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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
Título: A importância da elaboração de perguntas no processo de leitura
Autor Simone Terezinha Tauchert
Disciplina/Área (ingresso no
PDE)
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização
Colégio Estadual Sebastião Paraná. Ens. Fund. e Médio –
Palmas - PR
Município da escola Palmas
Núcleo Regional de Educação Pato Branco
Professor Orientador Prof. Me. Mônica Cristina Metz
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO
Relação Interdisciplinar
Resumo
Tendo em vista que as dificuldades de interpretação de textos,
em que os alunos não passam da fase de decodificação textual,
são problemas observados no Colégio Estadual Sebastião
Paraná, este trabalho propõe atividades que contemplam as
etapas do processo de leitura (decodificação, compreensão e
interpretação), a partir da canção infantil História de uma Gata
de Luiz Henriquez, Sergio Bardotti e Chico Buarque e do texto
Meninos do Chafariz de Julio E. Braz. O objetivo desta
proposta é refletir sobre a importância das perguntas feitas pelo
professor para a produção de inferências que favoreçam o
diálogo entre o texto e o leitor, a fim de levar o aluno a
produzir um novo texto a partir da sua interpretação. Nesse
sentido, buscamos discutir sobre a importância de o professor
propiciar atividades de leitura que levem o aluno a refletir
sobre o material que lê, fazendo suas interferências e suas
reflexões para além do texto, tornando-se um cidadão mais
crítico, participativo e atuante, social e politicamente.
Palavras-chave Leitura; Inferência; Leitor crítico
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo
Alunos de uma turma de 6° ano e Oficina para professores do
colégio.
1 - APRESENTAÇÃO
A presente proposta consiste em uma unidade didática, que faz parte do projeto “A
importância da elaboração de perguntas no processo de leitura”, e será aplicada no
Colégio Estadual Sebastião Paraná – Ensino Fundamental e Médio, na cidade de Palmas/PR,
com o intuito de sanar dificuldades de leitura de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. A
temática desta unidade é a importância da intervenção do professor no processo de leitura.
Quando falamos que os alunos têm dificuldades para compreender um texto, com
frequência pensamos que o problema é deles, ou não têm conhecimento sobre o tema ou
lêem superficialmente. No entanto, não pensamos que o problema possa estar no texto, com
exposição inadequada de ideias, ou mal estruturado, por exemplo.
Para tanto, não devemos buscar as causas da incompreensão textual no leitor ou no
texto em separado, mas na inadequação entre eles e, mais concretamente, no processo no
qual eles se conjugam: as inferências.
As inferências são um processo mental no qual deve ocorrer, primeiramente, a
compreensão das ideias explícitas, a evocação das ideias armazenadas na memória e, por
último, a conexão entre elas.
O leitor não deve ligar as frases do texto de qualquer maneira, mas sim ligá-las de
forma que se vá construindo ao mesmo tempo uma estrutura hierárquica entre as ideias que
o texto traz. Ou seja, ele deve ir construindo uma síntese da informação mais importante que
vai lendo e, ao mesmo tempo, mantendo ativa essa síntese nos sucessivos ciclos de
processamento da compreensão. Deve-se, no entanto, levar em conta que essas ideias podem
estar explícitas no texto e outras devem ser recuperadas da memória do leitor.
Uma grande parte dos alunos já traz para o 6º ano essa dificuldade porque não
tiveram atividades de leitura e interpretação que os levassem a sentirem-se preparados para
pensar o texto, interagirem com ele e, principalmente, levarem para seus cotidianos o que do
texto conseguiram extrair. Ou seja, o processo de leitura não se concretiza em sua totalidade.
Para tanto, pensamos numa proposta de atividades que levem o professor a:
perceber que há etapas no processo de leitura (segundo uma
perspectiva psicolinguística) e que cabe somente a ele compreender
essa nova perspectiva de se desenvolver atividades de leitura em sala
de aula;
repensar seu direcionamento em relação às atividades de interpretação
textual, de forma que perceba que é ele quem conduz o aluno a
interpretar um texto ou apenas decodificá-lo;
refletir sobre a diferença entre compreensão e interpretação de texto, a
fim de levar o aluno a produzir um novo texto a partir da sua
interpretação.
Além disso, nossa proposta objetiva, também, desenvolver Oficina de Leitura, cujo
tema são as etapas do processo de leitura, na I Semana Pedagógica de 2014, para todos os
professores interessados da disciplina de Língua Portuguesa, como também, de outras
disciplinas, do Colégio Estadual Sebastião Paraná.
Dessa forma, desenvolvemos um Material Didático específico para o aluno e que
está na primeira parte desta Unidade Didática. Nele, a linguagem dirige-se diretamente ao
aluno e não constam orientações específicas para o professor, por ser um material que pode
ser impresso e entregue para o educando resolver as atividades. Pensamos que não há
necessidade de o aluno ter em mãos orientações que cabem somente ao professor ao
conduzir suas aulas.
Para as atividades sobre o texto “Meninos do Chafariz”, vamos reproduzir uma cópia
do texto na íntegra, montando um livro para cada aluno, de forma que eles tenham o texto
em mãos para leitura integral.
Optamos por não inserir figuras neste material didático por motivos de direitos
autorais, no entanto, cabe ao professor utilizar imagens e/ou figuras nas suas aulas se bem
lhe convier, lembrando que sempre se faz necessário citar a fonte.
Um caderno será entregue para cada aluno para se colarem de forma gradual as
atividades a serem realizadas, ou seja, conforme vamos desenvolvendo as atividades, novas
serão coladas para a próxima aula. Até que todas elas estejam concluídas.
Nas Orientações Metodológicas, no item 3.1, há o material do aluno (atividades,
textos, canção) e nas caixas de texto, em azul, sugestões de como o professor poderá
desenvolver as atividades, e no item 3.2 há orientações sobre a Oficina que será destinada
aos professores de todas as áreas que serão convidados a participarem na I Semana
Pedagógica de 2014.
Novamente, ressaltamos que cada professor tem seu jeito próprio de lecionar e que
cabe a ele organizar-se com antecedência para desenvolver as atividades aqui sugeridas.
Como forma de apresentação final da Implementação Didático-Pedagógica para os
alunos e a comunidade escolar, um espaço no corredor central será decorado com
personagens dos textos trabalhados. A turma também fará a exposição dos cadernos
individuais com cada uma das atividades realizadas em sala de aula, expostos sobre mesas
decoradas.
Os portfólios estarão presentes em outras mesas e um banner ficará exposto com os
horários de exibição da peça teatral no salão central do colégio, de forma a convidar todos os
interessados a assistirem o teatro que será a parte fundamental de todas as apresentações.
2 - MATERIAL DIDÁTICO
1. Vamos ouvir uma canção infantil que talvez vocês já
conheçam e terão facilidade em cantar:
HISTÓRIA DE UMA GATA
http://www.youtube.com/watch?v=jxKQPnFAM7k
2. Agora vocês receberão fichinhas com palavras que fazem
parte da canção. Deverão colocar essas palavrinhas nos seus
referidos lugares na letra da música, enquanto a ouvem. E, depois,
vamos cantar juntos!
HISTÓRIA DE UMA GATA Luiz Enriquez/Sérgio Bardotti/Chico Buarque
Me alimentaram
me ________________ me aliciaram
me acostumaram. O meu mundo era o apartamento _____________, almofada e trato
todo dia filé-mignon ou mesmo um bom ________...de gato
me diziam, todo momento:
Fique em casa, não tome _________. (...)
livres gatos acariciaram Detefon lua
noite pobres luz apartamento filé
gata rua gataria barrada
portaria vento casa
3. A canção está agora projetada aqui na lousa e vamos ler
todos juntos!
Agora, as meninas vão ler as estrofes e os meninos, o refrão!
Depois, os meninos leem as estrofes e as meninas leem o refrão!
HISTÓRIA DE UMA gaTA
Me alimentaramme acariciaramme aliciaramme acostumaram. O meu mundo era o apartamentoDetefon, almofada e tratotodo dia filé-mignonou mesmo um bom filé...de gatome diziam, todo momento:Fique em casa, não tome vento. Mas é duro ficar na suaquando à luz da luatantos gatos pela ruatoda noite vão cantando assim:
Nós, gatos, já nascemos pobresporém, já nascemos livres.Senhor, senhora, senhorio.Felino, não reconhecerás.
De manhã eu voltei pra casa,fui barrada na portaria, sem filé e sem almofadapor causa da cantoria.Mas agora o meu dia-a-diaé no meio da gatariapela rua virando lataeu sou mais eu, mais gatanuma louca serenataque de noite sai cantando assim:
Nós, gatos, já nascemos pobresporém, já nascemos livres.Senhor, senhora, senhorio.Felino, não reconhecerás.
4. Vamos nesse momento assistir a um vídeo clipe no qual as
pessoas representam essa canção que estamos estudando:
http://www.youtube.com/watch?v=3rIp1ge_CQ8
5. Responda as questões a seguir. Perceba que você não vai
sentir dificuldades em respondê-las:
a) Onde a gata vivia?
b) O que ela comia?
c) O que os donos costumavam dizer a ela?
d) Qual é o veneno que seus donos costumavam passar na gatinha?
e) Se ela se comportasse bem, o que ela recebia em troca?
6. Responda as seguintes questões:
a) Por que ela foi barrada na portaria?
b) Como os donos a tratavam?
c) Como ficou a sua vida depois que saiu do apartamento?
d) Que tipo de comida quer dizer “um bom filé... de gato”?
e) Ao conviver com os gatos de rua, como ela passa a se comportar?
f) Em nossa convivência familiar, quem costuma utilizar a expressão “Fique
em casa, não tome vento!”? O que eles (elas) querem dizer com isso?
7. Seja esperto e responda estas agora!
a) Enquanto estava morando no apartamento, seus donos faziam algumas
exigências. Pense e responda, quais eram?
b) O que você acha que ela realmente queria?
c) Quem manda nela no início da história?
d) E quem manda nela depois que ela sai do apartamento?
e) Você acha que ela se arrependeu de ter saído de casa e por isso quis
voltar?
f) Por que a gata diz “eu sou mais eu, mais gata”?
g) E os gatos de rua eram felizes? Justifique.
h) Será que ela foi infiel aos seus donos quando resolveu ir para as ruas com
os outros gatos?
i) Qual é o tema (assunto) dessa canção?
j) E você, gostaria de ser uma (um) gatinha (gatinho) do apartamento ou da
rua? Explique sua escolha:
8. Preencha a tabela conforme as informações do texto:
GATA NO
APARTAMENTO
GATOS DE RUA
MORADIA
ALIMENTAÇÃO
DONOS
CUIDADOS BÁSICOS
ATITUDES
MORDOMIAS
LINGUAGEM
9. Analisando as respostas acima, preencha a próxima tabela
pensando na vida da gata após ela ter ido morar na rua com os
outros gatos:
GATA
MORADIA
ALIMENTAÇÃO
DONOS
CUIDADOS BÁSICOS
ATITUDES
MORDOMIAS
LINGUAGEM
10. Então, pense e responda:
Depois que ela ficou livre, você acha que ela se tornou mais feliz?
Justifique sua resposta:
11. Vamos pensar juntos numa peça teatral para que possamos
mostrar para toda a escola o que conseguimos interpretar da história
da gatinha? Então vamos lá!
12. Agora, observem este texto!
13. Vamos ler!
OS MENINOS DO CHAFARIZ (Júlio Emílio Braz )
Fragmento (...)
Passava depressa. Sempre depressa. Prisioneiro das mãos dos pais ou dos empurrãozinhos da empregada, que vivia olhando para os meninos com medo, procurava passar depressa e, quando ele queria saber por quê, respondia: - Essas crianças não prestam, meu filhinho! São perigosas! Olhava para eles e não conseguia ver nada daquilo que os olhos dela ou de seus pais enxergavam com tanta facilidade. Via crianças. Crianças de todos os tamanhos. Crianças como ele o maiores do que ele, mas sempre crianças. Sorrisos. Alegria. Divertia-se quando um ou outro surpreendia e saltava pelado de dentro da água. Um e mais um e mais um, muitos deles, corpos molhados, sorriso na cara, correndo pelados para o Passeio Público, rumo ao verde das árvores e das alamedas floridas, ou para os Arcos da Lapa. Ria com eles. Ria deles. Ria para eles. Ria. Em certa ocasião, chegara até mesmo a acenar para um deles e chorar, assustado, sem entender muito bem quando a mãe lhe deu um tapa na mão e, cheia de raiva, gritou: - Não faça isso, menino! Nunca mais, ouviu? Nunca mais! Por quê? Que mal fizera? Sem entender, ainda assustado, realmente acuado pelo olhar da mãe, encolheu-se e chorou...ah, chorou mesmo! Passou muitos dias sem compreender o que fizera de errado e, infeliz, escondeu-se na vastidão de seu quarto, os brinquedos abandonados em seus lugares e outros chegando algum tempo mais tarde, com o olhar arrependido e o sorriso envergonhado da mãe. - Não faça mais aquilo, tá bem, filhinho? Ele ia recebendo os presentes – um, dois, três, quatro embrulhos bonitos e presos por cintilantes laços vermelhos – sem entender o que afinal de contas fizera
de tão errado... - Aquilo o quê? Apenas acenara para os meninos do chafariz, simplesmente encantado com a alegria do seu ir-e-vir nas águas, os corpos molhados e brilhantes, correndo pra tudo quanto era lado, perseguindo os pombos com uma alegria que parecia sem fim, uma felicidade que por vezes invejava, mas que também o confundia. Eles não tinham nada. Suas roupas eram velhas e sujas. Os rostos e os corpos muito ossudos e igualmente sujos. Eles eram magros, muito magros, tão magros que, quando sorriam, as roupas velhas e rasgadas mais pareciam grandes lençóis grandes e encardidos eu se transformavam em enormes asas, e todos pareciam voar como grandes borboletas. Bandos barulhentos de borboletas felizes rodopiando sem parar em torno do chafariz, aparecendo e desaparecendo, as asas murchas e encharcadas de água, agora transformadas em reluzentes mantos que refletiam a forte luz do sol de verão. Como se sempre fosse verão e sempre houvesse alegria em suas vidas, como se jamais conhecessem outra coisa além da felicidade. Aquilo o confundia. Felicidade estranha. Sem brinquedos. Sem roupas. Sem casa. Na rua. Correndo entre os carros. Queimando os pés descalços no asfalto quente. Magros. Sujos. Dentro da água fria do chafariz. Diferente. Não entendia e, tentando entender, olhava para os brinquedos que se espalhavam pelo quarto. Os corredores bonitos e limpos do apartamento. A praia do outro lado da rua. O vidro da janela, na maioria das vezes, mantendo-o distante. Da rua. Da praia. Das pessoas. Do sol que, generoso como só ele sabe ser, espichava preguiçosamente um de seus raios brilhantes até o seu quarto para aquecê-lo – um simples toque, um gesto quente e, por isso mesmo, envolvente, amigo, carinhoso Nessas horas, sentia algo não muito bom dentro de si, um vazio profundo, cada vez maior que o deixava primeiro confuso e depois infeliz, estranhamente infeliz. Nessas horas também, e quase em querer, pensava nos meninos do chafariz. Ficava vendo cada um deles, borboleta saltitante pelas ruas movimentadas da cidade, velozes e sorridentes sombras ziguezagueando entre os carros, estátuas cheias de curiosidade perfiladas diante de todas as vitrines que os impediam de entrar nas lojas, crianças como ele. Pensava e chegava a ouvir o cascatear murmurante das águas do chafariz, um barulhinho gostoso, acariciante. Podia até mesmo vê-los correndo em sua direção, pés sujos, bem rápidos, as roupas transformadas em asas. (...)
14. E agora vamos pensar!
a) Onde os meninos brincavam?
b) Onde o menininho morava?
c) Com quem ele vivia?
d) A mãe aprovava a admiração dele pelos meninos do chafariz?
e) Como era a vida dos meninos que brincavam no chafariz?
f) O menino comparava os outros meninos com qual animal?
15. Perceba como agora não está tão difícil de compreender o
texto. Vamos lá!
a) Por que o menino chorou depois do passeio com a mãe?
b) Depois de chamar a atenção do filho, o que a mãe faz para agradá-lo?
c) Descreva os meninos de rua.
d) Descreva as roupas deles.
e) O que mantinha o menino no apartamento e longe das coisas da rua?
f) Ele era feliz dentro do apartamento?
16. Vocês, sozinhos, vão responder a estas questões. Percebam
como agora está bem mais fácil!
a) O garoto vivia num ambiente limpo, tinha um lar, brinquedos, bens
materiais. Ele era feliz? O que faltava para a felicidade do garoto? Os garotos
do chafariz vivem em liberdade. Eles permanecem dessa forma durante todo
o texto. São livres para ir e vir, mas não têm muitas coisas materiais como
roupas e calçados. Isso os impediu de serem felizes?
b) O texto traz a ideia de que a posse e os brinquedos não garantem a
felicidade. Você concorda? Por quê?
c) Por que não aparecem os nomes dos meninos do chafariz?
e) O que de fato traz felicidade a uma criança?
f) Os pais não deixam o filho livre para sair à rua, brincar com os garotos do
chafariz. Ele permanece nesse estado durante o texto todo. O que você acha
que o menino deveria fazer para conseguir a liberdade e ser mais feliz?
g) O relacionamento da mãe com o filho é de amizade, companheirismo ou
opressão? Comente.
17. Vamos agora recortar de revistas (e jornais) os personagens e
cenários, fazendo uma montagem da história original da Canção
História de uma Gata, para expormos no corredor principal do colégio
no dia da apresentação da nossa peça teatral, de forma que todos os
alunos e comunidade escolar possam apreciar os trabalhos que
desenvolvemos durante esse período em que pudemos perceber como é
bom ser livre, mas essa liberdade também traz consigo certas
responsabilidades:
18. Pensando na vida que a gatinha (da Canção) e o menino (do texto)
levavam enquanto viviam em seus apartamentos e no desejo que ambos
tinham em serem livres, escreva um texto contando o que mais você
percebeu de relação entre os dois textos: História de uma gata e Garotos
do Chafariz, de forma que possa comentar o que aprendeu com a leitura
dos mesmos.
3 – ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
3.1 – Atividades a serem desenvolvidas com os alunos:
1. Vamos ouvir uma canção infantil que talvez vocês já conheçam e terão
facilidade em cantar:
HISTÓRIA DE UMA GATA
(Trecho da peça Os Saltimbancos de Chico Buarque. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=jxKQPnFAM7k>. Acesso em: 29 set 2013).
Professor, nesta primeira atividade, cativar o aluno para chamar atenção à letra, explicando por
quem ela foi composta e onde foi veiculada.
2. Agora vocês receberão fichinhas com palavras que fazem parte da canção.
Deverão colocar essas palavrinhas nos seus referidos lugares na letra da música,
enquanto a ouvem. E, depois, vamos cantar juntos!
HISTÓRIA DE UMA GATA
Luiz Enriquez/Sérgio Bardotti/Chico Buarque
Me alimentaram me ________________ me aliciaram me acostumaram. O meu mundo era o apartamento _____________, almofada e trato todo dia filé-mignon ou mesmo um bom ________...de gato me diziam, todo momento: Fique em casa, não tome _________. livres gatos acariciaram Detefon lua
noite pobres luz apartamento filé
gata rua gataria barrada
portaria vento casa
Para a realização desta atividade, entregar a letra da canção em folha sulfite, com espaços grandes de forma que os
alunos consigam colocar as fichas com as palavras (recortadas com antecedência) nos espaços corretos. Ouvir
novamente a canção para que possam corrigir e, só então, colar as palavrinhas.
ra da canção em folha sulfite, com espaços grandes de forma que os alunos consigam colocar
as fichas com as palavras (recortadas com antecedência) nos espaços corretos. Ouvir
novamente para que possam corrigir e, só então, colar as palavrinhas.
Essa atividade serve para desenvolver técnicas de leitura somente, de forma que as crianças
memorizem com mais facilidade a letra da canção.
3. A canção está agora projetada aqui na lousa e vamos ler todos
juntos!
Agora, as meninas vão ler as estrofes e os meninos, o refrão!
Depois, os meninos leem as estrofes e as meninas leem o refrão!
(Projetar em slide)
HISTÓRIA DE UMA gaTA
Me alimentaramme acariciaramme aliciaramme acostumaram. O meu mundo era o apartamentoDetefon, almofada e tratotodo dia filé-mignonou mesmo um bom filé...de gatome diziam, todo momento:Fique em casa, não tome vento. Mas é duro ficar na suaquando à luz da luatantos gatos pela ruatoda noite vão cantando assim:
Nós, gatos, já nascemos pobresporém, já nascemos livres.Senhor, senhora, senhorio.Felino, não reconhecerás.
De manhã eu voltei pra casa,fui barrada na portaria, sem filé e sem almofadapor causa da cantoria.Mas agora o meu dia-a-diaé no meio da gatariapela rua virando lataeu sou mais eu, mais gatanuma louca serenataque de noite sai cantando assim:
Nós, gatos, já nascemos pobresporém, já nascemos livres.Senhor, senhora, senhorio.Felino, não reconhecerás.
(Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/historia-de-uma-gata.html>. Acesso em: 18 out. 2013).
4. Vamos agora assistir a um vídeo clipe no qual as pessoas fazem
uma representação teatral dessa canção que estamos estudando:
(Trecho do filme "Os Saltimbancos Trapalhões", de 1981, com a música "História de
uma gata", cantada por Lucinha Lins e com interpretação de Os Trapalhões. Disponível
em:<http://www.youtube.com/watch?v=3rIp1ge_CQ8>. Acesso em 17 nov. 2013).
! Professor, aproveite para cantar com seus alunos e se divertir!
5. Responda as questões a seguir. Perceba que você não vai sentir
dificuldades em respondê-las:
a) Onde a gata vivia?
b) O que ela comia?
c) O que os donos costumavam dizer a ela?
d) Qual é o veneno que seus donos costumavam passar na gatinha?
e)Se ela se comportasse bem, o que ela recebia em troca?
6. Responda as seguintes questões:
a) Por que ela foi barrada na portaria?
b) Como os donos a tratavam?
c) Como ficou a sua vida depois que saiu do apartamento?
Essas questões iniciais são de Decodificação, para as quais certamente os alunos não encontrarão
dificuldades ao responder. Lembrando que a Decodificação é a primeira das fases do processo de leitura, em
que o aluno reconhece os símbolos escritos e pode perfeitamente lê-los, pronunciá-los. É necessário esse
reconhecimento para que possa relacionar esses símbolos aos seus significados e, a partir disso, possa iniciar
o processo de compreensão textual. Portanto, as questões são feitas superficialmente e as respostas são
facilmente encontradas no texto.
Professor, nas questões abaixo, os alunos deverão apresentar um pouco de dificuldade, pois são
questões de Compreensão, chamando-o para auxiliá-los. A Compreensão é a segunda das fases
do processso e está diretamente ligada à Decodificação. Na Compreensão, o aluno é capaz de
captar a temática, os tópicos principais do texto, de conhecer as regras sintáticas e semânticas
da língua usada; de conhecer as regras textuais, e depreender a significação de palavras novas,
afinal, ele faz inferências. O leitor retira do texto as informações, a temática e as ideias
principais que ele oferece, mas, em contrapartida, ele precisa ter conhecimento prévio do
assunto, para que não fique alheio aos conteúdos do texto.
d) Que tipo de comida quer dizer “um bom filé... de gato”?
e) Ao conviver com os gatos de rua, como ela passa a se comportar?
f) Em nossa convivência familiar, quem costuma utilizar a expressão
“Fique em casa, não tome vento!”? O que eles (elas) querem
dizer com isso?
7. Seja esperto e responda estas agora!
a) Enquanto estava morando no apartamento, seus donos faziam
algumas exigências. Pense e responda, quais eram?
b) O que você acha que ela realmente queria?
c) Quem manda nela no início da história?
d) E quem manda nela depois que ela sai do apartamento?
e) Você acha que ela se arrependeu de ter saído de casa por isso
quis voltar?
f) Por que a gata diz “eu sou mais eu, mais gata”?
g) E os gatos de rua eram felizes? Justifique:
f) Será que ela foi infiel aos seus donos quando resolveu ir para as
ruas com os outros gatos?
g) Qual é o tema (assunto) dessa canção?
h) E você, gostaria de ser uma (um) gatinha (gatinho) do apartamento
ou da rua? Explique sua escolha:
Professor, das questões de n º 07 a 10, permita que seus alunos respondam sozinhos, sem o seu auxílio, pois
estas são as questões e exercícios de Interpretação. Você pode até conduzi-los às respostas (fazer com
que leiam as entrelinhas, percebam os detalhes, as palavras relevantes), mas não dê a sua resposta, nem a sua opinião, pois é na Interpretação que o leitor expande sua leitura, permitindo que ocorra a ligação dos
conteúdos do texto com o seu conhecimento prévio (ou sua leitura de mundo). É a fase de utilização da capacidade crítica do leitor, o momento em que faz julgamentos sobre o que leu. No momento em que ocorre a interpretação, o leitor expande seus conhecimentos e amplia suas informações, reformula seus conceitos e esquemas sobre a temática do texto, indo além do que já há em sua bagagem cultural.
8. Preencha a tabela conforme as informações do texto:
GATA GATOS DE RUA
MORADIA
ALIMENTAÇÃO
DONOS
CUIDADOS
BÁSICOS
ATITUDES
MORDOMIAS
LINGUAGEM
9. Analisando as respostas acima, preencha a próxima tabela pensando na
vida da gata após ela ter ido morar na rua com os outros gatos:
GATA
MORADIA
ALIMENTAÇÃO
DONOS
CUIDADOS BÁSICOS
ATITUDES
MORDOMIAS
LINGUAGEM
10. Então, pense e responda:
Depois que ela ficou livre, você acha que ela se tornou mais feliz? Por quê?
11. Vamos pensar juntos numa peça teatral para que possamos
mostrar para toda a escola o que conseguimos interpretar da história da gatinha?
Então vamos lá!
12. Observe o texto que está projetado na lousa!
13. Agora, vamos ler o texto!
MENINOS DO CHAFARIZ
(Júlio Emílio Braz ) Fragmento
(...) Passava depressa. Sempre depressa. Prisioneiro das mãos dos pais ou dos empurrãozinhos da empregada, que vivia olhando para os meninos com medo, procurava passar depressa e, quando ele queria saber porque, respondia: - Essas crianças não prestam, meu filhinho! São perigosas! Olhava para eles e não conseguia ver nada daquilo que os olhos dela ou de seus pais enxergavam com tanta facilidade. Via crianças. Crianças de todos os tamanhos. Crianças como ele o maiores do que ele, mas sempre crianças. Sorrisos. Alegria. Divertia-se quando um ou outro surpreendia e saltva pelado de dentro da água. Um e mais um e mais um, muitos deles, corpos molhados, sorriso na cara, correndo pelados para o Passeio Público, rumo ao verde das árvores e das alamedas floridas, ou para os Arcos da Lapa.
Bem, professor, agora chegamos à parte principal das atividades! Elaborar, juntamente com seus
alunos, partindo das interpretações deles, um novo texto, tendo como base o que eles
construíram a partir da história da gatinha, para depois montarem juntos uma peça teatral.
Projetar na lousa todo o texto e fazer a sua leitura. Depois, entregar uma cópia do texto
para cada aluno e desenvolver uma estratégia de leitura (cada aluno lê uma frase, ou cada
aluno lê um parágrafo (ou como lhe convier). O texto encontra-se no site:
http://passeandopelocotidiano.blogspot.com.br/2011/10/os-meninos-do-chafariz.html ou na íntegra no
livro: BRAZ, Júlio Emilio, Cenas Urbanas. São Paulo, Scipione, 2000, p. 06-16.
Ria com eles. Ria deles. Ria para eles. Ria. Em certa ocasião, chegara até mesmo a acenar para um deles e chorar, assustado, sem entender muito bem quando a mãe lhe deu um tapa na mão e, cheia de raiva, gritou: - Não faça isso, menino! Nunca mais, ouviu? Nunca mais! Por quê? Que mal fizera? Sem entender, ainda assustado, realmente acuado pelo olhar da mãe, encolheu-se e chorou, ...ah, chorou mesmo! Passou muitos dias sem compreender o que fizera de errado e, infeliz, escondeu-se na vastidão de seu quarto, os brinquedos abandonados em seus lugares e outros chegando algum tempo mais tarde, com o olhar arrependido e o sorriso envergonhado da mãe. - Não faça mais aquilo, tá bem, filhinho? Ele ia recebendo os presentes – um, dois, três, quatro embrulhos bonitos e presos por cintilantes laços vermelhos – sem entender o que afinal de contas fizera de tão errado... - Aquilo o quê? Apenas acenara para os meninos do chafariz, simplesmente encantado com a alegria do seu ir-e-vir nas águas, os corpos molhados e brilhantes, correndo pra tudo quanto era lado, perseguindo os pombos com uma alegria que parecia sem fim, uma felicidade que por vezes invejava, mas que também o confundia. Eles não tinham nada. Suas roupas eram velhas e sujas. Os rostos e os corpos muito ossudos e igualmente sujos. Eles eram magros, muito magros, tão magros que, quando sorriam, as roupas velhas e rasgadas mais pareciam grandes lençóis grandes e encardidos eu se transformavam em enormes asas, e todos pareciam voar como grandes borboletas. Bandos barulhentos de borboletas felizes rodopiando sem parar em torno do chafariz, aparecendo e desaparecendo, as asas murchas e encharcadas de água, agora transformadas em reluzentes mantos que refletiam a forte luz do sol de verão. Como se sempre fosse verão e sempre houvesse alegria em suas vidas, como se jamais conhecessem outra coisa além da felicidade. Aquilo o confundia. Felicidade estranha. Sem brinquedos. Sem roupas. Sem casa. Na rua. Correndo entre os carros. Queimando os pés descalços no asfalto quente. Magros. Sujos. Dentro da água fria do chafariz. Diferente. Não entendia e, tentando entender, olhava para os brinquedos que se espalhavam pelo quarto. Os corredores bonitos e limpos do apartamento. A praia do outro lado da rua. O vidro da janela, na maioria das vezes, mantendo-o distante. Da rua. Da praia. Das pessoas. Do sol que, generoso como só ele sabe ser, espichava preguiçosamente um de seus raios brilhantes até o seu quarto para aquecê-lo – um simples toque, um gesto quente e, por isso mesmo, envolvente, amigo, carinhoso Nessas horas, sentia algo não muito bom dentro de si, um vazio profundo, cada vez maior que o deixava primeiro confuso e depois infeliz, estranhamente infeliz. Nessas horas também, e quase em querer, pensava nos meninos do chafariz. Ficava vendo cada um deles, borboleta saltitante pelas ruas movimentadas da cidade, velozes e sorridentes sombras ziguezagueando entre os carros, estátuas cheias de curiosidade perfiladas diante de todas as vitrines que os impediam de entrar nas lojas, crianças como ele. Pensava e chegava a ouvir o cascatear murmurante das águas do chafariz, um barulhinho gostoso, acariciante.
Podia até mesmo vê-los correndo em sua direção, pés sujos, bem rápidos, as roupas transformadas em asas. (...)
14. E agora vamos pensar!
a) Onde os meninos brincavam?
b) Onde o menininho morava?
c) Com quem ele vivia?
d) A mãe aprovava a admiração dele pelos meninos do chafariz?
e) Como era a vida dos meninos que brincavam no chafariz?
f) O menino comparava os outros meninos com qual animal?
g) Depois de chamar a atenção do filho, o que a mãe faz para
agrada-lo?
h) Descreva os meninos de rua:
i) Descreva as roupas deles:
15. Perceba como agora não está tão difícil de compreender o texto.
Vamos lá!
a) Por que o menino chorou depois do passeio com a mãe?
b) O que mantinha o menino no apartamento e longe das coisas
da rua?
Antes de responderem as questões de Decodificação, conduza oralmente seus alunos a
perceberem o que há de semelhança entre os dois textos: História de uma gata e Os meninos
do Chafariz, fazendo suas considerações nas compreensões dos textos, permitindo que seus
alunos cheguem a sua própria interpretação deste texto.
Após esta atividade inicial, permita que eles respondam as questões de Decodificação!
Professor, as questões são de Compreensão, por isso vale fazer algumas inferências, mas
não imponha sua compreensão!
c) Ele era feliz dentro do apartamento?
d) Descreva as roupas deles:
e) O que mantinha o menino no apartamento e longe das coisas
da rua?
f) Ele era feliz dentro do apartamento? Por quê?
16. Vocês, sozinhos, vão responder a estas questões. Percebam
como agora está bem mais fácil!
a) O garoto vivia num ambiente limpo, tinha um lar, brinquedos,
bens materiais. Ele era feliz? O que faltava para a felicidade do
garoto?
b) Os garotos do chafariz vivem em condição de liberdade. Eles
permanecem dessa forma durante todo o texto. São livres para ir e vir,
mas são privados de muitas coisas materiais como roupas e
calçados. Essa privação impediu os garotos de serem felizes?
c) O texto traz a ideia de que a posse e os brinquedos não
garantem a felicidade. Você concorda? Por quê?
d) Por que não aparecem os nomes dos meninos do chafariz?
e) O que de fato traz felicidade a uma criança?
f) O menino, já no início do texto, está numa situação de
opressão, já que os pais não o deixam livre para sair à rua, brincar
Professor, as questões a seguir são de Interpretação. Permita que seus alunos pensem e, até
ajudem-se entre si, mas não dê sua opinião. Depois, corrija as questões ouvindo as respostas da
maioria dos alunos, de forma que você consiga perceber a evolução na aprendizagem de seus
alunos!
com os garotos do chafariz. Ele permanece nesse estado durante o
texto todo. O que você acha que o menino deveria fazer para
conseguir a liberdade e ser mais feliz?
g) O relacionamento da mãe com o filho é de amizade,
companheirismo ou opressão? Comente.
Vamos agora nos unirmos em três colegas e recortar de revistas (e jornais)
os personagens e cenários, fazendo uma montagem da história original da Canção
História de uma Gata, para expormos no corredor principal do colégio no dia da
apresentação da nossa peça teatral, de forma que todos os alunos e comunidade
escolar possam apreciar os trabalhos que desenvolvemos durante esse período em
que pudemos perceber como é bom ser livre, mas essa liberdade também traz
consigo certas responsabilidades:
MONTAGEM DE UM PORTFOLIO
Levar para a sala de aula muitas revistas e jornais de forma que os alunos (em trios) possam montar a
história da gata com os personagens e cenário. Pode permitir que eles façam cópias coloridas dos
personagens para que fiquem iguais em todas as páginas, pois eles irão montar um livro sobre a canção!
Você precisará se organizar com antecedência, arrecadando muitas revistas e jornais e levar para a
sala: muitas folhas sulfites, colas, tesouras, pastas com folhas plásticas.
Professor, chegou o momento de pedir que seus alunos produzam um texto individualmente em sala
de aula de modo que você possa perceber se houve realmente aprendizagem e interpretação sobre
os temas, os conflitos e os conhecimentos adquiridos a partir dos dois textos estudados .
Pensando na vida que a gatinha (da Canção) e o menino (do texto) levavam
enquanto viviam em seus apartamentos e no desejo que ambos tinham em serem
livres, escreva um texto contando o que mais você percebeu de relação entre os
dois textos: História de uma gata e Garotos do Chafariz, de forma que possa
comentar o que aprendeu com a leitura dos mesmos:
3.2 – Atividades a serem desenvolvidas na Oficina direcionada aos
professores
a) Explanar sobre os objetivos da oficina;
b) Apresentar os slides com o texto dos Trafelnos (em anexo) e responder
oralmente as questões explicando as diferenças entre Decodificação,
Compreensão e Interpretação;
c) Para complementar as discussões, desenvolver as fases do processo de
leitura a partir da canção: História de uma Gata
desenvolvendo algumas atividades do projeto PDE, explicitando a
responsabilidade que o professor tem ao elaborar questões interpretativas
para seus alunos (e não somente de decodificação).
d) Também poderão desenvolver algumas destas sugestões a partir de
qualquer texto que o professor queira, como exemplos:
I. Elaborar as questões de interpretação conforme as etapas do processo
de leitura;
II. Elaborar palavras cruzadas interpretativas;
III. Encorajar um aluno para que este conte o que entendeu (até que a
maioria da turma tenha vontade de expor sua ideia/interpretação em
outros textos);
As atividades abaixo fazem parte da Oficina que será
específica para os professores que serão convidados a
participarem. No entanto, cabe ao professor que
ministrará a oficina cativar os demais a fazerem parte
dessa forma de desenvolver atividades de interpretação
de texto.
IV. Projetar o texto na lousa com palavras desconhecidas grifadas e pedir
para que os alunos completem o texto (já entregue antecipadamente com
os espaços em branco) com seus sinônimos correspondentes que o
professor escreverá na lousa;
V. Oportunizar rápidas encenações sobre o texto;
VI. Dividir a turma em grupos e fazer rápidas encenações sobre o que o
grupo entendeu a respeito do tema do texto;
e) Sugerir aos professores a leitura da bibliografia utilizada para a elaboração
do projeto de intervenção pedagógica.
4 – REFERÊNCIAS
BRAZ, Júlio Emílio. Cenas Urbanas. São Paulo: Scipione, 2000, p. 06 -16. BUARQUE, Chico. Peça teatral Os Saltimbancos. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=jxKQPnFAM7k>. Acesso em: 29 set. 2013. BUARQUE, Chico. Filme: Os Saltimbancos Trapalhões. Cantada por Lucinha Lins e com interpretação de Os Trapalhões. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=3rIp1ge_CQ8> Acesso em: 17 nov. 2013. BUARQUE, Chico. Letra da canção História de uma gata. Disponível em: <http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/historia-de-uma-gata.html>. Acesso em: 18 out. 2013.
LEFFA, J. O conceito de leitura. In:___. Aspectos da leitura: uma perspectiva psicolinguística. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1996. MARCUCHI, Luiz Antônio. Produção textual: Análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MENEGASSI, R. J. Compreensão e interpretação no processo de leitura: noções básicas ao professor. Revista Unimar, Maringá, v. 17, n. 1, p. 85-94, 1995. MENEGASSI, R. J. Procedimentos de leitura e escrita na interação em sala de aula. Mathesis - Revista de Educação, vol. 5, n. 1, p. 105 – 125, jan./jun. 2004.
MENEGASSI, Renilson José. Leitura: a elaboração de perguntas pelo professor e os reflexos na interpretação textual. Mimesis. Bauru, v.20, n.2, 83-101, 1999. SILVA, E. T. da. Criticidade e leitura: ensaios. Campinas: Mercado das
Letras/ALB, 1998. SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6 ed., Porto Alegre: Artmed, 1998. TEBEROSKI, Ana (org.). Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Porto Alegre: Artmed, 2003.
5 – ANEXO
Slides para Oficina com os professores
FASES DO PROCESSO DE LEITURA
NUMA VISÃO PSICOLINGUÍSTICA
TrafelnosEra uma vez dois trafelnos, Mirimi e Gissitar. Os dois
trafelnos esporavam longe das perlongas. Num masto,
porém um dos trafelnos, Mirimi felnou que ramalia rizar e
aror uma perlonga. Gissitar regou muito. Ele rubia que Mirimi
não rizaria mais de perlonga. Gissitar felnou, felnou, regou,
mas nada.
Mirimi estava leruado: ramalia rizar e uma perlonga. No
masto do fabeti, Mirimi rizou muito lento. No masto do fabeti
proceu Gissitar e os dois rizaram ateli. Gissitar não ramalia
clenar Mirimi.
Interpretação do texto:
1-Quem eram os dois trafelnos?
2-Onde esporavam?
3-O que aconteceu num masto?
4-Quem felnou?
5-Mirimi estava leruado para que?
6-O que aconteceu no masto de fabeti?
O professor tem o dever de ajudar o aluno aconstruir uma ideia positiva da leitura e dospoderes que ela permite ao cidadão e, emcada situação particular da sala de aula, deveexplicitar os objetivos de toda atividade deleitura, o que quer e/ou aonde quer chegarcom aquela atividade, convocando o aluno aler o texto, de forma a despertar-lhe ointeresse por fazê-lo bem, e não uma meraatividade corriqueira, sem função.
Formar leitores que vão além das linhas
de um texto (não somente leiam as
entrelinhas e muito menos as linhas),
mas que adentrem no texto a fim de
refletir sobre os aspectos da situação
social a que esse texto remete.
Silva descreve que a leitura crítica precisa ser
ensinada, incentivada e dinamizada no sentido de
que os estudantes desenvolvam atitudes de
questionamento perante os materiais escritos, desde
as séries iniciais e que “caso o professor não
construa em sala de aula uma atmosfera de
confiança e abertura, que alimente a discussão e o
debate, muito dificilmente aquelas competências
serão praticadas pelo coletivo dos estudantes”
(1998, p. 29)
É através da leitura crítica que o sujeito abala
o mundo das certezas, principalmente as
certezas das classes dominantes. Mas a escola
precisa ter essa concepção, ela precisa ter
isso como filosofia, pensar que tipo de
cidadão quer para a sociedade e ter
consciência de que esse tipo de leitura não
aparece automaticamente. (SILVA, 1998, p.
29)
É importante o professor perceber que o
tipo de pergunta que ele faz e a maneira
como ela é empregada, influenciam no
desenvolvimento de leitura e direcionam a
compreensão do texto.
Por isso, utilizamo-nos da Psicolinguística,
através de Menegassi, onde em seus estudos,
concluiu que a leitura perpassa por fases:
DECODIFICAÇÃO
Resulta do reconhecimento dos símbolos escritos e
da sua ligação com um significado, o que implica
pensar na existência de dois níveis de
decodificação: um primário (ou fonológica) e um
secundário, ligado à compreensão”, na qual inicia-
se o processo de apreensão de significados. ( p.84-
95)
Ou seja, ele pode perfeitamente lê-la, pronunciá-la,
mas não conseguirá compreendê-la se não tiver seu
significado internalizado
COMPREENSÃO
O leitor retira do texto as informações, a
temática e as ideias principais que ele
oferece, mas, em contrapartida, precisa ter
conhecimento prévio do assunto, para que
não fique alheio aos conteúdos do texto.
O leitor expande sua leitura, permitindo que
ocorra a ligação dos conteúdos do texto com
o seu conhecimento prévio do texto (ou, sua
leitura de mundo).
INTERPRETAÇÃO
A interpretação só ocorre se houver antes, umacompreensão.
É na Interpretação que o leitor expande seus
conhecimentos e amplia suas informações, reformulaseus conceitos e esquemas sobre a temática do texto,
indo além do que já há em sua bagagem cultural.
“A interpretação é a fase de utilização da capacidade crítica do leitor, o momento em que faz julgamentos
sobre o que lê” (Cabral , 1986) .
RETENÇÃO
É a responsável por arquivar as
informações mais relevantes na
memória de longo prazo do
indivíduo.
“Todas essas quatro etapas não existem
de forma isolada, “elas formam um
conjunto harmônico, cabendo ao leitor
perceber qual seu objetivo ao ler um
determinado texto, para chegar ou não
à interpretação”. (MENEGASSI, 1995)
Estamos vivendo um momento de luta, derenovação e que se faz necessária umamudança na participação cada vez maior dapopulação e de um exercício cada vez maispleno da cidadania.
Nesse âmbito, as aulas não podem estarafastadas desse propósito de tornar aspessoas cada vez mais críticas, maisparticipativas e atuantes, social epoliticamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MENEGASSI, R. J. Compreensão e interpretação no processo de
leitura: noções básicas ao professor. Revista Unimar, Maringá, v.17, n. 1, p. 85-94, 1995.
MENEGASSI, R. J. Procedimentos de leitura e escrita nainteração em sala de aula. Mathesis - Revista de Educação, vol.5, n. 1, p. 105 – 125, jan./jun. 2004.
MENEGASSI, Renilson José. Leitura: a elaboração de perguntaspelo professor e os reflexos na interpretação textual. Minesis.Bauru, v.20, n.2, 83-101, 1999.
Texto Os Trafelnos, disponível emhttps://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/article/download/11655/11236
SILVA, E. T. da. Criticidade e leitura: ensaios. Campinas:Mercado das Letras/ALB, 1998.