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Via Misericordiae Diocese de Caxias do Sul - RS

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Via Misericordiae é um subsídio que tem por objetivo introduzir-nos no mistério da misericórdia de Deus e no mistério do próprio Cristo que revela o rosto do Deus que se aproxima de cada filho seu.Para ajudar na meditação, a Via Misericordiae vem ilustrada com pinturas de anjos da misericórdia, que representam as próprias obras de misericórdia Fotos: Foto Itália Texto Bíblico: Bíblia CNBB Orações e compromissos: Padre Leonardo Inácio Pereira e Padre Oscar Chemello Revisão: Ivone Polidoro Franco Impressão: Editora São Miguel Projeto gráfico: Ana Cláudia Mutterle Chiesa

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Page 1: Livro Via Misericordiae

Via Misericordiae

Diocese de Caxias do Sul - RS

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Page 3: Livro Via Misericordiae

IntroduçãoEm 11 de abril de 2015, às vésperas do segundo domingo de Páscoa ou da Divina Mi-

sericórdia, como é conhecido, o Papa Francisco apresentou às nações da Terra um pro-jeto maravilhoso, que visa estender a toda a Igreja um tempo privilegiado para fixar seu olhar na misericórdia de Deus. Com a Bula Misericordiae Vultus – o Rosto da Misericórdia – o Papa Francisco proclamou o “Ano da Misericórdia”, a ter início em 8 de dezembro de 2015 (solenidade alusiva à Imaculada Conceição) e conclusão em 20 de novembro de 2016 (solenidade referente a Jesus Cristo, Rei do Universo).

A misericórdia é um dos atributos de Deus que foi “imperdoavelmente esquecido”, (KASPER, 2005, p. 21), ao longo da história, de modo particular, nos manuais de teolo-gia especializada. Ao proclamar um jubileu extraordinário, o Papa Francisco quer ajudar o orbe (mundo) a perceber a centralidade desse tema, já que “a misericórdia é o pró-prio Cristo e encontrar Cristo significa encontrar a misericórdia de Deus”. (BENTO XVI, 2005).

A Via Misericordiae é um subsídio que tem por objetivo introduzir-nos no mistério da misericórdia de Deus e no mistério do próprio Cristo que revela o rosto do Deus que se aproxima de cada filho seu.

Por que Via Misericordiae? Via é caminho, é estrada, é percurso com início e fim. Precisamos entender, a cada dia, que, neste mundo, somos estrangeiros e peregrinos. (2Pd 2,11). E, como caminhantes, ainda não estamos prontos. Temos um “longo caminho a percorrer”. (1Rs 19,7). O horizonte do amor de Deus é a meta que nos motiva a cami-nhar. Temos esperança de chegar um dia à estatura do homem perfeito, Cristo Jesus. (Ef 4). A misericórdia é, por sua vez, o estilo de vida de Jesus. Ele sempre se mostrou cheio de bondade e compaixão com os pequenos e pobres, com os fracos e marginalizados. E é ele próprio quem caminha conosco na via da compaixão. Em primeiro lugar, para ser nosso consolo. Jesus “vem para nos salvar da condição de fraqueza em que vive-mos. E a ajuda d’Ele consiste em fazer-nos sentir a Sua Presença e proximidade”. (PAPA FRANCISCO, Misericordiae Vultus, 14). E, em segundo lugar, para nos ensinar a caminhar, mostrando-nos como podemos caminhar e ser misericordiosos como o Pai. “Dia após dia, tocados pela sua compaixão, podemos também nos tornar compassivos para com todos.” (PAPA FRANCISCO. Misericordiae Vultus, 14).

Como Igreja, precisamos “anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que, por meio dela, deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa [...]. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia”. (PAPA FRANCISCO. Misericordiae Vultus, 12).

Dentre as diversas atividades e motivações que o Santo Padre propõe para a Igreja viver intensamente o “Ano da Misericórdia”, destaca-se a vivência das obras de miseri-córdia corporais e espirituais. Por meio dessas ações caritativas, a Igreja poderá exercer seu papel de Boa Samaritana, cuidando das feridas gravadas na carne dos mais pobres, que vivem nas mais variadas periferias da existência.

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Page 4: Livro Via Misericordiae

Sabendo, portanto, que os pobres estão no centro do coração de Deus e que a mi-sericórdia concretiza-se na capacidade de amenizarmos o sofrimento físico ou espiritual de outrem, a reflexão e a realização das obras de misericórdia corporais e espirituais são “uma maneira de acordar nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho”. (PAPA FRANCISCO. Misericordiae Vultus, 15).

Podemos, de três maneiras, praticar a misericórdia para com o próximo, especial-mente, o próximo mais vulnerável. Por meio da oração, da palavra e da ação. (DIÁRIO DE SANTA FAUSTINA, n. 742). As obras de misericórdia corporais e espirituais encon-tram-se, portanto, no âmbito da ação.

O roteiro da Via Misericordiae é um instrumento para ajudar todos a desenvolverem a espiritualidade da compaixão. Por isso, segue uma estrutura essencialmente dialogal, iluminada pela Palavra de Deus, que nos conduzirá às profundezas espirituais das tradi-cionais obras de misericórdia. Além da palavra bíblica, somos convidados a aprofundar nossa espiritualidade com ensinamentos do Papa Francisco. Finalmente, procuraremos responder com nossa oração e com nosso compromisso pessoal e comunitário ao Deus de amor, a fim de sermos “misericordiosos como o nosso Pai do Céu”. (Mt 5).

Esse guia espiritual pode ser rezado e vivido intensamente ao longo de todo o ano. As pessoas, na sua liberdade, podem seguir o roteiro fazendo a leitura, a meditação e a realização das obras de misericórdia conforme as suas possibilidades. Podem, ainda, fazer o caminho de todas as obras ou de uma obra por dia, durante 14 dias. Se quiserem podem rezar individual ou comunitariamente.

Para ajudar na meditação, a Via Misericordiae vem ilustrada com pinturas de anjos da misericórdia, que representam as próprias obras de misericórdia. Essa obra de arte, absolutamente original, foi criada e esboçada pelo pintor Aldo Locatelli e preenchida e pintada pelo decorador Emilio Sessa, ambos artistas italianos que trabalharam juntos na Igreja São Pelegrino, em Caxias do Sul, na década de 1950. Esses anjos estão localizados na referida igreja, sobre as telas da Via-Sacra, de Aldo Locatelli, nas paredes laterais.

Como podemos aproveitar o roteiro unido a essa obra de arte? “Quem reza e medita compenetrado de fronte à pintura do Cristo padecente em seu caminho doloroso, talvez, seja levado a pensar: ‘Ah, Jesus, se eu tivesse estado lá, com amor teria te ajudado’. ‘Oh, tu me queres ajudar?’ ‘Então, lê a inscrição que está acima de cada anjo a começar pela es-querda: dar de comer a quem tem fome, – dar de beber a quem tem sede, – vestir os nus, – dar moradia aos desabrigados, – remir os cativos sem culpa, – visitar os doentes, – sepul-tar os mortos, as sete obras de misericórdia corporal. E do lado direito: – instruir os igno-rantes, – dar bons conselhos aos que vacilam, – consolar os aflitos, – corrigir os que erram, – perdoar os ofensores, – suportar com paciência as fraquezas do próximo, – rogar a Deus pelos vivos e mortos, temos as sete obras de misericórdia espirituais’. E continua Jesus: ‘Vai e faze tu o mesmo’. Ao longo de teu caminho, por mais doloroso que seja, seja tu também um anjo de misericórdia.” (BOLETIM PAROQUIAL DE SÃO PELEGRINO, n. 13, dez. 1995).

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Via MisericordiaeEm nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! (Permanecer um instante em silêncio)

Invocação do Espírito Santo:

“Vinde Santo Espírito,Senhor da Misericórdia,

inflamai minha alma com o calor do coração de Jesus.

Que, neste caminho de amadurecimento na fé, eu possa contemplar vossa ternura e bondade.

Que vossa luz me conduza e que eu seja verdadeiramente capaz

de acolher a Palavra do Pai em meu coração, colocando-a em prática.

Renovai em mim, Espírito Santo,

o vosso hálito de vida e ajudai-me a ser instrumento da misericórdia do Pai,

para amenizar o sofrimento dos irmãos, assim como fez Jesus.

Isso vos peço pelo mesmo Cristo, Nosso Senhor.

Amém!”

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Primeira Obra de Misericórdia Corporal:Texto Bíblico: Lucas 9,10-17

Ao voltarem, os apóstolos contaram a Jesus quanto haviam feito. Ele tomou-os consigo e retirou-se, à parte, para uma cidade chamada Betsaida. Mas as mul-tidões souberam disso e o seguiram. Jesus as acolheu e falava-lhes sobre o Reino de Deus; e curava todos os que precisavam. O dia já estava chegando ao fim, quando os Doze se aproximaram de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possam ir aos povoados e sítios vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”.

Mas ele disse: “Vós mesmos, dai- lhes de comer”. Eles responderam: “Só te-mos cinco pães e dois peixes – a não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente!” Havia mais ou menos cinco mil homens. Jesus então disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. Os discípulos as-sim fizeram, e todos se sentaram. Então ele pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, pronunciou sobre eles a bênção, partiu-os e os deu aos discípulos para que os distribuíssem à multidão. Todos comeram e se saciaram. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram.

Com quem me identifico no Evangelho? Com os famintos? Com os Apóstolos? Com o próprio Jesus? Por quê?

Palavras do Papa Francisco

“Encontramo-nos diante do escândalo mundial de cerca de um bilhão de pes-soas que ainda hoje sofrem por conta da fome. Não podemos nos voltar para o outro lado e fingir que ele não existe. Os alimentos à disposição no mundo seriam suficientes para saciar a fome de todos.

A parábola da multiplicação dos pães e dos peixes ensina-nos precisamente isto: que se houver vontade, aquilo de que dispomos não terminará, aliás, sobejará e nada se perderá.

Por isso, amados irmãos e irmãs, convido-vos a reservar um lugar no vosso co-ração a esta urgência, respeitando este direito conferido por Deus a todos, de poder ter acesso a uma alimentação adequada.

Compartilhemos aquilo de que dispomos na caridade cristã com quantos são obrigados a enfrentar numerosos obstáculos para satisfazer uma necessidade tão primária e, ao mesmo tempo, tornemo-nos promotores de uma cooperação au-têntica com os pobres, para que, através dos frutos do seu e do nosso trabalho, eles possam levar uma vida digna.

Convido todas as instituições do mundo, a Igreja inteira e cada um de vós, como uma única família humana, a dar voz a todas as pessoas que sofrem de fome silen-ciosamente, a fim de que essa voz se torne um clamor capaz de despertar o mun-do” (Mensagem para a Campanha Contra a Fome no Mundo, de 10 dez. 2013).

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Dar de comer a quem tem fomeOração

Deus Pai de bondade, Vós que nos destes

vosso Filho Jesus como pão descido do céu,

para saciar nossa fome de amor,

fazei-nos mais solidários,

especialmente com as pessoas que não têm o

pão necessário para sua subsistência.

Isso vos pedimos pelo mesmo Cristo,

na unidade do Espírito Santo. Amém!

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Compromisso

De que modo posso ajudar alguma pastoral de minha comunidade

ou instituição de minha cidade

a combater a fome?

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Segunda Obra de Misericórdia Corporal:Texto Bíblico: João 4, 5-15

Chegou, pois, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto da proprie-dade que Jacó tinha dado a seu filho José. Havia ali a fonte de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se junto à fonte. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria buscar água. Jesus lhe disse: “Dá-me de beber!”. Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar algo para comer.

A samaritana disse a Jesus: “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” De fato, os judeus não se relacio-nam com os samaritanos. Jesus respondeu: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”.

A mulher disse: “Senhor, não tens sequer um balde, e o poço é fundo; de onde tens essa água viva? Serás maior que nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual bebeu ele mesmo, como também seus filhos e seus ani-mais?”. Jesus respondeu: “Todo o que beber desta água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna”. A mulher disse então a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirar água”.

Neste texto de João, Jesus expressou sua humanidade ao parar e pedir água, em vista do cansaço. Em nossa vida, quando cansamos, buscamos em Jesus a

água que sacia verdadeiramente nossa sede de eternidade?

Palavras do Papa Francisco

“É muito nobre assumir o dever de cuidar da criação com pequenas ações diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz de nos motivar para elas até dar forma a um estilo de vida.

A educação na responsabilidade ambiental pode incentivar vários com-portamentos que têm incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como: evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se po-derá comer, tratar com desvelo os outros seres vivos, servir-se dos trans-portes públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias…

Tudo isso faz parte duma criatividade generosa e dignificante, que põe a descoberto o melhor do ser humano. Voltar – com base em motivações profundas – a utilizar algo em vez de desperdiçá-lo rapidamente pode ser um ato de amor que exprime a nossa dignidade.” (Laudato Si, 211).

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Dar de beber a quem tem sedeOração

Pai Santo, obrigado por nos terdes

dado Jesus, água viva que sacia toda sede.

Pedimos a graça de ser vossos colaboradores no

cuidado da criação. Que nós, cristãos,

contribuamos para que nenhum membro de

vossa família humana sofra com a falta de água. Isso vos pedimos por Jesus

Cristo, na unidade do Espírito Santo.

Amém!

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Compromisso

De que modo podemos colocar em prática algumas

das ações propostas pelo Papa Francisco na Encíclica

Laudato Si, em favor do cuidado da criação?

Page 10: Livro Via Misericordiae

Terceira Obra de Misericórdia Corporal:Texto Bíblico: Lucas 2, 1-7

Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda a terra – o primeiro recenseamento, feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua ci-dade. Também José, que era da família e da descendência de Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.

Quando estavam ali, chegou o tempo do parto. Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.

A atitude de Maria ao enrolar o Menino Jesus em panos revela um profundo cuidado. Como vai nossa sensibilidade em relação a quem está desprovido

das vestes da dignidade humana e sofre com o frio da indiferença?

Palavras do Papa Francisco

“Ao mesmo tempo que contemplamos o Menino Jesus recém-nascido e reclinado numa manjedoura, somos convidados a refletir: como acolhe-mos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou O impeço de se aproximar? ‘Oh não, eu procuro o Senhor!’ – poderíamos replicar.

Porém, a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a nos procurar, nos encontrar e a nos cobrir amorosamente com suas carícias. Essa é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera pre-sença: permito a Deus que me queira bem? E ainda: temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes, mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade que o mundo tem hoje de ternura...! Paciência de Deus, proximidade de Deus, ternura de Deus.

A resposta do cristão não pode ser diferente da que Deus dá à nossa pe-quenez. A vida deve ser enfrentada com bondade, com mansidão. Quan-do nos damos conta de que Deus se enamorou da nossa pequenez, de que Ele mesmo se faz pequeno para melhor nos encontrar, não podemos deixar de lhe abrir o nosso coração pedindo-lhe: ‘Senhor, ajudai-me a ser como vós, concedei-me a graça da ternura nas circunstâncias mais duras da vida, dai-me a graça de me aproximar ao ver qualquer necessidade, a graça da mansidão em qualquer conflito.’” (Homilia da missa de véspera de Natal, em 24 dez. 2014).

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Page 11: Livro Via Misericordiae

Vestir os nusOração

Querido Deus, Vós que, em nosso

Batismo, nos revestistes com as vestes da

imortalidade e do amor, ajudai-nos a não ser

indiferentes ao sofrimento daqueles que estão nus,

desprovidos das vestes da dignidade humana. Ajudai-nos a viver a

sobriedade no vestir, no falar e no agir.

Isso vos pedimos por Cristo, Nosso Senhor.

Amém!

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Compromisso

Os bens que tenho são verdadeiramente

necessários para o meu viver?

O que posso fazer para amenizar o sofrimento de

quem não tem o que vestir?

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Quarta Obra de Misericórdia Corporal:Texto Bíblico: Lucas 10,5-9

Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’. Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão, ela retornará a vós. Permanecei naquela mesma casa; comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador tem direito a seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.

Acolher os peregrinos e os estrangeiros era uma atitude vital no ensinamento bíblico. Acolher era garantia à proteção e preservação da vida.

Iluminados pelo texto bíblico, como estamos desenvolvendo a hospitalidade e acolhida do nosso próximo?

Palavras do Papa Francisco

“Imigrantes mortos no mar, naqueles barcos que, em vez de ser um ca-minho de esperança, eram um caminho de morte. Assim, era o título dos jornais. Quando, há algumas semanas, recebi essa notícia, que infelizmen-te tantas vezes se repetiu, o pensamento voltou continuamente como um espinho no coração que traz sofrimento. E, então, senti que devia vir aqui hoje para rezar, cumprir um gesto de proximidade, mas também para des-pertar as nossas consciências para que isso que aconteceu não se repita. Não se repita, por favor!

Olhamos para o irmão meio morto na beira da estrada, talvez pense-mos: “pobrezinho!” e continuemos pelo nosso caminho, pois não é tarefa nossa e, com isso, nos tranquilizamos, nos sentimos no lugar.

A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, nos torna insensíveis ao grito dos outros, nos faz viver em bolhas de sabão, que são belas, mas são nada, são uma ilusão de futilidade, do provisório, que leva à indiferença para com os outros, que leva até mesmo à globalização da indiferença.

Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Nós nos habituamos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é tarefa nossa.” (Homilia do Papa Francisco na visita de 8 de julho de 2013, após o naufrágio de um barco de imigrantes em Lampedusa, Itália).

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Page 13: Livro Via Misericordiae

Dar hospedagem aos peregrinosOração

Senhor, nosso Pai, pedimos perdão pela nossa indiferença e

falta de acolhida para com tantos irmãos e irmãs de culturas diferentes da

nossa. Pedimos, Pai, perdão por quem se acomodou e se

fechou no próprio bem-estar,

que anestesia o coração; iluminai os

governantes e todos nós para que acolhamos

todas as pessoas, na sua dignidade como filhos de

Deus. Isso vos pedimos, por Cristo, nosso Senhor.

Amém!

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Compromisso

Conseguimos acolher com amor e misericórdia

nossos irmãos e irmãs que nos procuram?

Como vencer as discriminações do

mundo atual?

Page 14: Livro Via Misericordiae

Quinta Obra de Misericórdia Corporal:Texto Bíblico: Lucas 22,47-54

Jesus ainda falava, quando chegou uma multidão. Na frente, vinha um dos Doze, chamado Judas, que se aproximou de Jesus para beijá-lo. Jesus lhe dis-se: “Judas, com um beijo tu entregas o Filho do Homem?”. Vendo o que ia acontecer, os que estavam com Jesus disseram: “Senhor, vamos atacá-los com a espada?”. E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Jesus, porém, ordenou: “Deixai, basta!” E tocando a orelha do homem, o curou. Depois Jesus disse aos sumos sacerdotes, aos comandantes da guarda do templo e aos anciãos, que tinham vindo prendê-lo: “Saístes com espadas e paus, como se eu fosse um bandido? Todos os dias eu estava convosco no templo, e nunca levantastes a mão contra mim. Mas esta é a vossa hora, e o poder das trevas”. Eles prenderam Jesus e o levaram, condu-zindo-o à residência do sumo sacerdote. Pedro acompanhava de longe.

A condenação de Jesus reúne acusações fáceis, insinuações e preconceitos que oprimem o coração e se tornam cultura preconceituosa e de exclusão. A vingança e a violência não são caminhos seguros a serem seguidos pelos

discípulos de Cristo. Como podemos ser sinais de misericórdia nesta cultura?

Palavras do Papa Francisco

“O único Pai é o nosso Pai celeste e o único Mestre é Jesus Cristo. En-tão, a primeira coisa que desejo partilhar convosco é precisamente esta alegria de ter Jesus como Mestre, como modelo de vida. Olhemos para Ele! Isso nos dá tanta força, tanto conforto nas nossas fragilidades, nas nossas misérias e nas nossas canseiras. Todos nós temos dificuldades, todos. [...] Aqui ninguém é melhor que o outro. Diante do Pai, somos todos iguais, todos! [...]

Não podemos seguir Jesus pelo caminho da caridade se antes não nos amarmos uns aos outros, se não nos esforçarmos por colaborar, por nos compreender e perdoar reciprocamente, reconhecendo cada um os pró-prios limites e erros. Devemos praticar as obras de misericórdia, mas com misericórdia! Com o coração nelas. As obras de caridade com caridade, com ternura e sempre com humildade! [...]

Portanto: seguir Jesus no caminho da caridade, ir com Ele às periferias existenciais. ‘A caridade de Jesus é uma urgência!’ [...]. Para o Bom Pas-tor quem está distante, periférico, desorientado e desprezado é objeto de maior atenção, e a Igreja não pode deixar de fazer sua essa predileção e atenção. Para a Igreja, os primeiros são os que têm mais carência humana, espiritual, material e mais necessidades.” (Discurso do Papa para os pobres e os presos na Catedral de Cagliari, em 22 set. 2013).

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Page 15: Livro Via Misericordiae

Remir os cativosOração

Senhor Deus de bondade, Vós que nos libertastes

das correntes da morte, por meio da

paixão, morte e ressurreição de vosso Filho Jesus, dai-nos

sensibilidade para lutar contra todo tipo de

opressão. Isso vos pedimos pelo

mesmo Cristo, na unidade do Espírito Santo.

Amém!

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Compromisso

Rezar pelos presos e por suas famílias.

Procurar conhecer o trabalho da Pastoral

Carcerária da Diocese de Caxias do Sul.

Page 16: Livro Via Misericordiae

Sexta Obra de Misericórdia Corporal:Texto Bíblico: Lucas 5, 17-25

Num desses dias, ele estava ensinando na presença de fariseus e mestres da Lei, que tinham vindo de todos os povoados da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. O poder do Senhor estava nele para fazer curas. Vieram alguns homens carregando um paralítico sobre uma maca. Eles tentavam introduzi-lo e colocá-lo diante dele.

Como não encontrassem um modo de introduzi- lo, por causa da multi-dão, subiram ao telhado e, pelas telhas, desceram o paralítico, com a maca, no meio, diante de Jesus. Vendo a fé que tinham, ele disse: “Homem, teus pecados são perdoados”.

Os escribas e os fariseus começaram a pensar: “Quem é este que fala blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, a não ser Deus?”. Jesus, penetran-do-lhes os pensamentos, perguntou: “Que estais pensando no vosso íntimo? O que é mais fácil, dizer: ‘Teus pecados são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda?’ Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem poder de perdoar pecados na terra... eu te ordeno – disse ao paralítico –, levanta-te, pega tua maca e vai para casa”. No mesmo instante, levantando-se diante de todos, pegou a maca e foi para casa, glorificando a Deus.

É possível perceber no texto acima gestos de caridade realizados pelos fari-seus e pelos Mestres da Lei? E pelos amigos do paralítico? E por Jesus? E nós nos maravilhamos com os gestos de cura e salvação de Jesus em nossa vida?

Palavras do Papa Francisco

“Hoje quantos cristãos dão testemunho – não com palavras, mas com sua vida radicada numa fé genuína – de ser ‘os olhos do cego’ e ‘os pés para o coxo’! Pessoas que permanecem perto dos doentes que precisam de as-sistência contínua, de ajuda para se lavar, vestir e alimentar. Esse serviço, especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas se torna difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é esse! Em tais momentos, pode-se contar, de modo particular, com a proxi-midade do Senhor, sendo também de especial apoio à missão da Igreja.

Sabedoria do coração é estar com o irmão. O tempo gasto com um doente é um tempo santo. É louvor a Deus, que nos configura à imagem do seu Filho, que ‘não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida para resgatar a multidão’ (Mt 20, 28).” (Mensagem do Papa para XXIII Dia Mundial do Enfermo, 2015).

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Page 17: Livro Via Misericordiae

Visitar os enfermosOração

Querido Pai, Vós que nos destes Jesus,

como médico de nossa alma,

acompanhai todos os enfermos e todas as

pessoas que cuidam dos doentes, para que,

ao enfrentarem a dor associem seu sofrimento

àquele de Cristo, que redimiu a

humanidade inteira. Isso vos pedimos por Jesus

Cristo, na unidade do Espírito Santo.

Amém!

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Compromisso

Visitar algum doente, dando-lhe consolo e

esperança.

Page 18: Livro Via Misericordiae

Sétima Obra de Misericórdia Corporal:Texto Bíblico: Lucas 23, 50-55

Havia um homem bom e justo, chamado José, membro do sinédrio, o qual não tinha aprovado a decisão nem a ação dos outros membros. Ele era de Arimatéia, uma cidade da Judéia, e esperava a vinda do Reino de Deus. José foi ter com Pilatos e pediu o corpo de Jesus.

Desceu o corpo da cruz, enrolou-o num lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha sido sepultado. Era dia de pre-paração, e o sábado estava para começar. As mulheres que com Jesus vieram da Galiléia, acompanharam José e observaram o túmulo e o modo como o corpo ali era colocado.

Sou eu como José de Arimateia, o discípulo oculto que levou o corpo de Jesus, com amor, para lhe dar sepultura?

(PAPA FRANCISCO, Domingo de Ramos, 13 abr. 2014).

Palavras do Papa Francisco

Olhando para Jesus na sua paixão, nós vemos como que num espelho os sofrimentos da humanidade e encontramos a resposta divina para o mistério do mal, da dor e da morte. Sentimos muitas vezes horror diante do mal e do sofrimento que nos circundam e nos interrogamos: ‘Por que Deus permite isso?’ Para nós, é uma ferida profunda ver o sofrimento e a morte, especialmente dos inocentes! Quando vemos sofrer as crianças, é uma ferida no coração: é o mistério do mal! E Jesus assume sobre si todo esse mal, todo esse sofrimento. [...]

Nós esperamos que Deus, na sua onipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e o sofrimento, com uma vitória divina triunfante. Deus mostra-nos, ao contrário, uma vitória humilde que, humanamente, parece uma falência. [...] Quando tudo parece perdido, quando já não houver ninguém, porque hão de ferir ‘o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersas’ (Mt 26, 31), é então que Deus intervém com o poder da ressurreição. A ressur-reição de Jesus não é o final feliz de uma bonita fábula, não é o happy end de um filme; mas a intervenção de Deus Pai sobrevém onde se rompe a esperança humana.

O momento em que tudo parece perdido, na hora do sofrimento, no qual numerosas pessoas sentem como que a necessidade de descer da cruz, é o momento mais próximo da ressurreição. A morte torna-se mais obscura precisamente antes que desponte a manhã, antes que surja a luz. É na hora mais obscura que Deus intervém e ressuscita.” (Audiência Geral na Praça de São Pedro, de 16 abr. 2014).

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Page 19: Livro Via Misericordiae

Sepultar os mortosOração

Senhor Deus de amor, a sensibilidade de José de Arimateia, em relação ao

Cristo morto e à sua família e amigos, nos inspira a ser

solidários com os irmãos também na hora

da morte. Ajudai-nos a crescer na

sensibilidade, especialmente,

no cuidado dos mais pobres, para que tenham,

com nossa ajuda, uma digna sepultura.

Isso vos pedimos por Cristo, Nosso Senhor.

Amém!

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Compromisso

Rezar pelos falecidos e pelos enlutados.

Conhecer o trabalho da Pastoral das Exéquias da

paróquia. Visitar um enlutado.

Page 20: Livro Via Misericordiae

Primeira Obra de Misericórdia Espiritual:Texto Bíblico: Atos 8,26-40

Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: “Prepara-te e vai em direção do sul. Toma a estrada que desce de Jerusalém a Gaza. Ela está deserta”. Filipe levantou-se e foi. Nisso apareceu um eunuco etíope, alto funcionário de Candace, rainha da Etiópia, e adminis-trador geral do seu tesouro. Ele tinha ido em peregrinação a Jerusalém. Estava voltando e vinha sentado no seu carro, lendo o profeta Isaías. Então o Espírito disse a Filipe: “Apro-xima-te desse carro e acompanha-o”. Filipe acorreu, ouviu o eunuco ler o profeta Isaías e perguntou: “Tu compreendes o que estás lendo?”. O eunuco respondeu: “Como poderia, se Ninguém me orienta?” Então convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele.

A passagem da Escritura que o eunuco estava lendo era esta: “Ele foi levado como uma ovelha ao matadouro, e, qual um cordeiro diante do seu tosquiador, emudeceu e não abriu a boca. Eles o humilharam e lhe negaram justiça. Seus descendentes, quem os poderá enumerar? Pois sua vida foi arrancada da terra”. E o eunuco disse a Filipe: “Peço que me expliques de quem o profeta está dizendo isso. Ele fala de si mesmo ou se refere a algum outro?”. Então Filipe começou a falar e, partindo dessa passagem da Escritura, anunciou-lhe Jesus. Eles prosseguiram o caminho e chegaram a um lugar onde havia água. Então o eunuco disse a Filipe: “Aqui temos água. Que impede que eu seja batiza-do?”. O eunuco mandou parar o carro. Os dois desceram para a água e Filipe batizou o eunuco. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe. O eunuco não o viu mais e prosseguiu sua viagem, cheio de alegria. Filipe foi parar em Azoto. E, passando adiante, anunciava a Boa-Nova em todas as cidades até chegar a Cesaréia.

O diálogo do funcionário com Filipe mostra a necessidade de uma instrução para o conhecimento das coisas de Deus. Como estou me dispondo a aprender as coisas de

Deus? De que maneira estou auxiliando na instrução dos irmãos?

Palavras do Papa Francisco

“Ensinar é um trabalho muito bonito, porque permite ver crescer cada dia as pes-soas confiadas aos nossos cuidados. É um pouco como ser pais, pelo menos espi-ritualmente. Mas é também uma grande responsabilidade! Ensinar é um compro-misso sério, que somente uma personalidade madura e equilibrada pode assumir. [...] A comunidade cristã dispõe de numerosos exemplos de grandes educadores, que se dedicaram a preencher as lacunas da formação escolar ou, por sua vez, a fundar escolas. Pensemos, entre outros, em São João Bosco, cujo bicentenário de nascimen-to se celebra precisamente neste ano. Aos seus sacerdotes, ele aconselhava: “Edu-cai com amor!” A primeira atitude de um educador é o amor. É nessas figuras que também vós, professores cristãos, podeis inspirar-vos para animar, a partir de dentro, uma escola que, prescindindo da sua gestão estatal ou não estatal, tem necessidade de educadores que sejam credíveis e de testemunhas de uma humanidade madura e completa. Testemunho! E isso não se compra, nem se vende: oferece-se.” (Papa Francisco à União Católica Italiana de Professores, Educadores e Formadores, em 14 mar. 2015, em Roma).

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Page 21: Livro Via Misericordiae

Ensinar os ignorantesOração

Pai Santo, Vós enviastes o Espírito

Santo como luz a dissipar as trevas da nossa

ignorância, renovai, em cada pessoa, o desejo

profundo de conhecer a verdade e

inflamai de santo zelo todos os que se dispõem a ensinar a Palavra de

vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade

do Espírito Santo. Amém!

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Compromisso

Procurar, em todas as situações, viver e agir

como testemunhas da verdade.

Partilhar as próprias capacidades e

dons com os irmãos.

Page 22: Livro Via Misericordiae

Segunda Obra de Misericórdia Espiritual:Texto Bíblico: Lucas 18, 18-30

Um homem de alta posição perguntou-lhe: “Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?”. Jesus lhe respondeu: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Conheces os mandamentos: não cometerás adultério, não cometerás homicídio, não roubarás, não levantarás falso testemunho, honrarás pai e mãe”. Ele respondeu: “Tenho observado tudo isso desde a minha juventude”. Ouvindo estas palavras, Jesus lhe disse: “Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me”.

Quando ouviu isso, ele ficou triste, pois era muito rico. Vendo que ele tinha fica-do muito triste, Jesus disse: “Como é difícil para os que possuem riquezas entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”. Os que ouviram disseram: “Quem então poderá salvar-se?” Jesus respondeu: “O que é impossível aos homens é possível a Deus”. Pedro, então, disse: “Olha, nós deixamos os nossos bens e te seguimos”. Jesus res-pondeu: “Em verdade vos digo: todo aquele que tiver deixado casa, mulher, irmão, pais ou filhos por causa do Reino de Deus, receberá muitas vezes mais no presente e, no mundo futuro, a vida eterna”.

De que maneira, minha vida e minhas palavras estão auxiliando na instrução dos irmãos? É Deus o primeiro a ser consultado nas minhas indecisões? Como venho

criando a sensibilidade para escutar Deus em meu coração?

Palavras do Papa Francisco

“No momento em que o recebemos e o hospedamos no nosso coração, o Es-pírito Santo começa imediatamente a tornar-nos sensíveis à sua voz e a orientar os nossos pensamentos, sentimentos e intenções segundo o coração de Deus. Ao mesmo tempo, leva-nos cada vez mais a dirigir o olhar interior para Jesus, como modelo do nosso modo de agir e de nos relacionar com Deus Pai e com os irmãos. [...] A condição essencial para conservar esse dom é a oração. [...] Com a oração damos espaço para que o Espírito venha e nos ajude naquele momento, nos aconselhe sobre o que devemos fazer. [...] Na intimidade com Deus e na es-cuta da sua Palavra, começamos gradualmente a abandonar a nossa lógica pes-soal, ditada muitas vezes pelos nossos fechamentos, preconceitos e ambições e aprendemos a perguntar ao Senhor: – ‘Qual é o teu desejo? Qual é a tua vontade? O que te agrada?’ [...] Como todos os outros dons do Espírito também o conselho constitui um tesouro para toda a comunidade cristã. O Senhor não nos fala só na intimidade do coração, fala-nos sim, mas não só ali, fala-nos também através da voz e do testemunho dos irmãos. É deveras um dom importante poder encon-trar homens e mulheres de fé que, sobretudo nos momentos mais complicados e importantes da vida, nos ajudam a iluminar o nosso coração e a reconhecer a vontade do Senhor!”(Audiência Geral, Praça de São Pedro, 7 maio 2014, Roma).

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Page 23: Livro Via Misericordiae

Aconselhar os que se encontram em dúvidasOração

Querido Pai, enviastes à humanidade vosso amado

Filho Jesus. Agradecemos por todas as

palavras e gestos presentes nos santos

Evangelhos. De fato, eles nos

ajudam a nos libertarmos das dúvidas e indecisões.

Continuai auxiliando-nos com o

vosso Espírito Santo, para que também nós sejamos

capazes de perceber a sensibilidade dos irmãos que vivem com dúvidas.

Isso vos pedimos por Cristo, Nosso Senhor.

Amém!

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Compromisso

Buscar crescer no espírito de oração para desenvolver

sensibilidade em relação à ação do Espírito Santo.

Estar sempre muito aberto aos irmãos que vacilam em

suas escolhas, escutando-os e os ajudando com conselhos

baseados na fé e na espiritualidade cristãs.

Page 24: Livro Via Misericordiae

Terceira Obra de Misericórdia Espiritual:Texto Bíblico: Lucas 7,11-17

Em seguida, Jesus foi a uma cidade chamada Naim. Os seus discípulos e uma grande multidão iam com ele. Quando chegou à porta da cidade, coinci-diu que levavam um morto para enterrar, um filho único, cuja mãe era viúva. Uma grande multidão da cidade a acompanhava.Ao vê-la, o Senhor encheu-se de compaixão por ela e disse: “Não chores!”.

Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Ele ordenou: “Jovem, eu te digo, levanta-te!”. O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram tomados de temor e glorificavam a Deus dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós”, e: “Deus veio visitar o seu povo”. Esta notícia se espalhou por toda a Judéia e pela redondeza inteira.

A atitude de Jesus ao visitar a viúva de Naim expressa sua profunda solidariedade na hora da aflição.

Ele se revela alguém preocupado com o sofrimento dos irmãos. De que modo venho consolando quem vive angustiado e triste?

Palavras do Papa Francisco

“Se o dom da piedade nos faz crescer na relação e na comunhão com Deus, levando-nos a viver como seus filhos, ao mesmo tempo, nos ajuda a derramar esse amor também sobre os outros e a reconhecê-los como irmãos. Então, sim, seremos impelidos por sentimentos de piedade — não de pietismo! — pelos que estão ao nosso lado e por quantos encontramos todos os dias. Por que razão digo não de pietismo? Porque alguns pensam que ter piedade significa fechar os olhos, fazer cara de santinho, disfarçar-se de santo.

Em piemontês, nós dizemos: ser ‘mugna quacia’ (fingido). Não é essa a dádiva da piedade. O dom da piedade significa ser verdadeiramente capaz de se ale-grar com quantos estão alegres, de chorar com quem chora, de estar próximo daquele que está sozinho ou angustiado, de corrigir quantos erram, de consolar quem está aflito, de acolher e socorrer aquele que está em necessidade. Há uma relação muito estreita entre dom da piedade e mansidão. A dádiva da piedade, que recebemos do Espírito Santo, torna-nos mansos, tranquilos, pacientes e em paz com Deus, pondo-nos a serviço do próximo com mansidão.” (Audiência Geral, 4 jun. 2014).

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Page 25: Livro Via Misericordiae

Consolar os aflitosOração

Querido Deus, Vós que nos destes o Espírito Santo Consolador,

acolhei nossa oração, especialmente nos momentos em que

vivemos situações de aflição.

Dai-nos também a capacidade de auxiliar

nossos irmãos e irmãs que vivem situações de

desesperança. Isso vos pedimos por Cristo, Nosso Senhor.

Amém!

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Compromisso

Rezar pelas pessoas que vivem situações de

desespero e aflição.Rezar pelas pessoas idosas

que se encontram abandonadas por seus

filhos. Rezar pelos pais dos jovens

drogados. Rezar pelas famílias que

sofrem a morte prematura de algum familiar.

Page 26: Livro Via Misericordiae

Quarta Obra de Misericórdia Espiritual:Texto Bíblico: Lucas 6,37-42

“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis conde-nados; perdoai e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a medida que usardes para os outros, servirá também para vós”.

Ele contou-lhes, também, uma parábola: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco? O discípulo não está acima do mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. Por que observas o cisco que está no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não percebes a trave que está no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave que está no teu olho e, então, enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.

O ato de corrigir quem está vivendo situações de pecado é uma obra de caridade. Porém, há vários modos de se corrigir e de dizer o que se

quer. Como costumo ajudar os irmãos a se corrigirem de suas falhas? De que modo eu posso auxiliar os irmãos com a correção fraterna, sem me

colocar numa atitude de superioridade?

Palavras do Papa Francisco

“Jesus fala no trecho do Evangelho de Lucas: corrigir o outro ‘sem hi-pocrisia, ou seja, com humildade’. É bom levar em consideração que devo corrigir um defeito pequenino ali, se eu pensar que tenho outros muitos maiores. O Senhor diz isto com eficácia: tira primeiro a trave dos teus olhos e assim verás bem para tirar o cisco do olho do outro. Só assim ‘não serás cego’ e ‘verás bem’ para ajudar deveras o irmão. ‘Se eu não fizer com cari-dade a correção fraterna, não a faço em verdade e com humildade, torno-me cego. E se não vejo, como posso curar outro cego?’

Em síntese, a correção fraterna é um ato para curar o corpo da Igreja. É como tapar um buraco no tecido da Igreja. Mas é preciso proceder com muita delicadeza, como as mães e as avós quando costuram, e é precisa-mente este o estilo com o qual se deve fazer a correção fraterna. Que o Senhor nos ajude neste serviço fraterno, tão bonito e tão doloroso, de aju-dar os irmãos e as irmãs a serem melhores, fazendo sempre com caridade, em verdade e com humildade.” (Meditação matutina na Casa Santa Marta, em 12 de setembro de 2014).

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Page 27: Livro Via Misericordiae

Corrigir os que erramOração

Querido Deus, como é bom podermos contar com vossa graça em

nossa vida. Nem sempre temos

consciência das coisas que precisamos mudar. Por isso, vos pedimos o dom da docilidade e a ação do vosso Espírito Santo, que nos consola

e que nos faz perceber a medida de nosso amor

para com os irmãos. Ajudai-nos a caminhar

nas estradas de Jesus e a sempre perdoar quem nos ofendeu. Isso vos pedimos

pelo mesmo Cristo, na unidade do

Espírito Santo. Amém!

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Compromisso

Procurar crescer numa atitude de não julgamento

diante dos irmãos. Se tiver a tentação de julgar, procure

usar as três “peneiras”: a) necessidade: preciso fazer

tal juízo?; b) verdade: este juízo é verdadeiro?; c) amor:

de que modo esse juízo expressa meu amor?

Page 28: Livro Via Misericordiae

Quinta Obra de Misericórdia Espiritual:Texto Bíblico: Lucas 17,1-4

Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que ocorram escândalos, mas ai daquele que os provoca!

Seria melhor para ele ser atirado ao mar com uma pedra de moinho amarra-da ao pescoço, do que fazer cair um só desses pequenos. Cuidado, portanto! Se teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arre-pendido’, perdoa-lhe”.

Como reajo diante das correções que o Senhor Deus me faz, por meio do ensinamento da Igreja, dos irmãos e da própria história?

Tenho a coragem de oferecer meu perdão àqueles que me ofenderam?

Palavras do Papa Francisco

“Quando a vida interior se fecha aos próprios interesses, deixa de haver es-paço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Esse é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Essa não é a escolha de uma vida digna e plena, esse não é o desígnio que Deus tem para nós, essa não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado.

Convido todo cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a reno-var, hoje mesmo, o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a to-mar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de procurá-lo dia a dia sem cessar. [...] Esse é o momento para dizer a Jesus Cristo: ‘Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a mi-nha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor, aceitai-me mais uma vez nos vossos braços redentores’. Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia. Aquele que nos con-vidou a perdoar ‘setenta vezes sete’ (Mt 18, 22) dá o exemplo: Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a carregar-nos nos seus ombros.

Ninguém nos pode tirar a dignidade que esse amor infinito e inabalável nos confere. Ele nos permite levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria. Não fujamos da res-surreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante!” (Evangelii Gau-dium, 2-3).

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Page 29: Livro Via Misericordiae

Perdoar aos ofensoresOração

Querido Deus, Vós que sois Pai de Amor

e sempre nos perdoais, ajudai-nos a agir com misericórdia diante de

quem pecou. Fazei de nós

verdadeiros oásis de compaixão, a exemplo de Jesus, que convosco vive e

reina para sempre. Amém!

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Compromisso

Buscar o Sacramento da Reconciliação (Confissão)

para experimentar o abraço da misericórdia de Deus. Procurar, ao longo deste

“Ano da Misericórdia”, oferecer o perdão a quem

nos ofendeu.

Page 30: Livro Via Misericordiae

Sexta Obra de Misericórdia Espiritual:Texto Bíblico: Lucas 23, 32-43

Levavam também dois malfeitores para serem executados com ele. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!”. Repartiram en-tão suas vestes tirando a sorte. O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Eleito!”. Os soldados também zombavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”. Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”. Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”. Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma pena? Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. E acrescentou:“ Jesus, lembra-te de mim, quando começares a reinar”. Ele lhe respondeu: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”.

Somos nós, capazes, de suportar com resignação as fraquezas de nossos irmãos?

Palavras do Papa Francisco

“Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa exis-tência se iluminam: Ele nos dá esperança, como fez com o bom ladrão no Evan-gelho de hoje. Enquanto todos os outros se dirigem a Jesus com desprezo – ‘Se és o Cristo, o Rei Messias, salva-Te a Ti mesmo, descendo do patíbulo!’ –, aquele homem, que errou na vida, no fim, agarra-se arrependido a Jesus crucificado su-plicando: ‘Lembra-Te de mim quando entrares no teu Reino’ (Lc 23, 42). E Jesus promete-lhe: ‘Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso’ (Lc 23, 43): no seu Reino. Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir esse perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido.

Hoje todos nós podemos pensar na nossa história, no nosso caminho. Cada um de nós tem a sua história; cada um de nós tem também os seus erros, os seus pecados, os seus momentos felizes e os seus momentos sombrios. Neste dia, far-nos-á bem pensar na nossa história, olhar para Jesus e, do fundo do coração, re-petir-lhe muitas vezes – mas com o coração, em silêncio – cada um de nós: ‘Lem-bra-Te de mim, Senhor, agora que estás no teu Reino! Jesus, lembra-Te de mim, porque eu tenho vontade de me tornar bom, mas não tenho força, não posso: sou pecador, sou pecadora. Mas lembra-Te de mim, Jesus! Tu podes lembrar-Te de mim, porque Tu estás no centro, Tu estás precisamente no teu Reino!’ Que bom! Façamo-lo hoje, todos, e cada um no seu coração, muitas vezes: ‘Lembra-Te de mim, Senhor, Tu que estás no centro, Tu que estás no teu Reino!’ A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração. Caminhemos todos juntos por esta estrada!” (Homilia do Papa na missa de Cristo Rei, 24 nov, 2013).

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Page 31: Livro Via Misericordiae

Suportar com paciência as fraquezas do próximoOração

Pai querido, Pai amado,

Vós sóis tão generoso e tão rico em

misericórdia. Agradecemos porque

suportais nossa fraqueza, dando-nos vossa força

perdoadora. Ajudai-nos, vossos filhos e

filhas, a suportar com

paciência as fraquezas dos nossos irmãos.

Não nos deixais cair na tentação do julgamento,

mas fazei de nós instrumentos de Vossa

paz. Isso vos pedimos por Cristo, Nosso Senhor.

Amém!

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Compromisso

Rezar pelas pessoas com as quais tenho dificuldade de me relacionar, procurando

perceber se as suas limitações não são muito

semelhantes às minhas.

Page 32: Livro Via Misericordiae

Sétima Obra de Misericórdia Espiritual:Texto Bíblico: Lucas 12, 35-40

“Ficai de prontidão, com o cinto amarrado e as lâmpadas acesas. Sede como pessoas que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrir a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os servos que o Senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade vos digo: ele mesmo vai arregaçar sua veste, os fará sentar à mesa e passará a servi-los. E caso ele chega pela meia-noite ou já perto da madrugada, feli-zes serão, se assim os encontrar! Ficai certos: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, não deixaria que fosse arombada sua casa. Vós também ficai preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem”.

Rezar pelos falecidos é uma prática recomendável para manter a comunhão. A morte não tem o poder de destruir os laços que são mantidos pela graça de Jesus. Se manter

em oração é vigiar. É importante que vigiemos, pois não sabemos o dia nem a hora. Como está nossa oração?

Palavras do Papa Francisco

“Nós professamos no Credo: a comunhão dos santos. É a comunhão que nasce da fé e une todos aqueles que pertencem a Cristo em virtude do Batismo. Trata-se de uma união espiritual — todos estamos unidos! — que não é interrompida pela morte, mas que continua na outra vida. Com efei-to, subsiste um vínculo indestrutível entre nós, vivos, neste mundo e aque-les que já ultrapassaram o limiar da morte. Nós, aqui na Terra, juntamente com quantos já entraram na eternidade, formamos uma única e grande família. Conserve-se essa familiaridade.

Essa comunhão maravilhosa, essa admirável união comum entre Terra e Céu verifica-se do modo mais excelso e intenso na liturgia, sobretudo na celebração da Eucaristia, que exprime e realiza a união mais profunda entre os membros da Igreja. Efetivamente, na Eucaristia, nós encontramos Jesus vivo e a sua força e, através dele, entramos em comunhão com os nossos irmãos na fé: quantos vivem ao nosso lado aqui na Terra e aqueles que já nos precederam na outra vida, na vida que não conhece ocaso.

É consolador saber que existem outros irmãos que já alcançaram o Céu, que nos esperam e intercedem por nós, a fim de que, juntos, possamos contemplar eternamente a face gloriosa e misericordiosa do Pai.” (Homilia do Papa Francisco na Solenidade de Todos os Santos, em 1º de novembro de 2014).

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Page 33: Livro Via Misericordiae

Rezar pelos vivos e falecidosOração

Deus de misericórdia , confiamos à vossa bondade

imensa quantos deixaram este mundo para a eternidade,

onde Vós esperais a humanidade inteira, redimida pelo sangue precioso de Cristo, vosso Filho morto, em resgate

dos nossos pecados. Senhor, não olhais para as

formas de pobreza, miséria e debilidade humanas, quando nos apresentarmos diante do vosso Tribunal, para sermos

julgados para a felicidade ou a condenação.

Dirigi-nos vosso olhar piedoso, que nasce da ternura do vosso coração, e nos ajudai

a caminhar pela senda de uma purificação completa.

Que ninguém tenha medo de se encontrar convosco, depois da peregrinação terrena, na

esperança de ser recebido nos braços da vossa misericórdia

infinita. (Pe. Antonio Rungi, passionis-ta: “Oração dos finados” que

integrou o discurso de finados do Papa Francisco, em 2 de

novembro de 2014).

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Compromisso

Rezar mais pelas pessoas falecidas.

Page 34: Livro Via Misericordiae

Encerramento da Via MisericordiaeAo encerrar o Caminho da Misericórdia, rezemos com a oração do Ano Santo da Misericórdia:

Senhor Jesus Cristo,Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste,

e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele. Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos salvos.

O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro; a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura; fez Pedro chorar depois da traição, e

assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido. Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as

palavras que dissestes à mulher samaritana:Se tu conhecesses o dom de Deus!

Vós sois o rosto visível do Pai invisível,do Deus que manifesta sua omnipotência sobretudo com o perdão e a misericórdia: fazei

que a Igreja seja no mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória.Vós quisestes que os Vossos ministros fossem

também eles revestidos de fraquezapara sentirem justa compaixão

por aqueles que estão na ignorância e no erro:fazei que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam

esperados, amados e perdoados por Deus. Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção

para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhore a Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo,

levar aos pobres a alegre mensagemproclamar aos cativos e oprimidos a libertação

e aos cegos restaurar a vista. Nós Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia,

a Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.Amém.

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Para ingressar em alguma Pastoral ou serviço da Diocese de Caxias do Sul como voluntário, acesse o portal “Eu vim para servir” no site

www.diocesedecaxias.org.br, ou contate com o Centro Diocesano de Pastoral, pelo telefone (54) 3211.5032 ou e-mail [email protected].

Créditos do Via MisericordiaeFotos: Foto Itália Texto Bíblico: Bíblia CNBBOrações e compromissos: Padre Leonardo Inácio Pereira e Padre Oscar ChemelloRevisão: Ivone Polidoro Franco Impressão: Editora São Miguel Projeto gráfico: Ana Cláudia Mutterle Chiesa

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