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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS – DPTE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

Título: CLÁSSICOS DA LITERATURA: O GUARANI, DE JOSÉ DE ALENCAR

Autor: ROSANA PERES

Disciplina/Área:

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Antônio de Moraes Barros

Município da escola: Londrina

Núcleo Regional de Educação: Londrina Professor Orientador: Andréia da Cunha Malheiros Santana

Instituição de Ensino Superior: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA Relação Interdisciplinar:

Todas as disciplinas do Currículo

Resumo:

Resumo- Esta Unidade Didática tem como foco os alunos dos 2º anos do Colégio Estadual Antônio de Moraes Barros, localizado no município de Londrina- Paraná. Será trabalhado o gênero textual história em quadrinhos. O presente projeto será um desafio, pois, as experiências em sala de aula revelam que nossos alunos tiveram pouco contato com a leitura. Para o adolescente, hoje, principalmente, os textos literários a que chamamos de “clássicos” antes mesmo de serem lidos, são considerados “chatos”, “desinteressantes” e difíceis . É preciso que eles estabeleçam uma relação de prazer com os textos e reconheçam sua importância e suas diferentes funções, que são de: informar, refletir, comunicar, divertir. Partindo deste pressuposto, escolhemos as adaptações da literatura clássica no gênero história em quadrinhos em uma abordagem estruturada na qual o aluno terá uma explanação sobre HQ e várias leituras relacionadas à literatura brasileira nas possibilidades de diálogo da literatura com a história em quadrinhos, uma linguagem que possibilite à formação de leitores que deve buscar não só o letramento literário, mas também a formação de uma

sensibilidade artística e a construção de um imaginário poético por meio de outras manifestações e linguagens, e que possibilite colocá-lo como sujeito ativo nesse processo.

Palavras-chave:

Leitura; História em quadrinhos; Gêneros textuais; Literatura.

Formato do Material Didático: Unidade Didática Público:

2º A – Mat. e 2º A Not. Do Ensino Médio

APRESENTAÇÃO

A presente Unidade Didática, é parte integrante do Plano de Trabalho

do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, promovido pela

Secretaria de Estado da Educação do Paraná, no ano de 2014. A referida

Unidade Didática foi produzido com a finalidade de contribuir com as práticas

educativas dos professores que ministram aulas em turmas do 2º ano do

Ensino Médio.

Ao elaborarmos a Unidade Didática temos a intenção de oportunizar

aos professores uma série de atividades metodológicas que, ancoradas ao

aporte teórico e ao conhecimento dos trabalhos vinculados as práticas

docentes, possam contribuir de forma efetiva ao aprendizado dos alunos do 2º

ano do Ensino Médio.

Desta forma, a Unidade Didática supracitada traz propostas

pedagógicas na área de leitura e formação de leitores dentro do gênero textual

HQ, aliado aos clássicos em Literatura, O Guarani, de José de Alencar.

Rosana Peres

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Caro (a) colega professor (a):

“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes”.

Paulo Freire.

IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS TEXTUAIS E DA LITERATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA

A literatura é manifestada no mundo da arte por meio da palavra, seja ela

falada ou escrita. Quanto à forma, o texto literário pode aparecer em verso ou em

prosa. Quando falamos em gêneros literários, estamos falando do conteúdo e da

estrutura do texto. Dependendo de como se estruturam, e do seu conteúdo, os

textos literários são divididos em três gêneros literários: LÍRICO, ÉPICO e

DRAMÁTICO.

Em consonância com as novas perspectivas teóricas de ensino da língua e as

orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais e de outros renomados teóricos

no que se refere à utilização dos Gêneros Textuais ressaltamos a importância de se

trabalhar os gêneros textuais em sala de aula. Considerando ser de extrema

importância a utilização da diversidade textual para conexões entre as atividades

discursivas propostas pela escola e a vida do aluno na sociedade, vê–se a utilização

de gêneros textuais diversificados como uma forma de aproximar o discente das

situações originais de produções de textos orais e escritos, contribuindo

efetivamente para o aprendizado significativo de prática de leitura, produção e

compreensão.

Ao mesmo tempo, constata–se que ainda é tímido o conhecimento teórico

relativo ao ensino com a utilização dos gêneros textuais, o que dificulta sua inserção

nas práticas pedagógicas do professor em sala de aula, muito embora se reconheça

que a leitura e a escrita são pontes incontestáveis para a construção do

conhecimento.

Neste trabalho, destaca–se a necessidade da inserção do gênero textual HQ

– clássicos da literatura – O GUARANI, de José de Alencar, nas aulas do Ensino

Médio visando a uma articulação com a prática social do aluno, de forma a alcançar

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resultados exitosos com relação à leitura dentro e fora da escola.

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UNIDADE DIDÁTICA

ATIVIDADES

IMPORTÂNCIA DA LEITURA

A leitura é extremamente essencial para a aprendizagem do ser humano,

pois é por meio dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter

conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não

ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a

leitura fosse um hábito as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária.

Muitas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo, pois

não as praticamos. Através da leitura rotineira, tais conhecimentos se fixariam de

forma a não serem esquecidos posteriormente. Dúvidas que temos ao escrever

poderiam ser sanadas pelo hábito de ler; e talvez nem as teríamos, pois a leitura

torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado.

Durante a leitura descobrimos um mundo novo, cheio de coisas

desconhecidas. O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo

aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim ele será um

adulto culto, dinâmico e perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem

nos difere dos animais irracionais, pois comer, beber e dormir até eles sabem; é a

leitura, no entanto, que proporciona a capacidade de interpretação. Toda escola,

particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a

leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica.

Estudar literatura e fazer com que o nosso aluno aprecie a arte de ler é uma

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tarefa árdua do professor de Língua Portuguesa. Porém, os grandes textos da

escrita universal permitem ao leitor descobrir mais sobre a alma, o mundo e os

recursos estilísticos da língua. Só as obras bem escritas passam para a posteridade,

tornam-se fonte de conhecimento - e não apenas de entretenimento - e, enfim,

podem ser chamadas de clássicos. Seus autores são verdadeiros artistas. Eles

conseguem organizar bem seus pensamentos, esculpem a língua com cuidado e

estilo e põem em foco os principais conflitos da existência humana.

Assim, ao experimentar as emoções de diversos personagens consagrados,

o leitor busca respostas para a própria vida, compreende melhor o mundo e se torna

um escritor mais criativo.

Segundo Kobs (2010) conforme escritora Ana Maria Machado. "Já que não

podemos entrar em uma máquina do tempo e conhecer o cotidiano da Grécia Antiga

ou a realidade do século 18, ler é a melhor maneira de nos transportar para outros

universos, tempos e espaços", "Todo leitor é, quando está lendo, um leitor de si

mesmo", disse Marcel Proust (1871-1922), um dos maiores escritores franceses,

autor da obra-prima “Em Busca do Tempo Perdido”. Isso acontece quando os

personagens retratados servem de inspiração e reflexão para leitores de qualquer

época e lugar.

E, como trabalhar com esses livros? Em que fase os estudantes estão

preparados para esse tipo de leitura? É um equívoco explorar apenas títulos que o

grau de autonomia da turma permite compreender sem dificuldade. Um projeto de

leitura comprometido com a formação de leitores apresenta, além de títulos que

podem ser lidos com fluência, uma cuidadosa seleção que rompa com seu universo

de expectativas. Um clássico pode ser retomado em diferentes etapas do processo

de aprendizagem. Quanto mais velhos forem os alunos, maior o aprofundamento da

análise da obra.

As adaptações literárias

Uma das estratégias para aproximar os estudantes desse tipo de literatura é

a leitura de adaptações. Nem todos os especialistas recomendam sua utilização, já

que a obra é modificada no tamanho e nos recursos linguísticos. Muitas vezes

apenas o enredo permanece.

A consultora Maria José Nóbrega (2011) defende a utilização dessas

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publicações, apesar de reconhecer que elas mutilam o texto. "É uma forma de se

aproximar da obra, do enredo e da mensagem que o autor quis passar. Mas nenhum

professor deve se contentar apenas com isso."

Considere também as adaptações de obras literárias produzidas para

cinema, teatro e TV como atalhos de acesso ao original. Você já reparou como elas

despertam a curiosidade pelo livro?

Quem gosta de ler HQs?

O que normalmente você lê?

Você gosta de ler os clássicos em literatura?

Os gêneros textuais vêm sendo defendido como uma boa ferramenta para o

ensino de línguas, pois os mesmos possibilitam que os educandos tenham contato

com diferentes tipos de textos e formas de expressão da linguagem. Contudo, é

essencial saber trabalhar com os gêneros para que se possa adquirir eficácia no

processo ensino/aprendizagem de línguas (MARCUSCHI, 2005).

Saber trabalhar com gêneros textuais é utilizá-los não como um mero

pretexto para o ensino de normas do sistema linguístico, mas como uma ferramenta

que pode possibilitar o uso da língua nas suas variadas formas.

O gênero textual HQs pode ser uma ferramenta eficaz no

ensino/aprendizagem, pois além de ser um gênero bastante apreciado pelo público

infanto-juvenil, na sua grande maioria, também possibilita o trabalho com

competências (MARCUSCHI, 2005).

O presente trabalho se faz com o objetivo de contribuir para o processo

ensino/aprendizagem na Educação Básica. Para alcançar tal objetivo, serão

apresentas propostas de como trabalhar com o gênero textual História em sala de

aula, visando desenvolver as competências leitor compreensiva, oral e escrita dos

educandos.

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2 Gêneros textuais 2.1 Conceito

Segundo Marcuschi, os gêneros textuais são textos materializados que

encontramos em nossa vida cotidiana e que apresentam características sócias

comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição

característica (MARCUSCHI, 2005, p. 22-23).

Podemos tratar os gêneros textuais como enunciados escritos ou orais que

utilizamos no nosso dia a dia, sendo que cada um com suas características

específicas, como afirma Bakhtin:

A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos)

(...). O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma

dessas esferas [esferas da atividade humana ], não só por seu conteúdo (temático)

e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua-

recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais-, mas também, e, sobretudo, por sua

construção composicional [...]. Qualquer enunciado considerado isoladamente é,

claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos

relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do

discurso (BAKHTIN, 2003, p. 279).

2.2 A importância dos gêneros textuais

No ensino de línguas, é importante que o educando tenha contato com os

variados tipos de textos e gêneros, e que saibam que estes podem ser organizados

de diferentes formas em nossa língua, a depender do que se pretende emitir com o

uso dos mesmos, como trata o PCN:

Os textos organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza

temática, composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a este

ou àquele gênero. Desse modo, a noção de gênero, constitutiva do texto, precisa ser

tomada como objeto de ensino. Nessa perspectiva, é necessário contemplar, nas

atividades de ensino, a diversidade de textos e gêneros, e não apenas em função de

sua relevância social, mas também pelo fato de que textos pertencentes a diferentes

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gêneros são organizados de diferentes formas (PCN, 1998, p. 23)

Os gêneros textuais sendo tomados como objeto de ensino possibilitará o

desenvolvimento das competências necessárias (leitora, escrita, oral e auditiva) para

que o educando possa adquirir a proficiência na língua estudada. Essa possibilidade

se deve a grande variedade de gêneros textuais existentes na língua, podendo

atender às necessidades de cada competência.

2.3 O trabalho com gêneros textuais

Os gêneros textuais vêm sendo bastante trabalhados no ensino de línguas.

Porém, nota-se que muitas vezes os mesmos são utilizados como pretexto para o

ensino de gramática ou questões interpretativas de texto. Dessa maneira, a

importância dos gêneros e seus reais valores são reduzidos.

Para que o trabalho com gêneros textuais possa ser realizado de maneira

eficaz, primeiramente, no momento da escolha do gênero ao qual se quer trabalhar,

é necessário observar quem estará falando, para quem se destinará o enunciado,

qual o principal objetivo e qual o tema do texto. No momento do trabalho com o

gênero escolhido em sala de aula, é importante que o educador discuta com os

educandos:

Qual a funcionalidade do gênero;

Qual sua intencionalidade;

Em qual domínio ele está inserido;

Qual suporte ele está fixado;

Como ele se estrutura;

Quais são os elementos linguísticos presentes.

Depois de discutidos estes pontos, a partir do gênero trabalhado, o educador

terá mais facilidade para desenvolver o Comportamento Leitor e o Comportamento

Escritor dos educandos. Estes, considerados os verdadeiros conteúdos nas aulas de

línguas.

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3 O Gênero História em Quadrinho 3.1 Conceito

Segundo Mendonça, a HQ é caracterizada como:

[...] um gênero icônico ou icônico verbal narrativo cuja progressão temporal se organiza quadro a quadro, apresentando como elementos típicos: desenhos, quadros e balões e/ou legendas, onde é inserido o texto verbal (MENDONÇA, 2005, p. 199-200).

De acordo com Guimarães (2011), a HQ é uma forma de expressão artística

em que há o predomínio estímulo visual, ou seja, “engloba formas de expressão em

que o espectador para apreciá-las utiliza principalmente o sentido da visão”.

(GUIMARÃES, 2011, p.6).

As HQs trazem contribuições para o desenvolvimento da proposta deste

presente trabalho, tendo como objetivo o ensino/aprendizagem de línguas.

3.2 Contribuições para o ensino de línguas

Várias são as contribuições que as HQs trazem para o ensino de línguas,

começando pela formação de leitores, a partir da leitura-prazer, conforme diz Bari:

Pelo trânsito natural de informações essenciais para a convivência social nas histórias em quadrinhos, seja com intencionalidade educativa ou voltadas para mero entretenimento, esta linguagem atrativa e amigável realmente tem o poder especial de formar suas próprias comunidades de leitores e aprimorar- lhes as habilidades e competências inerentes à leitura. Assim, se a significação do ato de ler está contida nas vivências cotidianas, a leitura das histórias em quadrinhos eleva os níveis de significação e convivência social inseridos nas leituras, ampliando os conceitos fundamentais de seu ato manifesto (BARI, 2008, p. 118).

Além da questão da leitura, as HQs também contribuem com outros

requisitos que ajudam no ensino/aprendizagem de línguas, são eles:

Possibilidade de trabalhar com as competências leitora, interpretativa, oral e escrita;

Possibilidade de desenvolver o Comportamento Leitor e o Comportamento Escritor dos educandos;

Possibilidade de trabalhar com a competência argumentativa; Desenvolve o senso crítico; Desenvolve o imaginário e a criatividade; Defronta os educandos com questões do cotidiano; Prepara o leitor para a decodificação e a apropriação de

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diferentes linguagens; Entre outros.

Os itens citados acima, de alguma maneira, contribuirão para o

desenvolvimento e eficácia da proposta, alcançando o objetivo da mesma.

Estruturas da HQs

O sistema narrativo das HQs é composto por dois códigos que atuam inter-

relacionamento: o visual e o verbal. Também, utiliza elementos comunicacionais

específicos que identificam a linguagem:

Requadro

É o elemento determinativo das margens de uma vinheta. Pode ser

composto por uma moldura, uma linha demarcatória ou uma borda. Tem como

principal função distinguir os diferentes momentos da ação representados na

História em quadrinhos, logo, também agrega a representação do tempo.

Desenho ou Vinheta

Pode representar o ambiente, ações e personagens. De modo que estas

representações gerem imagens eficazes para o entendimento da mensagem. Cada

vinheta é constituída da relação dos elementos visuais com os elementos verbais.

Linhas Cinéticas

Constitui o elemento comunicativo que ajuda no reconhecimento visual dos

objetos representados. As linhas podem representar elas mesmo um objeto, ou o

contorno do objeto; pode criar um relevo ou superfície, dar ideia de luminosidade,

além de representar ações concretas e movimentos.

Balão

O balão vai indicar a verbalização dos personagens. Ele possui variadas

formas, cada uma com significações distintas:

O rabicho aponta para o personagem que está falando;

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Quando o rabicho é representado por bolinhas, indica que o personagem está pensando;

O balão pontilhado indica que o personagem está cochichando;

O balão trêmulo indica o temor do personagem durante sua fala;

O balão splash indica a raiva e alteração de voz do personagem. Recordatório ou Legenda

Fonte: Faria, 2012

É a caixa de texto inserido na vinheta que tem como principal função

recordar ao leitor os fatos narrados na HQ anterior. Também funciona para indicar a

simultaneidade dos acontecimentos da narrativa, a passagem de tempo ou o

deslocamento do espaço.

Recordatórios ou legendas são as caixas de textos que acompanham os

quadrinhos. São também chamados apenas de texto, caixa de texto ou, ainda,

legenda. Nos primórdios, ele servia para descrever ou explicar exatamente o que o

leitor já estava vendo desenhado. Hoje em dia, ele tem, como tudo em quadrinhos,

uma infinidade de possibilidades.

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Assim, eles podem narrar a história, sem ser redundante, acrescentando

fatos, de tempos e lugares diversos, ou aspectos que não estão nos desenhos. Essa

narração pode se dar em terceira pessoa ou pelo próprio personagem, em primeira

pessoa, nos dando o que se passa na mente dele.

Pode ainda trazer um “diálogo” entre o narrador e o personagem,

exemplificado por Gian Danton (2009) em “Roteiro nas histórias em quadrinhos”

como fazia Gerry Conway no Homem-Aranha da década de 70. Essa caixa de texto

também pode trazer um diálogo em “off”, ou seja, de um personagem que não está

aparecendo; geralmente em transições de cena, quando a fala da anterior refere-se

à seguinte.

Um recurso interessante dos recordatórios é dar velocidade/ação às

imagens. Um personagem ou ação está lá estático no quadro, em volta deles, vários

recordatórios com textos curtos , que dão a ilusão do movimento, muito utilizado por

Frank Miller. Também as legendas podem trazer cores e fontes diferenciadas,

significando, por exemplo, pertencer a pessoas diversas ou de outra nacionalidade,

planeta, realidade - permitindo resultados e sensações diversas (FARIA, 2012).

Onomatopeias

São palavras que indicam sons ambientais, ruídos, urros e interjeições

humanas. Nas HQ, adquirem o status de símbolos gráficos, complementando e

reiterando as ações descritas na narrativa.

Metáforas visuais

Ocorrem quando uma imagem se associa a um conceito diferente de seu

significado original.

Cor

A colorização da HQ não se restringe somente aos aspectos estéticos. Ela

pode refinar a representação ambiental, dos personagens e movimentos, das

emoções dos personagens. Também, sua significação poderá variar de acordo com

cada cultura.

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As HQs no ensino de Línguas: desenvolvimento das competências leitor

compreensiva, oral e escrita.

A utilização das HQs para o ensino de línguas pode ser realizada de

diversas maneiras, neste presente trabalho serão apresentadas algumas propostas:

Texto a partir da imagem

Essa técnica resulta na elaboração do texto verbal a partir das imagens;

Desenvolve a capacidade de decodificação a partir das imagens;

Estimula o Comportamento escritor do educando;

Desenvolve a competência escrita.

Imagem a partir do texto

Essa técnica resulta na elaboração do texto visual a partir do texto verbal;

Desenvolve a competência leitor compreensiva do texto;

Estimula o Comportamento leitor do educando;

Desenvolve a capacidade criativa.

Leitura, compreensão e discussão da HQ

Desenvolve a competência leitor compreensiva do texto;

Estimula o Comportamento leitor do educando;

Desenvolve a competência oral;

Desenvolve o senso crítico;

Possibilita o desenvolvimento da competência argumentativa.

Produção da HQ a partir de um tema discutido em sala de aula

Desenvolve a competência escrita;

Desenvolve a capacidade criativa;

Desenvolve a capacidade de produção do gênero textual HQ.

As HQs nacionais podem ser utilizadas nesta proposta desde que as falas

dos balões sejam substituídas por falas da língua estudada ou suprimidas.

Diante dos conceitos e contribuições apresentados em relação à utilização

de gêneros textuais no ensino/aprendizagem de línguas, sendo que neste trabalho

em específico o gênero textual HQs, fica latente sua importância. Pois, através do

mesmo, o educando desenvolve a competência leitor compreensiva, oral e escrita.

Também, desenvolve seu intelecto, capacidade criativa, senso crítico e

argumentação.

Para o ensino/aprendizagem, tendo como foco a Educação Básica, o gênero

HQs se constitui uma ferramenta adequada para a realização das propostas deste

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presente trabalho. Pois, ela estimula a leitura-prazer, já que possui um formato,

linguagem e conteúdo voltados para o público infanto-juvenil em especial (SOUZA,

2010).

3.3 Conhecendo a História em Quadrinhos dos clássicos em Literatura

As diferentes expressões orais e escritas, suas formas, estilos, funções

emergem das práticas sociais e se materializam em diferentes tipos de textos ou, em

palavras mais técnicas, gêneros linguísticos.

Portanto, para que os alunos dominem diferentes gêneros, é necessário que

o professor construa estratégias de ensino, com o objetivo de levar o aluno ao

desenvolvimento das capacidades necessárias para aprender e fazer uso com maior

mestria dos gêneros trabalhados, e isso pode ser alcançado por meio de estratégias

ou sequências didáticas criadas pelos professores.

Em consonância com os autores supracitados destacar a importância de

se trabalhar com os gêneros na escola é que optamos em trabalhar o gênero HQ.

As HQs pertencem ao quadro de textos narrativos, que apresentam dois

códigos: o visual representado pelos desenhos, imagens, figuras, etc, e o verbal que

aparece nos textos e nos balões das falas.

Uma história em quadrinhos é organizada dentro de quadros e /ou

retângulos, onde as cenas estabelecem uma sequência e transmitem uma

mensagem. O diálogo entre as personagens ficam dentro dos balões, onde em

certas situações o narrador conta a história, introduzindo explicações ou introduções

necessárias para o esclarecimento da narrativa.

Alguns recursos gráficos são necessários para sugerir movimentos, linhas

tremidas, onomatopeias, formatos dos balões, etc.

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Fonte: Portal do professor, 2014

A HQs tem elementos parecidos com o cinema: ritmo e movimento. Segundo

Calazans (2005, p.18),

[...] no roteiro de uma HQ, cada quadrinho atua como se fosse uma frase, cada sequência como um parágrafo e cada página como um capítulo, que se for finalizada com suspense, faz com que o leitor queira continuar a leitura.

A HQ é uma ferramenta útil ao professor para introduzir em sala de aula o

prazer pela leitura, porque utiliza uma linguagem acessível, cheia de movimentos e

cores.

O MEC (Ministério de educação e Cultura) sugere através dos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN), o uso pelos professores, das histórias em quadrinhos

em sala de aula. De acordo com o MEC, a associação de imagem e texto é uma

excelente forma de atrair os alunos para a leitura, assim, a utilização das HQs como

ferramenta pedagógica, pode aumentar o número de leitores.

Segundo Carvalho (2006, p.38)

Alunos que leem gibis tem melhor desempenho escolar do que aqueles que usam apenas o livro didático - entre os estudantes da rede pública, a HQ aumenta significativamente o desempenho do aluno: entre os que acompanham quadrinhos, o percentual das notas nas provas aplicadas foi de 17%, contra 9,9% dos quais não leem. Mas ainda, esta pesquisa mostra que professores que leem revistas em quadrinhos obtêm maior rendimento

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dos alunos, pois, conhecem o universo dos estudantes e se aproximam deles usando exemplos deste universo como paradigma para as aulas. Ainda mostra que, entre os alunos da 4ª série, cujos professores que leem HQs, a proficiência em leitura é a mais alta do que entre aqueles cujos professores não têm o hábito da ler gibis. Na rede pública, 36% dos alunos de leitores de gibis têm proficiência média e alta, contra 31,5% dos que Não leem.

Partindo deste pressuposto, podemos dizer que as histórias em quadrinhos

são excelentes meios para se introduzir a prática da leitura em sala de aula.

Roteiro de trabalho

O foco deste estudo tem por objetivo abordar de forma sistemática um

gênero textual que faz parte das práticas sociais dos alunos, evidenciando suas

características, para que as aulas contemplem mostrar como fazer uma História em

quadrinhos; comparar que o Romance e História em quadrinhos a partir de

fragmentos do romance O Guarani usem o discurso direto e indireto e depois com

trechos da história em quadrinhos façam a mesma coisa, trabalhe com os alunos a

linguagem formal e informal a partir do romance e depois da HQ. Os Planos de aula

devem contemplar as seguintes atividades:

Aula: 1/2 2 AULAS DE 50 min. Cada aula Objetivos específicos: Compreender a importância da HQ . Trabalhando com História em Quadrinhos - O que o aluno poderá aprender com esta aula Recursos: Revistas em quadrinhos e apresentação de Slides e a televisão pen drive Metodologia: 1. Observar e comentar características de cada personagem. 2. Fazer releitura de todos os personagens em especial e/ou a escolha a partir da observação da imagem; 3. Observar e criar os diferentes tipos de balões, letreiros e novos personagens (na STE) e onomatopéias;

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4. Criar uma história em quadrinho usando o sofware educativo Hágaquê; 5. Apreciar textos em quadrinhos; 6. Diferenciar tipos de linguagem; 7. Aguçar o visual e o auditivo por meio de diferentes tipos de apreciação das histórias. - Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno - Conhecendo Personagens de História em Quadrinhos – Suas características... Explorar os elementos composicionais/estruturais e as marcas linguísticas das HQs Leitura de histórias em quadrinhos Tipos de Letreiro Balões: - Criados especificamente para as histórias em quadrinhos (HQs), os balões possuem vários tipos, sendo os principais: de fala, de pensamento de ira, de berro, de sussurro. Neles são escritos os pensamentos e as falas dos personagens. O desenho deles é bem variado, mas em geral os de fala possuem um "rabinho" em direção ao personagem falante.

FONTE: http://aartedeensinarblog.blogspot.com.br/2008/03/utilizando-histrias-em-quadrinhos.html

Onomatopéias: Uma figura de linguagem muito usada nas HQ’s é as onomatopéias são palavras que imitam os sons das coisas. Exemplos, Bater de uma porta, telefone tocando, som de um apito, entre muitas outras.

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Fonte: Portal do Professor, 2014

Antítese: Consiste na utilização de expressões de sentido contrário para realçar as ideias. No primeiro quadrinho ocorre o emprego da das palavras gata e rata, que são expressões contrastantes. Antítese: Consiste na utilização de expressões de sentido contrário para realçar as ideias.

Fonte: Portal do Professor, 2014

Comparação ou símile: Trata-se da aproximação de elementos de universos diferentes, associados por meio de um conectivo (como, feito, tal qual, qual, assim

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como, tal etc.

Fonte: Portal do Professor, 2014

E pode-se observar que a palavra “como” situada no terceiro quadrinho

caracteriza a figura de linguagem.~

Metáfora: Quando se constrói uma metáfora, diz-se que houve uma transferência (a palavra grega metaphorá significa “transporte”) de um termo para um contexto de significação que não lhe é próprio. As metáforas baseiam-se em uma relação de similaridade (semelhança) que pressupõe um processo anterior de comparação.

Fonte: Portal do Professor, 2014

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Correção: A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas de discussão, a leitura das tirinhas e das histórias em quadrinhos, a criação dos cartazes, da história em primeira pessoa, a discussão das questões apresentadas pelo educador, somadas às intervenções dele, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos. Aula: 3/4 1º momento- 2 aulas de 50 min. cada uma. Objetivo específico: Perceber a importância da HQ na literatura Recursos: Na sala de aula, o professor deverá trazer diferentes gibis , onde apresentará aos alunos o gênero textual: história em quadrinhos, além de apresentar os personagens da Turma da Mônica e as características de cada um . Logo após os alunos deverão escrever quais são os seus personagens favoritos e o que gostam mais em um gibi. Apresentar o site do livro em quadrinhos do Guarani de José de Alencar Sugestões: O Guarani - de José de Alencar - adaptado por André Le Blanc (Edição Maravilhosa nº 24 - 2ª Edição - 1954) Disponível em:<http://historiaequadrinhos.blogspot.com.br/2013/09/o-guarani-de-jose-de-alencar-adaptado.html> Metodologia: O professor realizará uma apresentação em forma de slides, mostrando as etapas para a criação de uma história em quadrinho, e os tipos de balões utilizados em uma história em quadrinhos. Sugestão:

- Etapas de criação de uma história em Quadrinhos; - Personagens: São eles que conduzem os enredos. Os personagens têm vontades, dramas, conflitos, ironias. É por meio de suas falas e ações que as histórias são contadas; Cenários: É nos cenários que as ações dos personagens acontecem. Há dois tipos de cenários, os internos (dentro de residências e outros prédios) e os externos (a rua, o espaço sideral, o céu); Os alunos irão até a STE (Sala de Tecnologia Educacional), no qual o professor apresentará os recursos do software educativo Hagáquê no qual cada aluno deverá produzir sua história em quadrinho.

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Fonte: http://hagaques.blogspot.com.br/2007/05/hagqu-construo-de-quadrinhos.html link para download Hágaquê: http://www.hagaque.cjb.net/Download Hagáquê Tutorial Hágaquê: http://penta3.ufrgs.br/tutoriais/hagaque/

Obs: Os aluno serão levado para a sala de laboratório de informática, para que acesso o link do sitehttp://hagaques.blogspot.com.br/2007/05/hagqu-construo-de-

quadrinhos.html - link para download Hágaquê: http://www.hagaque.cjb.net/Download Hagáquê

Tutorial Hágaquê: http://penta3.ufrgs.br/tutoriais/hagaque/. De forma mais específicas os recurso tecnológicos da Hagáque. Aula: 5/6 Objetivos específicos: Contextualizar o conteúdo relativo ao tema que será abordado durante o projeto: Gênero História em Quadrinhos. Recursos: Introdução do conceito do gênero discursivo história em quadrinhos. Metodologia:

- Respeitar a variedade linguística que caracteriza a comunidade dos falantes da Língua Portuguesa. - Expressar-se oralmente com eficácia em diferentes situações, interessando-se por ampliar seus recursos expressivos e enriquecer seu vocabulário. - Dominar o mecanismo e os recursos do sistema de representação escrita, compreendendo suas funções. - Utilizar adequadamente a pontuação do discurso direto, destacando as falas de personagens (dois pontos, travessão). - Analisar características da Língua Portuguesa e marcas linguísticas de diferentes textos, interessando-se por aprofundar seus conhecimentos sobre a língua.

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- Identificar o gênero textual história em quadrinhos e suas características textuais.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:

- Dominar o processo da leitura. - Conhecimentos básicos da escrita. - Estratégias e recursos da aula

As estratégias a serem utilizadas são:

- aula interativa; - trabalhos em grupos; - seleção e leitura de histórias em quadrinhos; - debate.

Número de aulas: 2 aulas (de 50 min. cada) Metodologia: Apresentar o gênero discursivo História em quadrinhos por meio de uma dinâmica, em seguida conceituar o gênero juntamente com os alunos. Correção: Ao final das atividades, o professor deverá avaliar e corrigir se os alunos:

- Ampliaram seu conhecimento sobre o tema pesquisando e selecionando um personagem para a produção de uma história em quadrinhos; - Produzirem uma história em quadrinhos em pequenos grupos, participando ativamente; - Reconhecerem as especificidades contidas em diferentes histórias em quadrinhos. - Comentarem sobre as histórias em quadrinhos produzidas pelos colegas.

Aula: 7/8 Objetivos específicos: Conhecer as estruturas internas que compõem uma história em quadrinho com clássicos da literatura, bem com especificar aos alunos sobre as características e autores da escola literária o Romantismo no Brasil.

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Clássicos da Literatura em Histórias em Quadrinho

Durante o primeiro trimestre de 2014, por meio do Projeto Clássicos da Literatura em HQs, alunos realizam a releitura de obras clássicas, recriando-as em histórias em quadrinho. Integrando disciplina de Português, Biblioteca Central e Laboratório de Informática, projeto objetivou incentivar à leitura de clássicos da Literatura Brasileira como: Dom Quixote, Guerra e Paz, Robinson Cruzoé, Os Miseráveis, Odisseia as Mil e uma Noites. Dom Casmurro, O Cortiço, A Escrava Isaura, O Guarani, Memórias Póstumas de Brás Cubas. Fazem parte do Romantismo brasileiro os seguintes autores: Gonçalves Dias - foi um importante poeta brasileiro do século XIX Principais obras: Os timbiras, Meditação, Canção do Exílio, I-Juca-Pirama, Seus Olhos. Álvares de Azevedo - escritor da Segunda Geração Romântica Principais obras: Lira dos Vinte Anos, Noite na Taverna. Castro Alves - importante poeta brasileiro da geração condoreira. Principais obras: Espumas Flutuantes, Os escravos, A Cachoeira de Paulo Afonso, Hinos do equador, Tragédia no Mar, O Navio Negreiro. Joaquim Manuel de Macedo - Principais obras: A Moreninha, O Moço Loiro, O Rio do Quarto, A luneta mágica. Recursos: Apresentar os diferentes conteúdos estruturais do gênero.

1 – formar grupos de no máximo 04 componentes 2- Escolher na biblioteca um clássico da literatura em quadrinhos; 3 – Ler a obra escolhida pelo grupo em casa; 4 – No laboratório de informática, o grupo de produzir sua HQ, observando as orientações das aulas e da professora.

Número de aulas: 2 aulas (de 50 min.cada) Metodologia: Explorar e desenvolver atividades de identificação dessas estruturas. Correção: O professor avaliará se os alunos reconhecem a estrutura do gênero textual História em quadrinho, a partir da atividade de interpretação. Observará se os alunos são capazes de produzir uma narrativa, a partir de quadrinhos, na escrita coletiva e em grupos. Constatará a desenvoltura oral dos alunos ao encenarem as histórias produzidas. Aula: 9/10

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Objetivos específicos: Apresentar o autor JOSÉ DE ALENCAR e seus personagens.

Pintura para o cenário da ópera O Guarani, da obra de José de Alencar,

Fonte: Ivan Jaf e Luiz Gê, 2009.

SOBRE O AUTOR

José de Alencar (1829-1877) foi romancista, dramaturgo, jornalista,

advogado e político brasileiro. Foi um dos maiores representantes da corrente literária indianista. Destacou-se na carreira literária com a publicação do romance "O Guarani", em forma de folhetim, no Diário do Rio de Janeiro, onde alcançou enorme

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sucesso. Seu romance "O Guarani" serviu de inspiração ao músico Carlos Gomes, que compôs a ópera O Guarani. Foi escolhido por Machado de Assis, para patrono da Cadeira nº 23, da Academia Brasileira de Letras.

José de Alencar consolidou o romance brasileiro, ao escrever movido por sentimento de missão patriótica. O regionalismo presente em suas obras, abriu caminho para outros sertanistas, preocupados em mostrar o Brasil rural.

José de Alencar criou uma literatura nacionalista onde se evidencia uma maneira de sentir e pensar tipicamente brasileiras. Suas obras são especialmente bem sucedidas quando o autor transporta a tradição indígena para a ficção. Tão grande foi a preocupação de José de Alencar em retratar sua terra e seu povo que muitas das páginas de seus romances relatam mitos, lendas, tradições, festas religiosas, usos e costumes observados pessoalmente por ele, com o intuito de, cada vez mais, abrasileirar seus textos.

José de Alencar (1829-1877) nasceu em Mecejana, Ceará no dia 1 de maio de 1829. Filho de José Martiniano de Alencar, senador do império, e de Ana Josefina. Em 1838 muda-se para o Rio de Janeiro. Com 10 anos de idade ingressa no Colégio de Instrução Elementar. Com 14 anos vai para São Paulo, onde termina o curso secundário e ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Em 1847 escreve seu primeiro romance "Os Contrabandistas". Em 1850 conclui o curso de Direito. Pouco exerceu a profissão. Ingressou no Correio Mercantil em 1854. Na seção "Ao Correr da Pena" escreve os acontecimentos sociais, as estreias de peças teatrais, os novos livros e as questões políticas. Em 1856 passa a ser o redator chefe do Diário do Rio de Janeiro, onde em 1 de janeiro de 1857 publica o romance "O Guarani", em forma de folhetim, alcançando enorme sucesso, e logo é editado em livro.

Em 1858 abandona o jornalismo para ser chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, aonde chega à Consultoria. Recebe o título de Conselheiro. Nessa mesma época é professor de Direito Mercantil. Foi eleito deputado pelo Ceará em 1861, pelo partido Conservador, sendo reeleito em quatro legislaturas. Na visita a sua terra Natal, se encanta com a lenda de "Iracema", e a transforma em livro.

Famoso, a ponto de ser aclamado por Machado de Assis como "o chefe da literatura nacional", José de Alencar morreu aos 48 anos no Rio de Janeiro vítima da tuberculose, em 12 de dezembro de 1877, deixando seis filhos, inclusive Mário de Alencar, que seguiria a carreira de letras do pai. Recursos: Descrição do autor José de Alencar do livro O GUARANI, de (obras, personagens, características, histórias) e de seus personagens principais.

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FONTE: Ivan Jaf e Luiz Gê, 2009.

Número de aulas: 2 aulas (de 50 min.) Metodologia: de Alencar e dos personagens. O resumo será xerocado para cada aluno. Atividade: Resumo e História em Quadrinhos sobre o Guarani (História O livro O Guarani, de José de Alencar, nessa historia há três personagens principais: Cecilia de Mariz, Peri e Loredano a história segue com sentimentos de ganancia, amor, vingança ciúme, e com acontecimentos tristes e felizes. A história começa com dois homens: Frei Ângelo de Luca e Fernão Ames. Eles estavam em uma cabana quando começou urna tempestade. Um raio atingiu uma grande árvore que bateu na cabana, e queimou parte de Fernando sabendo que ia morrer imediatamente entregou um mapa para as minas de prata de Robério Dias a Frei Ângelo dizendo para entregar a sua esposa. O frade que deveria estar ouvindo Fernão ficou olhando no mapa e assim que Ames morreu, foi embora e se tornou Loredano, um aventureiro. Cecilia, filha de dom Antônio, uma jovem que conheceu Peri, um índio, que após sua chegada à casa de dom Antônio a salvou, se apaixonando jurando protegê-la. Loredano desejava Cecilia ao mesmo tempo em que um senhor chamado Álvaro também a amava. Loredano planejava assaltar a casa, vencer dom Antônio, levando armas e dinheiro para chegar ás mina de prata. Isabel, filha de Dom Antônio, amava Álvaro, mas não era correspondida, pois ele amava Cecília. Em certo momento, um filho de dom Antônio mata uma índia da tribo Aimoré por acidente, assim deixando a tribo enfurecida, querendo vingança. Dois índios dessa tribo vão a Ceci para matá-la, para que assim a morte de sua índia não tenha sido em vão, mas por Peri amar tanto sua jovem, ele a protege, matando-os. Uma índia dessa tribo viu tudo o que aconteceu, e vai relatar aos outros companheiros fazendo assim, acontecer uma guerra entre a família de Dom Antônio e a tribo dos Aimorés. A guerra vai ficando mais rígida, por isso Peri resolve tornar uma medida. Sabendo que os aimorés comem da carne de outros humanos para absorverem suas qualidades. Peri resolve tomar um veneno e ir para a guerra. Quando morresse, eles

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comeriam da carne envenenada e morreriam. Álvaro o salva, e Peri, ao ver sua Ceci, desesperada. Resolve tomar um antídoto. Álvaro morre na guerra e lsabel se mata. O plano de Loredano é descoberto, e por isso, ele é condenado á morte na fogueira por traição. A batalha dos aimorés estava se aproximando da casa de dom Antônio. Por isso, ele pede para que Ceci e Peri fujam. Após eles fugirem. Quando os índios invadiram a casa, Dom Antônio explode tudo com a pólvora matando todos. Ceci que estava dormindo, acorda e pergunta a Peri o que havia acontecendo, ele explicou-a. Atormentada, resolve viver com Peri na mata. Uma tempestade muito forte fez com que os rios subissem rapidamente Peri do chão arranca urna palmeira e faz uma canoa, e junto com Cecília, despareceu no horizonte. Aula: 11/12 Objetivos específicos: Desenvolver uma produção textual baseado na aula Recursos: Xerox do material Metodologia: Solicitar que responda às questões trabalhadas nas aulas 10/11 Número de aulas: 2 aulas (de 50 min. cada)

- Qual é o assunto ? - Quais são os personagens que participam desta história? - Quem é o protagonista? - Há a presença de onomatopeias? Cite-as. - Em quais cenas existe a ideia de” movimento” dos objetos? - Descreva as expressões faciais dos personagens principais. - Qual a linguagem usada nesta HQ ? - Você já tinha lido obras do escritor José de Alencar? - Você já leu o romance O Guarani? Qual analogia você faz acerca da história? - No tempo de “O Guarani” ( comentar com os alunos – Colonizadores –

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amor valente de Peri e da bela Ceci – aventuras- perigos). Aula: 13/14 Objetivos específicos: Desenvolver uma produção textual baseada na aula Recursos: Elaborar um texto para a História em quadrinhos Número de aulas: 2 aulas (de 50 min. cada) Metodologia: Será entregue aos alunos uma história em quadrinhos sem as falas das personagens, a partir das imagens e usando a criatividade produzirão a história HQ.. Correção: Ao longo das aulas, o aluno será avaliado conforme sua dedicação e participação na proposta de criação de uma HQ. O importante é que ele consiga cumprir cada etapa: criação do personagem; do enredo; do roteiro; fazer as revisões e ajustes necessários. A correção final consistirá na produção da última versão da HQs. Se o aluno conseguiu produzir uma HQ, ele compreendeu o gênero, sua constituição e funcionamento.

Fonte: Ivan Jaf e Luiz Gê, 2009.

Aula:15/16

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Objetivos específicos: Desenvolver uma produção gráfica. Recursos: Elaborar uma sequência gráfica (história em quadrinho), a partir do texto apresentado pelo professor. Número de aulas: 2 aulas (de 50 min.cada) Metodologia: Será entregue aos alunos texto em prosa Uns Braços, de machado de Assis.

Uns Braços é um dos contos mais famosos de Machado de Assis. O conto trata da história de um jovem chamado Inácio, de quinze anos, que mora com o solicitador Borges em uma casa extensa, onde também vive D. Severina. D. Severina traz consigo seus braços sempre nus, o que na época era ato de vulgaridade e informalidade. Inácio se apaixona por D. Severina, que também tem uma forte atração pelo garoto. Inácio, sabendo não poder continuar a amar D. Severina, pensa em fugir da casa de Borges. Contudo, os braços de D. Severina o atraem tanto que lhe falta coragem para deixá-los. Em um certo momento, Inácio dorme e D. Severina o vê. Simultaneamente, Inácio sonha com D. Severina se aproximando dele e o beijando. D. Severina, fora de seu sonho, o torna realidade. É apenas aquele único beijo dentro de um sonho que Inácio deixa a casa de Borges, tempos depois, após completar dezesseis anos, sem ao menos saber que o beijo foi real. Texto-fonte:Obra Completa, Machado de Assis, vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado originalmente por Laemmert & C. Editores, Rio de Janeiro em 1896

UNS BRAÇOS Inácio estremeceu, ouvindo os gritos do solicitador, recebeu o prato que este lhe apresentava e tratou de comer, debaixo de uma trovoada de nomes, malandro, cabeça de vento, estúpido, maluco. — Onde anda que nunca ouve o que lhe digo? Hei de contar tudo a seu pai, para que lhe sacuda a preguiça do corpo com uma boa vara de marmelo, ou um pau; sim, ainda pode apanhar, não pense que não. Estúpido! maluco! — Olhe que lá fora é isto mesmo que você vê aqui, continuou, voltando-se para D. Severina, senhora que vivia com ele maritalmente, há anos. Confunde-me os papéis todos, erra as casas, vai a um escrivão em vez de ir a outro, troca os advogados: é o diabo! É o tal sono pesado e contínuo. De manhã é o que se vê; primeiro que acorde é preciso quebrar-lhe os ossos... Deixe; amanhã hei de acordá-lo a pau de vassoura! D. Severina tocou-lhe no pé, como pedindo que acabasse. Borges expetorou ainda alguns impropérios, e ficou em paz com Deus e os homens. Não digo que ficou em paz com os meninos, porque o nosso Inácio não era propriamente menino. Tinha quinze anos feitos e bem feitos. Cabeça inculta, mas bela, olhos de rapaz que sonha, que adivinha, que indaga, que quer saber e não acaba de saber nada. Tudo isso posto sobre um corpo não destituído de graça, ainda que mal vestido. O pai é barbeiro na Cidade Nova, e pô-lo de agente, escrevente, ou que quer que era, do solicitador Borges, com esperança de vê-lo no foro, porque lhe parecia que os procuradores de causas ganhavam muito. Passava-se isto na Rua da Lapa, em 1870. Durante alguns minutos não se ouviu mais que o tinir dos talheres e o ruído da mastigação. Borges abarrotava-se de alface e vaca; interrompia-se para virgular a oração com um golpe de vinho e continuava logo calado. Inácio ia comendo devagarinho, não ousando levantar os olhos do prato, nem para colocá-los onde eles estavam no momento em que o terrível Borges o descompôs. Verdade é que seria agora muito arriscado. Nunca ele pôs os olhos nos braços de D. Severina que se não esquecesse de si e de tudo. Também a culpa era antes de D. Severina em trazê-los assim nus, constantemente. Usava mangas curtas em todos os vestidos de casa, meio palmo abaixo do ombro; dali em diante ficavam-lhe os braços à mostra. Na verdade, eram belos e cheios, em harmonia com a dona, que era antes grossa que fina, e não perdiam a cor nem a maciez por viverem ao ar; mas é justo explicar

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que ela os não trazia assim por faceira, senão porque já gastara todos os vestidos de mangas compridas. De pé, era muito vistosa; andando, tinha meneios engraçados; ele, entretanto, quase que só a via à mesa, onde, além dos braços, mal poderia mirar-lhe o busto. Não se pode dizer que era bonita; mas também não era feia. Nenhum adorno; o próprio penteado consta de mui pouco; alisou os cabelos, apanhou-os, atou-os e fixou-os no alto da cabeça com o pente de tartaruga que a mãe lhe deixou. Ao pescoço, um lenço escuro; nas orelhas, nada. Tudo isso com vinte e sete anos floridos e sólidos. Acabaram de jantar. Borges, vindo o café, tirou quatro charutos da algibeira, comparou-os, apertou-os entre os dedos, escolheu um e guardou os restantes. Aceso o charuto, fincou os cotovelos na mesa e falou a D. Severina de trinta mil coisas que não interessavam nada ao nosso Inácio; mas enquanto falava, não o descompunha e ele podia devanear à larga. Inácio demorou o café o mais que pôde. Entre um e outro gole alisava a toalha, arrancava dos dedos pedacinhos de pele imaginários ou passava os olhos pelos quadros da sala de jantar, que eram dois, um S. Pedro e um S. João, registros trazidos de festas encaixilhados em casa. Vá que disfarçasse com S. João, cuja cabeça moça alegra as imaginações católicas, mas com o austero S. Pedro era demais. A única defesa do moço Inácio é que ele não via nem um nem outro; passava os olhos por ali como por nada. Via só os braços de D. Severina, — ou porque sorrateiramente olhasse para eles, ou porque andasse com eles impressos na memória. — Homem, você não acaba mais? bradou de repente o solicitador. Não havia remédio; Inácio bebeu a última gota, já fria, e retirou-se, como de costume, para o seu quarto, nos fundos da casa. Entrando, fez um gesto de zanga e desespero e foi depois encostar-se a uma das duas janelas que davam para o mar. Cinco minutos depois, a vista das águas próximas e das montanhas ao longe restituía-lhe o sentimento confuso, vago, inquieto, que lhe doía e fazia bem, alguma coisa que deve sentir a planta, quando abotoa a primeira flor. Tinha vontade de ir embora e de ficar. Havia cinco semanas que ali morava, e a vida era sempre a mesma, sair de manhã com o Borges, andar por audiências e cartórios, correndo, levando papéis ao selo, ao distribuidor, aos escrivães, aos oficiais de justiça. Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir. Borges não lhe dava intimidade na família, que se compunha apenas de D. Severina, nem Inácio a via mais de três vezes por dia, durante as refeições. Cinco semanas de solidão, de trabalho sem gosto, longe da mãe e das irmãs; cinco semanas de silêncio, porque ele só falava uma ou outra vez na rua; em casa, nada. "Deixe estar, — pensou ele um dia — fujo daqui e não volto mais." Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A educação que tivera não lhe permitia encará- los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso. Agüentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços. Naquele dia, enquanto a noite ia caindo e Inácio estirava-se na rede (não tinha ali outra cama), D. Severina, na sala da frente, recapitulava o episódio do jantar e, pela primeira vez, desconfiou alguma coisa. Rejeitou a idéia logo, uma criança! Mas há idéias que são da família das moscas teimosas: por mais que a gente as sacuda, elas tornam e pousam. Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu que entre o nariz e a boca do rapaz havia um princípio de rascunho de buço. Que admira que começasse a amar? E não era ela bonita? Esta outra idéia não foi rejeitada, antes afagada e beijada. E recordou então os modos dele, os esquecimentos, as distrações, e mais um incidente, e mais outro, tudo eram sintomas, e concluiu que sim. — Que é que você tem? disse-lhe o solicitador, estirado no canapé, ao cabo de alguns minutos de pausa. — Não tenho nada. — Nada? Parece que cá em casa anda tudo dormindo! Deixem estar, que eu sei de um bom remédio para tirar o sono aos dorminhocos... E foi por ali, no mesmo tom zangado, fuzilando ameaças, mas realmente incapaz de as cumprir, pois era antes grosseiro que mau. D. Severina interrompia-o que não, que era engano, não estava dormindo, estava pensando na comadre Fortunata. Não a visitavam desde o Natal; por que não iriam lá uma daquelas noites? Borges redargüia que andava cansado, trabalhava como um negro, não estava para visitas

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de parola, e descompôs a comadre, descompôs o compadre, descompôs o afilhado, que não ia ao colégio, com dez anos! Ele, Borges, com dez anos, já sabia ler, escrever e contar, não muito bem, é certo, mas sabia. Dez anos! Havia de ter um bonito fim: — vadio, e o côvado e meio nas costas. A tarimba é que viria ensiná-lo. D. Severina apaziguava-o com desculpas, a pobreza da comadre, o caiporismo do compadre, e fazia-lhe carinhos, a medo, que eles podiam irritá-lo mais. A noite caíra de todo; ela ouviu o tlic do lampião do gás da rua, que acabavam de acender, e viu o clarão dele nas janelas da casa fronteira. Borges, cansado do dia, pois era realmente um trabalhador de primeira ordem, foi fechando os olhos e pegando no sono, e deixou-a só na sala, às escuras, consigo e com a descoberta que acaba de fazer. Tudo parecia dizer à dama que era verdade; mas essa verdade, desfeita a impressão do assombro, trouxe-lhe uma complicação moral, que ela só conheceu pelos efeitos, não achando meio de discernir o que era. Não podia entender-se nem equilibrar-se, chegou a pensar em dizer tudo ao solicitador, e ele que mandasse embora o fedelho. Mas que era tudo? Aqui estacou: realmente, não havia mais que suposição, coincidência e possivelmente ilusão. Não, não, ilusão não era. E logo recolhia os indícios vagos, as atitudes do mocinho, o acanhamento, as distrações, para rejeitar a idéia de estar enganada. Daí a pouco, (capciosa natureza!) refletindo que seria mau acusá-lo sem fundamento, admitiu que se iludisse, para o único fim de observá-lo melhor e averiguar bem a realidade das coisas. Já nessa noite, D. Severina mirava por baixo dos olhos os gestos de Inácio; não chegou a achar nada, porque o tempo do chá era curto e o rapazinho não tirou os olhos da xícara. No dia seguinte pôde observar melhor, e nos outros otimamente. Percebeu que sim, que era amada e temida, amor adolescente e virgem, retido pelos liames sociais e por um sentimento de inferioridade que o impedia de reconhecer-se a si mesmo. D. Severina compreendeu que não havia recear nenhum desacato, e concluiu que o melhor era não dizer nada ao solicitador; poupava-lhe um desgosto, e outro à pobre criança. Já se persuadia bem que ele era criança, e assentou de o tratar tão secamente como até ali, ou ainda mais. E assim fez; Inácio começou a sentir que ela fugia com os olhos, ou falava áspero, quase tanto como o próprio Borges. De outras vezes, é verdade que o tom da voz saía brando e até meigo, muito meigo; assim como o olhar geralmente esquivo, tanto errava por outras partes, que, para descansar, vinha pousar na cabeça dele; mas tudo isso era curto. — Vou-me embora, repetia ele na rua como nos primeiros dias. Chegava a casa e não se ia embora. Os braços de D. Severina fechavam-lhe um parêntesis no meio do longo e fastidioso período da vida que levava, e essa oração intercalada trazia uma idéia original e profunda, inventada pelo céu unicamente para ele. Deixava-se estar e ia andando. Afinal, porém, teve de sair, e para nunca mais; eis aqui como e porquê. D. Severina tratava-o desde alguns dias com benignidade. A rudeza da voz parecia acabada, e havia mais do que brandura, havia desvelo e carinho. Um dia recomendava-lhe que não apanhasse ar, outro que não bebesse água fria depois do café quente, conselhos, lembranças, cuidados de amiga e mãe, que lhe lançaram na alma ainda maior inquietação e confusão. Inácio chegou ao extremo de confiança de rir um dia à mesa, coisa que jamais fizera; e o solicitador não o tratou mal dessa vez, porque era ele que contava um caso engraçado, e ninguém pune a outro pelo aplauso que recebe. Foi então que D. Severina viu que a boca do mocinho, graciosa estando calada, não o era menos quando ria. A agitação de Inácio ia crescendo, sem que ele pudesse acalmar-se nem entenderse. Não estava bem em parte nenhuma. Acordava de noite, pensando em D. Severina. Na rua, trocava de esquinas, errava as portas, muito mais que dantes, e não via mulher, ao longe ou ao perto, que lha não trouxesse à memória. Ao entrar no corredor da casa, voltando do trabalho, sentia sempre algum alvoroço, às vezes grande, quando dava com ela no topo da escada, olhando através das grades de pau da cancela, como tendo acudido a ver quem era. Um domingo, — nunca ele esqueceu esse domingo, — estava só no quarto, à janela, virado para o mar, que lhe falava a mesma linguagem obscura e nova de D. Severina. Divertia-se em olhar para as gaivotas, que faziam grandes giros no ar, ou pairavam em cima d'água, ou avoaçavam somente. O dia estava lindíssimo. Não era só um domingo cristão; era um imenso domingo universal. Inácio passava-os todos ali no quarto ou à janela, ou relendo um dos três folhetos que trouxera consigo, contos de outros tempos, comprados a tostão, debaixo do passadiço

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do Largo do Paço. Eram duas horas da tarde. Estava cansado, dormira mal a noite, depois de haver andado muito na véspera; estirou-se na rede, pegou em um dos folhetos, a Princesa Magalona, e começou a ler. Nunca pôde entender por que é que todas as heroínas dessas velhas histórias tinham a mesma cara e talhe de D. Severina, mas a verdade é que os tinham. Ao cabo de meia hora, deixou cair o folheto e pôs os olhos na parede, donde, cinco minutos depois, viu sair a dama dos seus cuidados. O natural era que se espantasse; mas não se espantou. Embora com as pálpebras cerradas viu-a desprender-se de todo, parar, sorrir e andar para a rede. Era ela mesma, eram os seus mesmos braços. É certo, porém, que D. Severina tanto não podia sair da parede, dado que houvesse ali porta ou rasgão, que estava justamente na sala da frente ouvindo os passos do solicitador que descia as escadas. Ouviu-o descer; foi à janela vê-lo sair e só se recolheu quando ele se perdeu ao longe, no caminho da Rua das Mangueiras. Então entrou e foi sentar-se no canapé. Parecia fora do natural, inquieta, quase maluca; levantando-se, foi pegar na jarra que estava em cima do aparador e deixou-a no mesmo lugar; depois caminhou até à porta, deteve-se e voltou, ao que parece, sem plano. Sentou-se outra vez, cinco ou dez minutos. De repente, lembrou-se que Inácio comera pouco ao almoço e tinha o ar abatido, e advertiu que podia estar doente; podia ser até que estivesse muito mal. Saiu da sala, atravessou rasgadamente o corredor e foi até o quarto do mocinho, cuja porta achou escancarada. D. Severina parou, espiou, deu com ele na rede, dormindo, com o braço para fora e o folheto caído no chão. A cabeça inclinava-se um pouco do lado da porta, deixando ver os olhos fechados, os cabelos revoltos e um grande ar de riso e de beatitude. D. Severina sentiu bater-lhe o coração com veemência e recuou. Sonhara de noite com ele; pode ser que ele estivesse sonhando com ela. Desde madrugada que a figura do mocinho andava-lhe diante dos olhos como uma tentação diabólica. Recuou ainda, depois voltou, olhou dois, três, cinco minutos, ou mais. Parece que o sono dava à adolescência de Inácio uma expressão mais acentuada, quase feminina, quase pueril. "Uma criança!" disse ela a si mesma, naquela língua sem palavras que todos trazemos conosco. E esta idéia abateu-lhe o alvoroço do sangue e dissipou-lhe em parte a turvação dos sentidos. "Uma criança!" E mirou-o lentamente, fartou-se de vê-lo, com a cabeça inclinada, o braço caído; mas, ao mesmo tempo que o achava criança, achava-o bonito, muito mais bonito que acordado, e uma dessas idéias corrigia ou corrompia a outra. De repente estremeceu e recuou assustada: ouvira um ruído ao pé, na saleta do engomado; foi ver, era um gato que deitara uma tigela ao chão. Voltando devagarinho a espiá-lo, viu que dormia profundamente. Tinha o sono duro a criança! O rumor que a abalara tanto, não o fez sequer mudar de posição. E ela continuou a vê-lo dormir, — dormir e talvez sonhar. Que não possamos ver os sonhos uns dos outros! D. Severina ter-se-ia visto a si mesma na imaginação do rapaz; ter-se-ia visto diante da rede, risonha e parada; depois inclinar-se, pegar-lhe nas mãos, levá-las ao peito, cruzando ali os braços, os famosos braços. Inácio, namorado deles, ainda assim ouvia as palavras dela, que eram lindas, cálidas, principalmente novas, — ou, pelo menos, pertenciam a algum idioma que ele não conhecia, posto que o entendesse. Duas, três e quatro vezes a figura esvaía-se, para tornar logo, vindo do mar ou de outra parte, entre gaivotas, ou atravessando o corredor, com toda a graça robusta de que era capaz. E tornando, inclinava-se, pegava-lhe outra vez das mãos e cruzava ao peito os braços, até que, inclinando-se, ainda mais, muito mais, abrochou os lábios e deixou-lhe um beijo na boca. Aqui o sonho coincidiu com a realidade, e as mesmas bocas uniram-se na imaginação e fora dela. A diferença é que a visão não recuou, e a pessoa real tão depressa cumprira o gesto, como fugiu até à porta, vexada e medrosa. Dali passou à sala da frente, aturdida do que fizera, sem olhar fixamente para nada. Afiava o ouvido, ia até o fim do corredor, a ver se escutava algum rumor que lhe dissesse que ele acordara, e só depois de muito tempo é que o medo foi passando. Na verdade, a criança tinha o sono duro; nada lhe abria os olhos, nem os fracassos contíguos, nem os beijos de verdade. Mas, se o medo foi passando, o vexame ficou e cresceu. D. Severina não acabava de crer que fizesse aquilo; parece que embrulhara os seus desejos na idéia de que era uma criança namorada que ali estava sem consciência nem imputação; e, meia mãe, meia amiga, inclinara-se e beijara-o. Fosse como fosse, estava confusa, irritada, aborrecida, mal consigo e mal com ele. O medo de que ele podia

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estar fingindo que dormia apontou-lhe na alma e deu-lhe um calafrio. Mas a verdade é que dormiu ainda muito, e só acordou para jantar. Sentou-se à mesa lépido. Conquanto achasse D. Severina calada e severa e o solicitador tão ríspido como nos outros dias, nem a rispidez de um, nem a severidade da outra podiam dissipar-lhe a visão graciosa que ainda trazia consigo, ou amortecer-lhe a sensação do beijo. Não reparou que D. Severina tinha um xale que lhe cobria os braços; reparou depois, na segunda-feira, e na terça-feira, também, e até sábado, que foi o dia em que Borges mandou dizer ao pai que não podia ficar com ele; e não o fez zangado, porque o tratou relativamente bem e ainda lhe disse à saída:— Quando precisar de mim para alguma coisa, procure-me. — Sim, senhor. A Sra. D. Severina... — Está lá para o quarto, com muita dor de cabeça. Venha amanhã ou depois despedir-se dela. Inácio saiu sem entender nada. Não entendia a despedida, nem a completa mudança de D. Severina, em relação a ele, nem o xale, nem nada. Estava tão bem! falava-lhe com tanta amizade! Como é que, de repente... Tanto pensou que acabou supondo de sua parte algum olhar indiscreto, alguma distração que a ofendera; não era outra coisa; e daqui a cara fechada e o xale que cobria os braços tão bonitos... Não importa; levava consigo o sabor do sonho. E através dos anos, por meio de outros amores, mais efetivos e longos, nenhuma sensação achou nunca igual à daquele domingo, na Rua da Lapa, quando ele tinha quinze anos. Ele mesmo exclama às vezes, sem saber que se engana: — E foi um sonho! um simples sonho!

Correção: O propósito das atividades ora apresentadas é despertar uma reflexão sobre demarcações de produções escritas com referências da oralidade. Além de compreender a especificidade do suporte trabalhado, é fundamental que o aluno tenha apreendido o valor da diversidade cultural e social do país, respeitando-a. Neste sentido, deve demonstrar reconhecimento à escrita formal, mas também às particularidades orais (que variam de região, bem como de contexto). Aula 17/18 Objetivos específicos: Observar as dificuldades apresentadas nas produções e solucioná-las. Recursos: Revisão das atividades de avaliação realizadas em sala Número de aulas: 2 aulas (de 50 min. cada) Metodologia: Durante o processo de revisão, na qual foram observadas as dificuldades dos alunos, os professores auxiliarão nos problemas apresentados para concluírem as atividades de avaliação. Correção: 1. Verificar, ao longo do processo, se o aluno/autor elabora texto

coerentes nas produções realizadas em salas. 2. Ler e comentar os quadrinhos de cada aluno, devolvendo-as para revisão. 3. Considerar o conjunto de textos elaborados pelos alunos. Escolher, com o grupo, o material que chegará até o público leitor (em forma de HQ, que possa ficar na biblioteca da escola, se for exemplar único; em forma de painel, no pátio da escola; em forma de varal de poesia, também no pátio da escola etc.).

Aula 19/20

Objetivos específicos: O que os alunos assimilaram com estas aulas.

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Número de aulas: 2 aulas (de 50 min. cada) Metodologia:

- Contextualizar os quadrinhos no mundo juvenil. - Criar uma história em quadrinhos utilizando recursos tecnológicos. - Planejar uma exposição de quadrinhos em espaço público.

Fonte: IVAN JAF E LUIZ GÊ, 2009.

Objetivos específicos: Recursos: Entrega do material de avaliação. Número de aulas: 2 aulas (de 50 min. cada) Metodologia: Fazer um breve resumo do gênero história em quadrinhos e dos objetivos do minicurso e mostrar o resultado das atividades de avaliação. Estratégias: A postura adotada pelos professores estará pautada na interação professor-aluno. Acreditamos que assim, o processo ensino/aprendizagem se torna eficaz para a realização das atividades. A proposta é aliar o gênero o Guarani um romance discursivo contextualizado ao autor José de Alencar juntamente às histórias de seus personagens, atentando ao fato de os personagens (índio, herói, cidadão burguês, religião, amor, caráter, etc.) socialmente construídos/instituídos, representados e reconhecidos. Conforme Moacyr Cirne (2011) apontado com um dos livros brasileiros que mais tiveram adaptações em histórias em quadrinhos. O romance se compõe, em grande parte, de personagens e episódios, mas as imagens permanecem na memória e amarram os fios mais importantes da narrativa. São imagens poderosas, que se impõem, sobretudo por seu caráter plástico. Por isso, a crítica distingue em Alencar um grande escritor, um grande artista da palavra, mas não compartilha do mesmo entusiasmo quando se refere aos seus enredos, à carpintaria da narrativa, algumas vezes falha (os conhecidos "cochilos" do escritor), e quase sempre previsível quanto às ações das personagens, lineares ou planas. A narrativa de O Guarani é simples, mas não simplista. Trabalhando habilidosamente as possibilidades e contradições do romance romântico, vale-se com muita liberdade da trama novelesca, da coloração épica, do devaneio lírico, da anotação histórica da e fabulação mítica e lendária, do ímpeto ideológico nacionalista e de elevada carga simbólica, tudo isso revestido de uma profusão de luzes e cores que invade a pupila do leitor, como se ele estivesse assistindo a um espetáculo grandioso, povoado pelas forças da natureza e por titãs, absorto pela beleza da cena, mais do que pelos pormenores da intriga.

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Fonte: Ivan Jaf; Luiz Gê, 2009.

Para tanto, utilizar a história O Guarani, já pré-selecionadas e adequadas à sala de aula em questão, dos personagens de José de Alencar. Avaliação: Por entender a avaliação como um processo, é imprescindível que a avaliação seja contínua e dê prioridade à qualidade e ao progresso de aprendizagem, ao desempenho do aluno ao longo do ano letivo, nesse caso, ao longo do projeto. Será observado e relatado, sem parâmetros quantitativos, a oralidade, leitura e escrita, ou seja, a participação em sala, pesquisas, debates, atividades orais e escritas dos alunos envolvidos ao longo do desenvolvimento do projeto. A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas de discussão, a leitura das tirinhas e das histórias em quadrinhos, a criação dos cartazes, da história em primeira pessoa, a discussão das questões apresentadas pelo educador, somadas às intervenções dele, a auto avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos. Além disso, todas estas atividades subsidiarão nossa auto avaliação enquanto educadores, a avaliação do nosso desempenho em sala pelo professor colaborador e pelo professor orientador do presente projeto. Correção: realizada em sala de aula no contato direto entre professor e alunos durante as aulas onde serão realizadas as atividades, sempre sendo dirigidas pelo professor e as pesquisas que forem realizadas serão avaliadas onde se perceberá o grau de entendimento do aluno na atividade proposta.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nosso objetivo em fazer esta Unidade Didática como eixo temático " Os

clássicos da literatura em História em quadrinhos”, deu-se pela percepção da

necessidade de fomentar a leitura literária no âmbito escolar.

O projeto tem como ponto de partida “ O Guarani, de José de Alencar “, que é

uma obra que faz parte da Escola Literária : Romantismo, acreditamos que o leitor

adolescente pode ser seduzido pela literatura.

Assim, a literatura por meio das HQs tem a função de contribuir para a

formação de um leitor crítico e reflexivo. E o papel do educador é despertar no aluno

o prazer pela leitura e capacitá-lo por meio de leituras competentes e significativas

ao seu aprendizado, para que, ele seja capaz de assumir seu papel ativo de leitor e

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agente transformador na sociedade ao qual está inserido.

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