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ESTUDOS E PESQUISAS Nº 367 Projetos de Integração Social de Comunidades João Paulo dos Reis Velloso (coordenador) * XXII Fórum Nacional 2009 - Na Crise, Brasil, Desenvolvimento de uma Sociedade Ativa e Moderna (Sociedade do Diálogo, da Tolerância, da Negociação), “Programa Nacional de Direitos Humanos”. E Novos Temas 17 e 20 de maio de 2010 * Coordenador-Geral do Fórum Nacional. Versão Preliminar – Texto sujeito à revisões pelo(s) autor(es). Copyright © 2010 - INAE - Instituto Nacional de Altos Estudos. Todos os direitos reservados. Permitida a cópia desde que citada a fonte. All rights reserved. Copy permitted since source cited. INAE - Instituto Nacional de Altos Estudos - Rua Sete de Setembro, 71 - 8º andar - Rio de Janeiro - 20050-005 - Tel.: (21) 2212-5200 - Fax: (21) 2212-5214- E-mail: [email protected] - web: http://forumnacional.org.br

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ESTUDOS E PESQUISAS Nº 367

Projetos de Integração Social de Comunidades

João Paulo dos Reis Velloso (coordenador) *

XXII Fórum Nacional 2009 - Na Crise, Brasil, Desenvolvimento de uma Sociedade Ativa e Moderna

(Sociedade do Diálogo, da Tolerância, da Negociação), “Programa Nacional de Direitos Humanos”. E Novos Temas

17 e 20 de maio de 2010

* Coordenador-Geral do Fórum Nacional. Versão Preliminar – Texto sujeito à revisões pelo(s) autor(es). Copyright © 2010 - INAE - Instituto Nacional de Altos Estudos. Todos os direitos reservados. Permitida a cópia desde que citada a fonte. All rights reserved. Copy permitted since source cited. INAE - Instituto Nacional de Altos Estudos - Rua Sete de Setembro, 71 - 8º andar - Rio de Janeiro - 20050-005 - Tel.: (21) 2212-5200 - Fax: (21) 2212-5214- E-mail: [email protected] - web: http://forumnacional.org.br

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Projetos de

Integração Social

de Comunidades

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Cadernos Fórum Nacional 9

PROJETOS DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL

DE COMUNIDADES

Coordenador

João Paulo dos Reis Velloso

Colaboradores

Carlos Costa● Luiz Bezerra do Nascimento

Antonia Ferreira Soares ● José Mário Hilário

Mônica Francisco ●Francisco Marcelo da Silva

Marcelo Radar ● José Júnior ● Cleonice Dias.

Rio de Janeiro, 2010

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Copyright © INAE, 2010

Projetos de integração social de comunidades. Rio de Janeiro, INAE, 2009, 141p. 1. Planejamento social. 2. Brasil. II. Instituto Nacional de Altos Estudos

CDD 361.281

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Sumário

Apresentação, 7 João Paulo dos Reis Velloso

PROJETOS DE INTEGRAÇÃO SOCIAL

Comunidade da Rocinha, 9 Carlos Costa, ONG Rocinha XXI

Comunidade do Cantagalo, 13 Luiz Bezerra do Nascimento, Presidente da Associação

de Moradores do Cantagalo

Comunidade do Pavão/Pavãozinho, 17 Antonia Ferreira Soares, Líder Comunitária

Comunidade de Santa Marta, 23 José Mário Hilário, Presidente da Associação de

Moradores do Morro de Santa Marta

Comunidade do Borel (Tijuca), 27 Mônica Francisco, Líder Comunitária

Bairro Maré, 57 Francisco Marcelo da Silva, Observatório das Favelas

(Vila do João, Maré)

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6

Complexo de Manguinhos, 77 Marcelo Radar, Secretaria-executiva do Fórum de

Manguinhos

Comunidade de Vigário Geral, 81 José Júnior (AfroReggae), Líder Comunitário

Cidade de Deus, 91

Cleonice Dias, Líder Comunitária

EPÍLOGO, 144

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7

Apresentação

João Paulo dos Reis Velloso

Os Projetos de Integração Social que

constituem este caderno FÓRUM NACIONAL 9 já se

inserem na nova fase do FÓRUM, de promover a

elaboração de projetos de interesse da sociedade.

Isso representa um passo adiante no trabalho

do FÓRUM NACIONAL, que consistia em reunir as

lideranças do País, de forma pluralista, para a

discussão que resultasse em propostas relativas ao

desenvolvimento do Pais – econômica, social, política e

culturalmente.

Praticamente desde a sua criação, em 1988,

vem o FÓRUM discutindo o tema da Segurança Pública

nas grandes cidades brasileiras – problema que evolui

pari passu com o desenvolvimento do narcotráfico e

com a favelização das cidades.

Sobre o tema, duas coisas principais temos

ressaltado.

De um lado, que a população das

comunidades são os “sem Estado”. Sem Estado, pela

falta de segurança. E sem Estado pela falta de políticas

sociais.

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8

De outro, que “favela é cidade”, embora seja,

em geral, tratada como gueto da Idade Média. Lado

mais pobre da cidade, mas cidade.

Considerando o lado preventivo da

segurança é que decidimos promover a elaboração

desses nove Projetos de Integração Social, de

comunidades localizadas em diferentes regiões da

cidade.

O ponto principal da iniciativa é que todos

esses projetos, a serem entregues ao Prefeito do Rio (e

ao Representante do Governador do Estado) na sessão

de abertura do XXII FÓRUM NACIONAL, foram

elaborados pelas lideranças das próprias comunidades,

segundo roteiro que sugerimos.

O importante, a partir de agora, é que os

projetos aconteçam.

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL DA

COMUNIDADE DA ROCINHA

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I. CENTRO DE INCLUSÃO:

Educação e Qualificação

Qualificação profissional acompanhando o mercado de trabalho.

Qualificação do aparelho formador (profissionais preparados para a capacitação dos beneficiários).

Serviço Social

Utilização da vocação turística da Região, mais o advento dos grandes eventos internacionais que a Cidade se prepara para receber, como a COPA 2014 e as Olimpíadas 2016.

1. Criação de um Hotel-Escola para treinamento e qualificação de profissionais como Camareiras, Cozinheiros, Mensageiros, Guias turísticos, Recepcionistas etc.

2. Parceria com a Associação de Bares, restaurantes e similares para capacitação profissional.

3. Reabertura do horário noturno nas escolas do interior da Comunidade para o Ensino Fundamental e Médio, bem como para eventos sócio educativos.

Cultura

Atividades culturais.

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II. OUTRAS NECESSIDADES:

Casa Popular

Continuidade do Programa de Regularização Fundiária.

Política de habitação para baixa renda, integrando os governos Federal, Estadual e Municipal, com vista à inclusão dos moradores em áreas de risco no programa.

Priorizar a política de realocação (fixação na própria comunidade).

COORDENAÇÃO – EQUIPE:

ONG ROCINHA XXI

- Carlos Costa & Rose Firmino.

FUNDAÇÃO BENTO RUBIÃO / GRUPO ROCINHA SEM FRONTEIRAS

- José Martins.

FÓRUM CULTURAL DA ROCINHA

- Maria Helena Carneiro e Ronaldo Batista.

CENTRO DE CULTURA EDUCAÇÃO LÚDICA DA ROCINHA

- Antônio Firmino.

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL DA

COMUNIDADE DO CANTAGALO

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I. CENTRO DE INCLUSÃO:

Educação e Qualificação

Qualidade na Educação:

Educação integral no CIEP Presidente João Goulart (CIEP de Ipanema), sendo:

­ Período matutino voltado para as disciplinas educacionais como: Matemática, Português, Geografia, etc.

­ Período vespertino com Cursos Profissionalizantes e atividades nas áreas Culturais e Esportivas.

Serviço Social – inclusive informação sobre oportunidades de trabalho

Cursos profissionalizantes, tais como: eletricista residencial, bombeiro hidráulico, ladrilheiro, técnico de informática, primeiros socorros, etc.

Criação de Banco de Emprego, visando à alocação da mão de obra comunitária na própria região (zona sul e adjacências).

Cultura / Entretenimento / Esportes

Criação de um Grupo Teatral.

Preparação de Festival de Poesia.

Construção de teatro.

Construção de quadras polivalentes.

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II. OUTRAS NECESSIDADES:

Serviços Essenciais

Iluminação pública (urgente)

Conservação da rede de água e esgoto.

Poda de árvores.

Instalação de mais uma bomba d’água.

Saneamento.

Casa Popular

Reforma de residências em estado precário.

COORDENAÇÃO – EQUIPE:

Presidente da Associação de Moradores do Cantagalo - Luiz Bezerra do Nascimento

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL

DA COMUNIDADE DO

PAVÃO / PAVÃOZINHO

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I. CENTRO DE INCLUSÃO:

Educação e Qualificação

Construção de escola dentro da Comunidade, que inclua o programa EJA – Educação de Jovens e Adultos, bem como cursos profissionalizantes. O Complexo Pavão/Pavãozinho e Cantagalo conta com várias escolas em seu entorno. Porém, dentro da comunidade não existe nenhuma. Certamente será muito útil uma escola que proporcione principalmente aos adultos concluírem seus estudos, assim como

cursos profissionalizantes ­ o que muito

ajudará aos trabalhadores já empregados e àqueles que estão em busca de uma colocação.

Serviço Social – inclusive informação sobre oportunidade de trabalho.

Banco de emprego, visando à alocação da mão de obra comunitária na própria região. Na área social existem alguns trabalhos através da Igreja e das Associações de

Moradores ­ tudo voluntário e de forma

precária. Vez ou outra se recebem alguns pedidos de mão de obra, que são divulgados na Comunidade. Não existe, de fato, um serviço específico nessa área, apesar de ser bastante procurado pelos moradores.

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Instalação de creches Apesar de contarmos com algumas no entorno e dentro da Comunidade, sendo duas da Prefeitura, este é um item muito necessário, pois as existentes não são suficientes para atender à demanda local.

Programa de Saúde da Família

Criação de Serviço de Saúde que, além de atendimento Curativo, tenha atendimento Preventivo, Médico de família e Agentes de Saúde, visando à orientação e ao acompanhamento: Durante muitos anos a Paróquia da Ressurreição manteve em funcionamento um Centro Médico no Pavão/Pavãozinho que, além dos moradores desta Comunidade, atendia também a moradores do Cantagalo. As especialidades eram Clínica Médica, Pediatria, Dentista, Enfermagem, Serviço Social e Psicológico, Farmácia. Estes serviços eram prestados por profissionais que, a princípio recebiam apenas uma ajuda de custo pela Paróquia. Posteriormente, houve um contrato com a Secretaria de Estado de Saúde, que remunerava de forma precária esses profissionais. O apoio era dado por voluntários e os exames, quando necessários, eram feitos na rede pública. Entretanto, terminado o contrato com a Secretaria de Saúde e dada a dificuldade em se manter aqueles profissionais, o Centro Médico foi

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fechado – o que foi um enorme prejuízo para

a comunidade. Obs.: o espaço onde funcionava o Centro Médico ainda existe, precisando apenas de algumas reformas. É um espaço da Igreja, no Pavão/Pavãozinho.

Cultura / Entretenimento / Esportes

Espaço Comunitário (Ponto de Cultura) para desenvolvimento de atividades culturais e esportivas para crianças, jovens e adultos. Nesta área a Comunidade necessita de um Ponto de Cultura onde possa desenvolver atividades culturais e esportivas, tanto para crianças e adolescentes como para adultos, pois não existe atualmente um espaço que se destine a essas atividades. A Comunidade possui variados talentos que, entretanto, não têm espaço para desenvolver suas potencialidades. Existe no alto do morro, no Pavão, espaço que poderá ser aproveitado.

II. OUTRAS NECESSIDADES:

Saneamento

Orientação ao Cidadão sobre Saneamento e Meio Ambiente Estão acontecendo no Complexo Pavão/Pavãozinho e Cantagalo as obras do PAC. No conjunto dessas obras, estão as referentes ao saneamento de água e esgotos e escadarias,

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inclusive o alargamento de algumas vias. Contudo, sente-se a necessidade de orientação aos moradores no que diz respeito a estes itens, bem como com a questão do lixo, do meio ambiente, a importância da conservação do verde, a reciclagem do lixo. Seria bom que a comunidade pudesse contar com o apoio de profissionais na orientação desses itens.

Casa Popular

Financiamento para compra de material para reforma e/ou construção de casas. Necessidade de contemplar, com apartamentos no próprio Complexo, pessoas que têm casa em áreas consideradas de risco. Contudo, existem moradores com dificuldade para construir ou acabar suas casas que, certamente, ficarão felizes com a possibilidade de financiamento de material.

COORDENAÇÃO – EQUIPE:

Líder Comunitária – Antonia F. Soares

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL

DA COMUNIDADE DE

SANTA MARTA

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I. CENTRO DE INCLUSÃO:

Educação e Qualificação

Implantação de telecursos diuturnamente, objetivando oportunidades de ensino para todos.

Programas educativos recorrentes sobre meio-ambiente e reciclagem.

Implantação de escola de ensino profissionalizante, como a FAETEC, onde jovens e adultos possam ter a chance de aprender uma profissão.

Serviço Social – inclusive informação sobre oportunidades de trabalho

Instalação de creches em número suficiente a atender toda a demanda da população local.

Criação de um Polo Social com assistentes sociais à disposição dos interesses da Comunidade, conectado às coordenadorias regionais, encampando todos os equipamentos sociais da Prefeitura.

Criar dentro desse Polo Social um canal direto com a Secretaria de Trabalho, atendendo às demandas do primeiro emprego e realocação da mão de obra desempregada.

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Programa de Saúde da Família

Implantar o programa Médico de Família, recrutando os enfermeiros e técnicos de enfermagem na Comunidade, gerando emprego e renda para os moradores, e tendo profissional médico coordenando as atividades de campo.

Cultura / Entretenimento / Esportes

Criar um Pontão de Cultura na Comunidade, dando oportunidades para as diversas oficinas locais, incentivando os jovens a descobrirem e desenvolverem seus talentos dentro da própria Comunidade.

Projetos esportivos para todos, aproveitando os professores que já existem na Comunidade, capacitando-os e incentivando-os.

Espaço Comunitário (Centro Cultural) para desenvolvimento de atividades culturais e esportivas para crianças, jovens e adultos.

Implantação de telecentro (para inclusão digital)

Levar a tecnologia digital para todos, inclusão digital e alfabetização digital para as crianças num sistema de internet sem fio.

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II. OUTRAS NECESSIDADES:

Saneamento

Saneamento básico é primordial para o futuro de todos, com água e esgoto ligados às residências.

Casa Popular

Criar um projeto junto à Caixa Econômica Federal garantindo acesso a todos para compra de materiais, para reforma e construção, e até a compra de casa própria.

COORDENAÇÃO – EQUIPE:

Presidente da Associação dos Moradores do Morro de Santa Marta - José Mario Hilário

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL DA

COMUNIDADE DO BOREL

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I. CENTRO DE INCLUSÃO:

Educação e Qualificação

Renomeação para “Complexo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho” (sugestão de nome em homenagem ao fundador da Comunidade e um dos primeiros presidentes da Associação de Moradores, ainda vivo).

Criação de escola Técnica de Ensino Médio e Fundamental como a FAETEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro), aproveitando as instalações do prédio da antiga fábrica de cigarros Souza Cruz, que mais recentemente foi um supermercado (Carrefour), na Rua Conde de Bonfim, 1181.

Serviço Social – inclusive informação sobre oportunidades de trabalho

Reforma nas creches existentes.

Melhorias para as duas creches já existentes que não podem ampliar o atendimento a Comunidade por falta de infraestrutura e capital humano de apoio, o que resultaria na ocupação de parte de mão de obra local.

Instalação de novas creches em número suficiente a atender toda a demanda da população local, utilizando a mão de obra da comunidade.

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Implantação de um posto do Sistema Nacional de Emprego (SINE).

Implantação de uma Agência de Desenvolvi-mento Local, com formação em empreendedorismo – como exemplo, a existente na Cidade de Deus.

Incremento às práticas locais autogestionárias (utilizando os conceitos da Economia Solidária ).

Cultura / Entretenimento / Esportes

Implantação de Vila Olímpica nas dependências do antigo prédio do Hipermercado Carrefour.

Fomento aos projetos que já vêm sendo desenvolvidos na Comunidade (eles seguem em anexo).

II. OUTRAS NECESSIDADES:

Saneamento

Necessidade de ampliação da Rede de Esgotamento Sanitário e Águas Pluviais, devido à saturação da rede atual.

Serviços Essenciais

Recuperação de cabos e transformadores da rede elétrica que atende à Comunidade, bem como implantação de sistema de tarifa

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diferenciada para Áreas de Especial Interesse Social (AEIS).

Casa Popular

Inclusão de cerca de 100 famílias em projeto de moradias populares.

Eliminação de áreas de risco e ocupação irregular de áreas de reflorestamento.

Priorizar a política de realocação (fixação na própria comunidade).

Aproveitamento de prédio ocioso, onde funcionava o antigo Centro Educacional Deolindo Couto para Portadores de Deficiência, situado à Rua Santa Carolina, 44, próximo à Rua São Miguel.

III. ANEXO: PROJETOS “JOVENS COM UMA MISSÃO”

COORDENAÇÃO – EQUIPE:

Líder Comunitária - Mônica Francisco

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ANEXO

PROJETOS “JOVENS COM

UMA MISSÃO”

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“Jovens Com Uma Missão”

INTRODUÇÃO

JOVENS COM UMA MISSÃO é uma agência

missionária internacional e interdenominacional de caráter filantrópico, formada por jovens voluntários que trabalham de tempo integral com Justiça e Transformação, Evangelização e Ensino, visando promover a valorização do ser humano, através do suprimento de algumas das suas muitas necessidades.

JOVENS COM UMA MISSÃO no Rio de Janeiro foi fundada no ano de 1987 e hoje contamos com uma Base Central em Santa Cruz da Serra - Duque de Caxias e mais três locais de operação em algumas favelas do Rio: Parada de Lucas, Borel, e Tuiuti. Oferecemos cursos de inglês, dança, ginástica, futebol, assistência médica e social, creches, escolas de reforço e música, sendo que em todas as nossas atividades focalizamos valores básicos de vida em família e na sociedade em que vivemos. Somamos cerca de 100 pessoas trabalhando na cidade do Rio de Janeiro.

Estabelecido em 1990, o Projeto Justiça e Transformação tem como alvo principal prestar assistência médica, educacional, sócio educativa à comunidade local como também potencializar as comunidades de forma integral e holística.

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INFORMAÇÕES SOBRE A COMUNIDADE

Localização:

Situado na região norte do estado do Rio de Janeiro, no Bairro da Tijuca, tendo acesso a Comunidade peia rua São Miguel n° 430, fazendo limites com as Comunidades Casa Branca e Chácara do Céu.

População:

Aproximadamente 30.000 habitantes no complexo do Borel (informações na Associação de moradores local).

Estabelecimentos Comerciais:

Lojas de materiais de construção, Salões de beleza, Bares, Mercearias, Oficinas, Padaria, Locadoras e Serralharia.

Educação:

Escola Municipal (CIEP) atendendo desde a Creche ao Ensino Fundamental e Telecurso 1o Grau;

Escola Marcelo Cândia (Católica) conveniada com a prefeitura, atendendo o Ensino Fundamental;

Creche Santa Mônica (conveniada com a prefeitura municipal);

Escola Municipal Borel I atendendo ao Ensino Fundamental,

Creche Semente (Missão JOCUM);

Programa de Alfabetização do Governo Federal.

Religião:

Igrejas Evangélicas, Católica e Centros Espíritas.

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Lazer:

Três quadras de esporte (em condições precárias).

Saúde:

Posto de Saúde - PSF (Programa de Saúde da Família) Região Administrativa AP II; Ambulatório de

Enfermagem (Missão JOCUM).

Nossos projetos na comunidade:

Projeto Bom Tom

É uma escola de música que teve início em 2002

com o propósito de trabalhar através da música com

crianças, jovens e adultos. Temos como objetivo além de

despertar a paixão pela música, oferecer atividades

educativas. Uma das exigências para ser aluno do Bom

Tom é de estar frequentando a escola (para crianças e

adolescentes). Além das aulas de violão, percussão,

bateria, teclado e cavaquinho, trabalham temas como

sexualidade, vida espiritual, cidadania, vida escolar, vida

familiar e outros. Através das aulas e atividades

promovidas pela escola, podemos oferecer mais uma

alternativa para o futuro dos alunos. Alguns alunos após

concluírem o curso, tornam-se também professores

auxiliares, o que estimula neles a responsabilidade

pessoal social e contribui com o melhor aproveitamento

dos alunos recém-chegados na escola.

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Telecentro

O Telecentro, é um centro de inclusão digital,

surgiu no segundo semestre de 2004 a partir de uma

parceria entre o Banco do Brasil (via programa Fome

Zero), juntamente com a ONG Rede Viva.

Saúde:

No morro do Borel entre outras atividades,

atendemos através de um ambulatório medico e de

enfermagem a população local. Com uma equipe

permanente de voluntários que vivem 24hs na

comunidade local. Nosso objetivo é prestar atendimentos

a comunidade (aplicação de injeções, curativos,

verificação de pressão e temperatura, nebulização,

atendimento domiciliar, prestação de socorro

transportando ao hospital, distribuição gratuita de remédio

mediante receita, ministração de palestras sobre higiene e

saúde, campanhas de aplicação de flúor e escovação,

higiene bucal). É muito alta a necessidade de serviços

médicos na comunidade devido aos inúmeros casos de

enfermidades, procuramos suprir esta necessidade

oferecendo estes serviços.

Disponibilizamos uma clínica odontológica, com

dentistas voluntários atendendo a comunidade alguns

dias da semana. E no nosso ambulatório atendemos

uma média de 400 pacientes por mês.

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36

Economia:

Criarte

O Criarte é um projeto sócio educativo que entre

outras coisas visa a geração de renda e trabalhar a

autoestima das pessoas: nas crianças, levando-as a

descobrir que elas tem a capacidade de criar, e nos

adultos, que eles percebam que são capazes de

aprender. Além do artesanato, buscamos trabalhar junto

aos alunos valores de cidadania, levando-os a conhecer

seus direitos, deveres e outros valores. Ensinamos

crochê, pintura, ponto cruz, biscuit, culinária e outros.

Justiça:

Casa de Recuperação

Infelizmente as drogas são uma realidade em nossa

sociedade, este é um problema cada vez mais sério. Na

comunidade do Borel isto também não é diferente. Fruto

do nosso bom relacionamento desenvolvido junto com a

comunidade e atendimentos através dos nossos projetos,

somos frequentemente procurados por familiares e

usuários de drogas solicitando ajuda. Fazemos uma

triagem, e encaminhamos para uma clínica de

recuperação.

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PROJETO BOM TOM

TOCANDO BEM A VIDA PARA NÃO PERDER O TOM

JUSTIFICATIVA

Acreditamos que, desenvolver um projeto para as

crianças, adolescentes e jovens, constitui hoje o maior desafio nas comunidades carentes do Rio de Janeiro; e a Comunidade do Borel está inserida nesta realidade.

Temos, hoje, aproximadamente 65% da população desta comunidade constituída por eles. Apesar destes jovens e adolescentes na sua maioria estudarem por meio período e alguns deles trabalharem no que denominamos "bico'' (trabalho temporário sem direitos trabalhistas), somos desafiados a investir em suas vidas nos períodos em que não estão fazendo alguma outra atividade, para que os mesmos não fiquem ociosos.

Infelizmente eles não dispõem de uma opção digna de vida na Comunidade e precisam conviver muitas vezes com a realidade da violência, drogas, insegurança, falta de lazer, intranquilidade, dentre outros.

Pensando em todos esses fatos, entra, agora, o que chamamos “o coração do projeto”: Vê-los como ser humano único, com os mesmos direitos de todos os outros. Cada qual com seu valor, como ser individual com identidade própria, criado a imagem e semelhança de Deus; que pensa, chora, ri e com necessidade de se desenvolver.

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Nosso objetivo é ir além da parte técnica (habilidade do aluno junto ao instrumento): é integrá-lo a sociedade, através do seu desenvolvimento pessoal, auto-estima e valorização do ser humano.

OBJETIVO

Oferecer a Comunidade do Morro do Borel uma

Escola de Música (Projeto BOM TOM) que atenda a crianças, adolescentes, jovens e adultos que desejem aprender instrumentos musicais, tais como: violão, bateria, cavaquinho, teclado, percussão, flauta doce, teoria musical, entre outros. Priorizando o relacionamento entre os alunos, de forma a acompanhar suas dificuldades e aprendizado.

Oferecendo palestras com temas atuais e pertinentes a realidade do morro, como: violência, drogas e gravidez na adolescência. Promovendo assim uma consciência saudável e atuando em aspectos fundamentais do desenvolvimento do ser humano.

Alvo

Atender a 100 pessoas da Comunidade Morro do Borel entre crianças, adolescentes, jovens e adultos na Escola de Música - Projeto Bom Tom. Com o compromisso técnico e cidadão.

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39

PROJETO CRIARTE

USANDO A ARTE EM FAVOR DA VIDA

A arte humaniza, e se ela humaniza, precisamos mais do que nunca, da sua utilização no meio educacional e mais ainda na sociedade de modo em geral. Pois se temos consciência de que a educação é a base estrutural, juntamente com a família, de uma sociedade plena, também temos consciência de que precisamos a cada dia mais de pessoas comprometidas com essa questão de humanização dos indivíduos. Humanizar no sentido completo e pleno da palavra. Mais do que dar condições aos indivíduos de vivência, de sobrevivência, dar a eles a oportunidade de serem quem realmente são, com toda sua individualidade e peculiaridades.

JUSTIFICATIVA

Este projeto surgiu da necessidade que há em assistir a indivíduos na Comunidade do Morro do Borel, que passam parte de seu tempo ocioso, sem perspectivas ou iniciativa profissional.

Algumas mulheres se sentem limitadas pelo fato de não poderem se ausentar de casa por causa dos filhos e também por terem deixado os estudos muito cedo, o que lhes dá um sentimento de incapacidade em relação ao mercado de trabalho formal.

Propomos como organização o projeto CriArte, que usa a arte manual, como forma de através do curso e trabalho incentivá-los a acreditarem em si, desenvolverem uma melhor qualidade de vida em sociedade, e ainda obter o retorno financeiro.

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O processo artesanal difere do industrializado por um caráter de singularidade e de relação com o objeto, cada peça de artesanato é única e tem a ver com o artesão que a fez. O artesão sempre coloca algo de si em cada produto desenvolvido. Devido a isso acreditamos que o projeto que valoriza o artesanato e o indivíduo, contribui para o desenvolvimento comunitário e qualidade de vida do cidadão.

OBJETIVO GERAL

A partir da Arte manual contribuir para a melhoria da qualidade de vida da Comunidade, através do incentivo a autoestima e valorização do indivíduo, criando condições para o desenvolvimento socioeconômico e cultural, associado ao desenvolvimento comunitário.

Alvo: Atender a 50 pessoas que tenham interesse na arte manual, não somente como oportunidade financeira, mas principalmente como instrumento de desenvolvimento pessoal.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Promover a disseminação de conhecimentos e técnicas básicas de artesanato, qualificando e identificando artesãos na comunidade.

Desenvolver ações de educação profissional para incentivar a participação comunitária, visando ao fomento do trabalho coletivo.

Promover palestras e encontros que proporcionem desenvolvimento pessoal e a melhoria da qualidade de vida dos alunos.

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METODOLOGIA

Para critério de matrícula no Criarte será observado o fator escolar de cada aluno (alunos de 10 a 18 anos deverão estar matriculados em alguma escola).

Cada aluno tem o compromisso com o curso de uma taxa mensal, simbólica, de R$ 10,00 para manutenção e compra de materiais utilizados em sala, tais como: linhas, tintas, miçangas, pincéis, agulhas, massa de biscuit, além de xerox e lanche.

Teremos dois encontros semanais de duas horas, de terça a sábado, que serão realizados no Criarte nos horários das 9h as 11h peia manhã e das 14h as 17h a tarde.

Promoção de momentos tanto em aula como fora, onde sejam ministrados princípios e valores cristãos e éticos, através de palestras com temas sobre: família, DST, higiene pessoal, aborto, sexualidade, tendo como palestrantes convidados de cada área específica.

Realizar saídas em eventos de artesanato e passeios que

integrem o grupo.

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PROJETO CRECHE SEMENTE

BOREL

FABRICANDO SEMENTES PARA ALIMENTAR A VIDA

COMO NASCE UMA SEMENTE

O projeto Fabricando Sementes para Alimentar a

Vida, nasceu como fruto de um sonho, desses que ao se

realizar serão capazes de mudar o curso de vidas e

reescrever histórias.

A Semente nasceu no coração de um homem

sonhador, apaixonado por pessoas e inconformado com

os contrastes sociais e econômicos da "Cidade

Maravilhosa".

Pedro Rocha Júnior é esse sonhador, que abriu

mão do seu trabalho na Bolsa de Valores do Rio de

Janeiro, para representar o amor de Deus nas favelas

cariocas. Hoje, como líder do Ministério de Misericórdia

no Rio de Janeiro e missionário de tempo integral no

Borel, tem oferecido para Deus, sua própria vida como

parcela de contribuição para uma sociedade mais humana

e consequentemente melhor!

Pedro veio para o Borel em 1991 e, inicialmente,

implantou com sua equipe o ambulatório médico, que

desde aquela data tem prestado atendimentos à

Comunidade na área de saúde preventiva e curativa,

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43

atuando nas diversas situações de doenças e violências

do qual os moradores do morro são alvos

constantemente.

Com o passar do tempo percebeu-se então, que a

maioria dos atendimentos oferecidos pelo ambulatório

atualmente, serão menos frequentes no futuro, se o

trabalho de prevenção for iniciado na infância.

O sonho se tornou um projeto ­ e o projeto se

tornou uma semente que germinou e tem crescido

gradativamente, alimentando em nossos corações o

desejo de contribuir cada vez mais com a formação de

caráter em nossas crianças: para que cresçam saudáveis

em todas as áreas da vida e a criança enquanto pessoa

seja uma semente e possa gerar a paz que a sociedade

tanto almeja e não consegue promover.

Embora funcione em sistema de creche, a Semente

vai muito além, pois é um núcleo de atendimento a

criança, onde recebem apoio, orientação e suporte

emocional.

A educação é uma das ferramentas utilizadas em

nosso trabalho, para que o amor de Deus possa fabricar

no coração das crianças as sementes que alimentam a

vida.

Desde a sua fundação em agosto de 1996, o

Espaço Semente tem funcionado como uma casa refúgio,

onde as crianças podem vivenciar uma forma criativa e

interativa de aprendizado, recebendo auxílio em seu

desenvolvimento cognitivo, emocional, social e espiritual

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que contribuirão para a formação de caráter. É para elas e

por causa delas que o projeto Semente 'existe, é para que

cresçam felizes e conscientes da busca por uma

comunidade melhor, onde o respeito ao próximo e o valor

da vida seja cultivado.

Hoje, vivenciamos um processo de reflexão sobre

esses dez anos de história e esperamos obter mais que

avanços de quantidade, também avanços de qualidade

para fazer do Espaço Semente, hoje e sempre um

referencial de educação e amor.

"Agora, pois permanecem a fé, a esperança e o

amor, estes três. Mas o maior destes é o amor".

I Co 13:13

A criança é o princípio sem fim.

"A criança é o princípio sem fim,"

“O fim da criança é o princípio do fim".

Quando uma sociedade deixa matar as crianças,

é porque começou o seu suicídio como sociedade.

Quando não as ama,

é porque deixou de se reconhecer

como humanidade.

Afinal, a criança é o que fui em mim e em meus filhos.

Enquanto eu pessoa e humanidade.

Ela como princípio é a promessa de tudo.

É minha obra livre de mim.

Se não vejo na criança, uma criança,

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é porque alguém a violentou antes, e o que vejo é o

que sobrou de tudo que lhe foi tirado,

mas essa que vejo nas ruas sem pai e sem mãe,

sem casa, cama e comida,

essa que vive a solidão das noites sem gente por perto,

é um grito, é um espanto.

Diante dela, o mundo deveria parar para começar um novo encontro,

porque a criança é o princípio sem fim e o seu f im

é o f im de todos nós.

Herbert de Souza

OBJETIVOS

Gerais:

Formar crianças conhecedoras e críticas dos aspectos socioeconômicos da comunidade, desenvolvendo nelas a capacidade de reconhecer a realidade social e propor soluções criativas.

Cultivar sentimentos de solidariedade que promovam a paz como elo transformador.

Usar as ferramentas da educação para plantar amor, a fim de que as próximas gerações do Borel possam colher vida, justiça e paz.

Resgatar e promover alguns princípios fundamentais para a formação de famílias saudáveis e

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consequentemente felizes, para que o mundo seja melhor.

Construir com a criança, a capacidade de se conhecer enquanto pessoa, e desenvolver seu próprio potencial e capacidade de lidar com as situações de conflitos e vencer desafios.

Específicos:

Proporcionar um ambiente em que as diferenças individuais sejam vistas sem preconceitos e como a de forma variedade e criatividade, com que Deus criou cada pessoa e que é exatamente a diferença e a individualidade de cada um que torna o mundo mais interessante e criativo.

Incentivar a independência e interdependência na construção da autonomia da criança, dando-lhe a oportunidade de viver suas próprias experiências e a partir delas,sentir-se capa de experimentar, testar, decidir e assumir as responsabilidades consequentes das ações e decisões, levando-a, a reconhecer e respeitar os próprios limites e os limites do próximo.

Oferecer as nossas crianças, a garantia e o cumprimento dos direitos assegurados no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.

Estimular através da convivência e respeito mútuo, atitudes de contemplação e amor ao próximo, para que mesmo sendo crianças, elas possam acreditar e experimentar que é possível ser uma pessoa pacífica e digna, que não precisa deixar-se estigmatizar ou influenciar negativamente pela maldade e violência que tão de perto nos rodeia.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA

No Espaço Semente, desenvolvemos uma ação pedagógica voltada para os interesses e necessidades das nossas crianças. Aqui elas são cenário, conteúdo e matéria-prima de todo trabalho realizado.

Embora o nosso grande motivador não seja a pedagogia e sim o fator social e humano, desenvolvemos uma ação pedagógica através das atividades que são propostas com objetivo de subsidiar a criança na formação de seu desenvolvimento pleno. Reconhecemos que a educação é fundamental para que a criança desenvolva suas habilidades psicomotoras, afetivas e emocionais, explorando seus sentimentos e criatividade, a fim de que tenham acesso ao conhecimento de si enquanto pessoa e do meio em que vive, de maneira crítica e transformadora.

Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, nossa metodologia visa garantir os direitos da criança e oferecer mais que apoio pedagógico, também a confiança, o respeito e )a amizade, que se estabelece diariamente na relação com as educadoras. No início do projeto, mesclávamos apenas as ideias e filosofia do método proposto por Maria Montessori e Paulo Freire.

Ao longo do tempo fizemos algumas modificações e conhecemos melhor o construtivismo (Conjunto de estudos e pesquisas desenvolvidas a partir da Teoria de Jean Piaget) adotamos também esta filosofia como uma ferramenta de trabalho, associada a uma educação baseada em princípios Bíblicos.

O ato reflexivo e participativo, estão inseridos na metodologia do nosso trabalho por entendermos que é à

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partir do nosso pensamento que acontecem as atitudes e que através da reflexão, elas podem ser praticadas, repensadas e aprimoradas ou refeitas. A Bíblia Sagrada nos ensina que todas as intenções, atitudes e palavras, nascem do coração, sendo assim, cada ação externa é fruto da visão interna que cada pessoa tem de si próprio e do mundo em que vive.

Partindo deste princípio Bíblico, procuramos despertar e estimular na criança o desejo de aprender, seja com as situações do mundo, sociedade e família como também peta compreensão da comunicação e o domínio dela.

Dentro da nossa proposta de trabalho o processo de alfabetização não é mecânico mas, ao mesmo tempo que é um processo natural, precisa também ser estimulado de diversas formas. Para nós interessa principalmente que a aprendizagem da leitura e da escrita seja a compreensão das diversas formas de linguagem e utilização pela criança, para compreender o mundo e intervir no mesmo, como a semente que ao se tornar uma planta é capaz de mudar a paisagem do meio ambiente que a recebe.

A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA

Esta participação é uma parceria que tem dado certo durante esses dez anos de funcionamento do Espaço Semente.

Nossas ações em conjunto com as famílias, partem do princípio de que é exatamente na família que o aprendizado se inicia. A família é o principal agente socializador, podendo ser tanto a grande solução ou um grande problema para o desenvolvimento pleno e saudável da criança.

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A família pode em potencial, cuidar da educação da criança sem necessariamente receber ajuda externa, mas uma escola ou projeto jamais poderá fazer um trabalho eficaz se a família não for um agente com participação ativa no processo de educação e socialização.

O ambiente familiar é a prática do dia-a-dia na formação da criança. É esta prática que resultará em maior ou menor capacidade que a criança terá para lidar com as situações positivas e negativas de sua vida. O comportamento dos pais diante da criança influencia no seu conceito de mundo e de si enquanto pessoa em desenvolvimento.

Preocupados em contribuir com este maravilhoso papel que Deus confiou à família, buscamos valorizar e ampliar cada vez mais esta parceria através de reuniões bimestrais, visitas domiciliares nos fins de semana e festas comemorativas. Diariamente, temos um espaço reservado para atendê-las e ouvi-las. Diante de suas queixas, problemas e sugestões nos propõem a orientá-las da melhor forma e quando necessário auxiliá-las na busca de soluções. Este momento ocorre no período em que as crianças dormem e, embora, às vezes cansativo, esse é um momento muito precioso, pois estabelece entre a família e o projeto uma relação de confiança e compromisso e isso se reflete positivamente no trabalho com as crianças.

PÚBLICO ALVO

Atualmente atendemos 36 crianças de 3 a 5 anos que vivem em situações de risco social causado pela violência doméstica e comunitária a que são constantemente submetidas. Boa parte delas pertence a

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grupos familiares em situação de extrema pobreza financeira, afetiva e espiritual.

A maioria dos pais é formada por jovens que devido à falta de qualificação profissional, não consegue o sustento necessário para a família. É muito comum encontrarmos mulheres responsáveis pelo sustento do lar e avós que depois de criar os filhos criam também os netos e isso muitas vezes geram conflitos de autoridade e identidade na criança submetida a essa forma de arranjo familiar.

Temos um processo de seleção, onde priorizamos os mais desprovidos das necessidades físicas e emocional. Esta é uma tarefa difícil, pois o fato de viver num local com tanta falta de recursos e infraestrutura, já os denomina como carentes, mas ao visitarmos as famílias,no processo de seleção, temos a triste constatação, que mesmo aqui, onde quase sempre se tem tão pouco, a desigualdade social é gritante, e enquanto alguns têm pouco, muitos nada têm, À algumas famílias falta a complementação para uma vida digna e à muitas falta o essencial. Essa realidade não apenas nega à criança o direito à infância, mas cruelmente compromete o futuro.

ATIVIDADES

Chegada:

É o período no qual podemos observar a criança que através das brincadeiras ou na casinha, expressam ou refletem sua realidade familiar. Nesse momento a criança explora sua criatividade utilizando jogos educativos e interagindo com os demais colegas. Ao som de música clássica que proporciona em sala de aula um ambiente calmo e acolhedor.

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Atividade pedagógica direcionada:

Muito mais que sujeito ativo, a criança é um sujeito interativo, sendo assim ela constrói, produz conhecimentos e avança em situações de interação e interlocução com o outro. Portanto, além do trabalho individual valorizamos e promovemos constantes trabalhos em grupo. As atividades são propostas com estímulos para que a criança possa ousar, criar e não ter medo de errar. A cada erro a criança é levada ao auto-conhecimento e à identificação do que já sabe e do que precisa saber.

As nossas salas são divididas em cantinhos cuidadosamente estruturados para oferecer à criança proteção e privacidade. Enquanto brinca nos cantinhos, as crianças são auxiliadas pelas educadoras a prestar atenção na atividade do colega ao lado, o que proporciona a oportunidade de aprender com o outro, aumentando assim o prazer de brincarem juntos e desenvolverem a mesma atividade por mais tempo.

Leitura - onde se desenvolve o hábito de ler e o valor da literatura como uma das grandes ferramentas da educação.

Jogos - são oferecidos jogos de construção como Lego e outros que possibilitam não só a criatividade como o raciocínio lógico e matemático.

Fantoches - onde eles exploram a arte, vivenciam e criam estórias, utilizam a linguagem oral e corporal, dando "asas" à criatividade e imaginação.

Espelho- trabalhamos a auto-estima da criança quando vêem sua imagem refletida no espelho. É uma das áreas de maior importância, pois o complexo de inferioridade e

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baixa auto-estima são um dos problemas da comunidade que afetam nossas crianças.

Casinha- como citamos anteriormente, a casinha é um excelente meio de conhecimento para o relacionamento e trabalho em conjunto com as famílias e também a construção de valores e princípios éticos.

Mochilas- onde aprendem a pendurar e apanhar suas mochilas e roupas, criando um elo de identidade e responsabilidade com os objetos pessoais, domínio e controle.

De tempos em tempos reorganizamos as saias de aula para estimularmos a curiosidade e a criatividade da criança. Porém, optamos sempre por preservar os cantinhos, pois entendemos que eles ajudam a promover a identidade pessoal da criança e a privacidade, favorecendo o desenvolvimento de competência, promover oportunidade para o crescimento individual e coletivo. Eles também contribuem com a sensação de segurança e confiança, estimulando a exploração e uso adequado do espaço.

Roda - É o momento da conversa informal, relato de experiências e troca de conhecimentos entre os alunos e o professor. À partir de um determinado tema as sementes são levadas a refletirem sobre "ser criança" (vantagens, direitos, deveres, etc.) e desfrutam de agradáveis momentos de confraternização e interação.

Recreação e Lazer - Esses momentos são variados com um brinquedo de parque (apelidado por eles como "brinquedão"), banho de mangueira, de piscina plástica e atividades na área de laser. Nestes momentos eles executam coordenação motora ampla como corrida, pulo, subida e descida em escada e rampa de madeira,

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arrastamento, arrolamento e exploração de espaço livre. Como a maioria das casas não possui quintal, utilizamos os espaços externos da creche para que sejam explorados pelas crianças em movimentos corporais que levam a criança a experimentar seu corpo no espaço e a conhecer o espaço por meio de seu corpo. Mensalmente organizamos passeios e atividades culturais de acordo com os temas abordados e trabalhados.

Higiene bucal - É nesta hora em que ensinamos as crianças noções de saúde bucal e reforçamos a importância de manter os dentes limpos para prevenir doenças. Também trabalhamos questões como espera e organização, pois o monitoramento da escovação, é feito com cada criança individualmente.

Periodicamente fazemos aplicação de flúor e campanhas preventivas com o auxílio de profissionais da área de saúde

Descanso - Esse tempo é separado para que eles desfrutem de momentos de tranqüilidade e aconchego.

Dia da Beleza - É realizado periodicamente com a ajuda de voluntários. Montamos um salão de beleza com massagem capilar, manicure, penteados, cortes de cabelo, etc. Nos surpreendemos com a reação de euforia e às vezes de espanto das crianças ao se sentirem bonitas e valorizadas.

AVALIAÇÃO

O Espaço Semente vem ao longo dos anos refletindo sobre seu sistema de avaliação quanto ao aprendizado da criança e também a consciência das famílias na responsabilidade de contribuir para que o

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trabalho se desenvolva juntamente com a prática pedagógica.

A avaliação do trabalho é realizada de forma constante visando a qualidade do aprendizado individual e coletivo e todo o processo de ensino-aprendizagem das nossas crianças proposto pelas atividades realizadas é avaliado no dia-a-dia.

A avaliação diária norteia o planejamento e o trabalho com cada família. Nosso maior desafio é que as famílias assumam seu papel como participantes ativas das mudanças e progressos tanto na vida de seus filhos, como na comunidade e sociedade.

Cada decisão tomada e todo o trabalho realizado no projeto com as famílias são coerentes com a reflexão de que é avaliando o desenvolvimento de cada criança e o nosso trabalho em equipe que percebemos que os erros não são sinônimos de incapacidade, mas oportunidade de adquirir novos conhecimentos, aprender e aperfeiçoar o que foi feito. Por isso, cada caminho percorrido, cada decisão tomada e todo trabalho da creche com as famílias são realizados coerentes com essa reflexão.

CONCLUSÃO

Concluímos que ensinar crianças dentro da faixa etária em que temos trabalhado é desafiante, já que os circuitos que regem a percepção e a capacidade de absorver e conservar conhecimentos por isso, temos como meta melhorar e crescer sempre.

A fim de melhorar a cada ano, não nos detemos somente no que o Espaço Semente pode oferecer mas nos empenhamos na busca de novos conhecimentos. As

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visitas e reuniões que realizamos com as famílias são de orientação familiar sem fins terapêuticos, mas preventivos quanto a problemas que possam dificultar a construção do saber da criança e do seu desenvolvimento.

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL DO

BAIRRO MARÉ

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I. CENTRO DE INCLUSÃO:

Educação e Qualificação

Aumento do número de Escolas de Nível Médio, com inclusão de cursos profissionalizantes, atendendo à demanda local.

Regularização das creches e pré-escolas existentes, investindo na melhoria das instalações e capacitação profissional.

Redimensionar o programa EJA – Educação de Jovens e Adultos, adequando-o à demanda existente.

Desenvolvimento de programas de interativi-dade escola/comunidade, numa contribuição efetiva à dinâmica das vidas de seus educandos nas comunidades.

Serviço Social – inclusive informação sobre oportunidades de trabalho

Instalação de Centros Sociais que facilitem a emissão de documentos (Carteira de Trabalho, Registro de Nascimento); que orientem a procura por emprego e procedam ao encaminhamento.

Instalação de Comissão de Direitos Humanos, que auxilie os moradores e amenize a violação desses direitos quanto aos excessos da ação policial e criminal.

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Programa de Saúde da Família

Ampliação do número de Postos de Saúde e das especialidades médicas nos já existentes.

Implantação de atendimento odontológico.

Implantação de Centros de Apoio Psicológico a dependentes químicos e familiares.

Instalação de Centros de Apoio à Mulher e Adolescentes nos diversos pontos da comunidade.

Cultura / Entretenimento / Esportes

Reativação da programação da Lona Cultural e da Vila Olímpica.

Implantação de programas esportivos, como tênis, basquete, handebol, vôlei, futsal, usando os espaços das escolas municipais nos fins de semana, numa parceria com universitários dos cursos de educação física.

Utilização dos espaços das escolas para aulas de percussão, teatro, capoeira, dança afro, break, graffiti, entre outras. Essas atividades podem contribuir para uma maior interação entre escola e comunidades, melhorar o desempenho escolar e diminuir a evasão escolar.

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Desenvolvimento de projeto pedagógico, com o objetivo de desvincular o baile funk da criminalidade, desta forma estabelecendo o seu papel de “cultura produzida na favela”.

Implantação de telecentro (para inclusão digital)

Inclusão digital através dos Centros Sociais e Escolas.

II. OUTRAS NECESSIDADES:

Casas Populares

O bairro tem grande quantidade de famílias morando de aluguel em pequenas quitinetes. Dessa forma, é necessário fazer um levantamento a fim de descobrir qual o déficit habitacional, para a construção de novas casas populares.

A regularização fundiária também ainda é um problema enfrentado pelos moradores do bairro. A falta de regularização de suas residências os impede de exercer sua cidadania de forma plena. Ainda são muito poucos os moradores que possuem escritura definitiva de suas casas.

Segundo os dados do Censo Maré (2000), a população é de 132 176

habitantes ocupando 38 273 domicílios em um território de cerca de 800 mil m².

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Infraestrutura

A falta de arruamento adequado nas comunidades mais antigas impede a entrada de serviços básicos, como correios e coleta de lixo.

A iluminação pública também é um problema e precisa de manutenção constante. Mais de 50% da iluminação nas ruas na maioria das comunidades do bairro vem das casas e comércio dos moradores.

Regularização de serviços de correspondências e coleta de lixo.

É preciso investir em Transporte Coletivo. Linhas especiais ligam o bairro a Zona Sul e ao Centro da cidade, mas com horários ainda muito aquém da demanda local.

Regulamentação e fiscalização do transporte alternativo. O transporte permanente que atende aos moradores de forma mais satisfatória são os alternativos (moto-taxi e kombis), que mesmo assim, são marcados pela precariedade, falta de manutenção e regulação por parte da prefeitura, na sua grande maioria.

Serviços Essenciais

Acesso a serviços de fornecimento de TV a cabo e Internet Banda Larga.

Implantação de serviços bancário e postal dentro da comunidade.

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III. ANEXO: Texto completo do Projeto “Maré 2016”.

COORDENAÇÃO – EQUIPE:

- Francisco Marcelo da Silva

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ANEXO

PROJETO MARÉ 2016

Por uma Cidade para tod@s!

Proponente: Francisco Marcelo da Silva1

1 Morador da Comunidade Vila do João – Maré.

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Apresentação

O bairro Maré surge em meados da década de 1940 do séc. XX. Localizado na Zona da Leopoldina, o bairro Maré nem sempre ostentou esse status, pelo contrário, até hoje ainda traz consigo a denominação pejorativa e preconceituosa de Complexo da Maré. Denominação essa que é fortalecida e reproduzida pelas instituições públicas que teimam em não reconhecerem o decreto municipal de 1994 que elevou a Maré ao status de bairro.

O bairro Maré no início das décadas 40 e 50 era composto por 6 comunidades: Morro do Timbau (1940), Baixa do Sapateiro (1947), Parque Maré (1953), Parque União (1961), Rubens Vaz (1961) e Nova Holanda (1962). A partir de 1979 com o Projeto Rio, são construídos sucessivamente os Conjuntos Habitacionais Vila do João (1982), Conjunto Esperança (1982), Vila dos Pinheiros (1989) e Conjunto Pinheiros (1989). Em 1994 com a integração do bairro as Regiões Administrativas (XXX RA) mais três Comunidades são incorporadas: Marcílio Dias (1948), Roquete Pinto (1955) e Praia de Ramos (1962). Na década de 1990 o governo municipal criou mais três Comunidades para abrigar moradores retirados de áreas de risco: Bento Ribeiro Dantas (1992), Nova Maré (1996) e Salsa e Merengue (2000). Todos esses conjuntos habitacionais faziam parte do Programa Morar Sem Risco – Prefeitura do Rio de Janeiro.

Sendo assim, a Maré é um território com uma localização privilegiada no Rio de Janeiro. Está situada entre as principais vias de acesso a diferentes bairros da cidade, Linhas Amarela e Vermelha e Avenida Brasil; próxima ao Aeroporto Internacional do Galeão e a Zona

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Portuária. Em relação à população do município do Rio de Janeiro, representa 2,26% do total de habitantes. Se a Maré fosse um município ela ocuparia a 11ª posição, em termos de população, comparada aos municípios da Região Metropolitana e a 17ª posição em relação aos municípios do Estado do Rio de Janeiro.

Não há dúvidas da importância do bairro Maré para um maior desenvolvimento da cidade e, principalmente, pela sua localização, população, potencial social e econômico merece um melhor tratamento por parte do setor público e privado. Como toda Comunidade de Origem Popular no Rio de Janeiro a Maré também sofre com as precariedades e fragilidades das políticas públicas. A proximidade da revitalização da zona portuária, a copa do mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 podem transforma o bairro Maré a ponto de transformá-lo no grande legado para a cidade do Rio. Vamos tentar apresentar aqui algumas das iniciativas (propostas) que entendemos poderiam ser implementadas pelos setores públicos e privados (principalmente públicos) que podem contribuir para um melhor desenvolvimento sustentável do bairro e, consequentemente, da cidade como todo. Vamos tentar apresentar nossas propostas separadamente por tópicos temáticos.

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Tópico 1 – Infraestrutura

A Maré é formada por 16 Comunidades, dessas, 10 são conjuntos habitacionais implementados por setores dos governos municipal e federal, as outras 6 são resultado da ocupação voluntária e marcadas pela autoconstrução popular. Como não houve pelos órgãos públicos um acompanhamento, um monitoramento para manutenção e preservação desses condomínios, muitos deles hoje apresentam vários problemas de infraestrutura e precisam de reparos e ampliação de vários serviços essenciais:

a) Segundo os dados do Censo Maré (2000), a população é de 132.176 habitantes ocupando 38.273 domicílios em um território de cerca de 800 mil m². Isso demonstra que o grande problema na Maré não é a alta densidade demográfica, mas sim, a alta densidade residencial. O bairro tem uma grande quantidade de

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família morando de aluguel em pequenos quitinetes, dessa forma, é necessário fazer um levantamento a fim de descobrir qual o déficit habitacional para a construção de novas casas populares;

b) A regularização fundiária também ainda é um problema enfrentado pelos moradores do bairro. A falta de regularização de suas residências os impede de exercer sua cidadania de forma plena. Ainda são muito poucos os moradores que possuem escritura definitiva de suas casas;

c) O acesso a serviços importantes como fornecimento de TV a cabo e Internet banda larga não são acessíveis a todos moradores, forçando-os, muitas das vezes a contratar esses serviços de fornecedores clandestinos;

d) A falta de arruamento adequado nas comunidades mais antigas impede a entrada de serviços básicos como correios e coleta de lixos. No caso do lixo os moradores são obrigados a juntá-los em terrenos baldios contribuindo, assim, para a proliferação de ratos, insetos, mau cheiro e doenças;

e) A iluminação pública também é um problema e precisa de manutenção constante, mais de 50% da iluminação na ruas na maioria da comunidades do bairro vem das casas e comércio dos moradores.

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Tópico 2 – Serviços Social e Saúde

a) É preciso investir em transporte coletivo. Como informamos acima o bairro tem uma dimensão territorial de mais de 800 mil m² e conta com algumas linhas especiais que ligam o bairro a zona sul e ao centro do da cidade, mas com horários e saídas específicos e ainda muito aquém da demanda local. O transporte permanente que atende aos moradores de forma mais satisfatória são mototáxi e as Kombi, que mesmo assim, são marcados pela precariedade, falta de manutenção e regulação por parte da prefeitura, na sua grande maioria;

b) Todo o bairro conta apenas com uma lotérica, localizada na comunidade Nova Holanda, para poder pagar suas contas e, dependendo do caso e do banco, sacar e fazer depósitos. Se analisarmos que muitos

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desses moradores não vão à Nova Holanda por receio da ação de grupos criminosos locais, podemos afirmar que mais de 90% da população não tem acesso a esse serviço essencial. No caso dos correios o problema é mais grave, pois não há esse serviço em nenhuma comunidade do bairro. Dessa forma os moradores são obrigados a se deslocarem para o bairro de Bonsucesso se quiserem manter suas contas em dia;

c) No que tange ao gênero, a presença feminina é majoritária na Maré (66.976). Em relação à faixa etária, é significativa a presença de criança de 0 a 14 anos, representando 30% do conjunto da população do bairro, ou seja, quase 1/3 da população é formada por crianças e pré-adolescentes. Dessa forma, seria de suma importância para o bairro a instalação de Centros de Apoio a mulher e adolescentes. A Maré consta apenas com um Centro de Apoio a Mulher numa parceria com a UFRJ e que funciona na Comunidade Vila do João, em relação aos adolescentes esse acompanhamento é geralmente realizado por algumas ONGs do bairro, mas que não conseguem atender a demanda.

d) O bairro precisa de Centros Sociais que ofereçam cursos profissionalizantes, acesso a Internet, emissão de documentos para a busca do primeiro emprego, registro de nascimento, encaminhamento para emprego, etc.;

e) No campo da Saúde a Maré conta com apenas 6 postos de saúde ambulatoriais e uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA. Os moradores reclamam das dificuldades para marcar as consultas e da falta de especialistas. No caso da UPA, há uma precariedade dos serviços e falta de médicos especializados. Serviços como odontologia, que muitas vezes são oferecidos por

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“centros sociais” mantidos por políticos fisiológicos. É necessária a instalação urgente de centros de apoio psicológico aos dependentes químicos e seus familiares;

f) O bairro é marcado por confrontos violentos entre grupos armados e entre esses e a polícia. Há quase sempre relatos de moradores quanto aos excessos da ação policial e criminal, desta forma, é de extrema necessidade a instalação de uma Comissão de Direitos Humanos que auxilie os moradores e amenize a violação desses direitos.

Tópico 3 - Cultura e Entretenimento

No que se refere a cultura e entretenimento o bairro ainda precisa melhorar muito. A Maré apresenta apenas uma Lona Cultural, infelizmente marcada pelo abandono. Há também uma Vila Olímpica, um museu comunitário organizado por uma ONG. Tanto o museu, como a lona cultural e a vila olímpica localizam-se em áreas dominadas por diferentes facções criminosas o que

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dificulta a circulação e o acesso dos moradores a locais, principalmente os jovens. A principal atividade de lazer dos jovens no fim de semana são os bailes funks, muito recriminados pela polícia e a sociedade como um todo.

a) Tendo em vista a grande demanda para a Vila Olímpica e as fronteiras invisíveis impostas pela violência, pensamos que uma iniciativa interessante seria investir em projetos esportivos como tênis, basquete, handebol, vôlei, futsal, usando os espaços das escolas municipais nos fins de semana numa parceira com universitários dos cursos de educação física.

b) Os espaços das escolas também poderiam ser usados para aulas de percussão, teatro, capoeira, dança afro, break, graffiti, entre outras. Essas atividades podem contribuir para uma maior atividade entre escola e comunidades, melhorar o desempenho escolar e diminuir a evasão escolar;

c) Os bailes funks já fazem parte da cultura carioca, dificilmente as casas de show no Rio de Janeiro deixam de executar as canções nas noites cariocas. O problema são os funks de apologia às drogas, ao tráfico e a pedofilia. É importante lembrar que não combateremos esse funk do mal com repressão as equipes de som que organizam os bailes nas favelas e é ingenuidade achar que o funk existe nas favelas para os traficantes venderem drogas, mesmo sem funk as pessoas irão consumir entorpecentes. Os bailes funks fazem parte da cultura produzida na favela, assim como o samba, o pagode etc. O processo tem que ser pedagógico, mostrando sempre os males que o chamado funk do mal pode causar aos jovens moradores de favelas, principalmente.

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Tópico 4 – Educação e Qualificação

Em relação à educação, os dados do Censo Maré 2000 nos mostram que 94% das crianças em idade escolar (7 a 14 anos) estavam regularmente matriculadas, mas ainda existiam 6% fora da escola.

Em um levantamento feito pelo Observatório Social da Maré, paralelo às atividades do Censo, um conjunto de fatores como desemprego dos pais, ingresso precoce no mercado de trabalho e doenças que atingiam um ou mais membros da mesma família, poderiam explicar a ausência ou o abandono da escola.

Ainda em relação às escolas, havia uma incompatibilidade na relação entre oferta de vagas e a procura. Pelo levantamento ficou explícito que nas áreas onde havia conflitos armados a procura por vagas era

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menor, o que consequentemente, aumentava a procura nas escolas situadas em áreas menos vulneráveis a esses conflitos.

Um elemento que contribui para um universo elevado de crianças matriculadas no ensino fundamental é a quantidade de escolas que atendem a esse segmento, localizadas na Maré. Ao todo são 16 escolas públicas. Por outro lado, em relação ao Ensino Médio, os números não são os mesmos. Apenas 3 escolas atendem a esse público, dessas, 2 atendem apenas no horário noturno. Continuando assim os jovens que não conseguem matrículas nessas escolas e que apresentam dificuldade para estudar fora do bairro estarão fadados a não cursar o ensino médio. Temos ainda uma elevada taxa de analfabetismo entre os adultos acima de 14 anos, chegando a 8%, segundo os dados do Censo Maré.

Como podemos perceber o bairro não possui nenhuma escola que ofereça curso técnico. Há tempo o Colégio Bahia, que oferece ensino médio noturno, oferecia ensino médio profissionalizante nas áreas de administração e contabilidade, mas agora, apenas o curso de Formação Geral que tem duração de 4 anos.

O bairro tem uma boa oferta de creches e pré-escola, a grande maioria particular e sem autorização da prefeitura. É preciso investir na melhoria da infraestrutura das escolas, na qualificação dos professores e rever as demandas de vagas para o ensino médio e Educação de Jovens e Adultos. As escolas precisam interagir com as comunidades do bairro, pois da forma como está não passam apenas de feudos sem nenhuma contribuição efetiva na dinâmica das vidas de seus educandos nas comunidades. Dessa forma, acabam contribuindo para

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aumentar, ainda mais, o desinteresse dos educandos pelos conteúdos curriculares quase sempre distantes da sua realidade.

Segurança Pública e Direitos Humanos

A charge e as fotos são fortes. Essas são imagens do assassinato de Matheus, de 8 anos, morto por um policial militar, ao sair de casa para comprar pão. Isso demonstra um pouco como é a ação da polícia nas comunidades do bairro.

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O bairro Maré é tratado pela Secretaria de Segurança como território hostil, reduto de traficantes e pessoas da pior espécie. O policial tem dificuldades de distinguir entre um menino de 8 anos e um traficante. Ou será que todos as crianças e jovens do bairro são criminosos em potencial? Daí a estratégia seria eliminá-los? O caso de Matheus não é diferente do caso de Renan (3 anos), Felipe (17 anos), Ramon (11) e muitos outros. Diante dessa realidade, que política de segurança podemos propor?

O grande debate hoje gira entorno da instalação das Unidades de Policiamento Pacificadoras, já implementadas em 7 comunidades populares da zona sul do Rio de Janeiro. Acompanhando a euforia da grande mídia e os depoimentos de alguns moradores que foram muitos receptivos a essa política, ficamos apreensivos. Enquanto morador fica difícil não estar de acordo com a proposta da UPP, até porque conviver com o tráfico é muito difícil, só nós sabemos o que passamos.

Mas, apesar dessa situação incomoda, vivemos em um Estado de Direitos e não podemos aceitar a implantação de um regime quase ditatorial. A UPP opera na lógica do controle sobre o território, até ai nenhuma diferença do tráfico e das milícias. Não vem para garantir a soberania, chega pra ser a soberania. Esse tipo de política dentro de um estado republicano de direito é inadmissível.

Somos a favor de uma política de valorização da vida; de retomada da soberania urbana; pela integração da cidade; pelo respeito aos direitos humanos. Reconhecemos os avanços da política implementada pela secretaria de segurança, mas pensamos que é preciso

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aperfeiçoá-la. Parece que o que resta para o cidadão de bairros populares como a Maré é escolher entre “o menos pior”. Não podemos trocar uma ditadura do tráfico/milícia pela ditadura da polícia. É preciso respeitar os Direitos Humanos valorizando a vida de nossas crianças e nossos jovens. A polícia do Rio de Janeiro é a que mais mata e a que mais morre. É preciso dar um fim nesse morticínio.

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL DA

COMUNIDADE

DE MANGUINHOS

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I. CENTRO DE INCLUSÃO:

Educação e Qualificação

Ampliação de vagas no segundo segmento do Ensino Fundamental.

Ampliação de vagas de Educação Infantil (creches).

Efetivação da construção do Colégio Pedro II, prometido à Comunidade de Manguinhos pelo Governo Federal.

Criação de um centro de capacitação de jovens e adultos.

Programa de Saúde da Família

Ampliação do Programa de Saúde da Família.

Criação de um centro de reabilitação para dependentes químicos.

Cultura / Entretenimento / Esportes

Construção de Vila Olímpica nos moldes da já existente na Mangueira.

Atividades Culturais.

II. OUTRAS NECESSIDADES:

Saneamento

Projeto de saneamento para todas as Comunidades, e não somente onde estão sendo construídos os apartamentos do PAC de Manguinhos.

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Casa Popular

Inclusão de outras Comunidades do Complexo

de Manguinhos no PAC.

Inclusão automática das pessoas que não foram incluídas no PAC, no projeto “Minha Casa Minha Vida”, aproveitando o Censo já existente em Manguinhos.

Serviços Essenciais

Implantação de sistema de transporte legalizado, que possa atender às necessidades de cada Comunidade.

COORDENAÇÃO – EQUIPE:

- Marcelo Radar e equipe do Fórum Social de Manguinhos.

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL DA

COMUNIDADE DE

VIGÁRIO GERAL

(AFROREGGAE)

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FORTALECIMENTO ARTÍSTICO E SOCIAL

I. OFICINA DE PERCUSSÃO

Objetivo

Estimular a percepção musical, através da exposição da diversidade de ritmos existentes no País. Utilizar a arte e a cultura afro-brasileira como instrumento de transformação, formando agentes multiplicadores da cidadania. Promover a valorização do conhecimento e sua ampliação através da arte, usando a música percussiva como viés, ou pano de fundo, para a garantia de seus direitos.

Conteúdo

Técnicas utilizadas no manuseio de instrumentos, afinação, audição, timbres e outras técnicas pertinentes à oficina. Temas que serão trabalhados ao longo das oficinas: ECA, família, violência (em todas as suas dimensões: urbana, sexual, doméstica), sexualidade, redução da maioridade penal, etc.

II. OFICINA TAI CHI CHUAN

Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento.

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Os princípios filosóficos do Tai Chi Chuan remetem ao Taoísmo e a Alquimia Chinesa. A relação de Yin e Yang, os Cinco Elementos, o Ba Gua (Oito Trigramas), o Livro das Mutações (I Ching) e o Tao Te Ching de Lao Zi são algumas das principais referências para a compreensão de seus fundamentos. O Tai Chi Chuan tem suas raízes na China, sendo atualmente uma arte praticada no mundo todo. É apreciado no ocidente especialmente por sua relação com a meditação e com a promoção da saúde.

Objetivo

O Tai Chi Chuan trabalha o fortalecimento corporal, o equilíbrio das emoções e exercita a atenção.

Movimentos do Tai Chi Chuan

­ São suaves e as formas circulares devem ser executadas em um mesmo ritmo;

­ O equilíbrio é fundamental, na hora da atividade é importante não inclinar para nenhum dos lados;

­ O tronco deve ficar ereto e o peso do corpo no meio dos pés, assim você não irá cansar.

As vantagens do Tai Chi Chuan são inúmeras, tanto para o corpo quanto para mente. Outro fator importante é a desintoxicação orgânica, ele faz você transpirar bastante, estimula o metabolismo e restaura o funcionamento dos

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órgãos. Confira outras vantagens proporcionadas por essa arte milenar:

­ Diminui problemas articulares; ­ Regula as funções cardiovascular,

respiratória, digestiva e hormonal; ­ Aumenta a flexibilidade e força muscular; ­ Desenvolve a coordenação motora; ­ Melhora o equilíbrio; ­ Alivia o estresse; ­ Auxilia na diminuição da ansiedade; ­ Estimula a circulação sanguínea; ­ Colabora no tratamento da osteoporose; ­ É utilizado no tratamento da depressão.

Metodologia

Os princípios fundamentais e a metodologia de treino do Taijiquan chegam-nos aos dias de hoje através dos clássicos, poemas que são deixados pelos grandes mestres, que nos ajudam a perceber quais as características que regulam a prática. Tal como no Qigong, o termo usado é regular e é composto por cinco elementos Wu Tiao:

­ Regular o Corpo (Tiao Shen); ­ Regular a Respiração (Tiao Xi); ­ Regular a Mente (Tiao Xin); ­ Regular o Qi (Tiao Qi); ­ Regular o Espírito (Tiao Shen).

III. OFICINA DE DANÇA

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Objetivos

Favorecer o desenvolvimento de um conhecimento técnico que possibilite ao corpo um melhor equilíbrio na execução de movimentos e elevação de pernas. Aprimorar a execução de pequenas e grandes piruetas. Contribuir para a obtenção de maior qualidade na limpeza de movimentos, homogeneização nas posições de braços, alinhamento de quadris e posição de pés, favorecendo a tonificação.

Conteúdo:

­ Coordenação Motora; ­ Destreza; ­ Equilíbrio; ­ Sentido Sinestésico; ­ Noções de Ritmos; ­ Percepção Visual e Auditiva; ­ Memória; ­ Hábitos e Atitudes.

Estratégia

Elaboração e ensaio de coreografias, exercícios de barra com técnica de dança clássica, exercícios de flexibilidade, alongamento e deslocamento em diagonal e apresentação de espetáculos.

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IV. GRUPOS ARTÍSTICOS

Hoje temos nove grupos artísticos com sede em Vigário Geral. Grupos que são formados por moradores da comunidade. Vigário Geral se tornou um polo de cultura e de formação artística, chegando a exportar seus talentos. Hoje trabalhamos as mais variadas linguagens artísticas. Ao mesmo tempo em que trabalhamos a autoestima destes jovens, a sustentabilidade e uma possível profissão.

AFRO LATA

É uma banda formada por jovens de Vigário Geral que, à falta de instrumentos convencionais de percussão, começaram a tocar com pedaços de cabo de vassoura, latões de óleo, tonéis e baldes de plástico, transformando o lixo em instrumentos musicais: a precariedade em arte. Com esse formato, o grupo se tornou uma das principais expressões do trabalho desenvolvido pelo AfroReggae na comunidade. Consolidou seu lugar no rol dos grupos criativos, transformadores, esteticamente radicais.

AFRO MANGUE

O Afro Mangue é uma herança do trabalho desenvolvido pelo Afro Lata. Oriundos da mesma região - no trecho da comunidade conhecido como Brasília - os jovens dessa banda começaram ensaiando por conta própria, nos

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finais de tarde após a aula na escola, num local muito próximo ao mangue e ao viaduto que une a favela ao bairro de Vigário Geral. O Afro Mangue traz o Maracatú, o Samba-Funk, o Samba-Reggae e muitos outros ritmos comuns à cultura brasileira e os transforma numa rica e variada demonstração de força da música popular.

TRIBO NEGRA

Tribo Negra é a demonstração que a usina musical de Vigário Geral não para, sempre originando novas formas de expressão. Sua sonoridade traz uma mistura forte, baseada no funk e no samba-reggae, além de ingredientes de maracatu, reggae e baião, tocados em instrumentos percussívos de peso como surdos, repenique, timbaus e caixas de guerra.

MAKALA MÚSICA & DANÇA

Makala Música & Dança é o Subgrupo do AfroReggae que reúne duas linguagens artísticas constantemente trabalhadas pelo grupo que - formado por 5 percussionistas e 13 dançarinos - misturam a dança contemporânea e a dança afro.

PÁRVATI

Esta é uma banda de rock. Assim como a Akoní, trata-se de uma banda formada exclusivamente por meninas. A Párvati representa o empenho do

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Grupo Cultural AfroReggae no sentido de incrementar e consolidar o papel das mulheres no interior do grupo, tanto sob o ponto de vista social quanto do artístico. Párvati é uma divindade indiana, esposa de Shiva e mãe de Ganesha.

AFRO SAMBA

Com um repertório que passeia pelo melhor da tradição do samba, desde o mais antigo ao mais atual, o Afro Samba aprimorou a qualidade técnica dos seus músicos, aprofundou a pesquisa de repertório e aproximou-se de nomes importantes da cultura do samba. Arlindo Cruz e Dorina sacramentaram, com a bênção do samba, o batismo do grupo, tornando-se desse modo o padrinho e a madrinha do grupo. O Afro Samba atua em um campo em que se torna evidente o sentido histórico e comunitário do samba, o seu papel como resistência, a afirmação de uma identidade e a sua importância como herança negra para a cultura brasileira.

KITÔTO

Em 2002, o baixista da banda AfroReggae Jairo Cliff pôs guitarra, baixo, bateria e percussão na mão de cinco jovens de Vigário. Depois foi só ensaiar os acordes do gênero que consagrou Bob Marley e pronto: nasceu a banda Kitôto. O

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nome tem origem numa região da Tanzânia, e que evoca a terra mãe - África.

AKONÍ

O nome Akoní vem do Iorubá, significa "pessoa corajosa e forte". Coragem e força, sentimentos que estas meninas tiveram de sobra para se constituir. Para conquistar seu lugar, afirmar seus gestos e sua presença no mundo. Ao vê-las cantando, tocando e dançando com a desenvoltura que lhes é própria, dá pra pensar que Akoní representa a coragem, sim. Mas a coragem de mudar o mundo, de redefinir os destinos, de marcar o lugar onde a diferença é um convite para que se caminhe junto.

TRUPE DE TEATRO

A Trupe de Teatro AfroReggae é composta por jovens dos mais diferentes locais, mas participantes de um cotidiano igualmente difícil. Artistas movidos pelo talento, pelo trabalho e pela alegria em atuar, que tratam sua arte como forma de produção, uma espécie de poesia participante que não abre mão de seu espírito criativo e coletivo. Seu espaço de produção é o chão da favela, mas seu lugar é o mundo.

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COORDENAÇÃO – EQUIPE:

- José Júnior – Coordenador-geral do AfroReggae

- Vitor Onofre – Coordenador do Núcleo AfroReggae - Vigário Geral

- Washington Feijão – Agente de Projetos

- Luciano Marques – Responsável pelo Projeto de Integração Social

- Roberto Chaves – Coordenador do Projeto Papo de Responsa

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PROJETO DE

INTEGRAÇÃO SOCIAL

DA COMUNIDADE DE

CIDADE DE DEUS

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I. CENTRO DE INCLUSÃO:

Educação e Qualificação

Implantação de Escola de Ensino Médio, com cursos profissionalizantes.

Com 13 escolas e apenas uma de Ensino Médio na Cidade de Deus, a reivindicação para a implantação de um Colégio de Ensino Médio de excelência e qualidade é fundamental. Havíamos negociado com o Ministério da Educação e a Direção anterior do Colégio Pedro II a instalação de uma unidade na Cidade de Deus. Apontamos, então, um prédio que já fora antes uma escola (hoje, com apenas uma creche funcionando), como espaço disponível para esta negociação. Em 2004, durante um Fórum de Educação na Cidade de Deus, este tema foi discutido com a Comunidade, com ampla participação de jovens.

Atualmente, sabemos que a nova Direção do Colégio Pedro II não tem interesse na implantação de unidade na Cidade de Deus. O Governo do Estado assumiu as negociações e pretende transferir a única Escola de Ensino Médio que já temos, para este espaço. Ou seja, não ganhamos nada, apenas continuamos com o que já tínhamos e não é suficiente.

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Serviço Social – inclusive informação sobre oportunidades de trabalho

Articulação de todos os Projetos é um desafio necessário para potencializar Recursos e Ações. O Comitê Comunitário /Agência tem atualmente parceria com a FIRJAN, para desenvolvimento de cursos de qualificação em Cidade de Deus. Desde o final de 2009, as três esferas de Governo têm articulado o desenvolvimento de ações com jovens e adultos na geração de trabalho e renda, sob a ótica da Economia Solidária. A Agência Cidade de Deus de Desenvolvimento Comunitário / Comitê tem um prédio alugado na Rua Edgard Werneck nº 1635 (localização centralizada e de fácil acesso), com dependências adequadas para cursos.

Implantação de programa para inserção de jovens no mercado de trabalho, com qualificação.

Implantação de programa para adultos fora da perspectiva de mercado, em atividade de geração de renda, que consolide uma rede qualificada de produção de bens e serviços alavancando o crescimento do comércio local, baseado numa pesquisa de potencialidade de mercado.

A contratação de mão de obra local e preferencialmente de cooperativas locais na área da construção civil.

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Programa de Saúde da Família

Ver Anexo.

Cultura / Entretenimento / Esportes

Faltam na Comunidade espaço de lazer e cultura, que possa aglutinar jovens e adultos.

Ressaltamos que atividades socioculturais e esportivas são desenvolvidas na comunidade por instituições comunitárias, muitas vezes com amadores abnegados e voluntários. A comunidade tem uma profusão de artistas, cantores, grupos diversos de expressão artística, cultural e de esportes. Qualquer iniciativa pública deverá considerar esta experiência acumulada, bem como os artistas, dando melhores condições de trabalho.

Observamos que em momentos de organiza-ção e proposição de novas iniciativas, as produções anteriores são esquecidas e a contratação de mão de obra externa mantém afastados aqueles que tanto contribuíram com a Comunidade.

Existem prédios públicos e particulares que poderiam ser transformados em espaços públicos para atividades culturais e artísticas. Não recomendamos propostas como lonas culturais, que acabam sendo caras e nem sempre atingem o objetivo de inclusão dos jovens. .Recomendamos equipamentos públicos, com responsabilidade do poder pú-

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blico na manutenção e gestão compartilhada com a comunidade.

Implantação de telecentro (para inclusão digital)

Instalação de programa de inclusão digital em prédio já predestinado. A Agencia Cidade de Deus de Desenvolvimento Comunitário / Comitê tem um prédio alugado na Rua Edgard Werneck nº 1635 (localização centralizada e de fácil acesso) que conta com uma rede de computadores, disponíveis para cursos de inclusão digital.

II. OUTRAS NECESSIDADES:

Casas Populares

Esclarecimento, com a maior transparência possível, dos projetos impactantes para a Cidade de Deus. O que nos preocupa atualmente é que, além de déficit habitacional, a ameaça de remoção de quadras em função da ampliação da malha rodoviária traz insegurança aos moradores, principalmente com o anúncio da construção do corredor T5, ligando os bairros da Penha à Barra.

Outra questão preocupante é que, sem saber de possíveis projetos de habitação, recentemente os moradores de "triagens" têm

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sido abordados com propostas de aluguel social, remoção para outras comunidades ou indenização. No entanto, não lhes foi apresentado nenhum projeto, não sabem do que se trata e o clima de medo cresce entre os moradores. A Comunidade fica vulnerável e sente-se ameaçada por possíveis remoções.

Iniciativas necessárias com relação à habitação:

Bairro desde 1988 e com várias favelas no seu entorno, existem áreas de extrema pobreza, onde o déficit habitacional é mais grave. Justamente nestas áreas há um crescimento maior. E as construções, sem acompanhamento técnico, proliferam em plena verticalização, o que torna as questões de saúde e segurança mais comprometidas. Com isso cresce o risco de doenças infectocontagiosas na Comunidade. Consideramos as favelas do entorno e as áreas de Triagem prioridade absoluta e urgente para serem enfrentadas pelas três esferas de Governo.

Titularidade das casas, com parcelamento das custas notariais.

Desmembramento e Regularização Fundiária dos lotes das quadras Pára Pedro: são casas germinadas, construídas em 1966, por ocasião das grandes

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enchentes no Rio de Janeiro, em áreas destinadas ao Município do Rio de Janeiro, e construídas pela CEHAB. O terreno pertence à Prefeitura, as casas à CEHAB e os moradores não tem título.

Titularidade dos projetos construídos mais recentemente.

Obras nas áreas das “triagens”: com discussão ampla, aberta, para que os moradores tenham direito de escolher a solução que mais os atenda – se indenização, se aluguel social durante o período de obras, ou remoção para outros espaços, sempre cumprindo o Estatuto das Cidades.

A reforma de casas em risco, ou por segurança ou por insalubridade, com apoio técnico e financiamento da Caixa Econômica Federal, para que os moradores possam fazer reformas e melhorias habitacionais, para ter uma habitação mais saudável.

Financiamento, com apoio técnico, para ampliação e reforma de casas duplex e apartamentos.

No caso de uma ação para resolver estruturalmente a questão da rede de esgotamento sanitário, apoio técnico e financiamento público para a religação dos esgotos domiciliares à nova rede coletora.

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Regularização fundiária das construções antigas e novas.

Saneamento

Recuperação da malha de esgotamento sanitário da comunidade, com contratação de mão de obra da comunidade. No projeto original da Cidade de Deus, um erro clássico compromete a rede de esgotos na comunidade. O modelo construído foi o condominial, onde a rede e as manilhas ficam nos fundos das casas. Com o crescimento da comunidade, a ocupação destas áreas e construções sobre as caixas coletoras, houve o comprometimento de toda a rede. A obstrução da rede, ao longo destes anos, acarretou as valas abertas em quase todas as ruas da Cidade de Deus.

Para evitar os frequentes entupimentos, moradores jogam a rede de esgoto através de um extravasor para a rede de águas pluviais. Com isto ocorre algo mais sério: em tempos de chuvas fortes, quando o nível dos rios sobe, o esgoto retorna para dentro das casas, contaminando os ambientes. Havia em funcionamento, até inicio da década de 90, uma lagoa aeróbia que recebia o esgoto da Cidade de Deus, para pré tratamento. Foi um modelo implantado com bases científicas, assessorado por cientistas da UERJ. Entretanto, devido ao descaso e abandono, esta lagoa de tratamento perdeu

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sua função e atualmente os esgotos são lançados nos 3 rios: Rio Grande, Banca da Velha e Estiva, que cortam nossa comunidade.

Mesmo que nosso esgoto seja lançado no Emissário Submarino da Barra, ou mesmo que haja uma forma de tratar o nosso esgoto, consideramos que a situação grave e urgente é uma obra de infraestrutura, recuperando toda a malha de esgotamento sanitário na Cidade de Deus. Caso contrário, a saúde da população estará sempre comprometida e em risco, com a ameaça de enchentes e contaminação dentro das próprias casas. Esta é uma das obras mais estruturantes e fundamentais para nossa comunidade.

III. ANEXO: “PLANO PARA O DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO EM CIDADE DE DEUS”.

COORDENAÇÃO – EQUIPE:

- Cleonice Dias.

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ANEXO

“PLANO PARA O DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

EM CIDADE DE DEUS”

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APRESENTAÇÃO

Esse documento é resultado da colaboração entre integrantes do COMITÊ COMUNITÁRIO DE" CIDADE DE DEUS, representantes da FENASEG, da FETRANSPOR, da FECOMÉRCIO-RJ, do SEBFIAE/RJ e da LAMSA e profissionais dedicados à redução das desigualdades sócio- espaciais na cidade do Rio de Janeiro, no sentido da promoção da melhoria da qualidade de vida. em Cidade de Deus.

Trata-se do relato do processo que culminou com a elaboração do Plano Para o Desenvolvimento Comunitário em Cidade de Deus - processo esse desencadeado no início de 2003 - e da apresentação do próprio plano, elaborados com base nas informações disponibilizadas pelo Comitê Comunitário de Cidade de Deus.

Com o documento pretende-se: divulgar uma experiência que vem demonstrando que é possível conviver com as diferenças, superar divergências e cooperar para o desenvolvimento de projetos em benefício de comunidades; conquistar parceiros para transformar a Cidade de Deus em um lugar no qual todos tenham tranquilidade e satisfação em viver e criar seus filhos.

A CIDADE DE DEUS – TRINTA E OITO ANOS DE HISTÓRIA

O conjunto habitacional Cidade de Deus foi construído e entregue aos seus primeiros moradores em 1966, como produto de um projeto iniciado no governo Carlos Lacerda, que visava a transferência de moradores de mais de 10 (dez) favelas, prioritariamente da zona su!

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da cidade, para alguns conjuntos habitacionais construídos na zona oeste, como Vila Aliança (Bangu), Vila Kennedy (Senador Camará) e Vila Esperança (Vigário Geral).

Projetado para oferecer 6.500 (seis mil e quinhentas) unidades habitacionais aos moradores das favelas situadas nas proximidades da Lagoa Rodrigo de Freitas, como Praia do Pinto, Ilha das Dragas, Parque Proletário da Gávea, Macedo Sobrinho, entre outras, o conjunto habitacional foi gradativamente sendo ocupado por habitantes de diversas áreas da cidade do Rio de Janeiro, destacando-se famílias vítimas das enchentes que assolaram a cidade no ano de 1966, famílias vítimas do incêndio que destruiu o que restava da Favela do Pinto e famílias que não tinham outra opção de moradia que não se instalar próximo a rios assoreados e poluídos ou mesmo em áreas de grande concentração de lixo.

Segundo os dados do Censo 2000, a média de escolaridade é baixa, sendo que 27% da população têm até três anos de estudo. Aqueles que conseguiram permanecer na escola por mais de quatorze anos não ultrapassam 1,17% do total.

Renda

Ao todo, 55% dos chefes de famílias têm renda de até 3 salários mínimos, e apenas 2% têm rendimento acima de 10 salários mínimos.

Chama atenção o fato de que em cerca de 1.734 domicílios (16,1% do total), o chefe do domicílio declarou não ter nenhuma renda.

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A ORGANIZAÇÃO SOCIAL LOCAL

Ao longo dos seus trinta e oito anos, os moradores de Cidade de Deus, vêm se organizando resistir tanto ao abandono e descaso do Poder Púbiico, quanto ao estigma de sermos, nos moradores, violentos e perigosos.

Nas décadas de 70/80, várias Associações de Moradores surgiram, Agremiações de Samba, Agremiações Esportivas, Grupos de Teatro, Revistas, Cineclubes, Movimento Negro, Igrejas Atuantes, Grupos de Dança - esta efervescência possibilitou a formação de várias lideranças históricas.

No final dos anos 70 e início dos anos 80, Cidade de Deus é manchete em todos os meios de comunicação por conta da guerra do tráfico, ao mesmo tempo em que sofre intensa pressão em função da especulação imobiliária, na tentativa de remover a população de Cidade de Deus.

Com todos esses problemas, em setembro de 1980, acontece em Cidade de Deus, o I Encontro Popular pela Saúde, que provocou o surgimento dos diversos Fóruns de Discussão de Saúde no Município do Rio de Janeiro,

Também eram intensas as lutas contra o monopólio no transporte, pela melhoria da qualidade do ensino público e por melhores condições de moradia,

Na década de 90, houve uma proliferação do trabalho voluntário e de Organizações Não Governamentais, Por parte dos governos, grandes lideranças foram cooptadas, ao mesmo tempo em que houve a partidarização dos movimentos comunitários intensificando ainda mais as disputas internas.

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Em 96, quarenta e duas mortes, foi o saldo das trágicas enchentes quando os rios Grande, Estiva e Banca da Velha transbordaram.

Ainda em 96, Surgem as rádios comunitárias; o Funk e o Hip Hop projetam nomes de artistas de Cidade de Deus.

Em 98, Cidade de Deus é elevada a bairro, mas cresce o número de barracos e favelas no seu entorno: tornando-se verdade "refavela".

Em 2002, o sucesso do filme "Cidade de Deus", colocou a comunidade novamente na "moda e na mídia", reforçando o estigma de comunidade violenta e perigosa, o que criou uma nova onda de preconceito e discriminação e que atingiu mais uma vez negativamente a autoestima da comunidade.

A partir de janeiro de 2003, representantes de instituições da comunidade começam a se reunir com representantes do Poder Público, Organismos internacionais. Em um processo de longas discussões, intensos debates, surge o Comitê Comunitário de Cidade de Deus.

Um marco histórico na vida da comunidade e das vinte instituições que compõe o Comitê Comunitário de Cidade de Deus e que durante esses mais de treze meses estão juntos por acreditarem que um novo mundo é possível, mas uma Cidade de Deus melhor é urgente.

Em 25 de abril deste mesmo ano, acontece o primeiro encontro do Comitê Comunitário de Cidade de Deus, representantes do Fórum Empresarial, Organismos Internacionais, Governo Federal e Governo Estadual, buscando ações que respondem as necessidades da comunidade.

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Ao longo de todos os anos de sua existência e face ao descuido do Poder Público, a população local vem se organizando de diversas formas para enfrentar os seus problemas.

Assim é que hoje existe uma multiplicidade de instituições locais que desenvolvem trabalhos comunitários, ainda que muitas vezes de forma isolada. O Comitê Comunitário nasce com a missão de articular essas várias instituições objetivando um trabalho integrado e sustentável, atuando em rede, através de nove Comissões Temáticas - Comunicação; Cultura; Educação; Esporte; Habitação; Meio Ambiente; Promoção Social; Saúde; e Trabalho e Renda.

PROJETO CIDADE DE DEUS - UMA INICIATIVA EM BUSCA DA TRANSFORMAÇÃO ECONÓMICA, SOCIAL E CULTURAL

Também no início de 2003, lideranças empresariais da cidade do Rio de Janeiro criaram o Fórum Empresarial do Rio, com o objetivo de mobilizar forças da sociedade civil para, em parceria com o Poder Público e dentro de uma perspectiva de responsabilidade compartilhada e integrada, priorizar o desenvolvimento social da cidade, contribuindo com iniciativas para a melhoria da qualidade da vida e para a redução dos índices de exclusão social na mesma.

Para o desenvolvimento da primeira iniciativa do Fórum na direção acima referida foi escolhida a Cidade de Deus.

Nos primeiros contatos do grupo, composto por representantes da FENASEG, da FECOMÉRCIO-RJ, da FETRANSPOR, do SEBRAE/RJ e da LAMSA, com a

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Cidade de Deus, foram identificadas várias iniciativas sociais, porém desenvolvendo-se de forma isolada na localidade - o que dificultava a atuação conjunta.

O Comitê Comunitário de Cidade de Deus, empossado no dia 25/04/2003, foi um facilitador na interação entre o Fórum Empresarial do Rio, desde o primeiro encontro. Posteriormente foi criado o Núcleo de Articulação do Projeto Cidade de Deus - instância que integra comunidade, associações empresariais e poder público na busca de soluções para os problemas da comunidade, composta por três representantes das federações, três representantes do governo (federal, estadual, municipal), três representantes da Comissão Executiva do Comitê Comunitário e um representante de cada entidade/empresa parceira.

Como produtos da atuação do Comitê Comunitário de Cidade de Deus em parceria com Fórum Empresaria! do Rio, podem ser citados as seguintes atividades e eventos, dentre outros:

Um primeiro levantamento das demandas da comunidade, com base em trabalho realizado por 8 Comissões Temáticas (Trabalho, Emprego e Renda, Educação, Saúde, Meio Ambiente, Promoção Social, Comunicação, Cultura e Esporte) constituídas por integrantes do Comitê Comunitário;

Levantamento de dados sobre a localidade, com base no Censo 2000, em pesquisa da UNESCO, em pesquisas realizadas com empresários e em escolas da Cidade de Deus;

Pesquisa participativa, encomendada peio UNICEF, executada e por onze instituições locais para levanta- dados qualitativos sobre crianças, adolescentes e

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famílias, 2 objetivando fundamentar um planejamento participativo;

A realização da Ação Comunitária, quando foram oferecidos diversos serviços e atendimentos médicos e odontológicos à comunidade;

O 1o Fórum Comunitário, no qual foram tratados e debatidos os temas protagonismo comunitário, políticas públicas e responsabilidade social;

A criação e distribuição do Jornal Comunitário CDD Notícias, que tem como propósitos integrar e mobilizar a comunidade em torno de suas bandeiras e reivindicações e publicar assuntos de interesse local que nunca ou dificilmente são publicados nos jornais de grande circulação;

A implantação do Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos com sete turmas, a partir de Projeto de Educação de Jovens e Adultos e do Projeto de Capacitação de Educadoras Populares, do Grupo Alfazendo, em parceria com a FENASEG, COMITÊ DA TERCEIRA IDADE e CECFA;

A realização de, aproximadamente, 15 visitas a órgãos públicos (Secretarias Estaduais e Municipais) com o propósito de estabelecer parcerias para o desenvolvimento de projetos de interesse local;

E, finalmente, a elaboração do Plano Para o Desenvolvimento Comunitário de Cidade de Deus, apresentado a seguir.

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PLANO PARA O DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO EM CIDADE DE DEUS - UM SONHO QUE QUEREMOS TRANSFORMADO EM REALIDADE

A decisão pela elaboração do plano foi consequência da constatação de que esta seria a melhor forma de: sistematizar as informações e os conhecimentos acumulados ao longo do primeiro ano do Projeto; traçar diretrizes para a ação nos próximos 5 anos; e, com isso, avançar na direção da articulação de programas, projetos e ações sociais em andamento na comunidade, bem como da realização, implantação e desenvolvimento de novas iniciativas em prol da mesma.

A METODOLOGIA E A DINÂMICA DO TRABALHO

A elaboração do plano foi realizada em duas etapas, como sugerido por consultora em gerenciamento de projetos socjais contratada para este fim:w

Definição pelas Comissões Temáticas do Conríê Comunitário, anteriormente referidas; dos principais problemas da Cidade de Deus, em cada área temática; das condições de vida que se pretende produzir/alcançar na localidade nos próximos 5 anos; do que precisa ser feito para tanto; de quem poderá contribuir para que isto aconteça; de como cada um poderá contribuir; das iniciativas já em andamento no sentido da resolução dos problemas identificados; e das iniciativas previstas nesse mesmo sentido.

OS RESULTADOS DO TRABALHO

Segundo os integrantes do Comitê Comunitário de Cidade de Deus, os problemas que se quer superar e as situações que se gostaria de alcançar na comunidade, nos próximos 5 anos, são os seguintes:

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ÁREAS PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Trabalho, Emprego e Renda

Grande ociosidade de mão de obra

Baixo nível! de escolaridade da mão de obra ociosa

Baixa qualificação/capacitação profissional dos trabalhadores

Falta de apoio ao trabalhador autônomo

Falta de apoio ao empreendedor

Baixo nível de interação entre agentes da economia local

Maioria da mão de obra local com TRABALHO

Maioria da PEA - População Economicamente Ativa com ensino fundamental completo

Mão de obra com maior/melhor qualificação/capacitação para absorção no mercado de trabalho

Cooperativas de catadores de lixo, construção civil, costura, etc. criadas Apoio e incentivo técnico e financeiro ao empreendedor

disponíveis

Economia solidária difundida e apoiada técnica e financeiramente

Page 110: Interação 1

109

ÁREAS PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Educação Falta de planejamento educacional Carência de professores Baixa

qualidade do ensino público Evasão escolar

Faltam creches para crianças em idade materno-infantil

Professores não capacitados para lidar com a singularidade da

comunidade

Analfabetismo

Falta de escola de ensino médio

Falta de integração da escola com a família

Falta de capacitação profissional

Plano de ação integrada na área educacional elaborado

Vagas atuais dos professores preenchidas

Escola pública com qualidade que dispense cursos preparatórios

índice de evasão escolar reduzido Crianças em idade materno-infantil atendidas por creches públicas ou financiadas pelo poder

público

Professores capacitados para lidar com as singularidades da comunidade

Redução do analfabetismo em 60% da média nacional, com metodologia transformadora

Escola de nível médio com três turnos funcionando em CDD

Escola, família e comunidade integradas

Diversos cursos técnicos de acordo com as demandas do mercado e da comunidade implementados

Page 111: Interação 1

110

ÁREAS PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Meio Ambiente Sistema de esgoto sanitário não universalizado e com trechos

obstruídos

Rede de água contaminada

Lixo vazado nas ruas e vilas com recolhimento deficiente

Rios Estiva, Banca da Velha e Grande: assoreados, poluídos e com

margens ocupadas irregularmente

Baixo nível de conhecimento e de conscientização dos moradores sobre os problemas ambientais

Inexistência de áreas verdes dentro da comunidade

Sistema de esgotamento sanitário satisfatório e universalizado Água de qualidade em todas as casas Ruas e vilas limpas

Rios de Cidade de Deus dragados, sem poluição e com margens desocupadas e urbanizadas

Moradores com maior conhecimento e conscientização sobre os problemas ambientais

Parque ecológico constituído

Page 112: Interação 1

111

ÁREAS PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Saúde Informações sobre as condições de saúde da população e da oferta de

serviços na Cidade de Deus insuficientes e inconsistentes Ações e serviços de saúde na comunidade

não planejadas

Profissionais da saúde não qualificados para o bom atendimento

da comunidade

Serviços de saúde precários

População não informada adequadamente sobre prevenção de

doenças e cuidados com a saúde

Informações sobre as condições de saúde da população e da oferta de serviços na Cidade de Deus precisas e consistentes

Plano Diretor para a Saúde elaborado

Profissionais da saúde qualificados para lidar com as singularidades da comunidade

Serviços de saúde satisfatórios População bem informada sobre prevenção de doenças e cuidados com a saúde

Page 113: Interação 1

112

ÁREAS PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Promoção Social Índice de gravidez precoce alto

Crianças desnutridas

Mulheres sofrendo violência doméstica

Maioria negra discriminada, principalmente no comércio

Idosos sem atendimento específico e não integrado à vida na

comunidade

Condições de moradia subumanas nas áreas ribeirinhas

Índice de gravidez precoce reduzido

Nenhuma criança desnutrida

Mulheres preparadas para não aceitar a violência doméstica

Idosos integrados à vida comunitária e com atendimento específico

População ribeirinha transferida para áreas de projetos oficiais, próximas à Cidade de Deus

Page 114: Interação 1

113

ÁREAS PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Esporte Poucos profissionais capacitados (qualificados e requalificados) para o

desenvolvimento de práticas esportivas

Faita de atividades diversificadas em todas as faixas etárias

Escolas não integradas com a prática esportiva

Falta de projetos de iniciação esportiva

Falta de espaços adequados para práticas esportivas

Profissionais existentes na comunidade, capacitados, qualificados e requalificados para o desenvolvimento de práticas esportivas,

em número suficiente

Atividades desportivas diversificadas para cada faixa etária

Escolas integradas com a prática esportiva

Projetos de iniciação esportiva (físico, social e psicológica) implementados

Praças reformadas e aparelhadas para práticas esportivas e com zeladores

Cidade ou Vila Olímpica implantada

Page 115: Interação 1

114

ÁREAS PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Cultura Falta espaço comunitário para atividades culturais

Faltam opções e incentivos às várias manifestações culturais

Espaços comunitários para atividades culturais diversas criados

Atividades culturais diversificadas realizadas

Plateias para manifestações culturais diversas formadas

ÁREAS PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Comunicação Falta de veículos de comunicação comunitários

Espaço multimídia implantado TV Comunitária implantada Jornal Comunitário em circulação Rádio Comunitária implementada

Page 116: Interação 1

115

ÁREA PRINCIPAIS PROBLEMAS HOJE SITUAÇÃO A ALCANÇAR ATÉ 2009

Habitação Condições subumanas de moradia em áreas ribeirinhas e áreas de ocupações

irregulares

Triagens - habitações provisórias Duplex - Documentação Casas Geminadas

Areas ribeirinhas desocupadas População ribeirinha e demais áreas de ocupações irregulares, transferidas para áreas de

projetos oficiais, no entorno de Cidade de Deus

Projeto habitacional para as triagens em execução

Títulos de propriedade na posse dos moradores

Títulos de propriedade na posse dos moradores

As ações de superação dos problemas acima destacados e para o alcance das situações almejadas, os atores que poderão contribuir para a sua implementação e a forma como essa contribuição poderá ocorrer, encontram-se descritos nas páginas que seguem, segundo as áreas temáticas.

Page 117: Interação 1

116

TRABALHO, EMPREGO E RENDA

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Maioria da mão de obra local com TRABALHO

Criar e estruturar o Banco de Emprego (BE)

Criar Agência de Micro- financiamento de Empresas Comunitárias

Comitê Comunitário

Parceiros

Solicitando participação dos três níveis de governo

Implementando e gerindo o BE em parceria

Buscando parcerias com instituições que atuem com qualificação profissional Capacitando, qualificando e requalificando mão de obra

Mão de obra com maior/melhor qualificação/capacitação para o mercado

Garantir vagas nas instituições profissionalizantes

Comitê Comunitário

Parceiros

Universidades

Capacitando e qualificando mão de obra

Page 118: Interação 1

117

TRABALHO, EMPREGO E RENDA

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Cooperativas de catadores de lixo, construção civil, costura, etc. criadas

Incentivar técnica e financeiramente o cooperativismo

Identificar mercado para absorção de mão de obra, produtos e serviços

Parceiros

Universidades

Apoiando técnica e financeiramente, qualificando e requalificando mão de obra

Encubando as cooperativas/associações

Apoio e incentivo técnico e financeiro ao empreendedor realizados

Buscar apoio e incentivo

Capacitar para o empreendedorismo

Comitê Comunitário

Parceiros

Reunindo e sensibilizando o empreendedor e o empresário da micro e pequena empresa

Capacitando e apoiando técnica e financeiramente os empreendedores

Page 119: Interação 1

118

EDUCAÇÃO

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Um Plano de Ação Integrada na área educacional;

Obter dados quantitativos sobre a educação

Elaborar o Plano

UNICEF e UNESCO, Censo 2000, Secretarias da Educação Municipal e Estadual.

Representantes da Comunidade, das Escolas, do Poder Público e das Organizações Locais que trabalham com educação

Fornecendo os dados

Sistematizando e analisando os dados e elaborando um documento

Preencher as vagas atuais dos professores

Oficio a Secretaria de Educação Municipal.

Comunidade, Escolas e parceiros

Sétima CRE

Encaminhar ofício

Articular audiências

Enviar professores

Escola pública com qualidade que dispense cursos preparatórios

Criar Fórum de Qualidade em educação e pesquisas e aplicar o Plano de Ação Integrada

Poder Público, Comunidade, Universidades e Parceiros Nacional e Internacional.

Realizando e Participando do Fórum Aplicando o Plano

Page 120: Interação 1

119

EDUCAÇÃO

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Índice de evasão escolar reduzido.

Desenvolver e aplicar uma metodologia sócio- educacional, que trabalhe a singularidade, (etnia, gênero, etc.) da comunidade.

Secretarias de educação Estadual e Municipal; Comunidade; Entidades locais e internacionais; Universidades;

Construindo com a Comunidade um Plano Participativo na área de educação.

Crianças em idade materno-infantil atendidas por creches públicas ou financiadas pelo poder público

Fazer o levantamento da demanda;

Fazer levantamento das áreas disponíveis, revitalizando os espaços mal aproveitados Solicitar ao Poder Público Investimentos para atender a demanda e organismos internacionais.

Pesquisas da UNESCO e da UNICEF; 7a CRE; Conselho Tutelar; Instituições que trabalham com crianças;

Comissão da Educação; Comissão da promoção social;

Comitê Comunitário e Parceiros.

Fornecendo dados e levantamento de informações; Fornecendo os dados

Encaminhando solicitação e Monitorando o processo até o atendimento de 97% das crianças em Idade Materno-infantil sem creche.

Page 121: Interação 1

120

EDUCAÇÃO

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Redução do analfabetismo em 60% da média nacional com metodologia transformadora;

Levantamento dos projetos de alfabetização para jovens e adultos;

Realiza parceria com secretaria Estadual Educação para certificar; Abrir escolas noturnas para níveis de ALFA a 4a fase.

Ministério da Educação; Secretarias da Educação Estadual e Municipal;

Financiando e ampliando vagas

Uma escola de nível médio com 03 turnos funcionando

Solicitar a Secretaria do Estado a criação de uma escola com 03 turnos

Ministério e Secretaria da Educação

Fórum de Qualidade em Educação UNICEF UNESCO

Comitê Comunitário Legislativo Federal

Liberar verbas. Sensibilizar e mobilizar,

Fornecer dados

Fazer a solicitação e mobilizar

Fazer uma emenda que garanta a criação da escola. Audiência Pública

Page 122: Interação 1

121

EDUCAÇÃO

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Escola, família e comunidade integradas

0 Comitê Comunitário sensibilizar a Secretaria Municipal da Educação e esta a 7a CRE. E esta as Diretoras de Escola

Comitê Comunitário Poder Público Grupos Religiosos

Mobilização da comunidade

Diversos cursos técnicos de acordo com demandas do mercado e comunidade implementados

identificar característica e potencial da mão de obra local e entorno. Realizar cursos para qualificar mão- de obra local com vistas ao atendimento da demanda ao entorno.

Governo Federal, Estadual, Municipal,

Universidade; Parceiros; UNESCO,.SEBRAE; SENAC, ONGs, etc.

Financiando cursos

Realizando pesquisas Ofertando cursos.

Page 123: Interação 1

122

MEIO AMBIENTE

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Sistema de esgotamento sanitário universalizado e satisfatório

Fazer revisão geral da rede de esgoto e realizar obras necessárias

Comitê Cidade de Deus

Governos Parceiros

Solicitando obra ao Governo do estado e acompanhando e monitorando Realizando revisão geral das redes e obras necessárias Fazendo gestões junto ao governo, desenvolvendo projeto alternativo, dando apoio técnico e financeiro

Coleta seletiva de lixo universalizada

Implantar projetos de coleta seletiva de fixo

Comitê Comunitário Catadores Autônomos

Governos Parceiros

Apresentar projetos, solicitar parceria com o Governo Municipal e acompanhar e monitorar o processo Ceder área, infra- estrutura para galpão de triagem e pontos de coleta e apoio técnico

Capacitando catadores Formando cooperativas

Page 124: Interação 1

123

MEIO AMBIENTE

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Dragagem, canalização e recomposição das margens dos Rio s Estiva, Banca da Velha e Grande

Realizar obras e serviços necessários

Comitê Comunitário Parceiros

Governos

Solicitando obras aos Governos do Estado e do Município. Acompanhando e monitorando o processo Fazendo gestão junto aos Governos Apresentando projetos e realizando obras

Maior conhecimento e conscientização sobre os problemas ambientais

Desenvolver programas de educação ambiental

Comitê Cidade de Deus Parceiros

Universidades

Governos

Parceiros

Apresentando e realizando projetos com instituições técnicas Apoiando projetos e capacitando pessoal das instituições de CDD

Page 125: Interação 1

124

MEIO AMBIENTE

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Criação do Parque Ecológico da CDD

Adquirir área, urbanizar e ambientar o Parque CDD

Comitê Comunitário

Governo Parceiros

Levantando dados sobre áreas, solicitando aquisição e acompanhando e monitorando o processo.

Adquirindo área e realizando obras de urbanização e ambientação Apoiando técnica e financeiramente, fazendo gestão junto ao governo.

Água de qualidade em todas as casas

Page 126: Interação 1

125

SAÚDE

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Informações sobre as condições de saúde da população e da oferta de serviços na Cidade de Deus precisas e consistentes

Criar o Fórum Comunitário da Saúde para o levantamento e a troca de informações sobre a situação da saúde na comunidade e a oferta de serviços na comunidade e no seu entorno Realizar pesquisas sobre as doenças existentes no local (tuberculose, hanseníase, DST/AIDS, desnutrição)

Comunidade e entorno Poder Público Parceiros Secretaria Municipal de Saúde, U.I.S. Hamilton Land, UNICEF

Solicitando apoio para a criação do Fórum Mobilizando a comunidade para participar

Apresentando informações sobre a saúde na comunidade

Apresentando dados existentes, levantando dados necessários, apoiando técnica e financeiramente a criação do Fórum

Apoiando

técnica,financeiramente e intelectualmente

Patrocinando e realizando as pesquisas

Page 127: Interação 1

126

SAÚDE

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Plano Diretor para a Saúde elaborado

Elaborar o documento, a partir da consolidação das informações e dados apresentados no Fórum Comunitário da Saúde e levantados nas pesquisas

Representantes da comunidade, das unidades de saúde locais, do Poder Público e das organizações que trabalham com saúde na comunidade Parceiros

Sistematizando e analisando as informações e dados levantados.

Apoiando e realizando a elaboração do documento.

Profissionais da saúde qualificados para lidar com as singularidades da comunidade

Capacitar os profissionais (agentes e enfermeiros) que trabalham na comunidade

Comitê Comunitário Secretaria Municipal de Saúde, Parceiros, UNESCO, Entidades Internacionais, Comitê

Encaminhando solicitação de programas e cursos de capacitação. Financiando e executando programas e cursos de capacitação

População bem informada sobre prevenção de doenças e cuidados com a saúde

Realizar programas e projetos educativos sobre prevenção de doenças e sobre cuidados com a saúde

Comitê Comunitário e Parceiros Secretaria Municipal de Saúde UNESCO FIOCRUZ Entidades

Buscar órgão públicos e organizações que realizam esses tipos de programas e projetos e mobilizar a comunidade para participar. Fincanciar/realizar programas e projetos

Page 128: Interação 1

127

SAÚDE

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Serviços de saúde satisfatórios

Serviços de saúde satisfatórios (CONT.)

Melhorar atendimento na U.I.S.H. Land, ampliando as especialidades.

Abastecer a U.I.S.H. Land com mais medicamentos; tornar a distribuição gratuita de Medicamentos eficiente; e criar farmácia comunitária

Implantar programa equipe de família

Criar um Centro de Apoio Psicossocial para dependentes Químicos

Construir laboratórios para análises patológicas e imagens

Serviço odontológico (saúde bucal)

Criar um novo posto de saúde, com especialidades diversas

Comitê Comunitário e Parceiros

Secretaria Municipal de Saúde

Encaminhando solicitação à Secretaria.

Monitorando o processo até a solicitação ser atendida.

Financiando e Administrando.

Page 129: Interação 1

128

PROMOÇÃO SOCIAL

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Creche para as crianças de 0 a 06 anos

Levantamento Estatístico

Levantamento de Espaço

Projeto de Lei

Poder Público

Parceiros da Iniciativa Privada

Comitê Comunitário Poder Legislativo

Comitê Comunitário - apresentando proposta ONG Universidades: capacitando Mão de obra especializada

Nenhuma criança desnutrida

Levantamento Estatístico

Levantamento de Espaço

Projeto de Lei

Poder Público

Parceiros da Iniciativa Privada

Comitê Comunitário Poder Legislativo

PP Executando: cedendo espaço e contratando funcionários

ONG Universidades: capacitando Mão de obra especializada

Areas e programas destinados a atividades socioculturais e esportivas

Poder Público, Parceiros da Iniciativa Privada

Definir áreas e projetos para atender a demanda

Espaço Financiamento

Page 130: Interação 1

129

PROMOÇÃO SOCIAL

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Capacitação, financiamento dos projetos já existentes potencializando suas ações.

Universidades Poder Público, Parceiros, Iniciativa Privada, Organismos Nacionais e Internacionais.

Disponibilizar área Recursos humanos e financeiros

Areas

Financiamento – Capacitação

Adolescentes capacitados, preparados para mercado de trabalho.

Parceiros de iniciativa privada Poder Público

Implantação de projeto abrangente de capacitação para o mercado

Capacitação Estágios Absorção da mão de obra

Escola de ensino médio para Cidade de Deus e Jacarepaguá

Poder Público Legislativo - - Universidades

Projeto de Lei

Definição de espaço, recurso humanos e financeiros.

Aprovar projeto de lei

Financiamento

Capacitação

Page 131: Interação 1

130

PROMOÇÃO SOCIAL

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Redução de Índice de dependência química

Poder Público / Organismos Especializado s

- Universidades

Atendimento específico; preventivo Articulação com escolas, igrejas, ong, Posto medico

Financiamento Capacitação

Redução do índice de gravidez precoce

Poder Público / Organismos Especializado s

- Universidades

Atendimento específico; preventivo Articulação com escolas, igrejas, ong, Posto medico

Financiamento Capacitação

Centro integrado de Atendimento à Mulher

Poder Público ONG

Parceiros da Iniciativa privada Legislativo

Constituir cursos de alfabetização e supletivo

Investindo nas iniciativas da comunidade e abrindo vagas em cursos noturnos

Page 132: Interação 1

131

PROMOÇÃO SOCIAL

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Capacitação Formação Política para gestão de projetos e empreendedorismo

Supletivos e cursos regulares para adultos (noturnos)

Empresas dos bairros

circum vizinhos Parceiros da iniciativa privada

Universidades Defensoria Pública Conselho dos Direitos das Mulheres

Universidades Defensoria Pública

Conselhos dos Direitos dos Negros

Capacitação e requalificação da Mão de obra

Trabalho de capacitação com instituições que trabalham e atendem mulheres Conscientização em massa

Trabalho de capacitação com instituições que trabalham e atendem mulheres negras Campanha geral de conscientização contra preconceito e discriminação

Ministrando cursos. Oferecendo estágios. Contratando mão de obra

Ministrando curso para fornecedores de opinião, diretores, coordenadores, Facilitadores de projetos Cursos, oficinas, campanhas

Cursos, oficinas, campanhas

Page 133: Interação 1

132

PROMOÇÃO SOCIAL

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Centro de Atendimento Integral, específico para atender idosos; Saúde Educação Cultura Esporte Lazer

Fortalecimento das iniciativas comunitárias – para ampliar e melhorar a qualidade do atendimento Núcleo de Extençsão Universitária na Cidade de Deus

Parcerias entre Poder Público, Iniciativa Privada e Comunitário

Legislativo Secretarias Estaduais e Municipais Universidades

ONG Iniciativa Privada

Comitê apresentando projetos

Executando projeto

Apresentando projeto de lei Capacitação e qualificação de recursos humanos

Page 134: Interação 1

133

HABITAÇÃO

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR COMO PODERÁ CONTRIBUIR

Desocupação das áreas ribeirinhas. Projeto habitacional para as áreas de ocupações irregulares: Rocinha II; Jardim do Amanhã, Guache, Muquiço; Tangará e Pantanal II

Projeto progressivo de construção de novas habitações. Priorizar áreas de remoção.

Regularização das quadras das casas germinadas.

Regularização das áreas de duplex dos moradores oriundos das triagens.

Comitê, Poder Público, Caixa Econômica Federal, Universidades

Poder Público – Legislativo, CEHAB – Poder Público Municipal

CEHAB – Poder Público Estadual

Apresentando a demanda e proposta de soluções – financiando e executando o projeto.

Assessoria técnica, projeot de novas construções, aprovando projetos de lei, dando escrituras definitivas.

Page 135: Interação 1

134

ESPORTE

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

1. Profissionais existentes na comunidade, capacitados, qualificados e requalificados pra o desenvolvimento de práticas esportivas, em número suficiente

Projeto identificando as demandas e carências dos profissionais

Capacitação, qualificação e requalificação segundo as demandas e carências identificadas

CREFI

Comitê Comunitário Universidades Parceiros Governos

Articulando parcerias para promover cursos Realizando cursos

2. Atividades desportivas diversificadas para cada faixa etária

Apoiar projetos comunitários que promovam o esporte

Ampliar vagas e atividades Levantar recursos

Governo

Parceiros

Comunidade

Articulando parcerias Criando Fórum Esportivo Comunitário Realizando Projetos de Práticas esportivas

Page 136: Interação 1

135

ESPORTE

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

3. Escolas integradas com a prática esportiva

Adequar espaços e equipamentos das escolas às necessidades da prática esportiva

Promover práticas esportivas entre as escolas

SME/70 CRE Escolas

Comitê Comunitário

Realizando os investimentos necessários para a adequação dos espaços Promovendo, articulando, integrando e acompanhando atividades

4. Praças reformadas e aparelhadas para práticas esportivas e com zeladores

Reformar e aparelhar praças

Contratar zeladores

Comitê Comunitário Prefeitura

Encaminhando propostas e acompanhando processos

Realizando reformas

5. Vila ou Cidade Olímpica implantada

Adquirir área Construirá Cidade ou a Vila Olímpica

Comitê Comunitário Prefeitura

Encaminhando propostas e acompanhando processos

Comprando a área e construindo a Vila ou a Cidade Olímpica

Page 137: Interação 1

136

CULTURA

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

1. Espaços comunitários para atividades culturais diversas criados

Implantar centros culturais (teatro, cinema, exposições, memória) Implantar biblioteca

Comitê Comunitário e Parceiros Governo Comitê Comunitário Parceiros Governo

Cobrando do MINC instalação do BAC Implantando o BAC Providenciando a infra- estrutura Doando livros

2. Atividades culturais diversificadas realizadas

Promover e apoiar a realização de projetos de atividades culturais diversas

Comitê Comunitário Parceiros Poder Público (incluindo o Legislativo), Agentes Culturais

Apresentando projetos Desenvolvendo projetos em parceria Apresentando emendas legislativas Apoiando financeiramente os projetos Captando recursos humanos, materiais, etc.)

3. Platéias para manifestações culturais diversas formadas

Realizar ação pedagógica para formar platéias para as diversas manifestações culturais

Governos Parceiros Comunidades Escolas

Criando projetos pedagógicos Liberando verbas para projetos Mobilizando a comunidade

Page 138: Interação 1

137

COMUNICAÇÃO

O QUEQUEREMOS ATÉ 2009

O QUEPRECISA SER FEITO PARA ISSO

QUEM PODERÁ CONTRIBUIR

COMO PODERÁ CONTRIBUIR

1. Espaço multimídia com TV Comunitária implantado

Encaminhar solicitação ao MINC Implantar espaço

Comitê Comunitário e Parceiros Governo e MINC

Encaminhando solicitação e monitorando a Implantação Implantando o espaço

2. Jornal Comunitário em circulação

Buscar auto-gestão financeira O processo de elaboração e divulgação do CDD Notícias serão reassumido pelo Comitê e pelos parceiros

Comitê Comunitário, Responsáveis pela edição do Jornal e Parceiros Comitê Comunitário Parceiros

Traçando e Implementando estratégia para a Sustentabilidade financeira do veículo Participando do processo de elaboração do periódico (pauta, material de notícias, foto, etc.) e de sua logística (distribuição e divulgação do veículo para a comunidade) Assessorando quanto a aspectos técnicos(texto, diagramação e impressão)

3. Rádio Comunitária implementada

Concluirá implantação da Rádio

CEACC

Page 139: Interação 1

138

INICIATIVAS EM ANDAMENTO NA COMUNIDADE

Existem diversas iniciativas em andamento na comunidade, na direção da resolução de problemas apontados nas diversas áreas. Mas não foi possível identificar todas elas até a elaboração desse documento. Para tanto, faz-se necessário a realização de um levantamento com esta finalidade.

Assim, apresenta-se, nesse momento, apenas as instituições que integram o Núcleo de Articulação do Projeto Social Cidade de Deus e as instituições que atuam na localidade, segundo o Mapa de Instituições elaborado pela pesquisa da UNESCO. São elas:

Instituições Que Integram o Núcleo de Articulação do Projeto Cidade de Deus COMITÊ COMUNITÁRIO CIDADE DE DEUS FENASEG FECOMÉRCIO-RJ FETRANSPOR SEBRAE/RJ LAMSA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL COBRA TECNOLOGIA

Instituições que Constam no Mapa da UNESCO

Acompecid - Associação Comercial e Industrial de Pequenos e Micros Empresários de Cidade de Deus

Alfazendo

Associação de Moradores da Cidade de Deus

Associação de Moradores do Jardim do Amanhã

Page 140: Interação 1

139

Bonde do Tigrão

Bonde do Vinho

Bonde do Zorro

Bonde Menor Manhoso

Bonde Néon

Bonde Os Carrascos

CAECID- Comitê de Agente Educadores Comunitários de Saúde da Cidade de Deus

CEACC - Centro de Estudos e Ações Culturais de Cidadania

CECFA- Centro Educacional Criança Futuro e Adolescência

CEDISA- Centro Dia Santa Ana - Casa de Santana

Comité de 33 Idade

Conselho Comunitário Gabinal Margarida

Cooperativa Cultural Lomboko

D.R. J.P.A - Grupo Dança de Rua de Jacarepaguá

Escola Mirim de Mestre Sala e Porta Bandeira

OSEP - Fundação Obra Social Estrela da Paz

Futura Geração - Apoio à criança e ao adolescente

Grêmio Recreativo Coroado de Jacarepaguá

Grêmio Recreativo Mocidade Unida de Jacarepaguá

Grupo Aliança Ariri de Capoeira

Grupo Dandara - Coletivo de Mulheres da CDD

Grupo de Pagode Declaração

Grupo Teatral Raizes da Liberdade

NUSAC- Núcleo Social de Apoio as comunidades

Orfanato São José

Page 141: Interação 1

140

OSAMI - Obra Social de Apoio ao Menor e Idoso Pastora! da Criança

PEM - Projeto Educação Pelo Movimento Cidade de Deus

Pré-Vestibular e Pré-Técnico Comunitários

Pré- Vestibular Comunitários

Projeto de Cinema Boca de Filme

Projeto de Modas Lentes dos Sonhos

Taidokan Karatê Clube - Centro de Estudos de Artes Marciais

Unicom - União Comunitária de Cidade de Deus

INICIATIVAS PREVISTAS

A mesma dificuldade em identificar as iniciativas em andamento na comunidade ocorreu em relação às iniciativas previstas.

Em assim sendo, apresenta-se, nesse documento, apenas as iniciativas previstas pelo Núcleo de Articulação do Projeto Social Cidade de Deus, bem como os responsáveis por sua implementação. São elas:

1. Balcão de Direitos (Governo Federal/Ministério da Justiça).

2. Cursos de Treinamento nas áreas empresarial, cultural social e para jovens de 16 a 24 anos (Sebrae/RJ),

3. ACDC - Projeto de Implementação de Agência Comunitária de Desenvolvimento Cultural (Sebrae/RJ).

4. Definição de Logomarca e Nome para o Projeto Social Cidade de Deus. (Comitê Comunitário)

5. BAC - Base de Apoio à Cultura (Ministério da Cultura/Petrobrás).

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6. Programa “Segundo Tempo” nas Escolas Municipais (Secretaria Municipal de Esporte e Lazer).

7. Vila Olímpica (Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro).

8. Cursos Pré-Vestibular Comunitário e Pré-Técnico Comunitário (Sem patrocinio).

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EPÍLOGO

DIANTE DA CATÁSTROFE QUE SE

ABATEU SOBRE O RIO (E

NITERÓI), COM GRANDE NÚMERO

DE MORTOS, O FÓRUM NACIONAL

E AS LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS

SOLICITAM O APOIO DA

PREFEITURA (E DO GOVERNO

ESTADUAL), PRINCIPALMENTE DO

PONTO DE VISTA PREVENTIVO,

PARA EVITAR NOVAS

CATÁSTROFES.