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Módulo: Cross-Docking LOGISTICA José Alberto Melo Cardoso Alberto Cardoso Porto, 2013 1 Cross-Docking - Manual do Módulo 2 -

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Page 1: Manual cross docking implementação

Curso: LogísticaMódulo: Cross-Docking

LOGISTICAJosé Alberto Melo Cardoso

ÍNDICE

Alberto Cardoso

Porto, 2013

1

Cross-Docking- Manual do Módulo 2 -

Page 2: Manual cross docking implementação

Curso: LogísticaMódulo: Cross-Docking

Página

Introdução................................................................................................................................... 03

1.Armazem..................................................................................................................................03

2.Classificação de Armazéns .....................................................................................................04

2.1.Armazéns de Produção ....................................................................................................... 05

2.2.Armazéns de Material Auxiliar..............................................................................................06

2.3.Armazéns de Mercadorias ...................................................................................................08

2.4.Armazéns de Líquidos ......................................................................................................... 08

2.5.Armazéns de Distribuição/Centros de Distribuição...............................................................09

3.Centro de Distribuição............................................................................................................. 10

3.1.Vantagens de um Centro de Distribuição.............................................................................00

3.2.Condicionantes na escolha de um Centro de Distribuição …………………………………… 00

3.3.Como Melhorar um Centro de Distribuição ……………………………………………...…….. 00

4.Tecnologias de Informação ………………………………………………………………………… 00

4.1.Impacto das TI nas Organizações ………………………………………………………….…… 00

4.2.Impactos das TI na Segurança das Organizações …………………………………….……... 00

Bibliografia.................................................................................................................................. 11

OBJETIVOS DO MANUAL

O presente documento visa a aquisição e promoção dos seguintes saberes:

Identificar e operar uma operação de cross-docking.

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Curso: LogísticaMódulo: Cross-Docking

INTRODUÇÃO

Actualmente o mundo dos negócios exige operações logísticas mais rápidas e de menor custo,

sendo a concorrência cada vez mais feroz, marcada pela globalização da economia e por uma

evolução tecnológica acelerada, leva as empresas a melhorias constantes em seus sistemas, ao

nível da produção e de logística e distribuição, visando assim maior eficiência e melhores

serviços, com capacidade de suportar estratégias de marketing, gerir redes de fornecedores e

clientes, e rentabilizar práticas de Just-in-time.

Definição

Cross-dockin é um sistema de distribuição no qual os produtos recebidos, num Centro de

Distribuição, não são stockados mas sim imediatamente preparados para ser carregados e

entregues. O cross-Docking é a transferência dos produtos entregues, directamente do ponto de

recebimento para o ponto de entrega, de preferência com tempo nulo de stockagem

O Cross-Docking é um conceito de operação logística interessante como resposta a essas

necessidades. Ele acelera o fluxo de mercadorias, reduz os custos por condensar cargas e,

idealmente, dispensa armazenagem. Vejamos por quê.

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Curso: LogísticaMódulo: Cross-Docking

O fundamento do cross-docking é o rastreamento dos produtos que vêm dos fornecedores para

os consumidores sem stockagem. Para uma melhor compreensão do que se trata, vejamos o

seguinte exemplo.

Vamos considerar a operação de uma rede de super-mercados instalados em diversos

pontos da cidade. Suponhamos que existem seis tipos de produtos, cada um com seu

fornecedor exclusivo: bebidas, biscoitos, chocolates, conservas, batatas fritas, e carne.

Também consideremos que existam 20 lojas.

Assim, seis camiões (um de cada fornecedor) chegam ao centro de distribuição pelo lado

chamado “cais de entrada”. Vinte camiões entram pelo lado “cais de saída”. Os produtos, à

medida que são retirados dos caminhões dos fornecedores, são rececionados, executados e

expedidos para os veículos que levarão as mercadorias para as lojas, na quantidade certa para

cada cliente. Essa operação leva poucas horas e dispensa qualquer stockagem.

Analisemos o que aconteceu nesse exemplo. O fluxo de mercadorias foi acelerado porque

os fornecedores e clientes se “encontraram” todos no mesmo lugar, e não houve grandes

esperas ou armazenagens. O custo foi reduzido porque tanto as cargas de entrada como de

saída foram condensadas, tinham uma única origem e um único destino (loja). Tudo isso foi

conseguido apesar de se trabalhar com seis fornecedores e 20 lojas. Ou seja, verificamos

através de um exemplo como o cross-docking pode oferecer respostas aos desafios logísticos

que vimos no primeiro parágrafo.

Alguns problemas, no entanto, podem acontecer. Um deles é conseguir toda essa

coordenação para reunir seis fornecedores sem grandes atrasos. Por outro lado, fazer a gestão

das informações de selecção, arrumação e rastreamento dos produtos com um mínimo de

stockagem pode ser crítico. Esses são os principais problemas técnicos a serem solucionados

para implementação do cross-docking.

Pontos essenciais do Cross-Docking

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Curso: LogísticaMódulo: Cross-Docking

Uma definição bastante simplista de cross-docking é: “cross-docking é uma operação na qual os

produtos são enviados aos seus destinos logo que são recebidos no centro de distribuição”.

Uma outra definição, mais elaborada, é: “cross-docking é um processo onde produtos são

recebidos numa dependência, ocasionalmente junto com outros produtos de mesmo destino, são

enviados na primeira oportunidade, sem uma armazenagem longa. Isso requer alto

conhecimento dos produtos de entrada, seus destinos, e um sistema para envia-los

apropriadamente aos veículos de saída”.

Independente de qual frase seja adoptada como definição, existem três pontos essenciais

para que uma operação seja chamada de cross-docking.

1. O tempo total de permanência da mercadoria nas dependências onde ocorre o cross-

docking deve ser levado ao mínimo. Alguns especialistas limitam o tempo máximo para

que se considere cross-docking como um dia. O que se deve ter em mente é que o

tempo de permanência dos produtos é um factor crítico em um cross-docking.

2. Após o recebimento, o produto deve ser enviado directamente ao veículo de saída ou

permanecer numa área de picking, mas nunca pode ser stockado. Stock foi eliminado

com o cross-docking.

3. É indispensável um sistema capaz de coordenar as trocas de produtos e informação. É

fundamental coordenação entre os diferentes participantes do cross-docking,

especialmente quanto aos tempos em que os veículos chegarão ao operador de cross-

docking.

Vantagens e Desvantagens do cross-docking

Para que o cross-docking seja possível e atinja seus objectivos, alguns cuidados devem ser

tomados, principalmente quanto à escolha dos produtos, fornecedores, fluxos de informação e

produtos e das pessoas. Por exemplo, produtos que requerem um mínimo de manuseio,

possuem alto custo de stockagem (perecibilidade, custo de oportunidade), possuem códigos de

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Curso: LogísticaMódulo: Cross-Docking

barras que auxiliam o processo de rastreamento e possuem um padrão conhecido e de baixa

variabilidade são ideais para serem distribuídos por cross-docking.

Os fornecedores também devem ser escolhidos com cuidado. Os fornecedores ideais são

capazes de disponibilizar a quantidade pedida do produto no tempo exacto. São também

capazes de configurar seus produtos de modo eficiente quanto ao manuseio e possuem um bom

canal de comunicação com o centro de distribuição. Observe que a configuração física do

produto é crítica para determinação da complexidade do cross-docking, porque produtos

rotulados, arrumados e de fácil manuseio são trabalhados mais rapidamente e dispensam

cuidados adicionais.

O fluxo de informações ideal sincroniza os parceiros da operação, coordena o fluxo de

materiais correctamente e, preferencialmente, dispensa papéis. O cross-docking ideal possui

uma rede de transporte, equipamentos e operações para dar suporte ao fluxo de produtos do

fornecedor ao consumidor. Deve prover, sempre que necessário, embalagem, montagem de kits,

ordenação e outros serviços.

Enfim, as pessoas que trabalham no cross-docking reconhecem a importância da

movimentação dos produtos ao invés da sua stockagem. Sendo capazes de perceber pontos

fortes e fracos, actualizar-se tecnologicamente e coordenar fornecedores e consumidores.

Portanto, o cross-docking é um processo complexo, cheio de detalhes, e que por isso mesmo

exige maturidade dos clientes e dos fornecedores, no sentido de saber especificar suas

necessidades reais e suas limitações.

Podemos então pensar nos principais benefícios e dificuldades do cross-docking. Os

principais benefícios económicos vêm da economia de trabalho (em movimentação e

armazenagem), redução de custos em stockagem, redução das perdas em stoqck e dos custos

de oportunidade. As principais dificuldades ocorrem porque muitas pessoas não sabem operar

cross-docking.

Vantagens do Cross-docking:

Aumenta velocidade do fluxo de produtos e circulação do estoque.

Reduz custo de manuseio.

Permite consolidação eficiente de produtos.

Dá suporte às estratégias de Just-In-Time.

Promove melhor utilização dos recursos.

Reduz necessidade de espaço.

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Reduz danos aos produtos por causa do menor manuseio.

Reduz furtos e compressão dos produtos.

Reduz obsolescência (e problemas com prazo de validade) dos produtos.

Acelera pagamento ao fornecedor, logo melhora parcerias.

Diminui o uso de papéis associados ao processamento de estoque.

Desvantagens do Cross-docking:

Dificuldade de determinação dos produtos candidatos.

Requer sincronização dos fornecedores.

Relações imperfeitas com fornecedores; pequena ou nenhuma credibilidade nos

fornecedores; relutância dos fornecedores.

Sindicatos temem perda de empregos.

Dependências inadequadas ou retornos sobre investimentos insuficientes para justificar

a compra, reforma ou construção de um centro distribuição apropriado.

Sistemas de informação inadequados.

A Gerência nem sempre possui uma visão orientada da cadeia de abastecimentos.

Medo de ruptura de stock pela ausência de stock de segurança.

Tipos ou Modalidades de Cross-docking

O sistema de Cross-Docking pode operar de diferentes formas e maneiras:

Cross-docking de produção – Recebe e consolida as cargas que são destinadas à

produção (just-in-time).

Cross-docking de distribuição – Consolida produtos recebidos de diversos fornecedores

em áreas ou paletes. Esses produtos são movimentados para suas respectivas áreas de

expedição a partir da chegada do último produto a ser expedido, i e, recebe vários

produtos de múltiplos fornecedores consolida estas cargas, direciona e distribui para

várias lojas

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Curso: LogísticaMódulo: Cross-Docking

Cross-docking de transporte – Consolida e embarca cargas incompletas vindas de

diferentes clientes e de indústrias, fazendo o trabalho de embalar, otimizar e expedir

para ganhar produtividade pela economia de escala.

Tecnologia da Informação Aplicada ao Cross-docking

Podemos definir duas áreas que atuam com tecnologia de informação:

Pré-distribuição – A empresa prepara o produto e faz a transferência diretamente no

centro de distribuição. A operação de etiquetagem é feita de origem, facilitando assim a

movimentação e direcionamento das cargas para os respectivos camiões, que já têm

suas rotas definidas previamente pelo sistema de gestão de armazém e de rotas. No

entanto deve haver sincronia entre o quem está expedindo os produtos e quem está

recebendo, pois o centro de distribuição tem a ver o posicionamento dos produtos

antecipadamente para poder determinar as rotas mais adequadas aproveitando melhor a

capacidade dos veículos e minimizando os tempos de entrega.

Pós-distribuição – O processo é mais lento e custoso. A empresa envia os produtos sem

nenhum controle, originando retrabalho no Centro de Distribuição, onde os produtos são

recebidos, identificados e etiquetados para posteriormente entrarem no sistema

informatico. Só depois de codificados, os produtos terão rastreabilidade, e serão

determinados os veículos e rotas mais adequadas.

Realização de um Projecto de Cross-Docking

Vistos os benefícios e as dificuldades de operação de um Cross-Docking, deve-se pensar numa

metodologia de projecto e operação de cross-docking. A tabela a seguir mostra os principais

passos de uma dessas metodologias, proposta pelo Warehouse Education and Research

Council.

Negociação

Identificar produtos e fornecedores “candidatos” „a operação de Cross-Docking.

Identificar pontos fortes e fracos no actual sistema: operação actual, instalações e

equipamentos, sistemas de informação, clientes e transportes.

Desenvolver recomendações preliminares para eliminação de fraquezas e

fortalecimento.

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Curso: LogísticaMódulo: Cross-Docking

Comunicar recomendações com fornecedores e negociar linhas gerais do Cross-

Docking.

Planeamento e Designe

Design do Cross-Docking

Desenvolver análises económicas das alternativas

Seleccionar a alternativa mais adequada

Justificação Económica

Criar modelos de custos integrados e determinar o retorno sobre o investimento

Criar modelos de custos dos produtos e determinar lucratividade

Determinar custos e economias projectados e nível de compartilhamento ao longo da

cadeia de abastecimento

Implementação

Desenvolver um projecto de implementação

Implementar um projecto piloto

Implementar um sistema amplo de cross-docking

Desenvolver processo e padrões para realizar uma monitorização periódica e expansão

do programa.

Conclusão

O Cross-Docking pode trazer vários benefícios, principalmente a redução de custos, se bem

aplicado, mas não podemos generalizar este processo para todos os centros de distribuição.

Mais rápido e com menor custo, temos de avaliar sim a sua viabilidade técnica e económica,

bem como o nível de serviço. Os clientes que recebem estes produtos estão atentos ao nível de

serviço e cada produto deve ser encarado com suas peculiaridades e importância.

Deve haver perfeita integração entre todos os recursos, sejam fornecedores ou distribuidores, o

que pode ser feito através da tecnologia de informação, que é uma ferramenta importante para

agilizar as operações, resultando em menor número de erros e maior confiança nos parceiros.

Dessa forma, os objectivos de toda a cadeia serão alcançados com sucesso.

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BIBLIOGRAFIA

http://projetosemlogistica.blogspot.com -management-systempor-que.html

http://logisticatual.com.br/cross-docking/

http://projetosemlogistica.blogspot.com/l

 http://logisticatual.com.br/cross-docking/

www.skywalker.com.br/index.php

www.dicionarioinformal.com.br/ crossdocking

www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_0148.pdf

www.manutencaoesuprimentos.com.br/.../6108-vantagens

www.poslogistica.com/web/TCC/2009-2/tcc-265.pdf

www.personnalitegestao.com.br/userfiles/file/pdf/ Cross - Docking .pdf

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