apostila - atributos da area afetiva

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  • TG 02-058 ITUVERAVA-SP

    COLETNEA

    ATRIBUTOS DA REA AFETIVA

    TG! Reserva! Brasil!

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    SUMRIOINTRODUO

    O DIREITOS E DEVERES DO CIDADO ROMANO 03O LADO AFETIVO DO ATIRADOR 03

    DESENVOLVIMENTOATRIBUTOS QUE DEVEM SER EVIDENCIADOS PELO INSTRUTOR 04

    ATRIBUTOS QUE DEVEM SER EVIDENCIADOS PELO INSTRUENDO 04CONCEITUAO DOS ATRIBUTOS DA REA AFETIVA 06

    ATRIBUTOS, VALORES E REQUISITOS DA REA AFETIVA 06ALGUMAS VIRTUDES MILITARES 09

    A PROFISSO SOLDADO VIRTUDES INERENTES 11CAMARADAGEM 12

    A UNIO - ESPRITO DE CORPO 13LEALDADE 15

    RESPONSABILIDADE 16VOCAO 16

    BOM SENSO 17A EDUCAO MILITAR E A FORMAO VERDADEIRO SOLDADO-CIDADO 18

    CRENAS E VALORES 20VIRTUDES DE CIDADO 21SENTIMENTO DO DEVER 22

    FORA DE VONTADE 22AMOR A ORDEM 22

    MORALIDADE 22ABNEGAO 22

    CORAGEM E BRAVURA 23PONTUALIDADE E PRESTEZA 23

    DECORO DO CIDADO 23CAMARADAGEM 23

    DISCIPLINA 23RESPEITO AOS SUPERIORES E AO SEU SEMELHANTE 24

    DIREITOS E DEVERES DO ATIRADOR (CIDADO) 24DEVERES DE TODO CIDADO 25

    SERVIO MILITAR 25RESERVISTA ENALTECE O SERVIO MILITAR 27

    TEXTOS PARA TRABALHAR OS ATRIBUTOS DA REA AFETIVA 29CONCLUSO

    ANEXO A: FICHA DE AVALIAO DOS ATRIBUTOS DA REA AFETIVA CURSO DEFORMAO DE CABOS (MONITORES)

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    ANEXO A: FICHA DE AVALIAO DE ATRIBUTOS (ATIRADORES) 36

    MARCO AURLIO RODA - 1 SGTCh Instr TG 02-058 (Ituverava-SP)

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    ATRIBUTOS DA REA AFETIVA

    CAPTULO 1INTRODUO

    1-1. DOS DIREITOS E DEVERES DO CIDADO ROMANO

    a. o direito do pai sobre os filhos (ptria potestas);

    b. o direito do marido sobre a esposa (manus);

    c. o direito do senhor sobre os escravos (potestas dominica);

    d. o direito de um homem livre sobre o outro que a lei lhe dava por contrato ou porcondenao judiciria (manus capere);

    e. o direito sobre a propriedade (dominium).

    Os tais direitos correspondiam os deveres. E para cumprir seus deveres o cidadoromano precisava possuir uma srie de aptides e virtudes. Desenvolver tais aptides erao papel da educao. E quais eram essas aptides e virtudes? As principais eram asseguintes:

    1) a piedade ou a obedincia, que inclua tanto a idia religiosa de reverncia comoa noo de respeito autoridade paterna;

    2) a varonilidade ou firmeza, que atualmente chamamos de carter (constantia); erauma virtude muito valorizada entre os romanos;

    3) a bravura ou a coragem, que impelia o romano a nunca abandonarvoluntariamente uma luta antes de ter vencido;

    4) a prudncia, que devia ser utilizada principalmente na direo dos negciosparticulares;

    5) a honestidade, que consistia principalmente na perfeita conduta em todas asrelaes econmicas;

    6) a seriedade (gravitas), que inclua a sobriedade na conduta, a compostura; e7) para o indivduo, todas essas virtudes estavam reunidas no ideal do dever; para o

    Estado, no ideal de justia.

    1-2. O LADO AFETIVO DO ATIRADOR

    Os Atributos da rea Afetiva (AAA) explora o lado afetivo do atirador e tem porfinalidade a valorizao das qualidades morais do homem (militar) e o estmulo ao autoconhecimento. puramente Relaes Humanas! um campo vastssimo, talvez atilimitado, pela grandiosidade a que se prope.

    Trabalhar com a mente humana e explorar o humanismo que existe dentro de cadaser, no fcil, porque o comportamento do homem por excelncia, complexo.Explorar o subjetivo de suas emoes uma luta grandiosa! Muitas vezes temos que dartoda a ateno a alguns atiradores, separadamente.

    O nvel dos Atiradores bem elevado e assim deve ser, pois, estes jovens foramselecionados dentre aqueles que demonstram potencial para se tornarem representantesdo povo e levando dentro de si valores que cabem ao Chefe da Instruo e o Instrutorincutir. Representantes do povo que se lembrem do sargento um dia e que tenham

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    aprendido conosco o que honra, honestidade, probidade, palavra, justia,solidariedade, enfim todos os AAA que voc conseguir que eles evidenciem .

    Para atingirmos o objetivo dos AAA, primeiramente devemos observ-los em nsmesmos, vamos l?

    CAPTULO 2

    DESENVOLVIMENTO

    2-1. ATRIBUTOS QUE DEVEM SER EVIDENCIADOS PELO INSTRUTOR

    a. H uma gama de atributos que o instrutor deve possuir e evidenciar:1) entusiasmo pela profisso militar;2) conhecimento do assunto;3) percia na execuo das tarefas;4) boa apresentao individual;5) seriedade;6) disposio para prestar ajuda aos instruendos; e7) maneira adequada de conduo da sesso, entre outras.

    b. A liderana fator preponderante para despertar nos instruendos anecessria motivao que contribuir para o aprendizado.

    c. O instrutor o responsvel pelas condies favorveis ao aumento donvel de conhecimento e habilidades no seu instruendo, que dever:

    1) ter vontade de aprender;2) saber o porqu deve aprender;3) entender o que se espera obter com o seu aprendizado;4) praticar o que aprendeu;5) apresentar progresso no aprendizado, dentro de um planejamento prvio; e6) entender a correlao entre os assuntos que esto sendo aprendidose a sua aplicao nos cargos para os quais est sendo preparado.

    d. Por fim, imprescindvel que os instrutores de todos os nveis tenhamperfeita conscincia do trplice papel a desempenhar: educador, modelo eexemplo.

    2-2. ATRIBUTOS QUE DEVEM SER EVIDENCIADOS PELO INSTRUENDO

    Atributos da rea Afetiva

    a. Definidos por meio de Coletivos de Instruo Individual relacionados rea deatitudes. Os Oll da rea Afetiva correspondem aos atributos a serem exibidos pelosinstrutores, independentemente da matria ou assunto ministrado. Cada Oll da reaAfetiva compreende trs elementos:

    a) o nome do atributo a ser exibido e sua definio;b) um conjunto de condies dentro das quais o atributo poder ser observado; ec) o padro - evidncia do atributo

    b. O instrutor apreciar o comportamento do instruendo em relao ao atributoconsiderado, ao longo de toda a instruo. O padro ter sido atingido se, durante asatividades, o instrutor julgar que o instruendo evidenciou o atributo em questo.

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    c. A seguir, voc encontrar a srie de Objetivos de Instruo Individual que esto,especificamente, relacionados a atributos da rea afetiva.

    O fato de haverem sido destinadas 20 (vinte) horas para os OII dessa rea nosignifica, absolutamente, que esse seja o nico tempo disponvel para o desenvolvimentode atitudes desejveis. Alm da carga horria bsica, imprescindvel a atitude do(s)Instrutor(es) do TG, observando, orientando, estimulando o instruendo, em todas asoportunidades, ao longo de seu Servio Militar Inicial.

    B/5-001(FC): Atitude contrria a vcios (toxicomania, alcoolismo, jogos de azar,tabagismo): Capacidade de resistir a vcios.

    Condio: Na vida diria da OM. Obs. Sem a preocupao de obter-se o abandonodo fumo, o instruendo dever ser conscientizado dos malefcios do fumo para a sade epara os esforos fsicos prolongados ou intensos. Deve ser provocada uma emulao embusca do menor consumo possvel de cigarros. Considerar as seguintes faixas: Fumarpouco (at 10 cigarros dirios). Fumar moderadamente (at 20 cigarros dirios.) Fumarmuito (mais de 20 cigarros dirios).

    B/5-002(FC): Camaradagem: Capacidade de compreender e auxiliar oscompanheiros em qualquer situao.

    Condio: No relacionamento com os companheiros.CAMARADAGEM - capacidade de estabelecer relaes amistosas com superiores,

    pares e subordinados.

    B/5-003(FC): Esprito de corpo: Capacidade de integrar-se no carter coletivo dogrupo.

    Condio: Na vida diria da OM, no relacionamento com os companheiros quandoestiver atuando numa equipe ou participando de competies.

    ESPRITO DE CORPO - sentimento de identificao com os valores e tradies daorganizao e/ou do grupo, gerando interaes positivas de apoio mtuo, que seprolongam no tempo.

    B/5-004FC): Lealdade: Capacidade de demonstrar fidelidade a pessoas, grupos ouinstituies em funo dos valores que defendem ou representam.

    Condio: No relacionamento com os companheiros e com os superiores.LEALDADE - atitude de fidelidade a pessoas, grupos e instituies, em funo dos

    ideais e valores que defendem e representam.

    B/5-005(FC): Responsabilidade: Capacidade de desenvolver todas as atividadessob sua incumbncia.

    Condio: Durante o cumprimento das misses que lhes forem atribudas.RESPONSABILIDADE - capacidade de cumprir suas atribuies assumindo e

    enfrentando as conseqncias de suas atitudes e decises.

    B/5-006(FC): Valorizao do Servio Militar: Reconhecimento da importnciado servio militar inicial na realizao do reservista, no plano individual.

    Condio: Durante a observao de AV, participao de grupos de debate, palestrase no desenvolvimento de matrias que favoream discusses sobre o tema.

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    B/5-007(FC): Valorizao do Servio Militar: Reconhecimento da formao doExrcito Brasileiro e sua importncia para a integrao nacional e defesa do nosso pas.

    Condio: Durante a observao de AV, participao de grupos de debate, palestrase no desenvolvimento de matrias que favoream discusses sobre o tema.

    B/5-008(FC): Valorizao do Servio Militar: Reconhecimento da importnciado servio militar no desenvolvimento brasileiro.

    Condio: Durante a observao de AV, participao de grupos de debate, palestrase no desenvolvimento de matrias que favoream discusses sobre o tema.

    2-2. CONCEITUAO DOS ATRIBUTOS DA REA AFETIVA

    a. FINALIDADEPadronizar a linguagem tcnica utilizada na rea afetiva em todos os Tiros-de-

    Guerra, em especial os atributos que podero vir a ser selecionados, desenvolvidos,avaliados, ou citados, dependendo do propsito do usurio.

    b. OBJETIVOUnificar em um documento as vrias definies referentes aos atributos, valores e

    requisitos da rea afetiva, possibilitando a sua correta utilizao.

    c. CONSIDERAESA constatao da existncia de diversos documentos em uso no mbito do

    Exrcito, com diferentes definies para os atributos, valores e requisitos da rea afetiva,indicou a necessidade de elaborao de um nico deles que padronizasse a linguagem eos conceitos.

    d. ATRIBUTOS, VALORES E REQUISITOS DA REA AFETIVA

    1) Os seguintes valores devem ter sido desenvolvidos no indivduo desde ainfncia e reforados ao longo da vida militar. Devem servir, tambm, para uma aoimediata do docente que identifique sua ausncia, visando as providncias quepossibilitem o afastamento do instruendo, pelos meios regulamentares, disciplinares e /ou judiciais, em especial na formao do militar de carreira.

    HONESTIDADE - conduta que se caracteriza pelo respeito ao direito alheio,especialmente no que se refere fraude e mentira.

    INTEGRIDADE - conduta orientada pelos valores morais e ticos prprios, dainstituio e da sociedade em que vive.

    LEALDADE - atitude de fidelidade a pessoas, grupos e instituies, em funodos ideais e valores que defendem e representam.

    2) Apresenta-se a seguir os requisitos bsicos essenciais que devem serdesenvolvidos e aprimorados em todos os militares da Fora Terrestre, particularmente osque se destinam profisso das armas. So qualidades que envolvem, cada uma,comportamentos, atitudes e valores, que devem dar o embasamento e a direo para odesenvolvimento, aprimoramento e avaliao dos atributos da rea afetiva.

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    AUTO-APERFEIOAMENTO (atitude para aprendizagem) - disposio ativapara mobilizar seus recursos internos, visando aprimorar e atualizar seus conhecimentos.

    CIVISMO - capacidade de fazer valer os direitos e cumprir com os deveres decidado.

    ESPRITO DE CORPO - sentimento de identificao com os valores e tradiesda organizao e/ou do grupo, gerando interaes positivas de apoio mtuo, que seprolongam no tempo.

    IDEALISMO - representao dos sentimentos mais nobre em uma linha deconduta voltada para as causas em que acredita e para os princpios que adota.

    PATRIOTISMO - atitude de amor ptria e respeito aos smbolos e sinstituies nacionais.

    3) Complementarmente aos valores e requisitos j mencionados, os atributos aseguir referem-se queles identificados como os mais representativos para odesenvolvimento, aprimoramento e avaliao, em particular nos militares de carreira.

    ABNEGAO - capacidade de renunciar aos interesses pessoais em favor dainstituio, grupos e / ou pessoas.

    ADAPTABILIDADE - capacidade de se ajustar apropriadamente s mudanasde situaes.

    APRESENTAO - capacidade de demonstrar atitudes e porte condizentescom os padres militares.

    AUTOCONFIANA - capacidade de demonstrar segurana e convico emsuas atitudes, nas diferentes circunstncias.

    AUTOCRTICA - capacidade de avaliar as prprias potencialidades e limitaesfrente idias, sentimentos e / ou aes.

    CAMARADAGEM - capacidade de estabelecer relaes amistosas comsuperiores, pares e subordinados.

    CIVILIDADE - capacidade de agir de acordo com as normas que regem asrelaes interpessoais.

    COERNCIA - capacidade de agir em conformidade com as prprias idias evalores, em qualquer situao.

    COMBATIVIDADE - capacidade de lutar, sem esmorecer, pelas idias e causasem que acredita ou por aquelas sob sua responsabilidade.

    COMPETITIVIDADE - capacidade de disputar, simultaneamente, com outrem,visando um objetivo.

    COMUNICABILIDADE - capacidade de relacionar-se com outros por meio deidias e aes.

    COOPERAO - capacidade de contribuir espontaneamente para o trabalho dealgum e/ou de uma equipe.

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    CORAGEM - capacidade para agir de forma firme e destemida, diante desituaes difceis e perigosas, seguindo as normas de segurana.

    CRIATIVIDADE - capacidade de produzir novos dados, idias e/ou realizarcombinaes originais, na busca de uma soluo eficiente e eficaz.

    DECISO - capacidade de optar pela alternativa mais adequada, em tempo tile com convico.

    DEDICAO - capacidade de realizar, espontaneamente, atividades comempenho e entusiasmo.

    DINAMISMO - capacidade de atuar ativamente com inteno determinada.

    DIREO - capacidade de conduzir e coordenar grupos e/ou pessoas, naconsecuo de determinado objetivo.

    DISCIPLINA - capacidade de proceder conforme normas, leis e regulamentosque regem a instituio.

    DISCIPLINA INTELECTUAL - capacidade de adotar e defender a decisosuperior e/ou do grupo mesmo tendo opinado em contrrio.

    DISCRIO - capacidade de manter reserva sobre fatos de seu conhecimentoque no devam ser divulgados.

    EQUILBRIO EMOCIONAL - capacidade de controlar as prprias reaes paracontinuar a agir, apropriadamente, nas diferentes situaes.

    FLEXIBILIDADE - capacidade de reformular planejamentos ecomportamentos, com prontido, diante de novas exigncias.

    IMPARCIALIDADE - capacidade de julgar, com iseno, sem se envolveremocionalmente.

    INICIATIVA - capacidade para agir, de forma adequada e oportuna, semdepender de ordem ou deciso superior.

    LIDERANA - capacidade de dirigir, orientar e propiciar modificaes nasatitudes dos membros de um grupo, visando atingir os propsitos da instituio.

    METICULOSIDADE - capacidade de agir atendo-se a detalhes significativos.

    OBJETIVIDADE - capacidade de destacar o fundamental do suprfluo para arealizao de uma tarefa ou soluo de um problema.

    ORGANIZAO - capacidade de desenvolver atividades de forma sistemtica eeficiente.

    PERSISTNCIA - capacidade de manter-se em ao continuadamente, a fimde executar uma tarefa vencendo as dificuldades encontradas.

    PERSPICCIA - capacidade de perceber, pronta e integralmente, os detalhesde uma situao ou problema, seus significados prticos e implicaes.

    PERSUASO - capacidade de convencer pessoas a adotarem idias ou atitudesque sugere.

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    PREVISO - capacidade de antecipar-se a fatos e situaes, antevendoalternativas viveis, de modo a evitar e/ou eliminar possveis falhas na execuo de umatarefa.

    RESPONSABILIDADE - capacidade de cumprir suas atribuies assumindo eenfrentando as conseqncias de suas atitudes e decises.

    RESISTNCIA - capacidade de suportar, pelo maior tempo possvel, a fadigaresultante de esforos fsicos e/ou mentais, mantendo a eficincia.

    RUSTICIDADE - capacidade de adaptar-se a situaes de restrio e/ouprivao, mantendo a eficincia.

    SENSIBILIDADE - capacidade de perceber e compreender o ambiente, ascaractersticas e sentimentos de pessoas e/ou grupos, buscando atender aos seusinteresses e necessidades.

    SOBRIEDADE - capacidade de agir com austeridade em relao a hbitos,costumes e procedimentos na vida particular e profissional.

    SOCIABILIDADE - capacidade de estabelecer interao com as pessoaspropiciando um ambiente cordial.

    TATO - capacidade de lidar com as pessoas sem ferir suscetibilidades.

    TOLERNCIA - capacidade de respeitar e conviver com idias, atitudes ecomportamentos diferentes dos seus.

    ZELO - capacidade de cuidar dos bens mveis e imveis que esto ou no sobsua responsabilidade.

    2-3. ALGUMAS VIRTUDES MILITARES

    A VIRTUDE a qualidade do que se conforma com o considerado correto edesejvel, seja do ponto de vista da moral, da religio, do comportamento socialou do dever.

    "As virtudes perdem-se no interesse como as guas do rio se perdem no mar." LaRochefoucauld

    "A virtude difcil de se manifestar, precisa de algum para orient-la e dirigi-la. Masos vcios so aprendidos sem mestre." Sneca

    "A virtude mais perseguida pelos maus do que amada pelos bons." Miguel deCervantes

    A tica da virtude preocupao do ser Humano desde h muito tempo. Centra-seno agente moral que a pessoa responsvel pela deciso de como aplicar os princpiosmorais gerais s situaes especficas para alcanar os resultados desejados afetados, porisso, pela integridade e competncia do mesmo.

    Segundo Aristteles existem dois tipos de virtudes: as virtudes do Pensamento e asdo Carcter. Das primeiras, Dianticas, porque se ensinam pela instruo, fazem parte aSophia (saber) e a Phronesis (sabedoria). Estas virtudes so tambm conhecidas comocompetncias intelectuais e incluem o conhecimento cientfico relevante; aptides

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    tcnicas e experincia adequadas; a inteligncia; a capacidade de discernimento e bomsenso prtico. Por outro lado, as virtudes do Carcter so as virtudes ticas oucompetncias morais, ou seja, desenvolvem-se atravs do hbito, da educao e daprtica. Entre elas encontram-se a honestidade, a moderao, a coragem, a justia, oamor, a fidelidade, o humor

    Em So Toms de Aquino, o hbito uma qualidade auto-adquirida e livrementedesenvolvida que facilita e aperfeioa a ao e, consequentemente, o prprio Homem.

    Mas, o que so, ento, virtudes? A noo grega de virtude estava relacionada comfora moral, enquanto o vcio se relacionava com fraqueza moral. Pelo que, as virtudesesto relacionadas com a procura da excelncia e a aquisio do conhecimento do ser.Assim, o modelo de virtude de Plato e Aristteles era constitudo pela excelncia dodesenvolvimento fsico, a mestria nas aptides e no equilbrio e a obteno de umdesempenho excepcional.

    A virtude significa uma fortaleza moral da vontade (Immanuel Kant (1724-1804)).Esta definio de virtude de Kant vem de encontro definio que Plato e Aristtelesdefendiam. Ao concordar com esta definio de virtude, estou a considerar que a virtudedepende de ns e nos torna fortes pela procura que nos obriga a fazer desse ideal.

    Davia Hume (1711-1776) considera que os costumes so o grande guia da vidahumana. Tendo como base que as virtudes se podem desenvolver pela prtica, sendo,por isso, costumes ou hbitos, posso, ento, inferir que a vida humana tem como suporteas virtudes. Assim, estas tm uma importncia extrema no relacionamento entre os sereshumanos, ou seja, em sociedade. Depois da morte, as virtudes e boas aes tm a suarecompensa e as ms aes o seu castigo.".

    Em Utopia, de Thomas More, na descrio da forma de vida dos utopianos, enunciada uma definio de virtude: Viver conforme a Natureza, e para isso Deus nosdestinou. Ora, o Homem que vive conforme a Natureza aquele que se orienta pelarazo que, tanto nos leva ao amor e adorao de um ser superior, como nos ensina eincita a viver alegremente, evitando as tristezas. Isto leva-nos ajuda ao outro e aodesenvolvimento de relaes interpessoais baseadas no que correto ou no numasociedade. Assim, viver conforme a Natureza leva ao seguimento de certas normassociais que se podem converter em virtudes pessoais.

    Poder-se-, assim, concluir que a virtude se trata de um hbito do gneroqualidade que se pode aperfeioar e que consolida as potncias do homem conferindocapacidade e facilidade de bem agir. No se trata de extremismo, tanto por excesso,como por defeito, mas de um meio-termo que provm da vontade prpria e implica oexerccio da liberdade. Apesar de se dizer que a virtude est no meio, no se podeconsider-la como uma simples mdia, mas sim um pico de qualidade entre dois abismosde erro.

    Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si tornando virtuosa a prpriavida. Entre as virtudes morais so constantemente destacadas as virtudes cardeais: aprudncia, considerada a virtude-me por ser instrumental e a base de todas as outras; ajustia; a fortaleza ou coragem e a temperana ou moderao que pode ser descritacomo sendo a prudncia aplicada aos prazeres. Estas quatro virtudes so consideradas asprincipais por serem os apoios volta dos quais giram as demais virtudes.

    Segue abaixo, algumas Virtudes Militares. Virtudes e deveres so inseparveis.

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    CORAGEM : a virtude que faz com que o soldado despreze o perigo, face aimposio de bem cumprir o dever militar custe o que custar.

    BRAVURA: a que caracteriza o soldado valente, intrpido, impetuoso, arrojado eque se distingue da coragem por ser fruto de temperamento pessoal.

    CAMARADAGEM: a que caracteriza o elevado sentimento da fraternidade e deafeio que cada soldado deve cultivar em relao aos demais soldados.

    SOLIDARIEDADE: a que impele os soldados a se auxiliarem mutuamente.ABNEGAO: a que sustenta o soldado no cumprimento do dever militar, a

    despeito das adversidades, sacrifcios e privaes a que for submetido.HONRA MILITAR: a que leva o soldado a cumprir conscientemente o dever

    militar que lhe foi imposto. a religio da Disciplina Consciente.INICIATIVA: a que impele o soldado, numa emergncia, a agir com conscincia e

    reflexo para dar com a maior presteza e, sobretudo com oportunidade, a soluoadequada exigida para o caso. Ela importante em campanha!

    DEVOTAMENTO: a que impele o soldado a fazer sacrifcios e a padecer privaesem benefcio da segurana de sua ptria e de seus compatriotas e camaradas.

    MORALIDADE: a que impe ao soldado, no s o cumprimento das leis eregulamentos e normas, como ir alm, cumprindo os ditames da moral social.

    AMOR E ORDEM: a que impe ao soldado apresentar-se bem em todas asatividades profissionais e sociais. Por exemplo, bem fardar-se!

    PONTUALIDADE: a que impe ao soldado o cumprimento fiel a tempo e a horadas ordens recebidas e das obrigaes decorrentes.

    PRESTEZA: a que impe ao soldado consciente que ele cumpre no menor espaode tempo e na melhor forma possvel as ordens recebidas, dando cincia a quem as deude que foram cumpridas.

    DECORO MILITAR: a que impe ao soldado boa conduta e educao civil emilitar.

    2-4. A PROFISSO SOLDADO VIRTUDES INERENTES

    Como as demais funes sociais, a profisso militar possui sua escala de valores ouaxiolgica especfica, traduzida por virtudes militares.

    Como qualidades morais, elas impelem o soldado a cumprir seus deveres para com asua ptria, com o mais elevado grau de obedincia e respeito Hierarquia e Disciplina,vigas mestras de todas as instituies militares, os sustentculos dos ordenamentosjurdicos a que servem .

    Elas desenvolvem o esprito militar do soldado, ao ponto dele encontrar foras emseu ntimo, para dar a sua vida, se preciso, em defesa do Brasil.

    As virtudes militares so predicados morais indispensveis ao eficiente exerccio daprofisso soldado, fazem parte da instruo moral do soldado e devem ser ministradascomo por meio do exemplo dos superiores hierrquicos (Chefes da Instruo eInstrutores) .

    Estudiosos do assunto mencionam de como a insistncia do ensino e cobranadestas virtudes em todos os nveis, numa instituio militar, bem como a sistemticaemulao e destaque aos soldados que as praticam, resultam em grande eficinciaoperacional de uma tropa militar considerada.

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    Outros consideram as virtudes militares como a base da infra-estruturaeducacional militar.

    Convm pois a chefe militar em todos os nveis verificar como estas virtudes soconhecidas entre seus comandadas ou se estes cederam a prtica e culto de valoresestranhos ao da profisso soldado.

    Considerar, que a assimilao de valores como sentimento do dever, autoconfiana,auto-estima, persistncia, esprito de sacrifcio e o culto verdade, lealdade, probidade eresponsabilidade, supriro as possveis deficincias do ensino nas reas cognitiva epsicomotora.

    Da, a necessidade de incutir nos Monitores e Atiradores os valores ticos, morais eprofissionais, buscando tcnicas efetivas no processo ensino-aprendizagem, que nofiquem restritas a palestras.

    O sentimento do dever assim incutido far o Monitor e o Atirador refletir sobre oassunto, recordando os assuntos dos Atributos da rea Afetiva, ministrados por voc noTiro-de-Guerra, sempre que se fizer necessrio.

    Por outro lado, voc participar do molde do seu futuro carter com valoresimprescindveis ao futuro cidado, sabendo-se que o carter uma disposio internaparticular, um "nimo", uma "alavanca" (fora) capaz de remover todos os obstculos quese opem evoluo como cidado.

    Mas como iniciar a formao do carter militar (FC)?A composio do carter militar inclui fatores inatos e fatores adquiridos que se

    apresentam como atitudes de aceitao de valores julgados importantes para o ExrcitoBrasileiro; esses fatores, portanto, devem ser consolidados ou desenvolvidos sob ainfluncia do ambiente do Tiro-de-Guerra, bem como do correto relacionamento entrecompanheiros e entre superiores e subordinados.

    Os instrutores devem ter presente que a instruo, o exemplo, o permanenteacompanhamento e a preocupao de convencer, persuadir, motivar, devem obter aconscientizao necessria para iniciar a formao e o desenvolvimento do carter militardo atirador, de vital importncia para a eficincia da prpria Organizao. Os OII da reaafetiva (atributos) esto diretamente relacionados com este objetivo.

    CAMARADAGEM

    A camaradagem, como a entendemos e praticamos na vida militar, , de fato, maisdo que a "convivncia agradvel" ou o "procedimento de amigo" dos dicionrios.

    a virtude que nos permite fazer: do quartel, um segundo lar; dos superiores, parese subordinados, uma verdadeira famlia; das ligaes profissionais, os laos fortes daunio; da convivncia diria, a fraternidade.

    O lar bem formado e a famlia unida e fraterna so o bero e a escola dacamaradagem. O filho que respeita e estima seus pais estimar e respeitar,naturalmente, seus superiores hierrquicos quando deles receber ateno, conselho,apoio, estmulo e at reprimenda verdadeiramente paternais.

    Aquele que vive no lar em harmonia com seus irmos, feliz por promover aconcrdia e por desfrutar dessa convivncia fraterna, desejar e conseguir, facilmente,ter, em cada um de seus pares, um verdadeiro irmo.

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    O chefe que se imbuir da responsabilidade paternal no trato com seussubordinados, orientando, incentivando e corrigindo com severidade justa e bemintencionada que no exclui a afabilidade, a compreenso e o bom humor estartornando o lar e a famlia paradigmas da camaradagem e cumprir mais fcil eprazerosamente seu dever e suas misses.

    O conforto espiritual que encontramos na casa de nossos pais e o apoio moral que afamlia sempre nos empresta esto, tambm, no quartel, ao nosso alcance. Asolidariedade, a compreenso, a generosidade, a franqueza e a estima dos verdadeirosamigos so bens preciosos e bastante acessveis.

    Para alcanar tudo isso, para ter acesso a esses benefcios, a chave uma s: acamaradagem, que atitude de reflexos positivos para o indivduo, para a famlia militare para a Instituio.

    Todos devem pratic-la sem inibies.

    2-5. A UNIO - ESPRITO DE CORPO

    Como um forte sentimento coletivo, a unio foi uma seqela dessa aproximaoafetiva espontnea e harmnica entre Soldados. Os integrantes de uma mesmaorganizao militar, em qualquer nvel que fosse considerada, se sentiam congregadospor seus pesados sofrimentos, por suas intensas angstias, por seus constantes riscos,por seus sucessos retumbantes ou trgicos fracassos, por suas atividades singulares e,em suma, por seus destinos marcados por essas exageraes no decorrer de suas vidasdominadas por intensas emoes.

    Alm disso, sentiam o valor coletivo que obtinham com a fora de suas armas e coma capacidade de combater com elas.

    Seus lderes ficavam, igualmente, contagiados por essa unio e porfiavam emmerecer a confiana de seus Soldados - e estes estimulados a os seguirem. A unio osincitava a esse comportamento.

    Desenvolviam-se, desse modo, fortes laos psicolgicos entre todos os combatentesde determinado agrupamento cuja debilitao, mesmo em caso de insucesso militar, setornava to mais difcil quanto mais denso fossem esses liames centrpetos.

    Transformava-se, na prtica, num vigoroso esprito coletivo de difcil reverso capazde sustentar a organizao militar e desenvolver outros sentimentos importantes dentrodela - o esprito de corpo, na designao universal de hoje.

    Muitas vezes referido pela expresso francesa "sprit de corps" - que lhe d umcerto ar de coisa importada, afetada, estranha, suspeita, antiptica -, o esprito decorpo de ordinrio interpretado, aqui e alhures, como uma manifestao docorporativismo exacerbado de cada uma das foras singulares - fora terrestre, foranaval e fora area.

    Algo ruim, voltado para privilgios e vantagens, alm de uma atitude de defesaimediata, proteo reflexa, de militares dessas corporaes que estejam envolvidos comacusaes, em quaisquer situaes e independente das circunstncias.

    Essa generalizao, em cujo bojo h um precipitado juzo de intenes, coloca sobdesconfiana, a priori, a administrao da justia militar e as investigaes internas que aprecedem.

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    Um importante jornal brasileiro de circulao nacional publicou em sua principalnota editorial de quatro de janeiro de 2000, sob o ttulo "Um momento grave", um textoque alertava seus leitores para o que definia como um perigoso surto de autoritarismo -do esprito de autoritarismo, como definiu o editorialista.

    Como indcios que respaldavam a preocupao do ttulo, reportava-se, entre outrosfatos, truculncia de militares da Polcia do Exrcito contra dois jornalistas na noite de31 para primeiro de janeiro de 2000, em festa oficial no Forte de Copacabana, Rio. Aofinal do comentrio referente a essa agresso, conclua "(...) At agora o major quecomandava o grupo (de agressores) da PE em servio no local no deu uma palavra,parece protegido por uma cortina de

    "sprit de corps", o mesmo esprito que costuma impregnar esses IPMs etoda a Justia Militar.".

    A crtica maliciosa e, ela sim, corporativa na defesa intransigente de seus jornalistas,expressa bem a opinio e a mensagem da mdia brasileira sobre o assunto.

    , contudo, possvel distinguir o sentimento coletivo de esprito de corpo, legtimocomo um distintivo militar, da atitude coletiva corporativa, espria, eventualmenteidentificada entre Soldados.

    Os comandantes-lderes empenhados na formao do carter profissional de seushomens precisam atentar para o desenvolvimento e consolidao desse sentimento, semdesvirtuaes, nas unidade militares de combate terrestre, em todos os nveis.

    Deve ser um suporte psicolgico coletivo que sintetize os valores que justificam aguerra e se transfaa em orgulho do agrupamento de combate considerado e certeza desua qualidade guerreira.

    O esprito de corpo , por isso, o sentimento mais forte e psicologicamente maisobjetivo para que o combatente supere as tenses, os medos e as incertezas do combate.

    , tambm, a chave para que a conexo de liderana militar funcione,Para desenvolv-lo fora de uma situao de guerra ou de sua expectativa, no

    entanto, imprescindvel que esse traumtico evento continue sendo a grande inspirao.Nas rotinas normais da instruo militar cujo desafio a capacidade para imitar o

    combate - qualificao individual e adestramento dos diversos agrupamentos operacionais- o esprito de corpo precisa ficar vinculado organizao de guerra, da pequena fraode combate grande unidade, ao orgulho de integr-la e, particularmente, certeza desuperar com ela, com seus camaradas, quaisquer dificuldades como fora militaraplicada.

    Algo ligado ao sacrifcio e ao empenho do combatente dentro do agrupamento queas circunstncias de emprego o fizerem considerar.

    Pode ser seu Tiro-de-Guerra com seu Chefe-lder, sua subunidade com seu capito,seu batalho, sua brigada ou sua diviso.

    At esse nvel possvel, segundo a qualidade do comandante-lder, desenvolver oesprito de corpo com relativa facilidade ligando-o tradio militar e, como foragalvanizadora imediata - justamente o sentido prtico desse sentimento - ao esforo queser iniciado, que est sendo feito ou que poder s-lo.

    A falha na instruo militar, mais comum do que seria desejvel, deixa dedesenvolv-lo com esse sentido de distintivo, de suporte para a ao, permitindo que setransmude para uma atitude corporativa.

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    O impulso centrpeto de unio entre homens uniformizados, sujeitos a esforos erotinas semelhantes, sem o combate ou a aluso permanente desse evento trgico, faltode foco e deixado ao azar, resulta efetivamente em corporativismo.

    O corporativismo entre Soldados, dessa forma, o resultado do poderoso eespontneo impulso de unio liberado para produzir um fenmeno anmico grupal queno interessa instituio de guerra Fora da estrutura de combate propriamente dita,como Soldados do Exrcito Brasileiro, por exemplo, ou, mais genericamente, comointegrantes das Foras Armadas, sem a energia concentrada pelo enquadramento nosagrupamento de emprego e sem o envolvimento direto de seus comandantes-lderes, h,tambm, o perigo dos Soldados desenvolveram essa atitude corporativa to execradapela imprensa mundial.

    O poeta ingls Robert Graves afirmou em suas memrias da Primeira Guerra Mundialque "nas trincheiras, o patriotismo era um sentimento por demais remoto".

    A camaradagem (a abordaremos em seguida) e o esprito de corpo podem, comofortes sentimentos envolventes e dominantes, criar algo "que o combatente valorizemais do que a prpria vida: sua reputao como homem, entre outros homens".

    Perdidos seus suportes externos; no reconhecidos nos seus sacrifcios;abandonados face a um destino trgico; assaltados por dvidas relacionadas com aguerra na qual estejam envolvidos, mesmo assim, encontraro foras dentro de seuagrupamento de combate: "Por que?" uma indagao que o Soldado nessascircunstncias faria a si mesmo "porque estou aqui e isso o que devo fazer junto commeus camaradas! Todos esperam isso de mim!".

    O esprito de corpo prevalecente um suporte capaz de reanimar o espritocombatente ou manter sua chama dentro de uma fora armada. uma conscincia que,tambm, no esmorece.

    Tomamos conhecimento, ao longo dos anos, de reunies de veteranos de guerra nomundo inteiro. Encontros assim genricos podem ser manifestaes simplesmentecorporativas.

    Reunies de velhos Soldados, cheios de lembranas das agruras de campanha,exintegrantes de unidades com passado de glrias e de lutas so, certamente,manifestaes do imorredouro esprito de corpo.

    Como afirmamos, preciso cuidado durante a formao do carter dos Soldados. Osentimento de unio e orgulho que nutrirem pelo seu agrupamento de combate, como umsuporte psicolgico coletivo, no se confunde com a eventual atitude meramentecorporativa de militares considerados fora desse enquadramento profissional.

    fcil distingui-los. Os desatentos para a sociologia militar ou, mais comum,desinteressados e mal intencionados, os confundem.

    2-6. LEALDADE

    A lealdade uma das mais belas virtudes, consiste em proceder com franqueza esinceridade, mantendo fidelidade aos compromissos assumidos.

    Essa virtude que representa a capacidade de fidelidade s pessoas, grupos ouinstituies, em funo dos valores que defendem e representam, deve ser horizontal evertical, e demonstrada por atitudes para com seus iguais, superiores e subordinados.

    Custe o que custar, os militares devem ser sempre sinceros nas suas afirmaes eleais no seu modo de proceder.

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    A Organizao Militar sobrevive com base no respeito a seus compromissos. Nafranqueza. Na lealdade. preciso cultivar a lealdade que aproxima os homens: OSSOLDADOS.

    2-7. RESPONSABILIDADE

    A conduta humana consciente, o que significa que o homem, em estado mentalperfeito, age de acordo com a sua prpria vontade, dono de seus atos e tem o livrearbtrio de dirigir a sua ao em determinado sentido e no em outro.

    Na liberdade da ao humana, cujo antecedente a vontade autnoma do serpensante, funda-se a Teoria da Responsabilidade. O homem faz o que quer e sabe o quefaz. Encontramos, de sada, a responsabilidade como um estado direto da ao conscientedo ser humano. Como num processo, a ao desencadeia estados e um desses estados o da responsabilidade.

    O ato de criar tambm um ato de responsabilidade. Criar tornar real algo queno existe. Pode ser uma idia, pode ser uma coisa, pode ser uma pessoa. Ao criar, ocriador torna-se autor. Torna-se tambm responsvel por aquilo que criou. E, assim,encontramos diversos estados de responsabilidades imputveis ao ser humano. Essa uma caracterstica prpria do ser humano. tambm uma caracterstica prpria dedeterminados seres humanos.

    Mais que um estado, a responsabilidade tambm transcende ao tempo. A sabedoriaque se adquire a partir da evoluo do conhecimento, nos ensina e nos faz enxergar almdo horizonte do tempo. Ainda como desdobramento da Teoria da Responsabilidade, ohomem adota atitudes preventivas como se tivesse absoluta certeza das conseqnciasde certos atos ou das conseqncias de determinadas omisses.

    Assim age o autor de ideais, o autor de livros, o autor de livros didticos. Elesprocuram delinear a trajetria entre a ignorncia e o saber. Assim age tambm o pai.Procura apresentar, oferecer, dar as melhores alternativas para que a sua cria sejadotada de todas as qualificaes que o tornam absolutamente preparados para enfrentartodos os desafios que a vida prepara, meticulosamente, para cada um de ns.

    Da mesma maneira, as enfermeiras aplicam as vacinas. No que a criana j tenhaalguma enfermidade. No que a criana venha a ter alguma enfermidade. Talvez nuncaas tenha. um ato preventivo. Uma ao positiva, um recado, um sinal. como sedesejssemos Boa Sorte. Numa longa jornada, nunca saberemos, a priori, quais seroas verdadeiras conquistas, quais sero os verdadeiros obstculos. Nem teremos tambmo privilgio de conhecermos, antes, o real objetivo da viagem.

    Devemos estar preparados. Devemos, talvez, at provocar o impondervel para queas virtudes e os defeitos de nossa caminhada se apresentem com maior clareza, lmpida entida. Em todos esses momentos e tambm em todos esses instantes dessa nossa longae tambm curta jornada, uma coisa constante: A nossa responsabilidade.

    Por fim, lembremo-nos da frase dita por Antoine de Sait-Exupry: Voc responsvelpelo que cativa.

    2-8. VOCAO

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    A primeira das virtudes que se espera encontrar em um soldado profissional avocao. Ela a inspiradora, guia e guardi das demais virtudes militares, to caras quonecessrias aos que se dedicam a uma carreira que, longe de ser um mero emprego ouocupao, representa um ofcio absorvedor, sempre a exigir integral devotamento.

    A palavra vocao tem sua origem no vocbulo latino "vocatione", com acepo dechamamento e predestinao. A vocao, evidentemente, no pode ser considerada umaqualidade especificamente militar. Ela comum a toda atividade humana e surge comoum pendor, uma aptido inata, um chamamento como sugere sua etmologia para oexerccio de determinada profisso.

    A vocao , para o homem, to antiga quanto a prpria histria de sua organizaosocial. Com efeito, desde a primeira necessidade de diviso do trabalho, nascida nassociedades mais primitivas, cada grupo foi levado a assumir as tarefas para as quaispossusse pendor, ditado por suas inclinaes fsicas ou psicolgicas.

    Toda profisso, no importa qual seja sua natureza, encerra desafios e dificuldadesque jamais sero transpostos sem algum custo. a vocao que determinar apossibilidade de se chegar, com tranqilidade, alm dessas barreiras.

    O militar, mais do que outro, necessita de vocao para resistir no apenas sdificuldades casuais como, tambm, para enfrentar, com esprito forte, as durezasprprias de seu ofcio. E isso ocorre desde os primrdios da humanidade.

    O primeiro chamamento, a primeira aptido e, portanto, a vocao pioneira dohomem foi a luta pela sobrevivncia.

    Foram lies de vida, foram milnios de evoluo em que o homem teve a vocaomilitar como fonte inspiradora de seu aprendizado.

    Ainda hoje, o militar vigia, guarda, defende e ataca. Ainda hoje, empunha armas,entra em combate e arrisca a vida. Para assumir estas responsabilidades e desencadearestas aes imprescindvel estar seguro de sua vocao.

    O militar no faz quaisquer votos de privao, mas sabe, desde o primeiro dia, quemuitas vezes estar longe da famlia e jamais conhecer a riqueza.

    A dureza dos exerccios, as guarnies longnquas, as noites de servio, odesconforto dos acampamentos e o rigor disciplinar so bem assimilados, mas provocam,em outras pessoas, a sincera pergunta "como possvel que algum suporte taisdificuldades da vida militar ?"

    So dvidas de quem no conhece o autntico soldado, fortalecido e impelido pelapoderosa energia vocacional.

    2-9. BOM SENSO

    a qualidade de quem sabe evitar a ao inconveniente, a deciso inoportuna, orisco desnecessrio, o desperdcio condenvel, a tentativa cega, o "passo maior que aperna".

    A sabedoria popular nos ensina: "Mais vale um pssaro na mo do que doisvoando"; "Vem mais apressado o perigo desprezado"; "A carga bem se leva, a sobrecarga

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    causa a queda"; "Dois proveitos no cabem num saco s"; "Ao morder, veja comateno se pedra ou po"; e "Neste mundo, quem facilita vai para o fundo".

    Desperdcios, riscos e acidentes males especialmente indesejveis para o Exrcito so causados, quase sempre, por decises impensadas. A sensatez ajuda a evit-los.

    gua, combustvel, munio e rao constituem suprimentos preciosos e,freqentemente, crticos para qualquer fora, notadamente em campanha. Soincontveis os momentos, as situaes e tarefas em que indispensvel agir comateno, cuidado e responsabilidade para evitar a perda ou o desperdcio. impossvelprever cada caso e especificar os cuidados necessrios. Com bom senso, cada umencontra a soluo satisfatria.

    Os riscos tambm podem ser minimizados com o uso desta virtude. Ela no safasta a imprudncia e a afoiteza, como tambm indica a hora certa para agir, aconvenincia de revelar-se ou no ao inimigo, a tcnica adequada, o caminho maisseguro. Em suma, a linha de ao mais vivel.

    No h reservatrio ou aparelho produtor de bom senso a que se possa recorrer emcaso de necessidade. Esse atributo como o condicionamento fsico: tem de ser adquiridodia-a-dia. Para isso, uma providncia recomendvel acercar-se dos que soreconhecidos como mais sensatos e experientes.

    de bom senso que cada um conhea bem os aparelhos, equipamentos, asferramentas, mquinas e os veculos com que trabalha. Um soldado de bom sensobuscar conhecer bem esses materiais e nunca deixar de seguir as normas ou de tomaras precaues recomendadas na instruo.

    Um superior de bom senso far com que seus subordinados observem essesprocedimentos e no conferir autonomia a homens que ainda no estejam nessascondies.

    2-10. A EDUCAO MILITAR E A FORMAO DO VERDADEIRO SOLDADO-CIDADO

    Os jovens de hoje so, sem sombra de dvida, bem diferentes daqueles de halgumas dcadas. O contraste inicia-se pela famlia, continuando pelos conceitos morais,hbitos de vida, desenvolvimento tecnolgico, a mdia, dentre outros.

    O estudante das dcadas de 40, 50, 60 e 70, pobres, remediados ou ricos, em suagrande maioria, possua uma famlia coesa, com intensa convivncia e de hbitos econceitos morais slidos.

    A unio e o apoio mtuo selavam a vida familiar. A EDUCAO apoiava-se no LAR ena ESCOLA, cada qual exercendo, com responsabilidade e adequadamente, seus deverese funes.

    O quadro no se repete com a juventude de hoje. Qualquer que seja sua condiosocial, os rapazes e as moas no tm a segurana dos jovens de antanho.

    Em nossos dias, as condies de vida esto muito modificadas. Os encontrosfamiliares so

    raros e fugazes, no havendo coeso nem intensidade na convivncia. Os conceitosmorais e hbitos de vida tornaram-se muito elsticos, permissivos e excessivamenteindulgentes. Nessas condies, o jovem fica solto, entregue s fantasias de sua mente

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    inquieta, estimulada por toda sorte de divertimentos, atraes e outras atividades nemsempre recomendveis.

    Em conseqncia, ele rejeita e no se submete ao pouco e escasso convvio familiarque lhe resta. E desse modo que ele chega ao novo habitat o Tiro-de-Guerra, onde agrande maioria passa a ter mais um lar O LAR VERDE-OLIVA.

    Por que novo lar? Ainda que parea incrvel, o novo soldado encontrar no Tiro-de-Guerra um ambiente familiar que para muitos melhor que em sua prpria casa.

    Considerando que ele adentrar num mundo completamente diferente daquele emque vivia, imaginem o que passar por sua mente! As contradies so evidentes. Suaescala de valores est rigorosamente virada de cabea para baixo; hbitos e condutasque para ele no existiam passam a ter importncia fundamental:

    obedincia a horrios, cuidados com a higiene, com os uniformes, com aapresentao, com a obrigao de manter limpo e arrumado o ambiente em quevive; respeito aos companheiros, acatamento s diferentes normas que regem aInstituio, assuno de responsabilidades perante si mesmo, seus colegas eseus superiores hierrquicos.

    Esse agora o seu NOVO MUNDO!Grande batalha desenvolve-se no ntimo dos Monitores e Atiradores. Cabe ao Chefe

    da Instruo e aos instrutores ajud-los a absorver os novos conhecimentos e condutas ea incorporar a nova hierarquia de valores, condutas e procedimentos.

    Os jovens so perspicazes e muito sensveis. Eles sentem quando h algum que sepreocupa com eles e os faz alvos de sua ateno.

    As atividades no Tiro-de-Guerra leva, naturalmente, conquista de novas amizades, participao no grupo, iniciando-se, assim, a formao do esprito de corpo.

    O respeito e a amizade despertados pelos superiores, decorrentes de procedimentosjustos e imparciais, no nivelando por baixo, premiando os bons e punindo os maus,calam profundamente no esprito dos discentes.

    Eles passam a crer em alguma coisa mais consistente, em algo que no conheceramem sua vida escolar anterior e, muitas vezes, nem em sua prpria casa.

    As primeiras semanas do Atirador so primordiais no prosseguimento doaprendizado, o carter do futuro CIDADO forjado, tendo a disciplina, a lealdade, adedicao e a renncia como algumas das qualidades que devero merecer atenoespecial.

    - A DISCIPLINA: a virtude que ensina a obedecer s ordens. Ela traduz umaescala de valores, na qual subordinados e superiores hierrquicos so submetidos aosmesmos preceitos regulamentares.

    - SUPERIORES HIERRQUICOS: so aqueles que ordenam, por estarem acima naescala de postos, mas que tambm obedecem. Trabalhando em conjunto, superiores esubordinados constroem e servem, visando ao cumprimento do dever.

    - LEALDADE: a sinceridade da alma amiga, que no esconde nos subterfgios damentira as traies aos ideais.

    - DEDICAO: o afinco no cumprimento do dever, o zelo na execuo datarefa, o amor ao trabalho.

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    - RENNCIA: a abdicao de facilidades no cumprimento do dever. Ela exige doatirador grande abnegao. Esse sacrifcio leva ao herosmo, desprendimento manifestadoao colocar-se, decididamente, ao lado da satisfao do dever cumprido.

    Quando o chefe e o instrutor conseguem fazer com que os conceitos enunciadossejam devidamente assimilados, absorvidos e incorporados mente e ao carter doatirador, tero atingido plenamente o grande objetivo:

    a formao do verdadeiro SOLDADO-CIDADO, pois estaro formandoHOMENS, que poro a vontade, a lei e a razo como paradigma de sua conduta,conseguindo, pelo exemplo, cultivar a disciplina, a lealdade, a dedicao e a renncia.

    S ento a misso de educar ter atingido seu objetivo."SE": E s ento ser teu todo este vasto mundo

    Com tudo que ele encerra,E o que mais, muito mais, um Homem

    Tu, meu filho, um Homem tu sers!Kipling,

    2-11. CRENAS E VALORES

    A tica militar o conjunto de regras ou padres que leva o profissional militar aagir de acordo com o sentimento do dever, dignidade militar e decoro da classe.

    As crenas, so, suposies ou convices julgados verdadeiras a respeito depessoas, conceitos ou fatos.

    Os valores representam o grau de importncia atribuda, subjetivamente, a pessoas,conceito ou fato. No so inatos e, sm, aprendidos, variando de acordo com a sociedade,a cultura ou a poca. No podem ser vistos nem ouvidos mas, apesar disto, so reais,influencias de modo consciente ou inconsciente de comportamento e guiam o indivduo ougrupo.

    Cooperao: No relacionamento com pares e superiores. a capacidade para contribuir espontaneamente para o trabalho de algum ou de

    uma equipe.

    Autoconfiana: No relacionamento com pares e superiores e , sobretudo, noscomportamentos individuais que vo evidenciar atitudes positivas em diferentescircunstncias. Capacidade de demonstra segurana e convico nas prprias reaesdiante de dificuldades. a certeza de ser bem sucedido, a autoconfiana e demonstradapela aparncia pela voz, pelo entusiasmo.

    Persistncia: Durante o cumprimento das misses que lhes forem atribudasconstante no seu processo de aprendizado individual e coletivo.

    Capacidade de manter-se em ao continuamente, a fim de executar uma tarefa,vencendo as dificuldades encontradas at conclu-las. a perseverana para alcanar umobjetivo, apesar de obstculos aparentemente insuperveis. Depende uma grandedeterminao e fora de vontade.

    Iniciativa: Durante o cumprimento das misses que lhes forem atribudas e emoutras ocasies que porventura ocorram.

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    Capacidade de agir face a situaes inesperadas, sem depender de ordem oudeciso superior. a habilidade para, rapidamente, mobilizar-se ao grupo, no sentidoatingir as metas estabelecidas, sem aguardar deliberao ou determinao dos chefes.

    Coragem: Durante os exerccios nos campos, nas realizaes de pistas de combatee em outras situaes.

    Capacidade para controlar o medo e continuar a desempenhar com eficincia amisso, para agir de forma firme e destemida, diante de situaes difceis e perigosas. Acoragem se apresenta sob duas formas.

    1- Coragem fsica: Superao do medo ao dano fsico no cumprimento dodever.

    2- Coragem moral: Defesa dos prprios valores, princpios morais econvices.

    Responsabilidade: Durante o cumprimento das misses que lhes forem atribudase na realizao de qualquer outra atribuio.

    Capacidade de cumprir suas atribuies, assumindo e enfrentando as conseqnciasde suas atitudes e decises, a caracterstica que leva a procurar superar os obstculos etomar decises baseadas na razo e em princpios morais, com total honestidade, ondebaseia-se, integralmente, em um conjunto de crenas e valores profissionais, que quandodeterminado, faz cumprir e assume as conseqncias de todos os seus atos.

    Disciplina: Na realizao de pistas de combate ou de exerccios no campo.Nocumprimento de misses complexas e difceis ou em outras situaes.

    Capacidade de proceder conforme, as leis e normas e padres regulamentares. Emuma unidade disciplinada, cada um faz o deve no momento oportuno, refletindo otrabalho de lderes disciplinados que transmitem aos seus subordinados estas noesatravs dos exemplos, dos seus prprios padres e da instruo.

    Equilbrio emocional: Na rotina diria da OM, e no relacionamento com pares esuperiores, quando estiver atuando numa equipe ou participando de competies.

    Capacidade de controlar as prprias reaes, para continuar a agir,apropriadamente, nas diferentes situaes, tomando atitudes adequadas e decidir comacerto e oportunidade. a habilidade para avaliar, com calma, no deixar se dominarpelas emoes.

    Entusiasmo profissional: Capacidade para evidenciar disposio ao desempenhode atividades profissionais.

    Lealdade: a sinceridade da alma amiga, que no esconde nos subterfgios damentira as traies aos ideais.

    Dedicao: o afinco no cumprimento do dever, o zelo na execuo da tarefa, o amor ao trabalho.

    Renncia: a abdicao de facilidades no cumprimento do dever. Ela exige dosoldado grande abnegao. Esse sacrifcio leva ao herosmo, desprendimento manifestadoao colocar-se, decididamente, ao lado da satisfao do dever cumprido.

    2-12. VIRTUDES DE CIDADO

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    Como eu j lhes disse desde o dia 01 de maro quando entraram neste Tiro-de-Guerra para cumprirem um dever constitucional de todo cidado, as VIRTUDES DECIDADO, so sentimentos que deve possuir todo homem para ser digno de serchamado de CIDADO.

    A nossa vida por si s muito trabalhosa, cheia de sacrifcios, exigindo muitas vezesbastante esforo para desempenharmos alguma funo. verdade que esta vida tambmpode proporcionar um salutar conforto moral queles que dedicam o melhor de seusesforos e toda e qualquer atividade que for desempenhar. Por isso tudo, o homeminvestido de dignidade, de honra, de integridade, deve possuir em seu caminhar asseguintes virtudes de cidado (militar ou civil):

    2-13. SENTIMENTO DO DEVERO homem deve, mais do que qualquer outro ser vivo, cumprir escrupulosamente os

    seus deveres, tanto pela natureza do que lhe confiado como pela obrigao moral a queno pode fugir como indivduo honesto.

    Assim tanto no trabalho como de folga, na presena ou longe das vistas de seuschefes ou superiores, o homem deve zelosamente satisfazer de ser um cidado, por maisdifcil que seja sua tarefa.

    Que o temor s penas da Lei, nunca seja o instigador dos seus esforos nocumprimento do dever. Se por acaso o homem cometer uma falta, com toda fraqueza oucoragem deve assumir os seus atos. Este deciso de assumir uma falta concorrerpositivamente a seu favor quando for penalizado. O HOMEM DEVE, EM QUALQUERCIRCUNSTNCIA, MESMO CONTRA SI PRPRIO, DIZER A VERDADE.

    2-14. FORA DE VONTADE qualidade poderosa num bom militar, e para que possamos avaliar o valor dessa

    expresso basta lembrarmos que QUERER PODER. Ter fora de vontade possuir umaenergia de carter, ser perseverante na busca de seus objetivos, saber dominar-se.

    2-15. AMOR A ORDEMPela sua prpria origem, o homem deve ser ordeiro, no provocar ou tomar parte de

    rixas ou conflitos. Evitar indivduos viciados que sejam contra os bons princpios oucostumes; ser contra as casas de jogos de azar; bares desaconselhados; bocas de fumo,etc.

    O homem tambm deve ter amor e respeito ao grupo a que pertence, respeitando osdireitos individuais considerando as caractersticas de cada um.

    2-16. MORALIDADEO homem como parte integrante da sociedade, deve proceder sempre de acordo

    com os preceitos da mais rigorosa moral. A honra do homem no est s em suacondio financeira, mas no modo geral pelo qual se comporta, porque o maucomportamento compromete a prpria honra. Assim, desde os mais ntimos dospensamentos at o ato mais pblico e notrio, o homem deve se inspirar no mais purodos princpios da moralidade. No deve mentir, no fazer negcios ilcitos, no fazerintrigas, no furtar ou roubar, no prejudicar ao seu semelhante.

    2-17. ABNEGAO o desprendimento de si prprio, em proveito do outro. O homem tem o dever de

    ser abnegado, pois alm de cuidar-se precisa estar sempre pronto de auxiliar ao seu

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    semelhante. Ser abnegado em um grupo consiste em estar sempre pronto a sacrificar-se em proveito da coletividade.

    2-18. CORAGEM E BRAVURACORAGEM a fora moral que sustenta o homem nas adversidades e privaes da

    vida.BRAVURA consiste no predomnio da vontade sobre o instinto de conservao. a

    qualidade irreparvel do homem. Naturalmente, o homem fraco diante do sofrimento epor isso deve habituar-se a vencer as dificuldades e a desprezar o perigo, reagindo comvontade firme, para no se deixar arrastar pelo terror. Para ser um verdadeiro CIDADO, preciso antes de tudo, que o homem possua moral necessria, para resistir as fadigas,privaes e perigos impostos pelo dia a dia. O medo, d fora a covardia, a caractersticamais feia para a honra de um homem.

    2-19. PONTUALIDADE E PRESTEZANa nossa vida no h moleza. Hoje em dia tudo deve ser feito rapidamente e no

    momento marcado. A rapidez na execuo de uma tarefa, facilita a ascenso de qualquerhomem a uma carreira vitoriosa. Evite embromaes, faa o que precisa ser feitoindependente de ordem superior.

    preciso que os compromissos de hora marcada, sejam executados na ocasiocerta, sem atraso, nem adiamento de acordo com o seguinte dilema:

    ANTES DA HORA NO HORA, DEPOIS DA HORA NO HORA, A HORA NAHORA

    Por isso voc mesmo no admita seu atraso de forma alguma, enquanto voc dormena pobreza, o seu vizinho fica rico estudando e trabalhando.

    2-20. DECORO DE CIDADO o modo digno do homem apresentar-se em pblico, procurando andar sempre bem

    apresentado, seja com seu uniforme de Atirador, com traje civil ou uniforme da firmaonde trabalha. Alm de se preocupar com o que veste, deve respeitar as autoridadescivis, militares e eclesisticas, nossos pais, irmos, parentes e amigos, s crianas, osidosos, os professores, s Instituies constitudas, os SMBOLOS NACIONAIS ,nossa rua,nosso bairro, nossa cidade, nosso estado e nossa Ptria, no se esquecendo do grupo aque pertencemos: O TIRO-DE-GUERRA.

    2-21. CAMARADAGEMO EXRCITO BRASILEIRO, uma verdadeira famlia, em que os superiores podem

    ser considerados nossos irmos mais velhos. O TIRO-DE-GUERRA faz parte desta famliae o Chefe de Instruo, pode ser considerado como pai, conselheiro e orientador dojovem ATIRADOR. Tenha certeza que o Chefe de Instruo em momento algum pensa emprejudicar qualquer que seja o Atirador, mas sim ajuda-lo a ser um vencedor.

    Ora, numa famlia deve reinar sempre a disciplina e expontnea subordinao entreseus membros, a afeio caracterstica da confiana e respeito mtuo, a camaradagem.Tudo isto deve haver no Tiro-de-Guerra, o bom entendimento entre os funcionrios,Atiradores e Chefe de Instruo, praticando a verdadeira camaradagem no auxlio de umcolega necessitado.

    2-22. DISCIPLINA

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    A disciplina necessria, pois a base da ordem e do progresso em qualquer faseda vida. O importncia da disciplina est fixada no dstico de nossa BANDEIRA NACIONALORDEM E PROGRESSO

    A disciplina de um verdadeiro cidado deve manifestar-se pela observncia sprescries constitucionais, obedincia s Leis do pas onde estiver, fidelidade aos seusChefes e superiores, considerao e respeito ao seu semelhante.

    2-23. RESPEITO AOS SUPERIORES E AO SEU SEMELHANTE.

    O cidado manifesta respeito pelo seus superiores atravs de: Correo de Atitudes Respeito Fidelidade Camaradagem Discrio Cumprimento de Ordem Falar Sempre a Verdade

    O militar manifesta respeito ao superior hierrquico atravs de: Pela continncia Pela precedncia Pela maneira e atitude e que se apresenta Pelo cumprimento exato e imediato de suas ordens

    O Superior, se faz respeitar principalmente pelo seu correto procedimento em suavida profissional e particular.

    Entre os homens, sejam eles militares ou civis deve haver sempre respeito, podendoser camaradas entre si, quando brincar, que sejam brincadeiras sadias, evitando pormofensas e brincadeiras de mau gosto que figure atitudes discriminatrias de qualquerespcie.

    2-24. DIREITOS E DEVERES DO ATIRADOR (CIDADO)

    a. Direito ao uniforme durante o ano letivo.b. Contagem de tempo de servio para aposentadoria no final do ano letivo.c. O exerccio da funo correspondente sua graduao.d. Exercer a funo de graduado se for mobilizado e tiver realizado o Curso de

    Formao de Cabos com aproveitamento.e. A reforma com proventos correspondentes, na forma da Lei.f. Julgamento em foro especial nos delitos militares.g. S em caso de flagrante poder ser preso por autoridade policial militar ou civil.h. Se for preso por autoridade policial militar ou civil, dever ser entregue

    imediatamente autoridade militar do Exrcito, Marinha ou Aeronutica, sem prejuzosde outras penalidades legais.

    i. vedado autoridade policial militar ou civil que efetuar a priso de um militar deuma Fora Armada, conserv-lo em seu poder, maltratando-o de deixando maltrat-lo.

    j. Assistncia mdica hospitalar quando sofrer acidentes em atividades de servio.k. Estudar e trabalhar nos horrios fora das instrues no TG.

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    l. Aos benefcios oferecidos pelo Poder Executivo constantes do Termo de Convnioassinado em o Estado-Maior do Exrcito e a Prefeitura Municipal, para o funcionamentodo TG naquela cidade.

    2-25. DEVERES DE TODO CIDADO

    a. Cumpre a todo cidado, obedecer s Leis e aos Regulamentos em vigor, bemcomo as ordens e instrues de seus superiores e autoridades civis e militares.

    b. Praticar as virtudes e deveres cvicos inerentes a todo cidado.c. Cumprir e fazer cumprir as disposies legislativas do pas onde estiver.d. Dedicar-se ao exerccio de sua profisso.e. Demonstrar coragem, carter, firmeza e deciso em todos os atos e situaes.f. Tomar iniciativa, logo e sempre que as circunstncias exigirem.g. Aperfeioar suas qualidades morais e elevar o nvel de seus conhecimentos e de

    sua competncia profissional.h. Respeitar o credo religioso de seu semelhante.i. Revelar sentimento e desterros de responsabilidade.j. Ser leal em todas as circunstncias.k. Ter profundo sentimento e esprito de camaradagem.l. Demonstrar mximo zelo na conservao e preservao do material que lhe for

    confiado.m. Ter especial cuidado em dar ou transmitir ordens para que estas sejam

    oportunas, claras, certificando-se de seu fiel cumprimento.n. Ser altivo dentro da disciplina e da boa educao.o. Respeitar os idosos, crianas e gestantes em todas as situaes.p. No se eximir de suas responsabilidades.q. Zelar pela honra e reputao do local que freqenta.r. Deve ser prudente, moderado e reservado em seus atos.s. Cultuar os Smbolos Nacionais e s Instituies constitudas.t. No contrair dvidas acima de suas possibilidades e assumir seus compromissos na

    data estipulada.u. No praticar atos de discriminao e racismo

    2-26. SERVIO MILITAR

    SERVIO MILITAR: A SEGURANA DO BRASIL EM NOSSAS MOS.

    "ONDE ESTIVER UM CIDADO BRASILEIRO, L ESTAR O SERVIO MILITAR.

    Seu patrono o poeta OLAVO BRAZ MARTINS DOS GUIMARES BILAC,escolhido, justamente, por ter pregado a necessidade do Servio Militar como preito deamor Ptria e ter destacado o quartel como uma escola de civismo, em vibrantescampanhas nos idos de 1915 e 1916. Em sua homenagem, a data de seu natalcio 16de dezembro foi escolhida como o DIA DO RESERVISTA.

    O Servio Militar consiste no exerccio de atividades especficas desempenhadas nasForas Armadas, Marinha, Exrcito e Aeronutica e tem por finalidade a formao dereservas destinadas a atender s necessidades de pessoal das Foras Armadas, no que serefere aos encargos relacionados com a Defesa Nacional em caso de mobilizao, deacordo com a Lei do Servio Militar. (Lei Nr 4.375, de 17 de agosto de 1964)

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    sistema do servio militar no um processo que deva seguir modelosimportados.

    Ele peculiar a cada nao, em funo de suas necessidades de defesa, dascondicionantes econmicas e psicossociais e da sua estatura geopoltica.

    servio militar uma obrigao de cada cidado, pois quem se beneficia emviver numa sociedade, tem o dever de defend-la.

    Brasil na pratica j adota o Servio Militar Misto (mais da metade do efetivodo Exrcito composta por profissionais voluntrios).

    Brasil um pas continente, com enormes diferenas regionais, milhares dequilmetros de fronteira e vazios demogrficos extensos.

    efetivo militar do Brasil um dos menores do mundo (proporcionalmente sua populao).

    A constituio de 1988 consagrou o Servio Militar Obrigatrio. Atualmente a grande maioria dos conscritos alistados voluntria. Servio Militar Obrigatrio torna as Foras Armadas uma representao mais

    fiel da sociedade brasileira, no havendo qualquer distino de classe social, raa oureligio. Possibilita que um grande nmero de brasileiros passe por suas fileirasexercitando cidadania e civismo.

    Evita o distanciamento entre o Exrcito e a sociedade, reforando seusvnculos. Processo seletivo rigoroso (universo de escolha mais amplo).

    Refora o carter nacional da Instituio (brasileiros de todas as origensprestando servio em regies mais distantes e vazias demograficamente).

    Permite manter os efetivos das Organizaes Militares completos erenovados ano a ano. Permite menor custo de manuteno de efetivos (o custo de umefetivo totalmente profissional extremamente elevado, o que poderia onerartremendamente toda a sociedade).

    Cada pas adota o sistema de Servio Militar prprio, o Brasil como a maioriados pases do mundo adotou a obrigatoriedade, levando em conta suas necessidades dedefesa, sua situao econmica e sua conjuntura social.

    Mesmo aqueles que inicialmente no so voluntrios passam, na sua maioriaa gostar a sentir falta do tempo do quartel.

    comum os no voluntrios se transformarem nos melhores soldadosincorporados.

    Complementa o processo de amadurecimento e socializao iniciado noslares e nas escolas, buscando desenvolver valores morais e ticos.

    Alm da Defesa Nacional, o grande objetivo do Servio Militar transmitir osentimento de respeito s leis e s instituies.

    Toda a instruo militar transmitida busca reforar a disciplina e oaprimoramento pessoal, devolvendo sociedade um jovem mais preparado e maduro.

    O Servio Militar, objetiva basicamente:

    formar o Reservista para emprego na Garantia da Lei e da Ordem e naDefesa Territorial;

    contribuir na formao da Cidadania Nacional; contribuir com a Defesa Civil e Aes Comunitrias; e ampliar a presena do Exrcito Brasileiro no Territrio Nacional.

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    O mundo globalizado de hoje, revestido por imensas e aceleradas transformaesculturais e tecnolgicas, em todas as reas do conhecimento, rompe as fronteiras fsicasat ento estabelecidas e conhecidas, fazendo do dinamismo, da criatividade e daoportunidade as principais ferramentas na busca do acompanhamento da modernidade.

    Vantagens:

    1) Diminui as despesas com o pagamento de pessoal;2) Diminui os gastos com o pagamento de servios de sade e assistncia social

    aos dependentes;3) Reduz a formao da chamada cauda previdenciria, que tanto onera a

    folha de pagamento do Exrcito Brasileiro;4) Proporciona a oportunidade de aprendizado de uma profisso (mecnico,

    motorista, telefonista, servios de cozinha, etc) para um maior nmero de jovens;5) Universaliza uma funo cvico-social, dificultando a formao de quistos,

    fruto de uma classe militar elitizada;6) Proporciona ao pas uma adequada reserva mobilizvel, que poder

    aumentar a capacidade de dissuaso do poder nacional;7) Proporciona o fortalecimento das instituies nacionais, pela difuso da

    educao moral e cvica, no s ao grande efetivo que passa anualmente pelos quartis,mas tambm, de modo indireto, aos seus familiares e crculos de amigos;

    8) Facilita a integrao nacional, em face da caracterstica de universalidade dosistema;

    9) Permite uma melhor observao quanto representatividade nacional,regional, religiosa, econmica, tnica e social;

    10) Proporciona um maior contato entre o povo e as Foras Armadas;11) Pela longa tradio de obrigatoriedade, facilita a divulgao da conscrio;12) No necessita alterar a lei do servio militar, seu regulamento e toda a

    legislao pertinente que se encontram em vigor atualmente;13) Proporciona uma oportunidade para completar a educao de boa parcela da

    juventude e melhorar a sua higidez;14) Favorece a integrao nacional, ao promover e cultuar o esprito de

    solidariedade, de camaradagem e de coeso entre elementos integrantes dasorganizaes militares, oriundos das mais diversas raas, credos, classes sociais e nveisculturais;

    15) Proporciona o desenvolvimento de atitudes contrrias aos vcios e uso dedrogas a uma parcela maior da juventude nacional;

    16) Proporciona o desenvolvimento dos sentimentos de patriotismo, civismo evalores morais a um maior nmero de jovens;

    17) Proporciona um amplo universo de conscritos disponveis para a seleodosmelhores e de acordo com os interesses das Foras Armadas;

    18) Garante o completamento de 100% dos efetivos das Foras Armadas;19) Favorece a estratgia da presena em todos os pontos do territrio nacional;20) Permite um processo de seleo mais rigoroso;21) Permite auxiliar outros rgos governamentais no levantamento de dados

    estatsticos, mais amplos, necessrios a cada um deles;

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    22) adotado por mais de dois teros dos pases que possuem ForasArmadas organizadas.

    DESVANTAGENS:

    1) Maior desgaste do material blico (reduo da sua vida til), pela sujeioanual ao uso por parte de militares com baixo nvel de preparao;

    2) Aumenta a necessidade de recursos financeiros para a manuteno domaterial, pelo mesmo motivo acima mencionado;

    3) Existncia de grandes efetivos com reduzida eficincia operacional;4) Pode contrariar interesses pessoais de ordens diversas;5) Retira, em alguns casos, o homem do campo, colaborando para o aumento

    do xodo rural e para o inchao das periferias dos ncleos urbanos;6) Dificulta, retarda ou interrompe os estudos dos jovens que buscam outra

    formao;7) Pode criar dificuldades para os que se vem prejudicados na busca de seus

    empregos, enquanto no forem cumpridas as suas obrigaes para com o servio8) militar;9) Retarda a entrada do jovem no mercado de trabalho;10) Retira o jovem de uma funo ou atividade civil produtiva, influindo no

    processo econmico do pas;11) Reduz a operacionalidade das Foras Armadas durante o perodo

    compreendido entre o licenciamento do contingente anterior e a qualificao do pessoaldo novo contigente.

    A circunscrio obrigatria prevista pelo atual Sistema de Servio Militar permite aoPas e s Foras Armadas adotarem uma estrutura militar composta de um ncleo deforas permanentes, capaz de expandir-se pela mobilizao de reservas, conciliando aexistncia de efetivos oriundos do recrutamento anual com os quadros profissionais.

    A atual circunscrio obrigatria possibilita manter reservas mobilizveis em curtoprazo, o que no acontece com os pases que adotaram o voluntariado, alguns dos quaisvm dispensando considerveis recursos na formao de reservas provisrias.

    Convm ressaltar que a disponibilidade de reservas constitui um expressivo fator dedissuaso.

    Facilita a presena de efetivos militares em todo o Pas, agindo como vetor principalde coeso e unidades nacionais, realizando a defesa territorial, mantendo e estreitando orelacionamento com o povo brasileiro.

    Permite um recrutamento mais abrangente, pois o universo de seleo maior e decarter nacional, impedindo a indesejvel regionalizao; o sistema de voluntariado dependente do mercado de trabalho, e como tal, traz o risco de possuir quadros oriundoss de determinadas regies; o atual sistema evita esse grande inconveniente.

    Permite maior interao das Foras Armadas com a sociedade da qual faz parte, pormeio da renovao anual de seu contingente.

    2-27. RESERVISTA ENALTECE SERVIO MILITAR

    Ribeiro Preto (SP) - O NE transcreve a seguir trechos de carta endereada Biblioteca do Exrcito (BIBLIEx) pelo Sr Marcio Henrique Javarani de Oliveira. Na

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    correspondncia, esse reservista, ao manifestar interesse em adquirir publicaeseditadas pela BIBLIEx, enaltece o papel do Servio Militar:

    "Assim como milhares de outros jovens em todas as pocas, ao ser convocado paraprestar o Servio Militar, no ano de 1995, senti um misto de raiva por existirem as "tais"Foras Armadas, e achei-me o cara mais azarado do mundo, pois como ter sidoconvocado se apenas 5%, ou menos, dos alistados so convocados?

    Mas o tempo foi se passando, e, se o primeiro contato com a caserna no foi dosmelhores possveis, logo depois vieram o segundo, o terceiro, as semanas, os meses...

    E pude ento compreender o valor que somente quem serviu em uma unidademilitar pode dar ao Servio Militar, uma verdadeira "escola de vida", onde existecompanheirismo, inexistente em igual intensidade em qualquer outra instituio, e,infelizmente, em nenhuma sociedade, e o lugar onde mais se aprende a amar e defendernosso Pas.

    Por isso hoje, alm de agradecer por ter tido a honra de prestar o Servio Militar no me considero mais um "azarado" e sim um privilegiado -, se vier a ter um filhohomem fao questo de que ele venha a servir, ou, quem sabe, seguir a carreira militar.

    Com saudades, recordei meus melhores companheiros das horas de folga nasescalas de servio, as publicaes da BIBLIEx, livros que alm de me proporcionaremhoras de descanso, ainda aumentaram consideravelmente minha cultura civil, e por queno, militar.

    Pois, alm de serem obras de excelente qualidade grfica, so principalmente obrasque s vm auxiliar na difuso de nossa histria e cultura."

    2-28. APROVEITE OS TEXTOS ABAIXO, PARA TRABALHAR OS ATRIBUTOS DAREA AFETIVA:

    CAMARADAGEM

    Boletim Interno n 131, de 11 de maio de 1945, da Fora Area Brasileira. Na tarde deste dia, uma patrulha da 5 Companhia deixou as nossas linhas em

    direo s regies de Plano de Farnia e Cibonucio.No caminho, recebida por densas concentraes de fogo de artilharia, morteiros e

    armas automticas. Oito praas esto feridos, entre eles o soldado Marinho Rodrigues,e gravemente, o soldado Antnio Vigna. Para no deixar no abandono o seucompanheiro Vigna, o soldado Marinho comea a transport-lo de regresso s nossasposies.

    A certa altura novamente atingido por estilhaos de granada, e desta vez, nobrao. Entretanto no desiste de seu elevado propsito.

    Prossegue na obra de salvamento de seu camarada, continua o seu caminho e,aps percorrer cerca de 800 metros sob bombardeiro, pois este no cessara, entrega aoscuidados da Subunidade, o soldado Vigna.

    A beleza e a elevao do gesto do soldado Marinho dignificam a tropa brasileira.(Assinado) General Mascarenhas de Moraes

    ESPRITO DE CORPO

    Assemblia na Carpintaria

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    Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assemblia. Foi umareunio das ferramentas para acertarem as diferenas. O martelo exerceu a presidncia,mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiadobarulho e, alm do mais, passava todo o tempo golpeando.

    O martelo aceitou sua culpa, mas pediu tambm que fosse expulso o parafuso,dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafusoconcordou, mas por sua vez pediu a expulso da lixa. Dizia que ela era muito spera como tratamento aos demais, entrando sempre em atritos.

    A lixa acatou, com a condio de que fosse expulso o metro, que sempre media osoutros segundo sua medida, como se fora o nico perfeito. Nesse momento, entrou ocarpinteiro, juntou o material e iniciou o trabalho.

    Utilizou o metro, a lixa, o martelo e o parafuso. Finalmente, a rstica madeira setransformou num fino mvel. Quando a carpintaria ficou novamente s, a assembliareativou a discusso. Foi ento que o serrote tomou a palavra e disse:

    - Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalhou comnossos pontos valiosos. Assim, no pensemos em nossos pontos fracos e concentremo-nos em nossos pontos fortes.

    A assemblia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava fora, a lixaera especial para limar as asperezas, o metro era preciso e exato. Sentiram-se, ento,como uma equipe capaz de produzir mveis de qualidade.

    Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos. Ocorre o mesmo com osseres humanos, basta observar e comprovar. Quando uma pessoa busca defeitos emoutra, a situao torna-se tensa e negativa. Ao contrrio, quando se busca comsinceridade o ponto forte dos outros, florescem as melhores conquistas.

    fcil encontrar defeitos.Qualquer um pode faz-lo.Mas encontrar qualidade, isto para os sbios.

    A Unio Faz a Fora, e para que haja unio preciso haver um grupo depessoas. No possvel a unio de uma nica pessoa. Cada um de ns temos aresponsabilidade de se agregar ao Tiro-de-Guerra para que se possa pensar em unio epara que se possa pensar em fora.

    Voc responsvel pelo que cativa.

    CARTA DE UM SOLDADO BRASILEIRO

    Fao justia ao teu carter e ao teu corao ao pensar que no so necessrios,nesta hora grave e solene, os conselhos de tua me.

    At h dias, tu eras um brasileiro apenas. Hoje s um soldado brasileiro.Perante Deus, que l na minha alma e conhece as minhas aes, posso erguer minhahumilde cabea, convicta de que cumpri o meu dever de brasileira, criando-te emcondies de fazer de ti um patriota.

    Esse amor que deves a tua Ptria, meu filho, deve ser, tem de ser semelhante, nacapacidade de sacrifcio e abnegao , ao amor que tenho por ti.

    O amor patritico s comparvel ao amor maternal. Cada fraca mulher est prontaa dar a vida por seu filho; cada homem deve estar sempre preparado para dar a vida pela

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    sua Ptria. A nenhum outro amor ele pode comparar-se porque todos os amores estona dependncia da inconstncia, do capricho, do prazer, do cime.

    Porm, o amor da Ptria no conhece restries, no admite fadiga e se sobrepe atodas as consideraes do egosmo e dos baixos instintos humanos.

    Ama tua Ptria sobre todas as coisas, pois que nada serias mais do que um pria, sea Ptria no fizesse de ti um cidado, se ela no te houvesse concedido, na comunidadehumana, o nobre direito de ser algum sobre a terra e se no tivesse te dado a famliaimensa e poderosa dos teus concidados.

    Ser, meu filho, ter apenas uma pequena famlia, limitada pelos laos de sangue.Ser brasileiro ter uma famlia de milhes de irmos, solidrios no mesmo deverimprescritvel, beneficirios das mesmas glrias associadas ao mesmo destino.

    A tua mocidade e o teu nascimento fizeram de ti um soldado brasileiro. Eu que soutua me, que te criei e te defendi, coloco-me hoje sob a tua proteo, ao abrigo de tuafora e considero-me, assim, sob tua defesa.

    A honra de nossa ptria tambm a honra de tua me; no hesito crer que tusabers, em qualquer campo, defend-la de qualquer ameaa e ving-la de qualquerofensa.

    Olho para ti com outros olhos.Esqueo que te vi, pequeno e frgil, no meu regao, que te embalei nos meus braos

    e que te protegi com o meu amor.Vejo em ti, apenas, um homem, uma fora ativa e consciente, uma energia

    absoluta, um soldado!O quartel , hoje, o teu lar. A tua me , hoje, a tua Ptria.Para ser um digno soldado, no basta, porm, que a tua coragem e a tua dedicao

    estejam incondicionalmente ao servio do nosso querido Brasil, que foi o nosso bero eque, espero de Deus, abrigar os nossos restos mortais, para serem dissolvidos eintegrados na beleza da terra brasileira.

    No, meu filho; no basta coragem, no basta o amor. preciso, tambm, que,sendo tu um soldado, tenhas o culto apaixonado da honra, a conscincia imaculada e queprofesses a religio varonil do cavalheirismo.

    necessrio que te estimes a ti prprio, que a tua alma limpa tenha a beleza daalma dos paladinos. Quanto mais honrada for a mo que empunhe a espada, tanto maisforte e invencvel ela ser. S leal e generoso, embora enrgico e inflexvel.

    No abuse da tua fora contra os fracos. No desampares nunca a inocncia. Assimsers o digno soldado de uma ptria magnnima, que nunca fez guerra seno paradesafrontar sua dignidade.

    Uma ptria honrada precisa que a honra de seus soldados seja intocvel. Antes euquisera ver-te morto do que ver manchares, com uma ao indigna de que tivesses quecorar, a tua farda de soldado. Ela deve revestir a tua honra imaculada, como o vestido denoiva de tua me revestia a honra de sua mocidade.

    A mo que te abeno no treme ao indicar-te o caminho do dever e da honra. Omeu orgulho de patriota serve de blsamo a minha dor de me.

    O quartel hoje o teu lar. O Exrcito hoje tua famlia.Praza a Deus que possas regressar brevemente aos meus braos, mas seja qual for

    o prazo que o destino marque para minha saudade, eu a sofrerei sem lastimar-me,confiante em que no voltars para perto de mim sem haveres desafrontado a tua Ptria.

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    Durante vinte anos, tu te curvaste reverente diante de mim, beijando a mo quete acariciou e te guiou. Hoje sou eu que me inclino, respeitosamente diante de ti, porquetu s um SOLDADO BRASILEIRO, porque tu representas uma partcula da Ptria, dasua coragem, da sua honra e da sua fora.

    LTIMO TRABALHO

    Um velho carpinteiro estava pronto para se aposentar.Ele informou ao chefe seu desejo de sair da indstria de construo e passar mais

    tempo com sua famlia. Ele ainda disse que sentiria falta do salrio, mas realmente queriase aposentar. A empresa no seria muito afetada pela sada, do carpinteiro, mas o chefeestava triste em ver um bom funcionrio partindo e ele pediu ao carpinteiro paratrabalhar em mais um projeto como um favor.

    O carpinteiro concordou, mas era fcil ver que ele no estava entusiasmado com aidia. Ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiaisinadequados. Foi uma maneira negativa dele terminar sua carreira.

    Quando o carpinteiro acabou, o chefe veio fazer a inspeo da casa. E depois ele deua chave da casa para o carpinteiro e disse:

    Essa casa sua. Ela um presente meu para voc.O carpinteiro ficou muito surpreso. Que pena! Se ele soubesse que ele estava

    construindo sua prpria casa, ele teria feito tudo diferente.

    O mesmo acontece conosco. Ns construmos nossa vida, um dia de cada vez emuitas vezes fazendo menos que o melhor possvel na construo. Depois com surpresans descobrimos que ns precisamos viver na casa que ns construmos. Se nspudssemos fazer tudo de novo, faramos tudo diferente. Mas no podemos voltar atrs.Voc o carpinteiro. Todo dia voc martela pregos ajusta tbuas e constri paredes.

    Algum disse que: A vida um projeto que voc mesmo constri.Suas atitudes e escolhas hoje esto construindo a casa que voc vai morar

    amanh. Construa com sabedoria! E lembre-se do pensamento de Charlie Chaplin:

    "A VIDA UMA PEA DE TEATRO QUE NO PERMITE ENSAIOS. POR ISSO,CANTE, CHORE, DANCE, RIA E VIVA INTENSAMENTE, ANTES QUE A CORTINA SEFECHE E A PEA TERMINE SEM APLAUSOS."

    O AMIGO

    Quando te sentires s, triste e desolado, com o corao apertado e sem palavraspara te expressares, saiba que tens um amigo sempre ao teu lado.

    Com ele, no silncio, conseguirs dialogar. Nos momentos em que precisas dealgum, percebes que todos esto ocupados e sem tempo; mas a este amigo podeschamar que ele vem e, na certa, ele te auxiliar em qualquer contratempo.

    Ele olha para ti com respeito e admirao, levando a srio tudo que tu falas e fazes;se tu sofres, ele sente aflio, se ests alegre, ele sempre se compraz.

    Este amigo sbio e age com prudncia, e est sempre perto para te ajudar.No temas em revelar-lhe a tua carncia, pois na verdade, este amigo s sabe te

    amar.

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    Mas no sejas egosta com este amigo teu, pois ele pode ser amigo dos outrostambm; porque todo aquele que um dia o conheceu sabe com certeza que ele s faz obem.

    Mas se algum te perguntar quem este teu amigo, olha para o alto com osemblante cheio de luz e disse que este que caminha sempre contigo conhecido portodos como JESUS CRISTO.

    SOMOS LIVRES PARA ESCOLHER

    Monitores e Atiradores, demonstre o seu valor com atos e no com palavras.Faa a vida mais fcil para voc e para as pessoas com quem se relaciona, no

    trazendo tona detalhes, mas realizando o que est ao seu alcance.Somos livres pra escolher, porm somos aprendizes em fazer escolhas, nossas

    escolhas podem nos libertar da ignorncia ou nos prender a ela. Saibamos ou no,sempre somos responsveis (RESPONSABILIDADE) por nossas aes e antes deagirmos ou mesmo antes de pensarmos, j fizemos escolhas dentre as opes queconhecemos de como iremos agir, pensar, falar.

    As melhores escolhas so feitas quando ns entendemos como o outro, ou seja,quando nos colocamos em seu lugar, afinal, no podemos saber se no dia de amanh noprecisaremos da mesma situao para aprendizado.

    sempre bom aproveitar para aprender tambm com a experincia do outro e, amenos que voc se coloque no lugar do outro, no poder aprender.

    As opes que conhecemos no so as nicas, por isso que precisamos de amigos,pois os amigos (CAMARADAGEM) so aqueles que nos trazem mais opes de atuaopara nosso desenvolvimento. A caracterstica principal da amizade que este enlacefacilita o desenvolvimento dos seres por ele reunidos.

    Somos livres, porm responsveis (RESPONSABILIDADE), e no importa o quantonos sentimos irresponsveis nem mesmo o quanto atribumos nossas aes a outraspessoas, a escolha foi nossa, se houve influncia porque permitimos que ela existisseda maneira que ela existiu e da fonte de onde ela partiu, nossa sintonia uma escolha ebasta uma vontade para muda-la, porm, para vencer um hbito, necessrio umavontade constante e a percepo do motivo pelo qual estamos mudando o hbito.

    Da mesma forma, os preconceitos tambm dependem de nossas prprias escolhas.Podemos ou no achar que conhecemos algo a partir da experincia de outra

    pessoa, mas devemos nos lembrar que somos livres para experimentar e examinaratravs da experincia; toda vez que nos negamos o direito de experimentar, nostornamos seres cativos, e vale tambm lembrar que o direito liberdade dado pelafora criadora a todos os seres, o seu companheiro livre para examinar e para chegars concluses, mesmo que estas sejam diferentes das suas prprias (TOLERNCIA), eisto no distancia a pessoa de voc, somente agrega novas opes que voc pode usar sesouber respeita-las.

    PALCO DA VIDA

    Voc pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas no seesquea de que sua vida a maior empresa do mundo. E voc pode evitar que ela v afalncia. H muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por voc.

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    Gostaria que voc sempre se lembrasse de que ser feliz no ter um cu semtempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos semdesiluses.

    Ser feliz encontrar fora no perdo, esperana nas batalhas, segurana no palco domedo, amor nos desencontros.

    Ser feliz no apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. No apenascomemorar o sucesso, mas aprender lies nos fracassos. No apenas ter jbilo nosaplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

    Ser feliz reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios,incompreenses e perodos de crise.

    Ser feliz deixar de ser vtima dos problemas e se tornar um autor da prpriahistria. atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um osis norecndito da sua alma. agradecer a Deus a cada manha pelo milagre da vida.

    Ser feliz no ter medo dos prprios sentimentos. saber falar de si mesmo. tercoragem para ouvir um "no". ter segurana para receber uma crtica, mesmo queinjusta.

    Ser feliz deixar viver a criana livre, alegre e simples, que mora dentro de cada umde ns. ter maturidade para falar "eu errei". ter ousadia para dizer "me perdoe". tersensibilidade para expressar "eu preciso de voc". ter capacidade de dizer "eu te amo". ter humildade da receptividade.

    Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para voc ser feliz... E,quando voc errar o caminho, recomece, pois assim voc descobrir que ser feliz no ter uma vida perfeita, mas usar as lgrimas para irrigar a tolerncia.

    Usar as perdas para refinar a pacincia. Usar as falhas para lapidar o prazer. Usar osobstculos para abrir as janelas da inteligncia.

    Jamais desista de si mesmo. Jamais desista das pessoas que voc ama. Jamaisdesista de ser feliz, pois a vida um obstculo imperdvel, ainda que se apresentemdezenas de fatores a demonstrarem o contrrio.Fernando Pessoa

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    ANEXO A - FICHA DE AVALIAO DOS ATRIBUTOS DA REA AFETIVACURSO DE FORMAO DE CABOS (MONITORES)

    PAUTAS A SEREM AVALIADAS Nota01 cuidadoso com sua aparncia pessoal (APRESENTAO).02 Revela cuidado nos detal