hoje macau 12 dez 2013 #2993

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• IMÓVEIS CLASSIFICADOS Académica pede atenção à descaracterização PÁGINA 7 • JULGAMENTO DO CASO LA SCALA Testemunhas defendem que STDM foi priveligiada PÁGINAS 4 E 5 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 QUINTA-FEIRA 12 DE DEZEMBRO DE 2013 ANO XIII Nº 2993 PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB hojemacau A ideia partiu de clubes como o Lam Pak e o Monte Carlo. Asso- ciação de Futebol de Macau acei- tou: os jogadores residentes não permanentes vão ter menos espaço nas equipas do território. A nova regra terá repercussão também nas divisões secundárias. Sporting e Benfica mostram-se incrédulos com a decisão e falam em discrimi- nação. A AFM descarta. As águias estão a ponderar abandonar a Liga de Elite. PÁGINA 16 ÍNDICE DE FELICIDADE Quem trabalha 60 horas ou mais anda triste Residentes não permanentes perdem espaço Labor de perdição LIGA DE ELITE PÁGINA 6 GONÇALO LOBO PINHEIRO ENTREVISTA EMMANUELLE AFONSO APOIO DA RAEM FOI DETERMINANTE PARA OS LUSO-TALENTOS 2013 PÁGINAS 2 E 3 Trabalho a mais e elevado custo de vida são as queixas mais notórias da população. No habitual inquérito da Associação Económica de Macau para aferir o índice de felicidade, a população diz-se insatisfeita com um custo de vida que dizem superior ao de Hong Kong. Quem trabalha 60 horas ou mais por se- mana, sente-se menos satisfeito e, por isso, menos feliz. O economista Joey Lao defende uma consulta pública para discutir uma redução da carga horária nos empregos.

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Edição do jornal Hoje Macau N.º2993 de 12 de Dezembro de 2013.

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Page 1: Hoje Macau 12 DEZ 2013 #2993

• IMÓVEIS CLASSIF ICADOS

Académica pede atençãoà descaracterização

PÁGINA 7

• JULGAMENTO DO CASO LA SCALA

Testemunhas defendem que STDM foi priveligiada

PÁGINAS 4 E 5

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 Q U I N TA - F E I R A 1 2 D E D E Z E M B R O D E 2 0 1 3 • A N O X I I I • N º 2 9 9 3

PUB

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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A ideia partiu de clubes como o Lam Pak e o Monte Carlo. Asso-ciação de Futebol de Macau acei-tou: os jogadores residentes não permanentes vão ter menos espaço nas equipas do território. A nova regra terá repercussão também nas divisões secundárias. Sporting e Benfica mostram-se incrédulos com a decisão e falam em discrimi-nação. A AFM descarta. As águias estão a ponderar abandonar a Liga de Elite. PÁGINA 16

ÍNDICE DE FELICIDADE Quem trabalha 60 horas ou mais anda triste

Residentes não permanentes perdem espaço

Labor de perdição

LIGA DE ELITE

GIN

A 6

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

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• ENTREVISTA EMMANUELLE AFONSO

APOIO DA RAEM FOI DETERMINANTEPARA OS LUSO-TALENTOS 2013

PÁGINAS 2 E 3

Trabalho a mais e elevado custo de vida são as queixas mais notórias da população. No habitual inquérito da Associação Económica de Macau para aferir o índice de felicidade, a população diz-se insatisfeita com um custo de vida que dizem

superior ao de Hong Kong. Quem trabalha 60 horas ou mais por se-mana, sente-se menos satisfeito e, por isso, menos feliz. O economista Joey Lao defende uma consulta pública para discutir uma redução da carga horária nos empregos.

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2 hoje macau quinta-feira 12.12.2013ENTREVISTA

CARLOS MORAIS JOSÉ[email protected]

N O rescaldo do evento LusoTa-lentos 2013 em Macau, que teve

lugar entre 28 de Novembro e 1 de Dezembro, Emma-nuelle Afonso, presidente do OLD – Observatório dos Luso-Descendentes e men-tora do projecto LusoTalen-tos, sente-se especialmente feliz e com o sentimento de missão cumprida por este grupo de “Luso-descenden-tes do Mundo em Macau” ter concretizado num tão curto espaço de tempo e apesar das dificuldades das distâncias geográficas, horárias, um tão vasto programa que, em grande parte permitiu conju-gar a cultura portuguesa e chinesa. A iniciativa resultou em momentos emocionantes como o “Fado-Guzheng” conseguindo que uma chi-nesa de França começasse em dois dias a cantar fado em português, ao som de um instrumento tradicional chinês, e outros invulgares, como o piano e a flauta. Para Emmanuelle Afonso, “este ambicioso projecto só foi possível graças aos luso--descendentes que, do Mun-do para Macau provaram o que é ser uma grande família com alma portuguesa, sem fronteiras nem limites”.

Como classificaria o modo como decorreu a iniciati-va dos LusoTalentos em Macau?Nestes “quatro dias, 10 momentos” quisemos dar a Macau cinema, documen-tários, debates, fotografia, pintura, literatura, conferên-cias sobre arte, fado, teatro, música, dança, moda, e dei-xar em Macau uma obra de arte, do luso-francês Carlos Farinha, pintura que deverá ser finalizada pelo artista plástico macaense Pakeong Sequeira. Deixámos igual-mente mini-bibliotecas para as 15 escolas luso-chinesas de Macau, um programa de TV da Moda Portugal sobre designers portugueses residentes em Macau para ver na RTPi e RTPÁfrica, e um novo cocktail baptizado com o nome “LusoTalen-tos2013”, à base de vinho

EMMANUELLE AFONSO, PRESIDENTE DO OBSERVATÓRIO DOS LUSO-DESCENDENTES

“Senti uma presença muito prestigiante dos portugueses em Macau”

do Porto e de um ‘twist’ asiático, o gengibre.

Teve algum apoio do Go-verno da RAEM?O apoio da RAEM foi de-terminante desde a primeira hora, com a abertura à ideia apresentada e, em termos práticos, durante a iniciati-va, de destacar o apoio da Direcção dos Serviços de Turismo, com informações preciosas sobre Macau e a disponibilização de trans-portes durante o evento, assim como do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua por-tuguesa, que ofereceu uma refeição aos participantes e a actuação de um grupo de dança tradicional chinesa. Aproveitamos para agrade-cer também o apoio das enti-dades privadas e associações com quem estabelecemos parcerias imprescindíveis

para a concretização do projecto, nomeadamente em termos logísticos.

E como foi aceite local-mente pela comunidade portuguesa?Com um programa tão intenso, não houve infeliz-mente o tempo desejado para partilhar com a comunidade portuguesa residente em Macau. No entanto, houve bastante participação da mesma, apesar das difi-culdades que sentimos de divulgação e excesso de oferta, tanto da nossa parte,

como de eventos a decorrer em Macau, em simultâneo. Portanto, entende que valeu a pena?Em todas as nossas ini-ciativas, acreditamos que vale sempre a pena sonhar, concretizar sonhos e plantar sementes que mais tarde ou mais cedo darão os seus fru-tos, passando pela criação de redes e projectos que unam os portugueses por todo o mundo. Em relação ao que foi apresentado em Macau, foi integralmente gravado, por isso haverá em breve

hipótese de ver ou rever os momentos desejados, na íntegra ou no documentário--resumo que estamos a preparar, à imagem do que foi feito em 2012, no Porto, no Fórum dos LusoTalentos que deu origem a Macau (iniciativa que tem duração de u ano para concretização dos projectos)

O Observatório dos Luso--Descendentes já tem algu-ma história. É um projecto para continuar?Esperamos que sim. Por sermos a única associação de Luso-Descendentes em Por-tugal, e de Portugal para todo o mundo a fazer um trabalho de acolhimento, com criação de pontes e estudos. Estamos convictos da nossa utilidade pública, do nosso pequeno contributo para a gestão da diáspora luso-descendente no mundo, mas como em qualquer associação sem fins

lucrativos, o futuro depende da boa vontade e tempo disponível dos voluntários que a compõe e 2014 é ano de eleições, por isso só a fu-tura equipa dirigente poderá responder à essa pergunta.

Como responde às críticas esboçadas nalguma im-prensa portuguesa, sobre o facto do Governo de Portugal prestar algum apoio financeiro aos vossos projectos?À associação, não, pois somos uma ONG, sem fins lucrativos, inteiramente composta por voluntários, sem sede, nem custos fixos. Em relação a apoios a pro-jectos, existe muito pontu-almente. Por exemplo, em 2013, apenas o LusoTalentos em Macau foi contemplado com um apoio da SECP/DGACCP para ajuda nas viagens dos participantes. Recebemos 25 mil euros, o que foi insuficiente para trazer à RAEM os 23 luso--descendentes dos quatro cantos do mundo. Para a concretização do projecto, tivemos de recorrer a muitos outros apoios, tanto dos pró-prios participantes, como de entidades privadas e associa-ções em Portugal e Macau, num orçamento total que ain-da não conseguimos divulgar por não estar fechado, mas corresponde, no mínimo, a 10 vezes o investimento do Governo de Portugal. É também de realçar que con-seguimos organizar este ano cerca de uma iniciativa por mês, de maneira autónoma e muito criativa, e que o Luso-Talentos foi a única a quem pedimos apoio à DGACCP, para ajuda aos participantes nas viagens e porque a ini-ciativa corresponde a uma das prioridades do Governo, que é a criação de pontes com os luso-descendentes de todo o mundo. Trata-se, portanto, de utilidade pública e de estratégia passar por parcerias entre o Governo e a sociedade civil para concretizar objectivos, de maneira mais efectiva e económica e isso, tanto no caso do Observatório dos Luso-Descendentes, como de muitas outras associações que apresentam projectos à DGACCP/SECP, com os

O apoio da RAEM foi determinante desde a primeira hora, com a abertura à ideia apresentada e, em termos práticos, durante a iniciativa, de destacar o apoio da Direcção dos Serviços de Turismo

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3 entrevistahoje macau quinta-feira 12.12.2013

Recebemos 25 mil euros [do Governo português], o que foi insuficiente para trazer à RAEM os 23 luso-descendentes dos quatro cantos do mundo. Para a concretização do projecto, tivemos de recorrer a muitos outros apoios, tanto dos próprios participantes, como de entidades privadas e associações em Portugal e Macau

EMMANUELLE AFONSO, PRESIDENTE DO OBSERVATÓRIO DOS LUSO-DESCENDENTES

“Senti uma presença muito prestigiante dos portugueses em Macau”

mesmos objectivos de ac-ção junto das comunidades portuguesas no estrangeiro.

O OLD tem muitos projec-tos para 2014? Quer desta-car os mais importantes?Existe de facto um plano de actividades muito ambicio-so, com momentos, eventos e acções que correspondem aos três caminhos escolhi-dos pela actual direcção da associação: acolher, criar pontes e fazer estudos, mas que ainda não podem ser oficialmente publicitados por: terminar este mês o mandato do primeiro corpo dirigente da associação e, só após as eleições, em início de 2014, é que se vai definir se há continuação ou novas orientações; estar na hora de balanços, relatórios e conclusões, nomeadamente em relação ao novo modelo “LusoTalentos2012-2013” que foi pensado e desenha-do como um projecto com duração de um ano, para

Em todas as nossas iniciativas, acreditamos que vale sempre a pena sonhar, concretizar sonhos e plantar sementes que mais tarde ou mais cedo darão os seus frutos, passando pela criação de redes e projectos que unam os portugueses por todo o mundo

deixar tempo à criação de projectos, redes e ligações entre intervenientes e que está agora na hora, perante os resultados apresentados em Macau de estabelecer o retorno do investimento total, entre 2012 e 2013.

Que comentários lhe suge-re a actual identidade dos portugueses espalhados pelo mundo?Para já, preferimos falar de portugueses bem instala-dos pelo mundo, com uma identidade cada vez mais mista, fruto da fusão com o país de acolhimento, mas com maior interesse pela

portuguesa, nomeadamente entre os mais jovens, fruto da melhor imagem que Portugal e a sua cultura têm vinda a conquistar nestes últimos anos, com a Expo, o fado, o futebol, a literatura, o turismo, a gastronomia, etc..

Existe um mercado especí-fico de luso-descendentes? Quantas pessoas estima que dele fazem parte?Existe com certeza, um enorme mercado de consu-midores e prescritores de produtos e serviços, ainda muito subaproveitado e com enorme potencial. As esti-mativas são, de facto, meras

estimativas e fazem parte do conjunto de estudos e criação de bases de dados que quere-mos desenvolver no Obser-vatório, mas poderemos dizer que entre os cinco milhões “oficiais” e os 35 milhões extrapolados num estudo que pode ser consultado no Observatório da Emigração (até a 3.ª geração), estará o mercado potencial para Por-tugal em termos económicos, turísticos, de influência, o que pode constituir uma tremenda ajuda nesta fase de combate à crise.

A RTPi tem cumprido bem o seu papel? Que sugestões lhe faria?Acreditamos que a RTPi pode contribuir ainda mais na criação de pontes e redes com a diáspora, para além de ajudar no melhoramento da imagem que os portugueses residentes em Portugal e os do estrangeiro tem uns dos outros e isso com mais imagens e programas, actuais, de ambos e não apenas uma oferta de Portugal para o mundo, mas também vice versa.

O que pensa sobre a pre-sença portuguesa em Ma-cau?Na curta estadia que tive em Macau, senti uma presença muito prestigiante dos por-tugueses em Macau, com uma imagem e um trabalho desenvolvido que muito nos honra.

E sobre a cidade tal qual a encontrou?Não conheci Macau antes da transição, mas é emo-cionante encontrar ainda tantas marcas portuguesas na arquitectura, na calçada, na sinalética, na gastronomia. Senti que há um enorme respeito para essa herança por parte da RAEM e das entidades chinesas, o que é de realçar e louvar. E uma vontade de cá voltar, sem dúvida nenhuma, por isso deixar um até breve e não um adeus, assim como um bem haja ao papel da co-municação social que tanto contribui para essa herança e boa imagem portuguesa, num território tão longínquo e ao mesmo tempo, tão pró-ximo em afectos e valores.

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4 hoje macau quinta-feira 12.12.2013POLÍTICAJOANA [email protected]

A NTÓNIO Bruno Soares, arqui-tecto de Macau, esteve ontem no

Tribunal Judicial de Base, onde fez um depoimento que apoiou em forte escala a tese dos advogados de defesa dos dois empresários de Hong Kong, Joseph Lau e Steven Lo, a serem acusados de corrupção activa pelo MP. Em mais uma audiência do caso La Scala, a testemunha – arrolada pela defesa de Lo – confirmou ter feito dois pro-jectos para os cinco terrenos em frente ao aeroporto já nos anos 1990, sustentando a tese que a equipa de advogados tem vindo a apresentar desde o início do julgamento: era público que os lotes iam ser vendidos.

Da parte da acusação é dito que a Moon Ocean – empresa de Steven Lo e subsidiária da Chinese Esta-tes Holdings, de Lau - obteve informação privilegiada para vencer uma consulta por convite feita a três empresas para a compra dos terrenos. Para isso, diz o MP, terá ale-

A alienação dos terrenos em frente ao aeroporto à Moon Ocean, empresa de Steven

Lo, foi feita por ajuste directo, apesar de ter seguido os critérios de consulta por convite. Isso mesmo afirmou Nazaré Portela, a chefe do Departamento Jurídico da Direc-ção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em 2005, que foi ontem chamada a testemunhar no chamado caso La Scala, onde os empresários de Hong Kong Joseph Lau e Steven Lo são arguidos por alegada cor-rupção activa.

LA SCALA ARQUITECTO QUE FEZ DOIS ESTUDOS NOS ANOS 1990 DÁ FORÇA A TESE DA DEFESA

STDM encomendou a Bruno Soares

DÚVIDAS PERMANECEM Paulo Chan, procurador geral-adjunto do MP, perguntou ontem a Lam Wai Hon se Joseph Lau – da Chinese Estates Holdings que subsidiava a Moon Ocean - detinha a Apex, outra das empresas a concorrer para a compra dos lotes e representada pela CB Richard Ellis, da qual era gerente a testemunha. Apesar de Lam ter assegurado que Joseph Lau não tem qualquer ligação à empresa, esta não é a primeira vez que a dúvida é levantada em tribunal. De acordo com o jornal Macau Business Daily, Io Fu Chun e Lei Tong Leong, investigadores do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), afirmaram em tribunal que apenas a STDM se queixou após a venda dos terrenos ter sido feito à Moon Ocean, porque a outra concorrente – a Apex – era da mesma pessoa “por trás da Silver Point”. A Silver Point, empresa de Hong Kong, foi uma das empresas que emprestou dinheiro à Moon Ocean em 2005 para pagar o prémio dos terrenos. A situação em tribunal não foi mencionada em Língua Portuguesa e não foi possível ao HM encontrar qualquer relação entre Lau e a Apex, mas a empresa Silver Point é referida várias vezes como tendo o empresário como seu detentor.

CONSULTA PARA VENDA CHEGOU A SER INVIABILIZADA POR PROBLEMAS JURÍDICOS

Vencedora recebeu terrenos por ajuste directo

Em mais uma audiência do La Scala, um dos arquitectos responsáveis por estudos encomendados pela CAM e Lei Pou Fat para os terrenos em frente ao aeroporto confirmou que a venda dos lotes não era segredo. A sessão ficou marcada por novas revelações, que mostram que a STDM foi privilegiada face à Moon Ocean. A empresa apresentou como proposta para conseguir a compra dos lotes um estudo feito pelo mesmo profissional

das sociedades detentoras, por exemplo, já tinham o capital so-cial abaixo do limite legal.

APOIO À DEFESADe resto, o testemunho de Nazaré Portela confirmou tudo o que vem a ser dito pela defesa até agora: a consulta por convite foi aprovada por todos os sócios – onde se inclui um representante da STDM, que era, ao mesmo tempo, vendedora e compradora dos lotes -, o programa de consulta e as condições – que incluíam dez dias para a apresen-tação das propostas – também foram aprovadas por todos. Nazaré Portela apoiou ainda o que disse Bruno Soares, de que a STDM era quem tinha mais informação sobre os lotes, uma vez que esta-va nas reuniões das sociedades e teve conhecimento de relatórios de avaliação que valorizavam os terrenos. A representante da RAEM - e membro da Comissão que avaliou as propostas - negou ainda ter recebido qualquer instru-ção para escolher a Moon Ocean e explicou também que a intenção das sociedades, desde o início, era vender os terrenos para pagar as dívidas do aeroporto, algo que a defesa também já sublinhou. - J.F.

A testemunha, arrolada pela defesa dos dois, confirmou que teve de ser encontrada uma solução para que a consulta por convite para a venda dos cinco terrenos pudesse andar para a frente, uma vez que problemas jurídicos ditariam um eventual cancelamento da consulta. Foi a primeira vez que se falou no ajuste directo à empresa, que, ainda assim, só foi feito à Moon Ocean depois de se saber que foi esta quem ofereceu o preço mais alto pelos cinco lotes – onde estava, até recentemente, a ser

construído o La Scala. “Havia duas hipóteses: ou não adjudicava os terrenos, ou fazia-se o ajuste directo para a empresa que ficou em primeiro lugar [na consulta].”

O problema começou quando as três empresas convidadas pelas sociedades detentoras dos terre-nos - privadas, apesar de terem uma maioria do Governo – não apresentaram as propostas em seu nome. Ou seja, a Vigars, Jones Long LaSalle e a CB Richard Ellis – que representavam as empresas interessadas como a STDM, a Moon Ocean e a Apex

– não subscreveram as propostas, mas fizeram-no em nome das suas clientes. A situação deu-se após a abertura das propostas, quando já se tinha escolhido a vencedora da consulta: a Moon Ocean, por apresentar o preço mais elevado, critério principal para a escolha. “Não tenho dúvidas que venceu por causa do preço.” Nazaré Portela explicou ainda que, se não tivesse sido feita a venda por ajuste directo à vencedora, teria de se fazer nova consulta e havia interesse em despachar os terrenos, uma vez que duas

gadamente pago 20 milhões de patacas a Ao Man Long, ex-secretário para as Obras Públicas e Transportes, já condenado pelo crime de corrupção passiva.

Quando questionado por Rui Sousa, advogado de Steven Lo, o arquitecto as-segurou ter sido o autor – em conjunto com os arquitectos Vicente Bravo, Manuel Vicente e Eddie Wong, este membro do Conselho Executivo – de um primeiro estudo de aproveitamento e viabilidade de venda dos lo-tes, já em 1994. Este primeiro estudo foi encomendado

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Joseph Lau Steven Lo

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TIAGO ALCÂNTARA

5 políticahoje macau quinta-feira 12.12.2013

EDITAL

Prédio em mau estado de conservação Edital n.º : 82/E/2013Processo n.º : 5/RP/2013/FLocal : Rua de Xangai n.os 148 - 182H e Rua de Pequim n.os 153 - 183I, Edf. Marina Plaza, Macau.

Chan Pou Ha, subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, em uso das competências delegadas pelo n.º 8 do artigo 1.º do Despacho n.º 003/SOTDIR/2013, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 46, II Série, de 13 de Novembro de 2013, faz saber por este meio a todos os condóminos, inquilinos ou demais ocupantes do prédio acima indicado que os pilares decorativos da arcada no R/C do mesmo prédio se encontram em mau estado de reparação e conservação, conforme o parecer da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, pelo que, nos termos do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto e por meu despacho de 05/12/2013, no prazo de 30 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, devem proceder à obra de conservação e reparação dos pilares decorativos da arcada no R/C do prédio acima indicado.

Para o efeito, deverão apresentar previamente nestes Serviços o projecto de obra respectivo, de acordo com o Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto.

Caso não seja dado cumprimento ao teor do presente edital, esta Direcção de Serviços proceder-se-á à aplicação da multa estabelecida no artigo 67.º do citado diploma legal.

Na falta de pagamento voluntário da despesa, proceder-se-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças.

Nos termos do artigo 59.º do mesmo decreto-lei e das competências delegadas pelos nos 1 e 4 da Ordem Executiva no 124/2009, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2009, da minha decisão do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

RAEM, aos 05 de Dezembro de 2013

A Subdirectora dos Serviços

Enga Chan Pou Ha

A população de Ma-cau recorre cada vez mais ao Comis-

sariado contra a Corrupção (CCAC) para manifestar descontentamento em rela-ção às políticas implemen-tadas pelo Governo. Esta é uma das conclusões do relatório de 2012 do comis-

POLÍTICAS DO GOVERNO LEVAM CIDADÃOS A RECORRER AO CCAC

Gato por lebre

pela CAM – Sociedade do Aeroporto. “Era um plano de aproveitamento para vender os lotes. Fizemos um estudo de massa e viabilidade, para perceber quanto valeriam se a CAM os vendesse.”

Era a CAM quem detinha os terrenos, sendo que, mais tarde, foram formadas cinco sociedades privadas, geridas pela sociedade Lei Pou Fat, para os vender. E foi esta sociedade quem, em 1996, encomendou um outro estu-do para os mesmos terrenos, ainda que apenas a Bruno Soares e a Vicente Bravo. “Pediram que o estudo fosse mais detalhado ao nível do desenvolvimento e do uso [que se podia dar] aos ter-renos”, explica o arquitecto, que acrescenta mais. “Havia pelo menos um investidor interessado, mas era uma viabilidade que não estava incluída no nosso estudo. Tivemos de pedir a mudança do uso [dos lotes], para orien-tar o plano de um investidor interessado num lote.”

O arquitecto não revelou quem seria o investidor, mas respondeu afirmativamente a uma questão de Rui Sousa: se teria sido feito um “corte

à medida” a pensar na venda dos terrenos. Ora, esta tese opõe-se ao que diz também o MP e sustenta o que a defesa diz ser um outro facto: a venda dos terrenos foi promovida fora e dentro de Macau, com base neste segundo estudo, e era do conhecimento público que os terrenos eram para venda. “Sim, se não, não se justificava os dois anos de estudo que andámos a fazer”, confirmou Bruno Soares.

STDM “PRIVILEGIADA” Os dois estudos elaborados já nos anos 1990 para os terrenos não foram os únicos a ser feitos pelo arquitecto. É que o mesmo afirmou ter re-cebido uma nova encomenda para um outro estudo para os mesmos lotes, desta vez da STDM.

A STDM, recorde-se, era não só interessada na com-pra dos terrenos, como era também, ao mesmo tempo, vendedora destes. A empre-sa participava em todas as reuniões, tinha todas as in-formações relacionadas com as terras – incluindo o valor que tinham – e votava em causa própria antes mesmo da consulta por convite ser feita,

como já foi confirmado por diversas testemunhas. Duas das ontem ouvidas dizem o mesmo: a empresa de Stanley Ho foi privilegiada, uma vez que sabia de tudo sobre os terrenos. A empresa votou a favor da venda, aprovou o preço dos lotes com base num relatório feito pela Savills e aprovou os dez dias que foram dados como prazo às empresas convidadas para entrega de propostas da com-pra dos lotes. Recorde-se que a STDM chegou a reclamar após a Moon Ocean ter ven-cido, por considerar os dez dias “insuficientes”. Bruno Soares disse ontem que um dos responsáveis da empresa – o mesmo que encomendou o estudo – lhe disse apenas que tinham perdido a consulta por “não terem apresentado o preço mais alto”.

Na sessão de ontem, foi ainda ouvido Lam Wai Hon, gerente da CB Richard Ellis, uma das convidadas, à altura dos factos. Lam garantiu que o critério principal para vencer era o preço mais alto, neste caso oferecido pela Moon Ocean, e acrescentou mesmo que o procedimento “foi muito transparente”.

sariado liderado por Vasco Fong, ontem publicado em Boletim Oficial.

De acordo com a Rádio Macau, não são “questões técnicas ou de execução”, mas sim matérias que di-zem respeito aos “órgãos decisores das políticas”. Só no ano passado, o co-

missariado recebeu quase mil queixas no âmbito da provedoria de justiça, re-lacionadas com “os novos problemas derivados do desenvolvimento social” e são agora de uma natureza diferente das reclamações do passado.

Insatisfação com os cuidados de saúde, obras públicas, segurança públi-ca, economia e habitação social estão entre as razões principais. “Imprecisão” no estabelecimento de vários regimes é a justifica-ção dada pelo CCAC para as queixas apresentadas, salientando que, muitas vezes, estão desactualiza-dos ou simplesmente não existem.

O organismo de Vasco Fong, diz ainda a Rádio Macau, lamenta ainda que não se registem “avanços notáveis” na simplificação de actos e procedimentos administrativos, que não haja uma gestão eficiente do tempo e que seja “bastante generalizada” a falta de iniciativa manifestada pelos trabalhadores, que não têm o grau de compromisso que a gestão pública exige.

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6 hoje macau quinta-feira 12.12.2013SOCIEDADE

ANDREIA SOFIA [email protected]

A Associação Eco-nómica de Macau (AEM) apresen-tou ontem mais

uma edição do Índice de Felicidade 2013, que volta a espelhar a insatisfação com o elevado custo de vida. Mas o inquérito chama também a atenção para uma ligeira que-bra de satisfação face ao ho-rário de trabalho actualmente praticado. Quem trabalha 60 horas, ou mais, por semana, sente-se este ano menos satisfeito (registaram-se 6.6 pontos, sendo que em 2012 os valores foram de 6,71, numa escala de 0 a 10). Em relação a outros horários de trabalho, registou-se um aumento da satisfação dos entrevistados.

Perante estes números, o economista Joey Lao, presi-dente da AEM, defendeu que deveria avançar-se para uma maior regulação desta maté-ria. “Deveríamos fazer uma consulta pública e discutir esta questão directamente com a sociedade. Temos de fazer alguma pesquisa em relação à possível redução do horário de trabalho, e esperamos que este relatório apresente boas recomenda-ções ao Governo.”

Contudo, Joey Lao fez questão de frisar que “o estu-do não mostra os problemas ligados ao excesso de horas de trabalho, só mostra a ligação que isso tem com os níveis de felicidade. Em Macau estamos a enfrentar problemas com isso”.

Ho Lok-sang, director do centro de estudos sobre políti-cas públicas da Universidade

Entre 2012 e 2013 houve uma ligeira quebra de satisfação da parte de quem trabalha 60 horas ou mais por semana. Joey Lao defende uma consulta pública para que haja uma maior regulamentação sobre a matéria

ÍNDICE DE FELICIDADE 2013 APRESENTADO NO IPM

Economista defende redução do horário laboral

SUFRÁGIO UNIVERSAL NÃO MUDA NADA EM HONG KONG

Lingnan, em Hong Kong, diz que não pode haver um horário de trabalho para todas as pro-fissões. “Em Hong Kong há pessoas que trabalham horas a mais e esse é um problema grave. Acho muito importante que se regule o horário de trabalho, mas não deve ser padronizado. Deve-se sim criar um limite máximo por lei, mas diferente consoante a natureza do trabalho.”

CUSTO DE VIDA MAIORQUE EM HONG KONGNão foi apenas o horário de trabalho que gera descon-

tentamento, mas também os suspeitos do costume: o elevado custo de vida, ao nível da alimentação e habitação. “Não há um aumento óbvio em algumas categorias, mas há dois índices que estão abaixo, ligados ao custo de vida e de habitação. Tendo em conta o desenvolvimento que estamos a enfrentar não deveríamos ter estes valores”, disse Joey Lao.

Por forma a travar a inflação, que está quase nos 6%, o economista espera que o Governo “possa expandir a

importação de bens de con-sumo”. “Temos um custo de vida maior do que em Hong Kong no que diz respeito à compra de alimentos e de roupas. E é por isso que há um sentimento de frustração junto dos residentes de Ma-cau. A inflação é um sério problema ao qual temos de dar atenção.”

A expansão da importa-ção poderia passar, também, por “uma maior cooperação, com a província de Cantão, por exemplo, a nível da pro-dução e segurança alimentar, para reduzir os custos”.

O segundo factor que gera índices de felicidade mais baixos são as condi-ções de trânsito. “Temos valores bastante baixos, tendo em conta os proble-mas de trânsito. O tempo de viagem que uma pessoa tem de fazer entre a casa e o trabalha afecta o seu índice de felicidade, e por isso propomos uma solu-ção integrada para resolver os problemas de tráfico.”

“Há menos satisfação ao nível do trânsito e das condições de vida, e isso reflecte que no processo de

desenvolvimento económi-co há algumas contradições sociais”, disse ainda.

Joey Lao não deixa de chamar a atenção para um terceiro factor que gera descontentamento – a habi-tação. “As condições de vida registam um nível bastante baixo. Devem aumentar as casas públicas para os residentes e evitar o inves-timento estrangeiro, por forma a evitar a especulação do mercado e preencher as necessidades dos cidadãos. Esperamos que o Governo possa implementar esta política.”

De frisar que o Índice de Felicidade referente a 2012, apresentado em Março último, já chamava a atenção para o descon-tentamento das famílias de classe média face à inflação. Todos os que não pertencem à população activa estavam mais satis-feitos, por terem apoios do Executivo.

No que diz respeito a Hong Kong, a pressão financeira afecta mais directamente os índices de felicidade dos que não têm de lidar com esse sector, porque podem obter mais benefícios do Executivo, garantiu Ho Lok-sang. Contudo, há maior insatisfação em relação ao Chefe do Executivo, CY Leung. Mas o académico acredita que a implementação do sufrágio universal na sua eleição não vai mudar nada. “O sentimento de felicidade está relacionado com factores materiais e o ambiente de

vida e consumo, ligado depois a factores psicológicos. Quer queiramos quer não temos uma eleição justa do Chefe do Executivo em Hong Kong. Quando tínhamos o governador britânico, ele implementou boas políticas para os cidadãos de Hong Kong, e criou casas públicas e um sistema de educação. Sem ele penso que Hong Kong seria hoje muito diferente. No período colonial o Governo não tinha grande ligação com a população e era nomeado pela Rainha de Inglaterra. Como conseguiu a popularidade

dos cidadãos? Teve a ver com o sucesso das políticas que implementou. Agora o Chefe do Executivo tem de ganhar a popularidade entre os media e os cidadãos de Hong Kong. Claro que temos uma democracia, e mesmo na América Obama tem de enfrentar críticas cada vez que cria uma nova política. Não acredito que a reforma política seja uma solução para os problemas que enfrentamos agora, mas talvez tenha uma ligação com a satisfação a nível psicológico.”

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7hoje macau quinta-feira 12.12.2013 sociedade

RITA MARQUES [email protected]

C RISTINA Ferreira não tem dúvidas de que a Lei de Salvaguarda do Patri-mónio vem congregar e

reforçar os deveres que já existem nas convenções internacionais aplicáveis em Macau. Mas há algumas questões que levantam dúvidas, só possíveis de serem diluídas aquando da entrada em vigor do diploma a 1 de Março de 2014.

A docente de Direito Interna-cional Público, na Universidade de Macau (UMAC), lembra, por exemplo, a omissão de uma referência à lei do património na futura legislação de planeamento urbanístico, numa época em que a Macau vive um “boom eco-nómico” que tem desvirtuado o coração da cidade. “Devia haver uma menção na lei do urbanismo de que perto do centro histórico - ou seja, também na zona tampão, e de outros edifícios que venham a ser classificados de interesse e de valor patrimonial - também se tem de ter em conta o contexto urbanístico em que estão inseridos para não serem desvirtuados”, explica a académica ao HM, que entende esta atitude como “mais clara e prudente”.

“Para o aplicador do direito, já sabemos que temos de articu-lar as duas leis e que até a lei do património cultural será hierar-quicamente superior porque será especial [devido à salvaguarda do centro histórico de Macau] em relação à lei do urbanismo. Isto não quer dizer que depois, na prática, só venham a olhar para a lei do urbanismo e esquecem-se que existe uma lei do património cultural”, referiu ainda durante a Conferência sobre Protecção dos Direitos Fundamentais – Direitos

Zona de fumadores Metade dos casinosnão fizeram entrega de plantas Dos 16 casinos que não reuniam os requisitos de qualidade de ar, apenas oito entregaram as plantas para redução em 10% das áreas para fumadores, adiantam os Serviços de Saúde, em comunicado. O prazo para entrega das plantas terminava ontem e os casinos Jimei, Emperor Palace, Lan Kwai Fong, Kam Pek, o Grandview (Macau Jockey Club) e Golden Dragon, todos eles do universo da SJM, não entregaram as plantas. Dois outros, da Melco Crown, encerram portas, por estarem em zonas residenciais.

• A Grey2K USA, organização de protecção aos galgos de corrida, mobilizou ontem a comunidade do Facebook para “acender uma vela por Brooklyn”. Este, recorde-se, é o cão de Macau, cara da campanha da entidade para salvar os cães do Canídromo, que está “desaparecido” desde que sofreu um acidente nas corridas. O Governo de Macau garante que o animal está vivo, mas não apresenta provas, o que tem levado as entidades protectoras dos animais a considerar que Brooklyn foi abatido. Ontem, o cão fez cinco anos.

ANIMA espera conseguir resolvero problema do espaço este ano

Cristina Ferreira entende que, embora a lei de planeamento urbanístico não faça referencia à lei de salvaguarda do património, é preciso ter em conta a envolvência do bem classificado para que este não fique descaracterizado. A especialista em direito internacional público pede também que sejam incluídos mais imóveis na nova lista, como a Escola Portuguesa de Macau e o hotel Lisboa

PATRIMÓNIO ACADÉMICA DE DIREITO INTERNACIONAL PEDE ATENÇÃOPARA A DESCARACTERIZAÇÃO DOS IMÓVEIS CLASSIFICADOS

Valorização do centro histórico é “fundamental”

DECORREU ontem a festa do décimo aniversário da So-

ciedade Protectora dos Animais (ANIMA), que decorreu no Ve-netian e que entregou títulos aos maiores doadores até hoje. Ao HM, Albano Martins, presidente, espera ver este ano resolvido a questão do espaço, depois de te-rem pedido uma extensão da área às Obras Públicas. “Acho que se trata de um processo burocrático que foi atrasado porque pedimos uma extensão da área, para evitar que as cobras entrem no abrigo. Espero que possam decidir essa questão este ano, porque nin-guém tem acesso aquele espaço, que está entre nós e a montanha. Temos de tomar conta.”

Para o futuro, a aposta passa por uma maior cooperação ao

nível da adopção dos animais, nomeadamente com a SOS Animais, que ajudou a divulgar o evento dos 10 anos. “Espere-mos que nos ajudem na área da adopção, que é aquela em que mais precisamos de ajuda. Sem adopções não conseguimos sal-var mais animais”, disse Albano Martins, que espera que “novos funcionários possam dinamizar o voluntariado” para cuidar dos cães e gatos que habitam no Altinho de Ká-Hó.

Cláudia Sousa, uma das dinamizadoras do espaço SOS Animais, garantiu que a aposta é ajudar na divulgação dos animais para adopção e na recolha dos que estão na rua. “Não queremos ser uma associação, queremos é ser um meio de divulgação.” - A.S.S.

Culturais: A Protecção da Cultura e do Património.

No entanto, lembra Cristina Ferreira, há sempre “mecanismos de protecção” e, na omissão des-tes, “há sempre as convenções” porque estão “acima do direito ordinário”. A título de exemplo, a académica recorda o aviso da UNESCO sobre construções que tapavam o horizonte do Farol da Guia. Sobre a imposição, por parte daquele organismo, de um plano de gestão e director urbanístico integrado, em Fevereiro de 2015, a académica entende que deve ser observado não apenas na óptica da preservação, manutenção e valori-zação da zona do centro histórico de Macau.

Até ao momento, e antes de ser posta em prática, alguns regula-mentos administrativos terão de ser promulgados para complementar a lei. No caso, aquela que irá fixar a composição e funções do Conselho do Património Cultural e o que de-

termina a lista de bens imóveis que serão classificados. No primeiro, é “fundamental” a inclusão de “es-pecialistas de reconhecido mérito em diversas vertentes da área do património cultural”, que será tan-gível e intangível. No segundo, há a “expectativa” de novidades além das conhecidas na lista anexada à ao decreto-lei de 1992. “Espero que, para além dessa lista, possa haver mais porque há imóveis em risco de serem demolidos ou alte-rados, nomeadamente, a inclusão da Escola Portuguesa de Macau, o Jardim de Infância José da Costa Nunes, Hotel Estoril (anos 40), a Fábrica de Panchões, em que se as-socia património cultural tangível e intangível, o hotel Lisboa, que é um ícone de Macau por ser um edifício revolucionário dos anos 50, por isso, espero que venha a permitir o alargamento da lei anterior.”

A este nível, defende, foram criados no âmbito da lei “meca-nismos de participação popular, de consulta pública, dos particulares poderem sugerir a classificação de edifícios como património mate-rial e também a classificação de tradições, ritos, expressões típicas da identidade cultural de Macau”.

Além destes regulamentos, aguarda-se ainda um despacho do secretário para os Assuntos Sociais e da Cultura sobre o património intangível que, acredita, “vai re-produzir” o que foi elaborado pelo Instituto Cultural (IC).

VELAS POR BROOKLYN

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8 hoje macau quinta-feira 12.12.2013CHINA

Q UANDO a empre-sa americana Rare Earths Inc. começar as operações de ex-

tracção de minério na fronteira dos Estados de Montana e Idaho, daqui a cerca de dois anos, os Estados Unidos vão ganhar uma nova fonte doméstica, não-chinesa de minerais essenciais para a fabri-cação de produtos electrónicos e componentes de armamento.

Mas, de momento, não há praticamente nenhum sítio para além da China que processe estes minerais para que possam ser uti-lizados industrialmente.

A participação da China na produção mundial de terras raras tem vindo a diminuir recente-mente à medida que as empre-sas de extracção de minério de outras regiões tiram dividendos dos temores de que os chineses tenham um controlo excessivo sobre a oferta global. Mesmo assim, a China ainda domina as etapas complexas – e muitas vezes poluidoras – que transformam o material extraído das minas em ingredientes úteis, incluindo me-tais e ímanes. A China fornece, por exemplo, cerca de 80% dos ímanes especializados produzidos com ingredientes de terras raras como o neodímio, que são usados em quase tudo, desde elevadores a mísseis. “É incrível que as pessoas não tenham ligado os

TERRAS RARAS PROCURAM-SE POSSIBILIDADES FORA DO PAÍS

Pequim assume controlopontos”, diz o presidente da Rare Earths, Kevin Cassidy. A empresa pretende construir instalações nos EUA para lidar com estágios mais complexos de processos, mas a iniciativa será cara e exigirá uma série de aprovações reguladoras.

Há três anos, a China chocou a indústria de alta tecnologia do mundo ao elevar o controlo sobre a exportação de um grupo de 17 elementos de terras raras, o que provocou o disparar dos preços, que subiram até dez vezes mais, o que levou a então secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, a dizer que a situação era um “sinal de alerta”.

As empresas responderam procurando novas fontes de terras raras nos EUA e em outros lugares. Dudley Kingsnorth, uma autorida-de do sector, diz que estas novas fontes já reduziram a participação da China no fornecimento global, de 93% para 86%, entre 2011 e 2012. As políticas de exportação da China são tema de uma dis-puta permanente entre Pequim, Washington e outros países na Or-ganização Mundial do Comércio.

Em Outubro, a OMC considerou ilegais algumas restrições sobre as exportações de terras raras chi-nesas, embora a previsão seja de que Pequim recorrerá da decisão, que em grande parte é simbólica.

POUCA CONCORRÊNCIAMas quando se trata do proces-samento de terras raras, a China enfrenta pouca concorrência — e as mãos engorduradas de Wang Qin ilustram a situação. O maquinista de 41 anos da Feller Magnets Corp., na cidade de Shenzhen, no sul do país, opera dezenas de máquinas que cortam blocos magnéticos feitos com terras raras em discos extremamente finos que, segundo a empresa, serão instalados em telefones móveis.

Embora as serras computadori-zadas cumpram as especificações de precisão dos clientes de alta tecnologia da Feller, as máquinas também cobrem o chão da fábrica com óleo. Os recipientes cheios de ácidos e calor extremo também fazem parte do cenário da fábri-ca. A empresa, que informa que metade da sua produção é vendida

na China hoje, comparada a 30% nos últimos anos, não respondeu a um pedido de comentário sobre as condições da fábrica.

O domínio da China numa área com um histórico ambiental preocupante ilustra uma das for-mas em que o país desempenha globalmente um papel-chave no sector manufactureiro. Os executivos dizem que as infra--estruturas oferecidas pela China em sectores intermediários, in-cluindo o processamento de terras raras, lhe permite atrair negócios relacionados que dependem dos produtos, aprofundando assim a sua importância para as cadeias globais de fornecimento.

Em 2010, Pequim restringiu significativamente as exportações de minerais de terras raras, citan-do razões ambientais para limpar uma indústria caótica. Vendo um aumento significativo nos preços dos elementos, os investidores financiaram dezenas de projectos de exploração de minas em todo o mundo.

Desde então, surgiram uma mina na Califórnia e uma na Aus-

trália, com outras na África do Sul, Vietname, Índia e Cazaquistão ago-ra na fase de construção, de acordo com Gareth Hatch, um investidor e director da Technology Metals Research LLC indústria, que tem sede em Illinois. A Associação de Indústrias Aeroespaciais dos EUA aponta para um relatório de Se-tembro do Serviço de Pesquisa do Congresso americano, que conclui que “a maior parte do processa-mento de materiais de terras raras é executado na China, o que dá ao país uma posição dominante que pode afectar o abastecimento e os preços em todo o mundo”.

Um porta-voz do Departa-mento de Defesa disse que os militares controlam continuamente a situação, citando uma “cadeia de abastecimento interno e global de materiais de terras raras cada vez mais diversificada e robusta”. Um relatório militar de Março de 2012 destacou tendências positivas “para um mercado capaz de atender a futura procura do governo dos EUA”.

Embora Kingsnorth, director--presidente da Industrial Minerals Company of Australia, estime que a participação da China na produção mundial possa cair para 63% em 2016, ressalva que a China conti-nua a dominar as nove etapas entre a extracção de minério de terras raras e a produção de bens com o material.

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9 chinahoje macau quinta-feira 12.12.2013

REGIÃO

A maior petrolífera chinesa, Sinopec, tenciona inves-tir 20.000 milhões de

dólares em África nos próximos cinco anos, mais do que investiu ao longo das ultimas duas déca-das, anunciou o China Daily.

A Sinopec, também conhe-cida por China Petrocheminal Corp., “tem grandes planos para África”, disse o jornal na terça--feira, citando o presidente da empresa, Fu Chengyu.

Até 30 de Junho, o investi-mento da Sinopec em África, nomeadamente em Angola, somava 14.100 milhões de dó-lares e, entretanto, a empresa pagou 3.100 milhões de dólares por um terço do capital de uma companhia norte-americana que explora o gás natural e petróleo no Egipto.

A Sinopec, que ocupa o 4.º lugar da lista das 500 maiores empresas mundiais elaborada anualmente pela revista norte--americana Fortuna, está im-plantada em 15 países africanos, entre os quais Nigéria, Gabão, Camarões e São Tomé e Príncipe.

OS manifestantes antigover-namentais em Banguecoque

abandonaram ontem o Ministério das Finanças e bloquearam o do Interior, depois de na segunda--feira o Governo ter dissolvido o Parlamento e convocado eleições antecipadas para 02 de Fevereiro.

Os funcionários das Finanças puderam voltar aos postos de trabalho, que tinham abandonado a 25 de Novembro, quando os ma-nifestantes entraram no ministério e ali estabeleceram um dos seus acampamentos, noticiou a cadeia de televisão MCOT, citada pela agência noticiosa Efe.

As forças da ordem inspeccio-naram as instalações ministeriais antes de permitirem que os respec-tivos trabalhadores regressassem aos seus trabalhos.

Os manifestantes justificaram o bloqueio do Ministério do Interior por partir dali o controlo das 76 províncias do país, informou a imprensa local.

As autoridades tailandesas pedem a desmobilização dos protestos dirigidos pelo ex-vice-

SINOPEC TENCIONA INVESTIR MILHÕES NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS

Grandes planos para África Tailândia Manifestantes deixam Ministério das Finanças e bloqueiam o do Interior

Em Angola, onde a Sinopec investiu até agora 6.000 milhões de dólares, a empresa chinesa “tem reforçado a cooperação estraté-gica com a petrolífera nacional de Angola, Sonangol”, refere o China Daily.

Aquele pais africano é, alias, o segundo maior fornecedor

de petróleo à China, depois da Arábia Saudita.

Segundo a mesma fonte, em 2012, a petrolífera estatal criou mais de 9.000 postos em África e em 2012 pagou aos diversos governos africanos 4.300 milhões de dólares em impostos e outras taxas, indicou a mesma fonte.

A Sinopec está também im-plantada no Brasil, onde tem uma parceria com a Galp.

Em 2020, a China deverá tor-nar-se o maior importador mundial de petróleo, ultrapassando os Esta-dos Unidos, e uma década depois será também o maior consumidor, prevê a Agencia Internacional de Energia.

Este ano, as importações chine-sas de petróleo deverão aumentar 7,3% em relação a 2012, para 289 milhões de toneladas, indica um estudo chinês citado pelo jornal China Daily.

Segunda economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China já importa quase 60% do petróleo que consome e em 2013, as suas importações nesta área deverão aumentar 7,3% em relação a 2012.

-ministro Suthep Thaugsuban, e apelam à participação nas eleições gerais de 02 de Fevereiro.

Não obstante, Suthep recusa-se a desmobilizar as manifestações, in-siste que o Governo actual é incons-titucional e mantém a sua “cruzada” contra o “regime de Thaksin”.

Thaksin Shinawatra governou a Tailândia de 2001 a 2006, quando foi deposto por um golpe militar.

A actual primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, é a irmã mais nova de Thaksin e entrou na política em 2011, ano em que ganhou as eleições.

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M, de 29 de Julho, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Rua da Doca dos Holandeses, n.ºs 16 a 90, Avenida do Dr.

Francisco Vieira Machado, n.ºs 303 a 339 e Rua dos Pescadores, n.ºs 196 a 242, em Macau, (Edifício Industrial Ocean);

- Avenida de Venceslau de Morais, n.ºs 209 a 215, Avenida do Nordeste, n.ºs 2 a 55 e Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.º 709, em Macau, (Edifício Air-Way);

- Praceta de Venceslau de Morais, n.ºs 108 a 130, Travessa do Canal Novo, n.ºs 3 a 39 e Estrada Marginal da Areia Preta, n.ºs 97 a 119, em Macau, (Edifício Industrial Veng Kin);

- Avenida de Venceslau de Morais, n.ºs 175 a 179 e Praceta de Venceslau de Morais, n.ºs 119 a 211, em Macau, (Edifício Industrial Kin Yip);

- Estrada Marginal da Ilha Verde, n.ºs 1188 a 1244 e Estrada Nova da Ilha Verde, n.ºs 78 a 112, em Macau, (Edifício Yat Yuen);

- Rua do Visconde de Paço D´Arcos, n.ºs 334 a 342 e Avenida de Demétrio Cinatti, n.ºs 55 a 57, em Macau, (Edifício Hap Fat);

- Rua do Visconde de Paço D´Arcos, n.ºs 374 a 380 e Avenida de Demétrio Cinatti, n.ºs 47 a 48, em Macau, (Edifício Fun Lei);

- Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.ºs 382 a 402B e Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, n.ºs 719D a 719F, em Macau, (Edifício Nam Seng);

- Estrada de Cacilhas, n.º 18, Estrada de Ferreira do Amaral, n.ºs 13 a 15 e Rotunda de S. João Bosco, n.ºs 5 a 15, em Macau, (Edifício I Cheong Fa Iun);

2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada. Aos, 29 de Novembro de 2013.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

LembretePlano de comparticipação pecuniária no

desenvolvimento económico para o ano de 2010

1. O prazo limite para a apresentação do pedido de atribuição do Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2010 é fixado em 31 de Dezembro do corrente ano.

2. Os indivíduos que satisfaçam os requisitos de atribuição, mas não tenham ainda formulado o pedido, devem dirigir-se até ao termo do prazo supracitado ao Centro de Serviços do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, nºs 762-804, Edifício “China Plaza”, 2.º andar, Macau, para efeitos de tratamento das respectivas formalidades.

3. Por último, solicita-se que os cheques ainda não sacados sejam apresentados, com a maior brevidade, junto de qualquer instituição bancária de Macau.

Macau, aos 01 de Dezembro de 2013.

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hoje macau quinta-feira 12.12.201310 publicidade

ANÚNCIO【N.º 244/2013】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação social abaixo indicado, no uso da competência delegada pela alínea 1) do n.º 3 do Despacho n.º 62/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 34, II Série, de 21 de Agosto de 2013 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do boletim de candidaturaLAI CHI PANG 5046706

Após as verificações deste Instituto, notamos que o representante do agregado familiar de candidatos a habitação social acima mencionado é elemento que figure no boletim de candidatura de outro agregado familiar, ao qual este Instituto já tenha autorizado a aquisição de habitação construída em regime de contratos de desenvolvimento para a habitação nos termos do Decreto-Lei n.º 13/93/M, de 12 de Abril, pelo que, este não reúne os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos das alíneas 3) do n.º 4 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 25/2009(Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social). Este Instituto informou-o por meio de ofício, com o no 1212110092/DAH, datada de 13 de Dezembro de 2012, a solicitar ao interessado acima mencionado para apresentar por escrito a sua contestação pelo facto acima referido no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de recepção do referido ofício, entretanto não o fez dentro do prazo indicado. Nos termos dos n.º 1 do artigo 46.º do Regulamento Administrativo n.º 25/2009 (Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social), artigo 5.º e alínea 2) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, e n.º 2 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 141/2012, assim como da decisão do despacho do Chefe substituto do Departamento de Assuntos de Habitação Pública deste Instituto, exarado na Informação n.º 0753/DAHP/DAH/2013, a respectiva candidatura foi excluída da lista geral de espera por IH.

E de acordo com o disposto no n.º 21 do Despacho n.º 09/IH/2012, revisto pelo Despacho n.º 20/IH/2012, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 25, II Série, de 20 de Junho de 2012 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, cabe recurso hierárquico necessário da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30(trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública, Subst.º

Mio Chan Seng 6 de Dezembro de 2013

ANÚNCIO 【N.º 246/2013】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares do concurso de habitação económica abaixo indicados, no uso da competência delegada pela alínea 15) do n.º 3 do Despacho n.º 62/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 34, II Série, de 21 de Agosto de 2013 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do Boletim de candidatura Nome N.º do Boletim

de candidaturaFONG CHON WAI 1714 LEI LAI IENG 32WONG CHON KEONG 58569 LEI KIN TENG 24412

AMERICO JOSE CORDEIRO

2575 NG FAT IAN ALIAS NGO HUAC YUNG

29539

LAM HON NIN 14922SI SAO CHONG ALIAS WONG FOK KEI ALIAS ELENA ANG SY CHUAN

84242

CHAN IOK CHONG 29856 YUEN WENG IN 27457CHEONG CHAO LENG 29847 LEI KA POU 31944

Por causa dos representantes dos agregados familiares acima mencionados não comparecerem no este Instituto para escolha de habitação após a emissão da segunda convocação, as respectivas candidaturas serão excluídas na lista geral, de acordo com os termos da alínea 2) do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica) e alínea a) do artigo 14.º do Regulamento de Acesso à Compra de Habitações Construídas no Regime de Contrato de Desenvolvimento para a Habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002.

De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, devem apresentar, por escrito, as suas contestações e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Se não apresentarem as contestações no prazo fixado, considerando as desistências do respectivo direito e não aceitação das contestações entregues fora do prazo fixado. No caso de dúvidas, poderão dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Srª. Cheong, através o tel. n.º 2859 4875 (Ext. 220), para consulta do processo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública, Subst.º

Mio Chan Seng 10 de Dezembro de 2013

ANÚNCIO 【N.º 247/2013】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares do concurso de habitação económica abaixo indicados, no uso da competência delegada pela alínea 15) do n.º 3 do Despacho n.º 62/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 34, II Série, de 21 de Agosto de 2013 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do Boletim de candidatura Nome N.º do Boletim

de candidatura

LOK SIO LEONG 117948 WONG KAM KAO 54072

IO LAP WANG 84155 CHEONG IN TAK 64185VONG KIN VAI 56957 LAM SAO WUN 65498FU WING CHUNG 63737 CHONG IO KIN 67433

MA SOK KAN 56670 AO UN CHAI 68538IAO ON SAM 72126

Por causa dos representantes dos agregados familiares acima mencionados não comparecerem no

este Instituto para escolha de habitação após a emissão da segunda convocação, as respectivas candidaturas serão excluídas na lista geral, de acordo com os termos da alínea 2) do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica) e alínea a) do artigo 14.º do Regulamento de Acesso à Compra de Habitações Construídas no Regime de Contrato de Desenvolvimento para a Habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002. Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 20 de Novembro de 2013, a solicitar aos interessados acima mencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, mas não fizeram a entrega das suas contestações dentro do prazo indicado, assim como da decisão do despacho do signatário, exarado na Proposta n.º 0852/DHP/DHEA/2013, as respectivas candidaturas foram excluídas da lista geral de espera. E nos termos do n.º 22 do Despacho n.º 62/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 34, II Série, de 21 de Agosto de 2013 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, cabem recurso hierárquico necessário da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública, Subst.º

Mio Chan Seng 10 de Dezembro de 2013

ANÚNCIO【N.º 245/2013】

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação social abaixo indicado, no uso da competência delegada pela alínea 1) do n.º 3 do Despacho n.º 62/IH/2013, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 34, II Série, de 21 de Agosto de 2013 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do boletim de candidaturaCHAN CHEONG CHONG 5025891

Após as verificações deste Instituto, notamos que o representante do agregado familiar de candidatos a habitação social acima mencionado é elemento que figure no boletim de candidatura de outro agregado familiar, ao qual este Instituto já tenha autorizado a aquisição de habitação construída em regime de contratos de desenvolvimento para a habitação nos termos do Decreto-Lei n.º 13/93/M, de 12 de Abril, pelo que, este não reúne os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos das alíneas 3) do n.º 4 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 25/2009(Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social). Este Instituto informou-o por meio de ofício, com o no 1307110065/DHS, datada de 11 de Julho de 2013, a solicitar ao interessado acima mencionado para apresentar por escrito a sua contestação pelo facto acima referido no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de recepção do referido ofício, entretanto não o fez dentro do prazo indicado. Nos termos dos n.º 1 do artigo 46.º do Regulamento Administrativo n.º 25/2009 (Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social), artigo 5.º e alínea 2) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, e n.º 2 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 141/2012, assim como da decisão do despacho da Chefe substituta do Departamento de Habitação Pública deste Instituto, exarado na Proposta n.º 0111/DHP/DHS/2013, a respectiva candidatura foi excluída da lista geral de espera por IH.

E nos termos das alínea b) do n.º 2 do artigo 145.º, n.º 1 do artigo 154.º, n.º 1 do artigo 155.º e n.º 1 do artigo 157.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, cabe recurso hierárquico necessário da respectiva decisão adminstrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30(trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública, Subst.º

Mio Chan Seng 10 de Dezembro de 2013

Page 11: Hoje Macau 12 DEZ 2013 #2993

hoje macau quinta-feira 12.12.2013 11EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

AGENDA DO PROFESSOR - 2012/2013Uma agenda prática, de consulta rápida, leve e fácil de transportar. A pensar especialmente nos professores, permite o planeamento diário e anual, bem como o registo de dados importantes (horário, dados das turmas, contactos…). Inclui: calendário escolar desdobrável; grelhas para registo de reuniões e férias; grelhas para registo de dados mais importantes das turmas; informação sobre a legislação mais relevante; contactos úteis; e ainda um anexo com o que muda e o que não muda com o novo Acordo Ortográfico, para ter sempre à mão.

AGENDA DOS EDUCADORES DE INFÂNCIA 2012/2013Atividades inovadoras e fundamentadas, curiosidades para as crianças, planificações e registos diversos são apenas alguns dos conteúdos da nova agenda dos educadores de infância. Muito prática de usar e com uma bolsa para arquivar os documentos mais importantes. Uma agenda divertida para um bom ano lectivo!

O Governo classifi-cou a Casa Manoel de Oliveira, na rua da Vilarinha, Porto,

como Monumento de Interesse Público, de acordo com uma portaria ontem publicada no Diário da República, que fixa também uma zona especial de protecção (ZEP).

Esta publicação surge no dia em que o cineasta do Porto completa 105 anos.

A Casa Manoel de Oliveira, na União de Freguesias de Aldo-ar, Foz do Douro e Nevogilde, foi construída em 1940 para habitação do cineasta, estando implementada “na área mais elevada de um lote estruturado em plataformas, apresentando dois pisos confinantes com a rua da Vilarinha e três voltados para o jardim”.

De acordo com a portaria, “para além da relevância do pro-

Marcar o compasso da nossa cidadeCriatividade e tecnologia. É na tensão entre estes dois grandes eixos que se organiza o programa This Is My City (TIMC) 2013 cuja primeira edição data já de 2006. Este ano, os eventos que decorrem a 19 e 21 de Dezembro foram agendados, intencionalmente, em redor de uma data tão significativa quanto o 20 de Dezembro, dia da criação da RAEM e momento cimeiro de celebração da cidade. A programação destes dois dias desenrola-se em quatro momentos-chave. Um primeiro em forma de workshop dedicado ao desenvolvimento de competências tecnológicas orientadas para a pratica artística, um segundo preenchido pelas conferências Pechacucha, termo derivado da língua japonesa relativo a conversas breves e concisas a propósito de um tema pré-definido que, neste caso, convoca as questões da tecnologia e criatividade; um terceiro intitulado Miramics aberto a exposição e comercialização dos candeeiros produzidos para a Lines Labs durante as residências artísticas realizadas no ano passado, em Montemor o Novo; por fim, um quarto momento que congrega os concertos do musico português Norberto Lobo, no dia 19, no Albergue/SCM, e dos dj DEAD J e da vj DORA S, a 21, na Torre de Macau, sobre a qual vão ser ainda projectados vídeos produzidos por Ka Keong e Peng Yun durante as residências artísticas do convento da Saudação, de Montemor-o-Novo. Tal como na edição anterior, também este a programação do TIMC se prolonga no tempo e se estende a outros espaços. Em Janeiro de 2014, regressam a Portugal seis artistas - dois chineses de Pequim e quatro residentes de Macau - para uma nova serie de residências embrionárias do trabalho da edição TIMC 2014. As Oficinas do Convento da Saudação voltam a ser parceiros do TIMC e a disponibilizar espaço e acolhimento a esta delegação de artistas reforçando a rede de intercâmbios Portugal/China/Macau.

Macau Rai Timor celebra terceiroano de reactivação com conferênciasA Associação Grupo de Macau Rai Timor (GMRT) promove no próximo sábado uma ronda de conferências sobre Timor, no Auditório da Escola Portuguesa de Macau, entre as 14 e as 18h30. Ainda no âmbito do terceiro aniversário da reactivação da Associação vai ter lugar uma Missa às 11h de domingo, na Sé Catedral. A GMRT é uma ONG fundada em 1996 pelo Pe. Francisco Fernandes, “Pe. Xico”, marcante para a Resistência Timorense.

Poesia Jorge de Sena em modo integralOs leitores de Jorge de Sena sabem que a sua poesia está dispersa por nove volumes — Poesia I (cinco livros), Poesia II (três livros), Poesia III (cinco livros), 40 Anos de Servidão, Sequências, Visão Perpétua, Post-Scriptum II (dois volumes) e Dedicácias. A partir de agora, temos reunida em volume único toda a poesia publicada em vida do autor. São 875 páginas num volume editado por Jorge Fazenda Lourenço — Poesia 1. Seguir-se-á o volume que junta a poesia «esparsa ou inédita à data da sua morte, e posteriormente editada por Mécia de Sena...» Chama-se a isto um acontecimento. Realça Fazenda Lourenço que «Esta é a primeira vez que os livros de poemas de Jorge de Sena são publicados, integralmente, por ordem cronológica.»Desde 1978 que a poesia de Sena sobrevivia em antologias avulsas. Agora temos o primeiro tomo da integral, como deve ser. Este volume inclui nota prévia, índice geral, índice alfabético de poemas e primeiros versos (uma ferramenta preciosa sempre ausente das edições portuguesas), prefácios das edições originais, um depoimento, as indispensáveis notas aos poemas e a vastíssima bibliografia de Sena. Publicou a Guimarães, que tem sistematizado a reedição da obra do autor.

CASA MANOEL DE OLIVEIRA CLASSIFICADA COMO MONUMENTO DE INTERESSE PÚBLICO

Uma prenda para quemcompletou 105 anos

motor do projecto, que habitou a casa durante grande parte da sua vida”, o imóvel está igual-mente ligado “a grandes nomes do modernismo português”.

José Porto foi o autor do projecto arquitectónico, Viana de Lima detalhou o projecto do interior e Cassiano Branco foi o responsável pelos seus es-paços exteriores, pormenoriza o documento governamental, assinado no início da semana passada pelo secretário de Es-tado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

Os arquitectos Eduardo Souto Moura, Prémio Pritzker em 2011, Gonçalo Ribeiro Telles e Alexandre Burmester estão também ligados ao imó-vel, no âmbito das “alterações posteriores da casa e jardins”.

Souto Moura “traçou os campos de jogos, a piscina e o ginásio, Gonçalo Ribeiro Telles,

[foi o] autor de um estudo dos jardins e Alexandre Burmester projectou a recuperação da casa, distinguida com o prémio João de Almeida”, acrescenta a portaria.

Manoel de Oliveira enco-mendou aquele conjunto forma-do por habitação unifamiliar e jardins, tendo lá vivido durante 42 anos (entre 1940 e 1982).

A casa “está implementada na área mais elevada de um lote estruturado em plataformas, apresentando dois pisos confi-nantes com a rua da Vilarinha e três voltados para o jardim”, lê-se na portaria, que acrescenta ainda que “a planta articula dois corpos rectangulares através de um corpo central em forma de leque, cujas superfícies curvas e orgânicas contrastam com a li-nearidade dos volumes externos, um deles encimado por terraços”.

As comemorações para as-

sinalar no Porto o aniversário do mais velho realizador do mundo, Manoel de Oliveira, tiveram o seu ponto alto no dia em que cumpriu 105 anos de idade.

As comemorações incluem a inauguração, na sua cidade natal, da exposição “Manoel de Oliveira – 105 revistas”, um momento que contou com a presença do realizador.

A exposição, patente até 10 de Março de 2014 no Museu Nacional de Imprensa, contará com várias revistas portuguesas e publicações francesas como os Cahiers du Cinéma, Beaux Arts, L’Avant Scène Cinéma ou L’Acchiappa Film que incluem trabalhos sobre o realizador.

Ao final do dia, o realizador marcou presença no lançamen-to de uma peça de porcelana da Vista Alegre que integrará a colecção “1+1=1”.

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12 publicidade hoje macau quinta-feira 12.12.2013

ANÚNCIO

[N.º243/2013]

Paraosdevidosefeitosvimosporestemeionotificarosrepresentantesdosagregadosfamiliaresdalistadecandidatosahabitaçãosocialabaixoindicados,nousodacompetênciadelegadapelaalínea1)don.º3doDespachon.º62/IH/2013,publicadonoBoletim OficialdaRAEM,n.º34,IISérie,de21deAgostode2013enostermosdon.º2doartigo72.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro:

Nome N.ºdoboletim

decandidatura

Nome N.ºdoboletim

decandidatura

WONGINNEI 5003797 LEONGKAIAN 31200904286

SITMANHOU 31200907853 *WONGWENGLOK 5039516

SOUCHEKHONG 31200901677 *XUWEIXIONG 31200907403

IOWENGSI 31200905273 *HOMANCHONG 31200906298

CHANWAICHENG 31200906239 *FONGHOITOU 31200907410

FONGWENGSI 31200906165

Após as verificações deste Instituto, notamos que os representantesdos agregados familiares não apresentaram os documentos mencionados noprazo fizado, pelo que não reúnem os requisitos exigidos para a candidatura,nos termos do n.º 3 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura paraAtribuição deHabitação Social, aprovado peloDespacho doChefe Executivon.º 296/2009, este Instituto informou-os por meio de ofícios, com os n. os 1307180254/DHS, datada de 19 de Julho de 2013, 1308020224/DHS,1308060292/DHS, 1308050163/DHS, 1308060004/DHS, 1308060254/ DHS,1308060304/DHS,1308060313/DHS,1308060317/DHS,datadade7deAgostode2013,1308090256/DHS,datadade13deAgostode2013e1309090196/DHS, datada de 10 de Setembro de 2013, a solicitar aos interessados acimamencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factosacimareferidosnoprazode10(dez)diasacontardadataderecepçãodosreferidosofícios,masnãofizeramaentregadassuascontestações.Nostermosdosn.º1doartigo46.ºdoRegulamentoAdministrativon.º25/2009(Atribuição,ArrendamentoeAdministraçãodeHabitaçãoSocial),artigo5.º,n.º3doartigo9.ºealínea1)doartigo11.ºdoRegulamentodeCandidaturaparaAtribuiçãodeHabitaçãoSocial,aprovadopeloDespachodoChefeExecutivon.º296/2009,assimcomododespachodo Chefe do Departamento de Habitação Pública, exarado nas Propostas n. os 0201/DHP/DHS/2013,0286/DHP/DHS/2013,0285/DHP/DHS/2013,0266/DHP/ DHS/2013,asrespectivascandidaturasforamexcluídasdalistageraldeespera. * Simultaneamente, foram cessados a concessão de abono de residênciaporosagregadosfamiliaresbeneficiáriosteremsidosexcluidosdalistageraldeespera,deacordocomostermosdaalínea1)don.º1doartigo8.ºdoRegulamentoAdministrativo n.º 23/2008(Plano Provisório de Atribuição de Abono deResidênciaaAgregadosFamiliaresdaListadeCandidatosaHabitaçãoSocial). E de acordo com o disposto no n.º 22 do Despacho n.º 62/IH/2013,publicadonoBoletim OficialdaRAEM,n.º34, IISérie,de21deAgostode2013enoartigo155.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 deOutubro, cabem recurso hierárquiconecessárioda respectivadecisãoadministrativa,aoPresidentedeste Instituto,noprazode30(trinta)diasacontardadatadeafixaçãodopresenteanúncio,orecursohierárquicotemefeitosuspensivo.

OChefedoDepartamentodeHabitaçãoPública,Subst.º

MioChanSeng6deDezembrode2013

Notificação n.º 001/SS/GPCT/2013

Considerandoquenãoépossívelnotificarosinteressados,pessoalmente,porofício,viatelefónica,nemporoutromeio,nostermosdoartigo68.º,don.º1doartigo72.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,aprovadopeloDecreto-Lein.º57/99/M,de11deOutubro,bemcomodosrespectivosprocedimentossancionatóriosreguladosnoartigo14.ºdoDecreto-Lein.º52/99/M,de4deOutubro,osignatárionotifica,pelapresente,deacordocomon.º2doartigo72.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,osinfractores,constantesdatabeladestanotificação,doconteúdodasrespectivasdecisõessancionatórias:

Emconformidadecomoartigo25.ºdaLein.º5/2011(Regimedeprevençãoecontrolodotabagismo),e tendoemconsideraçãoasinfracçõesadministrativascomprovadas,aexistênciadeculpaenãoexistênciadequalquercircunstânciaagravanteconfirmada,oDirectordosServiçosdeSaúdedeterminaque:

1. Foramaplicadasaosinfractores,constantesdaTabelaIemanexo,asmultasprevistasnoartigo23.ºdaLein.º5/2011,novalorde400patacas(MOP400,00)(cadainfracção):Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativasaodispostonoartigo4.º,porquantoresultamdapráticadeactosde“fumaremlocaisproibidos”,tendosidoosinfractoresnotificadosdoconteúdodasacusações.(cfr.:TabelaI)

2. Alémdisso,osinfractorespodemaindaapresentarreclamaçãocontraosactossancionatóriosjuntodoautordoacto,noprazodequinze(15)dias,acontardadatadapublicaçãodanotificação,nostermosdoartigo145.º,don.º1doartigo148.ºedoartigo149.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,semprejuízodaaplicaçãododispostonoartigo 123.º do referido Código. Paraefeitosdodispostonon.º2doartigo150.ºdomesmoCódigo,areclamaçãonãotemefeitosuspensivosobreoacto,salvodisposiçãolegalemcontrário.

3. Quanto aos actos sancionatórios, os infractores podemapresentar recurso contencioso no prazo estipuladonosartigos25.ºe26.ºdoCódigodeProcessoAdministrativoContencioso,aprovadopeloDecreto-Lein.º110/99/M,de13deDezembro,juntodoTribunalAdministrativodaRegiãoAdministrativaEspecialdeMacau,semprejuízodaaplicaçãododispostonoartigo27.ºdoreferidoCódigo.

4. Semprejuízodaaplicaçãododispostonoartigo75.ºdoCódigodoProcedimentoAdministrativo,paraefeitosdasdisposiçõesdon.º7doartigo29.ºdaLein.º5/2011,osinfractoresdeverãoefectuaraliquidaçãodasmultasaplicadas,dentrodoprazodetrinta(30)dias,apartirdadatadepublicaçãodestanotificação,noGabineteparaaPrevençãoeControlo doTabagismo, sito naEstrada de S. Francisco n.º 5,Macau.Caso contrário, os Serviços de SaúdesubmeterãooprocessoàRepartiçãodasExecuçõesFiscaisdaDirecçãodosServiçosdeFinançasparaefeitosdacobrançacoerciva,deacordocomoartigo29.ºdoDecreto-Lein.º30/99/Meoartigo17.ºdoDecreto-Lein.º52/99/M.

5. Nãoédeatenderaestanotificação,casoosinfractoresconstantesdatabelaanexatenhamjásaldado,aquandodapresentepublicação,asrespectivasmultas,resultantesdaacusação.

6. Parainformaçõesmaispormenorizadas,osinteressadospoderãoligarparaotelefonen.º28556789oudirigir-sepessoalmenteaoreferidoGabineteparaaPrevençãoeControlodoTabagismo.22 de 11 de 2013.

ODirectordosServiçosdeSaúde,LeiChinIon

TabelaI

Nome SexoTipo e n.º do

documento de identificação

N.º da acusação

Data da infracção

Data em que foram exarados os despachos

de aplicação das multas1 洪玉權 M (*1) 73830XX(X) 100018217 3/1/2012 2013/11/22

2 林元肖 M (*3) G54753XXX 100036631 6/1/2012 2013/11/22

3 CHOYOUNGSOO M (*3) M71994XXX 100019613 10/1/2012 2013/11/22

4 HOYAU M (*4) B2223XX(X) 100000698 21/1/2012 2013/11/225 WONGKIN M (*1) 74379XX(X) 100036859 31/1/2012 2013/11/226 HONGIOKKUN M (*1) 73830XX(X) 100019940 31/1/2012 2013/11/22

7 EKAHERYANTI F (*3) A2586XXX 100025563 14/2/2012 2013/11/22

8 楊劍鋒 M (*3) G27371XXX 100036316 26/2/2012 2013/11/22

9 李存華 M (*2) W57244XXX 100031112 8/3/2012 2013/11/22

10 張家友 M (*2) W57244XXX 100031124 8/3/2012 2013/11/22

11 余剑创 M (*3) W54890XXX 100028832 9/3/2012 2013/11/22

12 KANGJUNSOO M (*3) TJ0910XXX 100028915 12/3/2012 2013/11/22

13 CHENJIANWEN M (*2) W43965XXX 100055788 16/3/2012 2013/11/22

14 HARATAKEO M (*3) TK3408XXX 100027014 17/3/2012 2013/11/22

15 SARAMIENTO,JESUSYABUT M (*7) 20797XXX 100031437 20/3/2012 2013/11/22

16 PURROGANANNONARIVERA F (*3) EB2643XXX 100012041 22/3/2012 2013/11/22

17 HEDELI M (*2) W49599XXX 100029309 29/3/2012 2013/11/2218 IEONGCHIVENG M (*1) 50940XX(X) 100029385 13/4/2012 2013/11/22

19 FONGHONMENG M (*1) 15220XX(X) 100029397 13/4/2012 2013/11/22

20 古奕康 M (*1) 73448XX(X) 100029553 24/4/2012 2013/11/22

21 楊馥慈 F (*7) 20496XXX 100033990 19/5/2012 2013/11/22

22 LINGAYOREBECCAPABLO F (*3) XX1551XXX 100024432 23/5/2012 2013/11/22

23 NGUYENDANGMANH M (*5) 1484/2009/C.1(3XXX) 100031693 22/7/2012 2013/11/22

24 LEIKUOCKUN M (*1) 50726XX(X) 100101214 23/7/2012 2013/11/2225 LIAOLIUQUAN M (*3) G40256XXX 100065737 31/7/2012 2013/11/2226 羅志濠 M (*6) D00038XXX 100065808 7/8/2012 2013/11/2227 TIANJIE M (*2) W40221XXX 100066496 31/8/2012 2013/11/2228 MAIYANZHI M (*3) G50984XXX 100066939 13/9/2012 2013/11/2229 文錦豪 M (*4) E9307XX(X) 100066953 13/9/2012 2013/11/2230 盧漢建 M (*4) E8171XX(X) 100066965 13/9/2012 2013/11/2231 KUIKELBIKASH M (*3) 5183XXX 100066989 14/9/2012 2013/11/2232 LIANGZHAOZHI M (*2) W45898XXX 100067878 25/10/2012 2013/11/22

33 SILVIAOKTAPIANI F (*3) AR873XXX 100067913 26/10/2012 2013/11/2234 KHOERIYAH F (*3) AR907XXX 100067925 26/10/2012 2013/11/2235 PENGHEGUI M (*3) G55125XX(X) 100067975 29/10/2012 2013/11/22

36 HOODNICHOLASKEVIN M (*3) 455984XXX 100130623 17/11/2012 2013/11/22

37 CHANWAHYAU M (*1) 12196XX(X) 100070807 14/12/2012 2013/11/22

Nota:(*1)BilhetedeIdentidadedeResidentedaRegiãoAdministrativaEspecialdeMacau(*2)Salvo-condutoderesidentedaRepúblicaPopulardaChinaparadeslocaçãoaHongKongeMacau(*3)Passaporte(*4)BilhetedeIdentidadedeResidentedaRegiãoAdministrativaEspecialdeHongKong(*5)NotificaçãoemitidapeloServiçodeMigraçãodoCPSP(*6)Documentodeidentidadeparafinsdevisto(eminglês:DocumentofIdentityforVisaPurposes)(*7)BilhetedeIdentidadedeTrabalhadorNão-Residente

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hoje macau quinta-feira 12.12.2013

hARTE

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IDEI

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13

Carlos Morais José

“A maioria dos marinheiros compunha--se de homens que, ali lançados como por acaso, tinham ficado na qualidade de oficiais em navios da região. Tinham tomado horror às linhas da metrópole, com suas condições mais duras, seus serviço mais estrito e os azares dos oceanos furiosos. estavam acomodados à paz eterna dos céus e dos mares do Oriente. Amavam as curtas travessias, as moles chaises-longues, as grandes equipagens indígenas e seus privilégios de brancos. Estremeciam ao pensamen-to de rudes labores e levavam existên-cias fáceis e precárias, sempre à mercê de uma despedida, sempre à véspera de um emprego novo. (...) Entretinham-se eternamente de golpes e contragolpes da sorte (...) em tudo o que diziam, nos seus gestos, nos seus olhares, na sua pessoa, traía-se o ponto fraco, a cor-da sensível, o irrestível desejo de uma existência de ociosidade sem perigo.”

Joseph ConradLord Jim

D ESDE o grande êxodo eu-ropeu, iniciado com as Des-cobertas, que o mundo tem assistido ao aparecimento

de homens cuja vida se caracteriza por uma deslocação radical do seu ponto de gravidade original para se disseminarem por regiões estrangeiras, sobretudo, es-tranhas. Muitos nomes lhes chamaram, desde “homens da fronteira” a “cavaleiros da fortuna”. Não os podemos confundir com os “emigrantes”. Estes nasceram para satisfazer as necessidades dos regimes ca-pitalistas e não existem enquanto indiví-duos, somente como massa trabalhadora disponível a baixo custo. Com a imposi-ção do ritmo próprio das sociedades capi-talistas, estes movimentos de milhares de pessoas intensificaram-se durante todo o século XX e estão ainda longe de atingir o seu término. Já o mesmo não se pode-rá dizer dos outros, dos que não perten-cem a nenhum movimento concertado e comandado por traficantes de pessoas e receptadores de trabalho desqualificado.

São, aliás, bem claras algumas dife-renças entre eles. Enquanto os primei-ros desejam sinceramente ver termi-nado o seu “cativeiro” e empreender o regresso à terra natal, os segundos per-dem a vida por paragens remotas, en-cetando relações e práticas que põem em risco a sua própria identidade, o que é como quem diz dificultam tre-

UM CERTO TIPO DE HOMENS

mendamente a possibilidade de regres-so, na medida em que o próprio chão étnico que os constituiu sofreu abalos consideráveis.

Não é em vão que se habita a ter-ra estrangeira e se partilham os seus frutos. Algo de muito interno vai co-nhecendo o definhamento e a morte, ao mesmo tempo que dessas cinzas vai renascendo uma nova personalidade, afeita à diferença e modulada pelas novas visões e experiências. Também

não se trata de alguém absorvido to-talmente por outro povo (caso muito raro) mas da construção de uma iden-tidade única, de um ser de característi-cas singulares. Devemos sublinhar este ponto: a única coisa comum entre estes homens ou mulheres é o seu despaisa-mento, a outra é serem radicalmente diferentes e, em geral, nem sequer se apreciarem, como se a visão do duplo trouxesse consigo, como dizem os mi-tos, o hálito perturbante da morte.

Claro que para estes homens o re-gresso à terra natal é uma asneira e, normalmente, de pouca duração. Ao contrário dos emigrantes, sonham con-tinuamente com novas viagens e com os ambientes exóticos que abandona-ram. É como se a vida só fosse possível se mergulhados numa terra radicalmen-te estrangeira e o sossego unicamente atingido quando se tem um conhe-cimento imperfeito das línguas e dos costumes, mesmo os mais abomináveis.

Penso ser precisamente a distância face aos costumes predominantes que imprime no espírito a sensação de li-berdade quase absoluta — e quem não gosta de se sentir absolutamente livre?

Daí que estes homens não adoptem os hábitos de nenhum povo, nem as práticas de nenhuma religião. Utilizam, é certo, determinados ensinamentos, mas sempre descontextualizados da cultura original e re-significados nesse emaranhado em que se vai tornando cada personalidade.

Outro aspecto é que não falamos aqui de heróis mas, precisamente, do seu contrário. O herói existe ao ser-viço de um povo, estes seres são pro-fundamente individualistas, narcisistas, actores do seu próprio teatro, no qual se tornam, a um tempo, intérpretes, pú-blico e autores de um texto cuja acção se desenrola no palco do mundo. Trata--se de gente em fuga, da reencarnação perfeita do homo mobilis, o homem em movimento, ou seja, o contrário dos sedentários que impõem as suas leis nas cidades. Quanto a eles, ficam satis-feitos por ditarem as leis no pequeno território que circunda o seu corpo e por usufruírem dos beneplácitos con-cedidos aos fantasmas.

Estas considerações são feitas a pro-pósito e de propósito. Um dos grandes problemas da realização da felicidade passa pela nossa própria capacidade de nos reconhecermos, de aceitarmos o nosso modo de ser, de vivermos em paz no labirinto dos nossos desejos. Há momentos na vida em que se to-mam as decisões erradas. Por isto ou por aquilo, por nós mesmos ou pelos outros. Mas uma coisa é certa: seremos os únicos a estar connosco até ao fim, os últimos a aturar as nossas manias, excessos e defeitos. Finalmente, é tris-te não viver por medo de ter uma má vida. Tudo o que experimentamos deve ser traduzido em sabedoria, essa, a que, prudentemente, nos afasta do mundo. Sobretudo, do mundo que nos é mais próximo.

MIC

HELA

NGEL

O CA

RAVA

GGIO

, NAR

CISO

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14 hoje macau quinta-feira 12.12.2013h

António GrAçA de Abreu

N A madrugada do terceiro dia em Haikou, no meu pouco cuidado quarto, acordo após um feiíssimo

pesadelo. Estava a sonhar com baratas gordas a subir pela parede do aposento, percevejos na cama e ratazanas, também anafadas, em digressão pelo exterior dos canos do quarto de banho. Tudo falso alarme, não havia nenhum bicho, tudo sereno. Mas não dentro mim. Corro para a sanita. Uma monumental diarreia. Um desconforto e um mal-estar da cabeça aos pés levam-me, depois de encontrar sosse-go intestinal, a procurar outras paragens, a seguir para Sanya, a praia no sul de Hai-nan, a 280 quilómetros de distância. Foi emalar a trouxa, pagar o hotel e zarpar.

Peço ao primeiro motorista de táxi que encontro que me leve à estação de autocarros. O homem, ainda meio ensonado, sinal vermelho sim, sinal vermelho não, abria a porta do táxi, do seu lado, e escarrava galhardamente no asfalto. Quinze minutos depois vejo diante de mim a moderníssima estação

PARA DESCANSAR E MERGULHAR NO OCEANO PACÍFICO

EM SANYA

三亚dos caminhos-de-ferro, Haikou Leste. Digo ao motorista que ali são os com-boios e eu havia falado em 公共汽车gongongqiche “autocarros”, não em 火车huoche, “comboios”. O homem entende-ra mas diz-me que é muito mais conve-niente e limpo viajar no novo TGV que atravessa a ilha de Hainan em menos de duas horas. Digo-lhe que não tenho pressa, quero seguir pela estrada do leste, junto à costa, devagar, devagari-nho para tentar conhecer este pedaço diferente de terra da China. Mais dez minutos no mesmo táxi às curvas por Haikou e estou numa das duas centrais da camionagem da cidade.

Para Sanya há autocarros de meia em meia hora. Compro bilhete e às oito da manhã entro numa camioneta com 56 lugares que, ao arrancar, leva apenas quatro passageiros. Penso que irá en-cher ao longo das sucessivas paragens do percurso, mas estou equivocado, o autocarro faz a boa auto-estrada em pouco mais de três horas, sem sequer parar. Para minha surpresa, a auto-estra-da não tem portagens, coisa raríssima na China onde tantas vezes até as estradas regionais e mais vulgares são igualmente taxadas e pagas. É um desperdício tanto lugar vazio num autocarro com três chi-neses e um estrangeiro…

No trajecto, acompanhamos umas tantas aldeias ostensivamente desinte-ressantes, com casas de má construção, quadradas, tipo caixotes que não se integram de modo algum nos arrozais a perder de vista e no verde luxuriante da paisagem. Avançando para sul, as al-deias são mais bonitas, mas esta gente do campo é pobre, pequenas econo-mias de subsistência, a luta dura pelo arroz de cada dia.

Aí uns oitenta quilómetros antes de Sanya, a auto-estrada começa a acom-panhar a orla marítima. Passamos ao lado de praias quase desertas que se aconchegam em enseadas diante de um

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15 artes, letras e ideiashoje macau quinta-feira 12.12.2013

Oceano Pacífico em perfeitos tons de azul e verde. Surgem os primeiros com-plexos turísticos, alguns com a constru-ção inacabada, faltou dinheiro para os terminar e as estruturas de betão mos-tram as vigas e os ferros torcidos. São ossos descarnados que agridem a natu-reza. Como irei comprovar, em Sanya a oferta de alojamento, pelo menos agora em meados do mês de Setembro de 2013, excede largamente a procura, e os hotéis estão quase vazios. Dizem--me que, ao longo do ano, só enchem em Julho e Agosto. Há duas décadas atrás, com a mania das grandezas e an-tevendo o lucro fácil, muitos homens de negócios meteram-se na construção de gigantescos empreendimentos em Hainan, nem sempre bem sucedidos. Isto tem acontecido um pouco, ou mui-to, por toda a China.

Chego à estação de camionagem de Sanya, uma simpática cidade com se-tecentas mil almas voltada para o mar que se desdobra por três grandes baí-as, a de Sanya propriamente dita, a de Dadonghai e a de Yalong. Entro num táxi e digo ao motorista que quero ir para um hotel razoável em Dadonghai que, segundo o mapa, me parece ser a mais pequena e simpática das três ba-ías. “Qual hotel?”, pergunta com toda a lógica o homem do táxi. “Não sei, um perto do mar, confortável e bara-to.” Resposta do motorista: “Eu tam-bém não sei o preço dos hotéis. Bom e barato, não conheço. Afinal para onde quer ir?” Concluo: “Deixe-me ficar no centro de Dadonghai, junto à praia.” Dez minutos de carro atravessando duas pontes sobre uma espécie de bra-ços de mar e estou no jardim central de Dadonghai, a cem metros das águas do Pacífico. Depois da péssima expe-riência do hotel de Haikou, vou des-cobrir uma hospedaria decente. Logo à direita da praça, mesmo em cima do mar, vejo o 金沙滩海景度假别墅Jin Shatan Haijing Dujia Bieshu que, com alguma simplificação, se pode traduzir por Villa de Férias Praia Areia Dourada e que em inglês se chama Golden Bea-ch Villa. Ao lado do nome chinês, apa-rece, creio que a mesma designação, mas escrita no alfabeto cirílico russo. Entro no hotel, um quatro estrelas com óptimo aspecto. Primeira surpresa, há muitos russos no lobby, entrando, sain-do. Irei aprender que as baías de Sanya são o destino anual de quase 300.000 russos que chegam todos os dias em voos charters provenientes sobretudo de Moscovo, mas também de outros lugares da Mãe Rússia. Vladivostok, por exemplo no extremo da Sibéria, ao lado da Manchúria, fica a quatro horas de avião da ilha de Hainan. Os russos trazem muitos rublos e dólares e é vê-los às centenas nos restaurantes

e a bronzear-se ao sol tropical, coisa que os chineses, e sobretudo as chi-nesas não fazem, receosas de tostar a sua pele fina, delicada e branquíssima. Acabei por saber que aqui em Hainan os russos são conhecidos por庞然大 物 pang han da wu, uma nada simpática denominação que significa mais ou me-nos “objectos grandes e gordos”.

Bem, o preço do quarto no semi--russo Villa Areia Dourada, depois de discutido, fica em 580 Yuans, cerca de 60 euros, demasiado alto. A uns tre-zentos metros dali, na avenida princi-pal, mas também em frente do jardim e do mar situa-se outro hotel quatro estrelas, o 林达海景酒店Linda Hai-jing Jiudian que dá pelo nome inglês de Linda Seaview Hotel. Depois da conversa do costume para baixarem preços, acordamos em 290 yuans por noite, cerca de 32 euros. Após a desas-trosa experiência hoteleira em Haikou, vou ficar instalado num quarto limpo e bonito, em frente da piscina e do mar, com uma cama enorme onde caibo eu e poderiam caber mais três “vassourinhas” chinesas, es-tas mulheres pequenas e re-dondinhas nascidas e criadas na ilha de Hainan. Mas irei dormir sozinho, como sem-pre acontece.

Tenho cinco dias a pre-encher como muito bem me apetecer num lugar de excelente beleza natural, com as praias tropicais do Oceano Pacífico a meus pés. Existe um autocarro públi-co mesmo diante do hotel, o nº. 8 que percorre toda a faixa costeira desde a baía de Yalong até ao mosteiro de Nanshan, cerca de 50 quilómetros, assim a modos de um imaginado autocarro desde Vila Franca de Xira até Cascais, circulando junto ao rio e ao mar, com passagem pelo centro de Lisboa. O nº. 8 dá imenso jeito para andar de lado para lado.

Saio para um lugar cha-mado天涯 Tianya, os “con-fins do céu”, uma original praia a 25 quilómetros do centro de Sanya, com umas dezenas largas de rochas e roche-dos espalhados na areia e entrando pelo mar. Um deles, segundo a tradição, será um dos pilares do céu que cobre a terra chinesa. Tianya é considerado – embo-ra com alguma inexactidão geográfica --, o extremo sul da China e, por cau-sa disso, motivo de romaria diária por parte dos turistas sínicos. O mesmo acontece, com as multidões, uns quin-ze quilómetros mais para oeste, visitan-do o parque e o mosteiro de 南山寺

Nanshan, subindo ao patamar da está-tua da deusa Guanyin plantada sobre o mar, mostrando as suas três faces, com 108 metros de altura, mais alta que a estátua da Liberdade, em Nova Iorque, e a quarta maior estátua do mundo. O parque, debruçado sobre o Pacífico, é recente, foi inaugurado em 1998 — Guanyin, a divindade budista, só ficou concluída em 2005 --, tem pavilhões e templos com variadas designações, como o da Fortuna, do Cerimonial, o da Bênção das Divindades, o da Longa Vida, bem enquadrados na paisagem, rodeados de vastos jardins tropicais. Mas as construções de Nanshan são tão novas, tão modernas que -- ao in-vés de tantos outros mosteiros antigos espalhados pela China --, se sente a ausência da pátina dos séculos, da ve-lhice existencial de Buda e das outras divindades do panteão budista. Mui-tas das pessoas que visitam Nanshan vêm não para rezar, nem propriamente como simples turistas, mas para pedir benesse e dinheiro a Buda ou à deusa

Guangyin. Nos altares depositam-se pequenos lingotes de cartão pintados com as cores vivas do ouro e da prata, com uma vela no meio. Depois pede-se aos deuses que, por cada cem gramas de ouro ou prata falso que são ofereci-dos (eventualmente também pode ser verdadeiro), o bom Buda, a misericor-diosa Guangyin lhes devolvam uma to-nelada de ouro ou prata de lei.

Regresso ao agasalho do meu quar-to. Em frente, as águas claras e tépidas do Oceano Pacífico chamam por mim. Visto os calções de banho, de t-shirt

e chinelos atravesso a rua e caminho duzentos metros até mergulhar num mar azul, tranquilo e limpo. Nadar nestas águas é um prazer, uma dádiva das divindades taoistas e budistas que recompensam agora o humilde letrado lusitano, a jornadear pela grande China há já trinta e seis anos, quase sempre por paragens longe do mar.

A melhor das três praias de Sanya é a de Yalongwan, a baía do Dragão da Ásia, sete quilómetros de areias doura-das e águas imaculadas. Abrigada entre montes, com uma plêiade de hotéis de cinco estrelas capazes de fazer sombra ao que de melhor existe em Miami, por exemplo, Yalong é o destino de mi-lhões de chineses, os novos ricos, ou que pretendem sê-lo, que escolhem estes luxuoso paradeiro para passarem a que será, eventualmente, a melhor se-mana das suas vidas.

Um dia inteiro em Yalong, em lon-gas caminhadas pela areia da praia com excelentes banhos de mar. De permeio, um almoço num restaurantezinho de

peixe e marisco, a saída para um gran-de shopping na estrada paralela ao mar para olhar a venda de incontáveis e inenarráveis produtos, contemplar a fúria consumista dos turistas chineses e eu, naturalmente, a comprar coisíssima nenhuma. O regresso sereno às areias finas e às águas mornas do Oceano Pa-cífico para me embeber outra vez no suave sobe e desce das transparentes e asseadas ondas do mar.

E sair da ilha de Hainan, mais forte, menos imperfeito, mais expurgado das gangas e poeiras dos dias.

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16 DESPORTO hoje macau quinta-feira 12.12.2013

MARCO [email protected]

É oficial. A Associação de Futebol de Macau (AFM) deu ontem a conhecer as novas re-

gras pelas quais se vai nortear a Liga de Elite na próxima temporada e confirmou os rumores colocados a correr nos últimos dias. A partir da próxima época, os clubes que vão disputar a principal prova do desporto-rei do território terão que diferenciar entre titulares do bilhete de identi-dade de residente permanente e portadores de bilhete de identidade de residente não permanente na hora de esco-lher o onze que vai disputar cada um dos encontros do campeonato: “No começo de cada jogo têm que alinhar pelo menos quatro jogadores com bilhete de identidade de residente permanente”, esclareceu Daniel Delgado de Sousa na conferência de imprensa ontem organizada pela AFM.

O vogal da direcção do organismo responsável pela tutela do futebol na RAEM justifica a decisão com o objectivo de garantir que os jogadores locais tenham a oportunidade de mostrar o seu valor dentro das quatro linhas. Em declarações recolhidas pela TDM, Daniel Delgado de Sousa recusou a ideia de que a AFM esteja a discrimi-

SÉRGIO [email protected]

OS adeptos do automo-bilismo de Hong Kong

terão que esperar mais uns anos até que o “velho sonho” de um circuito citadino na cidade se torne uma realida-de. O Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) anunciou no final da semana passada que a prova do Campeo-nato FIA de Fórmula E, inicialmente agendada para Hong Kong, será realizada no Rio de Janeiro, Brasil, o que foi um duro golpe para as autoridades desportivas da ex-colónia inglesa que se preparavam para organizar uma grande festa no dia 8 de Novembro de 2014.

O traçado proposto pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), e que tinha sido suficiente para en-trar no calendário provisório da nova competição, não convenceu os inspectores da FIA que chumbaram a última actualização proposta pela federação automóvel da vizinha RAE.

Lawrence Yu, presi-dente da HKAA, e que tem vindo a dar a cara pelo evento, não escondeu o seu desapontamento, declaran-do à imprensa da região vizinha que “não foi só uma parte do circuito, mas sim várias que não estavam à medida das expectativas. Esta foi a primeira vez que apresentamos uma proposta e não conseguimos estar à altura dos requerimentos impostos pela FIA no tempo limite. Esperamos fazer melhor no futuro.”

O traçado inicial propos-to pela HKAA à FIA impedia

a entrada do edifício do Governo de Hong Kong ao Chefe do Executivo Leung Chun Ying, mesmo tendo o evento a duração de um dia só e apenas bloquearia a entrada ao edifício gover-namental num domingo. A alternativa encontrada pela HKAA para ultrapassar este obstáculo reduzia o circuito da Victoria Speedway a apenas 2,4 quilómetros, para além da FIA ter levantado muitas dúvidas quanto à segurança num troço de 10 metros da pista na Rua Lung Wo que incluía a entrada audaciosa num túnel.

Outro problema levanta-do pela FIA estava na área insuficiente para as paragens nas boxes. As corridas da Fórmula E têm planeado um “pit-stop” obrigatório, onde os concorrentes não trocam de pneus ou baterias, mas trocam de carro. A or-ganização do campeonato, no entanto, deixou a porta aberta para o ingresso de Hong Kong no calendário dos próximos anos. “Rio de Janeiro substituirá Hong Kong, que por sua vez será considerada como cidade candidata nas próximas épocas da Fórmula E”, di-zia o comunicado emitido pela organização liderada pelo empresário Alejandro Agag, genro do ex-primeiro ministro espanhol José Ma-ria Aznar. Yu confirmou que a HKAA e Hong Kong continuarão a trabalhar neste projecto e admitiu estar a estudar novamente a possibi-lidade de propor um traçado na zona Oeste de Kowloon ou no antigo aeroporto de Kai Tak, apesar de Central ser obviamente a localização mais atractiva.

LIGA DE ELITE DISTINÇÃO NÃO AGRADA A EMBLEMAS DE MATRIZ PORTUGUESA

Associação de Futebol descarta discriminação

FIA reprovou Hong Kong

nar atletas e garantiu que as intenções do organismo que representa são nobres. “Todos são locais. Neste caso acho que não se coloca a questão da discriminação. A intenção da AFM depois de ouvir a opi-nião dos clubes que disputam os campeonatos da primeira, da segunda e da terceira divi-sões, passa por incentivar os clubes a apostarem mais em jogadores locais”, defende o responsável.

CLUBES INSATISFEITOSAs explicações e garantias dadas pela liderança da AFM não agradaram aos responsá-veis pelos clubes de matriz portuguesa que vão disputar a edição de 2014 da Liga de Elite. O Sporting Clube de Macau e a Casa do Sport Lisboa e Benfica do território sustentam que a distinção entre residentes permanentes e não permanentes coloca em causa a própria Lei Básica da RAEM. Os leões do território fizeram-se representar no certame por Hugo Pereira. O director para o futebol do Sporting de Macau é taxativo ao acusar o organismo que tutela o desporto-rei em Ma-cau de estar a cometer uma ilegalidade: “A Associação não se pode substituir à Lei Básica e essa distinção não é razoável”, argumenta o dirigente dos leões.

Por entre críticas e re-paros, os responsáveis pelo

Benfica de Macau vão mais longe e equacionam mesmo a possibilidade de não vir a disputar a mais cotada prova do futebol do território. As inscrições para a edição de 2014 da Liga de Elite estão abertas até à próxima sexta--feira e Duarte Alves diz que o período é manifestamente insuficiente para que os clubes possam digerir as no-vidades ontem apresentadas. “Dispomos de apenas quatro dias para que o clube traduza pelos seus próprios meios um regulamento de onze pági-nas, discuta internamente se os regulamentos fazem senti-do, se internamente achámos que devemos competir e ao fim deste processo completar a inscrição na prova. Quatro dias não é tempo suficiente para um campeonato que se diz de Elite”, remata o director desportivo da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau.

A alteração aos regu-lamentos foi proposta por

clubes como o Grupo Des-portivo Lam Pak ou o cam-peão Monte Carlo. Firmino Mendonça, presidente da colectividade “canarinha” alinha pelo mesmo prisma da AFM e entende que a decisão ontem formalizada não discrimina ninguém. O dirigente dá o exemplo do plano de comparticipação pecuniária promovido pelo Executivo para comprovar os seus argumentos. “O estatuto de residentes permanentes e não permanentes é diferente. Quando o governo distribuiu dinheiro, um residente não permanente recebe o mesmo valor? Não”, defende.

Já com o abandono do Kuan Tai confirmado, a edi-ção de 2014 da Liga de Elite deverá arrancar a 10 de Ja-neiro próximo. As restrições à utilização de atletas porta-dores de BIR não permanente estiveram no centro de todas as atenções ao final da tarde de ontem nas instalações do Campo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Ma-cau, mas as novidades não se ficaram por aí. O organismo que chama a si a tutela do desporto-rei no território anunciou mudanças também nos regulamentos pelos quais se rege a Taça de Macau. Os jogos da competição, que até agora se prolongavam por apenas 50 minutos, vão passar a ter a duração padrão de 90 minutos.

MONTEPIO GERAL DE MACAU

ASSEMBLEIA GERAL

CONVOCATÓRIA

Nos termos do Artº 34º, nº 1, al. b) dos Estatutos em vigor, convoco a Assembleia Geral Ordinária para reunir na sua Sede, sita na Avenida Doutor Mário Soares, nº 25, 3º andar (4º piso) do Edifício “Montepio”, no próximo dia 30 de Dezembro de 2013, pelas 17H15, com a seguinte ordem de trabalhos:

1º - Discussão e aprovação do Orçamento do Montepio Geral de Macau para 2014; e2º - Outros assuntos de interesse da Associação.No caso de não comparecer nesse dia e hora indicados, o número de associados mencionado no nº

1 do Artº 36º, considera-se desde já convocada nova reunião, que se realizará nos termos do seu nº 2 no mesmo local decorrida uma hora, com qualquer número de associados.

Montepio Geral de Macau, aos 6 de Dezembro de 2013.

A Presidente da Assembleia Geral,Rita Botelho dos Santos

DeclaraçãoEu, 沈慧珊 (Sam Wai San), portadora do Bilhete de Identidade nº 5111714(1), confiei ao escritório de advogado Dr. Almeida Ferreira um processo-crime por difamação e ameaças em 11 de Outubro de 2013. Dia 10 de Dezembro de 2013, pelas 15 horas, desloquei-me ao escritório do mesmo advogado, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, nºs 181 a 187, Edifício Centro Comercial Jardins Brilhantíssimo, 3º andar “A”, solicitando aí o cancelamento do respectivo mandato. Agora venho, por este meio e de novo, informar o referido escritório de advogados Almeida Ferreira do supra referido cancelamento de mandato.Por outro lado, tendo em conta de que já foram por mim pagos os honorários de advogado em 11 de Outubro de 2013 e que ainda não foi iniciado qualquer procedimento do referido processo, não procederei a qualquer pagamento das despesas remanescentes face à minha decisão de revogação do referido mandato. Todos e quaisquer assuntos daí decorrentes que sejam resolvidos entre mim e o escritório de V. Exa. serão resolvidos pela legislação vigente de Macau.

Nome: 沈慧珊 (Sam Wai San)Assinatura: (assinada)Data: 11 de Dezembro de 2013

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C I N E M ACineteatro

hoje macau quinta-feira 12.12.2013 FUTILIDADES 17

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 16 MAX 19 HUM 55-85% • EURO 10.9 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

João Corvofonte da inveja

SALA 1THE HOBBIT: THE DESOLATION OF SMAUG [C]Um filme de: Peter JacksonCom: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage14.30, 21.15

THE HOBBIT: THE DESOLATION OF SMAUG [3D] [B]Um filme de: Peter JacksonCom: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage18.15

SALA 2 FREE BIRDS [B](FALADO EM CANTONÊS)14.30, 19.30

THE HOBBIT: THE DESOLATION OF SMAUG [3D] [C]Um filme de: Peter JacksonCom: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage16.30, 21.15

SALA 3THE HUNGER GAMES: CATCHING FIRE [C]Um filme de: Francis LawrenceCom: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hamsworth16.30, 21.30

FREE BIRDS [3D] [B](FALADO EM CANTONÊS)17.00

Pu YiPOR MIM FALO

Não confies em ninguém : é a forma suprema de altruísmo.

PIU BELLA COSA

Com pais italianos, o produto final não poderia ser outro. Clint Mauro, nascido no Alabama, gosta de escrever e representar, mas a sua carreira vai muito mais além disto. Clint foi encontrado numa loja da Abercrombie & Fitch, mas começou a posar para a Vogue e a Dolce & Gabbana. Em 2007, atingiu o es-tatuto de supermodelo, quando foi escolhido como o menino bonito da Armani Exchange… em roupa interior. Está em décimo na lista dos melhores modelos do mundo, vá-se lá saber porquê.

Segundo cirurgião, cannabis pode fazer crescer os seios aos homens• O cirurgião plástico Anthony Youn, sedeado em Detroit (EUA), disse à CNN que homens que fumam maconha po-dem desenvolver ginecomastia (crescimento das glândulas mamárias em homens), por causa dos efeitos da droga sobre os níveis de hormonas. “A ginecomastia é provocada pelo desequilíbrio hormonal entre a testosterona e o estro-génio”, escreveu o médico no site da emissora americana. “Quando a relação favorece o estrogénio, o corpo responde criando um excessivo tecido nos seios. Portanto, mamas masculinas”, acrescentou o “cirurgião das estrelas” de Hollywood e da música americana. Estudos com animais mostram, de acordo com Youn, que a exposição ao THC (tetrahidrocanabinol, substância psicoactiva da maconha) pode baixar os níveis de testosterona, a redução do volume testicular e anormalidades no sémen.

Chinês suicida-se após namorada insistir em entrar em mais uma loja• Um homem de 38 anos suicidou-se após a namorada insistir em entrar em mais uma loja de sapatos num shopping de Xuzhou (China). Uma câmara de segurança mostrou Tsao Hsiao a passear com a namorada durante cinco horas. Quando o chinês, cansado de tanto circular no shopping, pediu que eles fossem para casa, a namorada afirmou que queria passar em mais uma loja. De acordo com testemunhas, Tao reclamou por estar a carregar mais bolsas do que poderia. Mas a amada insistiu em visitar o estabelecimento, onde havia uma promoção. Tsao argumentou, segundo uma testemunha, que a namorada já tinha muitos sapatos e que não teria tempo e ocasiões para usar todos eles durante a vida. “Ela começou a gritar e a acusar o namorado de estar a ser mesquinho no Natal, e a discussão ficou acalorada”, afirmou a testemunha citada em reportagem do “Daily Mail”. A discussão só acabou quando Tsao largou as compras da namorada e saltou do sétimo andar no interior do shoping, caindo sobre decorações natalícias. Morreu na hora.

Mensagens político telegráficas Declaração de interesses – gostava de não ter ouvido nem metade do que vou escrever a seguir, mas ouvi. Pela primeira vez na minha curta existência, as palavras enjoaram-me. “Precisamos de uma política bilingue” – Vamos estudar o assuntoO trânsito em Macau está caótico – estamos a estudar a questão dos shuttle busÉ impossível apanhar um táxi – para o ano vamos rever o regulamentoOs doentes esperam muito no hospital – o serviço é gratuito, têm de esperarO novo hospital público está demorado – todas as outras medidas vão ser feitas em diferentes fasesTemos um Governo absolutamente telegráfico, e nem sequer é um Executivo político, a caçar votos com promessas que não se cumprem – não precisam deles. As palavras saem sempre iguais e nós ouvimos sem poder dizer uma palavra. Soltamos pequenos gritos de ajuda, que não são ouvidos. Todos sorriem – o cheque chega para o ano.

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18 OPINIÃO hoje macau quinta-feira 12.12.2013

Macau simplexUm rico paciente protege os seus bens,Um pobre paciente defende-se da humilhação,Pai e filho pacientes mostram afeição,Irmãos pacientes mostram sinceridade,Um amigo paciente torna a amizade eterna,Um casal paciente vive em harmonia.

Provérbio chinês

SÃO cada vez mais os residentes de Macau que optam por viver aqui ao lado, em Zhuhai, como forma de contrariar o enca-recimento da habitação aqui desta banda. Em compensação chegam do continente cada vez mais patriotas que pensam que vale a pena investir e fazer de “Aomen” o seu novo lar. Os

operadores turísticos recebem os turistas que chegam do outro lado das Portas do Cerco com uma vénia, criam-lhes condições para que se sintam em casa, apostam na aprendizagem do Mandarim, e já é comum encontrar lojas, cartazes, guias, panfletos escritos em chinês simplificado. Para quê simplificar o que tanto custou a criar e foi tão complicado? O encanto de Macau é esse mesmo: ser complicado. Quem chega de fora em busca de mais do que apenas os casinos ou os produtos de luxo, quem vem tentar perceber o que é Macau, realmente, “what’s the big deal anyway” e nunca consegue uma resposta definitiva, não vê com bons olhos todo este “simplex” a que os locais vão aderindo. Perde-se o tal encanto, perde-se a matriz, perde--se, em suma, Macau, e tudo o que resta é apenas uma mera extensão de Zhuhai.

Há coisas que são complicadas, e que é melhor não simplificar, correndo o risco de as fazer desaparecer. Os já referidos caracteres simplificados, por exemplo, que foram uma estratégia do partido único para combater o analfabetismo, desvirtuam a beleza dos caracteres clássicos, e retiram--lhe o sentido, o significado que os torna únicos na perspectiva da simbologia que carregam em cada um deles. O carácter para “amor”, por exemplo, 愛, é um carácter composto, onde entra o “coração” (心). Na sua versão simplificada (爱) omite-se o coração. E de onde vem o amor senão do coração? Se esta terra tem uma História, se é complexa, complicada, clássica, e por isso mesmo única no mundo, para quê simplificá-la? Assim arrisca-se a ficar também sem coração. Mas afinal onde está a pressa em tudo simplificar? “Man-man”, meus amigos, “man-man”. Onde está a famosa “paciência de chinês”?

E é essa uma das maiores virtudes des-te povo, a paciência. A tal “paciência de chinês” de que se fala, sendo mesmo uma expressão de uso corrente na nossa língua, não é nenhum mito. Estamos aqui a falar de uma civilização feita de gente que cobre um ovo de barro, cinza, sal, cal e cascas de

bairro do or ienteLEOCARDO

arroz durante meses para produzir o famoso “pei-tan” (皮蛋), o “ovo centenário”, que demorou séculos a construir uma muralha que é o seu orgulho, que ensina as gerações seguintes a lançar as sementes ao vento para que aquelas que se seguem possam um dia fazer uma colheita próspera. O próprio carácter chinês de “paciência”, 忍,”yan” no dialecto cantonense, é composto por outros dois: 刃, que significa “lâmina”, e 心, ou-tra vez o “coração” – e quem disse que os chineses não são também românticos? Este carácter composto diz-nos que praticar esta virtude da paciência pode ser uma tarefa

difícil, dolorosa, como uma “faca (lâmina) no coração”. Não está ao alcance de todos, mas a persistência será sempre recompen-sada, ensinando a saber esperar e com isso ter um “coração de ferro”, capaz de resistir às “facas” da adversidade, e com isso ter o génio para contornar qualquer obstáculo. O sucesso imediato nunca é duradouro; não há rio que tenha galgado os vales à pressa e tornado férteis as suas margens. Em suma, “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, e perante estas evidências, esta expressão ganha um novo sentido.

Mao Zedong, fundador da República Popular da China, pode não ter sido o príncipe perfeito – muito longe disso – mas tinha entre as suas virtudes a paciência. Durante a visita de Nixon em 1972, falou--se de Taiwan, e o Grande Timoneiro disse ao presidente norte-americano que a ilha nacionalista considerada “rebelde” por Pequim “pode esperar 100 anos”. E deste milagre da diplomacia que foi o encontro dos líderes de duas das maiores potências antagónicas do planeta, foram lançadas as sementes das relações sino-americanas. Muitos anos antes, Estaline havia incitado o seu amigo Mao a “expulsar a canalha es-trangeira” dos territórios de Macau e Hong Kong. O presidente chinês não se deixou levar pelos inebriantes fumos revolucioná-rios da época, e deu a estas duas regiões o tempo necessário para que o regresso à pátria acontecesse com naturalidade – e em boa hora, temos que reconhecer. Mesmo quando aconteceu, e já sem Mao, foram-lhes dados mais 50 anos debaixo de um “segundo sistema”. Agora quem se compromete a esperar mais cinquenta anos quando o mais fácil seria a integração incondicional na China? O que é “fácil” não agrada ao paladar de quem olha mais longe no horizonte. Quem estrelar um ovo hoje, nunca terá um “ovo centenário” no futuro.

Mas enquanto a paciência chinesa vai lentamente chamando estes dois filhos para o regaço da sua mãe com um canto delicodoce, um deles comporta-se como um menino traquinas, o outro como um piegas. Em Hong Kong fala-se de demo-cracias, de sufrágios directos, de coisas que a mãe não gosta. Em Macau há pressa de ir correr para o colinho, e enquanto a mãe pergunta se não prefere antes mais algumas bolachinhas, este filho vai fazendo as malas e pergunta: “então vamos a isto ou quê?”. Esta pressa no agrada à mãe. Estará o filho mesmo preparado? Não lhe fará mal tanta pressa e tão pouca paciência, ou nenhuma? A vontade com que lhe faz todos os favores, a maneira como bate o peito e lhe faz juras de amor eterno, a forma como ignora as vozes que lhe sussurram no ouvido que o melhor é esperar mais um pouco, tudo isto deixa a mãe apreensiva. Estará este filho com febre? Pobre mãe que tem dois filhos que tantas dores de cabeça lhe dão. Um tão irrequieto e desobediente, outro tão passivo e efeminado. Tão lingrinhas.

Mas enquanto a paciência chinesa vai lentamente chamando estes dois filhos para o regaço da sua mãe com um canto delicodoce, um deles comporta-se como um menino traquinas, o outro como um piegas

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Page 19: Hoje Macau 12 DEZ 2013 #2993

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

hoje macau quinta-feira 12.12.2013

O síndrome do cu tremido

“V OCÊ precisa de se mexer mais”, dizia--me o médico há dias, “Ande pelo menos uma hora por dia”, acrescentava. Eu sei que ele tem razão e até gosto de andar, mas sou assaltado pela dúvida se andar

a pé por Macau trará de facto benefícios à minha saúde. Na realidade, e sem qualquer cinismo, andar por Macau até é (ou era) um ‘desporto’ atraente - frequentemente nunca nada é exactamente igual à última vez em que por ali passámos ou, mais interessante, apesar da minguada dimensão da cidade, existe sempre mais um beco, mais um recanto ou um pormenor que antes nos escaparam resultando muitas vezes a sua descoberta num deleite bastas vezes susceptível de nos excitar a imaginação. Todavia, andar por Macau, se não ocorrer durante a noite ou bem cedo, há muito que deixou de poder ser considerado um ‘passeio higiénico’ tendo chegado ao nível de desporto de alto risco. Se o nosso percurso não nos permitir desviar por ruelas traseiras e becos alternativos, é por demais evidente que a nossa saúde está em risco. A abrasiva e omnipresente pestilência dos gases automóveis invadem-nos de forma irreprimível cada vez mais concentrados pelo emparedamento em curso da cidade. É físico, intenso e declaradamente pernicioso. Longe vão os tempos em que os aromas marítimos, do incenso ou do encantador odor dos lótus (expressão omnipresente na poesia chinesa) podiam figurar na literatura e na poesia como factores distintivos de Macau tendo agora de serem obrigatoriamente substituídos por dióxidos gases e sintéticos odores dos modernaços casinos sob pena do texto cair no ridículo. Não é só a nossa saúde que está risco mas toda a percepção do lugar. O cheiro de um sitio, mesmo que normalmente não o incluamos na nossa descrição corriqueira de um qualquer lugar visitado (a menos que pestilento), nunca consegue ser disso-ciado daquele. A este respeito lembro-me da minha primeira viagem ao Brasil (já faz uns bons anos) e da pergunta que um meu amigo, pintor, pessoa sensível às coisas me fez à chegada: queria ele saber a que cheirava o Brasil. Nunca alguém me tinha feito semelhante pergunta mas rapidamente percebi onde queria ele chegar pois, apesar dele lidar com o real em imagens através da pintura, sabia bem que nenhum retrato de um lugar fica completo sem os odores que lhe correspondem. ‘Cheira a doce e a terra’ respondi-lhe ao vasculhar nas minhas me-mórias. Nesta mesma senda odorífica, uma amiga de Hong Kong que em tempos decidiu

desporto e não sóFERNANDO VINHAIS GUEDES

trocar a metrópole vizinha por esta nossa terra à procura de sossego e bom ar (mas que depressa voltou à casa partida quando a revolução COTAI se iniciou) visitava--me e dizia-me: ‘Macau cheira ao mesmo do costume’. Naturalmente, perguntei-lhe a que se referia, ‘Ao que me levou daqui’ respondeu, ‘Gasolina’. Fiquei triste e sem resposta. Ela tinha razão. Conseguimos ultra-passar Hong Kong. Alguma vez teria de ser...

Resumindo, o ar de Macau tantas vezes louvado por poetas, escritores, viajantes e habitantes é, hoje em dia, uma merda! Tal qual. De quem é a culpa? Seria fácil dizer que é do Governo. Naturalmente, eles têm a sua quota parte de responsabilidade mas não há Governo nenhum do mundo, a menos que autocrático e Macau, apesar de tudo, ainda não chegou aí, que faça aquilo que a população não quer e a população de Macau não quer privar-se dos seus inúmeros automóveis. A maioria, talvez porque nunca saia do ar condicionado, continua indiferente insistindo em andar de cu tremido, a bem dizer. É absolutamente incompreensível como uma cidade tão pequena necessita de tantos automóveis e porque tantas famílias precisam de mais do que um em casa e, se

repararem, a maioria leva apenas uma pessoa lá dentro, às vezes duas.

Macau era, até há bem pouco tempo, o local do mundo com maior esperança de vida por habitante, mas com este ambiente não acredito que essa estatística se mantenha por muito mais. O carro, um dos objectos mais anacrónicos deste nosso suposto mundo avançado e tecnológico, há muito que deixou de fazer sentido nas cidades mas nós, porque somos estúpidos mas liberados porque não temos medo que o céu nos caia em cima da cabeça, continuamos indiferentes a gasear--nos uns aos outros como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Uma das desculpas clássicas que vou ouvindo frequentemente, e me deixa à beira de um ataque de nervos, aponta para as crianças. Dizem-me então que a existência do automóvel se fica a dever às crianças, o que não deixa de constituir uma aberração profunda pois se nós agora já sentimos as consequências, imaginem a cidade que as coitadas das crianças vão herdar ainda por cima vindo a saber que culpa foi em parte delas... Não, caros amigos, a culpa não é das crianças, é vossa. Macau é pequeno demais para que essa justificação faça algum sentido.

Outra desculpa vulgarmente escutada, e ainda pior, aponta para tiques bacocos de classe que não permitem aos sujeitos misturar-se com o povo nos autocarros. Mas, a realidade, é que é fácil andar de transportes em Macau e o povo dos autocarros é bem mais fraterno que do que povo ‘automovido’. Os autocarros de Macau levam-nos praticamente a todo o lado e se não nos deixam à porta pouco falta. Atrasam-se? Talvez, mas se não existissem tantos carros na rua andariam mais depressa.

É natural que o Governo pode fazer alguma coisa como regulando o número de autocarros autorizados aos casinos e agências de viagens, incentivando as transportadoras a adquirirem veículos não poluentes, aumentando os espaços pedonais fechando ruas ao trânsito particular, criando horários para cargas e descargas, lançando um dia sem automóveis como se faz na Europa, eliminando as motoretas de 50 cc, lançando campanhas de sensibilização etc. Mas não podemos ficar à espera que seja o Governo a resolver algo que começa na própria vontade dos cidadãos. Como dizia o arquitecto Mauro Munhoz, organizador do Festival Literário de Parati Brazil, durante a última Rota das Letras em Macau: “Não existe político bom em nenhum lugar do mundo. A única maneira do político fazer coisas que interessam é você ter uma rede da sociedade civil que controla o político”.

Por isso, caro leitor, quando se sentar no seu carro pense bem no que está a fazer. Sim, eu quero que se sinta culpado, enver-gonhado até, como ficaria se se peidasse sonoramente em público.

Resumindo, o ar de Macau tantas vezes louvado por poetas, escritores, viajantes e habitantes é, hoje em dia, uma merda! Tal qual. De quem é a culpa? Seria fácil dizer que é do Governo

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hoje macau quinta-feira 12.12.2013

Morreu o pintor Nadir AfonsoNadir Afonso morreu nesta quarta-feira, aos 93 anos. O pintor faleceu no Hospital de Cascais, onde se encontra internado. Mestre das Belas-Artes, Nadir Afonso foi um dos primeiros pintores portugueses a utilizar a abstracção geométrica nas obras assinadas por ele. Natural de Chaves, cidade onde nasceu a 4 de Dezembro de 1920 – tinha 93 anos -, o artista cedo abandonou Portugal. Foi em França, na cidade luz de Paris, onde aprofundou, na escola Beaux-Arts, a sua técnica e conheceu nomes mediáticos como Max Ernst, Cândido Portinari ou Pablo Picasso. Em 1967, recebeu o Prémio Nacional de Pintura e três anos depois foi homenageado pela Fundação Calouste Gulbenkian, que lhe dedicou uma retrospectiva. Em 2010,o Museu Nacional Soares dos Reis expôs a obra de Nadir Afonso, que apesar do seu débil estado de saúde nunca deixou de trabalhar.

Inédito Legalizada produção e venda de marijuanaO Uruguai tornou-se no primeiro país do mundo a legalizar a produção e venda de marijuana. O consumo já era legal. O Senado uruguaio aprovou o projecto que legaliza o comércio, assumindo assim o controlo de todo o processo de produção e venda. Após 12 horas de debate, o projecto foi aprovado por 16 dos 29 votos. No lado de fora do Senado, centenas de apoiantes da legalização fizeram a festa. A nova legislação prevê três formas de ter acesso ao produto: o cultivo pessoal (com limite de seis plantas), o cultivo em clubes de associados (entre 15 e 45 sócios e um número de plantas proporcional, com um máximo de 99) e o acesso através das farmácias, com um limite de 40 gramas mensais por utilizador. O projecto de lei estipula que o Estado assuma o controlo e a regulação da importação, do cultivo, da colheita, da produção, da aquisição, do armazenamento, da comercialização e da distribuição. Todos deverão estar registados num banco de dados. Pretende-se combater desta forma o tráfico, e acabar com a incongruência de punir o tráfico mas não o consumo.

Afeganistão Carro bomba explode junto a coluna da NATOUm carro-bomba explodiu ontem perto do aeroporto de Cabul junto a uma coluna de veículos militares da NATO, no Afeganistão, mas não fez vítimas nas forças internacionais. «Confirmamos que um carro-bomba tinha como alvo as forças internacionais», afirmou uma porta-voz da NATO mas ressalvou que os «explosivos terem rebentaram cedo demais, não atingiram a coluna».

Justiça indiana mantém lei de criminalização da homossexualidadeO Supremo Tribunal da Índia decretou ilegais as relações sexuais entre homossexuais, anulando uma sentença do Tribunal de Nova Deli, que em 2009 legalizou a homossexualidade. Assim, volta a considerar-se que o sexo consensual gay entre dois adultos continua a ser um crime. O tribunal declarou que a decisão de 2009 é constitucionalmente «insustentável». Há cinco anos, o tribunal de Nova Deli deliberou que o sexo consensual entre adultos em privado não seria uma ofensa, derrubando uma lei em vigor ainda da era colonial. O tribunal disse ainda que, para mudar a medida, terão de ser os legisladores, e não os tribunais a fazê-lo. Grupos da comunidade gay consideraram que este é duro golpe na luta de muitas pessoas para assumir o seu modo de vida.

Equador quer abrir embaixada em AngolaO Equador está a poderá abrir uma representação diplomática em Angola para aproximar as relações entre os dois países, avançou o ministro equatoriano das Relações Exteriores e Mobilidade Humana, Ricardo Patino. O ministro, à margem do Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, explicou que espera que o Equador esteja representado em Angola até 2016. «Estamos a trabalhar em conjunto com o ministro das Relações Exteriores de Angola, para nos próximos tempos termos delegações ou representações diplomáticas. O Equador valoriza muito a valentia e determinação do povo angolano, que se libertou do jugo colonialista e preserva a sua soberania», disse Paino.

Justin Bieber chama baleia encalhada a fãO cantor canadiano Justin Bieber volta a ser notícia não pelos melhores motivos, depois de alegadamente ter chamado «baleia encalhada» a uma fã, na Austrália. Segundo o Daily Mail, Justin Bieber estava hospedado num hotel em Perth, quando se aproximou de quatro raparigas que estavam a apanhar sol, junto à piscina, perguntando a uma delas «És havaiana ou algo do género?», ao que a jovem respondeu: «Não, não sou». «Pareces uma baleia encalhada», retorquiu Bieber. Ao ouvir a resposta do cantor, de 19 anos, a jovem terá respondido: «Está a falar a sério?», com Justin Bieber a sugerir-lhe que se inscrevesse «reality show The Biggest Loser!», um programa que desafia concorrentes com excesso de peso a emagrecer.

COSTA ANTUNES RECONHECE “ESFORÇO” E ASSUME DESAFIOS

Próximo será “o melhor”

cartoonpor Stephff

RITA MARQUES [email protected]

É com estas palavras que há precisamente um quarto de século José Manuel Costa Antunes está anualmente

ao comando das operações do Grande Prémio (GP) de Macau. “Todos os anos começo por dizer que este tem de ser o melhor Grande Prémio. E o próximo vai ser ainda melhor do que este”, confessa o coordenador do GP de Macau a todos os jornalistas que ontem, na recém-construída Torre de Contro-lo, ouviram as palavras da pessoa que ajudou à distinção, na categoria de “Mérito Turístico”, deste evento desportivo.

A resposta é não. Não há mais pressão por força desta gratificação pública. Até porque Costa Antunes escolhe a ambição e a superação como motes para alcançar me-lhores resultados de ano para ano.

Embora seja uma cara indisso-ciável deste organismo público, o também engenheiro civil não en-tende a “condecoração como sendo pessoal mas de reconhecimento da equipa”, até porque já em 2011 viu ser-lhe atribuída a medalha de “Mérito Turístico” a título indivi-dual. No final do ano passado, o coordenador do GP passou a estar envolvido em exclusivo na comis-

É já amanhã, pelas 16 horas, que Costa Antunes recebe a Medalha de Mérito Turístico em nome da Comissão do Grande Prémio de Macau no Grande Auditório do Centro Cultural. O coordenador do organismo vê a distinção sem “pressão”, mas com a mesma vontade de superar os resultados obtidos no ano anterior

são depois de ter sido afastado da Direcção dos Serviços de Turismo. Não contesta a decisão, que passou a encarar como “mais um desafio” numa carreira profissional que leva já 40 anos na bagagem.

REFORMA LONGE DA SUA VISTANão é, no entanto, da mesma forma conformada que encara uma possível saída do comando do GP. “Mais importante do que qualquer individualidade é haver uma estrutura organizativa dotada de elementos profissionais que possam levar a cabo as suas tarefas, independentemente de todas as circunstâncias, por isso, diria que com toda a serenidade continuo a trabalhar até julgarem que é conve-niente”, esclarece Costa Antunes, depois de questionado sobre um calendário para a reforma.

Sobre a medalha no 60.º ani-

versário do evento desportivo, que é atribuída amanhã, o coordenador da comissão do GP admite que “a coincidência poderá ter algum peso na atribuição mas mais importante é com certeza a continuação que a comissão tem dado para o desen-volvimento do turismo de Macau”.

O momento que agora lhe dá “grande alegria”, pelo “reco-nhecimento de todo o esforço desenvolvido pela Comissão do GP ao longo dos anos”, é fruto de uma receita de sucesso: paixão, dedicação e profissionalismo, revela Costa Antunes.

Sobre a construção de um novo edifício contíguo à Torre de Con-trolo, Costa Antunes nada desvenda porque o “projecto de conclusão está ainda numa fase de conclusão”. Ou seja, não é possível saber se as novas instalações nascem a tempo do 61.º GP de Macau.

“OLHOS” NA CORRIDA ACESSÍVEIS AO PÚBLICOA Sala de Controlo, onde em cada GP de Macau estão mais de 50 profissionais a observar cada segundo das corridas através de 42 ecrãs - que transmitem o que “vêem” as câmaras instaladas no Circuito da Guia -, vai passar a ser utilizada não apenas no evento desportivo. “Vamos acabar de instalar o software para que, a partir do início do próximo ano, visitantes de diferentes áreas possam ter a sensação de ver um corrida, por exemplo de F3, neste posto”, diz Costa Antunes. “Vão poder ser tal e qual como os directores de corrida, desde a grelha de partida à chegada.”