocasio de sua transfigurao, e at mesmo no momento da morte: Pai, em tuas mos entrego o meu esprito. A prtica da orao, por conseguinte, tornou-se comum na igreja primitiva. Muitos tm observado que o evangelho de Lucas demonstra um m arcante in teresse pelo papel das m ulheres e a importncia delas na tradio do evangelho. Portanto, um dos propsitos de Lucas foi o de m ostrar os privilgios do sexo m ais fraco no seio da ipreja. por essa razo que ali encontramos vrias narrativas com essa nfase: Maria, Isabel, a profetisa Ana, as filhas de Jerusalm, que lamentavam os sofrimentos e a morte de Jesus, etc. Mulheres tambm so destacadas no livro de Atos, como Safira, Priscila, Drusila, Berenice, Maria (me de Joo Marcos), a criada Rode, Ldia, D am aris de A tenas, as q u atro filhas de Filipe, que profetizavam, e uma referncia incidental de que Paulo tinha uma irm (Atos 23:16). Lucas procurou compensar certas grandes deficincias do evangelho de Marcos, como, por exemplo, a falta de meno das aparies de Jesus aps a sua ressurreio. O propsito de Lucas era fortalecer a f na histria do sepulcro vazio, e as suas pesquisas preencheram admiravelmente essa necessidade. 4. FONTES INFORMATIVAS Parece perfeitamente bvio que o prprio Lucas no foi uma testemunha ocular. Existem tradies que declaram que ele foi um dos setenta discpulos especiais enviados por Jesus, a fim de expandir o ministrio dos doze apstolos (conforme se v em E pifnio, H er. 1:12). T alvez essa tradio se tenha originado da observao de que somente Lucas registrou o m inistrio dos sete n ta discpulos. Porm , o prefcio do evangelho de L ucas deixa p erfeitam en te claroque ele mesmo no era testem unha ocular, em bora tivesse tido contacto com muitas delas. Eusbio (Histria Eclesistica, III.4) diz-nos que Lucas era nativo de Antioquia da Sria, e que os seus pais eram gentios (conforme tambm indicado por Col. 4:11,14). Provavelmente se converteu desde cedo ao cristianismo, depois da inaugurao dos primeiros esforos evangelsticos da igreja. A sua histria, no livro de Atos, tem ligaes iniciais com Paulo, em Trade (ver Atos 16:10), onde a palavra ns subentende que naquele tempo o escritor era um dos companheiros do apstolo. a. M uitas fontes. As fontes informativas foram muitas, tanto escritas como orais: Lucas declara em seu prlogo (Luc. 1:1-4) que fez um intenso estudo da narrativa evanglica a fim de ser capaz de escrever uma narrativa digna de confiana e convincente da verdade sobre a grandeza de Jesus. Consultou a muitos dos que tinham tido conhecimento em primeira mo das palavras e das aes de Jesus. provvel que muitos dos incidentes registrados no evangelho de Lucas (que no se encontram nos evangelhos de Marcos ou de Mateus), tal como o aparecim ento de Jesu s, aps a sua ressurreio, aos discpulos de Emas, foram acontecimentos registrados base de apenas uma ou duas testemunhas. Uma delas designada pelo nome, isto , Clopas, sendo provvel que ele quem tenha suprido a h ist ria. D eve ter havido m uitas ou tras n a rra tiv a s e afirm aes de Je su s, su p rid a s a L ucas, por diversas testemunhas oculares diferentes. As histrias sobre 08 ltimos dias de Jesus, em Jerusalm, foram narradas por tais testemunhas oculares, e gradualmente assumiram a forma de uma narrativa contnua. Paulo menciona quinhentas testemu- nhas oculares da ressurreio de Jesus, pois viram-no em determinada ocasio; Marcos baseia sua crena no descobri- m ento feito pelas m ulheres; M ateus acrescenta a isso o aparecimento de Jesus aos onze, na Galilia. A narrativa de Lucas contm ainda mais pormenores, resultantes de suas p esquisas pessoais, ao invs de depender das tradies ap resen tad as nos evangelhos de M arcos e M ateus. Outro tanto pode-se dizer a respeito dos captulos finais do evangelho de Joo, e talvez tam bm do evangelho no-cannico de Pedro. As diferenas nas verses envolvem, principalmente, legitimidade histrica comparativa de cada narrativa. ao cristianismo). Todavia, tambm possvel que Tefilo no fosse o nico d estin atrio porque L ucas pode te r tid o o interesse de suprir um evangelho em ordem e completo para leitores no-juaeus. E Lucas tambm queria esclarecer, ao governo imperial de Roma, que os cristos no eram alguma seita sediciosa e subversiva, e nem mera faco do judasmo; pelo contrrio, que a sua mensagem universal, e, por isso mesmo, importante para todos os povos. Tambm desejava apresentar um Salvador universal, um grande e compassivo Mdico, Mestre e Profeta, que viera aliviar os sofrimentos humanos e salvar as almas dos homens. O governo romano havia aprendido a tolerar o judasmo, quase inteiramente, por ter an tig a s e profundas razes cu ltu rais. verdade que o cristianismo tinha origem recente, mas isso no significava que no tivesse im portncia un iv ersal, m otivo por que tambm deveria usufruir de aceitao por parte do estado rom ano. in teressan te observarm os que este evangelho exerceu pouco efeito na situao poltica, e que as perseguies de forma alguma se abrandaram; de fato, se prolongaram at os dias de C onstantino (300 D .C .). Por conseguinte, a legalidade do cristianismo no foi aceita, nem por causa deste evangelho nem em vista de qualquer outro motivo. No podemos deixar de notar, igualmente, que a mensagem geral dos evangelhos sinpticos, e no apenas a do evangelho ae Lucas, que a igreja tinha por inteno suprimir a sinagoga como o verdadeiro Israel, e que por isso mesmo tinha o direito de ser reconhecida e at mesmo de ser protegida pelo estado, conforme este vinha fazendo com o judasmo. 08 cristosfo- ram perseguidostanto por Roma como pelos judeus. 08 cristos gostariam de ver removidos ambos esses fatores, ou ento, pelo menos, de ter obtido, em alguma medida, alguma proteo romana contra as aes maldosas de determinados elementos radicais, as autoridades religiosas dos judeus. Jesus comprovara ser o Messias das profecias judaicas, sobrenatu- ralmente comprovado. Somente a perverso voluntria das massas populares judaicas havia forado Paulo e Bamab a 8e lanarem em um a m isso entre os pagos. Os cristo s, portanto, em realidade no eram apstatas do judasmo, mas representavam o verdadeiro Israel, porquanto a massa do povo terreno de Israel se recu sara o b stin ad am en te a reconhecer a mensagem de Deus, entregue por intermdio do seu prprio Messias. Apesar de suas origens judaicas, todavia, o cristianismo deveria ser reputado como religio universal, porque no reconhecia qualquer limitao racial ou cultural. 0 evangelho de L ucas traa a genealogia de Je su s a t A do, e no at A brao; e esse fato, por si m esm o, extrem am ente significativo, porquanto subentende universalidade. Jesus foi declarado pelo profeta Simeo como .../uz para revelao aos gentios, e para glria do teu povo de Israel (Lucas 2:32). No evangelho de Lucas, em su serm o inaugural, Je su s asseverou que Elias no fora enviado s muitas vivas de Israel, e, sim, a Sarepta, na terra de Sidom, ao passo que Eliseu no purificou nenhum dos muitos leprosos que havia em Israel, mas to-somente a Naam, o srio. Um samaritano, e no um judeu, o heri de uma das mais coloridas parbolas do evangelho de Lucas. Quando Jesus curou os dez leprosos, apenas um, um agradecido samaritano, regressou para louvar a Deus e dar-lhe graas. Alm desses fatos, tambm devemos notar que o prprio evangelho de Lucas prepara o caminho para o livro de Atos, que , bem definidamente, uma descrio sobre a evangelizao universal, feita pelos cristos primitivos. E assim que ouvim os Pedro a pregar: Reconheo por verdade que Deus n faz acepo de pessoas; pelo contrrio, em qualquer nao, aquele que o teme e faz o que justo lhe aceitvel (A tos 10:34,35). E ali, igualm ente, que encontramos as palavras de Paulo e Barnab: Eu te constitui para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvao at aos confins da terra (Atos 13:46,47). Por conseguinte, pode-se ver claramente oue um dos grandes temas deste evangelho a universalidadeda mensagem crist. Existem outros propsitos, alm dessas finalidades mais latas: Lucas d proeminncia obra do Espirito Sant. H dezessete referncias ao Esprito, no evangelho de Lucas, em comparao com as seis referncias no evangelho de Marcos, e com as doze referncias no evangelho de Mateus. Assim que, j nos captulos de introduo, lem os a inform ao do enchim ento de Joo B atista com o Espirito Santo. M aria recebeu a sua mensagem por agncia do Espirito Santo. Jesus foi batizado no Espirito Santo. O Cristo, que saiu por toda parte fazendo o bem , era guiado pelo E sp rito S anto, e o 5. LUCAS fonte informativa L). c. Fonte informativa Q. deriva-se do vocbulo germnico quelle, que significa,fonte. Cerca deum quintodo material do evangelho de Lucas se deriva da fonte de tradies que se tem convencionado chamar de (^. Lucas usou esse material em com um com M ateus; m as e provvel que m uitas das declaraes que h no evangelho de Lucas no faam parte desse docum ento, m as antes, representem o u tras fontes escritas ou orais s quais Lucas teve acesso. Talvez a base de grande parte desse material fossem os chamados orculos do Senhor, supostamente obra do apstolo Mateus; e, embora esse documento tivesse sido escrito em hebraico, com o que Papias queria dizer aramaico. no impossvel que tambem ex istisse um a traduo para o grego. A fonte Q quase certamente era um documento vazado no idioma grego. A provenincia de quase toda a fonte inform ativa Q provavelm ente era palestin ian a. Alguns tm suposto que Mateus usou Lucas, ou ento que Lucas usou Mateus como fonte inform ativa, e que, por isso m esm o, aquilo que se chamou de fonte informativa Q simplesmente uma cpia e adaptao de materiais que j existiam em forma escrita, em um ou outro desses dois evangelhos. Porm , os eruditos modernos, em sua maioria, duvidam dessa possibilidade. Outros duvidam da prpria existncia de Q. De qualquer maneira, as nossas declaraes sobre fontes so tentativas e no dogmticas. d. Fonte informativa L. E sta a fonte do evangelho de Lucas, por detrs dos materiais que se encontram somente nesse evangelho. Sua provenincia (tal como no caso da fonte inform ativa QX provavelm ente palestiniana. Cerca dequarenta por centodo evangelho de Lucas se deriva dessa fonte informativa L, a qual, mui provavelmente, em realidade era uma combinao de tradies, tanto escritas quanto orais, algumas das quais certamente dependiam de uma nica testemunha ocular qualquer. A fonte informativa L representa as pesquisas pessoais de Lucas nas questes 3 . * * J n 1 T _ Lucas. Incluso na fonte informativa L acha-se o documento de viagem, Luc. 9:51 18:4 , que descreve como que uma lenta viagem da Galilia at Jerusalm, onde so narrados muitos incidentes da vida de Jesu s, como se tivessem ocorrido durante essa viagem. Entretanto, provvel que Lucas no quisesse que essa seco fosse assim com preendida, m as- to-somente estava expandindo o nosso conhecimento sobre a vida terrena de Cristo. Foi provavelmente por acaso que essa -eeco foi p o sta no fim do m aterial que L ucas tom ou de Marcos por emprstimo, em cujo ponto a jornada a Jerusalm teve inicio. Tendo usado todo o material histrico de Marcos, Lucas ainda tinha muito a ser dito, e simplesmente ps tudo em um nico bloco, nesse ponto, sem inteno algum a de tom-lo parte de uma longa e lenta viagem a Jerusalm. Dessa fonte informativa L tambm se deriva o tratam ento especial dado por Lucas semana da paixo e s aparies de Jesus, aps a sua ressurreio, que no se encontram nos outros evangelhos. Sua considerao especial para com as mulheres, para com o ladro penitente, para com a forma como Jesus escapou da tu rb a , em N azar, a ex trao rd in ria pesca de Simo, a ressurreio do filho da viva de Naim, a cura de uma mulher aleijada, a cura de um homem que sofria de hidropsia, a cura de dez leprosos (com o grato samaritano que havia entre eles), tudo isso se deriva dessa fonte inform ativa. E ssa tradio retrata Jesus como profeta, m estre e mdico, tendo afinidades com a profeciajudaica e sua literatura de sabedoria. A fonte inform ativa L era p articu larm en te rica em parb o las. E xistem treze p arbolas contidas apenas no evangelho de Lucas. (Ver a lista na seco seguinte, intitulada Contedo, sob o subttulo Material encontrado s em Lucas). e. A influncia de Paulo. possvel, que certas das revelaes d ad as ao apstolo Paulo tenham influenciado algumas expresses e conceitos bsicos do evangelho de Lucas (tais como as que encontramos em Ef. 3:3; I Cor. 9:1 e 11:23). Parece haver certo paralelism o nas p alavras, e em tais comparaes como Luc. 10:7 com I Cor. 10:27; Luc. 17:27-29 e 21:34,35 com I Tes. 5:2,3,6,7. Alguns tambm acreditam que a escolha de materiais, no evangelho de Lucas, especialmente a poro derivada da fonte info rm ativ a L, tenha sido influenciada pelos ensinam entos de Paulo, bem como da associao geral que Lucas teve com Paulo. Alguns eruditos tm negado essa influncia, ou, pelo menos, tm-na diminudo b. Evangelho de Marcos. Quase universalmente se concorda hoje em dia que tanto Mateus como Lucas se utilizaram de Marcos como esboos histricos bsicos de seus respectivos evangelhos. As razes para essa crena so dadas no artigo da introduo a este com entrio, in titu lad o O Problem a Sinptico, onde o leitor poder encontrar pormenores sobre essa idia. As fontes informativas do evangelho de Marcos so descritas na introduo quele evangelho, pelo que essas fontes, em sentido secundrio, tambm so fontes informati- vs empregadas por Mateus e por Lucas. Lucas omite maior poro de Marcos do que o fez Mateus (o qual empregou cerca de noventa e trs por cento do material de Marcos), ao passo que Lucas conta com cerca de sessenta por cento dos seiscentos esessenta e um versculos do evangelho de Marcos, de mistura cora seu prprio to tal de m il, cento e q u aren ta e oito versculos. Portanto. Marcos contribuiu com cerca deum terodo contedo total do evangelho de Lucas. Lucas segue quase exatamente a ordem de acontecimentos do evangelho de Marcos, desviando-se apenas duas vezes em sua seqncia histrica. No corpo de seu evangelho, Lucas usou cinco blocos de material do evangelho de Marcos, a saber: 4:31-44; 5:12 6:16; 8:27 9:50; 18:15-43 e 19:28 * 22:13. Juntam ente com essas pores, Lucas entremeou combinaes dos materiais L e Q, ou apenas do m aterial L. (Ver discusses a respeito dessas outras fontes informativas). Os motivos de Lucas, para omitir o material de Marcos, em contraste com a atitude de M ateus, que o usou p raticam en te todo, talvez sejam 08 seguintes: 1. Melhorar o estilo e o contedo do evangelho de Marcos, substituindo-o por algum outro material. 2. Omitir incidentes secundrios ou materiais considerados de relativa importncia. 3. Omitir incidentes que no pareciam adaptar-se bem com a ordem e o propsito de seu evangelho, tal como a maldio contra a figueira (Marc. 11:12-14,20-22). A mais notvel omisso de material de Marcos, por parte de Lucas, o trecho de Marc. 6:45 - 8:26, o que alguns estudiosos chamam de A Grande O m isso. E ssa seco encerra 08 seguintes incidentes: Je su s anda por sobre a gua; curas operadas em Genezar: controvrsia com os fariseus sobre a tradio dos ancios; Jesus e a mulher siro-fencia; cura do surdo-mudo, por meio de saliva; multiplicao dos pes para os quatro mil homens; controvrsia com 08 fariseus acerca de um sinal do cu; discurso em uma embarcao, quando Jesus e seus discpulos atravessaram o lago; e cura de um cego por meio de saliva. Alguns tm postulado uma forma mais antiga do evangelho de M arcos, cham ado de protomarcos, que Lucas teria usado e que no encerrava esses incidentes, mas isso no parece provvel. possvel que parte dessa seco no fizesse parte do protomarcos original, isto , Marc. 8:1-26, posto que essa seco paralela a 6:30 7:37 (M arcos), e ambas comecem com a multiplicao miraculosa de pes e terminem com a travessia do lago e uma discusso entre Jesus e os seus discpulos. possvel que ambas tivessem alicerce numa nica n arrativ a, ou que am bas fossem realm ente variaes da mesma tradio, e que uma delas (8:1-26) fosse uma adio posterior. Mas, acerca disso, no podemos ter nenhum conhecimento certo; e mesmo que o tivessemos, no explicaria as outras pores onde L ucas om ite essa longa seco. Abundam teorias sobre a razo pela qual ocorreu essa omisso, mas em realidade nada sabem os com absoluta certeza. Provavelmente Lucas dispunha de tanto material, para possvel uso, aps suas d iv ersas p esquisas, que simplesmente teve de deixar de fora certas informaes, para ?ue seu evangelho no ficasse demasiadamente volumoso, arte do material de Marcos foi omitido porque Lucas, nessas passagens, em pregou o u tras fontes que apresentavam contedo sim ilar. E ssas passagens so: M arc. 1:16-20. a chamada de Simo. Andr, Tiago e Joo (Luc. 5:1-11., da fonte informativa L); Marc. 3:19b-3G, a controvrsia sobre Belzebu (Lucas 11:14-26, da fonte informativa Q); Marc. 4:26-33, parbolas do crescimento secreto da semente e da semente de mostarda (Lucas 13:18-21, da fonte Q); Marc. 6:1-6, rejeio de Jesus em Nazar (Lucas 4:16-30, da fonte inform ativa L); M arc. 10:42-45, afirm aes sobre a verdadeira grandeza (Luc. 22:15-27, da fonte informativa L); Marc. 12:28c-34, indagao sobre o grande mandamento, pelo escriba (Luc. 10:25-28, da fonte inform ativa L; M arc. 14:3-9. uno de Jesus em Betnia (Luc. 7:36-39,44-50, da 6. 4 LUCAS grandemente; contudo, no podemos desconsider-la inteira- mente. f. Diagrama das fontes do evangelho de Lucas Q- Cerca de 1/5 do evangelho de Lucas: fonte do ensino Fales- tiniano: ditos de Jesus. Documento que Mateus tambm usou. Evangelho de Marcos: Esboo histrico: 1/3 do evangelho dc Lucas EVANGELHO SEGUNDO LUCAS M uitas fontes: orais e escritas L Material encontrado s em Lucas: Fonte pales- tiniana de histria e ensinos. Cerca de 40% do evangelho. Muitos incidentes sobre os dias finais. Aparies da ressurreio. Influncia de Paulo. Alguns conceitos bsicos, expresses de idia, escolha de parte do material a ser includo. f. Sobre os sinais, 11:29-36 g. Denncia contra as autoridades, 11:37-54 h. Responsabilidades e privilgios do discipulado. 12:1-13:9 i. Ensino na sinagoga no sbado, 13:10-21 j. Ensino durante a viagem, 13:22-35 k. Cura e ensinos, 14:1-24 1. Condies do discipulado, 14:25-35 m.Amor de Deus pelos perdidos, 15:1-32 n. Uso e abuso das riquezas, 16:1-31 0. O perdo, a f, a graa e a ingratido, 17:20-37 p. O reino e o Filho de homem, 17:1-19 q. Prtica da orao, 18:1-14 r. Entrada no reino dos cus. 18:15-34 s. Jesus em Jeric, 18:35-19:27 6. Ministrio de Jesus em Jerusalm, 19:28-24:12 a. Entrada, 19:28-46 b. Tentativas de incriminar a Jesus, 19:47-21:4 c. O pequeno Apocalipse, 21:5-38 d. A ltima ceia, 22:1-23 e. Discursos de despedida. 22:24-38 f. Aprisionamento de Jesus, 22:39-65 g. Condenao de Jesus, 22:66-23:25 h. O Calvrio, 23:26-56 1. O tmulo vazio. 24:1-12 7. O Cristo ressurrecto, 24:13-53 a. Na estrada de Emas 24:13-35 b. Aparecimento de Cristo em Jerusalm 24:36-43 c. Mensagem final aos discpulos 24:44-49 d. A despedida 24:50-53 c. Material encontrado s em Lucas Milagres: No evangelho de L ucas so narrados vinte milagres. Desses, quinze aparecem em M ateus, em Marcos ou em ambos. Um desses milagres (a pesca milagrosa) contado exclusivam ente por Lucas e Jo o . Q uatro m ilagres so historiados apenas por Lucas: a ressurreio do filho da viva de N aum (7:ll-17), a cura da mulher defeituosa (13-10-17), a cura de um hom em com hidropsia (14:1-6), a cura dos dez leprosos (17:11-19). Parbolas: O evangelho de Lucas o melhor recontador das parbolas de Jesus. Ali so preservadas trinta parbolas, da8 quais dez so peculiares a esse evangelho: os dois devedores (7:36-50); o bom samaritano (10:25-37); o amigo importuno (11:5-10); o rico insensato (12:16-21); a figueira estril (13:6-9); o intruso (14:7-11); o banquete (14:16-24); o clculo do custo: duas parbolas concernentes ao discipulado (14:28-33); a m oeda perdida (15:8-10); o filho prdigo (15:11-32); o mordomo desonesto (16:1-9); o rico e Lzaro (16:19-31); o a g ricu lto r e seu servo (17:7-10); a viva persistente e o juiz injusto (18:1-8); e o fariseu e o publicano (18:9-14). 5. CONTEDO a. Breve esboo A organizao do material deste evangelho similar de Marcos, a saber: Introduo: Nascimento de Joo Batista e infncia de Jesus - Caps. 1-2; Batismo e tentao de Jesus Caps. 3:1 - 4:13; ministrio na Galilia - Caps. 4:14 - 9:50; Ministrio na Peria - Caps. 9:51 10:28 ; Ministrio na Judia - C aps. 19:28 * 22:38; A prisionam ento, ju lg am en to s, crucificao, ressurreio e ascenso de Jesus Caps. 22:39 - 24:53. b. Esboo pormenorizado 1. Prefcio , 1:1-4 2. Nascimento e infncia de Jesus, 1:5 2:52 a. Anunciaes a Zacarias e a Maria, 1:5-25 b. Promessa a Maria sobre o nascimento de Jesus, 1:25-56 c. Nascimentos de Joo B atista e de Jesus 1:57- 2:20 d. Infncia e meninice de Jesus 2:21- 52 3. Introduo ao ministrio pblico de Jesus, 3:1 - 4:13 a. Ministrio de Joo Batista 3:1-20 b. Preldio do ministrio de Jesus, com seu batismo, genealogia e tentao 3:21 4:13 4. Ministrio Galileu, 4:14 - 9:50 a. Incio, volta Galilia, rejeio em Nazar 4:14-30 b. M inistrio em C afarnaum e cercanias, cura do endemoninhado, da sogra de Simo, chamada dos primeiros discpulos, cura de um leproso. 4:31:-5:16 c. Controvrsias com as autoridades, cura de um paral- tico, chamada de Levi, parbola dos convidados ao casamento, outras parbolas, colheita de gros no sbado, a escolha dos doze. 5:17-6:11 d. G rande serm o, paralelo do serm o do m onte de Mateus. 6:12-49 e. Ministrio de curas de Jesus. 7:1-17 f. Relaes entre Jesus e Joo B atista. 7:18-35 g. Relao de Jesus com um pecador penitente. 7:36-50. n. Jesus como mestre itinerante e operador de milagres, parbola do semeador, da candeia e outras, parentesco espiritual, acalmando a tempestade, o endemoninhado geraseno, a filha de Jairo, a mulher com hemorragia. 8:1-56 i. Relaes entre Jesus eos discpulos, misso dos doze, primeira multiplicao dos pes, confisso de Pedro, prim eira predio de Je su s sobre sua m orte, a tran sfig u rao , exorcism o de dem nios, segunda predio de Jesu s sobre sua m orte, d isp u ta sobre posies, amor aos discpulos desconhecidos. 9:1-50 5. Viagem a Jerusalm, 9:51 19:27 a. Os samaritanos hostis, 9:51-56 b. Misso dos setenta, 10:1-24 c. Controvrsias c perguntas, 10:25-42 d. Ensino sobre a orao, 11:1-13 e. Exorcismo de demnios, 11:14-28 7. 5LUCAS 6. B IB L IO G R A F IA O com entrio sobre Lucas 30 bu.suia sobre quatorze com entrios em srie. Na introduo Icom a lis ta de abreviaes largam ente usadasI estas colees so identificadas. A lm destes liv ro s , recom endam os os seguintes: Croed, John M a rtin , The Gospei A c c o n lin g 10 St. L uke : Londres: M a cm illan C o.. 1930. E aston, R urton S co tt. The Gospel A cco rd in g to S t. L uke : N ew Y o rk: Charles Scriher'8 & Sons, 1926. E n slin . M o rto n S co tt. The L ite ra lu re o f the C hristia n M o vem e n t. p a rt 111 o f C hristia n B eginnings, H arp e r and B rothers: N ew Y o rk : 195, T itu s. E ric Lane. E ssentials o f N ew Testam ent S tu d y , New Y o rk: The Ronald Press. 1908. T ra w ick. Buckner B .. The N ew Testam ent as L ite ra tu rt iG ospels and A c ts l: New Y o rk: Barnes und N oble. 1964. O In te rp re le r's B ib le est u tiliza d o neste coment-imo pela g e n til perm isso da A b in g d on -C okivib ury Press, N ash villc. Detta obra. s&o citados, em Lucas, as a u to re s S. M a cle a n G ilm o u r, W a lte r llu s s e ll B o w ie . J o h n K n o x , te o rg e A rth u r B u ttric k e Paul Scherer. ^ Outros incidentes: Alm do material que aborda oa milagres e as parbolas, o evangelho de L ucas prov algum as informaes histricas adicionais. A histria das anunciaes a Zacarias e a Maria, a histria do nascimento de Joo Batista, a infncia de Jesus, o incidente no templo, quando Jesus tinha doze anos de idade, a nfase sobre as mulheres, a profetisa Ana, a viva de Naim , M arta e M aria, e a m inistrao s mulheres. Este evangelho tambm historia, com exclusivida- de, O julgamento de Jesus perante Herodes, certas palavras proferidas por Jesu s na cruz, como .. .p erd o a-lh es..., o arrependimento de um dos assaltantes crucificados, a viagem at Emas e a ascenso de Jesus (se o trmino do evangelho de Marcos no autntico). J PREFACIO, 1:1-4 1:1(Quanto a notas sobre o termo evangelho, ver Mat. 1:1e Rom. 1:16.Quanto anotas sobre a autoria, data, lugar de escrita, propsitos, fontes informativas, contedo deste livro, ver a introduo a este evangelho). Visto que muitos houve que empreenderam uma narrao coordenada... Nestas palavras vemos a importncia da base histrica do cristianismo, bem como a f dos primitivos cristos de que essa base era digna de confiana. Grande parte do material que forma este evangelho de Lucas lhe foi transm itida por testemunhas oculares. A indicao que ele viajou propositadamente e indagou queles que possuam conhecimento em primeira mo. Lucas deixou entendido, como tambm fica declarado no segundo versculo, que ele mesmo no era testemunha ocular, negando assim aquela tradio que se tem criado em redor de sua pessoa, que faz dele um dos seten ta discpulos. (Ver Epifnio Haer. 1:12). H avia em circulao m uitos evangelhos, alguns orais e outros escritos. provvel que entre esses figurasse tambm o evangelho de Marcos, que forma a base da narrativa histrica deste evangelho. Lucas fez uso de cerca de sessenta por cento daquele documento, ou diretamente, ou ento, como possvel, do protomarcos, em alguma de suas formas. Lucas no era de opinio que o testemunho fora perfeito ou completamente cumprido, e lanou-se tarefa de expor uma narrativa organizada da vida e do sentido da vida de Jesus, tendo usado muitas fontes informativas e tendo feito pesquisas pessoais para aumentar o valor de seu evangelho. Seu evangelho no uma biografia no sentido verdadeiro da palavra, como os outros evangelhos tambm no o so, mas aproxima-se disso mais do queos demais evangelhos. Entre os muitos evangelhos que circulavam, paralelamente ao evangelho de Marcos, Lucas empregou a fonte informativa Q, os materiais de ensino, talvez baseados nos Orculos do Senhor, que Papias menciona como material escrito pelo apstolo Mateus. A fonte informativa denominada L inclui pores das tradies preservadas nos muitos evangelhos, alm de relatos individuais de diversos cristos antigos. Provavelmente se deriva do solo da Palestina. (Quanto a detalhes sobre as fontes informativas do evangelho de Lucas, ver a introduo a este evangelho. No artigo intitulado Fontes Informativas). * * 1 717/ 7(: v , exem p lo de e q u ilb rio re t ric o e de e s tru tu ra dos perodos. Seu e stilo no perde p a ra o m e lh o r m odelo d o grego, ao passo que a n a rra tiv a que se segue c a ra cte ristica m e n tc sem tica. N o o b sta n te , Lucas surge co m o u m dos m elhores a utores antigos d o p o n to de vista da p o lid e z lite r ria e d o uso de u m b o m g re g o k o in . ( Q u a n to a u m a d is c u s s o a c e rc a d a s d iv e rs a s qua lida d es de grego, e n co n tra d as nas paginas do N .T ., ver a seco da in tro d u o in titu la d a A L in g u a g e m do N ovo Testam ento). interessante observar q ue o p r lo g o dc Lucas se assem elha ao p rlo g o de A ria n o , cm seu A n b a sis d e A le xa n d re . Sc alg u m in d a g a r p o r q ue . aps ta n to s h isto ria d o re s, esta o b ra dc h is t ria tam bm 111c o correu, q u a n d o esse a lgum h ouver lid o e investigado ta n to a q u e la s o b ra s to d a s c o m o ta m b m e sta m in h a , q u e indague (E u sb io . H is t. E ccI. X X X .24,15). P o r estas p ala vra s vem os q ue E usbio considerava esse p r lo g o dc Lucas u m a espcic dc zo m b a ria das tentativas ante rio re s. M a s esse p o n to dc fo rm a a lg u m a b vio nas palavras d o p rlo g o dc Lucas. Q u a n to natu reza dos evangelhos a nteriores, Bruce d iz (in lo c .): A expresso sa lie n ta u m a srie co n tn u a de n a rra tiva s, em a lg u m a ordem , q u e r t p ica q u e r cro n o l g ica , c no na fo rm a de n a rra tiva s isoladas*. P lu m m e r d iz : Eles 'os o u tro s a u to re s' h a via m p ro d u z id o a lg o p ouco m ais d o q ue m eras notas ou com entrios. Esses d ocu m e n to s, bem co m o o de Lucas, se re fe ria m aos a con tecim e ntos co m o ocorr n cias realizadas, usando os term os g regospleres (ch e io ) c p h e ro (tra z e r), o q ue d o se ntid o de c u m p rir ou encher. E xe m p lo s dessa p a la vra , enco n tra d os em p a p iro s, fa la m d o t rm in o de a lg u m a questo fin a n c e ira . D eissm ann ( L ig h tfr o m th e A n c ie n t E a s t. p g . 8 6 ) fo rn e c c e x e m p lo s tira d o s d o s p a p iro s e inscries, os q u a is in d ic a m o t rm in o de a lg u m a ta re fa ou o fa to de q ue a m ente de a lgum fic a ra co nvicta ou sa tisfe ita . O tre ch o dc R om . 4:21 em prega a p ala vra p a ra in d ic a r a m ais cotai persuaso. (V e r ta m b m R om . 14:5: H eb. 6:11 c 10:22). O s m u ito s evangelhos, neste caso. n o podem ser os evangelhos apcrifos, que s fo ra m escritos m ais ta rd e . e q ue n o h a via m sido a in d a in icia d o s q u a n d o Lucas c o m p ilo u as suas fontes in fo rm a tiv a s . 1:1: Visto que muitos tem empreendido fazer uma narrao coordenada dos fatos quo entre ns se realizaram, *...d o sfa to s que entre ns se re a liz a ra m ... f. tra d u o m e lh o r que a de algumas verses, as quais, ao invs de se re a liz a ra m - d ize m so c rid o s . Nao que algum as coisas e ra m c rid a s apenas; m as, nos tem pos de Lucas, certos acontecim entos se re a liz a ra m . N o apenas os evangelhos, m as todo o N.T. proclam a a convico dc q ue . na pessoa dc Jesus, D eus e n tro u na histria hum ana de m a ne ira sem precedentes, o que ja m a is p od e r ser ultrapassado. P or conseguinte, tem os a q u i u m a in d ica o da natureza nica de Jesus e da m e n s a g e m d a re d e n o c d a tra n s fo rm a o da humanidade, p ro p o rcio n a d a p o r Jesus. O apstolo P a u lo expressa a mesma idia como se fosse um m is t rio , a saber: O m is t rio que estivera o c u lto dos sculos e das geraes; agora, to d a via , se m a n ife sto u aos seus s a n to s ... (Col. 1:26). Jesus ina u g u ro u u m a nova e ra, u m novo tip o de c ria o , um a criao e spiritu a l. G randes a con tecim e ntos tive ra m lu g a r e ntre os cristos prim itivos. Lucas q ue ria apre se n ta r u m a n a rra tiv a o rg a n iza d a desses acontecimentos, especialm ente p a ra co n h e cim e n to do m u n d o g e n tilic o . conforme somos in fo rm a d o s no te rce iro versculo, pois ele escreveu a um oficial rom ano que provavelm ente era re c m -co n vcrtid o ao c ris tia n is m o . O evangelho dc Lucas, p o rta n to , u m a espcie de a p o lo g ia , baseada nas narrativas dc testem unhas oculares. Quando a lgum a a n tig a o b ra lite r ria ultrapassava os lim ite s fsicos de um nico volume, era costum e escrever u m p re f cio o b ra in te ira , no com eo do prim eiro ro lo ou cdex, re c a p itu la n d o -o no in ic io de cada ro lo ou cdex subseqente. Lucas a do ta essa p r tic a a q u i. cm seu p r lo g o , bem co m o na pauagem de A tos 1:1, p o r q ue esses dois liv ro s co n stitu e m dois volum es do mesmo esforo lite r rio . Este p r lo g o , assim sendo, serve ta m b m de in tro d u o ao liv r o d c A to s . U m a d e d ic a o d a o b ra e s c rita , a a lg u m in d iv d u o , e ra ta m b m c o m u m e n tre os lite r a to s , c o s tu m e esse q u e prevalece at hoje. P o rta n to , esta o b ra dc L u ca s-A to s, que c o n s titu i cerca de um quarto do volum e to ta l d o N .T ., fo i d edicada a u m ce rto T e filo , conforme vemos no terceiro verscu lo . (V e r detalhes sobre a u n id a d e de Lucas-Atos na in tro d u o ao evangelho dc Lucas). Este p re f c io excelente O V , 2 01...aTwra( J d 15.27< 6 p r p rio s apstolos. A d isposio de Lucas havia docu m e n to s escritos e m u ita s d e c la ra e s v e rb a is . A q u e le s q u e e s c re v e ra m a n te s d ele tin h a m re ceb id o suas inform a e s ou d ire ta m e n te , ou da tra d i o o ra l que se desenvolvera em to rn o da pessoa de Jesus. P a u lo m enciona m ais de q u in h e n to s irm o s (v e r I C o r. 15) q u e e ra m te s te m u n h a s o c u la re s da ressurreio, isto , das aparies de Jesus aps a sua ressurreio. M u ito s d e le s c o n tin u a v a m v iv o s n os d ia s d e L u c a s , e a lg u n s h a v ia m d a d o in fo rm a o de vrio s incid e ntes que esto co n tid o s neste evangelho. Lucas c o n firm a a crena dc que os evangelhos que tem os apresentam dc m o do 2 7rapooav oi 1:2: segundo no los fransmilirom os que desde 0 principio foram testemunhas cvlares e ministros da palavra, *...d e s d e 0 p r in c ip io .. . te s te m u n h a s o c u la re s ........ A p e s a r de se r c o n v e n c io n a l, n a q u e le te m p o a fir m a r q u e se c o n ta v a co m m u ita s autoridades cm apoio s obras lite r ria s , n o tem os razo a lg u m a para duvidar desta asseverao de Lucas. Sendo co m p a n h e iro dos apstolos, ele deve ter tid o m agnficas o p o rtu n id a d e s dc conhecer pessoas q ue tin h a m visto os acontecim entos descritos neste evangelho, sem fa la r sobre as m u ita s narrativas e descries que ele m esm o deve te r o u vid o d ire ta m e n te dos 8. LUCAS 6 liv ro , dc ccrca de q u a re n ta anos, n o d e ixa ra a sua m e m ria d ifu sa , e que podem os c o n fia r q ue a apresentao essencialm ente v lid a . Q u a n to mai v ivid a deve te r sido a im presso q ue o inco m p a rve l Jesus cxerccu sobre a m em rias daqueles que fin a lm e n te escreveram a seu respeifo. Outrossiro. n o tem os ra zo p ara c rc r que os p rim e iro s evangelhos tivessem sido escritos m u ito s anos aps a m o rte de Jesus, a despeito d o fa to dc que 0 ' evangelhos com que a tu a lm e n te co n ta m o s nas pginas d o N .T . tivessem sido escritos co m p a ra tiva m e n te ta rd e . A l m disso, im p o rta n te n o ta r q ue o grande im p u ls o p a ra escrever, por si m esm o serve d c co n firm a o da g ran d c7a da pessoa d c Jesus. A grandeu d o M estre provocou u m a intensa a tiv id a d e de escritas. (Q u a n to a detalhes sobre essa questo, ver a seco da in tro d u o ao co m e n t rio intitulada H isto ricid a d e ). ...m in is tro s d a p a la v ra ...* P rovavelm ente tem os a q u i u m a refercnc d ire ta aos apstolos, e m bo ra possa ser s u fic ic n tc m c n te a m p la para incluir outros im p o rta n te s lideres crist os p rim itiv o s . Essa p ala vra usada com relao a M a rco s, n o tre ch o d c A to s 13:5. O te rm o p a la v ra , neste caso, sc refere m ensagem evanglica, a m ensagem que fa la sobre Jesus, c que j i a ssum ira u m a fo rm a siste m tica . em pre g a da p elo a p stolo P aulo quase exatam ente com o m esm o se n tid o , em I C o r. 1:18. Joo personalizou 0 te rm o , fa ze n do com que Verbo (d o vo cb u lo grego logosO sc tornasse u m a re fe rn cia pessoal ao C ris to e n ca rn a d o . (V e r Joo 1:1). Este segundo versculo, co n fo rm e tem s id o observado no com entrio re la tivo ao p rim e iro versculo, subentende q ue Lucas fig u ra va entre a segunda g e ra o de crentes, p rova ve lm en te um dos p rim e iro s convertido! dos p rim e iro s esforos evangelsticos da igre ja de Jerusalm . fid e d ig n o a pessoa h ist rica de Jesus, e essa u m a das questes de m a io r im p o rt n c ia , para nossa considerao, ao estu d arm o s os evangelhos. Pois querem os saber se 0 Jesus real era aquele q ue os evangelhos descrevem , ou ento sc o Jesus a li apresentado no passa dc u m Jesus teolgico, no m u ito sem elhante ao a u te n tic o Jesus h ist rico . A verdade re lig io sa pode e x is tir sem o alicerce h ist rico , p orq u e D eus no est lim ita d o seqncia dos eventos h istrico s p ara d e c la ra r e re vela r a sua verdade aos hom ens. N o obstante, 0 c ris tia n is m o conta com esse b en e fcio a d ic io n a l dc ter e v e n to s h is t ric o s fid e d ig n o s p o r d e tr s d os d o g m a s . Je sus v iv e u : fo i in d iv d u o d o ta d o de g ra n d e p o d e r, s im p a tia e b o n d a d e , ta l c o m o os evangelhos nos in fo rm a m . E le m o rre u , mas ta m b m ressuscitou de entre os m ortos. A sua v it ria sobre a m o rte fo i dem o n stra d a p o r acontecim entos h istrico s d ignos de co n fia n a , os q u a is fo ra m testem unhados p o r m u ita s pessoas. A q u e la fo rm a dc c rtica m o de rn a que q u e r levar-nos a c re r que os evangelhos sc com pem dc tradies co m un a is nebulosas, fra g m e n to s dc sermes acerca de Jesus, im presses em segunda m o, e tc., no leva cm considerao os fatos declarados neste p r lo g o do evangelho de Lucas, o que c o n s titu i u m a das declaraes m ais im p o rta n te s de q ue dispom os acerca da natu reza fid e d ig n a e da h is to ric id a d e da nossa f c rist . T O D A S as grandes personalidades podem proje ta r-se to p ro fu n d a m e n te na m e m ria de seus a n iig o s e a d e p to s , q u e u m q u a d ro v iv id o s o b re as mesmas pode ser re tid o e tra n s m itid o m esm o depois de m u ito s anos. Nos tem pos m odernos, tem os exem plos disso na b io g ra fia de P h illip s B rooks, fe ita p o r W illia m I.a w re n c c , b is p o d o e s ta d o n o r te -a m c r ic a n o de M assachusetts. N a in tro d u o ao seu liv ro , d eclara ele que escreveu tu d o de m e m ria , mas que o in te rv a lo e n tre o fa le cim e n to de B ro oks c a e scrita do 3 na , , 3 ] a d J (A c t. 1$. 28) ec jp ir it u i 8a n c to iy v g ( 3)g o t 3 Ac u Vrios copisras, insatisfeitos ante o fato dc que Lucas no faz qualquer meno explcita dc inspirao, cm conexo com o ato dc escrever seu eva n g e lh o , a d icio n a ra m as palavras, pareceu 'b om ' a m im e ao Espirito Santo...escrever um a narrativa ordeira... it bq vg* " goth). O suplemento se deriva de Atos 15:28 (parcccu bem ao Esprito Santo e a ns*.) 1:3: tambm a mim, depois de haver investigado tudo cuidodosamente desde 0 o co nte d o dos ca p tu lo s 1:5 a 2:5 2 , o evangelho da in f n c ia , hem com o oe p rim e iro s acontecim entos n arra d o s sobre o m in is t rio a tivo dc Jesus. Paulo em pregou a m esm a p ala vra em A to s 2 1 :1 7 , a fim de desig n ar o in c io de sua vida e ntre os ju d e u s , antes de sua converso. Lucas, que conhecia a Tiago (A to s 2 1:1 7), provavelm ente ta m b m fic o u conhecendo a M a ria , me de Jesus, alm dc pelo m enes a lguns dc seus irm o s. A lg u n s tem conjecturado q ue L u c a s , ao e s c re v e r a su a h is t r ia da n a tiv id a d e , la n o u m o da n a rra tiv a o rig in a lm e n te re g istra d a , ta lvez p re p a ra d a p o r T ia g o ou por a lg u m o u tro dos irm o s d o S enhor Jesus, ou e nt o p o r a lg u m a o u tra das p rim itiv a s testem unhas o culares: ou a in d a , co m o re su lta d o da com binao de diversas n a rra tiv a s o rais, de testem unhas oculares p rim itiv a s . *...e xce le n tssim o T e filo ...* O nom e desse personagem desconhecido s ig n ific a aquele que am a a Deus o u a m ig o de D eus, mas a p ala vra um n o m e p r p r io b a s ta n te c o m u m , o q u e n o lh e d q u a lq u e r in te n o sim b lic a especial neste evangelho. A s conje ctu ra s acerca da identidade desse h om em so in te rm in ve is, m as so essencialm ente destitudas dc v a lo r , p o s to q u e n a d a s a b e m o s s o b re su a v e rd a d e ira id e n tid a d e . T e o fila c to (m lo c .) diz. q ue p e rte n cia o rde m dos senadores romanos, ta lv e z u m n o b re ou p r n c ip e . P ro v a v e lm e n te c ra g e n tio , e m u ito s tcrn co n je ctu ra d o q ue m o rava cm R om a . O s liv ro s antig o s, ta l co m o tam bm succde nos tem pos m o dernos, eram dedicados a algum , u sua lm e nte uma pessoa im p o rta n te ou b cm -co n h ccid a , ou m esm o a lg u m a m ig o especial do a u to r; e o vo lu m e de L uca s-A tos fo i d e d ica d o a esse Tefilo. base dessa circu n st n cia podem os c o n jc c tu ra r co rre ta m e n te q ora 1 a m ig o ntim o dc Luca s, e q ue deve te r sido h om em de considervel im p o rt fR M * m undo g c n tlic o . A l m disso, nada podem os a firm a r dc d e fin id o . Lucas cham ou-o dc e x c e le n ts s im o , c o n o t v e l a rq u e lo g o , S ir W illia m R am sav, in fo rm a -n o s que esse ttu lo cra sem elhante ao nossa Vossa E xcelncia, o q u e in d ic a r ia a lg u m a a lta p o s i o o fic ia l, p ro v a v e lm e n te d a o rde m eqestre, f i e m pre g a do p a ra in d ic a r F lix , no tre ch o dc A tos 23:26. bem co m o Festo, em A to s 26:25, c esses hom ens e ram p rocu ra d o re s rom anos. 0 ttu lo aparece co m fre q n cia na lite ra tu ra g rcco -ro m a n a p a ra in d ic a r os a lto s o fic ia is d o governo. A passagem de A to s 2 3:8 in d ic a que 0 hom em no era dc n a cio n a lid a d e ju d a ic a . O s c a p tu lo s v in te c sete c v in te e o ito d o livro d c A to s c o n ta m c o m a n o ta e s g e o g r fic a s c a d a vez m a is p recisa s (descrevendo a a p ro xim a o dc P a u lo da cida d c dc R om a e a sua chegada a li), c a lg u n s a cre d ita m q ue Lucas assim fez. p elo m enos em p a rte porque 0 seu le ito r, T e filo , e sta ria b em fa m ilia riz a d o co m as reas a li m encionadas, e que disso p o d e ria tira r a lg u m b c n e fic io . posto q ue a p re cia ria as descries sobre sua te rra n a ta l. comeo, pereceu-me bem, excelentssimo Tefilo, escrever-te uma narrao em ordem. *...ig u a lm e n te a m im m e pareceu b e m .., Luca s achava-se especialm ente capaz dc m e lh o ra r c e x p a n d ir a o b ra lite r ria dc seus antecessores. E le conhecia pessoalm ente m u ita s testem unhas o culares, e com a lg u m esforo ps-sc cata de o utra s. Desejava p ro d u z ir u m a n a rra tiv a m ais c o m p le ta e sistem tica, e teve excelentes o p o rtu n id a d e s p ara co n se g u ir exatam ente isso. E ra m dico p o r p rofiss o , e isso lhe dava boa m e did a dc in stru o , pelo m enos m ais que as pessoas m dias, o que lh e p ro p icia va a capacidade de fazer bom uso das fontes in fo rm a tiv a s . O seu grego serve de o u tra prova de ser h om em c u lto , se rvin d o ta m b m dc teste da natu reza fid e d ig n a da o b ra q u e e le p r o d u z iu . A p re n d e m o s d is s o , b e m c o m o d o fa to de q ue diversos o u tro s se havia m la n a d o na ta re fa de preservar, em fo rm a e scrita, as h ist ria s e tradies que rodeavam a vida de Jesus, q ue a ig re ja p rim itiv a n o sc co m p u n h a exclu siva m e n te dc pessoas sim ples, predispostas a a ce ita r q u a lq u e r coisa; p elo c o n tr rio , havia cm seu seio elem entos que tin h a m respeito p o r testem unhos fid e d ig n o s e p o r e xa tid o h ist rica . E m u m a co m un id ad e onde m u ito s tiv e ra m a lg u m a fo rm a dc co n ta cto d ire to com Jesus, o u p e lo m e n o s c o n ta c to n tim o c o m as te s te m u n h a s o c u la re s o rig in a is, n o seria ta re fa f c il passar u m a o b ra fra u d u le n ta com o o bra d ig n a dc co nfia n a . D eve te r h a vid o m u ita s pessoas que cu id a va m em preservar, em boa o rde m , tu d o q u a n to se sabia a re spe ito d o S e n ho r Jesus. P or sem elhante m o do , no nos devem os esqucccr que, p o r m u ito s anos. co n tin u a va m vivos m u ito s d iscp u lo s pessoais dc Jesus, os q u a is eram tidos em a lta h on ra . O teste m u n ho deles cra sem pre disp o n ve l n o toca n te a questes de fa to s h ist rico s; e, base d o p r lo g o d o e vangelho dc Lucas, que a q u i e ncontram os, nos vss. 1-4 d o p rim e iro c a p itu lo , fica m os sabendo que o testem unho desses d iscpu lo s fo i co nvenientem ente usado. *...d e p o is de a cura d a in v e s tig a o ..., q ue a lg u m a s tradues d o com o ...te n d o seguido tu d o bem dc p e rto ... E m m u ito s autores que escreveram cm g re g o e n c o n tra m o s c o n s tru e s s im ila re s a e sta , p a ra a s s e v e ra r fa m ilia rid a d e com o curso dos acon tecim e ntos. Q u a n to ao vo lu m e de seu evangelho, Lucas obteve essa fa m ilia rid a d e p o r m e io de pesquisas dire ta s. O grego d iz a q u i, lite ra lm e n te , ...de p o is dc se gu ir cu id a d osa m e n te ... C erto a u to r (G a le n o ) em pre g o u esse verbo p a ra in d ic a r as investigaes dos s in to m a s d as e n fe rm id a d e s . O a d v rb io a q u i u tiliz a d o , a k r ib o s (a cu ra d a m e n te ), s ig n ific a desccr at os m n im o s detalhes, p ois sc deriva do vo cb u lo a kro n , q ue in d ic a o pice de q u a lq u e r coisa. ....desde sua o rig e m ...* Parece que a q u i Lucas se refere s questes que esto ligadas ao com eo m esm o da vida c do m in is t rio dc C ris to , co m o seja. 4 iva retao, com essa m esm a m ensagem , nos vem da pena dc D o n a ld M . Bailie (G o d was in C h ris t, N ew Y o rk : C ha rles S c rib n e r's Sons, 1948. pg. 52): *Sem d vid a indispensvel o re tra to a u t n tic a d o Jesus h ist rico , lig a n d o a q u e la s re iv in d ic a e s ( q u a n to su a s ig n ific a o d iv in a ), firm em ente com a re alida d e h is t ric a . p a rte disso, no sabem os p o r q ua l motivo diram os essas coisas a re spe ito de u m personagem h is t ric o em p articu la r, Jesus, o c a rp in te iro dc N azar. E m sum a. no saberam os quem esse sobre quem dizem os essas coisas a dm ir ve is, c. p o r conseguinte, no sabemos d ize r p o r q u a l razo as asseveram os. N o o bsta nte, co n fo rm e d iz W a lte r R u sscl B o w ie ( in lo c . ) : Se a to m a d a d c c o n s c i n c ia d o Jesus h is t ric o o p r in c p io da f , n o o fim d a m e sm a . L u c a s ja m a is se> interessou pela n a rra tiv a do que sc passou de B elm ao C a lv rio , co m o m era crnica. A h ist ria que ele escreveu ta m b m te o lo g ia h is t ria com significao, c sig n ifica o im ensa. T ra ta -se da h is t ria daq u e le q ue veio para ser o C ris to , o re ve la d o r dc D eus, o re d e n to r. passvel escrever u m a vida de Jesus que no passe de m ais u m interessante d ra m a h u m a n o . M as no era isso que Lucas escrevia. E le tin h a a in te n o dc fa la r sobre u m a carreira que transcendeu a todas as categorias o rd in ria s q ue p ro d u z iu no mera inform ao s m entes dos hom ens, m as ta m b m tra n sfo rm a e s cm suas p rprias a lm a s. Finalm ente, esta cita o serve p a ra in te rp re ta r a in te n o d o p re f c io do evangelho de Lucas. (G e rh a rd K ittc l, 7'Ae Jesus o f H is to ry , em G .K .A . Bell e D .A . D eissm ann. eds., *M is te riu m C h ris ti: Lon d re s. L in g m a n s, Green and C o., 1930. pg. 4 9): O Jesus da h is t ria no te ria v a lo r e nem seria inteligvel a m enos que viesse a ser e xp e rim e n ta d o e confessado pela f coma 0 C risto vivo. P orm , se q uiserm os ser leais ao N ovo T e sta m e n to , terem os de re v e rte r d c im e d ia to esse ju z o . O C r is to d a f n o te m existncia, e no passa dc ru d o e fu m a a , p a rte da re a lid a d e d o Jesus histrico. Esses dois esto to ta lm e n te inseparveis n o N ovo T e sta m e n to . N cni m esm o p o d e m o s m e d ita r n e le s c o m o p essoas s e p a ra d a s . N o h palavra acerca de C ris to q ue n o se re fira quele q ue sofreu sob P ncio Pilatos, a q ua l, ao m esm o te m p o , co n fo rm e o evangelho, n o seja a plic vel a todos os hom ens, de todos os lug a re s e cm todos os tem pos. Q u a lq u e r um que tente p rim e iro separar os dois, e cm seguida descreva s u m desses aspectos, est in te ira m e n te d esligado d o N ovo Testa m e n to , nada te n d a cm comum com este*. E ste p r e f c io , p o r ta n to , in d ic a o v iv id o in te re s s e q u e e s ta v a se n d o dem onstrado c e xpe rim e ntad o p o r m u ita s ao te m p o dc Lucas, q u a n d o os apstolos c outras testem unhas oculares contavam as e xpe ri ncia s que tinham tid o com o S enhor Jesus. A s n a rra tiva s eram im pre ssion a n te s, c m u ito s se la n a ra m ta re fa d c p re s e rv -la s em fo rm a e scrita . Esses *pequenos evangelhos chegaram observao de Lucas, e ele cra d o ta d o dc um a m e n te capaz, d e r e u n ir a g ra n d e m e n s a g e m d o s m e sm o s e m u m a narrativa co n tin u a e exata das a tivid a d es de Jesus, desde o p rin c p io , chegando at s n arra tiva s da ressurreio e da ascenso dc Jesus, que no podem ser ultrapassadas. No tocante notvel p ureza d o greg o deste p re f cio , disse A lfo rd (in loc.): O estilo p e cu lia r deste p re f cio co m seu grego m ais p u ro do que 0 contedo do evangelho, e ta m b m m ais tra b a lh a d o e fo rm a l pode ser explicado, p arcia lm cn tc p o r ser com posio d o p r p rio evangelista, no tendo sido tra d u z id o de fontes in fo rm a tiv a s hebraicas, co m o o resto (p o r hebraico ele entende o a ra m a ico ), e p a rcia lm e n te p orq u e os prefcios, especialm ente q uando na fo rm a de d e d ic a t ria , u sua lm e nte assum ia m u m estilo redundante c a rtific ia l . Este p re f cio fo i vazada em excelente grego k o in lit e r r io , c n o u ltra p a s s a d o p e lo s p re f c io s d c q u a is q u e r h is to ria d o re s g re g o s , in c lu in d o H e r d o to , T u cd id e s c P o lb io . A s narrativas que se seguem, no c o rp o do p r p rio evangelho, em m u ito s casos podem te r tid o um a origem a ra m a ica ; c apesar de Lucas m a n te r u m bom grego do p rin c p io ao fim de sua com posio, nota-se que cm diversos pontos houve a in flu n cia sem ita. Nesta a ltu ra , guisa dc in tro d u o , apresentam os u m breve esboo do m in is t rio dc Jesus. U m a d a s scc es d a in tr o d u o a o c o m e n t rio , in titu la d a Jesus. Id e n tifica o , M in is t rio e Ensinos, um tra ta m e n to porm enorizado da vida e da im p o rt n c ia de Jesus, c a li o le ito r pode buscar inform aes m ais detalhadas. M in is t rio de C risto: Lucas seguiu a o rd e m cro no l gica ofe re cid a pelo 10. LUCAS8 m a is d e ta lh e s a c e rc a desse p o n to , b e m c o m o a c e rc a d c o u tra s p a rtic u la rid a d e s d o m in is t rio dc Jesus, ver o a rtig o da in tro d u o in titu la d o , Jesus, V ida. M in is t rio e E n sin o s). Esse p ero do de te m p o , sem im p o rta r q u a l te n h a sido u sua dura o , in c lu iu a e n tra d a triu n fa l em Jerusalm , a p u rific a o do te m p lo , diversas controvrsias com as a u to rid a d e s religiosas dos ju d e u s, que fin a lm e n te leva ra m ao seu a p risio n a m e n to c execuo, a p rep a ra o p a ra a pscoa, a pscoa p ro p ria m e n te d ita , a ceia d o Senhor, a c ru c ifica o , a ressurreio e a ascenso do S e n ho r Jesus. m ente fa la n d o , do que m u ito s pensavam a n te rio rm e n te . E xiste m certos ind cio s, no evangelho de Joo, a co m ea r pelo c a p itu lo d cim o segundo, que trcch o p a ra le lo das seces dos o utro s evangelhos, m encionados acim a, dc que esse p e ro d o re alm e n te p e rd u ro u alguns meses. O evangelho de Joo preenche m u ito s p orm enores c suben te n d id o s h ist rico s que os e v a n g e lh o s s in p tic o s n e m m e n c io n a m . E p o r essa ra z o , m u ito s a tu a lm e n te crem que tem os nos evangelhos sinpticos, a p a r tir desse p o n to , u m a seleo de a contecim entos que re alm e n te c o b rira m um perodo de a tivid a d e m u ito m ais longo d o q ue a n te rio rm e n te sc pensava. (Q u a n to a 2. N A S C IM E N T O E IN F N C IA D E JESU S 1:5-2:52 a. 1:5 Narrativada promessa a Zacarias, sobre o nascimento de Joo. Somente Lucas (1:5-25) contm esta histria, e a fonte inform ativa sem a menor dvida L. (Quanto a notas sobre as fontes inform ativas dos evangelhos, ver o artigo da introduo ao comentrio intitulado. O Problema Sinptico e tambm a introduo a este evangelho). No impossvel que originalmente essa histria pertencesse a um grupo de narrativas relacionadas a Joo fatista, provavelmente preservadas em forma escrita. A evidncia que tem origem pr-crist. e, por isso mesmo, uma data mais remota. Juntam ente com outros itens introdutrios da primeira parte do evangelho de Lucas, esta seco mostra um certo estilo semita, pelo que tambm alguns tm proposto que estas narrativas tivessem sido originalm ente escritas em aramaico, tendo sido posteriormente traduzidas, provavelm ente por outra pessoa que no Lucas, posto no termos prova alguma de que ele soubesse falar o aramaico. Outros, contudo, asseveram que o prprio Lucas, escrevendo em grego, produziu um tipo especial de expresso, im itando o estilo das narrativas do V .T . im portante frisarmos que, sem im portar as nossas idias sobre as fontes, neste particular. Lucas demonstrou considervel habilidade como autor, e jam ais foi meramente um editor que apenas compilou material j existente. 5 ' ev ' epev , ' , ' . 6 *1 Chr24.10 M a rc . 3 :6 ; saduceus, M a t. 22:23; sindrio, M a t. 22:23; essnios, Luc. 1:80 c M a t. 3 :1 : co m u n id a d e de Q u m ra m , M a t. 3:1 e L uc. 1:80. ...J u d ia ...* Este te rm o em pre g a do a q u i. co m o ta m b m cm A to s 4:44; 6 :1 7 : 7 :1 7 ; 2 3 :5 e A to s 1 0 :3 7 . a fim de d e s ig n a r a P a le s tin a em sua in te ir e z a . E s te c ic lo de n a r r a tiv a s p re s s u p e q u e Jo o B a tis ta e Jesus te n h am nascido antes da m o rte de H erodes, ou seja, antes d o a no 4 A .C . . . . d o tu r n o d e A b ia s . . . J o s e fo [A n tiq . V I I . 1 4 .7 ) d iz -n o s q u e os sacerdotes dos jud e u s desde m u ito h a via m sido d iv id id o s cm v in te e qua tro divises ou -tu rn o s *. C ada um desses tu rn o s era responsvel pela adorao n o te m p lo d u ra n te u m a s e m a n a , e m in te rva lo s s e m i-a n u a is . Z a c a ria s p erte ncia d ivis o dc A b ia s, o que. dc c o n fo rm id a d e com a passagem dc I C r . 2 4 :1 0 , e ra o o ita v o tu r n o . T a m b m le m o s q u e Is a b e l e ra dc descendncia sacerd o ta l, p rova ve lm en te filh a de a lg u m sacerdote. C ad a um desses tu rn o s servia d u ra n te o ito d ia s , de u m sbado ao o u tro . O servio re g u la r da sem ana cra a in d a s u b d iv id id o e n tre as diversas fa m lia s que c o n s titu a m cada tu rn o . N os sbados, o tu rn o in te iro ficava a tivo . Nos dias dc festa, q u a lq u e r sacerdote p o d ia u iir -s e ao servio p re sta d o no sa ntu rio . C ada d ivis o servia duas vezes p o r ano . Som ente q u a tro tu rn o s haviam re to rn a d o d o c a tiv e iro b a b il n ico (Je d a a s, Im e r. P a s u rc H a rim ); m asestee fu ra m p o r sua vez s u b d iv id id o s nos v in te e q u a tro tu rn o s o rig in a is , os quais rcccb cram os nom es antigos. N o to ca n te aos m o tivos da in s titu i o dos tu rn o s, M a im o n id c s d iz {H ilc h . Ceie H u m ik d a h , c. 6 . sec. 1.2): *N o possvel que u m h om em oferecesse a sua o fe rta e no estivesse ao la d o dela; mas as o fe rta s eram da congregao c de to d o o Isra e l; e n o possvel que todo o Isra e l ficassc no trio ao te m p o do s a c rifc io razo p o r que os antig o s p rofe ta s o rd e n a ra m que fossem escolhidos d e n tre Isra e l homens aptos, q ue tem essem o pecado, hom ens esses q ue fo ra m cham ados homens d a e s ta o . E fo ra m e n tS o d iv id id o s em v in te c q u a tr o tu rn o s , de c o n fo rm id a d e com o n m e ro dos tu rn o s dos sacerdotes e le vita s: c cm cada cstao u m deles cra nom eado sobre todos, sendo ch a m a d o cabea da estao; e a cada sem ana os hom ens da estao daq u e la sem ana sc re un ia m ; e aqueles que sc e nco n tra va m cm Jerusalm ou p e rto , fre q e n ta va m 0 te m p lo , com o tu rn o dos sacerdotes c le vita s daq u e la sem ana; e aqueles que p e rte ncia m estao, que estavam d istan tes, q u a n d o v in h a a estao, reuniam -se na sinagoga, que o lu g a r deles . D u ra n te essa sem ana, o tu rn o ta m b m se entregava aos exerccios e s p iritu a is especiais d o je ju m , das oraes, da le itu ra c d o ensin o das E scritu ra s. 1:5: Houve nos dias de Herodes, rei da Judia, um sacerdote chamado Zacarias, da turma de Abias; e sua mulher cra descendente de Aro, e chamava-se Isabel. E no com eo deste versculo q ue desaparece o grego koin* lite r rio , c at o fin a l d o segundo c a p tu lo , tem os a seco deste evangelho que m ais hebrasm os (a ra m a ico ) re flete . A lg u n s e ru d ito s tm destacado diversas o utra s seces na in tro d u o , que so passagens q ue representam pores d is tin ta s , d o p o n to de vista das fontes. E n co n tra m o s s im ila r d ivis o de m a te ria l (ta lve z repre se n ta nd o o t rm in o d o uso de ce rtos d ocum entos que Lucas te ria e m pregado com o m a te ria l p u ra a sua in tro d u o )e m L uc. 1:80; 2:40 c 2:52. im p o rta n te o bservarm os que a q u i. nesias scees, q ue tem os as m ais antig a s evidncias, em fo rm a de d ocum entos, sobre as origens do cristia n ism o . .. .H e ro d e s... *T ra ta -se dc H erodes o G ra n d e, nom eado rei da Judia p elo s e n a d o ro m a n o , em 4 0 A .C . M o r re u c m 4 . A .C . ( Q u a n to a m e m ria s arqueolgicas sobre ele. ver o a rtig o da in tro d u o ao c o m e n t rio in titu la d o P e rio d o In te r te s ta m e n ta l) . S a b e-se q u e A u g u s to disse a re s p e ito de H erodes: Eu p re fe riria ser um p o rco d c H erodes do que seu filh o -, j que esse hom em viole n tssim o m a nd a ra assassinar seus p r p rio s filh o s a im de p roteger a sua hegem onia. H ouve m u ito s o utro s atos dc viol n cia c d io que assinalaram a sua c a rre ira , in c lu in d o o assassinato dc sua esposa fa v o rita , M a ria m n e . Sua le m b ra n a m ais n ot vel c a b rb a ra m a ta n a dos inocentes dc Belm . Bem p ouco tem po aps essa o co rr n cia, H erodes m o rria em J c ric , 11a p rim a v e ra d o a n o 4 A .C ., d c h id r o p s ia , g a n g re n a , e u m a e n fe rm id a d e a v ilta n te . Poucos d ia s antes havia te n ta d o o su ic d io , e apenas cin co d ia s antes de sua p r p ria m o rte o rd e n a ra a execuo dc seu filh o , A n tp a trc . Somos in fo rm a d o s dc que fo i se pu lta d o cm u m e squ ifc de ouro , in cru sta d o dc pedras preciosas, p o r b a ix o de u m lo n g o p lio d c p rp u ra . Levava um diadem a de ouro . N o co rte jo estavam seus fa m ilia re s im ed iato s, vrios regim entos de soldados, e q u in h e n to s servos c o n d u zin d o e speciarias e perfum es. Foi se pu lta d o no h e ro d iu m . seu ca ste lo -fortale za, u m a e stru tu ra m a gn ifice nte, cujas runas existem at hoje, a dez q u il m e tro s a suleste de Belm . ( Q u a n to u detalhes sobre os vrios H erodes do N .T ., ve r as notas em L uc. 9:7. Q u a n to a inform aes sobre o p a rtid o p o ltic o q ue apoiava a d in a stia dos H erodes. ver notas em M a rc . 3:6. Q u a n to a notas sobre os diversos grupos sociais e religiosos dos tem pos de Jesus, ver as seguintes referencias: P rin cip a is sacerdotes, M a rc . 11:27; escribas, M a rc . 3:2 2 ; fariseus. 6 S e O e o G , 7 7 0 0 v ') . condene cm term os d e fin id o s a ju s ti a le g a lista que cra p ra tic a d a pelas a u to rid a d e s religiosas dos ju d e u s, c o n tu d o , devem o-nos le m b ra r que nem to d o s os is ra e lita s e ra m h ip c r ita s . A f c r is t c o n tin u a re p o u s a n d o pesadam ente sobre a herana e s p iritu a l a n tig a , e m bo ra apenas cm parte, p orq u e o resto sc com pe das revelaes tra zid a s lu z p e lo S e n ho r Jesus C risto . N o ju d a s m o h ib lic o havia u m a fo ra e s p iritu a l q ue p ro d u z ia alm as reputadas ju sta s aos o lh o s de D eu s. C e rtam e n te o p r p rio Jesus serve de e x e m p lo d is s o , p o r q u a n to v e io n a q u a lid a d e d c M e s s ia s d c Is ra e l, preservando o q ue havia de m e lh o r no ju d a s m o de seus dias, e re je ita n d o a escria acrescentada pelos hom ens. O N .T . p ro c u ra m o stra r-n o s que o ve rd a d e iro ju d a s m o e o c ristia n ism o b b lic o no so opostos e nem c o n tra d it rio s e n tre si; p elo c o n tr rio , que o N .T . tem razes bsicas d e n tro do ju d a sm o revelado. Isso c o n tra d iz a declarao m o derna d eq u e P a u lo e Jesus re a lm e n te e n sin a ra m sistem as religiosos d ifere n te s e n tre si. (Q u a n to a u m a exposio desse p ro b le m a , ver o a rtig o da in tro d u o ao c o m e n t rio in titu la d o 4- Im p o rt n c ia de P a u lo *). E s te v e rs c u lo a b ra n g e ta n to a o b e d i n c ia de Z a c a ria s e Is a b e l le i m o ra l (m a n d a m e n to s ) c o m o a o b e d i n c ia d e le s le i c e rim o n ia l* (o rdenanas). 1:6: Ambos eram justos diante de Deus, andando irrepreensveis em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. ...e ra m ju s to s ...* N ada sabem os acerca de Zacarias (c u jo nom e sig n ifica aquele que le m b ra a Jeov- ou aquele que e le m b ra d o p o r Jeov) e de Isabel, exceto o que lem os no evangelho de Lucas. Z a ca ria s cra sacerdote c pai dc Joo B a tista , mas n &0 devem os c o n fu n d i-lo com o m rtir d o m esm o n o m e . m e n c io n a d o em M a t. 2 3 :3 5 . E s te Z a c a ria s m a r tir iz a d o p ro v a - 1e lm c n te e ra filh o d c J o ia d a . co n fo rm e m e ncio n ad o em II C r . 24:20-22. c aluso de Jesus aos m rtire s, dc A b e l a Z a ca ria s, possivelm ente u m a ;xpresso um ta n to e quivalente ao nosso >do G nesis ao A pocalipse. P o r :onseguinte, esta passagem n o fornece q u a lq u e r nova in fo rm a o acerca la pessoa que fo i p a i dc Joo B a tis ta . Isabel, cu jo nom e s ig n ific a D e u s 11eu ju r a m e n to , esposa de Z a c a ria s , ta m b m e ra d e s c e n d e n te de ia c e rd o te s , se n d o d e s c rita c o m o p a re n ta d c M a r ia , m e de Jesus, )arcntcsco esse que prova ve lm en te s ig n ific a q ue eram p rim a s. As descries sobre essa gente c suas vidas piedosas, e m pregam expresses d io m tic a s d o V .T . E ra m p ro d u to s da e d u c a o e s tr ita d o V . T . nteressante n o ta r, em F il. 3:6, q ue P a u lo ta m b m sc descreve in c u lp v e l !u a n to ju s ti a q u e h na le i, q u e a q u i e n fa tiz a d a . E m b o ra o N .T . 7 , ' , * ev Jjoav. 11. 9LUCAS B ro w n observa ( in lo c .): A quele casal tra n q ilo passou p o r u m a prova. Q uase todos ns tem os a lg u m p o n to to rto em nossa vereda: m as a q u i estava u m e lo na g ran d e cadeia dos propsU os d iv in o s . T a l co m o sucedeu a A b ra o e S ara. m u ito antes dc Isaque te r-lhe s s id o d a d o : o u co m o sucedeu a E lcana e A n a . antes de S am uel ser-lhes p ro m e tid o : ou co m o sucedeu a M a n o e sua esposa, antes de Sanso v ir a este m u n d o , assim ta m b m aconteceu a q u i. a Z a ca ria s e Isa b e l, antes d o p recu rso r d o M essias ter-lhes sido p ro m e tid o , sem d vid a p a ra to rn a r o presente a in d a m a is precioso, e a fim dc despertar a cxpectao p elo mesmo. O s escritores isla m ita s B e id a vi c J a llo d in (n o A lc o r o , c. 3) d ize m que Z a ca ria s tin h a n o ve n ta c nove anos de idade c que sua esposa tin h a o ite n ta c nove anos de ida d e : m as no contam os com recursos nem p a ra c o n firm a r e nem p a ra neg a r essa in fo rm a o . 1:7: Mai no tintam f it a i, porque Isabel ra estril, e ambos eram avonodos em 1404. . . . e s t r il. , . E ssa d e c la ra o n o fo i fe ita p a ra in d ic a r q u a lq u e r julg a m e n to de D eus co n tra eles, p o r m o tivo dc a lg u m pecado, e m b o ra fosse um a d e s g ra a , em Is ra e l, q u e u m a m u lh e r c a s a d a n o tiv e s s e filh o s : porquan o g eralm ente os filh o s e ram re pu tad o s u m a bno de Deus, algumas vezes at m esm o u m sinal especial d c bno, se um casal tivesse muitos filho s. D eus re tra ta d o p o r m ais de u m a vez a in te rv ir no processo natural das coisas p ara p ro m e te r filh o s , co m o nos casos de A b ra o e Sara. Jacc R aquel, Zacarias e Isa b e l, e, m ais especfica e ra d ic a lm e n te , no caso de M a ria , m e de Jesus. O tre ch o de H e b . 11:11 m enciona o caso dc Sara e isso serve com o u m e xem p lo da su p e rio rid a d e c d o p o d e r da vida dc f. 9 K i 30.7 1:8.9 8 S e V , * * -9 a iriiuor. iioue: TR fite () Ztir Lutli e. !none: WH 1:S: Ora, estando ele a exorcer 01 fwnes sacerdotais perante Deui, na ordem do sua turma, 9 U pare , se guinte: Q u e D eus de m is e ric rd ia e n tre no s a n tu rio c sc agrade cm a ce ita r o s a c rifc io de seu povo! O sim b o lis m o da q u e im a d o incenso era a o ra o , a petio, o c la m o r p o r m is e ric rd ia , re con h e cim e n to e g raa . (V e r Sal. 141:2 e A p o . 5 :8 ). Parecc q u e essa fu n o c ra c o n s id e ra d a c o m o o m a is d is t in tiv o e n tre os a to s sacerdotais (ve r I I C r . 2 6:1 8). E ra re a liza d a no lu g a r sa nto , u m a d ivis o do te m p lo onde som ente os sacerdotes p o d ia m e n tra r. D e co n fo rm id a d e com Josefo, u m a viso celestial ta m b m fo i o u to rg a d a a Joo H irc a n o d u ra n te a sua re aliza o desse m esm o o fc io . O uso de incenso q u e im a d o , que conservado em ce rtos setores da crista n d a d e . e m bo ra re je ita d o p o r outros, era u m a te n ta tiva a rts tic a dc a p la c a r a a lm a de D eus, e com o ta l, no tin h a q u a lq u e r ele m e n to m a l fico . E n tre ta n to , em d ete rm in a da s ocasies fo ra m acrescentadas crenas c sign ifica e s supersticiosas ao q u e im a r d o incenso, co m o a id ia que d iz ia que isso espantava os m aus e sp rito s de q u a lq u e r lu g a r. A lg u m a s religies pags tm e nsin a do q ue D eus ou os deuses re a lm e n te o b t m a lg u m p ra ze r desse a to . p o r causa d o p e rfu m e agradvel d o incenso. Sem pre houve o p e rig o d c q ue as fo rm a s ritu a is da adorao assum issem u m a sig n ifica o m g ica ou scm im g ica, e p rin c ip a lm e n te p o r esse m o tiv o q u e os ra m o s p ro te s ta n te s d a ig re ja t m a b a n d o n a d o in te ira m e n te a p r tic a . Deve-se a d m itir, no e n ta n to , que as fo rm a s externas podem a u x ilia r na a dorao, p o rq u a n to , cm ltim a anlise, o hom em d e p e n d e de seus s e n tid o s p a ra o b te n o d a m a io r p a rte de seu co n h e cim e n to e de suas e xp e ri ncia s, q u e r relig io so s ou no. * im possvel que assim fosse, p o rq u e Z a ca ria s no cra o sum o sacerdote. V in c e n t (in lo c .) descreve a q ue im a do incenso co m o processo que sc desenrolava da seguinte m a ne ira : A o passarem p a ra o trio , vindoS do lu g a r santo, fa zia m soar u m g ra n d e in s tru m e n to d e n o m in a d o m a g rcp h a h , q ue convocava todos os m in is tro s aos seus respectivos lugares. S u b in d o pelos degraus at o lu g a r sa nto , os sacerdotes e spalhavam as brasas sobre o a lta r de o u ro (as brasas e ram tra n sp o rta d a s em incensrios de o u ro . com incenso) e p u n h a m cm o rd e m o incenso: e o p rin c ip a l sacerdote o fic ia n te era e n t o d e ix a d o s o z in h o , d e n tr o d o lu g a r s a n to , e s p e ra n d o 0 s in a l do p resid e nte p ara q u e im a r o incenso. P rovavelm ente fo i nessa o p o rtu n id a d e que apareceu o a n jo a Z a ca ria s. Q u a n d o fo i d a d o o sinal, a m u ltid o in te ira re tirou -se do trio in te rio r c sc p ro s tro u d ia n te do S enhor. O sil n cio tom ava c o n ta d o te m p lo , e n q u a n to q u e n o seu in t e r io r , n u v e n s de in c e n s o se elevavam d ia n te de Jeov. Esse processo cra re a liza d o duas vezes p o r dia, a co m p a n h a n d o os sa crifcios m a tin a l c vespertino. 1:9: se 1.11 . grandeza co m a e te rn id a d e e a d u ra b ilid a d e que so ca ra cte rstica s dos hom ens e dos acontecim entos q ue so d irig id o s e perm eados p o r D eus. O v a lo r d o h om e m consiste das m anifestaes d o p o d e r dc D eus q ue nele se p a te n te ia m , p o r q u a n to s o m e n te D e u s te m v a lo r re a l c f in a l. A a lm a p a r tic ip a desse v a lo r, p o rq u e o h o m e m c ria o e s p e c ia l de D e u s , p o rq u a n to na a lm a h u m a n a D eus tcn cio n a d u p lic a r o seu F ilh o , o C ris to , a P alavra e tc m a . A q u i, p o is. tem os o a lice rce da grandeza a u t n tic a , e tu d o o m ais n o passa de su p e rfic ia lid a d e . Jam ais podem os esperar que u m m u nd o preso a o m a te ria iis m o possa co m p re e n d e r ou c o n fia r nisso. A ssim sendo, Joo B a tista pode ser seguram ente ca ta lo g a d o pelos hom ens em algum a diviso p sico l gica , passando a ser ig n o ra d o p o r eles. N o o bsta nte, aos olhos dc D eus, as coisas so ju lg a d a s de m a n e ira in te ira m e n te diversa. ...c h e io d o E s p rito S a n to ...* N o V .T ., o E s p rito S anto aparccc com o d om te m p o r rio , d a d o e xclu siva m e n te a poucos hom ens seletos. M a s Joo have ria de in ic ia r u m novo c ic lo de e xperincias com o E s p rito S anto, o que fo i p le n a m e n te c o n firm a d o n o d ia de Pentecostc. E le seria cheio d o E s p irito S anto n o te m p o ra ria m e n te apenas, m as desde antes d o seu nascim ento. Joo B a tista e ra u m in s tru m e n to especial, c n o tem os q u a isq u e r indicaes a q u i q u a n to n atu reza do exerccio de seu liv re -a rb trio , a ce ita n d o esse p r iv ile g io . O te x to s a g ra d o s im p le s m e n te n o a b o rd a o p ro b le m a da in te ra o da p red e stin a o com o liv rc -a rb trio , o que. a despeito dc tudo q u a n to se tem d ito sobre o assunto, co n tra c a fa vo r, a in d a perm anece u m denso m ist rio nas m entes dos hom ens. Q u e D eus pode fa ze r o que 14 >o o , 1 . 2 2148 2171 H yt /.Tf( 11-. !.-. I. .. VR ayi > * golh cth D iM cs-jron," '' A fn 1'!u1u KuhiI>ils Kphraem . - yqitiyr! 0 1 iv y w a 1iy ai napv% rj! coi.Xiay oov. Iee 1.43; 14171 o m j w 171 Andrew-C/ete 1 2b li; . li I.'1 #*/' 5tli 700 1241 '" s yr- ' " * r mg> IV li-r-A liw iiiiilri.i IVTitui .S 3 J>V2 1(111:1 toiu 1117 l . 121 12*1) 1242 12ft:l 10 44 15 1540 1U46 Embora muitos testemunhos regularmente bons (incluindo A C I) a maioria dos minsculos seguidos pelo Tcxtus Receptus), aps oov trazem as palavras 0 v , e provvel que copistas inseriam-nas aqui com base no vs. 42, onde so firmemente confirmadas. Se a clusula fizesse parte do original, no haveria razo adequada para terem sido omitida; dc to diversificado c antigo testemunho (incluindo) B 1, W f 505 700 1241 8y rpal copeabo arm geo 0 1 ). seus poderes m iracu loso s; m as acerca disso dc nada podem os te r a certeza, pois parece patente que tu d o no passa dc exageros q ue tendem a e xa lta r a sua pessoa. A base dos p r p rio s evangelhos p o u ca a in fo rm a o que temos a re spe ito dc M a ria . E ra p a re n te , p ro va ve lm e n te p rim a d c Isa b e l, talvez da lin h a g e m de A a r o , e depois da de D a v i. E vid e n te m e n te tin h a u m a irm que tam bm a te n dia p e lo nom e de M a ria , designao essa q ue vera do h eb ra ico. M a ria m ou M iria m (n o m e da irm de M oiss). E c la ro que essa irm cra esposa dc C lcopas ou C lopas (v e r Joo 19:25). O esposo de M aria, de n o m e Jos, n o e ra h o m e m de a lta p o s i o , p o r q u a n to e ra apenas c a rp in te iro de N azar. T a lve z fosse m esm o o n ic o da lo ca lid a d e , porque N azar cra v ila e xtre m a m e n te pequena. O u tra s tra d i e s antigas, que descrevem a fa m ilia co m o perte nce n te classe dos aldees, pertencente te rc e ira c a te g o r ia , ta m b m so tra d i e s s u je ita s a d v id a s : m as as circu n st n cia s in d ic a m d e fin id a m e n te q ue se tra ta va dc u m a fa m lia dc parcos recursos, sem d vid a p ertencente classe dos aldees. O Talm udc re tr a ta M a r ia c o m o c a b e le ir e ir a , c u sa essa d e s c ri o e m s e n tid o d e p re cia tivo . A Ig r e ja C a t lic a R o m a n a te m d e s e n v o lv id o u m a orao lit rg ica d edicada a M a ria , baseada p rin c ip a lm e n te neste te xto : a saudao do anjo, 1:28: E, entrando 0 anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciado; 0 Senhor contigo. ...o a n jo d is s e ...o S e n h o r c o n t ig o . . . M a r ia , m e de Je sus, n a tu ra lm e n te te m de o c u p a r u m im p o r ta n te lu g a r na tr a d i o d os evangelhos; e o m e ro fa to de que ela cra m e de Jesus nos a u to riz a a a firm a r a lg o acerca de seu c a r te r e s p iritu a l. Isso subentende u m a p osi o especial. o que tam bm transparece em to d a esta passagem . E n tre ta n to , u m a in s e n s a te z d e p o s ita r f em tra d i e s s u b s e q e n te s , as q u a is a t m g lo rific a d o , e at m esm o endeusado. D iversas lendas a p crifa s, co n tid a s cm evangelhos a p crifo s, e scritos aps o sculo II dc nossa e ra (ve r o a rtig o da in tro d u o ao c o m e n t rio in t it u la d o O s L iv ro s A p c rifo s e o u tr a L itc ra m ra C rist P rim itiv a , onde h a lg u m a s descries), esto re ple ta s dc descries resplandecentes sobre a pessoa dc M a ria . A li som os in fo rm a d o s q u e o n o m e de sua p ro g e n ito ra c ra A n a , e q u e M a r ia u ltra p a s s a v a as donzelas de sua p r p ria ida d e em sabedoria e em g raa. T a m b m a li lem os q ue m u ito s hom ens p ro c u ra ra m o b te r-lh e a m o, e que, m e d ia n te o m ila g re cspccial da florescncia de varas (u m re fle x o da expe ri ncia de A a r o , no V .T .), fico u c la ro q ue ela deveria c o n tra ir m a trim n io co m Jos. H o utra s descries, a in d a m ais co lo rid a s, acerca dc sua sa bedoria, e at m esm o dc 17. 15 LUCAS do vers. 28. in titu la d a dc Saudao A n g e lic a l, ou A ve -M a ria : e isso fo rm a a p rim e ira p oro da fam osa o ra o d ed ica da a M a ria : A ve -M a ria , chcia de graa, o S enhor co n tig o ... A segunda p or o dessa orao tira da das palavras de Isabel a M a ria , que aparecem n o vers. 42 deste mesmo c a p itu lo : B e n d ita s tu e n tre as m ulheres e b e n d ito o fru to d o teu ventre. A isso fo i acrescentada u m a te rce ira p oro, no in c io do sculo X V I (1 5 0 8 ), q u e c o n t m u m a in v o c a o v irg e m M a r ia , e q ue naturalm ente m o tivo da objeo dc m u ito s: Santa M a ria , m e dc D eus, ro ga p o r n s, os p e c a d o re s , a g o ra e n a h o ra de nossa m o r te . A m m . Deve-se a d ic io n a r, to d a via , que as p a la vra s fin a is dessa o rao . . . une et in hora m o rtis ...*(...agora e na h o ra de nossa m o rte ... ) so u m a a dio ainda p oste rio r, fe ita p o r fra d e s franciscanos. O e m prego lit rg ic o dessa orao no era gen e ra liza do na crista n d a d e seno j bem ta rd e , isto . a p a rtir do sculo X I I I D .C . C o n tu d o , a o ra o se reveste d c ce rta graa e de beleza sim ples: in fe lizm e n te , p o r m , n o d irig id a a q ue m dc d ire ito . *29 7 1 31* 1 . do h om e m . M u ita s das grandes realizaes d o m u n d o tm sido provocadas p o r a lg u m a fo rm a de adversidade. A l m disso, no e n ta n to , h u m te rce iro estgio dessa e xpe ri ncia : Porque p a ra D eus no h aver im possveis em B e n d ita s tu e n tre as m u lh e re s ... Essas palavras no fazem p a rte d o te xto o rig in a l de Lucas, neste p o n to . E n co n tra m -se nos mss A C D E F G K M S U V X , G a m m a , D e lta , T h c ta , L a m b d a , F am P i, F a m 13 e nas tradues A C , F , K J e M . T o d a s as d e m a is tra d u e s u sa d a s p a ra e fe ito de c o m p a ra o , n este c o m e n t r io ( c a to r z c c m n m e ro -v e r a lis ta de abreviaes na in tro d u o , onde h a id e n tific a o das siglas) o m ite m essas p alavras, seguindo os mss m ais a n tig o s, A lc p h , B , L , W , F a m 1, 56S, 700 e as verses Sah e A rm . E n co n tra m o s essas m esm as p ala vra s no vers. 42, nas- p a la v ra s que Isabel d ir ig iu a M a r ia ; e n o h q u e d u v id a r q u e fo ra m to m a d as desse versculo e postas a q u i ta m b m . P o r conseguinte, essa a dio, ta l com o ta n ta s o utra s q ue se e n co n tra m nos evangelhos, u m a espcie dc h a rm o n ia com declaraes a u t n tica s j existentes, declaraes essas q ue p o ste rio rm e nte fo ra m tra n sfe rid a s p a ra o u tro s lugares, p o r cscribas dc sculos m ais ta rd io s. to d a s as su a s p ro m e ssa s (v s . 3 7 ). A a lm a ip ie rs a n a g ra a d iv in a , o m ensageiro celeste p ro fe re p ala vra s de consolo e de segurana, e Deus re a liza a sua o b ra na vida e o rie n ta todas as circu n st n cia s. A a lm a pode perm anecer na p erp le xid a d e , p osto q ue o m o do de D eus re a liz a r os seus p ro p sito s pode ser e stra n h o e desconhecido. E nessa a ltu ra que aparece o q u a rto e ltim o estgio da e xpe ri ncia com D e u s -a obe d in cia. M a ria entregou-se nas mos de D eus (vs. 3 8 - ...A q u i est a serva d o S enhor; que sc c u m p ra em m im co nfo rm e a tu a p a la v ra ... ). A revelao fe ita a lm a v a lio s a e a su a v e rd a d e n o ja z n e c e s s a ria m e n te n a a n lis e o u na especulao. D eus tem ch am a d o a a lm a a u m novo co m pro m isso, t esse co m pro m isso floresce em u m a p o rta a b e rta p a ra m a io r co n h e cim e n to e desenvolvim ento e sp iritu a is. 1 :2 9 : Ela, p o r t m , a o o u v ir 1 1 p a l a v r a s , tw f a o v - M r n a it p m p w ts a r q * e mwUote ria m m . 4. . .e s ta p a la v r a , p e r tu rh o u - s e m u it o . . . O s v e rs. 2 9 , 3 4 , 37 e 38 expressam os diversos estgios da e xpe ri ncia e s p iritu a l de M a ria . O vers. 29 contm o p rim e iro estgio dessa e xpe ri ncia . M a ria fico u p e rtu rb a d a , chegando m esm o ao p o n to dc sentir-se a te rra d a . A a lm a estrem ece e se encolhe ante a tre m e nd a m a g n itu d e da revelao e a nte as im plicaes sobre as alteraes na vida q ue devem seguir-se da. O p rim e iro estgio consistiu de espanto, e o segundo, de p e rp le x id a d e (vs. 3 4). Nesse segundo estgio a a lm a pode atravessar sua n o ite tenebrosa, p o rq u a n to m u itas incertezas podem d e ixa r-n o s perplexos. (C om o ser is to ...? , ind a g ou M aria). M as. na n oite escura da a lm a . D eus in ic ia u m desenvolvim ento especial, no m b ito e s p iritu a l, e m bo ra o in d iv d u o possa no te r conscincia desse avano e s p iritu a l. E bem co nh e cido o p rin c p io p sico l g ico q ue a firm a que a adversidade e a lu ta tendem a to m a r m ais p ro fu n d a a p ersonalidade 30 1 ayyeos a v T jj, Mr) , , q u a lq u e r g ra n d e d e fin i o teolgica m esm a, co n fo rm e u sua lm e nte sucede no caso d o e m prego da p a la vra graa. O te xto sagrado sim plesm ente in d ic a a lg u m fa v o r especial q ue D eus est p ro p o rc io n a n d o a M a ria . De co n fo rm id a d e com a ra iz do o rig in a l grego, graa te rm o que in d ic a algo que d a le g ria ou p raze r, a lg o b elo , que d e le ita os sentidos. A ssim que enco n tra m o s nos escritos de H o m e ro : Atenas d e rra m o u graa ou beleza m a scu lin a sobre ele (O d issia , 11.12. V e r Sal. 45:3 , na L X X ; :...graa d e rra m a d a em teus lbios. O tre c h o de E f. 4 :2 9 tem quase exatam ente a m esm a sig n ifica o ). Essa p ala vra ig u a lm e n te usada co m o p a rte de u m a f rm u la de ao de graas a D eus, nas passagens dc R om . 6 :17 e I C or. 15:57. N o N .T . ta m b m recai nfase sobre a lib e rd a d e d o fa v o r de D eus, o que g eralm ente denota a lo n g a n im id a d c g ra tu ita c espontnea de D eus para com os hom ens, o q ue fa z, p o rta n to , co n tra ste co m a d vid a , com a le i, com as obras e co m o pecado. Esse vo cb u lo tem p o r ra iz o m esm o ve rbo que sig n ific a regozijar-se. - 1:30: Dse-**e entoe 0 anjo: No temas, Maria; poi> acbasle graa ^^..,? v jf I AmbiuM 37011lS.lt 0t,. .a(rffs G n 25.22 . ^ ... * L k l . l f t 1:411 Ao ouvir Isabel a saudao da Maria, saltou a criancinha aa sou veatre, o Isabel ficou chaia do Espirito Santo, 20. LUCAS18 ...a cria n a lh e estrem eceu n o ve n tre ... O beb de Isa b e l, e m b o ra n o escrevia o seu evangelho. Esse m a te ria l fic o u in c lu d o na fo n te in form a tiva tivesse a in d a nascido, fico u p ro fe tica m e n te consciente da presena do L d e s te e v a n g e lh o . ( V e r o vs. 3 9 . o n d e h u m a re fe r n c ia s fo n te s M essias a in d a p o r nascer, e a sua in s p ira o fo i tra n s fe rid a p a ra a sua m e. in fo r m a tiv a s d o s e v a n g e lh o s ). B r u c e ( m lo c . ) d iz : O s c o m e n ta ris ta s A fu tu ra me d o p recu rso r d o M essias reconheceu a fu tu ra m e de C risto d iscu te m sobre a conexo e xisten te e n tre a e xcita o m a te rn a l c o im pulso (in lo c ., s. M a clca n G ilm o u r). O m ais ce rto que a saudao tivesse sido o e s p iritu a l da c ria n a -q u a l fo i a causa e q u a l fo i o e fe ito . Q u e isso e todas as fa m ilia r P a z seja contigo, ou ento O S enhor contigo; m as o re sulta d o questes p aralelas sejam deixadas em sile n cio respeitoso. A lfo rd (in loc.) prove n ien te disso no fo i co m u m . O q ue fo ra p re d ito , sobre o e stado sa nto d iz : *O s conhecidos m as m isteriosos efeitos da sim p a tia , nesses casos, pelo d o m e nin o , q ue seria cheio d o E s p rito S anto desde o ve ntre m a te rn o (vs. m enos levam -nos a a c re d ita r q ue pode te r h a vid o efeitos correspondentes, o 15}. era a q u i c u m p rid o em sua m e, ex a b u n d u n ti. Essa in fo rm a o deve que o corre at m esm o nos casos em q ue as causas so dc natureza que te r chegado ao conh e cim en to de Lucas ou da boca de Isabel ou da boca de u ltrap a ssa m a nossa expe ri ncia com um . C la rke (in lo c .): A me ficou M a r ia , q u a n d o o e s c r ito r s a g ra d o e n c e to u as su a s d iv e r s ific a d a s cheia d o E s p rito S a n to , c a c ria n a , cm seu ventre, fo i se nsib iliza da pela investigaes na re alida d e da base h ist rica da f c rist , antes e e n q u a n to in flu n c ia divina. 4 2 e lr re v , , 6 . 42 K(>oyvnbv...yw - * 46 !11! A C* L W 11 4 U M /1/ 11 U 5 , 1:47: meu espirHo m Devs meu Sdvtdor; seu p r p rio corao a q u ilo q ue le ra e a p re n d e ra das Sagradas E scritu ras. (A q u i e nco n tra m o s ecos dois Sal. 3 1:8 . 113 e 126, alm das passagens acim a m encionadas). C aesarius de A rie s (540 D .C :) fo i o p rim e iro a in tro d u z ir esses grandes c ntico s, re gistra d o s no evangelho dc Luca s, na adorao p b lic a ; e desde e nt o tm fe ito p a rte dos tesouros dos hino! da igreja o cid e n ta l. ...m in h a a lm a ...m e u e s p rito ... C o m p a ra r com H eb. 4 :1 2 . (V e r notas sobre a im o rta lid a d e d a a lm a , em M a t. 2 2:2 2,23 e 11 C or. 5 :8 ). A lg u n s vem ce rta d ife re n a entre a .alm a* e