simpósio nacional - o dom do celibato na vida e na missão ... · o celibato objeto de nossa...

23
1 Simpósio Nacional - O Dom do Celibato na vida e na missão da Igreja “A aprendizagem da reciprocidade para a vivência do Dom do Celibato” 1 Joaquim Ferreira Xavier Júnior, sjr Instituto Sacerdotal de Vida Apostólica Jesus Ressuscitado – Veritas Entidade de Pesquisa e Educação Ressurreição – VespeR – Caixa Postal 74 – CEP 12.120-000 – Tremembé – SP – Diocese de Taubaté – Brasil [email protected] 1 Fundador e Superior do Instituto Sacerdotal de Vida Apostólica Jesus Ressuscitado, Fundador da Congregação “Comunidades de Nossa Senhora da Ressurreição”, Fundador e Presidente da Veritas Entidade de Pesquisa e Educação Ressurreição – VespeR, Autor do Método da Psicogenética Educacional, Orientador Especialista de doutorado na COPPE/UFRJ. Resumo. Por ocasião dos preparativos para o Simpósio Nacional sobre o “Dom do Celibato”, promovido pela CNBB, recebemos o convite para apresentar a pedagogia da reciprocidade baseada na metodologia da Psicogenética. Esta intervenção trata da reciprocidade, atributo humano essencial, partir de sua gênese, modificável nos estágios do desenvolvimento e modificável pela aprendizagem em vista a atender o modelo maior de comunhão que é Cristo. Apresentamos que com a interrelação se inicia a reciprocidade, propriamente dita, sendo a base para a vivência do Dom do Celibato. Os fundamentos desta metodologia são pesquisados há mais de 25 anos, e foram, gradualmente, aplicados em nossas escolas. Mais recentemente, seus princípios têm sido aplicados na formação e consolidação dos atributos humanos em vista do Ministério Ordenado. Os resultados demonstram que ativados os esquemas sazonais da reciprocidade, das faixas etárias próprias do desenvolvimento, formam-se jovens e adultos mais capazes de interrelacionarem, com condições de viverem a fraternidade, e quando chamados, se gratificarem com o Dom do Celibato. Atualmente, pesquisamos a aplicação da qualidade da reciprocidade no uso das ferramentas de redes sociais, no fazer colaborativo. Palavras-chave. Celibato, Dom, Reciprocação, Interação, Interrelação, Sistema Pessoa, Pedagogia Psicogenética, Interativo-Colaborativo. 1. Introdução Esta comunicação procura construir uma teoria da aprendizagem da reciprocidade em vista da vivência do Dom do Celibato a partir da metodologia psicogenética por nós organizada e praticada em nossas escolas há cerca de 25 anos. A Psicologia Genética de Jean Piaget, a Neuroanatomia Funcional e pesquisas de microbiologia investigadas e

Upload: others

Post on 27-Mar-2020

14 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

Simpósio Nacional - O Dom do Celibato na vida e na missão da Igreja

“A aprendizagem da reciprocidade para a vivência do Dom do Celibato”

1Joaquim Ferreira Xavier Júnior, sjr

Instituto Sacerdotal de Vida Apostólica Jesus Ressuscitado – Veritas Entidade de Pesquisa e Educação Ressurreição – VespeR – Caixa Postal 74 – CEP 12.120-000 –

Tremembé – SP – Diocese de Taubaté – Brasil

[email protected]

1 Fundador e Superior do Instituto Sacerdotal de Vida Apostólica Jesus Ressuscitado, Fundador da Congregação “Comunidades de Nossa Senhora da Ressurreição”, Fundador e Presidente da Veritas Entidade de Pesquisa e Educação Ressurreição – VespeR, Autor do Método da Psicogenética Educacional, Orientador Especialista de doutorado na COPPE/UFRJ.

Resumo. Por ocasião dos preparativos para o Simpósio Nacional sobre o “Dom do Celibato”, promovido pela CNBB, recebemos o convite para apresentar a pedagogia da reciprocidade baseada na metodologia da Psicogenética. Esta intervenção trata da reciprocidade, atributo humano essencial, partir de sua gênese, modificável nos estágios do desenvolvimento e modificável pela aprendizagem em vista a atender o modelo maior de comunhão que é Cristo. Apresentamos que com a interrelação se inicia a reciprocidade, propriamente dita, sendo a base para a vivência do Dom do Celibato. Os fundamentos desta metodologia são pesquisados há mais de 25 anos, e foram, gradualmente, aplicados em nossas escolas. Mais recentemente, seus princípios têm sido aplicados na formação e consolidação dos atributos humanos em vista do Ministério Ordenado. Os resultados demonstram que ativados os esquemas sazonais da reciprocidade, das faixas etárias próprias do desenvolvimento, formam-se jovens e adultos mais capazes de interrelacionarem, com condições de viverem a fraternidade, e quando chamados, se gratificarem com o Dom do Celibato. Atualmente, pesquisamos a aplicação da qualidade da reciprocidade no uso das ferramentas de redes sociais, no fazer colaborativo.

Palavras-chave. Celibato, Dom, Reciprocação, Interação, Interrelação, Sistema Pessoa, Pedagogia Psicogenética, Interativo-Colaborativo.

1. Introdução

Esta comunicação procura construir uma teoria da aprendizagem da reciprocidade em vista da vivência do Dom do Celibato a partir da metodologia psicogenética por nós organizada e praticada em nossas escolas há cerca de 25 anos. A Psicologia Genética de Jean Piaget, a Neuroanatomia Funcional e pesquisas de microbiologia investigadas e

2

meta-analisadas ofereceram as possibilidades para as estratégias básicas da teoria Psicogenética. As semelhanças com outras propostas facilitam nossa compreensão para as sutilezas que pervadem esta questão, provocam a acuidade dos esforços, justificam porque as propostas devem ser complementares, e porque, apesar de todo empenho, ocorrem os enganos das instituições sobre seus formandos e dos interessados sobre suas próprias inadequações para apresentar-se ao múnus e à missão.

Num simpósio de homens que buscam o que há de melhor de humanidade em si e em seu entorno, é mister encarecer a aprendizagem gradual de lidar com o conteúdo humano do que é chamamos o Dom do Celibato.

Pareceu-nos razoável tomar como referência pedagógica o como nossos alunos, ao longo do ensino básico, nas atividades escolares e sociais, segundo suas características pessoais, são mediados para ser e viver uma ampla fraternidade. Em que termos e como os princípios desta pedagogia poderiam ser aplicados na formação para o Celibato dos vocacionados?

Enquanto se destina a trabalhar as regulações e os ordenamentos etários, a pedagogia é aplicável. Enquanto a moral cristã requer a aprendizagem da disciplina para a boa administração da concupiscência e do erotismo emergidos na puberdade, releva considerar que nessa faixa etária os vocacionados têm em comum maior tendência para atividades intelectuais e espirituais e menor afinidade com atividades corporais.

O Celibato objeto de nossa temática é um Dom. Incumbe-nos, contudo, trabalhar o Celibato em seu nascedouro, lá onde ele é ainda e apenas a predisposição de um jovem para cultivar um espaço interior, onde encontrar-se em patamar elevado, com outros que façam desse encontro de vidas um projeto de Igreja.

Iª Parte: Por uma Teoria da Aprendizagem da Reciprocidade para a Vivência do Dom do Celibato.

1. O Projeto da Bondade Amorosa Criadora é o horizonte da Reciprocidade.

Deus que tudo criou em seu Primogênito, criou os humanos para, reciprocando entre si, reciprocar com seu Filho e abeirar-se da “Reciprocação Trinitária”.

“E Ele os criou homem e mulher” 2, criou-os sexuados.

E no metabolismo da sexualidade Ele garantiu uma reprodução geneticamente renovável, irrepetível e do mesmo metabolismo e sinapses fez a reciprocidade, donde se sustenta a nossa inovação e é suporte do Dom3.

O entender humano é sempre um making of (feitura de, processo de fazer algo). Mesmo quando engendramos novos conhecimentos e engenhos, a estratégia básica é sempre o making of.

2 Gn 1,27 3 Mt 19,10-12

3

Se a energia porta em si o mecanismo da evolução, o que pensamos como monobloco é componível; ela “se declara” buscando consistência para subsistir; busca no futuro a sua razão de ser; ela, energia, será resultado de sua própria ação. Isto é próprio de entidade autônoma, mas não de entidade autossuficiente.

2. A história do Reino é a do Rei.

Pré-convidados ao festim do Rei, os humanos preferem seus folguedos ao convívio com Ele4.

O desafio à humanidade é que descubra a felicidade no convívio do Reino! Os dirigentes arrastaram consigo o povo escolhido. As culturas arrastam pessoas. O desafio continua.

Cristo, sendo modelo de ação e da intenção delas, mais ainda, expressivando suas razões e seus objetivos para que os discípulos O seguissem, ensinou aos discípulos como atingir a mais alta etapa da comunhão temporal, guardadas as diferenças inerentes aos contingentes.

Não há estoque de amor que seja suficiente para alimentar diferentes anoréxicos (obsessivos). Eles consomem o empenho de buscar felicidade, em aguçar seus atributos diferenciantes, quando deveriam usar esse empenho buscando atributos equalizantes para tecer comunhão.

Cristo, antes que o Espírito infundisse a nova Fé nos discípulos, os fez experienciar a comunhão que emerge da reciprocação em alto patamar psíquico. Um patamar humano próximo ao que Ele, sua Mãe e José interrelacionavam. Esse patamar Ele viveu e instituiu como sua base genética a ser herdada ao Reino! Parece-nos a base subjacente a toda Fé que o Espírito cria em nós. Parece-nos que foi a viva comunhão reciprocada que Cristo ativou no encontro com Paulo.

O celibato atinge seu pleno sentido em Cristo por entregar-se com plena transparência na reciprocação e por sua competência de colocar-nos com Ele Cabeça, na promoção do convívio da Trindade. Nós só conheceremos o celibato como um grande Dom, quando pudermos unificar numa só roda, a roda de Cristo, com o Pai e o Reino com a roda dos outros amigos.

3. Sobre a Reciprocidade

3.1 Como objetivo essencial humano

A sustentabilidade da espécie humana está na reciprocação, uma sumarização diacrônica dos mais altos processos afetivos e cognitivos humanos.

A reciprocação é a operação pela qual a experiência vivencial de uma pessoa é espontaneamente assumida por outras pessoas como vivência própria. A advertência de vivência é comum, autentica a evidência de pertença e lança a outro patamar.

4 Lc 14,15-24

4

A reciprocidade é a competência que os humanos têm de reciclar sua própria energia vital, sustentando sua inovação, é a qualidade do recíproco, é a qualidade da estrutura que opera.

3.2 Gênese da Reciprocidade

Em um primeiro estudo da gênese da reciprocidade nos deparamos com uma vala entre a infância e a adolescência. De repente, as crianças saltam da magia que crê no Papai Noel para as evidências matemáticas; da transparência das emoções infantis para enredar-se no labirinto da sexualidade. Não nos damos conta que num intervalo discreto, mas não tão silencioso, elas saíram das ações intencionais para a descoberta das relações, dos objetos avulsos para os conjuntos, do falar fragmentário para o discurso de coerência. Principalmente, o mais chamativo é que a pessoa unitária, até então, surge dualizada em duas manifestações em conflito: a afetividade e a cognitividade, o querer e o saber, o desejar e o pensar, o ligar-se e o isolar-se, mas dualidade e conflito são aparentes.

A pessoa é a mesma em busca de si por essas duas vertentes, pelas quais ela se manifesta, que são sua ferramenta propulsora de caminhada e sua única energia básica operante. Abaixo, na figura 1, podemos verificar que o “Sistema Pessoa”, que é a energia interacional, considera as duas instâncias: psiquismo e somestesia com todas as pertinências pesquisadas na Psicogenética.

Figura 1. Modelagem do “Sistema Pessoa” da Psicogen ética

Indo diretamente às crianças, vamos à ontogênese da reciprocidade: as crianças só começam a descobrir a afeição pessoal ou personalizada nas vésperas da puberdade. Antes havia meramente um nexo dos sentidos com o objeto pela ação. Com as sinapses

5

e o metabolismo da puberdade o que era ação intencional, aos poucos, torna-se relação, depois interrelação enfim reciprocação. Até que se torne amor – ágape – dizemos, decorrerão vários anos.

As emoções genéricas da criança começaram por configurar-se como afeição, e a ganhar a densidade de relação e envolvimento pessoal. A criança, ultrapassando o estágio de si própria como centro de reversão de suas ações, descobre na intenção do outro um “objeto novo, alvo de nova ação”: cessa a simples interação e começa a “interrelação”; emergem os primeiros sinais da sociedade e da parceria, para além do parceiro de jogo.

É essa diacronia da reciprocidade púbere que deve metamorfosear-se em comunhão. É essa enturmação dos adolescentes, seus risos e alaridos, seus deslocamentos que seguem o sabor dos ventos, que revoluteiam e podem incendiar-se em fogos de orgia, mas que também, soprados pelo Espírito, podem ascender em chamas de fé e esperança e tornar-se reciprocidade plena.

Para poder ver e trabalhar o quadro dessa enturmação, com abrangência, é necessário:

I. uma arraigada experiência de corporeidade, ou vinda de uma infância privilegiada ou de um árduo e bom resgate mas que seja uma arraigada experiência intuitiva da própria corporeidade;

II. que essa corporeidade tenha sido evoluída em senso de prático de agir diante dos desafios e de, mesmo errando, sempre tentar e recomeçar.

As dinâmicas que estruturam o esquema de conservação, estruturam os rudimentos da transitivação. Seu longo tirocínio de intencionalidade é agora conservação, transitividade; o processo interativo tornou-se interacional e é agora, na idade do conjunto, a interrelação em vias de tornar-se advertida como reciprocidade.

Sujeitos conjuntos, metabólica e sinapticamente, são capazes de interagir com o exterior como conjunto; ou seja, possuem constituição química capaz de captar o todo do objeto, que antes reduziam a formas espaciais tridimensionais.

Pois bem, é nesse momento de recomeços, que o adolescente propedeuta descobre a nova face de sua corporeidade na força da sexualidade. Ele que vinha de lutar com a corporeidade desde a infância no modo diferente de ser de seus colegas de escola é agora arrastado para outra modalidade de combate. Agora o desafio vem de dentro dele, não mais do parquinho e das bolas. E ele pergunta a si próprio e a Deus: por que a sexualidade?

A função teleológica da sexualidade é mais que aumentar a imunização garantida pela reprodução assexuada. A sexualidade multiplicando as combinações dos genes potenciou a complexidade das funções, a complexidade das redes de sinapses correlacionada com a competenciação psíquica para a reciprocação interpessoal e comunitária.

Pensando, pois na vida humana, a mais elevada de nossas operações superiores é a competência de reciprocar. É o atributo da reciprocidade que nos torna possível ler

6

mais que as regras do universo, possibilita-nos ler as intenções dos irmãos; e é sobre a reciprocidade com os irmãos que a fé nos permite ler o amor do Pai.

3.3 Como atributo humano evolutivo

A reciprocidade é a dinâmica essencial da comunhão. O amor é a experiência subjetiva da comunhão tomada pelo viés de um dos comungantes. O amor pode existir em um, sem correspondência no outro; o outro até pode não ser real, mas a correspondência imaginária e conflitada alimenta aquele amor.

Ela é diacrônica:

I. na infância só começam a repontar vagos sinais de reciprocação quando a ação se torna uma rede que assimila [reconhece] outras redes e as agrega a si [acomodação] +- 4anos. Antes são ações continuando ações ou batendo de frente com ações;

II. por volta dos sete anos, com a conservação, essa criança aprende a compatibilizar os diferentes e vai poder experimentar a transformação que vem se maturando desde os quatro anos;

III. seu psiquismo que vinha encubado desde os 7anos sob a dormência de um “eu mal pronunciado” irrompe sob forma e dimensão social como pródromo da enturmação +- 10 anos;

IV. seu corpo antes infantilmente arredondado, ganha formas definidas provocadas pelo metabolismo da procriação que transpõe a criança ao universo púbere – adolescente – por volta dos 12 anos.

Uma energia nova: com o metabolismo da procriação, sem entender nem o que nem como, o púbere começa a responder pela vida. Assim nessa idade repontam dois mananciais: o metabolismo da procriação e, com a vertente do psiquismo, o metabolismo da comunhão: mais que gregário, de reciprocidade; mais que convergências pontuais, e processos bioquímicos duradouros. Aprendemos a Reciprocidade que é a dinâmica essencial da Comunhão.

A reciprocação instaura a epifania da pessoa [na articulação da somestesia com o psiquismo] quando o sujeito faz da vivência individual uma vivência comum a dois e a muitos, quando seus genes podem registrar e herdar o que elabora no psiquismo.

Descobrir o eclodir em si essa energia, torna o púbere-adolescente um mundo em si mesmo e, ao mesmo tempo, um mundo convocado a outros mundos recém-descobertos. Que reação ele terá: será reflexivo sobre as situações e recuará? Ou tentará abordagens com perdas e ganhos? Será extrovertido, certo de si nas situações e, eventualmente, será reservado para ver como corrigir uma situação em que foi contrariado?

3.4 O portal da Comunhão

Com a puberdade começa propriamente a Reciprocidade. Ela começa com a oxitocina que corre fartamente nos cérebros adolescentes; uma fartura providenciada pela genética, mas certamente ativada pela aprendizagem familiar. A oxitocina é um hormônio abundante no cérebro da mãe que amamenta, mas começa a irrigar o metabolismo acolhedor desde a gestação pró-lactante; um metabolismo que irriga as

7

quentes relações familiares a partir do emaranhamento neuroquímico5 entre a mãe e seu bebê, entre esposa e esposo. Portanto, o começo da Reciprocidade repousa sobre a bioquímica da procriação, da sexualidade.

Nada existe em nós que não tenha passado pela somestesia [sentir corpóreo]. Mesmo a altíssima reciprocação entre a Imaculada e o Ressuscitado foi e é uma operação inabrangível da inovável comunhão entre humanos exaltados pelo Espírito Santo. Analogamente, será a comunhão na glória da Trindade?

Queremos com isso dizer que humanos só podem ser pessoas sendo sexuados e psíquicos, existindo em duas instâncias, sendo, gradualmente, sumarizados num psiquismo cumulativo da somestesia sempre e necessariamente presentes. Queremos significar que nesse patamar existe a pessoa reciprocando com outro, não apenas um psiquismo aprisionado no somestésico, nem também escravizando o somestésico.

A reciprocidade é tão misteriosa porque é uma entidade da ordem relacional, das interações só existem na tensão dos polos, nos polos enquanto tais não em si mesmos sem a tensão, ou enquanto relação advertida [não o nexo apenas] de contingentes ou Absolutos: as pessoas contingentes existem, as relações existem nelas, são laços que só amarram pessoas, não coisas [nexos amarram coisas].

Por que Deus teria criado o amor sobre a reciprocidade? A dinâmica da reciprocidade é altamente evolutiva. Em vista de reciprocar, elaboramos o que somos e temos de melhor: ao nos preparar para grandes expectativas como é receber tesouros de vida, a dinâmica da reciprocação elabora em nós o que somos e o que temos de melhor naquele momento; engrandecidos pelo tesouro recebido e afeitos a ele, já em novo patamar, a dinâmica nos elabora com “um melhor”, que antes não podíamos, nem conhecíamos. E assim a reciprocação nos leva a crescentes perfeições. Portanto, crescer em reciprocidade, por estágios somestésicos convergentes a psíquicos e, gradualmente, cumulados no psiquismo, é a nossa nobre tarefa.

4. Reciprocidade como pró-virtude teologal

O Celibato interessa à natureza humana? Celibato e sexualidade seriam contrários entre si? Ou será que, ao invés de se negarem, sexualidade e celibato, nalgum ponto, emergem de uma mesma energia e convergem para ela? Se sim, em qual momento se encontram?

Ambos emergem do grande objetivo da vida humana: a comunhão, a reciprocidade. Todo ser vivo, sendo interativo é complementarizável, tem existência em si, mas requer parceria para subsistir, por isso os seres vivos dependem da cadeia alimentar. A sexualidade é uma forma de complementarização genética para sustentação da vida por aumento da imunidade6.

Ainda Gênese

5 Vide Apêndice 12.2 6 http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/940970-estudo-confirma-que-reproducao-com-sexo-melhora-especies.shtml

8

A sexualidade na puberdade, pelas alterações no metabolismo e SNC, atende a dois sistemas:

I. da procriação com regulações, funções em órgãos específicos;

II. da reciprocidade com competenciação, diacronia e esquemas adquiridos.

Uma energia interacional de sujeitos evolutivos é complementarizável, requer parcerias para evoluir. A monogamia humana sacramento é a forma básica humana da qualidade da vida; formata grupos sociais familiais.

A natureza interacional “concretiza-se” em sociedade interacional mediante sujeitos interpotenciados em instância psíquica. O Celibato Dom é a forma sustentável da expressão da comunidade humana. A associação grupal se faz por genes, por profissões, por interesses. A comunidade transcende.

Evidencia-se que há na natureza humana duas vertentes, quase instâncias, da reciprocidade. Uma que haure manancial da genética repetitiva: de gratificação para procriação e se potencia e se sustenta como amor interpessoal, matrimonial e familiar. Outra que haure manancial da genética/competência evolutiva inovativa: de gratificação potenciada na energia de reciprocação interrelacional comunitária, experienciada como bem comum.

A reciprocidade sexual preserva quantitativamente a espécie; a reciprocidade celibatária garante a sustentabilidade evolutiva da espécie. Por isso, o Celibato interessa à natureza. Ele não é contra a sexualidade; ele é o complemento evolutivo necessário que a natureza demarcou para ela. Portanto, interessa à natureza:

I. O Celibato seria contrário à natureza se a provocação da sexualidade fosse uma entidade monobloco: igual em todas as pessoas comuns ou normais, em todas as idades, em todas as situações na mesma idade;

II. Entretanto a provocação não é um monobloco:

a. a provocação difere de pessoa a pessoa, mais que de gênero a gênero;

b. a provocação é diacrônica [estágios e fases];

c. a provocação é sujeita a modificações orgânicas e influências do ambiente.

A sexualidade tem duas vertentes específicas: uma responde pela procriação e a outra inaugura a reciprocação, a operação culminante do sistema pessoa humana. As vertentes são diacrônicas, ou seja, são potenciais que se efetuam em estágios e suas dosagens variam quanto aos tempos e a outros fatores em cada pessoa. A vertente mais duradoura em todas as pessoas e que se confunde com o próprio objetivo da vida é a reciprocação.

5. Sobre Aprendizagem

O objetivo meta da Educação/Ensino é a cidadania. Em concreto a cidadania se alcança pela formação do sujeito pessoalmente equacionado, socialmente colaborativo, profissionalmente competente e sustentável. Em concreto o processo para a formação

9

desse sujeito percorre por etapas: do sujeito equacionado para o sujeito colaborativo, do sujeito colaborativo para o sujeito profissionalmente competente e sustentável.

A pessoa humana é um todo, mas por sua realidade diacrônica, sua formação requer comportamentos de atenção especializada.

No Ensino Básico, formam-se diretamente o sujeito pessoalmente equacionado e o sujeito sociocolaborativo; lançam-se as bases do sujeito profissionalmente competente e sustentável. O sujeito pessoalmente equacionado é trabalhado na Educação Infantil. Os Anos Iniciais do Ensino Fundamental consolida a Educação Infantil e trabalha a transição para o sujeito socialmente colaborativo. Os Anos Finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio são os dois momentos de relevante importância para a formação do sujeito pessoalmente equacionado e social/colaborativo. O sujeito pessoalmente adequado marca sua entrada no universo humano relacional e vai, pela aprendizagem da reciprocidade, acrescentar em seu espaço interior a consistência de sujeito colaborativo. O Ensino Médio é também um propedêutico para o Ensino Superior, para o sujeito profissionalmente competente e sustentável. O sentido da liberdade pessoal emerge do ordenamento das instâncias em si [regulação das funções para objetivos] e entre si para a epifania da pessoa.

6. Predisposição para Reciprocidade em níveis altos 6.1 Potencial da natureza para efetuar-se diacronicamente

A expressão genética e a ativação educacional do ambiente forjam a predisposição. O treinamento adequado das funções e competências transforma a predisposição em habilidades para administrar recursos e dificuldades relacionados ao Dom.

Os Binômios supra, por natureza, sistêmicos e complementares, com frequência são entendidos e praticados como fatores isolados; sendo, pouco considerados em sua dinâmica ontológica, subjetiva, interrelacional e social, eles não são entendidos como o conjunto dos fatores naturais donde emerge a [in] consistência, o [des] ordenamento, a propriocepção de [ir]realização pessoal, a própria fonte da postura epistêmica-operatória.

Diferentemente dos animais, o homem, a energia humana é interacional por seu objetivo e porque existe e opera em duas instâncias. “A energia vegetal é matéria complexa; a sensibilidade unifica organicamente o centro da reversão; a reversilização interacional pluraliza a reversão orgânica, reservando a unificação na pessoa mediante o ordenamento psíquico”.

Na sensibilidade ou instância da somestesia, com reversão centralizada no SNC7, há um sutil ordenamento psíquico; na reversilização da instância psíquica, há revérberos das redes sinápticas. A essa diversificada atuação da mesma energia codificada em genes e em competências, que exorbitam os caracteres dos genes, denominamos "existir em instâncias".

7 SNC: Sistema Nervoso Central

10

Existir em instâncias significa ser a articulação e o conflito das instâncias. Sendo a energia interacional, a pessoa se manifesta em duas instâncias e não formas, porque ao mesmo tempo, diferentemente e correlacionadamente.

Matéria é o padrão de repetição. Quanto mais largo é o ritmo, tanto mais nobre é o ser. Assim é a música erudita e o Canto Gregoriano.

O Organismo é a instância da energia materializada tridimensional - 3D. O psiquismo é a instância da energia inovável com padrão só abrangível quando reciprocado; é correlacionada ao organismo, mesmo nele é abrangível, quando reciprocada.

O sinal da predisposição é, portanto, um manifesto comportamento de interesse por atuações de ordem psíquica. É necessário desejar a reciprocidade em alto nível, para ser predisposto ao Dom do Celibato. Na história conhecemos essa predisposição nos chamados gênios. Os que eram casados não admitiam a outra parte em seu universo. Eram sós.

6.2 A Predisposição para o Dom: O predomínio do psiquismo pró-espiritual

Há operações humanas tão exigentes, que requerem capacidade de dedicação por longos anos, mesmo desde a infância. Há uma especialização das habilidades na prática de certas genialidades, que começam nas ações infantis, desde os mais tenros anos. Alguns santos como Luís Gonzaga e Teresinha do Menino Jesus; alguns gênios musicais como Mozart; no Brasil a pianista Guiomar Novais, que aos 17 anos conquistou em Paris o grande prêmio. E, em nossos dias, o pianista chinês Lang Lang. Todos eles foram crianças que, na tenra infância já engatinhavam na direção de seu horizonte. O que há neles em comum? A pouca afinidade com as ações comuns às crianças de sua idade e com o entorno [pelas ações coordenadas pela regulação da instância somestésica vigente] e uma intencionalidade precoce que os concentrava nas ações efetuadoras de um horizonte que os atraia.

Esta predisposição antecipa a vigência da instância psíquica sem antecipar sua regulação. É campo dos conflitos deste período; o que gera o conhecido conflito de emoções e de relacionamento nos sujeitos desde a puberdade até a adolescência.

Entre o Dom e a natureza que dá suporte à graça, intercorre a mediação da pedagogia. A natureza humana é contingente para o existir e é interacionante ou mediada para subsistir. Até para assimilar e manter o Dom a natureza precisa maturar-se e para tanto requer mediação adequada.

Assim como a pessoa tem direito de satisfazer as condições básicas da instância somática, tem direito às condições básicas psíquicas. As condições atendidas de cada personalidade são o nexo do vínculo comunitário. Sob o nexo há um chão.

6.3 A Competência Pioneira é o predomínio duma instância reverberando sobre a outra

Um terciário radical é o que oscila entre o idealismo e a falta de chão; é ser penalizado e não ter perdão pelas vezes que não é terciário puro. Em instância psíquica ele tem evidências. Em outras vias, suas regulações falham.

11

Para facilidade de trabalho reunimos sob o título “Competência Pioneira” o conjunto de todas as competências psíquicas. Sabemos que a cada expressão genética corresponde o conjunto das competências psíquicas comuns aos humanos. Assim como no DNA está toda a cadeia dos genes humanos, mas cada pessoa difere das outras pela finalidade e combinação dos genes nela ativados. Esse fenômeno é chamado “expressão genética”. Esses genes se desenvolvem em órgãos e regulações, sobressaindo o SNC. Assim também, as competências psíquicas, correlacionadas principalmente com o SNC se desenvolvem em esquemas e estratégias chamadas afetivas e cognitivas, e como os genes são ativados diferentemente. Ao construto da dosagem das competências, chamamos competência pioneira. Ela regula o núcleo da personalidade. Aplicando esta noção à predisposição dos nossos propedeutas, dizemos que eles têm competência pioneira terciária, ou seja, no SNC são do pré-frontal (neo-córtex); no psiquismo, tendem a atividades superiores.

A Competência Pioneira terciária pode ser classificada em:

I. Pioneira Terciária tangente 1 Somestesia: 2 Matemático; 3 Operatório/ operáveis (nexos redutíveis a conexões);

II. Pioneira Terciária tangente 1 Psiquismo: 2 lógico 3 relações/ relacionáveis (vivências são potenciáveis por simples advertência, ou redutíveis a operáveis por dianeologia);

III. Pioneira Terciária buscando consistência medeia entre ambas acima.

Patamares interacionais e cognitivos são criados por mediação das inter-relações.

É a pedagogia psicogenética, que queremos agora denominar pedagogia com viés de antropologia cristã, que desenvolve o equilíbrio entre os polos de cada binômio, que busca equacionar os binômios entre eles, e fazer tirocínio para que a partilha da 1ª infância, a comunicação da segunda infância e a enturmação somestésica da adolescência se desenvolvam de fato em competência de reciprocação de bom nível psíquico.

Por que o binômio dos gêneros? Em vista da razão de ser das estruturas do SNC, de crescer por reciprocação. Para que surgisse a vida sensível, a capacidade de interação entre vivências mais que entre viventes [que é o habitat vegetal] e a reciprocidade corpórea somestésica. Os humanos precisam do sexo para procriação, mas sendo racionais, os humanos precisariam da reciprocação somestésica como os não humanos?

- O funcionamento dos binômios nos humanos alteram a linearidade das funções dos não humanos. Esta afirmação quer significar que a reciprocação somestésica dos humanos desde o início foi diferenciada pela regulação interacional. Em princípio, do viés paradigmático, o ordenamento sistêmico e a diacronia, não se fixam com humanos na somestesia dos não humanos, cujo ordenamento acaba ali. Nem mesmo os de competência pioneira com acentuada somestesia, visto que o ordenamento lhes dá um horizonte diferenciado pelo psiquismo.

12

A Psicogenética, sob o viés da teleologia da evolução, vê a reciprocação como o grande fim da energia humana.

6.4 O exercício sazonal adequado das funções e competências transforma a predisposição em habilidades para administrar recursos e dificuldades relacionados ao Dom. (Metodologia )

Buscar processos de aprendizagem é buscar processos diacrônicos evolutivos. Ler os estágios diacrônicos iniciais como cognitivos é uma analogia aceitável em razão das demais fases da diacronia evolutiva; fixar-se nos formatos cognitivos é um viés pouco pedagógico, porque não conduz o todo da pessoa.

Como descrever a Competência Pioneira? Terciários pró-operatórios [sem os extremos do tipo: fundamentalistas e tangentes somestésicos].

6.4.1 Formação: Marcadores e Indicadores diacrônicos evolutivos Simulando qual seria o resultado de um teste com notas com um vocacionado:

Predição: Primeira Infância: Adiamento de Recompensa [nota 9]; esquema sensório-sensível de interagir [notas de 5 a 7] e de partilhar [notas de 5 a 7][intencionalidade para bondade]; Segunda Infância: esquema de conservação [notas de 5 a 8] e de colaboração [notas de 8 a 5]; Adolescência – [diferença e caráter público]= solidão ou enturmação8 [notas de 8 a 5].

Por que convinha que a humanidade de Cristo existisse no Verbo para nos redimir?

Para desempenhar toda a reciprocação que teve e que devia herdar, “geneticamente”, como segundo Adão, Ele devia ser um humano com o horizonte aberto de quem tem propriocepção de existir no deslocamento e sem risco de ser anulado no outro. Existir no Verbo, e não como pessoa humana, deu a Cristo a experiência abissal de poder mergulhar, sem perder-se, na relação do existir sem fronteiras.

Nesta primeira parte do Artigo, trabalhamos o eixo teórico da reciprocidade acentuando os elementos bio-psíquicos da comunhão. Vimos no “Sistema Pessoa”, em suas instâncias de somestesia e psiquismo, apresentado na figura 1, a síntese de todos os atributos que se imbricam no funcionamento humano. A seguir, na parte segunda, enfocaremos a metodologia da aprendizagem em vista da formação para a vivência do Dom do Celibato.

IIª Parte: Uma Metodologia da Aprendizagem da Reciprocidade para a Vivência do Dom do Celibato

Nesta segunda parte nossa tarefa é encontrar chaves pedagógicas para uma Aprendizagem da Reciprocidade que aproxime da “feliz aventura” o Dom do Celibato.

8 Não confundir roda de cerveja com enturmação; a solidão ataca o diferente até quando ama e ouve que é amado; o sujeito de caráter público porta consigo a roda de amigos.

13

Mas para a formação dos atletas, comparação ao gosto de São Paulo, é preciso antes do treinamento específico da modalidade, o treinamento para o ótimo condicionamento físico. Assim nossa tarefa vai se concentrar na preparação humana de nossos propedeutas. Vamos tratar que os jovens se tornem hábeis:

I. em ativar e administrar suas forças internas em situação de laboratório;

II. em manter-se operatórios, recorrendo intuitivamente à metodologia aprendida nas situações comuns;

III. em aplicar as estratégias reciprocativas em situações difíceis.

Pela proximidade da faixa etária e do ambiente cultural, julgamos que aos propedeutas vocacionados ao Celibato podemos aplicar os princípios pedagógicos dos estudantes das duas últimas séries do Ensino Médio e dos Cursos Técnicos [16 a 20 anos].

Instância Somestésica Instância Psíquica

Ações solidárias, esportes Conjuntos e projetos

Trabalhos acadêmicos Aproveitamento, transitividade, síntese

Deslocamentos Mapeamentos

Grupos Enturmação, pertença, caráter público

Figura 2. Chaves pedagógicas do Ensino Médio

Toda pedagogia, embora destinada aos que estão no mesmo estágio de desenvolvimento, contempla as diferenças pessoais. Para esse fim, os educadores atentos ao objetivo maior da Educação, a Reciprocidade, procuram marcar o ritmo do binômio somestesia – psiquismo, acentuando as chaves pedagógicas que o aluno tende a descurar.

Na teoria geral, a reciprocidade começa como acolhimento visceral - experiência feita em sua homeostase primeira de organismo humano; dela emerge:

I. O senso da corporeidade eliciada das ações sensório-sensíveis;

II. do senso de conjunto tanto de si como do exterior;

III. do púbere, o senso da enturmação e na advertência conceitual.

Contudo, a reciprocidade é espontânea nos níveis iniciais. Os níveis altos requerem predisposição terciária, inovativa em suas várias manifestações (intelectuais, espirituais e artísticas). Em nível de Dom requer a graça.

Sendo o Celibato um “Dom”, seu exercício requer uma predisposição; os vocacionados são recrutáveis entre os portadores dessa predisposição. Os chamados são portadores dessa predisposição. Temos que escutar nessa regra os nomes dos discípulos. Todos eles, chamados ao topo do Reino, ao cume da reciprocidade, traziam em si a predisposição para um Dom.

14

7. Metodologia sobre o aprendiz

Resumindo a teoria: o aprendiz veio através de estágios e de processos, mobilizado por dinâmicas sistêmicas [sistêmicas porque cada ação provocada envolve o sistema orgânico e sua teleologia, o sistema psíquico e o universo ao entorno] com um potencial para efetuar-se no objetivo essencial paradigmático, ou seja, comum e partilhável a todos os humanos. Nosso propedeuta encontra-se, para efeito de tirocínio, no estágio de transição entre adolescente e pró-adulto. Mais que mobilizado, premido pelas dinâmicas sistêmicas da instância psíquica que o querem longe das expansões somestésicas.

Este processo começou por volta dos sete anos. Por admirável sabedoria da natureza, ocorre aqui uma divisão das águas. A complexidade dos processos se torna tão aguda para os neurônios e suas atividades sinápticas que, para uma boa fase de acomodação, a natureza de alguma forma separa os campos de execução para poderem atingir a clareza dos novos processos, em toda sua intensidade e extensão: em instância somestésica e em instância psíquica.

Assim, quando na criança se desenvolve a química metabólica e das sinapses de sentir-se conjunto e de descobrir os objetos à sua volta formando conjuntos, é exatamente neste período que interação e cognição, que até ali procediam do mesmo processo operatório, começam a manifestar-se diferentemente, em somestesia e psiquismo. A partir da complexidade instituída, a cognição eliciada na instância somestésica é menos considerada; por outro lado, a interação afetiva que emerge da instância psíquica sofre da inconsistência da cognição somestésica. São assim todos os adolescentes.

Voltando ao momento púbere: como se portam nele os terciários? E os portadores de predisposição natural para o Dom?

I. Esquivos de lidar e manipular e se assenhorear dos objetos e suas leis e condições; o tato mal toca, mal pega, mal larga, não diferencia entre palpar, pegar, largar, agarrar, jogar e lançar; quanto aos odores mal diferenciam os mil odores que nos cercam;

II. Tornam-se também difíceis no interpretar objetivamente objetos e situações reais; interpõem sua precoce preferência pelo ordenamento terciário, dão interpretações imaginárias e fantasiosas às situações reais: veem o que não está lá; ouvem um trem, uma música, quase alucinações;

III. Nesta idade as áreas terciárias só funcionam como regulação genérica, como ordenamento de curto alcance, sem especificações ou pormenores. Embora se diga que já vão começar a entender por proposições o que fazem é mera lógica verbal: não são coerentes nos conceitos, muito menos congruentes entre dizer e agir. Na verdade só conseguem representar genericamente interações mal feitas.

Como vão agir em relação a sua sexualidade? Confusos como em tudo o mais. Como agiriam os somestésicos práticos em lidar com situações concretas? Concretamente, irão investigar, perguntar, tratar como um objeto. Os terciários tratam

15

como um mistério, com ansiedade, temor e pudor, os somestésicos vão se aventurar pelo pecado. E os terciários? Já pecando, antes de se aventurar.

Concretamente, quando falamos de predisposição para o Dom, falamos de um público cuja expressão genética ativada pela família e cultura tende a minimizar a prática das atividades corporais restringindo inadvertidamente suas manifestações. Frente às crianças de comportamentos manifestamente afinados com os sensoriais e ao trato dos objetos, eles se mostram desajeitados, medrosos e até aversivos. Sua sensibilidade é menos para diferenciar os objetos uns dos outros, que a emoção que experimentam frente a eles e às situações. Esses comportamentos indicam predisposição para futuras atividades de ordem psíquica, como estudos, artes e generosidade religiosa e social. Entretanto, a dificuldade para exercer os estágios sazonais sensoriais e da sensibilidade de conjunto poderá ser a armadilha contra o pretendido voo. O desenvolvimento psíquico requer um chão de decolagem.

A imagem da inter-relação ideal que cultivam tem dupla fonte:

I. pode ter sido formada sobre experiências de inter-relações sensíveis incompletas insatisfatórias;

II. o êxito das primeiras inter-relações já estava de antemão comprometido pela seletividade tendenciosa da pioneira.

Por essa dupla fonte ocorre que o jovem recusa por competência pioneira o que é tangido a buscar por paradigma: suas referências precursoras foram truncadas e precisam ser esclarecidas; ele encontrará relações psíquicas, mas sempre sob um alerta de risco, que não consegue interpretar. Emergem do senso de ordenamento, acusando déficit nas raízes somestésicas graduais.

A grande vitória antecipada torna-se uma vitória de Pirro 9!

Quanto mais plural se torna a sociedade, mais as redes sociais generalizam os princípios e despersonificam os alvos aos quais somos levados a conviver pelas práticas desse humanismo sem rosto. Hoje mais que antes, é necessário possuir as raízes de nossa reciprocidade, conhecer os fundamentos históricos da enturmação que nos tornou capazes de nos envolver num amor com a realidade e a amplitude de Cristo.

Nos propedeutas que precisam consolidar a aprendizagem da Reciprocidade, este conflito [que é a base do conflito adolescente] é natural desde o fim da adolescência, até a mocidade [29 a 30 anos]. É natural porque sua predisposição tende a valorizar a cognição mais que a interação. Portanto, não sentem que perderam algo realmente necessário à vida. Sentem apenas o espinho da carne nos pecados dos quais julgam poder desvencilhar-lhes por magia de sua vontade: querer é poder!

Na Metodologia, falamos da [modificabilidade] modificação da predisposição em capacitações, da transformação de ações rudimentares em operações sequenciais e de anseios em planos com dinâmicas e processos com começo, meio e fim. Com erros e falhas, mas também com ponto de arranque acionável pelo sujeito para retomada do

9 http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirro

16

processo. É preciso que a predisposição da reciprocidade se manifeste na enturmação dos esportes, nos grupos das atividades colaborativas de estudos segundo as preferências pessoais, nos grupos de atividades solidárias junto aos menos favorecidos – aqui é o momento da generosidade predispositiva para o Dom. O modo de interagir com os menos favorecidos terá o horizonte do evangelho “a mim o fizestes”, mas a modelagem do formador despertará no coração dos formandos o sentido intenso de viver a reciprocidade humana. Ensinar ali a diferenciar a compaixão-piedade da compaixão-reciprocidade como emoção existencial.

8. Metodologia da Reciprocidade

É uma visão teleológica: a natureza humana estruturada para assimilações e interações e relações psíquicas começa pelas interações orgânicas.

Jesus suportou que Pedro chegasse até à traição antes da conversão definitiva e continuou vacilante ante os poderosos. Suportou a arrogância de Tomé ameaçando a fé bruxuleante dos primeiros dias. Conviveu com todas as resistências dos que criticaram seus métodos de educador [seus discípulos trabalham no sábado, não jejuam, ele convive com pecadores]. Ele ensinava um novo passo a passo de reciprocar quando chamou as crianças e explicou a Nicodemos que é preciso saber renascer. O convite ao jovem rico e bom olhado com amor, mas que não tinha a predisposição à grande reciprocidade, ou seria alguém a quem em meio aos objetos e riquezas faltava ainda a posse da realidade. Principalmente, ele aceitou encarar a aprendizagem dura que pessoalmente Ele teve que fazer para reciprocar com cada um dos humanos.

9. Reciprocidade em conflito - Resgate da experiência da corporeidade vivida na magia da criança: poder mágico.

Que metodologia pode levar uma criança terciária a buscar o ordenamento sazonal que sua pioneira recusava? O que de paradigmático na criança faltaria para emudecer áreas sazonais?

Só pode ser o acolhimento visceral básico, aquele que se estabelece entre o organismo gerador e o organismo gerado. Talvez o déficit de acolhimento venha da competência pioneira: em casos de fetos com alta inovação, a cota oferecida pelo caminho comum da gestação não faz o encontro satisfatório à expressão genética, requer-se uma provocação mais precisa.

Quando o acolhimento básico surge, em momentos equivalentes, ele emerge como quadros neuroquímicos gerados da propriocepção de “ser amável”, com radiação luminosa, como se fosse feito de íons ou de choques de neutrinos; são experiências seriais de intensidade progressiva. Só a experiência interada e planejada do acolhimento como em seu processo de encontro primordial pode transformar-se em pró-esquema e se implantar por árduas decalages10.

O que o adolescente terciário [depois de infância com acolhimento insuficiente] não tinha e seus irmãos e colegas somestésicos tinham? O que ele pensava que se pudesse saber (ele teria) e então seria igual a eles? Ele já partia da postura do

10 Ver Apêndice: Acolhimento e Ser Amável.

17

saber e não do fazer: ele não perguntava o que eles faziam que ele não conseguia fazer? Com que eles se gratificavam que não o gratificava?

O que ele não conseguia entender era como eles lidavam tão facilmente com as coisas, brincavam tão distraídos entre si, entendiam-se tão facilmente, lidavam tão espontaneamente com seus corpos. Ele queria que lhe dissessem como era ser daquele jeito, ser tão parceiro da realidade. Pensava que obtida a informação resolvia-se o mistério. Melhor, como era sentir-se daquele jeito?

A chave não é saber, é ter quadros neuroquímicos que geram aquela propriocepção de estar de bem com a vida. E isto começa, quando terciários descobrem o que buscam e começam a entender que o que buscam é um resultado e o fator, basicamente, está em uma função de seu próprio cérebro, não de seu pensamento.

Assim a chave é descobrir:

I. que o que os terciários buscam na somestesia é a base real de sua reciprocação;

II. que os somestésicos experienciam reciprocação onde os terciários leem apenas fruição (a chave de código, o ordenamento difere nas pioneiras).

Por isso, os terciários são turistas na somestesia e os somáticos são turistas no psiquismo: o devotamento de ambos se faz por outros horizontes.

10. Resgate da experiência de ser um todo, um conjunto, na transição da magia para coerência lógica

As maiores dificuldades para ajudar o formando:

I. ele não conseguir saber do que precisa;

II. ele não entender que sua confusão interna tão existencial consiste em alguns fatores que podem ser vistos:

a. sem que se comprometa o núcleo de sua personalidade, de sua real dignidade;

b. com real benefício de sua pessoa e sua vocação.

A dificuldade origina-se pela faixa etária e pelo flanco concreto donde ela emerge: a sexualidade. Para ele é ignorado que a pessoa humana existe e opera em duas instâncias: a somática e a psíquica; que elas são correlacionadas (emergem da natureza), é diacrônico, mas que a somática reponta antes, parecendo primordial e fonte da psíquica. Entretanto, quando o adolescente púbere apenas ensaia seu metabolismo procriativo, seu psiquismo já ensaia interagir em sistema e ensaia envolver-se comunitariamente. Na reciprocidade a instância somática pressiona este jovem para que evidencie a certeza interna de “ser amável”; a instância psíquica pressiona que o faça

18

optando pela reciprocidade comunitária. Um adolescente que ainda nem conseguiu "estar de bem consigo" 11!

A precocidade terciária é o fator dos transtornos, não o celibato.

Os candidatos devem ser avaliados quanto às suas ferramentas somestésicas de interagir, as funções e as regulações. Quanto aos graus de afinidade com as realidades: objetos, situações etárias culturais, religiosas, esportes, grupos de trabalho e de lazer. Alto grau de afinidade espontânea nas habilidades somáticas e/ou reflexão sociológica é alerta de tangência vocacional [horizonte instável]. No entanto, os formandos não serão avaliados apenas quanto à realidade - habilidades e inter-relações sazonais; devem ser avaliados quanto ao empenho de praticar atividades de desenvolvimento de resgate e atualização. Levantado um crivo de realidade, deve ser preparada uma planilha com um núcleo comum e uma banda personalizada, conforme seja requerida pelo crescimento dos formandos. Este chão é necessário para uma vida superior sustentável e gratificante.

Somestésicos e psíquicos: parece que a dosagem somestésica pioneira implica em uma regulação de certezas de serem de caráter público todas as provocações dessa instância, como a sexualidade e sua reciprocidade. A dosagem terciária implica em uma regulação das evidências psíquicas e lógicas.

Os somestésicos por habilidade reciprocativa espontânea soem sintonizar expectativas e fazer abordagens oportunas sazonais, os terciários portam imagens de inter-relações ideais: porque são idealistas, porque não portam base para experiências realistas, porque têm experiências insatisfatórias a partir de suas bases e de suas abordagens dessintonizadas e inoportunas.

11. Considerações finais

Neste artigo buscamos refletir a questão levantada sobre a interrelação e o postulado de que com ela inicia a Reciprocidade. Esta começa nos processos metabólicos da instância somestésica reverberando correlativamente sobre as competências da instância psíquica. O senso intuitivo e prático de corporeidade é o pré-requisito necessário para que os processos metabólicos e psíquicos se configurem em processo de Reciprocidade. Em caso de déficit na corporeidade é necessário uma reposição suficiente dos processos para equacionar a atualização da Reciprocidade.

A partir destas propostas poderão ser compostas leituras que facilitem aos responsáveis pela formação poder reconhecer e reunir, entre vários sinais, aqueles que com qualidades e limites, componham um perfil em que alternem traços de interrelações, de busca da verdade, de valores, de generosidade e de mística.

Este trabalho ainda se propôs a oferecer mais uma contribuição à construção de uma Metodologia para a aprendizagem da vivência do Dom do Celibato. Não se propôs delinear um Método, um passo a passo do cotidiano. Serão necessários parâmetros e

11 Nota: Para fins de formação, nesta faixa etária, releva diferenciar sob as ações sexuais o comportamento do que se sente em casa e o comportamento do estrangeiro. No grau do senso de culpa o primeiro é “contraventor”, o segundo ora é anátema, ora é um personagem extraterrestre.

19

módulos de avalição de déficit e de reposição de processos, antes que se possa estabelecer a avaliação de aproveitamento.

A Reciprocidade é mais sutil que o amor. “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo12” requer mais que amar-se. Requer uma competência de reciprocar que coloca o amor de si como aprendiz do samaritano da parábola. É viver para a reciprocação e nela com os outros, com suas urgências; cuidar é consequência do possível. Aí se entende o Celibato Dom, vivido e gratificante nas pegadas de Cristo.

Fica ainda uma questão: a cultura permissiva atual poderia modificar a posição do pró-celibatário em relação à atividade sexual? Ele poderia passar a considerar as ações como meramente fisiológicas, ou seja, sem culpa?

- Um terciário sempre carrega em si a predisposição para diferenciar em sua sexualidade as ações do sistema de procriação das ações do sistema de reciprocidade.

Não há cultura que substitua o espaço interior criado pelas sumarizações sazonais: ser agente, ser intencional, ser conjunto [emotivo-advertido], ser enturmado [por enturmar] e ser socialmente habilitado.

Ficam propostos estudos futuros que verifiquem a intersecção do fazer colaborativo, em ferramentas de redes sociais, com a pedagogia da reciprocação, em vista da vivência do Dom do Celibato.

12. Apêndice

12.1 Acolhimento

Acolhimento - seus inícios.

No cérebro humano, o Giro do Cíngulo parece o tecido onde a evolução guarda e acumula o nexo entre organismo sensitivo e o ambiente.

“Situado na face medial do cérebro, entre o sulco cingulado e o corpo caloso (principal feixe nervoso ligando os dois hemisférios cerebrais). Há ainda muito por conhecer a respeito desse giro, mas sabe-se que a sua porção frontal coordena odores e visões com memórias agradáveis de emoções anteriores. Esta região participa ainda da reação emocional à dor e da regulação do comportamento agressivo. A ablação do giro cingulado (cingulectomia) em animais selvagens domestica-os totalmente. A simples secção de um feixe desse giro (cingulotomia), interrompendo a comunicação neural do circuito de Papez, reduz o nível de depressão e de ansiedade pré-existentes 13.”

Parece que o giro do cíngulo é a região que, reprocessando, transforma em emoção do indivíduo as primeiras discriminações instintivas dos sinais que são emitidos da amígdala cerebral. Por isso, na ablação do giro do cíngulo de animais selvagens modifica-se seu comportamento natural de predador. Semelhante modificação acontece na lesão da amígdala cerebral, região dos registros atávicos indeléveis [a estrutura celular dos neurônios amigdalares antecede à do giro do cíngulo]. Nas áreas septais

12 Mt 22,34 13 http://www.cerebromente.org.br/n05/mente/struct.htm

20

emergem as fortes gratificações corporais. As demais límbicas não parecem estar na gênese da conexão sensível, do envolvimento, do ad-fazer, da ad-feição.

O chamado circuito de Papez é o circuito de regiões do sistema emocional ou límbico onde, meta-analiticamente, onde se efetua em seus primórdios o acolhimento visceral e será futuramente o centro de envolvimento somestésico. A disfunção orgânica do circuito ou sua perda de objetivo percutida nas áreas septais seria a fonte da chamada depressão e ansiedade pré-existentes, mitigada pela cingulotomia [ablação de um feixe do circuito].

12.2 O “Emaranhamento Neuroquímico” Humano

“O processo de emaranhamento e seus efeitos fantasmas parecem os precursores rudimentares do “emaranhamento neuroquímico” dos humanos. Gêmeos univitelinos têm SNCs em estado de emaranhamento. O estudo da microbiologia genética sobre o paralelismo das personalidades desses gêmeos esclarece que suas “expressões genéticas” quase idênticas, ao receber ativações semelhantes, eliciam propriocepões similares, ou seja, fazem a mesma leitura dos mesmos sinais: fortes alterações vivenciais de um repercutem no outro, algumas vezes a distância, como se portassem transmissores e receptores especiais. A Parapsicologia denomina “telepatia” a comunhão emocional entre pessoas distanciadas.

O que focalizamos aqui é diretamente o processo que instala o emaranhamento nos SNCs diferentes, o canal neuroquímico que viabiliza os processos de interação. (neuroquímico: resultante de um fluxo de sinapses)

As estruturas comuns ao SNC humano são elas suficientes para criar as condições do emaranhamento?

- Sim; mais que através dos genes das espécies, é o funcionamento próprio da espécie, com sua forma sistêmica de integrar funções [especializações] cerebrais articuladas e correlacionadas com fenômenos psicológicos, que cria nossas condições de emaranhamento. Nos gêmeos é a identidade genética que prepara o processo, mas é o funcionamento comum intrauterino paralelo e muito próximo que cria as condições para os “efeitos fantasmas” (aparecimento dos mesmos comportamentos ao mesmo tempo, a distância)” (Xavier, 2006, pág. 37).

12.3 Ser Amável

Ser amável é mais que ser amado pontualmente. Ser amável é sentir-se merecedor de ser amado mesmo quando pontualmente se é ignorado. Ser amável é advertir que se tem o que oferecer na reciprocação; é ter certeza de que, ainda que a reciprocação seja de alto nível, há em mim um potencial que crescerá também e sempre terei o que oferecer; é ter certeza de que poderei captar o outro, elaborar o que ele oferecer e devolver-lhe elaborado e desejável como nova oferta de reciprocação. Isto é, merecer ser amado.

A propriocepção de ser amável emerge de quadros neuroquímicos oriundos no acolhimento e consolidados nas áreas íntegras integradas pela pioneira; ambos se completam também no resgate. Notar que o acolhimento que o adulto faz ao recém-nascido em qualquer espécie é um agir estrutural, de estrutura se preservando no igual.

21

O modo humano de fazer acolhimento e de receber o acolhimento deveria apenas acrescentar advertência à “amabilidade da estrutura acolhida”. Entretanto os humanos adultos, no uso da reversibilidade, conseguem questionar o inquestionável, colocando um recém-nascido na posição de carente de quadros neuroquímicos básicos de autorretaguarda e comunidade, essenciais para que a propriocepção de pertença tenha chão e a partilha seja sustentável.

A propriocepção de ser amável é operatória, busca multiplicar-se; a propriocepção de ser amado é passiva e singularizante.

Ser Amável é a suficiência do contingente: poder crescer em paz, "libertos de nossos inimigos".

13. Referências

13.1 Bibliográfica

“A Bíblia de Jerusalém”, (1973), Edições Paulinas, Brasil, p. 2366.

“Catecismo da Igreja Católica”, (2001), 11ª Edição, Edições Loyola, Brasil, p. 934.

“Compêndio do Vaticano II”, (1982), 15ª Edição, Editora Vozes, Brasil, p. 744.

Denzinger, Heinrich, (2007) “Compêndios dos símbolos, definições e declarações de fé e moral”, Edições Paulinas e Loyola, Brasil, p. 1467.

Documento de Aparecida, (2007) “Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe”,

Flavel, John H., (1986) “A psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget”, 2ª Edição, Livraria Pioneira Editora, Brasil, p. 479.

Gottman, John & DeClaire Joan, (1997) “Inteligência Emocional”, 8ª Edição, Editora Objetiva Ltda, Brasil, p. 231.

Gottman, John, (1999) “Trabalhando com a Inteligência Emocional”, Editora Objetiva Ltda, Brasil, p. 412.

Inhelder, Bärbel & Cellérier, Guy, (1992) “O desenrolar das descobertas da criança”, Editora Artes Médicas, Brasil, p. 309.

Jonhnson, H. Homer & Solso, Robert L, (1971) “Uma Introdução ao Planejamento em Psicologia: Estudo de Casos”, Editora Pedagógica e Universitária Ltda, Brasil, p. 233.

Machado, Ângelo B., “Neuroanatomia Funcional”, Editora Atheneu, 2ª Edição, Brasil.

Piaget, Jean, (1970) “A Construção do Real na Criança”, Tradução Álvaro Cabral, Zahar, Brasil, p. 360.

_______, (1978) “A Psicologia da Inteligência”, Livros Horizonte Ltda, Brasil, p. 201.

_______, (1978) “A Epistemologia Genética – Sabedoria e Ilusões da Filosofia – Problemas de Psicologia Genética”, Traduções de Nathanael C. Caixeiro, Zilda A. Daeir, Celia E. A. Di Pietro, Abril Cultural, Brasil, p. 426.

22

_______, (1974) “A Epistemologia Genética e a Pesquisa Psicológica”, Freitas Bastos, Brasil.

_______, (1976) “A Equilibração das Estruturas Cognitivas – Problema central do desenvolvimento”, Tradução Álvaro Cabral, Zahar, Brasil.

_______, (1971) “A Formação do Símbolo na Criança – Imitação, jogo e sonho, imagem e representação”, Tradução Álvaro Cabral, Zahar, Brasil.

_______, (s.d.) “A Noção de Tempo na Criança”, Distribuidora Record, Brasil.

_______, (1972) “A Práxis na Criança – Imitação”, Forense, Brasil.

_______, (s.d.) “A Representação do Mundo na Criança”, Distribuidora Record, Brasil.

_______, (1972) “A Vida e o Pensamento do Ponto de Vista da Psicologia Experimental e da Epistemologia Genética”, Forense Universitária, Brasil.

_______, (1973) “Biologia e Conhecimento”, Tradução Francisco M. Guimarães, Vozes, Brasil, p. 423.

_______, (1976) “Ensaio de Lógica Operatória”, Editora Globo/EDUSP, Brasil.

_______, (1978) “Fazer e Compreender”, Tradução Cristina L. de P. Leite, Melhoramentos/EDUSP, Brasil, p. 186.

_______, (1972) “Inconsciente Afetivo e Inconsciente Cognitivo”, Forense, Brasil.

_______, (1970) “O Estruturalismo”, Tradução Moacir R. de Amorim, Difel, Brasil, p. 119.

_______, (1977) “O Julgamento Moral na Criança”, Mestre Jou, Brasil.

_______, (1970) “O Nascimento da Inteligência na Criança”, Tradução Álvaro Cabral, Zahar, Brasil, p. 387.

_______, (1971) “Prefácio – In: AEBLI, Hans – Didática Psicológica: Aplicação da psicologia de Jean Piaget”, Editora Nacional/Editora USP, Brasil.

_______, (1972) “Problemas de Psicologia Genética”, Tradução Célia E. A. Di Pietro, Forense, Brasil, p. 157.

_______, (1970) “Psicologia e Pedagogia”, Tradução Dirceu A. Lindoso & Rosa M. R. da Silva, Forense Universitária, Brasil, p. 182.

_______, & Inhelder, Bärbel, (1968) “A Psicologia da Criança”, Tradução Octávio M. Cajado, Difel, Brasil, p. 146.

_______, & Inhelder, Bärbel, (1970) “O Desenvolvimento das Quantidades Físicas na Criança – Conservação e atomismo”, Tradução Christiano M. Oiticica, Zahar, Brasil, p. 359.

Pimentel, Mariano & Fuks, Hugo - organizadores, (2011) “Sistemas Colaborativos”, Elsevier Editora Ltda, Brasil, p. 375.

Rubio, Alfonso García, (2001) “Unidade na Pluralidade – O ser humano à luz da fé e da reflexão cristãs”, Paulus, Brasil, p. 695.

“TEB, Bíblia”, (1994), Edições Loyola, Brasil, p. 2480.

23

Xavier Jr., Joaquim Ferreira, (1967) “As Profundezas do Homem”, Ibel Editora, Brasil, p. 240.

_______, (2004) “A Psicogenética – Demarcando os processos da vida”, VespeR Editora, Brasil, p. 337.

_______, (2006) “Psicognética Educacional”, VespeR Editora, Brasil, p. 256.

13.2 Links:

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/940970-estudo-confirma-que-reproducao-com-sexo-melhora-especies.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirro

http://www.cerebromente.org.br/n05/mente/struct.htm

Carta Encíclica - SACERDOTALIS CAELIBATUS - Papa Paulo VI: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-

vi_enc_24061967_sacerdotalis_po.html

Exortação Apostólica Pós-Sinodal - CHRISTIFIDELES LAICI – Papa João Paulo II:

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_j

p-ii_exh_30121988_christifideles-laici_po.html

Exortação Apostólica - FAMILIARIS CONSORTIO – Papa João Paulo II:

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_j

p-ii_exh_19811122_familiaris-consortio_po.html

Exortação Apostólica Pós-Sinodal - PASTORES DABO VOBIS – Papa João Paulo II:

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_exhortations/documents/hf_j

p-ii_exh_25031992_pastores-dabo-vobis_po.html

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos:

http://www.presbiteros.com.br/site/celibato-eclesiastico-historia-e-fundamentos-teologicos-2/

Teologia e Magistério - A Importância do Celibato Sacerdotal: http://www.cliturgica.org/artigo.php?id=699