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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3854 | QUINTA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS PÁG 3 Consumo de drogas afecta cada vez mais alunos do primário PÁG 9 Confraria valoriza 20 anos de tradição do restaurante Carlos Operários criticam plano de protecção ambiental O “Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (2010-2020)”, projecto que está em fase de consulta pública, apresenta várias falhas devido à falta de apoio jurídico e aos baixos critérios definidos para a defesa do ambiente, criticou Lam U Tou, membro da Federação das Associações dos Operários de Macau. Em declarações à imprensa chinesa, Lam U Tou sustentou que, apesar de Macau ter uma “história curta” na área da protecção ambiental, os critérios deveriam ser mais exigentes, nomeadamente na vertente da reciclagem. Embora admitindo que este plano é mais completo do que os anteriores, o responsável dos Operários considera que o projecto também peca pelo seu deficiente enquadramento com a legislação existente. Revertido terreno na Taipa para erguer habitação pública As autoridades de Macau realizaram ontem mais uma acção de reversão de um terreno que terá sido ocupado ilegalmente. Segundo a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), o terreno situa-se na Taipa, próximo do Complexo Desportivo da Universidade de Macau, e possui uma área de cerca de 2.500 metros quadrados. Este lote, juntamente com outro terreno adjacente que foi revertido em Junho do corrente ano, com uma área de 3.000 metros quadrados, será aproveitado para a construção de habitação pública. De acordo com a DSSOPT, os dois lotes integrarão a “reserva” de terrenos que o Governo decidiu criar para além do plano de construção de 19.000 fracções de habitação pública até ao final do próximo ano. Novo modelo de autocarros só convence 20% da população O novo modelo de funcionamento dos autocarros em Macau é pior do que o anterior, consideraram cerca de 30 por cento dos inquiridos num estudo conduzido pela Associação Nova Visão de Macau, nos dias 10 e 11 deste mês. Por outro lado, apenas 20 por cento dos cerca de 900 cidadãos entrevistados pela associação afirmaram que o novo sistema revela avanços em relação ao modelo vigente antes de 1 de Agosto deste ano. Mais de metade dos inquiridos disse que a situação do trânsito tornou- se ainda mais confusa com o novo modelo, sendo que cerca de 30 por cento apontaram a falta de autocarros como o problema mais óbvio. O estudo revela ainda que 56 por cento dos inquiridos indicaram que o autocarro é o seu principal meio de transporte no dia-a-dia. PROPOSTA SUBMETIDA A CONSULTA PREVÊ ALARGAMENTO DO ÂMBITO DOS PROCESSOS SUMÁRIOS Revisão do Código de Processo Penal pretende acelerar julgamentos PÁG 5 PÁG 7 Jovens empresários de Portugal querem “nichos” na China Vício do jogo atinge quase três por cento da população PÁG 2 Open de Golfe arranca hoje com vários favoritos ao título PÁG 6 Taiwan traz soluções ecológicas ao Concurso de Fogo de Artifício PÁG 9 Porto entrou a ganhar na Champions e Milan empatou em Barcelona PÁG 10 China pronta a ajudar UE mas pede estatuto de economia de mercado ÚLTIMA

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3854 | quiNta-feira, 15 De Setembro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Pág 3

Consumo de drogas

afecta cada vez mais

alunos do primário Pág 9

Confraria valoriza

20 anos de tradição

do restaurante Carlos

Operários criticam planode protecção ambientalo “Planeamento da Protecção ambiental de macau (2010-2020)”, projecto que está em fase de consulta pública, apresenta várias falhas devido à falta de apoio jurídico e aos baixos critérios definidos para a defesa do ambiente, criticou lam u tou, membro da federação das associações dos operários de macau. em declarações à imprensa chinesa, lam u tou sustentou que, apesar de macau ter uma “história curta” na área da protecção ambiental, os critérios deveriam ser mais exigentes, nomeadamente na vertente da reciclagem. embora admitindo que este plano é mais completo do que os anteriores, o responsável dos operários considera que o projecto também peca pelo seu deficiente enquadramento com a legislação existente.

Revertido terreno na Taipapara erguer habitação pública as autoridades de macau realizaram ontem mais uma acção de reversão de um terreno que terá sido ocupado ilegalmente. Segundo a Direcção dos Serviços de Solos, obras Públicas e transportes (DSSoPt), o terreno situa-se na taipa, próximo do complexo Desportivo da universidade de macau, e possui uma área de cerca de 2.500 metros quadrados. este lote, juntamente com outro terreno adjacente que foi revertido em Junho do corrente ano, com uma área de 3.000 metros quadrados, será aproveitado para a construção de habitação pública. De acordo com a DSSoPt, os dois lotes integrarão a “reserva” de terrenos que o Governo decidiu criar para além do plano de construção de 19.000 fracções de habitação pública até ao final do próximo ano.

Novo modelo de autocarrossó convence 20% da populaçãoo novo modelo de funcionamento dos autocarros em macau é pior do que o anterior, consideraram cerca de 30 por cento dos inquiridos num estudo conduzido pela associação Nova visão de macau, nos dias 10 e 11 deste mês. Por outro lado, apenas 20 por cento dos cerca de 900 cidadãos entrevistados pela associação afirmaram que o novo sistema revela avanços em relação ao modelo vigente antes de 1 de agosto deste ano. mais de metade dos inquiridos disse que a situação do trânsito tornou-se ainda mais confusa com o novo modelo, sendo que cerca de 30 por cento apontaram a falta de autocarros como o problema mais óbvio. o estudo revela ainda que 56 por cento dos inquiridos indicaram que o autocarro é o seu principal meio de transporte no dia-a-dia.

PRoPoStA SUBmEtIDA A coNSULtA PREVÊ ALARGAmENto Do ÂmBIto DoS PRocESSoS SUmÁRIoS

Revisão do Código de Processo Penalpretende acelerar julgamentos Pág 5

Pág 7

Jovens empresários de Portugalquerem “nichos” na China

Vício do jogo atinge quase três por cento da população Pág 2

Open de Golfearranca hoje comvários favoritos ao título Pág 6

Taiwan traz soluções ecológicas ao Concurso de Fogo de Artifício Pág 9

Porto entrou a ganharna Champions e Milanempatou em Barcelona Pág 10

China pronta a ajudar UEmas pede estatuto deeconomia de mercado última

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Pág 02 quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 JoRnal tRibuna de maCau

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Paulo Barbosa e Viviana Chan • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JoRnal tRibuna de maCau

loCalPREÇOS DE ARROZ COM DIFERENÇA DE 60%. os preços do arroz chegaram a atingir diferenças de 60% entre os retalhistas de macau nos últimos seis meses, revelou o conselho de consumidores. Segundo o organismo, os preços do arroz tailandês estabilizaram, mas no caso do japonês subiram cerca de cinco por cento.

JOVENS POUCO COMPETITIVOS. os jovens de macau têm falta de competitividade porque dispõem de demasiados benefícios sociais, como os apoios à educação ou a comparticipação pecuniária, considera a deputada Ho Sio Kam. em entrevista à imprensa chinesa, a também presidente da associação de educação exortou os jovens a planearem o seu futuro com “valores positivos”.

PLANo DE PREVENÇÃo VISA BAIXAR joGADoRES PAtoLÓGIcoS Em tRÊS ANoS

Jogo “vicia” 2,8% da população

FÁTIMA ALMEIDA

O número de jogadores patológicos tem crescido deste 2003 e terá representado 2,8 por cento da população no ano passado. Porém, o director do Instituto para o Estudo do Jogo Comercial da UM acredita que o reforço da prevenção vai inverter essa tendência em alta no prazo de três anos. Para travar esta luta falta ainda às operadoras desenvolverem um trabalho colectivo na promoção do jogo responsável

A responsabilidade será o trunfo usado para travar o apareci-mento de novos casos de joga-

dores patológicos, que têm aumentado em Macau. No ano passado cerca de 2,8 por cento da população apresenta-va comportamentos obsessivos pelas salas de jogo, contra os 1,78 por cento registados em 2003, de acordo com da-dos ontem divulgados.

Os dados das investigações levadas a cabo pelo Instituto para o Estudo do Jogo Comercial da Universidade de Ma-cau (UM), reflectem que, na problemáti-ca do vício, a RAEM situa-se à escala de cidades como Las Vegas, em que entre três a quatro por cento da população é obcecada pelo jogo. Se, por um lado, Macau apresenta dados semelhantes a outros territórios repletos de casinos, ao “nível da prevenção” os números revelam-se preocupantes, sobretudo se olharmos para países como os EUA ou o Canadá – que Macau quer ter como

referência- em que esta patologia atinge um por cento da população.

No entanto, “num futuro próxi-mo” os números de Macau poderão ser aliviados pela prevenção e promoção do jogo responsável, acredita Davis Fong. “Não estamos a tentar resolver todos estes casos agora, porque não é um objectivo do jogo responsável, mas sim dos centros de tratamento. O ob-jectivo do jogo responsável é reduzir os novos casos para que num futuro pró-ximo não apareçam”, explicou o direc-tor do Instituto para o Estudo do Jogo Comercial da UM.

De acordo com o mesmo respon-sável, “entre dois a três anos os com-portamentos de jogo patológico irão diminuir” através de um reforço da responsabilidade. Isto porque, a pre-venção tem sido mais intensa desde 2009, altura em que se realizou a pri-meira sessão sobre “jogo responsável”,

enfatizou Davis Fong, após a apresen-tação da nova série de actividades so-bre esta temática que se realizará entre 29 de Setembro e 31 de Dezembro.

Desde então, mostram também os números, a população e os turistas es-tão mais consciente dos riscos. Segundo um estudo da UM, o grau de conscien-cialização aumentou de 23,7 para 37,9 por cento entre os residentes e de 4,6 para 9,2 por cento entre os visitantes.OPERADORAS A REMAR SEM CON-SENSO. Jogar com responsabilidade é também um trabalho que compete às operadoras do sector, mas que ainda têm fracos meios de acção. Embora os casi-nos criem slogans para promover o jogo responsável, a falta de coesão dilui os re-sultados, considera Davis Fong. “O jogo responsável devia ser promovido atra-vés de um trabalho colectivo e não de ac-tividades isoladas”, defende, já que uma mensagem diferente à porta de cada sala de jogo não permite aos jogadores for-marem uma ideia forte contra o vício.

Durante as actividades de preven-ção, promovidas pelo Instituto para o Es-tudo do Jogo Comercial da UM, Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos e o Instituto de Acção Social, as operado-

ras vão fazer parte do jogo. Em cima da mesa vai estar a discussão do Código de Práticas de Jogo Responsável, para que através da participação de académicos da Austrália ou Reino Unido sejam ouvi-das opiniões para uma construção mais detalhada daquele documento em Ma-cau, o qual ainda não atingiu o consenso por parte das operadores. Na opinião de Davis Fong, este manual, que contém as práticas responsáveis a colocar em práti-ca pelas operadoras, deverá dar cobertu-ra aos funcionários dos casinos, clientes e comunidades, tendo por base a experi-ência de países como a Austrália e o Ca-nadá ou EUA.

Segundo o académico, a partici-pação das operadoras nos painéis de discussão será importante, porque é necessário “recolher opiniões dos ca-sinos” para reunir mais informações e perspectivas sobre o jogo responsável.

As actividades deste ano vão in-cluir fóruns sobre comportamentos e eficácia do jogo responsável, a 29 de Setembro na UM, com a participação de oradores como o director da Comis-são para a Regulação do Jogo no Esta-do australiano de Victoria. Neste pai-nel serão abordadas temáticas como a experiência internacional na promoção do jogo responsável e a relação com o respectivo código de práticas.

Além das sessões de discussão se-rão ainda realizadas várias exposições até ao final de Dezembro em várias zo-nas da cidade, desde o Parque do Iao Hon até à Feira do Carmo. No dia de abertura haverá ainda um espectáculo de teatro para passar a mensagem em forma de arte. Em Janeiro haverá um sorteio cujos prémios serão entregues durante a cerimónia de encerramento. A organização do evento conta com a par-ticipação de várias associações, como a Associação de Juventude Voluntária de Macau, a Associação de Nova Juventu-de Chinesa ou o Movimento Católico de Apoio à Família de Macau.

DAVIS FoNG DEFENDE ELEVAÇÃo DA IDADE mÍNImA DE ENtRADA NoS cASINoS

Multas afastam jovens dos casinosAs penalizações são um dos meios mais importantes para evitar que os jovens entrem nos casinos, defende Davis Fong, que prevê que a tendência para jogar aumente entre os mais novos. Por isso, o académico apoia a elevação da idade mínima para a entrada nos casinos

A atmosfera social de Macau faz crer a Davis Fong que “num futuro próximo” a tendência para jogar “vai aumentar na população mais

jovem”. Por isso, o Instituto para o Estudo do Jogo Comercial da Universidade de Macau (UM) apoia o Governo na decisão de elevar a idade mínima da en-trada nos casinos de 18 para 21 anos. As sanções e a não atribuição de prémios conquistados são os meios mais eficazes para prevenir, considera o responsável daquele departamento que está a levar a cabo um es-tudo sobre a evolução dos comportamentos dos jo-vens em relação ao jogo.

“A sociedade de Macau actualmente está mais aber-ta para aceitar os comportamentos do jogo. Por outro

lado, os jovens também têm um acesso muito facilitado no acesso à Internet”, um canal que foge ao controlo do Governo, disse o académico. Baseados nestes factores, Davis Fong “antecipa” que o contacto com o jogo vai tender a entrar mais cedo na vida de uma pessoa.

De acordo com aquele responsável as penaliza-ções previstas para quem arriscar a quebrar as regras vão surtir efeito. “No meu entender, as multas resul-tam, e são o caminho mais importante para impedir que estas coisas aconteçam”, referiu atendendo às características da sociedade de Macau, quando ques-tionado sobre se a proposta de lei para elevar a idade mínima para os 21 anos será eficaz sobretudo ao nível do controlo das entradas.

Além da imposição de sanções, o responsável pelo departamento de estudos para o Jogo apontou ainda, como uma boa medida, o cancelamento da atribuição de “jackpots” aos que venham a ser con-templados, mas que na verdade não podiam estar dentro dos casinos.

No final de Fevereiro, a UM prevê terminar o es-tudo sobre o comportamento dos jovens em relação ao jogo, baseado em questionários semelhantes aos já efectuados em 2004 para que haja uma comparação. Esta acção implica que os investigadores se desloquem às escolas para que os jovens possam responder às per-guntas que determinam a sua relação com o jogo.

F.A.

64 residentes pediram ajuda ao IaSo instituto de acção Social recebeu 64 pedidos de ajuda de residentes com problemas de jogo entre Janeiro e Junho. Segundo uma responsável daquele organismo, 80 por cento dos pedidos envolvem jogadores patológicos.

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JoRnal tRibuna de maCau quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 Pág 03

loCalTONGA CONCEDE VISTO À CHEGADA. os titulares do passaporte da raem já podem obter visto à chegada no reino de tonga para uma estadia de 31 dias, anunciaram os Serviços de identificação. No total, há 92 países e territórios que concedem a dispensa de visto e emitem visto à chegada aos titulares do passaporte da raem.

GOVERNO MANTÉM DELEGADA NA AIR MACAU. maria cristina Gomes da Silva vai continuar a exercer funções de delegada do Governo junto da air macau, pelo menos por mais um ano. a renovação da nomeação, determinada por despacho de chui Sai on, é válida desde 1 de Setembro.

ABUSo DE ÁLcooL EStÁ A AUmENtAR ENtRE EStUDANtES Do ENSINo SUPERIoR

Mais novos a consumirem drogaPor estranho que pareça, há alunos no ensino primário que já consumiram heroína, cannabis ou ketamina. As percentagens são baixas, mas aumentaram entre 2006 e o ano passado. No geral, são os jovens fora do ambiente escolar que mais abusam de estupefacientes. Ainda assim, a situação não é preocupante, dizem os especialistas

RAQUEL CARVALHO

Exame de urina a estudantes sem consenso em Macauos teste de droga através de exames à urina “foi um tema já discutido no seio da comissão de luta contra a Droga. abordámos a experiência de Hong Kong e os sectores já apresentaram algumas opiniões. mas ainda não há acordo no próprio seio da comissão, nem calendário”, esclareceu um representante do mesmo organismo. também o chefe do Departamento de Prevenção e tratamento da toxicodependência do iaS, Hon Wai, salientou que, “por agora não há consenso”, lembrando que é preciso reunir o apoio das escolas e dos pais. “Precisamos de pensar na efectividade da medida e nos custos sociais. Por agora ainda não temos uma ideia consistente”. Hong Kong concretizou um projecto experimental ao longo dos últimos dois anos lectivos. No distrito de tai Po centenas de alunos foram seleccionados aleatoriamente e, numa base voluntária – consoante a autorização dos pais, caso fossem menores de 18 anos, realizaram o teste. a ideia causou muita polémica na região vizinha, com diversas vozes a apontarem uma violação da liberdade e direitos humanos dos mais jovens. o próprio coordenador de um dos estudos apresentados ontem, leung Shing on, sem querer exprimir a sua opinião pessoal, admitiu que era um questão sensível, que pode interferir com os direitos e liberdades dos seres humanos, bem como com a própria lei de macau.

Os números gerais apontam para uma descida no que toca ao abu-so de drogas entre a população

jovem de Macau. Porém, se observar-mos com atenção, percebemos que a quantidade de miúdos a frequentar o ensino primário e que já consumiram substâncias ilícitas está a crescer. A soma ainda não é alarmante, argumentam os responsáveis. São os denominados como “jovens de rua” aqueles que mais consomem. Já os estudantes do ensino superior encaram com uma leveza cada vez maior fumar ou beber álcool.

Estes são alguns dos resultados a que chegaram dois estudos, um con-duzido pela Faculdade de Educação da Universidade de Macau e outro pelo Ga-binete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Hui, ambos encomendados pelo Instituto de Acção Social (IAS). De acor-do com os inquéritos elaborados no ano passado, 13 jovens (0,7 por cento), ainda a frequentarem o ensino primário, di-ziam já ter consumido cannabis ou com-primidos, 9 (0,5 por cento) afirmavam ter tido contacto com Ketamina e 8 (0,4 por cento) com heroína. No total, 1,9 por cento, isto é, 17 alunos do ensino primá-rio já abusaram de estupefacientes, mais 50 por cento face a 2006, altura em que apenas quatro estudantes (0,6 por cento) deram uma resposta afirmativa.

“Sem dúvida que há uma tendên-cia de subida, mas ainda não é muito evidente”, analisou Hon Wai, chefe do Departamento de Prevenção e Trata-mento da Toxicodependência do IAS. A prevenção e educação entre crianças cada vez mais novas é um caminho apontado pelo professor da Universi-dade de Macau, Leung Shing On.

Os números recolhidos entre os mais novos são a mancha no cenário global. Comparando os dados obtidos em 2010 e os analisados em anos ante-riores, “verifica-se uma descida na si-tuação geral do abuso de drogas pelos jovens em meio escolar (passou de 2,1 por cento em 2006 para 1,3 por cento na

actualidade)”, nota Hon Wai. De acor-do com as conclusões da investigação que envolveu mais de sete mil jovens, há ainda uma tendência de redução dos círculos de amigos onde alguns elementos consomem drogas.“JOVENS DE RUA”. Quanto aos “jo-vens de rua”, entre os 10 e os 24 anos, o abuso de estupefacientes também abrandou, ou seja, passou de 23,6 por cento, em 2006, para 20,8 por cento actualmente. No entanto, o consumo de drogas é cada vez mais tolerado e o grau de aceitação em relação às pes-soas que abusam frequentemente de heroína subiu.

Embora sejam identificados no es-tudo como “jovens de rua”, entre eles 57,6 por cento são estudantes, mesmo que prefiram passar a maior parte do tempo fora da escola, 16,8 por cento es-tão desempregados e 14,8 encontram-se a trabalhar. Uma percentagem muito significativa, 40,4 por cento, já viu “por acaso” outras pessoas a consumirem ketamina, e 5,6 por cento admite que é um acto que ocorre com frequência.

Falando em nome próprio, 20,8 por cento dos inquiridos revelam já ter consumido estupefacientes, percenta-gem bastante superior à dos jovens em meio escolar, onde as estatísticas se fi-xam em 1,5 por cento tanto no ensino secundário como no superior. No abu-so de substâncias ilícitas a igualdade entre sexos é cada vez maior: entre os jovens de rua que admitiram já ter abu-sado de substância, 52,9 por cento são rapazes e 48,1 por cento são raparigas. Cerca de 2,4 por cento acenaria afirma-tivamente se alguém lhes oferecesse droga, já 10,4 por cento diz que depen-

deria da situação, sobretudo do estado de humor e grau de felicidade.

Entre os “jovens de ruas”, aque-les que já consumiram droga possuem “uma atitude cautelosa sobre heroína”. No entanto, o “nível de aceitação em relação a novas drogas, tais como nime-tazepam e ketamina, ainda se mantém num nível alto”, observa Wong Weng Si, chefe do gabinete coordenador dos serviços sociais. Para resolver os casos dos jovens que estão afastados da es-cola, o IAS aponta uma mão cheia de dificuldades. “Eles não admitem que são viciados, pensam que conseguem controlar o consumo. Não querem tra-tamento”, lamenta Hon Wai.

Apesar deste segmento popula-cional, “verifica-se que a maioria dos jovens de Macau tem um certo nível de conhecimento e capacidade de resistên-cia à problemática da droga, a situação relativa ao abuso de drogas não é eleva-da”, nota, por outro lado, o chefe do De-partamento de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência do IAS. De um modo geral, “os jovens em ensino es-colar possuem um conhecimento mais positivo sobre o uso de medicamentos” e “têm uma atitude mais cautelosa rela-tivamente ao uso de drogas”.

Em suma, embora saltem alguns dígitos negativos à vista, descreve o mesmo responsável, “a percentagem de estudantes que abusaram das drogas mantém-se num nível baixo, atingindo 95 pessoas, o que representa 1,3 por cen-to dos estudantes entrevistados”.TABACO E ÁLCOOL. Os jovens em meio escolar mostram, no entanto, um grau de aceitação superior em relação ao tabaco e álcool. “O grau é cada vez mais

alto à medida que a idade aumenta”, ana-lisa o responsável do IAS. Como indicam os dados, 6,9 por cento dos alunos do en-sino primário já fumaram, 13,4 por cento dos estudantes do secundário e 15,4 por cento do ensino superior também.

Quanto ao consumo de bebidas al-coólicas os resultados são ainda mais preocupantes: 40,1 por cento do alunos em ensino primário abusaram de bebi-das alcoólicas, o mesmo já aconteceu com 67,9 por cento dos estudante do ensino secundário e 88,9 por cento do ensino su-perior. O número de casos aumentou es-pecialmente entre os universitários, uma vez que em 2006 a percentagem era de 84 por cento. Por seu lado, os jovens de rua não foram questionados sobre este assunto, mas segundo Wong Weng Si, a maioria deles “possui a experiência de fumar e consumir drogas”.

Quando os estudantes querem informações sobre drogas é principal-mente às escolas e aos professores que recorrem, mas também à televisão. É precisamente o acesso às novas tecnolo-gias um dos culpados para que o consu-mo de droga seja tão apelativo, entende o coordenador de um dos estudos e pro-fessor na Universidade de Macau. “Os jovens hoje em dia têm muitas oportu-nidades de acesso a muitas coisas, no-meadamente através da informática”, sustenta Leung Shing On.

Actualmente, segundo o chefe do Departamento de Prevenção e Tratamen-to da Toxicodependência do IAS, existe apenas um centro dedicado a jovens com problemas do género. Uma instalação que, por agora, suprime as necessidades de Macau, considera Hon Wai, uma vez que ainda existem vagas por ocupar.

40,1% dos alunos em ensino primário

já abusaram de bebidas alcoólicas

20,8% dos “jovens de rua”consumiram

substâncias ilícitas

0,9% dos estudantes do ensino primário

consumiram heroína, cannabis ou ketamina

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Pág 04 quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 JoRnal tRibuna de maCau

loCalFURTO EM APARTAMENTO. Duas mulheres foram vítimas de furto no seu apartamento, tendo sido lesadas em três computadores, um telemóvel e ainda uma consola de jogos. a PJ não encontrou indícios de arrombamento, suspeitando-se de utilização de uma chave falsa.

ACIDENTE DEIXA VÍTIMA PARALISADA. um homem, de 59 anos, está paralisado no hospital após ter sofrido um acidente no motociclo em que seguia. a PSP aproveitou para lançar um apelo a quem tenha visto o acidente, ocorrido no dia 6 pelas 12h, para comunicar à Direcção de trânsito.

cASo ENVoLVE SUPoSto GRUPo DE cARtEIRIStAS

Irmãs “anti-assaltantes”Duas mulheres foram vítimas de um assalto por parte de um grupo de carteiristas mas não se deixaram ficar, perseguindo e detendo com sucesso um dos alegados assaltantes que tentava fugir. O suspeito, imigrante ilegal, terá negado qualquer tentativa de furto

Uma alegada tentativa de assalto acabou por não correr da me-lhor forma para um dos supos-

tos carteiristas. As vítimas, duas irmãs, estavam a caminhar na Avenida Dr Sun Yat Sen na tarde de segunda-feira quan-do três indivíduos terão colocado o seu plano em prática. Um seguiu atrás das vítimas e os outros dois de lado, com um deles a abrir um chapéu de chuva para tentar cobrir a visibilidade.

Segundo informaram as autori-dades, desconfiando que lhe estavam a mexer no bolso, uma das mulheres

PEDRO ANDRÉ SANTOS

PSP impediu salto para o lagoos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) conseguiram ontem impedir uma alegada tentativa de suicídio por parte de uma mulher que ameaçava saltar para o lago Nam van. a mulher foi vista por um homem que contactou as autoridades, por volta do meio-dia, tendo a equipa de agentes conseguido impedir que o caso tivesse um desenlace trágico. foi observada no hospital e posteriormente levada para a esquadra da PSP onde terá justificado os seus actos com uma discussão com o marido. ambos são residentes da china continental.

virou-se de repente e viu um dos sus-peitos levar-lhe a carteira, fugindo de seguida. Os outros dois indivíduos fu-giram também, e foi assim que se ini-ciou a perseguição. Conseguiram deter um dos suspeitos e não mais o larga-ram até que este devolvesse a carteira.

Um agente que estaria fora de ser-

viço deu conta do caso e tentou inteirar-se da ocorrência. O suspeito foi revista-do mas a carteira não estava consigo, tendo sido levado, juntamente com as duas irmãs, para a esquadra para ten-tar esclarecer o caso. As versões foram, no entanto, bastante diferentes.

As duas irmãs afirmaram que ca-minhavam calmamente pela Avenida Dr. Sun Yat Sen quando uma delas sen-tiu alguém mexer-lhe na mala, tendo visto o suspeito fugir de seguida com a carteira, juntamente com mais dois homens. Disseram ainda que consegui-ram alcançar um deles (o suspeito que foi detido) perto da Rua de Pequim, e que este lhes terá pedido para não co-municar o caso à polícia já que era um imigrante ilegal, dizendo que conse-guia recuperar a carteira.

Já o suspeito, residente do Con-

tinente chinês, negou o furto, assegu-rando que estava a caminhar na rua tranquilamente quando as duas mu-lheres o abordaram. Confirmou, con-tudo, que era um imigrante ilegal e que chegou a Macau através de barco, a troco de 2.000 renminbis, para jogar nos casinos.

No interior da carteira estavam cerca de 5.500 patacas que não foram ainda recuperadas, segundo as autori-dades, continuando a busca pelos dois outros suspeitos.BICICLETAS E MOTOS FURTADAS. Um homem foi detido na madrugada de ontem suspeito de andar a furtar bicicletas. O suspeito, residente de Ma-cau, estava a andar de bicicleta junto à Livraria Portuguesa quando uma patrulha de agentes o mandou parar dado que apresentava um comporta-mento suspeito. O indivíduo ignorou o pedido das autoridades, tendo inclusi-ve empurrado um dos agentes durante a fuga, segundo revelou o porta-voz da PSP. Acabou detido nas proximidades e tinha na sua posse uma lanterna, lu-vas e uma chave-inglesa, equipamento que as autoridades acreditam que ser-via para os furtos.

Já na esquadra terá confessado que a bicicleta em que seguia tinha sido roubada junto à Ponte 16.

Outro caso revelado pelas autori-dades deu conta do furto de três mo-tociclos no espaço de apenas dois dias. Os casos decorreram perto do Lago Nam Van, Ruínas de S. Paulo e Rua dos Hortelãos, na Taipa, com prejuízos de 7.000, 17.000 e 6.695 patacas, respecti-vamente.

NoVA EmPREItADA VISA VIADUto E EStAÇÕES

Segmento da Taipa fechaconcursos do MetroO Governo abriu ontem o concurso público para a construção do segmento do centro da Taipa da primeira fase do Metro Ligeiro. Esta empreitada assinala o lançamento de todas as obras de construção do traçado do futuro sistema de transporte

O local de execução da obra da em-preitada agora sujeita a concurso público situa-se no viaduto rodo-

viário do Metro Ligeiro entre a entrada e saída na Taipa da Ponte de Sai Van e Rua do Pai Kok. Com um comprimento total de 1,94 km, o traçado engloba assim a Avenida dos Jogos da Ásia Oriental, a Rua dos Jogos da Ásia Oriental, a Estra-da do Governador Albano de Oliveira, a Avenida do Estádio e a Estrada da Baía de Nossa Senhora da Esperança (Pai Kok).

De acordo com o Gabinete para o De-senvolvimento de Infra-estruturas (GIT), o concurso abarca ainda a construção das quatro estações do Metro na Taipa, nome-adamente nos Jardim dos Oceanos, Jockey Clube, Estádio de Macau e Vila da Taipa, bem como as respectivas passagens supe-riores para peões e os trabalhos de arbori-zação da faixa separadora central no local de execução da obra. O prazo para a apre-sentação das propostas expira às 17 horas do dia 14 de Novembro.

O GIT sublinha que o início do pro-

cesso deste concurso para a Taipa marca o lançamento integral das obras de cons-trução do traçado do Metro Ligeiro. Ten-do em conta que o prazo de construção ultrapassa os três anos, e no sentido de diminuir o impacto da construção junto dos residentes, lojas e trânsito ao longo do traçado, nas condições do concurso foram “identificadas as exigências do prazo de conclusão para cada fase de construção do empreiteiro e as respecti-vas multas”, explicou o Gabinete. Além disso, o empreiteiro ficará obrigado a criar um gabinete de relações comunitá-rias, no sentido de responder, em tempo oportuno, às perguntas e aos pedidos de informações da população.

Por sua vez, o GIT garante que continuará a manter os mecanismos de comunicação e coordenação com os res-pectivos serviços das áreas de obras pú-blicas, trânsito e protecção ambiental, no sentido de reduzir ao mínimo o impacto da construção do Metro no quotidiano da população.

DEFINIDA EStRUtURA DA comPANHIA cRIADA PELo GoVERNo

Sou Tim Peng coordena projectos para a MontanhaFrancis Tam nomeou Sou Tim Peng presidente do Conselho de Administração da empresa que vai liderar os projectos na Ilha da Montanha

Além de Sou Tim Peng, que exerce também o cargo de director dos Serviços de Eco-

nomia locais, o Secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, nomeou ainda como administrado-res Echo Chan, directora executiva do Instituto de Promoção do Co-mércio e do Investimento de Macau (IPIM), e Sam Kam San, assessor do seu gabinete.

O Governo criou a sociedade anónima Macau Investimento e Desenvolvimento, S.A., que ficará encarregue do desenvolvimento a cargo da RAEM na ilha da Monta-nha.

A nova empresa vai construir uma zona industrial, dando priori-dade às empresas de medicina tra-dicional chinesa, incluindo pesquisa científica, indústrias criativas, cul-turais e tecnológicas, numa área de cinco quilómetros quadrados.

O projecto está enquadrado no acordo de cooperação entre os Go-

vernos de Macau e da província de Guangdong e visa a diversificação económica e o desenvolvimento do emprego.

A Macau Investimento e Desen-volvimento é uma sociedade consti-tuída com dinheiros públicos e tem um capital social de 400 milhões de patacas, participados em 94 por cento pela RAEM, em três por cen-to pelo Fundo de Desenvolvimen-to Industrial e de Comercialização (FDIC) e em mais três por cento pelo IPIM.

A sociedade anónima, que fun-cionará sob a tutela da Secretaria para a Economia e Finanças, ficará encarregue da concepção, gestão e exploração de espaços destinados à implantação física de empresas e entidades não empresariais, no-meadamente a aquisição, infra-es-truturação, promoção, transmissão ou locação de espaços, bem como a prestação directa ou indirecta de serviço de apoio a clientes.

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JoRnal tRibuna de maCau quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 Pág 05

loCal“Entende-se deverem reduzir-se os casos de julgamentos que exigem a intervenção conjunta de três juízes, de modo a permitir que alguns julgadores possam ser libertados para a tramitação de outros processos pendentes” Documento de consulta

“O processo comum é mais exigente, rigoroso e complexo. Tendo em conta a gravidade dos casos, iremos fazer uma distribuição por diferentes modalidades de processo. Haverá uma triagem dos casos” Chu Lam Lam

cÓDIGo DE PRocESSo PENAL Em coNSULtA PÚBLIcA AtÉ 24 DE oUtUBRo

Revisão pretende acelerar julgamentosA revisão do Código de Processo Penal está em fase de consulta pública. Entre as alterações propostas, destacam-se o alargamento dos processos sumários e da competência do chamado tribunal singular (composto por um juiz) a crimes com pena de prisão de limite máximo não superior a cinco anos. São também sugeridas medidas para a simplificação do regime de julgamento e o relator passa a ter um maior poder de decisão na fase de recurso, em detrimento da conferência de juízes

PAULO BARBOSA

Mudanças nas medidas de coacçãoo capítulo da “Garantia dos direitos dos intervenientes processuais” sugere mudanças na aplicação do termo de identidade e residência. assim, esta medida de coação poderá também ser decretada por um órgão de polícia criminal e não apenas pelos magistrados. tendo em conta que esta medida não afecta os direitos fundamentais dos arguidos, é proposto que passe a ser aplicada a todos os que sejam constituídos arguidos e não apenas findo o primeiro interrogatório, como o cPPP prevê. as medidas de coacção voltam a surgir no capítulo “outras matérias merecedoras de atenção”, onde são colocadas as hipóteses de “reverter a competência para aplicar medidas de coacção, passando do juiz para o mP o seu exercício, excepto no caso da prisão preventiva” e ainda de “eliminar a instrução dirigida pelo juiz de instrução ou restringir-se a sua aplicação”. mas estas ideias, de acordo com chun lam lam, são apenas “pistas para discussão”. a responsável acrescenta que o capítulo “outras matérias merecedoras de atenção” foi incluído numa “tentativa de provocar uma discussão na opinião pública quanto a estes temas”.

Projecto na al antes do fim do anoquando passou a ser directora do DSrJDi, no início do ano, chu lam lam afirmou que a revisão do cPP seria a primeira prioridade do novo organismo, que resulta da fusão do Gabinete para a reforma Jurídica e do Gabinete para os assuntos do Direito internacional. Na semana passada, aquando da tomada de posse de chou Kam chon enquanto sub-director da DSrJDi, florinda chan, afirmou que tem expectativas de enviar o projecto de revisão cPP para a assembleia legislativa antes do final do ano. a meta estabelecida pela Secretária para a administração e Justiça está prevista nas linhas de acção Governativa.

Promover a celeridade processual é o principal objectivo da revi-são do Código de Processo Penal

(CPP), que entrou ontem numa fase de consulta pública. São propostas al-terações em 75 artigos, entre elas a re-formulação dos chamados processos especiais, que permitem julgamentos mais rápidos. “O processo comum é mais exigente, rigoroso e complexo. Tendo em conta a gravidade dos ca-sos, iremos fazer uma distribuição por diferentes modalidades de processo. Haverá uma triagem dos casos”, expli-cou ontem Chu Lam Lam, a directora dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional (DSRJDI), numa conferência de imprensa onde foi apre-sentada a revisão. Os cidadãos podem expressar opiniões sobre o documento de consulta, que está disponível na In-ternet, até 24 de Outubro.

Admitindo que a aplicação dos processos especiais (actualmente, são incluídos nesta categoria o processo su-mário, o sumaríssimo e o contravencio-nal) “tem sido limitada”, o documento de consulta prevê um alargamento do seu âmbito. Assim, é proposto que os processos sumários, nos quais o argui-do é detido em flagrante delito, sejam aplicáveis a crimes com pena de prisão de limite máximo não superior a cinco anos (em vez dos três que estão previs-tos no CPP) e que os sumaríssimos tam-bém se alarguem para crimes com mol-dura penal semelhante (actualmente, estes processos só podem ser aplicados

para crimes com pena de prisão de li-mite máximo não superior a dois anos). Segundo a proposta, os processos suma-ríssimos só se adequam a casos em que o Ministério Público (MP) entenda que deve ser aplicada pena não privativa de liberdade, em vez da pena de multa que vigora para esses processos.

Elaborado após audição das “opi-niões dos órgãos judiciários, dos ór-gãos de polícia criminal, de advogados e do círculo académico”, o documento de consulta introduz um novo tipo de processo especial, chamado simplifica-do. Abrangidos por este tipo de pro-cessos estariam casos em que existam “provas simples e evidentes” (ou seja, em que haja detenção em flagrante de-lito, ou prova documental, ou ainda testemunhas presenciais com versão uniforme dos factos), mas em que não se possa fazer uso do processo sumá-rio. Este tipo de processo implica pra-zos de dedução de acusação e tempos para os actos de audiência mais curtos, tudo para que “o arguido seja julgado o mais cedo possível”.

Outra sugestão passa pela redução da idade mínima de aplicação dos pro-cessos sumários, de 18 para 16 anos. Questionado quanto a este aspecto, o subdirector da DSRJDI, Chan Hin Chi, explicou que a proposta de redução do limite etário justifica-se “porque a idade de imputabilidade legal também foi reduzida para 16 anos”. Segundo o documento de consulta, “consideran-do que o processo sumário se destina ao rápido julgamento de casos de pe-quena-média criminalidade, a sua apli-cação justifica-se mesmo em relação a arguidos que não tenham completado 18 anos de idade”.

MAIS CASOS JULGADOS POR UM JUIZ. Se as alterações propostas ao CPP vingarem, aumentarão os casos julgados por um juiz, dado que será alargada a competência do tribunal singular (composto por um juiz) para o julgamento de crimes cuja pena máxi-ma aplicável é igual ou inferior a cinco anos, em vez dos actuais três. De acor-do com os dados estatísticos, em 2010 o tribunal colectivo tratou 2.919 processos e o singular teve a cargo 4.614. “Apesar de o número de processos julgados pelo tribunal colectivo ser menor em relação aos julgados pelo tribunal singular, os processos-crime julgados pelo primeiro pressupõem a presença de três juízes no julgamento, ao passo que, no segundo, a audiência se realiza com um único juiz. Face a esta realidade, em relação aos casos de pequena-média crimina-lidade, entende-se deverem reduzir-se os casos de julgamentos que exigem a intervenção conjunta de três juízes, de modo a permitir que alguns julgadores possam ser libertados para a tramitação de outros processos pendentes”, lê-se no documento de consulta.

O projecto de revisão avança com várias medidas de simplificação do re-gime de julgamento, tais como a restri-ção de casos de sucessivos adiamentos devidos à falta do arguido, passando a ser possível apenas um adiamento com essa justificação. Também para evitar adiamentos, é proposto que a sessão decorra mesmo que faltem de-poentes cuja presença seja considerada “indispensável à realização de justiça”. Nesses casos, sugere-se que o juiz pos-sa inquirir os intervenientes presen-tes, alterando a ordem de produção de prova. Numa tentativa de realizar

ajustamentos ao julgamento são dis-tintas as “faltas previsíveis” e as “fal-tas imprevisíveis”, sendo as primeiras feitas com um mínimo de cinco dias de antecedência. O documento de consul-ta propõe ainda que seja “permitida a leitura de declarações anteriormente feitas pelo assistente, parte civil, teste-munhas e arguido perante autoridade judiciária e que o juiz possa valorá-las segundo a sua livre convicção”.

Outra alteração substancial incluí-da no documento de 130 páginas surge no capítulo intitulado “Aperfeiçoamen-to do regime de recursos”. Em vez da rejeição liminar do recurso, por falta de fundamento, admite-se a possibilidade do seu aperfeiçoamento no prazo de 10 dias, desde que o relator convide o recorrente a esclarecer o seu conteúdo. Com a nova proposta, o relator passa a ter um maior poder de decisão na fase de recurso, podendo, em certos casos, proferir uma decisão sumária que im-peça o seu prosseguimento. Actualmen-te, após proceder ao exame preliminar, o relator elabora, em 10 dias, um projec-to de acórdão, que é depois analisado em conferência pelo colectivo de juízes. Mas, “para que a circunstância da am-pliação das competências do relator não signifique uma redução das garantias dos sujeitos processuais”, é proposta que haja sempre “a possibilidade de reclamar para a conferência da deci-são sumária e do despacho proferido no exame preliminar”. A promoção da celeridade processual justifica também a proposta de reduzir os casos de jul-gamento do recurso em audiência, que ficam restringidos às situações em que tal “formalismo” seja considerado “in-dispensável” à realização da justiça.

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Pág 06 quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 JoRnal tRibuna de maCau

loCalRACHA ENTRE PRÉDIOS PREOCUPA MORADORES. um grupo de moradores pediu apoio ao Governo no sentido de averiguar os riscos da existência, há já alguns anos, de uma fissura com cerca de oito metros de comprimento entre dois prédios da avenida do conselheiro ferreira de almeida. Segundo os moradores, a DSSoPt esteve no local em 2010 e concluiu que a segurança da estrutura não estava ameaçada.

PERITOS CONTRA DEPENDÊNCIA DO JOGO. macau tem potencial para se afirmar como centro mundial de lazer e turismo, mas tem que atenuar o elevado peso do Jogo na sua economia, defendeu Shi Dan, líder de um grupo de especialistas da academia chinesa de ciências Sociais que está a realizar um estudo sobre a raem.

VOX POPULI

HAN TO (TURISTA DE HONG KONG)

-Qual é o principal motivo da sua vi-sita a Macau?

-A gastronomia! Queria experimentar diferentes comidas. Mas, também fazer turismo, porque nunca tinha vindo a Macau. Sei que há aqui alguns monu-mentos que são classificados como Pa-trimónio Mundial e também é bom pas-sear numa cidade perto da nossa.

-Acha que a gastronomia é uma atracção especial de Macau?

-Embora a comida de Macau seja pa-recida com a de Hong Kong, há sempre algumas diferenças. Em Macau, a comi-da tem o seu sabor próprio... Já experi-mentei caranguejo com caril e massa.

-Planeia apostar nos casinos?- Não, nada disso. Jogar não serviu de

motivo a esta viagem. Há muitos casi-nos aqui, mas a cidade tem um aspecto “cansado” no que diz respeito ao jogo.

-Até agora, qual é a sua impressão geral sobre a cidade?

-Não dá para conhecer pessoas lo-cais, mas noto que as ruas são mais an-tigas que as de Hong Kong e o ritmo da cidade é muito lento. Se calhar, isso acontece devido ao facto de ter uma po-pulação menor do que Hong Kong. Há muita gente no centro da cidade, mas como já começou o novo ano lectivo tal-vez o número de turistas seja inferior ao habitual.

-O que pretende fazer durante o res-to da estadia em Macau?

-Vou ver o espectáculo “The House Of Dancing Water”, no COTAI. É um espectáculo bastante conhecido. Reser-vei o bilhete em Hong Kong e vou ficar num hotel do COTAI. Mas, segundo sei, a Taipa não tem muita diversão cultu-ral, por isso, prefiro passear na penín-sula de Macau do que nas ilhas. O de-senvolvimento da Taipa ainda está em andamento.

V.C.

“a cidade tem um aspecto

‘cansado’ no que diz respeito ao jogo”

ocupação hoteleira bate recordeA taxa de ocupação dos hotéis e pensões de Macau registou um novo recorde mensal em Julho, superando os 88%, indicam dados oficiais

Em Julho, a taxa de ocupa-ção média dos hotéis e das pensões cresceu 8,2 pontos

percentuais, em termos anuais, e atingiu um novo recorde mensal ao fixar-se nos 88,2%, revelou on-tem a Direcção dos Serviços de Es-tatística e Censos (DSEC). Só nos hotéis, a taxa de ocupação média foi estimada em 88,9%, com des-taque para as unidades de quatro estrelas, com 93,1%.

No final de Julho, os hotéis e pensões da RAEM tinham 21.804 quartos disponíveis, mais 10,5% ou 2.080 quartos do que no mesmo mês de 2010. Os hotéis de cinco estrelas

representavam 62,8% do total.Os dados estatísticos indicam

ainda que o número de hóspedes registados nos hotéis e pensões em Julho subiu 21,5% para 795.827, face ao mesmo período de 2010. Os principais mercados da indús-tria hoteleira de Macau foram a China Continental e Hong Kong, perfazendo 54,2% e 21,5% do to-tal, respectivamente. Os hóspedes permaneceram em média 1,4 noi-tes, ou seja menos 0,07 pontos do que em Julho de 2010.

No cômputo geral dos primei-ros sete meses do ano, alojaram-se 4.784.618 hóspedes nos hotéis e

pensões, o que traduz um acrés-cimo homólogo de 7,4%. A taxa de ocupação média destes estabe-lecimentos subiu 4,1 pontos para 82,9%. Entre Janeiro e Julho, o número de hóspedes representou 61,5% do total de turistas.

Por outro lado, a DSEC in-dicou que o número de excursio-nistas cresceu 46,1% para 670.664 visitantes em Julho. Neste capí-tulo, destacaram-se os visitantes da China Continental (489.503), Taiwan (46.776), Coreia do Sul (31.066) e Hong Kong (28.839), com aumentos de 51,2%; 90,8%; 151,1% e 19,3%, respectivamente.

joGADoRES REVELAm EXPEctAtIVAS

open de Macau arranca hojeNum encontro com os jornalistas, alguns dos jogadores que vão participar no Open de Golfe de Macau revelaram objectivos e expectativas. Os favoritos só pensam em ganhar, mas há quem queira apenas “jogar com os melhores”

Depois de dois dias de treinos, a 13.ª edição do Open de Golfe de Macau arranca hoje, com a primeira volta ao campo do “Golf and Country

Club”, em Coloane. Ao longo do dia, vai começar a definir-se o grupo restrito de 65 jogadores que se qua-lificará para as finais, a disputar no fim-de-semana.

Para já, a prova arranca com cerca de centena e meia de golfistas, alguns dos quais participaram ontem num encontro com os jornalistas. Entre eles, o vencedor da última edição, Thaworn Wiratchant, que se afirmou bem preparado para a sua defesa do título, admitindo que enfrenta um forte desafio, dado que estarão presentes na prova cinco dos primeiros 10 classificados na Ordem de Mérito do ‘Asian Tour’.

“Eu sinto-me muito preparado para a minha de-fesa do título, mas não tenho certeza se posso ganhar novamente. Vou fazer o meu melhor, mas o golfe é muito imprevisível. Com tantos bons jogadores nesta semana, é difícil prever quem vai ganhar”, disse o tai-landês, que conquistou 12 vitórias na “Asian Tour”. Com 44 anos, o conceituado golfista reconhece que participam na competição muitos jogadores jovens, com mais resistência física do que ele, mas prome-te “não mudar nada” no estilo de jogo que costuma apresentar, encarando a prova ao seu ritmo.

Igualmente veterano, o chinês Zhang Lian-wei, com 46 anos, vencedor por duas vezes do Open de Macau (em 2001 e 2002), não escondeu o seu entusias-mo com o regresso ao território: “Eu gosto sempre de jogar no Open de Macau. Sinto sempre que estou a defender o meu título aqui. Tenho que admitir que não será fácil ganhar de novo com todos os jogado-res da ‘Asian Tour’ aqui, mas farei o meu melhor”, comentou Zhang, considerado um dos pioneiros do

golfe de alta competição na China.Para além dos profissionais, a prova conta com

jogadores com ambições mais modestas. É o caso de Ao Ka Wai, um golfista de Macau com apenas 14 anos, que não escondeu um certo nervosismo na véspera do início do Open: “Esta é uma grande experiência para mim. Não há muitas oportunidades de jogar com os melhores jogadores. Sinto-me muito nervoso e assus-tado, mas esse é o tipo de experiência que me ajudará a se tornar um jogador melhor”, disse Ao, que represen-tou a RAEM nos Jogos Asiáticos de 2010, em Cantão.

Edmund Ho, ex-Chefe do Executivo e conhecido amante do golfe, deu ontem umas tacadas em Coloane

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loCal“SLOT” DEU JACKPOT DE UM MILHÃO. um cliente do Sands macau conquistou um “jackpot” de 1,1 milhões de dólares de Hong Kong numa das “slots” do casino. Segundo a macau business, o Sands já tinha entregue “jackpots” de 10 milhões em maio e cinco milhões em Julho.

COMEÇA A VACINAÇÃO GRATUITA. os Serviços de Saúde iniciam hoje a vacinação gratuita contra a gripe sazonal para os grupos de alto risco: residentes menores de idade ou com 60 ou mais anos, portadores de doenças crónicas, bem como funcionários de lares, creches e instituições de ensino primário e secundário. o organismo encomendou para o efeito 108 mil doses.

PoRtUGAL EXoRtADo A APoIAR REcoNHEcImENto DA cHINA como EcoNomIA DE mERcADo

“China e UE não se conhecem bem”O modelo de economia de mercado na China ainda não é reconhecido pela União Europeia, mas Jiang Shixue, do Instituto Europeu da Academia Chinesa da Ciência Social, acredita que Portugal pode ajudar Pequim nesse sentido

Está a um passo – leia-se, alguns anos – de se tornar na primei-ra economia do mundo, à frente

dos EUA, mas ainda assim os modelos económico e político da China perma-necem sem o estatuto desejado por Pequim. O reparo foi feito ontem por Jiang Shixue, sub-director do Instituto Europeu da Academia Chinesa da Ci-ência Social da República Popular da China (RPC), à margem da realização do Fórum Sino-Português de Jovens para a Cooperação Económica.

De acordo com o responsável, Por-tugal pode desempenhar um importan-te papel no que diz respeito à aceitação da existência de um mercado livre na

China. “Mantemos boas ligações com a União Europeia (UE). Contudo, em áreas como o comércio ou a política, a China e a UE não se conhecem bem. A UE ainda não reconhece a economia de mercado da China e o seu estatuto. Por-tugal, como membro da UE, pode aju-dar os países a saber mais sobre a Chi-na”. Jiang Shixue acrescentou ainda que “até em termos políticos Portugal pode ajudar a UE a compreender a China”.

Num fórum que teve as ligações económicas entre Portugal e a China como tema, Jiang Shixue afirmou mes-mo que o seu país “é capaz de ultrapas-sar os EUA”, no lugar de primeira po-tência económica. Só não sabe estimar

quando. “Há diferentes conclusões so-bre esta questão, alguns dizem que só em 2050”, indicou.

Confrontado com as recentes no-tícias que dão conta da necessidade de mudança do modelo económico chinês e da valorização do yuan, o mesmo res-ponsável disse concordar com a aplica-ção dessas alterações. “Precisamos de aumentar o nosso nível de eficiência. Não podemos depender demasiado do mercado mundial. É grande, mas aca-ba por ser limitado. Há que estimular o mercado doméstico”, defendeu. Quan-to ao valor da moeda, este terá de ser aumentado “passo a passo”, caso con-trário, “será terrível para a economia”.

“Num curto espaço de tempo a nossa moeda tem vindo a ser valorizada. A China tem de mudar a sua política mo-netária e devia aumentar o valor da moeda”, defendeu Jiang Shixue. Contu-do, deixou um aviso: “A China não irá fazer nada sobre pressão. Se aumentar o valor da moeda, e se isso for benéfi-co, irá fazê-lo, mas não sobre pressão”. Ainda sobre este assunto, falou dos ob-jectivos do 12o Plano Quinquenal, no qual consta a necessidade de “manter a estabilidade da moeda. “Este é um dos problemas que o Governo Central tem de resolver”, assumiu.

A.S.S.

RAEm AcoLHE FÓRUm SINo-PoRtUGUÊS DE cooPERAÇÃo EcoNÓmIcA

Portugal busca “nichos de mercado” Conhecer de perto a realidade do mercado chinês foi o objectivo de um encontro que juntou ontem jovens empresários de Portugal e China. O Fórum Sino-Português de Jovens para a Cooperação Económica pretende, sobretudo, servir para que as empresas portuguesas possam encontrar nichos de mercado na China e apresentar “produtos de alta qualidade”. A comitiva passa hoje pela Ilha da Montanha

Siderurgia portuguesa na Chinaa empresa chama-se lineve lda, fabrica materiais na área da siderurgia e já trabalha com quatro empresas chinesas. luís oliveira é o sócio-gerente e o balanço que faz da entrada no mercado é positivo. “a missão na feira de cantão, em 2009, foi um sucesso porque desenvolvemos vários contactos que deram frutos”, explicou. Desde então que o negócio permanece, representando uma fatia de cerca de 800 mil euros anuais na facturação da empresa. “compramos aqui o produto em matéria-prima, optimizamos e tentamos vender no mercado chinês. também mantemos negócios com marrocos e moçambique, mas a china é o maior comprador”, revelou luís oliveira. Na calha está “uma parceria com uma fábrica de quadros eléctricos, onde estamos a tentar exportar”. mas a prudência é a alma do negócio. “estamos apenas nos primeiros contactos. aqui as coisas têm de ser feitas com muita calma. mas estou satisfeito, caso contrário não voltava”, concluiu aos jornalistas.

De Portugal chegaram 25 empresários com vontade de explorar e conhecer as realidades de um novo mercado. Da China Continental

vieram mais de 80 para cooperar e estabelecer um diálogo económico. E mais uma vez a RAEM serviu de plataforma de ligação através do Fórum Sino-Português de Jovens para a Cooperação Económica, que decorreu ontem. Pedro Pinto, vice-presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), de Portugal, revelou aos jornalistas que o número de membros da comitiva superou as expectativas. “Trou-xemos 25 pessoas, o que não é normal, pois estamos a falar de uma viagem muito longa. Mas isso mostra o interesse que os empresários portugueses têm na China, principalmente esta nova geração”, referiu. Numa iniciativa organizada no âmbito do Ano da Ju-ventude União Europeia - China, a ideia é conhecer as potencialidades de um mercado que está a crescer, e onde a língua e o lado histórico de Macau podem servir de referência aos empresários que chegam ao território pela primeira vez. Frederico Ma Chi Ngai, presidente da Federação de Juventude de Macau, fri-sou que “Macau sempre foi muito importante como elo de ligação entre os países de língua portuguesa, e depois da mudança de soberania essa relação in-tensificou-se”. Rita Santos, secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum Macau garan-tiu que “a área principal onde Macau tem servido de plataforma é a da prestação de serviços”. Já Duarte Alves, vice-presidente da Federação de Juventude, defendeu que “é sempre importante investir fora do país e mostrar os seus produtos, e a RAEM tem sido a ponte para os empresários. Este é o primeiro fórum com jovens, esperamos que no futuro possamos alar-gar a outros países de língua portuguesa”.

Se há alguns anos os portugueses chegavam à China com o objectivo de comprar produtos mais baratos para depois vendê-los em Portugal, agora a ideia é exportar as melhores produções lusas e, sobre-tudo, fazer com que cheguem aos “nichos de merca-

do” que há na China. Esta evolução das relações eco-nómicas sino-portuguesas foi apresentada por Pedro Pinto. “O interesse na China sempre existiu. Sabemos que Portugal tem produtos de elevada qualidade que preenchem nichos de mercado no mercado chinês e que para nós são muito importantes. A China é nes-te momento dos países que mais pessoas ricas tem no mundo, que gostam de produtos de qualidade e feitos no estrangeiro. Essa é a nossa motivação neste momento”, garantiu o vice-presidente da ANJE. As áreas dos vinhos, produção de azeite, tecnologia e joalharia são aquelas que os portugueses trazem na bagagem, sempre com a garantia da máxima qualida-

de. “Não vimos concorrer com produto de mercado”, defendeu Pedro Pinto. Já Frederico Ma acredita no fo-mento das indústrias criativas e na ligação estabeleci-da na área da medicina chinesa. “Tive conhecimento que muitos empresários portugueses vão importar medicamentos chineses para Portugal”, revelou. EXCESSO DE FEIRAS. Entrar no mercado chinês apresenta alguns obstáculos, nomeadamente a língua e distância, e é nesse aspecto que Macau pode ajudar. “Temos visitado escritórios de advogados e bancos e já há contactos de pessoas interessadas em aprovei-tar Macau para entrar na China. Criam as suas pró-prias empresas para através disso entrar no mercado chinês. Também é uma boa entrada para o mercado asiático”, considerou Pedro Pinto. O responsável da ANJE apontou ainda como uma dificuldade o exces-so de feiras do sector que se realizam na China Conti-nental. “Um dos obstáculos é que a China tem muitas feiras. Muitas vezes fazemos a visita à Feira de Can-tão, porque é multi-sectorial. O custo de participação é elevado para uma empresa portuguesa e é algo que tem de ser avaliado”, afirmou.

Hoje os trabalhos prosseguem com uma visita à Ilha da Montanha, estando ainda prevista uma des-locação a Cantão para contactos com empresários de Guangdong.

A.S.S.

Pedro Pinto é o vice-presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários de Portugal

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PUblICIdadE

Pág 08 quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 JoRnal tRibuna de maCau

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JoRnal tRibuna de maCau quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 Pág 09

PAVILHÃO EM RECONSTRUÇÃO. No próximo dia 19, o instituto do Desporto vai “entregar” o Pavilhão de mong-Há à DSSoPt no âmbito do projecto de reconstrução da infra-estrutura, que envolve também o reordenamento daquela zona comunitária. Por isso, nesta fase, o pavilhão apenas estará aberto ao público até domingo. loCal

GEOFFREY GUNN NA LIVRARIA PORTUGUESA. Geoffrey c. Gunn, académico australiano especialista em assuntos timorenses, estará hoje na livraria Portuguesa para apresentar, pelas 18:30 horas, a sua obra mais recente: “History Without borders: the making of an asian World region, 1000-1800”.

ÁUStRIA jUNtA-SE A EQUIPA FoRmoSINA NA PRÓXImA NoItE DE FoGo DE ARtÍFIcIo

Taiwan traz pirotecnia “ecológica”A “San Tai Fireworks Industrial Co” já conhece todos os “cantos” do Concurso Internacional de Fogo de Artíficio de Macau. Na sua sexta presença em Macau, a equipa formosina promete um espectáculo que protege o ambiente. Já a formação austríaca vai trazer música clássica aos céus de Macau, no próximo sábado

coNFRARIA ENtRoNIZA mAIS Um coNFRADE EXtRAoRDINÁRIo

20 anos de tradição no restaurante CarlosCom duas décadas de existência, o restaurante Carlos foi reconhecido como confrade extraordinário pela Confraria da Gastronomia Macaense. Na decisão pesou o facto de ser um estabelecimento com uma lista de pratos macaenses “muito bons”. Henrique Castilho, um dos proprietários, ainda herdou da mãe a tradição da culinária de Macau

FÁTIMA ALMEIDA

Para ouvir todas as histórias terí-amos de ter tempo para sentar e até saborear os petiscos, avisam-

nos logo. No restaurante Carlos tudo começou há 20 anos ainda a porta se abria atrás da Praça do Tap Seac para todos os que procuravam os sabores da comida portuguesa e macaense. A ideia nasceu entre amigos crescidos mas foi-se desenvolvendo também com as raí-zes da infância. Henrique Castilho, um dos sócios do restaurante, não esconde o fascínio pela cozinha macaense que herdou da família. “Aprendi com a minha mãe”, contou ao JTM, antes de uma visita rápida à cozinha, para apre-sentar o chefe e todos os que ajudam a chegar à mesa a tradição.

Ontem era um dia especial, ainda que diariamente as especialidades da casa sejam testadas nos paladares. Por isso, leitão para a mesa, mas antes a nova peça da história desta casa que há dez anos se mudou para a Rua da Ci-

dade de Braga. Mais um diploma para aquelas paredes.

A Confraria da Gastronomia Maca-ense entronizou o restaurante Carlos a confrade extraordinário, um mérito que já recaiu também no Solmar, Lou Kei e Fat Siu Lau, os dois últimos pela ligação às comunidades macaense e portugue-sa devido às festas de convívio.

“Segundo a nossa Confraria, o res-taurante Carlos é um dos poucos que aqui nesta área ainda consegue divulgar a nossa culinária Macaense, tem muitos pratos da cozinha macaense e muito bons”, referiu o presidente da Confra-

ria da Gastronomia Macaense. “Não há propriamente restaurantes macaense em Macau, há restaurantes de comida portuguesa com pratos de comida ma-caense. Podemos dizer que o Carlos é um dos que tem mantido ao longo dos 20 anos esta característica de ter ao lado dos pratos de comida portuguesa sem-pre a gastronomia macaense”, acrescen-tou Luís Machado, justificando a deci-são unânime da Confraria.

Henrique Castilho mostrava-se sa-tisfeito com a casa cheia. É o que lhe dá gosto ver num espaço em que convivem dois sabores. Já não mede força com os

tachos porque as décadas vão-se so-mando no corpo, mas confessa tristeza ao pensar que o legado pode não con-tinuar. “Sinto-me feliz por preservar a tradição, mas esta vai–se perdendo. Os meus filhos já não querem trabalhar na cozinha, tenho medo que isto desapare-ça”, disse. Mas enquanto a força não fa-lha, há-de ser preciso reservar uma mesa com antecedência, para que não falte es-paço a quem queira comer um minchi ou um bom bacalhau, assegura. E quiçá para uma tarde de conversa para que então cheguem à memória todos contos de duas décadas de gastronomia.

Uma oportunidade para mostrar um novo pro-duto”. Foi desta forma

que Lilian Wang, da equipa “San Tai Fireworks Industrial Co, Ltd” falou do espectácu-lo que vai mostrar ao público no próximo sábado, dia 17, na baía em frente à Torre de Ma-cau. A responsável da equipa vinda de Taiwan, que já foi a vencedora do concurso em 2003, explicou aos jornalistas que pretende introduzir um novo conceito de espectáculo de pirotecnia mais amigo do ambiente. “Vamos encorajar a protecção ambiental, pois va-mos reutilizar o maior número de materiais que conseguir-mos, além de que estes não têm cores tóxicas. Queremos que o uso de materiais recicláveis seja aberto a toda a indústria. Os espectáculos de pirotecnia são caros e desta forma espero que se tornem mais baratos”, confessou Lilian Wang. Para a

responsável, esta participação na 23a edição do Concurso Internacional de Fogo de Arti-fício constitui uma boa oportu-nidade para desenvolver este projecto. “Queremos mostrar os nossos novos produtos e o investimento que temos feito

em novas máquinas. Esta com-petição é o melhor lugar para fazermos isso, porque tem as melhores equipas do mundo. Vai funcionar como teste”, de-clarou.

Para o espectáculo de sá-bado, o tema é o filme “Twi-

light”, com uma aposta nas mudanças constantes de cores e formas. O apelo à paz mun-dial e à união entre as pessoas vai ser outro dos pontos for-tes do espectáculo. A música “We Are The World” vai tocar como sinal de que “as pessoas precisam de ter mais harmo-nia”, seguida de outras sono-ridades.

Da Europa chega a “Fi-reevent Die Feuerwerker”, da Áustria, que compete em Macau pela segunda vez, sen-do que a primeira ocorreu em 2009. Nesta edição, promete trazer os conhecimentos e as técnicas de quem faz todos os anos o espectáculo de fogo de artifício nos Alpes, por ocasião do Ano Novo.

Michael Rzehak explicou aos jornalistas que esta vai ser uma exibição com muita mú-sica, clássica e austríaca. “No outro ano em que participá-mos houve alguns efeitos que

não funcionaram, mas acho que este ano não vamos ter problemas. Vai ser outro esti-lo de fogo de artifício”, consi-derou. Quanto à organização, Michael Rzehak teceu elogios. “Começámos a trabalhar em Janeiro com os Serviços de Tu-rismo de Macau e houve mui-ta organização. É muito bom trabalhar aqui”, disse.

Sobre a ronda inaugural desta competição, Ian Riedel, um dos membros da organiza-ção, fez um balanço positivo. “Ambas as equipas estiveram muito bem, mas acho que a Coreia do Sul esteve melhor, com mais e melhores efeitos. O Canadá é a primeira vez que participa e ainda se estava a habituar ao local e à própria competição”, disse ao JTM. Na segunda-feira, já actuaram en-tretanto mais duas equipas, do Japão e Inglaterra.

A.S.S.

Equipas de Taiwan e Áustria preenchem o cartaz da terceira ronda do concurso de fogo de artifício

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Pág 10 quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 JoRnal tRibuna de maCau

dESPoRToESCÓCIA EM GRANDE NO RÂGUEBi. a escócia ficou mais perto dos quartos de final do mundial de râguebi, na Nova Zelândia, ao somar a segunda vitória no Grupo b, frente à Geórgia, por 15-6. No Grupo a, tonga perdeu frente ao canadá (20-25) e, no D, Samoa goleou a Namíbia por 49-12.

CARVALHO FICA UM ANO FORA DA SELECÇÃO. a federação Portuguesa de futebol (fPf) “afastou” ricardo carvalho por um ano da selecção, no seguimento do abandono do estágio para o jogo com chipre, de qualificação para o euro2012.

LIGA EURoPA

Sporting e braga entram hoje em acçãoO Sporting de Braga, finalista vencido da última edição, e Sporting são os dois únicos clubes portugueses na luta pela sucessão ao FC Porto como vencedor da Liga Europa de futebol, numa edição sem muitos “tubarões”

Com uma autêntica revolução no plantel, que apresenta 16 caras novas, o Sporting não iniciou

bem a temporada, mas apresenta-se, em teoria, como a equipa portuguesa melhor colocada para atingir uma fase adiantada da Liga Europa. Os “leões” são apontados como favoritos a con-seguirem a qualificação no Grupo D, apesar da concorrência da Lazio, que será uma das equipas mais fortes da competição.

Os suíços do Zurique, de Jorge Tei-xeira, e os romenos do Vaslui, de Hugo Luz, são os outros adversários do Spor-ting. O primeiro embate dos leões está

marcado para hoje em Zurique.A surpreendente presença na final

da última temporada colocou o Spor-ting de Braga sob os holofotes, mas será difícil repetir a proeza, sobretudo, sem o efeito surpresa que teve em várias eli-minatórias.

Na fase de grupos, os “arsenalis-tas” são favoritos para vencer o Grupo H, juntamente com o Birmingham, do segundo escalão inglês e adversário de hoje, os belgas do Club Brugge e os es-lovenos do Maribor.

Entre os 52 jogadores portugueses inscritos na competição, os três represen-tantes lusos do Atlético de Madrid são os

que mais hipóteses têm de chegar longe.Sílvio, Tiago e Pizzi jogam num

Atlético de Madrid renovado e com vontade de repetir o feito de 2009/10, quando, pela mão de Quique Flores, ganhou a primeira edição da prova.

A seguir a Sporting e Sporting de Braga, o Besiktas é a equipa mais por-tuguesa da prova, com cinco represen-tantes: Manuel Fernandes, Júlio Alves, Hugo Almeida, Quaresma e Simão.

Com muitos milhões gastos no de-feso, o Paris Saint-Germain afigura-se como um dos candidatos à vitória final, depois de na última temporada ter sido eliminado pelo Benfica nos oitavos de fi-

nal. Também eliminado pelos “encarna-dos”, mas na ronda seguinte, o PSV Ein-dhoven, como antigo campeão europeu, também entra no lote de favoritos.

Em teoria, os ingleses do Totte-nham são a equipa mais forte presente nesta fase da prova, a par dos alemães do Schalke 04, que na última época atingiram as meias-finais da Liga dos Campeões.

Contudo, o favoritismo de qual-quer uma destas equipas pode ser aba-lado na segunda fase da competição, sobretudo, devido à entrada dos tercei-ros classificados da fase de grupos da Liga dos Campeões na prova.

Milan “arranca” empate em Camp NouO AC Milan, já nos descontos, empatou 2-2 na visita ao campeão europeu e espanhol, FC Barcelona, no primeiro dia da Liga dos Campeões de futebol 2011/12, aproveitado da melhor forma pelo Chelsea, que superou o Bayer Leverkusen

Em Camp Nou, o brasileiro Pato alcançou o quin-to golo mais rápido da história da competição, inaugurando o marcador logo aos 24 segundos,

mas Pedro Rodriguez e Villa, respectivamente aos 36 e 50 minutos, deram a volta ao marcador a favor dos “blaugrana”.

Só aos 92 minutos, outro brasileiro, Thiago Silva, aproveitou um pontapé de canto para recolocar, de cabeça, os “rossoneri” em igualdade.

Neste Grupo H, como os checos do Viktoria Pl-zen também empataram (1-1) em casa frente aos bie-

lorrussos do BATE Borisov, todas as equipas seguem com um ponto.

No agrupamento E, David Luiz, ex-jogador do Benfica, inaugurou o marcador a favor do Chelsea, em Stamford Bridge, aos 67 minutos, antes de ser substituído pelo também brasileiro Alex, aos 76.

Já no tempo de compensação, aos 93, Juan Mata confirmou o triunfo dos londrinos sobre o Bayer Le-verkusen, estabelecendo o 2-0 final, que colocou a equipa no topo da tabela, com três pontos, já que o Valência, com Miguel a actuar os 90 minutos e Ricar-

do Costa nas “reservas”, se ficou pelo “nulo” em visi-ta aos belgas do Genk.

Na “poule” F, o Arsenal esteve a vencer na visita ao Borussia Dortmund, graças ao tento do holandês Van Persie, aos 42 minutos, mas, a dois minutos do tempo regulamentar, Perisic alcançou o empate (1-1).

Na outra partida do grupo, o Olympique Mar-selha, com um golo do argentino e ex-portista Lucho Gonzalez, impôs-se na visita aos gregos do Olym-piakos, assumindo a liderança.

LIGA DoS cAmPEÕES

Reviravolta “à bomba” no dragãoGolos de Hulk e Kléber permitiram uma estreia vitoriosa do FC Porto na edição deste ano da Liga dos Campeões. Os dragões estiveram a perder, acertaram três vezes no ferro da baliza adversária, mas o poder de fogo do “Incrível” voltou a fazer a diferença

O FC Porto venceu o Shakhtar Do-nestsk, por 2-1, no jogo inaugural do Grupo G da Liga dos Cam-

peões, disputado no Estádio do Dragão, naquela que foi a estreia de Vítor Perei-ra na prova europeia como técnico prin-cipal. Vítor Pereira apostou no esquema tradicional, trocando o castigado Rolan-do por Otamendi e Bellushi por Defour, tendo por base o “onze” que sexta-feira defrontou o Vitória de Setúbal, para o campeonato português.

E o arranque dos “dragões” até po-dia ter sido mais fácil: aos 9 minutos, o ár-bitro alemão assinalou falta sobre James Rodriguez dentro da grande área, mas Hulk, encarregado de marcar o penálti, disparou contra o poste direito da baliza de Rybka. O maior problema foi quando, dois minutos volvidos, Helton não con-seguiu segurar um remate de William,

aparecendo Luís Adriano a desviar para o golo da equipa ucraniana.

A equipa portista mandava já na zona intermédia, mas apertou ainda mais os “ferrolhos” junto à sua grande área, enquanto o Shakhtar vivia à custa dos cinco brasileiros com tarefas bem definidas no contra-ataque, que provo-caram um par de sobressaltos junto à área de Helton.

E teve que ser “à bomba”, através

de um potente remate de Hulk, de livre direto (28 minutos) do “meio da rua”, que a “muralha” quebrou, com o guar-dião ucraniano a ver a bola resvalar-lhe nas luvas. Dois minutos depois, o avançado brasileiro “furou” a defesa em velocidade e estatelou-se no relva-do, lance em que a equipa portista re-clamou penálti. O árbitro alemão Félix Brych, muito inseguro já com um con-junto variado de erros de julgamento,

não assinalou. Aos 40 minutos, o juiz germânico entendeu que o central Rakitskiy cometeu falta grave (pé em riste) sobre João Moutinho e mostrou-lhe o cartão vermelho.

Foram os estreantes James Rodri-guez e Kléber que resolverem o impasse no marcador, aos 51 minutos, quando o colombiano desceu pela esquerda, tirou um adversário da frente, e colocou no pé do avançado brasileiro, que só teve que o encostar para fazer o golo.

Os “dragões” mantiveram o do-mínio territorial e Vítor Pereira trocou Fernando por Bellushi, procurando mais criatividade ofensiva, já que os ucranianos mantiveram o “autocarro” bem estacionado junto à sua baliza. Até final, além de uma série constante de “tiro ao alvo” de fora da área, regis-to para uma perda de Jadson, que se isolou, mas acabou por perder a bola, para um disparo à barra de James na marcação de um livre frontal e para a expulsão, aos 80, de Chygrynskiy, por acumulação de amarelos.

Na outra partida do grupo os ciprio-tas do APOEL Nicosia protagonizaram uma meia surpresa ao vencerem em casa o Zenit, por 2-1, passando para o coman-do do grupo, a par do FC Porto.

JTM/Lusa

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aCTUal o mUNDNoS “mEDIA”

PoRtUGAL

PoRtUGAL

PoRtUGAL

ESPANHA

FRANÇA

BRASIL

QUATRO MORTOS EM ATAQUE COM MACHADO. um agricultor de 30 anos, suspeito de sofrer de problemas psicológicos, matou ontem, com golpes de machado, uma criança e três adultos na província chinesa de Henan, num ataque que também deixou duas pessoas gravemente feridas, informou a agência xinhua. o ataque aconteceu na cidade de Gongyi, no momento em que as famílias seguiam para o jardim-de-infância.

JoRnal tRibuna de maCau quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 Pág 11

cHINA

Milhões viajam em busca de esposasO desequilíbrio de géneros na China obriga os cerca de 18 milhões de solteiros chineses a viajar para países como o Vietname e Brunei em busca de mulheres, as quais chegam a valer seis mil dólares se forem virgens

Os abortos selectivos de meninas na sociedade também agravam a situação de desequilíbrio. A pers-

pectiva é que em 2020, a China tenha 24 milhões de pessoas solteiras, já que para cada 116 homens nascem 100 mulheres. No resto do mundo, a proporção é de 103 e 107 homens para cada 100 mulheres.

Por conta dessa situação, alguns sol-teiros chineses optam por viajar para pa-íses como o Vietname para “comprar” as suas esposas. No Vietname, existem agên-cias especializadas em oferecer esposas a partir de 900 dólares. Detalhe: o cliente ainda possui garantia que varia de três meses a um ano, caso a sua mulher queira fugir.

Para as vietnamitas, que são as mais cotadas, casar com um chinês significa fu-gir da pobreza e da baixa posição social. Para elas, os chineses são como os ameri-canos são para as chinesas, ou seja, uma fonte segura de vida confortável e segura.

Por sua vez, os homens chineses tam-bém optam pela compra das suas esposas para não precisar de corresponder às inú-meras exigências das mulheres chinesas, que procurem homens que ofereçam uma casa, um veículo e um salário fixo eleva-do.

Segundo um relatório do portal chi-nês Souhu Jiaodian - sobre o custo de um casamento nas maiores cidades da China, elaborado a partir de uma sondagem feita

pela Internet - em Pequim, por exemplo, é preciso cerca de 315 mil dólares para ga-rantir a sua esposa.

A pesquisa leva em conta o custo aproximado de uma casa de 80 metros quadrados, despesas com decorações, ar-tigos para o lar, carro, festa de casamento e lua-de-mel na Europa, além de tudo que foi gasto durante o período de namoro.

Após todos esses cálculos, pagar uma quantia de 900 dólares a seis mil dólares para comprar uma esposa que, segundo os seus vendedores, será carinhosa e boa, motivou muitos chineses. Há uma pressão pessoal e familiar muito forte na China para comprar uma casa e conseguir uma esposa.

PoRtUGAL

FMI exige nova subida do IVaO FMI quer que Portugal reduza a Taxa Social Única em 8,5 pontos percentuais, no próximo ano. Em compensação, o organismo exige um agravamento da taxa mínima do IVA, actualmente fixada em seis por cento

O Fundo Monetário In-ternacional (FMI) está a pressionar o Gover-

no português para fazer um primeiro corte de mais de oito pontos percentuais nas con-tribuições dos patrões para a Segurança Social. Segundo o Diário de Notícias, a agressi-vidade da redução não agrada ao Executivo, principalmente a Vítor Gaspar, que teme as consequências para o défice.

O FMI considera ainda que as alterações ao IVA não devem incidir sobre a taxa má-xima de 23 por cento, mas sim nos dois degraus inferiores. O Fundo defende uma aproxi-mação entre a taxa reduzida (seis por cento) e a intermédia (13 por cento).

Numa conferência telefó-nica com jornalistas, a partir de Washington, o líder do FMI para a missão da “troika” em Portugal reiterou que a desci-da da Taxa Social Única (TSU) deve ser “agressiva” e defendeu um corte equivalente a dois por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Poul Thomsen reiterou que só um corte “substancial” na TSU poderá ter “impacto real na competitividade” do País. “Nós defendemos um pri-meiro passo agressivo. Consi-deramos que um corte de dois

por cento do PIB é apropriado”, argumentou.

Esta é uma das medidas que constam do memorando de entendimento assinado em Maio, mas que tem suscitado polémica entre patrões e sindi-catos, o que levou o Governo a publicar em Agosto um do-cumento no qual apresentava várias propostas de corte nesta taxa.

Todavia, a incerteza gera-da do lado da receita, poden-do por em causa os objectivos orçamentais, tem perpetuado a decisão final sobre a sua con-cretização.

“A desvalorização faz parte da nossa recomendação. É uma medida muito impor-tante, que está incluída no

programa. Mas vamos ouvir o que as autoridades têm a dizer, quando voltarmos a Lis-boa para preparar o Orçamen-to de 2012”, disse, a propósito, Poul Thomsen. De acordo com informação divulgada pelo Ministério das Finanças, uma equipa de técnicos da “troika” vai estar em Lisboa durante cinco dias, para debater a des-cida da TSU e o Orçamento do Estado para 2012.

O líder do FMI para a mis-são da “troika” em Portugal, considerou ainda que apesar da determinação do Governo em acelerar as reformas es-truturais, o “desafio maior” prende-se em aplicar cortes de despesa que compensem a derrapagem de 2011. “Estamos

particularmente agradados com a determinação do Go-verno em acelerar as reformas estruturais. Sempre dissemos que se isto fosse apenas um programa de consolidação or-çamental, seria mal sucedido”, afirmou Thomsen.

Apesar de enaltecer o ac-tual Executivo por acelerar as reformas estruturais, o mes-mo responsável advertiu que “o maior desafio ainda está por vir e terá de ser posto em prática já em 2012, através da apresentação de medidas per-manentes de corte de despe-sa que permitam compensar a derrapagem de 2011”. Para compensar o desvio encontra-do pelo Governo, o montante deverá ascender a 0,6 por cen-to do PIB, valor que acresce aos três por cento já inscritos no memorando de entendi-mento e que Thomsen agora relembrou.

Todavia, o líder do FMI para Portugal elogiou a posi-ção do Governo perante as me-tas do défice, salientando que “a intransigência em cumprir os objectivos e em corrigir ra-pidamente quaisquer desvios dão confiança aos mercados”. E reiterou: “O compromisso que os [vossos] líderes têm mostrado ajuda a reduzir as incertezas a médio prazo”.

Lembrou, a propósito, que exemplo desse “compromisso” foi o anúncio das medidas adi-cionais de aumento da receita, nomeadamente, através do incremento da taxa do impos-to sobre o valor acrescentado, um imposto incidente sobre o consumo.

“Houve desvios, mas o Governo agiu rápido para os compensar”, considerou.

Poul Thomsen elogiou a posição do Governo perante as metas do défice

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Pág 12 quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 JoRnal tRibuna de maCau

(...) “Berlim já não é o mundo da fantasia suprema que conhecemos em “Cabaret” com Liza Minneli. A diva agora é Angela Merkel e é ela que gere a forma como o dinheiro roda” (...)

Fernando Sobral in “Jornal de Negócios”d

ito oPINIão

(...) “Talvez a Lacoste e a Abercrombie & Fitch devessem seguir antes o exemplo da Adidas, fiel ao velho princípio da publicidade ‘falem de mim, mesmo que mal, mas falem’”(...) - Leonídio Paulo Ferreira

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 15/09/1991

Há 20 anos

REUNIÃO DE PEQUIM ATINGIU OBJECTIVOSO governador de Macau, Rocha Vieira, assinou esta semana os diplomas que criam a universidade e o Instituto Politécnico de Macau, anunciou o porta-voz do executivo, Salavessa da Costa. Com a publicação dos diplomas, previstos para a próxima semana, a universidade (até agora designada universidade da Ásia Oriental) passa a ser uma instituição pública não estatal, gerida pela Fundação Macau e com os respectivos cursos devidamente reconhecidos, disse. Acrescentou que o Instituto Politécnico de Macau, que tem estado a funcionar integrado na UAO, passará a entidade independente, após a publicação do diploma. Salavessa da Costa esclareceu que as duas instituições (UM e IPM) serão consideradas instituições em regime de instalação até à aprovação dos respectivos estatutos, cuja fase de elaboração está já em curso. O porta-voz do executivo garantiu também que a administração do Território alcançará uma solução para a situação financeira, que o Leal Senado atravessa presentemente. Salavessa da Costa referia-se a declarações proferidas esta semana pelo presidente do Município de Macau, nas quais alertou para a eminência de rotura financeira da autarquia. O porta-voz acrescentou também que a reunião realizada na passada segunda-feira em Pequim, entre as autoridades chinesas, o embaixador de Portugal, o secretário-adjunto para os transportes e obras públicas e o presidente da companhia do aeroporto de Macau, atingiu os propósitos para que foi solicitada”. “A reunião foi requerida pela parte portuguesa para informar os responsáveis chineses sobre o planeamento global do aeroporto e esse propósito foi totalmente atingido”, afirmou.

TRIbUNa

Que se saiba, a Lacoste ainda não se insurgiu con-tra Mubarak por ter ido no dia 5 de crocodilo ao

peito para a terceira sessão do seu julgamento no Cai-ro. Pelos vistos, a empresa francesa distingue bem um ditador árabe derrubado de um terrorista norueguês. Só assim se explica o actual silêncio comparado com a irritação por Breivik ter sido fotografado num carro policial usando uma blusa vermelha da célebre mar-ca. E, ao que parece, Breivik fará questão de repetir o vestuário sempre que for chamado a ajudar a justiça: foi filmado com a blusa aquando da reconstituição do massacre de 22 de Julho em Utoya.

Percebe-se a preocupação da Lacoste. É questão de imagem. Ninguém que gaste quase cem euros para ter um pólo quer ser associado ao assassino de 77 pes-soas.

Aliás, o jornal norueguês Daglabet escreveu que a polícia terá recebido uma solicitação da marca fun-dada pelo tenista René Lacoste em 1933 para que Brei-vik fosse impedido de usar o seu pólo preferido. Este simbolizaria “um europeu educado e conservador”, como o próprio terrorista islamófobo escreveu no seu manifesto.

Não é inédito que uma marca se sinta incomoda-da com certos fãs. Ainda em Agosto, a Abercrombie & Fitch ofereceu dinheiro aos actores de uma série da MTV para que deixassem de usar a sua roupa. Nascida no século XIX em Nova Iorque, a empresa reinventou-se nos últimos anos, apostando no glamour. Por isso, os directores de marketing ficaram horrorizados quan-do perceberam que Mike “The Situation” Sorrentino, com o seu fio exibido sobre o peito nu, se vestia na loja da Quinta Avenida. Por ironia, a Reebok contra-tou o elenco de Jersey Shore para promover uns ténis, associando-se à popularidade de “The Situation”.

Talvez a Lacoste e a Abercrombie & Fitch deves-sem seguir antes o exemplo da Adidas, fiel ao velho

Leonídio Paulo Ferreira

Mubarak veste lacoste, Kadhafi preferia adidas

princípio da publicidade “falem de mim, mesmo que mal, mas falem”. Um dia é o venezuelano Chávez que aparece na varanda do palácio presidencial de camisa da Adidas, no outro é o cubano Fidel de fato-de-treino da marca alemã a servir de pijama de convalescente. E na semana passada foi a vez de vídeos familiares de Kadhafi mostrarem o ditador líbio de casaco da Adi-das a segurar um neto (?) ao colo.

Apesar de mais novinha que as marcas francesa e americana (Adolf “Adi” Dassler fundou-a em 1949), a empresa alemã sabe tirar proveito dos admiradores, mesmo os de má reputação. Não é ela que gosta deles, eles é que gostam dela.

E se os líbios viraram costas a Kadhafi, já a se-lecção de futebol veste sem problemas Adidas. Bastou que o novo equipamento tivesse a bandeira rebelde bordada.

JTM/DN

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Aviso

Tendo-se verificado inexactidão em relação a data em que o aviso foi subscrito pelo Director desta DSSOPT, respeitante a lista definitiva dos candidatos para o recrutamento de 2 lugares de técnico superior de 2ª classe, 1º escalão (área de engenharia civil), publicado no jornal no dia 7 de Setembro de 2011, por isso rectifique-se a referida data para o dia 31 de Agosto de 2011.

O Director dos Serviços, Jaime Roberto Carion

14/09/2011Avenida da Praia Grande, Nº 665, Edifício Great Will, 2º Andar A

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JoRnal tRibuna de maCau quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 Pág 13

oPINIão(....) Fica no ar, no entanto, a inquietante dúvida sobre se o caso [das sepulturas] não deveria ser reaberto, face à importância ou eventual gravidade do mesmo” (...) – Jorge Silva

(...) “A construção activa de um projecto que não se cristalize no paradigma do ‘mercado’ parece retirada do pensamento de Seguro, cuja natureza e fundamentos, realmente, se desconhecem” (...) - Baptista-Bastos

UM oUTRo olHaR

Fotografia tremida

Jorge Silva*

1. Os resultados da investigação do Comissariado Contra a Corrupção

sobre o caso das sepulturas atingem os dois principais protagonistas da polémica - a secretária para a Admi-nistração e Justiça, Florinda Chan e o então presidente da Câmara provisó-ria, Sales Marques.

O CCAC fala de irregularidades em todo o processo, uma outra forma de substituir a palavra favorecimen-to mas, ao mesmo tempo, acrescenta que o caso prescreveu. Fica no ar, no entanto, a inquietante dúvida sobre se o caso não deveria ser reaberto, face à importância ou eventual gra-vidade do mesmo.

Ficámos a saber, em torno desta questão, que a denúncia chegou ao CCAC devidamente identificada gra-ças à carta aberta publicada em jornais locais da autoria de Paulina Alves que

se sentiu lesada pela decisão da Câmara. Quando o assunto foi do conhecimento público, através do semanário O Clarim, um jornalista e um deputado saíram chamuscados da situação.

José Miguel Encarnação e Pereira Coutinho foram, então, muito critica-dos por todos nós mas, pelos vistos, er-radamente, uma vez que a notícia das sepulturas era bem mais complexa do que parecia.

Decisão administrativa da Câmara ou acto de favorecimento da tutela, este caso acaba por manchar tanto Florin-da Chan como Sales Marques que, até ao momento, se remeteu ao silêncio. Como estamos a falar de duas pessoas de bem, mais esclarecimentos de parte a parte seriam curiais e do interesse da opinião pública.

A secretária já veio dizer que nada tem a ver com a decisão tomada pelo

presidente da Câmara, uma sacudidela da água do capote que não caiu bem.

Como não cai bem a decisão do Chefe do Executivo encomendar ao gabinete de Florinda Chan um inqué-rito sobre todo o processo. A secretária é parte interessada, o que retira credi-bilidade a qualquer investigação entre-tanto encetada.

Esta fotografia não saiu, definitiva-mente, bem. Está tremida...

2. A semana não correu bem ao go-verno. A posse de novos juízes em

qualquer sítio do mundo é uma notícia recebida de braços abertos, embora, desta vez, na RAEM tal não aconteceu.

E isto porque dois dos juízes têm idades compreendidas, salvo erro, entre 24 e 25 anos, uma idade proibida para se exercer a magistratura pela falta de experiência de vida e de conhecimento

real da vida e dos seus alçapões.O presidente da Associação de

Advogados, Jorge Neto Valente, ex-plicou, correctamente, o problema, chamando a atenção para a gravida-de do mesmo, mas é provável que as suas palavras não tenham encontrado eco nas altas instâncias da justiça do território e, até, no governo, ambos um pouco moucos no que se refere ao sector e às lacunas que apresenta.

Na ânsia de localizar, perdeu-se uma boa oportunidade de contratar mais juízes em Portugal, a solução mais normal quando em causa está um direito de matriz portuguesa e conce-bido por especialistas portugueses de acordo com a realidade de Macau.

Já basta aquela peregrina solução do novo responsável pela Faculdade de Direito da Universidade de Macau...

* Jornalista.

TRIbUNa

Eles adoraram lula. Será que o perceberam?

Pedro Tadeu

A visita de Lula da Silva deu azo a uma daquelas unanimida-

des bizarras do Portugal moralista. Os portugueses não falam mal, em público, nem de mortos, nem de ex-presidentes. E quando estes decidem dar a volta ao mundo a cobrar tarifa milionária para espalhar sapiência, tratam de os receber com efusiva alegria e devota humildade, prontos para os ouvir. Ouvir? Sim. Aprender é que não.

Vejamos: ao explicar a sua ex-periência governativa no Brasil, re-conhecidamente notável, Lula subli-nhou para a audiência de políticos, economistas, banqueiros e empresá-rios, algo como isto, citado aqui, sá-bado, no Diário de Notícias, por João Marcelino: “Um milhão nas mãos de um rico gera uma conta bancária ao serviço da especulação financeira; um milhão distribuído por pessoas pobres é uma aposta na economia.”

Parece que a intervenção do homem que quando conseguiu ser eleito pressagiava, na boca de mui-tos dos que estavam naquela sala, o afundamento definitivo do país numa perigosa deriva socialista ou, quiçá, comunista, foi aplaudida de pé. À noite, a notável personalida-de até foi jantar com Passos Coelho, Paulo Portas e Miguel Relvas, pes-soas que, aposto, em 1 de Janeiro de 2003, quando o sindicalista e meta-lúrgico tomou posse como presiden-te da República Federativa do Brasil, achavam o pior possível desse facto

e nunca se imaginariam na situação de um dia virem a ter orgulho de se-rem fotografados para a imprensa a entrar num restaurante para comer na mesa do fundador do Partido dos Trabalhadores.

O que Lula da Silva diz naquela frase tem uma base teórica bem sim-ples: como está estruturado o siste-ma económico, a riqueza só se cria e distribui em proporções e quanti-dades aceitáveis se houver consumo que pague e estimule a actividade produtiva. Para haver consumo, os pobres têm de ter dinheiro para consumir. Logo, as políticas do Es-tado devem privilegiar o estímulo ao consumo e não a protecção dos financeiros.

Isto pode estar errado, mas é algo que muitos teóricos liberais, da direita mais retinta, são capazes de defender. Mas, na prática, a tese é torpedeada todos os dias por esses mesmos teóricos quando exercem cargos governativos. Recordemos, só para dar um exemplo, que 12 mil milhões dos 72 mil milhões de euros que a troika europeia promete em-prestar a Portugal, para enfrentar a situação de crise actual, vão directa-mente para a banca. Para os pobres não foi anunciado um cêntimo, se-quer.

Desconfio que os que aplaudi-ram a frase de Lula com tal entusias-mo não estavam a lembrar-se, coita-dos, do país em que vivem.

JTM/DN

TRIbUNa

o congresso do esperemos

A sombra de José Sócrates perpas-sou pelo Congresso do PS, em

Braga, como um remorso mal emen-dado. Entre os discursos de evocação e envergonhados silêncios, pouco mais houve. É verdade que António José Seguro fez dois discursos “à Es-querda”, mas ele está manietado não só pelos compromissos assumidos com a troika, como pelo historial de concessões, anómalas cumplicidades e cometimentos contrário à sua géne-se de que o Partido Socialista é fértil e impudico.

Que vai fazer e praticar o novo secretário-geral, que chegou onde chegou pelo laborioso trabalho de casulo e de paciente espera sem afã, como se estivesse de tocaia, ao longo de muitíssimos anos?

Entre o dito e o feito vai a escala que percorre as promessas eufóricas das mentiras desavergonhadas. Te-mos uma boa dose dessas ausências de ética e de moral. Mas vamos sem-pre atrás dos cânticos das sereias, como se a nossa experiência demo-crática nunca se alargasse mais do que o horizonte desejado.

Seguro, dizem-me, está animado pelos princípios que enformam a “Es-querda democrática”, expressão cujo rigoroso significado ninguém conhe-ce, e que, aliás, tem servido de pre-texto para numerosas malfeitorias. Mas os tais “princípios”, até agora, limitaram-se a enunciações de retó-rica, sem objectivos claros. Não basta criticar o Governo; é necessária uma exigência de generalidade alterna-tiva, apoiada por uma doutrina po-lítica e económica no estrito sentido

do termo. A construção activa de um projecto que não se cristalize no para-digma do “mercado” parece retirada do pensamento de Seguro, cuja na-tureza e fundamentos, realmente, se desconhecem.

Como a experiência recente no-lo tem ensinado, o “mercado” não se auto-regula através da harmonia dos interesses, exactamente porque essa harmonia não existe. Os problemas são muito mais complexos e escorre-gadios do que pensa o actual secretá-rio-geral dos socialistas.

Não esperava muito mais do Congresso socialista. Porém, tendo em conta o grande mutismo do actual secretário-geral, sinal do “distancia-mento” tomado em relação a Sócrates, talvez surgisse com um lote de ideias, com uma lista poderosa de reflexões sobre a nossa sociedade, com um far-to grupo de concepções inovadoras. Nada. Esperemos, no entanto, que a praxis se oponha à secura exposta. Esperemos.

Uma nota para a intervenção de Francisco Assis. Não foi, apenas, a força do texto, mas, também, o teor do que disse. Expressou, sem rebuço, a lealdade para com Sócrates. Não se trata de fidelidade; sim de lealdade. Fidelidade é coisa de cão; lealdade é traço de carácter.

E outra nota para Maria de Belém Roseira, uma das grandes senhoras da política portuguesa, e que também não confunde fidelidade com lealda-de. A sua nomeação para presidenta do PS exalta a função e a todos nós nobilita e engrandece.

JTM/DN

Baptista-Bastos

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Pág 14 quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 JoRnal tRibuna de maCau

lazERMORREU A ACTRIZ MARY FICKETT. a actriz mary fickett, que durante quase três décadas representou o papel de ruth martin na novela “all my children”, morreu aos 83 anos, informou um porta-voz da emissora de televisão americana abc.

WHITNEY HOUSTON REGRESSA AO GRANDE ECRÃ. a cantora e actriz Whitney Houston vai voltar ao grande ecrã no drama musical “Sparkle”. Whitney está em negociações para actuar num remake da obra de 1976, que é vagamente baseada na história do grupo “the Supremes”.

Rihanna integra júri do programa “X-Factor”a cantora rihanna vai desempenhar o cargo de júri convidada especial no programa de talentos “x-factor”. a intérprete de “S&m” estará ao lado de l.a. reid, bem como Simon cowell, Nicole Scherzinger e Paula abdul, para ajudar a determinar que participantes são reconhecidos, segundo o site “celebrity-gossip”.

Paul McCartney vai casar-se em brevePaul mccartney e a noiva Nancy Shevell deverão casar nos próximos dias, segundo o site do jornal Daily mirror. a cerimónia deverá acontecer na quinta do ex-beatle em Sussex, no sul de inglaterra. caixas de champanhe e cadeiras já foram entregues na propriedade. as alianças foram feitas pela famosa joalharia Neil lane, em los angeles. mccartney, de 69 anos, e Shevell, 51 anos, começaram a namorar em 2007 e anunciaram o noivado em maio deste ano. a herdeira nova-iorquina disse a amigos que o casamento aconteceria em Setembro.

Miley Cyrus revela nova imagema jovem cantora e actriz miley cyrus mostra um look elegante e requintado na sessão fotográfica da próxima edição da revista Prestige. quase irreconhecível, a artista parece afastar-se cada vez mais da imagem de “teen”. a intérprete de “can’t be tamed” fala sobre a percepção que o público tem dela e sobre a discussão acerca de ser ou não uma adolescente “exemplar”. “qualquer pessoa com 18 anos explora a sexualidade e experimenta, e tenta coisas. Para mim, não há razão para mudar isso. temos que ser verdadeiros connosco próprios”, afirmou miley.

Pitt odeia novo namorado de Jennifer anistono actor brad Pitt não é fã do novo namorado de Jennifer aniston, com quem foi casado de 2000 a 2005. Para Pitt, a sua “ex” precisa de alguém diferente de Justin theroux. “brad acha que a Jen precisa de alguém que não tenha tão mau feitio como o Justin”, disse uma fonte à revista britânica Now. “ele sempre quis ver Jen a ter o seu próprio final feliz, parcialmente porque sente que, em parte, a culpa é sua pelo fim do casamento”, sublinhou.

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JoRnal tRibuna de maCau quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 Pág 15

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40 sTar movies12:05 The Imaginarium Of Doctor Parnassus14:10 The Marksman

15:45 Born To Raise Hell17:20 Amelia19:15 Charlie’s Angels21:00 Shanghai Knights23:00 The Twilight Saga

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42 cinemax12:15 Pride And Glory14:30 The Funhouse16:00 House Of Frankenstein17:15 Five Million Years To The Earth20:00 Delta Force 222:00 Gran Torino23:55 The Road Warrior

43 mgm12:15 A Rumor of Angels14:00 Lost Junction15:45 The House on Carroll Street17:30 Saved By The Bell19:15 Leather Jackets21:00 Heart of Midnight22:45 Little Dorrit

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22:00 Build It Bigger23:00 Mega Builders00:00 Auction Hunters

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54 hisTory13:00 Modern Marvels14:00 9/11: The Days After16:00 Ancient Aliens17:00 The Universe18:00 Modern Marvels19:00 UFO Hunters20:00 Mega Disasters21:00 IRT Deadliest Roads23:00 Swamp People00:00 Pawn Stars

55 BiograPhy channel13:00 I Survived14:00 Relapse15:00 Child of Our Time: 200017:00 Flip This House18:00 Sell This House18:30 Billy The Exterminator19:00 Relapse20:00 Storage Wars21:00 Private Chefs Of Beverly Hills22:00 Trauma: Life In The E.R.23:00 Relapse00:00 I Survived

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63 sTar WorlD12:10 The Bachelorette13:05 Hell’s Kitchen 14:00 America’s Next Top Model14:55 Raising Hope15:25 Glee16:20 Ugly Betty17:15 Got To Dance UK18:10 The Bachelorette19:05 How I Met Your Mother19:30 Traffic Light20:00 Grey’s Anatomy20:55 The Gates21:50 Glee 22:45 The Bachelorette23:40 How I Met Your Mother00:05 Grey’s Anatomy

82 rTPi14:00 Telejornal Madeira 14:30 A Verde E A Cores 15:00 Viagens Com Um Cómico 15:30 Especial Saúde16:00 Bom Dia Portugal 17:00 Quem Quer Ser Milionário 17:45 Resistirei 18:30 Kampung Portugis, O Bairro Português 19:00 Luís De Matos 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:00 Próxima Paragem22:30 Couto & Coutadas23:00 Festa Das Vindimas 01:00 Portugal Em Directo

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avenida da Praia Grande, 975, macautel: 28714000

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Torre De macau caPTain americaUm filme de: Joe Johnston. Com: Chris Evans, Samuel L. Jackson.

cineTeaTro SALA 2 rise of The PlaneT of The aPesUm filme de: Rupert Wyatt • Com: James Franco, Freida Pinto e John Lithgow

14:30h 16:30h 21:30hcineTeaTro SALA 3 The WhisTleBloWerUm filme de: Larysa KondrackiCom: Rachel Weisz e Vanessa Redgrave

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

cineTeaTro SALA 1 love in sPaceUm filme de: Wing Shya, Tony ChanCom: Aaron Kwok, Rene Liu e Eason Chan

14:30h 16:30h 19:30h 21:30h

14:30h 16:45h 19:15h 21:30h

Governo da Região Administrativa Especial de MacauServiços de Saúde

Programa para a administração gratuita da vacina sazonal no Inverno de 2011-2012

De acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, os Serviços de Saúde concedem gratuitamente a partir de hoje, aos seguintes grupos de pessoas de alto risco a vacina sazonal, cuja programação se discrimina seguidamente:

1) As pessoas que querem vacinar-se têm de ser titulares de bilhete de identificação válido, emitido pelo Governo da RAEM e Cartão de Utente dos Serviços de Saúde; para quem não seja titular do Cartão de Utente dos Serviços de Saúde, é favor contactar com o Centro de Saúde para proceder às formalidades necessárias;

2) No caso de dispor de recursos humanos disponíveis, o Centro de Saúde pode organizar uma vacinação colectiva para as organizações comunitárias, tais como, centros comunitários e lares de idosos, os quais podem contactar com o Centro de Saúde.

Para além destes grupos de pessoas com prioridade, outras pessoas que queiram reforçar a sua capacidade imunitária contra a influenza podem adquirir, por conta própria, esta vacina mediante receita médica. Dado que a reacção antigénica do vírus da influenza varia anualmente, a vacina tem de ser repetida todos os anos, por forma a assegurar uma adequada imunidade.

Serviços de Saúde, aos 15 de Setembro de 2011

Grupos de Pessoas

Crianças com idade compreendida entre os 6 meses e os 6 anosIndivíduos com 60 anos ou mais de idadeDoentes que sofrem de doenças crónicas do foro cardíaco, pulmonar, metabólico, renal ou de doenças de imunodeficiência

Profissionais de saúde

Indivíduos residentes nos lares e respectivos trabalhadores e pessoal de crechesQuaisquer outras pessoas que os Serviços de Saúde considerem que necessitam de vacina

Alunos do ensino primário e secundário, bem como pessoal docente e outro pessoal das escolas

Programação

Podem dirigir-se aos Centros de Saúde, Posto de vacinação do Hospital Kiang Wu, Consultas Externas do Hospital Universitário de Ciência e Tecnologia, Clínica dos Operários para a vacinação.

Serão submetidos à vacinação mediante prescrição do médico assistente do doente no Centro Hospitalar Conde de São Januário ou no Centro de Saúde.

Os Serviços de Saúde fornecerão vacinas às entidades públicas e entidades médicas não públicas com um número elevado de trabalhadores, para que as mesmas procedam à vacinação. Os outros profissionais de saúde titulares de Bilhete de Identidade de Residente de Macau válido, de Cartão de Utente dos Serviços de Saúde e do Certificado de Renovação do Licenciamento nos Serviços de Saúde, podem recorrer aos Centros de Saúde para vacinação.

De acordo com as informações fornecidas pelo Instituto de Acção Social, os Serviços de Saúde enviarão pessoal para proceder à vacinação.

Após o contacto com as respectivas entidades feito pelos Serviços de Saúde e a obtenção da respectiva lista, os Centros de Saúde organizarão a administração da vacina.

Os Centros de Saúde organizarão pessoal para se deslocar aos estabelecimentos escolares para a vacinação colectiva.Indivíduos com idade compreendida entre 6 e 18 anos, alunos do ensino primário e secundário que não conseguiram vacinar-se na escola que frequentam, bem como pessoal docente e outro pessoal das escolas, podem dirigir-se, a partir do dia 3 de Janeiro de 2012, aos Centros de Saúde, Posto de vacinação do Hospital Kiang Wu, Consultas Externas do Hospital Universitário de Ciência e Tecnologia, Clínica dos Operários para a vacinação.

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Pág 16 quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 JoRnal tRibuna de maCau feCHo deSta edição Jtm - 00:30HoraS

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China PRonta a aJudaR ue mas exige ContRaPaRtidasO Primeiro-Ministro chinês voltou ontem a manifestar-se dis-ponível para ajudar a conter a crise da dívida soberana na zona euro, mas também exortou a União Europeu a reconhecer a China como uma economia de mercado, qualificando esse ges-to como “um sinal de amizade”. “Pelas regras da Organização Mundial do Comércio, o estatuto da China como economia de mercado será plenamente reconhecido em 2016. Se as nações da União Europeia poderem demonstrar a sua sinceridade alguns anos antes, isso reflectiria a nossa amizade”, disse Wen Jiabao na abertura da sessão de verão do Forum Económico Mundial de Davos, em Dalian, nordeste da China. Trata-se de uma das mais persistentes reivindicações do Governo chinês, juntamente com o levantamento do embargo à venda de armas, decretado pela UE após a sangrenta repressão militar do movimento pro-de-mocracia da Praça Tiananmen, em Junho de 1989, e que Pequim

considera “uma relíquia da Guerra Fria”. O diferendo voltará a ser debatido na próxima cimeira anual China-Uniao Europeia, prevista para Outubro. “A China continuará a ampliar os seus investimentos na Europa, mas os líderes da União Europeia e dos seus principais países devem também olhar corajosamente para a relação com a China numa perspectiva estratégica”, disse Wen Jiabao em Dalian. Manifestando-se “preocupado” com as “dificuldades” na zona euro, o Primeiro-Ministro chinês indicou que “a China está disposta a dar uma mão à UE”. A União Europeia é o maior parceiro comercial da China, à frente dos EUA e do Japão. Segunda a maior economia do mundo, a seguir aos EUA, a China possui também as mais reche-adas reservas em divisas externas do planeta, no valor de 3,2 biliões de dólares. Cerca de um terço daquele montante está investido em títulos do tesouro norte-americano e no último ano a China comprou parte da dívida de vários da zona euro, entre os quais Portugal, Espanha e Grécia. A possibilidade da China comprar igualmente títulos do tesouro italiano foi ontem manchete na imprensa oficial de Pequim em língua inglesa, mas na terça-feira, a Itália desmentiu que tenha pedido ajuda aos chineses.

esPeCialistas da Pata estudam maCauUm grupo de especialistas da “Pacific Asia Travel Association” (PATA) está em Macau, a convite da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), para uma visita que constitui o ponto de partida para um es-tudo visando a apresentação de recomendações sobre o posicionamento da cidade como Centro Mundial de Turismo e Lazer. Segundo a DST, para integrar o grupo de trabalho, a PATA nomeou sete especialistas do meio académico e consultadoria de áreas de especialidade como a aviação, gestão de destinos e marcas. O grupo de trabalho deverá apresentar um relatório no início de 2012. O programa do grupo em Macau inclui encon-tros com a DST e várias outras entidades do Governo, visitas ao Património Mundial de Macau e novas infra-estruturas turísticas, bem como uma deslocação à Ilha da Montanha, entre outras iniciativas.

goveRno PoRtuguês extingue 1.712 CaRgos diRigentes no estado

“Serão extintas cerca de 162 entidades no âmbito da Administração Central, serão criadas novas 25 através de fusões de enti-dades existentes, e isso dá um saldo líqui-do de cerca de 137 entidades que serão ex-tintas e que beneficiarão a Administração Central para futuro de uma estrutura mais leve que pese menos aos bolsos dos contri-buinte”, afirmou ontem o Primeiro-Minis-tro português, durante o debate quinzenal, no Parlamento. Pedro Passos Coelho acres-

centou que “será de 100 milhões de euros o impacto orçamental durante o ano de 2012 que esta medida trará” e, quanto aos 1.712 lugares dirigentes a extinguir, referiu que isso “equivale a cerca de 27 por cento de redução”. Passos Coelho assinalou que esta redução de lugares que vai ser aprovada hoje pelo Conselho de Ministros fica “muito acima, portanto, dos 15 por cento que tinham ficado indicados como objectivo importante a alcançar”.

obama dá a “esColheR” entRemimaR os RiCos e investiR na eduCação Barack Obama desafiou os norte-ameri-canos a optarem por enriquecer os mul-timilionários ou investir na educação, numa resposta às críticas dos republica-nos ao seu plano de emprego. “Querem que os multimilionários conservem os seus benefícios fiscais ou querem que os professores encontrem trabalho?”, questionou o Presidente norte-america-no, perante uma audiência de três mil pessoas reunidas numa escola em Columbus, que visitou. Voltando a dirigir-se aos presentes, Barack Obama perguntou: “Querem que as sociedades petrolíferas conti-nuem a beneficiar de nichos fiscais ou querem que se renovem escolas, para que os operários da construção civil possam novamente trabalhar?”. Os republicanos, que têm a maioria no Congresso, rejeitaram o financiamento do plano, que prevê acabar, em 2013, com as benesses fiscais dos mais ricos, herdadas do antecessor de Barack Obama, o republicano George W. Bush.

Zhuhai investe 35 milhÕes PaRa levaR água À ilha da montanhaO Governo de Zhuhai planeia investir cerca de 35 milhões de renminbis para construir um canal de água com mais de 1.400 metros de comprimento que visa assegurar o fornecimento de água à Ilha da Montanha. As autoridades da cidade vizinha acreditam que o canal irá atenuar as actuais difi-culdades de fornecimento de água à Ilha da Mon-tanha. O projecto de construção já foi aprovado e as obras deverão começar no próximo mês.

doenças CaRdiovasCulaRes ResPonsáveis PoR metade das moRtes no mundoAs doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares ou respira-tórias, são a principal causa de morte no mundo e responsáveis por 63 por cento dos 57 milhões de óbitos totais no planeta em 2008, revelou a Organização Mundial de Saúde. “A maioria das mortes - 36 milhões - devem-se a patologias cardiovasculares ou respiratórias, diabetes e cancro”, explicou a responsável do departamento de doenças crónicas e de promoção da saúde da Organização Munidal de Saúde, Leanne Riley, na apresentação do relatório sobre o perfil deste género de do-enças nos 193 país da organização. As doenças cardiovasculares foram responsáveis por 48 por cento das mortes, o cancro por 21 por cento, os problemas respiratórios por 12 por cento e a diabetes por três por cento. A mesma responsável disse que o motivo pelo qual as doen-ças são a principal causa de morte no mundo deriva do facto de nos últimos 30 anos se ter imposto um estilo de vida muito mais seden-tário e pela mudança na dieta com predominância para os açucares, gorduras saturadas e sal, o que provoca problemas de saúde como o colesterol, tensão alta e altos níveis de açúcar no sangue.

Queda de avião militaRCausa Pelo menos 30 moRtos em angolaPelo menos 30 pessoas morreram, entre as quais três generais, na se-quência da queda de um avião mi-litar no aeroporto de Huambo, de acordo com a Rádio Nacional de Angola. À hora do fecho desta edi-ção, as autoridades estavam a tentar chegar ao local do acidente, a cerca de 550 quilómetros a sudoeste da capital, Luanda. O aparelho, que transportava 36 pessoas e pertencia à Força Aérea Nacional, terá embati-do no solo quando tentava descolar. As causas do acidente são ainda des-conhecidas.