apostila area i - terraplenagem

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  • 5/26/2018 Apostila Area i - TERRAPLENAGEM

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

    IDA AGNER DE FARIA MILLO

    ANLISE DE ESPECIFICAES DE ATERRO E CORRELAO ENTRE CBR E

    CAPACIDADE DE CARGA EM SOLOS COMPACTADOS

    CURITIBA

    2012

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    IDA AGNER DE FARIA MILLO

    ANLISE DE ESPECIFICAES DE ATERRO E CORRELAO ENTRE CBR E

    CAPACIDADE DE CARGA EM SOLOS COMPACTADOS

    Dissertao apresentada como requisito parcial obteno do grau de Mestre em Engenharia daConstruo Civil, no Programa de Ps-Graduaoem Engenharia de Construo Civil, Setor deTecnologia, Universidade Federal do Paran. reade concentrao: Geotecnia.

    Orientador: Prof. Dr. Ney Augusto Nascimento

    CURITIBA

    2012

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    Millo, Ida Agner de FariaAnlise de especificaes de aterro e correlao entre CRB e

    capacidade de carga em solos compactados / Ida Agner De Faria Millo. Curitiba, 2012.

    175 f. : il., tab, graf.

    Dissertao (Mestrado) Universidade Federal do Paran, Setor deTecnologia, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de ConstruoCivil.

    Orientador: Ney Augusto Nascimento

    1. Solos - Umidades. 2. Aterros. 3. Solos - Compactao. I.Nascimento, Ney Augusto. II. Ttulo.

    CDD 624.151363

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    TERMO DE APROVAO

    IDA AGNER DE FARIA MILLO

    ANLISE DE ESPECIFICAES DE ATERRO E CORRELAO ENTRE CBR E

    CAPACIDADE DE CARGA EM SOLOS COMPACTADOS

    Dissertao aprovada como requisito parcial para obteno do grau de Mestre noPrograma de Ps-Graduao em Engenharia de Construo Civil, Setor de

    Tecnologia da Universidade Federal do Paran, pela seguinte banca examinadora:

    _____________________________________Prof. Dr. Ney Augusto NascimentoOrientador Programa de Ps-Graduao em Engenharia de

    Construo Civil da UFPR

    _____________________________________Prof. Dr. Sidnei Helder Cardoso TeixeiraPrograma de Ps-Graduao em Engenharia de Construo Civil daUFPR

    _____________________________________Prof. Dr. Rogrio Francisco Kuster PuppiDepartamento Acadmico de Construo Civil da UTFPR

    Curitiba, 06 de agosto de 2012.

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    Dedico este trabalho aos meus trs filhos, queapesar da pouca idade, tiveram sua carreiraacadmica iniciada ao presenciarem commaturidade a construo do saber ao lado desua me, durante o desenvolvimento deste

    trabalho.

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    AGRADECIMENTOS

    Muito obrigada a Deus, Senhor que meu protetor e guia sempre presente,

    fortalecendo minhas energias e revigorando a minha f quando me sinto cansada.

    Meus agradecimentos famlia, amigos e colegas que de alguma maneira

    contriburam nesse processo de amadurecimento cientfico. Um obrigado em

    especial para a minha me, meu marido e s minhas colaboradoras do lar que

    cuidaram dos meus filhos para que eu pudesse evoluir profissional e

    intelectualmente com a presente oportunidade. Meus sinceros agradecimentos

    COPEL, ao LACTEC e ao meu orientador, Professor Ney, pela confiana em mimdepositada. Por fim, um especial agradecimento ao Professor Sidnei Teixeira e ao

    Professor Rogrio Puppi pela disposio em fazer parte da banca examinadora,

    contribuindo para os encaminhamentos finais do trabalho aqui proposto.

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    Obstculo aquilo que voc enxerga, quando

    tira os olhos do seu objetivo. Henry Ford

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    RESUMO

    Parmetros de controle tais como teor de umidade e valores de CBR foram

    estabelecidos em obras de subestao de energia, com objetivo de assegurar

    capacidade de suporte e recalques adequados de aterros. O CBR mnimo adotado,

    igual a 10%, foi tomado como aceitvel e diversas obras realizadas nos ltimos anos

    tm demonstrado bom desempenho. O objetivo do presente estudo foi verificar a

    pertinncia de tais parmetros especificados, por meio de testes de campo (provas

    de carga sobre placa) e em laboratrio (cisalhamento direto, adensamento, CBR e

    caracterizao do solo), focando aterros executados em alguns locais do Estado do

    Paran. Tentativas de correlacionar os valores de CBR com alguns parmetrosgeotcnicos mais representativos de capacidade de suporte foram feitas e

    concluses so apresentadas, mostrando tendncias razoveis entre CBR e

    coeficiente de recalque, por exemplo, em especial para solos mais arenosos.

    Palavras-chave:Aterros. Parmetros de solo. Correlaes. CBR.

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    ABSTRACT

    Some common geotechnical parameters, such as water content and CBR value,

    were tentatively established to help provide adequate support and settlement fill

    behavior for electric substation structures. A minimum CBR adopted by an electric

    power company, equal to 10%, has been used for some time and was checked in

    real works. The objective of the present study was to verify the correctness of such

    simple specification by means of field plate load tests and laboratory tests

    (consolidation, direct shear, compaction, CBR and soil characterization),

    emphasizing such structures built in a few sites around Paran State. Attempts to

    correlate CBR values with other considered more representative geotechnicalparameters of fills were made and some conclusions are presented, showing so far

    reasonable tendency between CBR and deformation modulus, as well as with

    bearing capacity, for example, mainly for sandy soils.

    Key-words:Fills. Soil parameters. Correlations. CBR.

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 ESTRUTURA DOS SOLOS COMPACTADOS, SEGUNDO

    PROPOSIO DE LAMBE. ...................................................................................... 24

    FIGURA 2 CURVA DE COMPACTAO. ............................................................. 25

    FIGURA 3 CARTA DE PLASTICIDADE. ................................................................ 34

    FIGURA 4 MECANISMO DE RUPTURA CONSIDERADO POR TERZAGHI. ....... 39

    FIGURA 5 DIAGRAMA DA PROVA DE CARGA EM PLACA. ................................ 42

    FIGURA 6 INTERPRETAO DE RESULTADOS DE PROVAS DE CARGA

    CASOS TPICOS. ..................................................................................................... 43

    FIGURA 7 MODELO FSICO DO ENSAIO DE CBR. ............................................. 45

    FIGURA 8 RELAO ENTRE VALORES CALCULADOS E OBTIDOS

    EXPERIMENTALMENTE. ......................................................................................... 51

    FIGURA 9 CORRELAO ENTRE O COEFICIENTE DE RECALQUE (k2) E O

    CBR. .......................................................................................................................... 53

    FIGURA 10 COMPARATIVO ENTRE OS MTODOS DE TESTES DE

    DENSIDADE DE CAMPO. ........................................................................................ 59

    FIGURA 11 ESQUEMA DE REAO UTILIZADO NAS PROVAS DE CARGA. ... 65FIGURA 12 MAPA DE COLETA DAS AMOSTRAS. .............................................. 71

  • 5/26/2018 Apostila Area i - TERRAPLENAGEM

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    LISTA DE GRFICOS

    GRFICO 1 - PROVA DE CARGA SE SANTA MNICA. ........................................ 75

    GRFICO 2 PROVA DE CARGA SE POSTO FISCAL. ........................................ 75

    GRFICO 3 PROVA DE CARGA SE PRUDENTPOLIS. ..................................... 76

    GRFICO 4 PROVA DE CARGA SE VILA CARLI. ................................................ 76

    GRFICO 5 PROVA DE CARGA SE DJP. ............................................................ 77

    GRFICO 6 PROVA DE CARGA SE ALTNIA. .................................................... 77

    GRFICO 7 CORRELAO ENTRE O COEFICIENTE DE RECALQUE (k2) E

    CBR PARA TODOS OS SOLOS DAS PROVAS DE CARGA. ............................... 85

    GRFICO 8 CORRELAO ENTRE O COEFICIENTE DE RECALQUE (k2) ECBR PARA MESMA CLASSIFICAO ABNT. ...................................................... 86

    GRFICO 9 CORRELAO ENTRE NDICE DE GRUPO (IG) E CBR TODAS

    AS AMOSTRAS DAS PROVAS DE CARGA............................................................. 86

    GRFICO 10 CORRELAO ENTRE NDICE DE GRUPO (IG) E CBR TODAS

    AS AMOSTRAS DA PESQUISA. .............................................................................. 87

    GRFICO 11 CORRELAO ENTRE NDICE DE GRUPO (IG) E CBR TODAS

    AS AMOSTRAS COM UMIDADE EM TORNO DA UMIDADE TIMA. ..................... 87

    GRFICO 12 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR

    TODAS AS AMOSTRAS DAS PROVAS DE CARGA. .............................................. 88

    GRFICO 13 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR

    TODAS AS AREIAS DAS PROVAS DE CARGA. ..................................................... 88

    GRFICO 14 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR

    TODAS AS AREIAS DAS PROVAS DE CARGA, DE MESMA CLASSIFICAO

    ABNT. ........................................................................................................................ 89

    GRFICO 15 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR

    TODAS AS AMOSTRAS DA PESQUISA. ................................................................. 89

    GRFICO 16 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR

    TODAS AS AMOSTRAS DA PESQUISA COM UMIDADE EM TORNO DA TIMA. 90

    GRFICO 17 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR

    TODAS AS AREIAS DA PESQUISA. ........................................................................ 90

    GRFICO 18 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR TODAS AS AREIAS DA PESQUISA (RECOMPACTADA E INDEFORMADA). ........ 91

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    GRFICO 19 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR

    TODAS AS ARGILAS DA PESQUISA. ..................................................................... 91

    GRFICO 20 CORRELAO ENTRE TENSO ADMISSVEL (s) E O CBR

    TODAS AS ARGILAS, DE MESMA CLASSIFICAO ABNT, DA PESQUISA

    (RECOMPACTADA E INDEFORMADA). .................................................................. 92

    GRFICO 21 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE SANTA

    MNICA. ................................................................................................................. 108

    GRFICO 22 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE POSTO

    FISCAL. ................................................................................................................... 108

    GRFICO 23 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE

    PRUDENTPOLIS. ................................................................................................. 109

    GRFICO 24 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE VILA CARLI.

    ................................................................................................................................ 109

    GRFICO 25 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE DIST. IND.

    DE SO JOS DOS PINHAIS. ............................................................................... 110

    GRFICO 26 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE ALTNIA.

    ................................................................................................................................ 110

    GRFICO 27 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE CAMPOMOURO. ............................................................................................................... 111

    GRFICO 28 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE

    JAGUARIAIVA. ........................................................................................................ 111

    GRFICO 29 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE PATO

    BRANCO. ................................................................................................................ 112

    GRFICO 30 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE PONTA

    GROSSA SUL. ........................................................................................................ 112GRFICO 31 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE UNIO DA

    VITRIA. ................................................................................................................. 113

    GRFICO 32 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA SE TANGAR

    ARAPONGAS. ......................................................................................................... 113

    GRFICO 33 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE CASCAVEL

    OESTE. ................................................................................................................... 114

    GRFICO 34 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE TAMOIO. 114GRFICO 35 CURVA DE DISTRIBUIO GRANULOMTRICA - SE

    MANDACARU. ........................................................................................................ 115

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    GRFICO 36 CURVA DE COMPACTAO - SE SANTA MNICA. .................. 115

    GRFICO 37 CURVA DE COMPACTAO - SE POSTO FISCAL. .................... 116

    GRFICO 38 CURVA DE COMPACTAO - SE PRUDENTPOLIS. ............... 116

    GRFICO 39 CURVA DE COMPACTAO - SE VILA CARLI. .......................... 117

    GRFICO 40 CURVA DE COMPACTAO - SE DIST. IND. DE SO JOS DOS

    PINHAIS. ................................................................................................................. 117

    GRFICO 41 CURVA DE COMPACTAO - SE ALTNIA. .............................. 118

    GRFICO 42 CURVA DE COMPACTAO - SE CAMPO MOURO. ............... 118

    GRFICO 43 CURVA DE COMPACTAO - SE JAGUARIAIVA. ...................... 119

    GRFICO 44 CURVA DE COMPACTAO - SE PATO BRANCO. .................... 119

    GRFICO 45 CURVA DE COMPACTAO - SE PONTA GROSSA SUL. ......... 120

    GRFICO 46 CURVA DE COMPACTAO - SE UNIO DA VITRIA. ............. 120

    GRFICO 47 CURVA DE COMPACTAO - SE TANGAR ARAPONGAS. ..... 121

    GRFICO 48 CURVA DE COMPACTAO - SE CASCAVEL OESTE. ............. 121

    GRFICO 49 CURVA DE COMPACTAO - SE TAMOIO. ................................ 122

    GRFICO 50 CURVA DE COMPACTAO - SE MANDACARU. ....................... 122

    GRFICO 51 ISC E EXPANSO - SE CAMPO MOURO. ................................. 123

    GRFICO 52 CURVA DE COMPACTAO DO ENSAIO DE ISC - SE CAMPOMOURO. ............................................................................................................... 123

    GRFICO 53 ISC E EXPANSO - SE JAGUARIAIVA. ....................................... 124

    GRFICO 54 CURVA DE COMPACTAO DO ENSAIO DE ISC - SE

    JAGUARIAIVA. ........................................................................................................ 124

    GRFICO 55 ISC E EXPANSO - SE PATO BRANCO. ..................................... 125

    GRFICO 56 CURVA DE COMPACTAO DE ENSAIO DE ISC - SE PATO

    BRANCO. ................................................................................................................ 125GRFICO 57 ISC E EXPANSO - SE PONTA GROSSA SUL. ........................... 126

    GRFICO 58 CURVA DE COMPACTAO DO ENSAIO DE ISC - SE PONTA

    GROSSA SUL. ........................................................................................................ 126

    GRFICO 59 ISC E EXPANSO - SE UNIO DA VITRIA................................ 127

    GRFICO 60 CURVA DE COMPACTAO DO ENSAIO DE ISC - SE UNIO DA

    VITRIA. ................................................................................................................. 127

    GRFICO 61 ISC E EXPANSO - SE TANGAR ARPONGAS. ......................... 128

    GRFICO 62 CURVA DE COMPACTAO DO ENSAIO DE ISC - SE TANGAR

    ARAPONGAS. ......................................................................................................... 128

  • 5/26/2018 Apostila Area i - TERRAPLENAGEM

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    GRFICO 63 ISC E EXPANSO - SE CASCAVEL OESTE. ............................... 129

    GRFICO 64 CURVA DE COMPACTAO DO ENSAIO DE ISC - SE CASCAVEL

    OESTE. ................................................................................................................... 129

    GRFICO 65 ISC E EXPANSO - SE TAMOIO. ................................................. 130

    GRFICO 66 CURVA DE COMPACTAO DO ENSAIO DE ISC - SE TAMOIO.

    ................................................................................................................................ 130

    GRFICO 67 ISC E EXPANSO - SE MANDACARU. ........................................ 131

    GRFICO 68 CURVA DE COMPACTAO DO ENSAIO DE ISC - SE

    MANDACARU. ........................................................................................................ 131

    GRFICO 69 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE SANTA MNICA. ............ 132

    GRFICO 70 TENSO X DESLOCAMENTO - SE SANTA MNICA. ................. 132

    GRFICO 71 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE POSTO FISCAL. ............. 133

    GRFICO 72 TENSO X DESLOCAMENTO - SE POSTO FISCAL. .................. 133

    GRFICO 73 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE PRUDENTPOLIS. ......... 134

    GRFICO 74 TENSO X DESLOCAMENTO - SE PRUDENTPOLIS. ............. 134

    GRFICO 75 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE VILA CARLI. .................... 135

    GRFICO 76 TENSO X DESLOCAMENTO - SE VILA CARLI. ......................... 135

    GRFICO 77 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE DIST. IND. DE SO JOSDOS PINHAIS. ........................................................................................................ 136

    GRFICO 78 TENSO X DESLOCAMENTO - SE DIST. IND. DE SO JOS DOS

    PINHAIS. ................................................................................................................. 136

    GRFICO 79 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE ALTNIA. ........................ 137

    GRFICO 80 TENSO X DESLOCAMENTO - SE ALTNIA. ............................. 137

    GRFICO 81 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE CAMPO MOURO. ......... 138

    GRFICO 82 TENSO X DESLOCAMENTO - SE CAMPO MOURO. .............. 138GRFICO 83 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE JAGUARIAIVA. ................ 139

    GRFICO 84 TENSO X DESLOCAMENTO - SE JAGUARIAVA. .................... 139

    GRFICO 85 ENVOLTRIA DE RESISTCIA - SE PATO BRANCO. ................ 140

    GRFICO 86 TENSO X DESLOCAMENTO - SE PATO BRANCO. .................. 140

    GRFICO 87 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE PONTA GROSSA SUL. ... 141

    GRFICO 88 TENSO X DESLOCAMENTO - SE PONTA GROSSA SUL......... 141

    GRFICO 89 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE UNIO DA VITRIA. ....... 142

    GRFICO 90 TENSO X DESLOCAMENTO - SE UNIO DA VITRIA. ........... 142

  • 5/26/2018 Apostila Area i - TERRAPLENAGEM

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    GRFICO 91 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE TANGAR ARAPONGAS.

    ................................................................................................................................ 143

    GRFICO 92 TENSO X DESLOCAMENTO - SE TANGAR ARAPONGAS. ... 143

    GRFICO 93 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE CASCAVEL OESTE. ....... 144

    GRFICO 94 TENSO X DESLOCAMENTO - SE CASCAVEL OESTE. ............ 144

    GRFICO 95 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE TAMOIO. ......................... 145

    GRFICO 96 TENSO X DESLOCAMENTO - SE TAMOIO. .............................. 145

    GRFICO 97 ENVOLTRIA DE RESISTNCIA - SE MANDACARU. ................ 146

    GRFICO 98 TENSO X DESLOCAMENTO - SE MANDACARU. ..................... 146

    GRFICO 99 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA -

    SE SANTA MNICA. .............................................................................................. 147

    GRFICO 100 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE POSTO FISCAL. ............................................................................................. 147

    GRFICO 101 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE PRUDENTPOLIS. ......................................................................................... 148

    GRFICO 102 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE CARLI. ............................................................................................................. 148

    GRFICO 103 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA- SE DIST. IND. DE SO JOS DOS PINHAIS. ..................................................... 149

    GRFICO 104 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE ALTNIA. ........................................................................................................ 149

    GRFICO 105 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENS VERTICAL EFETIVA -

    SE CAMPO MOURO. ........................................................................................... 150

    GRFICO 106 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE PATO BRANCO. ............................................................................................. 150GRFICO 107 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE PONTA GROSSA SUL. ................................................................................... 151

    GRFICO 108 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE UNIO DA VITRIA. ....................................................................................... 151

    GRFICO 109 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE TANGAR ARAPONGAS. .............................................................................. 152

    GRFICO 110 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE CASCAVEL OESTE. ....................................................................................... 152

  • 5/26/2018 Apostila Area i - TERRAPLENAGEM

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    GRFICO 111 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO VERTICAL EFETIVA

    - SE TAMOIO. ......................................................................................................... 153

    GRFICO 112 CURVA NDICE DE VAZIOS x LOG TENSO EFETIVA - SE

    MANDACARU. ........................................................................................................ 153

  • 5/26/2018 Apostila Area i - TERRAPLENAGEM

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1 CORRELAO ENTRE SPT E A CONSISTNCIA DAS ARGILAS E

    SILTES ARGILOSOS. ............................................................................................... 33

    TABELA 2 FATORES DE CAPACIDADE DE CARGA. .......................................... 40

    TABELA 3 FATORES DE FORMA. ........................................................................ 41

    TABELA 4 CORRELAO PROVVEL ENTRE CBR E CLASSIFICAO HRB. 47

    TABELA 5 CORRELAO PROVVEL ENTRE CBR E CLASSIFICAO

    UNIFICADA. .............................................................................................................. 47

    TABELA 6 CORRELAO PROVVEL ENTRE CBR E IG................................... 49

    TABELA 7 OUTRA CORRELAO PROVVEL ENTRE CBR e IG. .................... 50

    TABELA 8 - CORRELAO CBR (%) x k (kgf/cm2/cm) ........................................... 53

    TABELA 9 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE GRANULOMETRIA E

    CLASSIFICAO ABNT DAS AMOSTRAS INDEFORMADAS. ............................... 72

    TABELA 10 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CARACTERIZAO E

    COMPACTAO DAS AMOSTRAS INDEFORMADAS. .......................................... 73

    TABELA 11 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE NDICE DE SUPORTE

    CALIFRNIA (CBR) DAS AMOSTRAS INDEFORMADAS. ...................................... 73TABELA 12 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CISALHAMENTO DIRETO DAS

    AMOSTRAS INDEFORMADAS. ............................................................................... 74

    TABELA 13 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE ADENSAMENTO DAS

    AMOSTRAS INDEFORMADAS. ............................................................................... 74

    TABELA 14 RESULTADOS DOS DADOS DAS PROVAS DE CARGA. ................ 74

    TABELA 15 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE GRANULOMENTRIA E

    CLASSIFICAO ABNT DAS AMOSTRAS DEFORMADAS. ................................... 78TABELA 16 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE NDICE DE SUPORTE

    CALIFRNIA (CBR) DAS AMOSTRAS DEFORMADAS. FONTE: o autor. .............. 79

    TABELA 17 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CARACTERIZAO E

    COMPACTAO DAS AMOSTRAS DEFORMADAS. .............................................. 80

    TABELA 18 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CISALHAMENTO DIRETO DAS

    AMOSTRAS DEFORMADAS. ................................................................................... 80

    TABELA 19 RESULTADOS DOS ENSAIOS DE ADENSAMENTO DAS

    AMOSTRAS DEFORMADAS. ................................................................................... 80

    TABELA 20 VALORES DE TENSO ADMISSVEL (s) OBTIDAS. ...................... 82

  • 5/26/2018 Apostila Area i - TERRAPLENAGEM

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    TABELA 21 VALORES DE CBR e COEFICIENTES DE RECALQUE (k2) DAS

    SUBESTAES. ...................................................................................................... 85

    TABELA 22 RESUMOS DOS ENSAIOS SOLICITADOS PELAS NORMAS ABNT,

    DNIT E PELA CONCESSIONRIA. .......................................................................... 93

    TABELA 23 RESUMO DOS PARMETROS ESPECIFICADOS PELAS NORMAS

    ABNT E DNIT EM RELAO AOS PARMETROS CONSTANTES NAS

    ESPECIFICAES DA CONCESSIONRIA. ........................................................... 95

    TABELA 24 QUANTIDADE DE AMOSTRAS ESPECIFICADAS PELAS NORMAS

    ABNT E DNIT EM RELAO PRESCRIO DAS ESPECIFICAES DA

    CONCESSIONRIA. ................................................................................................. 97

    TABELA 25 SUGESTO DE QUANTIDADES DE AMOSTRAS A ENSAIAR EMENSAIOS DE COMPACTAO, CBR, GRANULOMETRIA, MASSA ESPECFICA E

    TEOR DE UMIDADE. ................................................................................................ 97

  • 5/26/2018 Apostila Area i - TERRAPLENAGEM

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    LISTA DE SMBOLOS

    s Massa especfica aparente seca do solo

    w Teor de umidade

    c Coeso do solo

    ngulo de atrito interno do solo

    Tenso normal no plano de ruptura

    f Resistncia ao cisalhamento do solo

    Deformao especfica

    LC Limite de contrao

    Ww Volume de gua

    Ws Volume de slidos

    LL Limite de liquidez

    LP Limite de plasticidade

    IP ndice de plasticidade

    IC ndice de consistncia

    Cc ndice de compresso

    H Recalque

    H1 Altura inicial

    e1 ndice de vazios inicial

    efetiva Tenso efetiva

    P Acrscimo de tenso efetiva

    IL ndice de Liquidez

    Vo Volume inicial

    Vf Volume final

    C Grau de contrao

    Ac Atividade coloidal

    Df Profundidade da base da sapata

    ngulo de atrito do solo

    qu Carga ltima por unidade de rea

    Pp Empuxo passivo

    ngulo de inclinao da resultante de empuxo

    Peso especfico do solo

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    q Sobrecarga

    qc, qq, q Capacidade de carga do solo

    K, Kc, Kq Coeficientes de empuxo do solo

    B Menor lado da sapata em planta

    N, Nc, Nq Fatores de capacidade de carga

    S, Sc, Sq Fatores de forma

    rup Tenso de ruptura

    c Coeso reduzida

    ngulo de atrito reduzido

    Nc, Nq, N Fatores de capacidade de carga reduzida

    IG ndice de grupo

    Z Coeficiente de correlao limites CBR (LPC)

    campo Densidade seca de campo

    dmax,laboratrio Densidade seca mxima de laboratrio

    k2 Coeficiente de recalque, prova de carga

    dmx Densidade seca mxima

    Wtima Umidade tima

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ...................................................................................................... 21

    1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 22

    1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................ 22

    1.1.2 Objetivos especficos ................................................................................... 22

    2 REVISO BIBLIOGRFICA................................................................................. 23

    2.1 COMPACTAO DOS SOLOS .......................................................................... 23

    2.2 RESISTNCIA AO CISALHAMENTO ................................................................. 26

    2.2.1 Solos granulares ........................................................................................... 26

    2.2.2 Solos coesivos .............................................................................................. 27

    2.3 CARACTERSTICAS DE SOLOS FINOS ........................................................... 29

    2.3.1 Limite de liquidez .......................................................................................... 30

    2.3.2 Limite de plasticidade .................................................................................. 30

    2.3.3 Limite de contrao ...................................................................................... 31

    2.3.4 ndice de plasticidade................................................................................... 31

    2.3.5 ndice de consistncia.................................................................................. 32

    2.3.6 ndice de liquidez .......................................................................................... 342.3.7 Atividade coloidal ......................................................................................... 35

    2.3.8 Grau de contrao ........................................................................................ 36

    2.4 ADENSAMENTO DOS SOLOS .......................................................................... 37

    2.5 CAPACIDADE DE CARGA ................................................................................. 38

    2.5.1 Modelo fsico de Terzaghi ............................................................................ 38

    2.5.2 Prova de carga em placa .............................................................................. 41

    2.5.3 ndice de Suporte Califrnia (ISC) ou CBR (Califrnia HighwayDepartment) ............................................................................................................. 44

    2.6 CORRELAES DE CBR .................................................................................. 45

    2.6.1 CBR e ndice de grupo (IG) sistema HBR e unificado ............................ 46

    2.6.2 CBR e ndice de grupo (IG) .......................................................................... 48

    2.6.3 CBR e coeficientes de recalque .................................................................. 51

    2.7 ESPECIFICAES PARA CONSTRUO DE ATERRO .................................. 53

    2.8 CONTROLE TECNOLGICO ............................................................................. 55

    2.8.1 Controle de umidade de campo .................................................................. 56

    2.8.2 Controle de densidade de campo................................................................ 58

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    2.8.3 Grau de compactao .................................................................................. 60

    2.9 QUALIFICAO DE JAZIDA .............................................................................. 60

    2.9.1 Classificao do solo quanto qualidade .................................................. 60

    2.9.2 Critrios para amostragem .......................................................................... 61

    2.9.3 Ensaios .......................................................................................................... 63

    3 METODOLOGIA ................................................................................................... 64

    3.1 CAMPANHA DE ENSAIOS ................................................................................. 65

    3.2 MATERIAIS ......................................................................................................... 66

    4 RESULTADO DOS ENSAIOS .............................................................................. 71

    4.1 AMOSTRAS INDEFORMADAS .......................................................................... 71

    4.2 AMOSTRAS RECOMPACTADAS ...................................................................... 78

    5 ANLISES DOS RESULTADOS .......................................................................... 81

    5.1 QUANTO CAPACIDADE DE SUPORTE E RECALQUES DOS SOLOS

    ESTUDADOS ............................................................................................................ 81

    5.2 QUANTO S POSSVEIS CORRELAES DE CBR COM OUTROS

    PARMETROS GEOTCNICOS .............................................................................. 83

    5.3 ANLISE QUANTO S CORRELAES DE CBR E DEMAIS PARMETROS

    GEOTCNICOS ESTUDADOS ................................................................................. 926 ANLISE CRTICA DOS PARMETROS DAS ESPECIFICAES ................... 93

    6.1 CONCLUSO QUANTO AOS ENSAIOS DAS ESPECIFICAES ................... 93

    6.2 CONCLUSO QUANTO AOS PARMETROS DAS ESPECIFICAES .......... 94

    6.3 CONCLUSO QUANTO AO VOLUME DE AMOSTRAS ENSAIADAS .............. 96

    7 CONCLUSO DA PESQUISA ............................................................................. 98

    8 SUGESTO PARA PESQUISAS FUTURAS ....................................................... 99

    9 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................... 101APENDICE A DETERMINAO DO COEFICIENTE DE RECALQUE (K2) ....... 107

    APENDICE B GRFICOS DA PESQUISA .......................................................... 108

    APENDICE C INSTRUO PARA COLETA DE AMOSTRAS DE SOLO

    DEFORMADO ......................................................................................................... 154

    APENDICE D PROCEDIMENTO PARA COLETA DE AMOSTRA INDEFORMADA

    E EXECUO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA EM ATERROS

    COMPACTADOS LOCAL: SUBESTAO ENERGIZADA ................................ 164

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    1 INTRODUO

    Para atribuir qualidade aos aterros compactados executados nas

    subestaes, o corpo tcnico da concessionria estabeleceu parmetros de controle

    tecnolgico de maneira diferenciada e at incomum no meio geotcnico. No intuito

    de se obter capacidade de carga adequada para atender as condies de trabalho

    do solo nos aterros compactados das subestaes, as especificaes tcnicas para

    controle tecnolgico de compactao de aterros (COPEL, 2006) estabelece a faixa

    de umidade de compactao determinada com base no mtodo de avaliao da

    capacidade de suporte de materiais de pavimentao via CBR (California BearingRatio) ou ISC (ndice de Suporte Califrnia) (DE SENO, 1997). previsto nas

    mesmas um valor mnimo de CBR igual a 10%. Em laboratrio, as amostras do solo

    que se pretende utilizar para o aterro passam por ensaios de caracterizao,

    compactao e CBR. Os resultados das curvas de compactao, curva de umidade

    versus CBR e curva de umidade versus expanso, delimitam quais amostras

    atingem o CBR mnimo de 10% e ao mesmo tempo a expanso inferior a 1,5%.

    Com o objetivo de verificar a existncia de correlao entre o parmetroCBR e capacidade de carga em solos compactados, bem como a pertinncia do

    parmetro CBR nas especificaes tcnicas de uma concessionria de energia

    eltrica para controle tecnolgico de aterros, realizou-se este trabalho.

    No primeiro captulo apresentada uma introduo a respeito dos objetivos

    da pesquisa e estrutura do relatrio.

    O segundo captulo apresenta a reviso bibliogrfica de assuntos pertinentes

    ao trabalho, seguido do terceiro captulo que explica a metodologia de ensaios.O quarto captulo apresenta os resultados dos ensaios e no quinto captulo,

    a anlise destes quanto capacidade de suporte e recalque dos solos estudados e

    quanto s possveis correlaes de CBR com outros parmetros geotcnicos

    estudados.

    No captulo seis encontra-se uma anlise crtica dos parmetros e

    especificaes, quanto qualificao de jazidas e quanto ao controle de

    compactao.

    No captulo sete encontram-se as concluses da pesquisa e finalmente, no

    captulo oito, sugesto para pesquisas futuras.

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    1.1 OBJETIVOS

    1.1.1 Objetivo geral

    Verificar a existncia de correlao entre o parmetro CBR e capacidade de

    carga em solos compactados, bem como a pertinncia do parmetro CBR nas

    especificaes tcnicas de uma concessionria de energia eltrica, para controle

    tecnolgico de aterros.

    1.1.2 Objetivos especficos

    a) Realizar ensaios de laboratrio e de campo com amostras indeformadas e

    recompactadas para verificar possveis correlaes envolvendo resistncia e

    compressibilidade;b) Realizar provas de carga em aterros compactados de acordo com as

    especificaes vigentes para qualificao de jazidas e em aterros

    compactados de acordo com tcnicas tradicionais, para comparar

    desempenho;

    c) Verificar a pertinncia do parmetro CBR nas especificaes tcnicas para

    controle tecnolgico, com fundamentao nas normas ABNT e DNIT para

    execuo de aterros.

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    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 COMPACTAO DOS SOLOS

    Pinto (2006) afirma que o comportamento do macio de solo depende

    dentre outras do movimento das partculas slidas e da interao entre si. A

    interao citada refere-se resposta do macio de solo quando submetido a um

    carregamento aplicado sobre o solo que gere o acrscimo de tenses no macio,

    devido s fundaes, por exemplo, ou ao alivio de tenses no caso de escavaes,ou ainda, perante o escoamento da gua presente nos vazios. Tal interao

    influenciada pela origem e formao do solo que atravs da decomposio da rocha

    matriz, define a composio mineralgica e o tamanho das partculas. Um conjunto

    de processos condicionados pela ao de agentes atmosfricos e biolgicos

    ocasiona a degradao fsica e a decomposio qumica de minerais e rochas

    dando origem a um sistema solo-gua-ar, chamado de estrutura do solo,

    apresentando caractersticas peculiares que explicam o diferente comportamentodos macios para os diversos tipos de solo presentes na crosta terrestre.

    Segundo Pinto (2006), a primeira caracterstica que diferencia os solos o

    tamanho das partculas que os compem e h grande diversidade do tamanho dos

    gros. Esta diversidade corresponde a dimenses de 1 a 2 mm para gros de areia

    e espessuras da ordem de 10 Angstrons (0,000001 mm) para partculas de argila. O

    formato das partculas pode ser angular, sub-angular, arredondado, achatado,

    lamelar ou ainda, porm raramente, em formato de agulhas (TERZAGHI e PECK,1962).

    Num mesmo tipo de solo, esto presentes partculas de diversos tamanhos e

    formatos e o arranjo entre estas partculas exerce importante influncia na

    capacidade de carga e na deformao do solo.

    Segundo Das (2007), em solos no coesivos a estrutura encontrada pode

    ser dividida em duas categorias principais: gros isolados e alveolares. Em estrutura

    de gros isolados as partculas do solo esto em posio mais estvel ao passo que

    nas estruturas alveolares apresentam grande ndice de vazios e quando submetido o

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    solo a carregamentos de choque, a estrutura pode se quebrar resultando em

    grandes recalques.

    Na estrutura de solos coesivos, para compreender a estrutura preciso

    saber quais as foras que agem entre as partculas de argila suspensas na gua. O

    arranjo das partculas pode ser denominado como floculado ou disperso.

    O solo compactado fica com uma estrutura que depende da energia aplicada

    e da umidade do solo por ocasio da compactao. A FIGURA 1 indica

    esquematicamente as estruturas em funo destes parmetros (LAMBE &

    WHITMAN, 1969). Quando com baixa umidade, a atrao face-aresta das partculas

    no vencida pela energia aplicada e o solo fica com estrutura denominada

    estrutura floculada. Para maiores umidades, a repulso entre partculas aumenta, ea compactao as orienta, posicionando-as paralelamente, ficando com estrutura

    dita dispersa. Para a mesma umidade, quanto maior a energia, maior o grau de

    disperso. Este modelo, ainda que simplificado, pois a estrutura dos solos

    compactados bastante complexa, permite justificar as diferenas de

    comportamento dos solos compactados.

    FIGURA 1 ESTRUTURA DOS SOLOS COMPACTADOS, SEGUNDO PROPOSIO DE LAMBE.

    FONTE: LAMBE E WHITMAN, 1969.

    Segundo o engenheiro americano Ralph R. Proctor (1933), a compactao

    resultado da interao de quatro variveis, sendo elas: massa especfica aparente

    seca do solo (s), teor de umidade (w), energia de compactao e tipo de solo

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    (graduao, presena de argilo-minerais, estrutura das partculas, plasticidade, etc.).

    O resultado desta interao observado na curva de compactao da FIGURA 2.

    FIGURA 2 CURVA DE COMPACTAO.

    FONTE: Apud SOARES et al, 2006.

    O ramo ascendente da curva denominado ramo seco (menores valores deteor de umidade), e o ramo descendente chamado ramo mido (maiores

    umidades). As diferenas de comportamento do solo mediante compactao nos

    dois ramos podem ser explicadas de duas formas. Ao contrrio de se oporem uma

    outra, as explicaes tm um papel complementar:

    No ramo ascendente a gua lubrifica as partculas facilitando seu

    deslocamento e arranjo. No descendente a gua amortece a compactao porque

    h mais gua do que slidos.No ramo seco a gua est na condio capilar. Com a entrada da gua as

    tenses capilares so reduzidas facilitando o movimento relativo entre as partculas.

    No ramo mido a elevao do teor de gua favorece o aparecimento de gua livre, a

    qual absorve parte considervel da energia de compactao.

    Alm da estrutura do solo, outros fatores interferem na sua resistncia ao

    cisalhamento. Os itens a seguir trazem um resumo dos principais pontos

    importantes que devero ser analisados quando da escolha do tipo de solo dasamostras, profundidade de coleta e demais fenmenos envolvidos no processo

    experimental definido para obteno de dados de anlise do deste projeto.

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    2.2 RESISTNCIA AO CISALHAMENTO

    A resistncia ao cisalhamento dos solos um importante aspecto em muitos

    problemas de engenharia. No processo de investigao pode-se utilizar de alguns

    ensaios laboratoriais para se obter a envoltria de ruptura do solo. As envoltrias de

    ruptura determinadas nos ensaios definem uma linha curva. Para a maioria dos

    problemas de mecnica dos solos, suficiente aproximar a resistncia ao

    cisalhamento no plano de ruptura para uma funo linear da tenso normal

    (Coulomb, 1776 apud Das, 2007). Essa funo linear pode ser escrita, atravs da

    equao 1, como:

    f= c + tg (1)

    Esta equao expressa o Critrio de ruptura de Mohr-Coulomb e define a

    resistncia ao cisalhamento do solo com base na tenso normal ou na tenso

    normal efetiva. Na seqncia, um breve resumo a cerca da resistncia ao

    cisalhamento para solos granulares, coesivos na condio saturada, no saturada eparcialmente saturada.

    2.2.1 Solos granulares

    Os fatores que influenciam na resistncia ao cisalhamento de solosgranulares so: Nvel de tenso, pois a envoltria obtida nos ensaios, a rigor uma

    curva e normalmente faz-se uma reta para se obter os parmetros de coeso e

    ngulo de atrito. Alm disso, a resistncia ao cisalhamento depende da tenso

    vertical que est atuando no ponto estudado. Portanto, importante conhecer os

    nveis de tenso envolvidos no problema que se queira resolver, pois a resistncia

    ao cisalhamento do solo varia em todos os pontos do macio por ser uma resultante

    entre o ngulo de atrito interno no solo e o peso que est atuando sobre o pontoestudado.

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    Sendo o ngulo de atrito um fator determinante na resistncia ao

    cisalhamento do solo, o ndice de vazios tambm um fator que exerce grande

    influncia nos resultados. As areias fofas e compactas se comportam de modo

    diferente quando submetidas ao acrscimo de carregamento. As areias densas, ou

    seja, mais compactas, apresentam comportamento frgil no diagrama tenso () x

    deformao (). J as areias fofas, menos densas, apresentam comportamento

    ductil, mas, embora a areia compacta apresente uma maior resistncia ao

    cisalhamento ao receber um carregamento, sob as mesmas condies a partir de

    certo estado de tenso, as duas areias, fofa e compacta, apresentam o mesmo

    desempenho.

    A gua, e, por conseguinte a poro-presso, para solos granulares, exerce

    pouca influncia na resistncia ao cisalhamento devido ao alto coeficiente de

    permeabilidade do material que permite a rpida dissipao do excesso de poro-

    presso devido ao carregamento.

    A velocidade de carregamento em solo granular no afeta muito a

    resistncia ao cisalhamento. Esse fator pronunciado somente para solicitaes

    cclicas onde o acmulo de deformaes deve ser observado.

    A forma e o tamanho das partculas, o argilo-mineral que as constitui e auniformidade dos gros, afetam muito na resistncia ao cisalhamento do solo.

    2.2.2 Solos coesivos

    Para solos coesivos, importante conhecer a histria de tenso do macio.Argilas normalmente adensadas, quando submetidas a um carregamento,

    comportam-se de maneira diferente das argilas sobre-adensadas. As areias, de

    maneira geral, sofrem menores variaes de ndice de vazios e recalques quase

    instantneos, portanto respondem melhor aos carregamentos do que as argilas.

    Apesar das argilas apresentarem menor coeficiente de permeabilidade do

    que as areias, em condies drenadas o comportamento das argilas semelhante

    ao das areias.

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    Os fatores que afetam a resistncia drenada ao cisalhamento das argilas

    so praticamente os mesmos que afetam a resistncia ao cisalhamento das areias,

    porm, com intensidades diferentes.

    Os nveis de tenso aos quais os solos so submetidos tm importncia, em

    especial quando h sobreadensamento e as tenses horizontais so superiores s

    verticais. Em obras de conteno isto fundamental, pois o esforo horizontal nas

    estruturas condiciona o seu dimensionamento. Procura-se representar da melhor

    forma possvel a situao real aplicando-se, por exemplo, nveis de tenso nos

    ensaios compatvel com as provveis tenses de campo.

    O ndice de vazios tambm um fator que exerce grande influncia nos

    resultados. No caso das argilas, dependendo do modelo fsico da obra, importanteconhecer a resistncia residual (determinado atravs de reverses mltiplas no

    ensaio de cisalhamento direto, por exemplo), pois num dado momento as argilas

    normalmente adensada e sobre-adensada se comportam igualmente. O efeito do

    rearranjo entre as partculas durante o ensaio provoca uma superfcie lisa. Nesse

    caso, o ngulo de atrito muito baixo e comandado pelo argilo-mineral. Tal efeito

    de ensaio similar ao fraturamento sistemtico de um macio devido a

    movimentaes tectnicas.A gua, para solos coesivos, exerce grande influncia na resistncia ao

    cisalhamento devido ao baixo coeficiente de permeabilidade do material que,

    quando submetido a grandes carregamentos no estado saturado, gera excesso de

    poro-presso igual ao carregamento ao qual foi submetido. Argila parcialmente

    saturada desenvolve suco matricial alta diferente de solos granulares. Seus

    efeitos so muito pronunciados nas medidas de resistncia. A velocidade de

    carregamento em solo coesivo afeta muito a resistncia ao cisalhamento, comoocorre frequentemente com solos da Formao Guabirotuba (SALAMUNI et al,

    1999). A forma e o tamanho das partculas, o argilo-mineral que as constitui e a

    uniformidade dos gros, afetam muito na resistncia ao cisalhamento do solo

    conforme visto no item 2.1 deste trabalho.

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    2.3 CARACTERSTICAS DE SOLOS FINOS

    Ainda que, os limites de liquidez e de plasticidade possam ser obtidos

    atravs de ensaios bastante simples, a interpretao fsica e o relacionamento

    quantitativo dos seus valores, com os fatores de composio do solo, tipo e

    quantidade dos minerais, tipo de ction adsorvido, forma e tamanho das partculas,

    composio da gua so difceis e complexos. Os limites de Atterberg e os ndices

    associados so empregados na identificao e classificao dos solos.

    Frequentemente os limites so utilizados para controlar os solos e em mtodos

    semi-empricos de projeto. Os limites no fornecem caractersticas referentes estrutura do solo, pois esta destruda no preparo da amostra para a determinao

    destes valores.

    Diversas correlaes empricas vm sendo apresentadas, muitas vezes com

    uso restrito para solos de uma mesma determinada regio ou de certa formao

    geolgica. Deve ser notado que os ndices de Atterberg so uma indicao do tipo

    de partculas existentes no solo. Desta forma, eles representam bem os solos em

    que as partculas ocorrem isoladamente, como o caso dos solos transportados.Solos saprolticos apresentam significativa influncia da estrutura da rocha mater.

    Solos laterticos, por sua vez, apresentam aglomerao de partculas envoltas por

    deposies de sais de ferro ou alumnio.

    Os ensaios de limites so feitos com a amostra previamente seca ao ar e

    destorroada e amassada energicamente com uma esptula durante a incorporao

    de gua. Tais procedimentos alteram a estrutura original do solo. Desta maneira,

    de se esperar que as correlaes estabelecidas com base em comportamento desolos transportados no se apliquem adequadamente a solos saprolticos e

    laterticos, que ocorrem em regies tropicais. Correlaes especficas a estes solos

    devem ser estabelecidas.

    Na sequncia esto apresentados de maneira breve, alguns conceitos

    importantes sobre os ndices de Atterberg e quais caractersticas do solo pode-se

    extrair a partir deles.

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    2.3.1 Limite de liquidez

    No ensaio de limite de liquidez mede-se, indiretamente, a resistncia ao

    cisalhamento do solo para um dado teor de umidade, atravs do nmero de golpes

    necessrios ao deslizamento dos taludes da amostra; para um teor de umidade igual

    ao limite de liquidez foram encontrados valores de resistncia iguais a 2,5 kPa,

    valores estes muito baixos, indicando a proximidade do estado lquido e sendo a

    maior parte desta resistncia devido s foras atrativas entre as partculas que por

    sua vez esto relacionadas a atividade superficial dos argilo-minerais (SOARES et

    al, 2006).O limite de liquidez de um solo o teor de umidade que separa o estado de

    consistncia lquido do plstico e para o qual o solo apresenta uma pequena

    resistncia ao cisalhamento. O ensaio utiliza o aparelho de Casagrande, onde tanto

    o equipamento quanto o procedimento so normalizados pela NBR 6459/82 (ABNT,

    1984d).

    2.3.2 Limite de plasticidade

    Uma explicao para o limite de plasticidade no to simples como a do

    limite de liquidez. Pode-se citar, entre outras, a que sugere que o limite de

    plasticidade corresponde a um teor de umidade do solo que para valores menores

    do que ele, as propriedades fsicas da gua no mais se igualam s da gua livre.Pode-se ainda admitir que o limite de plasticidade o teor de umidade mnimo, no

    qual a coeso pequena para permitir deformao, porm, suficientemente alta

    para garantir a manuteno da forma adquirida (SOARES et al, 2006).

    Independentemente, das explicaes sugeridas, o limite de plasticidade o

    extremo inferior do intervalo de variao do teor de umidade no qual o solo

    apresenta comportamento plstico. O ensaio normalizado pela NBR 7180 (ABNT,

    1984c).

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    2.3.3 Limite de contrao

    O limite de contrao (LC) o teor de umidade que separa o estado semi-

    slido do slido. Uma argila, inicialmente saturada e com um teor de umidade

    prximo do limite de liquidez, ao perder gua sofrer uma diminuio do seu volume

    igual ao volume de gua evaporada, at atingir um teor de umidade igual ao limite

    de contrao. A partir deste valor a amostra secar a volume constante. O limite de

    contrao, conforme a equao 2 igual a:

    LC = Ww/Ws (2)

    Para a determinao do limite de contrao, em laboratrio, segue-se a

    norma NBR 7183 (ABNT, 1982).

    2.3.4 ndice de plasticidade

    Dos diversos ndices, relacionando os limites de liquidez (LL), de

    plasticidade (LP) e s vezes o teor de umidade do solo, o mais utilizado atualmente

    o ndice de plasticidade (IP). Fisicamente representa a quantidade de gua que

    seria necessrio acrescentar a um solo, para que ele passasse do estado plstico ao

    lquido. Sendo definido como a diferena entre o limite de liquidez e o limite de

    plasticidade, portanto, temos, na equao 3:

    IP = LL LP (3)

    Este ndice determina o carter de plasticidade de um solo, assim, quando

    maior o IP, tanto mais plstico ser o solo. Sabe-se, ainda, que as argilas so tanto

    mais compressveis quando maior for o IP. Solos compressveis so caracterizados

    por deformaes excessivas quando sujeitos a carregamentos. Os solos poderoser classificados em:

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    a) Fracamente plsticos: 1 < IP 7

    b) Medianamente plsticos: 7 < IP 15

    c) Altamente plsticos: IP > 15

    2.3.5 ndice de consistncia

    Segundo a norma NBR 6502 (ABNT, 1995), quanto consistncia, os solos

    finos podem ser subdivididos em muito moles (vazas), moles, mdios, rijos e duros.

    O ndice de consistncia busca situar o teor de umidade do solo no intervalo deinteresse para a utilizao na prtica, ou seja, entre o limite de liquidez e o de

    plasticidade. As argilas moles, mdias e rijas situam-se no estado plstico; as muito

    moles no estado lquido e as duras no estado semi-slido.

    Quantitativamente, cada um dos tipos pode ser identificado quando se tratar

    de argilas saturadas, pelo seu ndice de consistncia (IC), da equao 4:

    IC = (LL - w)/IP (4)

    a) Muito moles: IC < 0

    b) Moles: 0 < IC < 0,50

    c) Mdias: 0,50 < IC < 0,75

    d) Rijas: 0,75 < IC < 1,00

    e) Duras: IC > 1,00

    O ndice de consistncia a relao entre a diferena do limite de liquidez

    para umidade natural e o ndice de plasticidade. Qualitativamente, cada um dos

    tipos pode ser identificado do seguinte modo:

    Muito moles: as argilas que escorrem com facilidade entre os dedos, se

    apertadas nas mos;

    Moles: as que so facilmente moldadas pelos dedos;

    Mdias: as que podem ser moldadas pelos dedos;

    Rijas: as que requerem grande esforo para serem moldadas pelos dedos;

    Duras: as que no podem ser moldadas pelos dedos e que, ao serem

    submetidas o grande esforo, desagrega-se ou perdem sua estrutura original.

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    Segundo a NBR 7250 (ABNT, 1992), a consistncia das argilas e siltes

    argilosos correlacionada com o ndice de resistncia penetrao, obtido no

    ensaio de SPT, como mostra a TABELA 1.

    Os ndices de consistncia tm se mostrado muito teis para a identificao

    dos solos e sua classificao. Com o seu conhecimento pode-se prever muito do

    comportamento do solo, sob o ponto de vista da engenharia, com base em

    experincias anteriores. A primeira correlao foi apresentada por Terzaghi,

    resultante de observao de que os solos so tanto mais compressveis (sujeitos a

    recalques) quanto maior for o seu LL. Tendo-se a compressibilidade expressa pelo

    ndice de compresso (Cc), estabeleceu-se, pela equao 5, a seguinte correlao:

    Cc=0, 009(LL -10) (5)

    TABELA 1 CORRELAO ENTRE SPT E A CONSISTNCIA DAS ARGILAS E SILTESARGILOSOS.

    ndice de resistncia penetrao N (SPT)

    Designao Tenso admissvelaproximada

    2 Muito mole R< 0,5 Kg/cm23 a 5 mole

    6 a 10 mdia11 a 19 rija> 19 dura R > 4,0 Kg/cm2

    FONTE: SOARES et al, 2006.

    O ndice de compresso parmetro para avaliao de recalques atravs da

    equao 5. Essa equao permite o clculo do recalque, sem que se utilize

    diretamente o resultado do ensaio de adensamento, expresso pela curva do ndice

    de vazios em funo da presso aplicada.

    H ={(Cc . H1) / (1+e1)} log {(efetivo + P) / efetivo} (6)

    A equao 6 mostra a correlao do provvel recalque de uma camada de

    solo compressvel normalmente adensada.

    O sistema de classificao HRB/AASHTO e Sistema Unificado de

    Classificao de Solos (SUCS) utilizam os Limites de Atterberg para classificar solos

    de granulao fina (siltes e argilas). Para o SUCS, basta a localizao do ponto

    correspondente ao par de valores IP e LL na Carta de Plasticidade. O sistema

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    classifica secundariamente este tipo de solo quanto compressibilidade (alta e

    baixa) em funo do LL ser superior ou inferior a 50 como mostra a carta na FIGURA

    3.

    FIGURA 3 CARTA DE PLASTICIDADE.

    FONTE: Apud SOARES et al, 2006.

    2.3.6 ndice de liquidez

    O ndice de Liquidez permite inferir sobre a sensibilidade e pr-adensamento

    dos solos argilosos. Esse ndice unitrio para solos com teor de umidade natural

    igual ao limite de liquidez, e zero para solos que tem umidade natural igual ao limite

    de plasticidade. O ndice de liquidez de um solo, IL, expresso pela equao 7:

    (7)

    O ndice de liquidez indicativo das tenses vividas pelo solo ao longo de

    sua histria geolgica. Argilas normalmente adensadas tm ndices de liquidez

    prximos da umidade ao passo que argilas pr-adensadas tm ndices prximos de

    zero. Valores intermedirios para o ndice de liquidez so freqentementeencontrados. Excepcionalmente pode exceder a unidade, como no caso das argilas

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    extra-sensveis ou pode ser negativo, como no caso das argilas excessivamente pr-

    adensadas (SOARES et al, 2006).

    2.3.7 Atividade coloidal

    Os ndices de Atterberg auxiliam na determinao de propriedades

    caracterizadas pela maior ou menor presena de finos. Certos solos com teores

    elevados de argila podem apresentar ndices mais baixos do que aqueles com

    pequenos teores de argila. Isso pode ocorrer porque a composio mineralgica dosargilo-minerais bastante varivel.

    Mas os ndices determinados so tambm funo da quantidade de areia

    presente. Solos de mesma procedncia, com o mesmo mineral-argila, mas com

    diferentes teores de areia, apresentaro ndices diferentes, tanto maiores quanto

    maior for o teor de argila, numa razo aproximadamente constante. A atividade

    coloidal serve como indicao da maior ou menor influncia das propriedades

    mineralgicas e qumico-coloidal, da frao argila, nas propriedades geotcnicas deum solo argiloso. Pequenos teores de argila e altos ndices de consistncia indicam

    que a argila muito ativa. A atividade da argila est relacionada com a capacidade

    de troca de ctions.

    Quando se quer ter uma idia sobre a atividade da frao argila, os ndices

    devem ser comparados com a frao argila presente. isto que mostra o ndice de

    atividade de uma argila assim definido: a relao entre o ndice de plasticidade e a

    porcentagem da frao argilosa menor que 2 microns (0,002mm).Segundo Skempton (1953), os solos finos podem ser classificados em:

    a) Argilas de atividade baixa: Ac < 0,75

    b) Argilas de atividade normal: 0,75 < Ac < 1,25

    c) Argilas de atividade alta: Ac > 1,25

    A argila presente num solo normalmente resulta numa atividade coloidal que

    se situa entre 0,75 e 1,25. Quando o ndice menor que 0,75, considera-se a argila

    como inativa e, quando o ndice maior que 1,25, ela considerada ativa. A alta

    atividade coloidal interfere na expansibilidade do solo, que para alguns tipos de obra,

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    como pavimentao, por exemplo, pode causar manifestaes patolgicas

    indesejveis.

    2.3.8 Grau de contrao

    a razo da diferena entre os volumes inicial (Vo) e final (Vf) aps a

    secagem da amostra, para o volume inicial (Vo), expressa em porcentagem, atravs

    da equao 8:

    C = (Vo - Vf)/ Vo (8)

    Segundo Scheidig (ALMEIDA, 2005) a compressibilidade de um solo cresce

    com o grau de contrao, e tem-se:

    a) Solos bons: C < 5%

    b) Solos regulares: 5% < C < 10%

    c) Solos pobres: 10% < C < 15%d) Solos pssimos: C > 15%

    Almeida menciona ainda que a anlise de Scheidig voltada aplicao de

    solos como barragens, mas tambm pode ser aplicada solos em encostas, como

    taludes de corte ou aterro, em que a terraplanagem retirou a proteo natural da

    vegetao. Em um solo com grau de contrao regular ou boa, Almeida comenta

    que normalmente no h necessidade de protees especiais contra a ao do sol.

    Solues simples como o plantio de vegetao (por exemplo, grama) podem ser

    suficientes para evitar o aparecimento de trincas ou fissuras na superfcie do talude.

    Segundo o mesmo autor, quando o solo tiver grau de contrao pobre ou

    pssimo, a secagem produzir fissuras que facilitaro a posterior entrada de gua

    (de chuva, por exemplo). No interior da fissura, estando sombra, no haver

    evaporao e a gua absorvida, aumentando o teor de umidade na regio do fim

    da fissura. Eventualmente, em perodo chuvoso, o teor de umidade do solo pode se

    aproximar do limite de liquidez, onde a resistncia ao cisalhamento muito pequena.

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    Neste caso, torna-se muito grande a possibilidade de deslizamento da encosta,

    sendo essa uma das muitas causas de desmoronamentos, comenta o autor.

    Ressalva deve ser feita para solos especficos, como o sabo de caboclo da

    Regio Metropolitana de Curitiba, que foge regra geral e, ocasionalmente, com o

    padro de trincamento intenso (argila se tornando quase granular, com os torres

    mais superficiais), vira outro material.

    2.4 ADENSAMENTO DOS SOLOS

    Quando do carregamento do macio, seja ele compactado ou no seu estado

    natural, importante que se conhea seu comportamento quanto a deformaes

    bem como sua condio de drenagem. O comportamento do solo perante os

    carregamentos depende da sua constituio e do estado em que o solo se encontra,

    e pode ser expresso por parmetros que so obtidos em ensaios, ou atravs de

    correlaes estabelecidas entre caractersticas de diversas classificaes. Dois tipos

    de ensaios so normalmente empregados: ensaio de compresso axial e ensaio decompresso edomtrica.

    Para solos argilosos, o efeito do carregamento pode ser separado em duas

    fases. A primeira fase refere-se ao carregamento no-drenado, onde h um aumento

    da poro-presso sem fluxo no meio poroso, ou seja, sem alterao de umidade e

    quantidade de gua. A segunda fase refere-se dissipao do excesso de poro-

    presso. A gua que est sob presso no interior dos poros, tende a buscar seu

    estado de equilbrio, originando um fluxo no interior do macio que leva a dissipaodo excesso de poro-presso at que se reinstale o equilbrio.

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    2.5 CAPACIDADE DE CARGA

    2.5.1 Modelo fsico de Terzaghi

    Atravs da adaptao das principais idias das Teorias de Plasticidade

    Clssica (Critrios de Ruptura) desenvolvidas para solos por Coulomb (1773) e

    Rankine (1853) e para metais por Prandtl (1920), Terzaghi (1943) desenvolveu uma

    teoria que considera o solo como um material rgido-perfeitamente plstico. As

    hipteses adotadas nestas solues referem-se ao caso de uma fundao flexvel

    contnua, de base horizontal, submetida carga vertical centrada, apoiada em ummeio semi-infinito homogneo e sem qualquer inclinao do terreno superficial.

    A FIGURA 4 mostra o mecanismo de ruptura considerado por Terzaghi para a

    determinao da capacidade de carga ltima do solo (ruptura geral por

    cisalhamento) no caso de uma sapata corrida rugosa a uma profundidade Df, medida

    a partir da superfcie do terreno. A cunha do solo ABJ (Zona I) uma zona elstica.

    As linhas AJ e BJ formam o ngulo com a horizontal. As Zonas II so as zonas de

    cisalhamento radial e as Zonas III so as zonas passivas de Rankine. As linhas deruptura JD e JE so arcos aproximados por uma espiral logartmica, e DF e EG,

    linhas retas, AE, BD, EG e DF formam ngulos de 45 - /2 graus com a horizontal.

    Caso a carga por unidade de rea, qu, seja aplicada sapata, e a ruptura geral por

    cisalhamento ocorra, o empuxo passivo Ppatua em cada face da cunha de solo ABJ.

    O empuxo passivo deve ter um ngulo de inclinao (que o ngulo de atrito das

    consideradas paredes AJ e BJ que empurram as cunhas de solo AJEG e BJDF).

    Nesse caso deve ser igual ao ngulo de atrito do solo, . AJ e BJ tm o mesmongulo de inclinao em relao a horizontal, sendo vertical a direo do empuxo

    passivo (DAS, 2007).

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    FIGURA 4 MECANISMO DE RUPTURA CONSIDERADO POR TERZAGHI.

    FONTE: DAS, 2007.

    O empuxo passivo a soma das contribuies do peso do solo , da coeso

    c e da sobrecarga q, sendo K, Kce Kq coeficientes de empuxo de terra, funes do

    ngulo de atrito . Segundo Das, o clculo dos coeficientes de empuxo um

    processo tedioso e por essa razo, Terzaghi empregou um mtodo aproximado para

    determinar a capacidade de carga ltima, qu. Os princpios dessa aproximao so

    os seguintes:

    1. Se c = 0 e a sobrecarga (q) = 0, ento qu= q= 1/2BN;

    2. Se = 0 (isto , solo sem peso) e (q) = 0, ento qu= qc= cNc;

    3. Se = 0 (isto , solo sem peso) e c = 0, ento qu= qq= qNq.

    Por meio do mtodo da superposio, ao se considerar os efeitos do peso

    especfico do solo, da coeso e da sobrecarga, tem-se a equao 9:

    qu= qc+ qq+ q= cNc + qNq + 1/2BN (9)

    A equao 10 denominada Equao de Terzaghi para a capacidade de

    carga, que leva em conta a forma da sapata. Os termos Nc, Nq e N so os

    chamados fatores de capacidade de carga.

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    qu= cNc Sc+ qNq Sq+ 1/2BNS (10)

    Em resumo, Terzaghi chegou a estas equaes fazendo a seguinte

    considerao: a capacidade de carga ltima (qu ou rup) depende do tipo e

    resistncia do solo, da geometria da fundao e da profundidade de apoio no perfil

    do subsolo.

    Para os solos em que a ruptura pode se aproximar da ruptura local, a

    equao modificada, conforme a equao 11, para:

    qu= cNc Sc+ qNq Sq+ 1/2BNS (11)

    Os chamados fatores de capacidade de carga e seus valores esto

    apresentados na TABELA 2. Os fatores de forma esto apresentados na TABELA 3.

    TABELA 2 FATORES DE CAPACIDADE DE CARGA.

    FONTE: a partir de DAS, 2007.

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    TABELA 3 FATORES DE FORMA.

    FONTE: a partir de DAS, 2007.

    2.5.2 Prova de carga em placa

    Outro critrio usualmente utilizado para dimensionamento de fundao direta

    prova de carga direta no terreno de fundao (ASTM, 1991, DIN, 2001 e ABNT,1984e). O mtodo padro de prova de carga no campo foi definido pela American

    Society for Testing and Materials (ASTM) de acordo com a norma D-1194 (ASTM,

    1991). No Brasil utilizada a norma NBR 6489 Prova de carga direta sobre terreno

    de fundao.

    Para a execuo do ensaio, uma cava de profundidade D fdeve ser escavada.

    A largura da cava de ensaio deve ser pelo menos quatro vezes a largura da placa de

    suporte a ser utilizada no ensaio. A placa de suporte colocada sobre o solo nofundo da cava, conforme FIGURA 5, e uma carga controlada aplicada a ela. Aps

    a aplicao, a carga mantida durante um intervalo de tempo longo o suficiente

    para que o recalque ocorra. Quando o recalque da placa de suporte se torna

    desprezvel, outra carga controlada aplicada (DAS, 2007).

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    FIGURA 5 DIAGRAMA DA PROVA DE CARGA EM PLACA.

    FONTE: DAS, 2007.

    A curva carga-recalque obtida em uma prova de carga pode apresentar trs

    formas bem caractersticas, conforme mostra a FIGURA 6. A primeira curva (1)

    mostra que para pequenos recalques atinge-se um valor de carga que impemrecalques incessantes. Trata-se de uma ruptura ntida denominada Ruptura Geral.

    Na segunda forma, a curva (2) determina uma assntota vertical, a qual caracteriza

    uma carga de ruptura correspondente a recalques praticamente infinitos

    caracterizando uma ruptura fsica. Trata-se de uma Ruptura Local. A terceira forma

    apresenta uma curva (3) do tipo aberta em que a carga cresce indefinidamente com

    a mobilizao dos recalques. Neste caso, caracteriza-se falta de reao no

    procedimento. Nesse caso no se define uma ruptura propriamente dita. Denomina-se ruptura convencional e exige a aplicao de critrios arbitrrios para se obter um

    valor de carga de ruptura.

    Segundo (Niyama et al. apud MORAES, 2005), os critrios de ruptura

    existentes na literatura podem ser ordenados em quatro grupos:

    Critrios de deformabilidade limite: a carga de ruptura corresponde

    mxima relao entre a carga e o deslocamento.

    Critrio de insero das fases elsticas e plsticas: se a curva cargarecalque traada em escala logartmica, tender a duas retas cuja

    interseo define a carga de ruptura.

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    Critrios matemticos: consiste na obteno da carga de ruptura atravs

    do ajuste da curva carga-recalque com o auxlio de expresses

    matemticas. O mtodo de Van Der Veen (1953) muito utilizado no

    Brasil e, alm de definir a ruptura, permite extrapolar a curva (MORAES,

    2005).

    Critrios limitantes do deslocamento total: a carga de ruptura fixada em

    funo de um deslocamento pr-determinado. Podem-se destacar os

    critrios de Davisson (1972), da NBR 6122 (ABNT, 2010) e de alguns

    cdigos de obras, como o da cidade americana de Boston, para a

    interpretao de ensaios em placa. Esse cdigo estabelece que a tenso

    admissvel a menor entre dois valores: a tenso correspondente a um

    recalque de 10mm e a que corresponde a um recalque de 25mm dividida

    por dois. O autor cita que Teixeira e Godoy (1998) consideram o valor dois

    como um fator de segurana e, desta forma, a capacidade de carga a

    prpria tenso que corresponde a um recalque de 25 mm. O recalque de

    10 mm seria uma espcie de recalque admissvel (MORAES, 2005).

    FIGURA 6 INTERPRETAO DE RESULTADOS DE PROVAS DE CARGA CASOS TPICOS.

    FONTE: MORAES, 2005.

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    Desse modo, a partir dos resultados da prova de carga no campo, o valor

    aproximado da capacidade de carga ltima do solo, para sapatas reais, pode ser

    calculado.

    2.5.3 ndice de Suporte Califrnia (ISC) ou CBR (Califrnia Highway Department)

    O ensaio foi concebido pelo Departamento de Estradas de Rodagem da

    Califrnia (USA) para avaliar a resistncia dos solos. No ensaio de CBR, medida a

    resistncia penetrao de uma amostra compactada segundo o mtodo Proctor,inundada. Para essa finalidade, um pisto de dimetro padronizado (rea de

    19,4cm2) penetra na amostra a uma velocidade de 1,27mm/min. O CBR a relao,

    em percentagem, entre presso necessria penetrao no solo at determinado

    ponto (0,1 e 0,2) e a presso necessria para que o mesmo pisto penetre a

    mesma quantidade em solo-padro de brita graduada. Considera-se 100% o valor

    correspondente presso necessria penetrao desta amostra de brita, adotada

    como referncia de material com elevada qualidade. O clculo de CBR dado por:

    CBR= (Presso encontrada/ Presso-padro)*100

    Onde:

    Presso-padro para penetrao de 2,5mm= 70 kg/cm2;

    Presso-padro para penetrao de 5,0mm= 105 kg/cm2.

    Atravs desse ensaio possvel conhecer qual a expanso de um solo sob um

    pavimento quando este estiver inundado e fornece indicaes da perda de

    resistncia do solo com a tendncia a saturao. Apesar de ter um carter emprico,

    o ensaio de CBR mundialmente difundido e serve de base para o

    dimensionamento de pavimentos.

    O modelo fsico do ensaio de CBR se assemelha ao modelo fsico do ensaio de

    prova de carga sobre placa. Porm, no ensaio de CBR o pisto pequeno e as

    dimenses da amostra confinada, diferem do modelo de ruptura de Terzaghi. A

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    FIGURA 7 apresenta um esquema do cilindro com a superfcie de ruptura

    considerada por Terzaghi para clculo da capacidade de carga ltima do solo.

    FIGURA 7 MODELO FSICO DO ENSAIO DE CBR.

    FONTE: O autor.

    Apesar das diferenas entre as trs formas citadas de se obter a capacidade

    de carga do solo (prova de carga sobre placa, ensaio de CBR e formulao de

    Terzaghi), o modelo fsico do ensaio de CBR guardado as devidas propores e

    condies de contorno, se aproxima da realidade. H uma evidente influncia das

    paredes rgidas do cilindro, influenciando a geometria da possvel ruptura definida

    por Terzaghi. A associao com a realidade se traduz pela presena do prprio solo

    envolvente que confina a rea carregada, neste caso mais flexvel e deformvel se

    comparado s paredes do cilindro.

    2.6 CORRELAES DE CBR

    As pesquisas no sentido de correlacionar o CBR com demais parmetros

    so freqentes, porm h divergncias sobre a aplicabilidade destas correlaes,

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    devido a uma srie de fatores, como por exemplo, variabilidade do material,

    condies de controle e execuo de ensaios, padronizaes de ensaios diferentes,

    etc. Algumas pesquisas resultaram em correlaes entre o parmetro CBR e

    parmetros de projeto de pavimento, em condies bem caracterizadas ou no, e

    algumas delas esto descritas nos itens seguintes.

    2.6.1 CBR e ndice de grupo (IG) sistema HBR e unificado

    Quanto a uma previso dos valores de CBR de acordo com a natureza dosmateriais, o sistema de classificao da Highway Research Board (HBR) pode

    ajudar, preliminarmente, na seleo dos solos disponveis no campo para a

    realizao dos ensaios de CBR.

    A classificao HRB (Highway Research Board), resultante de alteraes

    da classificao do Bureau of Public Roads (BPR), originalmente apresentada em

    1929 e cuja proposta era estabelecer uma hierarquizao para os solos do sub-leito

    a partir da realizao de ensaios simples e feitos de forma corriqueira: a anlisegranulomtrica por peneiramento e a determinao dos limites de liquidez e de

    plasticidade (CHAVES, 2000 apud SOARES, 2006). Publicada nos anais da HRB

    em 1945, uma nova verso da classificao props a subdiviso de alguns dos

    grupos da classificao original e introduziu o conceito de ndice de Grupo (IG),

    nmero inteiro que fornecia subsdios para o dimensionamento de pavimentos,

    calculado pela equao 12:

    IG = 0,2 x a + 0,005 x a x c + 0,01 x b x d (12)

    Onde:

    a = % do material que passa na peneira de no 200, menos 35; caso esta % for >75,

    adota-se a = 40; caso esta % seja < 35, adota-se a = 0;

    b = % do material que passa na peneira de no 200, menos 15; caso esta % for >55,

    adota-se b = 40; caso esta % seja < 15, adota-se b = 0;

    c = valor de limite de liquidez (LL) menos 40; caso o LL > 60%, adota-se c = 20; se o

    LL < 40%, adota-se c = 0;

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    d = valor de ndice de plasticidade (IP) menos 10; caso o IP > 30%, adota-se d = 20;

    se o IP< 10%, adota-se d = 0;

    De Seno (1997) apresentou uma tabela que correlaciona os valores

    provveis de CBR em funo das classes do sistema de classificao HRB (TABELA

    4) e a classificao Unificada de Solos (TABELA 5). Em ambas nota-se claramente a

    influncia dos solos granulares na obteno de valores elevados de CBR.

    Inversamente, os solos finos, siltes e argilas oferecem valores mais baixos da

    escala, valores esses que, pela influncia de matria orgnica, chegam aos

    mnimos.

    TABELA 4 CORRELAO PROVVEL ENTRE CBR E CLASSIFICAO HRB.

    Solo (Classificao HRB) CBR provvel (%)A-1-a 40 a 80 (ou mais)

    A-1-b 20 a 80 (ou mais)

    A-2-4 e A-2-5 25 a 80 (ou mais)

    A-2-6 e A-2-7 12 a 30

    A-3 15 a 40

    A-4 4 a 25

    A-5 2 (ou menos) a 10

    A-6 e A-7 2 (ou menos) a 5FONTE: DE SENO, 1997.

    TABELA 5 CORRELAO PROVVEL ENTRE CBR E CLASSIFICAO UNIFICADA.Solo(Classificao Unificada)

    CBR provvel (%)

    GW 40 a 80 (ou mais)

    GP 30 a 60 (ou mais)

    GM 20 a 60 (ou mais)

    GC e SW 20 a 40

    SP e SM 10 a 40

    SC 5 a 20ML, CL e CH 2 (ou menos) a 15

    MH 2 (ou menos) a 10

    OL e OH 2 (ou menos) a 5FONTE: DE SENO, 1997.

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    2.6.2 CBR e ndice de grupo (IG)

    De Seno (1997) apresentou tambm valores de CBR correlacionados com

    o ndice de Grupo. Comparando-se CBR com o ndice de Grupo, pode-se dizer de

    uma forma geral, que o valor diminui com o aumento do ndice de Plasticidade. O

    Laboratrio de Ponts et Chausss procurou relacionar o valor de suporte com o

    Limite de Liquidez e o ndice de Plasticidade atravs da equao 13 (apud DE

    SENO, 1997):

    Z= 1000/(LL-IP) (13)

    Teoricamente, ento, Z poderia variar de 0 a infinito. Na prtica, no entanto,

    varia de 0 a 10, porque nem sempre possvel determinar o IP quando inferior a 5.

    Comparando-se com os valores de CBR obtidos experimentalmente, foi obtida a

    relao da equao 14:

    CBR= 4,25 . Z (14)

    As expresses acima no se aplicam, no entanto, a alguns tipos de solo,

    como:

    a) Solos argilosos com Z muito baixo;

    b) Solos granulares com material grado maior que 5mm;

    c) Solos pulverulentos e areias de dimenses inferiores a 5 mm, cujosensaios se tornam de difcil execuo.

    Para ampliar a aplicao dessas frmulas, foram estabelecidos fatores que

    se aplicam conforme as circunstncias. R.E. Livingston, citado por De Seno,

    estudando os mesmos ensaios, determinou algumas correlaes entre CBR e o IG,

    alertando, contudo, que os resultados obtidos no devem ser aceitos rigorosamente,

    podendo sofrer alteraes (TABELA 6).

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    TABELA 6 CORRELAO PROVVEL ENTRE CBR E IG.CBR IG2 20

    3 16

    4 135 11

    7 8

    10 5

    15 2

    20 0

    FONTE: DE SENO, 1997.

    Deve-se admitir que, para IG=0, o CBR ser maior ou igual a 20. Dessa

    forma, o autor admite que a correlao s existiria para IG>1. Com base nos valoresde Livingston, comparados com resultados experimentais, foi proposta pelo autor a

    equao 15, com k e q representando constantes (DE SENO, 1997):

    IG= k . e q(CBR) (15)

    A TABELA 6 traz no apenas valores que levaram a adotar q= 0,163, como

    tambm a comparao entre valores obtidos diretamente pelo ensaio CBR e valorescalculados segundo a equao 12, indicando que existe uma relao linear entre o

    valor CBR e o IG. A reta do grfico expresso na FIGURA 8 foi construda usando-se

    a equao 16:

    CBR = 14,1 . log (26 / IG) (16)

    O valor de k resulta de CBR=0, quando e q(CBR)=1.

    Experimentalmente, obtm-se k= 26, extrapolando no grfico, o que significaum IG hipottico de 26. Esse IG=26 corresponderia a CBR=0, ou seja, um solo ao

    qual basta aplicar a carga de 4,53kg (10lb), que se aplica antes de iniciar-se o

    ensaio CBR, para se obter a penetrao padro de 2,54mm (0,1).

    Para k= 26: IG = 26 . e q(CBR)

    1 / e q(CBR) = 26 / IG

    e q(CBR) = 26 / IG

    log e q(CBR) = 26 / IG

    (q . CBR) / 2,3 = log 26 / IG

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    q= (2,3 / CBR). log (26 / IG) (17)

    Para valores de CBR > 20, a expresso IG= k . e q(CBR) diminui, o que

    permite dizer que o CBR calculado para IG < 1 maior ou igual a 20. Os estudos de

    correlao entre CBR e IG, realizados o Estado do Colorado, levam a admitir como

    valor mdio:

    q = 0,163

    CBR = (26 / IG) . log (2,3 / 0,163)

    CBR = 14,1 . log (26 / IG) (18)

    A TABELA 7 apresenta a srie de valores que levaram o autor a adotar

    q=0,163, como tambm a comparar valores obtidos diretamente pelo ensaio CBR e

    os valores calculados segundo as equaes 17 e 18 (para constantes k= 26 e

    q=0,163).

    TABELA 7 OUTRA CORRELAO PROVVEL ENTRE CBR e IG.Estado do Colorado

    q = 2,3 / CBR . log 26 / IG CBR calculado = 14,1 log 26/IGIG CBR2 15 0,170 16,0

    5 10 0,164 10,0

    8 7 0,169 7,2

    11 5 0,171 5,3

    13 4 0,172 4,2

    16 3 0,162 3,0

    20 2 0,131 1,6

    Mdia: 0,163

    FONTE: DE SENO, 1997.

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    FIGURA 8 RELAO ENTRE VALORES CALCULADOS E OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE.

    FONTE: DE SENO, 1997.

    2.6.3 CBR e coeficientes de recalque

    A correlao mais utilizada segundo De Seno (1997) aquela entre o

    coeficiente de recalque do solo e o CBR. A utilizao do CBR, alm de enquadrar o

    assunto dentro de uma linguagem conhecida e estudada pelos engenheiros

    rodovirios e mesmo de outros ramos da engenharia civil, reduz os trabalhos de

    determinao das caractersticas dos materiais de subleito e permite que Tabelas e

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    bacos utilizados para fins de dimensionamento de pavimentos possam ter, em

    suas escalas, as correlaes j impressas. Uma delas referindo-se diretamente ao

    CBR, com toda a confiabilidade que esse ensaio de penetrao alcanou durante os

    quase 60 anos de utilizao e de estudos, principalmente do U.S. Corps of

    Engeneers U. S. Army (DE SENO, 1997).

    A determinao do CBR do subleito deve seguir o mesmo padro de

    amostragem para o solo, ou seja, amostras colhidas de 40 em 40 metros,

    alternadamente direita, eixo e esquerda formao em ziguezague da pista. Na

    medida em que os resultados de ensaio indicar uniformidade do material de subleito,

    a coleta de amostras poder ser mais distanciada, nunca, porm, em mais de 100

    metros, ou seja, um mnimo de 10 amostras por quilmetro de via (DE SENO,1997).

    A TABELA 8 mostra a correlao entre os valores de CBR de um solo e os

    valores correspondentes do coeficiente de recalque.

    A FIGURA 9 mostra a curva resultante dos valores da TABELA 8 permitindo

    a obteno do coeficiente de recalque do subleito, em quilogramas-fora por

    centmetro quadrado por centmetro (kgf/cm2/cm), para qualquer valor do CBR de

    2% a 100%.

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    TABELA 8 - CORRELAO CBR (%) x k (kgf/cm2/cm)CBR (%) k (kgf/cm /cm)3 2,77

    4 3,32

    5 3,87

    6 4,43

    7 4,71

    8 5,00

    9 5,26

    10 5,54

    15 6,37

    20 6,92

    30 9,14

    40 11,6350 13,85

    60 16,07

    80 19,39

    100 22,16FONTE: DE SENO, 1997.

    FIGURA 9 CORRELAO ENTRE O COEFICIENTE DE RECALQUE (k2) E O CBR.

    FONTE: DE SENO, 1997.

    2.7 ESPECIFICAES PARA CONSTRUO DE ATERRO

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    No que se refere adoo do parmetro CBR, a norma DNIT-ES 108/2009

    para especificao de servios de terraplenagem estabelece para o corpo do aterro

    valor superior a 2% quando determinado por intermdio dos ensaios de

    compactao (DNIT-ME 129/94) e determinao de CBR (DNIT-ME 49/94) utilizando

    Energia Normal de compactao (Mtodo A). Para a camada final do aterro, a norma

    recomenda a realizao de uma anlise dos materiais ocorrentes na regio da obra

    incluindo dentre as alternativas estudadas ao menos uma com a utilizao de

    material com CBR maior que 6%, trabalhando-se nos ensaios de compactao

    (DNIT-ME 129/94) e determinao de CBR (DNIT-ME 49/94) com Energia

    Intermediria (Mtodo B). De acordo com esta norma, para a camada final do aterro,

    deve ser adotada a alternativa que apresentar maior capacidade de suporte emconsonncia com os preceitos de ordem tcnico-econmica.

    Quanto ao Grau de Compactao (CG) a norma DNIT-ES 108/2009

    estabelece valor mnimo de 100% para o corpo do aterro e tambm para a camada

    final. Em geral, em obras de edificaes, adota-se acima de 95% conforme norma

    NBR 5681 (ABNT, 1980).

    Quanto expanso, sua limitao evita manifestaes patolgicas em obras

    de pavimentos. A NBR 5681 no estabelece limites de controle para este efeito e oDNIT limita a expanso a 2% para a camada final do aterro (DNIT-ES 108/2009).

    Quanto umidade, seu controle em campo fundamental para a qualidade

    final do aterro. A norma DNIT (DNIT-ES 108/2009) referente especificao de

    servios de terraplenagem estabelece para a umidade de compactao uma

    variao de 3% para mais ou para menos em torno da umidade tima tal qual

    estabelece a NBR 5681 (ABNT, 1980).

    Quanto ao volume de amostras ensaiadas para a qualificao das jazidas, anorma ABNT NBR 5681 prescreve nove ensaios de compactao para cada

    1.000m3de um mesmo material (alm de 9.000m3, a norma prescreve o acrscimo

    de um ensaio). Para o mesmo volume de 1.000m3 a norma DNIT-ES 108/2009

    prescreve um ensaio de compactao para um mesmo material na energia normal

    (camadas do corpo do aterro) e um ensaio de compactao para cada 200m3de um

    mesmo material na energia intermediria (camada final do aterro). Para o ensaio de

    CBR a norma do DNIT prescreve um ensaio para cada grupo de quatro amostras

    submetidas a ensaios de compactao. Nas especificaes da concessionria, para

    o mesmo volume de 1.000m3indicados nas normas so solicitados quatro ensaios

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    de compactao de um mesmo material. Na norma DNIT-ES 108/2009, as

    quantidades de amostras para o corpo do aterro e para a camada final so

    diferentes envolvendo grandes volumes tambm.

    2.8 CONTROLE TECNOLGICO

    Para que se possa efetuar um bom controle de compactao do sol