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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA PAULIANA COUTINHO VIEIRA INIBIDORES DA TIROSINA QUINASE NO TRATAMENTO DA LMC: UMA REVISÃO NARRATIVA SÃO CRISTÓVÃO-SE 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA

PAULIANA COUTINHO VIEIRA

INIBIDORES DA TIROSINA QUINASE NO TRATAMENTO DA LMC:

UMA REVISÃO NARRATIVA

SÃO CRISTÓVÃO-SE

2016

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PAULIANA COUTINHO VIEIRA

INIBIDORES DA TIROSINA QUINASE NO TRATAMENTO DA

LMC: UMA REVISÃO NARRATIVA

SÃO CRISTÓVÃO-SE

2016

Monografia apresentada no curso de graduação da Universidade Federal de Sergipe, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Curso de Farmácia para conclusão do curso de Farmácia. Área de concentração: Ciências da Saúde.

Orientação: Prof. Wellingont Barros da Silva.

Co-Orientação: Carlos Adriano Santos Souza.

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INIBIDORES DA TIROSINA QUINASE NO TRATAMENTO DA

LMC: UMA REVISÃO NARRATIVA

Área de concentração: Ciências da Saúde/Farmácia.

Data da defesa: 18/05/2016

Resultado: _____________________

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Wellington Barros da Silva . __________________________

Universidade Federal de Sergipe

Anderson Leite Freitas __________________________

Universidade Federal de Sergipe

Anderson Ribeiro dos Santos __________________________

Universidade Federal de Sergipe

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Translocação recíproca entre os cromossomos 9 e 22 originando o

cromossomo Philadelfia (Ph+).................................................................................. 08

Figura 2- Esquema ilustrativo do mecanismo de ação do fármaco mesilato de

imatinib - ...................................................................................................................... 12

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO.............................................................................................. 08

2. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 10

3.RESULTADOS............................................................................................. 11

4.DISCUSSÃO................................................................................................. 12

5.CONCLUSÃO............................................................................................... 17

6.REFERÊNCIAS............................................................................................ 18

7.ANEXOS....................................................................................................... 24

ANEXO A......................................................................................................... 25

ANEXO B......................................................................................................... 30

SIGLAS............................................................................................................ 31

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RESUMO:

Introdução: A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma neoplasia mieloproliferativa de

células-tronco hematopoiéticas caracterizada pelo acúmulo excessivo de células

mielóides. Anteriormente o tratamento da doença era baseado apenas em quimioterapia

e no transplante alogênico. Hoje o tratamento é baseado nos inibidores da tirosina

quinase de 1º, 2º e 3º geração Material e Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa

nas bases de dados Lilacs, Scielo e Pubmed utilizando os termos: (“LMC”) (“inibidores

da tirosina quinase”) and (“tratamento”). Resultados: Dos artigos encontrados em mais

de uma base de dados, 18 artigos foram analisados e lidos na íntegra. Dos quais 8 foram

realizados no Brasil, 6 nos Estados Unidos e apenas um realizado na Alemanha, Itália,

Japão e Taiwan respectivamente, as publicações situam-se no período do ano de 2009 a

2015. 44,44% (8) são artigos de revisão e 55,56% (10) eram artigos originais. Os artigos

de revisão foram excluídos dessa pesquisa. Em relação aos fármacos estudados, 50% (5)

tiveram como foco de estudo o fármaco Imatinib; 30% (3) estudaram comparativamente

os fármacos Imatinib, Dasatinib e Nilotinib em relação à resposta terapêutica, 10% (1)

também avaliaram a resposta terapêutica dos medicamentos Imatinib, Busutinib e

Ponatinib; e 10% (1) dos estudos avaliaram apenas o fármaco Dasatinib. Conclusão: Os

inibidores da segunda e terceira geração da tirosina quinase quando comparados na

literatura ao fármaco de primeira geração (Imatinib), apresentam uma resposta

terapêutica mais rápida, maior sobrevida e uma melhor qualidade de vida.

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ABSTRACT:

Introduction: Chronic myeloid leukemia (CML) is a myeloproliferative neoplasm of

hematopoietic stem cells characterized by excessive accumulation of myeloid cells.

Before the treatment of the disease was only based on chemotherapy and allogeneic

transplantation. Today the treatment is based on tyrosine kinase inhibitors (1st, 2nd and

3rd generation). Material and Methods: A literature review was performed in the

databases Lilacs, Scielo and Pubmed using the terms: ( "CML") ( "tyrosine kinase

inhibitors ") and (" treatment "). Results: Of the articles found in more than one

database, 18 articles were analyzed and read in their entirety. Of these, 8 were

conducted in Brazil, 6 in the United States and only one held in Germany, Italy, Japan

and Taiwan, respectively. Publications are located in the 2009 year period to 2015.

44.44% (8) are review articles and 55.56% (10) were original articles. The review

articles were excluded of this research. Regarding the drugs studied, 50% (5) had drug

Imatinib as a focus of study; 30% (3) studied Imatinib, Dasatinib and Nilotinib drugs

comparatively in relation to treatment response, 10% (1) also evaluated the therapeutic

response of drugs Imatinib, Busutinib and Ponatinib; and 10% (1) of the studies

evaluated only the drug Dasatinib. Conclusion: The second and third generation

inhibitors of tyrosine kinase in the literature have a more rapid therapeutic response,

longer survival and a better quality of life than the first generation drug (Imatinib).

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INTRODUÇÃO

A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma neoplasia mieloproliferatica de

células-tronco hematopoiéticas caracterizada pelo acúmulo excessivo de células

mielóides, levando a leucositose acentuada e esplenomegalia [1].

A LMC constitui cerca de 20% de todas as leucemias, tento uma incidência de 1

a 2 casos para cada 100 mil habitantes/ano afetando principalmente adultos, a média de

idade do diagnóstico esta entre 50 a 65 anos, tendo uma incidência ligeiramente maior

no sexo masculino [2]. Em 2012 foram registrados no Brasil segundo o Sistema de

Informações Ambulatoriais do SUS, 81.001 procedimentos de quimioterapia de LMC

em adulto, apontando uma prevalência anual de 10.125 novos casos dessa doença [3],

tendo como único fator de risco, a exposição à radiação iônica [4].

Essa doença é ocasionada pela presença de uma translocação recíproca

balanceada entres os braços longos dos cromossomos 9 e 22, determinando a presença

do cromossomo Philadelfia (Ph+) que resulta no BCR-ABL, um oncogene quimérico, a

partir da junção da região do gene BCR do cromossomo 22 com o gene ABL do

cromossomo 9 [5]. O gene hibrido BCR-ABL resultante dessa translocação produz uma

proteína quimérica com elevada atividade de tirosina quinase descontrolada, que resulta

no aumento do estimulo da sua proliferação e reduz a apoptose das células com mutação

dando a essas células vantagem de crescimento sobre as células normais [6,3].

Figura 1: Translocação recíproca entre os cromossomos 9 e 22 originando o cromossomo Philadelfia (Ph+). Fonte Gustavo.L nº 37

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A LMC é considerada uma doença trifásica, sendo: uma fase crônica inicial e

progressiva (FC) com duração média de 3 – 5 anos, uma fase acelerada (FA) duradoura

ou de transformação de 1 – 2 anos que antecede a fase terminal conhecida como crise

blástica (CB) ou aguda da leucemia, com duração de 3 – 6 meses. Aproximadamente

90% dos pacientes são diagnosticados na fase crônica (CP) [6,5,4,2].

Seu diagnostico é realizado inicilamente através de exames físicos de rotina ou

exames de sangue. Ocacionalmente consiste em documentar a presença de leucocitose

persistente (Resposta Hematologica), presença do cromossoma Ph (Resposta

Citogenêtica), e presença de trascrição de BCR-ABL (Respodta Molecula) [1,7].

Até pouco tempo o tratamento era limitado à quimioterapia (com alfa- interferon

e/ou citarabina) e transplante alogênico de células hematopoiéticas. Apenas em 2001 foi

aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos o primeiro

inibidor de tirosina quinase (ITQ), o mesilato de imatinib, foi utilizado inicialmente em

pacientes resistentes ou intolerantes aos alfa-intereron, tornando- se hoje a primeira

linha de tratamento dessa doença. Outros fármacos de segunda geração já foram

desenvolvidos, como Dasatinib e Nicotinib [7,2]. Apesar dos excelentes resultados dos

ITQ, o transplante alogênico de células hematopoiéticas, continua sendo o único

tratamento considerado curativo [3]. Diante do exposto, esse trabalho tem como

objetivo, realizar uma revisão narrativa sobre os inibidores da tirosina quinase no

tratamento da Leucemia Mieloide Crônica (LMC).

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MATERIAL E MÉTODOS

Os estudos disponíveis na literatura científica foram identificados sem limitações

temporais usando as bases de dados Google Acadêmico, Scielo, Lilacs e Pubmed. Para

tanto, foi realizada uma busca com os termos MESH e DECS com as seguintes palavras

chaves: (“Leucemia mieloide crônica”) (“inibidores da tirosina quinase”) e

(“tratamento”). Posteriormente, com o intuito de complementar e ampliar a busca,

foram utilizados nas seguintes combinações: (“LMC”, “inibidores da tirosina quinase

AND “treatment”). O processo de seleção foi realizado em três etapas (título, resumo e

texto completo) por um avaliador. No caso de duvida entre os títulos escolhidos, um

segundo avaliador final, julgava a inclusão ou exclusão do artigo. Os títulos e resumos

foram comparados com os seguintes critérios de inclusão pré-definidos para determinar

a relevância do tema: se o artigo abrangia sobre conceito, diagnostico ou tratamento da

LMC. Comentários, editoriais, artigos que não estavam em português ou inglês, não

estavam disponíveis na íntegra ou artigos que focavam somente no mecanismo de

resistência desenvolvido pelos inibidores da tirosina quinase (ITQ) foram excluídos.

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RESULTADOS

A triagem foi realizada com os termos “LMC” and “Inibidores de tirosina

quinase” and “treatment”. Dos artigos encontrados em mais de uma base de dados, 27

foram considerados potencialmente relevantes a parti do titulo e tiveram seus resumos

analisados. Dos 27 artigos inicialmente selecionados, nove foram excluídos por não

possuir como objetivo principal, informações sobre tratamento da LMC e os inibidores

da tirosina quinase, totalizando 18 artigos analisados e lidos na íntegra.

Entre os artigos selecionados, 8 foram realizados no Brasil, 6 nos Estados

Unidos e apenas um realizado na Alemanha, Itália Japão e Taiwan respectivamente.

Com relação ao ano das publicações científicas, foram situadas no período do ano de

2009 a 2015, sendo 55,56% em 2015, 11.11% em 2014, 5,55% em 2013, 11.11% em

2011 e 16,67% em 2009.

Nesta pesquisa, observou-se que 44,44% (8) são artigos de revisão e 55,56%

(10), são artigos originais. Entre os estudos originais, a maioria (9) teve como local de

pesquisa os hospitais (90%), e apenas um em clínica comunitária (10%). Já em relação

aos fármacos estudados, 50% (5) tiveram como foco de estudo o fármaco Imatinib; 30%

(3) estudaram comparativamente os fármacos Imatinib, Dasatinib e Nilotinib em relação

à resposta terapêutica, 10% (1), também avaliaram a resposta terapêutica dos

medicamentos Imatinib, Busutinib e Ponatinib; e 10% (1) dos estudos avaliaram apenas

o fármaco Dasatinib.

Com relação ao delineamento dos estudos, observou-se que 30% (3) dos

trabalhos os autores denominaram estudo retrospectivos, 10% (1) retrospectivo

observacional, 10% (1) retrospectivo e exploratório, 20% (2) estudo observacional, 10%

(1) estudo observacional descritivo, 10% (1) estudo de corte e 10% (1) relato de caso

(TABELA 1).

No que concerne as publicações, 100% dos manuscritos analisados estavam na

língua inglesa, destacando-se o periódico da Revista Brasileira de Hematologia e

Hemoterapia com 27,78 % das publicações sobre o tema (TABELA 2).

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DISCUSSÃO

Ao realizar a busca pelo tema, nas bases de dados Google Acadêmico, Scielo,

Lilacs e Medline/Pubmed, observou-se que a maioria dos artigos eram das

nacionalidades americana e brasileira apesar desses medicamentos estarem incorporados

nos sistemas de saúde de vários países como: Austrália, Canadá, Reino Unido, e Europa

(The European Agency for the Evaluation of Medicinal Products- EMEA) [8,9,10].

O tratamento dessa enfermidade mudou drasticamente ao longo da última

década nos EUA e no mundo, com o desenvolvimento dos inibidores da tirosina

quinase. O mesilato de imatinib (Glivec®, STI571 - um inibidor potente e seletivo da

atividade tirosina cinase de BCR-ABL) foi o primeiro inibidor disponível para o

tratamento da LMC, sendo desenvolvido pela Novartis e aprovado em 2001, no EUA

pela FDA [20]. No Brasil, o interesse surgiu a partir da incorporação do mesilato de

imatinib no SUS em 2001 [7].

Com relação aos fármacos incluídos nessa revisão, o Imatinib destaca-se por

estar presente na maior parte das publicações. Este medicamento foi o primeiro a ser

desenvolvido, derivado da 2-fenil-amino-pirimidina, sendo este uma droga de molécula

pequena com efeitos antineoplásicos, funcionando como inibidor específico de certo

número de enzimas de tirosina-quinase (TK). Seu mecanismo de ação consiste em se

ligar ao local ativo TK impedindo que haja fosforilação e ativação do resíduo de

tirosina, o que leva a uma diminuição na atividade de cinase, levando a apoptose [11].

Figura 2 Esquema ilustrativo do mecanismo de ação do fármaco mesilato de imatinib. Fonte: Vigorito et al, 2006.

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Contudo o Imatinib apresenta efeitos adversos e tende a causar edema periférico,

sendo um dos principais efeitos colaterais acometendo cerca de 4,5% dos pacientes.

Outro efeito secundário notável é a discreta elevação das enzimas hepáticas (AST e

ALT). Pacientes que apresentam históricos de edema periférico devem ser

acompanhados de perto, devem diminuir a ingestão de fluidos e/ou uso intermitente de

diuréticos a fim de gerenciar a retenção de líquido. Além dos efeitos colaterais citados, é

relatado na literatura erupções cutâneas, mialgia, artralgia, intolerância gastrointestinal,

e interações medicamentosas devido à inibição da via P450. No que concerne à resposta

terapêutica ao medicamento, observa-se na prática clínica uma demora na resposta ao

tratamento quando comparado com os demais fármacos [12].

Apesar do enorme sucesso com Imatinib, estima-se que um terço dos pacientes

com LMC em tratamento com esse fármaco de primeira linha, irá desenvolver

intolerância ou resistência, o que gerou a necessidade do desenvolvimento dos ITK de

segunda e terceira geração [13].

Os mecanismos de resistências dos inibidores da tirosina quinase, podem ser

classificados em dois tipos: resistência primária e secundaria. A resistência primária

consiste na falta de resposta inicial, devido à presença de mutações na linha de base no

domínio de cinase de BCR-ABL. A resistência secundaria refere-se à perda de uma

resposta estabelecida, muitas vezes devido à exposição prolongada ao fármaco [13]. A

segunda geração dos inibidores TK são capazes de superar a maioria das mutações que

confere resistencia ao imatinib, no entanto novas mutações tem surgido, que confere

resistencia ao Dasatinib e/ou Nilotinib. Uma mutação importante T315l (também

conhecida como “gatekeeper”) gera resistência a todos os ITK, exceto ponatinib

(fármaco de terceira geração), o único disponível no mercado eficaz no combate a essa

alteração [14,13].

No que concerne aos medicamentos de segunda geração, o Dasatinib é um

inibidor de quinase diferente do Imatinib, visto que esse fármaco tem demonstrado uma

atividade superior a 325 vezes que o Imatinib, na inibição da BCR-ABL e outras

quinases como as da família SRC (SRC, LCK, YES, FYN), c-KIT, EPHA2, e PDGFRβ.

Diante das propriedades apresentadas, o fármaco é capaz de fornecer respostas

duradouras em pacientes com ou sem mutações BCR-ABL [15].

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Além do Dasatinib como fármaco de segunda geração, o Nilotinib (análogo

estrutural do Imatinib), destaca-se pela sua maior seletividade e afinidade para a ligação

do local do ATP em BCR-ABL. Assim como Dasatinib, o Nilotinib demonstrou maior

capacidade de induzir respostas hematológicas e citogenéticas em pacientes após falha

ao Imatinib. É também um inibidor de múltiplos alvos, mais especificamente as das

famílias quinases BCR-ABL, Kit e PDGFR. Esse fármaco é sensível à praticamente

todas as mutações no BCR-ABL resistentes ao Imatinib, com exceção do T315I. Seu

mecanismo de ação consiste em se ligar a conformação inativa de BCR-ABL,

impedindo uma mudança para conformação ativa [16].

Com relação aos fármacos de terceira geração recentemente aprovados,

utilizados em pacientes com falha ou intolerância ao imatinib e outros TKIs destaca-se o

Bosutinib e Ponatinib. Bosutinib é um inibidor duplo de BCR-ABL e cinase SCR, com

atividade mínima contra PDGFR ou KIT (37). Ponatinib, inibidor do BCR-ABL

conhecido por sua atividade contra a mutação T315I, que gera resistência nos demais

inibidores TK disponíveis no mercado, sendo o único fármaco de escolha para todos os

pacientes que desenvolva esse tipo de mutação [17].

Quando os fármacos de segunda geração são comparados aos de primeira

geração na busca da melhor evidência para o tratamento observa-se que o Dasatinib

apresenta melhores resultados. O primeiro resultado encontrado foi confirmado resposta

citogenética completa (cCCyR ) em 12 meses. Pacientes que fizeram uso do Dasatinib

alcançaram cCCyR em 12 meses com maior frequência quando comparado aos que

utilizaram Imatinib (77 % versus 66 %). Outro parâmetro analisado foi à taxa de

resposta molecular (RMM) maior por 12 meses entre os usuários dos dois

medicamentos. A resposta molecular apresentou-se maior com o tratamento de dasatinib

do que com imatinib ( 46 % vs 28 %). Pacientes tratados com Dasatinib alcançaram um

nível de transcrição BCR -ABL inferior ou igual a 10 % (84 % vs 64 %), menores

níveis de transcrição da mutação estão relacionados a melhor resposta do paciente ao

tratamento [1].

O estudo internacional randomizado ENESTnd compara Nilotinib 300 mg (2ª

geração) ou 400 mg duas vezes ao dia ao Imatinib 400 mg uma vez ao dia (1ª geração).

O parâmetro utilizado nessa avaliação foi à taxa de resposta molecular maior (RMM)

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em 12 meses. As taxas foram significativamente mais elevadas para ambas as doses de

nilotinib em comparação com o imatinib ( 44 % e 43 % versus 22%). Além de ter uma

menor progressão da doença para as fases mais avancadas quando tratadas com

Nilotinib [18].

Quanto ao custo dos tratamentos, o preço das terapias para tratamento de câncer

tem aumentado exponencialmente ao longe da ultima década. Recentemente, um grupo

internacional de especialistas em LMC chama à atenção para os elevados preços dos

TKI em particular. Tirando como exemplo o Imatinib, quando aprovado seu preço anual

era em torno de $30.000 nos Estados Unidos para seu desenvolvimento e

comercialização, quando era esperado que a maioria dos pacientes usaria a droga por

um período de 5 à 10 anos [19,20]. No entanto, hoje sabe-se que os pacientes podem

permanecer em tratamento com imatinib e viver uma vida normal, desde que sejam

compatíveis com a medicação (tratamento crônico).

Outros fatores como novas indicações terapeuticas adicionais ao imatinib, tais

como o tratamento gastrintestinal e tumor estromal, tornaram mais dispendiosos o

tratamento com esse medicamento. Nos EUA o preço anual desse farmaco que em 2013

chegou a US $ 90.000. Mas essa situação não ocorre apenas com os medicamentos de

primeira geração, os TKIs são ainda mais dispendiosos para o tratamento. O Nilotinib

custa $115.500 por ano e Dasatinib $123.500 por ano, variando o preço em outros

países [19,21].

O elevado custo dos medicamentos de câncer tem levado a grandes discussões

por algumas financeiras analistas, e tende a ser discutido sempre que novos fármacos

contra o câncer são lançados no mercado. Segundo Vernon e colaboradores, (2013) as

discussões envolvem opiniões de especialistas em LMC baseadas em fundamentos:

preços elevados, insustentáveis, comprometimento do acesso dos pacientes à terapia e

principalmente danoso para a sustentabilidade dos sistemas nacionais de saúde devido

aos custos de manutenção do tratamento.

No entanto, um mecanismo para combater a alta dos preços e consequentemente

o acesso ao tratamento é a expiração das patentes dos medicamentos. Um exemplo a ser

citado é do medicamento Imatinib, na qual sua patente irá expirar em 1º de fevereiro de

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2016. A expectativa é que o preço desse fármaco possa cair nos próximos anos com a

produção de uma formulação genérica o que tornará o tratamento mais barato

possibilitando sua aquisição e desoneração dos sistemas de saúde [21,20].

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CONCLUSÃO

Os inibidores da segunda e terceira geração da tirosina quinase quando

comparados ao fármaco de primeira geração (Imatinib), apresentam uma resposta

terapêutica mais rápida, maior sobrevida e uma melhor qualidade de vida. Entretanto

esses medicamentos possuem alto valor para os sistemas de saúde dificultando o acesso

a esses fármacos.

Além do exposto, a falta de adesão ao tratamento é um dos motivos para o

desencadeamento dos mecanismos de resistência aos fármacos, sendo esse, um dos

principais problemas em relação ao tratamento, o que gera a necessidade do

desenvolvimento de novos fármacos.

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evidências. Diagn Tratamento, v. 2, n. 14, p. 62-5, 2009.

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primária ou secundária ao mesilato de imatinibe. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v.

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7. BRASIL. Portaria Nº 1.219, de 4 de novembro de 2013. Disponível em: <

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2013/prt1219_04_11_2013.html >. Acesso

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9. Australian Public Assessment Report for imatinib (as mesylate). disponível em: <

https://www.tga.gov.au/sites/default/files/auspar-imatinib-130604.pdf>. Acesso em 26

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mar 2016.

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14. MARTINELLI; G; IACOBUCCI, I; SOVERINI, S; PALANDRI, F; CASTAGNETTI ,

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15. AGUILERA, D. G.; TSIMBERIDOU, A. M. Dasatinib in chronic myeloid leukemia:

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17. GOZGIT, J M; WONG, M J; WARDWELL, S; TYNER, J W; LORIAUX, M M,

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18. MARTINELLI; G; IACOBUCCI, I; SOVERINI, S; PALANDRI, F; CASTAGNETTI,

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for chronic myeloid leukemia patients with imatinib resistance or intolerance.

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19. The price of drugs for chronic myeloid leukemia (CML) is a reflection of the

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29. REIS, SAMUEL R C; QUIXADÁ, A T S; NUNES, S T; CID, D M C; SOUZA, J H.

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33. CASADO, L-F; GUTIERREZ, J V G; MASSAGU, I; GIRALDO, P; ENCINA, M P;

PAZ, R; BAUTISTA, G; OSORIO, S; PALOMERA, L. Switching to second-

generation tyrosine kinase inhibitor improves the response and outcome of

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2015.

34. OKUMURA, L M; ANTUNES, V D; AGUIAR, K S; FARIAS, T; ANDRZEJEVSKI,

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myelogeneous leukemia: defining the role of social risk factors and non-adherence

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35. BELLA, N J D; BHOWMIK, D; BHOR, M; YAP, M; MIDDLEBROOK, B;

REMBERT, D; CAIN, Z; OKORO, T; BOLINDER, B; PATT, D; JABBOUR, E J. The

Effectiveness of Tyrosine Kinase Inhibitors and Molecular Monitoring Patterns in

Newly Diagnosed Patients With Chronic Myeloid Leukemia in the Community

Setting. Clinical Lymphoma, Myeloma & Leukemia, v. 15, p. 599-605, 2015. ISSN 10.

36. FURTADO, V F; SANTOS, G R; CARVALHO, D S; STAZIAKI, P V; PASQUINI, R;

FUNKE, V A M. Accelerated phase chronic myeloid leukemia: evaluation of

clinical criteria as predictors of survival, major cytogenetic response and

progression to blast phase. rev bras hematol hemoter, 2015.

37. LAI, S W; HUANG, T C; CHEN, J H; WU, Y Y; CHANG, P Y. Dasatinib as the

salvage therapy for chronic myeloid leukemia with blast crisis and central nervous

system involvement: A case report. ONCOLOGY LETTERS , n. 9, p. 1957-1961,

2015.

38. AQUINO, S. S.; GONÇALVE, R. P.; SILVA, L. B. Acompanhamento

farmacoterapêutico dos pacientes com leucemia mieloide crônica em uso de

mesilato de imatinibe na Universidade Federal do Ceará. Rev. Bras. Hematol.

Hemoter., v. 3, n. 31, p. 137-142, 2009.

39. GUSTAVO, L. Carta Molecular: O Centro de Genoma Compartilhamento de

informações nº 37. Disponível em: <www.cartamolecular.com>; acessado 24/05/2016.

40. VIGORIOTO A, CHIATONE C, SOUZA CA ET AL. Análise do tratamento atual da

leucemia mielóide crônica no Brasil: um estudo de 703 pacientes tratados com

mesilato de imatinib em diversas instituições do País. In: 1° Prêmio Saúde Oncologia

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da América Latina; 2006 abr/mai; São Paulo.

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ANEXO A Tabela 1. Descrição Metodológica dos artigos incluídos na revisão sistemática Autor Tipo Metodologia Resultados

Furtado, 2015 Retrospectivo Estudo entre Janeiro de 2000 a Novembro de 2011, composta por 139 pacientes com LMC-AP tratadas com imatinib.

Fatores de risco para menor sobrevida por análise bivariada incluídos, grau 3-4 toxicidade hematológica (valor-p = 0,001), hemoglobina <10 g / dL (p = 0,04) e explosões de 10-29% (p = 0,023). Fatores de risco definido para não alcançar resposta citogenética foram: Hemoglobina <10 g / dL (valor-p = 0,001), explosões de 10-29% (p = 0,007), , e uso prévio de interferon (valor-p = 0,032). Fatores de risco para a progressão para a fase de explosão foram: Basófilos ≥ 20% (p = 0,023), hemoglobina <10 g / dL (valor-p = 0,005) e tempo de diagnóstico LMC e tratamento com imatinib > 12 meses ( p-valor = 0,030).

Reis, 2013 Retrospectivo e exploratório

Análise de 100 registros não eletrônicos de pacientes com Ph+ leucemia mielóide crônica tratados com mesilato de imatinib, que não haviam recebido tratamento em período inferior a 12 meses, entre janeiro de 2001 a janeiro de 2011.

Idade média da população (44,5 anos) no momento do diagnóstico. 41% estavam em estágios avançados da doença no início do tratamento. Motivos mais frequentes de interrupção do tratamento indisponibilidade do produto no serviço de saúde (44,8%); a mielotoxicidade (25,7%). A taxa de adesão ≤

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90% em 47% dos casos. A Alta aderência (≥ 95%).

Iurlo,2015 Corte Pacientes com CML em fase cronica, entre maio 2013 e julho de 2014. Critérios de inclusão: idade > 18 anos , LMC em fase crônica.

168 pacientes diagnosticados com CML fase crônica, 92 tratados com imatinib, 40 com dasatinib e 36 com nilotinib. Houve diferenças significativas em glicose plasmática em jejum (FPG), insulina, péptido-C, e a Avaliação homeostase. FPG, insulina, péptido-C, e HOMA-IR. sendo significativamente maior no grupo de nilotinib. 2 pacientes interromperam a terapia

Cortes, 2006 Observacional Classificar 809 pacientes em uso do imatinit, nas fases crônica (CP), fase acelerada (AP) e fase blástica (BP). Posteriormente reclassificar segundo a OMS.

78 pacientes foram reclassificados de acordo com a OMS, sendo 19 pacientes reclassificados de AP para a BP, 14 pacientes de AP para CP e 45 pacientes da CP para AP. As taxas de sobrevivência de 3 anos foram de 91%, 65%, e 10%, respectivamente (classificação padrão ), e 95%, 63% e 16% respectivamente, (classificação OMS). As taxas de resposta citogenética completa para pacientes em PB, PA e PB definição padrão foram 72%, 45%, e 8%., Reclassificação OMS, foram 77%, 39% e 11%.

Scerni,2009 Observacional Período entre maio de 2002 e novembro de 2007, 44 pacientes com LMC em fase

O grupo que recebereu tratamento precoce com imatinib apresentaram probabilidade de 60% de

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crônica tratados com de imatinib (400 mg / dia) de segunda linha devido à intolerância ou resistência ao interferon, de acordo com os critérios estabelecidos na Resolução 431 de SAS o Ministério da Saúde do Brasil (2001).

obtenção de remissão molecular maior (MMR), contra 40% em relação aos pacientes que receberam tratamento tardio. A probabilidade de um ou mais não alcançarem MMR no período de um ano após o início do tratamento com imatinib ou perder MMR, foi maior em pacientes que receberam tratamento tardio (79%), quando comparado com pacientes que receberam tratamento precoce. Com relação à probabilidade de manter MMR em 30 meses de tratamento foi de 80% no grupo início do tratamento contra 44% no grupo de tratamento tardio (P = 0,0005).

Casado, 2015 Analise retrospectiva

Analisados 374 pacientes com LMC- CP, tratados com imatinib como primeira escolha. Parâmetros avaliados: resposta hematológica completa (CP), resposta citogenética completo (RCC), e principal resposta molecular (MMR) (nenhum protocolo predefinido).

43 pacientes alteraram sua terapia para um TKI 2geração. Quanto à respostas ao tratamento, 45% a 75% para resposta citogenética completa (RCC) e de 15% para 45% para a resposta molecular major (MMR) no grupo sem resposta molecular 1 (MR1) aos 3 meses e de 70% a 87% no RCC e de 52% a 87% em MMR no grupo com MR1.

Okumura, 2015

Estudo retrospectivo

Estudado pacientes adultos com LMC em tratamento TKI (Imatinib, dasatinib e

Dos 151 pacientes com LMC consultados pelos farmacêuticos, 21% tiveram problemas de

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nilotinib). adesão. A maioria dos fatores de risco social investigados não se diferenciou entre os grupos. Constatou-se que o nível de educação dos pacientes não poderia explicar o comportamento das baixas taxas de adesão.

Bella, 2015 Corte retrospectivo observacional.

Pacientes com LMC tratados com imatinib, dasatinib ou nilotinib de primeira linha, que recebem cuidados em um site de MSH / USON (banco de dados registro eletrônico de saúde e médicos gráficos) entre 01 de julho de 2007 e 31 de março de 2011 (seguidos por 18 meses).

Dos 300 pacientes incluídos no estudo, 222 são tratados com imatinib, 34 com dasatinib, e 44 tratados com nilotinib. As avaliações de resposta molecular e resposta citogenética foram realizadas com menos freqüência do que o recomendado. Doentes tratados com dasatinib ou nilotinib tiveram maiores taxas de resposta em 6, 12 e 18 meses, e taxa significativamente menor de interrupção do tratamento dentro de 18 meses em relação aos pacientes tratados com imatinib.

Aquino, 2009 Observacional descritivo

Estudo realizado com pacientes com LMC tratamento com mesilato de imatinib.

Dos 26 pacientes incluídos, nove em fase crônica-FC, seis em fase acelerada-FA e 11 em crise blástica-CB.

Um dos parâmetros analisados foi a Resposta hematológica completa, alcançada em sete pacientes (5 FC, 1 FA e 1 CB). Apenas Quatro pacientes em fase crônica mostraram resposta

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citogenética completa (RMC) no primeiro ano de tratamento. Dos 18 pacientes que permaneceram vivos os final do estudo, apenas quatro não tiveram nenhuma queixa. Os principais efeitos adversos relatados: cãimbra (16,67%), diarréia (16,67%), insônia (16,67%), prurido (16,67%), equimoses (11,11%), náuseas (11,11%), edema (50%), adinamia (33,33%), dor óssea e/ou articular (33,33%), cefaléia (27,78%), dor epigástrica (5,55%), rush (5,55%), sudorese (5,55%), eritema (5,55%), lacrimejamento (5,55%), ressecamento da pele e lábios (5,55%). Poucos pacientes desenvolveram resistência ao imatinib.

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ANEXO B Tabela 2. Lista dos periódicos com maior número de publicações sobre informações sobre medicamentos indexadas no Scielo, Lilacs e Pubmed

Periodicos Idioma Frequência

Blood Reviews Ingles 11,11%

Current Cancer Drug Targets Ingles 5,55%

Biol. Pharm. Bull Ingles 5,55%

American Journal Of Hematology Ingles 5,55%

Korean J Fam Med Ingles 5,55%

Rev Bras Hematol Hemoter Ingles/Português 27,78%

Oncotarget Ingles 5,55%

Cancer Ingles 5,55%

Clinical Science Ingles 5,55%

Cancer Medicine Ingles 5,55%

Pharmacypractice Ingles 5,55%

Clinical Lymphoma, Myeloma & Leukemia Ingles 5,55%

Oncology Letters Ingles 5,55%

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SIGLAS

SIGLAS SIGNIFICADOS.

ITK Inibidores da tirosina quinase.

TK Tirosina quinase.

BCR-ABL Oncogene quimérico responsável por essa patologia.

Cromossomo Ph Cromossomo Philadelfia

Resposta Citogenética Analisa o número de células que apresenta o cromossomo Philadelfia.. Resposta Citogenética Completa (cCCyR ), significa que o número de cromossomo Philadelfia diminuiu em 100 vezes comparado com o diagnóstico.

Resposta Molecular Analisa o número de transcritos do gene BCR-ABL (causador da LMC). Resposta Molecular Maior (RMM), significa que o número de transcrição de BCR-ABL reduziu em 1000 vezes comparado ao nível do diagnóstico.

Resposta Hematologica Analisa o numero de cel brancas (Leucocitos), hemácias e plaquetas. Resposta Hematologica completa (RHC), Significa que o número de células brancas, vermelhas e plaquetas estão normais.

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