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Noticiário da Aeronáutica Ano XXXIII - nº 13 - 30 out 2010 CRUZEX V – O maior treinamento aéreo da América Latina M ais de três mil militares e 92 aeronaves de seis nações. Até 20 de novembro, o céu da região Nordeste será tomado pelo maior treinamento de Forças Aéreas da América Latina, o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX), um conflito fictício com emprego real de meios militares para a restauração da paz em uma região atingida por um grave conflito armado. Os países participantes formam uma força de coalizão para repelir a invasão do país Vermelho, que tomou parte do país Amarelo, em uma região com conhecido potencial de recursos minerais a serem explorados e com histórico de problemas nas fronteiras. Brasil, Argentina, Chile, Uru- guai, Estados Unidos e França in- tegram essa Força de Coalizão que lidera os esforços mundiais para o restabelecimento da paz, na quinta edição do treinamento. Na vida real, o exercício possibilita uma importante interação e troca de experiências en- tre as Forças Aéreas das nações parti- cipantes. Neste ano, também estarão presentes observadores militares da Bolívia, Equador, Canadá, Peru, In- glaterra, Colômbia e Paraguai. “No dia-a-dia, os pilotos treinam, isoladamente, os diversos tipos de missões de caça. Na CRUZEX, esse treinamento será colocado em práti- ca”, explica o Major-Brigadeiro-do-Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, comandante da Terceira Força Aérea (III FAE), responsável pelas aviações de caça e de reconhecimento da Força Aérea Brasileira (FAB). No treinamento, as Bases Aéreas de Natal, Fortaleza e Recife serão as principais unidades operacionais, de onde partirão todas as aeronaves en- volvidas no conflito. Caças brasileiros F-5 EM, F-2000 Mirage, A-1 e A-29 Super Tucano realizarão missões com o reforço de Rafales (França), F-16 (Chile e Estados Unidos), A-4AR (Argentina), A-37 e IA-58 (Uruguai). Leia mais página 3. 2S Johnson / CECOMSAER

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Noticiário da Aeronáutica Ano XXXIII - nº 13 - 30 out 2010

CRUZEX V – O maior treinamento aéreo da América Latina

Mais de três mil militares e 92 aeronaves de seis nações. Até 20

de novembro, o céu da região Nordeste será tomado pelo maior treinamento de Forças Aéreas da América Latina, o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX), um confl ito fi ctício com emprego real de meios militares para a restauração da paz em uma região atingida por um grave confl ito armado.

Os países participantes formam uma força de coalizão para repelir a invasão do país Vermelho, que tomou parte do país Amarelo, em uma região com conhecido potencial de recursos minerais a serem explorados e com histórico de problemas nas fronteiras.

Brasil, Argentina, Chile, Uru-guai, Estados Unidos e França in-tegram essa Força de Coalizão que lidera os esforços mundiais para o restabelecimento da paz, na quinta edição do treinamento. Na vida real, o exercício possibilita uma importante interação e troca de experiências en-tre as Forças Aéreas das nações parti-cipantes. Neste ano, também estarão presentes observadores militares da Bolívia, Equador, Canadá, Peru, In-glaterra, Colômbia e Paraguai.

“No dia-a-dia, os pilotos treinam, isoladamente, os diversos tipos de missões de caça. Na CRUZEX, esse treinamento será colocado em práti-

ca”, explica o Major-Brigadeiro-do-Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, comandante da Terceira Força Aérea (III FAE), responsável pelas aviações de caça e de reconhecimento da Força Aérea Brasileira (FAB).

No treinamento, as Bases Aéreas de Natal, Fortaleza e Recife serão as principais unidades operacionais, de onde partirão todas as aeronaves en-volvidas no confl ito. Caças brasileiros F-5 EM, F-2000 Mirage, A-1 e A-29 Super Tucano realizarão missões com o reforço de Rafales (França), F-16 (Chile e Estados Unidos), A-4AR (Argentina), A-37 e IA-58 (Uruguai). Leia mais página 3.

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ISSN 1518-8558.Tiragem: 6.000 exemplaresChefe Interino do CECOMSAER: Cel Av Marcelo Kanitz Damasceno Chefe da Divisão de Produção e Divulgação: Ten Cel Av Marcelo Luis Freire Cardoso TostaEdição: 1º Ten QCOA CSO Luiz Claudio Ferreira, 1º Ten QCOA JOR Alessandro Paulo da Silvae 2º Ten QCOA JOR Flávio Hisakasu Nishimori Jornalista Responsável: 1º Ten QCOA CSO Luiz Claudio Ferreira

Arte Gráfica e Diagramação: 3S SAD Jéssica de Melo Pereira CB SAD Lucas Maurício Alves ZigunowInternet: www.fab.mil.br - E-mail: [email protected]. Endereço: Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” - 7º andar - 70045-900

Brasília-DF - Telefone: (61) 3966-9665 - FAX: (61) 3966-9755.

NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). Está autorizada a transcrição parcial ou integral dos artigos publicados, com o devido crédito. Os textos foram produzidos pelas respectivas unidades e/ou pela equipe de jornalismo do CECOMSAER. Assista a vídeos e ouça entrevistas no site da FAB (www.fab.mil.br).

AZUVER - Jogos de guerra envolvem escolas de altos estudos militares no Rio de Janeiro

Pânico generalizado, violência e vandalismo gerados por grupos

paramilitares têm sido registrados em importante pólo petroquímico e minerador. A região que herdou sé-rios problemas de delimitação de suas fronteiras é palco de inevitável confl ito armado. Tropas de ambos os lados já se encontram posicionadas.

Esse é o cenário que cerca de 400 ofi ciais-alunos, das três escolas de altos estudos militares das Forças Ar-madas Brasileiras, a Escola de Guerra Naval (EGN), a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e a Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica (ECEMAR) utilizarão para o exercício de campanha AZU-VER, iniciado em outubro.

O AZUVER é um conflito ar-

Ofi ciais-alunos participam do exercício AZUVER, no Rio de Janeiro

mado fi ctício, motivado pela disputa da região conhecida como Topázio e realizado anualmente pelos ofi ciais-alunos da EGN, ECEME e ECEMAR. Os participantes trabalham em dez Es-tados-Maiores Conjuntos, sendo cinco grupos do país Azul e outros cinco do país Vermelho. O exercício é dividido em três fases distintas: planejamento do comando conjunto, planejamento das forças componentes e interação.

A simulação é favorecida por meio de um sofi sticado sistema desen-volvido pelo Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Cam-pos (CCA-SJ), denominado “Projeto Marte”. Os oficiais-alunos também contam com o auxílio de soft ware para o cenário, máquina de simulação e do portal de resultados, que possibilitam

o planejamento de missões aéreas, o confronto dos planejamentos e a vi-sualização de todas as ações do AZU-VER, inclusive na ECEME e na EGN.

Na ECEMAR, novas instalações da sala dos jogos de guerra foram inauguradas para a execução do exer-cício simulado. O ambiente foi conce-bido com “layout” e equipamentos de tecnologia da informação e dispõe de sala de controle do jogo, de avaliação doutrinária e de arbitragem.

Os jogos são supervisionados e estimulados pelo Ministério da Defesa e tem como lema “a visão integrada en-tre as Forças Armadas para a solução de operações militares”, e não podem ser encarados como uma guerra com vencedores e vencidos. Com esse tipo de treinamento específi co, o grande objetivo é levar aos ofi ciais-alunos a oportunidade de planejar e empregar o poder militar de forma conjunta. O exercício AZUVER prepara ofi ciais superiores que irão compor os diver-sos Estados-Maiores do Ministério da Defesa e das Forças Armadas.

Paralelamente, é realizado outro jogo de guerra exclusivamente para os ofi ciais-alunos das Forças Armadas de Nações Amigas: o jogo de guerra “Ara-ribóia”. Sob a coordenação da EGN e com a participação dos ofi ciais-alunos daquela escola e da ECEMAR, o exer-cício é um jogo de guerra seminário e unilateral, no qual os participantes buscarão um intercâmbio acadêmico, profi ssional e a integração. Esta é a primeira vez que se realiza a atividade para ofi ciais estrangeiros do Curso de Comando e Estado-Maior.

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CRUZEX ajudou a revolucionar o emprego da Força Aérea

“Em menos de dez anos a Força Aérea Brasileira modificou

totalmente a sua forma de empregar o poder aeroespacial. Até então, ope-rávamos de forma semelhante ao que foi empregado na guerra do Vietnã e outras, das décadas de 70 e 80”, afi rma o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, hoje à frente do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), ao falar sobre a importância dos conhecimentos aprendidos com o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX). O primeiro treina-mento ocorreu em 2002.

“Por meio de um processo de lições aprendidas, disseminamos internamente, para todos os níveis, manuais doutrinários, documentos e normas operacionais que são adap-tadas a cada novo conhecimento. Criamos cursos e estágios para os

O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Burnier, Co-mandante do COMGAR

nossos militares, visando a especiali-zação nas diversas atividades que são desenvolvidas nas modernas opera-ções aéreas em combate. Mas, talvez, a maior mudança que realizamos foi a adaptação do currículo do Curso de Comando e Estado Maior, que é ministrado na Escola de Comando e Estado-Maior (ECEMAR) para todos os ofi ciais superiores da Força Aérea. A modernidade e os conhecimentos que são ministrados neste curso não ficam atrás do que é ensinado nas melhores Forças Aéreas do mundo”, afi rma o Comandante do COMGAR, um dos responsáveis pela criação do exercício. Leia a íntegra da entrevista com o Comandante do COMGAR na edição deste mês da revista Aerovisão, em www.fab.mil.br.

Acompanhe as notícias do exer-cício em: www.cruzex.aer.mil.br

CRUZEX - Entenda o conflito fictício Aeronaves de caçabrasileiras envolvidas

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AMAZÔNIA SECA - Aeronaves militares transportam 600 toneladas de alimentos na região Norte

A Força Aérea Brasileira iniciou em outubro uma operação de ajuda humanitária às vítimas da seca na Região Amazônica. A ação inclui o transporte de alimentos, medicamen-tos e kits de higiene arrecadados pela Defesa Civil do Amazonas para os municípios atingidos pela estiagem.

Ao todo, serão transportados cer-ca de 600 toneladas de mantimentos para os pólos de recepção da Defesa Civil nos municípios de Tabatinga, Cruzeiro do Sul e Tefé.

Até o dia 18 de outubro, a FAB já

havia transportado 500 toneladas, em-pregando duas aeronaves C-130 Hércu-les (1°/1° GT e 1° GTT) e dois C-105 Amazonas (1°/9° GAV) num esforço aéreo de aproximadamente 150 horas - o equivalente a pouco mais de seis dias ininterruptos de voo, com a realização de missões até nas madrugadas.

Cerca de 40 mil famílias do in-terior do Amazonas, em municípios que já se encontram em estado de emergência, serão beneficiadas com a distribuição de alimentos.

“O que mais me impressionou

foi a cena do rio completamente seco perto da localidade de Tefé. Por isso a importância da distribuição de ali-mentos para a população ribeirinha, que agora não pode mais contar com as embarcações”, afirmou o Major Alexandre Nogueira, comandante de uma das aeronaves C-130 Hércules que auxiliam na operação de ajuda humanitária.

Força Aérea FM – Ouça entrevis-tas em http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?page=forcaaereafm&entrevista=119

Aeronaves da FAB trans-portam alimentos que se-rão distribuídos na região Norte, para vítimas da seca na Amazônia

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ELEIÇÕES - Força Aérea transporta urnas eleitorais para 73 localidades isoladas em 6 Estados

Durante as eleições, aeronaves da Força Aérea Brasileira transpor-

taram 495 urnas para 73 localidades de difícil acesso no Acre, Amapá, Ama-zonas, Pará, Maranhão e Pernambuco.

A operação envolveu sete tipos de aviões e helicópteros para o transporte de equipamentos e de 1760 profi ssio-nais dos tribunais regionais eleitorais, infraestrutura necessária para que a

população dessas localidades pudesse exercer o direito de votar.

Entre as regiões atendidas há aldeias indígenas e cidades inacessí-veis por estradas e rios. “Sem o apoio da Aeronáutica, seria impossível que brasileiros de pelo menos 10 locali-dades votassem. Reconhecemos que é realmente uma operação gigantesca, de guerra, para fazer valer a cidadania”,

disse o diretor do Tribunal Regional Eleitoral do Acre, Maydano Fernandes.

As aeronaves levaram urnas para localidades distantes, como Marechal Th aumaturgo, a cerca de 600 quilô-metros de Rio Branco, com 13 mil habitantes, e para Santa Rosa do Purus, a 300 quilômetros da capital, com apro-ximadamente quatro mil moradores.

Em oito localidades na zona rural de São Felix do Xingu e de Jacareacan-ga, no Pará, 3.260 brasileiros, a maioria de origem indígena, puderam votar. “É um esforço muito grande e impor-tante. O apoio da Aeronáutica faz-se imprescindível para que esse grande momento se realize com sucesso. Para nós, é uma grande alegria”, afi rmou o diretor de Logística do TRE-PA, José Edgar Tocantins Melo.

No Maranhão, a FAB levou com 15 urnas a seis localidades. Numa média climática de 35 graus centígra-dos, os pilotos voaram mais de seis horas por dia. “É muito gratifi cante para todos nós saber que estamos contribuindo para este momento tão importante para o país “, disse o comandante de umas das aeronaves, Capitão Waldir Gava, do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV).

Forças Aéreas treinam para situações de catástrofesMilitares da Força Aérea Brasi-

leira (FAB) participaram, no Chile, da Operação Cooperación I, o primeiro exercício de integração entre forças aéreas americanas cujo objetivo é fortalecer a cooperação entre os países membros do Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA).

O Brasil enviou 62 militares e três aeronaves, um avião C-105 Amazonas e dois helicópteros H-60 BlackHawk.

Ao todo, 44 aeronaves de treze países e mais de 35 aviões civis do país anfi trião completaram o cenário do treinamento da operação, que teve como pano de fundo uma catástrofe

ocorrida na região sul do Chile, em consequência de um abalo sísmico e de um tsunami (fi ctício).

A estrutura fornecida pelos 13 pa-íses participantes - Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equa-dor, Estados Unidos, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai – foi empregada no apoio às vítimas desse cenário fi ctício de tragédia.

O exercício terminou com mais de 750 horas voadas, cinco mil passa-geiros transportados e 60 toneladas de carga distribuídas. O objetivo do treinamento foi padronizar procedi-mentos e defi nir uma metodologia de trabalho comum. Helicóptero da FAB sobrevoa os Andes

Aeronaves da Força Aérea apoiaram o transporte de urnas eleitorais1º

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COMEMORAÇÕES - Portões abertos atraem 190 mil pessoas

A escolha do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira lembra o

feito do inventor Alberto Santos Du-mont que, em 1906, alçou voo, pela primeira vez, a bordo de um aparelho mais pesado que o ar, o 14-Bis. Ao longo do mês de outubro, mais de 190 mil pessoas acompanharam os portões abertos realizados pelas Bases Aéreas de Brasília, Florianópolis, Santa Maria e Campo Grande, além do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), em Belo Horizonte.

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Senadores e deputados federais homenageiam a Aeronáutica em sessão solene

No telão da Câmara dos Deputa-dos, a decolagem, o voo de tantas

máquinas, a defesa aérea, o trabalho humano, operacional, profissional. A sessão do dia 20 de outubro nem havia começado e, no plenário, todos já olhavam para o alto. Olhavam tam-bém para dentro de uma instituição prestes a completar 70 anos e que seria a homenageada por deputados federais e senadores - 23 de outubro é o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB).

A sessão solene no Congresso Nacional foi proposta pelo senador Inácio Arruda e do deputado federal Marco Maia. O evento contou com a presença do General-de-Exército Enzo Martins Peri, Comandante do Exército e que também representou o Ministro da Defesa, do Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, do Comandante do 7º Distrito Naval, Vice-Almirante Walter Carrara Lou-reiro, além de ofi ciais-generais das três Forças Armadas. Catorze deputados e senadores discursaram durante o evento.“Orgulha-nos contar com uma Força Aérea apta a atuar em qualquer cenário e que conta com profi ssionais compromissados com o Brasil”, disse o deputado Marco Maia. O senador Inácio Arruda destacou

o papel das iniciativas da FAB no desenvolvimento do país. “O Correio Aéreo Nacional, por exemplo, tem uma história de integração do nosso território continental. O Congresso tem uma profunda admiração pela bravura desses profi ssionais de rara dedicação à pátria”, afi rmou.

O deputado Emanuel Fernandes, engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), destacou os avanços nas áreas de ci-ência e tecnologia promovidos pela instituição. “Pela minha convivência nesse ambiente, conheço a capacidade transformadora e a colaboração com a

indústria nacional”, contou. O senador Adelmir Santana também discursou e lembrou a missão da FAB no Haiti. “Foi uma missão inesquecível de soli-dariedade reconhecida no Brasil e no mundo”, enfatizou.

A senadora Serys Slhessarenko exemplifi cou que, nesta semana, a FAB realizou transporte de mantimentos para áreas isoladas na Região Amazô-nica por conta da seca. “A Aeronáutica tem trabalhado tanto durante secas como enchentes, mobilizando mili-tares para atuar nas mais diferentes situações. Parabéns, vocês são heróis da Pátria.”

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Parlamentares destacaram as diferentes atividades da FAB e enalteceram profi ssionais

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Simpósio discute reaparelhamento das

Forças Armadas

O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, participou de evento na FIESP, em São Paulo

Mascote dos Jogos Mundiais Militares vai se chamar “Arion”

“Arion”. Assim será chamada a mas-cote do Rio 2011. Em votação que

mobilizou, durante 22 dias, 81.537 pes-soas em todo o Brasil, e até do exterior, o nome escolhido venceu com 41.069 votos, o que signifi ca uma diferença de 15.730 votos em relação ao segundo colocado, Turi, que obteve 25.339 votos. Em terceiro lugar fi cou Super-Pax, com 15.129 votos. Arion, de origem grega, signifi ca: “o que tem energia”.

As três opções que estavam em votação foram selecionadas a par-tir de uma pesquisa que pretendeu apresentar um nome que expressasse os valores e pontos fortes das Forças Armadas: probidade, abnegação, pa-triotismo, veracidade, imparcialidade e a imagem soldado-herói.

Os 5º Jogos Mundiais do Conse-lho Internacional do Esporte Militar (CISM) - Rio 2011 tem como tema central a promoção da paz por meio do esporte. Assim, usando o símbolo mágico da pomba branca, o desenhista Mauricio de Sousa, usou como inspi-ração um menino que se transforma em um superatleta militar futurista para ilustrar essa idéia.

Segundo o autor, a pomba acom-panha o menino em todos os seus momentos e dá vida aos seus desenhos de soldadinhos da infância, criando a Tropa da Paz.

Para o Coordenador Geral dos Jogos Mundiais Militares, General Jamil Megid Junior, o público teve uma participação especial na escolha do nome da mascote. “Foi importante a participação do público na seleção do nome que simboliza o espírito esportivo, a energia brasileira e a determinação do atleta para vencer.”

O menino e sua tropa da paz – representando as Formas Armadas e Forças Auxiliares – estarão juntos para encantar a todos e transformar os Jogos Rio 2011 em um experiência cheia de aventuras e magia.

Dentro do projeto de criação do Arion, estão previstos desenhos em 3D, animação gráfi ca de 30 segundos e revista em quadrinhos, assim como diversos produtos licenciados com a exposição da mascote como: jogo da memória, quebra-cabeça, imãs de geladeira e papelaria, entre muitos outros. (Assessoria Rio 2011)

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP),

por meio de seu Departamento da Indústria de Defesa (COMDEFESA), realizou (6/10) simpósio para discutir o reaparelhamento das Forças Arma-das. Além de empresários do setor, o evento reuniu o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, os Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

No simpósio, o Ministro da Defesa ressaltou a posição estratégica de cooperação do Brasil na América do Sul detalhando que a Estratégia Nacional de Defesa está assentada em três eixos principais: reorganização das Forças Armadas, reestruturação da indústria de defesa e composição do efetivo das Forças Armadas.

O ministro adiantou ações estra-tégicas que estão sendo planejadas. “Entre essas medidas podemos citar a formação de um quadro de especia-listas de defesa; o fomento de pesquisa de materiais e equipamentos com a utilização de tecnologia nacional e o início de uma operação de paz no Líbano, a exemplo do que ocorre no Haiti. Nesse tipo de missão a intenção não é fazer a paz, mas sim auxiliar na manutenção da paz.”

O diretor do COMDEFESA, Jairo Cândido, afi rmou que a fi nalidade do Departamento da Indústria de Defesa da FIESP é atuar no desenvolvimento de projetos de defesa.

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Homenagem

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Academia da Força Aérea: 50 anos de uma história de pioneiros

A marcha e as palavras ecoadas dos cadetes encontram-se com os

olhos antigos, que insistem em ficar molhados. A vista assiste a duas his-tórias, como se fossem “filmes”. Uma, presente, de cenário transformado. Outra, memória, do ano de 1960, de terra, grama, tratores, construções. Os “filmes” que passam pela cabeça e pelo coração desses homens contam a mesma história. Cinquenta anos de-pois, pioneiros da implementação do destacamento em Pirassununga (SP), do que viria a se tornar a Academia da Força Aérea (AFA), voltaram ao lugar que ajudaram a erguer e se emociona-ram com homenagens que receberam. Era unânime entre eles que tudo es-tava diferente, mas que, também, em cada pedaço daquele chão, parecia que o tempo não havia passado.

“Voltar aqui é muito emocionan-te para todos nós. O que nós fizemos foi um trabalho de desbravadores. Foi tudo muito difícil e especial-mente gratificante”, disse o Tenente-Brigadeiro João Felippe Sampaio de Lacerda Júnior, hoje na reserva, e um dos pioneiros da construção da nova escola de aviação da Aeronáutica. Em Pirassununga, só havia dois hangares e salas vazias. Antes, os aviadores eram

formados no lendário Campo dos Afonsos (RJ) e que, com o aumento do tráfego aéreo na capital fluminense, a escola teve que ser transferida para um lugar de menor volume de aviões.

Um dos comandantes do desta-camento foi o então Capitão Rivaldo Gusmão de Oliveira Lima. “Passei oito anos aqui. Antes, participei dos trabalhos do destacamento de Brasília. Foi parecido. O espaço era cercado de plantações. Havia apenas a vontade e a convicção dos militares e civis que atuaram nesse lugar”, disse o coronel aposentado.

Trabalhava com o Capitão, o Cabo José de Vargas Soares. Ele lem-bra que, além de dois hangares, havia apenas estradas de terra e mato. Ele era mecânico. “´E muito importante imaginar que participamos disso tudo aqui”, comentou. Ele lembra ainda do cheiro de querosene na pista das ae-ronaves que chegavam com materiais para construção da nova escola.

Saudade – O Brigadeiro Roberto de Carvalho Rangel lembra que, du-rante a construção, os militares troca-vam algumas vezes a farda durante o dia tamanho era o volume de poeira. “É muito gostoso ver tudo pronto. Fui muito feliz aqui e fiquei muito sensibi-

lizado ao assistir ao desfile. Não pude conter as lágrimas”, disse.

O hoje Coronel Neri Nacimento também ficou sensibilizado em voltar à Academia. “Acho que surgiu uma escola muito maior e melhor do que imaginávamos. Claro que bate uma saudade muito grande de tudo aqui. Quem veio depois fez obras maravi-lhosas”. Ele serviu na época da cons-trução e depois durante a década de 70 como instrutor e no setor de apoio. “Se pudesse voltar, faria tudo de novo. Com a idade que eu tenho ou com a idade que eu tinha”.

Um dos pioneiros e também ex-comandante da AFA, o Major-Briga-deiro Lauro Ney Menezes agradeceu a oportunidade e as homenagens que a escola fazia. “Gostaria de lhes confessar a emoção que toma conta do peito do velho aviador”. Esse momento traz de volta esses homens que foram desta-cados para o campo de Pirassununga.

O atual Comandante da Acade-mia da Força Aérea, Brigadeiro-do-Ar Roberto Carvalho, disse que foi uma honra receber os pioneiros do desta-camento precursor da Academia da Força Aérea. “Nada que existe hoje aconteceria sem que esses homens tivessem trabalhado há 50 anos”.

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