revista lubes em foco edicao 46

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EM FOCO A revista do negócio de lubrificantes A revista do negócio de lubrificantes Dez 14/Jan 15 Ano VIII • nº 46 Publicação Bimestral 00046 9 771984 144004 Prever o mercado é o grande desafio A bola de cristal dos futurólogos de plantão rachou e as previsões ficaram mais difíceis. A complexidade é o tema atual. Padrões API de influência mundial Entrevista com o gerente de licenciamento do Instituto Americano de Petróleo explicando o sistema EOLCS .

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EM FOCOA revista do negócio de lubrificantesA revista do negócio de lubrificantes

Dez 14/Jan 15Ano VIII • nº 46Publicação Bimestral

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1984

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04

Prever o mercado é o grande desafioA bola de cristal dos futurólogos de plantão rachou e as previsões ficaram mais difíceis. A complexidade é o tema atual.

Padrões API de influência mundialEntrevista com o gerente de licenciamento do Instituto Americano de Petróleo explicando o sistema EOLCS™.

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Tiragem

(5521) 2224-0625 R 22

RedaçãoTatiana Fontenelle

Layout e EditoraçãoAntônio Luiz Souza Machado da Cunha

Diretor de ArteGustavo Eduardo Zamboni

ImpressãoGrafitto Gráfica e Editora Ltda.

Publicidade e AssinaturasAntonio Carlos Moésia de Carvalho

CapaGustavo Eduardo Zamboni

RevisãoAngela Belmiro

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4.000 exemplaresE-mail dos leitores e [email protected]

Editor ChefePedro Nelson A. Belmiro

EditorialDiante de um quadro de indefinições, tanto econômicas quanto políticas, o mercado brasileiro de lubrificantes

precisa enfrentar os desafios próprios de um cenário em que a produção industrial cai, o crescimento do país fica estagnado e a indústria automobilística vive momentos de grande apreensão. Aliada a esses desafios, aparece também a queda vertiginosa do preço do petróleo e o aumento substancial da capacidade de produção de óleos básicos pelas novas unidades de refino em diversas partes do mundo. O processo inflacionário eleva os custos dos produtores nacionais de óleos básicos, e o preço de venda desses produtos cai, na busca pela competitividade com os importados.

Temos mostrado aqui, em artigos da ICIS, escritos com exclusividade para a LUBES EM FOCO, que o movimento de preços nos Estados Unidos foi direcionado para baixo de forma contundente, e que também da Ásia chegam novos volumes de básicos à disposição do mercado.

Os preços cada vez mais competitivos levam os produtores de básicos a ter que adequar seus preços à realidade do mercado, sem esquecer a realidade de seus próprios custos. Os produtores de óleos acabados precisam atender a uma legislação mais restringente e atender a metas estabelecidas. O óleo usado ou contaminado tem que ser coletado e enviado ao rerrefinador, que compete com procedimentos heterodoxos e, por vezes, ilegais no mercado. O cobertor fica curto para atender à cadeia produtiva completamente, e o frio econômico aumenta. A conta precisa fechar. Os elos da corrente precisam ser lubrificados para a saúde de todo o sistema.

O mercado brasileiro de lubrificantes já deu mostras de que amadureceu bastante em sua estrutura, estabelecendo fóruns de debates, grupos de trabalho, e focando o cuidado com suas instituições, entretanto, ainda há muito a ser feito, no conjunto de controle e fiscalização. O importante é que as informações circulem e os acertos continuem a serem executados.++A revista LUBES EM FOCO acompanha com extremo interesse todos os movimentos desse mercado, procurando ouvir, informar e orientar leitores e agentes, em busca das modificações importantes nesse processo de desenvolvimento. O 5º ENCONTRO COM O MERCADO é a prova mais contundente de participação e promoção da disseminação do conhecimento que podemos produzir para o mercado brasileiro de lubrificantes.

Os Editores

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Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA.Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - BrasilTel.: (5521) 2224-0625e-mail: [email protected]

Conselho EditorialAntonio Carlos Moésia de CarvalhoErnani Filgueiras de CarvalhoGustavo Eduardo ZamboniPedro Nelson Abicalil Belmiro

Diretor ComercialAntonio Carlos Moésia de Carvalho

Jornalista Responsável Angela Maria A. Belmiro - reg. 19.544-90-69

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O Maior Evento de Lubrificantes da América do Sul

30 de junho e 1º de julho de 2015Centro de Convenções SulAmérica - Rio de Janeiro - Rj

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Sumário

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Mercado brasileiro: Prever é o grande desafio.Uma análise do desempenho do mercado no ano de 2014 e as perspectivas e desafios a serem enfrentados.

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API: Padrões de qualidade de influência mundialEntrevista com o gerente de registro e licenciamento do API, esclarecendo o sistema americano que influência o mundo.

2015 - O ano da educação em segurança químicaEstudos na área de toxicologia evidenciaram a necessidade de se investir em educação, e o ano é esse.

Preços de básicos não diferenciam a qualidadeArtigo da ICIS mostrando como a queda dos preços do grupo II afeta diretamente o mercado de grupo I.

Mercado em FocoPesquisa da Editora Onze apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes e sua evolução no ano.

Teste da crepitação ou “chapa quente”Um ensaio de campo extremamente útil para se avaliar contaminação em óleos lubrificantes.

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28Programação de Eventos30

API GL-4 não é a esolha correta para motores modernosUma análise técnica condena o uso de uma classi-ficação de 50 anos em equipamentos modernos.

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Sudeste

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Lubes em Foco - O que é o Sistema de Licenciamento e Certificação de Óleo de Motor - EOLCS™ e qual sua importância?Kevin Ferrick - EOLCS™ é um programa voluntário de licenciamento e certificação que autoriza os for-necedores de óleo lubrificante de motor, atenden-do a requisitos específicos, a usar as marcas de qualidade do API. Lançado em 1993, o programa retrata um esforço cooperativo entre as indústrias de óleo e de aditivos e os fabricantes de veículos e motores norte-americanos e internacionais. Os re-

quisitos de desempenho e os métodos de testes são estabelecidos pelos fabricantes de motores e veículos e as sociedades técnicas e de comércio, como a American Society for Testing and Materials (ASTM), Society for Automotive Engineers (SAE) e American Chemistry Council (ACC).O EOLCS™ está apoiado por um contínuo pro-grama de monitoramento e reforço, que assegura aos licenciados a adesão aos requisitos do pro-grama. Isso inclui a realização de testes físicos, químicos e de desempenho nos óleos licenciados

O Instituto Americano de Petróleo – API tem exercido um papel fundamental na indústria mundial do petróleo e gás natural, por meio de seus programas de certificação, registros, licenciamentos, elaboração de normas etc. Conta atualmente com centenas de associados e desenvolve serviços especializados, treinamentos, eventos e estatísticas de ponta, além de mais de 500 publicações abrangendo todos os segmentos dessa indústria. Com relação ao universo dos lubrificantes, o Sistema de Licenciamento e Certificação de Óleo de Motor (EOCLS™), lançado em 1993, é um dos mais importantes para os fabricantes de óleo em todo o mundo, contemplando um esforço cooperativo entre as indústrias de óleo, aditivos e fabricantes internacionais de veículos e motores.A revista LUBES EM FOCO apresenta com exclusividade essa entrevista com o gerente do API para o EOLCS™, Sr. Kevin Ferrick, que nos fala sobre as características desse sistema de licenciamento e também do lançamento de novas categorias API para os óleos de motor.

APIPadrões de qualidade

que influenciam o mundo

Por: Tatiana Fontenelle e Pedro Nelson Belmiro

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e a verificação de que as marcas de qualidade registradas do API estão devidamente à mostra nas embalagens e comunicam informações pre-cisas aos consumidores.Lubes em Foco - Quantos licenciados existem hoje no mundo?Kevin Ferrick - Mais de 650 fornecedores de óleo es-tão, hoje, licenciados para expor as marcas de quali-dade do API em suas embalagens. Quase a metade está baseada nos Estados Unidos, e a outra metade espalhada por 70 países. Atualmente, temos três mar-cas brasileiras licenciadas. Uma lista completa está disponível na nossa página da Internet, em https://engineoil.api.org. Aproximadamente 13 mil produtos estão autorizados a expor as marcas API.

Lubes em Foco - Quais as vantagens para um pro-dutor brasileiro ter seu produto licenciado no API?Kevin Ferrick - A maioria dos fabricantes de motores e veículos recomendam aos seus clientes, proprietá-rios de automóveis e caminhões, os óleos licenciados pelo API. Isso inclui os veículos montados e vendi-dos no Brasil. Esses óleos licenciados são recomen-dados porque os licenciadores garantem ao API que seus óleos atendem aos rigorosos requisitos de per-formance, e o API também testa a maioria dos óleos para assegurar que o desempenho reivindicado é o mesmo do observado no campo.

Lubes em Foco - Quais são as etapas principais do processo de licenciamento e certificação de um produto?Kevin Ferrick - Os fornecedores que garantem que seus óleos de motor atendem aos requisitos do API e preenchem o requerimento online, em https://engineoil.api.org, podem ser licenciados a exibir as marcas de qualidade do API em suas embalagens. O processo de requerimento englo-ba os seguintes passos:

• Fornecer informações sobre a empresa;• Assinar acordo de licenciamento;• Colocar as informações técnicas dos óleos a se-rem licenciados:

9Marca Comercial, viscosidade SAE, categoria(s) de serviço API;

9Resultados de testes físicos e químicos 9Informações sobre aditivos, óleos básicos,

intercambiabilidade de básicos e analogia (read across) com outro grau de viscosidade;

• Garantir a exatidão dos dados informados;• Fornecer os códigos de rastreio do pacote de adi-tivos utilizado.

O API avalia os requerimentos assim que são recebidos. A revisão do requerimento; se ini-cia após o requerente ter submetido um produto completo para registro e pago a taxa necessária. Normalmente, o API precisa de 30 dias para re-visar um requerimento, entretanto, podemos pre-cisar de um tempo adicional, se houver questões quanto aos dados ou documentos recebidos. Situações que podem nos levar a estender o prazo de resposta incluem as seguintes:

• Dados incompletos;• Reivindicação de “Conservação de Recursos” (Resource Conserving) em conjunção com graus de viscosidades não listados nos mais recentes padrões ILSAC;

Kevin Ferrick

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• Confusão entre marca comercial e formulação submetida;• Uso de normas de intercambiabilidade de bási-cos ou analogia de viscosidade com graus de vis-cosidade menos comuns;• Uso de óleos básicos ou aditivos que se diferen-ciam muito das práticas existentes.

Lubes em Foco - Qual o custo desse licenciamento?Kevin Ferrick - Atualmente os requerentes pagam ao API uma taxa não retornável de US$ 3 mil na época da requisição. Essa é uma taxa por licen-ça requerida, que pode se referir a um ou vários produtos. Não é uma cobrança por produto. Já o custo dos testes para o atendimento dos requisitos do licenciamento é de responsabilidade do reque-rente ou do fornecedor do requerente, e é necessá-rio que todos os requisitos tenham sido atendidos antes de submeter um requerimento para a apre-ciação do API.Os fornecedores de óleo já licenciados devem pagar uma taxa mínima de licenciamento anual de US$ 3 mil e também uma taxa anual equivalen-te a US$ 0.005 (meio centavo de dólar) por cada galão de óleo licenciado vendido, após o primei-ro milhão de galões. Os requerentes só pagarão a taxa de requerimento no ano inicial de sua li-cença. A taxa adicional baseada no volume de óleo vendido é cobrada do licenciado na época da renovação da licença. Para se renovar uma li-cença no API, é necessário informar o volume de todos os óleos licenciados (embalados e granel) vendidos no ano anterior.

Lubes em Foco - Como funciona o sistema de cria-ção de novas categorias de óleos pelo API?Kevin Ferrick - O API trabalha junto com os fabrican-tes de automóveis e de motores diesel norte-ameri-canos e internacionais para estabelecer os padrões de desempenho para os óleos de motor a gasolina e a diesel. Os processos que estabelecem os pa-drões são descritos na norma API 1509, que trata do Sistema de Certificação e Licenciamento de Óleos de Motor (EOLCS™). Essa norma descreve o cami-nho de proposição de novos padrões para óleos de motor, os papéis dos grupos da indústria que têm in-teresse nos processos, os processos utilizados para desenvolver os novos padrões e os passos a serem seguidos para se atingir um acordo final sobre eles.Para desenvolver padrões para os óleos de motor destinados a carros de passageiros, o API trabalha junto com a Alliance of Automobile Manufacturers’ International Lubricant Specifications Advisory Committee (ILSAC) por meio de uma comissão co-nhecida como Auto/Oil Advisory Panel. Essa comissão orienta e facilita o desenvolvimento e a introdução de padrões de desempenho ILSAC para carros de passa-geiros movidos a gasolina e para veículos de serviço leves. Os padrões ILSAC formam a base técnica para o programa de licenciamento da marca API “Starburst”. O API também é responsável por desenvolver os pa-drões de desempenho para a categoria “S” de óleos de motor não cobertos pelos padrões ILSAC.Com relação aos óleos para motores diesel, o API trabalha junto com a Truck and Engine Manufacturers Association (EMA), baseada nos Estados Unidos, por meio de equipes de desenvolvimento de novas categorias. Essas equipes têm um papel similar ao do Auto/Oil, orientando e facilitando o desenvolvi-mento de novos padrões de desempenho para mo-tores pesados a diesel.

Lubes em Foco - Quais as principais dificuldades para se lançar uma nova categoria?Kevin Ferrick - O desenvolvimento de testes para medir o desempenho do óleo é tipicamente a parte mais difícil do processo de lançamento de uma nova categoria. Os desenvolvedores de teste gastam anos projetando testes potenciais, trabalhando bem próximo das indústrias de óleo e de aditivos, para determinar se os testes medem apropriadamente o desempenho desejado, para, então, os fabricantes

Estamos trabalhando atualmente em um desenvolvimento

simultâneo de novos padrões de óleos para motores a

gasolina e a diesel

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drões das datas originalmente propostas. O último ca-lendário proposto coloca o primeiro licenciamento para os novos padrões de óleos para motores a diesel em fe-vereiro de 2017, e os de óleos para motores a gasolina em novembro de 2017. Apesar desse prazo, todos os envolvidos nesses desenvolvimentos estão trabalhando arduamente para tentar antecipar essas datas.

Lubes em Foco - Que outro programa do API o senhor julga importante mencionar?Kevin Ferrick - O programa de licenciamento do API inclui algo denominado Motor Oil Matters, ou simplesmente MOM. Esse programa está projetado para direcionar os consumidores aos locais de troca de óleo que trabalham com os óleos de qualidade API. Os óleos lubrificantes embalados são fáceis de ser identificados, pois exibem as marcas de quali-dade API em seus rótulos, mas encontrá-los em pos-tos de troca que utilizam tanques de granel não é assim tão fácil, pois só o fornecedor e o distribuidor sabem o que existe nos tanques. É aí que o MOM entra para facilitar o consumidor. O programa reco-nhece o posto de troca que dá atenção à marca, ao grau de viscosidade e ao nível de desempenho do óleo que fornecem e, então, fornece essa importante informação aos consumidores. O MOM é um progra-ma importante nos Estados Unidos porque a maioria dos óleos lubrificantes é fornecida de tanques de granel. Porém o programa é projetado para proteger o consumidor em todo o mundo. Todos os proprietá-rios de veículos merecem os óleos de qualidade API e a confirmação por escrito de que esses produtos foram colocados nos motores de seus veículos.

de motores e veículos e as indústrias de óleo e de aditivos determinarem os limites de aprovação dos testes. O processo inteiro é um grande consumidor de tempo e às vezes difícil; entretanto, uma vez con-cluído, as indústrias envolvidas recebem testes que efetivamente medem o desempenho do óleo, e os consumidores recebem produtos de qualidade que protegem os motores de seus veículos.

Lubes em Foco - O API tem planos para lançamen-to de novas categorias de óleo de motor? Quais?Kevin Ferrick - Estamos trabalhando atualmente em um desenvolvimento simultâneo de novos padrões de óleos para motores a gasolina e a diesel. Esses pa-drões deverão incluir novos testes com requisitos de desempenho mais restritivos e abordar, pela primeira vez, requisitos diferenciados para os óleos de baixa viscosidade. Os produtos que atenderão a esses no-vos requisitos serão provavelmente identificados com uma designação especial ou novos símbolos, a fim de evitar uma aplicação equivocada pelos fornece-dores de serviço e pelos consumidores. Por exemplo, a nova categoria para óleos de motor diesel, que está sendo desenvolvido para substituir a API CJ-4, será provavelmente denominada de API CK-4, enquanto a que está sendo desenvolvida para óleos de baixa viscosidade poderá ser chamada de API FA-4.Uma aliança entre a Japan Automobile Manufacturers Association (JAMA) e a Truck and Engine Manufacturers Association (EMA) executa um trabalho cuidadoso para concluir o desenvolvimento de testes de motor propos-tos para os padrões. No entanto, alguns atrasos força-ram o API a licenciar inicialmente considerando os pa-

API Service Symbol “Donut” API Certification Mark “Starburst”

Marcas de Qualidade do API

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Desafios e complexidade Análise do mercado brasileiro de lubrificantes e suas perspectivas

A s dificuldades para o levantamento preci-so dos números do mercado continuam, pois a consolidação das diversas informa-ções existentes, como os volumes produ-

zidos, coletados, importados e rerrefinados, ainda

não se faz de modo sistemático, aproveitando to-dos os cruzamentos possíveis dos números dispo-níveis. A pesquisa realizada pela revista LUBES EM FOCO, que considera os contatos com os agentes de mercado, números de produção e venda, as in-

formações dos sistemas de comércio exterior, a qualidade dos produtos no mercado e suas análises críticas por técnicos competentes, chega a núme-ros bastante confiáveis, apresentando um volume total de óleos lubrificantes acabados, estimado em 1.482.000 metros cúbicos, para o ano de 2014.

O desempenho do mercado brasi-leiro de lubrificantes, no ano que pas-sou, foi diretamente impactado pelas características atípicas dos cenários político e econômico, além dos reflexos de uma conjuntura nacional enfraque-cida e instável. O resultado foi princi-palmente afetado pelos primeiros me-ses do ano, com as festas de carnaval tardias, entrando pela segunda sema-na de março, e a Copa do Mundo de

Por: Pedro Nelson Belmiro

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Gráfico 1 - Evolução mensal percentual do mercado em 2014 com relação a 2013

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futebol, em junho e julho, fazendo com que a queda do mercado, no primeiro semestre, chegasse próxima aos 5,5%. No segundo semestre, a campanha eleito-ral foi também um fator de impacto para a produtivida-de das empresas, entretanto, o período foi de recupe-ração, fazendo com que o resultado final melhorasse significativamente, amenizando a queda para 2,5%.

As variações que ocorreram durante o ano de 2014 sugerem certa flutuação no consumo de lubrificantes, própria de uma economia que procura os espaços para se desenvolver e, ao mesmo tempo, é pressionada pelas difi-culdades de um cenário de inflação cres-cente e baixo consumo. O gráfico 1 re-presenta bem essa flutuação, mostrando as variações percentuais de cada mês, com relação ao mesmo período de 2013, e apontando também para uma pequena melhoria no final do período.

Por tratar-se de um grande mer-cado, pois está entre os sete maiores do mundo, e com uma complexidade intrínseca evidente, além de enor-me variedade de características em suas regiões geográficas, torna-se de grande importância e também neces-sária uma análise segmentada e mais profunda de seus números.

É interessante observar, por exem-plo, o desempenho da região Nordeste que, apesar de representar apenas cerca de 7% do mercado brasileiro, teve uma alta de volume da ordem de 4,6%, em relação ao ano anterior, sen-do que seu consumo de óleos classi-ficados como industriais subiu acima dos 15%, e como automotivos teve um crescimento de 2,0%, em um período de grande dificuldade para a indús-tria automotiva. Para se ter uma ideia dessa dificuldade, a região Sudeste, maior consumidora, com quase 45% do consumo brasileiro desse tipo de lubrificante, teve uma queda de apro-ximadamente 5,5% em relação a 2013.

O gráfico 2 mostra a participação de cada região no volume total de óle-os lubrificantes do mercado brasileiro.

De acordo com a atual metodologia utilizada pela equipe da revista LUBES EM FOCO, os óleos lubrificantes de transmissão e de engrenagens es-tão fazendo parte do grupo dos óleos automotivos, que representaram, aproximadamente, 71% do volu-me total produzido, ficando os outros 29% para os da classe industrial, em que se incluem os óleos bá-sicos consumidos diretamente pela indústria, como óleos de processo, extensores e outras aplicações.

Sudeste

Sul

Nordeste

Centro-Oeste

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Gráfico 2 - Participação de cada região brasileira no mercado total de lubrificantes

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Gráfico 3 – Evolução do mercado de lubrificantes ao longo dos anos, em m3

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A Evolução do mercado

O mercado brasileiro de lubri-ficantes tem seguido uma trajetória crescente, ao longo dos últimos seis anos, e a queda apresentada no ano passado freia o processo de acelera-ção, mas ainda deixa números bas-tante significativos no contexto his-tórico de sua evolução (gráfico 3) e também no âmbito mundial.

É evidente o descolamento que o mercado de lubrificantes apresen-tou dos principais indicadores eco-nômicos do país, até mesmo aqueles mais ligados ao seu segmento, como a indústria automotiva, mostrando um processo de consolidação e maturi-dade já implantado e em evolução. Entretanto, podemos observar que, apesar do descolamento numérico, a tendência das variações percentuais do mercado tem acompanhado o di-recionamento do PIB Nacional, com um fator atenuante importante quan-do acontece o processo de retração (gráficos 4, 5, 6 e 7). Uma vez que o PIB apresenta grande ênfase no setor de serviços, que não consome lubrificantes, a variação desse setor o impacta de forma mais acentua-da do que o faz com o mercado de lubrificantes, que ainda se alimenta do consumo de veículos, máquinas e equipamentos existentes e em fun-cionamento.

O Brasil importador de Óleos Básicos

O Brasil importou, em 2014, aproximadamente 36% de suas necessidades, totalizando cerca de 486 mil metros cúbicos, o que, em comparação ao ano de 2013, representa uma redução de quase 19%.

O mercado de óleos básicos no mundo inteiro guarda uma relação direta com os preços internacio-nais do petróleo e, por isso mesmo, tem experimen-tado uma redução bastante significativa de seus pre-

ços. Além disso, o aumento da capacidade produtiva de refinarias produtoras de básicos dos grupos II e III fez com que a oferta desses produtos superasse, em muitos casos, a demanda dos grandes centros consumidores, levando os produtores mundiais a buscar novos mercados, sendo a América Latina um foco bastante interessantes para eles. Dessa forma, o Brasil experimentou a chegada de óleos básicos importados ao mercado, com preços bastante com-petitivos e com alta qualidade.

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Gráfico 4 – Evolução do mercado de lubrificantes: variação percentual

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Gráfico 5 – Variação percentual do PIB Nacional do Brasil (IBGE)

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O consumo de óleos básicos no mercado bra-sileiro seguiu, por questões óbvias, a tendência de queda do mercado de lubrificantes acabados, en-

tretanto, com algumas particularida-des que são importantes analisar. Se observarmos apenas o número final de 1.347.000 metros cúbicos, veremos uma demanda total em queda de 9,6%, em relação ao ano de 2013. É uma re-dução mais contundente do que a apre-sentada pelos lubrificantes acabados, e está relacionada principalmente com a queda das importações, uma vez que a produção local brasileira, representa-da pela soma dos volumes produzidos pelas refinarias com os volumes entre-gues pela indústria do rerrefino mante-ve-se praticamente estável, com uma ligeira alta de 0,1%.

Com exceção de pequeno volu-me de grupo II produzido pela plan-ta de rerrefino da empresa Lwart,

o Brasil produz exclusivamente óleos básicos do grupo I, necessitando, dessa forma, importar todos os básicos de alta qualidade que necessita. Dessa

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02009 2010 2012 20132011 2014

Gráfico 6 – Variação percentual produção de veículos no Brasil (ANFAVEA)

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forma, mesmo mostrando uma queda no volume total de básicos importados, o ano de 2014 apre-sentou um aumento substancial da importação de básicos dos grupos II e III, o que caracteriza uma elevação na qualidade dos óleos lubrificantes aca-bados demandados pelo mercado.

O Brasil exportador

A análise mais completa desse segmento, nos traz um outro ponto interessante, que é o volu-me de óleos básicos exportado pelo Brasil, e que apresentou um aumento de, aproximadamente, 42%, com relação ao ano de 2013, atingindo, em 2014 a marca dos 98 mil metros cúbicos.

Os principais destinos das exportações brasi-leiras de óleos básicos foram: a Holanda (33%), os Emirados Árabes (23%), a Índia (15%), a Nigéria (10,5%), a África do Sul (8%), a Venezuela (5%) e ou-tros, em pequena escala.

Os óleos lubrificantes acabados tiveram, em 2014, um desempenho nas exportações muito parecido com o do ano anterior, com um volume em torno de 35 mil metros cúbicos, tendo como destinos principais, os países da América do Sul, notadamente o Paraguai (41%), a Bolívia (22%) e Uruguai (22%), além de Argentina e Chile, em menor escala, e também alguns países da África, como Angola e Guiné Equatorial.

A produção local com grandes desafios

A competição com preços inter-nacionais dos óleos básicos tornou-se um enorme desafio para os pro-dutores locais, que são as refinarias da Petrobras e os rerrefinadores. O óleo precisa chegar ao mercado com um preço que permita ao produtor de óleo acabado ter alguma vanta-gem ao optar pelo produto nacional. Ocorre que, como já dissemos an-teriormente, e também como já foi amplamente abordada em artigos da ICIS escritos com exclusividade para a revista LUBES EM FOCO, a grande oferta de óleos básicos de alta quali-dade baixou seus preços ao nível do grupo I, e a América Latina passou

a ser um mercado interessante para os produtores desses básicos. Assim, o óleo básico produzido no Brasil não pode ter seus preços de mercado refe-renciados aos seus custos de produção e à reali-dade econômica do país. Na prática, a inflação, os custos de energia, mão de obra e transporte su-biram nos últimos meses, e a realidade do merca-do consumidor impede o repasse desse aumento ao preço final. Por outro lado, a escalada da taxa cambial, vem colaborar para a competitividade da indústria nacional, aumentando assim a complexi-dade do sistema.

A questão do rerrefino torna-se ainda mais crítica, uma vez que não trata somente de produ-ção de óleos básicos, mas também, da retirada do óleo usado ou contaminado do Meio Ambiente e do elo de fechamento da cadeia produtiva dos lubrificantes.

O Governo estabelece metas para a coleta, os produtores de óleos acabados contratam essa coleta junto aos rerrefinadores, que também são coletores e pagam pelo óleo usado coletado, para vender o óleo básico rerrefinado no mercado. É uma conta que precisa fechar, e os desafios opera-cionais, legais e financeiros são enormes. O sinal positivo nessa situação é que existe um grupo per-manente de estudos e monitoramento que promove um amplo debate para a harmonização entre todos os agentes envolvidos, e tem feito progressos.

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2009 2010 2012 20132011 2014

Gráfico 7 – Variação percentual da produção industrial no Brasil

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15

Como será o amanhã?

A bola de cristal dos economistas e futurólogos de plantão anda meio rachada e, para o mercado de lu-brificantes, as visões não têm sido tão nítidas, no meio de nuvens densas no caminho do crescimento do país, de uma incômoda pressão inflacionária e de um tiroteio político constrangedor. Não há um cenário otimista para se acreditar em uma recuperação rápida dos números de produção e consumo de óleos lubrificantes no Brasil, entretanto, o mercado já deu provas de sua consistên-cia, surpreendendo com o crescimento de mais de 8%, em 2013, e com a recuperação do segundo semestre de 2014, quando as estimativas de crescimento do país eram sistematicamente revistas para baixo.

Temos uma boa expectativa com relação às re-giões Norte e Nordeste, e qualquer incentivo que ve-nha para as indústrias automotivas e de transformação pode impactar positivamente o consumo de lubrifican-tes. Ainda existem fabricantes de veículos investindo no país e empresas globais lançando novos óleos e novas classificações no mercado. Na verdade, o segmento precisa ser analisado à luz de suas próprias relações

com a economia nacional e global, bem como com seus processos internos de desenvolvimento e regulação.

Estamos, hoje, em um patamar volumétrico his-toricamente elevado, em uma curva com tendência de crescimento, mas apresentando um ponto de in-flexão que poderá representar a estagnação dessa tendência, a inversão da mesma, ou ser apenas um esfriamento do ímpeto da aceleração, que poderá ser retomada com mais serenidade após o período de acomodação.

O ano de 2015 nos trará um período bastante interessante, em que a observação técnica e espe-cializada dos fatores que compõem a complexida-de do mercado brasileiro de lubrificantes torna-se imprescindível para uma análise consistente de tendências futuras.

Pedro Nelson Belmiro é Engenheiro Quí-

mico, Consultor Técnico em lubrificantes,

Co-autor do livro Lubrificantes e Lubrifica-

ção Industrial e coordenador da Comissão

de Lubrificantes e Lubrificação do IBP.

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S.M.S.

Por: Newton Richa

S.M.S. Uma Integração EstratégicaSAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

As pesquisas científicas na área da Toxicologia evi-denciaram que os produtos químicos podem causar praticamente todos os tipos de lesão e doença conhe-cidas, tais como: irritação, inflamação e queimadura pelo contato direto, reações alérgicas, atrofias, hipertro-fias, tumores benignos, cânceres, mutações genéticas transmissíveis aos descendentes e defeitos congênitos.

De acordo com o estudo Expert forecast on emer-

ging chemical risks related to occupational safety and

health (EU OSHA, 2009), na União Europeia morrem, a cada ano, cerca de 167.000 trabalhadores em con-sequência de seu trabalho. Em torno de 159.500 dessas mortes podem ser atribuídas a doenças re-lacionadas ao trabalho, das quais 74.000 (46,39%) decorrentes da exposição a produtos químicos. Tais doenças mortais correspondem principalmente aos diversos tipos de câncer.

A crescente exposição a produtos químicos pre-sentes no ar, na água e no solo constitui séria ame-aça à saúde humana, ao meio ambiente e à própria vida no planeta. Nesse contexto, a Segurança Quí-mica volta-se para a prevenção dos efeitos adversos para o ser humano e o meio ambiente, em todo o ciclo de vida dos produtos químicos, abrangendo

S.M

.S.

produção, armazenagem, transporte, manuseio, uso e descarte de resíduos.

A progressiva conscientização internacional sobre o assunto levou à criação da Abordagem Estratégi-ca para a Gestão Internacional de Produtos Químicos (Strategic Approach to International Chemicals Mana-

gement – SAICM), em fevereiro de 2006. Esse acordo internacional visa promover a gestão responsável de produtos químicos visando à meta de produção e uti-lização, com o mínimo de impactos negativos sobre o homem e o meio ambiente, até 2020.

No Brasil, cabe à Comissão Nacional de Segurança Química – CONASQ, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, encaminhar e articular, em nível nacional, as dis-cussões no campo da Segurança Química, notadamente os compromissos internacionais do governo brasileiro.

Tal cenário, associado ao fato de o país ser um dos maiores produtores químicos mundiais, levou a CO-NASQ a aprovar um Termo de Referência de Educação em Segurança Química, em 04.12.2013. Na ocasião, foi constituído um Grupo de Trabalho para implementá-lo a partir da realização de três Seminários: 31.07.2014, em Brasília; 10.09.2014, em São Paulo; e 18.11.2014, no Rio de Janeiro.

2015O ANO DA EDUCAÇÃO

EM SEGURANÇA QUÍMICA NO BRASIL

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25

Com o apoio de FUNDACENTRO, Clube de Enge-nharia, Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocom-bustíveis e UFRJ/PRH41, foi realizado o 3º SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO EM SEGURANÇA QUÍMICA, em 18 de novembro de 2014, com base na experiência dos dois eventos realizados anteriormente. A organização ficou a cargo de Cláudia Morgado (UFRJ), Maria Antonieta Gimenes (UFRJ), Fernando Vieira Sobrinho (FUNDA-CENTRO) e Newton M. M. Richa (UFRJ).

Gratuito, o seminário teve 132 participantes vincu-lados a universidades, instituições governamentais, empresariais, escolas técnicas, ABPA, Cruz Vermelha e outras. Foram abordados os seguintes temas:

• A Agenda Internacional de Segurança Química; • A Educação na Política Nacional de Segurança e

Saúde no Trabalho; • Termo de Referência de Educação em Segurança

Química – CONASQ/2013; • A importância da Educação Ambiental; • As ações voluntárias da indústria, expectativas e

contribuições sobre a Segurança Química nos cursos de formação e profissionalizante.

Em seguida, como eixo principal do evento, foi re-alizado o painel “Atividades Atuais e Propostas para a Educação em Segurança Química na Universidade”, tendo como moderador um representante do Conselho Regional de Química (CRQ 3) e apresentações de pro-fessores da UFRJ, UERJ, UFF e PUC-Rio, abordando as respectivas realidades.

As apresentações resultaram em ricas discussões, com grande proveito em termos de aprendizado e tro-ca de experiências. Ficou claro que a prevenção dos efeitos tóxicos dos produtos químicos sobre a saúde humana e o ambiente é assunto complexo, que requer ações preventivas e corretivas integradas nas esferas governamental, empresarial e universitária. Tais ações devem estar fundamentadas nas diretrizes de organis-mos internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), nos acordos internacionais ratifica-dos pelo Brasil, na legislação brasileira e nas melhores práticas disponíveis.

A universidade deve empenhar-se na formação de profissionais capacitados nos múltiplos aspectos

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18

da sustentabilidade, aptos para o desenvolvimento de estratégias e meios para eliminar ou reduzir os efeitos adversos dos produtos químicos. O governo deve regu-lamentar e fiscalizar, visando à produção de materiais menos tóxicos, à eliminação e à redução da exposição, das emissões atmosféricas, dos efluentes líquidos e dos resíduos sólidos. O setor privado, o grande vetor da produção e do comércio, deve reduzir os impactos negativos por meio da eliminação ou redução da expo-sição ocupacional e ambiental.

As avaliações evidenciaram grande mobilização dos participantes para contribuir na Educação em Seguran-ça Química. O Professor Júlio Carlos Afonso, da UFRJ, editor da revista Química Industrial, com a anuência da Associação Brasileira de Química, publicou uma matéria sobre o evento na edição de dezembro de 2014. Entre as propostas apresentadas, merecem destaque:

1- Organização de um Sistema Nacional de Divul-gação Seletiva de Informações em Segurança Química;

2- Identificação de programas e projetos de órgãos governamentais, empresas, universidades e outras ins-tituições, estratégicos para a inserção de temas de Se-gurança Química;

3- Articulação junto ao Ministério da Educação para inclusão de temas de Segurança Química na futura re-visão dos currículos escolares;

4- Articulação junto às instituições de fomento para inclusão de Segurança e Saúde no Trabalho nos res-

25

pectivos editais, para viabilizar o financiamento de pro-jetos de Segurança Química;

5- Inclusão dos requisitos de Segurança Química em monografias, dissertações de mestrado e teses de doutorado que envolvam a produção, o transpor-te, o armazenamento, a utilização e o descarte de produtos químicos;

6- Realização do 1º Congresso Brasileiro de Segu-rança Química – COBRASQ I (Proposta dos Professores da Escola de Química da UFRJ).

7- Realização de seminários voltados para os de-mais segmentos da sociedade brasileira, tais como empresas, governo, forças armadas, com desenho semelhante.

Sem dúvida, há muitas pessoas motivadas para a construção de um país melhor, sustentável e justo. Com liderança inteligente, 2015 promete ser o ano da Educa-ção em Segurança Química.

Regulamentação;+fiscalização.

Eliminação e a redução da exposição;- emissões

atmosféricas; - efluentes - líquidos

resíduos sólidos.

S.M.S.

Newton Richa é Mestre em Sistemas de

Gestão (UFF 2009), Professor dos Cursos

de Especialização em Engenharia de

Segurança do Trabalho e em Engenharia

de Manutenção da UFRJ

Page 19: Revista lubes em foco edicao 46

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Damáris Vieira Novo é psicóloga

organizacional, mestre em administração

e professora da Fundação Getúlio Vargas

(FGV). Consultora em gestão de pessoas e

Arteterapeuta [email protected]

As tensões atuais do momento, especialmente nas organizações em que trabalhamos, têm gerado estresse e doenças. Cada vez mais, temos que produzir resultados e alcançar metas desa-fiadoras em menor tempo possível. Por isso, o trabalho, para

muitos de nós, deixou de ser prazeroso. Diante desse quadro, o que um líder, principal responsável pelos resultados de sua equipe, pode fazer?

Para uma boa liderança, é necessário um líder que exerça influência sobre as pessoas, e que saiba extrair, das relações estabelecidas entre ele e sua equipe, a sinergia para a obtenção

de resultados eficazes. Nesse sentido, liderança é entendida como um processo de influência nos demais para que trabalhem com entusiasmo para cumprir seus objetivos.

Diversos livros, programas de desenvolvimento e treinamentos têm trazido grande contribuição aos líderes modernos, entretanto, ainda é preciso algo mais... As pessoas estão adoecendo e perden-do produtividade e, mais do que isso, o trabalho perde o sentido. Então, como resgatar o prazer no

trabalho, ajudando líderes e liderados a buscarem formas criativas de resolução de problemas?A proposta mais atual de estudiosos e especialistas em comportamento humano é desenvolver e

otimizar o potencial criativo, por intermédio das expressões da Arte, como saída transformadora, para des-cobrir novas maneiras de resolver velhos problemas, encontrando mais prazer na prática de suas tarefas.

Ainda se faz necessária uma mudança de paradigmas nos conceitos mais ortodoxos de administra-ção, bem como na mentalidade dos próprios funcionários, que precisam vencer suas resistências internas às

mudanças e às novas visões de mundo.Pensadores modernos, como Edgard Morin, lembram a importância de “deixar emergir a complementari-

dade entre arte, literatura, ciência e filosofia, para a melhor reforma do processo educativo”. Dessa forma, pode-mos estender esse pensamento ao processo administrativo e à produtividade organizacional, por tratarem-se de aspectos relacionados diretamente ao desenvolvimento humano.

A arte tem o propósito de provocar, perturbar, inspirar, ampliando nossas habilidades, nos tornando líderes mais flexíveis e competentes. A utilização de recursos da Arte estimula nosso juízo estético, agindo como fonte

de conhecimento, nos conduzindo para além das visões tradicionais. Ela nos ajuda a sair do status quo, trazendo respostas mais criativas para questões antigas.

Tornar um ambiente mais saudável é trabalhar com pessoas criativas e motivadas a atin-gir os resultados e as metas propostas, trazendo o melhor de suas expressões pessoais para a revitalização da imagem interna e externa da organização. Levar a Arte às empresas é um caminho inovador e eficaz para um desenvolvimento saudável.

A arte de liderar

com ArtePor: Damáris Vieira Novo

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Fontes de mercado que participaram do 10º ICIS Pan American Base Oil Conference em Nova Jersey, em dezembro de 2014, afir-mam que as diferenças dos preços globais

de óleos básicos estão se dissipando, já que as variações de qualidade entre os grupos foram re-duzidas pela concorrência cada vez mais acirra-da, devido ao excesso de oferta global. Esse fato é confirmado pelo diretor da consultoria Kline & Co., Ian Moncrieff, durante discurso na conferência. “A distinção da qualidade entre os básicos de Grupo I e de Grupo II não está mais fazendo diferença nos preços”, disse ele. Lembrou também que as taxas de utilização das plantas de óleos básicos estão caminhando para mínimos históricos, em que o

Por: Judith Taylor

preço limite para uma margem aceitável é o pra-ticado a uma taxa de, aproximadamente, 85% de utilização de plantas do Grupo I, e cerca de 75% para o Grupo II.

Os básicos de Grupo II são produzidos sobretu-do por meio de processos de hidrotratamento e são altamente integrados na operação geral da refinaria. Já as plantas que produzem básicos de grupo I usam um processo de tratamento com solventes, denomi-nados solvent neutral, que são frequentemente in-cluídos em uma refinaria por meio de uma unidade adicional. “Nos níveis atuais de utilização da capaci-dade das plantas de básicos de Grupo II, as margens produzidas são significativamente mais altas do que as de básicos de Grupo I”, completou Moncrieff.

Preços de óleos

básicos não diferenciam

mais a qualidade

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Nos Estados Unidos a evidência da paridade de preços é destacada pelas recentes reduções nos preços dos óleos básicos, em novembro pas-

sado, quando os produtores de Grupo I reduziram seus preços de lista em até 41 centavos de dólar por galão nos produtos de baixa vis-cosidade e, ao mesmo tem-po, os produtores de Grupo II baixaram em 25 centavos de dólar por galão os preços da maioria de seus produtos de baixa viscosidade. Essas reduções foram logo segui-das por outro movimento de baixas, em dezembro, que cortou preços de 50 a 55 centavos de dólar por galão para alguns produtores e de 60 a 65 centavos de dólar por galão para outros.

Existem, entretanto, condições atenuantes no mercado, que apontam variações entre as re-giões globais.

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Gráfico da EIA (Energy Information Administration)

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Vantagens estruturais nos Estados Unidos e no Canadá

De acordo com o conferencista Steve Ames, da SBA Consulting, existe uma vantagem estrutural nos Estados Unidos e no Canadá, comparados ao mercado global, que é inerente à região. “Essa vantagem decor-re do fenômeno do gás de xisto (shale gas), que resulta em custos operacionais e de energia global mais bara-tos para as refinarias e para os produtores nos EUA e nas porções canadenses da região norte-americana. O orador excluiu o México deste cenário, porque ele não possui a enorme quantidade gás natural e óleo de xisto encontrada nas outras duas áreas.

Outra parte da vantagem estrutural vem da lo-gística. A opinião do consultor é que, com a signi-ficativa infraestrutura instalada ao longo da Costa do Golfo, os custos de transporte marítimo e os tempos de trânsito necessários para a movimenta-ção dos produtos para a América do Sul, Europa e África são tipicamente mais atrativos do que aque-les de outras regiões produtoras de óleos básicos, como a Ásia.

As exportações norte-americanas de óleos bá-sicos atingiram 45% da produção local em 2014, e esse número tende a aumentar, à medida que novas capacidades se tornarem operacionais e as vantagens estruturais advindas do óleo de xisto e do gás natural persistirem.

Apesar de existirem alguns riscos para essas vantagens estruturais, e suas magnitudes pode-rem variar de produtor para produtor, os benefí-cios ainda permanecerão “por um bom tempo”, segundo Ames.

Um desafio relacionado a essas vantagens estruturais está no exemplo do tight oil da forma-ção Bakken, passando por um desconto médio de 12 meses, em relação ao petróleo Brent, de cerca de US$ 15 por barril, enquanto tem um desconto de cerca de US$ 8 por barril com relação ao West Texas Intermediate (WTI), um marcador-chave para o petróleo dos EUA.

Conforme afirma Steve Ames, cada dólar por barril de desconto traduz uma vantagem aproxima-da de US$ 7 por tonelada no custo de produção do óleo básico.

O gráfico da EIA (Energy Information Administration) mostra a tendência de queda do óleo cru ao final de dezembro de 2014.

A Logística faz a diferença

Joe Rousmaniere, da ChemLube International, lembrou que, embora os exportadores americanos de óleos básicos tenham varias vantagens sobre, por exemplo, os produtores asiáticos: as exporta-ções enfrentarão uma batalha para enviar produto para a Índia, e ele também vê isso acontecendo na maioria dos negócios na região asiática. “Nos pró-ximos 12 meses, vocês verão a Índia ultrapassar a China como o maior importador, e o Oriente Médio é a linha divisória entre o suprimento norte-ameri-cano de básicos para essa região e o suprimento de básicos vindo da Ásia”, disse.

Ele também vê os EUA assumindo uma posição chave para os mercados de exportação de Grupo II a oeste do Canal de Suez, com vantagens sobre produtores asiáticos nas vendas para a Europa: “As vantagens americanas para essas oportunidades de exportação giram em torno de US$ 30 por tonelada em custo de transporte, bem como somente 20 dias de tempo no mar”, completou Rousmaniere.

A leste do Canal de Suez, pode-se visualizar os produtores asiáticos de Grupo II competindo en-tre eles pelo mercado de importação indiano, que gira em torno de 2.6 mil toneladas/ano atualmente.

Segundo estimativas, as importações dos EUA giram em torno de 1,1 mil toneladas por ano de óleos básicos, e as exportações, em torno de 2,1 mil toneladas por ano. Entretanto, admite-se que o saldo de exportações tende a crescer forte-mente, devido à evolução de novas capacidades na Costa do Golfo do México: “As exportações americanas estão em forte crescimento”, lembrou Rousmaniere.

O Gasóleo de Vácuo (VGO) com um papel fundamental

As importações americanas de VGO da Rússia poderiam entrar em forte declínio e potencialmente criar falta dessa matéria-prima para os óleos bási-cos, por causa da mudança nos padrões de matéria--prima da linha e da análise econômica da refinaria. Essas importações representaram, em 2010, 7,3% do suprimento de VGO e, até 2013, a proporção su-biu para mais de 12%, conforme informação do dire-tor de análise de ativos de refinaria da empresa de consultoria Wood Mackenzie, Samuel Davis.

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Judith Taylor é a Editora Sênior da ICIS

responsável pelo mercado petroquímico,

incluindo óleos básicos. Especialista em

dinâmica de preços e logística.

O apetite crescente por importações refletiram no crescimento da produção de tight oil oriundo dos depósitos de xisto americanos. Por exemplo, o refino de tight oil vindo da formação de xisto de Eagle Ford oferece um mix de produtos em que o VGO tem apenas uma participação de 8%, enquan-to o tight oil da formação Bakken chega a 26%. Em contraste a isso, os petróleos Brent e o Bonny Light oferecem mais de 32% de VGO.

Enquanto, nos últimos anos, as expansões na capacidade de refino da Rússia permitiram uma maior exportação de VGO para atender à de-manda dos EUA, as melhorias nessas refinarias para atender às especificações mais rigorosas para os combustíveis permitirá à Europa aboca-nhar uma quantidade razoável do VGO disponí-vel: “Isto cria potencialmente uma situação em que as importações do VGO russo para a Costa do Golfo do México diminuirão dramaticamente”, disse Davis.

Confiabilidade no abastecimento de Óleo Básico: “O nome do jogo”

A segurança no abastecimento tornou-se de suma importância para o mercado atual de óleos básicos, e “Confiabilidade” é o nome do jogo.

Com os lubrificantes atuais de alto desemp enho, não pode haver dúvidas de que o óleo bá-sico correto vai estar realmente sendo utilizado. A confiabilidade do abastecimento global de óleos básicos certificados para níveis de desempenho específicos elimina esse problema.

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Por: Marcos Thadeu G. Lobo

OO TESTE DA CREPITAÇÃO ou da “CHAPA QUENTE” (em inglês Crackled Test) é um ensaio de campo extremamente útil para se avaliar a presença de água livre

e emulsificada, fluidos refrigerantes e suspensões voláteis em amostra de óleo lubrificante.

Contaminação de óleos lubrificantes por flui-dos refrigerantes ou compostos voláteis de baixo ponto e ebulição exibem comportamento similar.

Para a realização do TESTE DA CREPITAÇÃO é im-prescindível o uso de óculos e luvas de proteção, deven-do o local do ensaio ser bem ventilado.

O TESTE DA CREPITAÇÃO é extremamente útil na análise de óleos lubrificantes utilizados nos se-guintes equipamentos mecânicos:

6 motores de combustão interna; 6 sistemas hidráulicos; 6 turbinas a vapor e a gás natural;

6 eixos traseiros (diferenciais), caixas de mu-dança, comandos finais, cubos de roda;

6 compressores de refrigeração; 6 sistemas conjugados (sistema hidráulico,

caixa de mudanças, diferencial, redutores finais) de tratores agrícolas de pneus;

6 redutores de velocidade.

Redutor de velocidades Diferencial e cubo de roda

Turbina a vapor

Teste da Crepitação ou da Chapa Quente

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Contaminações por umidade de óleos lubrifican-tes com valores entre 0,1% e 0,2% demandam acom-panhamento rotineiro da carga de óleo, e contamina-ção por umidade superiores a 0,2% em volume (exceto para óleos de transformadores, em que a contamina-ção por umidade máxima admitida é de 25 a 30 ppm) demandam intervenção imediata através de troca da carga de óleo ou de procedimentos de desumi-dificação (centrifugação, tratamento por termo-vácuo, filtragem por elementos dissecantes etc.).

O TESTE DA CREPITAÇÃO é um teste extrema-mente simples que pode ser realizado na própria ofi-cina da planta industrial ou no canteiro de obras e, se aplicado, com regularidade, evitará muitas avarias motivadas pela contaminação do óleo lubrificante por umidade em sistemas hidráulicos, caixas de mudan-ça, diferenciais, cubos de roda, comandos finais, re-dutores de velocidade, turbinas a vapor etc.

Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro

Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação

da Petrobras Distribuidora S.A.

TESTE DA CREPITAÇÃOO teste consiste em se aquecer chapa

metálica a 160º C e pingar duas gotas de óleo na superfície metálica aquecida, verificando-se os seguintes sinais:

1. Ausência de crepitação audível ou visí-vel: indica que não há contaminação por água livre ou emulsificada.

2. Bolhas muito pequenas (< 0,5 mm) são produzidas e desaparecem rapidamente: indica a presença de, aproximadamente, 500 ppm (0,05%) a 1.000 ppm (0,1%) de água livre e emulsificada.

3. Bolhas de aproximadamente 2 mm são produzidas, juntando-se no centro da amostra, aumentando para 4mm e desaparecendo rapida-mente: indica a presença de 1.000 ppm (0,1%) a 2.000 ppm (0,2%) de água livre ou emulsificada.

4. Bolhas de 2 mm a 3 mm são formadas aumentando para 4 mm, o processo se repete produzindo crepitação audível e borbulhamen-to violento: indica a presença de água livre ou emulsionada acima de 2.000 ppm (0,2%).

Sistemas conjugados de tratores

Instrumentos utilizados no Teste da Crepitação

Page 26: Revista lubes em foco edicao 46

26

A indústria de lubrificantes depende de normas técnicas para garantir níveis con-sistentes de qualidade e desempenho, independente do fabricante do lubrifican-

te. Usuários finais devem se sentir confortáveis na crença de que, se um lubrificante apresenta uma classificação de desempenho no rótulo, este for-necerá a proteção e vida útil do equipamento que eles esperam. Mas isso é sempre assim?

A categoria API GL-4 foi criada há mais de 50 anos. Embora tenham surgido especificações de desempenho que a tenham suplantado, como a Categoria API GL-5, Categoria API MT-1 e a norma SAE J2360, a Categoria API GL-4 permanece ativa,

em que pese o fato de muitos na indústria conside-rarem que ela deveria ser aposentada.

Por que os lubrificantes com qualidade catego-ria API GL-4 não são a melhor escolha para os equipamentos atuais?

Um bom ponto de partida é considerar o equi-pamento que esses lubrificantes deverão proteger. Desde a época em que a Categoria API GL-4 foi introduzida, o desenho de eixos e transmissões, bem como as exigências a que esses equipamen-tos são submetidos, mudaram de modo quase ir-reconhecível:

API GL-4não é a escolha certa para equipamentos

modernos

Por: Equipe técnica da Lubrizol

Page 27: Revista lubes em foco edicao 46

27

• O número de transmissões sincronizadas aumentou, como também a variedade de mate-riais de atrito dos sincronizadores empregados nelas. Alguns exemplos desses materiais incluem bronze, molibdênio, resinas fenólicas e carbono;

• A potência dos motores modernos e velo-cidade de condução dos veículos aumentaram significativamente;

• Tanto veículos leves quanto pesados estão transportando cargas mais pesadas;

• Melhorias aerodinâmicas nos veículos aca-bam por reduzir o fluxo de ar capaz de resfriar eixos e transmissões, fazendo com que os lubrifi-cantes nos eixos e nas transmissões sejam subme-tidos a temperaturas de operação mais elevadas;

• Componentes dos eixos e transmissões estão sendo otimizados com o objetivo de redu-ção de peso. O volume do lubrificante em eixos e em transmissões foi reduzido;

• Os intervalos de troca do lubrificante estão cada vez mais estendidos.

O que tudo isso significa é que há menos fluido sendo exposto a um ambiente mais severo por períodos mais longos.

Os fatores acima impulsionam a necessida-de de aperfeiçoamentos contínuos da qualida-de dos fluidos de eixo e transmissão modernos, contribuindo para o surgimento de padrões de desempenho mais elevados que acabam por de-finir especificações de desempenho superiores para esses lubrificantes. Algumas mais recentes especificações de desempenho incluem:

• Especificações do fabricante do equipa-mento original (OEM) para fluidos de transmissões manuais sincronizadas, como: ZF TE-ML02, Volvo 97305, Volvo 97307 (para veículos comerciais), VW 501.50 e Ford M2C200C (para veículos de passeio);

• Categoria API GL-5 (ASTM D7450) e Padrão SAE J2360 para óleos de eixo;

• Categoria API MT-1 (ASTM D5760) para transmissões manuais não sincronizadas.

Como pode ser visto, apenas atender à Categoria API GL-4 já não garante que um flui-do proporcione o nível de desempenho exigido pelos equipamentos modernos. Sendo assim, por que a Categoria API GL-4 ainda está em uso? Os motivos podem ser vários, dentre eles o fato de API GL-4 ser um padrão mundialmen-

te reconhecido, especialmente nos mercados emergentes, e porque fluidos que atendem às mais recentes especificações de desempenho podem ser ligeiramente mais caros. Nesses mercados, os operadores e/ou donos dos ve-ículos procuram reduzir custos ao usar lubrifi-cantes baratos e não validados pelo fabricante do equipamento, desconsiderando o custo real da operação, resultante do uso de um produto de baixa qualidade ou inadequado ao uso no equipamento.

Embora a compra de um lubrificante inade-quado resulte em uma economia inicial, os valo-res gastos com reparos ou até mesmo a troca de transmissões ou eixos falhados em operação, em função do desgaste prematuro, superam em mui-to a aquisição de um produto recomendado pelos fabricantes, aparentemente mais caro. Também deve ser considerada a perda de receita resul-tante da paralisação do veículo para reparos.

Como esse problema pode ser abordado?

A resposta é através do uso do lubrificante adequado. A maioria dos fabricantes de eixos e transmissões modernos especifica o uso de lubri-ficantes concebidos para equipamento de hoje em dia. Esses podem ser categoria API GL-5 ou SAE J2360 para eixos de transmissão; categoria API MT-1 para transmissão manual não sincronizada; ou, no caso de transmissão manual sincronizada, um fluido de transmissão dedicado e aprovado para uso pelo fabricante do equipamento.

Talvez seja hora de a categoria API GL-4 ser aposentada (excluída?) de vez. Sem dúvida, já cumpriu seu papel e muitos especialistas do setor acreditam que deve ser declarada obsoleta. A me-lhor maneira de o proprietário de um veículo garantir a proteção e longa vida do eixo e transmissão, apre-ciando o conforto nas trocas de marcha e reduzindo seu custo operacional, é usar um lubrificante con-cebido para os equipamentos de hoje. Claramente, esse lubrificante não será aquele que atenda ape-nas às exigências da categoria API GL-4.

Equipe técnica da Lubrizol

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28

630

540

450

360

270

180

Mil m3

SUL SUDESTE NORTE NORDESTE CENTRO OESTE0

90

239.094 230.376

651.917

92.355 93.877

177.229185.454

131.202129.314

2013

2014

720

624.365

Total de lubrificantes por região

SUL SUDESTE NORTE NORDESTE CENTRO OESTE

2013

2014

0

360

420

300

240

180

120

60

182.402174.834

409.981

73.164 75.029

134.602 137.341

100.012 98.913

Mil m3 Lubrificantes automotivos por região

387.327

0

30

60

90

46.99447.26836.517

42.296

24.958 24.523

Mil m3

240

210

180

150

120

SUL SUDESTE NORTE NORDESTE CENTRO OESTE

2013

2014

219.979 217.212

16.392 16.156

Lubrificantes industriais por região

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2014/2013 por região (período jan-dez)

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

Análise comparativa por produtos

Mil m3

0

600

700

500

800

900

400

300

200

100

2013

2014

IND

US

TRIA

IS

347.181

AU

TOM

OTI

VOS

900.161873.444

345.115

GR

AX

AS

(t)

42.76346.522

O mercado em foco

O mercado brasileiro de lubrificantes em 2014

LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2014, fruto de pesquisa realizada pela junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras e Pesquisa Lubes em Foco

Óleos Básicos: Mercado Total: 1.347.000 m3

Produção Local: 959.000 m3

Refinarias: 682.000 m3

Rerrefino: 277.000 m3

Importação: 486.000 m3

Exportação: 98.000 m3

Mercado Total Óleos Lubrificantes: 1.482.000 m3

Produção Local: 1.486.000 m3

Automotivos: 1.055.000 m3

Industriais: 431.000 m3

Importação de óleos acabados: 31.500 m3

Exportação de óleos acabados: 35.500 m3

Mercado Total Graxas: 52.900 t

* Não considerados óleos brancos, isolantes e a classificação “outros”.Obs: Os óleos de transmissão, de engrenagens e os óleos básicos ven-didos à indústria estão incluídos no grupo dos industriais

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29

Cosan/Mobil

PetronasIpiranga

BRChevron

OutrosShell

Ingrax

18,6%

16,7%

13,7%13,2%

12,7%

9,0%

8,3%

7,8%BR

IpirangaMobilShellChevronPetronasCastrolYPFTotal Lubrif.outros

22,7%

13,5%

12,9%10,1%

9,5%

7,7%

2,4%2,0%

1,7%

17,6%

Participação de Mercado de Graxas em 2014Participação de Mercado de óleos em 2014

NOTA: Os dados de mercado correspondentes a anos anteriores podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

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Programação de Eventos

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para [email protected], e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

CursosData Evento

2015

Abril, 28 a 30

Maio, 6 a 8

Junho, 8 a 10

Biocombustiveis: mercado, regulação, tecnologia e investimentos - Rio de Janeiro: www.ibp.org.br/cursos

Análise de Falhas e Soluções de Problemas de Equipamentos Mecânicos - Rio de Janeiro: www.ibp.org.br/cursos

Lubrificantes e Lubrificação - São Paulo: www.ibp.org.br/cursos

Nacionais

Internacionais Data Evento

2015

Abril, 18 a 21

Abril, 22 a 23

Junho, 6 a 9

Outubro, 17 a 20

ELGI 27th. Annual General Meeting - Barcelona, Espanha: www.elgi.org

4th. Base Oil & Lubes Middle East 2015 - Abu Dabi, Emirados Arabes: www.baseoillubes.com

NLGI Annual General Meeting - Idaho - Estados Unidos: www.nlgi.org

ILMA Annual Meeting - Flórida, Estados Unidos: www.ilma.org

Data Evento

2015

Maio, 19 e 20

Junho, 30 e Julho, 1

Outubro, 27

1a Feilub – Feira dos Produtores de Lubrificantes - São Paulo - SP; www.simepetro.com.br

5º Encontro com o Mercado Lubes em Foco - Rio de Janeiro - RJ; www.lubes.com.br

VIII Simpósio AEA de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos - São Paulo - SP; www.aea.org.br

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Sua empresa vai estar acessível e será facilmente encontrada por:

• mais de 10.000 indústrias consumidoras de lubrificantes;• formuladores e produtores de óleos e graxas;• frotistas e transportadores;• outros interessados no setor de lubrificantes e graxas.

O Guia será distribuído gratuitamente a setores de compras e manutenção, além de associações e entidades representantes do setor e ampliará significativamente sua rede de clientes.

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[email protected].: (21) 2224-0625

Guia de Negócios da Indústria Brasileira de Lubrificantes

Empresas da cadeia produtivada indústria de lubrificantes e graxas 2015

Em tempos difíceis, é preciso encontrar o caminho certo!

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