3 vida afetiva
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Dra. Maria Auxiliadora Motta Barreto
Importância no comportamento humano
Por quê???
os afetos se expressam nos desejos, sonhos,
fantasias, expectativas, nas palavras, nos
gestos.
Os poetas expressam os afetos de uma maneira
que traduz com perfeição estados internos que
não cabem na racionalidade científica, mais
próximo do sentimento
Porque é parte integrante da subjetividade
As expressões humanas não podem ser
compreendidas, se não pelo afeto que
carregam
Por exemplo, aquela idéia de que o melhor amigo
irá se sair mal em uma competição, só adquire
sentido quando descobrimos que sua origem está
na inveja que se tem dele.
Em muitas situações de vida, não há a
mediação do pensamento — são os afetos que
determinam nosso comportamento.
“Como ele é impulsivo!”.
Marx afirmou
“que o homem se define no mundo objetivo não
somente em pensamento, senão com todos os
sentidos (...). Sentidos que se afirmam, como
forças essenciais humanas (...). Não só os cinco
sentidos, mas os sentidos espirituais (amor,
vontade...)”
O estudo da razão tem sido privilegiado na ciência,
pois os afetos são vistos como deformadores do
conhecimento objetivo.
Mesmo na Psicologia, não são todas as teorias que
consideram a importância da vida afetiva, tendo, muitas
delas, priorizado apenas o estudo da cognição, das
funções intelectivas.
Estudar apenas alguns aspectos do homem é
considerá-lo como um ser fragmentado, correndo-
se o risco de deixar de analisar aspectos
importantes.
A vida afetiva abarca muitos estados pertencentes à
gama prazer-desprazer
Até o século 19 usavam-se, indiscriminadamente,
termos como emoção e sentimento
hoje, no estudo da vida afetiva, faz-se uma
distinção mais precisa entre esses termos:
emoção: estado agudo e transitório. Exemplo: a ira.
sentimento: estado mais atenuado e durável.
Exemplo:gratidão, lealdade.
Os afetos podem ser produzidos a partir de um
estímulo externo — do meio físico ou social —
tonalidade afetiva: agradável ou desagradável, por
ex.
Para a Psicanálise, não há afeto sem representação,
isto é, sem idéia.
Não existe afeto solto dentro de nós — uma sensação de
mal-estar, por exemplo — mas a idéia à qual o afeto se
refere pode estar inconsciente
O prazer e a dor são as matrizes psíquicas dos
afetos = afetos originários.
Entre os dois extremos encontram-se inúmeras
tonalidades, intensidades de afetos, que podem ser
vagos, difíceis de nomear ou de serem discriminados
Existem dois afetos básicos que constituem a vida
afetiva: o amor e o ódio.
Os afetos ajudam a:
avaliar as situações,
servem de critério de valoração positiva ou negativa;
preparam as ações = função adaptativa
Os afetos também estão ligados à consciência
permite dizer ao outro o que sentimos, expressando,
através da linguagem, as emoções.
Mas muitas vezes os afetos são enigmáticos para
quem os sente.
Exemplos: quando temos muitos motivos para não
gostar de alguém de quem gostamos; ou quando
deveríamos ser gratos a alguém de quem temos raiva.
Há motivos de afetos que estão fora do campo da
consciência; nem mesmo quem os vivencia consegue
explicar — só sente a estranheza daquele sentimento
que parece “fora do lugar”.
muitas vezes, a reação não condiz com o que se
sente.
Expressões afetivas acompanhadas de reações
intensas e breves do organismo, em resposta a
um acontecimento inesperado ou, às vezes,
muito aguardado (fantasiado)
Nas emoções é possível observar uma relação
entre os afetos e a organização corporal, ou
seja, as reações orgânicas
modificações que ocorrem no organismo, como
distúrbios gastrointestinais, cardiorrespiratórios,
sudorese, tremor.
Durante muito tempo, acreditou-se no coração
como o lugar da emoção, talvez pelo fato de, ao
manifestar-se, vir freqüentemente acompanhada
de fortes batimentos cardíacos.
Outras reações orgânicas acompanham as
emoções e revelam vivências ou estados
emocionais: tremor, riso, choro,lágrimas,
expressões faciais etc.
As reações orgânicas fogem ao controle.
Podemos “segurar o choro”, mas não conseguimos
deixar de “chorar por dentro”, sentindo nó na
garganta.
Todas essas reações são importantes descargas de
tensão do organismo emocionado, pois
as emoções são momentos de tensão em um
organismo, e as reações orgânicas são descargas
emocionais.
Infelizmente, nossa cultura estimula algumas
reações emocionais e reprime outras - “Homem
não chora”
As reações emocionais orgânicas são, até certo
ponto, aprendidas – a cultura “escolhe” algumas
formas como sendo mais adequadas a
determinadas situações ou tipo de pessoas (por
exemplo, de acordo com a idade, o sexo ou a
posição social).
Durante nossa socialização, aprendemos essas
formas de expressão das emoções aceitas pelo
grupo a que pertencemos.
passamos a associar reações do organismo às
emoções. Por exemplo, distinguimos o choro de
tristeza do choro de alegria; o riso de alegria do riso
de nervoso.
As emoções não devem ser escondidas, mas
gerenciadas
são uma espécie de linguagem na qual
expressamos percepções internas;
são sensações que ocorrem em resposta a fatores
geralmente externos.
São fortes, passageiras; intensas, mas não
imutáveis o que hoje nos emociona, poderá
amanhã não nos emocionar mais.
As emoções são muitas:
surpresa, raiva, nojo, medo, vergonha,
tristeza, desprezo, alegria, paixão, atração física
Respostas emocionais sempre abrangem:
Reações fisiológicas
Reações comportamentais/expressivas
Reações orgânicas – Lieury
Desejo movimentos exploratórios
Cólera agressão
Tristeza choro
Medo fuga
Respiração ofegante
Tremores
Mudança de cor
Dilatação de pupilas
Aceleração cardíaca
Aumento PA
Diminuição da salivação
Liberação de açúcar
Reações pilo motoras
Alterações na digestão
Estimulação das glândulas endócrinas
Atitude corporal exteriorizada por gestos,
olhar, voz e sinais faciais
As pessoas comunicam emoções básicas pelas
expressões faciais
Músculos faciais respondem facilmente às emoções
Temos ampla variedade de expressões faciais, mas
que podem ser identificadas com razoável precisão,
se agrupadas:
Preservar espécie = valor adaptativo, pois comunica
estados necessários ao equilíbrio e bem-estar
Aprendizagem = expressando emoções ensina-se a
interiorizar valores e regras sociais
Preparação para a ação = relaciona estímulos com
respostas
Modelagem de comportamento = orienta respostas futuras
- evitação
Regulação da interação social = permite melhor
compreensão do nosso comportamento e dos outros
Tomada de decisão = análise lógica e racional
permite analisar alternativas, mas as emoções
definem e selecionam as escolhas
Os afetos básicos (amor e ódio), além de manifestarem-se como
emoções, podem expressar-se como sentimentos.
Os sentimentos diferem das emoções por serem mais
duradouros, menos “explosivos” e por não virem acompanhados
de reações orgânicas intensas.
Assim, consideramos que a paixão é emoção e a ternura, a
amizade são sentimentos, isto é, manifestações do mesmo afeto
básico — o amor.
Presença constante, prolonga-se no tempo e não precisa de um
desencadeador
Estado interior individual, introvertido – diferente das emoções
que são extrovertidas = dirigidas para fora
A vida afetiva — emoções e sentimentos —
constitui um aspecto de fundamental
importância na vida psíquica.
As emoções e os sentimentos são como
alimentos de nosso psiquismo e estão
presentes em todas as manifestações de
nossa vida.
Dão cor e sabor à vida, orientam e ajudam
nas decisões.