notaer - edição de fevereiro

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www.fab.mil.br Ano XXXIV Nº 2 Fevereiro, 2011 ISSN 1518-8558 Assinado contrato para modernização dos caças A-1 (Pág. 14) Na maior tragédia natural do país, Força Aérea leva ajuda humanitaria e atendimento de saúde ao RJ Helicópteros em decolagens e pousos, militares no planejamen- to das operações e profissionais de saúde minimizando as dores em uma situação de sofrimento. Em Itaipava, na cidade de Petró- polis (RJ), tripulações e helicópte- ros H-34 (do Rio de Janeiro), H-60 (de Manaus), H-1H (de Campo Grande) e H-50 (de Natal) atua- ram numa operação inesquecível. Mais de 200 militares da FAB devotaram seu tempo integral- mente durante quase duas sema- nas ininterruptas de atividades no Estado do Rio de Janeiro. O resultado da abnegação desses profissionais traduziu-se em mais de 120 missões, 47 tonela- das de carga e 787 passageiros transportados, incluindo 62 pessoas que foram resgatadas em áreas de risco. O Hospital de Campanha (HCAMP), montado em Itaipava, realizou 1905 aten- dimentos. (Pág. 4, 5 e 6) Pela primeira vez, tropa de Infantaria participa de missão de paz da ONU Há um ano, FAB ajudava a socorrer as vítimas de terremoto no Haiti ESPECIAL 70 ANOS Anos 70 - A integração da defesa aérea e com o controle de tráfego aéreo no Brasil Um pelotão com 27 militares da Aeronáuca integra, ao lado de militares da Marinha e do Exército, o conngente da Missão das Na- ções Unidas para a Estabilizaçao no Hai. É uma missão inédita para a Infantaria (Pág. 11) Em quatro meses de atuação, a FAB realizou 156 missões de ajuda humanitária, perfazendo um total de 3,3 mil horas de voo. O HCAMP, montado após a tragédia, realizou mais de 36 mil atendimentos e 1,4 mil cirurgias (Pág. 12) A década marca o início de uma nova fase para a Força Aé- rea Brasileira com a chegada dos modernos aviões supersônicos e a criação de um modelo integrado de controle e defesa aérea do país. (Pág. 7 a 10) Corrida da Paz acontecerá no próximo dia 20 de fevereiro (Pág. 15) ACONTECE na FAB - Passagens de comando e aniversários (Pág. 13) S1 Silva Lopes / CECOMSAER A FAB realizou mais de 120 missões em duas semanas de atuação na Operação Serrana. O HCAMP atendeu 1905 pessoas

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Na maior tragédia natural do país, Força Aérea leva ajuda humanitaria e atendimento de saúde ao RJ

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Page 1: Notaer - Edição de Fevereiro

www.fab.mil.br Ano XXXIV Nº 2 Fevereiro, 2011 ISSN 1518-8558

Assinado contrato para modernização dos caças A-1 (Pág. 14)

Na maior tragédia natural do país, Força Aérea leva ajuda humanitaria e atendimento de saúde ao RJ

Helicópteros em decolagens e pousos, militares no planejamen-to das operações e profi ssionais de saúde minimizando as dores em uma situação de sofrimento. Em Itaipava, na cidade de Petró-polis (RJ), tripulações e helicópte-ros H-34 (do Rio de Janeiro), H-60 (de Manaus), H-1H (de Campo Grande) e H-50 (de Natal) atua-ram numa operação inesquecível.

Mais de 200 militares da FAB devotaram seu tempo integral-mente durante quase duas sema-nas ininterruptas de atividades no Estado do Rio de Janeiro. O resultado da abnegação desses profissionais traduziu-se em mais de 120 missões, 47 tonela-das de carga e 787 passageiros transportados, incluindo 62 pessoas que foram resgatadas em áreas de risco. O Hospital de Campanha (HCAMP), montado em Itaipava, realizou 1905 aten-dimentos. (Pág. 4, 5 e 6)

Pela primeira vez, tropa de Infantaria participa de missão de paz da ONU

Há um ano, FAB ajudava a socorrer as vítimas de terremoto no Haiti

ESPECIAL 70 ANOSAnos 70 - A integração da defesa aérea e com o controle de tráfego aéreo no Brasil

Um pelotão com 27 militares da Aeronáuti ca integra, ao lado de militares da Marinha e do Exército, o conti ngente da Missão das Na-ções Unidas para a Estabilizaçao no Haiti . É uma missão inédita para a Infantaria (Pág. 11)

Em quatro meses de atuação, a FAB realizou 156 missões de ajuda humanitária, perfazendo um total de 3,3 mil horas de voo. O HCAMP, montado após a tragédia, realizou mais de 36 mil atendimentos e 1,4 mil cirurgias (Pág. 12)

A década marca o início de uma nova fase para a Força Aé-rea Brasileira com a chegada dos modernos aviões supersônicos e a criação de um modelo integrado de controle e defesa aérea do país. (Pág. 7 a 10)

Corrida da Paz acontecerá no próximo dia 20 de fevereiro (Pág. 15)

ACONTECE na FAB - Passagens de comando e aniversários (Pág. 13)

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A FAB realizou mais de 120 missões em duas semanas de atuação na Operação Serrana. O HCAMP atendeu 1905 pessoas

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CARTA AO LEITOR

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

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O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáuti ca (CECOMSA-ER), voltado ao público interno.

Chefe-Interino do CECOMSAER: Coronel Aviador Marcelo Kanitz Damasceno

Chefe da Divisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Ale-xandre Emílio Spengler

Chefe da Divisão de Relações Públi-cas: Major Aloísio Secchin Santos

Editores: Tenente Luiz Claudio Ferreira e Tenente Alessandro Silva

Repórteres: Tenente Luiz Claudio Ferreira, Tenente Alessandro Silva, Tenente Adriana Alvares, Tenente Marcia Silva, Tenente Flávio Hi-sakasu Nishimori e Tenente Carla Dieppe

Colaboradores: CIAER, III COMAR, Embraer, Rio 2011, CENIPA, DIRSA e Sistema Kataná (textos enviados ao CECOMSAER para divulgação por diversas unidades)

Redação, diagramação: Divisão de Produção e Divulgação

Distribuição: Divisão de Relações Públicas

Tiragem: 30.000 exemplares

Jornalista Responsável: Tenente Luiz Claudio Ferreira (MTB 2857 - PE)

Diagramação: Tenente Alessandro Silva e Cabo Lucas Maurício Alves Zigunow

Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias publicadas, desde que mencionada a fonte.

Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser enviados para: [email protected]

ISSN 1518-8558

Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” - 7º andarCEP - 70045-900 - Brasília - DF

Impressão e acabamento:Aquarius Gráfi ca e Editora

Expediente

Guerreiros e nuvens

Vazamento de informações: O que é? Como prevenir? A história mostra bons exemplos

dos cuidados que as instituições têm que adotar para a proteção do conhecimento, quase sempre de inesti mável valor comercial ou estra-tégico. Forças Armadas modernas e combati vas não terão êxito em suas missões sem essa proteção.

Vivemos na sociedade da infor-mação e o COMAER, como qualquer outra organização, detém uma infi -nidade de conhecimentos (elabora-dos a parti r de dados, informações, pesquisas, desenvolvimentos, experi-ências, etc) e o conhecimento, hoje em dia, é, cada vez mais, a chave do sucesso de qualquer empreendimen-to, seja ele civil ou militar.

No mundo inteiro, organizações combatem o vazamento de conhe-cimentos sensíveis de que são de-tentoras, investi ndo em medidas de proteção do conhecimento.

O vazamento de conhecimentos é quando ocorre uma divulgação não autorizada desse conhecimento para pessoas ou organizações que não

deveriam tê-lo. Isso ocorre, em geral, por meio de furtos internos, acesso de pessoas não credenciadas às áreas res-tritas, circulação de visitantes desacom-panhados e sem controle constante em organizações sensíveis, entrada e uti li-zação de equipamentos fotográfi cos, de fi lmagem e de outros meios eletrô-nicos sem prévia autorização, falta de comparti mentação do conhecimento, da documentação sigilosa e de ações irregulares por parte do efeti vo face ao desconhecimento dos procedimentos e protocolos de segurança.

Podemos minimizar os prejuízos decorrentes dos vazamentos de co-nhecimentos sensíveis por meio de ações simples, porém efi cientes, tais como: não conversar assuntos sigilo-sos ao telefone - principalmente ao celular; não comentar assuntos do trabalho em locais públicos, pois nun-ca se sabe quem está escutando; não uti lizar meios vulneráveis (telefone/fax, celular, e-mail) para trâmite de assuntos sigilosos; separar e tritu-rar todo o lixo classifi cado; uti lizar,

diariamente, as fragmentadoras de papel; destruir as mídias (CD, DVD, HD, pen-drives) inservíveis; controlar a reprodução (em copiadoras, scanners etc) de documentos sigilosos; creden-ciar, controlar e restringir o acesso de pessoal às áreas sensíveis; controlar e acompanhar o uso de máquinas foto-gráfi cas, fi lmadoras e demais meios eletrônicos nas OM do COMAER e cumprir rigorosamente o RSAS para os trâmites de expedição e recebimento de documentação sigilosa.

Por mais sofi sti cados, caros e bem montados que sejam os sistemas de proteção do conhecimento eles serão vulneráveis sem o comprometi mento dos componentes do COMAER.

O elo mais fraco de um sistema é, em geral, o ser humano por trás dele. Dessa forma, o nível de co-nhecimento e comprometi mento do nosso pessoal defi nirá a efi ciência das medidas de contrainteligência implementadas nas nossas OM.

(Arti go de autoria do Centro de Inteligência da Aeronáuti ca)

Nem o tempo fechado nem as dores. Nada passou alheio. Os homens e mulheres que atuaram na Operação Serrana, destaque do Notaer nesta segunda edição do ano, lidaram mais uma vez com as intempéries dos céus e dos seus próprios espíritos guerreiros.

A roti na exausti va e os montes e vales de tristezas cercaram a missão, mas eles ultrapassaram as nuvens. Mais do que isso. Encontraram clarões.

Os helicópteros e tripulações chegaram longe e não paravam. Os profi ssionais de saúde, nessa mesma toada, foram mais profundos do que atender só aquela dor do corpo.

Trazemos ainda a história de ou-tros guerreiros que vão para o Haiti ,

profi ssionais do Batalhão de Infan-taria de Aeronáuti ca do Recife. Pela primeira vez, uma tropa de Infantaria da Aeronáuti ca integrará a missão de paz da ONU. Entrevistamos esses pro-fi ssionais e todos estão orgulhosos de poder atuar em prol de uma Nação já tão sofrida. Essa tropa vai para o Haiti prati camente um ano depois da grande missão de ajuda humanitária.

O Notaer conti nua ainda sua série de reportagens sobre a história da FAB. Dessa vez, mostra detalhes da década de 70, como a integração da defesa aérea com o controle de tráfego aéreo. Um modelo que entraria para a história do Brasil. Eles superaram as difi culdades e essa fi losofi a acabou por

benefi ciar até a aviação civil. Aos guerreiros que superam as

nuvens, que insistem em cercar o cenário, é dedicada mais esta edição.

Marcelo Kanitz Damasceno Cel AvChefe-Interino do CECOMSAER

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PALAVRAS DO COMANDANTE

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Solidariedade a pleno

As imagens e as histórias de vida das víti mas das enchentes na

região serrana do Rio de Janeiro impactaram, de forma avassala-dora, os olhos e os corações de todos nós. Por isso, mobilizamos militares de várias organizações de todo o País para atuarem na região. Trabalhamos a parti r de Itaipava, na cidade de Petrópolis, e estou ciente de que, mais uma vez, honramos a farda e tudo o que ela signifi ca.

Aproveito este espaço em nos-so Notaer para agradecer e parabe-nizar todos os companheiros que fi caram, por vários dias, distantes de casa para trabalhar em prol de tanta gente que sofria. Para todos, mais uma missão inesquecível. Sei que não foi fácil. Atuar em uma região de montes e vales, com instabilidade climáti ca, exige pla-nejamento e conhecimento das

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ERtripulações dos nossos helicópte-ros. Muita gente fi cou em terra com mapas e computadores abertos para que tudo funcionasse.

O pessoal do Hospital de Cam-panha da Aeronáuti ca, novamen-te, foi referencial de atendimento em um lugar profundamente aba-lado. Como atuamos nas enchen-tes no Nordeste ou no terremoto do Haiti , no ano passado, rece-bemos pacientes com diversos problemas e nossa equipe estava mais uma vez preparada. É entu-siasmante para todos nós vê-los em ação. Destaco ainda o trabalho coordenado com as Defesas Civis para que pudéssemos transportar com os aviões donati vos do país inteiro. Obedecemos a uma hie-rarquia de ações para que tudo ocorra dentro do previsto. O que todos desejam é que cada cesta

básica, remédio, roupa e colchão cheguem a quem precisa.

A todos os que participaram diretamente ou indiretamente dessa grande operação, recebam o meu cumprimento. O país co-nhece e confia em nossa Força. Comunidades isoladas costumam nos confi rmar: “eu sabia que vocês viriam”. Como sempre, esti vemos e estamos a postos. Com a organi-zação e o profi ssionalismo de uma insti tuição devotada e patrióti ca. Nossos rotores a pleno, naqueles pousos e decolagens, nosso suor diuturno, nossas roupas molhadas da chuva ou sujas da lama não devem ser esquecidas jamais. São símbolos concretos dos nossos ide-ais que se renovam a cada missão.

Tenente-Brigadeiro Juniti SaitoComandante da Aeronáuti ca

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Operação Serrana

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Uma grande operação em uma serra de tristezas

Mais de 200 militares da FAB defrontaram-se com essa

guerra e com essa dor. Voar, apoiar, cuidar e salvar foram verbos que fi zeram parte da vida deles no mês de janeiro. Converse com algum colega que foi escalado para a Operação Serrana e ouvirá adjetivos como “gratificante e emocionante”. Além disso, deve-rão lembrar como foi trabalhosa e dolorosa a atuação em uma situação de tragédia. Até o fi nal de janeiro, a Defesa Civil Estadual contabilizava mais de 800 mortos e centenas de pessoas afetadas. Trabalhar pelas víti mas foi a ins-piração de cada dia dessa missão.

O fato é que o Parque de Expo-sições de Itaipava, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, tornou-se uma base aérea para o socorro das víti mas. Uma estrutura, que pro-porcionou o controle do tráfego de aeronaves, a manutenção de energia 24 horas por dia e a instalação de um centro de co-municações para que as víti mas das chuvas pudessem se comu-nicar com seus familiares. Sete toneladas de equipamentos foram instaladas por militares do Gru-po de Comunicações e Controle (GCC), o que permiti u que fossem realizadas ações de controle de tráfego aéreo, de comunicação e de comando e controle.

Entre os equipamentos foram instalados geradores de energia, rede wireless e de computadores, duas antenas Telesat, que disponi-bilizaram canais para transmissão de dados e voz, e uma rádio AFIS, que funcionou como um centro de informação e alerta para os helicópteros. Também foram dis-ponibilizados pontos de telefone e acesso à internet para quem per-deu contato com seus familiares.

“A possibilidade de atender pessoas nessa situação não tem

preço. Já atuei na ati vidade SAR e posso dizer que a grati fi cação de estar aqui é a mesma”, afi rma o Ofi cial de Ligação de Comunica-ções e Eletrônica, Tenente Eduar-do da Costa Bapti sta, destacando que, no início das operações, os militares do 1o GCC chegaram a trabalhar 36 horas ininterruptas

para que a estrutura fi casse pronta para as ações na região.

“Nessas horas o cansaço fi ca em segundo plano, pois pensá-vamos que quanto mais rápido pudéssemos montar a estrutura, mais rápido a ajuda chegaria para quem estava precisando”, ressalta o Oficial de Ligação do Depar-

tamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Major Sandro Benedet. “Nós nos emocionamos com a situação e fi zemos o pos-sível e o impossível para apoiar essas pessoas. Mesmo sem voar, sem estar diretamente ligado à ati vidade de resgate, nos sentí a-mos parte disso”, destaca.

Foram mais de 120 missões, 47 toneladas de carga e 787 passageiros transportados, incluindo 62 pessoas resgatadas em área de risco

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Operação Serrana

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Hospital de Campanha somou 1905 atendimentosUma ação diferenciada foi desdobrar a equipe até comunidades isoladas

O que ocorreu na Operação Serrana foi um bom exemplo

do que o esforço dos militares da Força Aérea se traduz em pron-tidão e apoio à missão. Foram 1905 atendimentos nos próprios módulos e também fora da sede, em comunidades isoladas, desas-sisti das de profi ssionais de saúde. O Hospital de Campanha da Ae-ronáuti ca (HCAMP) foi solicitado em um sábado (15), montado no dia seguinte (16), em meio à chu-va que não parava, no Parque de Exposições de Itaipava.

A montagem, aliás, é um sím-bolo da união do grupo. Todos par-ti cipam. Nesse caso, por exemplo, a instalação inicial foi numa área que começou a alagar. Rapida-mente, deslocaram-se para uma área mais alta, há 100 metros de onde operavam os helicópteros. Na manhã do dia 17, os pacientes já eram atendidos.

Tanto os que vinham de várias regiões afetadas na cidade, como aqueles que não ti nham como che-gar ou optaram por não saírem de suas residências, mesmo estando em áreas de risco.

Fez parte da roti na embarcar em helicópteros e assisti r comuni-dades isoladas com atendimentos básicos e vacinação contra tétano. Aliás, esse era um problema que preocupava os médicos e enfermei-ros. “Explicamos para eles sobre a dosagem e os cuidados que as pessoas devem tomar depois de tudo o que aconteceu”, disse a enfermeira, Tenente Cristi ane Gar-cia. “Sei que precisava me vacinar urgentemente. Muito obrigado por virem até aqui”, disse a dona de casa Aparecida Santos, de 55 anos.

Os médicos chamavam a aten-ção para doenças tí picas de situa-ções pós-enchente. “Problemas de pele e de respiração são normais nessas ocasiões”, disse o Coronel Marco Artur de Marco, coordena-dor da equipe de saúde. “Fizemos atendimentos básicos e trouxemos ortopedistas, cirurgiões, clínicos, ginecologistas e pediatras prepa-rados para diferentes situações”, comentou o Diretor do HCAMP, Tenente-Coronel Roberto Thuri.

Às vezes muitos chegavam de uma vez. Como quando desem-barcavam pessoas resgatadas de

áreas isoladas. Imediatamente, os socorridos eram examinados pelo pessoal do HCAMP. E lá vinham à tona tristes histórias, como pais que perderam fi lhos ou fi lhos que perderam pais. No entanto, a pre-sença da vida, por si mesma, já era o próprio milagre.

Logo no início do atendimento, em uma ocasião que chegaram 18

pessoas resgatadas, quatro eram crianças, sendo uma bebê de 30 dias. A presença de Isadora foi uma das inspirações dessa história que, no início teve choro e, depois, olhos arregalados. Como ficou Guilherme, de oito anos, orgulho-so de ter voado de helicóptero. Já sonhava em ser piloto. O pesadelo havia fi cado para trás.

Profi ssionalismo e carinho com a população atingida pelas enchentes

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Operação Serrana

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Uma missão inesquecível

Entrevista – Major-Brigadeiro Luis Antonio Pinto Machado

Mais de 120 missões, 47 to-neladas de carga e 787 passagei-ros transportados, incluindo 62 pessoas que foram resgatadas em áreas de risco. Atendimento a 1905 pessoas no Hospital de Campanha. Cerca de 1700 mo-vimentos aéreos registrados. Os números chamam a atenção, mas por trás deles estão homens e mulheres de farda que se dedica-ram a salvar vidas, levar comida e remédios a quem precisava e, principalmente, levar esperança a quem perdeu desde bens ma-teriais até familiares na região de Petrópolis. Em entrevista, o Comandante da Operação, Ma-jor-Brigadeiro-do-Ar Luis Antonio Pinto Machado, destacou mo-mentos que marcaram a missão.

Notaer - Qual foi o maior desafi o da operação?

Quando chegamos, ao so-brevoar a região, vimos uma destruição tão grande que era difí cil dimensionar. Havia pessoas ilhadas, aguardando resgate em cima do telhado de suas casas, e outras que precisavam de água, comida e remédios. Diante dessa situação, o tráfego de aeronaves estava muito intenso na região. Havia helicópteros das Forças Au-xiliares, como Corpo de Bombeiros e Polícias Civil e Militar, da Defesa Civil e até aeronaves particula-res foram disponibilizadas para apoiar a população. Para se ter uma ideia, quando fomos realizar um voo de reconhecimento da área, logo no início, nós passa-mos por 12 helicópteros. Nessas condições, existi a a possibilidade de acontecer um incidente ou até um acidente. Reunimos os pilotos, tanto os civis quanto os militares, que estavam na região e explica-mos a necessidade de uti lizarmos o serviço de informação e alerta

visando proporcionar segurança de vôo. Acredito que esse foi o maior desafi o. Levando em conta, também, que quando chegamos o tempo estava chuvoso, com nuvens baixas que era muito perigoso em um área com serra.

Notaer - Qual pode ser conside-rada a grande missão?

As missões que considero mais marcantes foram as que buscavam identi fi car pessoas isoladas. Em al-gumas delas, quando chegávamos, eles não ti nham o que comer, o que beber e era um alento muito grande quando percebiam que a ajuda havia chegado. Lembro bem que, num primeiro momento, elas pediam água e depois comida. E recebiam, também, o apoio dos militares do Hospital de Campanha que prestavam atendimento médi-co e já avaliavam as necessidades de medicamento. Nessas missões, nossos helicópteros resgataram 62 pessoas. Foram muitas missões marcantes durante a operação, mas dentre elas, destaco duas. Uma foi a que resgatou quatro vizinhas que estavam isoladas na localidade de Santa Rita. Buscando ajuda, elas escreveram S.O.S usan-do pedras e trigo. O H-34 voltava de uma missão e um dos tripulan-tes viu o pedido de socorro. Eles pousaram e elas foram salvas. Outro momento foi em uma comu-nidade em que disseram que nós éramos anjos que vinham do céu.

Notaer - Cite um momento mar-cante nesta operação.

O prefeito de Petrópolis parti -cipou da solenidade de Arriação do Pavilhão Nacional no acam-pamento, em Itaipava, e prestou uma homenagem aos militares da Força Aérea. Em suas palavras, ele expressou seu agradecimento pela nossa atuação e, principal-mente, seu orgulho das Forças Armadas. Nessa cerimônia esta-vam presentes, além do prefeito, secretários e autoridades.

Notaer - Como pode ser avaliada a parceria entre a Aviação de Asas Rotati vas com a Saúde?

O helicóptero é a única aero-nave que tem capacidade de voar a velocidade zero, de se deslocar lateralmente e de pousar em locais de difí cil acesso. Por suas próprias característi cas, a atuação com militares da área de saúde se torna excepcional. É possível que um médico desça de rapel, realize atendimentos e faça levantamen-tos da necessidade de remédios para comunidade. Também é possível remover pacientes em situação mais grave. E foi o que

aconteceu aqui em Itaipava, com um trabalho maravilhoso do Hos-pital de Campanha, que realizou 1905 atendimentos. Foram as mais diversas missões, incluindo vacinação. Sou um grande entu-siasta do HCAMP. Também merece destaque o trabalho da UCI que proporcionou conforto e alimen-tação para que todos pudessem desempenhar suas missões; e da unidade Celular de Segurança e Defesa, que deu tranquilidade para que as missões fossem exe-cutadas; e dos militares do GCC, que instalaram antenas, estações rádio, rede wireless, internet, te-lefone e geradores que garanti ram energia 24 horas por dia.

Sob o comando do Major-Brigadeiro Pinto Machado, os militares que atuaram na Operação Serrana realizaram mais de 120 missões no Rio de Janeiro

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Anos70

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ESPECIAL FAB 70 ANOS

A integração da defesa aérea com o controle de tráfego aéreo no Brasil

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A Força Aérea revoluciona seus conceitos de defesa

ESPECIAL FAB 70 ANOS

Os anos 70 marcam o início de uma nova fase para a Força Aé-

rea Brasileira (FAB), com profundas alterações no seu emprego. Até a década de 60, o Brasil ainda base-ava seus conceitos de defesa aérea nos conhecimentos adquiridos na Segunda Guerra. O mundo era outro, a guerra fria estava no auge e a aviação tornava-se cada vez mais rápida, letal e tecnológica. Era preciso antecipar (ter meios para detectar possíveis ameaças) e agir (ati ngir rapidamente os objeti vos). Chegava a vez dos supersônicos.

O Ministério da Aeronáuti ca concluiu uma série de estudos e, em 1969, concebeu o Sistema Integrado de Controle do Espaço Aéreo, um projeto ambicioso e estratégico que previa a uti lização conjunta de equipamentos de detecção, de telecomunicações e de apoio às ati vidades de defesa e de controle de tráfego aéreo. Dois anos antes, a Força Aérea já havia criado o Comando Aéreo de Defesa Aérea (COMDA), embrião do atual Comando de Defesa Aero-espacial Brasileiro (COMDABRA).

Ao mesmo tempo em que a estrutura de detecção nascia, com uma complexa rede de radares e equipamentos espalhados pelo país, o Ministério da Aeronáuti ca buscava, no mercado internacio-nal, o que havia de melhor em modernos caças supersônicos. As decisões tomadas naquele perío-do foram decisivas para o futuro da aviação militar.

Em 1972, entrou em operação a primeira unidade aérea de inter-ceptação da FAB, o atual Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), equipado com caças F-103 Mirage III. Na mesma década chegaram ao Brasil os caças F-5 e, sob licença, a EMBRAER passou a produzir seu

primeiro jato: o AT-26 Xavante.Detecção – No início dos anos

70, o Ministério da Aeronáutica implementa no país o conceito de Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aé-reo (CINDACTA), uma inovação mundial, pois previa um sistema único controlando as operações civis e militares. Uma rede de radares e centros de controles espalhados geograficamente que forneciam, em tempo real, o posicionamento de todas as aeronaves voando no território.

O CINDACTA I, sediado em Bra-sília, foi o primeiro a sair do papel em 1973 e entrou em operação em 1976. O centro reunia, sob uma única estrutura, o controle do trá-fego civil e a defesa aérea, abran-gendo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e o Distrito Federal, principais centros populosos do país. Até então, o tráfego aéreo era efetuado apenas com o controle dos pilotos e sem cobertura radar na maior parte do espaço aéreo.

As ações iniciadas nesse perío-do levaram o Brasil a um salto tec-nológico do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). No início da década de 90, grande parte do espaço aéreo nacional estava coberta pelos CINDACTAs I (Brasília), II (Curiti ba) e III (Recife). Por meio do projeto Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), começaram as ações para que todo o país ti vesse cobertura radar.

Hoje - O Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro com-preende mais de 5 mil equipa-mentos, funcionando 24 horas por dia, e o trabalho de mais de 13 mil pessoas, entre militares e civis. O últi mo CINDACTA, de número 4, entrou em funcionamento em 2006, com sede em Manaus, fe-

chando a cobertura radar no país. O SISCEAB tem um patrimônio avaliado em cerca de R$ 6 bilhões, sem levar em conta o valor de co-nhecimento agregado ao país ao longo das últi mas quatro décadas.

Em 2009, o SISCEAB passou por auditoria da Organização de

Estudos iniciado nos Anos 60 deram origem ao atual modelo integrado de controle e defesa aérea; o primeiro Centro Integrado a sair do papel foi o de Brasília, que entrou em operação em 1976

Aviação Civil Internacional (OACI), enti dade máxima da aviação civil mundial, e alcançou 95% de aten-dimento das normas internacio-nais existentes. O resultado asse-gurou ao país posição à frente de países como Alemanha, Estados Unidos e França.

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Começa a “era dos caças supersônicos” no Brasil

ESPECIAL FAB 70 ANOS

O caça Mirage III representava o que havia de melhor em

supersônicos quando chegou ao Brasil nos Anos 70. Havia sido empregado com sucesso por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967). Era rápido, manobrável e adequado para missões de interceptação. Quando do seu desenvolvimento, uma frase atribuída ao fabricante marcou o projeto: “ele será visto pelo inimigo como uma miragem, mas jamais será tocado”. Voou no Brasil até 2005.

A compra da aeronave asse-gurou ainda o treinamento de pilotos e mecânicos na França e, na práti ca, o aprendizado de uma nova doutrina de emprego da Força Aérea. Essa primeira geração de pilotos fi cou conhecida como os “Dijon Boys”, em alusão à base francesa que os recebeu durante a fase de preparação. Os pilotos brasileiros realizaram missões na França acompanhados de instru-tores daquele país.

“Era muito diferente do que a gente estava acostumado. Se bem que não se sente que está voando supersônico, a não ser pela loucu-ra que dá nos instrumentos quan-do se quebra a barreira do som. Na volta para o subsônico é que se leva um tranco”, disse o Coronel-Aviador Antônio Henrique Alves dos Santos, o “Jaguar 01”, líder da equipe que primeiro voou o caça no Brasil, em entrevista à Aerovi-são em 2005.

Os militares brasileiros foram divididos em diferentes modali-dades de estágios, nas áreas de defesa aérea (interceptação), preparação de instrutores e si-mulador, entre outros cursos in-dispensáveis ao funcionamento da Primeira Ala de Defesa Aérea (1ª ALADA) – que entrou em ope-

ração em 1972. A nova unidade fi caria sediada em Anápolis (GO), no “coração” do Brasil, para a de-fesa do Planalto Central.

Ati vada em 9 de fevereiro de 1970, a 1ª ALADA foi criada para ser o braço armado do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfe-go Aéreo (SISDACTA), implantado para prover uma rede de meios eletrônicos de detecção capaz de rastrear e identi fi car as aeronaves que sobrevoam o território. Mais tarde, a unidade recebeu a atual denominação: Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA).

O F-103 Mirage III voou por 32 anos na Força Aérea. Entre 1977 e 1978, mais caças desse modelo foram adquiridos. Nos anos 80, o Brasil comprou outro lote. Mais de 200 pilotos passaram pelo Esquadrão Jaguar (1º GDA) nesse período, desde o primeiro voo no Brasil em 23 de março de 1973.

Novos caças – A Força Aérea começou a receber em 1975 o pri-meiro lote de caças supersônicos F-5, para a substi tuição dos obso-letos Lockheed TF-33A e os Gloster Meteor F-8, que prati camente já não operavam desde 1971 por problemas estruturais.

As primeiras aeronaves da “Operação Tigre”, como fi cou co-nhecido o translado dos primeiros caças, parti ram de Palmdale (EUA), em 1975. Eram três F-5B que che-garam ao Brasil no dia 6 de março.

Em 1975, os primeiros quatro F-5E pousaram na Base Aérea do Galeão (BAGL), dando início a uma ponte aérea que só terminaria em 12 de fevereiro do ano seguinte, totalizando 36 aeronaves.Os F-5 do Brasil tornaram-se mundial-mente célebres na Guerra das Malvinas, quando interceptaram um bombardeiro inglês Vulcan.

Os caças F-103 Mirage III (acima) e F-5E Tiger II foram os primeiros supersônicos a entrar em operação na Força Aérea; O primeiro saiu de operação e o segundo passou por um processo de modernização

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O primeiro caça supersônico brasileiro, o F-103 Mirage III, entrou em operação em 1972; três anos mais tarde, em 1975, chegaram ao Brasil os primeiros caças F-5 para reforçar a defesa aérea

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ESPECIAL FAB 70 ANOS

Primeiro jato a ser fabricado no Brasil, o Xavante fez seu primei-

ro voo de teste em 3 de setembro de 1971 sob o comando do Major-Aviador Carlos Rubens Resende e pelo piloto de provas Brasílico Freire Neto. No dia 7 daquele mês, a aeronave fez seu primeiro voo ofi cial pela Força Aérea, nas come-morações do Dia da Pátria. No dia seguinte, foram entregues os três primeiros aviões Xavante, com a designação militar de AT-26. Até dezembro de 1976, a FAB já havia adquirido 119 unidades.

A trajetória do Xavante na FAB surgiu em conseqüência de uma necessidade do Ministério da Ae-ronáuti ca, que pretendia substi tuir os jatos T-33A e buscava opções de aeronaves para treinamento que pudessem ser montadas no Brasil para posterior nacionalização. De-pois da avaliação de várias alterna-ti vas, a escolha recaiu sobre o jato

Criação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos inicia nova fase para aviação brasileira

Aermacchi MB-326G, produzido pela empresa italiana Aeronáuti ca Macchi. A aeronave havia sido pro-jetada na década de 1950 e estava em operação desde 1962.

O contrato de licença para fabricação pela Embraer foi efe-tivado em 1970 e a aeronave recebeu o nome de EMB 326GB Xavante. O nome brasileiro foi dado em homenagem às tribos indígenas guerreiras do Brasil pré-descobrimento. Seria o terceiro modelo a entrar em produção na EMBRAER, e o primeiro jato a ser fabricado no Brasil.

A EMBRAER produziu 182 uni-dades do EMB 326 Xavante, dos quais 166 para FAB, além de ae-ronaves para o Paraguai e s Togo.

Em 2010, a aeronave deixou a Aviação de Caça brasileira, depois de 39 anos de operação e de ter contribuído para a formação de mais de 800 pilotos militares.

A criação do CENIPA (Centro de Investi gação e Prevenção

de Acidentes Aeronáuti cos), em novembro de 1971, inaugura uma grande mudança filosófica no propósito da investi gação de acidentes aeronáuti cos no país. Ao invés de apontar culpados, busca a prevenção. Em lugar de inquirir, passava-se a entrevistar. Em vez de julgar, emiti r alertas, produzindo “recomendações de segurança de voo”, a principal razão de ser das investi gações. O órgão coordena até hoje a prevenção, enquanto a polícia, o Ministério Público e o Judiciário trabalham em procedi-mentos disti ntos para a punição. Essa nova concepção era bem diferente da preconizada na fase embrionária da ati vidade no Bra-

sil, quando as investi gações eram realizadas seguindo a concepção de inquérito, cujo objetivo era identificar responsabilidades e, eventualmente, punir culpados.

O então Serviço de Investi-gação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) passou a consti tuir um sistema, que vigora até hoje. A fi losofi a voltou-se ex-clusivamente para a prevenção de acidentes, concentrada nos fatores humano, operacional e material da ocorrência, que correspondem, respecti vamente, ao trinômio-base da investi gação de acidentes: “o homem, o meio, a máquina”.

Ao longo de 40 anos, o CENIPA investi gou os principais acidentes aeronáuticos do país, produziu relatórios e emiti u inúmeras re-

comendações de segurança que, colocadas em práti ca, contribuí-ram para tornar a ati vidade aérea mais segura no país.

Em 1982, o CENIPA criou o Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuti cos (CNPAA) – um fórum em que representantes de enti dades nacionais, públicas e privadas, e organizações civis re-presentati vas de classes direta ou indiretamente ligadas às ati vidades aeronáuticas, se reúnem, duas vezes ao ano, para deliberar sobre temas relacionados à prevenção de acidentes aeronáuti cos no Brasil.

Dentre as ferramentas dis-poníveis para cumprir a missão de prevenir acidentes, o CENI-PA passou a realizar atividades educacionais, como o Primeiro

Estágio Básico de Prevenção e Investigação de Acidentes Ae-ronáuticos, em maio de 1969. Desde então, cursos e estágios são destinados à formação e ao aperfeiçoamento de recursos humanos para atuar pelo SIPAER. Até hoje, cerca de 9.000 alunos já foram formados pelo CENIPA.

Em 2009, o Sistema de Avia-ção Brasileiro foi submetido a uma auditoria da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI). Ao fi nal da verifi cação, o CENIPA ati ngiu 96% de conformidade, o que o colocou junto ao órgão com melhor desempenho mundial, a EASA (European Aviaton Safety Agency), à frente de países como EUA, Canadá, França, Itália, Ale-manha, Austrália, China, Índia.

Xavante: a indústria nacional produz seu primeiro jato

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Os Xavantes voaram na Força Aérea até o fi nal de 2010

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Internacional - Haiti

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FAB envia tropa de Infantaria para missão de paz

Saiba como os militares do Brasil ajudam no Haiti

Com 2.309 militares, o Brasil é hoje a nação de maior efeti vo en-gajado na força militar da Missão das Nações Unidas para a Estabili-zação no Haiti (MINUSTAH).

A atuação dos brasileiros, em conjunto com tropas de outros 18 países, num total de 8.740 milita-res, tem sido fundamental não só para a garanti a de um ambiente seguro e estável para o Haiti , mas também como alicerce para as bases do processo de recuperação e reconstrução do país.

O trabalho desenvolvido pe-los militares brasileiros ganhou a confi ança dos haiti anos. Uma pesquisa realizada entre novem-bro e dezembro com 800 pessoas nas regiões de Belair e Campo de Marte apontou que 97% dos entrevistados são favoráveis à permanência das tropas da MI-NUSTAH nessas localidades.

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Um pelotão da Aeronáutica composto por 27 militares vai integrar, pela primeira vez na história, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH)

Pela primeira vez, uma tropa de Infantaria da Aeronáuti ca

parti cipa de uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). No início de fevereiro, um pelotão com 27 militares (foto acima) embarcou em Recife para integrar, ao lado de militares do Exército e da Marinha, o con-tingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH). O Brasil participa dos trabalhos naquele país desde 2004 e a Aeronáutica mantém uma linha aérea regular de apoio aos militares brasileiros.

Os militares enfrentaram uma rigorosa seleção e bateria de exames fí sicos, médicos e psico-lógicos. Depois, passaram por um programa de preparação no Bata-lhão de Infantaria da Aeronáuti ca Especial de Recife (BINFAE-RF) e no 14º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército Brasileiro.

Do efeti vo que está nessa mis-são histórica, 23 são do próprio BINFAE-RF e quatro vieram de

unidades de Infantaria da Base Aé-rea de Fortaleza, da Base Aérea de Natal e do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno. “No perí-odo de preparação, os militares ti veram instruções especiais sobre regras de engajamento, sobre a ga-ranti a da lei e da ordem, instrução de ti ro, patrulhas e treinamento fí sico, dentre outras ati vidades”, explica o Tenente-Coronel de Infantaria Júlio Cezar Pontes, co-mandante do BINFAE-RF.

Importância - Reconhecimen-to e aprendizado. As duas palavras sinteti zam a importância da par-ti cipação do primeiro pelotão de Infantaria da Aeronáuti ca em uma missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o Major-Brigadeiro-do-Ar Hélio Paes de Barros Júnior, coman-dante do Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR), se-diado em Recife (PE). “É uma ex-periência importantíssima para o Batalhão de Infantaria de Recife, para a Infantaria da Aeronáutica,

porque os conhecimentos adqui-ridos serão disseminados para outras unidades”, afirma.

No Haiti , as tropas do Exército e da Marinha trabalham para a garanti a da lei e da ordem desde 2004, modelo que, hoje, está sen-do aplicado no Rio de Janeiro, no Morro do Alemão, em apoio ao governo do Rio de Janeiro para a pacifi cação da região. Desde o início da missão de paz, os mili-tares brasileiros ajudam na re-construção do país e no socorro à população – como ocorreu no ano passado, após o terremoto que devastou Porto Príncipe.

A Aeronáuti ca parti cipa desse esforço com aeronaves que fazem o transporte de militares e de todo o ti po de suprimentos para as tropas do Brasil que integram a missão.

“A parti cipação da nossa tropa terrestre é um reconhecimento de que a Infantaria da Aeronáuti ca é uma opção a ser aplicada pelo país”, diz o Comandante do II CO-MAR. Saiba mais: www.fab.mil.br

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RETROSPECTIVA – 1 ano da tragédia no Haiti

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Militares da FAB se emocionam ao relembrar missão

O relógio marcava 16h53 (19h53 horário de Brasília) do dia 12

de janeiro. No ano passado, neste horário, um terremoto de 7 graus de magnitude devastava Porto Príncipe, capital do Haiti , deixando mais de 230 mil víti mas. Logo após a tragédia, uma verdadeira rede de solidariedade mundial foi criada para socorrer as víti mas da tragé-dia. A Força Aérea Brasileira (FAB) ajudou no transporte de equipes de socorro, equipamentos, de ajuda humanitária e enviou um Hospital de Campanha para ajudar no socorro à população. Um ano depois da catástrofe, militares que esti veram na missão ainda se emo-cionam ao reviver suas memórias.

O primeiro avião de transpor-te da FAB, do Esquadrão Gordo (1º/1º GT), decolou na noite do dia 13 de janeiro, por volta das 21h, do Rio de Janeiro, transportando 13 toneladas de suprimentos- água e alimentos - para o Haiti . O Major-Aviador Alexandre Vieira de Aguiar fazia parte da tripulação da aero-nave, que iniciou a ponte-aérea de solidariedade Brasil-Haiti . “O mais impressionante foi ver, além daquela situação de destruição, a quanti dade de países ajudando. No voo em que levamos o HCAMP, fi camos duas horas no aeroporto da República Dominicana esperan-do uma ‘janela’ para pousar, devi-do à quanti dade de aeronaves no espaço aéreo do Haiti ”, lembrou.

Outra militar que ainda tem bem vivas na memória as cenas de sua parti cipação na missão do Haiti é a Capitão-Médica Marly Castro. Ao lado da Tenente Daniela Gil, a pediatra protagonizou um dos mais emocionantes episódios no Hospital de Campanha: o par-to, em meio ao caos, no dia 22 de janeiro, de Marly, que nasceu com 3,5 quilos em bom estado de saú-de. “Era mais ou menos três horas da manhã e eu estava dormindo

em minha barraca quando a en-fermeira entrou e me avisou que havia uma pessoa prestes a dar a luz. Fazer parte desse momento foi muito emocionante”, recorda.

“Foi um orgulho e muito grati -fi cante ter parti cipado e represen-tado o meu país nessa missão de solidariedade. Estávamos frente a frente com o sofrimento de milhares de pessoas. Certamen-te a união de todo o grupo que lá esteve foi fundamental para atendermos as vítimas daquela catástrofe”, afi rma a médica.

Com um mês de atividade, o HCAMP alcançou a marca de 8.000 atendimentos e mais de

110 mil medicamentos distri-buídos. Até o dia 27 de maio de 2010, o HCAMP havia realizado mais de 36 mil atendimentos e 1,4 mil cirurgias.

O Brasil encerrou ofi cialmente em maio de 2010 as ati vidades de apoio ao Haiti . Ao longo de quatro meses, a Força Aérea realizou 156 missões, perfazendo um total de 3,3 mil horas de voo. Aeronaves de transporte levaram equipes de resgate, equipamentos, ali-mentos, medicamentos, água e, sobretudo, muita solidariedade. Juntas, a FAB e a Marinha foram responsáveis pelo traslado de 3.991 toneladas de carga.

Ferido no pé esquerdo, o haiti ano Decase Jumelle, 23, deu entrada

no primeiro dia de atendimentos do Hospital de Campanha da Ae-ronáuti ca (HCAMP), em janeiro de 2010. Operado por médicos milita-res do Brasil, o jovem recuperou-se da cirurgia e hoje, após um ano, tem a oportunidade de expressar seu senti mento aos profi ssionais de saúde da Aeronáutica que o atenderam. “Foi importante o atendimento, pois como não ti nha dinheiro, não poderia fazer a ope-ração. Fui muito bem tratado e o sentimento é de agradecimento por esses médicos que me opera-ram”, afi rmou o jovem.

Durante o terremoto, sem saber exatamente o que estava acontecendo, Decase tentou entrar em sua casa. Foi quando o muro caiu, ati ngindo-o. Ferido, foi enca-minhado ao Hospital de Campanha e operado em 18 de janeiro.

O HCAMP começou a atender no Haiti um dia antes. Logo nas primeiras 24 horas de funciona-mento realizou 196 atendimentos, cerca de 80% dos procedimentos relativos à ortopedia por causa dos ferimentos provocados pelo terremoto. “Lembro-me que mui-tas pessoas estavam nas mesmas condições que as minhas. Havia muita gente machucada, com fratura nos braços. Uma situação muito difí cil”, recorda.

Decase não se lembra do médi-co que o operou, mas em poucas palavras sintetiza o sentimento que ainda guarda daqueles que o ajudaram naquela situação difí cil. “Acredito que eles fi zeram um bom trabalho não só para mim, mas para todo o povo haiti ano.”, disse.

PERSONAGEMJovem haitiano agradece aos médicos do HCAMP

O terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, deixou mais de 230 mil vítimas

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ACONTECE na Força Aérea (passagens de comando e aniversários de unidades)

Base Aérea de Boa Vista - O Coro-nel-Aviador Waldir Almeida de Lima passou o comando da unidade ao Tenente-Coronel Aviador Leonardo Carneiro de Faria.

Base Aérea de Campo Grande - O Coronel-Aviador Reynaldo Pereira Alfarone Júnior passou o comando da unidade ao Tenente-Coronel Aviador John Kennedy Greiff o da Justa Menescal.

Base Aérea de Manaus - O Coronel-Aviador Roberto Nicolau Chagas passou o comando da unidade ao Tenente-Coronel Aviador José Ro-berto de Oliveira.

Base Aérea de Porto Velho - O Coronel-Aviador Roberto Cezar Salvado Fleury Curado assumiu o comando da unidade, substi tuindo o Coronel-Aviador Jason Sakai.

Batalhão de Infantaria de Manaus - O Tenente-Coronel de Infantaria Anderson Clayton Francisco passou o comando da unidade ao Tenente Coronel de Infantaria Jorge André Carneiro da Cunha.

Casa Gerontológica de Aeronáu-tica Brigadeiro Eduardo Gomes - O Coronel-Médico Júlio César da Gama Apolinário assumiu a direção da insti tuição no lugar do Coronel-Médico Odilon Ibarraz Emery Flores.

Centro de Documentação e Histó-rico da Aeronáuti ca - O Coronel-Intendente Gerson Cherubim dos Santos Castro passou o comando da organização ao Coronel-Intendente Paulo Mauricio Jaborandy de Mat-tos Dourado.

Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis - O Capitão-Aviador Ricardo Felzcky assumiu o comando do DTCEA-FL, em substi tuição ao Major-Aviador Sérgio César Illa Lopes Júnior.

Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Fortaleza - O Major-Aviador George Aubert Fer-reira Alzier assumiu o comando do DTCEA-FZ substituindo o Major-Aviador Ronaldo Di Ciero Miranda.

Destacamento de Suprimento e Manutenção de Manaus - O Tenen-te-Coronel-Aviador Gildo Alves de Melo Júnior assumiu o comando no lugar do Tenente-Coronel-Aviador Esdras Sakuragui.

Esquadrão Arara - O Tenente-Coronel-Aviador José Stumbo Neto substi tuiu o Tenente-Coronel-Avia-dor Gildo Alves de Melo Júnior no comando do 1º/9ºGAV.

Esquadrão Escorpião - O Tenente-Coronel-Aviador Giancarlo França Apuzzo passou o comando do 1º/3º

GAV ao Tenente-Coronel-Aviador Mauro Bellintani.

Esquadrão Guardião - O Tenente-Coronel-Aviador Paulo Sérgio Dutra Vila Lima passou o comando do 2º/6º GAV ao Tenente-Coronel-Aviador Antônio Luiz Godoy Soares Mioni Rodrigues.

Esquadrão Jaguar - O Tenente-Co-ronel-Aviador João Campos Ferreira Filho passou o comando do 1º GDA ao Tenente-Coronel-Aviador Paulo Eduardo do Amaral Navarro.

Esquadrão Pastor - O Tenente-Coronel-Aviador José Frederico Jú-nior passou o comando do Segundo Esquadrão de Transporte Aéreo (2º ETA) para o Major-Aviador Paulo Roberto de Carvalho Júnior.

Esquadrão Pégaso - O Tenente-Coronel-Aviador Airton Miguel Yasbeck Junior passou o comando do Quinto Esquadrão de Transporte Aéreo ao Major-Aviador Antonio Carlos Souza da Silva.

Esquadrão Puma - O Tenente-Co-ronel-Aviador Alexandre Anselmo Lima passou o comando do 3º/8º GAV ao Tenente-Coronel-Aviador Sylvio Malheiro Junior.

Fazenda da Aeronáuti ca de Piras-sununga - O Coronel-Intendente

Odilor da Silva Lopes assumiu a direção da unidade, em substi tuição ao Coronel-Intendente Mauro Dias da Silva.

Hospital de Força Aérea do Galeão - O HFAG, sediado no Rio de Janeiro, comemorou 30 anos no últi mo dia 20 de janeiro.

Pagadoria de Inati vos e Pensionis-tas da Aeronáuti ca - O Coronel-In-tendente Pedro Aff onso Henriques Neto passou o cargo de diretor da PIPAR ao Coronel-Intendente Mauro Fernando Costa Marra.

Prefeitura de Aeronáuti ca de Ma-naus - O Tenente-Coronel Inten-dente Moisés Fernando de Siqueira Freitas assumiu a unidade, substi -tuindo o Tenente-Coronel Intenden-te Genival de Luna.

Quinto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicação e Controle - O Major-Aviador Ricardo Ferreira Botelho passou o comando do 5º/1º GCC ao Major-Aviador Alexandre Avelar Leal.

Quinto Serviço Regional de Investi -gação e Prevenção de Acidentes - O Tenente-Coronel Aviador Marcos dos Santos Silva é o novo chefe do SERIPA V, substi tuindo o Tenente-Coronel-Aviador Luiz Fernando Aquino da Silva.

Saiba como enviar matérias para divulgaçãoPropostas de matérias e avisos

de assuntos para divulgação podem ser enviados ao Centro de Comunicação Social da Aero-náuti ca (CECOMSAER) por meio do Sistema Kataná, cujo link está disponível na intraer (www.ce-comsaer.intraer - Ver Sistemas). As senhas de acesso devem ser soli-citadas por email pelos ofi ciais de comunicação social das unidades.

O Manual de Redação e de Assessoria de Imprensa da Força Aérea Brasileira, publicado pelo

CECOMSAER em 2010, traz em seu primeiro capítulo um guia para ajudar a identi fi car o que é notí cia e como ela deve ser trata-da para a divulgação.

Todo o conteúdo enviado pelo Sistema Kataná é analisado e, de acordo com o potencial da infor-mação e o público-alvo mais ade-quado, distribuído para os veículos de comunicação da Força Aérea - o portal da FAB na internet/intraer, o jornal NOTAER, a revista AERO-VISÃO, a Força Aérea FM, além da

possibilidade de envio do material parWa a imprensa por meio de releases. A partir deste ano, o CECOMSAER passará a manter em sua estrutura a Agência Força Aé-rea de Notí cias, uma importante ferramenta para a divulgação da imagem insti tucional da FAB. Dian-te disso, será muito importante a parti cipação das unidades para a identi fi cação de notí cias.

Solicite o Manual de Redação ao CECOMSAER ou baixe o arqui-vo em www.cecomsaer.intraer

Page 14: Notaer - Edição de Fevereiro

Reaparelhamento

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Aeronaves A-1 da FAB serão modernizadas pela Embraer

A Embraer e a Força Aérea Brasi-leira (FAB) assinaram contrato

para a revisão de 43 caças A-1. O acordo complementa o contrato assinado em 2003.

“Temos muito orgulho em apoiar a Força Aérea Brasileira na tarefa de manter esta aeronave es-tratégica totalmente operacional”, explica Orlando José Ferreira Neto, Vice-Presidente Comercial da Em-braer Defesa e Segurança. “Com este novo contrato, deixaremos as aeronaves mais preparadas para o subsequente programa de moder-nização, cujo contrato já está em vigor, resultando em maior efi-cácia no processo de atualização geral dos caças”, disse Neto.

O contrato original de moder-nização tem foco na atualização dos sistemas eletrônicos. Um novo acordo contempla a revisão estru-tural, e o reparo e a substi tuição de outros equipamentos desatualiza-dos. O voo inaugural do protóti po monoposto modernizado está previsto para o começo de 2012 e dará início aos ensaios em voo dos sistemas. A primeira entrega está programada para o fi nal de 2012.

Segundo a EMBRAER, o novo contrato reforçará o longo e pro-dutivo relacionamento entre a empresa e a FAB, contribuindo para o aperfeiçoamento do siste-ma de defesa brasileiro.

Saiba mais - A aeronave A-1, ou AM-X como fi cou popularmen-te conhecida nos anos 80, é um caça bombardeiro reconhecedor leve projetado, desenvolvido e produzido por um consórcio Brasil-Itália, que envolveu as empresas Embraer, Alenia e Aermacchi.

O A-1 tem como missão prin-cipal o reconhecimento (RA-1) e o ataque a alvos de superfí cie (A-1), nas versões monoplace (A) e biplace (B). O caça conta com grande raio de ação e autonomia. (Com informações da EMBRAER).

O céu do Rio de Janeiro foi palco do voo inaugural da aeronave

C-95 Bandeirante modernizado da Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 14 de janeiro. Ao todo, até 2013, 54 aeronaves do mesmo modelo passarão pelo mesmo processo de modernização. O projeto é coordenado no Rio de Janeiro pelo Comando-Geral de Apoio (COMGAP), por intermédio do Parque de Material Aeronáuti co dos Afonsos (PAMA-AF).

O programa irá modernizar tanto as aeronaves C- 95 como as P-95, utilizadas pela Aviação de Patrulha, e inclui a integração de aviônicos de últi ma geração, tais como mapa digital, displays digitais, sistemas avançados de navegação e comunicação e sistemas adicionais que visam melhorar o desempenho e a segurança da aeronave.

História - Um dos maiores

êxitos da aviação civil e militar brasileiras, o Bandeirante parti u de um ambicioso projeto do Cen-tro Técnico Aeroespacial (CTA) na década de 60, que tornou-se sucesso em vendas no Brasil e no exterior. O Bandeirante efetua

missões de transporte de cargas leves e de passageiros, além de lançar paraquedistas em missões de infi ltração ou de salto livre. Sua versati lidade permite também o emprego em operações de busca e salvamento, dentre outras.

Bandeirante modernizado faz voo inaugural no RJ

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O contrato prevê a revisão de 43 caças A-1. A primeira entrega está programada para o fi nal de 2012

Ao todo, até 2013, 54 aeronvaves passaram pelo mesmo processo de modernização

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Esporte - Saúde em Notícias

Nova ala - O Hospital de Aeronáu-ti ca dos Afonsos (HAAF), no Rio de Janeiro, inaugurou uma ala de isolamento para pacientes porta-dores de doenças de transmissão aérea. A unidade é referência no atendimento de pacientes com doenças infecciosas. O novo se-tor possui quatro quartos para precauções aéreas atendendo a normas da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA).

Pilates terapêuti co - O Hospital dos Afonsos passou a prestar serviço de pilates terapêutico, no segundo andar, ao lado da Fisioterapia. O método tem como objeti vo minimizar as alterações posturais e funcionais por meio de princípios de respiração, concen-tração e conscienti zação corporal.

Ação Social I - Militares da Odon-toclínica de Aeronáuti ca de Recife (OARF) ultrapassaram a marca dos 15 mil atendimentos em co-munidades carentes no Estado de Pernambuco. A últi ma ação social foi realizada em janeiro (dia 15) no município de Barra de Sirinhaém, a 80 km da cidade de Recife (PE), em uma colônia de pescadores.

Dica de saúde - Colesterol é a ex-pressão das gorduras produzidas e/ou ingeridas por nós. De fato, nós produzimos o nosso colesterol e ele é fundamental para a fabricação de hormônios, composição das células entre outras funções vitais. O problema é que, eventualmente, podemos descontrolar essa produ-ção, quer seja ingerindo uma dieta rica em gorduras de origem animal, pela falta de exercícios fí sicos ou por questões genéti cas, gerando assim uma taxa elevada do colesterol na corrente sangüínea, o que pode acarretar em sérias conseqüências para nossa saúde.

A taxa de colesterol normal é avaliada através de estatísticas que mostram que, quanto maiores os valores na corrente sangüínea, maior a incidência de problemas vasculares, principalmente o infarto e o AVC (“derrame”). Atualmente, o padrão de controle mais aceito como ideal é abaixo de 200mg/dL, mas estudos mais avançados já apresentam propostas mais rigo-rosas, principalmente para jovens, diabéticos, hipertensos e outros grupos. Além do colesterol total, temos divisões no lipidograma que

podem, segundo o valor apresen-tado, expressar maior proteção ou maior risco. O chamado colesterol “bom” é o HDL: quanto maior seu valor, maior proteção. Eleva-se com dieta e exercícios. O colesterol “mau”, agressivo, é o LDL: diminui com dieta e, quando necessário, medicamentos.

Os triglicerídios são também componentes da dosagem do lipi-dograma, sendo relacionados ao metabolismo dos açúcares. Quando temos o colesterol elevado, deve-mos procurar imediatamente a assistência de um especialista. Ele indicará um plano de tratamento que incluirá dieta, exercícios e, de acordo com a necessidade, o uso de medicamentos. Esse tratamento será devidamente monitorado atra-vés dos exames e não tem prazo fi xo para terminar, podendo ser manti do por muitos anos ou até pela vida toda, quando necessário.

Portanto, esteja sempre com seu “check-up” em dia, nunca deixando de prestar a devida atenção à sua alimentação e a seus hábitos. (Fon-te: www.dirsa.intraer – 1º Tenente-Médico Sérgio Furrer – Hospital de Força Aérea do Galeão)

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A cidade do Rio de Janeiro vai receber no próximo dia 20

de fevereiro o CISM Day Run - a Corrida da Paz. O evento acontece desde 2006, em diversas cidades de mundo, e comemora o aniver-sário do Conselho Internacional de Esportes Militar (CISM). A enti dade foi fundada em 1948 após a Segun-da Guerra com o propósito pacifi sta e de integração entre as nações.

O CISM Day Run é uma jornada esporti va, sem fi ns competi ti vos, que tem o propósito de promover a práti ca esporti va no âmbito das Forças Armadas e a integração com a sociedade civil por inter-médio do esporte. Neste ano, o evento vai divulgar mundialmente a realização dos 5º Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro, que acontecerão de 16 a 24 de julho.

Em 2010, o CISM Day Run reuniu mais de 300 mil militares entre os 42 países parti cipantes. No Brasil, a corrida aconteceu no dia 21 de feve-reiro, sob o incenti vo do Ministério da Defesa, por meio da Comissão Desportiva Militar. Participaram

mais de 90 mil pessoas, entre civis e militares, em várias cidades do país. O objeti vo do CISM em 2011 é ultrapassar a marca de 500 mil parti cipantes no mundo inteiro.

No Rio de Janeiro, o CISM Day Run terá uma corrida de compe-ti ção e uma Caminhada da Paz. Ambos os eventos serão realiza-dos no Aterro do Flamengo, com largada e chegada no Monumento aos Pracinhas. As inscrições são abertas ao público civil e militar e acontecerão de 25 de janeiro a 16 de fevereiro, no portal dos Jogos Rio 2011 (www.rio2011.mil.br).

Em todo o Brasil, além do Rio de Janeiro, a corrida acontecerá simul-taneamente em: Angra Dos Reis (RJ), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curiti ba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Juiz de Fora (MG), Manaus (AM), Natal (RN), Pirassununga (SP), Porto Ale-gre (RS), Recife (PE), Resende (RJ), Salvador (BA), Santa Maria (RS), São Paulo (SP) e Vitória (ES).

Corrida da Paz acontecerá no dia 20 de fevereiro

Em 2010, a competição reuniu mais de 300 mil militares entre os 42 paises participantes. No Brasil, cerca de 90 mil atletas, entre civis e militares, compareceram ao evento

www.combatadengue.com.br

Page 16: Notaer - Edição de Fevereiro

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03/02 - Dia da Aviação de Asas Rotati vas