hoje macau 4 dez 2012 #2748

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TEMPO CHUVA FRACA MIN 14 MAX 17 HUMIDADE 80-99% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ TERÇA-FEIRA 4 DE DEZEMBRO DE 2012 ANO XII Nº 2748 PUB GONÇALO LOBO PINHEIRO TERCEIRA IDADE Executivo cria novo mecanismo de protecção PÁGINA 5 ACESSIBILIDADES Estudantes entregam petição pelos deficientes PÁGINA 4 MARATONA INTERNACIONAL DE MACAU ID pede desculpas pelo erro de percurso PÁGINA 16 CULTURA PORTUGUESA Stanislav Mikos promove português na Rússia CENTRAIS AWAN AMPKA CULTURA COMO POLÍTICA E ECONOMIA PÁGINA 14 Governo incumpridor Promessa de habitação pública até final do ano cai O secretário para as Obras Públicas e Transportes, Lau Si Io, alegou motivos de “força maior” para justificar a falta de 19 mil habitações públicas até ao final do ano. Os deputados pedem a cabeça do secretário com José Pereira Coutinho a chegar-se à frente: “O Chefe do Executivo devia exonerá-lo do cargo.” PÁGINAS 2 E 3 LAG 2013

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Edição do Hoje Macau de 4 de Dezembro de 2012 • Ano X • N.º 2748

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Page 1: Hoje Macau 4 DEZ 2012 #2748

TEMPO CHUVA FRACA MIN 14 MAX 17 HUMIDADE 80-99% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 4 DE DEZEMBRO DE 2012 • ANO XII • Nº 2748

PUB

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

TERCEIRA IDADE

Executivo cria novo mecanismo de protecção

PÁGINA 5

ACESSIBILIDADES

Estudantes entregam petição pelos deficientes

PÁGINA 4

MARATONA INTERNACIONAL DE MACAU

ID pede desculpaspelo erro de percurso

PÁGINA 16

CULTURA PORTUGUESA

Stanislav Mikos promove português na Rússia

CENTRAIS

AWAN AMPKA

CULTURA COMOPOLÍTICA E ECONOMIA

PÁGINA 14

Governo incumpridor

Promessa de habitação pública até final do ano cai

O secretário para as Obras Públicas e Transportes, Lau Si Io, alegou motivos de “força maior” para justificar a falta de 19 mil habitações públicas até ao final do ano. Os deputados pedem a cabeça do secretário com José Pereira Coutinho a chegar-se à frente: “O Chefe do Executivo devia exonerá-lo do cargo.” PÁGINAS 2 E 3

LAG 2013

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TIAG

O A

LCÂN

TARA

terça-feira 4.12.2012LAG2013

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Joana [email protected]

ESTÃO quase a ser entre-gues à Assembleia Legisla-tiva (AL) dois dos diplomas mais necessários à gestão

urbana de Macau. A Lei de Terras e a Lei do Planeamento Urbanístico vão entrar em processo legislativo para o próximo ano, a par de mais outros três diplomas, mas os deputados já começaram ontem a contestar as propostas de revisão.

No segundo dia de debate secto-rial para a área das Obras Públicas e Transportes, Au Kam San criticou o facto de a Lei de Terras “ainda dar margem” para que os terrenos possam ser concedidos sem con-curso público. Este tema é um dos mais polémicos desde que a revisão da Lei de Terras foi anunciada, em 2008, devido ao facto de muitos dos lotes serem atribuídos de forma directa e, acusam os deputados, “a preço de saldo”.

Uma das intenções para a revisão da lei é precisamente a obrigação de preceder a concessão de terrenos de concurso público, mas a proposta apresentada pelo secretário para as Obras Públicas mantém excepções. “Pode estar, no entanto, dispensada a realização [de concurso público] quando se funde em motivos de interesse público”, pode ler-se num comu-nicado do organismo entregue aos jornalistas. Excepção que irrita o deputado da bancada democrata. “Ainda há margem para que não haja concurso público, abre-se esta porta caso haja coordenação com as políticas do Governo. Então andamos a brincar? Muitas pessoas conseguem saber de antemão as informações do Governo e assim coadunar as suas políticas com as

Lei de Terras e do Planeamento Urbanístico entram na AL em 2013 a par de outras leis

Deputados contestam diplomasdele para ter acesso à concessão. Então para que fizemos a revisão?”, atirou Au Kam San.

O deputado queixa-se ainda de não ter recebido o conteúdo integral da Lei de Terras, tendo mesmo per-guntado a Lau Si Io se “tem medo” que os deputados comecem a fazer “demasiadas perguntas”.

PREÇOS ALTOSDEVIDO A CONCESSÃO A revisão da Lei de Terras foi conclu-ída a semana passada e o projecto está a ser apreciado. Ao longo de trinta anos o diploma sofreu alterações que, contudo, não foram suficientes. “Está desajustado face às necessidades do rápido desenvolvimento social”, admitiu Lau Si Io.

Ontem, os deputados fizeram questão de apontar esses desajusta-mentos, criticando o que há muito vem a ser criticado. Os membros do hemiciclo consideram que apenas os empresários influentes conse-guem ter acesso a concessões e que a ausência de concurso público é um dos principais factores que influencia o alto preço dos imóveis do mercado privado. “Depois de muito anseio, lá veio a revisão da lei de terras, mas o valor dos prémios continua desfasado dos valores do mercado”, apontou Ho Ion Sang. “O preço dos imóveis é como o do marisco, vai subindo de dia para dia. O ano passado, os preços subiram em 75% e por causa da venda ao desbarato de terrenos.”

Também Ng Kuok Cheong se juntou a Ho Ion Sang. “A po-pulação não conseguirá adquirir habitação por menos de cinco milhões se, nos novos aterros, não houver concurso público. Sem isto, a venda de terrenos a valores muito baixos continua e não se resolve o problema.”

Foram muitos os membros do hemiciclo que apontaram o dedo a este problema, dando como exemplo de pouca transparência na concessão a atribuição dos cinco terrenos em frente ao aeroporto –

envolvidos no caso Ao Man Long – e os dois lotes no Fai Chi Kei, concessionados a Liu Chak Wan, membro do Conselho Executivo. Os primeiros, aponta Ho Ion Sang, “foram vendidos por 600 milhões e os lucros são mais de sete mil patacas por pé quadrado por cada apartamento de 26 torres”. Os se-gundos, continuam por aproveitar. O deputado sugeriu mesmo a Lau Si Io que se implementem medi-das como a aquisição restritiva a locais para impedir a especulação imobiliária.

DEMORAS SEM LEIChan Meng Kam culpa ainda a mo-rosidade na apreciação dos pedidos e o investimento estrangeiro pelos altos preços dos imóveis, acusando as recentes medidas de Lau Si Io de serem apenas “provisórias” e de “matarem a vontade da classe média em adquirir imóveis”.

O secretário para as Obras Pú-blicas e Transportes voltou a frisar o que há muito vem sendo dito: “o Governo tem dificuldade em

meter a mão no mercado privado. Já implementamos medidas para tentar travar a especulação.”

A morosidade dos processos de apreciação dos pedidos para a construção de imóveis , justifica Lau Si Io, que poderiam colmatar a falta de fracções – motivo principal pelo aumento dos preços – deve-se principalmente à inexistência de leis como estas que agora se planeiam entregar na AL. “As leis estão desactualizadas, então há interpre-tações diferentes de dos regimes jurídicos entre [as obras públicas] e os operadores. Com essas leis vamos resolver as questões.”

A Lei do Planeamento Urbano também começou a ser revista em 2008 e, depois de duas consultas públicas, o Governo já analisou as opiniões recolhidas, que ajudam a escrever o articulado. Os outros três diplomas que se espera que cheguem à AL são o Regime de Segurança contra Incêndios, o Regime Jurídico de Construção Urbana e o Regime de Acreditação dos profissionais do sector.Ho Ion Sang

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3terça-feira 4.12.2012 www.hojemacau.com.mo

TIAGO ALCÂNTARA

Joana [email protected]

O Governo vai falhar a promessa da construção de 19 mil habitações até ao final do ano. Quem o

admitiu foi Lau Si Io, secretário para as Obras Públicas e Transportes, no primeiro dia em que se deslocou à Assembleia Legislativa (AL) para apresentar aos deputados as políti-cas de 2013 para a sua tutela.

Como se previa, o tema da ha-bitação foi o mais debatido pelos deputados que, um atrás do outro, foram inquirindo o Governo sobre a conclusão das fracções prometidas já em 2007. “Faltam 28 dias para acabar [o prazo] e temos um terço das 19 mil habitações concluídas”, apontou Au Kam San. “Algumas ainda estão em construção, mas não concluídas. É evidente que não vão estar, a menos que saiba fazer magia senhor secretário. Sabe fazer magia?”

De cartaz na mão, Au Kam San e Paul Chan Wai Chi, dois deputados da bancada democrata, faziam as contas, com base em dados fornecidos pelo Instituto da Habitação. “Até ao fim do mês de Outubro, apenas 4189 fracções estavam construídas”, acusou Paul Chan Wai Chi. “Em Maio de 2010, e depois de 2007, voltou a comprometer-se com 19 mil habi-tações até ao fim deste ano. Onde estão? Quando vão ser concluídas? Não vejo datas.”

O secretário para as Obras Públicas assume que há atrasos e, apesar de os dados apresentados serem confusos – não se sabe se por motivo de tradução, se de contabilidade -, adianta que todos os agregados em lista de espera vão ser satisfeitos. Lau Si Io não adianta quantas fracções das 19 mil estão realmente concluídas e quantas fal-tam ao certo, mas explica de forma geral a situação actual. “O Governo começou a aceitar pedidos para a habitação económica em 2003 e tínhamos 19 mil agregados na lista de espera que, segundo a lei, deveria ser extinta em dois anos. Não foi, mas mantemos a promessa de que vamos atribuir casa aos 19 mil agregados este ano”, aponta. Mas há mais. “O número de habi-tação social existente é suficiente

Governo prevê aumentar impostos sobre veículos O trânsito caótico de Macau vai fazer o Executivo ponderar novos reajustamentos nas políticas de transporte. O Governo apresentou ontem no plenário novas medidas, que passam por estudar o aumento dos impostos relativos à aquisição de veículos para diminuir o trânsito nas ruas, mas também o imposto sobre a circulação e as tarifas de estacionamento por zonas e períodos de horário. Os autocarros não escapam às mudanças e, apesar de se terem registados mais 16% de passageiros este ano – o que o Executivo diz ser uma prova de que a rede de transportes está melhor -, o Governo ainda quer melhorar. “A rede vai ser reajustada, queremos diminuir a sobreposição de carreiras na zona central.” Vai ainda haver mais uma auscultação pública no primeiro trimestre do próximo ano sobre as carreiras e o Executivo pondera criar uma carreira especial directa para o hospital mas apenas para idosos. - J.F.

Governo falha promessa das 19 mil habitações públicas até ao final do ano

Motivos de “força maior”ponsabilizar por isto, apesar de não ter dito quem. Chan Wai Chi acusa o líder do Governo e Lau Si Io de “andarem a jogar ao jogo do em-purra das responsabilidades” entre si e afirma “lamentar que incompe-tentes continuem nos cargos”. José Pereira Coutinho vai mais longe e ao Hoje Macau diz que “o Chefe do Executivo devia mesmo exonerar o cargo, de acordo com as normas por que se rege”. O deputado cita o artigo que diz que, nas situações em que não se consegue assegurar que a governação, a credibilidade do Governo perante o público, o prestígio, a independência ou a dignidade necessária ao exercício do seu cargo não sejam afectadas, os titulares dos principais cargos devem comunicar o facto ao Chefe do Executivo e pedir instruções. O debate mantém-se hoje no plenário.

para satisfazer os pedidos de 19 mil agregados familiares e ainda atribuir as restantes fracções aos candidatos de 2009. Até ao final do ano vamos distribuir 5083 frac-ções de habitação social - número suficiente para os candidatos em lista de espera – e mais 3551 de habitação económica.”

À parte disto, ainda há mais nove mil apartamentos “onde apenas faltam pequenos arranjos”. É em Seac Pai Van, em Coloane, e Lau Si Io garante que ficarão “totalmente concluídas até ao fim de Dezembro de 2012.”

Au Kam San e Paul Chan Wai Chi falam em mais de 12 mil ha-bitações em falta, mas pelas contas apresentadas por Lau Si Io faltam pouco mais de duas mil. Os dados não batem certo, mas não foi pos-sível aos jornalistas confirmá-los.

ATRASOS POR “FORÇA MAIOR”Em explicações aos deputados face aos atrasos na construção de Seac Pai Van, Lau Si Io justificou-

-os devido à necessidade de ga-rantir qualidade. “Isto não é fazer um bolo. A qualidade não pode ser ignorada e, como o estaleiro [onde ficam as habitações] era uma pedreira, deparamo-nos com muitos problemas. Tivemos de instalar redes de água reciclada, telemóvel electricidade, duplos esgotos. Fizemos muito esforço para dar resposta ao prometido.” O secretário disse mesmo que foi tentado a não dar importância a isso, devido ao prazo máximo de 18 meses para a construção, sendo dissuadido a avançar com as obras. Contudo, Lau Si Io ne-gou. “Damos muita importância à qualidade.”

Seja como for, não é este o lote de habitações públicas que vai estar atrasado, mas sim outros quatro edifícios integrados nas 19 mil habitações. O lote 3 da Ilha Verde, um bloco no bairro Tamagnini Barbosa, outro no Fai Chi Kei e uma segunda fase em Mong Há não estarão concluídos até ao final do ano, impedindo a concretização da promessa do Governo. Um atraso, assegura Lau Si Io, legal. “Há uma cláusula no contrato que permite que, por motivos de força maior, possa haver atrasos na obra. Isto é legal. Se fosse culpa do empreiteiro, ha-veria lugar a sanções. Mas foram factores externos.”

Factores que passam pela qua-lidade dos solos em alguns locais – “que tinham lodo no fundo e não permitiram por estacas” – e pelo facto de prédios vizinhos antigos terem sido afectados pelas cons-truções das novas habitações. “Só

esses quatro é que estão atrasados, mas estão integrados nas 19 mil.”

Os deputados apontam que, desde 2003, ainda há agregados familiares à espera de uma casa. Uma situação que, garante Lau Si Io, vai acabar mesmo sem a tota-lidade das habitações concluídas.

As justificações de Lau Si Io foram dadas aquando da última hora do plenário, sem que houvesse hipótese para os deputados falarem mais. O secretário já frisou que o dia de hoje não será dedicado a falar da habitação pública, o que deixa de fora a resposta a uma questão levantada por Au Kam San, Paul Chan Wai Chi e Ng Kuok Cheong: “quem vai assumir a responsabi-lidade pelas 19 mil fracções não terem sido concluídas?”

O Chefe do Executivo garantiu em 2010 que “alguém” se iria res-

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terça-feira 4.12.2012www.hojemacau.com.mopolítica4

Cecília [email protected]

É a segunda vez que os mais novos cha-mam a atenção do Executivo para a

realidade daqueles que vivem com barreiras diárias. Desta vez um grupo de sete estudan-tes do curso de Serviço Social, no Instituto Politécnico de Macau (IPM) deslocaram--se à sede do Governo para entregar uma petição a Chui Sai On, Chefe do Executivo, a pedir para que os acessos nos transportes públicos sejam melhorados.

Sete alunos do Instituto Politécnico de Macau deslocaram-se à sede do Governo para entregar uma petição para que o Governo melhore os acessos nos transportes públicos para os portadores com deficiência

Estudantes preocupados com acessos para deficientes

Chui Sai On recebeu mais uma petição

Si Wai Keong, o repre-sentante dos alunos, afirmou que existem “sistemas irra-cionais”. “Embora os trans-portes públicos tenham ins-talações acessíveis, há muitas barreiras para as pessoas com deficiência possam apanhar um autocarro.” Desta vez o grupo andou pelas ruas a realizar entrevistas a idosos portadores de deficiência, pais de filhos com deficiência mental, bem como deficien-tes físicos, visuais e auditi-vos, tendo recolhido um total de 100 opiniões. “Espero que o Chefe do Executivo possa ouvir as nossas sugestões”,

acrescentou Si Wai Keong. O primeiro inquérito do género tinha sido realizado em Julho deste ano.

UM PROBLEMADE ESCADASAs respostas obtidas pelos estudantes revelam uma realidade que está longe de

ser a ideal. Os portadores de deficiência falam de escadas demasiado altas para subir o autocarro, e quando apanham um táxi é frequente os moto-ristas recusarem o transporte. Segundo os estudantes, estas pessoas “já perderam a confiança no sistema de transportes públicos”.

Os estudantes do IPM desejam, assim, que o Go-verno avalie a situação dos acessos nos autocarros, e querem que seja acrescento um sistema de rampas para as cadeiras de rodas. Quanto aos motoristas devem re-ceber formação, por forma a ajudar os portadores de

deficiência a utilizar os transportes. Quanto ao transporte de táxi, de-fendem existir isenções para as taxas cobradas no transporte de bagagem, bem como a instalação de um aparelho sonoro para o pagamento da viagem, a pensar nos invisuais.

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5terça-feira 4.12.2012 www.hojemacau.com.mo sociedade

Governo cria novo mecanismo de protecção da terceira idade e especialistas defendem maior educação cívica

Aprender a estender a mão

Rita Marques [email protected]

ONTEM foi criado um Grupo Inter-departamental de Estudo do Meca-

nismo de Protecção dos Idosos de Macau, com treze serviços públicos, ao qual preside o dirigente do Instituto de Acção Social (IAS), Iong Kong Io. A mesma comissão organiza--se para “rever as políticas e medidas actuais de segurança social para a velhice”, além de “proceder ao estudo integrado das políticas de segurança social nas áreas da saúde, da habitação e da aposentação”, segundo despacho do Chefe do Executivo publicado em Boletim Oficial (BO).

No entanto, para res-ponsáveis de associações de solidariedade social e de apoio aos idosos o que é preciso ser providenciado, com eventual cunho do novo grupo, é uma “educação cívica para melhor proteger a terceira idade”, dado o envelhecimento crescente da população. “É importante e pertinente haver uma inter-venção cívica forte desde pe-queno para melhor conhecer as necessidades desta faixa etária, o que não vemos hoje em dia em algumas situações como, ajudarem os idosos a atravessarem as passadeiras, darem prioridade na subida para os autocarros ou nos assentos, entre outras situa-ções”, indica António José de Freitas, provedor da Santa Casa da Misericórdia.

Mas, em termos de infra--estruturas, são os lares de terceira idade e habitação “que requerem prioridade

O Governo criou mais um mecanismo de apoio à terceira idade. O Grupo Interdepartamental de Estudo do Mecanismo de Protecção dos Idosos de Macau é um “passo em frente” mas no entender de António José de Freitas, Francisco Manhão e Paul Pun, próximos das necessidades dos mais carenciados, é necessário fomentar maior educação cívica no seio da sociedade

e alguma premência” na sua resolução. Ainda que o Governo tenha anunciado mais 600 camas no próximo ano, e 820 em 2016 além do lançamento de mais habita-ção social no próximo ano e lugar a fracções públicas nos novos aterros.

Ainda assim, salienta, é necessário um “estudo mais aprofundado e mais científi-co que requer estatísticas e trabalhos ‘in loco’” para que haja “filtragem” dos casos mais carenciados. “Em situ-ações de carência de idosos e de apoios, uma avaliação da situação financeira e económica poderá ocorrer para ser dado um benefício maior (...) devia ser aberta uma excepção a este nível porque cada caso é um caso e há situações ocultas que a sociedade, instituições e o próprio Governo desco-nhece”, refere o provedor da Santa Casa de Macau.

SERVIÇOS A MAIS?A principal preocupação de António de Freitas, em

termos de estrutura do novo grupo de trabalho, reside na “coordenação” entre os departamentos públicos. “Quando as coisas são feitas através de vários departamentos há falta de coordenação em muitas matérias, espero que esta seja uma excepção”, indica. Ainda assim, dentro desta composição deveria ser incluído o Instituto para os Assuntos Cívicos e Munici-pais (IACM) para ajudar a uma intervenção dinâmica no sentido de providenciar mais serviços públicos - jardins e zonas de lazer - e sociais para a comunidade, algo que já tem vindo a ser reivindicado.

Francisco Manhão, pre-sidente da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), acredita que, dado o envelhecimento da população, apostar em mais lares, na inspecção dos actuais e na criação de mais postos de saúde são as necessidades mais urgentes.

“Devem deslocar-se aos lares, sobretudo do sector privado, para ver se têm condições ou não para as pessoas lá ficarem”, explica o dirigente associativo. “As pessoas têm certas dificul-dades em deslocar-se até ao hospital e aos centros de saúde, que se enchem todos os dias. É muito complicado dar vazão. O Governo deve criar mais postos de saúde para facilitar a deslocação e não ficar tudo afunilado num sítio.”

Em seu entender, a so-lução recai numa “cidade satélite” em Coloane, já há muito defendida, que possa albergar a terceira idade, “onde possam ter o seu passatempo diariamente e restantes serviços para não terem de recorrer a outros sítios”, como já existe em muitos “outros países de-senvolvidos”.

Paul Pun, secretário--geral da Caritas, defen-de, tal como António de Freitas, a criação de um sentido cívico no seio da

população, instigando duas posturas concretas. “Enco-rajar os filhos dos idosos a pouparem dinheiro para os pais, não chega o Governo canalizar dinheiro para as populações mais velhas, algo que estava enraizado na cultura chinesa, mas hoje é uma tradição em extin-ção”, refere. E ainda outro compromisso: “a sociedade tem de ser educada a dar mais apoio aos idosos, em cuidar deles, e desta forma há mais mão-de-obra para tratar dos idosos no futuro” e, por outro lado, “a popu-lação tem de ser habituada a cuidar-se melhor, a fazer exercício, comer melhor, dormir melhor para que menos provavelmente vá precisar de tanto apoio e ajudas”, avalia Paul Pun.

LEI DE BASESMuitas destas medidas estão já consagradas na Lei de Ba-ses dos Direitos e Garantias dos Idosos, garante António de Freitas, enquanto parte integrante do conselho de

acção social. Mas a matéria precisa de avançar para ser posta em prática. “Já foi discutido, foi auscultado, houve já consultas públicas e neste momento não sei em que pé está mas já está a ser trabalhada há mais de um ano.”

O presidente do IAS dis-se em Junho deste ano que a lei - que confere o direito ao “sustento, habitação e saú-de”, além de “aperfeiçoar o regime de segurança social, apoio financeiro e outros benefícios sociais” - deveria ser entregue à Assembleia Legislativa (AL) até ao fim deste ano. “Estamos no fim do mandato, vêm aí as eleições e isto vai levar algum tempo porque a situ-ação política não favorece a que as questões andem mais rapidamente”, indica o provedor.

Iong Kong Io adianta, ainda, elogios ao diploma. “É uma lei de bases com especificações e artigos bastante abrangentes. só tenho dúvidas que se vier a ser o que foi proposto seja cabalmente cumprida.”

Sobre a mesma, Paul Pun espera que se venha “a maximizar o valor da família”, além de “motivar a comunidade a fazer trabalho de comunidade, mobilizar as pessoas, ver quem está a viver sozinho e mais caren-ciado e quem não está em condições tão desfavorá-veis”, além de se prever o incentivo ao emprego, “até porque há idosos que ainda podem servir a sociedade, quando têm trabalhos não precisam que ninguém cuide deles”, indica.

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6 sociedade terça-feira 4.12.2012www.hojemacau.com.mo

A Fábrica de Panchões volta a estar na ordem do dia no que toca à salvaguarda do patrimó-

nio de Macau. Situada na Taipa, a quase centenária Iec Long está há muito em fase de degradação e por isso tem servido de pretexto para críticas de deputados e associações devido à inoperância do Governo no que se refere à salvaguarda da herança cultural e social de Macau.

No fim-de-semana foi a vez da Associação dos Engenheiros de Macau (AEM) manifestar-se em protesto contra a degradação do espaço, que não é alvo de restaura-ção devido a questões de pertença, num relatório apresentado sobre o estado da Fábrica de Panchões. “Espero que o Governo aumente a transparência na questão do direito de propriedade e chegue rapidamente a um acordo com os proprietários para que a preserva-ção se inicie”, defendeu Joe Wu Chou Kit, presidente da AEM.

Esta questão tem vindo a ar-rastar-se desde 1999, com ques-tões pendentes entre o Governo e proprietários da infra-estrutura, afiança Joe Kit. Os 20 mil metros quadrados do espaço cobrem terras da Administração e de propriedade privada o que torna difícil facilitar os trabalhos de manutenção antes de ser estabelecido um acordo entre ambos.

De acordo com a investigação levada a cabo pela AEM, salientam--se 18 em 34 estruturas estão em risco de colapso - devido a invasão das árvores. Dez das quais estão a precisar de uma restauração urgen-te, já não sendo possível restaurá--las, colocando-se agora o risco de

O Chefe do Executivo reuniu ontem com Yin

Li, director da Autoridade Nacional de Controlo de Qualidade de Medicamentos e Produtos Alimentares, por forma a debater os mais re-centes avanços que têm sido feitos na área da medicina tradicional chinesa, ao nível da cooperação entre Macau e Guangdong.

Segundo um comunica-do oficial, Chui Sai On ga-rantiu que o projecto do Par-que Cientifico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa na Ilha da Montanha “já passou por uma série de estudos, prevendo-se que no próximo ano possa entrar na fase de implementação”.

Associação de Engenheiros de Macau revela relatório sobre estado da Fábrica de Panchões Iec Long

Governo deve resolver litígios de propriedade

Chui Sai On teve dois encontros com associações

Medicina Chinesa avança em 2013

A Associação dos Engenheiros de Macau lançou no domingo um relatório sobre a antiga Fábrica de Panchões Iec Long no qual dá conta de uma degradação crescente do espaço, por isso insta o Executivo a resolver o problema dos direitos de propriedade

em conjunto serem demolidas. Os edifícios mais fracos também apre-sentam risco de derrocada em caso de tufão, por essa razão precisam de intervenção imediata, informa o relatório da AEM.

Tal como indicou Leong Hong Sai, presidente substituto, o Gover-no tinha planeado em 2003 restau-rar o sítio de modo a “ressuscitar” a propriedade e promover a história da indústria. “Em 2006, a Adminis-tração assinou um contrato com os proprietários, oferecendo-lhes um pedaço de terra ao lado do Hotel Mandarim Oriental em troca do espaço da Fábrica de Panchões, mas há obviamente disputas de terras pendentes, que não deixam que o projecto vá avante.”

Os engenheiros propõem no mesmo relatório que se use uma estrutura interior para suportar os edifícios abandonados e construir a camada exterior com a madeira e tijolos usados originalmente de forma a preservar a imagem actual da fábrica. De outro modo, urge a necessidade de acabar com o cupim.

A AEM reconheceu não haver um valor arquitectónico particular nestes edifícios, no entanto, é-lhes reconhecido um interesse maior por culpa da história que carregam, tendo sido esta indústria uma das três maior em Macau em 1970.

Presente na conferência, o vice-presidente do Centro de Pesquisa de Criatividade Cultural em Macau, Kyvin Bi, disse será restituída a sua antiga glória depois de restaurado, podendo vir a ser convertido num museu, em zonas de arte e de restauração propícias a atracção turística.

O Chefe do Executivo espera ainda que o parque “possa ser, a longo prazo, uma plataforma para impul-sionar o desenvolvimento da medicina chinesa no mundo”. Já Yin Li garantiu que Pequim “dá muita impor-tância à exploração da llha de Hengqin”, com especial foco no parque virado para a medicina tradicional chinesa.

PME EM DEBATENo mesmo dia Chui Sai On recebeu o empresário David

Chow na sede do Governo, na qualidade de presidente da Associação Comercial Federal Geral das Peque-nas e Médias Empresas (PME) de Macau, David Chow, e outros elementos da direcção da associação. No encontro Chui Sai On frisou que as PME “têm impulsionado a economia local” e que o Governo “vai continuar a apoiar o seu desenvolvimento”. O principal objectivo é apos-tar no modelo “servir os

grandes para impulsionar os pequenos”, incentivando a entrada das PME na Ilha da Montanha e em Nansha.

Quanto a David Chow, garantiu que neste momento mais de 40 associações são membros da associação que lidera e prometeu fazer uma recolha de informação para conhecer “a operacionali-dade dos diferentes sectores e entregar ao Governo, de forma a reflectir a situação concreta das PME nas dife-rentes áreas”.

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7sociedadeterça-feira 4.12.2012 www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

FOI ontem que o novo lote de notas do dragão começou

a ser emitido, sendo que sete bancos do território já deram o inicio ao processo de troca das notas normais. Os residentes que já fizeram o seu pedido através da internet podem ir levantar as suas notas do dragão até ao dia 31 de Janeiro de 2013, e só pode levantar 15 notas em cada entida-de bancária. No total, o número de notas emitidas aumentou de dez milhões para 20 milhões, em cada banco.

Recorde-se que a corrida às notas do dragão surgiu no inicio do ano e foram muitos os resi-dentes que esperaram horas junto dos bancos para conseguirem as suas notas personalizadas. Contudo, muitos afirmam que a procura agora já não é tão grande, por comparação com o

OS casinos de Macau encerra-ram Novembro com receitas

brutas de 24.882 milhões de patacas, valor que representa um aumento de 7,9% face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados.

De acordo com os dados ofi-ciais publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), a receita acumulada do sector do jogo atingiu 275.893 milhões de patacas, mais 13% do que o apurado entre Janeiro e Novembro de 2011.

Os dados oficiais de Novem-bro estão ligeiramente abaixo dos 25.000 milhões de patacas previs-tos por dois operadores contactados na sexta-feira pela agência Lusa, mas dentro dos valores médios de 2012.

Face a Outubro - mês tradicio-nalmente muito forte para os casi-nos de Macau devido aos feriados que assinalam a implantação da República Popular da China e

É a última oportunidade antes do fim do ano lunar

Novas notas do dragão já foram emitidas

Casinos encerraram com 24 milhões

Mais patacas levam a recorde quebrado

primeiro lote de notas emitidas. Quanto ao preço de aquisição das notas, desceu para metade do valor inicial.

Muitos cidadãos afirmam que vão usar as notas para efeitos de colecção ou para oferecer a familiares e amigos da China e

de Hong Kong, porque eles não têm direito a ter acesso às notas. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o Ou Mun Tin Toi, há cidadãos que venderam as suas notas assim que as levantaram do banco, mas afirmam que os pre-ços já não dão o lucro desejado.

que proporcionam quase uma semana de férias - verificou-se um recuo.

Em Outubro, foi batido um novo recorde de receitas brutas, as quais ascenderam a 27.700 milhões de patacas. - Lusa

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terça-feira 4.12.2012nacional8

UM jovem tibe-tano imolou-se pelo fogo, este domingo, na

província de Gansu, oeste da China, elevando o nú-mero de casos do género para 29 desde que há quase um mês estalou uma nova onda de imolações pelo fogo, informou ontem a agência tibetana Phayul no exílio.

Fontes da região, cita-das pela Phayul, indicam que Sungdue Kyab se imolou pelo fogo no do-mingo numa das principais avenidas da cidade de Bora, na província chine-sa de Gansu, perto de um mosteiro.

Sungdue Kyab imolou--se pelo fogo em protesto contra a opressão que

as autoridades chinesas alegadamente exercem na região, clamando ainda pela liberdade do “Tecto do Mundo” e pelo regresso do líder espiritual no exílio, o Dalai Lama.

Desconhece-se, para já, o actual estado de saúde do jovem tibetano, que terá cerca de 20 anos, não estando eliminada a possi-bilidade de ter sobrevivido.

Segundo a Phayul, pouco depois de o jo-vem ter pegado fogo a si próprio, as autoridades chinesas chegaram ao local, apagaram o fogo e cobriram o corpo de Sung-due, tendo-o transportado para um hospital de uma cidade vizinha.

Depois do sucedido, outros tibetanos do mesmo

município de Sungdue ten-taram seguir para o hospital onde terá dado entrada o jovem, mas terão sido impedidos, refere a Efe.

De acordo com a Phayul, a situação em Bora é “tensa” e as linhas de comunicação foram cortadas.

A região tem sido pal-co de uma escalada de imolações desde 8 de No-vembro, a qual coincidiu com a celebração do XVIII Congresso do Partido Co-munista da China, no qual foram escolhidos os líderes que vão dirigir o país nos próximos dez anos.

Desde então, e con-tando com o caso de do-mingo - registaram-se 29 imolações pelo fogo ou tentativas.

Nos últimos dois anos, o número já alcança os 91 casos, segundo dados da agência tibetana.

A “tensa” situação no Tibete e em regiões chi-nesas próximas do “Tecto do Mundo” e habitadas, na sua maioria, por tibe-tanos, levou a comunidade internacional a instar o governo chinês a travar estas tragédias.

A Free Tibet e outras organizações no exílio pedem a Pequim que ceda aos apelos dos tibetanos de modo a travar a onda de imolações, enquanto Pe-quim acusa o Dalai Lama - que, na semana passada, viu ser-lhe recusado o visto de entrada em Taiwan - de incitar estes protestos com fins políticos.

HÁ duas semanas atrás, Chu Jixue, um investigador do

Departamento de Propaganda do Comité Municipal do Par-tido Comunista de Pequim, recebeu um telefonema de um primo em pânico que vive na zona rural. O governo local pedira que a família recolocasse os restos mortais dos seus ante-passados ou os túmulos seriam arrasados.

O governo não abre excep-ções, não dá hipótese de recurso e fornece apenas uma pequena ajuda de cerca de 250 patacas por cada túmulo arrasado, além da cremação gratuita dos ossos. Zhoukou - uma das cidades mais antigas da China no cora-ção de uma das províncias mais pobres do país, Henan - decidiu libertar mais área para cultivo escavando cerca de 3,5 milhões de túmulos que se espalham pela zona rural do município.

Tanto na China contemporâ-nea, como na antiga, o respeito perante os anciãos é um im-perativo moral, e a veneração aos ancestrais a sua mais pura expressão. As famílias escolhem cuidadosamente os locais para os sepultar de acordo com o ‘feng shui’. Para alguns, esta ve-neração é espiritual; para outros, um ritual secular que enfatiza a

Destruída casa que ficou isolada no meio de uma estrada na ChinaUma casa de cinco andares, isolada durante mais de um ano no meio de uma estrada em construção, por resistência dos inquilinos a realojamento noutro local, foi demolida, este fim de semana, após um acordo com a construção sobre a indemnização. Segundo informou a Rádio Internacional da China, o edifício, situado na localidade de Wenling (na província oriental de Zhejiang), foi demolida por retroescavadoras no sábado, depois de Luo Baogen, de 67 anos, e a mulher, terem aceitado sair a troco de cerca de 320.000 patacas e de um terreno para construir uma nova vivenda. Luo Baogen não tinha aceitado a indemnização de cerca de 270.000 patacas oferecida aos seus vizinhos – habitantes de mais de 450 edifícios entretanto demolidos – pelo que resistiu mais de um ano no local, exigindo durante meses uma compensação de pelo menos cerca de 700.000 patacas. O desacordo não impediu as obras da estrada, que rodearam a casa de alcatrão.

China escava cemitérios para criar mais área cultivável

Tradições arrasadas

Sobe para 29 o número de casos de imolação no Tibete

Situação mais que “tensa”

influência social da obediência aos pais e aos ancestrais.

A família Chu - como muitas outras - não conseguiu transferir os túmulos a tempo. Dias depois de o local ser ater-rado e o túmulo demolido, Chu Jixue publicou um comentário sobre a destruição no “Sou-thern Metropolitan Weekly”, um jornal independente de Guangzhou, afirmando: “Es-tou sem palavras e as minhas lágrimas são intermináveis!”

O comentário foi apagado do site, mas a imagem de um homem diante de um mausoléu de tijolo continuou a aparecer em blogues.

Chu provavelmente foi o ci-dadão chinês mais proeminente a ser afectado pelo programa de terraplanagem de cemitérios. O programa começou de forma relativamente discreta na pri-mavera passada e só se tornou conhecido a nível nacional no último dia 4 de Novembro.

A questão levou 26 intelectu-ais a assinarem uma petição pe-dindo o fim “do programa brutal e bárbaro”. O abaixo-assinado provocou um raro acontecimento na China: um debate público sobre se as práticas modernas devem ter prevalência sobre os valores tradicionais.

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9terça-feira 4.12.2012 www.hojemacau.com.mo região

A Coreia do Norte iniciou a primei-ra fase do lan-çamento de um

foguete de longo alcance na base de Dongchang-ri, numa operação prevista para os dias entre 10 e 22 de Dezembro, informou on-tem a agência sul-coreana Yonhap.

Uma fonte do Governo sul-coreano disse à Yonhap que o foguete foi colocado na base de lançamento de Dongchang-ri, no noroeste do país, o que significa que o regime de Kim Jong-un “iniciou os preparativos para (lançar) um projéctil de longo alcance”.

Peritos sul-coreanos estimam que o processo de instalação de todas as fases do projéctil na plataforma e a introdução de combustí-vel demorará cerca de uma semana.

No sábado, a Coreia do Norte anunciou o lançamen-to do foguete com o ale-gado objectivo de colocar um satélite de observação terrestre em órbita, numa operação que assegurou ser pacífica e inerente ao programa de investigação científica espacial.

A Coreia do Sul, Es-tados Unidos, e aliados,

O número de vítimas mor-tais no desmoronamento

de um túnel de uma auto--estrada japonesa, ocorrido no domingo de manhã, subiu para nove, segundo a comuni-cação social nipónica.

Um anterior balanço, da responsabilidade da Agência Nacional de Gestão de Incên-dios e Catástrofes Naturais, dava conta de seis mortos, in-cluindo cinco automobilistas que morreram carbonizados no interior dos respectivos veículos, no túnel de Sasago.

De acordo com a agência Kyodo, as novas vítimas mortais são três idosos, um homem e duas mulheres, que viajavam no mesmo veículo.

A polícia de Yamanashi, a oeste de Tóquio, não confir-mou, até ao momento, estes novos dados.

Desabamento de barragemem construção no CambodjaPelo menos quatro pessoas ficaram gravemente feridas e quatro estão desaparecidas após o desabamento parcial de uma barragem em construção no oeste do Cambodja, informou domingo a imprensa local. Segundo as autoridades locais, citadas pela agência Efe, o colapso na construção de uma hidroeléctrica no rio Atay ocorreu no sábado devido ao excesso de água retida. Várias unidades de polícia locais foram instaladas ao longo da margem do rio em busca dos desaparecidos. As obras de construção, atribuídas a uma empresa chinesa, foi temporariamente interrompida por especialistas para avaliar os danos.

Aproximação do tufão “Bopha”força alerta de evacuaçãoA aproximação de um forte tufão das Filipinas obrigou as autoridades do país a ordenarem hoje a retirada imediata de milhares de pessoas das zonas costeiras e de baixa altitude, indicaram fontes oficiais. O tufão “Bopha”, com ventos até 210 quilómetros por hora, deverá tocar terra numa aldeia de pescadores, no sul do país, sendo já considerado o mais forte da época a atingir as Filipinas este ano. O governador de Hinatuan exortou os cerca de 39 mil habitantes da aldeia a prepararem-se para o pior, apelando àqueles que vivem junto à costa ou em áreas passíveis de serem afectadas pela subida do nível do rio para se deslocarem para os abrigos, sob a alçada do Governo.

Desmoronamento de túnelno Japão provoca o caos

Morte em SasagoO desmoronamento ocor-

reu no domingo, às 8h locais, numa parte do túnel de Sasa-go, a cerca de 80 quilómetros a oeste de Tóquio, segundo a agência Jiji e a televisão pública nipónica NHK.

Cinco horas depois do desmoronamento, as opera-ções de socorro para resgatar os automobilistas presos no interior do túnel foram in-terrompidas devido ao risco de novo colapso da estrutura, mas acabaram por ser reto-madas.

O túnel de Sasago atra-vessa uma extensão perto do Monte Fuji e é um dos mais longos do Japão, com um total de 4,3 quilómetros de comprimento, na movimen-tada auto-estrada de Chuo, que liga Tóquio ao oeste e ao centro do país.

Coreia do Norte inicia primeira fasede lançamento de foguete de longo alcance

Segunda tentativasustentam no entanto que a operação esconde uma prova relacionada com tecnologia de mísseis balísticos, o que violaria duas resoluções da ONU que proíbem Pyongyang de efectuar actividades do género.

A concretizar-se, este será o segundo lançamento de um projéctil de longo alcance norte-coreano este ano, depois de um lança-mento falhado efectuado em Abril passado.

Perante este anúncio as reacções dos países vizinhos não se fizeram esperar. Enquanto o Japão prepara mísseis Patriot, Seul e Washington refor-çaram a vigilância na área.

O Japão começou a instalar mísseis terra-ar de defesa Patriot perante a previsão do lançamento de um míssil norte-coreano, informou ontem fonte ofi-cial citada pela AFP.

Depois de saber das intenções norte-coreanas Tóquio anunciou imedia-tamente a suspensão das conversações com a Coreia do Norte previstas para os dias 05 e 06 de Dezembro em Pequim.

Segundo a televisão pública japonesa NHK, um barco que transporta-va mísseis Patriot PAC-3 (Patriot Advanced Capa-bility-3) deixou a base naval do oeste do Japão na segunda-feira e seguiu em direcção a Okinawa, no extremo sul do país.

O ministro da defe-sa, Satoshi Morimoto, ordenou no sábado às forças japonesas para se prepararem para o even-tual lançamento do míssil norte-coreano.

Um porta-voz do mi-nistério disse à AFP que as “forças terrestres, aé-reas e navais (do Japão) preparam-se para chegar

a Okinawa”, que poderá estar sob a trajectória do míssil norte-coreano.

Enquanto isto, a Coreia do Sul e os Estados Unidos aumentaram a vigilância sobre os preparativos da Coreia do Norte para o lançamento do míssil, informou ontem a agência Yonhap.

Tanto Seul como Wa-shington deslocaram sa-télites e aviões para mo-nitorizar a base coreana de Dongchang-ri, local a partir do qual o regime norte-coreano tem pre-visto fazer o lançamento, explicou uma fonte mili-tar sul-coreana à Yonhap. “As forças da Coreia do Sul e estados Unidos uti-lizarão ao máximo os seus recursos de inteligência até que o Exército da Coreia do Norte lance o míssil de longo alcance”, disse o responsável sob anonimato.

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Assumem-se como o único centro que ensina o português em toda a Rússia, desde os nível básico ao avançado. É a partir de Moscovo que funciona o centro PORTUGUÊS.RU, dirigido por Stanislav Mikos, que em entrevista ao Hoje Macau assume: “a escola é frequentada por 130 alunos, mas a tendência é para aumentar”. Apesar disso, os obstáculos logísticos existem

Andreia Sofia [email protected]

Quando surgiu o centro de cultura portuguesa e porquê a sua criação?As coisas mais fascinantes deste mundo sempre apare-cem na sequência de uma coincidência de vários fac-tores, quando várias linhas do destino se cruzam num determinado ponto. Portanto, é sempre uma questão de uma pessoa estar no lugar certo no momento certo. E o principal é saber atempadamente dessa constelação dos factores e não ter medo de começar a agir. Acho que o que aconteceu comigo foi isso mesmo. Por um lado, sou portador de duas culturas: da portuguesa, e da russa, pois apesar de ter cres-cido vivido a maior parte da minha vida em Portugal, sou filho de emigrantes da União Soviética. E a língua que se falava em casa dos meus pais era russo. A minha mãe, aliás, é professora universitária de língua e literatura russas. Por outro lado, sempre tive uma paixão pelas línguas em ge-ral, e pela língua portuguesa em particular. Tendo estes factos todos um significado, e juntando a eles o meu “back-ground” na área da linguística e do ensino, a minha vinda para Moscovo, em 2005, foi o último elemento de uma pa-leta de factores que acabaram por tornar a criação de um centro de língua portuguesa em Moscovo, um aconteci-mento quase inevitável.

Stanislav Mikos, director do Centro de Línguas e Cultura Portuguesas em Moscovo

“Não investimos nenhum tostão em publicidade e temos as turmas cheias”

terça-feira 4.12.2012www.hojemacau.com.mo

De quem foi a ideia de criar o centro?A ideia partiu da diplomata portuguesa, que me dizia que a embaixada recebia frequen-temente telefonemas de pes-soas que queriam saber onde se podia estudar a língua de Camões. Foi assim que surgiu a ideia de criar um local para dar aulas de português.

Actualmente quantos alu-nos possui o centro e que tipo de programas educativos oferece?A escola é frequentada por 130 alunos, mas a tendência é para que esse número aumente. No

total mais de mil alunos já pas-saram pelo centro ao longo dos anos da sua existência. O ensino de Português centra-se numa abordagem participativa do ensino de línguas, esperando-se que os alunos sejam capazes de comunicar e interagir em situações e contextos reais. Como tal, a escola organiza as suas aulas num regime rotativo,

de forma a que cada grupo de alunos possa trabalhar com os vários professores durante o trimestre, sendo que cada mó-dulo incidirá sobre diferentes aspectos da língua e da cultura portuguesas. O Centro conta com colaboradores bilingues - russo e Português -, tradu-tores oficiais das embaixadas portuguesa e brasileira e ainda

professores de conceituadas universidades russas, como o Instituto de Relações Interna-cionais de Moscovo (MGIMO) e a Universidade de Linguística de Moscovo (MGLU). Neste momento, os níveis de ensino de Português proporcionados pelo Centro PORTUGUES.RU vão do iniciante (A1) até ao avançado (C2). Normalmente, as aulas decorrem em horário pós-laboral, existindo ainda algumas turmas em horário diurno.

Qual o balanço que fazem do vosso trabalho?Positivo, sem dúvida. Hoje

em dia somos o maior centro de língua portuguesa da Rús-sia e continuamos a crescer. Além disso, o nosso centro é o único estabelecimento de ensino não universitário em Moscovo, onde se ensina português todo o ano lectivo, sete dias por semana. Nós não investimos nenhum tostão na publicidade e mesmo assim temos as turmas cheias. São sempre as pessoas que encon-tram o nosso site na internet e vêm conhecer-nos. Na maio-ria dos casos acabam por ficar. Para além do trabalho desen-volvido nas aulas, o Centro procura organizar e apoiar

A ideia partiu da diplomata portuguesa, que me dizia que a embaixada recebia frequentemente telefonemas de pessoas que queriam saber onde se podia estudar a língua de Camões

10 entrevista

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Ana Paula Laborinho, presidente do Instituto Camões (à esq.), quer que o centro dê o acesso ao exame CAPLE. José Milhazes, escritor e jornalista residenteem Moscovo, (à direita) é um dos docentes

Stanislav Mikos, director do Centro de Línguas e Cultura Portuguesas em Moscovo

“Não investimos nenhum tostão em publicidade e temos as turmas cheias”

11terça-feira 4.12.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

O actual director do Centro de Língua e Cultura Portuguesas nasceu em

Kiev, na União Soviética, em 1980, mas foi viver para os Açores quando tinha apenas seis anos. Filho de pai polaco e mãe russa, este cidadão português voltou “às origens” para criar o Centro Cultural Português na Rússia. “O meu pai foi dar aulas de música para Portugal, apaixonou-se pelos Açores e decidiu ficar. Eu não sabia falar uma palavra em português, mas rapidamente aprendi na escola, era um dos melhores alunos”, recorda, num português impecável. Depois da escola açoriana, foi estudar para o Porto, onde estou música e letras.

“Em 2006, aceitei o desafio de re-

presentar uma empresa portuguesa de imobiliário em Moscovo. Era a primeira vez que visitava a capital russa”, declara Stanislav à Lusa.

“Paralelamente, estudei relações económicas internacionais em Moscovo, deixando para melhores dias a música”, acrescenta.

Quando estudava no Porto, Stanislav Mikos, dava aulas de português a profes-sores russos que chegavam a Portugal para leccionar em universidades e institutos superiores portugueses, mas nunca lhe passou pela cabeça a ideia de criar uma escola de língua portuguesa em Moscovo.

“Em 2008, devido à crise financeira, o negócio do imobiliário terminou, mas,

antes, eu já tinha começado a criar a escola de português. A ideia partiu da diplomata portuguesa Graça Pereira, que me dizia que a embaixada recebia frequentemente telefonemas de pessoas que queriam saber onde se podia estudar a língua de Camões”, precisa.

Foi assim que surgiu a ideia de criar um local para dar aulas de português.

“A partir daí, foi sempre crescer. Co-meçámos com oito alunos e fiquei muito surpreendido com a grande procura que gozava o ensino da língua portuguesa na Rússia. Como a maioria dos nossos alunos são empresários, funcionários de empresas, as aulas têm lugar à noite e no fim de semana”, acrescenta.

férias de verão a um apetecível destino: os Açores.

FUTURO ASSOCIADO DO INSTITUTO CAMÕES Possuem protocolos com outras instituições de matriz portuguesa?Funcionamos em estreita co-laboração com a embaixada de Portugal em Moscovo, que nos tem providenciado um precioso apoio desde o início. Além disso estamos a formalizar um protocolo com o Instituto Camões (IC) de acordo com o qual o centro obterá o estatuto do “centro associado” do IC.

Há projectos para novas parcerias no futuro?Atendendo a sugestão da Sra. presidente do Instituto Camões, Dra. Ana Paula La-borinho, estamos a trabalhar no sentido de proporcionar no nosso centro o acesso ao Exame CAPLE.

Quais os maiores desafios de ensinar português na Rússia?O nosso maior desafio de mo-mento é a falta de espaço físico para que possamos continuar a satisfazer a crescente procura por parte dos que querem es-tudar português connosco. As instalações que possuímos já estão a ser utilizadas a 100% e para que possamos abrir mais grupos precisamos de mais salas. Por outro lado o aluguer de famosos metros quadrados em Moscovo é muito caro. O mesmo obstáculo ainda não nos permitiu a abertura de uma biblioteca com livros em português.

Como é que a sociedade encara o centro de Língua Portuguesa?A sociedade é um conceito muito vasto. As pessoas que se interessam pela língua e cul-tura portuguesas ficam con-tentes com as possibilidades que nós lhes proporcionamos.

Recebem apoios financeiros do governo russo? Os cursos são pagos pelos alunos?Não recebemos apoios finan-ceiros nem do Governo russo nem do português. Somos uma organização completamente auto-sustentável. Sim, os cursos são pagos pelos alu-nos. No entanto possuímos o estatuto de “organização sem fins lucrativos”.

Já obtiveram algum fee-dback da parte das auto-ridades russas quanto ao vosso trabalho e ao papel do português?Não.

iniciativas de promoção da língua e cultura portuguesas em Moscovo e em Portugal. Para tal, conta com o apoio da Embaixada portuguesa em Moscovo. Estas iniciativas incluíram já, por exemplo, a apresentação de livros publi-cados pelo jornalista José Mi-lhazes, também professor no Centro; a exibição de filmes portugueses ou a divulgação de festivais de cinema por-tuguês; concertos de música portuguesa ou interpretada por músicos portugueses; or-ganização de eventos sociais com os alunos e professores e a organização de viagens de

QUEM É STANISLAV MIKOS?

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terça-feira 4.12.2012publicidade12

www. iacm.gov.mo

Notificação N.º 018/NOEP/GJN/2012Considerando que não se revela possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício, telefone, ou

outra forma, para o efeito do regime procedimental nos respectivos processos administrativos sancionatórios, nos termos do artigo 14º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, do artigo 68º e do n.º 1 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, o signatário notifica, pela presente, nos termos do n.º 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo e no uso das competências subdelegadas pelo Despacho n.º 01/PCA/2012, de 3 de Janeiro, publicado na Série II do Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 3, de 18 de Janeiro de 2012, os infractores, constantes do anexo desta notificação, do conteúdo das respectivas decisões administrativas sancionatórias:

Nos termos do n.º 4 do artigo 36.º, n.º 1 do artigo 37.º, artigo 38.º e artigo 39.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, aprovado pelo Regulamento Administrativo n.º 28/2004, o Presidente do Conselho de Administração e seus substitutos exararam os despachos nas respectivas informações, tendo em consideração as infracções administrativas comprovadas, a existência de culpa e a ausência de qualquer circunstância atenuante confirmada, assim:

1. Foram aplicadas aos infractores, constantes das Tabelas I, II e III em anexo, as multas previstas no n.º 2 do artigo 45º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e no artigo 2º do Catálogo das Infracções, no valor de MOP600,00 (cada infracção) ;

Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto no n.º 1 do artigo 13º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no n.º 7 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “nos espaços públicos, lançar pontas de cigarros ou abandonar resíduos sólidos fora dos locais e recipientes especificamente destinados à sua deposição”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela I)

Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto na alínea 1) do n.º 1 do artigo 2º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no n.º 13 do artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “cuspir escarro ou saliva para a superfície de espaços públicos”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela II)

Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto na alínea (1) do n.º 1 do Artigo 14º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no

n.º 3 do Artigo 2º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “deixar correr águas residuais nos espaços públicos”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela III)

2. Além disso, os infractores podem ainda apresentar reclamação contra os actos sancionatórios para quem os aplicou, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da notificação, nos termos do artigo 145º, n.º 1 do artigo 148º e artigo 149º do Código do Procedimento Administrativo, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 123º do referido código.

De acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 150º do mesmo código, a reclamação não tem efeito suspensivo sobre o acto, salvo disposição legal em contrário.

3. Quanto aos actos sancionatórios, os infractores podem apresentar recurso contencioso no prazo previsto nos artigos 25º e 26º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro, para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 27º do referido código.

4. Sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 75º do Código do Procedimento Administrativo, para efeitos do disposto n.º 4 do artigo 55º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, os infractores deverão efectuar a liquidação das multas aplicadas, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, a partir da data de publicação da presente notificação, no Núcleo Operativo do IACM para a Execução do Regulamento Geral dos Espaços Públicos. Caso contrário, o IACM submeterá o processo à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para cobrança coerciva, nos termos do artigo 17º do Decreto-Lei nº 52/99/M e artigo 29º do Decreto-Lei nº 30/99/M.

5. Não é de atender a esta notificação, caso os infractores constantes dos anexos tenham já saldado, aquando da presente publicação, as respectivas multas, resultantes da acusação. Para informações mais pormenorizadas, os interessados poderão ligar para o telefone n.º 8295 6868 ou dirigir-se pessoalmente ao referido Núcleo Operativo deste Instituto.

Aos 21 de Novembro de 2012. .

O Vice-Presidente do Conselho de AdministraçãoLei Wai Nong

Tabela I

Nome Sexo

N.º do Bilhete de Identidade de Residente

da Região Administrativa Especial de Macau

N.º da acusação Data da infracção

Data em que foram exarados os despachos de

aplicação das multas施有志 SI IAO CHI M/F 74042**(*) A027591/2012 11/02/2012 19/07/2012

黃志華WONG CHI WA M 13832**(*) A029515/2012 22/02/2012 19/07/2012

吳國榮 NG KUOK WENG M 13481**(*) A031029/2012 09/03/2012 03/08/2012

吳澤林NG CHAK LAM M 51925**(*) A030472/2012 09/03/2012 03/08/2012

黃聚龍WONG CHOI LONG M 13525**(*) A030687/2012 14/03/2012 03/08/2012

李維 M 73781**(*) A0006154/2012 14/03/2012 03/08/2012

陳幗斯 CHAN KUOK SI F 51896**(*) A030761/2012 15/03/2012 03/08/2012

黃玉芬WONG IOK FAN F 12528**(*) A030612/2012 15/03/2012 03/08/2012

符永星FU WENG SENG M 73874**(*) A032231/2012 15/03/2012 03/08/2012

陳日進CHAN IAT CHON M 14498**(*) A032115/2012 16/03/2012 03/08/2012

吳浩NG HOU M 12250**(*) A030540/2012 17/03/2012 03/08/2012

陳永健CHAN WENG KIN M 12398**(*) A030211/2012 17/03/2012 03/08/2012

施鴻燦SI HONG CHAN M 12986**(*) A030464/2012 18/03/2012 03/08/2012

吳兆聰NG SIO CHONG M 51371**(*) A030549/2012 19/03/2012 03/08/2012

莫文偉MOK MAN WAI M 51097**(*) A030782/2012 19/03/2012 03/08/2012

江嘉城KONG KA SENG M 51638**(*) A032233/2012 20/03/2012 03/08/2012

李偉華LEI WAI WA M 51633**(*) A032087/2012 21/03/2012 03/08/2012

張劍南CHEONG KIM NAM M 51551**(*) A034054/2012 30/03/2012 03/08/2012

陳玉蘭 F 12962**(*) A0006155/2012 14/03/2012 03/08/2012

洪玲玲HONG LENG LENG F 51909**(*) A034397/2012 01/04/2012 03/08/2012

洪巧詩 HONG HAO SI F 12482**(*) A034203/2012 03/04/2012 14/08/2012

陳志偉CHAN CHI WAI M 12538**(*) A035429/2012 03/04/2012 14/08/2012

莫子豪MOK CHI HOU M 12603**(*) A035431/2012 03/04/2012 14/08/2012

鄺子聰KUONG CHI CHONG M 50959**(*) A034219/2012 01/04/2012 03/08/2012

蔣健斌CHEONG KIN PAN M 51277**(*) A034736/2012 04/04/2012 14/08/2012

黎逸紋LAI IAT MAN M 51369**(*) A034105/2012 04/04/2012 14/08/2012

鄭永俊CHEANG WENG CHON M 51690**(*) A034296/2012 04/04/2012 14/08/2012

梁穎妮LEONG WENG NEI F 12494**(*) A034046/2012 09/04/2012 14/08/2012

黎奇智LAI KEI CHI M 12727**(*) A034265/2012 10/04/2012 14/08/2012

黎桂嫦LAI KUAI SEONG F 12612**(*) A029992/2012 11/04/2012 14/08/2012

褚宏潮CHU WANG CHIO M 73707**(*) A029881/2012 12/04/2012 14/08/2012

李承麟LEI SENG LON M 51921**(*) A035487/2012 13/04/2012 14/08/2012

周錫庭CHAO SEK TENG M 74100**(*) A032235/2012 14/04/2012 14/08/2012

吳健榮NG KIN WENG M 50935**(*) A035558/2012 15/04/2012 14/08/2012

林裕恆 M 12600**(*) A023986/2012 15/04/2012 14/08/2012

麥偉洪MAK WAI HONG M 12344**(*) A035416/2012 19/04/2012 14/08/2012

郭志偉KUOC CHI WAI M 50815**(*) A035593/2012 20/04/2012 14/08/2012

陳維基CHAN WAI KEI M 14437**(*) A035603/2012 21/04/2012 14/08/2012

何嘉麗HO KA LAI F 12300**(*) A034194/2012 25/04/2012 14/08/2012

黎文俊LAI MAN CHON M 12336**(*) A033821/2012 04/05/2012 14/08/2012

吳錫恩NG SEK IAN F 15095**(*) A036256/2012 12/05/2012 14/08/2012

Tabela II

林章楷LAM CHEONG KAI M 73449**(*) A030825/2012 13/03/2012 03/08/2012

鍾漢強 M 74209**(*) A032434/2012 20/03/2012 03/08/2012

Tabela III

梁衛連LEONG WAI LIN F 12946**(*) A029868/2012 19/04/2012 14/08/2012

酸辣粉有限公司 A038887/2012 14/06/2012 05/09/2012

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13terça-feira 4.12.2012 www.hojemacau.com.mo vida

O Square Kilome-tre Array será um dos instru-mentos cientí-

ficos mais importantes do mundo. Esta sexta-feira decorre um workshop em Lisboa para pôr Portugal no mapa da construção de um projecto que quer transfor-mar África.

Quando estiver termi-nado, o Square Kilometre Array (SKA) vai estar espalhado pela Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e outros países africa-nos como Moçambique e talvez Angola. O consórcio internacional responsável por este projecto prevê que se gaste na construção 1500 milhões de euros até 2024. O SKA vai pôr milhares de an-tenas a perscrutar o universo para responder a questões fulcrais de física. O projec-to quer ainda levar energia eléctrica e Internet a milhões de pessoas em África. Esta sexta-feira, em Lisboa, há um workshop sobre o SKA com grupos científicos e empresas portuguesas que já estão nesta aventura. Um dos objectivos é atrair o Governo português a entrar no consórcio. “Portugal tem um ano para decidir se quer estar no SKA como um dos membros da organização. O nosso timing é Maio ou Junho do próximo ano”, disse Domingos Barbosa ao jornal Público, líder do grupo de radioastronomia do Instituto de Telecomu-nicações, que está ligado à Universidade de Aveiro.

ANTECIPANDO-SE à apre-sentação dos mais recentes

resultados da missão do robô Curiosity, que teve lugar esta segunda-feira em São Francisco, no Congresso de Outono de União Geofísica Americana, o Jet Propul-sion Laboratory (JPL) da agência espacial norte-americana NASA em Pasadena (Califórnia) emitiu um comunicado onde se pode ler que “os rumores e especulações acerca da obtenção de resultados cruciais são incorrectos nesta fase precoce da missão”.

A conferência de imprensa, que teve início por volta das 1h da madrugada (hora de Macau) e foi acompanhada em directo, “fez o ponto da situação sobre a primeira

Vem aí um telescópio transcontinental que Portugal pode ajudar a pôr de pé

Resposta até Junho de 2013

O robô Curiosity da NASA não detectou matéria orgânica em Marte

Tudo mineral

também para providenciar energia eléctrica e Internet. Em África, as estruturas do projecto vão estender-se até países como Moçambique (que receberá 40 antenas), Quénia ou o Gana.

A LIGAÇÃO ENTRE PORTUGAL E ÁFRICANa África do Sul já estão a ser formados técnicos. Mas além da educação científica, Domingos Barbosa diz que o consórcio quer aproveitar a instalação de novas linhas eléctricas e da Internet para também fazer chegar estes bens a 1500 milhões de pessoas que vivem isoladas. “Pode aliviar a pobreza e a falta de energia eléctrica”, defende o cientista, acres-centando que este aspecto de desenvolvimento social também pode ter interesse para o Governo português. “Portugal tem excelentes ligações com África. Tem valências científicas e indus-triais nas áreas da energia, tecnologia de informação e do espaço”, refere ainda. Pode, por isso, dar forma-ção nestes países e ser uma porta de entrada de África na Europa. “A FCT está numa fase de avaliação do SKA com base em critérios cien-tíficos e estratégicos”, diz Ana Godinho, do gabinete de comunicação da FCT. “No início de 2013 serão tomadas algumas decisões.”

A Nokia Siemens Ne-tworks, a Martifer Solar e a Critical Software são três empresas em Portugal já ligadas ao SKA nas áreas da Internet, energia e espaço. Mas, segundo Domingos Barbosa, se Portugal se tornar membro do consórcio do SKA, poderá definir o seu papel no projecto desde o início e ter um retorno científico e empresarial muito maior.

O cientista tem sido um organizador não oficial da estratégia portuguesa do SKA, fazendo a ponte entre as comunidades científicas, tecnológicas e industriais portuguesas e o projecto do radiotelescópio. “Um dos objectivos é mostrar o que é o SKA aos decisores da política científica portugue-sa e as oportunidades que surgem à ciência e à tec-nologia de ponta”, explica Domingos Barbosa. Uma das palestras será dada por Miguel Seabra, presidente da Fundação para a Ciência

e a Tecnologia (FCT). Phil Diamond, director-geral da organização do SKA, e Daan du Toit, representante do Governo da África do Sul na União Europeia, também falarão do projecto.

DESDE 1991O SKA começou a ser concebido em 1991 e tem como membros a África do Sul, Austrália, Canadá, China, Holanda, Itália, Nova Zelândia, Reino Unido e Suécia. Em Maio passado, foi finalmente de-cidido onde será instalado

o grande radiotelescópio, depois de um atraso de três anos. A África do Sul e a Austrália foram os dois países escolhidos para a sua instalação, e onde vai ficar a grande maioria dos instrumentos.

A ideia é instalar mi-lhares de antenas e de dis-cos, distribuídos ao longo de 3000 quilómetros de diâmetro, que vão captar ondas de rádio numa vasta gama de frequências. Com isso, espera-se mapear mil milhões de galáxias para tentar saber mais sobre, por

exemplo, a matéria escura, que estará a acelerar cada vez mais a expansão do universo. O telescópio vai ainda procurar vestígios de moléculas orgânicas, que poderão indiciar vida nou-tros planetas.

Para a localização da infra-estrutura tinha de se escolher uma região re-mota, para que a captação de ondas rádio vindas do espaço tivesse o mínimo de interferências. Mas isso exi-girá um esforço brutal. Não só para construir estradas e transportar materiais mas

utilização de toda a panóplia de instrumentos analíticos do robô”, salienta ainda o comunicado do JPL. “Uma classe de substâncias cuja existência o Curiosity está a procurar são os compostos or-gânicos – químicos que contêm carbono e podem por isso ser os ingredientes da vida. Mas nesta fase da missão, os instrumentos do robô não detectaram qualquer indício conclusivo da existência

de compostos orgânicos em Marte.”

A missão do robô, que de-verá prolongar-se por dois anos e investigar se as condições na cratera Gale de Marte poderão ter sido favoráveis à vida microbiana, começou a 6 de Agosto passado, quando o Curiosity pousou no planeta vermelho, “e está a ultra-passar todas as expectativas”, diz ainda a NASA.

Page 14: Hoje Macau 4 DEZ 2012 #2748

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

terça-feira 4.12.2012cultura14

José C. [email protected]

AWAN Ampka é o curador da exposição “Africa: See You, See Me”, organiza-da pelo Museu de Arte de

Macau (MAM) e a Associação Ma-cau Angola. Realizador e professor na Universidade de Nova Iorque, nos EUA, Awan Ampka encontra-se em Macau para apresentar a mostra que exibe cerca de 143 fotografias e três vídeos feitos por mais do que 35 fotógrafos africanos e de outros países do mundo. Ao Hoje Macau, e na sequência da conversa publicada ontem, falou, entre outras coisas, de uma África contemporânea, de um conjunto de novos artistas e de novos públicos que fazem parte de uma África ignorada que esta exposição procura dar a conhecer.

A inclusão nesta mostra de ar-tistas das mais diversas zonas do Continente africano tem como objectivo dar a conhecer a grande diversidade cultural que ali existe? África é um continente com uma enorme diversidade de pessoas. Povos realmente diferentes uns dos outros que por vezes se encontram. Nem sempre o resultado é bonito. Mas encontram-se! Juntam-se atra-vés das migrações e criam novas sociedades. Isso é fascinante, é uma história que não está documentada.

Porque será?Os africanos estão tão ocupados a construir as suas vidas que não existe muita gente que escreva sobre isto. Se se quer comprar minerais em África, tudo bem. Mas o que fazer com eles? Será que os minerais representam uma mais valia para quem os possui, ou são pelo contrário um défice? Até hoje a história dos minerais tem sido negativa para os africanos. Mas ainda vemos muita gente que apesar das guerras e das crises continua a lutar por reinventar um ambiente melhor para viverem as suas vidas.

A afirmação cultural é impor-tante? A afirmação cultural é também uma declaração política e econó-mica. Temos de perceber que tipo de sistema económico é que os africanos têm de construir para se protegerem das grandes potências da Ásia, Europa e América. Que

As dificuldades que os africanos têm de superar passam também pelos seus próprios governos que promovem uma cultura que vem de fora de África. Estes artistas estão a construir coisas para si próprios. Temos de descobrir formas de contar esta história

Awan Ampka fala de uma África com enorme diversidade

“A afirmação cultural é tambémuma declaração política e económica”

tipo de sistema político e que instituições têm de construir? Que organizações de cariz social? Isto é muito importante e estes artistas estão a procurar captar o que estas pessoas estão a tentar construir. Estas pessoas que se estão constantemente a reinventar. Como é que lidam com o passado, como é que lidam com presente e por aí fora.

É esse o espírito que está por detrás desta exposição?Essa é a energia que dá corpo à exposição. Queria mostrar que o que é contemporâneo em África

são as pessoas que não estão con-formadas com a História. Pessoas que todos os dias fabricam a sua história ultrapassando todas as dificuldades. Quando viajo por muitas das cidades africanas fico fascinado com a juventude e até com os mais velhos. Como é que conseguiram sobreviver? Fico fascinado com a forma com conse-guiram conquistar novos públicos para si próprios.

Não há só novos artistas, existe também um novo tipo de pú-blico?Sim, estes artistas com os seus trabalhos estão a produzir novas audiências, por vezes diferentes do público do governo. As difi-culdades que os africanos têm de superar passam também pelos seus próprios governos que promovem uma cultura que vem de fora de África. Estes artistas estão a cons-truir coisas para si próprios. Temos de descobrir formas de contar esta história.

Mas será que existe mesmo uma arte contemporânea afri-

cana? Muitos dos símbolos que representam vários aspectos da cultura africana são de influ-ência europeia, nomeadamente portuguesa. Os novos artistas também usam tecnologia que vem do exterior. Podemos falar de uma identidade africana sem uma influência europeia?Podemos. África está em contacto consigo própria mas também com outras partes do mundo. Com a Ásia, o Médio Oriente, Europa e por aí fora. Esse contacto expressa-

-se de muitas formas. Por outras palavras, é como os europeus que estabeleceram contactos entre si e com outros povos.

Com a Ásia.Sim, por isso as culturas, a tecno-logia estão sempre a desenvolver--se devido ao contacto com outros povos. Não penso que a questão deva ser se a tecnologia é europeia, ou não. A questão é o que se faz com ela. Como é que se utiliza determinada tecnologia. Como a língua. Estou a falar em inglês que não é uma língua nativa de África, mas existe um inglês de África. O que é mais importante é o que se com ele para produzir novas sociedades. Temos muitas formas de arte indígena, temos uma tirania da história. Às vezes recuamos tanto no passado que não conseguimos andar para a frente. A vitalidade do passado tem a ver com a forma como entendemos o momento e como queremos seguir em frente. Por isso o passado é inventado. E o presente e o futuro também têm de o ser.

Às vezes recuamos tanto no passado que não conseguimos andar para a frente. A vitalidade do passado tem a ver com a forma como entendemos o momento e como queremos seguir em frente

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15culturaterça-feira 4.12.2012 www.hojemacau.com.mo

A Última Vez que Vi Macau, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata ga-

nhou sábado à noite o principal prémio da secção de documen-tário do Festival de Cinema de Turim, Itália. Depois de ter aberto em Outubro a secção internacional do DocLisboa, onde estreou, o filme recebeu também já uma menção especial do júri do Festival de Locarno. Longa-metragem de enredo policial - e pouco dentro dos padrões mais convencionais do documentário -, A Última Vez que Vi Macau conta a história de um homem que viaja de Lis-boa a Macau a pedido de uma amiga que não vê há anos. Tal como essa personagem, João Rui Guerra da Mata viveu em Macau, tendo também voltado

PETER Greenaway está em Guimarães para rodar uma

curta-metragem encomendada pela Capital Europeia da Cultura (CEC), mas a produção já está a ser marcada por uma polémica. O britânico não quer pagar aos actores escolhidos e muitos deles recusaram o trabalho quando souberam dessas condições.

A rodagem está marcada para 5 e 6 de Dezembro e, um mês antes, o realizador esteve em Guimarães para o casting em que escolheu os cerca de 30 actores com quem queria traba-lhar. Na conversa que teve com

os artistas, foi dizendo que o orçamento era baixo e que havia a possibilidade de terem de fazer mais do que um papel no filme. “Mas nunca ninguém disse que não havia cachet”, conta João Miguel Mota. No final do seu casting, por exemplo, o actor do Porto saiu com a certeza de que participaria na curta e até lhe foram atribuídos três papéis: Afonso Henriques, um cavaleiro e um frade. As figurinistas tam-bém lhe tiraram as medidas e saiu convencido de que entraria no filme.

Até sábado. Nesse dia, rece-

beu um telefonema da produção local do filme, responsabilidade da Guimarães 2012, dizendo-lhe que o orçamento permitia apenas assumir as despesas de estadia e deslocação, mas não havia lugar a cachet. “Recusei de imediato. Não trabalho de graça. Recusei trabalhos para ter os dois dias livres para filmar com Gree-naway”, sublinha, “indignado” pela forma como foi tratado.

Guimarães 2012 diz que é o realizador que gere o orçamento, a empresa que agencia Greena-way diz que a questão é com Guimarães.

Lisboa Câmara quer criar um Banco de Azulejos Preservar o património artístico das ruas de Lisboa é o objectivo da Câmara Municipal, que está a realizar um levantamento dos azulejos existentes no espaço público a fim de criar um Banco de Azulejos. “A Câmara Municipal de Lisboa, através do Programa de Investigação e Salvaguarda do Azulejo de Lisboa (PISAL), está a fazer o inventário, estudo, protecção e salvaguarda do património azulejar em espaço público da cidade”, disse à agência Lusa a coordenadora do programa, Teresa Bispo. A responsável por este projecto acrescenta que este processo é “feito rua a rua, edifício a edifício e jardim a jardim”, marcando as zonas onde os azulejos se encontram e aqueles que posteriormente farão parte da Carta Municipal do Azulejo em Espaço Público, quando o mapeamento estiver concluído.

China emite selos especiais sobre Institutos ConfúcioA sede dos Institutos Confúcio (Hanban) e o Grupo Postal da China emitiram no sábado em conjunto duas peças de selos especiais sobre os Institutos Confúcio, que se têm vindo a expandir em todo o mundo desde 2004. Os selos apresentam o tema do intercâmbio e o ensino e são os primeiros deste tipo emitidos pelo Grupo Postal da China. Nos últimos oito anos, a China promoveu o estabelecimento de escolas de língua chinesa em todo o mundo, com o fim de fomentar relações e difundir a cultura chinesa, disse Xu Lin, chefe do Hanban. A China estabeleceu 400 Institutos Confúcio e mais de 500 salas de aula Confúcio em 108 países desde 2004, em colaboração com instituições educativas locais, informou Xu.

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1. O prazo limite para a apresentação do pedido de atribuição do Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2009 é fixado em 31 de Dezembro do corrente ano.

2. Os indivíduos que satisfaçam os requisitos de atribuição, mas não tenham ainda formulado o pedido, devem dirigir-se até ao termo do prazo supracitado ao Centro de Serviços do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 762-804, Edifício “China Plaza”, 2º andar, Macau, para efeitos de tratamento das respectivas formalidades.

3. Por último, solicita-se que os cheques ainda não sacados sejam apresentados, com a maior brevidade, junto de qualquer instituição bancária de Macau.

Macau, aos 29 de Novembro de 2012.

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Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2009

Documentário português premiado no Festival de Turim

Macau visto em Itália

Actores da curta de Peter Greenaway ficam sem cachet

Jogo do empurra

apenas após três décadas de ausência. Na viagem, a partir da qual supunha vir a fazer um documentário, registou com João Pedro Rodrigues cerca de 150 horas de filmagens com as quais decidiram construir uma homenagem a Macao (1952), o clássico de Joseph von Ster-nberg.

A Última Vez que Vi Ma-cau é protagonizado pela actriz transexual Cindy Scrash, que já trabalhou com a dupla de realizadores em Morrer Como Um Homem (2009). Desta vez, Cindy Scrash é Candy, numa homenagem a Candy Darling – é outra homenagem: à celebre actriz transexual dos filmes de Andy Warhol, Candy Darling (1944-1974), também uma das musas da banda The Velvet Undergroung.

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terça-feira 4.12.2012desporto16

Andreia Sofia [email protected]

FOI na madrugada de ontem que ar-rancou mais uma edição da Maratona

Internacional de Macau (MIM), mas o inicio não se fez da melhor forma. O atletas viraram à esquerda quando o percurso estava marcado para a direita, o que fez com que os atletas tenham corrido um total de 45 quilómetros. Já na mini-maratona correram-se mais mil metros. O Instituto do Desporto (ID) já veio entretanto dar explicações sobre o sucedido. “Os atletas convidados que lideravam o grupo avançaram para a saída, estando previsto que virassem para a esquerda. Na altura houve quatro fis-cais que, com as bandeiras na mão, fizeram sinais e encaminharam-nos para a direita, mas não foram a tempo, porque eram duas mil pessoas na via pública”, apontou Chan Pou Si, da organização do evento.

Quanto à mini-maratona, “foi um erro dos sinaleiros (fiscais), que fizeram con-

JÁ estão confirmadas as quatro equipas que

vão jogar na próxima fase preliminar do Grande Pré-mio Mundial de voleibol feminino, uma competição da alçada da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). China, Holanda, Cuba e Bulgária comple-tam o rol de equipas que vão lutar por um lugar na final, a ser disputada de 28 de Agosto a 1 de Setembro

na cidade de Sapporo, no Japão.

Ao Hoje Macau, José Tavares, vice-presidente do Instituto do Desporto (ID) confirmou que neste mo-mento encontra-se na Suíça para decidir os últimos de-talhes da primeira jornada, que terá lugar no pavilhão do fórum de Macau. “Julgo que com este conjunto de equipas pode-se esperar uma enchente no pavilhão

do Fórum. O Dome está em obras e não há garantias que esteja tudo pronto a tempo. E como não é a final o Fórum dá conta do recado.”

Quanto à data do inicio da venda dos bilhetes ainda está por decidir. “Ainda estamos a acertar as coisas, só depois é que iremos avan-çar com mais pormenores quanto à venda dos bilhetes, através de uma conferência de imprensa.” - A.S.S.

Scolari escolhia Mourinho para melhor do mundoO seleccionador do Brasil, Luiz Felipe Scolari, não tem dúvidas que José Mourinho deveria ser eleito o melhor treinador do mundo e que Cristiano Ronaldo deveria receber a Bola de Ouro. “Escolhia Mourinho, porque considero que é um dos melhores treinadores do mundo e porque fez um excelente trabalho no FC Porto, Chelsea, Inter e agora no Real Madrid. Pela continuidade desse trabalho escolheria Mourinho”, afirmou Scolari, em declarações à FIFA. O seleccionador Brasil voltou a defender que Cristiano Ronaldo deveria conquistar este ano o prémio de melhor jogador do mundo: “Vi os jogos de todos, mas apenas trabalhei com Ronaldo e creio pela sua trajectória merece o prémio. Tem tido quatro ou cinco anos espectaculares e apenas ganhou por uma vez, porque sei como trabalha para melhorar e alcançar o objectivo de ser o melhor do mundo.”

ID aponta chuva e fiscais como causa para erros na maratona

“Em nome da organização pedimos desculpas”

Primeira jornada do Grande Prémio de Voleibol acontece em Agosto

Fórum recebe grandes nomes outra vez

Em vez de virarem à esquerda, viraram à direita. Foi este o erro que determinou que os atletas da Maratona Internacional de Macau corressem 45 em vez de 42 quilómetros. O Governo diz que os fiscais não tiveram tempo para evitar e prometeu mais formação, e apontam como causas a chuva e a alegada falta de conhecimento da pista pelos atletas

fusão com o percurso. Por causa do erro na primeira parte das provas, os atletas seguiram para o percurso errado e correram mais 1000 metros”.

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A organização “pede desculpas” pelo sucedido, garantindo que se tratou “de um imprevisto para todos os colaboradores”, “um caso raro”.

Para já, o ID espera poder “fazer melhor na organização das provas” e “resolver adequadamente esta questão. Vamos reunir com atletas locais para

ouvir as suas opiniões”, acrescentou.

FISCAIS COM FORMAÇÃOApesar das culpas não terem caído directamente

nos fiscais da pista, o ID assume que “não tiveram um trabalho aperfeiçoado, por isso nas próximas edições vamos ver como podemos melhorar os trabalhos. Há vários pontos que podem ser melhorados, e tem de ser aperfeiçoada a formação dos colaboradores”.

Chan Pou Si disse ainda que “por causa da chuva os trabalhos dos colaboradores ficaram dificultados” e cha-mou a atenção para o facto dos atletas, alegadamente, não terem tido conhecimento prévio do percurso. “Todos os atletas convidados devem conhecer (o percurso) antes da prova, mas desta vez, não se sabe porquê, apenas três atletas foram verificar o percurso e apenas um deles era atleta convidado. Talvez por causa disto a situação tenha acontecido.”

Para já, o ID garante que os resultados ficam como estão. “Mesmo no futebol e outros desportos quando há um erro o resultado não pode ser alterado. Vamos fazer o possível para dialogar com os atletas, proporcionando uma boa plataforma para partici-par em provas diferentes”.

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SALA 1KILLING THEM SOFTLY [C]Um filme de: Andrew DominikCom: Brad Pitt, Richard Jenkins, James Gandolfini14.30, 18.00, 19.45

COLD WAR [C](Falado em cantonês e legendado em chinês/inglês)Um filme de: Longman Leung, Sunny LukCom: Aaron Kwok, Andy Lau, Tony Leung Ka Fai, Eddie Peng16.15, 21.30

SALA 2LIFE OF PI [3D] [A]Um filme de: Ang LeeCom: Suraj Sharma, Gerard Depardieu14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3RISE OF THE GUARDIANS [3D] [A](Falado em cantonês)Um filme de: Peter Ramsey16.15, 18.00, 19.45

ALEX CROSS [C]Um filme de: Rob CohenCom: Tyler Perry, Matthew Fox, Jean Reno14.30, 21.30

KILLING THEM SOFTLY

terça-feira 4.12.2012 17www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi15:00 Debate das Linhas de Acção Governativa para 2013 - Área dos Transportes e Obras Públicas (Directo)20:00 Pedro Abrunhosa & Comité Cáviar20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Memória Chinesa22:15 Bocage23:00 TDM News23:30 Magazine Liga dos Campeões 00:00 Viagem ao Centro da Minha Terra00:45 Telejornal – Repetição01:15 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:40 Inovar é Fazer15:05 Sal na Língua15:30 AntiCrise16:00 Bom Dia Portugal 17:00 Decisão Final17:55 Vigança18:40 Best of Portugal19:15 Voo Directo20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:10 Portugal no Coração

30 - ESPN13:00 Great Ireland Run13:30 La Grande Sfida 15:30 Big 12 Conference Football Oklahoma State vs. Baylor18:30 Ultimate Football 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 World Championships (Italy) - Mens 21:00 The Football Review 2012-2013 21:30 Run Czech 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 AFF Suzuki Cup 2012 Philippines vs. Myanmar

31 - STAR Sports13:00 International Motorsport News 2012 14:00 V8 Supercars Championship Series 201216:00 Swiss Cup Grand Prix 19:00 1st Jet Ski Pro Asian Grand Prix

20:00 FIFA Beach Soccer World Cup 2013 Qualifiers France vs. Netherlands21:00 Golf Focus 201221:30 (LIVE) Score Tonight 201222:00 Inside WTCC22:30 Golf Focus 201223:00 Gawa Classic

40 - FOX Movies11:30 Colombiana13:20 Don’T Be Afraid Of The Dark

15:00 What’S Your Number?16:45 Kingdom Of Heaven19:10 Conan The Barbarian21:00 Drive Angry22:40 The Walking Dead23:30 The Chronicles Of Narnia: The Lion, The Witch And

41 - HBO12:00 Fast Five14:10 Disclosure16:15 The Color Of Money18:15 Waiting For “Superman”20:10 Sucker Punch22:00 Gladiator00:40 Boardwalk Empire

42 - Cinemax12:30 Semper Fi14:10 The Beast16:00 Force 10 From Navarone18:30 Number One With A Bullet20:25 Hard Luck22:00 Fallen00:00 True Blood00:50 Sniper: Reloaded

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JESUS CRISTO BEBIA CERVEJA • Afonso CruzUma pequena aldeia alentejana transforma-se em Je-rusalém graças ao amor de uma rapariga pela sua avó, cujo maior desejo é visitar a Terra Santa. Um professor paralelo a si mesmo, uma inglesa que dorme dentro de uma baleia, uma rapariga que lê westerns e crê que a sua mãe foi substituída pela própria Virgem Maria, são algumas das personagens que compõem uma história comovente e irónica sobre a capacidade de transformação do ser humano e sobre as coisas fundamentais da vida: o amor, o sacrifício, e a cerveja.

AS GRANDES PROFECIAS DA HISTÓRIA • Canal HistóriaO livro “As Grandes Profecias da História” apresenta os principais e mais famosos vaticínios da História da humanidade: profecias religiosas, bíblicas, profanas, de iluminados anónimos ou de ilustres personagens. Numa abordagem rigorosa mas acessível a alguns dos maiores mitos de sempre, este livro ajuda a compreender e a desmistificar muitas das questões que inquietam a humanidade.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Terem conhecimento. 2-Namoro, afecto. Concede. 3-Saliva viscose que corre da boca (pl.). Substância fecundante do vegetal. 4-Falta (Pref.). Andavamos. Afastado, único. 5-Orgão do aparelho urinário. Borras, sedimento. Qualquer fluido aeriforme. 6-Diz-se do dia que não é feridado. Saliva que escorre da boca. 7-Conciliava. Depile, descasque. 8-Que ainda não tem barba. 9-Outra coisa (Ant.). Colocaria. Tês. 10- Pau de substância plástica impregnada de carmim e por vezes aromatizada, com que as senhoras pintam os lábios. Parte superior do braço. 11-Exora, fala. Rio que banha Berna. Dança escocesa.VERTICAIS: 1-Planta terebintácea (Bras.) Assento, extremidade. 2-Uma das divindades dos indígenas da América do Norte. O ambiente doméstico. 3-Debaixo de. Saia muito curta. Tantálio (s.q.). 4-Lavrai. Asseado. 5-Graça (Fig.). Adianta, dá por bom. 6-Egoísmo. Choraminga (Fig.). Érbio (s.q.). 7-Género de plantas a que pertence a relva-dos-caminhos. Superior de certos conventos. 8-Repetições. Ingiram. 9-Extrema suavidade (Fig.). Antiga embarcação de baixo bordo. Bromo (s.q.). 1-Desmorone-se. O m. q. tris (Pref.). 11-Dolorosa. Recife circular de coral.

HORIZONTAIS: 1-G. SABEREM. P. 2-AMOR. U. CEDE. 3-BABAS. POLEN. 4-AN. IAMOS. SO. 5-RIM. LIA. GAS. 6-UTIL. A. BABA. 7-UNIA. PELE. 8-R. IMBERBE. A. 9-AL. PORIA. TT. 10-BATON. OMBRO. 11-ORA. AAR. RIL.VERTICAIS: 1-GABARU. RABO. 2-MANITU. LAR. 3-SOB. MINI. TA. 4-ARAI. LIMPO. 5-B. SAL. ABONA. 6-EU. MIA. ER. A. 7-R. POA. PRIOR. 8-ECOS. BEBAM. 9-MEL. GALE. BR. 10-DESABE. TRI. 11-PENOSA. ATOL

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoPORQUÊ AS SEITAS?Wan Kuok Koi finalmente saiu da prisão e voltou à sua vida normal, ou então vai continuar a sua vida especial, apesar de o “Dente Partido” já ter afirmado que não queria causar distúrbios à sociedade. Será que é desta que o documentário “Casino”, que retrata a sua vida, vai deixar de ser proibido em Macau? Apesar de ele ter referido aos jornalistas de Hong Kong, quando deixou a prisão de Coloane, eu acredito que ainda há indícios de seitas no casino e hotel New Century, dadas as últimas notícias sobre conflitos entre gangs. Às vezes ponho-me a imaginar como é que será o dia-a-dia dos vizinhos do “Dente Partido” daqui para a frente. Parece que é tudo como nos filmes, se bem que não gostava nada de poder vir a ser uma vítima das pequenas guerrilhas entre seitas. Dado existir essa possibilidade, pus-me a pesquisar. Na internet consta que Wan Kuok Koi está em quinto lugar na lista de seitas existentes na China, e vi também que ele pretende continuar ligado aos negócios dos casinos, dado que a família nunca desistiu de continuar os negócios enquanto ele esteve preso. Na mesma lista, surge outro nome que é uma lenda na indústria do jogo, Stanley Ho, que ocupa apenas o 17.º lugar. Contudo, as maiores seitas continuam a existir no Continente, e há mesmo uma que é contra o Exército Popular de Libertação e que gostaria de “fundar” uma nova China. Claro que quando o líder for apanhado o seu destino será, provavelmente, a morte. O que eu espero é que seja qual for a seita esta não venha a afectar a vida das pessoas normais. Devem concentrar-se nos seus negócios e espero que apenas nos dêem motivos para conversas banais, em que não aconteçam coisas sérias. Miau...

Pu Yi

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terça-feira 4.12.2012opinião18

Alfredo leitein Jornal de Notícias

UASE sempre pelas boas ra-zões, Portugal tem merecido destaque regular na concei-tuada “Monocle”, revista atenta a (quase) tudo o que se passa no nosso mundo. Na

edição que marca a transição de 2012 para 2013, fomos referidos pelo ridí-culo.

A publicação, que faz questão de se assumir como “um briefing sobre assuntos globais, negócios, cultura e design”, coloca Portugal em 23.º lugar do seu “Soft Power Survey” e perspectiva um certeiro e algo irónico futuro para o nosso país: “Será preciso mais do que lojas a vender pastéis de nata a nível mundial para transformar a imagem de Portugal”.

Ao invés do ministro-autor da paté-tica proposta para a internacionalização do país à base do franchising de um pastel (que ele pensa ser de excelência mundial), a revista refere no essencial os nossos links com os países da lusofonia (com Brasil e Angola no topo) como

Desconheço a cotação do ouro neste arranque de semana, mas sei o valor do silêncio do presidente da República. Os assessores de Cavaco, provavelmente, também ainda não o informaram da oscilação do valor do nobre metal, até porque não é crível que vão usar a mesma metáfora de gosto duvidoso num qualquer discurso que estejam a preparar para o chefe de Estado

Um país entre a ironia e o ridículo

Quma das vias para pularmos do atoleiro onde Álvaro Santos Pereira e outros que o antecederam nos meteram. Ao conseguir com que um relevante órgão de comunicação internacional retenha sobre o país a ideia peregrina de um governante que parece acreditar que o valor de um pastel se sobrepõe a tudo aquilo que Portugal foi, é, e, sobretudo, poderá ser, Álvaro teve apenas o mérito de internacionalizar o disparate.

O caso seria menos grave se o minis-tro estivesse só nesta cruzada. Mas não está. Outros há que o seguem trocando o disparate pela ironia.

Querer dizer eficazmente o con-trário do que se afirma é um exercício de retórica ao alcance de poucos e, por isso, manda o bom senso que a utilização desta técnica arriscada seja feita com peso, conta e medida. Em política, ironizar é uma arte discursiva ainda mais complexa e dominada por muito poucos, por exigir do emissor uma clarividência tal que permita ao receptor interpretar a mensagem sem qualquer margem para equívocos.

Ao desvalorizar ironicamente os seus silêncios quando, na verdade, os

pretende exaltar - como fez recente-mente Cavaco Silva -, o presidente da República voltou a enveredar por um caminho sinuoso que manifestamente não domina e que, de quando em vez, tem exposto o mais alto magistrado da nação. O ridículo é ainda maior quando o presidente da República as-

sume o papel de um qualquer António Sala radicado em Belém (do palácio e não dos pastéis exaltados por Álvaro Santos Pereira) e nos diz isto: “Todos sabem que o silêncio do presidente da República é de ouro. Hoje a cotação do ouro foi 1.730 dólares por onça, uma onça são 31 gramas, mais 1,7% do que a cotação do ouro naquele dia de Setembro em que a generalidade dos portugueses ficou a saber o significado da conjugação de três letras do alfabeto português: “tê, ésse, u” (TSU)”.

Desconheço a cotação do ouro neste arranque de semana, mas sei o valor do silêncio do presidente da República. Os assessores de Cavaco, provavelmente, também ainda não o informaram da oscilação do valor do nobre metal, até porque não é crível que vão usar a mesma metáfora de gosto duvidoso num qualquer discurso que estejam a preparar para o chefe de Estado. O que todos sabemos é que Cavaco tem mantido silêncios sobre assuntos em relação aos quais o queremos ouvir. Ou ler, se pretender optar por um ‘post’ no seu Facebook. Continuamos à espera.

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19opiniãoterça-feira 4.12.2012 www.hojemacau.com.mo

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à f lor da peleHelder Fernando

IApoiadas no apoio dado pelas estruturas governamentais, as associações lusófonas criadas em Macau têm feito mais pela divulgação da língua portuguesa e das di-ferenciadas culturas, actuais e tradicionais, dos respectivos países ou regiões, do que muitas reuniões a chamado alto nível. Por-que as associações estão no terreno, mesmo à distância mantêm permanente contacto com esses países que, de algum modo, aqui representam, sabem dos movimentos culturais que nascem, o que eles significam e representam musicalmente, literariamente, no mundo das artes, das ciências, do desporto e até da política - não sendo necessariamente política nem empresarial, penso, a vocação destas associações.

Nota prévia em antecipação ao que fica escrito a seguir neste parágrafo: sou associado e pertenço aos corpos sociais da AAM, embora o meu contributo seja humilde. O que a Associação dos Amigos de Moçambique realizou publicamente na semana passada, um Ciclo de Cinema Mo-çambicano, trazendo o director do organismo que tutela oficialmente o cinema naquele país, um cineasta e etnomusicólogo, e uma realizadora representando a nova geração de cineastas moçambicanos, é, em conjunto com iniciativas de outras associações, mais uma demonstração do grau de exigência que o movimento associativo lusófono deve ter e tem, no exercício das suas actividades em Macau.

E o mais que tem sido realizado com esforço, entusiasmo e competência pelas associações dos países de língua portuguesa. Quem entender observar com atenção e reti-rar conclusões que o faça e, se for o caso, que seja consequente. Acho que Pequim observa.

IIAnuncia-se uma medalha oficial para a se-lecção de Macau de hóquei em patins, que repetidamente conquista o título de Campeã da Ásia, e que no Mundial B, este ano dispu-tado no Uruguai, voltou a ter comportamento muito digno. Uma modalidade que tem vin-do, ano após ano, com o símbolo da RAEM ao peito, a dar títulos internacionais sob a Bandeira que representa Macau no mundo.

Uma modalidade praticamente sem condições em Macau, vejam lá, para for-mar os seus miúdos e jovens, sem espaço específico para desenvolver os treinos, quase sem nada. Com devoção, essa sim; com empenho, esse sim; com elevada competência, essa sim. Com ingratidão por parte de quem devia olhar com outros olhos e outro sentido ético-desportivo, os

A medalha atribuída à selecção de hóquei em patins de Macau tem de ter consequência. O que faz falta é do conhecimento mais que perfeito, ano após ano, dos decisores na matéria. O que lhes falta para serem coerentes e actuarem em conformidade? Se for em virtude da medalha que agora chega, então que venha a medalha sobre rodas, mas também o resto

Medalha sobre rodas

bravos que internacionalmente honram esta região, neste caso através do desporto. A medalha atribuída à selecção de hóquei em patins de Macau tem de ter consequência. O que faz falta é do conhecimento mais que perfeito, ano após ano, dos decisores na matéria. O que lhes falta para serem coerentes e actuarem em conformidade? Se for em virtude da medalha que agora chega, então que venha a medalha sobre rodas, mas também o resto.

IIINo mundo cada vez mais global, olha-se para a Europa com temor. Alguns reais e tarimbados conhecedores da China e do Oriente, sugerem que a crise também está chegando por aqui, andando a ser disfarçada. Na generalidade, os especialistas que con-cluem assim, esperam que a inteligência, o pragmatismo e a sabedora chinesas travem os horrores que estão a ser vividos na Europa. Os governantes mentem, falseiam quase tudo, fazem declarações ambíguas umas, terroristas outras.

Os agentes das governanças europeias interrogam-se sobre os porquês da existência de manifestações participadas por milhões e milhões de pessoas em vários países eu-ropeus simultaneamente.

Por seu lado, os manifestantes inter-rogam sobre os porquês de alguma banca privada e muitos dos seus crimes, serem alimentados com o sacrificar medonho das pessoas, os contribuintes. Eles não sabem nem sonham, o que lhes vai custar as loucuras que andam provocando. A eles e, afinal, a todos. Para além de que tam-bém há várias “Catalunhas” espalhadas pela Europa.

Por um dia qualquer, em vez de manifes-tações simultâneas com palavras de ordem semelhantes, com cartazes semelhantes, tal-vez tenham indesejáveis ondas de violência semelhante. Então será tarde.

IVPreocupa-nos o roubo nas reformas dos que trabalharam uma vida.

Preocupa-nos os jovens que têm de se ma-quilhar várias vezes aos dia, socorrendo-se

da prostituição para sobreviverem e darem sustento a familiares.

Preocupa-nos os adolescentes que mes-mo com cursos técnicos ou superiores, não têm qualquer possibilidade de serem úteis aos países onde nasceram, por culpa das governanças incompetentes e por vezes criminosas..

Preocupa-nos a segurança dos cidadãos cada vez mais ameaçada. A delinquência cada vez a alastrar mais, a criminalidade cada vez mais violenta. A repressão sobre quem sofre e protesta, cada vez mais brutal. Como nos tempos das ditaduras policiais e militares.

Preocupa-nos alguém ser agredido e preso por roubar um pacote de leite ou de arroz, enquanto os ladrões de milhões se pa-voneiam impunemente, de sorriso sarcástico nos cantos babados dos lábios.

Preocupa-nos que cresça a xenofobia e o racismo, nas fronteiras, em várias insti-tuições e estabelecimentos, até no desporto.

Preocupa-nos que se alastre o mau hábito de os políticos profissionais no poder não darem respostas inteligentes nem verdadei-ras nem atempadas.

Preocupa-nos os parasitas chicos--espertos, bufos veniais, sustentados por poderes públicos, mas também muitas vezes semi-ocultos, nas repartições pú-blicas, nos clubes desportivos, nos meios de comunicação social, nas instituições religiosas. Formam um dos cancros da sociedade.

VPor via de uma maratona internacional, convidam atletas para darem às pernas de madrugada, esteja frio ou caia chuva, por causa do trânsito na ponte. Encerram a ci-dade durante grande parte dos quatro dias de ensaios e provas, por causa do Grande Prémio. Porventura por ser mais chique, mostrar mais louros, não necessariamente ao pescoço de africanos?

E ninguém para os guiar na caminhada corrida? Ninguém para evitar que tivessem de correr mais uns quilómetros suplemen-tares para além dos estabelecidos numa maratona?

VIA indigência é um mal universal, sabemos. Os políticos corruptos e incompetentes também. Vendem-se até alguém os mandar parar e enviá-los para o caixote do lixo. Valha-nos deles a Santa Bárbara - é hoje o seu dia! - padroeira dos artilheiros, dos mineiros, de tanta gente e de tantas coisas que envolvam o perigo de morte.

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terça-feira 4.12.2012www.hojemacau.com.mo

EUA Texas quer independênciaO Texas pretende a independência do estado face à reeleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos e mais de 100 mil cidadãos já assinaram uma petição para que tal aconteça. Com os texanos estão 20 estados que apoiam a petição de independência, sendo a maioria deles pertencentes ao sul dos EUA, zona conservadora. O Alabama, Arkansas, Colorado, Flórida, Mississippi, Missouri e Luisiana são alguns desses estados que se mostram contra a reeleição de Obama. A petição pode ser assinada na página da Casa Branca por qualquer pessoa com mais de 13 anos. Até esta segunda-feira, 118.410 tinha assinado o documento que pede a desanexação pacífica do estado. Quando chegar às 125 mil, o Governo terá de responder à petição.

24,2% dos europeus sob ameaça de pobrezaDe acordo com o Eurostat, a agência de estatísticas europeia, 119,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 24,2% da população dos 27 países da União Europeia, estavam sob ameaça de pobreza ou exclusão social em 2011, contra 23,4% em 2010. Em Portugal, a percentagem situou-se nos 24,4%, abaixo das registadas em 2010 (25,3%) e em 2008 (26%). As percentagens mais elevadas de risco encontram-se na Bulgária (49%), na Roménia e Letónia (40%) e na Grécia (31%). As mais baixas verificam-se na República Checa (15%), na Suécia e na Holanda (16%), na Áustria e no Luxemburgo (17%). Para o apurar dos resultados, o estudo tem em conta três formas de exclusão: o risco de pobreza, as carências materiais graves, a reduzida intensidade de trabalho. No total da União Europeia, 17% estão em risco de pobreza, 9% em situação de carências materiais graves e 10% vivem com reduzida intensidade de trabalho.

A culpa é do machadoUm palestiniano foi morto por agentes israelitas esta segunda-feira na Cisjordânia, no seguimento de um acidente de trânsito. De acordo com a polícia israelita, o homem bateu com o carro contra um jipe do exército. Saiu da viatura com um machado, tendo sido abatido a tiro. Dois passageiros do jipe ficaram feridos no incidente e testemunhas disseram que após a colisão, o homem se aproximou dos israelitas, acertando na cabeça de um e no ombro de outro com um “objecto cortante”. Acabou por ser morto. As tensões na Cisjordânia têm aumentado desde o conflito de oito dias entre Israel e Gaza no final do mês passado e a vitória diplomática da Palestina na ONU, com o reconhecimento de Estado-não membro.

Demitida direcçãoda televisão públicaO Governo de São Tomé e Príncipe, liderado pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada, demitiu a direcção da Televisão são-tomense (TVS) e nomeou uma nova comissão provisória para um período de 45 dias. Maximino Carlos é o novo director interino da TVS. A demissão ficou assegurada pelo despacho conjunto do primeiro-ministro e pelo ministro secretário-geral do Governo, Afonso Varela, que tutela a comunicação social. O Executivo justificou a decisão com a “insuportável situação prevalecente na estação”. Segundo o governo, a TVS vive “uma situação geradora de elevado grau de indisciplina, demando e desordem”.

Bento XVI lança Twitter em portuguêsFoi esta segunda-feira de manhã lançado o twitter oficial do Papa Bento XVI. O nome escolhido para a conta foi @Pontifex_pt para a versão em português, sendo que há também a versão espanhola, alemã, inglesa. Uma imagem de Bento XVI recebe o utilizador, mas ainda não foi postada qualquer mensagem.

Imigrantes aumentam nos países da OCDEO número de imigrantes dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aumentou um terço na última década, diz um relatório da entidade. Segundo a OCDE, cerca de 110 milhões de imigrantes viviam nos 34 países membros em 2008/ 2010, o equivalente a 9 por cento da população. A Espanha é um dos casos, com um aumento de um terço dos imigrantes numa década, o que representa 14 por cento da população total. Em 2010, a Espanha registava 6,5 milhões de imigrantes, o mesmo que o Canadá e superior à Austrália. Na Irlanda e Islândia o número de imigrantes duplicou desde 2000. Segundo o estudo, mais de um terço dos imigrantes residentes nos países ricos vivem nos Estados Unidos. A Alemanha é o segundo país com mais imigrantes, com quase 10 por cento do total da OCDE.

Sinopec diz que relação com Galp Energia é “exemplar”

Caminhando lado a lado

car toon por Steff

A maior empresa chine-sa, a Sinopec, consi-dera “exemplar” a sua relação com a Galp

Energia e está aberta a novas parcerias, designadamente no espaço lusófono, realçou hoje o presidente da companhia portu-guesa, Manuel Ferreira de Oli-veira. “Não estou a desvalorizar outras parcerias, mas não há nada que eu possa criticar em relação à atitude dos chineses connosco e a avaliação que eles fazem do trabalho connosco, como um vice-presidente da Sinopec fez hoje questão de referir, é, simplesmente, exemplar”, disse Ferreira de Oliveira à agência Lusa em Pequim.

“Eles manifestam-se sis-

tematicamente abertos para fazerem noutras geografias, designadamente nas geografias da lusofonia, as parcerias que nós entendermos para desen-volver grandes projectos”, acrescentou.

O presidente da Galp Ener-gia encontra-se em Pequim para participar numa conferência in-ternacional de dois dias sobre o investimento externo da China, designadamente na América Latina.

Há cerca de um ano, através de um aumento de capital da Petrogal Brasil, a Sinopec con-cordou investir 5,2 mil milhões de dólares naquela empresa do grupo Galp Energia, ficando com 30% do seu capital.

A Sinopec ocupa o 5º lugar na lista das 500 maiores empresas do mundo elaborada anualmente pela revista Fortune. A compa-nhia portuguesa, que detém 70% da Petrogal Brasil, gere hoje 45 parcerias em quinze países de quatro continentes e segundo Ferreira de Oliveira, “a melhor referência da Galp Energia é dada pelos seus parceiros”. “Em todos os projectos temos um relacionamento estruturado, profissional, respeitoso e sempre agregando valor. Uma empresa da nossa dimensão só tem su-cesso se souber construir boas parcerias”, afirmou o presidente da Galp Energia.

Foi essa, também, uma das principais ideias que Ferreira de Oliveira defendeu na referi-da conferência, que decorre até terça-feira em Pequim. “Não há empresas grandes nem peque-nas: há empresas isoladas e em-presas que sabem fazer parcerias. A única maneira de um pequeno país ou de empresa se globalizar é através de parcerias”, disse.

Ferreira de Oliveira insistiu igualmente que os projectos na área energia e sobretudo no domínio do petróleo e gás “são muito intensivos em tecnologia e capital”, que requerem “muito bom relacionamento” com os países onde se desenvolvem e a constituição de parcerias. “São praticamente inexistentes os projectos feitos por uma só empresa”, salientou o presidente da Galp Energia.

DE VOLTA À ESTACA ZERO