jtm 19-09-2011

20
DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3857 | SEGUNDA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS FMI adverte China sobre reforma do sistema financeiro O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera ser necessário que a China implemente reformas no seu sistema financeiro nos próximos cinco anos, disse Nigel Chalk, chefe de uma missão da instituição no país asiático. Se não houver uma reforma, a China corre o risco de que, “dentro de três a cinco anos”, os juros baixos provoquem um excesso de investimentos, especialmente no sector imobiliário, o que deixaria a economia muito sujeita à especulação, advertiu. O responsável do FMI disse ainda que o controlo estatal do sistema, que até agora tem sido útil para sustentar o crescimento da China e conter a inflação e especulação, corre o risco de perder força com a aparição de instituições financeiras não bancárias e não reguladas. Antigo secretário judicial do MP condenado por peculato Um antigo secretário judicial do Ministério Público (MP) da RAEM foi condenado pelo Tribunal de Primeira Instância a 39 meses de prisão pela prática do crime de peculato. O arguido, de 38 anos, foi acusado de ter cometido 31 crimes de apropriação de dinheiro e bens entre Março de 2006 e Fevereiro de 2009. Segundo a acusação, o ex-funcionário do MP, durante o exercício de funções, apropriou-se de dinheiro, relógios, alianças e diamantes, entre outras peças, num valor estimado em 31 milhões de patacas. Os objectos roubados terão sido vendidos em lojas de penhores. A sentença teve ainda em conta o facto do arguido ter prejudicado o funcionamento do Ministério Público. O arguido não recorreu da sentença e já está a cumprir pena no Estabelecimento Prisional de Coloane. Metro Ligeiro será “a espinha dorsal” dos transportes PÁGS 2 E 3 ANDRÉ RITCHIE EM ENTREVISTA AO JTM Novo aparelho da PJ revela eficácia na detecção de “correios de droga” PÁG 4 Washington renova nova positiva à RAEM pela liberdade religiosa PÁG 5 Troféu do Open de Golfe de Macau “viaja” para Taiwan PÁG 9

Upload: tribuna-macau

Post on 24-Mar-2016

220 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal Tribuna de Macau

TRANSCRIPT

Page 1: JTM 19-09-2011

Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3857 | seguNDa-feira, 19 De setembro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

FMI adverte China sobre reforma do sistema financeiroo fundo monetário internacional (fmi) considera ser necessário que a china implemente reformas no seu sistema financeiro nos próximos cinco anos, disse Nigel chalk, chefe de uma missão da instituição no país asiático. se não houver uma reforma, a china corre o risco de que, “dentro de três a cinco anos”, os juros baixos provoquem um excesso de investimentos, especialmente no sector imobiliário, o que deixaria a economia muito sujeita à especulação, advertiu. o responsável do fmi disse ainda que o controlo estatal do sistema, que até agora tem sido útil para sustentar o crescimento da china e conter a inflação e especulação, corre o risco de perder força com a aparição de instituições financeiras não bancárias e não reguladas.

Antigo secretário judicial do MP condenado por peculato um antigo secretário judicial do ministério Público (mP) da raem foi condenado pelo tribunal de Primeira instância a 39 meses de prisão pela prática do crime de peculato. o arguido, de 38 anos, foi acusado de ter cometido 31 crimes de apropriação de dinheiro e bens entre março de 2006 e fevereiro de 2009. segundo a acusação, o ex-funcionário do mP, durante o exercício de funções, apropriou-se de dinheiro, relógios, alianças e diamantes, entre outras peças, num valor estimado em 31 milhões de patacas. os objectos roubados terão sido vendidos em lojas de penhores. a sentença teve ainda em conta o facto do arguido ter prejudicado o funcionamento do ministério Público. o arguido não recorreu da sentença e já está a cumprir pena no estabelecimento Prisional de coloane.

Metro Ligeiro será “a espinha dorsal” dos transportes PáGS 2 e 3

André ritchie Em ENtREVIStA Ao jtm

Novo aparelho da PJ revela eficácia na detecçãode “correios de droga”

PáG 4

Washington renova nova positiva à RAEMpela liberdade religiosa

PáG 5

Troféu do Open deGolfe de Macau “viaja” para Taiwan

PáG 9

Page 2: JTM 19-09-2011

pág 02 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Paulo Barbosa e Viviana Chan • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

jornAL tribunA de MAcAu

local“Um sistema pesado - como os de Hong Kong e Banguecoque - pode escoar mais passageiros, mas os impactos na cidade seriam brutais. Para nós, este sistema é o mais adaptado à escala de Macau.” - Idem

“Vamos ter uma entidade independente que vai fazer a monitorização durante a obra, porque há o impacto ambiental. Quando o sistema começar a operar, tem de haver uma entidade que faça a monitorização regular” - André Ritchie

ANdRé RItchIE Em ENtREVIStA Ao jtm

Metro é “espinha dorsal” dos transportesMesmo que não resolva todos os problemas de tráfego, o Metro será a “espinha dorsal” do sistema de transportes, segundo o coordenador-adjunto do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes. Em entrevista ao JTM, André Ritchie descreve de que forma estão a ser minorados os impactos ambientais e os inevitáveis incómodos da fase de obras

PAULO BARBOSA

O Metro poderá resolver os pro-blemas de tráfego que se fazem sentir cada vez mais em Macau?

- Temos que ter consciência de que o Governo não pretende resolver os pro-blemas de tráfego só com o Metro. O Governo tem uma política de prioridade aos transportes públicos. Temos que ver o conjunto. O Metro é a espinha dorsal do sistema, que depois tem que ser com-plementado com os outros transportes modais, nomeadamente os autocarros e os táxis. Para além disso, há os sistemas pedonais. Já há alguns que estão em cons-trução, do lado da Taipa. Isto tem muito a ver com o desenvolvimento sustentável, que é um tema de que se fala muito. Um modelo de crescimento da cidade sem um sistema eficaz de transportes públi-cos não é sustentável. Se continuarmos a depender em demasia dos transportes privados, isto torna-se incomportável.

- Portanto, a implantação do Metro é imprescindível?

- Dentro desta política, o Metro é a es-pinha dorsal de todo o conjunto. Porque tem uma vantagem, que é a via própria. Esta via permite que não se deixe afectar pelos outros transportes, nem pelas con-dições climatéricas. Há uma regularida-de e constância que são a grande atrac-tividade do Metro. O Metro é pontual e fiável. Ao contrário do que muitas pesso-as pensam, a sua vantagem também não está na velocidade. Não é um sistema de alta velocidade, é um sistema urbano, as distâncias entre as estações são abaixo de um quilómetro, nem sequer há distância para desenvolver muita velocidade. Mas existe uma constância que dá qualidade de vida. Isso passa por saber que daqui até a um determinado sítio eu demoro ‘x’ minutos e todos os dias, a qualquer hora, demoro o mesmo tempo

- Optou-se por um sistema eleva-do, em vez de um subterrâneo. Qual é a diferença de custos?

- Desde 2003, o Governo tem reali-zado estudos de viabilidade. Em 2005 foi feito um estudo que previa um percurso todo em túnel e houve uma consulta pú-blica. Em termos de diferença de custos, se analisarmos os custos por quilómetro, é mais do que o dobro. O que é importan-te salientar é que não é só quanto custa construir, mas é preciso analisar quanto custa manter e operar. Os custos de ope-ração do sistema em túnel, por causa dos

sistemas de climatização e dos custos de manutenção, são também mais elevados. Para além da construção ser mais cara, a manutenção também o é e exige mais pessoal. É tudo mais complicado.

- Mas o sistema elevado tem im-pactos visuais e ambientais e já há pro-testos no NAPE. Acha que as pessoas que moram na vizinhança dos futuros viadutos do Metro vão aceitar estes im-pactos e de que forma é que esses estão a ser minorizados?

- Fizemos um estudo de impacto ambiental, que foi anunciado em Agosto. Há medidas de mitigação do impacto vi-sual, como criação de mais zonas verdes. Com o viaduto, vamos ter que colocar pilares e estes vão criar zonas verdes. Por outro lado, em termos de projecto, temos feito um esforço para aligeirar a estru-tura. Claro que isto tem os seus limites, mas estamos a trabalhar nessa direcção.

- É verdade que uma parte do lago Nam Van será aterrada para a constru-ção da linha?

- Acho que isso não corresponde bem à verdade. Há um segmento do traçado que vai ser em túnel, nas zonas do lago Nam Van. Há uma zona onde o Metro vai mergulhar, mas não vamos fazer um aterro em larga escala. A paisa-gem do lago vai-se manter. A opção pelo túnel nasce por várias razões. Durante a consulta pública, em 2006 e 2007, tínha-mos o traçado todo sobre-elevado, até à zona da Barra. Foi levantada a questão de o traçado ser elevado naquela zona. Analisando essa situação, decidimos que a estação da Barra teria que ser ‘enterra-da’. Por outro lado, ‘enterrar’ a estação significa que a ligação à Ponte Sai Van tem que ser ‘enterrada’ e que o traçado, a dada altura, tem também que ‘mergu-lhar’ para entrar ali. Aliando esta necessi-dade de ter a estação ‘enterrada’ na Barra a estas questões técnicas, decidimos que todo o troço podia ser em túnel, preser-vando o ambiente que a zona tem.

- Quanto ao transporte de passa-geiros, podia ter sido feita a opção por sistemas com mais capacidade, como o chamado “Mass Rapid Transit”. A capa-cidade de 7.800 passageiros por hora e por direcção é adequada?

- Foram feitas projecções do cresci-

mento e este sistema foi apontado como o mais conveniente para Macau. A capa-cidade de transporte é importante, mas um sistema pesado - como os de Hong Kong e Banguecoque - pode escoar mais passageiros, mas os impactos na cidade seriam brutais. Para nós, este sistema é o mais adaptado à escala de Macau. Uma composição de quatro carruagens leva mais de 400 pessoas e o sistema tem capacidade para operar a uma cadência de 110 segundos. O que quer dizer que em menos de dois minutos posso ter um novo comboio em cada direcção.

- O relatório de impacto ambien-tal sugere seja contratada uma entida-de independente para avaliar o ruído provocado pelo Metro. A insonorização dos percursos nas zonas residenciais foi acautelada?

- Nas apresentações explicamos sempre às pessoas que estamos a falar de um Metro Ligeiro que tem rodas de bor-racha. Em confronto com a roda de ferro dos carris tradicionais, há uma grande diferença a nível de ruído, que é bastante mais baixo. Também não existe o proble-ma da ressonância da vibração. Há tam-bém que ter em conta que é um sistema eléctrico. Às vezes, as pessoas tendem a comparar com o que há de pior, porque têm receios. Comparam com os sistemas pesados, como há em Banguecoque, com rodas de ferro, e comparam com os via-dutos existentes, que são para automó-veis motorizados. O Metro não emite gases e não tem ruído de motor, porque é eléctrico. Na frenagem, também não há chiadeira. Eu comparo, às vezes, com aqueles carros eléctricos que vemos nos aeroportos. Dentro destas condições, na-turalmente que existe ruído. Tal como na questão do impacto visual, é ver como é que se pode mitigar este ruído. No estu-do de impacto ambiental foi feita uma simulação do ruído em todas as zonas residenciais e em todos os andares dos edifícios. Depois foi visto em que casos o ruído está acima do legalmente aceitá-vel. Quando essa situação existe, o que se pode fazer é instalar barreiras acús-ticas, ou, em casos extremos, reduzir a velocidade e cadência fora da operação diurna, à noite ou em períodos que não sejam de pico. Este sistema pode operar

comboios com um intervalo de 110 se-gundos. À noite, podemos não precisar desta frequência. Mas a avaliação do im-pacto ambiental é contínua. Fizemos o primeiro estudo em 2008, depois fomos actualizando ao longo das modificações do projecto. E vamos ter uma entidade independente que vai fazer a monitoriza-ção durante a obra, porque há o impacto ambiental. Quando o sistema começar a operar, tem de haver uma entidade que faça a monitorização regular.

- A Ponte Sai Van tem capacidade para a circulação do Metro em condi-ções de total segurança?

- A ponte foi já projectada com essa intenção. Quando lançámos o concurso para a aquisição de material circulante, como há questões que se prendem direc-tamente com o modelo e especificações técnicas do comboio de cada fornecedor, nós decidimos que a parte referente à ponte seria “chave na mão” (concepção e construção), para os concorrentes pro-porem como é que deve passar o com-boio e como se deve intervir conforme as características do seu próprio comboio. Recebemos três propostas, todas váli-das. É também exigência do processo de concurso que o fornecedor do comboio vai ter que fazer um projecto e ainda que contratar uma entidade independente que vai rever o projecto que eles vão sub-meter. Isso é uma chave de segurança. O fornecedor faz o projecto e tem que con-tratar uma entidade que vai reconhecer a validade e segurança desse projecto.

- Na fase de obras que agora está a arrancar, a população sentirá impactos no quotidiano. Que medidas estão a ser tomadas para atenuar esses impactos?

- A população vai ter que aceitar que o Metro é uma grande obra e seria total-mente desleal da nossa parte dizer que não vai afectar. Vai afectar e ter as suas interferências no quotidiano. A política aqui é tentar afectar o menos possível. No que concerne às questões de tráfego, temos mantido reuniões com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego para ver as medidas possíveis para mi-nimizar os impactos. Achamos também que muito se prende com a divulgação atempada das informações, para que as pessoas estejam preparadas e saibam o que está a acontecer. Temos estado aten-tos à forma como a obra da Av. Horta e Costa está a ser conduzida, que nos pa-rece um bom exemplo a seguir.

- Alguns dos trajectos dos autocar-ros terão que ser alterados?

- Sim, vai haver medidas provisórias de tráfego. Os trajectos de autocarros e algumas estações poderão ser afectados. Mas temos uma premissa, que é afectar o menos possível e divulgar informação re-gular. Além disso, vamos ter um centro de informações nos lugares da obra, porque sabemos, que apesar de todos os meios de comunicação, às vezes a população precisa mesmo de uma pessoa com quem falar. Na empreitada do traçado da Taipa, que lançámos na quarta-feira, o emprei-teiro vai ter que montar um centro de in-formações e atendimento ao público.

Page 3: JTM 19-09-2011

jornAL tribunA de MAcAu segunda-feira, 19 de setembro de 2011 pág 03

local“O projecto está a ser feito com algum minimalismo, tendo em conta o lado funcional e também a qualidade a longo prazo, porque este é um sistema para 20 – 30 anos” - André Ritchie

“O dr Pereira Coutinho é deputado. Desempenha as funções de fiscalizar os actos do Governo. Nesse aspecto, não temos comentários a fazer, está a desempenhar o papel dele. Sobre a questão do Metro, naturalmente não concordamos” - Idem

“Pôr os comboios a andar” em 49 meses

Paixão pela fotografiaconcluído o liceu em macau, andré ritchie rumou ao Porto em 1995, onde se formou na faculdade de arquitectura, que tem como mestres siza vieira e souto moura. curiosamente, o coordenador-adjunto do git chegou a trabalhar numa fase inicial do projecto das estações da linha da trofa do metro do Porto, antes de regressar à terra natal, em 2003. o arquitecto de 34 anos nutre uma “paixão enorme pela fotografia” e gosta também de coleccionar máquinas. “Para transtorno da minha mulher, tenho dois armários desumidificadores cheios de lentes e máquinas”, conta. andré é participante regular nas peças do grupo de teatro Dóci Papiaçám, onde foi director de palco. mas a recente paternidade e o projecto do metro levaram à suspensão da actividade teatral. “Neste momento, o meu hobbie é fotografar o meu filho, aliando o facto de ser pai ao ‘hobbie’ da fotografia.”

Na semana passada, foi lançada a empreitada de dois quilómetros e quatro estações que marca o arranque da primeira fase do Metro ligeiro. Quando estiver concluída, a linha terá 17 quilómetros e 21 estações, ligando as Portas do Cerco à Taipa, através da ponte Sai Van, e chegando ao Cotai. André Ritchie explica aspectos financeiros e técnicos do projecto, que deverá estar a funcionar dentro de quatro anos

Surgiram críticas quanto ao controlo de custos na implantação deste sistema. Que mecanis-mos de controlo estão implantados?

- Começámos a fazer o estudo do Metro no fim de 2003. Nestes projectos, existe um bocado a situação da pirâmide invertida. Vai-se fazendo uma estimativa de custos e, entretanto, as variáveis vão desaparecendo, porque o projecto vai amadurecendo. O último gran-de passo neste processo foi a adjudicação do material circulante. A partir daí, os projectistas começaram a projectar tendo em conta o comboio específico. Dantes era como um alfaiate que faz um fato não se sabe para quem. Agora, que sabemos quais são os comboios, co-meçámos a fazer o projecto com base nesses dados con-cretos. O que podemos fazer para controlar os custos? Na fase de projecto, foi feito um grande esforço para reduzir os custos do projecto. Os projectistas, às vezes, têm algumas ideias cuja execução é mais cara, mas, sem degradar a qualidade, vamos pedindo para alte-rar. O projecto está a ser feito com algum minimalismo, tendo em conta o lado funcional e também a qualidade a longo prazo, porque este é um sistema para 20 – 30 anos. Portanto, na fase de projecto estamos a fazer uma coisa que se chama ‘value engineering’ e que passa por avaliar os elementos do projecto e questionar a sua uti-lidade, eliminando o desnecessário para reduzir cus-tos. Na fase da construção, pode-se controlar os custos reduzindo-se as incertezas. Há custos adicionais que advêm de questões que não estavam previstas, por isso é que nós, logo no início, fizemos uma campanha de sondagens geotécnicas e um estudo com ultrassons, para localizar as infra-estruturas subterrâneas. A ideia é dar ao empreiteiro, no acto de apresentação da pro-posta e do lançamento do concurso, toda a informação possível. Por outro lado, estamos a colocar um tecto de 5% na revisão de preços.

- E qual é o orçamento global do projecto?- O valor global foi o anunciado na Assembleia

em Junho, que é de 11 mil milhões de patacas.- O deputado Pereira Coutinho afirma que o GIT

terá beneficiado a Mitsubishi no concurso do Metro e que esta empresa “não cumpre com os requisitos do concurso e não oferece as melhores garantias de qua-lidade e segurança”. Pode comentar estas alegações?

- O dr Pereira Coutinho é deputado. Desempenha as funções de fiscalizar os actos do Governo. Nesse aspecto, não temos comentários a fazer, está a desem-penhar o papel dele. Sobre a questão do Metro, natu-ralmente não concordamos com essa opinião e, por essa razão, o GIT emitiu diversas notas de imprensa e respondeu que todo o processo de concurso foi fei-to de acordo com a lei. As propostas foram avaliadas por uma comissão de avaliação composta por mem-bros de vários serviços. Seguimos até as orientações do Comissariado Contra a Corrupção e essa comissão foi formada por pessoas de várias entidades. Não quero entrar em pormenores, porque por várias vezes tomá-

mos uma posição em relação a isto, mas o que posso garantir é que todo o processo foi feito de acordo com a lei.

- Os residentes de Macau vão poder escolher aspectos relacionados com o design das carruagens do Metro. A operação de recolha de opiniões, que se prolonga até dia 25, está a decorrer de acordo com as expectativas?

- Está a ser interessante. Na primeira semana tí-nhamos já mais de 10 mil votos. Vemos que a popula-ção está interessada, o que é muito positivo. Também era esse o nosso objectivo, queremos envolver a popu-lação, porque a carruagem de Metro é algo que tam-bém vai representar a imagem da cidade, no futuro. Quero, de qualquer forma, deixar um apelo: até ao dia 25, as pessoas podem votar online e podem ir ver os modelos que estão no Tap Seac e escolher.

- Foi anunciado que nas fases de construção e de futura manutenção do Metro deverá ser seguida uma estratégia de favorecimento da mão de obra local. Mas não existe em Macau ‘know how’ relativamente a comboios e sistemas de transporte. Como vai ser isso colmatado?

- É um processo que não pode ser imediato, mas faz parte do contrato com a Mitsubishi. Foi-lhes dado um período de tempo para a localização dos quadros e, neste momento, a Mitsubishi também tem activa-mente procurado contratar locais. Temos que perce-ber que esta formação significa uma nova geração que nós e eles vamos ter que formar aos poucos. A Mitsubishi tem um acordo celebrado com a Universi-dade de Macau e tem estado em contacto para even-tuais protocolos.

- A concepção arquitectónica das estações está a ser entregue a vários projectistas. Como será o design final das estações? Haverá estações muito diferentes ou serão todas relativamente semelhantes?

- Para Macau e para a Taipa estamos a seguir dois modelos diferentes. Na Taipa, considerando que grande parte do traçado passa pelo COTAI e por zo-nas novas de desenvolvimento urbano, decidimos por uma estação tipo. É uma estação que se repete, com excepção dos postos fronteiriços, porque quisemos dar alguma cor e personalidade. Dado que Macau tem ou-tras características e mais história, aí as estações vão ser diferentes. Por exemplo, a estação do NAPE vai ser uma ‘estação verde’, integrada no jardim, em que a população vai poder aceder ao terraço, que vai servir de miradouro.

- Como foram acauteladas as acessibilidades às estações para pessoas com dificuldades de locomo-ção?

- Isso para nós é uma exigência, desde o início do projecto. Este é um sistema sem barreiras arquitectóni-cas e todas as estações têm elevadores, com rampas de acesso e outros dispositivos. O pavimento das estações é táctil, para os invisuais. Todo o sistema foi pensado tendo em consideração a facilidade de acesso.

- Pessoas com bicicletas podem usar o Metro?- Podem também. Esta foi uma questão levanta-

da por muitas pessoas nas apresentações. É claro que cabe à empresa operadora regulamentar de que forma as pessoas podem entrar na carruagem com bicicletas.

- Que trabalhos estão planeados para os próxi-mos meses?

- Já tivemos uma abertura de propostas das fun-dações para as oficinas do Metro no COTAI. São mais de 100 mil metros quadrados de área de implantação

e 256 estacas de fundações que vão ser cravadas. Na quarta-feira foi lançada uma outra empreitada de dois quilómetros e quatro estações, desde os Ocean Gar-dens até à Baía de Nossa Senhora da Esperança, junto ao hospital Kiang Wu. A abertura das propostas vai ser em Novembro. Os restantes dois segmentos da Taipa também serão lançados este ano.

- Acredita que a primeira fase do Metro vai ser implantada dentro do prazo e que as obras estarão concluídas em quatro anos?

- Temos um contrato celebrado com a Mitsubishi que aponta para isso. Em 49 meses temos que pôr os comboios a andar.

- Quais são os prazos de construção das restantes fases já projectadas?

- Isso está em estudo.- Há possibilidade de expandir as linhas que es-

tão a ser construídas?- Há várias expansões que estão idealizadas, no-

meadamente para a Ilha da Montanha e para a ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai. O projecto está a ser feito tendo em consideração estes próximos passos.

- E quanto à ligação inter-regional?- As ligações que estamos a pensar para a Ilha

da Montanha e para outras partes prendem-se com uma ideia global de ligação com o sistema suburbano Cantão-Zhuhai. Mas os sistemas são diferentes. Aque-le que está em operação na China e que vai chegar a Gongbei daqui a pouco tempo é um sistema pesado, suburbano. Portanto, não é possível os comboios cir-cularem no mesmo viaduto. O que temos em mente é as estações estarem o mais próximo possível e in-tegradas para permitir um transbordo cómodo. Para os portugueses, dou sempre como exemplo a Gare do Oriente, que é um centro modal.

P.B.

Page 4: JTM 19-09-2011

pág 04 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

localPARTIU VIDRO PARA FURTAR “IPOD”. uma mulher foi vítima de furto tendo o ladrão partido o vidro do veículo e levado o seu “ipod touch”, avaliado em 1.500 patacas. segundo a vítima, a reparação do vidro custou 2.000 patacas.

LADRÃO LEVOU DOIS RELÓGIOS. um furto a um domicílio lesou uma família em dois relógios, avaliados no total em 15.000 patacas. o assalto ocorreu num edifício situado no istmo ferreira do amaral, durante a tarde, tendo o ladrão conseguido arrombar a porta.

BrevesSeminário analisa auditoria na UE“auditoria governamental nos estados-membros da ue” é o tema de um seminário que começa hoje, pelas 18:5 horas, no auditório do edifício “finanças”, com organização da Direcção dos serviços de finanças. integrado no 2.º Programa de cooperação na Área Jurídica entre a união europeia e macau, o seminário terá como orador rowan Harrison Jones, perito em contabilidade pública da universidade de birmingham e co-fundador da “comparative international governmental accounting research Network”. em destaque estará a apresentação duma visão geral da auditoria no sector público dos vários estados-membros da ue. o seminário será ministrado em língua inglesa durante cinco sessões, que irão decorrer diariamente, entre as 18:15 e as 20:15 horas, até ao próximo dia 23.

Melco Crown abriunono Clube Mocha

a melco crown entertainment inaugurou no sábado mais um clube mocha, desta vez no centro de convenções e entretenimento da torre de macau, elevando para nove o total de espaços desta rede de “slots” em funcionamento no território. ocupando uma área de 2.000 metros quadrados, o “mocha

macau tower” disponibiliza cerca de 260 “slots” e jogos electrónicos de mesa. No final do ano de 2010, os clubes mocha tinham um total de 1.583 máquinas automáticas, traduzindo um aumento de 41 por cento comparativamente a 2009 e uma percentagem de 11 por cento do total de máquinas de jogo do mercado.

IdENtIFIcAdoS tRÊS cASoS Em PoUco mAIS dE UmA SEmANA

Raio-X detecta novo “correio de droga”Uma mulher foi detida ontem com 21 cápsulas no organismo quando aterrou no Aeroporto de Macau. Depois da sua conduta ter levantado suspeitas foi submetida a um teste com o novo sistema de raio-x, que permite ver o interior do corpo, confirmando-se a presença das substâncias. Este é já o terceiro caso detectado por aquele aparelho desde 8 de Setembro

VIVIANA CHAN

Uma mulher de nacionalidade in-donésia, com 37 anos, foi ontem detida no Aeroporto Internacio-

nal de Macau na posse de 101 cápsulas de heroína, 21 das quais transportadas no seu organismo. O trabalho de detec-ção coube mais uma vez ao novo apa-relho de raio-x instalado no Aeroporto desde o final de Agosto. Já durante o período de experimentação, entre 8 de Setembro e a passada sexta-feira, este sistema de alta tecnologia permitiu

descobrir outros dois casos de trans-porte de droga no organismo.

À semelhança do que aconteceu na quinta-feira com um homem tam-bém de naturalidade indonésia, detido por transportar o mesmo número de

cápsulas no interior do corpo, a mu-lher, alegadamente desempregada, foi abordada pela polícia depois das suas acções terem levantado suspeitas. De-pois de ter passado pelo sistema de raio-x as desconfianças confirmaram-

se. A mulher trazia na sua posse um total de 1.133 gramas de substâncias ilícitas divididas pelos bolsos da roupa e o interior do próprio corpo.

A droga foi avaliada em 1,1 milhões de patacas e terá sido transportada a troco de 400 dólares americanos (pouco mais de 3.150 patacas), o mesmo valor que o indivíduo detido na quinta-feira também confessou ter recebido.

De acordo com as autoridades, a suspeita, que terá assumido responsa-bilidades no caso durante o interroga-tório policial, tem mais do que um re-gisto de entradas em Macau, sendo que desta vez o seu voo tinha saído da Ma-lásia. Contudo, afiançou ser a primei-ra vez que aterrou na RAEM servindo como “correio de droga”.

Após ter sido detectado mais um caso de transporte de droga, a PJ con-siderou que este aparelho de alta tec-nologia, adquirido na Alemanha, por cerca de dois milhões de patacas, vai ajudar a impedir o crime de transporte de droga sobretudo através do organis-mo humano. A verdade é que um dia após ter entrado oficialmente em fun-cionamento não falhou.

ALEGAdo cASo dE EXtoRSÃo ENtRE “AmIGoS”

Pesadelo depois da sestaUma mulher foi supostamente vítima de extorsão quando, depois de ter adormecido, viu o amigo pedir-lhe alguns milhares de patacas para lhe devolver os seus documentos pessoais

Na esquadra com o bebé nos braçosuma esquadra da PsP foi confrontada com um caso algo insólito, quando um homem, com um bebé nos braços, entrou nas instalações pedindo ajuda. após ter sido questionado pelos agentes, o homem, detentor de passaporte da mongólia, afirmou que queria levar o bebé para a sua terra, mas que a mulher não o tinha deixado, tendo escondido os documentos da criança para evitar que saísse do território. as autoridades deslocaram-se a casa da família para investigar o caso, e após questionarem a mulher ficaram a saber que o homem estava ilegal em macau já que o seu visto tinha expirado. o caso foi remetido ao ministério Público, com a mulher, que estava legal, a ser também acusada de acolhimento ilegal já que o visto do marido tinha caducado.

PedRO ANdRé SANtOS

O caso começou a desenrolar-se no dia 11 de Setembro e teve o seu epílogo uma semana depois. Segundo as autoridades, três ami-

gos, uma mulher e dois homens, decidiram repou-sar durante uns instantes num jardim situado na zona da Areia Preta. A mulher entretanto adorme-ceu, e quando acordou reparou que a sua carteira tinha desaparecido. Surpreendida com o sucedido, perguntou a um dos amigos se tinha visto alguma coisa, tendo ficado ainda mais admirada quando o “amigo” lhe pediu 1.400 patacas para devolver os documentos.

O suspeito deslocou-se posteriormente a outro lugar e regressou com um cartão de crédito que per-tencia à vítima, dirigindo-se em seguida a uma caixa de ATM para levantar o dinheiro.

A alegada extorsão não ficou, no entanto, por ali. O homem terá ainda pedido cerca de 3.000 pata-cas a retirar de um subsídio de 10.000 patacas a que a vítima tinha direito. A mulher terá pedido uns dias para entregar o montante já que o Governo ainda não tinha enviado o cheque com o montante, ten-do ficado acordado que o entregaria ao “amigo” na quinta-feira.

No entanto, durante esse período, a mulher de-cidiu que não pagaria o dinheiro, tendo ido à esqua-dra da Polícia de Segurança Pública (PSP) para dar conta do caso, esperando que as autoridades pudes-sem ajudar a resolver a situação. No momento do encontro, o “amigo” da vítima acabou por ter uma recepção diferente da esperada, tendo sido levado para a esquadra pelos agentes da PSP.

De acordo com as autoridades, o suspeito disse que estava sob a influência de drogas na altura do furto, e que o dinheiro proveniente da extorsão seria destinado à compra de mais estupefacientes.

Vítima diz que “amigo” pediu 1.400 patacas para devolver documentos que estavam na carteira

Page 5: JTM 19-09-2011

jornAL tribunA de MAcAu segunda-feira, 19 de setembro de 2011 pág 05

localREDUZIDOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS. os preços de seis tipos de combustíveis foram revistos em baixa no sábado. a gasolina registou uma descida de 0,26 patacas por litro. Já o preço do gasóleo recuou para 12,62 patacas por litro.

ExIGIDA MAIS DIVULGAÇÃO DA LEI ANTI-TABACO. Ho ion sang apelou ao governo para reforçar a divulgação da lei anti-tabaco. segundo o deputado, a poucos meses da entrada em vigor do diploma, os trabalhos de divulgação ainda deixam muito a desejar.

wAShINGtoN “APRoVA” RAE’S mAS PREocUPA-SE com hoNG KoNG

liberdade religiosa bem defendidaNa perspectiva de Washington pouco ou nada mudou em Macau no que diz respeito à tolerância de credos. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a RAEM continua a respeitar a liberdade religiosa, não havendo registo de qualquer tipo de abuso ou discriminação. Relativamente a Hong Kong, os EUA também deram nova positiva, apesar de persistirem algumas preocupações

FÁtIMA ALMeIdA*

china rejeita lugar na “lista negra”a china integra o grupo de oito países que, segundo os eua, mais atentam contra a liberdade religiosa. a china, o irão, coreia do Norte (na liderança), myanmar, arábia saudita, uzbequistão, eritreia são os países considerados “particularmente preocupantes” em relação às violações sobre os que crêem em religiões diferentes. como é habitual, a china já contestou as críticas de Washington através dos seus maiores grupos religiosos que acusam Washington de tentar interferir nos assuntos internos do país usando a religião como escudo de defesa. Num comunicado publicado na sequência do relatório, é ainda rejeitado o preconceito e criticado o subjectivismo do relatório do Departamento de estado norte-americano. além disso, consideram que os crimes que têm por base as crenças religiosas não se podem relacionar com a liberdade religiosa.

Tanto nos cadernos legislativos como na prática Macau continua a ser um território em que impe-

ra a tolerância de credos. No relatório do Departamento de Estado norte-americano, que analisou os progres-sos no âmbito da liberdade religiosa nos últimos seis meses de 2010, não há nenhuma página que manche a repu-tação da RAEM ao nível da aceitação e convivência de crenças distintas. “O Governo respeita, regra geral, a liber-dade religiosa”, volta a ler-se no docu-mento que se debruçou sobre cerca de 200 países e territórios.

Segundo a análise de Washington, à semelhança do que vem acontecendo em anos anteriores, na RAEM não há registo de qualquer tipo de “abusos ou discriminação baseado nas crenças ou práticas religiosas”, sendo o respeito um princípio seguido pelas diferen-tes comunidades. “A relação entre as várias comunidades religiosas é boa e os cidadãos são, por norma, toleran-tes com as outras crenças e práticas religiosas”, afirma-se no Relatório da Liberdade Religiosa divulgado na se-mana passada.

O mesmo documento refere-se ainda à tolerância religiosa em Macau através de uma imagem característica da RAEM ao frisar que nas cerimónias se juntam budistas e cristãos. O reco-nhecimento oficial do dia do Natal e a data que assinala o nascimento do Buda, por parte do Governo é outro dos factores que reflectem a liberdade religiosa em Macau, segundo o docu-mento dos Estados Unidos.

Os diferentes grupos religiosos são na verdade uma parte integrante do desenvolvimento social do território, obtendo o apoio do Governo. “Muitos grupos religiosos, incluindo Católicos,

Budistas, Protestantes e Baha’is forne-cem extensos serviços sociais para as comunidades de Macau”, aponta Wa-shington, dando conta do apoio gover-namental a actividades desenvolvidas pelas diferentes associações religio-sas. “O Governo disponibiliza apoio financeiro para o estabelecimento de escolas, centros para crianças, clínicas, lares e centros vocacionais conduzidos pelas organizações religiosas”, ilustra o Departamento de Estado norte-ameri-cano.

O auxílio prestado tem ainda a vantagem de se estender até ao Conti-nente chinês. “Muitas organizações tra-balham em parceria com organizações do interior da China para providenciar serviços sociais no Continente”, salien-tou Washington.

Os números, referentes a dados ofi-ciais de 2008, são outros dos elementos utilizados no relatório para demons-trar a liberdade das diferentes práticas. Segundo os números apresentados, em Macau há cerca de 40 templos budis-tas, 30 taoistas, 18 igrejas católicas e 70 protestantes, uma mesquita e qua-tro espaços de culto para os Bahai’s. A religião é também uma componente da Educação, sendo que 50 por cento

dos estudantes do ensino primário e secundário participam em actividades religiosas nas escolas ou realizadas por associações daquele cariz.

Os mesmos dados demográficos mostram ainda que 80 por cento da população é budista, cerca de 5,2 por cento professa o catolicismo e um por cento crê no protestantismo. O relató-rio faz ainda referência à presença de pequenos grupos religiosos como os baha’is (aproximadamente com cerca 2.500 pessoas), muçulmanos (cerca de 100 pessoas) e ainda ligados à Falun Gong, com cerca de 15 membros acti-vos em Macau. Este último, um gru-po de inspiração budista proibido na China, país que se encontra na lista negra dos que não respeitam outras crenças.HONG KONG RESPEITA MAS LE-VANTA SUSPEITAS. Hong Kong tam-bém passou com uma nota positiva no teste da liberdade religiosa, mas Wa-shington fez alguns reparos. Embora esteja patente que a região vizinha tam-bém respeita na generalidade a crença e práticas de religiões diferentes, o rela-tório evidencia que em Hong Kong há “alegações” de que o Executivo negou a entrada de alguns visitantes do exte-rior por causa da sua filiação à Falun Gong.

Segundo Washington, esta situ-ação levanta “preocupações sobre a pressão exercida por Pequim na auto-nomia de Hong Kong no que diz res-peito aos assuntos de migração”.

A Falun Gong pode operar livre-mente nas duas RAE’s, no entanto, al-guns membros do grupo deram conta de que as autoridades do interior da China – onde a Falun Gong foi ilega-lizada em 1999 – pressionaram Hong Kong para restringir as suas activida-des no território.

Há ainda relatos de pedidos de

documentos de identificação pela po-lícia e, apesar de, regra geral, os que visitam Hong Kong na qualidade de turistas serem aceites, alguns grupos locais indicaram que membros oriun-dos de Taiwan foram barrados após terem declarado como motivo da des-locação actividades relacionadas com a Falun Gong, aponta o relatório.

Membros do grupo religioso quei-xaram-se também de as autoridades lhes “negarem constantemente” o aces-so a espaços públicos que pretendiam alugar, normalmente sob o pretexto de se encontrarem reservados, e da recu-sa de vistos por parte da Imigração a elementos do Epoch Group, uma orga-nização com laços com a Falun Gong, num caso que obrigou ao cancelamen-to das actividades previstas e que aca-bou por seguir para os tribunais.

Calcula-se que existam entre 300 a 500 membros da Falun Gong em Hong Kong, um número muito inferior aos 15 activos em Macau.

O Departamento liderado por Hillary Clinton refere outras situações - algumas das quais também encami-nhadas para a Justiça - envolvendo ou-tros grupos religiosos, sendo exemplo disso um diferendo entre a Diocese Ca-tólica e o Executivo da antiga colónia britânica.

Em Hong Kong, cerca de 43 por cento da população professa alguma forma de religião, prevalecendo o Bu-dismo e o Taoísmo, praticados por cer-ca de 1,5 milhões de pessoas em apro-ximadamente 600 templos.

O relatório, citando um estudioso das religiões, estima em cerca de 550 mil os protestantes, em mais de 400 mil os católicos, calcula ainda em 100 mil os muçulmanos, em 40 mil os hindus, e em quatro mil os judeus, entre outros.

* Com Lusa

Page 6: JTM 19-09-2011

pág 06 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

localINFORMAÇÕES DE TRÂNSITO NO TELEMÓVEL. os serviços para os assuntos de tráfego vão proporcionar mais informações sobre o trânsito, através de uma aplicação a ser instalada no telemóvel. os condutores poderão saber quais os locais disponíveis para estacionar e as rotas dos autocarros.

LEI COM MAIS ACONSELHAMENTO. leong Ka in, docente do iPm, manifestou-se ontem contra a proposta de lei de combate à violência doméstica. citado pela tDm, leong Ka in defendeu que se deve dar mais importância ao aconselhamento familiar do que à punição das agressões.

VOX POPULI

PEDRO BORGES (residente)

-Há quanto tempo vive em Macau?-Primeiro vivi cá entre 1984 e 1994. Depois

estive 15 anos em Portugal, e desta vez estou em Macau há um ano e meio. Mas está muito diferente.

-Em que aspectos?-Tem mais prédios, mais casinos, mais gen-

te, mas muitas vezes a quantidade não sig-nifica qualidade. Uma coisa que está muito diferente são os Serviços de Saúde, que per-deram muita qualidade, quer a nível técnico, e principalmente a nível humano.

-Relativamente aos casinos, face ao nível de qualidade de vida, considera que trouxe aspectos negativos, contribuindo nomeada-mente para a inflação?

-Macau tem “dinheiro a rodos”. Inflação está na Europa. Isso de certa forma é uma fal-sa questão. Penso que é benéfico haver mais casinos, porque onde é que Macau vai buscar dinheiro se não for aos casinos e hotéis? Aqui há poços de petróleo, há gás? Não há. Por-tanto o mercado virou-se para aí...Há mais mistura de pessoas, está mais cosmopolita. Tem coisas boas e más.

-Macau procura servir de plataforma en-tre a China e os países lusófonos, graças à língua portuguesa. Como analisa o trata-mento que o Governo tem dado ao idioma?

-O Governo não quer saber da língua por-tuguesa. Mantém a EPM porque fez parte do acordo de passagem para a China. Já deixou de ser uma língua tão falada como era antiga-mente. Vamos mantendo, mas mais cedo ou mais tarde vai-se perder. Mas mais grave que isto é o facto de os empresários portugueses só terem descoberto agora Macau como pla-taforma para a China. Porque é que não se lembraram disso nos anos 80?

-Está em andamento o projecto para a construção do Metro Ligeiro. Pode ser uma boa iniciativa para Macau?

-Não sei é se o Metro vai ser de superfície ou subterrâneo. Se for subterrâneo, a res-posta é uma, se for de superfície, é outra... (risos) A escolha do modelo de Metro é para inglês ver.

A.S.S.

“Serviços de Saúde

perderam muita

qualidade”

A tecnologia está cada vez mais na vida dos cidadãos. Na medida da vontade da

população, o mercado de telemó-veis de Macau também registou uma grande evolução nos últimos anos. Existem em Macau pelo me-nos 200 empresas de venda exclu-siva ou concomitante de telemó-veis e as queixas, na proporção da oferta, vão crescendo. Para evitar que as lojas subam os preços ar-bitrariamente, o Conselho dos Consumidores (CC) vai passar a disponibilizar os preços de refe-rência na Internet.

As informações obtidas atra-vés dos casos processados pelo CC, que envolveram tanto con-sumidores residentes da RAEM como turistas do Continente, re-flectem que existem certas lojas de venda de telemóveis em Macau

que utilizam “métodos ostentosos e enganosos para arbitrariamente elevar o preço de alguns dos mo-delos mais populares”, relata uma nota de imprensa. Esse aumento, segundo aponta o organismo, chega a atingir o dobro ou o triplo do preço normalmente praticado no mercado.

Para reduzir o esforço e o tempo despendido na compara-ção dos preços dos telemóveis e facilitar a obtenção do preço de mercado dos mesmos, o CC – com o apoio da Associação dos Comer-ciantes de Telemóveis de Macau - começou a recolher os preços de referência dos telemóveis em Ma-cau. Os trabalhos, explica o orga-nismo, serão realizados por fases e de acordo com as necessidades do mercado. Na etapa inicial vão ser publicados os preços de refe-

rência mais baixos e mais altos de 13 modelos de telemóveis fabri-cados por seis marcas diferentes. Estes serão actualizados regular-mente. Para aceder à informação, basta consultar o sítio de internet do CC (www.consumer.gov.mo).

O organismo esclarece, po-rém, que as informações dispo-nibilizadas são apenas para re-ferência, defendendo no entanto que estes não devem estar muito distantes dos preços praticados no mercado.

Paralelamente, o CC também pretende introduzir um “código de conduta” para o sector em parceria com a Associação dos Comerciantes de Telemóveis de Macau, que será aplicado às “lo-jas certificadas” de venda de te-lemóveis e aos membros da As-sociação.

mEdIdA do coNSELho doS coNSUmIdoRES

Preços de telemóveis “online”O Conselho de Consumidores vai passar a disponibilizar na internet os preços de referência dos telemóveis, devido a lojas que aumentam os preços arbitrariamente. Implementar um “código de conduta” no sector é outra das intenções do organismo

chUI SAI oN PRomEtEU coNtINUAR com BoLSAS dE EStUdo

Governo vai criar fundo para ensino superiorO Chefe do Executivo anunciou a criação de um fundo para o ensino superior. Ainda que não sejam conhecidos os valores a investir, Chui Sai On prometeu continuar a proporcionar condições favoráveis a todos os que queiram prosseguir os estudos

Durante a cerimónia que oficializou o final de mais uma etapa para centenas de estudantes, Chui Sai On prometeu não descurar o apoio

ao ensino superior através de um plano de investi-mento para aquele sector. “O Governo vai criar um fundo para o ensino superior e continuar com a con-cessão de bolsas de mérito e de estudo, e de bolsas de mérito para pós-graduados, proporcionando condi-ções favoráveis a todos os que pretendam prosseguir os seus estudos”, disse o Chefe do Executivo na ceri-mónia de graduação do ano académico 2010/2011 do Instituto Politécnico de Macau (IPM).

Sem revelar o montante que será investido ou o modo como será aplicado, o líder do Governo mos-trou-se ainda atento ao panorama actual de Macau, para que sejam operadas mudanças ao nível do ensi-no superior. “Com vista a satisfazer as necessidades colocadas pelo desenvolvimento social, o Governo continua empenhado na revisão do sistema de ensino superior, bem como nos diplomas com eles relacio-nados”, assegurou Chui Sai On, citado por uma nota

oficial. Isto para que, segundo o Chefe do Executivo, se consiga “uma constante melhoria da qualidade do ensino e da investigação científica” bem como seja permitida “a elevação da autonomia e flexibilidade das instituições de ensino superior”. O objectivo final é a promoção do progresso entre o corpo docente e os estudantes, disse ainda.

O Chefe do Executivo recordou também que já têm sido disponibilizados recursos para assegurar a contínua optimização das funções do ensino, da in-vestigação e do serviço social das instituições de en-sino superior. Factores que garantem assim melhores condições para o desenvolvimento sustentável do en-sino superior local, acredita Chui Sai On.

O governante referiu-se ainda à importância e significado de que se reveste o desenvolvimento do ensino superior já que este é o primeiro ano de im-plementação do 12º Plano Quinquenal, bem como do Acordo Quadro Cooperação Guangdong-Macau. Na opinião de Chui Sai On a maximização da coo-peração regional permitirá a Macau acompanhar as tendências internacionais, o que vai permitir elevar a qualidade de vida da população.

No seu discurso, Chui Sai On garantiu que o Governo irá continuar “a apoiar fortemente o desen-volvimento do Instituto Politécnico”, instituição que continua à espera de uma resposta a um pedido de elevação do seu estatuto a Universidade. Até agora o Executivo não emitiu nenhum parecer.

Page 7: JTM 19-09-2011

jornAL tribunA de MAcAu segunda-feira, 19 de setembro de 2011 pág 07

localCIMEIRA DA ENERGIA EM MACAU. a cem organizou a primeira edição da “cimeira da indústria de energia de guangdong, Hong Kong e macau”, no Hotel okura. a iniciativa visa proporcionar uma plataforma de intercâmbio frequente dos administradores das empresas de electricidade, por forma a estreitar a comunicação e cooperação.

INTOxICAÇÃO EM RESTAURANTE DO GALAxY. Pelo menos 11 pessoas, com idades compreendidas entre 22 e 63 anos, foram atingidas por um caso suspeito de intoxicação alimentar. segundo os serviços de saúde, as vítimas, que se encontram em “estado satisfatório”, tomaram refeições na modalidade de bufete providenciadas pelo restaurante festiva no Hotel galaxy.

FUNcIoNÁRIo PÚBLIco tEm PEÇAS com BRASÃo dE PoRtUGAL

Pedras da antiga cadeia à venda

EmPRESA dE hoNG KoNG PLANEIA “cIdAdE cULtURAL cRIAtIVA”

eSun “troca” coTaI pela MontanhaDepois de ter vendido à Melco Crown a participação que detinha no projecto “Macao Studio City, no COTAI”, a empresa eSun Holdings de Hong Kong anunciou que vai desenvolver uma “cidade criativa” na Ilha da Montanha através de uma joint-venture com a Lai Fung Holdings. A “Creative Cultural City” prevê um investimento de quase 22 milhões de dólares de Hong Kong e promete espaço para as empresas criativas de Macau

A eSun Holdings abriu mão da sua parcela de negócio no projecto “Macao Studio City”, no COTAI, por um total de 360 milhões de dóla-

res, mas não se afastou dos planos que envolvem Ma-cau, ainda que por via indirecta. A empresa de Hong Kong a par com a Lai Fung Holdings vai investir no desenvolvimento do sector criativo na Ilha da Monta-nha. De acordo com um comunicado assinado pelas duas empresas, o projecto “Creative Cultural City” vai obrigar a um investimento total de quase 22 mil milhões de dólares de Hong Kong.

O projecto que nasce de uma joint-venture entre as duas sociedades, deverá integrar “uma zona para as pequenas e médias empresas criativas e culturais de Macau”.

“O objectivo é consolidar os recursos de Guangdong, Hong Kong e Macau tendo em vis-ta a promoção e o desenvolvimento das indús-trias criativas e culturais, incluindo entreteni-mento televisivo, cinematográfico, música, novos media, design criativo, workshops de arte, espectá-culos ao vivo”, descrevem ainda as duas empresas. O projecto, que foi oficializado na sexta-feira, esteve a ser delineado e estudado durante oito meses, tempo suficiente para ter recebido um forte apoio oficial dos

Governos de Guangdong, Zhuhai, Hong Kong e Ma-cau, segundo garantiram as empresas promotoras.

“Como uma empresa integrada, a eSun tem uma sólida organização que tem vindo a acumular conhe-cimento e experiência neste tipo de negócio dos me-dia e entretenimento, hotéis e propriedades de inves-timento e desenvolvimento”, referiu o presidente da eSun durante a cerimónia que serviu para anunciar o projecto. Segundo Peter Lam, esta “cidade criativa e cultural” servirá ainda “como uma plataforma para Macau, Hong Kong e Taiwan” bem como para as companhias cinematográficas da China Continental.

Segundo o mesmo responsável, o investimento de várias empresas neste projecto fará com que se contribua significativamente para haver um desen-volvimento que sirva de modelo às RAE’s e Guang-dong.

Esta “cidade criativa” também obteve o apoio dos bancos ao ter recebido de instituições financeiras como o “China Construction Bank” e o “Industrial Bank” um limite de crédito de 15 mil milhões e 10 mil milhões de renminbis, respectivamente. Valores que, segundo os “actores” deste projecto, demonstram a confiança já depositada neste plano.

A eSun Holdings, que inicialmente vislumbrou oportunidades no COTAI através do “Macau Study City”, mas acabou por vender os 60 por cento que detinha naquele projecto à Melco Crown, é uma em-presa cotada na bolsa de Hong Kong e detém vários negócios ligados ao entretenimento na Ásia. Segun-do a descrição apresentada pela empresa, a eSun tem alianças com mais de 330 empresas de “media” e en-tretenimento em mais de 50 países, além de funcionar como agência de 60 artistas.

A Lai Fung Holdings também está cotada na Bol-sa de Hong Kong, mas o seu foco de investimento centra-se sobretudo no desenvolvimento residencial e escritórios bem como propriedades comerciais. Além

de se ter envolvido neste projecto, a empresa vai polir mais um pedaço de terra na Ilha da Montanha.

Na altura em que foi apresentada a joint-venture para a criação da cidade criativa, a Lai Fung assinou também um acordo para investir cerca de dois mil milhões de yuans num projecto comercial na Ilha da Montanha, abrangendo cerca de 198 mil metros qua-drados, onde caberá um hotel de luxo, centro de con-ferências e uma torre com escritórios de negócios.

F.A.

Duas pedras da fachada da antiga prisão de Macau, com o brasão de armas português cravado, foram colocadas à venda em Macau por 300 mil dólares de Hong Kong por um funcionário do Governo da RAEM

Enviei algumas cartas a proprie-tários de casinos com uma pro-posta de venda por 300 mil dóla-

res de Hong Kong, mas ainda não tive resposta”, disse Pak Fok Tong à agên-cia Lusa, ao precisar que está interes-sado em “coleccionadores privados”, mas que poderá vender ao governo, por “não menos de menos de 100 mil patacas”.

Funcionário do governo e residen-te em Macau, Pak Fok Tong confessou que só em último recurso doará as pe-ças a um museu, por achar que “eles vão simplesmente pô-las num arma-zém por serem pedras do governo co-lonial”, e porque, assumidamente, quer ganhar dinheiro.

“Ainda não contactei o governo de Macau. Sei que posso doá-las a um museu, mas primeiro vou tentar ven-dê-las”, assumiu, ao admitir urgência na transacção por “razões financeiras” e “por falta de espaço”, já que no final do ano vai mudar de casa e diz não ter

onde guardá-las.Pak Fok Tong vai esperar por inte-

ressados “até ao último minuto”, o que pelos seus cálculos, será “até ao final de Outubro”. “Se ninguém comprar até lá, vou contactar o Governo para saber se estão interessados porque tenho de en-tregar a casa até ao Natal”, justificou.

As pedras – uma com a inscrição do brasão de armas português e outra

com a data da inauguração da prisão – ‘Anno de 1912’ – faziam parte da facha-da da Cadeia Pública de Macau, cons-truída entre 1906 e 1910, e mais tarde denominada Cadeia Central.

Pak Fok Tong, disse também ter conhecimento da existência de uma terceira pedra com a inscrição “Ca-deia Pública”, e que entretanto desa-pareceu.

O actual vendedor disse à agência Lusa que comprou as duas pedras há quatro anos, por um “valor secreto” num estaleiro de obra na Taipa, – en-tre a Rua de Choi Long, onde vivia, e a Estrada Nordeste da Taipa –, uma localização bastante distante do centro de Macau onde funcionava a antiga prisão. “Havia uma casa de madeira no estaleiro de obra. A pedra com o emblema de Portugal estava ao lado da porta da casa de madeira, e a pedra com a inscrição ‘Anno de 1912’ estava a ser usada como pedra de calçada”, explicou, ao relatar uma situação que descreveu como “pobre”.

Tong referiu ainda que só mais tar-de é que soube que as pedras eram da prisão antiga. “Na altura eu nem sabia. Achei que eram da fachada do antigo tribunal de Macau, depois uma acadé-mica é que me esclareceu”, acrescen-tou.

Contactado pela agência Lusa, o Instituto Cultural de Macau disse não ter conhecimento da situação e reme-teu uma resposta para depois de anali-sada a situação.

O antigo edifício da Cadeia Públi-ca de Macau foi demolido. A actual pri-são de Macau fica situada em Coloane, desde 1990, ocupando o antigo terreno da fábrica de panchões (fogo de artifí-cio) “Kuong Heng Tai”.

JTM/Lusa

Ilha da Montanha continua a atrair vários projectos

Page 8: JTM 19-09-2011

pág 08 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

localCANDIDATURAS PARA ARTES VISUAIS. o instituto cultural começou a aceitar candidaturas para a 11ª edição da exposição de artes visuais de macau. as obras podem ser apresentadas em diferentes meios de expressão, tanto de arte bidimensional (pintura e caligrafia chinesa, gravação de sinetes, pintura ocidental, fotografia, cartaz e vídeo), como tridimensional (escultura e instalação).

“PARA ALÉM DO ESPAÇO” NO TAP SEAC. o instituto cultural inaugurou a exposição “Para além do espaço” que inclui 37 obras de pintura de chu the-i (taiwan) e Kim Yong sik (coreia do sul). a exposição está patente na galeria tap seac até 27 de Novembro, diariamente das 10 às 19 horas.

“coNVItE” LANÇAdo Em mAcAU VISA cASINoS Em cIdAdES SEcUNdÁRIAS

África do Sul procura investidores para jogoA África do Sul está interessada em cativar investimento de Macau para o desenvolvimento de casinos de menor dimensão em cidades secundárias do país, afirmou Gregg Munyai, da embaixada sul-africana em Pequim

Introduzimos recentemente alterações à lei do jogo de 1994, para acomodar casinos mais pequenos. E estamos à procura de desenvolver pequenas

infra-estruturas de jogo em cidades secundárias. Há uma oportunidade de investimento para Macau”, ex-plicou Gregg Munyai, ao salientar que actualmente o país africano já exporta máquinas de jogo para a região.

Em declarações à margem do seminário de apre-sentação das oportunidades de negócio na África do Sul, Gregg Munyai observou que o país africano tem uma média de dois casinos em cada uma das nove províncias com licenças de jogo e referiu que “a expe-riência acumulada” de Macau pode ajudar ao desen-volvimento do sector no seu país.

“Queremos interessar parceiros locais. Ainda não temos nenhum acordo, mas temos interesse”, afirmou, reforçando que os empresários de Macau podem também investir nas infra-estruturas de en-tretenimento já existentes na África do Sul.

Em 2010, as exportações daquele país africano para Macau cresceram 22,6 por cento para 2,9 mi-lhões de dólares, mas ainda assim mantém-se num nível bastante reduzido, sendo lideradas pelo sector alimentar (vinhos, frutas e frutos secos).

Por outro lado, as autoridades sul-africanas con-

sideram que há potencial para reforçar as exportações para a região, nomeadamente ao nível dos vinhos e artigos de luxo como a joalharia.

Mas o objectivo principal da África do Sul é au-mentar as exportações para a China Continental, na ordem dos 10 por cento ao ano durante os próximos cinco anos, estratégia em que a localização da RAEM pode desempenhar um papel facilitador. “O facto da linguagem de negócios de Macau ser similar à da África do Sul facilita a entrada na China, porque as barreiras da língua são sempre um problema nas relações comerciais”, observou Munyai, ao lembrar a presença da comunidade portuguesa no país sul-africano.

Munyai justificou que até agora o seu país tem estado mais concentrado nas trocas com a Europa, sobretudo com o Reino Unido, mas observou que a entrada da África do Sul no bloco dos BRIC [Brasil, Rússia, Índia e China] no ano passado, justamente a convite daquele país asiático, abre novas oportunida-des à nação africana.

Segundo o responsável da embaixada em Pe-quim, actualmente 20 empresas da China Continen-tal têm negócios na África do Sul.

Munyai referiu ainda o potencial dos sectores dos transportes, minas, comunicações, energias não poluentes, indústria automóvel, água e indústria têx-til para os investidores chineses.

No seminário, a cônsul da África do Sul para Macau e Hong Kong, Nomatemba Tambo, frisou que o país oferece um ambiente saudável para os negó-cios e serviços bancários de primeiro nível.

JTM/Lusa

Page 9: JTM 19-09-2011

jornAL tribunA de MAcAu segunda-feira, 19 de setembro de 2011 pág 09

localDESPORTO JUNTOU MAIS DE 2.000 IDOSOS. em conjunto com várias associações, o instituto do Desporto promoveu mais uma edição dos Jogos Desportivos para idosos. a iniciativa juntou na Praça do tap seac mais de dois mil idosos.

ESTRADAS RENOVADAS PARA O GPM. algumas vias da raem, como a avenida de amizade, a estrada de são francisco ou a estrada de cacilhas, começam hoje a sofrer trabalhos de manutenção, tendo em vista a realização do próximo grande Prémio de macau. as obras deverão ficar concluídas no final de outubro.

INIcIAtIVA ASSINALoU dIA mUNdIAL SEm cARRoS

Macau e Zhuhai promoveram passeio ecológicoMacau e a cidade vizinha de Zhuhai juntaram-se para um passeio de bicicleta que levou os cidadãos a deixarem o automóvel em casa. A primeira acção conjunta da DSPA com a entidade homóloga de Zhuhai nesta área decorreu no âmbito da iniciativa do “Dia Mundial sem Carros”

Com o objectivo de cha-mar a atenção para as questões ambientais e

a emissão de gases para a at-mosfera, decorreu este sábado a actividade “Dia Mundial sem Carros 2011: Cicloturismo – Macau a Zhuhai” e que levou

os cidadãos de Macau e da ci-dade vizinha a abdicarem por um dia do automóvel e a leva-rem as bicicletas à rua. Esta foi a primeira acção conjunta neste âmbito efectuada pela Direc-ção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) e a entidade homóloga de Zhuhai, e foi re-

alizada por forma a relembrar o Dia Mundial sem Carros, que se comemora no próximo dia 22 de Setembro. As Associa-ções de Ciclismo de Macau e de Zhuhai também ajudaram na organização do evento.

Cerca de três centenas de pessoas iniciaram o percurso

de manhã nas Portas do Cerco, com direcção à Ilha Yeli via Lo-vers Road, já na área de Zhuhai. Na ilha Yeli juntou-se poste-riormente a equipa de ciclistas de Zhuhai, tendo ocorrido de-pois um passeio. Esta iniciativa constituiu ainda uma oportu-nidade para os ciclistas experi-

mentarem a pista ecológica que foi inaugurada este ano. Na Ilha Yeli, um dos lugares de desta-que é o Parque Haibin, que dá atenção à ecologia, preservação e protecção de espécies.

Com esta iniciativa, a DSPA pretendeu chamar a aten-ção para os benefícios de rea-lizar um “Passeio Ecológico”, através da utilização de meios de transporte que não lancem gases tóxicos para a atmosfera. Além disso, é intenção das duas entidades mostrar a cooperação ambiental nas duas cidades.

Para já, é objectivo da DSPA continuar a divulgar diversas iniciativas na área da protec-ção do meio ambiente, criando plataformas com parceiros por forma a ajudar a divulgar infor-mações sobre esse domínio.

oPEN dE GoLFE dE mAcAU

Vitória formosina em coloaneO taiwanês Chan Yih-shin venceu ontem o Macau Open de Golfe, fechando o torneio com 270 pancadas em quatro rondas, 14 abaixo do PAR do campo do Macau Golf and Country Club

Esta vitória vai ajudar a minha carreira e agradeço a todos por-que foi um excelente fim de se-

mana”, disse Chan Yih-shin no final da prova, que distribuiu 750.000 dólares pelos 66 finalistas, cabendo 118.875 ao vencedor.

O australiano David Gleeson, com 273 pancadas – 11 abaixo do PAR –, conquistou o segundo lugar, com me-nos uma pancada que o tailandês Tha-worn Wiratchant, terceiro classificado no torneio, que ao longo de quatro dias ocupou o mais antigo dos dois campos de golfe localizados em Macau.

David Gleeson e Thaworn Wira-tchant levaram, cada um, respectiva-mente, um prémio monetário de 81.375 dólares e 45.750.

No final da prova, em declarações à agência Lusa, José Tavares, vice-pre-sidente do Instituto do Desporto, co-organizador do evento, explicou que o regresso do Macau Open – que há um ano não se realizou por falta de patro-cinadores – “é para ficar”.

“Tem de haver um esforço mútuo entre as entidades privadas e o Gover-no porque o golfe é uma modalidade das elites. O Governo dá um apoio, mas tem também existir a iniciativa privada”, disse José Tavares, segundo o qual os privados “terão de investir mais no golfe para elevar a modalida-de a outro nível”.

Salientando que a vontade do Go-verno é manter o Macau Open, José Tavares salientou, contudo, que se o torneio “não correr bem em termos de patrocínios, terão de ser encontradas

outras formas de realizar a prova”.José Tavares acrescentou também

que a exposição de Macau na edição 2011, com as transmissões em direc-to para a televisão, “representam um

salto qualitativo e quantitativo” para a prova.

“Só faz sentido o Macau Open existir se tivermos os mesmos moldes de 2011, com bons prémios e trans-

missão televisiva, mas isto implica dinheiro e julgo que este trabalho em conjunto entre o público e o privado teve excelentes resultados, que vamos procurar potenciar no futuro”, frisou.

Chan Yih Shin

Thaworn WiratchantDavid Gleeson

Page 10: JTM 19-09-2011

pág 10 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

ÁVILA NÃO TERMINOU 12 HORAS DE SEPANG. rodolfo Ávila teve uma estreia infeliz na “malaysian merdeka endurance race”, prova de automobilismo com a duração de 12 horas que se disputou no circuito malaio de sepang, ao abandonar devido a problemas na sua viatura. a corrida de Ávila durou pouco mais de três horas até uma roda se perder e forçar a desistência prematura.

New arrivals at:

ÁUStRIA E tAIwAN ENchERAm oS céUS dE mAcAU

Festival de fogo de artifício “nos detalhes”Mais duas excelentes exibições de pirotecnia encheram os céus de Macau na noite de sábado. Nesta sua 23ª edição o Festival Internacional de Fogo de Artifício parece-se cada vez mais com os Mundiais de Futebol: ganham-se “nos detalhes”...

A noite esteve perfeita para o lançamento do fogo, com céu limpo e

uma ligeira brisa a “limpar” a fumaça do fogo, não surpre-endendo que, uma vez mais, milhares de pessoas tivessem acorrido a ambos os lados do rio entre as Pontes Nobre de Carvalho e Seac Pai Van.

A representação da Áus-tria apresentou um verdadeiro “bailado”, com criteriosa e va-riada escolha de cores a condi-zer com a temática musical, ela própria muito bem escolhida.

Já o segundo espectáculo, apresentado pela equipa de Taiwan valeu por uma exibi-ção sem erros, sem grandes novidades em termos pirotéc-nicos, mas com uma cadência excelente e um bom volume de fogo.

O público aderiu a ambas as exibições, talvez pela dife-rença que apresentaram. Junto à Torre de Macau, mesmo em frente da barcaça de lançamen-to de fogo, havia divisões sobre

qual era a melhor, mas todos concordavam com a elevada qualidade do fogo de artifício que vem sendo apresentado.

Por isso, alguém ironiza-va que o Festival Internacional de Fogo de Artifício se parece cada vez mais com os Mun-diais de futebol: ganha-se ou perde-se nos detalhes.

Até agora, não houve in-cidentes “de percurso” que mancharam alguns espectácu-los de anos anteriores. As seis exibições até agora apresen-tadas, diferentes nos estilos, decorreram sem quaisquer so-bressaltos.

O que, em face do elevado nível alcançado, torna muito difícil a determinação de fa-voritos, obrigando o júri a um trabalho de pormenor de difí-cil percepção.

O festival tem nova du-pla exibição no sábado, com a apresentação das representa-ções das Filipinas (às 21 horas) e de Portugal (às 22 h). Dois espectáculos que prometem...

mGm VAI AcoLhER EXPoSIÇÃo do ARtIStA FRANcÊS

chauderlot revela recantos da cidade ProibidaO artista francês Charles Chauderlot chegou a Pequim e pintou 81 quadros na Cidade Proibida. O resultado pode agora ser visto numa exposição que o MGM Macau vai inaugurar no dia 30 e que reúne pela primeira vez todas as obras do artista na China. Para ver até ao dia 16 de Outubro

O desafio partiu das autorida-des chinesas e o

pintor francês Charles Chauderlot conseguiu captar diferentes pers-pectivas dos recantos restritos da Cidade Proibida. Os 81 qua-dros chegam agora a Macau numa exposição intitulada “The Essence of Art – MGM Macau – Charles Chauderlot Ink Paiting Exhibition”, e que vai estar patente na Grande Praça do MGM Macau entre os dias 30 de Setembro e 16 de Outubro.

Esta será a primeira vez que todas as obras do artista vão estar reu-nidas na China, numa exibição que também vai integrar dois fatos tradicionais do período imperial.

Para receber esta iniciativa da melhor forma, a Grande Pra-ça do MGM Macau vai ser transformada numa réplica da Cidade Proi-bida, através da recria-

1 Vista da Cidade Proibida pintada por Chauderlot

Page 11: JTM 19-09-2011

pág 11segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

CCM DESAFIA ENCENADORES LOCAIS. o centro cultural de macau (ccm) apelou aos talentos locais para que adiram a um ambicioso e profundo programa de formação teatral para jovens encenadores. Nesse sentido, o ccm convidou o mestre de teatro de Hong Kong fredric mao para dirigir o “Projecto mentor de teatro” que decorrerá entre o final de outubro 2011 e abril 2012. o período de recrutamento termina a 7 de outubro e a iniciativa surge na sequência de outros programas no âmbito de um projecto residente de arte que incluiu projectos como “contos de macau”, “Hi Dad...bye...” ou “um guião ganha vida”. segundo o ccm, o programa vai incluir audições, criação artística e de equipas de produção, ensaios e um espectáculo final que subirá ao palco do Pequeno auditório.local

ÁUStRIA E tAIwAN ENchERAm oS céUS dE mAcAU

Festival de fogo de artifício “nos detalhes”Mais duas excelentes exibições de pirotecnia encheram os céus de Macau na noite de sábado. Nesta sua 23ª edição o Festival Internacional de Fogo de Artifício parece-se cada vez mais com os Mundiais de Futebol: ganham-se “nos detalhes”...

qual era a melhor, mas todos concordavam com a elevada qualidade do fogo de artifício que vem sendo apresentado.

Por isso, alguém ironiza-va que o Festival Internacional de Fogo de Artifício se parece cada vez mais com os Mun-diais de futebol: ganha-se ou perde-se nos detalhes.

Até agora, não houve in-cidentes “de percurso” que mancharam alguns espectácu-los de anos anteriores. As seis exibições até agora apresen-tadas, diferentes nos estilos, decorreram sem quaisquer so-bressaltos.

O que, em face do elevado nível alcançado, torna muito difícil a determinação de fa-voritos, obrigando o júri a um trabalho de pormenor de difí-cil percepção.

O festival tem nova du-pla exibição no sábado, com a apresentação das representa-ções das Filipinas (às 21 horas) e de Portugal (às 22 h). Dois espectáculos que prometem... Áustria Taiwan

mGm VAI AcoLhER EXPoSIÇÃo do ARtIStA FRANcÊS

chauderlot revela recantos da cidade ProibidaO artista francês Charles Chauderlot chegou a Pequim e pintou 81 quadros na Cidade Proibida. O resultado pode agora ser visto numa exposição que o MGM Macau vai inaugurar no dia 30 e que reúne pela primeira vez todas as obras do artista na China. Para ver até ao dia 16 de Outubro

ção das paredes e dos pórticos. Durante este trabalho, Charles Chau-derlot conseguiu cap-tar muitos locais que antigamente detinham um acesso restrito, tais

como Dong Hua Men ou Bao Yun Lou, um lo-cal de prazeres para a corte chinesa. O artista francês teve o cuida-do de transmitir a vida através do pincel, tendo

inclusivamente subido a lugares com 18 metros de altura por forma a conseguir captar o ân-gulo perfeito para as recriações.

Para além das obras

de arte, os visitantes podem ainda observar dois fatos que datam do período em que a dinastia Qing governa-va a China. Um fato de seda com 200 anos do

imperador JianXin, bem como um casaco dese-nhado especialmente para Hsu Ying Ku’ei, um oficial da área judi-cial que viveu na época da dinastia Qing e que

foi responsável pela assinatura de muitos documentos importan-tes, nomeadamente o tratado que entregou a Ilha de Lantau e outras zonas de Hong Kong à Grã-Bretanha na Segun-da Convenção de Pe-quim, em 1898.

A organização da exposição irá oferecer visitas guiadas até ao dia 9 de Outubro, entre as 12h e as 18 horas, e também de 10 a 16 de Outubro entre as 15 e as 18 horas. Estas visi-tas, com a duração de 25 minutos, serão con-duzidas por respon-sáveis da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, em inglês, cantonense e mandarim.

A.S.S.

1 Vista da Cidade Proibida pintada por Chauderlot Robe usado por um oficial da dinastia Qing Associação dos Embaixadores do Património apoia exposição

com visitas guiadas

Page 12: JTM 19-09-2011

pág 12 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

JESSICA AUGUSTO E MARISA BARROS NO PÓDIO. Jessica augusto e marisa barros foram segunda e terceira classificadas, respectivamente, na meia-maratona great North run, que se realizou ontem em Newcastle, com vitória da queniana lucy Kaluu. deSPoRTo

NADAL COLOCA ESPANHA NA FINAL DA TAÇA DAVIS. a espanha está na final da taça Davis, depois de rafael Nadal ter derrotado Jo-Wilfred tsonga e selado o 3-1 frente à frança.

RÂGUEBI: mUNdIAL2011

França e Inglaterra quase nos “quartos”Samoa à beira da desclassificaçãoO País de Gales reduziu drasticamente as hipóteses de Samoa se apurar para os quartos de final do Campeonato do Mundo de Râguebi pela primeira vez em 16 anos, ao derrotar os polinésios por 17-10, no Grupo D

Nos outros dois encontros da jornada de ontem do Mundial, França e Inglaterra confirmaram o seu favoritismo, ao vencerem respectiva-

mente o Canadá por 46-19, no Grupo A, e a Geórgia por 41-10, no B.

Um dia depois de a Irlanda ter espantado o Mun-do ao derrotar a Austrália, ontem não houve lugar para surpresas, mas as selecções menos fortes continuaram a jogar com uma atitude que obriga as grandes potências a não encararem os encontros com displicência.

Todos os três jogos do 10.º dia do Mundial foram muito competitivos e as selecções do País de Gales, de França e de Inglaterra tiveram de trabalhar muito para confirmarem o favoritismo com uma vitória.

Ao não conseguir ganhar ao País de Gales pela terceira vez num Mundial – após vencer em 1991 e 1999 -, Samoa ficou com a qualificação para os quar-tos de final comprometida, uma vez que agora tem de defrontar as Ilhas Fiji e a campeã em título África do Sul com cinco dias de intervalo.

O País de Gales, que na primeira jornada tinha perdido com a África do Sul por 17-16, foi ligeira-mente melhor do que Samoa, num jogo que era en-carado como uma luta pelo segundo lugar no Grupo

ANÚNCIO

[ Processo N.º 01/CDH-DAG/2011 ]

É por esta via notificado o Sr. CHENG KENG WAN, proprietário da fracção N do 3º andar do Bloco II do Edifício Pak Lei San Chun, no uso das competências delegadas no nº 11 do Despacho nº 15/IH/2010, publicado no Boletim Oficial da RAEM nº 14, II Série, de 7 de Abril de 2010, e nos termos do nº 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, do seguinte:

Conforme as averiguações feitas por este Instituto, verificou-se que foram construídas as armações fixas metálicas ilegalmente nas paredes exteriores pelo proprietário da fracção N do 3º andar do Bloco II do Edifício Pak Lei San Chun, com prova em fotografias.

Este Instituto notificou, através do Oficio nº 1103040071/DAJ, em 8 de Março de 2011, e dos anúncio e edital de 18 de Maio de 2011, nos termos do nº 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, o interessado acima mencionado que devia ter apresentado, por escrito, as suas contestações, no prazo de dez dias, para justificar a construção ilegal das armações fixas metálicas nas paredes exteriores da fracção, mas este não as apresentou, no prazo indicado, o acto referido constitui uma infracção, nos termos da alínea g) do nº 2 do artigo 16º do Decreto-Lei nº 41/95/M. De acordo com as competências delegadas na alínea 5º do nº 1 do Despacho nº 15/IH/2010 e o Despacho de Vice-Presidente do Instituto de Habitação nº 30/IH/2011, de 19 de Julho de 2011, foi decidida a aplicação de uma multa de mil patacas (MOP 1 000,00).

Pelo que, deve dirigir-se ao Instituto de Habitação, sito na Travessa Norte do Patane, nº 102, Ilha Verde, Macau, para pagar a respectiva multa, no prazo de dez dias, a contar da data de publicação do presente anúncio, sob pena de a mesma ser executada coercivamente em processo civil.

Mais se informa que está obrigado a repor a situação original, no prazo de trinta dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Se o não fizer, a multa diária é de mil patacas (MOP 1 000,00), até ser reposta a situação original, nos termos do nº 3 do artigo 18º do mesmo decreto-lei.

De acordo com o nº 17 do Despacho nº 15/IH/2010 e o artigo 155º do Código do Procedimento Administrativo, pode interpor recurso hierárquico necessário, ao Presidente do Instituto de Habitação, no prazo de trinta dias, a contar da data de publicação do presente anúncio, tendo este efeito suspensivo.

Aos 12 de Setembro de 2011.

Pela Vice-Presidente, Iam Lei Leng

Chefe de Divisão de Assuntos Jurídicos

Instituto de Habitação

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 247/2011

(Solicitação de Comparência do Trabalhador)

Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugadas com o artigo 58.° e n.º 2 do artigo 72.° do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se a não residente Srª. NGuyêN THI THòI, ex-trabalhadora autorizada a prestar trabalho para o Sr. Fu CHI LEI, para no prazo de 10 (dez) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à da publicação dos presentes éditos, comparecer no Departamento de Inspecção do Trabalho, sito na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício Advance Plaza, 1.º andar, Macau, a fim de prestar declarações no process n.º 8394/2010, proveniente de queixas apresentada nestes Serviços em 15/11/2010 e relativamente às matérias de indemnização rescisória, aviso prévio, custas de repartriamento e salários.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais - Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 9 de Setembro de 2011.

O Chefe do Departamento,Raimundo Vizeu Bento

D, apesar de Fiji também ter uma palavra a dizer no tema.

Em Dunedin, apesar de ter conseguido uma vi-tória por números claros, a Inglaterra, que somou o segundo triunfo, voltou a revelar uma grande indis-ciplina no jogo com a Geórgia.

Depois de na semana passada ter ganho por 13-9 à Argentina, um dos seus principais adversários no gru-po, o conjunto da Rosa ficou com um pé nos quartos de final, e bem colocada para vencer o seu agrupamento

da primeira fase, se no próximo sábado derrotar a Ro-ménia.

Frente à Geórgia, a Inglaterra concedeu 14 pena-lidades, 11 das quais antes do intervalo – tantas como em todo o jogo com a Argentina -, e um seu jogador voltou a ver o cartão amarelo: agora foi Hartley, de-pois de Cole também ter sido advertido frente aos “Pumas”.

“Complicámos o jogo ao oferecer tantas penali-dades e cometer erros nas ‘mêlées’ abertas”, lamen-tou o capitão Lewis Moody, regressado após lesão. “Devíamos ter sido mais inteligentes”, acrescentou, admitindo que os ingleses não se adaptaram à arbi-tragem do sul-africano Jonathan Kaplan.

No Estádio McLean Park, em Napier, a França deu também um passo importante rumo aos quartos de final, ao conseguir uma segunda vitória frente ao Canadá, conseguindo nos últimos segundos o ponto de bónus atacante para igualar a Nova Zelândia no comando do Grupo A, com 10 pontos.

Após terem ganho dificilmente ao Japão por 47-21, os franceses não convenceram particularmente perante o Canadá, mas devem garantir os “quartos” se ganharem um dos dois últimos jogos do agrupa-mento, no próximo sábado frente aos temíveis anfitri-ões “All Blacks”, em Auckland, ou em 01 de outubro contra Tonga, em Wellington.

O seu ponto de bónus no jogo de ontem foi con-seguido “in extremis” graças a um ensaio de Vincent Clerc, que marcou três na partida, e aos 23 pontos convertidos pelo seu rematador, Morgan Parra.

O britânico Manu Tuilagi arranca para um ensaio frente à Geórgia

Page 13: JTM 19-09-2011

jornAL tribunA de MAcAu segunda-feira, 19 de setembro de 2011 pág 13

PACHECO GANHA E VINGADA EMPATA. o beijing guoan, treinado por Jaime Pacheco, ganhou fora ao shenzhen por 3-0 na 24.ª jornada da superliga chinesa de futebol, enquanto o Dalian, orientado por Nelo vingada, foi a shandong empatar 0-0. deSPoRTo

MANUEL DA COSTA ILIBADO DE ATAqUE SExUAL. o central português manuel da costa, ex- West Ham foi ilibado de ataque sexual a uma mulher, em 2010, mas condenado a pagar uma multa e indemnização por agressão física, em londres.

PREmIER LEAGUE

Manchester United descola da concorrênciaO Manchester United bateu o Chelsea por 3-1 e descolou da concorrência mais directa (o Manchester City) que empatou no terreno do Fulham. Arsenal e Liverpool voltam a perder

No primeiro encontro “a doer” sob o comando de André Vi-las Boas, o Chelsea foi batido

sem apelo nem agravo por um United muito superior, que teve uma primeira parte de sonho, de que resultaram três golos e uma avalanche de ataques.

O Chelsea também teve uma hi-pótese, mas a desinspiração de Torres continuou, tendo mesmo conseguido falhar uma bola de baliza aberta que provocou o espanto de todos. Logo no início do segundo tempo, Torres mar-cou o golo de honra, mas a verdade é que o United poderia ter marcado mais. Rooney desperdiçou um penalty, e Petr Cech viu duas bolas baterem na trave e ferros da sua baliza.

Com altos e baixos, foi evidente a superioridade da equipa de Alex Fer-guson enquanto o Chelsea parece lon-ge de poder atacar o lugar cimeiro da Premier League.

City empata. Cerca de uma hora antes, o Manchester City atrasava-se ao perder dois pontos em Londres no ter-reno do Fulham. Curiosamente, o City chegou aos 2-0 com golos de Aguerro e tudo parecia bem encaminhado. Porém uma segunda parte muito forte dos londrinos, que continuam no último lugar da tabela, fez inverter o resulta-do que compromete os comandados de Roberto Mancini.

Também em Londres, em White Hart Lane, o Liverpool sofreu mais uma humilhação, em mais um jogo para esquecer. O Tottenham que não

fez um jogo por aí além, destroçou um Liverpool que acabou com nove homens devido a expulsões correctas de Charlie Adam e Martin Skretel. O espectacular golo de Modric, logo no início da partida determinou a topada do jogo que foi sempre de superiori-dade dos Spurs. No Liverpool apenas foi notória a falta de qualidade da maioria do seu onze, com uma defesa muito permeável em que Pepe Reina foi mais vítima do que culpado. Nos últimos 30 minutos e a jogarem contra 10, Jermaine Defoe e Emmanuel Ade-bayor encarregaram-se de torturar a frágil defesa do Liverpool e a goleada foi construída com uma naturalidade assustadora.

O Sunderland goleou o Stoke City por 4-0, um resultado volumoso que não se esperava dada a boa carreira do Stoke.

Arsenal afunda-se. O Arsenal manteve-se em queda abrupta na Liga inglesa de futebol, ao sofrer, na visita

ao Blackburn Rovers (4-3), a terceira derrota em cinco jogos na competição. Uma semana depois de vencer, sem convencer, pela primeira vez no cam-peonato, face ao recém-promovido Swansea (1-0), os “gunners” voltaram a cair, agora frente a uma equipa que partia para a quinta jornada com a “lanterna vermelha”.

Nos cinco jogos que já disputou, a formação orientada pelo francês Arse-ne Wenger só não sofreu golos em dois, na estreia com o Newcastle (0-0) e na receção ao Swansea.

No total das três derrotas já sofri-das, duas delas frente a dois candida-tos - Liverpool (0-2) e o campeão Man-chester United (2-8) -, o Arsenal já leva 14 golos sofridos, contra apenas cinco marcados.

Quando tudo apontava que o compromisso de hoje poderia servir para inverter este reta inicial negra dos londrinos, até pelo passado recente do Blackburn, que lutou até ao fim na épo-

ca passada para se manter no primeiro escalão, o Arsenal agravou um dos pio-res arranques da sua história.

Os “gunners”, que até arriscam encerrar esta jornada na zona vermelha da despromoção, começaram melhor e inauguraram o marcador logo aos 10 minutos, com um golo do marfinense Gervinho.

Depois de, aos 25 minutos, o nige-riano Yakubu ter reposto a igualdade, um pouco contra a “corrente do jogo”, o espanhol Mikel Arteta voltou a reco-locar os londrinos na frente do marca-dor, a 11 minutos do intervalo.

Na segunda parte, cinco minu-tos após o reatamento, um autogolo do camaronês Alexandre Song voltou a empatar o resultado e a relançar o pesadelo do Arsenal, que ficaria pela primeira vez atrás do resultado de-pois de novo golo de Yakubu, aos 59 minutos.

O francês Laurent Koscielny, à en-trada dos últimos 20 minutos, voltou a “trair” o guarda-redes polaco Wojcie-ch Szczesny e a colocar o Blackburn a vencer por 4-2, numa altura em que o ex-sportinguista Vukcevic (entrou aos 65 minutos) já alinhava pelos anfitri-ões.

Apesar do fôlego final dos lon-drinos, que ainda reduziram a cinco minutos do fim, por intermédio do marroquino Chamakh, o Blackburn conseguiu segurar a vantagem e somar a primeira vitória no campeonato, de-pois de ter perdido nas três primeiras jornadas.

Nos outros encontros de sábado, o Aston Villa e o Newcastle empata-ram a uma bola, o Bolton perdeu em casa com o Norwich (1-2), o Swansea bateu o West Bromwich (3-0) e o Wol-verhampton deixou-se bater em casa pelo Queens Park Ramnger também por três bolas sem resposta.

LIGA ESPANhoLA

Barcelona esmagou osasunaUm Messi esplendoroso, com um “hat-trick” e duas assistências para golo numa noite mágica no Camp Nou esmagou o Osasuna

Os rumores de crise instalada no Barcelona foram precipitados e exagerados. Depois de dois empates seguidos, e com o seu quê de

surpreendente, os catalães sopraram os maus augú-rios para longe e pelo meio aplicaram uma lição de futebol total ao Osasuna: 8-0.

O Camp Nou voltou a refulgir, Pep Guardiola a sorrir, Leo Messi a encantar. O argentino, só à sua conta, marcou três golos e ofereceu dois.

Tudo genialmente natural. Aos cinco minutos inaugurou o marcador após passe de Dani Alves, em cima do intervalo combinou com Cesc Fabregas para o quinto golo e aos 78 minutos entrou pela área do pobre Osasuna adentro e fez o que queria. 8-0.

Foi o melhor em campo? Provavelmente sim. Cesc Fabregas também fez um jogo enorme, David Villa apontou dois golos, o resto da equipa esteve ir-repreensível, mas a Pulguita esteve mágica. Durante grande parte do jogo, imagine-se, a posse de bola do Barça chegou aos 85%. Uma característica muito pró-pria dos blaugrana, levada ao esplendor máximo em noites como a deste sábado.

O Osasuna, arrasado do princípio ao fim, teve um golo anulado no segundo tempo e pouco mais. Sai de Barcelona com uma imagem muito triste.

Sevilha ao lado. Frédéric Kanouté deu a vitória ao Sevilha na recepção à Real Sociedad, resultado que deixou o Sevilha ombro a ombro com o Barcelona na classificação geral.

Frente a uma Real Sociedad muito bem organi-zada e inteligente no contra-ataque, o Sevilha teve duas boas ocasiões na primeira parte, mas Jesus Na-vas e Medel não conseguiram ultrapassar o inspirado Bravo, guarda-redes dos bascos.

Na segunda metade, o tal golo de Kanouté sosse-gou os andaluzes que, até ao final, continuaram a ser a formação mais perigosa. A melhor oportunidade surgiu num bom entendimento entre Armenteros e Manu, bem resolvido por Bravo.

Outros resultados: Granada-Villarreal, 1-0; Maiorca-Málaga, 0-1 e Sp. Gijón-Valência, 0-1.

Na última madrugada de Macau jogavam-se o Getafe-Rayo Vallecano; Saragoça-Espanhol; At. Ma-drid-Racing Santander; Levante-Real Madrid e At. Bilbao-Bétis de Sevilha.

Page 14: JTM 19-09-2011

pág 14 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

acTUalFORTE SISMO NA ÍNDIA. o nordeste da Índia foi atingido ontem por um sismo de magnitude 6,8 na escala de richter, anunciaram os institutos de geofísica europeu e norte-americano. À hora do fecho desta edição, desconhecia-se se o abalo causou vítimas ou danos.

BLAIR VISITOU KADHAFI APÓS DEIxAR O PODER. o ex-Primeiro-ministro britânico tony blair visitou muammar Kadhafi, após ter abandonado o poder, segundo o “sunday telegraph”. blair, que deixou o cargo em Junho de 2007, visitou a líbia em Junho de 2008 e abril de 2009, usando um avião disponibilizado pelo regime líbio a partir da serra leoa, revelou o jornal, citando documentos descobertos após queda do líder líbio.

Avenida da Praia Grande, Nº 665, Edifício Great Will, 2º Andar A

ICQ dental team is a group of dental specialists with internationally recognized qualifications.

We provide all range of dental services:− Oral examination and radiology investigation− Restorative and Cosmetic Dentistry− Children Dentistry− Orthodontic Treatment− Oral and Dental implant Surgery– Endodontic Treatment− Periodontal Treatment− Emergency Treatment

We are committed to deliver high quality dental services with personalized care. We ensure the highest level of infection control.

Consultation by appointment:Website:www.icqoral.com

Tel: 28373266 Fax: 28356483 Email: [email protected]

Mon to Sat: 10:30am - 7:30pm Sun: 10:30am - 2:00pm

Tue and public holidays: closed

CanadianHealth Clinic

Services General Practice, Chiropractic,

Physical & Rehabilitation Therapy, Custom Orthotics, Aromatherapy

For Appointment

Av. Almeida Ribeiro, Nº 99, Edifício Comercial Nam Wah, 6º andar, Sala 608, Macau

Monday to Friday: 9:30 am - 1:00 pm / 2:30 pm - 6:30 pm Saturday: 9:30 am - 2:00 pm

Tel: 28335035 Fax: 28335036

ChiROPak School bag- Anatomically Designed

[ O ] SHAPE

[ X ] SHAPE

ANGELINA MARIA LEONGaGRaDECiMENTO E MISSA DO 7º DIA

A família de Angelina Maria Leong vem, por este meio, sinceramente

agradecer as manifestações de condolência pelo falecimento deste seu

ente querido, ocorrido no dia 14 de Setembro.

Informa ainda que a missa de sétimo dia será celebrada amanhã, dia 20 de

Setembro, pelas 08 horas, na Igreja da Sé Catedral.

NEGocIAdoRES VÃo REUNIR-SE Em PEQUIm

coreias discutem “dossier” nuclearResponsáveis de Seul e Pyongyang vão reunir-se esta semana, em Pequim, tendo em vista o eventual restabelecimento das negociações a seis sobre a desnuclearização da península coreana

Negociadores das duas Coreias vão realizar um encontro na próxima quarta-feira em Pequim, durante o qual poderão ser acer-

tadas as condições para o reatamento do diálogo a seis sobre o dossier nuclear, avançou ontem a agência sul-coreana Yonhap.

“Na próxima reunião, serão discutidos temas mais amplos como já foi feito na Indonésia, para criar as condições que permitam o reatamento das conversações entre as seis partes”, informou uma fonte da diplomacia sul-coreana à Yonhap.

O objectivo do encontro entre o representante da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, e o responsável sul-coreano, Wi Sung-lac, deverá ser o de “asse-gurar as medidas preventivas para a desnucleari-zação”, acrescentou o diplomata sul-coreano.

No final de Julho, os dois negociadores reu-niram-se na Indonésia pela primeira vez em mais de dois anos, o que representou um primeiro pas-so para o possível reinício das conversas multila-terais, nas quais participam também China, Esta-dos Unidos, Japão e Rússia, e que permanecem estagnadas desde o final de 2008.

No entanto, o diplomata sul-coreano an-

tecipou que será complicado “obter resultados numa ou duas rondas de conversações sobre a desnuclearização”, já que nas reuniões anteriores Pyongyang “não expressou a sua posição sobre as condições”.

Depois do encontro realizado na Indonésia, a Coreia do Norte reuniu-se com os EUA e reiterou a sua disposição para negociar. Já no final de Agosto foi o próprio líder norte-coreano, Kim Jong-il, que manifestou a possibilidade de interromper o pro-grama nuclear de Pyongyang, durante uma cúpu-la com o Presidente russo, Dmitri Medvedev.

Em Novembro do ano passado, a Coreia do Norte revelou a existência de uma infra-estrutura uitlizada para o enriquecimento de urânio que, segundo Pyongyang, é voltada ao desenvolvi-mento de energia, enquanto os especialistas con-sideram que o seu objectivo é a produção de ar-mas nucleares.

Tanto a Coreia do Sul como os EUA solicita-ram à Coreia do Norte que anuncie oficialmente uma moratória e demonstre o seu compromisso de abandonar o programa nuclear como condição para poderem retomar as negociações multilaterais.

Programa laboral treina gueixasA cidade japonesa de Shimoda investiu 68 mil dólares americanos num projecto de formação de gueixas que visa defender a tradição e impulsionar o sector turístico

Um pequeno “resort” no leste do Japão planeia recrutar três

mulheres para se tornarem gueixas, numa tentativa de preservar a tradição e im-pulsionar o turismo, afirmou uma autoridade local.

A cidade de Shimoda, 130 km a sudoeste de Tó-quio, investiu 5,23 milhões de ienes (68 mil dólares) num projecto de formação de gueixas com a duração de seis meses, utilizando sub-sídios nacionais disponíveis para programas de emprego, afirmou um porta-voz da ci-dade à agência AFP.

Delegações das Coreias encontraram-se na Indonésia em Julho

As mulheres receberão um salário diário de cerca de 6.200 ienes (80 dólares) e deverão trabalhar cinco dias por semana durante seis me-ses até Março, explicou.

“Após a conclusão do programa, elas apresentarão a sua arte” num festival local que celebrará a vida de uma gueixa do século 19, adian-tou a mesma fonte.

Apesar da sua imagem no Ocidente ser normal-mente associada à prostitui-ção, as gueixas são, de facto, mulheres muito habilidosas que dançam, tocam instru-mentos musicais e entretêm os seus clientes com jogos e conversas.

A procura por gueixas tem caído muito nos últi-mos anos no Japão, mas a sua presença em vários eventos turísticos agradam aos visitantes, afirmou o porta-voz. Há três décadas, Shimoda possuía 200 guei-xas activas, enquanto que actualmente há apenas cinco a trabalharem num sistema quase de “part-time”, escla-receu o porta-voz. E elas são as únicas pessoas que apren-deram as danças e músicas locais, bens culturais que a cidade quer preservar.

Page 15: JTM 19-09-2011

o mUNdNoS “mEdIA”

PoRtUGAL

PoRtUGAL

PoRtUGAL

FILIPINAS

EUA

tAILÂNdIA

PROTESTO NA CHINA CONTRA POLUIÇÃO INDUSTRIAL. mais de 500 habitantes de Haining, na província de Zhejiang, concentraram-se frente à empresa Zhejiang Jinko solar para protestar contra a alegada poluição produzida pela fábrica de painéis solares. alguns manifestantes invadiram a empresa e causaram estragos em veículos da companhia e da polícia. o governo disse que pediu à fábrica para suspender a produção.

jornAL tribunA de MAcAu segunda-feira, 19 de setembro de 2011 pág 15

acTUal

Jardim diz não temer PGR o presidente do governo regional da madeira, alberto João Jardim, disse ontem que não está preocupado com o anúncio da Procuradoria-geral da república (Pgr) de que vai analisar o caso da omissão da dívida na região autónoma. “eu estou é preocupado que haja gente tão pouco inteligente e tão pouco patriota no país como essa gente que faz essas críticas”, disse alberto João Jardim à margem da inauguração de uma estrada em são vicente. referindo-se à Pgr, o líder do governo regional referiu: “esses são meus amigos do peito que aparecem sempre no meio do filme”. “Não vou dormir esta noite por causa disso”, ironizou. alberto João Jardim pediu ainda a intervenção do Presidente da república, aníbal cavaco silva, neste assunto. “Penso que o senhor Presidente da república está na altura de intervir para evitar que entidades do estado estejam a intervir nas eleições da madeira”, disse, lembrando que já fez este alerta ao chefe de estado numa carta que lhe enviou há três meses. a decisão da Pgr surge depois do instituto Nacional de estatística e do banco de Portugal terem divulgado na sexta-feira um comunicado no qual dão conta de encargos financeiros assumidos pela madeira que não foram nem pagos nem reportados.

Madeira refuta despesismoA Presidência do Governo Regional divulgou ontem uma série de “números sobre a Madeira” que fazem a comparação entre a realidade no arquipélago em 1976 e 2011 para contrariar as acusações de despesismo e esbanjamento de dinheiros públicas

Num extenso documen-to enviado à agência Lusa, intitulado “a Ma-

deira que fizemos”, o gabinete do líder regional, Alberto João Jardim, enuncia os investimen-tos e as mudanças estruturais alcançadas neste arquipélago nos últimos 35 anos.

Segundo a mesma fonte “o Governo da República não fez qualquer obra na Madeira nos últimos 35 anos, desde que foi implementada a autonomia nesta Região”. A construção de escolas, estradas, habitação so-cial, portos, aeroportos, hotéis e os acréscimos de vários indi-cadores económicos são enun-ciados nesta nota.

Começa por destacar, no sector da educação, a constru-ção de várias escolas nos diver-sos graus, sobretudo no ensino superior, que era inexistente em 1978, sendo que agora 3.574 alunos frequentam quatro es-tabelecimentos nesta área. A

mesma informação menciona que naquele ano existiam ape-nas cinco estabelecimento de ensino e hoje o número ascen-de a 178, tendo passado de 505 para 7.960 o número de alunos que o frequentam nesta região.

No que diz respeito à ha-bitação, a nota do Governo ma-deirense salienta que o número das famílias beneficiárias de intervenção do Executivo em 1976 passou de 148 para 14.792.

Outro indicador mencio-nado é a taxa de inflação, que diminuiu de 23% (1978) para 2,0%, enquanto o salário médio regional aumentou de 457,7 euros (1983) para 1.013,57 eu-ros e a média dos que recebem o salário mínimo retrocedeu de

7,6% (1991) para 5,6%.Realça também que a ex-

tensão da rede de estradas da Madeira, que era de 371 qui-lómetros, cobre hoje mais de 674 quilómetros, tendo sido construída uma via rápida e expresso, estando ainda em construção 32,30 quilómetros.

O aumento da extensão das pistas dos aeroportos da Madeira e Porto Santo, a cons-trução de mais cinco portos e terminais marítimos e diversas infra-estruturas desportivas e sociais, entre os quais lares de acolhimento para jovens, cen-tros de dia e residências para idosos, existindo apenas três contra os 24 que hoje apoiam esta faixa etária da população

são outros factores referidos.Em termos económicos, a

presidência do Governo Regional diz que o volume de negócios na actividade comercial era 37.000 milhares de euros, sendo no pre-sente de 3.058.725 milhares.

Outros indicadores apon-tados são o consumo de ener-gia eléctrica, que subiu de 96,4 Gigawatt para 891 Gwh, as vendas de cimento, que pas-saram de 82.828 para 251.745 toneladas. Refere ainda os es-tabelecimentos hoteleiros, que aumentaram de 90 para 197, o que aumentou a capacida-de de alojamento de 11.314 camas para 28.530 e permitiu que o mais importante sector económico regional registasse um crescimento de receitas de 7,5 milhões de euros para mais cerca de 227 milhões.

Adianta que o Produto Interno Bruto Regional, que em 1990 era de 966 milhões de euros é agora de 5.280 mi-lhões de euros, enquanto o PIB por pessoa (per capita) que era 3.800 euros em 1990 passou para 21.392 euros, salientando que alterou dos 69% em rela-ção à media nacional nesse ano para 132% e de 41% para 97% em comparação com os níveis da União Europeia. Menciona também que as receitas regio-nais aumentaram de 14.756 mil euros para 1.201.411 mil euros nestes últimos 33 anos.

obama quer subir imposto cobrado aos mais ricosO Presidente americano Barack Obama está a preparar um novo imposto para os ricos, no âmbito do seu plano de estímulo económico

Barack Obama vai propor hoje um au-mento do imposto cobrado aos mais ricos, exigindo que eles paguem pelo

menos a mesma percentagem dos ganhos dos contribuintes da classe média, infor-mou o “New York Times”.

O plano faz parte dos esforços do Pre-sidente para reduzir o desemprego, que atinge 9,1 por cento da população econo-micamente activa, e restabelecer a confian-ça na sua liderança económica.

Citando funcionários governamen-tais, o jornal revela que Barack Obama

baptizará o seu plano, que será apre-sentado durante um discurso na Casa Branca, de “Buffet Rule”, em referência ao multimilionário Warren Buffet, que disse recentemente que os mais ricos cos-tumam pagar em impostos federais uma proporção menor dos seus rendimentos em comparação com os trabalhadores da classe média.

Segundo o jornal, Obama não dará detalhes sobre a taxa que pretende usar sobre os rendimentos dos mais ricos, nem sobre quanto pensa em arrecadar com a

medida, que será anunciada como parte de um programa global de redução do dé-fice orçamental.

Um comité especial misto do Con-gresso trabalha para conseguir um acordo entre democratas e republicanos em tor-no do orçamento federal, que deveria ser apresentado no fim de Novembro.

O imposto sobre os mais ricos deve-rá afectar 0,3 por cento dos contribuintes, ou menos de 450 mil dos 144 milhões re-gistados em 2010, segundo o “New York Times”.

Page 16: JTM 19-09-2011

pág 16 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

(...) “O escândalo que rebentou com o saco negro das dívidas da Madeira não passa de um ruído que os madeirenses atirarão para trás das costas, entregando a Alberto João Jardim nova maioria absoluta nas próximas eleições” (...)

Francisco Moita Flores in “Correio da Manhã”

dit

ooPINIão

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 19/09/1991

Há 20 anos

OBRAS VÃO AVANÇAR NA ROTUNDA FERREIRA DO AMARAL

Os Serviços de Obras Públicas de Macau vão lançar, no final deste mês, um concurso público para as obras de remodelação da rotunda e Praça Ferreira do Amaral na baixa da cidade, soube a agência Lusa de fonte oficial. O projecto de remodelação, aprovado em Novembro de 1990, prevê a remoção da estátua do governador Ferreira do Amaral assassinado na colónia há 141 anos – no âmbito de obras da nova praça, definida por uma elipse com eixo de 120 e 80 metros. Sob a praça será construído um parque com capacidade para 280 veículos ligeiros, servindo a face exterior da laje de cobertura para arranjo paisagístico, compreendendo, designadamente, um espelho de água, uma fonte com jogos de água e luz, um pequeno estabelecimento de vendas, uma zona ajardinada e uma colunata evocativa. Os trabalhos de remodelação do local, definido como “sítio protegido”, deveriam ter-se iniciado em Janeiro deste ano, mas, na sequência da demissão do governador Carlos Melancia o projecto foi congelado. O calendário definido pelos Serviços de Obras Públicas prevê a adjudicação das obras em Novembro e o arranque dos trabalhos no inicio de Dezembro, com conclusão prevista no prazo de dez meses. Os trabalhos de remoção e desvio de condutas de água e cabos ópticos estiveram suspensos até, Junho último, devido à construção na zona adjacente da nova sede do Banco da China, tendo entretanto sido retomados, bem como as obras de desvio de colector e drenagem. O orçamento dos trabalhos de remodelação, envolvendo passagens inferiores e rampas de acesso de peões a partir dos passeios envolventes fronteiros ao Hotel Lisboa. Banco da China e Avenida Dr. Mário Soares, rondava em meados do ano passado os 19 milhões de patacas. Uma comissão, envolvendo, designadamente representantes dos Serviços de Obras Públicas e do Instituto Cultural de Macau, reunirá em data a determinar, para decidir o destino da estátua de Ferreira do Amaral. Fontes ligadas ao projecto disseram à agência Lusa desconhecer qual o destino que as Autoridades portuguesas pretendem dar à estátua, afirmando ainda ignorar que procedimentos serão eventualmente adoptados para a remoção do monumento.

FalaR de NóS Jorge A. H. Rangel*

os marinheiros na história de Macau

“Poder-se-á afirmar que, em todos os domínios, a Marinha esteve sempre ligada aos factos mais relevantes da história de Macau nos

últimos dois séculos...”

Esta já longa série de crónicas e artigos consagrados a Macau e à comunidade macaense ficaria irremediavel-

mente incompleta sem as referências que fizemos à presença da Marinha Portuguesa neste território. Para isso, foram da maior utilidade os textos que seleccionámos de obras dos Comandantes José Ferreira dos Santos (“Navios da Arma-da Portuguesa na Grande Guerra”) e Adelino Rodrigues da Costa (“Dicionário de Navios & Relação de Efemérides” e “A Marinha Portuguesa em Macau — Uma relação muito singular”).

Pela qualidade e poder de síntese, traduzindo uma sen-tida e justíssima homenagem aos marinheiros que serviram Portugal em Macau e muito deram a este território, quise-mos também enriquecer a série com a inclusão deste exce-lente texto que faz parte da introdução ao livro “A Marinha Portuguesa em Macau — Uma relação muito singular” (Ca-pitania dos Portos de Macau, 1999), que é, hoje, uma obra de referência em qualquer biblioteca dedicada a Macau ou à presença de Portugal no Oriente:

Os marinheiros em Macau “A presença dos Marinheiros portugueses na região de Ma-

cau coincide com a chegada das naus portuguesas às costas da China e com a própria fundação da cidade em meados do século XVI, nascida da necessidade de encontrarem um entreposto seguro para negociar na região de Cantão e para apoiar a rede marítimo-mercantil que tinham estabelecido entre a Índia, Malaca, a China e o Japão.

Porém, ao longo dos séculos XVI e XVII as Marinhas eram ao mesmo tempo comerciantes e militares e os navios tanto serviam para as funções de comércio como para as de guerra, conforme as cir-cunstâncias, e o pessoal servia indistintamente na terra ou no mar.

Só em 1736 o Estado Português procedeu à reorganização dos serviços do Reino, criando a Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos, mas a efectiva reorganização da Marinha só veio a acontecer a partir de 1770.

A partir de então, foram criadas corporações de oficiais des-tinadas ao serviço naval, estabeleceram-se padrões de organização e disciplina, regulou-se a constituição das guarnições, criaram-se serviços de apoio administrativo e oficinal, além de diversas insti-tuições destinadas ao ensino militar-naval.

Alguns acontecimentos ocorridos na primeira metade do século XIX, designadamente as guerras napoleónicas, o processo que conduziu à independência do Brasil e a guerra civil em Portu-gal, mantiveram a Marinha Portuguesa essencialmente activa no Atlântico mas, em meados do século, as viagens e as permanências no Oriente tornaram-se regulares, sobretudo na região de Macau.

Depois, inclusive porque o poder central instalado em Lisboa procurava assumir algum controlo sobre o território, a influência da sua regular presença repercutiu-se em todas as áreas de activi-dade, designadamente no sector militar e na administração pública, mas também em áreas como a hidrografia, a meteorologia, a faro-lagem, o ensino náutico e muitas outras, tendo muitos oficiais de Marinha desempenhado funções no Governo e na administração pública de Macau.

Algumas das mais emblemáticas infraestruturas do território, desde as mais antigas até àquelas que as modernas tecnologias e as novas conjunturas permitiram concretizar, resultaram da iniciati-va ou tiveram colaboração empenhada de Marinheiros.

Da mesma forma, integrados na chamada Estação Naval de Macau ou sem assumir um carácter permanente, a Marinha mante-ve alguns dos seus navios baseados em Macau, essencialmente como factor de representação e de presença naval simbólica, nomeadamen-te em períodos de maior instabilidade nos territórios vizinhos.

Esses períodos incluíam, frequentemente, estadias periódicas dos navios em Timor e viagens de natureza logística a Hong Kong e, ocasionalmente, algumas missões ao Japão, Sião, Filipinas, Sin-gapura e Indonésia.

Fundeados na Ilha da Taipa ou amarrados à bóia no Porto In-terior, com a atenção sempre em cima da ameaça de tufões, a presen-ça de navios de guerra nas águas de Macau traduzia-se num factor

de confiança para a população macaense, quebrava a sua sensação de isolamento, animava o quotidiano do território e trazia algum acréscimo de dinamismo ao comércio local.

Nesse tempo, a dimensão e a densidade populacional de Ma-cau facilitavam um rápido relacionamento das guarnições com a população residente, quer macaense, quer mesmo da comunidade chinesa.

Poder-se-á afirmar que, em todos os domínios, a Marinha es-teve sempre ligada aos factos mais relevantes da história de Macau nos últimos dois séculos, desde os tempos de ameaça da pirataria, das guerras do ópio e das guerras civis chinesas deste século, até à II Guerra Mundial, à abertura da China às potências estrangeiras e à emigração dos ‘boat-people’ do Vietname, nos tempos mais re-centes.

Os seus navios e os seus Marinheiros representaram Portu-gal e Macau nos países e portos da região, mantiveram-se neutrais perante os conflitos regionais, foram um ponto de apoio para a co-munidade macaense, partilharam dificuldades e participaram nas suas festividades, mas também tiveram uma acção humanitária de relevo, na protecção de populações, na recolha de náufragos e na assistência a desalojados.

As guarnições eram facilmente reconhecidas pela sua postura e correcção, estabeleciam relações de amizade e de convívio com a comunidade local, integravam-se frequentemente nas suas iniciati-vas e assimilavam novos factores culturais.

Frequentemente isolado do mundo, o território de Macau pas-sou por períodos de prosperidade e de dificuldade, mas encontrou sempre o apoio da Marinha e dos Marinheiros, muitos dos quais lhe ofereceram capacidades, entusiasmo e dedicação, quando não a própria vida.

Os moradores de Macau souberam sempre receber e conviver com a Marinha Portuguesa, não deixando de lhe testemunhar fre-quentemente o seu apreço e admiração. Por outro lado, também os Marinheiros souberam respeitar as tradições e as culturas presentes em Macau, dando algum contributo para o progresso, partilhando sacrifícios e generosidades, afeiçoando-se à terra e às gentes, ligan-do-se a elas pelo convívio social e, frequentemente, pelo casamento.

Na actual realidade do território, marcado por um ritmo de desenvolvimento extremamente rápido em todos os domínios e pelo fim da sua absoluta dependência do mar, o território de Macau é uma memória que, neste final de milénio, permanece no coração da Marinha Portuguesa.”

Não era fácil fazer melhor síntese do que foi esta pre-sença altamente meritória e do que foram os serviços pres-tados pelos briosos marinheiros de Portugal no Oriente Ex-tremo. O seu legado é ainda visível na Capitania dos Portos, na Escola de Pilotagem, na Escola Superior das Forças de Segurança e no Museu Marítimo de Macau, bem como na legislação, nas práticas introduzidas no funcionamento de instituições locais, na formação que foi feita, nos estudos téc-nicos e científicos que realizaram e no exemplo e memória que deixaram.

Para além das responsabilidades específicas, inerentes à sua condição militar, muitos oficiais da Armada desem-penharam altos cargos no território, tendo mais de 20 sido Governadores de Macau de meados do século XIX até ao fim da Administração Portuguesa: João Maria Ferreira do Ama-ral (1846 a 1849), Pedro Alexandrino da Cunha (1850), Fran-cisco António Gonçalves Cardoso (1851), Isidoro Francisco Guimarães (1851 a 1863), José Rodrigues Coelho do Amaral (1863 a 1866), António Sérgio de Sousa (1868 a 1872), Januário Correia de Almeida (1872 a 1874), Carlos Eugénio Correia da Silva (1876 a 1879), Francisco Teixeira da Silva (1889 a 1890), Custódio Miguel de Borja (1890 a 1894), Martinho Pinto de Queirós Montenegro (1904 a 1907), Pedro de Azevedo Cou-tinho (1907 a 1908), Álvaro de Melo Machado (1910 a 1912), José Carlos da Maia (1914 a 1916), Henrique Monteiro Correia da Silva (1919 a 1922), Joaquim Anselmo da Mata Oliveira (1931 a 1932), Gabriel Maurício Teixeira (1940 a 1947), Albano Rodrigues de Oliveira (1947 a 1951), Joaquim Marques Es-parteiro (1951 a 1957), Pedro Correia de Barros (1957 a 1959) e Vasco Fernando Leote de Almeida e Costa (1981 a 1986).

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço às 2.as feiras.

(...) “A Marinha esteve sempre ligada aos factos mais relevantes da história de Macau nos últimos dois séculos, desde os tempos de ameaça da pirataria, das guerras do ópio e das guerras civis chinesas deste século, até à II Guerra Mundial, à abertura da China às potências estrangeiras e à emigração dos ‘boat-people’ do Vietname, nos tempos mais recentes” (...) - Adelino Rodrigues da Costa, citado por Jorge Rangel

Page 17: JTM 19-09-2011

jornAL tribunA de MAcAu segunda-feira, 19 de setembro de 2011 pág 17

oPINIão(...) “A Região Autónoma da Madeira é agora uma pequena Grécia que mina os esforços do Governo da República para conquistar a confiança dos credores internacionais à custa de sacrifícios já impostos à generalidade dos cidadãos” – João Marcelino

(...) “Vivo neste mundo e já não espero que escolham outro para presidir aos destinos da Madeira, mas estou com o CDS: retirem-lhe a maioria e obriguem-no a governar em democracia. Jardim que mostre o que vale governando com regras” (...) – Paulo Baldaia

1. Alberto João Jardim já não é só um problema partidário (para o PSD) ou um caso, às vezes ca-

ricato, da política caseira. A partir da nota de sexta-feira do Instituto Nacional de Estatística e do Banco de Portugal, tornou-se num problema nacional.

A Região Autónoma da Madeira é agora uma pequena Grécia que mina os esforços do Governo da República para conquistar a confiança dos cre-dores internacionais à custa de sacrifícios já impos-tos à generalidade dos cidadãos.

Os factos são substantivos: Alberto João Jar-dim subtraiu durante vários anos informação às contas do Estado português.

Naquela região, aconteceu o mesmo que na Grécia. Houve manipulação dos números. Desde 2008 que são falsos e influenciam o cálculo do dé-fice das contas públicas. Faltam 1113 milhões de euros!

Estamos perante uma situação incrível que de-veria fazer corar de vergonha um político respon-sável (e nem era preciso que fosse europeu e estes factos ocorressem em pleno século XXI) e nos mos-tra a fragilidade da Justiça. Jardim incorre, apenas, numa penalização máxima de 25 mil euros!

2. O desconforto de Pedro Passos Coelho peran-te esta “irregularidade grave” foi mais do que

evidente, mas traduziu-se numa declaração caute-

o caso da Madeiralosa feita em Paris, imediatamente após reunião com o Presidente francês, Sarkozy: “A confiança política é uma questão para o PSD da Madeira e para o eleito-rado da Madeira.”

Este é o problema que se segue.Não é certo que os eleitores madeirenses, que

elegem Alberto João Jardim há 33 anos, tenham sobre esta questão uma posição tão crítica quanto seria nor-mal em democracia.

Para um português residente no território con-tinental, Jardim é um gastador compulsivo e um demagogo político; mas para a maioria dos madei-renses, ele é sobretudo o governante que arrancou a região de uma pobreza ancestral e um político com determinação para bater o pé ao Orçamento do Es-tado que durante décadas foi cúmplice com o subde-senvolvimento da região.

Neste quadro, com eleições regionais à porta, não faltará muito para percebermos que, tal como em Gondomar e em Oeiras, os eleitores madeirenses estão-se nas tintas para o julgamento devido à ética e à responsabilidade política, quando não atropelo à lei e às boas práticas de cidadania.

Infelizmente, a democracia também se faz destas imperfeições e destes egoísmos.

3. Neste caso, ao Governo central pede-se, a partir de agora, redobrado rigor e coragem política.

Se do ponto de vista das palavras se pode en-tender alguma cautela, até devida à coesão territo-rial do Estado, do ponto de vista da acção governa-tiva seria incompreensível que Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar não viessem a ser intransigentes em relação às finanças da região.

A Madeira precisa de uma auditoria rigorosa e de um plano de assistência em linha com o momen-to crítico que vivemos.

A dúvida é esta: como é que tudo isto se faz com Alberto João Jardim - conselheiro de Estado por inerência! - na presidência do Governo da Ma-deira?

O caso das contas da Madeira tem uma leitura política: nenhum dos partidos que têm tido res-ponsabilidades governativas nestes 35 anos pode ter a ousadia de cuspir para o ar; uma dimensão técnica: a regulação e o controlo do Estado fazem-se de forma empírica, com base na confiança e sem fiscalização efectiva, o que já tínhamos percebido com o BPN; e uma constatação de fundo: os téc-nicos do FMI e do Banco Central Europeu desta-param em poucas semanas incompetências e, com certeza, cumplicidades várias. Veremos se tudo fica por aqui.

* Director do Diário de Notícias. JTM/DN

João Marcelino*TRIBUNa

TRIBUNa

como avaliar os milhões dos filmes?

João Lopes

Se olharmos para o actual panorama das bilheteiras de cinema nos EUA, verifica-

mos que, na linha da frente, está Contagion, o novo filme de Steven Soderbergh que se anuncia como um angustiado retrato sobre uma epidemia planetária (tem estreia por-tuguesa marcada para 13 de Outubro). Em segundo lugar no top de receitas da última semana está The Help, de Tate Taylor, sobre as relações sociais entre brancos e negros na América do começo dos anos 60 (6 de Outu-bro em Portugal).

Para além das complexas temáticas que ambos os filmes convocam, são exem-plos de uma produção exterior à inflação or-çamental que tem marcado os espectáculos ditos de “efeitos especiais”, dominantes no mercado de Verão. Contagion e The Help custaram, respectivamente, 60 e 25 milhões de dólares, valores vulgares no interior da produção dos grandes estúdios. E isto, con-vém acrescentar, envolvendo elencos reche-ados de grandes nomes, de Matt Damon e Gwyneth Paltrow, no primeiro filme, a Viola Davis e Sissy Spacek, no segundo.

Daí a pergunta: porque é que as man-chetes jornalísticas e televisivas raras vezes dão atenção a acontecimentos deste género? Não estou a falar, entenda-se, das “qualida-des” de cada filme. Mesmo que sejam “pés-simos”, a questão permanece: porque é que há toda uma lógica jornalística que só dá atenção aos títulos cuja produção envolveu algumas centenas de milhões?

Acontece que, mesmo num plano es-tritamente financeiro, a vida da indústria ci-

nematográfica é um pouco menos linear do que o banal inventário do box-office... Veja-se o caso de Capitão América. Custou 140 milhões a produzir e rendeu nos primeiros três meses de exibição cerca de 180 milhões: é um quase falhanço (tanto mais que, para além da percentagem que fica nos exibido-res, este tipo de produtos envolve campa-nhas promocionais que duplicam o preço da rodagem). E que dizer de The Help, com 140 milhões de receita? Pois bem, conseguiu esse valor em apenas um mês e custou... 25 milhões!

Reflectem-se, aqui, dois factores a ter em conta. Desde logo, esse persistente traba-lho de ignorância de uma (des)informação que confunde a vida económica dos filmes com uma espécie de oposição mecânica entre milhões e tostões. Depois, uma estra-tégia de reconversão da própria máquina de Hollywood, tentando recuperar temas e estilos que convoquem os espectadores para além do infantilismo dos “super-heróis” (nos EUA, os menores de 13 anos só podem assistir a qualquer um dos filmes em causa quando acompanhados por um adulto).

A questão de fundo não envolve nenhu-ma resistência em relação aos filmes que vi-sam os mais novos (estamos todos ansiosos por descobrir Tintin e Hugo, dirigidos por Steven Spielberg e Martin Scorsese, respec-tivamente). Envolve, isso sim, a necessidade de, globalmente, o espaço mediático não tra-tar o cinema como se fosse uma mera feira de números com muitos ou poucos zeros.

JTM/DN

TRIBUNa

controlem o soba

É chegado o momento. É chegado o momento de toda a gente com

responsabilidades em Portugal dizer basta. Basta de olhar para Alberto João Jardim como o político que conseguiu na Madeira um nível de desenvolvi-mento que nenhum outro conseguiu no Continente ou nos Açores. Basta de baixarmos a crista sempre que o de-sembocado Jardim nos insulta a todos, quando insulta quem nós escolhemos para governar Portugal ou para pre-sidir aos destinos da nação, como fez com o “senhor Silva”, que é hoje nosso Chefe do Estado. Sempre soubemos, mas hoje entra pelos olhos dentro, que o que ele fez na Madeira fez em benefí-cio primeiro de quem lhe diz que sim a tudo e à custa do sacrifício de milhões de portugueses.

Visitei a Madeira várias vezes e gostei sempre do que vi. Visitei o Fun-chal logo depois das cheias e alguns meses depois. E voltei de férias com mulher e filhas para solidariamente ajudar a recompor a vida de um povo que mete mãos à obra quando a des-graça lhe bate à porta. Admiro quem lá vive ou lá nasceu, porque é sempre visível a força que constroem a partir da sua condição de insulares.

Gosto da Madeira e dos madeiren-ses e só não percebo a razão pela qual há décadas vergam perante o poder de um político que é visto como um soba (aquele que por superioridade política ou económica exerce domínio sobre determinada população). Ou melhor percebo, é pela mesma razão pela qual

o poder político da República se verga - o medo do prejuízo individual que possa advir se enfrentarem o soba.

Mas este é um bom momento. Se os senhores da República não são capazes de fazer o soba cumprir a lei geral, se os deputados, os governantes e o presidente da República não são ca-pazes de trabalhar para impedir o re-gabofe de Alberto João Jardim, tem de ser o povo da Madeira a colocar limites à sua actuação de déspota (governante que exerce autoridade arbitrária e ab-soluta).

Vivo neste mundo e já não espero que escolham outro para presidir aos destinos da Madeira, mas estou com o CDS: retirem-lhe a maioria e obriguem-no a governar em democracia. Jardim que mostre o que vale governando com regras. Desconfio até que uma vi-tória sem maioria será razão suficiente para o déspota passar a pasta.

Há muitos anos que políticos com responsabilidades na República lhe distribuem elogios. Cavaco Silva consi-derou em 2008 que aquele “senhor não precisa de elogios, a obra que realizou ao longo destes 30 anos fala por si”, e até Jaime Gama, que um dia comparou João Jardim a Bokassa, disse, também em 2008, que o presidente do Governo Regional era “um exemplo supremo na vida democrática”. No buraco em que ele nos meteu a todos, continentais e insulares, é chegado o momento de acabar com a hipocrisia política.

JTM/DN

Paulo Baldaia

Page 18: JTM 19-09-2011

pág 18 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu

laZeRBEYONCÉ à ESPERA DE UMA MENINA. beyoncé e Jay-Z deverão ser pais de uma menina. apesar do casal ter querido manter segredo até ao dia do nascimento da bebé, a pista foi dada por uma curiosa encomenda: umas botinhas christian louboutin cor-de-rosa, que terão sido encomendadas pela cunhada da cantora.

SCARLETT JOHANSSON AMEAÇA COM PROCESSOS. o advogado da actriz scarlett Johansson, que teve duas fotos íntimas divulgadas na internet, informou vários sites de que os processaria. É que scarlett Johansson detém os direitos das fotografias... que são verdadeiras.

Música, desporto e limusina no “Roadhouse”O lado roqueiro do bar “Roadhouse” já se tornou quase uma tradição em Macau. Apostando num conceito

“muito próprio”, Ciáran Carruthers, o proprietário, pretende agora expandir o negócio para mais lugares na Ásia

Jim Morrison colado na parede numa criação pop art. Luvas de boxe e guitarras assinadas, ícones

do “rock and roll” e cerveja, muita cerveja. São estes os ingredientes do bar “Roadhouse”, situado na Rua de Madrid, na zona do NAPE. Cia-rán Carruthers está há nove anos na RAEM mas foi apenas há dois que se decidiu por este negócio. “Vi uma oportunidade para abrir um bar que oferecesse uma mistura di-ferente de música, entretenimento e um ambiente que fosse diferente de qualquer outra coisa em Macau. Foi um conceito muito próprio que de-senvolvi em conjunto com os meus pais e a minha mulher”, explicou ao JTM.

Quem passa pelo bar sabe que também pode estar num espaço onde, além da música ao vivo, pode ver tanto Fórmula 1 como jogos de fu-tebol. “Ambos gostamos de bicicletas, blues, rock e os cartazes da Guinness! Então pensámos que poderíamos ofe-recer um bar de grande qualidade fo-cado nisso. Temos uma selecção mas-siva de bons blues, rock e ‘rock and roll’ clássico. Temos ainda 15 ecrãs em todo o bar e mostramos concertos ao vivo de músicos famosos. Temos tam-bém uma boa selecção de vídeos de

maca

u by n

ight

motociclismo, do GP de Macau e Valen-tino Rossi no Moto GP”, salienta Ciarán Carruthers. Já as guitarras e fotografias espalhadas pelas paredes fazem parte da sua colecção pessoal, feita “muito antes da abertura do bar”.

Sentado ao balcão a ver um jogo de futebol está Jeffrey Leong, de 24 anos. Vai ao Roadhouse uma vez por semana com os colegas e amigos porque tam-bém toca numa banda e gosta “do am-biente de rock and roll e de boémia. É um lugar muito popular em Macau”, garante. Já Wendy, uma amiga, vai ape-

nas uma vez por mês, porque “prefere passar por outros sítios”.

No bar encontrámos ainda Tânia Marques. Esta é a segunda vez que está em Macau por motivos profissionais e diz que no Roadhouse “encontrou mui-tos portugueses e macaenses”. A pro-fessora do Ensino Superior considera que o bar é “acolhedor, com boa músi-ca, rock and roll, um ‘staff’ muito sim-pático e com uma decoração cuidada”. Por agora está de partida para Portugal, mas de cada vez que regressar pretende voltar para mais uma noite de blues.

O público, esse, é variado. “Tem sido uma grande surpresa recebermos muitos chineses locais, portugueses e até macaenses, na casa dos 20 ou 30 anos. Também temos muito apoio das comu-nidades locais das Filipinas, Austrália ou Nova Zelândia”, conta Carruthers.

Quando os sons do rock acabam e chega a hora de sair, é a “Bloozema-zine” que leva as pessoas a casa. A li-musina funciona também para trazer pessoas para o Roadhouse, através de marcação. É algo “divertido, que sabía-mos que ia separar-nos do restantes ba-res de Macau”, diz Ciáran Carruthers. Vasco Ferreira conduz a limusina há quatro meses e diz ao JTM que tem “o melhor emprego do mundo”, preferin-do, contudo, não contar alguns episó-dios que já viveu neste serviço.

Com o sucesso em Macau, a ex-pansão pela Ásia é um objectivo para Ciáran Carruthers. “Planeamos abrir um segundo bar, o Roadhouse Manila Bay, em Dezembro deste ano. Com a boa recepção que temos tido dos locais estamos confiantes que podemos repe-tir o sucesso em qualquer outro local da Ásia, onde as pessoas procurem algo novo num bar de grande qualidade com bicicletas, blues e rock”, defende o proprietário do Roadhouse.

A.A.S.

Page 19: JTM 19-09-2011

jornAL tribunA de MAcAu segunda-feira, 19 de setembro de 2011 pág 19

287032242870322428715732 / 63018939fax:

28703224

28822866serviço de atendimento a clientes

www.macaucabletv.com

star movies hBo

RoTeIRo Undefeated

22:45 20:30

The Sin Eater

socieDaDe ProTecTora Dos animais

De macau

28715732 / 63018939Telefone:

fax:

socieDaDe ProTecTora Dos animais

De macau

animasocieDaDe

ProTecTora Dos animais

De macau

28715732 / 63018939Telefone:

fax:

Telefones ÚTeis

avenida da Praia grande, 975, macautel: 28714000

Clube Militar de Macau

cinema

número de socorro 999bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PsP 28 573 333serviços de alfândega 28 559 944Centro Hospitalar Conde s. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCaC 28 326 300iaCm 28 387 333dst 28 882 184aeroporto 59 888 88táxi (amarelo) 28 519 519táxi (Preto) 28 939 939Água - avarias 2990 992telecomunicações - avarias 1000electricidade - avarias 28 339 922directel 28 517 520rádio macau 28 568 333

TDm 13:00 TDM News - Repetição

13:30 Jornal das 24h RTPi

17:30 Liga Sagres: Feirense - Porto

19:00 TDM Entrevista

19:30 Amanhecer

20:25 Acontecimentos Históricos

20:30 Telejornal

21:00 Jornal da Tarde RTPi

22:10 JK

22:40 Loucos por Jogo

22:55 Acontecimentos Históricos

23:00 TDM News

23:30 TDM Desporto

00:00 Há Conversa

01:00 Telejornal - Repetição

01:30 RTPi Directo

30 esPn13:00 FINA Aquatics World

13:30 Tiger Street Football

15:30 MLB Regular Season

18:30 (Delay) Baseball

19:30 (LIVE) Sportscenter Asia

20:00 Monday Night Verdict

20:30 FINA Aquatics World

21:00 Beach Soccer Worldwide

Miami Cup

22:00 Sportscenter Asia

22:30 AFC Champions League

31 sTar sPorTs

12:00 Rugby World Cup

14:00 V8 Supercars C’ship Series

17:30 FINA Aquatics World

18:00 Rugby World Cup

19:00 Game

19:30 Rugby World Cup

21:30 (LIVE) Score Tonight

22:00 Engine Block

22:30 MotoGP World C’ship

40 sTar movies12:10 Hunt For Eagle One

13:40 The Sorcerer’S Apprentice

15:30 Sniper 3

17:05 Remember Me19:00 Shanghai Knights21:00 Maximum Risk22:45 The Sin Eater00:30 Black Hawk Down

41 hBo12:00 Game Of Thrones14:00 Charlie St. Cloud15:40 House Arrest18:15 Star Trek20:30 Undefeated22:00 Boardwalk Empire00:00 The Stepfather

42 cinemax13:00 American Ninja14:30 Triassic Attack16:00 Son Of Frankenstein17:45 First Men In The Moon20:00 Epad On Max 12820:15 The Road Warrior22:00 Death Wish 323:30 Exorcist

43 mgm13:00 Easy Money14:30 My American Cousin16:00 The Resurrected17:45 Critical Assembly19:15 A Man of Passion21:00 100 Films and A Funeral22:30 Fires Within00:00 The Russia House

50 Discovery13:00 Mythbusters14:00 D-Day In Colour15:00 Secrets Of Seal Team 16:00 Enigmatic Malaysia17:00 Dirty Jobs18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?19:00 Gold Rush: Alaska20:00 Beyond Survival With Les Stroud21:00 Dual Survival

22:00 Man Vs. Wild23:00 Deadliest Catch00:00 Dual Survival

51 ngc13:00 Hitler’s Lost Battle Ship14:00 Jeju: The Island of Haenyeo15:00 Danger Men16:00 Murder Dolls17:00 Monster Fish18:00 Shark Men19:00 Seconds From Disaster20:00 Who Sank The Bismarck21:00 Inside00:00 The Border

54 hisTory13:00 Modern Marvels14:00 Crucifixion16:00 Korea: The Arch of Enlightenment17:00 Swamp People18:00 Modern Marvels19:00 UFO Hunters20:00 IRT Deadliest Roads21:00 The Kennedys23:00 American Pickers00:00 American Restoration

55 BiograPhy channel13:00 I Survived14:00 Hoarders15:00 Soong Mei-Ling: Madame Chiang Kai-Shek17:00 Flip This House18:00 Sell This House18:30 Billy The Exterminator19:00 Hoarders20:00 Storage Wars22:00 Mas Selamat, The Fugitive Terrorist23:00 Hoarders00:00 I Survived

62 axn12:15 CSI: Ny13:05 The Guardian

14:00 Spring Wipeout

14:55 The Amazing Race

15:50 CSI: Ny

16:40 Ncis: Los Angeles

17:30 Leverage

18:20 Wipeout

19:15 David Blaine: Street Magic

20:10 Top Chef

21:05 Leverage

22:00 The Voice

63 sTar WorlD12:10 The Bachelorette

13:05 Grey’s Anatomy

14:00 The Gates

14:55 Traffic Light

15:25 Glee

16:20 Ugly Betty

17:15 Got To Dance UK

18:10 The Bachelorette

19:05 How I Met Your Mother

19:30 Raising Hope

20:00 Hell’s Kitchen

20:55 America’s Next Top Model

21:50 Glee

22:45 The Bachelorette

23:40 How I Met Your Mother

00:05 America’s Next Top Model

82 rTPi14:00 Telejornal Madeira

14:30 Entre Pratos

15:00 Magazine Eua Contacto

15:30 Programa A Designar

16:00 Bom Dia Portugal

17:00 Quem Quer Ser Milionário

17:45 Resistirei

18:30 Reportagem Rtp

19:00 Liberdade 21

20:00 Jornal Da Tarde

21:15 O Preço Certo

22:00 Magazine Eua Contacto

22:30 Portugueses Sem Fronteiras

23:00 Portugal No Coração

01:00 Portugal Em Directo

Torre De macau caPTain americaUm filme de: Joe Johnston. Com: Chris Evans, Samuel L. Jackson.

cineTeaTro SALA 2 rise of The PlaneT of The aPesUm filme de: Rupert Wyatt • Com: James Franco, Freida Pinto e John Lithgow

14:30h 16:30h 21:30hcineTeaTro SALA 3 The WhisTleBloWerUm filme de: Larysa KondrackiCom: Rachel Weisz e Vanessa Redgrave

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

cineTeaTro SALA 1 love in sPaceUm filme de: Wing Shya, Tony ChanCom: Aaron Kwok, Rene Liu e Eason Chan

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

14:30h 16:45h 19:15h 21:30h

Page 20: JTM 19-09-2011

pág 20 segunda-feira, 19 de setembro de 2011 jornAL tribunA de MAcAu feCHo desta edição Jtm - 01:00Horas

úlTIMajornAL tribunA de MAcAu

HOJE AMANHÃ

www.jtm.com.moFoNtE: BNUcâMbios - indicAtivosteMpo FoNtE: SERVIÇoS mEtEoRoLóGIcoS

E GEoFíSIcoS www.SmG.GoV.mo

260c320c

240c300c

Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, EdifícioDr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau Caixa Postal (P.O. Box): 3003Tel.: (853) 28378057 Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] [email protected]

PATAcA cOMPRA VENDAus Dólar 7.97 8.07euro 11.35 11.50 YuaN (rPc) 1.218 1.271

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

td12_JTM_banner4.pdf 1 6/15/11 3:11 PM

eN PaSSaNT

ArrepiaTerminou o espectáculo “Encontros: Mapping Audiovisual das Ruí-nas de S. Paulo”.Como o JTM teve oportunidade de destacar em Agosto, os espec-táculos surgiram na sequência do XXII Festival de Artes de Macau onde a empresa espanhola Telenoika.Net encantou o público com a projecção de imagens e música na fachada da Ruínas de S. Paulo.Ao que me dizem, aquilo que parecia ser uma excelente ideia para prosseguir durante todo o ano (talvez com espectáculos ao fim de semana) acabou por ser inviabilizado por ser um espectáculo caro já que, inclusivamente, obrigava à permanência de um técnico espa-nhol para acompanhar as projecções.Visto deste ponto de vista, era capaz de ser mesmo relativamente caro.Resta saber se o Instituto Cultural tentou estabelecer um acordo com a empresa espanhola para, com pagamento de direitos, está claro, ser formada uma pessoa local para fazer as projecções.Afinal os maiores custos com a elaboração, pesquisa e execução do audiovisual já tinham sido feitos e para a Telenoika.Net de nada vale ter o audiovisual armazenado em Espanha. É em Macau que o audio-visual lhe dá promoção, e não parece difícil formar um técnico para este trabalho específico, entre os muitos especialistas do sector que existem em Macau.Não tenho resposta. Arrepia-me é que o elevado custo seja o motivo avançado para que o popular espectáculo não mantenha regularidade em Macau, quando parece que as principais despesas tinham sido fei-tas com a montagem do espectáculo, não com a projecção regular...

J.R.d.

crise “cuLpAdA” peLA QuebrAde cAndidAtos Às universidAdes Os estudantes do ensino superior apon-tam a crise económica que se reflecte na maioria das famílias e a falta de um siste-ma eficaz de apoios sociais como causas da diminuição dos candidatos às uni-versidades e politécnicos verificada este ano em Portugal. “Não tendo nós acesso a um sistema que garanta as condições de acesso independentemente da con-dição socioeconómica, obviamente que isto começa a reflectir-se, como aconte-ceu já no ano passado, quando o núme-ro de alunos bolseiros diminuiu”, disse o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC). Para Eduardo Melo, esta situação continuará “certamente enquanto não existir um sistema de acção social que consiga responder às necessidades do país e enquanto Portugal tiver um sistema de Ensino Superior que é dos mais caros da Europa”. “Os custos são realmente elevados e as famílias nesta altura de contenção têm grandes dificuldades em supor-tar estes custos. Parece-me que este tipo de situações, em tempo de crise, leva a uma diminuição de candidaturas ao Ensino Superior”, sublinhou. Para o presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa, Tiago Gonçalves, além da situação económica do país, a questão prende-se também com a acção social, que tem vindo a diminuir porque o Estado tem vindo a desinvestir nessa área, bem como com o “fenómeno preocupante do corte de 8,5% nas univer-sidades”. Na primeira fase do concurso de acesso ao ensino superior ficaram colocados 42.243 alunos, o que representa 91% das 46.636 candidaturas válidas. Embora a percentagem de can-didatos colocados tenha aumentado relativamente ao ano passado, quando a taxa foi de 88%, e a 2009 (86%), verificou-se uma redução do número de candidatos, que este ano foi inferior a 47 mil, quando nos dois últimos anos rondou os 52 mil.

shAnXi suspende operAÇÕes de “gigAnte” do cArvÃo

As autoridades da província de Shanxi, principal centro mineiro da China, orde-naram a suspensão das operações do se-gundo maior produtor de carvão, depois de um acidente ter causado a morte de 10 mineiros, revelou o diário oficial “Global Times”. O Grupo Nacional do Carvão da China não poderá voltar a produzir em Shanxi até que os seus padrões de segu-rança sejam revistos, depois de as auto-ridades terem detectado “problemas sé-rios” na investigação desenvolvida após

a inundação numa mina da filial da empresa estatal ChinaCoal, na sexta-feira. No sábado, as autoridades encontraram 10 corpos na mina, havendo ainda um mineiro desaparecido. A decisão das autoridades de Shanxi de parar a produção de uma empresa devido a um acidente numa mina é pouco usual na China, onde morrem milhares de trabalhadores nas minas anualmente devido a más condi-ções e falta de segurança.

LevArAM AMigo Morto pArA A noitAdADois homens foram acusados de falsida-de ideológica e “abuso de cadáver” por levarem para uma noitada um amigo morto, cujo cartão de crédito serviu para pagar as despesas, informou a polícia de Denver (EUA). Mark Robinson, 25 anos, e Robert Young, 43 anos, encontraram o amigo Jeffrey Jarrett, 43 anos, morto em casa, e em vez de comunicarem o óbito às autoridades, decidiram colocar o corpo no carro e sair para beber. Segundo a polícia, Robinson e Young jantaram e utilizaram o cartão de crédito de Jarrett para pagar a despesa, enquanto o morto “aguardava” no carro. Em seguida, a dupla seguiu para um bar e bebeu às custas do amigo morto, antes de voltar “à casa de Jarrett”, onde o defunto acabou por repousar na própria cama. Robinson e Young saíram novamente e com o cartão de crédito de Jarrett com-praram mais comida, encheram o tanque do carro, levantaram 400 dólares numa caixa automática e seguiram para um bar de “strip tease”. No final da noitada, decidiram comunicar o falecimento do amigo à polícia. Robinson e Young foram presos mas já estão em liberdade sob fiança, e não responderão pela morte do amigo, cuja causa ainda não foi determinada, segundo explicou um promotor à AFP.

dois FestivAis Aéreos coM FinAL trágico nos euAUm piloto morreu ontem na sequên-cia da queda do avião num festival aéreo na Vírginia, naquele que foi o segundo acidente mortal registado em espectáculos do género em apenas 24 horas nos EUA. De acordo com as au-toridades, não houve feridos entre as centenas de espectadores. Segundo a imprensa local, o avião modelo T-28 perdeu o controlo durante as acroba-cias, tendo-se despenhado e incendia-do numa via rápida junto ao local do festival aéreo. Mais grave foi ainda o acidente registado sábado no Reno,

Estado do Nevada, quando um avião de combate Mustang P-51 da II Guerra Mundial, pilotado por um homem de 74 anos, despenhou-se, causando a morte do piloto e de pelo menos oito espectadores, e ferindo outras 60 pessoas.

estreLA nA net por dizer ‘nÃo’ A seXo coM berLusconiO nome de Manuela Arcu-ri não era desconhecido em Itália. Mas a partir de agora a actriz e modelo italiana, de 34 anos, vai ganhar fama no resto do mundo. Não pelo papel que desempenhou, mas pelo que recusou: o de prostituir-se com o primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Um ‘não’ dito mesmo quan-do lhe era dada a oportuni-dade de apresentar o festival de música de Sanremo e tor-nar realidade o sonho do irmão: trabalhar em televisão.