tópicos especiais em logística - 03

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Superior de Tecnologia em Logística Empresarial O N L I N E UNIGRANRIO O N L I N E

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Superior de Tecnologia em Logística Empresarial

O N L I N EUNIGRANRIO

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A Logística Ambiental e o Tratamento de Resíduos Sólidos No Brasil

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Tópicos Especiais em LogísticaU

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Olá, seja bem-vindo a unidade 3.Hoje falaremos sobre o seguinte assunto:“A Logística Ambiental e o Tratamento de

Resíduos Sólidos No Brasil”

Preparado(a) para começar os estudos?

Boa aula!

A Logística Ambiental e o Tratamento de Resíduos Sólidos No Brasil

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Tópicos Especiais em Logística

OBJETIVOS

TÓPICOS

ABORDADOS

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I. . Apresentar os conceitos de logística ambiental, suas aplicações, os fatores de destaque dentro das organizações empresariais e as obrigações das organizações empresariais com o tratamento de resíduos sólidos no Brasil.

I. Resíduos Sólidos e Aspectos Gerais da Legislação Brasileira no Tratamento de Resíduos Sólidos das Atividades Empresariais. A Minimização de Resíduos Sólidos No Brasil – Aspectos Gerais.

Durante vários anos, a indústria nacional não possuiu uma norma, um conjunto de leis que norteassem quais eram as suas responsabilidades ao longo do processo de produção e distribuição de seus produtos, bem como o destino que deveria ser dado aos resíduos gerados por estes produtos após o seu consumo. Isto gerou enormes impactos ao meio ambiente, a sustentabilidade dos negócios e a qualidade de vida da sociedade. Com o desenvolvimento da política nacional de resíduos sólidos, o governo dá o primeiro passo para a resolução deste problema.

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Resíduos Sólidos e Aspectos Gerais da Legislação Brasileira no Tratamento de Resíduos Sólidos das Atividades Empresariais

De acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), a logística ambiental de resíduos sólidos tem como objetivo o bom gerenciamento da coleta, o manuseio, transporte e tratamento dos resíduos gerados na sua fonte produtiva e o reaproveitamento por meio da reciclagem e retorno ao processo de produção ou o seu descarte, com a respectiva e correta disposição final dentro dos padrões exigidos pelos órgãos reguladores.

De acordo com Donato (2008), o crescimento populacional é um grande problema e barreira para os países em crescimento como o Brasil. Com o crescimento da população, aumenta a quantidade de resíduos produzidos pela população e pelas organizações industriais, que cada vez mais lançam no mercado produtos diferenciados, com ciclo de vida cada vez menor.

Estes produtos geram um aumento dos resíduos e, quando não há, dentro das organizações a política implementada de logística reversa, há perdas no plano ecológico e social, pois estes dejetos são lançados no meio-ambiente através de aterros, em geral expostos a céu aberto, e totalmente incorreto de acordo com as leis ambientais, acarretando num prejuízo enorme ao meio ambiente, pois invariavelmente ocorre a deterioração do solo (MOURA, 2002).

Todo este processo de gerenciamento de resíduos deve ser realizado somente por profissionais treinados e capacitados, pois o não cumprimento pode gerar danos ao meio ambiente, patrimoniais ou saúde humana.

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De acordo com Moura (2002), inevitavelmente ocorre um crescimento do descarte dos resíduos sólidos no meio-ambiente quando observa-se, em escala global, o crescimento desordenado da população e o crescimento da renda per capta associados a inadequação produtiva e de consumo.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2012), 90% do crescimento da população se dará dentro das grandes cidades e será preciso fazer um gerenciamento dessa grande quantidade de resíduos sólidos produzidos dentro das grandes metrópoles.

Segundo Bacchi & Caixeta-Filho (2011), as leis de conservação ambiental começaram a surgir, no Brasil, no ano de 1981 com a lei da política nacional de meio ambiente que em si deixava algumas lacunas e deficiências. Esta lei foi passando por modificações, até que em 2007 foi enviado ao senado para ser aprovada a lei nacional de resíduos sólidos. De acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), a conscientização da população, governo e indústrias deu inicio às modificações nos estatutos do tratamento dos resíduos sólidos no Brasil. Em agosto de 2010, o presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei nº 12.305 que regulamenta a política nacional de resíduos sólidos (PNRS).

De acordo com esta lei, ficaram estabelecidos que os municípios eram os principais responsáveis pela destinação final dos resíduos dos serviços públicos de saneamento, associado com a responsabilidade compartilhada dos comerciantes, distribuidores, fabricantes e importadores pelo ciclo de vida dos produtos. A lei não isenta a participação dos consumidores, que tem a responsabilidade pelos descartes dos produtos ao final de sua vida util.

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De acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011),

A lei dá poderes aos governos

Municipais Estaduais Federais

No sentido de punir com rigor através de multas e até mesmo fechamento do estabelecimento por descumprir as normas estabelecidas pelo Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A lei nacional de resíduos sólidos se refere a todos os tipos de resíduos domésticos, industrial, eletrônicos, da área de saúde, produtos perigosos, entre outros. Fica sob a responsabilidade dos órgãos fiscalizadores definirem os que podem ser reciclados para poder ser reaproveitado e os que não podem ser reaproveitado, para ser feita a destinação de maneira correta.

A Lei também registra que é proibido despejar lixo em praias, rios, lagoas, terrenos baldios, além de ser proibida a realização de queimadas de detritos a céu aberto. A lei também incentiva a criação de cooperativas de catadores, coleta seletiva, educação ambiental, inclusão social, aumento da reciclagem no país, profissionalização dos catadores por meio da valorização dos resíduos sólidos na geração de emprego e renda.

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De acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), o principal foco na lei é obrigar a responsabilidade nas organizações em praticar a logística reversa dentro das empresas, agilizando o processo de retorno dos resíduos aos geradores para que sejam reaproveitados dentro da elaboração de monos produtos e a lei por sua vez fiscalizada pelo IBAMA que tem o poder de:

I. Programar o cadastro nacional de catadores de resíduos perigosos.

II. Ser a principal fonte de informação do sistema nacional de informações sobre

a gestão de resíduos sólidos (SINIR).

III. Controlar e fiscalizar o cumprimento dos acordos setoriais e dos termos de

compromisso e apoiar a logística reversa de abrangência nacional.

IV. Controlar e fiscalizar os sistemas de logística reversa já implantada pela

resolução Conama.

V. Atuar na proibição das implantações de resíduos sólidos perigosos e rejeitos.

VI. Gerir os planos de gerenciamento de resíduos das atividades e obras com

significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional

A Minimização de Resíduos Sólidos No Brasil – Aspectos Gerais

De acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), nos aspectos que dizem respeito ao gerenciamento de resíduos, é muito importante a utilização de técnicas para diminuir o volume durante o processo de fabricação. Esta redução não está só relacionada ao volume, mas também quanto à toxidade, diminuindo assim a sua capacidade poluidora.

As técnicas utilizadas para diminuir o volume dos resíduos e sua toxidade têm como objetivo principal:

A não geração de resíduos ou, não sendo possível a não geração de resíduos, que sejam desenvolvidas processos para a utilização de alternativas de disposição final de modo a inibir a contaminação do meio-ambiente ou a saúde humana.

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De acordo com Donato (2008), a diminuição do volume do resíduo também é eficaz no que diz respeito aos aspectos da economia de insumos e da geração de receita para a empresa, pois no processo de minimização de resíduos são utilizados métodos para armazenamento, separação e alteração na quantidade e qualidade dos resíduos, cuja finalidade é a comercialização, além de diminuir o custo com destinação final.

De acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), a redução da geração de resíduos na fonte é também uma forma de nivelar a real necessidade do uso de matéria-prima durante o processo produtivo, utilizando como estratégia os materiais que apresentam menor grau de periculosidade ou menos nocivo ao ambiente de entorno e aproveitando a oportunidade da utilização de materiais que possibilitem melhor e maiores números de reaproveitamentos e comercialização em seu reciclo.

Um dos fatores que colaboram para a minimização da geração de resíduos é a aplicação de conceitos para a diminuição dos custos e impactos ambientais tanto na área da planta industrial quanto na doméstica, conforme descrito por Donato (2008).

Esta estratégia para diminuir custos está alinhada com a utilização controlada de matérias-primas e o reaproveitamento das sobras do processo produtivo em conjunto com um bom nível de serviço operacional e boas práticas de fabricação, evitando assim o excesso de resíduos.

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Conforme descrito por Moura (2002), outro fator importante é a pressão da sociedade e organizações, públicas e privadas, com a finalidade de aumentar a preservação do meio-ambiente e consumo consciente de matérias-primas.

Apesar das sobras do processo produtivo terem sido consideradas, antes da implantação da logística reversa e da política nacional de resíduos sólidos, apenas como resíduos comuns, sendo descartadas e encaminhadas para destinação final, de acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), o resíduo começa a apresentar valor econômico, social e ambiental.

A possibilidade de diminuição dos resíduos sólidos, de acordo com Donato (2008), deve ser bem analisada, principalmente pelas pessoas de responsabilidade dentro do processo de produção e envolvimento dos colaboradores que possam atuar mais diretamente com as sobras do processo. Essa análise deve considerar os procedimentos desde a aquisição da matéria-prima para a fabricação do produto até a entrega do produto ao cliente, utilizando o conhecimento de todos os colaboradores envolvidos.

Segundo Bacchi & Caixeta-Filho (2011), para realizar a análise de investigação com a finalidade de minimizar o volume do resíduo devem ser estudadas duas ações:

I. Atividade organizacional aplicada. Implica na forma de manusear o material utilizado.

II. Alteração de caráter técnico do resíduo. Implica na alteração ou substituição do resíduo a fim de reaproveita-lo da melhor maneira possível.

III. A redução de resíduos sólidos na fonte baseia-se na não geração ou diminuição do resíduo na fonte por meio das seguintes ações que devem se tomadas no processo, de acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011):

IV. Mudanças nos procedimentos ou práticas de operação, como, por exemplo, treinamento de pessoal com a finalidade de diminuir as perdas devido às práticas na produção, plano para separação do resíduo.

V. Modificações de tecnologias no processo como, por exemplo, a substituição ou ajuste dos equipamentos utilizados na produção com o objetivo de economizar materiais e energia através da melhoria da melhor automatização das máquinas.

VI. Alteração das matérias-primas no processo através não só da substituição, mas também a purificação das matérias-primas usadas para a fabricação do produto.

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Geralmente, todas essas modificações, segundo Bacchi & Caixeta-Filho (2011), são realizadas quando existe a possibilidade da diminuição dos custos, podendo manter ou melhorar o padrão de qualidade do resíduo, otimizando a receita e atendendo às exigências ambientais.

A reciclagem também é um excelente método para minimizar o volume de resíduos na fonte, pois por meio da recuperação e reuso dos materiais que possua algum valor econômico torna-se para as organizações uma maneira atraente de dar uma solução aos resíduos sólidos, de acordo com Moura (2002).

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De acordo com Donato (2008), diversos materiais considerados resíduos podem ser tratados e reutilizados gerando, entre os benefícios observados, o aumento do tempo de vida útil dos aterros sanitários, economia dos recursos naturais, economia de energia e um custo mais baixo para destinação final.

O correto transporte e disposição final de um resíduo pode ser considerado um custo demasiadamente elevado para uma organização. Deste modo, ao encontrar uma forma de reaproveitar ou comercializar esse mesmo resíduo, além de não gerar custos, a empresa ainda pode adquirir receita, seja pelo reaproveitamento ou comercialização dos resíduos gerados.

A prática da reciclagem, segundo Bacchi & Caixeta-Filho (2011), mostra-se ainda muito satisfatória do ponto de vista dos órgãos ambientais, já que contribui para a diminuição do índice de resíduo descartado no meio ambiente, colaborando assim para a preservação dos recursos não renováveis. A aplicação da prática de reciclagem depende de alguns fatores chaves que podem colaborar para o sucesso no processo de reaproveitamento. De acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), esses fatores são:

I. Proximidade da instalação de processamento.II. Custo de transporte.III. Volume e qualidade.IV. Custo de manipulação.

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Contudo, de acordo com Donato (2008), o material só será recuperado se o seu valor, após trabalhado, for igual ou superior ao material primário ou ainda se for excedente o seu valor para destinação financeira.

Para incentivar a reciclagem de materiais, tem sido criado em vários países, inclusive no Brasil, de acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), um sistema de troca de informações chamado “bolsa de resíduos”, onde os interessados em doar, vender ou comprar algum tipo de material, informam suas características. Os interessados em adquirir os resíduos podem entrar em contato diretamente com o vendedor ou com o doador para tratar assuntos econômicos e operacionais. Os resíduos recicláveis devem ser frequentemente tratados antes de sua reutilização a fim de que se torne economicamente competitivo em relação ao material primário.

Por conta de toda a pressão feita por parte dos órgãos ambientais, organizações públicas, organizações privadas e a sociedade, no que diz respeito a preservação do meio ambiente, vem crescendo a demanda por serviços prestados para tratamento dos resíduos gerados pelas industrias, sendo cada vez mais comum as instalações comerciais que oferecem às empresas múltiplas atividades, não só para a recuperação, mas também para a destinação correta dos resíduos gerados pelas organizações industriais.

Essas instalações, de acordo com Bacchi & Caixeta-Filho (2011), em sua maioria, realizam um trabalho de logística ambiental, atendendo desde o recolhimento do resíduo na fábrica, passando pela promoção do seu retorno à cadeia produtiva e indo até a destinação final.

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Nesta unidade de estudo foram apresentados pontos que demonstram quais os conceitos de logística ambiental e quais as responsabilidades das organizações empresarias na minimização e tratamento dos resíduos sólidos gerados por sua atividade produtora. Foram abordados quais as normas que as organizações devem empregar no gerenciamento dos seus resíduos produtivos e quais as implicações ao longo do processo de produção e distribuição dos seus produtos.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500: Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação, e armazenamento de produto. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>.______.NBR 13221: Transporte terrestre de resíduos. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>.

BACCHI, Daniela Bartholomeu; Caixeta-filho, José Vicente. Logística Ambiental de Resíduos Sólidos. São Paulo. Ed. Atlas. 2011.

DONATO, Vitório. Logística Verde: Uma abordagem sócio-ambiental. São Paulo. Ed.

Ciência Moderna. 2008.

LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: Meio ambiente e competitividade. 2ª edição.

São Paulo. Ed. Pearson. 2009.