wayuri 2 2014

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Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro - FOIRN /São Gabriel da Cachoeira - AM, Abr/Mai/Jun 2014 Seminário Rio Negro de Educação Indígena: «Nossas experiências e lições C O N S E L H O D I R E T Seminário Rio Negro de Educação Escolar Indígena: “Nossas experiências e Lições aprendidas para políticas públicas” Associações de base: ACIMRN realizou Seminário de 20 anos em Acariquara, em Santa Isabel do Rio Negro. Pág 9 OIBI em parceria com o ISA/ FOIRN inaugurou a segunda Casa da Pimenta Baniwa no alto Aiarí. Pág 8 Com objetivo de apresentar os resultados dos seminários de educação realizados nas bases e promover troca de expe- riências e diálogo entre as lideranças indigenas e representantes de governo municipal, estadual e federal responsáveis pela educação, o Seminário Rio Negro de Educação também fez a avaliação e a repactuação do Plano de Ação do do Território Etnoeducacional Rio Negro. Pág. 3 Pimenta Baniwa NESTA EDIÇÃO: EDUCAÇÃO | INSTITUCIONAL | FORMAÇÃO | ALTERNATIVAS ECONÔMICAS ASSOCIAÇÕES DE BASE | CONHECIMENTOS TRADICIONAIS | INTERCÂMBIOS

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Wayuri 2/2014 traz notícias sobre as principais atividades e realizações da FOIRN dos meses de abril, maio e junho de 2014. A capa desta edição destaca o Seminário Rio Negro de Educação Indígena que aconteceu no início de junho, que reuniu mais de 300 indígenas das 5 coordenadorias regionais dos 3 municípios do Rio Negro.

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Seminário Rio Negro de Educação Escolar Indígena: “Nossas experiências e Lições aprendidas para políticas públicas”

Associações de base: ACIMRN realizou Seminário de 20 anos em Acariquara, em Santa Isabel do Rio Negro. Pág 9

OIBI em parceria com o ISA/FOIRN inaugurou a segunda Casa da Pimenta Baniwa no

alto Aiarí. Pág 8

Com objetivo de apresentar os resultados dos seminários de educação realizados nas bases e promover troca de expe-riências e diálogo entre as lideranças indigenas e representantes de governo municipal, estadual e federal responsáveis pela educação, o Seminário Rio Negro de Educação também fez a avaliação e a repactuação do Plano de Ação do do Território Etnoeducacional Rio Negro. Pág. 3

Pimenta Baniwa

NESTA EDIÇÃO: EDUCAÇÃO | INSTITUCIONAL | FORMAÇÃO | ALTERNATIVAS ECONÔMICAS ASSOCIAÇÕES DE BASE | CONHECIMENTOS TRADICIONAIS | INTERCÂMBIOS

Fundada em 30 de abril de 1987, a Federação das Organizações Indíge-nas do Rio Negro (FOIRN), assume o compromisso de defender os direi-tos dos povos indígenas que ha-bitam a região do Rio Negro. Composta por 5 Coordenadorias Regionais (CABC, COITUA, C O I D I , C A I A R N X e CAIMBRN) que reúnem mais de 90 associações de base que representa comunidades distri-buídas ao longo dos principais rios formadores da bacia do Rio Negro.

No Rio Negro vivem mais de 35 mil indígenas (10% da popula-ção indígena do país), espalha-das em 750 comunidades locali-zadas às margens dos rios . As 23 etnias das famílias linguísti-cas Tukano, Maku, Aruak e Ya-nomani compartilham entre si, uma área de 11,6 milhões de hectares de terras indígenas demarcadas que compreende os municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.

Com visão no futuro, a FOIRN atua para garantir aos povos indígenas instrumentos para o reconhecimento, respeito, valorização da cultura e a garantia dos Direitos Indígenas conquistados na Constituição Federal. Trabalha também para formular e desenvolver projetos nas áreas de saú-de, cidadania, educação escolar, economia, ações de etnodesenvolvimen-

Diretoria Executiva 2013-2016

Diretora Presidente: Almerinda R. de Lima

Vice-Presidente: Isaias Pereira Fontes

Diretor: Renato da Silva Matos

Diretor: Nildo José Miguel Fontes

Diretor: Marivelton R. Barroso

Av. Àlvaro Maia No 79/Centro

São Gabriel da Cachoeira/Am

Caixa Postal 31 - CEP: 69750-000

Tel (97) 3471-1632

Informativo

Setor de Comunicação/FOIRNNivaldo da Silva Cordeiro,

Ana Paula Menezes Raimundo M. Benjamim

Apoio Institucional

Parceiros

O que é a FOIRN? Edição: 2/2014. Abril-Maio-Junho

Diretoria da FOIRN (2013-2016)

Sede da FOIRN em SGC

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Seminário Regional reúne mais 300 participantes para discutir a situação atual da educação escolar indígena e repactuação do Plano de Ação do Território

Etnoeducacional Rio Negro.

O Seminário Rio Negro de Educação Indígena, realizado na Casa dos Saberes da FOIRN, em São Ga-briel da Cachoeira, reuniu entre os dias 2 a 6 de junho de 2014 mais de 300 participantes vindo das cinco coor-denadorias regionais do Rio Negro, que abrange municí-pios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.

No evento foram apresentados os dados acumula-dos nos Seminários internos de educação realizados nas bases, desde janeiro. Entre os problemas mais citados nas apresentações foram: - falta de estrutura física, de-!ciência no transporte da merenda e material escolar, falta material didático diferenciado entre outros.

As escolas indígenas, especialmente as “escolas pilotos” implantadas através do Projeto de Educação FOIRN/ISA, que hoje, já somam mais de dez anos de experiências mostraram que é possível fazer uma educa-ção escolar de qualidade, tanto na formação e como na valorização das culturas, principalmente as línguas indí-genas.

Os dados reunidos pelos Seminários realizados nas bases mostraram que há muito a ser feito e melhorado. Especialmente, a presença das políticas publicas efetivas e permanentes nos municípios.

Como resolver esses problemas? Os representan-tes de instituições foram convidados para participar das “Rodas de Conversa”, onde além trocar experiências também expuseram suas ações, di!culdades e os desa!-os em relação ao tema central, a educação escolar indí-gena.

Os debates também possibilitou a participação dos representantes das Coordenadorias Regionais, que em certas ocasiões esclareceram suas dúvidas e expuseram ideias e propostas, que ao !nal foram incorporadas ao documento !nal.

Foi exposto também pelo Observatório de Educa-ção Escolar Indígena da Universidade Federal de São Carlos - Ufscar, através da professora Clarice Conh e Custódio Benjamim, as experiências e a situação da educação escolar indígena no Brasil atualmente.

Experiências do Xingu e Roraima também foram expostas no evento, pelos representantes que estiveram no evento. O evento teve como atração cultural as apre-sentações dos estudantes da Escola Utapinopona - Tuyuka.

Em sequência, foi realizado a Reunião da Comis-são Gestora do Território Etnoeducacional Rio Negro, que fez a avaliação do Plano de Ação do TEERN pac-tuado em 2009. Ver abaixo:

Plano de Ação do Território Etnoeducacional Rio Negro (TEERN): é um documento assinado pelas

instituições que compõem a Comissão TEER, como a FOIRN, ISA, MEC, FUNAI, SEMEC-SGC, UEA, UFAM, IFAM-SGC, que serve de subsídio para as ações que desenvolvem ou precisam desenvolver para alcançar as metas propostas pelo documento com objetivo de melhorar a qualidade de educação escolar indígena no Rio Negro. O primeiro Plano de Ação do TEERN foi assinado em 25 de maio de 2009, na avaliação realizada na Reunião realizada nos dias 4 a 6 de junho, foram apontados alguns avanços,

que, serão continuados. As re"exões e propostas encaminhadas no Seminário Rio Negro de Educação Indígena foram incorpora-das ao plano durante a revisão. A Comissão Gestora do TEERN e os participantes do Seminário Rio Negro de Educação sugeri-ram que as ações propostas no documento, se con!gure em iniciativa para o “Programa pela Educação Escolar Indígena na

Amazonia.

O documento pode ler lido e “baixado” da internet nesse endereço: http://zip.net/bynXv3

Participantes do Seminário Rio Negro de Educação na Casa dos Saberes em São Gabriel da Cachoeira, evento realizado pela FOIRN/ISA em parceria e apoio da FUNAI, IFAM-SGC, SEMEC, MEC e SEDUC-SGC. Foto: STECOM/FOIRN

EDUCAÇÃO

Pág 3

EDUCAÇÃO/FORMAÇÃOO!cinas sobre o Instituto de Conhecimentos Indígenas

e Pesquisas do Rio Negro.

Indígenas conhecedores das práticas relacionadas ao Sistema Agrí-cola Tradicional do Rio Negro (SAT-RN) ministraram aulas aos técnicos do IDAM em Santa Isabel do Rio Negro. Gestão Ambiental e Territorial é tema do

curso de formação de lideranças, servido-res da FUNAI e do ICMbio em São Gabri-

el da Cachoeira.

Coordenadora do Departamento de Mu-lheres da FOIRN participou da I O!cina de formação e informação de mulheres

em Brasília.

Realizado nos dias 1 a 2 de abril pela Se-cretaria de Política para Mulheres da FUNAI, a o!cina reuniu 19 mulheres indí-genas de várias partes do Brasil e técnicos da FUNAI e consultores em gênero e povos indígenas da GIZ. O objetivo é contribuir na articulação e quali!cação da participação de mulheres indígenas e sua organizações em espaços de formulação, implementação e monitoramento de políticas públicas vol-tadas para as mulheres. A Coordenadora do DMIRN/FOIRN Rosilda Cordeiro, partici-pou da o!cina. Foto: Divulgação

Nos dias 20 a 24 de maio foi realizado pela FOIRN/ISA na sede do ISA em São Gabriel da Cachoeira, o primeiro módulo do curso básico Gestão Territorial e Ambiental de Ter-ras Indígenas no Rio Negro. O curso previsto de um ano de duração e dividido em 4 módu-los reuniu 25 participantes. O primeiro módu-lo mediado pelo consultor Alessando de Oli-veira e linguista Edilson Melgueiro Baniwa, analisou os direitos indígenas no estado brasi-leiro e a construção do PNGATI. Para sele-ção dos participação foi circulado um edital, com intuito de que os participantes se com-prometam com o compromisso de implemen-tar o que foi aprendido. O curso é !nanciado pelo PDPI. Foto: Renato M/ISA

Foram realizados duas oficinas sobre o Instituto de Conhecimentos Indí-genas e Pesquisas do Rio Negro (ICIPRN) no primeiro semestre de 2014. A primeira aconteceu em abril que teve como objetivo a discussão e defi-nicão da proposta pedagógica e da estrutura organizacional e funciona-mento. A segunda aconteceu novamente em São Gabriel da Cachoeira, no final de maio, na qual o CGEE (Centro de Gestão de Estudos Estratégi-cos) responsável pela elaboração da proposta apresentou a sistematização da proposta encaminhada na primeira oficina. E a reunião de apresenta-ção do Relatório Final foi realizado no dia 26 de junho na sede do CGEE em Brasília. “Estamos mais próximos do que estávamos pensando quando iniciamos a discussão sobre a proposta”- disse André, um dos participantes da reunião em Brasília.

Representantes do MEC, FUNAI, ISA, FOIRN, CGEE e algumas lideranças indí-genas na oficina realizada nos dias 27 a 28 de maio de São Gabriel da Cachoeira. Foto: SETCOM-FOIRN

Realizado nos dias 22 a 24/04, foram enfatizadas a soberania alimentar das

famílias, as especi!cidades locais desses saberes e práticas e seus papeis numa

agricultura de baixo impacto ambiental que permite a seleção e a conservação de mais de 300 espécies e variedades cultivadas, sendo 110 variedades de manivas.

A iniciativa teve como objetivo dar maior visibilidade e apresentar os elementos

principais dos saberes e práticas que estão na base do Sistema de Agricultura

Tradicional do Rio Negro, reconhecido como Patrimônio Imaterial Brasileiro em

2010. O curso contou ainda com a participação das pesquisadoras Patrícia Bus-

tamante e Tatiana de Sá, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-

brapa), Laure Emperaire, do Institut de Recherche pour le Développemente

(IRD), e Raquel Camargo, do INPA de Roraima, que apresentou experiências de

agricultura sustentável desenvolvida na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O

curso faz parte de um conjunto de ações de salvaguarda previstas para o SAT-RN e visa fornecer novas bases para atuação dos agentes técnicos no apoio à agricul-

tura indígena do Rio Negro. O curso foi organizado pela ACIMRN, Asiba, (Ce-

brap), Embrapa, FOIRN, Idam, Iphan, IDR Unidade “Patrimônios Locais” (FR),

ISA, (MCTI), Populações, (Pacta, projeto de pesquisa IRD-Unicamp), Sepror e

(Unicamp). A iniciativa teve apoio da Fundação Ford, Centro Nacional de Des-

envolvimento Cientí!co e Tecnológico (CNPq), e Ministério da Cultura e da Co-

municação da França (MCC). Foto: Wilde Itaborahy/ISA

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Fundo Wayuri: Diante das ameaças e ataques aos nossos Direitos pelo interesse do agronegócio através da bancada Ruralista no Congresso Nacional por meio várias PCs entre estes a PEC 215/2000, PI 1610, PLP 227 e o movimento que discute a revogação da Convenção 169 da OIT da qual o Brasil ratificou desde 2006 e retrocesso na garantia direitos garantidos na Constituição Federal 1987, é crucial o fortalecimento das organizações que lutam

pelo cumprimentos dos direitos conquistados. Desde que foi fundada em 30 de abril de 1987, a FOIRN vem lutando pela Demarcação de Terras tradicionalmente ocupadas pelos povos que habitam a região do Rio Negro. E busca também desenvolver projetos de des-envolvimento para melhoria de condições de vida da população indígena que representa. Em 27 anos de luta, muitas são as conquis-tas em educação, saúde, etnodesenvolvimento entre outros temas. E a sua atuação na defesa pelos direitos atualmente não se restrin-ge apenas à região do Rio Negro, como também nacionalmente junto com as demais organizações indígenas. Prestes a completar 30 anos de existência a FOIRN se tornou uma das maiores e atuantes organizações indígenas do país enfrenta vários desafios, entre estes relacionados a gestão e funcionamento. Um desses grandes desafios atualmente é a autonomia financeira. A maioria dos recur-

sos humanos e atividades realizados são arcados por financiamentos externos e a autonomia financeira é um dos temas frequente-mente discutidos e debatidos em Assembleias e Conselhos da FOIRN e das Coordenadorias regionais. Em 2010, foi aprovado pela As-

sembleia Geral da FOIRN a necessidade de participação/contribuição das associações de base através das Coordenadorias Regionais (CABC, COITUA, CAIMBRN, COIDI e CAIARNX) nesse sentido. Em 2013, foi criado o FUNDO WAYURI: Banco do Brasil Ag. 1136-3 C/C: 17.563-3, para ampliar e forta-lecer essa contribuição para os interessados em contribuir para o fortalecimento do Movimento Indígena. Quem contribuir deve enviar seus comprovante de depósito ou transferência para nós: [email protected]

A FOIRN em parceria com o ISA e apoio da FUNAI, realizou de janeiro ao !nal de maio, oito seminários internos de educação escolar indígena, com objetivo de levar informações sobre os direitos dos povos indígenas, entre estes, voltados ao tema da educação escolar. E ao mesmo tempo realizar um diagnóstico ampliado sobre a situação atual da educação escolar indígena no Rio Negro. Para isso foi necessário uma equipe interinstitucional para a realização desses eventos. Para algumas regiões como no Içana e Waupés (considerando o V Encontro realizado em 2013), os eventos relacionados ao tema de educação e outros temas são frequentes, enquanto que para alguns povos como é o caso dos Hupd’äh e Yuhupdé que vivem no alto Tiquié e Papuri, foi inédito a realização de Seminário de Educação, que foi importante para eles, discutirem e propor a escola que eles querem, de acordo com sua cultura e especi!cidade.

Os resultados desses eventos foram apresentados no Seminário Rio Negro de Educação Indígena (pág 3).

EDUCAÇÃO/FORMAÇÃOOficina sobre Proteção de Conhecimentos Tradicionais foi realizado na Casa dos Saberes em São Gabriel da Cachoeira.

Seminário Internos de Educação foram realizados nas bases com objetivo de realizar o diagnóstico da situação atual da educação escolar Indígena no Rio Negro.

Participantes do Seminário realizado no igaparé Japú, Rio Papuri. Foto: Ana Lima

Propriedade de Saberes e a!rmação da identidade cultural foi o tema da o!cina realizada pela SEIND em parceria com a FOIRN, nos dias 23 a 24 de maio de 2014, na Casa dos Saberes em São Gabriel da Cachoeira. Foram abordados leis que amparam os Povos Indígenas como o Art. 231 da C.F de 1988 e a Convenção 169 da OIT entre outras leis, decretos e convenções. Várias lideranças indígenas participaram da o!-cina que promoveu discussões e debates sobre os assuntos da o!cina.

Calendário EcológicoAtravés de anotações diárias e pesquisas sobre passagem de cada constelação, "oração e fruti!ca-ção das árvores sil-vestres e cultivadas, piracemas de pesqui-sas e doenças que a c o m p a n h a m a s constelações, clima do dia, os alunos da Escola AEITY (Rio Waupés) e AIMAs, produziram o “Ca-lendário Ecológico”

Participantes da Oficina. Foto: SETCOM/FOIRN

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$ Identidade e Cultura foi o tema

da Semana dos Povos Indigenas 2014 realizado pela FOIRN em São Gabriel da Cachoeira entre 28 a 30 de abril, na Casa dos Saberes, a coordenação do evento registrou mais de 300 participan-tes, entre estes estudantes das escolas da sede do município.

Palestras, exposições de artesana-tos, publicações da FOIRN/ISA, apre-sentação de artistas indígenas e de dan-ças culturais !zeram parte da progra-mação, que teve como foco a importân-cia da identidade cultural para continuar fortalecido a luta dos povos indigenas pelos Direitos.

André Fernando, Higino Tenório, Justino Resende, Gilliard Henrique, Ed-neia Teles, Rosivaldo Teles foram os palestrantes, que ao longo das apresen-tações e relatos de experiências de vida enfatizaram a importância da auto-iden-ti!cação e o orgulho de ser indígena. E que viver e a pratica são as melhores formas de preservar as tradições e man-ter a cultura viva.

“A língua é um importante ins-trumento de luta que temos, precisamos continuar falando as nossas línguas nas nossas casas, nas nossas famílias”-disse André, ao lembrar que as línguas indí-genas foram decisivos na institucionali-zação e consolidação do movimento in-dígena do Rio Negro em 1987.

De acordo com o Justino, o inte-resse em aprender a cultura deve vir dos pais, já que muitos, principalmente os que descem das comunidades para se estabelecer na cidade, deixam de falar a língua indígena, muitas vezes, por ter

Semana dos Povos Indígenas 2014 teve como tema Identidade Cultural e encerrou com a

comemoração de 27 anos da FOIRN

vergonha de se identi!car que são indígenas.

Nas palestras, foi destacado a importância da escola, como espaço de formação social, e que deve valori-zar a diversidade de culturas que exis-tem no Rio Negro.

As escolas participantes recebe-ram kits de publicação da FOIRN/ISA como livros e Cds de músicas. Alguns alunos que participaram das brinca-deiras organizadas ao longo do evento também levaram pra casa alguns exemplares.

Nos intervalos, artesãos e arte-sãs indígenas expuseram ao publico seus produtos, entre estes a quinhapi-ra e o caxirí.

Na noite do dia 30 de abril, foi realizado a ultima parte da programa-ção que teve como conteúdo a Come-moração de 27 anos da FOIRN. De casa cheia, a comemoração começou com a exibição do vídeo institucional que resume as principais realizações e conquistas desde que foi fundada em 30 de abril de 1987.

Os motivos de existência, as realizações e os principais desa!os do Movimento Indígena do Rio Negro foi o conteúdo da Carta FOIRN 27 anos, lido pelo Diretor Renato da Silva Ma-tos no evento.

Muito já foi conquistado ao lon-go dos 27 anos, mas, os desa!os rela-cionados aos direitos dos povos indi-genas no cenário atual são cada vez maiores. A luta continua!

INSTITUCIONAL

Leia a Carta FOIRN27 anos: http://zip.net/bxnXJR

Pág 6

Foto: Jose Miguel Nieto/Unicamp

Foto: Jose Miguel Nieto/Unicamp

Foto: Jose Miguel Nieto/Unicamp

Foto: SETCOm/FOIRN

Foto: SETCOm/FOIRN

CONSELHO DIRETOR: A XXVII Reunião do

Conselho Diretor da FOIRN (CD-FOIRN) foi realizado nos dias 27 a 29 de

maio de 2014. Entre as pautas discutidas no evento, o destaque foi a de!-

nição do Tema (Valorizando os Conhecimentos Tradicionais e Conserva-

ção da Biodiversidade) e data (18 a 20/11) da XXII Assembleia Geral da

FOIRN que será realizado em Santa Isabel do Rio Negro. O Conselho Di-

retor da FOIRN é a segunda instância mais importante da FOIRN, depois

da Assembleia Geral. Participam do CD-FOIRN, Conselheiros eleitos nas

bases por coordenadorias regionais. São tratados nas reuniões do CD-

FOIRN, temas de relevância para as comunidades, associações indígenas e

para o Movimento Indígena do Rio Negro. E também é um espaço de pres-

tação de contas da FOIRN para associações de base sobre os Projetos des-

envolvidos. Os encaminhamentos do CD-FOIRN são usados como subsídio

para o Plano de Trabalho da FOIRN e Coordenadorias Regionais.

INSTITUCIONAL

Pontão de Cultura do Rio Negro foi incêndiada na madrugada do dia 9 de junho.

DAJIRN: Adelina de Assis Sampaio da etnia Dessana, 21, é a nova

Coordenadora do Departamento de Adolescentes e Jovens da FOIRN. Com

a saída da Ednéia Teles, uma das pautas discutidas pelos jovens que com-

põem o Conselho Diretor da FOIRN foi a escolha de uma substituta provisó-

ria, até que seja realizado a Assembleia Geral dos Jovens, prevista para

2015. A indicação da atual coordenadora, foi unânime pelos jovens presen-

tes na reunião. A Adelina já vem acompanhando e em algumas ocasiões

substituindo a Ednéia nas ausências desde 2013. Inspirada pela Dona Ja-

cinta de Assis, presidente da AIMBAL (Associação Indígena de Mulheres

de Balaio/BR 307), a Adelina disse que está pronta para assumir o com-

promisso de lutar e defender a causa da juventude indígena no Rio Negro.

O Conselho Diretor acontece em São Gabriel da Cachoeira, na Casa dos Saberes a FOIRN, as de-mandas das bases vão trazidas pelos Conselheiros e são discutidos e encaminhados no final do even-to. Nas reuniões do CD-FOIRN são elaboradas cartas e recomendações para instituições sobre as demandas das comunidades indígenas.

O Pontão de Cultura do Rio Negro amanheceu em cinzas, depois do incêndio ocorrido na madrugada de domingo, 9 de junho de 2014. De acordo com testemunhas, o fogo começou por volta das 3hs30mim, e se alastrou rapidamente. Acionados, o corpo de bombeiro do exército e a Polícia Militar (PM) ajudou a apagar o incêndio, mas, o prédio, com cobertura de piaçava já tinha sido consumido pelo fogo. A apuração feita com base nos dados do circuito de seguran-ça interna do prédio, foi confirmado que foi um “ato criminoso”. Até a presente data da publicação deste boletim, o processo ainda estava sendo analisado para a tomada de providências. Enorme prejuízo para os povos do Rio Negro, já que ali, além da Loja Wariró, funcionava também o estúdio de gravação, escritório das Coordenadorias Regionais, APIARN (Associação dos Professores Indígenas) e era espaço de realização de grandes eventos. A Diretoria da FOIRN publicou em seus meios de comunicação uma nota de tristeza pelo ocorrido, e várias pessoas, entre estes, co-laboradores, parceiros manifestaram sua indignação ao ato criminoso contra os Povos Indígenas.

Adelina de Assis Sampaio, a nova Coordena-dora do DAJIRN

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ALTERNATIVAS ECONÔMICAS

Manowadzaro é o nome da segunda Casa da Pimenta Baniwa inaugurada em abril na comunidade Ucuqui Cachoeira - Alto Aiarí

O que são as Casas da Pimenta Baniwa?As “Casas da Pimenta Baniwa”são construções que oferecem os espaços e utensílios adequados ao processa-mento, envaze e armazenamento da jiquitaia produzida a partir das pimen-tas cultivadas pelas mulheres das co-munidades baniwa.As Casas da Pimenta são responsáveis por:

• agregar a produção das roças fami-liares de uma determinada região de ocupação baniwa.

• organizar o processamento e esto-cagem, sob protocolo especial de produção para o mercado.

• realizar o controle de qualidade e de "uxo de informações que permi-te o total rastreamento da cadeia e de seus benefícios socioambientais.

ACIBRN e FOIRN !rmaram parceria com a empresa Untamed Angling do Brasil para desenvolver um projeto ino-vador de turismo de pesca esportiva no Rio Marié, nas Terras Indígenas (TIs) Médio Rio Negro I e II. A iniciativa tem anu-ência e apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), além do acompanhamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e assessoria do ISA. A operação do projeto será es-truturada de acordo com um plano de manejo da pesca da ACIBRN, dando condições às comunidades de realizar a ges-tão e !scalização do seu território e garantir a sustentabilida-de dos ciclos de vida dos. O trabalho é resultado de um proces-so inédito de estudos participativos realizada na região. A proposta de parceria apresentada pela empresa Untamed An-gling do Brasil foi escolhida por unanimidade pelas comunida-des indígenas, considerando o objetivo de construir um modelo inovador de turismo de pesca esportiva de base comunitária. A decisão foi tomada em reunião na aldeia Tapuruquara Mirim, nos dias 28 e 29/4, com a presença da co-munidade indígena, diretoria da ACIBRN, repre-sentantes dos parceiros Foirn, Funai, Ibama e ISA e também do Exército, da Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira e da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas do Amazonas (SEIND). As atividades devem iniciar ainda nesse ano. Leia o Termo de Referência no nosso blog: http://zip.net/bdnWNK

“Esse é o momento que as comunidades estavam espe-

rando. Se hoje estamos aqui, isso é resultado de toda luta do movimento, desde a demarcação das TIs e dos projetos-piloto que !zemos para desenvolver o territó-

rio. Com nossa organização estamos buscando e constru-indo essa autonomia”

Marivelton R. Barroso - Diretor da FOIRN

Capitães das comunidades da ACIBRN e parceiros em Tapuruquara Mirin/Médio Rio Negro. Foto: Michele

Saiba mais: http://migre.me/kfEBR

Turismo de Pesca Esportiva no Rio Marié

$ A inauguração da segunda casa da Pimenta Baniwa, realizado no dia 19 de abril em Ucuqui Cachoeira começou ao som das flautas sagra-das. Convidados, entre estes de instituições parceiras como a FOIRN representado pelo Diretor Isaias Pereira Fontes, o ISA pelo Beto Ri-cardo, Chef Alex Atala do Instituto Atá, um fotógrafo e jornalista. As comunidades mais próximas também estiveram presentes na cerimônia. Lideranças locais e parceiros destacaram a importância do trabalho para a manutenção e valorização da cultura, além de servir como alternativa econômica para melhoria da qualidade de vida das comunidades na Ba-cia do Içana.

Pimenta Baniwa no Facebook

http://zip.net/bmnWRy

Pág 8

Fotos: SETCOM/FOIRN

ASSOCIAÇÕES DE BASESeminário de Avaliação de 20 anos da ACIMRN foi realizado em Acariquara, em Santa Isabel do Rio Negro.

Com objetivo de avaliar os 20 anos da Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro (ACIMRN), foi realizado um Seminário nos dias 25 a 27 de abril na comunidade Acariquara no rio Jurubaxi, localizado no município de Santa Isabel do Rio Negro. O evento reuniu participantes de várias comunidades e associações da região do médio e baixo Rio Negro, e também, representantes de institui-ções parceiras como o ISA, IPHAN e a FOIRN à qual a ACIMRN é !liada.

Para a parte de palestras sobre histórico do Movimento Indí-gena, as principais lideranças indígena do Rio Negro, entre eles, dois que foram presidentes da FOIRN (Braz de Oliveira França e Orlando José) foram convidadas para o Seminário. Os palestrantes, relataram suas experiências, destacando as principais di!culdades e desa!os desde o inicio do movimento indígena e da criação da ACIMRN como mecanismo de consolidação do Movimento Indígena no Médio e Baixo Rio Negro.

As conquistas foram mencionados, (entre estes o Sistema Agricola Tradicional do Rio Negro - SAT-RN ver pág 10) e os desa!os também. De acordo com o Orlando José, a história de luta, as conquistas, servem para se orgulhar e fortalecer a luta di-ante dos desa!os atuais, principalmente relacionados aos Direitos Indígenas.

Os representam de instituições parceiras presentes do evento apresentaram as ações e planos de trabalhos que desenvolvem na região em parceria com as associa-ções indígenas, entre estes, a própria ACIMRN e a FOIRN. Entre essas atividades apresentadas estão a criação dos Conselhos da Roça no âmbito da SAT-RN e Orde-namento Pesqueiro no Médio e Baixo Rio Negro.

O evento encerrou com daburí da comunidade aos participantes. A ACIMRN com sua história mostra que as conquistas de uma associação de base, bene!ciam não apenas as comunidade de sua abrangência, mas, como todos os povos que comparti-lham a região do Rio Negro.

O que são as associações de base? As primeiras associações indígenas no rio Negro nasce-ram logo depois da criação da FOIRN em abril de 1987. Al-gumas delas, foram fundadas pelas lideranças que participa-ram da Assembleia Geral que fundou a FOIRN, como é o caso da ACIRI, que teve como lide-rança, o Gersen Luciano, na região do Içana, e tantas outras que foram criadas ao longo dos anos. A criação de mais asso-ciações nas principais calhas de rios do Rio Negro foram impor-tantes no processo da demarca-ção de Terras Indigenas e são hoje, fundamentais para a con-solidação das conquistas do Movimento Indígena do Rio Negro. Cada associação de base representa politicamente um número de comunidades indígenas, que atua junto com com as Coordenadorias e a FOIRN e parceiros em busca de melhoria de condição de vida das comunidades represen-tadas, através de iniciativas em vários temas, especialmente em educação, saúde e alterna-tivas econônicas. Todas as as-sociações indígenas são !liadas à FOIRN. Atualmente são cer-ca mais de 90em todo o Rio Negro. As di!culdades em acompanhamento permanente a essas instituições levou a cri-ação das 5 coordenadorias re-gionais para fazer o papel a mediação entre a FOIRN e as associacões de base.

COORDENADORIAS REGIONAIS: Além de assumir o papel de fazer a FOIRN presente nas bases, as 5 Coordenadorias Regionais

(CABC, COITUA, COIDI, CAIMBRN e CAIARNX), são espaços de participação direta das comunidades do Rio Negro através de suas associações de base na gestão da FOIRN. Através das Coordenadorias Regionais, as associações indicam candidatos para concorrer a diretoria da FOIRN e elegem seus Conselheiros para discutir e apresentar suas demandas nas Reuniões do Conselho Diretor, que a FOIRN realiza para prestar contas de projetos, apresentar Plano de Trabalho e relatórios de atividades, e como também receber demandas, recomendações das comunidades. Cada Coordenadoria agrega mais de 10 associações de base, e são responsáveis por acompanhar de perto essas associações. E cada diretor da FOIRN é representante de uma regional por isso atua junto com o Coordenador Regional, por meio de Plano de Trabalho compartilhado.

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Foto: SETCOM/FOIRN

A ACIMRN/FOIRN em parceria com o IPHAN e ISA está discutindo e formando os primeiros Conselhos de Roça na região do Médio e Baixo Rio Negro. Os Conselhos da Roça são espaços no âmbito do SAT-RN (ver ao lado). A composição dos Conselhos será por uma mulher, um homem e um jovem. Esses espaços servirão para a troca e trans-missão de conhecimentos relacionados ao Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro.

Depois do “reencontro com a cerâmica tra-dicional” no Museo do Indio no RJ, nos dias 4 a 11 de maio, foi realizado em São Joa-quim no Rio Aiarí, a"uente do Içana uma o!cina de cerâmica com objetivo de ampliar o número de mulheres Baniwa que dominam a técnica de confecção tradicional da cerâ-mico. A o!cina foi realizado no âmbito do Projeto de Documentação da Cultura Ba-niwa - ProdoCult Baniwa, mediado pelo an-tropólogo e pesquisador Thiago de Oliveira

do Museo Nacional/Rj.

Conselhos da Roça: Espaço para transmissão de Conhecimentos

O que a Gente precisa para Viver e estar Bem no Mundo - 2

Foi lançado no dia 19 de abril em Ucuqui Cachoeira, alto Aiarí - o segundo Volu-me da série, dessa vez pela Escola Herieni e Centro de Estudo e Divulgação da Es-cola Herieni no âmbito da Rede de Escolas Baniwa e Coripaco e em parceria com a FOIRN, ISA, ACEP (As-sociação do Conselho da Escola Pamáali). O volume compõe 18 monogra!as (temas), que abordam histó-

rias de origem, uso e disponibilidade dos recursos estudados. A publicação busca con-tribuir para a discussão da questão “O que a Gente precisa para Viver e estar Bem no Mundo?” A publicação chega ao leitor na lín-

gua Baniwa e Português.

CONHECIMENTOS TRADICIONAIS

Cerâmica: Mulheres Baniwa ensinam técnica tradicional para novas gerações

Primeiro produto conjunto do projeto Ma-

peo: Iniciativa Binacional de Cartogra!a e

Salvaguarda dos Sítios Sagrados do Noro-

este Amazônico. Elaborado coletivamente

pelas diversas instituições que participam

da iniciativa e contando com o apoio o!cial

do Instituto do Patrimônio Histórico e Ar-

tístico Nacional e Ministério de Cultura do

Colômbia, a publicação constitui um pri-

meiro informe de avanços do projeto. É

composto por três partes principais, com

a divulgação de informações relevantes

sobre o Noroeste Amazônico e os povos

indígenas e a apresentação de algumas

experiências de cartogra!a cultural e

documentação de sítios sagrados desen-

volvidas pelas comunidades e associações

indígenas dos dois lados da fronteira,

com apoio das ONGs e órgãos governamen-

tais que fazem parte da iniciativa.

PUBLICAÇÕES

A publicação na internet:

http://zip.net/bbnXPh

Cartografia dos sítios sagrados : iniciativa binacional Brasil-Colômbia lança Primeiro informe de avanço.

Lugares Sagrados: Projeto Mapeo

A publicação na internet: Português

http://zip.net/bdnY5VBaniwa:

http://zip.net/bxnZDn

Sistema Agrícola Tradici-onal do Rio Negro (SAT-RN). Patrimônio Cultural do Brasil. Em 2010, o SAT-

RN foi declarado Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN. É entendido como um conjunto de saberes e modos de transmissão de conhecimentos que se relacio-nam, entre os quais: a diversida-de das plantas cultivadas, as téc-nicas de manejo da roça e dos quintais, o sistema alimentar, os utensílios de processamento e armazenamento, ou seja, a cultu-ra material e, por !m, a confor-mação de redes sociais de troca de plantas e conhecimentos asso-ciados.

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Foto: Lorena França/IPHAN

Foto: Thiago Oliveira/Museo Nacional

INTERCÂMBIOSDiretores da FOIRN realizam intercâmbio na Austria

Diretores da FOIRN: Almerinda Ramos da Lima e Marivel-ton Rodriguês Barroso, acompanhados pelo Aloisio Cabalzar do Instituto Socioambiental - ISA, passaram 18 dias (29/05 a 22/06) na Áustria junto ao Aliança pelo Clima, para um intercâmbio de experiências e participação de uma série de ventos como reuniões, seminários, entre estes a Conferência Internacional da Hori-zont3000. Entre as experiências visitadas foram sobre geração de energia renováveis. A viagem para Europa faz parte da agenda de troca de experiência institucional da FOIRN junto aos !nanciado-res externos. As experiências visitadas serão ao longo do tempo incorporadas ao plano de ação da FOIRN junto com os parceiros, para serem implementadas.

Entre as Regionais. Em fevereiro, Antonio Menezes, vice-coordenador da CAIARNX (Coordenadoria das Associações Indígenas do Alto Rio Negro e Xié), representante dos extrativistas do Alto Rio Negro, participou da Assembleia da ACIR- Associ-ação das Comunidades e Ribeirinhas na comunidade de Car-tucho, no município de Santa Isabel do Rio Negro. Entre os temas abordados no evento foi a extração sustentável do látex que está sendo iniciado na região do Médio Rio Negro pela ACIR. A participação do Antônio nessa reunião teve como objetivo conhecer as experiências de organização e trabalho que está sendo feito sobre a extração do desse re-curso, e levar a experiêcia para o Alto Rio Negro, onde a mesma atividade está em processo de discussão. Na ocasião a presidente da ACIR Cleocimara Gomes entregou Kit do Seringueiro para o visitante, que foi convidado para voltar novamente no próximo evento previsto em outubro.

Grupo Taina Maianga (que signi!ca “Madrinha

de de crianças”) é uma iniciativa dos pro!ssionais de

saúde e e e a coordenação da CASAI-SGC (Casa de

Apoio a Saúde Indígena) para mobilizar interessados

em participar do grupo, cujo objetivo é garantir vesti-

mentas básicas a crianças recém-nascidas, !lhos de mu-

lheres indigenas que são encaminhadas dos pólos Bases

(unidades básicas de saúde do DSEI-ARN na região), quando

apresentam gravidez de risco, que depois de dar à luz no hos-

pital passam um tempo na CASAI antes de retornar para su-

as comunidades. Os interessados em participar do grupo pre-

cisam se inscrever com a Coordenação, sem algum compro-

metimento, ou seja, os membros podem deixar o grupo quando

quiserem. As reuniões acontecem uma vez por mês, onde os

“padrinhos” levam kits para presentear os bebês. “Nosso objetivo

é garantir o mínimo de higiene às crianças, que são pessoas que estão

chegando”-disse Luiz Brazão, chefe da CASAI. A iniciativa foi lançada na Pa-

lhoça da CASAI no dia 16 de junho, e já contou com mais de 10 membros. Mais

informações (97) 3471-1990.

FIQUE SABENDO....

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Foto : SETCOM/FOIRN

Foto : Horizont300

Fotos: SETCOM/FOIRN

Wariró- Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro . Os povos do Rio Negro conservam a sua rica cultura

através de suas cestarias e cerâmicas que tem destaque nas formas, variedades e utilidade. O artesanato indígena não se designa apenas para o uso doméstico, mas, também ao uso simbólico em rituais tradicionais. Wariró é o nome de um ser ancestral que aparece nos mitos dos povos indigenas do Rio Negro, que viveu na serra de Curicuriarí, mais conhecida como Bela Adormecida. Wariró também é o nome da Loja de produtos indígenas do Rio Negro, uma “porta de entrada” para a diversidade cultural dos povos que vivem no Rio Negro. O espaço foi construído para a venda direta dos produtos e troca de informações entre artesãos, produtores e consumidores. As peças são feitas à mãos de forma sustentável. Ao adquiri-las não apenas a geração de renda, mas, a preservação da cultura, dos mitos e histórias dos Povos Indígenas do Rio Negro.

Nossas publicações na Internet

issuu.com/foirn_povosdorionegro

FOIRN na Internet

Depois do incêndio ocorrido (ver página 7), a Wariró funciona provisoriamente na Maloca da FOIRN. Está sendo preparado uma campanha de arrecadação para a reconstrução da Wariró. Informe-se e participe: [email protected]

www.foirn.org.br