universidade tuiuti do parana centro de ciencias...
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
CENTRO DE CIENCIAS BIOLClGICAS E DA SAUDE
CURSO DE PClS-GRADUA<;:AO EM FISIOTERAPIA - AREA RESPIRA TClRIA
A RELA<;:Ao DO USO DA AGUA DESTILADA E DO SORO FISIOLClGICO NO
PROCESSO DE INALA<;:Ao EM PACIENTES ASMATICOS
CURITIBA
2000
ICHAMPAGNATI
CARLOS DACHEUX DO NASCIMENTO NETO
A RELAc;:Ao DO USO DA AGUA DESTILADA E DO SORO FISIOLOGICO NO
PROCESSO DE INALAc;:Ao EM PACIENTES ASMATICOS
Oissertayao apresentada ao Curse deEspecializac;ao de Fisioterapia naAre:s CardiuieSpirat6ria, daUniversidade Tuiuti do Parana.Orien!ador: Dr. Esperidiao Elias ,o'.quim
CURITIBA
2000
Agrade~o a m;nha familia e a minha dedicada esposa
que com mUito amor e compreensao contrlbuiram no
desenvolvlmento dessa dissertac;ao, fazendo-me acredltar
que todo sonho e um grande desafio. Em especial
agrade~o a compreensao e apoio dos meus orlentadores,
Dr. Alfredo Cuello e Dr. Esperidiiio, pela compreensiio dos
perea/c;os encontrados devido a disttmcia que nos separa.
Finafmente, a Deus, 0 qual possui papel decisivo em todos
os passos da minha vida.
SUMARIO
LlSTA DE FIGURAS..................................................................................... iv
RESUiViO .
A8STP~CT_ __ _.__ _ . vi
INTRODUC;ii.O , ", ", " " "" , ,'''.,'''.,.... 01
1.0 PROCESSO RESPIRATORIO E A ASMA "" " .."" .." " .."...... 03
1.1 RESPIRA<;:Ao.. 03
1.2 ASMA.. u6
1.2.1 A aSiiiii associada it alergiii................................................................... 11
1.2.2 ft. asma ocupaciona!............................................................................... 12
1.2.30 usa de broncodilatadores inalat6rios............................................... 15
1.2,3,1 Composi~ao quimica do soro fisioI6gico" "" .."" "." ""...... 17
1.2.3.2 Composi~ao quimica da agua destilada............................................ 18
2 METODOS E TECNICAS DE DIAGNOSTICO............................................... 20
2.1 TIPOS DE VARIAvEIS UTILIZADASNAAVAlIA<;:Ao DO ASMATICO.. 30
3 PESQUiSA DE CAiviPO................................................................................. 33
3.1ANAuSE DE F!CHAPADP..AO.. 34
~ 2 APLlCA<;:AoDAMEDI<;:AODE P!CO DE FLUXO EXPIRATORIO . 43
4 ANALISE DOS DADOS MENSURADOS...................................................... 49
5 ELABORA!;AO DE PROJETO...................................................................... 51
CONCLUS)\O , " , " , , , ,.... 53
I-\•..•c,l\v,;)......................................................................................................... 55
,.6,NEXO 1 - F!CHA P•.6,DR•.6,O.. 55
ANEXO 2 - ELABORA<;Ao DO PRO.lETO.. 59
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS " ,', , , , ,.................... 80
LISTA DE FIGURAS
QUADRO 1 - CLASSIFICA<;AO DA INTENSIDADE DA ASMA ...
QUADRO 2 - ESPiROMETRiA - VALORES REFERENTES AO SEXO
10
FEMININO .. 21
SERIADAS DO PICO DE FLUXO EXPIRATORIO.. 24
QUADRO 4 - VALORES DE PFE PARA POPULA<;AO NORMAL.. 26
QUADRO 5 - VALORES DE PFE PARA CRIAN<;AS NORMAlS.. 28
GRAFICO 1 - EXAME MUSCULAR RESPIRATORIO.. 39
FIGURA 1 - EQUIPAMENTO PEAK FLOW UTILIZADO NAS MEDICOES.. 44
TASELA 1 - DADOS E tv1EDIDAS INICIAIS DA AMOSTRA.. 45
T.Jl.8ELL~.2 - PR!MEIp...6. MED!<;.ii,O DE PIce DE FLUXO EXP!AAT6RIO.. 45
TABELA 3 - SEGUNDA MEDI(;AO DE PICO DE FLUXO EXPIRATORIO. 46
TABELA 4 - TERCEIRA MEDI<;AO DE PICO DE FLUXO EXPIRATORIO.. 46
QUADRO 6 - DIFEREN<;AS SIGNIFICATIVAS DURANTE A INALA<;AO.. 47
GRAFICO 2 - DEMONSTRA<;Ao GRAFICA DAS DIFEREN<;AS
ENCONTRADAS .. 47
RESUMO
o presente trabalho tern como objetivo a avaliat;ao de pacientes asmaticos daempresa Perdigao, atrav8S de exames especificos, buscando identificar e analisar arelayao do grau de obstruc;ao das vias aereas na administrayao de sora fisiol6gico eagua destilada, durante 0 processo de inalagiio. A pesquisa de campo abrangerauma amostra de dez individuos, funcionarios ativos da empresa Perdigao, dentro daClinica de Fisioterapia e Reabilita9ao - FISIOMED, na cidade de Capinzal - SantaCatarina. Nao havendo necessidade de emparelhamento de ambiente e/au idade.Para diagnostico da 85ma sibilante sintomatica foram efetuados as exames clinicos(incluindo hist6ria pregressa e evolugiio da doen98), antopometria, espirometria eavaliagiio do grau de obstru9ao atraves do exame Peak Flow, durante a incursao deinalayao com agua destilada e sora fisiol6gico. Demonstrando as resultados a partirdos dados obtidos pelo exame de Peak Flow apresentados via graficos e tabelas. Apartir dos resultados obtidos foi elaborado um projeto para implantagiio de examede espirometria dentro da empresa, a tim de controle e medic;ao dos funcionariosquanta a ocorrencia de asma ocupacional.
ABSTRACT
The present work has as objective the evaluation of patient asthmatic of the companyPerdigao, through specific exams, looking for to identify and to analyze therelationship of the degree of obstruction of the aerial roads in the administration ofphysiologic serum and distilled water, during the inhalation process. The fieldresearch will embrace a sample of ten individuals, active employees of the companyPerdigao, inside of the Clinic of Physiotherapy and Rehabilitation - FISIOMED, in thecity of Capinzal - Santa Catarina. Not having need of emparelhamento of atmosphereelou age. For diagnosis of the symptomatic sibilant asthma the clinical exams weremade (Including past history and evolution of the disease), antopomethry,espiromethry and evaluation of the obstruction degree through the exam Peak Flow,during the inhalation incursion with distilled water and physiologic serum.Demonstrating the results starting from the data obtained by the exam of Peak Flowpresented road graphs and tables. Starting from the obtained results a project waselaborated inside for implantation of espirometria exam of the company, in order to itcontrols and the employees' measurement with relationship to the occurrence ofoccupational asthma.
INTRODU<;:AO
A asma atualmente e considerada pela OMS - Organiza9ao Mundlal de
Saude, a segunda doenc;;a ocupacional mundial. Alem disso essa doenya
caracteriza-se pelo multifacetamento sintomatico e patol6gico, podendo ser desde
de origem alergica ate psicossomatica.
o sucesso do tratamento do doente asmatico assenta-se portanto, em
dois principios basicos. 0 primeiro, na compreensao de que a 85ma e urna doenya
caracterizada par urna consideravel heterogeneidade no que respeita a etiol09ia,
apresentayao clinica, gravidade, historia natural e resposta a terapeutica. Oevendo
portanto, cada doente adaptar-se " terapeutica considerada mais conveniente. 0
segundo principia reconhece que, em cada doente, a gravidade dos sintomas pode
variar de forma consideravel ao longo do tempo. Mesma quando a doenc;;adecorre
de forma reiativamente estavel, par langos periodos de tempo, pod em surgir
epis6dios de agudjza~o na sequencia de alergias sazanais, au par infecc;6es
intercarrentes. Nesse sentida a daente deve ser manitorizado regularmente e 0
tratamenta madificado de acorda com as necessidades.
Uma das tecnicas utilizadas para amenizar as crises obstrutivas da asma
e a inalac;ao atraves de medicamentas chamados broncodilatadares, os quais
podem ser misturados com agua destilada ou sore fisiol6gicos. Assim essa
pesquisa fundamenta-se na avalia9iio da rela9ao do uso de "gua destilada e do soro
fisiol6gico no processo de desobstruyao das vias aereas atraves da inalayao, sendo
o usa destes de forma individualizada sem conteOdo medicamentoso de
broncadilatadores.
o processo de pesquisa sera norteado da seguinte forma:
o primeiro capitulo fundamentar-se-a na ocorrencia da asma, seus
efeitos, causas e consequenclas no organismo humano. Objetivando 0
conhecimento teorico dessa patologia, abrangendo os tipos alerglcos e
acupacionais, os quais apresentam maior ocorrencia e preocupayao na emergencia
de diagnostico e tratamento.
o segundo capitulo demonstrara a importancia das tecnicas e exames
para diagn6stico e avaliayao da ocorrencia da asma, bern como as caracteristicas
quimicas da agua destilada e do soro fisiologico.
o terceiro capitulo sera fundamentado na pesquisa de campo efetuada,
demanstrando os resultados encontrados e metodologia utilizada.
o quarto capitulo destina-se a analise dos resultados encontrados,
focando 0 problema central da disserta<;iio: a rela<;iio da ocorrencia de obstru<;iio
das vias aereas na utllizayao de agua destilada e/ou soro fisiol6gico.
o quinto capitulo destlna-se a elabora<;iiode projeto para implanta<;iiode
exames espirometricos dentro da empresa Perdigao, como meio de medir a
intensidade e ocorrencia de asma ocupacional nos funcionarias ativos,
principalmente em exames admissianals e demissionais.
o sexto capitulo demonstrara as conclusoes da pesquisa bibliografica e
da pesquisa de campo.
1.0 PROCESSO RESPIRATDRIO E A ASMA
1.1A RESPlRA<;Ao
Dentro do aparelho respirat6rio, os pulmoes sao de fundamental
importancia para a ocorrencia do processo de respirayao. Possuem consistencia
esponjosa e cor rosada e estao situados na regiao toracica, de ambos as lados do
corayao. Urn musculo transversal, 0 diafragma, separa-os do abdome e entre eles
existe urn espac;o chamado mediastino. 0 pulmao esquerdo tern dois lobulos e 0
direito tres. Ambos estao envoltos por uma membrana dupla conhecida como pleura.
Enos pulm6es que se produz a parte mais importante do fen6meno respirat6rio, que
se processa em duas fases principais: a de inspirayao, em que 0 ar entra peta
traqueia passando pela boca e nariz, cnde e aquecido, filtrado e umedecido, e segue
ate as alveolos; e a de expira~o, au expulsao do ar contido nos pulm6es para 0
exterior. (SILVEIRA, 1992)
A inspira9iio ocorre atraves da a9iio combinada de uma serie de
musculos, entre os quais se destacam 0 diafragma, que ao se contrair se desloca
para baixo e aumenta 0 volume da caixa toraeica, e os museu los intercostais
externos, situados entre as eostelas por seu lado exterior, que determlnam uma
dilata9iio do volume do torax quando experimentam contra9iio. A expira9iio se
verifica passivamente, ao relaxar-S8 0 diafragma e mediante a intervenc;aode Qutros
museu los, entre eles as intercostais internos.
AS movimentos respiratorios sao comandados pelo centro nervoso
respiratorio, parte do sistema nervoso central, alojado no bulbo raquidlano, ao qual
chega a informac;aoreferente a concentrayao do dioxido de carbono e dos niveis de
oxigenio no sangue. S8 a primeira e alta, estimula-se a contrac;ao dos museu los
respiratorios de modo que S8 incremente a eliminayao do dioxido de carbona e 0
aporte de oxigenio. Fibras nervos8s provenientes dos pulm6es conduzern, de forma
centripeta, impulsos nervosos deflagrados par receptores situados no epih~ljo e na
musculatura lisa da arvare traqueobr6nquica. Na inspirayao, pela distensao alveolar,
desencadeiam-se impulsos nervosos que, principalmente pelo nervo vago,
alcan~m, no sistema nervoso central, 0 centro respiraterio. Este e constituido por
dois componentes: um inspiratorio e outro expiratorio. Apes a inala<;8o, impulsos
nervosos ativam 0 centro expirat6rio que promove a exalac;ao. No final desta, novos
impulsos desencadeados pelos receptores alveolares seguem tambem pelo nervo
vago e atingem, novamente, 0 centro respirat6rio, e assim sucessivamente. Esse
cicio, num adulto normal, ocorre de 12 a 16 vezes por minuto, automaticamente.
(MCARDLE et aI., 1998)
as movimentos alternados de Insplrac;ao e expirac;ao permitem a
ventila9iio pulmonar (SILVEIRA, 1992). Quando 0 ar alcan(:8 os alveolos, passa por
difusao aos capilares alveolares que os rodeiam e se une a hemoglobjna das
hemacias, ou globulos vermelhos. Essa hemoglobina e um composto protelco que
contem ferro em sua molecula; 0 ferro e precisamente 0 ponto no qual 0 oxigenio se
fixa e e assim transportado ate as celulas.
Nos capilares dos orgaos, a hemoglobina libera 0 oxigenio, que e
absorvido pelas celulas; estas cedem 0 dioxido de carbono, residua do metabolismo
organico que, ao se combinar com a hemoglobina, forma a carbo-hemoglobina e e
levada de volta aos pulmoes pelo sangue venoso. Nos capilares dos alveolos
pulmonares a carbo-hemogloblna se decompoe e forma 0 gas carbonico, que se
desprende e e finalmente expulso para a atmosfera. (SILVEIRA, 1992)
Segundo SILVEIRA (1992), infiuem sobre a neuromecanica da respira91io
varios fatores. as vasos sangOineos tem os chamados quimiorreceptores, sensiveis
as alterac;oes do nivel sangOineo de oxigenio ou dioxido de carbono. Quando ocorre
alterayao no nivel de oxigenio au dioxido de carbono, os quimiorreceptores enviam
impulsos ao bulbo: assim, se 0 teor de dioxido de carbono e excessiv~, as
informac;oes sensitivas enviadas pelos quimiorreceptores provocam aumento da
frequencia respiratoria, 0 que acelera a substituic;ao do dioxido de carbo no pelo
oxigenio nos pulmoes, restabelecendo 0 teor normal desse gas no sangue. Alem
desses fatores, devem ser destacados os impulsos nervosos provenientes de outros
centros nervosos do sistema nervoso central, as condic;6es de momenta, como por
exemplo, as emo,oes, a temperatura ambiente e a esfor"" fisico.
Em processos patologicos, como a asma bronquica por exemplo, sua
manifesta91io alem de possuir caracteristicas subitas, pode ser precedida por
sensac;ao de aperto no torax, iniciando-se por acesso de tosse e falta de ar, que vai
se acentuando, especialmente no ato expiratorio. A expirac;ao torna-s8 consciente,
trabalhosa e extensa. a individuo assume posic;ao mais ereta, fixando 0 torax para
que entrem em ac;ao as musculos acessarios da respirac;ao. Aparece chiado
expirat6rio no peito e a dispneia (dificuldade na respira"ao) se agrava
progressivamente. Finalmente, sobrevem a cianose (cor arroxeada da pele e
mucosas) e, nos casos avanyados, palidez e pulso rapido. A crise pode cessar
subitamente, mas a dispneia as vezes dura horas ou dias com a mesma intensidade.
(MCARDLE,1998)
o individuo nesse caso necessitara ser medicado imediatamente, a tim de
amenizar os sintomas da crise, atraves de nebuliza¢es par broncodilatadores, como
as derivados da teotilina e da adrenalina, e os mucoliticos, que aumentam a ftuidez
das secre~6es mucosas, a tim de retornar a respirac;aonormal.
1.2AASMA
Em 1920, a asma era detinida como "uma doenya caractenzada por
dificuldade para respirar devido a um espasmo bronquico recorrente, acompanhado
de sibilos, tosse e expectorac;ao". Oesde entao, 0 conceito de asma tern sido
discutido e modificado (SEARS, 1993). Em 1997, 0 workshop do International
Consensus Report on Diagnosis and Management of Asthma do NA TlONAL
INSTITUTES OF HEAL TH (NIH) definiu asma como sendo "uma doen98 inftamatOria
cronica de vias aereas, na qual varias celulas tem urn papel fundamental tais como
os eosinofilos, rnastocitos e linfacitos Tn.
Em individuos susceptiveis, esta inflamac;ao causa epis6dios recorrentes
de dispneia, ehiado e tosse, prineipalmente a noite ou no inieio da manhB. Estes
sintomas estao associados a obstruc;8o br6nquica que e, ao menos, parcial mente
reversivel espontaneamente ou com tratamento. 0 processo inflamat6rio esta
associado a hiperresponsividade bronquica a uma variedade de estimulos.
Acredita-se que a prevalencia de asma esteja em torno de 7,2% da
popula91io mundial. Pelo menos 40.000 mortes por ana sao atribuidas a asma. Esta
prevalencia e diferente nas diversas regi6es do mundo, variando de 30% na
Australia, 35% nas IIhas Carolinas ate 0,7% no Japao e 0,1% entre os esquim6s. A
prevalencia de asma desde a decada de 1980 vern aumentando gradativamente,
lato notado em varias regioes do mundo (KEELEY & NEILL, 1991). Esta constata91io
gerou varias duvidas quanto aos seus possiveis determinantes. Isto poderia estar
relacionado a urn maior numero de diagn6sticos decorrente de definic;6es mais
precisas, a urn maior conhecimento da patogenia ou ate mesmo pelo menor estigma
associado a doent;a.
Apesar das evidencias de hereditariedade associadas a asma e a atopia,
existe urn importante fator ambiental determinando 0 aparecimento, assim como a
gravidade dos quadros asmaticos (BURNEY, 1993). As popula90es rurais tem uma
prevalencia de asma significativamente menor, mas esta prevalencia aumenta
rapidamente quando estas popula9bes se deslocam para regioes urbanas (MARSH
et aI., 1981). Cabe ressaltar que a polui91io atmoslerica nao e 0 Ilnieo lator envolvido
e esta diferent;a pode apenas estar refletindo urn aumento na incidencia de atopia
devido a exposic;ao a outros alergenos, fato que parece ocorrer principal mente nos
momentos de inversao termica (WICHMANN et aI., 1989).
hiperresponsividade br6nquica e a fun98;o pulmonar basal, principal mente em faixas
etanas maiores (BURNEY et aI., 1987).
A mvel fisiopatolcgico, segundo MCARDLE et al. (1998), 0 processo de
sensibiliza98;o provavelmente representa a primeira etapa para a desenvolvimento
do quadro asmatico. As celulas dendriticas presentes na mucosa br6nquica atuam
como apresentadoras de antigenos. Sua interayao com Hnfocitos T auxiliadores faz
com que estas celulas estlmulem a produc;aode Imunoglobulinas (lgE) por linfccltos
B. Os antlcorpos liberados na clrculac;ao se Ilgam a receptores de alta afinldade
presentes em mastocitos. Apos outro cantata com agentes desencadeantes, as
pacientes asmaticos desenvolvem urn quadro que se instala em poucos minutos,
caracterlzado fundamentalmente por obstruc;ao de vias aereas. Este quadro atlnge
sua intensidade maxima em 10 a 20 minutos e termina em torno de 1 a 2 horas. Eo
denominado reayao imediata e ocorre em cerca da metade dos pacientes asmaticos
e na maloria dos modelos experimentais. Oentre os desencadeantes nao
imunologicos, podemos citar 0 contato com estimulos ambientais como 0 frio,
exercicio fisico, poluiyao, solu<;oes hipot6nicas ou hipertbnicas, hiperventila<;ao,
infecy6es virais, infecy6es bacterianas ou mesmo fatores emocionais.
o principal lator responsavel pela obstruc;aode vias aereas nesta lase e a
contrayao da musculatura lisa br6nquica. Embora as mastocitos liberem histamina e
prostaglandlna (PG) D2, os leucotrienos parecem ser os principals medladores
responsavels pelas alterayoes encontradas nesta lase (HOLGATE et aI., 1988;
HARRIS et aI., 1995). A reac;aoasmatlca tardla em humanos pode ser definlda, por
convenyao, como uma reduyao de 20% no VEF1 (volume expiratorio foryado no 1°
segundo), 3 a 12 horas apos uma inalayao padronizada de antigeno, que causou
uma resposta aguda eqUivalente a 20% de queda do VEF1. Normalmente, esta
reayao costuma resolver-s8 em torna de 24 haras. A partir desta definiyao, a reayao
tardia ocorre em torno de 50% dos pacientes asmaticos (DURHAM et aI., 1984).
Acredita-se que, apesar de terapeutica especifica, alguns pacientes mantenham um
quadro residual de obstruc;aode vias aereas, muitas vezes so detectado por testes
de tunc;aopulmonar especificos.
Esta segunda tase e caracterizada, sob 0 ponto de vista patolaglco, pela
presenc;a de inftamac;ao de ViaS aereas. Trabalhos que estudaram biapsias
br6nquicas de pacientes asmaticos concluiram que 0 processo inflamatoriO era
composto de eosinafilos, mastacltos e lintacitos principalmente do subtipo CD4+. as
primeiros trabalhos observaram estas alteral'0es em pacientes asmaticos graves
que faleceram durante urna crise da doenc;a, assim como em pacientes com 8sma
leve ou moderada (AZZAWI et aI., 1990; CORRIGAN & KAY, 1991). Recentemente
LAITINEN et al. (1993) demonstraram a presenc;a deste tipo de processo
inflamatorio em pacientes com diagn6stico recente, antes do inicia do tratamento,
intensificando a ideia de que a inftamac;aode vias aereas desempenha um papel
fundamental na fisiopatogenia da asma br6nquica.
A principal expressao cliniC8 de todas as anormalidades relacionadas a
85ma, e a sibilancia. A sibilancia e urn ruida musical, continuo e alto, mais
comumente ouvido durante a expiraryao. Resulta de urna turbulencia devido a
reduyao do flUXQBerea em vias Bereas de grande e medic calibre, que tern 0 seu
padrao modificado, ao passar atraves de uma via aerea estreitada. Ao contrario do
que se pode imaginar, essa mudanc;a de velocidade nao ocorre fundamentalmente
IV
nas vias aereas de pequeno calibre, mas sim em brbnquios principais e traqueia.
(BERNSTEIN, 1993)
A classifica~o da 8sma como leve, moderada au grave possibilita ao
medico e ao fisioterapeuta, esquematizar a avalia'YB0completa do quadro do
paciente e selecionar a terapeutica apropriada, a qual pode ser identificada a partir
do Quadro 1.
QUADRO 1 - CLASSIFICAyAo DA INTENSIDADE DA ASMA"
I I Fun-;Ao Pulmonar I Medicac;ao usual mente IIntensidade Clinicaantesdo Tempo (PFE= Picode Fluxo necessariaparamanter
Expirat6rio) contrale
Leve
EOis6dios Intermitentes de
I curta durac;:ao, ate 2 por I PFE ~ 80% do previsto I . Isemana. .....Fr-..._-' __•..·1'•• .J_ 5 ..••.•"" Apenas 8ela-2 agonrsta
IEpis6dios de a5ma nalurna, I' ~V;~i::IUllua~c: .'~u"'()·1 inalado quando Iate 2 vezes por meso L.. __ nO~~~._:r:~s necessaria.
I Assintomaticos entre as I UIOIICO IIdlGlUUI. I Iexacerba¢es.
Moderada
Episodios acima de 2 p~r PFE entre 60% a 80% Agente antiinflamatorio
IE' 'd' s~mana. t I do previsto. I profililtico, diario, IpISO.105d e ~sma n? uma PFE: variabilidade entre Possivel broncodilatador
I Eap~~~~iO:ne~:~~:~'o I 20 a 30%, H , I de aya.o proiongada, I' I ca d B t 2 ' t PFE normal apos especlalmente paraIna aciU~seedia~:~e~i~.nls a broncodilatador sintomas noiurnos.
I ~~~~~~~~~~~~~es~' I I ~o~ic6ides inalados ISintcmas freqUentes de PFE < 60% do previsto. dlanam~~~~:.m aliasI Afi"idoadsm~,n'~~:~i:" d",e I PFE: Variabilidade > Isroncodilatador de a9801
Grave 1' -' - e51,151.•.•...••.."",;.8 .••....1 30%,'" I prolongada diaria, I
H"'e"'it ~~ a ~~m•..•~r ",e '" PFE abaixo do normal, especialmente para
I '--""·I~··_at;12"'-'__m_ lapesar de 6tima teraPia'l sintomas noturnos. II ~~:c~~~~~:o p~~v~:~~~~ I I eS~~~i~~i~:7!~~C:s. I" nsco de vida." _ .
* As ~r;;!ctGristi~s s~o gar;;!isporqua a asm;;l S ;;!Itamants vari~.•.al G astas co;:r;;!ctaristicaspodam sajusta par; alem disso, a classificacao pode mudar no decorrer do lempo.- Vl"!ril"!hiliri;'lriA !'>ignifiC'.l"Il"! riifArAnc:.l"I rln!'> Vl"!lnrR!'> rip. PFF nhtirln n;'l ml"!nhR A nl"! nnilA rip. 11m mp.!'>mn rlil"!. nuentre os diferentes dias da semana.FONTE: CONSENSOS BRASILEIRO NO MANEJO DE ASMA
"1.2.1 A Asma Associada a Alergia
A associa~o entre 8sma e alergia tern side reconhecida de longa data,
segundo 0 CONSENSOS BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA. alguns trabalhos
assinalam que 75% a 85% dos pacientes com 85ma apresentam testes cutaneos
imediatos positives e ah3rgenos inalaveis comuns. Apesar desses dados
provavelmente superestimarem 0 numero de pacientes com 8sma nos quais os
fatores alergicos sao importantes, eles realmente sugerem que a alergia deve ser
considerada tanto um diagn6stico como no tratamento da 85ma.
A importancia da alergia dentro da casuistica da 85ma, se da nas
diferentes faixas etMas da seguinte forma:
- Lactentes: Em lactentes, as infec¢es respiratOrias virais constituem 0 principal
fator desencadeante da asma. Os alergenos inalaveis desempenham papel menos
importante nesse grupo eta rio do que em Qutras idades. Apesar de rea90es
alergicas alimentares pod em ocorrer em lactentes, os alimentos nao sao fatores
desencadeantes comuns da asma.
- Crian~s: Aqui tambem as infec90es respirat6rias virais podem ser 0 agente
desencadeante. Estudo em crian~s com asma sugerem que a alergia influencia a
persistencia e gravidade da doenc;a. Alguns autores, segundo 0 CONSENSOS
BRASILEIRO DE MANEJO DA ASMA, lem afirmado que a gravidade da asma
infantil correlaciona-se com 0 numero de testes cutaneos imediatos positiv~s; estas
leriam maior tendencia a apresentar mais asma diaria do que inlermilente,
il
possivelmente devido a presen(:a de processo inflamatario alergico cronico. Os
ah3rgenos importantes sao as inalaveis.
- Adultos: AS aeroalergenos permanecem importantes em pacientes cuja doenc;a
teve inleia antes dos trinta anos au que estao expostos a alergenos ocupacionais.
Os pacientes tambem podem apresentar alergia pela primeira vez apOsos trinta
anos. Em adultos, a intensidade da reatividade do teste cutaneo com alergenos naD
parece estar relaclonada com 0 aumento da gravidade da asma. Alergias
alimentares comumente nac desencadeiam 8sma em adultos. Os pacientes podem
tsr sensibilidade ao acido acetilsalicilico, que naD tern, entretanto, base imuno16gica.
1.2.2A Asma Ocupacional
As vias aereas, das fossas nasais aos alveolos, mantem cantata com
14.000 litr05 de ar, durante as 40 haras semanais de trabalho, sendo que a ativldade
fisica quando presente aumenta a ventilacao e expoe 0 individuo a maior
concentrac;aode substancias, que podem alcan(:ar ate 12 vezes os niveis de
repouso(BROOKS,1977).
A asma e a causa mais comum de doenya respirat6ria relacionada ao
trabalho, sendo responsavel por 1-2% do total de casos (BROOKS,
1977).Aproximadamente2.000 novas casos sao relatados por ano no Reino Unido
(MEREDITH, 1993), onde a incidencia na populac;ao que trabalha e de
IJ
20:1.000.000. A prevatencia da 85ma ocupacional varia em funyao da substancia a
qual 0 trabalhador fica exposto. A prevalencia pode ser alta como 50% naqueles
expostos a enzimas proteoliticas (MITCHELL et aI., 1991) e baixa, cerca de 5% em
alguns grupos de paclentes expostos a isocianatos (NIOSH, 1978) ou poelra de
madeira de cedro (CHANG-YEUNG et aI., 1978).
Asma ocupacional e definida como limitayao variavei ao fluxo Berea e/ou
hiper-reatividade br6nquica nao especifica, relacionada a inala9iio de alergenos de
origem biol6gica, poelras, gases, vapores ou fumayas, no ambiente de trabalho
(BERNSTEIN et aI., 1993). Esta defini9iio exclui a asma desencadeada por
irritantes, como 0 ar frio OU0 exercicio. No entanto, ha tambem a 85ma relacionada
ao trabatho, que pode ser urna exacernayao de 8sma previamente subClinica OUem
remissao, tambem conhecida como asma agravada pelo trabalho. A asma
agravada peto trabatho e causada par irritac;ao mecanica das vias aereas, par
poeiras naD alergenicas OU par irritayao quimica.
Ate 0 momento existem mais de 250 substancias implicadas na asma
ocupaclonaL As principais categorias de agentes relacionadas englobam:
antigenos anima is, insetos, fungos, plantas, gamas vegetais, enzimas biol6gicas,
anidridos acidos, aldeidos, isocianatos, aminas alifaticas, aminas aromaticas,
metais, drogas farmaceuticas e outras substancias quimicas (CHAN-YEUNG et aI.,
1994).
Estas substancias podem ser divididas em duas categorias de acordo
com 0 mecanisme de a9ao: imunologicas e nao-imunologicas. As imunol6gicas
podem ser dependentes ou nao da media~o pela IgE. As nao-imunol6gicas
14
compoem a Sindrome da Disfunyao Reativa das Vias Aereas, eu 85ma induzida par
Irntantes.
A 8sma de causa imunol6gica (a5ma com latencia) apresenta urn periodo
assintomatico entre a exposic;.ao e 0 inieio da sintomatologia respirat6ria. Cerca de
40% dos pacientes desenvolvem os sintomas nos 2 primeiros anos de exposic;.ao,
enquanto que em 20% os sintomas ocorrem apos 10 anos (8). 0 paciente passa a
relatar tOSS8, opressao toracica e sibilos apas chegar ao local de trabalho,
especialmente apos 0 fim de semana. E a chamada "asma da segunda-feira".
Durante 0 periodo de lateneia, as alergenos sao processados pelas celulas
dendriticas e macr6fagos, que apresentam as antigenos aDs linf6Citos T auxiliares,
as quais estimulam as linfacitos B a produzirem IgE especifica. Quando ocorre a
reayao antigeno-lgE especifica nos mastOcitos, mediadores quimicos sao ativados,
desencadeando a cascata de eventos infiamat6rios. Ocorrendo sensibilizayao ao
agente causal, inicia-se tambem a resposta inflamat6ria mediada via linf6citos T H2.
Anticorpos IgE especificos sao detectados no soro ou atraves de testes cutaneos na
maioria dos casos de asma com latencia, desencadeada por proteinas biol6gicas de
alto peso molecular (5.000 daltons ou mais), como particulas de produtos de
madeira, graos, texteis ou latex. Substancias com baixo peso molecular (menos de
5.000 daltons) podem causar sensibilizayao sem, entretanto, produzir IgE especifica.
Pacientes com hist6ria de atopia e tabagismo sao mais suscetiveis a desenvolver
resposta a antigenos de alto peso molecular. (CHAN-YEUNG at. ai, 1994)
Quando a asma ocupacional e diagnosticada e 0 individuo continua
exposto ao alergeno de origem, os sintomas tornam-se mais severos e freqOentes,
inclusive fora do local de trabalho, podendo ser desencadeada tamMm por outros
"
alergenos ambientais (fuma",s do cigarro, perfumes, diaxido de enxofre). Quando
afastado do trabalho, livre da exposiyao ao agente causal, cerca de 60 a 80% dos
trabalhadores sensibilizados continuarao a apresentar sintomas, sendo, entretanto,
em proporyao menor do que nos que continuam sob exposiyao.
A asma de causa nao-imunologica e menos comum e nao apresenta 0
periodo de latencia. A sindrome da disfunyao reativa das vias 8ereas fol descrita par
BROOKS (MALO et aI., 1992) em 1985. Foram descritos dez casas de individuos
que desenvolveram sintomas de 85ma apos uma (mica exposic;ao (geralmente
aCidental) a attos niveis de vapores, fumac;a au gases irritantes, sem que nenhum
apresentasse historia previa de sintomas respirat6rios. A sintomatologia da 8sma
persistiu em media par tres anos. 0 tempo de exposiyao ao agente variou de alguns
minutos ate 12 haras (media de 9 h). Outra caracteristica e que a reexposiyao ao
agente nao reproduz a doen",.
1.2.30 Usa de Broncodilatadores Inalatarios
No tratamento da asma, principalmente durante as chamadas "crises",
caracterizadas pela obstru~o do fluxo aereo ocasionada por broncoespasmo,
edema e inflama~o da mucosa brbnquica e ou rolhas de secre~o, faz-se
necessaria a uso de broncodilaiadores (beta2-agonista), os quais podem ser
dissolvidos em soro fisiolaglco, agua destilada e/ou soluyao salina. Os
broncodilatadores sao medicamentos antiinflamat6rios, utilizados em processo
inalatario, com a objetivo de desobstruyao das vias aereas.
10
Os 112agonistas constltuem-se na pnmelra IInha de tratamento nos
pacientes com 85ma aguda grave. Esses medicamentos tern demonstrado a eficaci8
e a seguran~ do usa de doses elevadas e frequentes dessas medicac;6es na 8sma
aguda. as simpaticomimeticos produzem relaxamento do musculo liso, aumentam a
contratilidade diafragmatica, melhoram 0 clearance ciliar e inibem as mediadores
broncoconstritores. (SANTANA, 1995)
as broncodilatadores inalatorios mais utilizados sao 0 salbutamol e 0
fenoterol. A dose recomendada de Salbutamol e de 0,15 mg/kg/dose (0,03
ml/kg/dose ate 0 maximo de 5 mg/dose ou 20 gotas), diluidos em 4 ml de soro
fisiol6gico, com fluxo de oxigenio de 6 a 8 I/min, podendo ser administrados ate a
cada 20 minutos. A frequencia das nebulizac;6esdependera da intensidade da crise
e da resposta do paciente a terapeutica administrada. Em um grande numero de
pacientes obtem-se a estabiliza~o do quadro apas algumas haras, podendo-se
gradativamente espayar 0 intervalo das nebulizac;6es.A utillza980 de 4 ml de SF e
conduta recente e visa diminuir 0 percentual de ~volumemarta", au seja, 0 volume da
SOlu980 (geralmente 0,5- 1,0 ml) que fica dentro do nebulizador e nM e
aerossolizado. Tern sido utilizada tambem a nebulizac;ao com volumes fixos de
Salbutamol: pacientes de ate 10kg utilizariam 0,25 ml; pacientes com 10 a 20 kg, 0,5
ml; e acima de 20 kg, 0,75 ml, ate uma dose maxima de 1,0 ml em pacientes
maiores. Recomenda-se, como anteriormente mencionado, a administrac;ao do
broncodilatador com oxigenio sempre que 0 intervalo das nebuliza90es for menor do
que 3 horas, devido ao risco de induc;ao de vasodilatac;ao maior do que
broncodilata980, resultando em desequilibrio na ventlla98o-perfusao e p,ora da
hip6xia. (STEIN et aI., 1992)
Nos pacientes necessitando nebuliza9i>es em intervalos menores do que
1 hora, cuja PaCO,> 45 mmHg, pode- se utilizar a nebulizac;ao continua. Para tanto,
adapta-se ao nebullzador convencional uma peya em T, conectada entre a fonte de
oxigenio e a reservatario do nebulizador em seus ramos principais. Nos ramos
acessarios conecta-se uma bomba de infusao com a sOluyao a ser administrada.
Utiliza-se uma soluc;ao com salbutamol na dose de 0,5 mg/kg/h e soro fisiol6gico, na
proporc;ao de 1: 1, para manter uma taxa de infusao de 12 ml/h. As solU90es devem
ser trocadas a cada 4 a 6 horas. (PIVA et aI., 1997)
Dados recentes tern sugerido que a uso de B2 agonista, via aerossol
doslmetrado e espayador, confere urn efeito broncodllatador semelhante ao aerosol
administrado via nebulizac;ao. Entretanto, 0 papel dos aerosois dosimetrados na
asma aguda grave, especial mente do paciente pediatrico, ainda nao esta definido.
(PIVA et aI., 1997)
A ayao do agentes que dao SOlubilidade aos beta2agonistas nao possuem
ac;ao especifica al9m da solubilidade dos medicamentos, entretanto, a seguir sera
analisado a composic;ao qui mica do soro fisiol6gico e da agua destilada.
1.2.3.1 Composi9ao Quimica do Soro Fisiol6gico
o soro fisiologico au soluc;ao isotonica de Cloreto de Sadio, possui na sua
composic;ao quimica (IN FARMED):
7 S6dio: Na': 154,0 mEq
~ Claro: cr' 154.0 mEq
~ pH: 6,0
~ Soluyao eslerilizada apirogenica.
Apesar do Soro FisiologlCO possuir 310 mOsm/1 com 154 mEqll de sodio e
de eloro, 0 que faz merecer uma discussao par contrariar a denomina980
~fisioI6gico~, urna vez que no plasma encontramos uma concentrac;ao de cloro que
gira em lorna de 100 mEq/1. (COIMBRA, 1995)
1.2.3.2 Composi~ao Quimica da Agua Destilada
Eo oblida alraves de aquecimenlo, geralmenle elelrico, em aparelhagem
propria (deslilador), ale a lervura, passando de liquido - vapor- condensado, isenta
teoncamente de qualquer Impureza 0 que Ihe confere propriedades quimicamente
puras, portanlo, hi! a ausencia de mlcroorganismos (COIMBRA. 1995).
Composiyao quimica:
~ pH: < 7,0 (acida)
~ Calcio: Trayos
~ Ferro: 0.0
~ Silica: Trayos
~ Cloro: 0,0
~ Clorelos: Trayos
~ Gases Dissolvidos: Trayos
'"7 Microorganismos: Nao apresenta
A partir dos pressupostos basicos sabre a ocorrencia da 8sma e suas
caracteristicas multifatoriais, a administra~o de broncodilatores e seus
componentes quimicos para soIU980, sera analisado as metodos utilizados para
diagn6stico e suas tecnicas, as quais as profissionais de fisioterapia estao
habilitados a exercer.
lU
2. METODOS E TECNICAS DE DIAGNOSTICO
Sendo a asma uma COndl9aOmullifatonal, detenminada pela intera9llo de
fatores geneticos e ambientais que leva a uma inflama~o cronica das vias Bareas,
faz-s8 necessaria exames que revelem a capacidade pulmonar do individua, via
monitoriza9llo da capacidade de respira9llo (inspira9llo e expira9llo).
Os testes de fun9llo pulmonar sao importantes para a confirma9llo de
85ma, para auxiliar na avaliayao da gravidade do ataque agudo e para monitorizar 0
curso da doenc;a, possibilitando sua modificayao com 0 tratamento.
Testes sofisticados sao desnecessarios, ja que as altera90es funcionais
sao mutaveis. A espirometria com detenmina9lloda Capacidade Viral For98da (CVF)
e Volume Expiratorio For98do no primeiro segundo (VEF1) e 0 teste basico. A
manobra deve ser obtida com registro grafico et idealmente, as curvas volume-
tempo e flUXQ volume devem ser registradas.
Na curva de f1uxQ-voiume, 0 fluXQ expirat6rio maximo e gerado logo no
inicia da expirayao; e expresso em 1/5, sendo util avaliar S8 0 esfon;:o feito pelo
paciente foi adequado. Quando obtida por equipamento portatil, recebe 0 nome de
Pico de Fluxo Expiratorio (PFE), expresso em 1/min. 0 VEF1 e superior ao PFE para
detectar e quantificar 0 grau de obstru9llo ao ftuxo aereo ja que engloba uma parte
maior da curva expirat6ria. a PFE e rna is dependente do esfor90 e menos
reprodutivel do que 0 VEF1.
21
o diagnestico de asma e geralmente confirmado pela presen", de
obstruyao ao fluxo aereo que desapareee au que melhora aeentuadamente apes a
administrac;ao de broncodilatador. Pacientes com 85ma estabelecida devem realizar
pelo menos uma espirometria inicial. Simultaneamente, 0 PFE deve ser obtido para
comparayao.
A caraeteristica da presen", de obstruyao baseada em dados obtidos na
populayao brasileira e mostrada na quadro 2.
QUADRO 2 - ESPIROMETRIA VALORES DE REFERENCIAS NO SEXO
FEMININO - BRASIL
Estatura IdadeCVF (1) VEF1 (1)
FEF25-75VEF1/CVF%1(em) (anos) (1)
20 2,98 2,70 4,10 91 I30 2,82 4,"t:::l v,I"t 66I145 40 2,66 2,28 2,60 83
50 2,49 2,07 2,25 81 I60 2,33 1,86 2,00 7970 2,16 1,65 1,80 78 I20 3.20 2,87 4,28 9130 3,04 2,66 3,28 86 I40 2,87 2,45 2,72 8315050 2,71 2,24 2,35 81 I60 4,-.J'-t 2,03 2,03 78
I70 2,38 1,82 1,88 78
20 3,42 3,04 4,46 91 I30 3,25 2,83 3,42 86
155 40 3,09 2,62 2,83 83 I50 2,92 2,41 2,45 8160 2,76 2,20 2,17 79 I70 2,60 1,99 1,96 78
FONTE: I Consensos Brasileiros no Manejamenlo da Asma
11
QUADRO 2 - ESPIROMETRIA VALORES DE REFERENCIAS N°I
SEXO FEMININO - Brasil (Conlinua9iio)I
Estatura IdadeCVF (1) VEF1 (1)
FEF25-75VEF1~~VF%1(em) (anos) (i)
20 3,63 3,21 4,6530 3,47 3,00 3,56 86 I
16040 3,31 2,79 2,95 JLJ50 3,14 2,58 2,5560 2,98 2,37 2,26 ,
70 2,81 2,16 2,05
20 3,85 3,37 4,83 91I30 3,69 3,16 3,71 86
16540 3,52 2,95 3,07 83 I50 3.36 2,74 2,65 8160 3,19 2,53 2,36 79
I70 3,03 2,32 2,13 78
20 4,07 3,54 5,02 91 I30 3,90 3,33 3,85 86
I170 40 3,74 3,12 3,19 8350 3,57 2,91 2,76 81 I60 3,41 2,70 2,45 7970 3,25 2,49 2,21 78 I
FONTE: I Consensos Brasileiros no Manejamento da Asma
Em crian""s brasileiras, a obslru9iio se caracteriza par rela9iio VEF1/CVF
menor que 80%. Uma vez caracterizada a presenya de obstruyao ao fluxo aereo,
sua gravidade e melhor quantificada pelo VEF1 relacionado percentualmente ao
previsto: < 40% - obstruyao grave, 41-60% moderada e aeima de 60%, leve. A
redu9iio da CVF na asma pode ocorrer quando a obstru9iio e acentuada. Resposta
signlflcativa ao broncodllatador e caraeterizada quando 0 VEF1 aumenta 12% ou
mais au pelo menos 200m!. Criterios de resposta percentual e absoluta sao
necessarios para minlmizar a inftuencia do VEF1 basal na resposta. Aumenlo de 60
1/min no PFE apas broncodilatador se correlaciona bern com a resposla do VEF1 e
pode ser usada em consult6rio, na lalta de espir6metro. Resposta slgnificativa a
bronco dilatador nao e sinonimo de 85ma, ja que pacientes com DPOC, doenya
fibrocistica e outras patologias obstrutivas tamMm podem apresentar 0 mesmo tipo
de resposta. Por Dutro lado, alguns pacientes com 85ma, especialmente nos
extremos de obstru~o, nao respondem agudamente ao broncodilatador. Resposta a
dois jatos de bronco dilatador com eleva~o do VEF1 acima de 30% e 300ml indica
a resposta acentuada e sugere 0 diagn6stico de asma. (I CONSENSOS
BRASILEIROS NO MANEJO DA ASMA)
A normaliza<;a0 e diagn6stica de asma, mas nem sempre ocorre. Neste
casa, 0 tratamento visa manter a fun<;aa ventilatoria maxima, enquanto 0 rotuio de
"diagn6stico final" passa a ser secundario.
Em paclentes sem obstru~o ao fluxo aereo, as alternativas para 0
diagn6stico consiste em: medir seriadamente a fun<;aa das vias aereas OU provocar
mudan9'ls luncionais por teste apropriado (broncoprovoca~o).
Hiper-responslvidade br6nquica (HRB) inespecifica e a resposta
exagerada das vias aeneas a estimulos nao alergicos. Embora as testes de
broncoprovocayao sejam grosseiros, servem para separar asmaticos de normais.
Habitualmente, a dose cumulativa (DP20) ou concentra~o (CP20) que produz 20%
de queda no VEF1 e calculada e pode ser inferida pelo surgimento de sibilos.
Histamina, metacolina e carbacol sao as drogas mais usadas para
broncoprovoca~o. Estimulos indiretos, como exercicio e hiperventBayao, podem ser
utilizados, mas sao menos sensiveis do que a provocayao com drogas. Queda de
10% au mais no PFE au no VEF1 apos exercicio intenso, de durayao em torno de 6
min, Indica asma por exercicio. (BROOKS, 1977)
24
Hiper-responsividade nao e especifica para 8sma sendo encontrada em
15% dos individuos normais, atOpicos nao asmaticos, como portadores de nnite e
fumantes cronicos, portadores au nao de obstruyao ao f1uxoaerea.
o teste de broncoprovoca.;ao e util para detec<;2o de HRB na presen<;a
de tosse ou dispneia prolongadas desacompanhadas de chiado e sem causa
aparente, au na suspeita de 8sma de inicio recente com espirometria normal. E
tambem util quando sintomas respirat6rios ocorrem em usuaries de drogas
broncoconstritoras como l1-bloqueadores au indutoras de HRB, como inibldores de
ECA. Testes de broncoProvoca9ao falso-negativos ocorrem em 20-30% dos
pacientes com suspeita inicial de 8smB, confirmada posteriormente pela evolw;ao OU
por outros metodos. Na persistencia de suspeita ou da nao disponibilidade do teste,
torna-S9 urn ensaio terapeutico e justificavel.
QUADRO 3 - GRAVIDADE DA ASMA BASEADA NAS MEDICINAS SERIADAS DO
PICO DE FLUXO EXPIRATORIOS - PFE
PFE LeveIntensidadeModerada Grave
Media do periodo(em vaior do basai) > 80%
25-50% > 50%
60-80%
Variabilidade (maiorvalor - menor valor do
periodo/media doperiodo x 100)
<25%
Medidas seriadas do PFE podem detectar varia<;6es anormais na fun.;ao
das vias aereas. Oevem ser feitas 3 a 4 vezes ao dia por peto menos 7 dias; os 2
primeiros dias devem ser desprezados na analise par efeito de aprendizada.
(MEREDITH, 1993)
Variabilidade e cansiderada anormal per varios indices (quadro 3). a mais
usado atualmente a a amplitude percentual madia.
Na infancia, a medida da satura9Bo de hemoglobina (SatO,) atravas de
oximetria de pulso, tem se mostrado utH e segura na avalia~o do acompanhamento
da gravidade de crise. Saturayoes de hemoglobulina em ar ambiente inferiores a 91-
931.1/0 sugerem crises mais graves, necessitando acompanhamento e tratamento mais
cuidadoso. (NIOSH, 1978)
Medidas seriadas do PFE sao menores sensiveis que 0 teste de
broncoprovocayao em asmaticos leves e, por isso, sao menos uteis no diagnostico
(tlpicamente 55 x 85%).
Em todos onde se atende asmatico em crise, medidas da funyao das vias
aereas devem disponiveis. Do ponto de vista pratico, a medida do PFE durante a
crise e suficiente.
Nos pacientes com PFE < 40% do previsto apos tratamento inicial e/au
satura9Bo de hemoglobina (ar ambiente) < 93% esta indicada a gasometria arterial.
Por meio desta, pode-se avaliar de forma mais adequada a hipoxemia bem como
estimar a progressao do quadro atraves da PaC02. Na fase inicial da crise, observa-
se hipoxemia acompanhada de PaC02 < 40% mmHg, e durante fase mais
avan98da, ha tendencia a acidose respiratoria em razao de acentuado desequil1brio
da rela9Bo ventila9Bo/perfusao. (BERNSTEIN et aI., 1993)
A medida da obstru9Bo a essencial na asma porque a percep9Bo da
gravidade por parte dos medicos e pacientes frequentemente a equivocada. Valores
2.
de PFE abaixo de 50% do previsto indlcam, ao lado de urn OU mats dos sinais de
gravidade, obstruy2o acentuada. Esse valor se correlaciona com VEF1 em tome de
40%. A presenva de PFE bastante reduzido, na ausencia de sinais clinicos de
gravidade, sugere obstru920 persistente. (SANTANA, 1995)
Para ° PFE, verifica-se que a tabela de Leiner e a mais adequada para a
popula920 brasileira adulta (quadro 4).
QUADRO 4 - VALORES DE PICO DE FLUXO EXPIRATORIO (1Imin) PARA
POPULA<;Ao NORMAL"
Homens
Idade (An os) 1155 (em) 1160 (em) 1165 (em) 1170 (em) 1175 (em) 1180 (em) I
564 I 583 I 601 I 620 I 639 ~
553 I 571 1 589 I 608 I 626 I 644 1
::~ I :~ II ::: I ::: I ::: I :~~ I:~~ 1 ::: ::~ 1 ::~ I :~: 1 :~~ 1
494 I 511 I 527 1 543 I 560 1 563 I483 I 499 I 515 I 531 I 547 I 563 I
:~ ::~ I ~~~ I :~: I :~: I ::~ I ::: I70 448 1 :~; . :;~ I I 507 W
••Leiner, e.G. et al- Expiratory peak flow rate. Standard values for normal subjects. Use as a clinicallesl 01 venhlatory function. Am Kev Hesplr UIS 1:11:1:044, 1963.
FONTE: I ConsensQs Brasileiro no Manejo da Asma
25
30
35
40
45
50
55
21
QUADRO 4 - VALORES DE PICO DE FLUXO EXPIRATORIO (1Imin) PARA
POPULAc;:Ao NORMAL' (Continua9ao)
Mulheres
Idade (An os) 1145 (em) 150 (em) 1155 (em) 1160 (em) 1165 (em) 1170 (em)
~ 418 r:;;-~~~I 399 I 412 I 426 I 440 I 453 I 467
30 I 394 I 407 421 I 434 I 447 I 461
:: 1:1=1::1:::1:1:: 1=1:::1:1:::1:::1:::~~ I ~:: I ::~ I :~: I ::: I :~: I :~~
.•Leiner, C.G. et al - Expiratory peak flow rate. Standard values for normal subjects. Use as a clinicaltest of ventilatory function. Am Hev Hesplr UIS Hit 044, 100::1.
FONTE: I Consensos Brasileiro no Manejo da Asma
20
25
o PFE apresenta as vantagens de ser simples e lomece uma medida
quantitativa de obstru~o que se correlaciona com 0 VEF1. Entretanto, varia.;6es
significativas do VEF1, desacompanhadas de altera¢es correspondentes do PFE,
sao relativamente freqOentes.
A dependencia do eslor90, a impossibilidade de mensura9ilo dos volumes
pulmonares, a nao obten~o de registros escritos e nao correspondemcia perfeita
entre as medidas e 0 grau de obstru~o das vias aereas perifericas sao as principais
desvantagens do PFE.
Em muitos doentes, os valores do PFE diferem do que e previsto
(variayaes de mats au menDS 100 1/min sao usuais em adultos e de 75 1/min. em
crianc;as).
Estabelecer 0 melhor valor, usanda urn periodo de monitorizayao que
inclua medida pos-broncodilatador e desejavel. Em certos casos, pode ser
necessario urn curso de corticoterapia.
QUADRO 5 - VALORES DE PICO DE FLUXO EXPIRATORIO (1Imin) PARA
CRIAN<;AS NORMAlS'
Estatura Valor Estatura Valor
109 145 142 328
j'i2 '169 '145 344
114 180 147 355117 196 150 370
119 207 152 381
122 222 155 397
124 233 157 407
127 249 160 423
130 265 163 439
135 291 165 450
137 302 168 466
140 318 170 476
• Godfrey, S . .;:;t ai - Brit J Dis Chest 64: 14-Gj, 1970FONTE: , Consensos Brasileiros no Manejo da Asma
Em asmatlcos estaveis duas medidas sao suficientes, em geral ao
acordar e ao deitar. Devern ser feitas em triplicata, com anotayao do melhor valor.
Em pacientes com asma instavel ou quando a doenc;a esta agudizada ou sob
29
avalia9aO diagnostica, 4 medldas diarias devem ser anotadas, incluindo os
momentos em que as sintomas ocorrem, como interrup~o do sana pela mad rug ada.
A medida senada do PFE permite as controles seguintes:
Intensificar 0 tratamento quando 0 PFE cair agudamente abalxo de 80% do
melhor valor, 0 qual deve ser anotado para cada doente. A maiaria das
evidencias indica que uma conduta per parte do paciente baseada nos
sintomas e igualmente adequada. E essencial, entretanto, que todo asmatico
tenha urn plano de crise preestabelecido.
Fazer modifica90es no tratamento de manuten980 se 0 PFE se mantiver sub-
ctimo au sua variabilidade for considerada excessiva. Urna classificac;ao de
85ma baseada nurn periodo de monitorizac;ao de 2 a 3 semanas dave sar
feita. PFE seriado deve ser medido em todo doente nao controlado com
tratamento envolvendo broncodilatadores e drogas profilaticas em doses
habltu8lS.
Identificar certos pad roes especiais de asma e a resposta ao tratamento.
Estes incluem:
a) pacientes com obstrulYBo acentuada e poucos sintomas ("asma silenciosa"). A
suspeita provem de repetidas medidas funcionais anormais no consultorio, em
doentes oligossintomaticos;
iO
b) 8sma naturna com interrupc;aodo sono. Pode ser confirmada per queda do
PFE matinal de 20% au majs em relac;aoaos valores previos;
c} 8sma labil - pacientes que tern grandes varia~es no PFE com sintomas
graves, como smcope.
Identificar alguns fatores desencadeantes como na suspeita de 85ma
ocupaclonal. Nesse casc, devem ser feitas medidas par 2 semanas no trabalho, 2
semanas afastado e novamente 2 semanas no trabalho. a tratamento deve
permanecer inalterado, mas nao deve incluir drogas profilaticas. Aumento
signlficativo do valor e graficos revelando certos padr6es de recuperayao, quando do
afastamento, relacionam a 8sma a algum fator ocupacional.
2.1 TIPOS DE VARIAvEIS UTILIZADAS NAAVALlAC;;Ao DO ASMATICO
A 85ma pode ser acompanhada atraves da monitorizac;ao de varies
aspectos que auxiliam 0 medico no controle ideal da doen98 (National Asthma
Educallon and Prevenllon Program, 1997).
1) Monitorizacao da tuncao pulmonar: mede a disfunyao do pulmao. A espirometria,
as medidas de pico do ftuxo expiratono avaliam 0 grau de obstruyao br6nquica,
constituindo-se em parametros numericos de facit avatiac;ao quantitativa.
jl
2) Monitorizac8o dos Sintomas: avaHa as sintomas em frequencia e intensidade.
Essas informayaes exigem transformayao de uma informayao qualitativa para
varia9ilo ordinal que permita gradua~o e possa ser transformada em escores.
FreqOentemente utilizamos em 8sma escores de sintomas diurnos e noturnos que
nos auxiliam bastante na caracterizayao de quadros leves, moderados e graves. E
importante, aqui, salientarmos que por se tratar de uma variavel qualitativa a qual
imputamos urn valor numerica, sempre devemos uSa-I a com restric;oes e utilizar
testes naD parametricos na sua analise estatistica.
3) Monitorizac8o da gualidade de vida: avalia 0 impacto que a doen98 tern sobre as
atividades do paciente. Os questionarios avaliam a gravidade da doen~ sob a
perspectiva do paciente. Como 0 paciente tern pouca informayao sabre as
caracteristicas fisiopatol6gicas da doen'YB,em geral, supelValoriza au eventualmente
naD da valor a certos dados que seguramente sao mais ou menos valorizados pelo
medico. E sabido que urn mesmo grau de disfunyao pulmonar tern impacto diferente
para dois pacientes. Da mesma forma, uma abordagem terapeutica pode ter enorme
repercussao para um paciente de vida fisicamente abva e pequena para outro de
vida sedentaria. Par esse motivo a coleta de dados de qualidade de vida, que se
caracteriza como uma variavel qualitativa e de pesos distintos, dependendo da
interpretayao e condiyao do individuo, exige do pesquisador maior rigidez na
obtenyao de informa90es, bern como criterios de apllcayao, validayao,
reprodutibilidade e determinayao de minimas diferenyas que devam ser
consideradas como relevantes ou significantes.
4) Monitorizacao da historia Clinica e das exacerbacoes: que sao dados colhidos na
entrevista medica mas que trazem informa!yoes importantes principal mente quanto aavaliayao de risco e doen""s associadas que podem interferir com 0 controle ideal
da doenya.
5) Monitorizacao da farmacoterapia: avaHac;:ao da adesao do paciente ao tratamento
recomendado.
6) Monitorizacao da comunicabilidade e satisfacao do paciente.
Com a exposlyao da metodologia para diagn6stico e monitorizayao de
pacientes asmaticos, demonstrando sua finalidade e tecnicas, sera exposto a
pesqUisa de campo a qual engloba exames de Peak Flow.
3. PESQUISA DE CAMPO
o objetivo da pesquisa de campo e analisar atraves de exames de pico
de f1uxo expirat6lio, Peak Flow, a ocorrencia de maior eu menor grau de obstruyao
das vias aereas na administragao de nebuliz8c;oes com sora fisiol6gico e aQua
destilada. Referindo-se especificamente, as alterac;t5es provenientes da utilizayao do
sora eu da agua durante 0 processo inalatorio, vista que no tratamento da 85ma
essas soluc;:oes sao utilizadas para dissolver os broncodilatadores inalatorios, raz6es
estas que viabilizam esta analise separadamente fundamentando todo 0 processo
de pesquisa.
Para efetival'8o dessa pesquisa fcram seguidos os parametres
comumente utilizados nurn processo normal de diagn6stico e/ou monitorizayao da
85ma, com local adequado para exames, anamnese e questionario de hist6ria clinica
e exame de pica de f1uxo expiratOrio.
o local para efetival'8o da pesquisa de campo, foi 0 espa\X) da Clinica
Fisiomed, atuando no campo da Fisioterapla a mais de um ano, proporclonando
atendimento capacitado de alto nivel em toda a regiao de Capinzal - Santa Catarina
e arredores. Alem dos atendimentos relacionados a Fisioterapia Geral, incluindo a
area de Reabilital'8o Fisioterapeutica, com equipamentos de ultima geral'8o e
preparo cientifico na area medica-fisioterapeutica. Localizada na Avenida XV de
novembro 55 sala 03, cidade de Capinzal - Santa Catarina, conta atualmente com
34
tres funcionarios, area util da clinica de 108 m:l, com estrutura e equipamentos
diversos para atendimento generalizado de todos os casas relacionadas a
fisioterapia, comportando a media de 25 pacientes/dia.
o universo da pesquisa deteve-se a empresa Perdigao a qual possui
como atividade principal 0 preparo, corte e seleyao de aves. Possuindo
caracteristicas de ambiente propiciadoras a ocorrencia de 85ma ocupacional, em
vlrtude de fatores condicionantes como: temperatura (altemayao entre frio e calor
abruptas) e particulas alergenas (penas, po).
Com relayao a amostra foram escolhidos aleatoriamente funcionarios da
empresa Perdigao, nurn total de dez funcionarios, sem paridade de idade e/ou sexo,
respondendo apenas a (mica caracteristica de ser funcionario da empresa Perdigao.
Todos responderam questionario da ficha padrao (anexo 1) de anamnese,
antropometrialexame fisico e historia clinica, postenormente fOi efetuado a mediyao
de pico de fluxo expiratorio.
3.1 ANALISE DE FICHA PADRAo
Todos os pacientes submeteram-se ao preenchimento da ficha padrao,
sendo obtldo os seguintes resultados:
-7 ANAMNESE
AS dadas referentes a anamnese englobam a identificac;ao do paciente
(sexo, idade, profissao, etc.) incluindo 0 diagn6stico clinico e queixa principal.
Sexo: 100% Feminino
Idade:
40% na faixa dcs 30 anos
40% na faixa dos 40 anos
20% na faixa dos 50 anos
Profissao:
30% area de corte
30% embalagem
30% seleyao das carnes
10% distribuiyao
70% casada
Estado Civil: 20% viuva
10% salteira
Peso: Variando de 57 Ii 70 Kg
36
Altura: Varianda de 1,57 a 1,70 m
Diagnostico
Clinico:
10% capacidade respirat6ria baixa
70% 85ma ocupacional
20% 8sma durante exercicios fisicos
Queixa
Principal:
90% lalta de ar
10Q/ofalta de ar durante exerc;cios
Com relar;ao aos dados obtidos na anarnnese nota-s8 que:
A maiona dos pacientes passui entre 30 e 40 anos (80v/o);
A maiaria das pacientes passui au passuiram contata com agentes alergenos
durante atividade prafissianal (dilerenc;a de temperatura, expasic;ao a po e
penas), tatallzando 100% da amastra.
Com relayao ao peso e altura nao ha ocorrencia de obesidade m6rbida que
pudesse ocasionar esfon;:o respirat6rio;
A maloria dos pacientes, 100%, passui como diagn6stico cliniCO a 8sma
general1zada;
A queixa principal dos pacientes, 90%, e a falta de ar.
7 EXAME FisICO
3/
A bate ria de dados medidos dentro do exame fisico buscam
especlflcamente medir a capacidade e morfologla pulmonar. com a finatidade de
de altera90es fisicas no aparelho respiratono.
obter a medi9iio da gravidade e 0 acompanhamento da doen98 pulmonar, atraves
Com a amostra de 10 pacientes foram obtidos os seguintes dados:
1
1 Mobilidade do Gradil Costal
140% aumentada
60% normal
I ivlorioiogia do Torax
1
IHeteremerfias Teracic"s
110%escavatum
1
30% barril
60% normal
ISem ocerrencias
IPadrao Muscuiar Respiratorio1
20% intercostais
80% diafragmaticos
ec% nasal
20% oral
1 Uso de musculatura acess6ria
10%sim
90% nao
IS8m ocorrencias
1 Desvio Traqueal ISem ocorrencias
1 Espa~o Crico·Esternal 1100% normal
IFoT.V. 1100% norma!
Ipercussao
I
1100% normal
110% sibilos generaJizados
10% sibiios inspirayaoiexpira~o
11 Ausculta Pulmonar
I
10% sibilos no torax direito
30% movimento reduzido
140% sibilos esparsos
I
A partir dos dados aeirna demonstrados percebe-se que:
40% dos paClentes passui aumento da mobihdade gradll costal, relaclonando-
o ao esfor~ respirat6rio;
40% dos pacientes passui morfologia toracica alterada, sendo 30% em forma
de barril e 10% escavatum, indicando 0 esforc;o respirat6rio;
80% dos pacientes possui padrao respirat6rio diafragmatico e do tipo nasal,
indicando a nac ocorrencia, na maieria da amostra, de altera90es no padrao
respirat6rio, ende apenas 20% da amostra apresenta padrao intercostal e tipo
de respirayao oral;
10% da amostra utiliza musculatura acessoria para 0 processo de respirayao;
Nao h8 ocorrencias de cianose e desvio traqueal em toda a amostra;
Quanta ao espa90 crico-esternal, F.T.V. e percussao foram considerados
normals.
He ocorrencia de sibilancia em 70% da amostra, sendo 30Q/o movimentac;ao
ventricular reduzida diagnosticada via ausculta.
Quanta ao Exame Muscular Respirat6rio foram encontrados a ocorrencia
de 50% de grau \I e grau III tanto no diatragma como intercostal, conforme
demonstra 0 grafico abaixo:
GRAFICO 1 - EXAME MUSCULAR RESPIRATORIO
As perguntas a seguir, visam analisar a ocorrencia das crises de 85ma,
doent;as pulmonares e cardiacas, histona profissional, e tipos de sintomas,
frequemcia e intensidade.
40
Foram obtidos as seguintes resultados:
- Voce tern lalta de ar:
• 10% grau 0 (esperado): correr, carregar pesos e subir escadas.
•40u/o grau 1 (Ieve): SUbif ladeira inclinada, 2 ou rnais andares ou carregando
pacoles pesados no plano.
• 30% grau 2 (moderada): subir 1 andar, caminhar depressa no plano, carregar
cargas leves no plano.
• 20% grau 3 (acentuada): atividades leves, tomar banho, andar uma quadra em
passo regular.
- Ocorrencia de doen~as pulmonares:
• 10% resfnado.
• 10% derrame pleural.
• 30% naD possuiu ocorrencias.
• 50% pneumonia.
- Tern OUja teve 85ma:
• 100% afirma possuir 8sma.
- Toma medlcamentos para 85ma:
• 70% afirma tamar broncodilatores.
• 30% naD torna medicamentos.
4,
- Ja S8 submeteu a alguma cirurgia no torax au no pulmao?
.10%Slm .
• 90% nao.
- Ja precisou respirar par aparelho alguma vez?
.10%slm .
• 90% nao.
- Ocorrencia de Qutrasdoen~as:
• 10% afirmaram ter doenyas cardiacas.
• 100% da amostra afirmou nao ter doenc;as sistemicas com envolvimento
respirat6rio.
• 100% da amostra afirmou naD ter HIV positiv~.
- Hist6ria Profissional:
Com relac;ao ao trabalho em ambiente com poeira par urn ana au mais:
• 100% afirmam ter trabalhado em ambientes propiciadores a agentes alergenos,
devido a rotatividade de setores dentro da Perdigao.
- Tabagismo:
• 70% da amostra fumam regularmente.
• Oesses 70% de fumantes, iniciaram seu vicio entre as 13 e 26 anos.
42
- Chiado no peito, dispneia, tasse, produ~ao de escarro, despertar "oturna,
opressao matutina:
- FreqOimcia de sintomas:
• 10u/o passui as slntomas da 85ma diariamente.
• 40% passui as sintomas mais que dUBS vezes por semana.
• 20% passui as slntomas menes que dUBS vezes por semana.
• 10% passui os sintomas quando faz 85for905, 20!% quando pratica exercicios
fisicos e 20!% quando faz caminhadas;
- Intensidade dos sintomas:
• 20% impede a atlvidade por mais que 24 haras
• 30% impede a atividade, mas retorna apos usa de medica~o.
• 20% tern sintomas, mas continua a ativldade.
• 30"'/0 as slntomas desaparecem espontaneamente.
A partir da demonstrayao dos dados referente a historia clinica da
amostra percebe-se que:
A ma;aria da amostra afirma possuir como grau de asma a do grau leve (50%)
e moderada (50%);
A maioria da amostra afirma ja ter tldo pneumonia (50%);
100% da amostra afirma possuir asma.
70% da amostra faz uso de broncodlJatadores.
4;
Apenas 10% da amostra (1 paciente) afirma ter feito cirurgia no torax, respirar
por aparelhos e sofrer de doen", cardiaca;
100% da amostra afirma tsr trabalhado em amblentes com agentes
alergenos, como par exemplo as penas e a poeira, devido reciclagem de
cargos e departamentos dentro da empresa;
70% da amostra faz usa do tabagismos, sendo iniciado 0 usa entre as 13 e 26
anos, fumando regularmente atualmente.
3.2 APLlCAC;;AoDA MEDIC;;AODO PICO DE FLUXO EXPIRATORIO - PFE
Para efetuar esse exame na amostra de paClentes, foi utilizado 0 medidor
de PEAK FLOW (figura 1), antes da nebuliza"ao e apes a nebuliza"ao com agua
destilada e soro fisiol6gico, separadamente em dias alternados a tim de nao haver
interferencia da nebuliza"ao antenor nas medidas de PFE.
Os pacientes portanto, submeteram-se a tres sess6es de medi~o
completas, em dl8S alternados, com a Peak Flow, correspondendo cada uma a
administrac;ao de soro fisiol6gico e agua destilada, com dados antes e depois da
nebuliza"ao. A tabela 1 mostra os dados relevantes dos pacientes quanto idade,
peso, altura e tipo de asma, medi"ao de PFE, VFE. Os resultados das medic;aes
encontram-se nas tabelas 2 a 4.
FIGURA 1 - EQUIPAMENTO PEAK FLOW UTILIZADO NAS MEDI<;OES
He"lthScl1n Arrhma& Albrgy Produm
44
.,
TABELA 1 - DADOS E MEDIDAS INICIAIS DA AMOSTRA
NOME 1 SEXO IIDADE IAL rURAl PESO I ;~OA 1 C.V.F IFEF 25-751 P.F.E IV.E.F.1
C.P.D F 31 1,60 70 M 2,02 2.09 300 1.98A.L. F 33 1,63 61 3,06 3.05 370 2.58M.O F 41 1,57 63 2.68 2.38 340 2.25
O.M.P. F 33 1,63 57 M 2.54 2.43 325 2.15P.T.L. F 42 1,67 67 L 3.29 2.80 395 2.74V,M F 43 1,7 68 M 2.44 2,10 300 2.05
J.O. S. F 40 1,62 GO M 2.38 2.12 300 2.00C.v.N, F 32 1,59 64 3,12 3,20 390 2.70E.S. F 51 1,58 66 M 2,04 1,65 270 1.67B,F. F 50 1,68 67 3.07 2.37 370 2,50
TABELA 2 - PRIMEIRA MEDI<;Ao DE PFE DA AMOSTRA
1Agua
1Soro
NomeI Antes I Depois I Antes I Depois
C.P.D 310 320 315 330,A.. L. 370 385 365 380
M.O 345 370 350 370
O,M,P, 320 325 310 325P.T.L. 390 395 390 410
V.M, 290 295 295 305
J.O .S. 300 310 295 310
CV.N 390 395 370 395E,S. 260 270 265 270
B.L. 365 370 370 385
Nome
TASELA 3 - SEGUNDA MEDIt;Ao DE PFE DA AMOSTRA
I Agua I Soro
I Antes I Depois I Antes I DepoisC.P.D 300 310 300 310
11.. L. 350
M.O. 340
o .M.P. 325
P.T.L. 395
V.M. 290
J.O .S. 295
C.v.N. 395
E.S. 270
S.L. 360
375
360
340
400
300
305
395
275
365
355
340
310
385
300
310
380
275
370
365
365
340
400315
320
390
285
385
Nome
TASELA 4 - TERCEIRA MEDIt;AO DE PFE DA AMOSTRA
I Agua I 50ro
C.P.D.f1 . L.
I Antes I Depois I Antes IDepois300 315 315 330
370 385 360 380M.O. 340
o .M.P. 330
P.T.L. 380
V.M. 280
J.O .S. 310
C.If.N. 380
E.S. 260
S.L. 365
360
340
395
290325395
275
380
355
310
390300290
390
280380
380335
400325
310
405
290400
40
41
A partir da mediyao exposta nas tabelas 2 a 4 verifica-se modifica~o em
ambas nebuliz8c;oes, tanto da agua como do soro, como explicita a quadro abaixo:
QUADRO 6 - DIFEREN<;:AS SIGNIFICATIVAS DURANTE A INALA<;:AO
I 1.11 avalia~ao 2.8 avalia~ao 3.B avalia~ao
i Agua i Soro Agua Soro Agua i Soro
r10
I
15 10 10 15
I15
15 15 25 10 15 20
I 25 20 20 25 20 I 255 15 15 30 10 25
I 5 I 20 5 15 15 I 10
I~ I 10 10 15 10 I 2510 15 10 10 15 205
I25 0 10 15
I15
10 5 5 10 15 105 15 5 15 15 20
GRAFICO 2 - DEMONSTRA<;:Ao GRAFICA DAS DIFEREN<;:AS ENCONTRADAS
35,--------- -,
30+------------.r----------- ~II
:: +-U-.!r-I!J--n-rrn!LJ--I!~1'~----rr1L-:-~~~~~~:;;-;-;:·;;;;:-:i:::~:~:I11111I I 1111 II ~ IIO~:"~"O I-rn I rl II-~~ 11- - t- :;:::::::1
I-I ~I I 1- I 1- .- Ih f- l-m.- 11I1I I II I II 1111 I /11I ~ III~ Ilh I I~~ 11 I111-il~l.illl iI,IHIIUllll:Slil I
15
10
1U PCll:ienh:!::;
AS dados mensurados apresentados nas tabelas e graficos acima
apresentam as seguintes caracteristicas:
as pacientes estavam em estado ausente de ~crise"grave de asma;
Todos as pacientes encontram-se com a pica de fiuxo expirat6rio nos
parametras deficitarios devido a ocorrencia de asma de grau leve e
moderado, antes da nebulizayao;
Todos as paclentes possuiam diferenciayao nos valores de PFE antes de
cada avaliayao;
A maieria dos pacientes alcanyaram aumentos com a nebulizayao da agua e
do sora fisiol6gico;
A administrayao de agua e sora fisiol6gico durante as avaliat;6es variaram de
valor de PFE, nao sando iguais de paciente para paciente;
a valor PFE variou nas avaliayoes num mesmo paciente, na administrayao
tanto da agua e do sora fisiol6gico;
as valores de PFE na nebulizayao de agua na sua maioria ficaram abaixo dos
PFE na nebulizayao de sora.
Com as dados mensurados a partir da anamnese, questionario e exames
efetuados nos pacientes da amostra, faz-se necessario a correlayao desses a
ocorrencia de asma, indicando grau de comprometimento da asma e analise dos
resultados encontrados a partir do exame de Peak Flow com a agua destilada e 0
sora fisiol6gico.
49
4 ANALISE DOS DADOS MENSURADOS
Com rela~o a ocorrencia de 8sma nos pacientes percebe-se na sua
totalidade a ocorrencia da doenya, premissa fundamental para a efetiva9iio dessa
pesqulsa. Na patogenia da 8sma encontramos 50% da amostra comprometida com
a asma ocupacional, vista que 100% da amostra afirmou ja t8r trabalhado a mais de
urn ana em ambientes com agentes alergenos, principalmente a poeira. Alem do
agravante com relayao ao ambiente e profissao da amostra, 50% da amostra ja
POSSUIUpneumonia, e ainda, encontramos 0 usa do tabagismo em 70u/o da amostra,
vieio este inieiada na sua maioria na fase adolescente, sendo continuado sem
reduyao mesma com as eventuais crises de 8sma. A maioria dos pacientes alega
ser portador de 8sma de grau leve e moderada, utilizando na sua maioria de
medicamentos (broncodilatores) 80%. A ocorrencia de asma nesses pacientes
demonstra casuistica, visto a maiaria trabalhar em ambiente com exposiyao a
agentes alergenos e ja ter sido portador de pneumonia e possuir 0 vicio do fumo.
Razoes estas que degradam 0 sistema respiratOrio, deixando-o fraco atraves da
obstru9iio dos bronquios e conseqOentemente as crises de falta de ar. Sendo
demonstradas atraves dos exames de ausculta pulmonar com ocorrencia de
sibil2mciae em alguns pacientes deformayao toracica, com tOrax em forma de barril
e escavatum.
'0
Com relac;ao aos exames efetuados de Peak Flow, fica claro que 0
processo respirat6rio dos pacientes e variavel em cada sessao de avalia930, mesma
estes nao estando em processo de crise. A partir da administra930 da nebulizayao
tanto da agua como do soro fislol6gico, todos os pacientes aumentaram 0 seu pico
de fluxo expirat6rio. Sendo portanto, inquestionavel a partir dos testes efetuados
nessa amostra a ocorrencia de maior grau de obstruyao utilizando 0 processo de
nebulizac;ao com agua destilada ou soro fisiol6gico. A pesquisa bibliografica
demonstra que tanto 0 sora como a agua destllada sao elementos que naD possuem
caracteristicas alergicas, podendo ser utilizados como meio para dissoluyao dos
medicamentos broncodilatadores inalatorios. Entretanto, a presente pesquisa
questiona a utiliz8t;:80da agua e do sora como possuidores de efeita broncodilatador
ou de agravac;ao no grau de obstruc;ao do paciente. A fim de responder a essa
questao foi efetuado 0 exame de Peak Flow em todos os pacientes, a partir de tres
medidas, pegando-se a malor, desprezando-se as demais, em dias attemados, com
nebulizac;ao de agua destilada e de sora fisiol6gico, obtendo-se os seguintes
resultados, sendo necessaria ainda, tres sessoes anteriores que foram desprezadas
as medidas por efeito de aprendlzado para utilizac;aodo PFE:
Tanto 0 sora fisiol6gico como a agua destilada aumenta 0 pico de f1uxo
expirat6rio;
A diferenc;aentre a nebulizac;aocom agua destilada e com 0 sora fisiologico e
irrelevante em virtude de nao haver grau comparativo na variaryaoentre cada
sessao e entre cada paciente, visto os dados nao serem fix~s;
Portanto, a partir da pesqUisa de campo denota-se claramente a
inexistencia de aumento no grau de obstruryao dos pacientes ao ser efetuado
nebuliza,.ao com agua destilada e soro fisiologico. Respondendo assim, a questao
primordial dessa pesquisa: ~A agua destilada e 0 Sora Fisiol6gico nao provocam
aumento de obstru,.ao no processo de nebuliza,.ao, em individuos portadores de
asma sibilante. Entretanto, ambos podem ser utilizados como meio de condu,.ao
para efetuar nebuliza,.ao com 62"
5 ELABORA<;:AO DE PROJETO
A partir da pesquisa de campo realizada no interior da clinica Fisiomed,
com funcionarios da empresa Perdigao, numa amostra total de dez pacientes
selecionados aleatoriamente, percebe-se a ocorrencia facilitada de 8sma
ocupacional dentro da empresa.
Devido aos resultados obtidos, urn total de 100% de ocorrencia de 8sma
(Ieve e moderada), 0 alto grau de comprometimento dos funcionarios quanta a
exposiyao de agentes alergenos, sugere-s8 a implantaC;80 de exame espirometrico,
admissional e demissional, all3m de controle periOdico a tim de averiguar 0 grau de
ocorrencia de 8sma ocupacional nos funcionarios, dentro da empresa Perdigao. 0
embasamento do projeio de implanta\080enfoca 0 alto volume de a¢es trabalhistas
quanta a Deluseo de doen~s ocupacionais, em sua majona devido a asma.
o projeto parte do principio da preven\080 de doen""s ocupacionais,
conforme dados da Organiza\080Mundial de Saude, Ministerio da Saude brasileiro e
legislayao especifica. Evitando-se um maior comprometimento social da empresa
quanto a ocorrencia de asma ocupacional.
A elabora\080 do projeto destina-se a uma parceria entre a Clinica
Fisiomed e a empresa Perdigao, sendo explicitado na sua integra no anexo 2.
,"
CONCLusAo
A presente dissertac;:ao se propOs a analisar 0 efeito da nebulizac;:ao com
soro fisiol6gico e agua destilada em pacientes asmaticos sibilantes, a tim de avaliar
se ocorria aumento no grau de obstru\>8o no paciente apes nebuliza\>8o. 0
fundamento principal dessa questao e 0 fato de ser utilizado em pacientes
asmaticos, a nebulizac;:ao com broncodilatadores as quais necessitam ser dissolvidos
em agua destilada OU soro fisiol6gico, meiDS estes sem agentes alergenos que
ocasionem maior obstruy8o no paciente.
A partir da selec;:ao dos pacientes, as exames clinicos, questionarios
respondidos e medl\>8o de pico de fiuxo expiraterio, percebe-se claramente a
inexistencia de aumento no grau de obstruc;ao ao administrar nebuliza¢es tanto
com soro fisiol6gico como a agua destilada.
Os resultados encontrados demonstram variac;ao nos numeros de PFE
antes de cada sessao de avalia\>8ode cada paciente, al6m de cada resultado com a
nebuliza\>8o com "gua destilada e sora serem diferenciados tambem em cada
paciente e em cada sessao. Entretanto, todos as paCientes denotam aumento no
PFE a partir da nebuliza\>80com ambas substancias.
as dados encontrados na presente pesquisa, devem ser considerados
como meramente demonstrativDs, visto as pacientes naD estarem em processo de
'4
crise, e tsr sido apenas efetuado somente 0 exame de PEAK FLOWe em apenas
dez pacientes, visto no periodo de entrevistas a clinica FISIOMED nao dispunha de
material disponivel para exames mais apurados como a oximetria, e paCientes aptos
para participar da pesquisa. Alem e claro da premissa bBsica de que os melos
uti!izados na nebuliza~o naD continham medicamento especifico para
broncodilata<;iio, como os beta2agonista. Nao sendo recomendavel a utiliza<;iio de
nebuliz8C;80 com agua destilada e sora fisiol6gico como meio de sanar e/au
minimizar as efeitos das crises 8smaticas.
Entretanto, as condiyoes ambientais da empresa Perdigao propiciam a
oclusao de asma ocupacional, demonstrada atraves dos dados apresentados pela
amostra. Nesse sentido faz-se necessario a conscientizayao das empresas quanta a
saude do funcionario exposto a agentes alergenos, razces estas que viabilizam 0
projeto para implantaC;80 de exames rotineiros de espirometria nos funcionarios,
estabelecendo limites e enterios para admissao, controle e demissao. Evitando-se
os altos encargos com as ayees trabalhistas. al8m de estabelecer um ngoroso
criterio de qualidade de vida dos trabalhadores, responsabilidade esta cabivel a
qualquer empresa que possua ambientes propicios ao aparecimento generalizado
de doenryas ocupacionais.
Alem da presente disserta<;iio demonstrar a principio, 0 efeito do soro
fisiolOgico e da agua destilada durante a nebulizacao nao ocasionar diferencial como
meio soluvel de broncodilatores. alerta para 0 fate de que ha urn alto risco nos
funcionarios da empresa Perdigao. quanto a ocorrencia da asma ocupacional. razao
esta explicitada no projeto para implantacao de exames espirometrico rotineiros no
Interior da empresa.
ANAMNESE
I. Idenlificac;ao
Nome:
Profissao:
Endere90:
Telefone: (
Oiagn6stico eli nice:
Queixa Principal:
EXAME FisICO
Inspe9ao
Mobilidade do Gradil Costal:
Morfologia do T6rax:
Heteromorfias Toracicas:
ANEXOS
ANEXO 1 - FICHA PAoRAo
Idade:
C,dade:
Estado Civil: Peso:
Sexo:
CEP:
"
Altura:
",
Padrao Muscular Respirat6rio:
Tipo de Respira"ao:
Uso de Musculatura Acessoria:
Cia nose:
DesvlO Traqueal:
Espa90 Crico-Estemal:
F.T.V ..
Percussao:
Ausculta Pulmonar:
Exame Muscular Respirat6rio
Grau Direito Grau Esquerdo
Diafragma
Intercostal
Questionario
Voce tem falta de ar:
Grau 0 (esperado) - com ativldades extraordinanas, tais como correr, carregar
cargas pesadas no plano ou cargas leves sublndo escadas. Nao ( ) Sim (
Grau 1 (Ieve) - com atividades maiores, tais como subir ladeira muito inclinada, 2 au
mais andares ou carregando pacote pesado de compras no plano. Nao ( ) Sim ( )
"Grau 2 (moderada) - com atividades moderadas, lais como subir 1 andar, caminhar
depressa no plano, ou carregar cargas leves no plano. Nao ( ) Sim ( )
Grau 3 (acenluada) - com alivldades leves, lais como: lomar banho, andar uma
quadra em passe regular. Nao ( ) Sim ( )
Grau 4 (muito acentuada) - em repouso au para se vestir au caminhar poucos
passos devagar. Nao ( ) Sim ( )
Doent;as Pulmonares
Ja leve alguma doenc;a pulmonar? Nao ( ) Sim ( ) Qual?
Tem ou leve asma? Nao ( ) Sim ( )
Toma alualmenle remedio para asma? Nao ( ) Sim ( )
Ja se submeleu a alguma cirurgia no lorax ou no pulmao? Nao ( ) Sim ( )
Ja precisou respirar por aparelho alguma vez? Nao ( ) Sim ( )
Outras Doen~as
Cardiacas? Nao ( ) Sim ( )
Doenc;as sislemicas com posslvel envolvimenlo respiralorio? Nao ( ) Sim ( )
Qual?
HIV posilivo? Nao ( ) Sim ( )
Historia profissional
Ja trabalhou em ambiente com poeira por um ana ou mais? Nao ( ) Sim (
Especifique 0 trabalho.
Tabagismo
Fuma ou fumou cigarros? Nao ( ) Sim ( )
Com que idade come~u a fumar regularmente? Aos anos.
Caso voce tenha parado de fumar totalmente, h8 quanto tempo voce pareu? Ha
anos.
CHIADO NO PElTO, DISPNEIA, TOSSE, PRODU<;:AO DE ESCARRO,
DESPERTAR NOTURNO, OPRESsAo MATUTINA
Frequencia de sintomas
) Sintomas de asma dlariamente
) Sintomas mais que 2x por semana
) Sintornas menos que 2x por semana
) Sintomas s6 quando _
Intensidade dos sintomas
) Impede a atlvldade por aprexlmadamente 24h.
) Impede a atividade, mas retorna ap6s uso de medicayao.
) Tern slntomas, mas continua a atividade.
) Os sintomas desaparecem espontaneamente.
ANEXO 2 - ELABORA<;:AO DO PROJETO
"IMPLANTAC;;Ao DE EXAME ESPIROMETRICO NA EMPRESA PERDIGAo'
FTl"TIJMElJ-- -.-- - - -"--Clinica de Fisioterapia e Reabilita<;ao com forma<;iio na Area Cardio·Respirat6ria
PROJETO: IMPLANTAC;Ao DE ESPIROMETRIA EM
EXAMES ADMISSIONAIS E DEMISSIONAIS DA
EMPRESA PERDIGAO
iNDICE
Apresenta~ao............................................................................... 01
Fisiomed....................................................................................... 02
Doen~as Ocupacionais............................................................... 07
Espirometria................................................................................. 12
Problematica................................................................................ 15
Implanta~ao da Espirometria..................................................... 16
Beneficios para a Empresa........................................................ 18
Considera~oes............................................................................ 19
"'~fSI().UED - Clinicll de Fisiotei':lpia (' n(':lbilila~:io E~p('<:i:lli/:ula na Area Cardio~nes"iraltiria~GC. 03 480850/000 1':!2
Apresentac;;ao
o presente projeto visa a analise da viabilizac;iio de implantac;iio de
exame de capacidade respiratoria, atraves da Espirometria, em exames
admissionais e/au demissionais na Empresa Perdigao.
o objetivo deste projeto encontra-se fundamentado nas vantagens que a
Empresa Perdigao adquirira com a implantac;iio da Espirometria, demonstrando a
sua eficacia e beneficios tanto para as funcionarios como para a empresa. Tratando
pnncipalmente da metodologla preventiva dos problemas cardio-respirat6rios,
principalmente as de nivel ocupacional, podendo alem de prevenir sua ocorrencia,
reabilitar as funcionarios que ja possuam alguma deficiE'mcia respiratoria.
o maior patrim6nio de toda e qualquer empresa ainda e a mao-de-obra,
a qual especiaHzada e sadia poders proporcionar urna maior alavancagem na
produ~o, diminuindo riseas e acidentes.
:-\\"enida X \" <.Ie'\ioYClllbro .'5 sala 03 F("Itlt:"(0 "t9) 555~ 1686 Capin7";11- SC Cel>: 89665·000
FISIOMED
A Clinica Fisiomed atua no campo da Fisioterapia a mais de um ano,
proporcionando atendimento capacitado de alto nivel em toda a regiao de Capinzal -
Santa Catarina e arredores.
Alem dos atendimentos relacionados a Fisioterapia Geral, inciuindo a
area de Reabilita('8o Fisioterapeutica, possui forma('8o na area Cardio-
Respiratoria, com equipamentos de ultima gera('8o e preparo cientifico na area
medica-fisioterapeutica.
Localizada na Avenida XV de novembro 55 sala 03, cidade de Capinzal -
Santa Catarina, Razao Social Carlos Dacheux do Nascimento Neto & Cia Ltda.,
CGC n" 03.480.85010001-22, conta atualmente com quatro funcionarios, dentre os
quais dois fisioterapeutas graduados e urn p6s-graduando na area cardio-
respirat6ria.
Area util da ciinica de 108 m2, com estrutura e equipamentos diversos
para atendimento generalizado de todos as casas relacionados a fisioterapia,
comportando a media de 25 pacientes/dia.
~~/SJ(}ME/).- Clinica d(' f'i~ioterllJli:l (' H('alJilila(:ao E~pcdaliL:\{I:llIa Arc:l Cardio·Rl'spiratol-;a~GC. O-,4g0 8<;0/000\-22
7 lISTA DE APARELHOS DE FISIOTERAPIA
DUALPEX SPORT [QUARK) (1) - Aparelho microcomputadorizado com quarenta e
seis programas prontos.
NEOFASIS [KLD) (1) - Aparelho com correntes diadinamicas.
ECOR [KLD) (1) modelo ET876 - Aparelho com correntes continuas e alternadas que
destlna-se ao efelto de analgesia e trabalho muscular.
TENSYS [KLD) (1) modelo ET871 - Aparelho que destina-se ao tratamento com
efeita analgesico.
UL TRASOM [KLD) 1 e 3 mhertez (1) modelo US9005 - E urn aparelho com calor
profunda continuo e alternado, que destina-S8 ao tratamento fisioterapico para
dlversas patologl8S.
ULTRASOM [KLD) 1 cabe9Qte (1) modelo US863 - Efeito idem ao Ultrasom 1 e 3
mhertez.
ONDAS CURTAS [KLD) - com placas e eleirodo shiliepack.
ONDAS CURTAS [IGF) 400B (1) - Aparelho com efeito de calor profundo.
LASER [KLD) (1) modelo lIV877 - Aparelho que tern por finalidade 0 tratamento
com irradiac;6es laser para diversas patologias.
KENSHO HEALTH (2) - Aparelho magnetizado destinado para ativa«8o da
circulayao e diminuiyao da algia.
FORNO DE BIER [FISIOBRAS) (2) - Destina-se sua aplica«8o para 0 aquecimento
da area que necessita de calor superficial (sequencial para 0 tratamento patologico) .
.-h cnida XV t.le",o\cmbro 55 ~ala 03 fOlic (0. -~9) 555-1686 Capin"...1J SC Cep' 8Q665-000
~~'fS{().IIED .. - Cliuint d(" Fisiotel"api:1 (' Reabilit:u;:i"1Q Especialiwda na Area Cardiu+nespiralol'iaAGC+ OJ 4S0 S':;O:OOOI-~2
TRACAO LOMBAR E CERVICAL [FISIOBRAS[ (1) - Destina-se ao tracionamento
da col una lambar e cervical.
RODA DE OMBRO [GARGE) (1) - Aparelho de mecanoterapia.
SISTEMAS DE POLIAS [FISIOBRAS) (1) - Aparelho de mecanoterapia para
exercicios de membros superiores e inferiores.
MESA DE KANAVEL [FISIOBRAS) (1) - Aparelho de mecanoterapia para
exercicios de mao, punho em casas de p6s-operat6rio au qualquer outro tipo de
patologia.
PRONO SUPINADOR [FISIOBRAS) (1) - Exercitador de punho.
GADEIRA DE BONET (1) - Aparelho de mecanoterapia para exercltar membros
inferiores.
EXERCITADOR DE TORNOZELO (1) - Aparelho de mecanoterapia para exercitar a
fiexflo dorsal e plantar do tornozelo.
BOTA DE LORNE [FISIOBRAS) (1)
PARALELA CROMADA [ISP) (1) Destina-se a cinesioterapia para trabalho de
marcha, equilibria e coordenayao.
HALTERES (04) - Destlnado trabalho de exercicios musculares com peso.
VIBRADOR (2) - Destina-se para massagem e 0 relaxamento corporal, bem como a
ativayao da circulayao .
\\cllida ,\V de '\io\cmbro 55 S(l!a03 Fonc (0__49) 555-1686 Capinznl- SC Ccp 8%65-000
~~lS/(J'IEJ) - Clinicl1 de Fisioterapi:t l' nt'nbjli'a~ilo F:<;I)rciaiizluJa Ill! r\rca CII"dio-ResJlinttoria~GC- 03,480,850/0001-22
KENKORP [SKIN] (1) - Cadeira para realizar exercicios para coluna(alongamento e
relaxamento}.
INFRAVERMELHO (FISIOBRAS) (1) - Com pedestal.
BOLSA DE GELO (ISP) (1)
ESPELHO POSTURAL (1) - Para correc;ao de postura e observa98o do paciente
frente ao espelho.
DiVA (4) - Maca para realizar 0 tratamento com 0 paciente. Acompanha escada
com degraus.
MESA DE OSTEOPATIA (1)
MESA DE R.P.G (reorganizac;ao postural global).Com haste movel e fixa.
BANQUETA GIRATClRIA DE RPG (1)
RAMPA BAILARINA DE RPG (1)
LUVAS DE RPG (Para pompage).
ACESSClRIOS DE RPG - (Apoios. tatu. tijolo. bolas. cintas, espaguete, escova ).
TATAME (1).
ROLO BOBATH (2).
BOLA BOBATH [SKIN].
BOLA EGG [SKIN].
ESTEIRA RUNNER [ATLETIC WAY] (1).
FAIXAS THERA-BAND (5).
EXERCITADOR DE PEITORAL (1).
jhcnida XV de i'iuvembro 55 sala 03 FOIlt' (0__49) 555-1686 Capinzal ~ SC eep: tN665-000
~~/SI().lIEIJ - Clillica Ill' Fisioll'rapia e Ue:llJilila(ao E~p('cillli/:ltl;l na Area C:lrdio-R('spiratol'iaAGe- 03.480.8:;0/0001·::::
CPAP (1).
PEAK-FLOW (1).
BOlSA RESSUCITADORA (AMBU) + PEEP (Valvula) (1).
TRESHOlDS (2).
FLUTTER (1).
CADEIRAS ODONTOlDGICAS (3) Kavo.
MASCARAS DE INALACAO (5) Marca NS.
OXIGENIO (1).
SISTEMA DE AR COMPRIMIDO (Tres saidas).
MANUVACUOMETRO (1).
ASPIRADOR NASAL (1) Lyllo.
OB5: Acess6rios em geral e acess6rios que acompanham alguns aparelhos nao
foram especificados.
hen ida :XVlie ~(ncmbr(l55 sala 03 FOllt' (0 0.19) 555·1686 Capinzal ~ s(' eel" 89665-000
~~/S[().lIEl.).- (.'Iinic:l de Fisiolerapi:1 {' Reabilit:wao L'pecializ:ula lIa Area Cardio*Rcsl1iratorili~GC- OJ -ISO g'iO:OOOI-::!2
Doencas Ocupacionais
Hist6rico
As origens da saude ocupacional remontam dos tempos de Hip6crates,
passando, na Idade Media, por Georgius Agricola. Porem, 0 impacto mais forte das
necessidades do trabalhador tsr sua condiyao fisica preservada come~ a surgir
apas a Revoluc;ao industrial, ocorrida na Inglaterra, Franya e Alemanha. A
movimenta9llo social da epoca consegue fazer com que politicos e legisladores
introduzam medidas legais do controle das condic;6es e ambiente de trabalho.
No Brasil, urn pais colonia par mais de tres seculos, nao houve
preocupac;oes com sua mao-de-obra, par esta ser facilmente conseguida atraves do
trafico de escravos negros e aprisionamento dos indios. Essa preocupayao surgia
apenas quando ocorriam graves epidemias, pois estas geravam prejuizos devido a
alta mortandade desses escravos.
Por influencia do modelo de Medicina Social (no seculo XIX) que utilizava-
se na Europa, em que fortalecimento do Estado, prote9llo da cidade e a aten9llo aos
pobres e forya laboral passara a ter valor, aqui comeyaram a surgir preocupayoes
que deterrninadas institui90es como hospitais, fabricas e outros pudessem oferecer
riscos devido a sua localiza9llo desordenada. Comeya a se falar em planejamento
urbano.
\\cnida XV de '\:U\'ClIlbro 55 s:lla 0;; FOlK'(0 49) 555-1686 C<lpinzal- SC Ccp'tN665-000
~~/SI().l/ElJ - Ciiuiloa de Fisiolt'rllilia c nt'llhilillWiio bfll'ci;llilatla n!l Area Canlio-Rl"spinttol'iaAGe- 03.j~O.850/0001·~::!
Inidam-S8 trabalhos que associam certas patologias com a fungao
exercida pe!c individuc; per exemp!o, os problemas respirat6rios, que, em geral,
acometiam mais giavemente os fnineradores. Mais tarde, as doenyas e outias
ocorrencias devido ao trabaiho passariam a ter conotayoes de "doenyas do trabaiholl
e mais adlante seriam equivalentes aos "acidentes de trabalho" . A partir destas
constata90es, ao longo dos anos, medidas foram tamadas no sentido de tentar
prevenir essas manifestayoes clinicas nos trabalhadores.
Assim, aos poucos, a saude ocupacional foi conquistando 0 interesse dos
profissionais, e gerando nos trabalhadores 0 sentimento de reivindicary6es por
melhores condiry6es de trabalho. Tudo isso fez com que a area medica e a area de
fisioterapla desenvolvessem amplamente projetos com 0 objetivo de promover a
melhor qualidade de saude dos trabalhadores.
o processo de fisioterapia dentro da saude ocupacional consiste em
promoyao de cuidados e proteyao aos trabalhadores, toms-los conscientes dos
riscos a que estao expostos e fazer com que participem do seu auto-cuidado. Com
isso pretende-se mini mizar os riscos ocupacionais.
A relayao entre 0 fisioterapeuta e 0 trabalhador e a de ajuda mutua, assim
o fisioterapeuta diagnostica e atende as necessidades do trabalhador e este
responsabiliza-se no que for possivel pelo seu proprio cuidado e e livre para aeertar
ou rejeitar as recomendac;aes de saude propostas, desde que isso nao alete
tereeiros.
Enquanto que "A Oeclaragao dos Olreitos do Paciente" dos EUA, constitui
urn direito igual ao do trabalhador com atendimento especiallzado na area medica,
:-\\cnida:\Y de '\O\Clllbro 55 :;;lla 03 Fone (0_ 49) 555~1()S6 Captnzal-SC eel'· 8Q6():"~O(lO
~~/SI()JIEJ) - Clinica de Fisioter:lpia c R{'a/Jilil!lfj::io Especializada lIa ,hea Cllrdio-Respiraltll"i:l~GC- 03.-!80_850/00nl-2~
isso ainda nao 88 verifit:::a ainda no Brasil, porem, com esforyos conjuntos em breve
tamar -se-a vigente aqui tambem.
Rea/idade Brasi/efra
Nos ultimos anos, transforma~6eseconomicas, politicas e socials de
carater estrutural eclodiram em todos as quadrantes do planeta. A intensifica~o e a
consolida~o dos vinculos de interdependencia entre nal):6es, pavos e mercados,
caracteristicas do fenomeno da globalizaryao e do neoliberalismo, alteram a
planificaryao,0 ritmo e a dinamica mundial e, em consequemcia,deslocam e
transformam tambem 0 mundo do trabalho, com a introdury8o de novos modelos
contratuais, 0 esmaecimento da rela.yoes trabalhistas e a elimina.yao constante de
milhoes de empregos. Estima-se que ate 0 final do seculo desaparecerao trinta e
cinco milhoes de postos de trabalho em decorrencia da automac;ao,da robotizac;aoe
da fusao de empresas.
Por outro lado, a surgimento de novas doenc;asocupacionais, resultantes
da introdu.yao de novas tecnologias no mercado de trabalho, da instabilidade no
emprego, da escassez de trabalho e do desemprego mundial, e a nota marcante
desse novo mundo que se descortina ao final deste milenio.
Observa-se, neste sentido, que as doenyas mentais (depressao,
neuroses, etc.) e as de origem social (alcoolismo, tabagismo, drogas, etc.) ja
ocupam postos de destaque nas estatisticas dos organismos mundiais encarregados
do monitoramento de patologias.
Avcnida XV de NO\cmhro 55 sal;1 O} Fon~' (0 __ ,!()) 555~1()86 Capllu.l1l- SC Cep: 89665-000
10
~~ISJO.\lED - Clinic:t d(' Fisioler:IJlia (' Rt'nbilil:u,::io £'I)l'(ialiwda na Are:1 Cardio·H.l"spir~tol'i;1AGe- 03 -I80.850iOOOI-:~2
o Sistema Naciona! de Saude da !nglaterra (NHS) preve em sua
!egis!a;::ao a adoyac de urn Terape:..:tn Ocupacional a tim de minimizar e pre'./enir os
impactos das doenyas ocupacionais.
A Conslilui9lio Federal Brasileira de 05/10/1988 e nas proposlas do SUS,
Lei 8080 de 19/09/1990, ressalla nos artigos abalxo a preven9lio e assislencla ao
Irabalhador:
~Art.2 paragrafos 1, 3 e unico (lei 8080):Paragrafo 1: "0 dever do Estado de garantir a saude consiste na reformula9<3o eexecuc;ao de politicas econ6micas e sociais que visem a redUl;ao de liscos dedoenc;as e de Qutros agravos e no estabelecimento de condic;6es que asseguremacesso universal e iguaiitario as a~6es e aas servi90s para sua promo~o,proteyao e recuperayao,"Paragrafo ;;s: "A saude tern como iatores determinantes e condicionantes, entreoutros, a alimenta980, a moradia, 0 saneamento basico, 0 meio ambiente, 0trabaiho, a renda, a educa<;ao, 0 transporte, 0 lazer, e 0 acesso aos bens deservic;os essenciais; as niveis de saude da popula980 expressam a organiza980sociai e econ6mica do Pais."
Paragrafo unico: "Dizem respeito tambem as a¢es que, par fon;a no dispostono ariigo anterior, se destinam a garaniir as pessoas e a coietividade condi~6esde bem-estar fisico, mental e social."Arl5 (Lei 8080) aiinea iii - "a assist€mcia as pessoas par iniermedio de ay6es depromo9Bo, protec;ao e recupera~o da saude com a realiza~o integrada dasayOes assisiencias e das aiividades preventivas·'.Art.6 (Lei 8080) alinea XI, paragrafo 3. e itens I, II. IV, V, eVil: "Enlende-se porsiilude do i(iilualhiildof', pc:lliiI fins desiiil lei, urn conjunto de alividades que sedestina, atraves das a.;:6es de vigil~lOcia epidemiol6gica e vigilancia sanitaria, apromo~o e proteyao da saude dos trabalhadores, assim con10 visa a.reeupera980 e reabilitac;ao da saude dos trabalhadores submetidos aos riseos eagravos advindos das cundi¢es de traban".u, abrangendo:
I - assisteneia ao trabalhador vitima de acidente de trabalho ou portador dedoen.;.a piUfissionale do trabalho;
11-participac;ao, no ambito de eompetEmeia do Sistema Dnico de Salide - SUS,em estudos, pesqulsas, avaliavao e contiCle dcs riscos e agravos potendaisexistentes no processo de trabalho;IV - Qva!ia9Ao do impacto que as taciioiogias provoC6m na saude;V - informat;:ao ao trabalhador e a sua respectiva entidade sindical e a
emprasas sobre os nscos de scidente de trabslho, doeiic;a profissional e dotrabalho, bern como as resultados de fiscaliza.;:oes, avalia.;:oes ambientais eexc:::mes de sc;:ude, de ~dml::;::;f:o, peri6dlco::; e de demissao, respeitc;:dos ospreceitos da etica;
V!! ~ revisoo peri6dica da !istagem oficia! de doer-::;as originadas no processcde trabalho, tendo na sua elabora9Bo a eolabora980 das entidades sindicais;
·\\'enida XV de \:o\cmhro ~5 sa!;.03 FOlic (0. "f) 555-1686 Capmzal - SC C'ep' 89665-000
II
~~lSI(JMED - Clinica dr-risiOh'rllpia c Reflbilila~iio f~specializ)\d;l na ,\rca Cllr(jio-ReSllimtitriaAGe.03-t80850/Oo01-22
Art.7 (Lei 8080) alinea III: "preservagao da autonomia das pessoas na defesade sua integridade fisica e moral".
Art.203 aHneas 111e IV (Constitui<:ao Federal):III - "a promoyao da integrayao ao mercado de trabalho.IV - "a habilitacao e reabilitaclio das oessoas oortadoras de deficiemcias e a
promoyao de sua-integrayao a ';ida com~nitaria"'"
Como vemos aeirna descrito, a Lei e extrema mente vigilante com rela<;8o
a saude do trabalhadof, visando a atualiz8g8o das empresas frente a implantayao de
programas que possibilitem a prevenyao de doeny8s ocupacionais.
As doen~s respirat6rias, principalmente a 8sma, sao colocadas como
fator preocupante nas rela~es com as doenyas ocupacionais.
"A asma desenvolvida no trabalho ja e a doenya respirat6ria ocupacional
de maior incidencia nos grandes centros urbanos do mundo", 0 alerta e do
professor Pietro Maestrelii, medico do Instituto de Saude Ocupacronal de Padua,
Italia, que partlcipou de evento sobre 0 assunto na Fundacentro, em Sao Paulo.
Tratada em grande parte nos centros medicos do pais como doenya comum, a asma
foi reconhecida recentemente pelo INSS entre outras 200 doen9as que podem estar
relacionadas a atividade profissional.
Um levantamento das atividades do ambulat6rio da Fundacentro no
periodo de 1984 a 1997, mostra que entre os cerca de 830 trabalhadores portadores
de doenyas ocupacionais, 54% tiveram diagn6stico de asma ocupacional,
Eduardo Aigranti, pneumologista da Fundacentro, alerta para a
necessidade de desenvolvimento de urn amplo programa de prevenc;ao da asma
ocupacional junto a empresarios e trabalhadores, bern como de treinamento e
capacltac;aodos medicos para 0 reconhecrmentoe diagn6stico da doen"".
:\vcnida:XV de Nuvcmbro 55 sala 03 Font' (0__.49) 555-1686 CapinZ<li - SC Ccp: 89665-000
IZ
~~ISI()"IE/) - Clinica de Fisioll'rapi:ll' Hcal)ilit:l(,ao blll'ci;llizatia 11:1,\n-a Cardio·H;cspinltUl'i;1AGc. 03 4S0 8:'iO'{l()(1l':~2
Espirometria
A espirometria (do latim spirare = respirar + metrum = medida) e a medida
do ar que entra e sai dos pulmoes. Pade ser realizada durante respirac;ao Jenta au
durante manobras expirat6rias foryadas.
A espirometria e urn teste que auxilia na prevenc;aoe, permite 0
diagn6stico e a quantificac;ao dos disturbios ventilatorios. A espirometria deve ser
parte integrante da avaliayao de pacientes com sintomas respiratorios ou doenya
respirat6ria conhecida.
A espirometna permite medir 0 volume de ar inspirado e expirado e as
fluxos respirat6rios, onde a capacldade pulmonar total (CPT) e a quantidade de ar
nos pulm6es apes urna inspirac;ao maxima. A quantidade de ar que permanece nos
pulm6es apas a exalayao maxima e 0 volume residual (VR). A CPT e 0 VR naD
podem ser medidos par espirometria.
o volume eliminado em manobra expiratoria foryada desde a CPT ate 0
VR, e a capacidade vital foryada (CVF). A capacidade vital pode tambem ser medida
lentamente (CV), durante expirayao partindo da CPT ou durante a inspirayao, a partir
doVR.
\\-enida XV dc :.i\l\clllhro 55 '\['Iln03 Fon~(O 49) 5SS~1686 Capin;r..•'ll - SC eel" R9665-000
13
~~/Slo.HED - Clinica de Fisioterflpi:1 e il.e-llhilit:u;iio E"pedaliLada 11:1Area C:u'dio·n,{'!.pil'!lllll"ia~GC. OJ -180 850/000!·22
o volume expiratorio fOft;8do no primeiro segundo (VEF1) e a quantidade
de ar eliminada no primeiro segundo da manobra expiratoria for~da. E a medida de
fun~o pulmonar rnais uti1 clinicamente.
Os resultados espirometricos devem ser expressos em gn3ficos de
vOlume-tempo e ftuxo-volume. Sendo essencial que um registro gn3fico acompanhe
as valores numericos obtidos no teste.
A curva f1uxo-volume mostra que 0 fluxo e maximo logo no inicio da
expirac;:ao, proximo a CPT, havendo reduc;:ao dos ftuxos a medida que 0 volume
pulmonar S8 aproxima do VR. Os f1UXQSno inieia da expirayao, proximos ao PFE,
representam a porc;:ao esfor90-dependente da curva, porque podem ser aumentados
com major esforyo par parte do paciente. as f1uxos apos a expirayao des primeiros
30% da CVF sao maxirnos apes urn 85fOf90 expirat6rio modesto e representam a
chamada porc;:ao relativamente esfor90-independente da curva.
A CVF e 0 teste de func;:ao pulmonar mais importante porque num dado
individuo durante a expira~o, existe um limite para 0 f1uxo maximo que pode ser
atingldo em qualquer volume pulmonar.
Devido esta curva definir um limite para a f1uxo, a curva e altamente
reprodutivel num dado individuo, e mais importante, a f1uxo maximo e muito sensivel
na maioria das doen~s comuns que afeta 0 pulmao, sendo interceptado esse
resuitado via exame espirometrico.
Recentemente, foi determinada pela legislac;:ao trabalhista brasilelna (NR7
de 12194), que os trabalhadores de qualquer empresa, com qualquer numero de
funcionarios, que ten ham exposi~o a poeiras fa~m radiografia de t6rax e
-henida \:\" de :\'o,'clllbro 55 ,>ula03 h)Il(' (0 ,te) 555-1686 Capill/ ..,al- SC eep 89665-000
14
"'~/SJo.HElJ - Clillil"a tit" Fisiolt"nJllia (' Rt'alJiliI:H;~O F:spcdalillHl:! lIa Are:1 Cal'dio~Rt'spil'atori:tAGC.03480.s50iOOOI-:!:
espirometria na adm!ssao, na mudan9E! de funyao e em diversos interva!os
determinados. Esta periodicidade ira dcpender da naturezCl des aercdispers6ldes, se
fibrogenicos ou nao, e do tempo de exposiyao (no casa dos nao fibrog€micos).
Adesao estrita ao controle de qualidade nos laboratorios de fun9iio
responsaveis pelos testes e essencial para valorizac;aoadequada dos resultados e
confian98- nos estudos longitudinais.
Espirometria e facil de administrar, barata e segura, e sensivel para a
detec9iio de doenc;a pulmonar. A espirometria periodica de trabalhadores expostos e
melhor do que a avalia9iio isolada, transversal, na identifica9iio de lesao pulmonar
precoce. Multiplos exames comparados no tempo urn, com 0 Dutro, podem ser mais
sensiveis do que exame unico comparado a valores esperados de uma populac;ao
de referencia. Quando 0 individuo serve como seu proprio controle, outros fatores
usados para reduzir a variabilidade transversal dos testes (idade, altura, sexo, rar;a)
podem nao ser relevantes. Oesde que os trabalhadores sao, na media, mais
saudaveis do que a populayao geral, a espirometria longitudinal pode permitir
identificac;ao mais precoce de urn trabalhador experirnentando urna perda de
capacidade pulrnonar excessiva antes que a perda seja aparente de estudos
transversals.
\"cnidn :\,. lie "\;(l\cmbro 55 stlta O~ F(lIIc(O_ ·11)) 555-1686 Capin/.al- SC Ccp: X%65-000
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~~fSJo.HElJ - Clinicfl de Fisiotcrallia c Re:lililit;u,':"io E"Ill'cinhzada 11:1An'a Canlio-RcspirlltoriaAGe- 03.·180.850(0001·21
Problematica
a custo direto e indireto das doenr;as ocupacionais, incluindo 0 estresse,
nos Estados Unidos e estimado em 200 a 300 bilh6es de d61ares ao ana, 0 que
representa rnais do que 0 faturamento das 500 majores empresas listadas pela
revista Fortune. No Reino Unido, 0 nosso equlvalente do Ministerio da Saude, num
estudo de 1994 estimou que algo em torno de 30 milhOes de dias de trabalho sao
perdidos par conta das doen<;as ocupacionais, 0 equivalente a 17 % de todas as
faltas no trabalho. Outros estudos dizem que isso custa 2% do produto interne bruto
de la. No Japao foi ate inventado urn termo novo, 0 KAROSHI, para as mortes que
acontecem par excesso de trabalho, sendo a sua ocorrencia em torna de 10 mil
mortes par ana pelo excesso de trabalho.
A partir desses dadas percebemos a abrangencia e consequencias das
doenyas ocupaclonais, no Brasil 0 numero de a~es trabalhistas frente a esse
problema e preocupante. As doen9'ls ocupacionais como a LER (Lesao por
Esfor~os Repetitivos) ou DORT (Disturbio Osteo-Muscular Relacionado ao Trabalho)
estao ocupando 0 primeiro lugar no ranking das a~oes trabalhistas, entretanto, as
doenyas respirat6rias como a asma nao fica muito atras. Levando em considera~o
o fato de que a asma pode ser ocasionada por fatores psicol6gicos, ah3m dos
biol6gicos, torna-a forte concorrente a LER.
Ayenida XV de "\Ioyemhw 55 sa!a 03 Fonc (0_49) 555-1686 Capinz:ll-- SC eep: 89665-000
I."'~ISlo.tl/Ef) - Clinita de Fisioterapia eRrabilit:u;iio F>'Pl'cI:tliz:ld:1 I1l1Arca C:1I"dio.RespinltoriaAGe- 0.1.480850/0001-22
Implantac;ao da Espirometria
Para a implantac;ao do exame espirometrico sera necessaria:
• Sala medindo 50m'
• Mesa
• Duas cadeiras
• Equipamento Especifico - Espir6metro
a Espir6metro adequado para satisfazer as necessidades da empresa
Perdigao, e 0 Espir6metro marea Cosmed, modelo Kitmlero, 0 qual aeompanha um
microcomputador a ser acoplado aD espirometro, informando as dados em real time
e com possibilidade de impressao dos grafieos eomportando 0 dlagnostieo do
paciente, possibilitando ainda recalibragem do espir6metro via teclado e alto alcance
de ftuxo respirat6rio (exatidao x efieieneia).
Avenida XV de Novcmbro 55 s::lla03 Fom' (0__ 49) 555-1686 Capinzal-- SC Cep: 89665-000
II
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Em Gonjunto ao exame espirometrico sera necessaria 0 exame
antropometrico do funcicnario (estatura, peso, etc.) e anamneS8 (hist6ria C!inica).
Outre eqUlpamento que pode ser utilizado e 0 espirometro por1atil Pony,
marca Cosmed, a qual naD necessita acoplagem a urn computador.
Ambos as equipamentos sao de ultima ger8980, comprovando sua
eficaci8 e exatidao na medi~o dos volumes respirat6rios dos paCientes.Objetivando
a rapidez de atendimento de cada funcionario, 0 qual permanecera na media de 20
min.lfuncionario. na primeira sessao em virtude de cadastro de dados (anamnese,
antropometria), as quais poderao ser unidos ao dossie do funcionario. A partir da
primeira sessao (inicial), 0 tempo de dura~o diminuira para a media de
10min/funcionario.
Obs.: 0 equipamento e material sera mantido no interior da empresa Perdigao,
podendo ser adquirido em nome da propria empresa.
,\\'cnida XV de "on~mhro 55 sOlin 03 FOlic (0_ 49) 555-1686 C'apinzal - S[ Cep· 8<)665-000
'"""~ISJ{)J/£IJ - Clillit-a tit" f'isioler:lpia c Rt'alJililrl~iiO ESJlecializad:l na ,\rca Cat',lio-Re-spir:lturiaAGC- 03 .180 850,OO()I-:!:!
Beneficios Para a Empresa
A implanta~o do exame espirometrico trara a Perdigao as seguintes
beneficios:
• Maior seguranya quanta a contratayao de funcionarios, objetivando 0
diagn6stico de doenyas pre-existentes.
• Maior seguranfY8 com relat;;aoa sauda dos funcionarios ativas, a partir da
implantayao de exames periOdicos, as quais objetivarao a prevenc;ao e
diagn6sticos de doenyas respirat6rias.
• Maior credibilidade par parte do funcionario quanta a empresa, em virtude de
inovac;ao na area de saude ocupacional, 0 qual podera ocasionar maior
motivayao por parte do quadro funcionai.
• Maior credibilidade da empresa frente a conquistas de novas premios de
qualidade, vista que esta visara 0 aumento de qualidade de vida do seu
funcionario atraves da prevenyao de doencas ocupacionais.
• Inovayao na area de saLlde ocupacional, acoplando-se aos padroes
estrangeiros, principalmente 0 norte-americano, os quais visam a prevenyao
das doenyas ocupacionais, e em conjunto as reivindica90es do SUS.
• Reduyao e prevenyao a priori de 100%, de a0es trabalhistas quanto a
ocorrencia de doenc;as ocupacionais, em virtude do acompanhamento,
minimizayao e controle das doenc;asrespirat6rias de carater funcional.
·henida XV de "o\'C'lllhro 55 salOl OJ FOtlc (0. 49) 555-1686 Capinzal - SC Cep: 8Q66:'i-OOO
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""~ISJ().lIED - Clinica de FisioH'ralli:l (' RealJilil:l~;io ['pccialiJ.ada 11:1,\no:a C:ll'dio-Rcsllinnoria.A..,G(-03 ·IS08~O/(iOO!-:!2
Considera~oes
A empresa Perdigao ao implantar 0 exame espirometrico nos exames
admissionais/demissionaise peri6dicos, somente tera beneficios tanto a nivel
financeiro como a nivel de produtividade e qualidade de vida de seus funcionarios.
Fatores como a preocupayaocom a saude do funcionario, geram
seguranr;:a e aumento de qualidade na produyao do produto, com conseqOencias de
aumento de motivayao dos mesmas para com a empresa.
A partir do momento em que a legislayao brasileira em conjunto com 0
SUS, buscam a regulamentagiio das doen""s ocupacionais, a Perdigao Ja tera
alcanr;:ado 0 seu patamar de qualidade funcional. Abrindo assim novos caminhos
para a conquista de mais premios de qualidade, incorporando ao seu curriculo ahem
do excelente produto que produz, a sallsfagiio pela qual 0 funcionario trabalha,
gerando uma visao humanista e holistica da empresa em confronto com a inovayao
tecnolOgica, da qual ja e bem conhecida.
Esses sao os valores indispensaveis a uma administrayao de sucesso,
objetivando a visao de novas conquistas e uma maior abertura ao mercado externo,
visto possuir a filosofia dos paises de primeiro mundo.
Com relac;ao ao onyamento e custos de implantat;80, estes serao
negociados em reuniao apas analise deste projeto.
·\vcnidn XV Je \I(lVClllbro 55 sub 03 Fone (O~49) 555~!686 Capinzal SC Cep: 89665-000
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