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GUIA PRÁTICO DRAGON DREAMING Uma Introdução Sobre como Tornar seus Sonhos em Realidade Através do Amor em Ação Versão 2.0, Janeiro de 2014. Imagem de Luiza Padoa, 2013. Este texto está licenciado pela Creative Commons AttributionShareAlike 3.0 Unported License “O Futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos” Eleanor Roosevelt. Este Guia Prático é dedicado a todos que não abandonam seus sonhos e àqueles que se atrevem a dançar com os dragões! Para dar uma ideia de alguns dos exercícios utilizados no Dragon Dreaming, reunimos esta “caixa de ferramentas” em formato de Guia Prático. Mais ferramentas estão sendo desenvolvidas conforme a criatividade dos Dragon Dreamers é liberada! “Espero que este ebook possa ajudálo na viagem de descoberta do seu maior projeto... sua vida!” John Croft, Fevereiro de 2013. Sintase encorajado a usar e compartilhar estas ferramentas atendendo aos 3 princípios do Dragon Dreaming e em serviço à Grande Virada. Compartilhe com a rede suas inovações nas ferramentas e processos para juntos criarmos uma metodologia cada vez mais ganhaganha!

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GUIA  PRÁTICO  DRAGON  DREAMING  

Uma  Introdução  Sobre  como  Tornar  seus  Sonhos  em  Realidade  Através  do  Amor  em  Ação  

Versão  2.0,  Janeiro  de  2014.  

 Imagem  de  Luiza  Padoa,  2013.    

 Este  texto  está  licenciado  pela  Creative  Commons  Attribution-­‐ShareAlike  3.0  Unported  License  

 

“O  Futuro  pertence  àqueles  que  acreditam  na  beleza  dos  seus  sonhos”  Eleanor  Roosevelt.    

 

Este  Guia  Prático  é  dedicado  a  todos  que  não  abandonam  seus  sonhos  e  àqueles  que  se  atrevem  a  dançar  com  os  dragões!  

Para   dar   uma   ideia   de   alguns   dos   exercícios   utilizados   no   Dragon   Dreaming,   reunimos   esta   “caixa   de  ferramentas”   em   formato   de   Guia   Prático.   Mais   ferramentas   estão   sendo   desenvolvidas   conforme   a  criatividade  dos  Dragon  Dreamers  é  liberada!  

 

“Espero  que  este  e-­‐book  possa  ajudá-­‐lo  na  viagem  de  descoberta  do  seu  maior  projeto...  sua  vida!”  

John  Croft,  Fevereiro  de  2013.  

 

Sinta-­‐se  encorajado  a  usar  e  compartilhar  estas  ferramentas  atendendo  aos  3  princípios  do  Dragon  Dreaming  e  em  serviço  à  Grande  Virada.  Compartilhe  com  a  rede  suas  inovações  nas  ferramentas  e  

processos  para  juntos  criarmos  uma  metodologia  cada  vez  mais  ganha-­‐ganha!  J    

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Índice  DO  CELEBRAR  AO  SONHAR  ........................................................................................................................................  1  

DRAGON  DREAMING  –  O  QUE  É  E  DE  ONDE  VEM.  .......................................................................................................................  1  DRAGON  DREAMING  –  A  QUE  SE  DESTINA:  A  GRANDE  VIRADA  .....................................................................................................  1  DRAGON  DREAMING  –  PRINCÍPIOS  ÉTICOS.  ..............................................................................................................................  2  DANÇANDO  COM  OS  NOSSOS  DRAGÕES.  ..................................................................................................................................  3  OS  ‘MOMENTOS  A-­‐HÁ’  ........................................................................................................................................................  3  AS  PERGUNTAS  GERADORAS  .................................................................................................................................................  4  AS  RELAÇÕES  ‘GANHA-­‐GANHA’  ..............................................................................................................................................  4  A  ESCUTA  PROFUNDA  –  O  PINAKARRI  .....................................................................................................................................  5  COMUNICAÇÃO  CARISMÁTICA  GANHA-­‐GANHA  .........................................................................................................................  7  BASTÃO  DA  PALAVRA  ...........................................................................................................................................................  8  O  A-­‐HÁ  DO  SONHO.  ............................................................................................................................................................  8  

DO  SONHAR  AO  PLANEJAR  ........................................................................................................................................  9  

O  SONHO  E  AS  TRILHAS  .........................................................................................................................................................  9  AS  MEMBRANAS  VIVAS:  INTERFACES  .......................................................................................................................................  9  A  RODA  DE  DRAGON  DREAMING  .........................................................................................................................................  10  A  RODA  COMPLETA  DE  DRAGON  DREAMING  ..........................................................................................................................  10  OS  QUATRO  TIPOS  DE  COMPORTAMENTOS  EM  PROJETOS  ..........................................................................................................  14  O  TIME  DE  SONHOS  ...........................................................................................................................................................  14  O  CÍRCULO  DOS  SONHOS  ....................................................................................................................................................  15  O  A-­‐HÁ  DO  PLANO.  ..........................................................................................................................................................  17  

DO  PLANEJAR  AO  REALIZAR  .....................................................................................................................................  18  

DEFININDO  OS  OBJETIVOS  ESPECÍFICOS  .................................................................................................................................  18  DEFININDO  A  MISSÃO  DO  PROJETO  ......................................................................................................................................  18  O  KARABIRRDT  .................................................................................................................................................................  19  DOZE  PERGUNTAS  PARA  GERENCIAR  UM  PROJETO  BEM  SUCEDIDO  .............................................................................................  23  MONITORANDO  O  PROGRESSO  ............................................................................................................................................  24  O  A-­‐HÁ  DO  FAZER.  ...........................................................................................................................................................  25  

DO  REALIZAR  AO  CELEBRAR  .....................................................................................................................................  26  

CONSCIÊNCIA  DOS  SENTIMENTOS  EM  UM  GRUPO  .....................................................................................................................  26  TRABALHAR  COM  OS  NOSSOS  OPOSITORES  .............................................................................................................................  27  LIDERANÇA  EM  DRAGON  DREAMING  .....................................................................................................................................  27  O  PROCESSO  DE  MUDANÇA  ................................................................................................................................................  28  PLANEJAMENTO  SUCESSÓRIO  ..............................................................................................................................................  30  TORNANDO-­‐SE  UM  OVO  DE  DRAGÃO  ....................................................................................................................................  31  O  A-­‐HÁ  DO  CELEBRAR.  ......................................................................................................................................................  31  

UM  FINAL  QUE  É  UM  COMEÇO  ................................................................................................................................  32  

PROFECIA  HOPI  ................................................................................................................................................................  33  

PARA  SABER  MAIS  ...................................................................................................................................................  34  

A  SABEDORIA  DO  DRAGÃO  ..................................................................................................................................................  34  A  RODA  COMPLETA  DE  DRAGON  DREAMING  ..........................................................................................................................  35  PERGUNTAS  NORTEADORAS  DRAGON  DREAMING  ...................................................................................................................  36  FICHAS  E  TEXTOS  DE  DRAGON  DREAMING  ..............................................................................................................................  37  LEITURAS  INSPIRADORAS  ....................................................................................................................................................  38  PEQUENO  GLOSSÁRIO  DE  DRAGON  DREAMING  .......................................................................................................................  39  A  RODA  DE  DRAGON  DREAMING  –  EM  BRANCO  ......................................................................................................................  42  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  1    

DO  CELEBRAR  AO  SONHAR  Dragon  Dreaming  –  o  que  é  e  de  onde  vem.  Dragon  Dreaming  surgiu  a  partir  do  trabalho  e  da  prática  da  Fundação  Gaia  da  Austrália  Ocidental,  onde  foi  usado   para   ajudar   grupos   de   todos   os   tipos   a   descobrir   ferramentas   para   a   criação   de   projetos  extremamente  bem  sucedidos  e  para  determinar  onde  poderiam  ocorrer  bloqueios  aos  projetos  e   como  superá-­‐los.  Ao  longo  da  buscar  por  maior  efetividade  de  ações  dos  movimentos  sociais  e  ambientalistas,  foi  sendo  testado  e  aprimorado  no  fluxo  do  ativismo  socioambiental.  Não  é  apenas  uma  metodologia,  mas  um  sistema   integrado   embasado   em   uma   ética   que   promove   o   crescimento   pessoal,   a   formação   de  comunidades  de  apoio  mútuo  e  o  serviço  à  Terra.  

Dragon  Dreaming  é  um  sistema  integrado  para  construção  de  projetos  e  organizações.  

Foi  modelado  e  vale-­‐se  de  uma  abordagem,   linguagem,  exercícios  e  práticas  destinadas  a  quem  não  teve  uma  capacitação  formal  em  gestão  de  projetos,  desde  acadêmicos  até  moradores  de  uma  comunidade.  E  foi   testado   justamente  nestes  ambientes,   com  grande   liberdade.  Mas   também  é  de  grande  valia  àqueles  que  estudaram  métodos  tradicionais  e  desejam  renovar  sua  abordagem  e  valores.  

Muitas  das  ferramentas  usadas  são  inspiradas  e  compatíveis  com  o  ferramental  tradicional  (declarações  de  objetivo,  escopo,  gráficos  de  Gantt,  PERT-­‐CPM,  orçamentos  etc.),  mas  o  grande  diferencial  está  no  “como”  o   projeto   é   concebido   e   concretizado   e   na   forma   pela   qual   se   dá   a   comunicação   e   interação   entre   os  participantes.   Por   exemplo,   pode-­‐se   ter   um  projeto   de   sucesso   e   excelentes   resultados   sem   ‘gerente   de  projetos’   e   sem   estruturas   hierárquicas!   Abre-­‐se   espaço   para   o   diálogo   e   para   empoderar   pessoas,  aumentando  o  empenho  e  engajamento  e  contribuindo  de  forma  significativa  para  o  sucesso  do  projeto.  

Mas  o  que  é  a  essência  de  Dragon  Dreaming  e  de  onde  vem?  A  definição  mais  simples  é:  

“Dragon  Dreaming  é  o  amor  em  ação”.  

O   amor   é   uma   aventura   na   descoberta   mutuamente   compartilhada.   “Amor   em   Ação”   é   descobrir   as  habilidades   que   honram   e   envolvem   a   individualidade   e   as   contribuições   únicas   de   cada   pessoa   e,   ao  mesmo   tempo,   honrando   e   envolvendo   a   diversidade   manifesta   da   comunidade   da   Terra   Viva   da   qual  fazemos  parte.  

Dragon  Dreaming  é  muito  mais  do  que  apenas  fazer  nossos  sonhos  realidade.  É  uma  filosofia  de  vida,  baseando-­‐se  em  sabedoria  dos  aborígines  da  Austrália  Ocidental.  

Ele  é  inspirado  no  “trabalho  que  Reconecta”  de  Joanna  Macy,  na  Ecologia  Profunda,  na  teoria  dos  sistemas  vivos  mundiais,  elementos  das  teorias  quântica,  do  caos  e  da  complexidade.  

Dragon  Dreaming  –  a  que  se  destina:  A  Grande  Virada  Por   que   considerar   aprender   e   praticar   Dragon   Dreaming?   Vivemos   um   momento   interessante   e  desafiador.  É  provável  que  aconteçam  mudanças  climáticas  maciças  se  não  forem  reduzidas  as  emissões  de  gases  de  efeito  estufa.  Em  breve,  haverá  nove  bilhões  de  pessoas  no  planeta,  todas  elas  aspirando  ao  estilo  de   vida   consumista   de   um   punhado   de   ricos   países   em   declínio.   O   pico   e   a   subsequente   depleção   dos  recursos  disponíveis  e  da  energia  definem  limites  à  continuidade  destes  ‘negócios  de  sempre’  pelos  quais  temos  organizado  nossas  vidas  e  tomado  decisões.  

Uma   economia   baseada   na   dívida,   e   não   na   poupança,   está   produzindo   austeridade   para   bilhões   de  pessoas,  acentuando  os  desníveis  entre  os  fabulosamente  ricos,  a  classe  média  declinante  e  os  que  vivem  na   pobreza   absoluta.   A   perda   de   biodiversidade   ameaça   a   sobrevivência   de   milhões   de   espécies.   Essas  alterações  em  conjunto   significam  que  veremos  um  número  maior  de  grandes  mudanças  no  planeta  nos  próximos  10  a  20  anos  do  que  em  qualquer  outro  período   comparável   desde  o   final   da  última   Idade  do  Gelo,   a   Glaciação  Würm,   que   ocorreu   há   150  mil   anos.   Na   verdade,   alguns   têm   sugerido   que   um   novo  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  2    

período  geológico  começou  com  um  desenrolar  da  vida  complexa,  um  pulso  de  extinção  tão  grande  quanto  o  que  viu  desaparecer  os  dinossauros  há  65  milhões  de  anos.  

Diante   dessa   realidade,   temos   duas   escolhas.   Em   primeiro   lugar,   podemos   esperar   até   que   as  consequências   dessas  mudanças   caiam   sobre   nós   e   tentar   lidar   da  melhor  maneira   possível   durante   as  crises.  Ou  podemos  agir  agora,  construir  a  nossa   resiliência  e  capacidade  de  adaptação,  preparando  com  antecedência  e  reduzindo  os  efeitos  negativos  destas  possíveis  consequências.  Como  Teilhard  de  Chardin  disse  quase  70  anos  atrás,  estamos  diante  de  uma  escolha  entre  o  suicídio  ou  o  amor.  

Paul   Hawken,   em   “Blessed   Unrest”   fala   de   um   maciço   movimento   internacional   da   sociedade   civil,   um  cruzamento   da   ecologia,   direitos   civis   e  movimentos   de   democracia   participativa   que   abrangem   todo   o  globo.   Este   movimento,   imprevisto   e   sem   liderança,   é,   literalmente,   a   ativação   do   sistema   imunológico  planetário   buscando   construir   um   futuro   que   seja   bom   para   todos   –   seres   humanos,   outros   animais,  vegetais  e  todos  os  seres  vivos,  e  para  a  Terra  em  si.  Este  movimento,  esta  fase  de  transição,  é  chamado  de  “A  Grande  Virada”.  Dragon  Dreaming  é  uma  parte  desse  movimento.  

Dragon  Dreaming,   portanto,   surgiu   como  uma   ferramenta  da   “A  Grande  Virada”,  que  é  a  mudança  para  uma  nova  cultura  que  sustenta  e  preserva  a  vida  complexa  no  planeta,  e  afasta-­‐se  do  desenrolar  descrito  acima.  Ele  não  duplica  o   trabalho  de  outros  projetos  e  grupos,  mas  é  um  movimento  popular  que  busca  agregar   valor.   Através   do   fornecimento   de   uma   perspectiva   mais   ampla   e   mais   abrangente,   Dragon  Dreaming  liberta  a  inteligência  coletiva  e  maximiza  a  criatividade.  Pode  ser  usado  para  ajudar  a  criar  novos  projetos   ou   tornar   mais   eficazes   os   existentes.   O   desenvolvimento   de   Dragon   Dreaming   ainda   está  ocorrendo:   é   um   trabalho   em   andamento   com   grupos   e   indivíduos   em   todo   o  mundo,   do   Canadá   até   o  Congo  e  desde  o  Brasil  até  a  Rússia.  

Nosso  medo  mais  profundo  não  é  o  de  sermos   inadequados.  Nosso  medo  mais  profundo  é  que  somos  poderosos  além  de  qualquer  medida.  É  a  nossa  luz,  não  nossa  escuridão  que  mais  nos  assusta.  Nós  nos  perguntamos:  quem  sou  eu  para  ser  brilhante,  lindo,  talentoso,  fabuloso.  

Na   verdade,   quem  é   você  para  não   ser?  Você   é   um   filho  do  Cosmos.   Bancar   o   pequeno  não   serve  ao  mundo.  Não  há  nada  de  esclarecedor  em  se  diminuir  para  que  outras  pessoas  não  se  sintam  inseguras  ao  seu  redor.  Nós  todos  somos  feitos  para  brilhar,  como  fazem  as  crianças.  Nascemos  para  manifestar  a  glória   do   Universo   que   está   dentro   de   nós.   Não   é   apenas   em   alguns   de   nós,   está   em   todos   nós.   E  conforme   deixamos   nossa   própria   luz   brilhar,   inconscientemente   damos   às   outras   pessoas   permissão  para   fazer   o  mesmo.  À  medida  que  nos   libertamos  do  nosso  medo,   nossa  presença  automaticamente  liberta  os  outros.  

Marianne  Williamson  Dragon  Dreaming  ajuda  a  libertar  essa  luz.  

Dragon  Dreaming  –  princípios  éticos.  Em  meio  a   tantas  mudanças  e  possibilidades,  entre  caminhos  visíveis  e   rotas  alternativas,  precisamos  de  guias   simples,   amplas   e   profundas   que   nos   deem   um   norte   para   guiar   nossos   passos.   Este   norte,   este  cuidado,  busca  manter  a  essência  do  alinhamento  de  nossos  projetos  e  ações  com  a  essência  de  Dragon  Dreaming,  e  funda-­‐se  em  três  princípios:  

•  Crescimento  pessoal  –  compromisso  com  a  nossa  própria  cura  e  empoderamento.  

•  Construção  de  comunidade  –  o  reforço  das  comunidades  das  quais  fazemos  parte.  

•  Serviço  à  Terra  –  melhorando  o  bem-­‐estar  e  a  prosperidade  de  toda  a  vida.  

Se   um   projeto   não   cumpre,   ao  mesmo   tempo,   estes   três   objetivos,   então   não   é   um   projeto   de  Dragon  Dreaming.  

Ter   um   núcleo   de   poucos   princípios   norteadores,   que   traduzam   os   valores   centrais   de   um   indivíduo,  movimento  ou  organização,  é  algo  tremendamente  poderoso.  Permite,  em  momentos  de  dúvida  sobre  qual  caminho  tomar,  e  após  uma  meditação  e  escuta  ao  coração,  perceber  que  rotas  queremos  tomar,  e  quais  delas  são  mais  consistentes  com  aquilo  em  que  acreditamos  e  desejamos  a  nós  mesmos  e  ao  mundo.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  3    

Dançando  com  os  nossos  dragões.  Em  maior   ou  menor   grau,   todos   nós   gostamos   de   viver   nossas   vidas   em   uma   ‘zona   de   conforto’,   onde  sabemos   o   nosso   caminho   e   nos   relacionamos   de   preferência   com   aquelas   pessoas   com   quem   nos  sentimos  confortáveis.  Aqui  nos  sentimos  seguros  e  queremos  permanecer.  

Porem,  nós  só  aprendemos  aos  nos  movermos  para  fora  da  nossa  zona  de  conforto.  Podemos  fazer  isso  de  forma  voluntária  –  viajar  para  um  diferente  país,  por  exemplo,  para  aprender  sobre  sua  cultura.  Mas  em  alguns  casos  somos  obrigados  a  mudar,  movidos  por  situações  novas  e  sem  precedentes  em  nossas  vidas  ou  por  pessoas  que  têm  uma  mentalidade  completamente  diferente  da  nossa  –  essas  pessoas  sabem  coisas  que  não   sabemos,   e   vivem  em  zonas  de   conforto  diferentes  das  nossas.  Muitas   vezes  essas  pessoas  nos  irritam.  Nós  pensamos  que  sabemos  tudo  melhor  do  que  elas.  Temos  argumentos,  criticamos  e  achamos  que   estamos   certos.   Dessa   forma,   os   conflitos   surgem.   E  muitas   vezes   é   um   tipo   de   conflito   que   não   é  resolvido  de  uma  forma  produtiva,  mas  sim  leva  a  situações  ganha-­‐perde  e  a  um  endurecimento  de  ambos  os  lados.  A  gama  de  conflito  pode  ser  de  divisão  e  separação  entre  as  pessoas,  para  os  piores  cenários  de  destruição  de  projetos,  comunidades  e  relações.  O  resultado  extremo  é  a  escalada  para  conflitos  armados  e  guerra.  

Se,   no   entanto,   conseguimos   cruzar   nossos   próprios   limites,   se   pudermos   abrir   e   transformar   a   nós  mesmos,   mudando-­‐nos   a   partir   de   uma   suposição   de   sabedores   para   nos   tornarmos   seres   humanos  curiosos   e   empáticos,   poderemos   aprender   a   valorizar   as   situações   difíceis   como   oportunidades   de  aprendizagem.  Muito   raramente   nos   tornamos   conscientes   de   que   há  muito   que   não   sabemos.  Que,   na  verdade  a  maioria  das  coisas  encontra-­‐se  na  área  em  que  nem  sequer  sabem  que  não  sabemos...  e  que  esta  consciência  pode  ser  tremendamente  libertadora  e  gerar  intensa  satisfação,  pessoal  e  comunitária.  

“Dançar   com  nossos  Dragões”  é  uma  metáfora  para  o  movimento  de  olharmos  para  os  nossos   conflitos,  medos  e  dramas,  sem  negá-­‐los,  sem  fugir,  sem  combater  ou  com  eles  se  identificar.  Olhar  simplesmente  e  permitir  que  se  desvaneçam.  Descobrir  que  o  dragão  de  terrível  feição  que  imaginamos  talvez  seja  apenas  um  grande  companheiro  e  fonte  de  energia  para  nosso  crescimento  pessoal,  com  quem  podemos  girar  ao  ritmo  da  dança  planetária,  sem  medos.  Esta  descoberta  ocorre  no  olhar  apreciativo  a  si  mesmo  e  ao  outro,  no  movimento  da  vida.  E  uma  boa  forma  de  olharmos  a  nós  mesmos  e  a  outros  é  trabalharmos   juntos  e  realizarmos  projetos  em  conjunto.    

 Esta  abertura  de  espírito  é  “Amor  em  Ação”,  e  é  a  fonte  de  Dragon  Dreaming.  

As  pessoas  só  mudam  quando  a  dor  da  mudança  é  menor  do  que  a  dor  de  continuar  no  mesmo...  

 

Ou  quando  descobrem  uma  imensa  alegria  e  satisfação  ao  experimentar  o  novo!  

Os  ‘Momentos  A-­‐há’  É   surpreendente  quando  descobrimos  algo  que  não   sabíamos  e  que  propicia  nosso   crescimento  pessoal.  Ainda   mais   maravilhosos   são   os   momentos   em   que   descobrimos   algo   que   nem   sabíamos   que   não  sabíamos!   Essas   experiências   são   chamadas   de   momentos   de   ‘A-­‐há!’,   em   alusão   à   exclamação   que  emitimos   neste   momento   de   descoberta,   insight,   assim   como   a   exclamação   ‘eureka!’   de   Arquimedes.  Momentos   de   ‘A-­‐há!’   geralmente   surgem   quando   descobrimos   ou   entendemos   algo   novo.   Eles   também  podem  aparecer  quando  encontramos  novas  conexões  entre  coisas  que  nós  já  sabíamos.    Como  resultado,  nos  tornamos  conscientes.    

Momento  A-­‐há  é  a  súbita  tomada  de  consciência  sobre  uma  verdade  pessoal  fundamental  ou  algum  aspecto  nosso  ou  do  mundo.  

Momentos  A-­‐há   são  altamente   contagiosos.    Uma  pessoa   compartilhar   seus  momentos  A-­‐há   com  outras  aumenta   as   chances   de   outros   também   descobrirem   algo   que   eles   não   sabiam   que   não   sabiam.  Compartilhar  seus  A-­‐há  em  um  grupo  pode  levar  a  soluções  criativas  para  problemas  comuns.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  4    

Pessoas  diferentes  têm  diferentes  experiências  em  obter  seus  A-­‐há.  Por  exemplo:  

• Estar  em  contato  com  a  natureza.  • Estar  em  contato  com  realidades  diferentes,  pessoas  e  contextos.  • Viajar  para  culturas  diferentes.  • Observar  e  refletir.  • Escutar  profundamente  as  palavras  dos  outros.  • Buscar  sinais  visíveis  e  invisíveis.  • Conectar-­‐se  com  seus  sonhos  e  visões.  • Meditar.  • Focar  em  um  problema  e  então  fazer  algo  muito  diferente.  

Sinta-­‐se  convidado  a  olhar,  sentir  e  encontrar  seu  próprio  estímulo  para  ter  muitos  ‘A-­‐há’  

As  Perguntas  Geradoras  A   forma   como   trabalhamos   juntos   em   nossos   projetos   é   altamente   influenciada   pela   forma   como   nos  comunicamos  e  ouvimos  uns  aos  outros.  Assim,  uma  comunicação  não  violenta  e  ao  mesmo  tempo  criativa,  profunda   e   reveladora   pode   se   dar   quando,   ao   invés   do   uso   de   afirmações   imperativas,   afirmativas   e  declarativas,  nos  valemos  de  perguntas  que  levem  a  nós  mesmos  e  aos  outros  a  olhar  para  as  essências  do  que  está  sendo  dito,  ou  parar  um  momento  o  fluxo  de  diálogo  para  abrir  espaço  a  descobertas  reveladoras.  Chamamos  a  estas  questões  de   ‘perguntas  geradoras’,  e  sua  construção  e  uso   inspiram-­‐se  fortemente  na  pedagogia  proposta  por  Paulo  Freire.  

Uma  pergunta  geradora  é  aquela  que  tem  poder  emocional  tanto  na  vida  da  pessoa  que  foi  questionada  quanto  na  de  quem  fez  a  pergunta.  

Geralmente  o  objetivo  é  descobrir   o  que  está   faltando,   cuja  presença   faria  uma  diferença.   É  um  convite  aberto   ao   engajamento   com   que   não   sabemos.   Ela   ocorre   através   de   uma   pergunta   aberta   e   reflexiva,  descobrindo  uma  realidade  mais  profunda.  

Perguntas  geradoras   são   centrais  no  Dragon  Dreaming.  A   criatividade  e  o  Amor  em  Ação   se  manifestam  através  de  perguntas  geradoras.  Praticando  a  habilidade  de  perguntas  geradoras,  um  novo  mundo  se  abrirá  para  você.    

Perguntas  geradoras  são  perguntas  que  propiciam  ‘a-­‐hás!’  

Sinta-­‐se   encorajado   a   desenvolver   sua   capacidade   de   criar   e   fazer   perguntas   geradoras.   Para   ajudá-­‐lo,  colocamos  exemplos  de  perguntas  geradoras  em  itálico  ao  longo  deste  Guia  Prático.  Veja  estas  abaixo,  que  são  ‘perguntas  geradoras  de  outras  perguntas  geradoras’:  

• “Quais  são  as  condições  que  eu  preciso  para  ter  um  momento  de  ‘A-­‐há’?”  • “O  que  faz  com  que  eu  tenha  muitos  “A-­‐há-­‐s”?  • “Como  podemos  propiciar  o  máximo  de  ‘A-­‐há’  em  oficinas  ou  reuniões”?  

Fique  na  pergunta  e  viva  seu  caminho  até  a  resposta  

 

As  relações  ‘ganha-­‐ganha’  Toda  civilização  desenvolve  e  ao  mesmo  tempo  é  continuamente  criada  a  partir  de  certa  visão  de  mundo,  uma  perspectiva  ou  forma  pela  qual  um  indivíduo,  uma  comunidade  ou  uma  sociedade  enxergam  o  mundo  e  interpretam  a  si  mesmos  e  ao  ambiente.  Estas  visões  incluem  os  conhecimentos  acumulados  e  os  valores  pessoais  e  culturais  em  dado  momento  histórico.  

A  forma  como  vemos  o  mundo  condiciona  a  maneira  como  nele  atuamos.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  5    

Essas  visões  de  mundo  foram  criadas  em  parte  e  preservadas  pela  linguagem  que  usamos  e  pela  língua  que  falamos.   A   linguagem   reforça   crenças   implícitas   sobre   a   natureza   da   realidade   e   condiciona  comportamentos.  Através  de  nossa  linguagem  ocidental,  que  separa  sujeitos  (ativos)  e  objetos  (passivos),  vemos  o  mundo  como  sendo  feito  de   ‘coisas’  sobre  as  quais  acreditamos  que  temos  poder  e  controle.  O  verbo  ‘ser’  implica  em  categorias  rígidas,  separadas  e  essenciais,  ao  passo  que  ‘ter’  implica  possessão.  Esta  é  uma  visão  que  separa  e  divide  pessoas  em  categorias  –  um  pequeno  grupo  de  elite  que  é  bem  sucedido  e  o  resto  que  fracassa  em  atingir  seu  pleno  potencial.  

Se  virmos  o  mundo  como  um  sistema  separado  e  competitivo,  de  ‘poder-­‐sobre’  o  outro  para  satisfazer  as  próprias   necessidades,   onde   é   natural   que   alguns   percam   para   que   outros   ganhem,   temos   uma   visão  ‘ganha-­‐perde’  e  comportamentos  condizentes  com  esta  visão.  Ocorre  que,  quando  todos  agem  de  forma  a  buscar  o  máximo  para  si,  em  detrimento  de  outros,  em  algum  momento  todos  terão  perdas,  ou  resultados  inferiores   àquele  que  obteriam   se   tivessem   trabalhado   juntos.   Esta   é  uma   situação  de   ‘perde-­‐perde’.  Os  sistemas  de  saúde,  as  instituições  educacionais,  códigos  legais,  decisões  governamentais  e  nossa  economia  estão  todos  baseados  em  jogos  de  ganha-­‐perde  ou  soma  zero  (quando  o  ganho  de  um  é  idêntico  à  perda  de  outro)  em  que  uma  elite  ganha  ‘poder  sobre’  outros.  

Uma   visão   de   mundo   alternativa   é   considerar   que   há   soluções   para   as   questões   em   que   todos   têm  benefícios,   ou   seja,   todos   ganham.   São   sistemas   ganha-­‐ganha,   onde   há   um   exercício   de   ‘poder-­‐com’   o  outro.   A   ética   de   Dragon   Dreaming,   por   exemplo,   busca   soluções   que   promovam   nosso   crescimento  pessoal   e   ao  mesmo   tempo   formem  comunidades  de   apoio   e   ao  mesmo   tempo   contribuam  com   toda  a  vida  do  planeta.  

Muitas  culturas  tradicionais  e  indígenas,  como  os  aborígenes  australianos,  não  reconhecem  essa  separação  típica  de  nossa  cultura  ocidental.  Para  estas  culturas,  nada  é  separado:  

Nós  somos  um  nó  temporário  em  um  processo  de  fluxo.  

Como  um  provérbio  aborígene  afirma,  “Somos  todos  visitantes  deste  tempo,  deste   lugar.  Estamos  apenas  de  passagem.  Nosso  proposito  aqui  é  observar,  aprender,  crescer,  amar...  e  então  voltarmos  para  casa”.  

Se  um  tudo  está  em  um  processo  de  fluxo,  então  o  controle  que  acreditamos  ter  através  do  exercício  do  ‘poder  sobre’  é  uma  ilusão.    Não  podemos  controlar  o  processo  de  fluxo  da  energia,  matéria,  informação  e  caos   ou   entropia   em   que   estamos   inseridos.   Podemos,   no   entanto,   ter   poder   ‘com’   esses   fluxos.   Este  conceito   de   ‘poder   com’   significa   que   jogos   de   ganha-­‐perde   não   são   sustentáveis.   Se   nós   estamos  verdadeiramente  buscando  uma  cultura  sustentável,  jogos  de  ‘ganha-­‐ganha’  são  essenciais.  

O  Dragon  Dreaming  aspira  criar  uma  nova  linguagem,  baseada  no  conceito  de  ganha-­‐ganha,  substituindo,  sempre  que  possível,  aquela  que  é  baseada  no  ganha-­‐perde  ou  perde-­‐perde.  Tentar,  buscar,  errar,  refletir  e  tentar   novamente   fazem   parte   deste   processo.   E   como   com   muitas   habilidades,   quando   mais   as  praticamos,  melhor  ficamos...  

O  ótimo  é  inimigo  do  bom  

A  Escuta  Profunda  –  o  Pinakarri  Muito  frequentemente,  projetos  fracassam  por  causa  de  uma  comunicação  inexistente  ou  falha.  O  trabalho  com   Dragon   Dreaming   tem   mostrado   que   há   várias   formas   de   comunicação   que   realmente   ajudam   a  realizar  sonhos  e  a  resolver  e  prevenir  conflitos.  

Quando  usando  Dragon  Dreaming,  estamos  atuando  na  criação  de  novos  paradigmas  e  uma  nova  cultura.  Para  isso,  precisamos  reconquistar  a  habilidade  de  escutarmos  profundamente,  escutarmos  o  que  a  Terra  está  nos  dizendo,  escutarmos  uns  aos  outros  e  escutarmos  a  nós  mesmos.    

Pinakarri   é   a   palavra   dos   Aborígenes  Martu  Mandjilidjara   para   Escuta  Mais   Profunda.   Na   nossa   cultura  ocidental   parece   que   nós   perdemos   a   habilidade   de   escutarmos   uns   aos   outros   empaticamente.   Nós  desenvolvemos   uma   maneira   de   ouvir   principalmente   a   uma   pequena   voz   em   nossas   cabeças   que   fica  fazendo  julgamentos  ganha-­‐perde  e  interpreta  a  tudo  que  escutamos  através  de  si  mesma.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  6    

Esta   pequena   voz   também  muito   distrativa   e   nos   faz   esquecer  mais   rapidamente:   Quando   estamos   nos  concentrando   em   teoria   conceitual,   por   exemplo,   somos   capazes   de   manter   a   concentração   por  aproximadamente  20  minutos  antes  que  a  pequena  voz  comece  a  falar  muito  alto,  tornando  difícil  para  nós  realmente  escutarmos  a  informação  que  está  sendo  apresentada.  

“Oh  Silêncio,  dê  peso  para  a  sua  voz”  John  Seed  

A   prática   do   Pinakarri   gentilmente   silencia   a   pequena   voz,   nos   permitindo   a   realmente   escutarmos.    Um  pequeno  guia  para  o  Pinakarri:  

Acalme-­‐se  e  se  conecte  com  o  seu  corpo:  Sinta  onde  o  seu  corpo  se  conecta  com  a  cadeira  ou  as  almofadas  onde  você  está  sentado.  

Sinta  o  peso  do   seu   corpo:  Note  o   seu  peso  e   como  a  Terra   lhe  dá   suporte.  A   gravidade  é   a   força  mais  antiga   no   universo.   Se   fosse   uma   pessoa   lhe   dando   este   tipo   de   apoio   você   o   chamaria   de   amor  incondicional.  Torne-­‐se  consciente  do  amor  incondicional  da  Terra  por  você,  o  apoio  que  ela  lhe  dá.  

Respire   profundamente   –   para   dentro   e   para   fora:   Escute   a   diferença   no   tom   e   sinta   a   diferença   de  temperatura  entre  a   inspiração  e  a  expiração.  Esta  diferença  de   temperatura  vem  do  Sol.  Quem  é  você?  Você  é  a  dança  dos  ciclos  materiais  da  Terra  com  a  energia  do  Sol.  

Você   pode   escutar   as   batidas   do   seu   coração?   Elas   estão   com   você   desde   antes   de   você   ter   nascido   e  estarão  com  você  até  o  momento  de  sua  morte.  

Encontre   o   ponto   onde   a   energia   no   seu   corpo   é   mais   forte.   Inspire   para   dentro   deste   ponto,   relaxe  conscientemente  e  expire  a  tensão  para  fora.  

Assim  você  silenciou  a  pequena  voz  na  sua  cabeça.  

No  Dragon  Dreaming,  cada  participante  tem  a  possibilidade  de  chamar  um  Pinakarri  a  qualquer  momento.  Ele  vai  tocar  um  sino  ou  soar  um  gongo  ou  algum  outro  tipo  de  sinal  que  tenha  sido  acordado,  e  com  este  sinal  todos  vão  parar  o  que  estão  dizendo  ou  fazendo,  e  permanecerão  em  silêncio  por  aproximadamente  30  segundos.  É  critério  individual  o  quão  profundamente  cada  um  vai  relaxar,  mas  é  importante  que  todos  permaneçam  em  silêncio  por  um  momento.  

Assim  como  ao  maximizar  os  A-­‐há,  existem  muitas  maneiras  de  atingir  Pinakarri.  Sinta-­‐se  convidado  a  experimentar  e  descobrir  as  suas  próprias...  

O  propósito  por  trás  desta  prática  é  sobrepor  alguns  aspectos  do  comportamento  humano.  Por  um  lado  o  Pinakarri  ajuda  as  pessoas  que  estão  no  momento  em  conflito  ao  tentarem  ultrapassar  barreiras  internas.  Nós  tendemos  a  nos  fixar  mais  e  mais  a  um  ponto  de  vista  quanto  mais  outra  pessoa  argumente  contra  ele.  E  frequentemente  não  faz  nenhuma  diferença  se  a  outra  pessoa  pode  estar  certa.  Ao  efetuarmos  rápidas  pausas  de  Pinakarri  nós  temos  a  chance  de   ‘esfriarmos’  e  então  olharmos  a  discussão  que  acontece  com  um  ponto  de  vista  mais  neutro.  

Pinakarri  também  nos  ajuda  a  checarmos  o  que  realmente  queremos.  

Em  silêncio  podemos  escutar  o  que  está  acontecendo  dentro  de  nós  e  verificarmos  se  este  ou  aquele  ponto  ainda   é   importante   para   nós   –   ou   se   perdemos   o   contato   com   o   sonho   original,   com   nossos   desejos   e  necessidades  na  tentativa  de  estarmos  certos  ou  não  perdermos  a  compostura.  

Erguemo-­‐nos   em   prol   de   nossos   desejos   e   necessidades   é   tão   importante   quanto   ‘esfriarmos’.   Se  reprimirmos  nossos  sonhos  e  necessidades,  sempre  teremos  uma  sensação  de  deficiência.  E  esta  sensação  vai  retornar  vez  que  outra,  podendo  ser  um  perigo  real  para  os  nossos  projetos.  Ela  impede  a  diversidade  verdadeira,  que  é  uma  necessidade  para  a  aprendizagem  real  e  o  sucesso.  

A  falta  de  equilíbrio  da  dominação  e  da  repressão  podem  ser  encontradas  nos  grupos  de  projetos:  alguns  poucos  tendo  a  maior  parte  do  tempo  de  fala  e  empurrando  as  suas  ideias  e  interesses.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  7    

O  Pinakarri  pode  nos  ajudar  a  superar  nossas   tendências  de  dominação  e   repressão,  assim  nos   tornando  autênticos   e   reais.   Ele   pode  nos   ajudar   a   nos   tornarmos   seres   humanos   que   vivem  o   ‘amor   em  ação’.   E  pode  nos   ajudar   a   criarmos  uma   comunidade  amorosa  na  qual   cada   indivíduo  é  ouvido  e   visto  nos   seus  desejos,  sonhos  e  necessidades.  

Quando   introduzindo   o   Pinakarri,   esteja   ciente   que   pode   demorar   um   tempo   para   que   as   pessoas   se  ajustem  a  usá-­‐lo;  não  fique  desencorajado,  acredite  no  processo.  

Comunicação  Carismática  Ganha-­‐Ganha    A   Comunicação   Carismática   é   uma   tentativa   de   dizermos   o   que   realmente   quer   ser   dito   a   partir   do  profundo  de  nós  mesmos.  Funciona  de  maneira  similar  à  escrita  automática.  Tudo  o  que  precisamos  fazer  é  desligar   a   pequena   voz   em   nossas   cabeças.   Isto   frequentemente   requer   muito   mais   coragem   do   que  pensamos.   A   Comunicação   Carismática   é   baseada   na   confiança.   Nós   precisamos   confiar   que   podemos  compartilhar   nossos   sentimentos   e   sonhos   sem   sermos   ridicularizados   ou   alvo   de   risadas.   A   nossa  comunicação  cotidiana  funciona  como  um  escudo,  nos  escondemos  por  trás  de  fatos  e  de  julgamentos.  E,  no  entanto  se  realmente  nos  abrirmos  podemos  das  às  pessoas  uma  chance  de  realmente  nos  verem  e  aos  nossos  projetos.  

Nós  estamos  acostumados  a  comunicar  nossas  ideias  de  uma  maneira  que  é  influenciada  pela  pequena  voz  em   nossas   cabeças,   ponderando   “O   que   eu   quero   dizer?   O   que   é   importante   para   mim?”   e   assim   por  diante.  E  frequentemente  não  percebemos  que  nossas  palavras  transmitem  um  sutil  jogo  ganha-­‐perde  de  admiração   ou   desprezo   pela   outra   pessoa,   ou   mesmo   de   dominação   e   repressão.   Nós   estamos  preocupados  em  interpretar  o  que  os  outros  estão  dizendo  para  nós  e  qual  seria  o  “real  significado”  de  suas  palavras...  

No  Dragon  Dreaming  nós  estamos  usando  a  nossa  intuição  para  permitir  que  o  projeto  fala  através  de  nós.  Isto   é   Comunicação   Carismática.   Nós   recomendamos   que   você   pratique   a   Comunicação   Carismática   na  maior   quantidade   de   vezes   possível;   por   exemplo,   ela   realmente   ajuda   quando   falamos   com   grandes  plateias  ou  ao  fazermos  pequenas  oficinas...  

Um  pequeno  guia  para  a  Comunicação  Carismática:  

1. Pratique   Pinakarri.   Sente-­‐se   com   as   costas   retas   e   feche   os   seus   olhos.   Respire   profundamente.  Respirar  profundamente  ajuda  a  livrar  o  medo  e  a  tensão.  Torne-­‐se  ciente  de  que  você  está  conectado  com  a  terra  (através  dos  seus  pés).  Sinta  como  a  sua  espinha  lhe  conecta  com  o  céu.  

2. Mude  a  sua  atenção  da  sua  cabeça  para  logo  abaixo  do  seu  umbigo.  Este  é  o  seu  Hara,  o  centro  do  equilíbrio.  

3. Usando  a  sua  imaginação,  visualize  uma  bolha  de  espaço  pessoal  que  cerca  cada  pessoa  com  a  qual  você  está  falando.  Agora  visualize  a  sua  própria  bolha;  tamanho,  forma  e  cor.  Agora  faça  com  que  sua  bolha  se  expanda  até  que  finalmente  abrace,  segure  e  dê  suporte  amorosamente  às  bolhas  de  todos  com  quem  você  está  falando.  

4. Imagine  a  sensação  de  presença  que  você  quer  criar  na  pessoa  com  quem  você  está  falando.  Qual  tom  de  voz  você  precisa  para  criar  esta  presença?  

5. Usando  este  tom  de  voz  particular,  e  praticando  simultaneamente  os  outros  quatro  passos,  deixe  que  as  palavras  fluam...  

Diálogo...  –  Um  curto  exercício  

Pratique  com  duas  pessoas  sentadas  de   frente  uma  para  a  outra  e  compartilhando  projetos  que  estejam  realizando  ou  talvez  procurem  realizar.  Eles  fazem  isso  da  maneira  em  que  normalmente  o  fariam.  

Depois  disto,  eles  usam  a  Comunicação  Carismática  e  contam  de  seus  projetos  novamente,  permitindo  que  seus  projetos  falem  através  de  si...  

Não  se  esqueça  de  comentar  o  que  aconteceu  e  compartilhar  o  que  foi  percebido.  

Como  com  o  Pinakarri,  há  muitas  maneiras  de  buscar  esta  presença  e  falar  carismaticamente.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  8    

Algumas  pistas  podem  ser  encontradas  nos  trabalhos  de  Comunicação  Não-­‐Violenta,  na  Teoria  U  de  Otto  Scharmer  e  na  facilitação  como  uma  prática  espiritual  de  John  Herron,  dentre  outros.  

Encontre  a  sua  própria    

Al  Gore,  nos  seus  seminários  sobre  mudança  climática,  frequentemente  cita  um  provérbio  africano.  “Se  nós  queremos   ir   rapidamente,   viajemos   sozinhos.   Se  queremos   ir   longe,   viajemos   juntos.”  Nós  precisamos   ir  rápido  e  longe.  Como  podemos  estar  juntos  e  sozinhos  simultaneamente?  O  Dragon  Dreaming  sugere  uma  forma...    

Cultive  a  arte  de  ser  um  participante  e  um  observador  ao  mesmo  tempo.  

Bastão  da  Palavra  Outra  ferramenta  de  comunicação  que  você  pode  usar  é  o  “bastão  da  palavra”  –  uma  pedra  ou  bastão  ou  algo  que  possa  passar  ao  redor  em  círculos,  de  mão  em  mão.  Qualquer  um  que  tiver  o  bastão  da  palavra  na  mão  terá  a  atenção  total  do  grupo  inteiro.  Bastões  da  palavra  são  úteis  para  responder  a  alguma  questão,  explorar   um   tema,   compartilhar   ‘A-­‐hás’,   conduzir   um   debriefing   (reunião   de   balanço   ou   avaliação)   ou  introduzir  uma  nova  ideia.  

O  A-­‐Há  do  Sonho.  Momento   do   Fogo.   Do   desabrochar   da   flor,   da   nossa   criança   interna   intuir,   perceber   o   novo,   de   estar  aberto  à  experiência,  do  estímulo  da  intenção,  do  relacionamento,  do  fogo.  Da  afeição,  dos  visionários,  do  Espírito.  

Para  florescer  as  conexões,  insights,  iluminações,  ideias,  princípios  e  qualquer  coisa  que  lhe  surja,  de  forma  surpreendente,   como   um   brilho   de   Sol   que   desponta   e   aquece,   surpreendentemente.   Se   desejar,   tome  nota  dos  seus  A-­‐hás!  Momentos  de  ouvir  profundamente  e  compartilhar  nossos  flashs  de  iluminação.  

Esse  espaço  em  branco  abaixo  é  um  convite  a  fazer  um  Pinakarri.  

 

 

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  9    

DO  SONHAR  AO  PLANEJAR  O  sonho  e  as  trilhas  A   visão  mecanicista   de   nossa   sociedade   tem   a   crença   de   que   o   tempo   é   um   processo   linear   coletivo   e  objetivo,   viajando  a  partir  do  passado,  através  do  presente,  em  direção  ao   futuro.  Neste  ponto  de  vista,  ‘Sonhar’   é   visto   como   um   processo   individual   subjetivo,   desprovido   de   realidade.     Entre   várias   culturas  indígenas,   incluindo   a   cultura   tradicional   aborígine   australiana,   a   percepção   é   diferente:   o   tempo   é  subjetivo   e   Sonhar   é   visto   como   uma   experiência   coletiva   e   objetiva.   Essa   perspectiva   permite   que  acessemos   a   criatividade   interpessoal   e   um   entendimento  mais   profundo,  maximizando   os   ‘A-­‐há’.     Essa  visão  aborígine,  de  tudo  ser  parte  de  um  processo  de  fluxo,  é  o  Sonhar  do  Dragon  Dreaming.  

O   povo   aborígene  Noongar   acreditam   que   tudo   começa   com   o   karl,   o   fogo   amarelo,   na   infância   do   sol  nascente.  Eles  se  reuniam,  e  ainda  o  fazem,  ao  redor  do  karlup,  a  fogueira,  onde  as  pessoas  compartilham  sonhos,   contam   histórias,   tomam   decisões,   planejam   atividades   e   celebram   ao   final   do   dia.   Parte   desse  compartilhamento  dá-­‐se  através  de  canções  como,  por  exemplo,  passar  informações  de  trilhas  e  a  direção  de  marcos  importante  para  encontrar  fontes  de  alimento  ou  água,  fundamentais  para  a  sobrevivência  em  um  ambiente  árido.  Transformar  o  conhecimento  em  uma  canção  socializa,  facilita  e  simplifica  o  processo  de  memorização.  É  daí  que  vem  o  nome  ‘linha  da  canção’  ou  ‘trilha  cantada’.    

As  pessoas  com  quem  você  compartilha  o  karlup   formam  o  karlupgur,  aqueles  em  quem  você  aprende  a  confiar  e  a  amar.    Elas  se  tornam  o  time  dos  sonhos  que  trabalha  junto  para  tornar  os  sonhos  coletivos  em  realidade.  Cada  pessoa  tem  uma  trilha  cantada,  que  traz  consigo  –  a  ponte  em  que  está  viajando.  Cada  um  eventualmente  também  deixará  o  projeto  para  continuar  a  jornada  de  sua  vida.        Esta  visão  de   trilha  ou  caminhada  sugere  que  estamos  cruzando,  no  presente,  uma  ponte  entre  de  onde  viemos  e  para  onde  iremos  –  uma  ‘trilha  cantada’,  uma  explicação  da  nossa  vida  –  de  onde  começamos,  das  lições  importantes  aprendidas,  dos  eventos  chave  que  vivenciamos  e  ilustram  para  onde  nós  sentimos  que  estamos   indo.   Esta   ponte   está   na   história,   uma   história   que   criamos   a   cada   momento,   construindo   as  fundações   da   ponte   conforme   andamos.   Para   alguns,   a   ponte   é   estreita   e   fácil   de   cruzar,   para   outros   é  profunda  e  ameaçadora.      

Essas   trilhas   da   canção   dão   propósito   e   significado   para   nossas   vidas.   Dessa   forma,   nossa   vida   pode   ser  vista  como  um  projeto,  e  são  os  projetos  em  que  nos  envolvemos  em  nossas  vidas  que  lhe  dão  propósito  e  significado.  Cada  dia  pode  ser  visto  como  parte  desse  projeto,  começando  com  o  sonhar,  seguido  no  início  da  manhã  pelo  planejar,  fazer  coisas  (que  ocupam  a  maior  parte  do  dia)  e  então  (se  a  pessoa  é  sábia),  ter  uma  celebração  à  noite,  antes  de  ir  para  cama.  

As  membranas  vivas:  interfaces  Cada  projeto  é  um  encontro  entre  um  ser  individual  inicial  e  seu  ambiente.  Qual  é  mais  importante?  Para  alguns  é  o  individual:  sua  personalidade  vem  do  lado  interno,  introspectivo,  introvertido  de  seu  caráter.  A  personalidade  de  outros  se  direciona  mais  facilmente  do  ambiente,  ao  externo,  ao  lado  extrovertido  de  sua  natureza.  Temos  os  dois  dentro  de  nós,  mas  temos  uma  zona  de  conforto  onde  um  dos  aspectos  tende  a  predominar.  

Como   tomamos   decisões?   Algumas   pessoas   valorizam  mais   o   pensamento   ou   a   teoria   enquanto   outras  confiam  mais  em  seus  sentidos  práticos  ou  na  experiência.  Essas  dimensões  da  personalidade  criam  duas  membranas   vivas:   uma,   separando   o   individuo   do   ambiente   e   a   segunda   separando   a   teoria   da   prática  (pensamento   a   ação).   Através   do   posicionamento   dessas   interfaces,   quatro   quadrantes   são   criados,  caracterizando  os  quatro  estágios  diferentes  do  Dragon  Dreaming.  Essas  interfaces  são  fronteiras  flexíveis  de   comunicação,   não   eixos   rígidos   de   separação.   E   elas   podem   se   mover   dependendo   do   estágio   e/ou  grupo  realizando  o  projeto!    

Joseph  Campbell,  em  sua  obra  ‘O  Herói  de  Mil  Faces’  descobriu  que  por  trás  das  diferenças  culturais,  há  um  ‘megamito’  ancestral  operando  a  jornada  do  herói.  Esse  padrão,  encontrado  por  trás  das  histórias  de  todas  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  10    

as  culturas,  traçam  a  jornada  do  inocente  da  consciência  para  a  falta  de  consciência  e  de  volta,  retornando  para  trazer  cura  para  eles  mesmos  e  para  os  outros.    

Ao  celebrar  nossas  próprias  trilhas  cantadas,  nos  tornamos  o  herói  de  nossa  própria  vida,  traçando  o  padrão  compartilhado  pelas  histórias  compartilhadas,  no  fogo  dos  Karlapgur  ao  redor  do  mundo,  em  

volta  dos  quais  nossas  histórias  têm  sido  contadas  por  milhares  de  anos.  

A  Roda  de  Dragon  Dreaming  Um   padrão   circular   de   estímulo,   limiar,   ação   e   resposta   pode   ser   encontrado   em   muitos   fenômenos  naturais.   Este   padrão   de   interconexão,   em   roda,   círculo   e   espiral   é   encontrado   na   Roda   do   Dragon  Dreaming.   É   um   mapa,   ilustrando   o   processo   para   um   projeto.   Este   padrão   que   conecta   também   é  encontrado  nos  sistemas  ecológicos,  na  formação  do  tempo,  em  diversos  sistemas  místicos  e  religiosos,  e  mesmo  dentro  de  nossos  corpos.  Um  aspecto  simbólico  entre  muitos  é  a  analogia  com  as  quatro  estações  (inverno,  primavera,  verão,  outono),  assim  como  com  as  quatro  fases  na  vida  dos  seres  humanos  (infância,  juventude,   meia   idade   e   velhice).   É   uma   estrutura   que   carregamos   em   nosso   sistema   nervoso.   A  diferenciação   de   funções   entre   hemisfério   esquerdo   e   direito,   bem   como   as   áreas   frontal   e   occiptal   do  cérebro   refletem   os   quatro   quadrantes   da   Roda   do   Dragon   Dreaming.   Como   nossos   cérebros,   Dragon  Dreaming  tem  quatro  quadrantes:  Sonhar,  Planejar,  Realizar  e  Celebrar.  

A  Roda  Completa  de  Dragon  Dreaming  

Limiares  

O  Dragon  Dreaming   tem  uma  natureza   fractal.   Isso   significa   que   em   cada  um  dos   quatro   quadrantes   os  processos  de  sonhar,  planejar,  realizar  e  celebrar  podem  ser  encontrados.  Projetos  de  Dragon  Dreaming  só  podem   ser   sustentáveis   quando   passamos   por   cada   uma   destas   fases   em   cada   quadrante.   Assim,   cada  quadrante  começa  com  uma  fase  de  Sonhar,  move-­‐se  para  o  Planejar,  então  tem  uma  fase  de  Realizar  e,  no  limiar  de  um  quadrante  para  o  outro,  há  Celebração.  

Muitos   destes   limiares   podem   nos   amedrontar:   o   Planejar   precisa   de   coragem   e   muita   energia.  Especialmente   cruzarmos   do   Planejar   para   o   Realizar   pode   ser   muito   difícil,   porque   demanda   um  comprometimento  real  de  todos  envolvidos.    

Se  um  projeto  chega  a  uma  fase  difícil,  é  recomendável  que  nos  perguntemos  se  o  projeto  poderia  estar  no  limiar  para  uma  nova  fase.  

A  celebração  é  um  passo  importante  ao  cruzar  os  vários  limiares  entre  os  quadrantes.  Em  outras  palavras:  cada  limiar  de  um  quadrante  para  o  próximo  (por  exemplo,  entre  Planejar  e  Realizar)  é  também  um  passo  entre  Celebrar  de  um  quadrante  para  Sonhar  do  próximo,  portanto  um  passo  para  fora  da  nossa  zona  de  conforto.  

O  esgotamento  pode  ser  evitado  ao  celebrarmos  muito  nos  momentos  certos.  A  celebração  é  o  momento  quando  recebemos  energia  para  nutrir  nosso  processo  contínuo  e  tornar  o  projeto  sustentável  

Sonhar  

Todo  projeto  que  é  realizado  começa  com  o  sonho  de  um  indivíduo.  Muitas  vezes  o  sonho  pode  vir  de  um  momento  de  ‘A-­‐há’  e,  portanto  de  nova  consciência.  É  através  deste  processo  de  comunicar  o  sonho  que  o  sonhador  torna-­‐se  completamente  consciente  da  natureza  do  sonho.  A  maioria  dos  projetos  fica  bloqueada  no  estágio  do  sonhar  porque  as  pessoas  não  compartilham  seus  sonhos  com  os  outros.  Este  é  o  primeiro  limiar  que  muitas  ideias  boas  de  projeto  nunca  cruzam.  Na  nossa  cultura,  perdeu-­‐se  a  confiança  no  poder  dos   sonhos   –   temos   receio   de   compartilhar   nossos   sonhos   com  medo   de   sermos   ridicularizados   ou   não  sermos  sequer  ouvidos.  E  é  exatamente  isso  que  impede  que  estes  sonhos  se  tornarem  realidade.  

O  campo  fértil  do  Sonhar  é  o  lugar  do  ganha-­‐ganha,  que  é  exatamente  onde  estão  os  dragões.  É  o  campo  para  o  qual  você  deve  estar  aberto  e  dar  a  oportunidade,  de  forma  que  o  inesperado  e  o  mistério  possam  ocorrer...    Assim  como  acontece  durante  um  sonho,  precisamos  ser  capazes  de  aceitar  contradições,  pois  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  11    

como   sabemos   se   com  o   tempo  não   se   acumularão   contradições?   Sustentar   as   contradições   cria   espaço  para  surgir  ‘A-­‐há’.  Detrás  do  dualismo  existe  um  padrão,  um  lugar  onde  os  dois  lados  da  contradição  podem  ser  verdadeiros  ao  mesmo  tempo,  e  uma  nova  possibilidade  pode  nascer.  

Há  um  processo  no  Dragon  Dreaming   pelo   qual   um   sonho   individual   pode   se   tornar   um   sonho   coletivo.  Este   processo   é   chamado   de   Círculo   dos   Sonhos   e   é   importante   porque   muda   a   energia   e   gera  comprometimento  do  grupo.  A  criatividade  pode  ser  maximizada  e  a  sabedoria  coletiva  pode  produzir  sua  mágica  somente  quando  é  permitido  que  se  amplie  o  sonho  de  um  individuo  para  o  sonho  coletivo.    

Uma  vez  que  tenhamos  compartilhado  nosso  sonho  e  construímos  a  visão  coletiva,  estamos  motivados  a  iniciar  a  realização  do  sonho.  Começamos  reunindo  as  informações  necessárias  para  trazer  o  sonho  para  a  realidade.  Este  passo  pode  exigir  que  deixemos  nossa  zona  de  conforto  e  entremos  em  terra  desconhecida.  De   certa   forma,   o   sonho   individual   deve  morrer   para   renascer   como   o   sonho   do   grupo   todo.   Isto   é   um  processo  de  desapego  e  confiança  do  sonhador,  ao  manifestar  seu  sonho  no  ambiente.  

Planejar  

O  próximo  quadrante  é  a  fase  de  Planejar.  Como  resultado  do  Círculo  dos  Sonhos,  um  Time  dos  Sonhos  foi  constituído.  O  Time  dos  Sonhos  é  um  grupo  de  pessoas  comprometidas,  que  trabalham  juntas  para  tornar  o  sonho  se  torne  realidade.  Na  fase  de  Planejar  este  grupo  considera  diferentes  alternativas  e  as  avalia.  Uma  vez   que   as   alternativas   tenham   sido   consideradas,   uma   estratégia   é   criada.   Isto   requer   um   orçamento,  planejamento  do  tempo  e  considerar  maneiras  alternativas  de  obter  recursos  para  o  projeto.  

As  ferramentas  para  isto  envolvem  traçar  os  objetivos  e  criar  um  mapa,  chamado  de  Karabirrdt,  com  todas  as  tarefas,  os  caminhos  e  paradas  para  alcançar  estes  objetivos.  

O  próximo  passo  é  testar  a  estratégia  na  realidade.  É  recomendável  separar  estratégias  maiores  em  pilotos  menores  e  projetos  protótipos.  Por  exemplo,  aqueles  que  querem  fundar  uma  ecovila  podem  decidir  começar  morando  juntos  para  formar  uma  comunidade.  

Realizar  

Um  sonho  que  não  leva  à  ação  é  apenas  um  sonho.  Uma  ação  que  não  é  baseada  na  realização  de  um  sonho  leva  a  um  pesadelo.  Quando  as  pessoas  minam  seus  sonhos,  o  criticam  ou  preveem  o  seu  fim,  

lembre-­‐se  que  eles  estão  contando  a  história  deles,  não  a  sua.  

É   importante   reconhecer   a   natureza   fractal   do   Dragon   Dreaming   nos   estágios   da   realização   de   seus  projetos.  

Através   das   técnicas   de   respiração   profunda   com   Pinakarri   e   comunicação   carismática,   através   de  relaxamento,   dos  movimentos   do   corpo   e   fortalecendo   a   nossa  missão,   enquanto   integramos   as   nossas  celebrações   com   os   nossos   sonhos   e   nossos   planos   totalmente   com   ações   na   realização   dos   nossos  projetos,  estamos  expandindo  nossos  paradigmas  sobre  nós  mesmos  e  sobre  o  mundo.  Juntando  os  anos  de  experiência  pessoal  encontrados  entre  os  membros  de  cada  grupo,  e  quando  somados,  é  muito  maior  do   que   qualquer   experiência   individual.   Então,   como   acessar   a   inteligência   coletiva?   Como   colher   as  riquezas  e  sabedorias  da  vida  de  cada  um?  Fazendo  isso  nos  mostra  parte  do  que  é  necessário.  

Sem  a  fase  da  realização,  o  Dragon  Dreaming  é  apenas  teoria.  Ao  realizar  seus  projetos,  você  não  precisa  ir  à  procura  de  seus  dragões,  eles  vão   te  procurar.  Tudo  o  que  este   livro   tem  falado  até  agora,  é  apenas  o  mapa   do  Dragon   Dreaming   –   você   não   está   andando   no   território   do  Dragon   Dreaming.   Não   devemos  confundir   a   leitura   do   livro   de   receitas   com   cozinhar   e   comer   a   refeição.   É   fazendo   o   projeto   que   você  aprenda  a:  

• Integrar  a  teoria  e  a  prática.  • Aumentar  o  seu  nível  de  autoconsciência.  • Ganhar  novas  habilidades  para  trabalhar  como  membro  de  uma  equipe.  • Expandir  seus  próprios  paradigmas  sobre  você,  sua  comunidade  e  o  mundo.  • Aprender  a  criar  as  táticas  que  levam  à  estratégia  para  seu  projeto  acontecer.  

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• Descobrir  verdadeiramente  como  trabalhar  criativamente  com  o  conflito.  • Melhorar  suas  habilidades  para  gerenciar  o  estresse  e  os  riscos.  • Estender  os  limites  do  seu  potencial  pessoal  e  coletivo.  

A   fase  da  Realização  é  onde  nós  administramos  e  gerenciamos  o  projeto.   Ele   também  é  o   lugar  onde  as  coisas   podem   facilmente   dar   seriamente   errado.   Trata-­‐se   de   monitorar   o   progresso   e   se   adaptando   às  mudanças.  

Agora  para  a   implementação:  Nós  começamos  a  realizar  o  projeto  no  ambiente.  Nesta  fase  é   importante  não  se  esquecer  do  gerenciamento  e  da  administração:  

• Ainda   estamos   dentro   do   prazo?   Nossos   custos   estão   sendo   cobertos?   Precisamos   adaptar   o   nosso  planejamento?  

• Como  lidamos  com  o  estresse  (uma  pergunta  MUITO  importante…)?  • Como  minimizamos  o  risco?  • Ainda  estamos  realizando  o  sonho  original  ou  estivemos  tão  ocupados  que  nos  movemos  cegamente  

para  uma  direção  completamente  nova?  • Nós  monitoramos  constantemente  o  nosso  progresso?  • ESTAMOS  CELEBRANDO  O  SUFICIENTE…?  

Para   ter   certeza   de   que   seu   projeto   está   no   caminho   certo,   fazendo   com  que   seus   objetivos   específicos  aconteçam,   alcançando   o   objetivo   geral   e   tornando   os   nossos   sonhos   coletivos   em   realidade,   você   vai  precisar  da  ferramenta  de  Monitoramento  do  Progresso.  

Celebrar  

A  celebração  é  a  respeito  de  expressar  e  oferecer  gratidão  e  reconhecimento  para  as  outras  pessoas.  É  a  importância   da   celebração   que   faz   o   Dragon   Dreaming   ser   diferente   de   outras   ferramentas   de  gerenciamento   de   projetos.   A   Celebração   é   um   importante   processo   que   reconecta   o   Realizar   de   um  projeto   de   volta   para   Sonhar.   É   uma  maneira   de   observar   como   o   projeto   que   estamos   realizando   traz  sentido  para  as  nossas  vidas.  A  Celebração  é  quando  estamos  sendo  pessoais.  

Celebrar  é  reconhecer  e  expressar  nossa  profunda  gratidão  a  cada  um  que  contribuiu  no  nosso  caminho.  

Isso  significa  considerar  o  indivíduo,  o  time  do  projeto  como  tal  e  também  –  como  todo  projeto  de  Dragon  Dreaming   –   a   Terra.   Todos   os   projetos   de  Dragon  Dreaming   aderem  a   estes   três   objetivos:   crescimento  pessoal,  construção  de  comunidades  e  a  criação  de  presença  humana  positiva  na  Terra.  

O  crescimento  pessoal  é  aumentado  através  da  celebração,  já  que  ela  nos  dá  a  chance  de  sair  do  cotidiano  estressante   que   um   projeto   pode   gerar.   Nós   olhamos   para   o   que   aprendemos,   que   novas   habilidades  adquirimos  e  se  de  fato  deixamos  a  nossa  zona  de  conforto  e  tivemos  momentos  ‘A-­‐há’.  

A  construção  de  comunidades  é  encorajada  através  da  celebração.  A  comunidade  é  um  lugar  seguro  onde  emoções   podem   ser   compartilhadas.   Nossa   cultura   nos   ensina   que   não   deveríamos   mostrar   nossas  emoções.  Ela  também  nos  ensina  a  rejeitarmos  os  sentimentos  negativos.  Quando  fazemos  isso,  contudo,  estamos  reprimindo  nossos  sentimentos  positivos  junto  com  os  negativos.  Estamos  com  medo  de  mostrar  nossa  verdade,  tanto  nossas  sombras  como  nossas  luzes  –  e  então  entramos  em  um  deserto  emocional.  No  entanto,  o  Dragon  Dreaming   é   sobre   reconhecermos  que   todos   somos  um,  estamos   todos   conectados  e  somos  todos  parte  do  que  está  acontecendo  ao  nosso  redor.  E  não  estamos  apenas  fazendo  um  favor  aos  outros   quando   damos   voz   ao   que   eles   podem   também   estar   sentindo,   também   contribuímos   com   a  profundidade  e  a  honestidade  do  nosso  projeto.  

A  serviço  da  Terra  nós  aprendemos  a  celebrar  o  jogo  que  estamos  jogando  quando  criamos  um  projeto.  E  reconhecemos  que  a   tristeza  é  o  espelho  do  amor  –   ficamos   tristes  por  aquilo  que  amamos,  e  enquanto  tivermos  sentimentos  fortes  a  respeito  daquilo  que  acontece  a  nossa  volta,  podemos  agir  no  ambiente  de  uma  forma  apaixonada,  corajosa  e  engrandecedora...  

A  fase  da  celebração  também  é  um  momento  de  honrarmos  os  presentes  e  as  habilidades  que  cada  um  de  nós   ganhou   no   processo   de   realização   do   projeto.   A   celebração   está   relacionada   com   nos   tornarmos  

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conscientes  dos  momentos  ‘A-­‐há’  que  aconteceram  ao  trabalharmos  no  projeto  e  nos  levaram  a  ter  novas  percepções.  Essas  percepções  alimentam  novos  sonhos,  renovando  o  ciclo  em  outro  patamar.  

Em  Dragon  Dreaming,  em  um  aparente  paradoxo,  celebração  não  é  tarefa  para  o  extrovertido  ruidoso,  mas  sim  parte  da  reflexão  do   introvertido.   Isso  por  que  Dragon  Dreaming  não  trata  de  consumo  excessivo  de  bebidas  alcoólicas,  mas  sim  de  gratidão,  agradecimento  e  reconhecimento  dos  esforços.  Trata-­‐se  de  ver  a  outra  pessoa  na  sua  magnificência  e  glória,  ao  mesmo  tempo  vendo  a  sua  vulnerabilidade.  Se  trata  de  ver  o  todo  da  pessoa  e  sentir  que  está  tudo  bem.  Dragon  Dreaming  é  amor  em  ação  e  neste  tipo  de  celebração  o  amor  se  torna  notoriamente  visível.  

É  fortemente  recomendado  que  25%  dos  recursos  e  energia  usados  em  projetos  de  Dragon  Dreaming  (que  incluem  oficinas  sobre  Dragon  Dreaming)  envolvam  Celebração!  Nós  encorajamos  que  o  seu  projeto  tenha  uma  equipe  de  Celebração  que  garanta  que  isso  ocorra  ao  longo  do  projeto  (pois  isso  é  parte  de  todos  os  quadrantes).  Exemplos  de  Celebrações  ao  longo  do  projeto  podem  incluir:  

• Contação  de  histórias.  • Danças.  • Música  e  Canto.  • Momentos  de  reconhecimento  e  gratidão  ao  outro.  • Rituais  (celebrando  individuo,  comunidade,  Terra).  • Refeições  e  lanches  compartilhados.  

Num   novo   encontro   de   Dragon   Dreaming,   é   geralmente   importante   começar   com   celebração.   Faça   as  perguntas  geradoras:  

“Como  podemos  juntar  pessoas  numa  forma  que  é  divertida,  aumenta  a  curiosidade  e  as  motive  para  ser  parte  do  que  está  acontecendo?”  

“Como  podemos   criar  um  ambiente  que  nutre  aqueles   envolvidos,   aprofunde   suas   conexões  mutuas  e  leve  ao  reconhecimento  que  todos  nós  somos  parte  do  que  ocorre  ao  nosso  redor?”  

“Como  podemos  encorajar  aquelas  pessoas  que  trivializam  a  Celebração  para  se  integrar  e  se  divertir?”  

Criatividade  é  a  chave  para  a  Celebração  bem-­‐sucedida.  Seja  criativo!    

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Os  quatro  tipos  de  comportamentos  em  projetos  Dragon  Dreaming  não  só  mostra  as  quatro  fases  de  um  projeto,  mas  também  representa  quatro  diferentes  características  pessoais:  sonhadores,  planejadores,  realizadores  e  celebradores.  É  bom  ter  um  equilíbrio  de  todos   os   quatro   tipos   na   sua   equipe   de   sonhos.   A   razão   é   que   uma   equipe   de   sonhos   feita   só   de  planejadores,   por   exemplo,   não   vai   ser   tão  bem   sucedido  em   sustentar  o  projeto  Dragon  Dreaming.   Ter  uma  equipe  de  sonhos  equilibrada  aumenta  as  chances  de  que  o  projeto  será  realizado  e  as  pessoas  vão  aprender  coisas  novas  em  um  nível  profundo.  

Ao  mesmo  tempo,  ter  essas  quatro  personalidades  em  uma  equipe  muito  provavelmente  criará  conflitos.  Um   ‘sonhador’   pode   ter   uma   série   de   dificuldades   em   trabalham   com   um   ‘realizador’,   e   vice-­‐versa.   O  ‘planejador’  pode  achar  desafiante  trabalhar  com  o  ‘celebrador’,  e  o  contrário.  Na  sociedade  ocidental  de  hoje,   são   principalmente   os   ‘planejadores’   e   os   ‘realizadores’   que   são   valorizados   como   eficientes.   Na  verdade,  os  ‘sonhadores’  e  ‘celebradores’  são  também  muito  necessários:  Procure  por  eles  e  inclua-­‐os!  

Todos   nós   temos   atributos   de   todas   as   quatro   características   em   nós.   Nós  mudamos   os   papéis   de   uma  situação  para  outra,  de  projeto  para  projeto  e  de  uma  fase  de  nossas  vidas  para  outra.  Olhando  para  o  ciclo  de  vida,  os  bebês  e  as   crianças  pequenas  passam  a  maior  parte  do   seu   tempo  sonhando,   jovens  passam  planejando  a  maior  parte  do  tempo,  os  adultos  fazem  e  realizam  muita  coisa,  e  as  pessoas  mais  velhas  vão  querer  aproveitar  a  vida  e  refletir  sobre  ela  -­‐  e,  assim,  celebrar.  

Você  pode  descobrir  facilmente  o  seu  tipo  usando  utilizando  deste  pequeno  exercício:  

1-­‐   Desenhe   uma   roda   de   Dragon   Dreaming   e   os   seus   eixos   no   chão   (Indivíduo   /   Ambiente,   Teoria   /  Prática).  Desenhe  também  numa  folha  de  flip-­‐chart.  Agora  imagine  cada  um  dos  limiares  em  uma  escala  de  0  a  10.  Zero  começa  no  centro,  onde  os  eixos  se  cruzam  e  10  são  os  lados  externos.  

2.  Faça  Pinakarri  e  decida  o  contexto  que  você  quer  encontrar  sua  própria  posição  (ex:  O  projeto  atual  de  sua  vida  com  um  todo).  

3.  Fique  no  eixo   ligando   indivíduo  e  ambiente  e  caminhe   intuitivamente  para  frente  ao   longo  desta   linha  até  encontrar  o   limite  da  sua  zona  de  conforto.  Como  saber  onde  é  este   limite?  Seu  corpo   te  dirá!  Você  pode  se  sentir  segurando  sua  respiração  por  um  segundo,  ou  perceber  uma  grande  tensão  no  corpo.  Faça  isso  tanto  para  o  lado  do  Indivíduo  quanto  para  o  lado  do  Ambiente.  O  resultado  não  precisa  ser  100%  -­‐  é  possível  que  alguém  fique  no  9  de  Indivíduo  (introvertido)  e  depois  no  9  em  Ambiente  (extrovertido).  

4.  Dê  os  mesmos  passos  novamente  no  eixo  entre  Teoria  e  Prática.  

5.  Registre  os  resultados  no  flip-­‐chart  ou  em  um  pedaço  de  papel.  Ligue  o  ponto  que  você  marcou  no  eixo  do  Indivíduo  com  a  marca  no  eixo  da  Teoria,  depois  no  eixo  do  Ambiente,  depois  para  o  eixo  da  Prática  e  deste  de  volta  para  o  eixo  do  Indivíduo.  

 6.  O  centro  de  sua  zona  de  conforto  vai  mapear  suas  tendências  predominantes.  Encontre  esta  marcando  no   meio   do   caminho   de   cada   uma   das   diagonais.   Agora   ligue   o   ponto   central   da   diagonal   do   eixo   de  Ambiente   (extrovertido)   e   Prática   ao   ponto   central   do   eixo   de   Indivíduo   (introvertido)   e   Teoria.   Faça  semelhantemente  com  o  ponto  central  de  teoria  e  ambiente  ao  ponto  central  entre  prática  e  indivíduo.  Os  dois   tendem   a   cruzar   dentro   de   um   dos   4   quadrantes   ou,   algumas   vezes,   em   uma   linha   entre   dois  quadrantes.  Isto  mapeia  o  centro  de  sua  zona  de  conforto.  

O  Time  de  Sonhos  Uma   vez   que   uma   pessoa   tem   uma   ideia   ou   um   sonho,   o   primeiro   passo   em   Dragon   Dreaming   é  compartilhar   isso  com  um  grupo  de  pessoas.  Quem  deveriam  ser  estas  pessoas?  Elas  podem  ser  amigos,  vizinhos,   familiares,  colegas  de  trabalho,  pessoas  com  habilidades  especiais  e/ou  pessoas  da  comunidade  que  possam  ter  um  interesse  na  ideia.  

Para   escolher   as   pessoas   não   é   apenas   importante   escolher   pessoas   cujas   habilidades   e   conhecimentos  possam  ajudar  o  projeto,  mas  aquelas  pessoas  que  possam   ter  um  sentimento  de   comunhão  ou  alguma  afinidade.  Trata-­‐se,  sobretudo,  de  relações.  Se  o  projeto  é  sobre  um  bairro,  uma  cidade  ou  qualquer  tipo  de  comunidade  já  existente,  é  aconselhável  pensar  sobre  quem  será  afetado  diretamente  pelo  projeto.  Estas  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  15    

pessoas  deveriam  estar  envolvidas  pelo  menos  como  apoiadores.  Se  o  projeto  se  refere  à  mudança  de  uma  comunidade,  então  é  aconselhável  convidar  as  pessoas  com  boas  redes  e  também  crianças  e  jovens.  

É  importante  realizar  seus  projetos  com  pessoas  com  as  quais  você  quer  estar  e  trabalhar  junto.  

Então,   escolha   as   pessoas   com  quem   você   quer   trabalhar   junto.   Descubra   as   pessoas   com   as   quais   elas  querem  realizar  o  sonho.  O  ideal  é  ter  na  equipe  pelo  menos  um  sonhador,  um  planejador,  um  realizador  e  um  celebrador.  

À  medida  que  o  projeto  cresce,  a  equipe  de  sonhos  pode  crescer  também.  Se  houver  mais  de  oito  pessoas  envolvidas   na   fase   do   sonhar   de   um   projeto,   John   Croft   sugere   ter   vários   círculos   de   sonho,   em   grupos  menores.  Além  disso,  não  é  necessário  que  todos  os  envolvidos  em  um  círculo  de  sonhos  façam  parte  da  realização  efetiva  desse   sonho.  Mas  a  experiência  mostra  que  as  pessoas   costumam   ficar  entusiasmadas  sobre  a  realização  de  um  projeto,  uma  vez  que  elas  tenham  compartilhado  o  sonho.  

Os   projetos   são   integrativos,   e   muitas   vezes   ao   aproximar   pessoas,   que   antes   pouco   se   conheciam,  propiciamos  uma  ocasião  para  que  estas  criem  novos  vínculos  e  amizades.  É  o  princípio  trazido  pela  ativista  brasileira  Ana  Terra:  

“O  melhor  presente  que  você  pode  dar  a  alguém  que  você  ama  e  admira  é  apresentar  a  ela  alguém  que  você  ama  e  admira”.  Ana  Terra.  

O  Círculo  dos  Sonhos  Depois  de  ter  decidido  com  quem  você  deseja  compartilhar  seu  sonho,  pratique  Comunicação  Carismática  e  convide-­‐os  para  um  Círculo  dos  Sonhos.  Esta  é  uma  reunião  onde  a   inteligência  coletiva  de  um  grupo  é  liberada.  Também  é  o  processo  no  qual  o  seu  sonho  individual  precisa  ‘morrer’,  a  fim  de  renascer  como  o  sonho  de  todo  o  grupo.  Por  que  isso  é  assim?  É  porque  existe  uma  diferença  de  energia  quando  eu  estou  trabalhando  em  ‘seu’  projeto  em  comparação  com  quando  se  trabalha  no  ‘nosso’  projeto.  Este  ‘morrer  do  sonho  individual’  pode  parecer  fácil;  mas  é,  no  entanto,  um  passo  que  pode  ser  bastante  difícil.  Reconhecer  que  o   indivíduo  sozinho  não  pode  tornar  o  sonho  em  realidade  pode  ser  doloroso  e  pode   levar   tempo  e  muito  esforço  consciente...  Não  seja  tão  duro  consigo  mesmo  se  não  acontecer  de  imediato.  É  um  processo  contínuo;  esteja  ciente  de  que  isso  precisa  acontecer  para  que  o  projeto  seja  coletivo,  extremamente  bem  sucedido  e  nutritivo!  

Depois  que  o  iniciador  apresentou  seu  sonho  e  explicou  sobre  o  que  é  o  projeto,  eles  colocaram  o  sonho  ante  a  equipe,  fazendo  uma  pergunta  geradora,  tal  como:  

“O  que  esse  projeto  precisa  ter,  para  que  depois  você  possa  dizer  que  essa  foi  a  melhor  forma  que  você  já  investiu  seu  tempo?”  

“O  que  permitiria  você  poder  dizer:  Sim!  Estou  muito  feliz  porque  trabalhei  neste  projeto!”  

E   agora   todos   os   presentes   respondem  à  pergunta   por   sua   vez,   talvez   usando  um  bastão  da  palavra.   Se  alguém  não  tiver  mais  nada  a  acrescentar  no  momento,  eles  podem  passar.  Se  alguém  passa,  eles  podem  depois  adicionar  uma  nova  ideia  quando  for  a  sua  vez  novamente.  É  importante  que  num  círculo  de  sonhos  todas  as  ideias  sejam  registradas.  

É   possível   nomear   um   guardião   de   memórias   para   capturar   as   ideias,   à   medida   que   elas   são  compartilhadas.  Este  guardião  escreve  o  nome  da  pessoa  que  falou  e  capta  a  essência  do  que  está  sendo  dito.   Não   tente   capturar   todas   as   palavras,   apenas   a   essência   das   frases.   Uma   vez   que   esteja   escrito,  verifique  com  a  pessoa  que  falou  se  o  escrito  reflete  exatamente  o  que  ela  queria.  

Outra  maneira  é  o  registro  ser  feito  por  quem  está  ao  lado  da  pessoa  com  o  bastão  da  palavra  e  seguir  o  processo  como  mencionado  acima.  

Se  você  perceber  a  energia  caindo,  há  algo  dando  errado.  Cuidado  com  a  ‘paralisia  por  análise’,  ou  seja,  o  debate  sobre  os  significados  das  palavras.  Certifique-­‐se  de  que  há  um  fluxo  no  Círculo  dos  Sonhos.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  16    

No   Círculo   de   Sonhos   é   importante   para   os   presentes   praticar   Comunicação   Carismática   –   todo  mundo  precisa  de  uma  chance  para  primeiro  descobrir  o  que  é  importante  para  eles  e,  em  seguida,  contar  as  suas  necessidades  para  os  outros   (para  o  qual  é  preciso  coragem,  pois   se  pode   ter   receio  que  outros  pensem  que,  ao  apresentar  o  sonho,  pareçam  egoístas  ou  presunçosos).  Conforme  o  círculo  continua,  no  entanto,  torna-­‐se  evidente  o  que  é  necessário,  a  fim  de  que  todos  possam  identificar-­‐se  com  o  projeto  100%.  

Os  participantes  de  um  círculo  só  serão  capazes  de  se  comprometer  totalmente  com  um  projeto  e  apoiá-­‐lo  com  todo  coração,  se  eles  se  identificarem  100%  com  o  sonho.  

Um  princípio  do  Dragon  Dreaming  é:  

Sem  negociações  e  concessões!  Tornar  100%  de  seus  sonhos  realidade.  

Pode  parecer  irreal  no  começo,  mas  é  possível.  

Em  um  círculo  de  Sonhos  não  fazemos  um  julgamento  se  os  sonhos  são  certos  ou  errados.  Este  exercício  é  sobre  a  diversidade  e  autenticidade  dos  sonhos  de  cada  pessoa,  mesmo  se  elas  contradizem  o  que  outros  disseram.  Tenha  em  mente  que  a  fase  do  sonhar  é  a  fase  onde  as  contradições  podem  existir  lado  a  lado.  Manter  as  contradições  é  o  campo  fértil  no  qual  momentos  de  “A-­‐hás”  podem  surgir.  Atrás  da  dualidade  existe  um  padrão,  um  lugar  onde  os  dois  lados  de  uma  contradição  podem  ser  verdade,  ao  mesmo  tempo.  Os  sonhos  são  muitas  vezes  paradoxais  e  contraditórios,  isso  é  parte  da  diversão...  

“Mais  além  das  ideias  do  que  é  certo  e  errado,  existe  um  campo;  eu  te  encontro  lá”  Jalaladin  Rumi  

Durante  o  círculo  de  sonhos  deve  ser   sempre  possível  para  alguém  achar  que  este  projeto  em  particular  não  é  sua  praia.  Esta  pessoa  deve  ter   toda  a   liberdade  de  dizer   isso  aberta  e  honestamente,  mesmo  que  isso  possa  ser  doloroso  para  o  grupo  e/ou  elas  mesmas.  

Também  é  útil  se  cada  parte  do  sonho  é  expressa  da  forma  mais  positiva  possível.  Se  alguém  diz  o  que  eles  não  querem,  tente  encontrar  uma  forma  de  dizer  o  que  é  que  eles  querem.  

O  Círculo  dos  Sonhos  continua  até  que  todos  por  sua  vez  tenham  passado.  É  importante  declarar  o  círculo  como  finalizado  e  -­‐  é  claro  -­‐  celebrar!  Em  algumas  situações  de  treinamento,  pode  ser  necessário  definir  um  número  de  rodadas  do  bastão  da  fala  para  concluir  o  círculo,  em  função  do  tempo.  

Para   finalizar,   tem-­‐se   um   ritual   que   traz   à  mente   e   ao   coração   o   círculo   como   um   todo,   que   realmente  energiza   um   grupo.  O   sonho   deve   ser   lido   em   voz   alta   no   tempo   passado,   como   se   o   projeto   já   tivesse  acontecido  e  os  sonhos  se  concretizado.  Por  exemplo:  “A  equipe  do  projeto  avançou  fantasticamente  bem  e  aprendeu  muito!”  Ou:  “Conseguimos  arrecadar  US$  3.000  para  o  projeto!”.  

Esta  é  uma  maneira  poderosa  de  convidar  o  futuro  para  o  presente.  Pode  parecer  estranho  à  primeira  vista,  mas  experimente.  Você  pode  achar   isso  muito  motivador  –  em  vez  de   imaginar  a  enorme  quantidade  de  trabalho  que  o  está  esperando,  você  cria  a  energia  de  celebração  e  já  vive  alguns  dos  grandes  aspectos  do  seu  projeto.  

Então  se  lembre:  Para  tirar  o  máximo  proveito  do  Círculo  de  Sonhos:  

• Use  um  Sino  de  Pinakarri.  • Use  um  bastão  da  palavra.  • Ao  escrever,  escreva  a  essência  do  sonho,  e  não  um  parágrafo  inteiro.  • Cada  pessoa  adiciona  um  sonho  de  cada  vez.  • Não  seja  nem  muito  racional  nem  muito  abstrato.  • Relacione  o  sonho  à  vida  real.  •  Você  pode  escrever  o  sonho  em  um  belo  pedaço  de  papel;  transforme-­‐o  em  uma  obra  de  arte...  

Sem  negociações  e  concessões!  O  objetivo  é  garantir  que  100%  dos  nossos  sonhos  se  realizem!  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  17    

O  A-­‐Há  do  Plano.  Momento   do   Ar.   Do   fruto,   do   adolescente,   fleumático,   extrovertido,   planejador,   que   transita   pelas  possibilidades  do  contexto.  Da  amizade,  do  treinador,  dos  pensamentos,  da  mente  que  pensa  globalmente  e  avalia  possibilidades.  

Frutificar  as  conexões,   insights,   iluminações,   ideias,  princípios  e  qualquer  coisa  que  lhe  surja,   instantânea,  como  um  súbito  relâmpago  nos  céus  que  ilumina  toda  a  paisagem.  Se  desejar,  compartilhe  seus  A-­‐hás!  Eles  são  contagiantes!  

Esse  espaço  em  branco  abaixo  é  um  convite  para  Pinakarri.  

 

 

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  18    

DO  PLANEJAR  AO  REALIZAR  Enquanto  que  o  estágio  do  sonhar  é  centrado  na  diversidade  e  em  coletar  o  máximo  de  ideias  possível,  o  estágio  do  planejamento  é  de   foco,   destilação  e   filtragem  de   todos  os   temas.  Nós  definimos  objetivos   e  metas   e   também   os   primeiros   passos   necessários   para   organizar   tarefas,   responsabilidades,   tempo   e  orçamento.    

Definindo  os  Objetivos  Específicos  O  primeiro  passo  do  planejamento  do  projeto  no  Dragon  Dreaming   –  assim  como  em  gerenciamento  de  projetos  convencionais  –  é  o  de  definir  objetivos.  O  que  é  um  objetivo?  No  Dragon  Dreaming  um  objetivo  é  definido  como  algo:  

Limitado,  Atingível,  Condição  Futura,  que  é  Orientado  pela  Ação.  

Ele  é  limitado,  senão  ele  nunca  seria  cumprido.  Por  esta  razão  ele  também  é  atingível.  Como  uma  condição  futura  ele  é  algo  que  pode  ser  observado  quando  estiver  cumprido,  e  sempre  implicará  em  ações.  É  muito  parecido  com  planejamento  de  projetos  convencionais.  

Porém,  diferente  dos  processos  de  planejamento  convencionais,  entretanto,  é  o  jeito  divertido  do  Dragon  Dreaming  de  planejar:  

1. Trinta  post  its  são  necessários  para  este  exercício.  Divida  pelo  número  de  pessoas  presentes  e  dê  um  número  mínimo  a  todos.  

2. O  grupo   lê  uma  vez  mais   os   sonhos   coletados.  Então   eles   se   perguntam:   “Que   coisas   em  particular  precisam  ser  feitas  em  primeiro  lugar  para  que  este  sonho  se  realize?”.  

3. Todos   então   escreverão   uma   ideia   em   cada   post   it.   Isso   não   deve   levar   mais   que   10   minutos.  (Lembrar-­‐se  de  escrever  no  post  it  com  a  cola  para  trás  e  na  parte  de  cima).  

4. Então,  a  primeira  pessoa  pode  colar  suas  notas  no  flip-­‐chart.  5. A  segunda  pessoa  se  junta  e  faz  o  mesmo.  Todos  os  temas  semelhantes  são  organizados  em  colunas  

paralelas  e  todos  os  temas  diferentes  são  colocados  horizontalmente.  Entretanto,  deve-­‐se  cuidar  para  que   haja   de   6   a   8   colunas   horizontais   em   um   dado   momento,   para   não   tornar   o   processo  excessivamente  difuso  ou  complexo.  

6. Se  o  número  de  6-­‐8  colunas  horizontais  for  excedido,  a  pessoa  precisará  reorganizar  os  post-­‐its  de  seu  antecessor.  Nessa  circunstância,  precisará   justificar  o  motivo  da  mudança.  Pode  haver  uma  discussão  entre  dois  nesta  etapa  e  deve  haver  consenso  ao  final.  

7. Isto   não   deve   consumir   muito   tempo   e   energia.   Todos   devem   estar   conscientes   de   suas  responsabilidades   e   caminhar   na   linha   estreita   entre   o   excesso   de   análise   (paralisia   por   análise)   e  simplesmente  parar  a  discussão.  

8. Uma  equipe  pega  uma  ou  duas   colunas  para   identificar  palavras-­‐chave.  Palavras-­‐chave   são  aquelas  que  unem  o  tema  e  podem  ser  mencionadas  repetidamente  em  uma  coluna.  

9. Um  objetivo  é  então  escrito  usando  as  palavras-­‐chave.  O  critério  para  o  objetivo  é  que  siga  o  critério  acima  (limitado,  atingível,  condição  futura  e  orientado  pela  ação)  

10. Participantes   colocam   ‘votos’   em  dois   ou   três   objetivos:  A  Questão  Geradora   aqui   é   “Qual   objetivo  que,  priorizado,  ajudaria  a  realizar  todos  os  objetivos  e  100%  de  nossos  sonhos?”.  A  atividade  é:  todos  têm   três   ‘votos’,   mas   não   podem   colocar   os   três   em   um   único   objetivo.   (Este   não   é   um   teste   da  importância  dos  objetivos  –  todos  são  importantes  em  um  jogo  ganha-­‐ganha).  

Mantenha  divertido  o  processo  de  definição  do  objetivo!  Se  o  grupo  começar  a  perder  a  energia  encontre  algo  que  traga  a  diversão  de  volta.  Se  não  for  divertido  não  é  sustentável  

Definindo  O  Objetivo  Geral  ou  Missão  do  Projeto  A  missão  ou  objetivo  geral  de  um  projeto  é   importante,  pois   liga  a  visão  global  –  o  sonho  de  um  projeto  com  seus  objetivos.  O  objetivo  geral  ou  missão,  portanto,  atua  como  uma  parte  importante  da  ponte  sendo  construída,   uma   vez   que   é   a   ‘declaração   em   comum’,   que   é   usada   quando   as   pessoas   são   convidadas   a  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  19    

comentar   sobre   a   que   o   projeto   se   relaciona.   É   uma   declaração   acordada   sobre   para   onde   o   projeto  pretende  ir.  

Muitas  vezes  o  gerenciamento  de  projetos  convencional  determina  a  missão  ou  objetivo  geral  do  projeto  antes  de  elaborar  os  objetivos  específicos,  mas   tal  processo  resulta  muitas  vezes  em  uma   ‘declaração  de  maternidade’  distante  da  realidade  sobre  a  que  realmente  se  refere  o  projeto  e,  finalmente,  só  aumenta  a  confusão.  Dragon  Dreaming   sugere   que   os   objetivos   específicos   devem   ser   definidos   em  primeiro   lugar,  pois  então  o  objetivo  geral  ou  missão  do  projeto  será  ancorada  na  realidade.  

A  missão,  portanto,  tem  as  seguintes  características:  

• É  concisa:  É  curta  –  metas  longas  têm  a  desvantagem  de  trazer  confusão  à  mente  do  leitor  ou  ouvinte.  • É   inclusiva:   Inclui   todos  os   princípios   sobre   a   que  o  projeto   se   refere,   de  modo  que  há  uma   relação  

clara  entre  os  objetivos  do  projeto  e  o  sonho  de  projeto.  • É  memorável:  Metas   que   não  podem   ser   lembradas   não   valem  as   palavras   para   proferi-­‐las.   Como  a  

“face  pública”  do  seu  projeto,  as  metas  devem  ser  de  fácil  memorização.  • É  inspiradora:  Metas  precisam  inspirar  não  apenas  o  orador  e  o  leitor,  mas  também  inspirar  o  público  

que  deve  se  envolver.  

Um  breve  exercício  de  como  criar  os  seus  objetivos  geral  do  projeto.  

1. Leia  novamente  os  seus  sonhos  e  objetivos  específicos  do  projeto,  praticando  Comunicação  Carismática  e  Pinakarri.  

2. Em   silêncio   –   cada   pessoa   escreve   seu   próprio   objetivo   geral   /missão,   que   em   sua   opinião   melhor  atenda  os  quatro  critérios  acima.  

3. Uma  primeira  pessoa  escreve  a  sua  frase  no  topo  de  uma  grande  folha  de  papel  ou  folha  de  flip  chart.  4. Qualquer   pessoa   pode   agora  modificar,   alterar,   excluir   ou   revisar   a   primeira   declaração.  Mas,   se   for  

feita  uma  alteração,  a  pessoa  que  faz  a  mudança  tem  de  explicar  brevemente  porque  considera  a  sua  alteração  torna  a  frase  mais  concisa,  mais  inclusiva,  mais  memorável  ou  mais  inspiradora.  

5. Não  há  discussão,  cada  um  que  tiver  sugestões  de  como  alterar  a   frase  pega  o  marcador,  altera  e  dá  breve  explicação.  Continue  repetindo  esta  etapa:  O  que  estiver  escrito  no  papel  em  20  minutos  torna-­‐se  o  objetivo  geral  ou  missão  do  projeto.  Isso  ajuda  a  manter  a  pressão  sob  o  tempo  controlado.  

Você   vai   se   surpreender   com   a   qualidade   e   concordância   sobre   o   objetivo   produzido.   Mas   você   pode  precisar  se  lembrar  de  que  o  ótimo  (perfeccionismo)  é  inimigo  do  bom  (adequado).  

Cuidado  com  paralisia  por  análise.  Debater  o  significado  das  palavras  vai  fazer  com  que  o  grupo  perca  a  motivação  rapidamente.  

O  Karabirrdt  No  Dragon  Dreaming,  a  ferramenta  mais  importante  no  estágio  de  planejamento  o  quadro  no  qual  se  joga  o  jogo  do  projeto.  Ele  é  um  diagrama  em  formato  “teia  de  aranha”  ou  Karabirrdt  (‘Kara’  –  aborígene  para  aranha,  ‘birrdt’-­‐  teia  ou  rede).  

Esse  planejamento  é  muito  diferente  do  convencional,  que  não  é  um  processo  lúdico  e  principalmente  fala  do  que  tem  que  ser  feito,  listas  de  tarefas  e  os  marcos  ou  objetivos.  

O  jogo  Dragon  Dreaming  se  parece  um  pouco  com  os  jogos  de  tabuleiro  infantis,  onde  há  vários  obstáculos  para   ultrapassar   ao   longo   da   jornada   até   o   final.     A   principal   ênfase   está   nas   linhas   entre   os   pontos   de  encontro  ou  os  nós  da  rede  –  Karlupgur  –  eles  também  são  trilhas  cantadas,  por  onde  fluem  informações,  recursos,  pessoas  e  decisões.  

Lembre-­‐se,  neste  estilo  de  planejamento,  que  a  jornada  é  mais  importante  que  o  destino,  e  que  o  processo  é  de  certa  forma  mais  importante  que  o  resultado.  Por  exemplo,  se  muitas  linhas  dirigem-­‐se  a  um  ponto,  mas  nenhuma  ou  pouquíssimas  saem  dele,  essa  tarefa  em  particular  pode  criar  dificuldades  mais  tarde;  há  muita  energia  indo  para  aquele  ponto,  mas  menos  energia  saindo  dele.  Algo  similar  pode  ocorrer  para  os  pontos  ou  tarefas  que  têm  poucas  linhas  entrando,  e  muitas  saindo.  Falaremos  mais  sobre  isso  mais  tarde.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  20    

Mantenha  o  lúdico  

Para  criar  uma  Karabirrdt,  as  tarefas  abaixo  são  úteis:  

1. Tente   coletar   todas  as   tarefas  numa   sessão  de  brainstorming.  Nessa   sessão,  o   foco  é   coletar   ideias  rapidamente   e   criativamente,   sem   tentar   avaliações   críticas.  Mantenha   ao  mínimo   as   discussões   de  ideias.    

2. Revise   as   tarefas   para   decidir   a   qual   quadrante   da   roda   elas   pertencem.   (É   uma   tarefa   Sonhar,  Planejar,  Realizar  ou  Celebrar,  ou  seja  1,  2,  3  ou  4).  Se  houver  discordância,  escreva  ambos  os  números  relevantes.  

3. Transfira  então  cada   tarefa  para  um  post-­‐it.  Aqui   você  pode   reclassificar  as   tarefas  para   conectá-­‐las  mais   apropriadamente   com   os   12   passos   da   roda.   Desenhe   pequenos   círculos   no   topo   do   post-­‐it   e  escreva  a  descrição  da  tarefa  abaixo  do  círculo.  

4. Desenhe   o   quadro   básico   numa   folha   de   papel,   modo   Retrato,   com   4   quadrantes   e   12   passos  verticalmente,  e  3  posições  –  tarefas  que  são  necessárias  para  manter  o  grupo  de  projeto  (à  esquerda),  tarefas  que  levam  o  projeto  para  a  comunidade  (à  direita)  e  tarefas  que  são  ambivalentes  ao  centro.  

5. As  pessoas   então   colocam  os   post-­‐its   onde   elas   sentem  que   é   a   posição   certa.   A   qual   estágio   essa  tarefa  pertence?  É  uma  tarefa  que  tem  mais  a  ver  com  o  ambiente  ou  com  o  indivíduo?  Pode  ser  nos  dois  –  tente  encontrar  um  consenso  sobre  onde  colocá-­‐las.  As  tarefas  são  colocadas  mais  para  a  direita  ou  para   a   esquerda.  À   esquerda  busca-­‐se   colocar   tarefas  que  dependem  principalmente  de   recursos  internos  ou  pessoas  do  time,  enquanto  à  direita  colocam-­‐se  tarefas  que  dependem  mais  de  terceiros.  

6. Todos   os   membros   do   time   começam   a   conectar   os   círculos   intuitivamente,   com   linhas   retas,  reunindo-­‐se   em   frente   do   Karabirrdt,   baseado   no   critério   de   quais   tarefas   estão   logicamente  conectadas.  

7. Certifique-­‐se  de  que  todas  as  tarefas  estejam  conectadas  ao  começo  e  ao  fim  do  projeto,  seja  direta  ou  indiretamente  através  de  outras  tarefas,  e  numere-­‐as  sequencialmente  do  começo  ao  fim  da  página.    

Celebre  as  tarefas  que  já  foram  iniciadas  e  as  que  já  foram  completadas  até  o  momento.  Você  pode  se  surpreender  ao  descobrir  que  ¼  ou  1/3  do  projeto  já  começou.  Isso  vai  regenerar  a  motivação  e  fazer  

valer  uma  tarefa  complexa.    

O  que  pode  dar  errado  

Assim  que  você  classificar  as  tarefas  nos  quadrantes,   isso  vai  dizer  onde  seu  projeto  pode  ser  bloqueado.  De   qualquer   forma,   assim   que   seu   Karabirrdt   estiver   terminado,   as   tarefas   deveriam   estar   igualmente  distribuídas,   de   forma   que   não   deve   haver   grandes   pontos   vazios   ou   acumulações.   Se   houver,   isso  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  21    

possivelmente  evidencia  que  você  se  esqueceu  de  tarefas  importantes  ou  não  colocou  e  resumiu  todas  as  tarefas  corretamente.    

Se   tiver   dificuldades   em   colocar   certas   tarefas,   tente   o   seguinte   (parece  mágica,  mas   funciona  mesmo):  Coloque   essa   tarefa   em   qualquer   ponto   do   Karabirrdt   que   ainda   estiver   vazio,   e   certifique-­‐se   que   sua  classificação  se  encaixa  em  um  dos  12  passos.  

Para   a   criação   do   Karabirrdt,   lembre-­‐se:   Todos   são   responsáveis   pelo   grupo   todo.   Certifique-­‐se   de   que  nomeou  tarefas  importantes,  mas  fique  atento  ao  ‘acumular’  (colocar  muitas  tarefas  numa  única)  e  ‘rachar’  (ou  criar  muitas  tarefas  detalhadas  individuais).  Não  deve  haver  mais  do  que  40  tarefas  num  Karabirrdt  (se  mais  do  que  isso,  os  que  racham  ganharam  e  os  acumuladores  perderam.  Se  houver  menos  do  que  20,  é  o  oposto.  Trinta  e  seis  tarefas  é  um  bom  número  (9  em  cada  quadrante).    

Desapegue-­‐se   de   tarefas   que   não   tenham   um   bom   argumento.   Lembre-­‐se   de   ‘manter   o   lúdico’   e   de  praticar  Pinakarri  para  ouvir  profundamente  as  opiniões  dos  outros.    

Quando  criar  um  jogo  ganha-­‐ganha  com  alocação  das  tarefas,  lembre-­‐se  do  segredo:  não  importa.  

Agora  você  deve  saber:  quais   tarefas  estão  conectadas?  Quais   tarefas  são   interdependentes?  Qual   tarefa  será  beneficiada  da  realização  de  outra,  ou  será  necessária  para  o  sucesso  de  outra?  Desenhe  suas  trilhar  cantadas.  Quando  terminar,  olhe  para  o  Karabirrdt:  

• Há  tantas  linhas  entrando  em  cada  círculo  quantas  há  saindo?  Ou  há  concentrações  ou  faltas?  • Há  conexões  que  podem  ter  passado  despercebidas?  • Há  uma  tarefa  faltando  entre  duas  outras  e  que  podem  precisar  de  conexão?  

Isso  frequentemente  ocorre  nos  estágios  “sonhar”  e  “celebrar”.  A  última  coisa  a  fazer  é  identificar  aquelas  tarefas  que  têm  um  número  muito  alto  de  linhas  entrando  e  saindo  –  essas  podem  ser  os  marcos  no  seu  projeto.   Marque-­‐as   de   uma   forma   especial   –   por   exemplo,   desenhe   uma   estrela   ao   lado   delas...   Se   o  Karabirrdt   agora   parece   um   pouco   confuso,   não   tem   problema.   Apenas   lembre-­‐se   de   outra   lei  Dragon  Dreaming:   Confusão   é   o   portal   para   a   prática.   O   caos   vai   te   ajudar   a   ficar   com   a   dúvida   e   vivenciar   a  resposta  no  seu  tempo.    

Fique  atento:  Karabirrdt  é  algo  vivo,  portanto  pode  mudar.  Você  pode  adicionar  tarefas  se  estiverem  faltando  a  qualquer  momento.  Certifique-­‐se  de  colocar  o  Karabirrdt  num  local  onde  todos  os  membros  do  time  possam  vê-­‐lo.  Dessa  forma  todos  se  manterão  bem  informados  sobre  o  progresso  das  tarefas  

que  ainda  precisam  ser  feitas  e  de  quem  é  responsável  por  elas.    

Atribuindo  Tarefas  e  Responsabilidades  

Depois   que   todas   as   tarefas   estiverem   colocadas   na   Karabirrdt   e   todas   as   trilhas   cantadas   estiverem  desenhadas,  chegou  a  hora  de  distribuir  as  tarefas.   Isso  também  é  diferente  de  processos  convencionais,  onde   a   pessoa   que   é   melhor   em   algo   automaticamente   se   torna   responsável   por   aquela   tarefa   em  particular.  No  Dragon  Dreaming,   a   pessoa   que   se  mostra  mais   entusiasta   sobre   uma   tarefa   é   quem   fica  responsável   por   ela.   Para   assegurar   que   ninguém   se   sobrecarregue   ou   tenha   que   ‘reinventar   a   roda’   o  tempo  todo,  há  um  jeito  específico  no  Dragon  Dreaming,  para  distribuir  as  tarefas:  

1. Identifique   a   pessoa   que   se  mostrou  mais   entusiasmada   e  mal   pode   esperar   para   começar   aquela  tarefa.   Também   ajuda   se   essa   pessoa   já   tiver   certas   habilidades   na   área,  mas   não   é   preciso   ser   um  profissional.  Escreva  o  nome  dessa  pessoa  (talvez  apenas  as   iniciais)  na  tarefa  com  uma  caneta  verde  (ou  azul).  

2. Identifique  a  pessoa  que  tem  mais  receio  de  fazer  tudo  errado  com  aquela  tarefa  em  particular,  com  uma  caneta  vermelha  (novamente  as  iniciais).  

3. Identifique   as   pessoas   que   poderiam   facilmente   completar   essa   tarefa,  mas   ficariam   entediadas   se  fizessem  novamente.  As  iniciais  em  preto.    

4. As  pessoas  de  iniciais  em  verde  (ou  azul)  se  aplicam  ao  líder  do  time  para  a  tarefa,  as  vermelhas  são  aprendizes   e   as   pretas   são   mentores,   que   podem   ser   procuradas   para   conselhos,   informação,  treinamento  ou  apoio.  Pode  haver  vários  responsáveis,  aprendizes  e  mentores  para  uma  única  tarefa.    

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5. Tarefas  sem  nomes  atribuídos  podem  ser  as  que  requerem  uma  decisão  de  todos  no  projeto.  Então  escreva  “todos”  em  verde,  naquela  tarefa.  

6. Algumas  tarefas  exigem  conhecimentos  específicos.  Um  responsável  pode  ser  recrutado  em  uma  data  futura   para   realizar   essas   tarefas.   Eles   também   podem   indicar   tarefas   esquecida   pelas   pessoas   que  criaram  o  Karabirrdt  e  precisam  ter  seu  sonho  sonhos  adicionados  ao  círculo.  

7. Se  houver  buracos  na  delegação,  as  pessoas,  quer  acima  (juntamente  com  a  linha  da  canção)  ou  abaixo  dessa  tarefa  podem  ajudar.  

Maximize  Criatividade:  você  poderá  desfrutar  o  Karabirrdt  se  transformando  em  uma  obra  de  arte,  em  papel  ou  em  madeira,  ou  como  uma  escultura  com  outros  materiais,  a  fim  de  que  todos  sintam  alegria  

em  olhar  para  ele,  e  que  ele  pode  até  inspirá-­‐lo  ao  longo  do  processo  inteiro...  

Tempo  e  Investimento  Estimados  em  20  minutos  

Os   orçamentos   dos   projetos   buscam   gerar   estimativas   de   dedicação   (número   de   horas   de   trabalho),   de  duração  (qual  prazo  irá  levar  o  projeto  para  ser  concluído)  e  investimento  ou  custo  (quando  dinheiro  será  necessário   para   realizar   o   projeto).   Em  Dragon   Dreaming,   as   estimativas   de   tempo   e   investimento   são  feitas  de  uma  forma  muito  pouco  convencional.  Em  sistemas  tradicionais,  o  processo  de  orçamento  é  feito  por  uma  ou  duas  pessoas  durante  muitas  horas  e  dias,  usando  muitas  análises  e  cotações.  Mas,  para  um  processo  de  orçamento  Dragon  Dreaming  você  usa  a  intuição  coletiva  do  grupo:  um  processo  muito  mais  rápido  e  que  é  muito  mais  divertido.  Isso  pode  parecer  assustador,  mas  experimente  de  qualquer  maneira!  

O  grupo   se   reúne  em   frente  ao  Karabirrdt.  Uma  pessoa  atua  como   facilitador.  O  grupo   inteiro   começa  a  criar  um  ritmo,  ou  seja,  batendo  palmas  ou  com  percussão.  O  facilitador  começa  a   ler  em  voz  alta  tarefa  por   tarefa.   Para   cada   tarefa,   os  membros   da   equipe   gritam   o   primeiro   número   que   vem   à  mente,   com  respeito  a  dinheiro  e  tempo  (investimento  em  R$,  duração  da  tarefa  em  dias  ou  semanas  e  dedicação  em  dias  ou  horas).  Eles  fazem  isso,  junto  com  o  ritmo.  O  facilitador  escreve  os  números.  A  coisa  toda  deve  levar  20  minutos,  não  mais!  

O  ritmo  e  a  pressão  do  tempo  ajudam  a  evitar  pensar  demais.  As  pessoas  devem  realmente  responder  a  partir   de   seu   ‘instinto’.   Você   pode   optar   por   simplesmente   tomar   qualquer   resposta   dada   em   primeiro  lugar,  ou  coletar  as  respostas  de  várias  pessoas  e  chegar  a  uma  média  entre  elas.  

A  prática  tem  demonstrado  que  essa  forma  de  criação  de  um  orçamento  é  bastante  precisa.  No  entanto,  pode  ser  sábio  adicionar  um  ‘pulmão’  extra  de  15%  em  tempo  e  dinheiro  para  qualquer  resultado  que  você  obtiver.  Porque  outro  princípio  no  Dragon  Dreaming  diz  -­‐  Tudo  leva  mais  tempo.  Por  isso,  é  bom  adicionar  um  pouco  mais  para  os  imprevistos...  

Tudo  leva  mais  tempo  (e  mesmo  isso  pode  ser  uma  suposição!)  

Em  todos  os  casos,  é  importante  dar  um  passo  após  o  outro.  Uma  jornada  de  mil  milhas  começa  com  um  único  passo.  Você  sempre  pode  adaptar  o  seu  orçamento  em  caso  de  necessidade.  O  primeiro  orçamento  é  apenas   uma   orientação,   que   dará   uma   ordem   de   grandeza   do   projeto,   e   um   convite   para   começar   a  manifestar  o  seu  sonho.  

Finja  e  você  vai  se  tornar  isso!  Não  tente,  basta  fazê-­‐lo!  

O  Teste  do  Comprometimento  

Agora   vem   o   teste   final   para   o   plano   do   seu   projeto.   A   sua   equipe   tem   compromisso   suficiente   para  realmente  fazer  isso  acontecer?  

Nisto   estamos   entregando   o   nosso   poder   para   outra   pessoa.   Se   for   autêntico   é   impossível   imaginar   a  resposta  que  o  outro  tem  para  dar.  Nunca  podemos  saber  a  resposta  a  um  convite  genuíno,  ou  imaginar  o  que  o  outro   vai   dizer.   A   semente   está   sendo   transmitida  de  nós   para   os   outros.   Se   for   autêntica,   nunca  podemos  esperar  que  o  outro  diga  o  que  queremos  que  ele  diga.  

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Este  precisa  ser  um  convite  totalmente  autêntico.  Se  o  convite  é  genuíno,  não  se  pode  dizer  de  antemão  o  que  vai  acontecer.  Mas  se  organizamos  a  situação  de  forma  que  a  pessoa  diga  ‘sim’,  isso  é  manipulação.  E  transmitindo   dessa   forma   é   uma   violência.   Assim,   o   teste   que   nós   precisamos   é   de   se   preparar   para   a  liberdade.  

Em  Dragon  Dreaming  esta  é  uma  Pergunta  Geradora  que  pode  ser  respondida  com  sim  ou  não.  

 “Se  esse  projeto   fosse  executado   com  um  prejuízo,   e  não   levantar  o  dinheiro  necessário,   você  estaria  preparado   para   ser   parte   de   uma   equipe   de   pelo  menos   quatro   pessoas,   que   estariam  preparadas,   a  partir  do  seu  próprio  bolso,  para  dividir  igualmente  a  despesa  de  qualquer  perda?  Sim  ou  Não?”  

É   importante   nesta   circunstância   compartilhar   e   celebrar   igualmente   um   sim   ou   um   não.   Se   você   está  celebrando  os  ‘nãos’  menos  do  que  os  ‘sim’  então  o  projeto  está  se  tornando  manipulador  e  ganha-­‐perde,  e   não   genuinamente   ganha-­‐ganha.   A   razão   pela   qual   precisamos   de   quatro   pessoas   é,   geralmente,   para  garantir  que  todos  aqueles  não  sejam  somente,  por  exemplo,  sonhadores   (ou  planejadores,   fazedores  ou  celebradores),  e  que  a  equipe  tenda  a  ser  mais  ou  menos  equilibrada.  

Se  você  não  conseguir  pelo  menos  quatro  pessoas  dizendo  ‘sim’,  isso  normalmente  significa  que  há  algo  de  errado  com  o  plano.  Você  pode  precisar  voltar  e  reconsiderar  alternativas,  talvez  tentando  outros  objetivos  e  metas  menos  ambiciosos.  

Se  uma  pessoa  coloca  condições  na  sua  resposta,  então  a  resposta  é  ‘não’.  Mesmo  dizendo  ‘não’  agora,  se  o  projeto  seguir  adiante,  eles  podem  dizer  ‘sim’  e  depois  tornar-­‐se  uma  parte  da  equipe  de  ‘risco’.  

Na  realização  de  um  projeto,  são  somente  as  pessoas  que  dizem  ‘sim’  aqui,  que  tomam  as  decisões  sobre  as  tarefas  no  Karabirrdt  que  envolvem  dinheiro.  Isso  não  quer  dizer  que  elas  não  consultem  os  demais,  ou  que  estes  não  estão  mais  no  projeto.  Mas  são  somente  os  que  dizem  sim  que  têm  o  poder  de  decidir  sobre  o  dinheiro,  já  eles  são  os  únicos  que  carregam  o  risco.  As  decisões  deste  grupo  são  sempre  por  consenso.  

Até  hoje,  nunca  houve  um  caso  em  Dragon  Dreaming,  onde  um  projeto  foi  executado  com  uma  perda.  Em  parte,  isso  se  deve  porque  os  que  aceitaram  correr  riscos  monitoraram  o  progresso  de  perto  para  assegurar  que  estes  riscos  não  se  concretizariam.  

A   maioria   dos   projetos   Dragon   Dreaming,   mesmo   quando   bem   orçados,   geram   um   pequeno   saldo.   O  princípio   de  Dragon   Dreaming   é   que   esse   excedente   inesperado   não   pode   ser   dividido   ou   tomado   por  aqueles  que  assumiram  o  risco  –  seus  custos  já  foram  cobertos  no  orçamento  do  projeto.  Em  vez  disso,  na  celebração  final,  após  os  últimos  pagamentos  serem  feitos,  esse  excedente  é  dado  como  um  presente  não  solicitado  e  inesperado  para  outro  projeto  que  atenda  aos  princípios  do  Dragon  Dreaming.  

Ao  dar  um  verdadeiro  presente,  o  doador  tem  uma  gratificação  tão  grande  quanto  o  receptor  

Transpor   o   limiar   a   partir   do  Planejar   para  o  Realizar   é   um  dos   limites  mais   difíceis   do  processo  Dragon  Dreaming.   Isto   é,   quando   você   está   partindo   de   “ler   o   livro   de   receitas”   para   “fazer   e   comer   o   bolo   de  verdade”.  Existem  muitos  projetos  de  vida  em  que  as  pessoas  estão  usando  Dragon  Dreaming.  Entre  em  contato  com  eles  e   compartilhe  o  que  você  está  experimentando.  Os  projetos  que  nós   fazemos  definem  quem  somos...  

Então  se  divirta  ao  fazê-­‐lo,  continue  a  acompanhar  o  seu  progresso  e  não  se  esqueça  de  CELEBRAR!  

Doze  Perguntas  para  Gerenciar  um  Projeto  Bem  Sucedido  A  Gestão  bem  sucedida  muitas  vezes  exige  um  gerenciamento  cuidadoso  do   tempo,  estresse  e   recursos.  Pode  envolver  a  cuidadosa  coordenação  do  trabalho  de  muitas  pessoas,  aquelas  pagas  pelo  seu  trabalho  e  aquelas  que  oferecem  os  seus  esforços  em  prol  de  alcançar  as  metas  e  objetivos  do  projeto  e  em  fazer  os  sonhos   se   tornarem   realidade.   Para   alcançar   este   objetivo,   na   gestão   e   administração,   muitas   vezes   se  requer  um  processo  de   supervisão.  Normalmente,   a   supervisão  é  um  método  de   ‘poder   sobre’,   onde  os  chamados   ‘líderes’   supervisionam   as   pessoas   que   terminam   por   fazer   a   maior   parte   do   trabalho.   Em  Dragon   Dreaming,   sendo   fiel   ao   processo   de   ganha-­‐ganha,   é   diferente.   Todos   na   organização   têm   um  supervisor,  e  os  gerentes  podem  acabar  sendo  supervisionados  pelos  faxineiros!  

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Esta  supervisão  é  um  processo  democrático,  que  ocorre,  em  grandes  projetos,  numa  frequência  semanal.  O  supervisor  e  o  supervisionado  organizam  um  momento  e  um  lugar  mutuamente  satisfatório,  onde  a  pessoa  que  toma  o  papel  do  supervisor  faz  as  seguintes  12  perguntas  para  ajudá-­‐lo  neste  processo.  

As  12  perguntas  revisam  as  tarefas  no  Karabirrdt:  

1. O   que   você   esperou   alcançar   desde   a   última   vez   que   nos   reunimos   (na   semana   passada,   no   mês  passado...)?  Você  conseguiu   finalizá-­‐lo?  Se  sim,  você  comemorou  o  sucesso  e  preencheu  o  círculo  no  Karabirrdt?  Se  não,  este  trabalho  ainda  deveria  ser  feito?  

2. Qual   trabalho  extra  que   você  espera   ter   concluído  até   a  próxima   reunião?   Será  que  estas   atividades  ainda   contribuem   para   promover   o   nosso   sonho   em   geral   (revisar   e   considerar   alternativas,   se  necessário)?  

3. Quem  deve  estar  envolvido?  Quem  são  os  interessados  nessas  atividades?  4. Como  você  vai  envolver  aqueles  que  precisam  estar  envolvidos?  5. Quais  são  os  recursos  espirituais,  mentais,  físicos,  emocionais  ou  financeiros  que  são  necessários  para  

que  você  possa  completar  a  tarefa?  6. Como  você  pode  melhor  obter   esses   recursos?  Como  deveria   ser   realizado  o   trabalho?  Quais   são  os  

melhores  processos  para  esta  parte  do  projeto?  7. Até  quando  é  que  o  trabalho  deveria  ser  concluído?  Quando  deve  começar?  8. Como   você   poderia   tentar   sabotar,   distrair   ou   parar   a   si   mesmo   de   alcançar   as   tarefas   que   você  

estabeleceu?  9. Como  você  pode  melhor  resistir  às  tentações?  Que  tipo  de  apoio  você  precisa?  Onde  os  produtos  do  

trabalho  deveriam  ser  entregues?  Onde  o  trabalho  pode  ser  melhor  feito?  

Em  um  acompanhamento  devem  ser  feitas  estas  três  perguntas:  

10. Será  que  as  respostas  para  as  perguntas  acima  levaram  ao  término  bem  sucedido  que  você  esperava?  Isso  foi  celebrado?  Como?  

11. Sua   tarefa   está   sendo   bem   sucedida   em   seus   impactos   sobre   o   ambiente,   na   construção   da  comunidade   e   nos   efeitos   sobre   os   indivíduos   envolvidos   e   todos   os   interessados   e   participantes?  Como  isso  foi  comunicado  e  celebrado?  

Finalize  cada  encontro  /  revisão  com:  

12. Quando  e  onde  podemos  nos  encontrar  de  novo?  Como  você  se  sente  agora?  Existe  alguma  coisa  que  você  precisa  acrescentar?  

Monitorando  o  Progresso  Temos   feridas   profundas,   herdados   da   escola   e   sua   cultura   ganha-­‐perde,   sobre   avaliação   e  acompanhamento.  No  entanto,  estamos  no  negócio  de  tornar  nossos  sonhos  em  realidade.  O  processo  de  avaliação  em  Dragon  Dreaming  pode  ser  libertador  e  curar  essas  feridas.  

Na   fase   de   Sonhar   estabelecemos   um   sonho   coletivo   para   o   nosso   projeto.   No   Planejamento,  estabelecemos  a  nossa  meta  e  objetivos.  No  Karabirrdt,  estabelecemos  as  tarefas  necessárias,  o  orçamento  necessário,  quem  participa  do  Karlapgur,  a  colheita  esperada,  tudo  que  seria  necessário  para  realizar  essas  tarefas.  Na  fase  de  Realizar,  estabelecemos  táticas  para  alterar  e  modificar  nossos  planos  de  acordo  com  a  realidade  do  meio  ambiente.  Agora,  precisamos  ter  certeza  de  que  o  nosso  projeto  busca  de  fato  tornar  os  nossos  sonhos  em  realidade.  

Isto  começa  com  uma  pergunta  geradora:  

“Quais  evidências  temos  que  indicam  como  estamos  conseguindo  atingir  nossa  meta  e  objetivos,  e  para  tornar  nossos  sonhos  realidade?”  

O  seguinte  guia  rápido  mostra  como  fazer:  

1. Comece  em  uma  sessão  de  brainstorming.  Seja  criativo,  não  avalie!  Quando  o  grupo  começar  a  repetir  ideias,  pare  o  processo.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  25    

2. Nós  coletamos:  Então,  a  partir  da  lista  gerada  no  brainstorming,  veja  quais  evidências  o  projeto  pode  agregar  em  suas  operações  cotidianas.  (por  exemplo,  talvez  mantendo  um  registro  diário  de  chamadas  telefônicas  para  ver  quantas  pessoas  se  conecta,  com  a  comunidade  etc.)  

3. Crie   pesquisas   e   questionários:   aquelas   evidências   que   não   podem   ser   agregadas   desta   forma,  poderiam  ser  fornecidas  por  uma  pesquisa  intermitente  ou  questionário,  consolidado,  por  exemplo,  a  cada  3  ou  6  meses?  

4. Outros  coletam:  as  evidências  que  não  podem  ser  obtidos  da  forma  anterior  poderiam  ser  reunidas  por  alguém  e  compartilhadas  com  você?  

5. Projetos  de  pesquisa.   Aquelas  que  não   se  enquadram  nas   categorias   anteriores,   poderiam   se   tornar  um  projeto  de  pesquisa  útil  para  uma  universidade?  

6. Coletar  e  analisar  as  evidências,  usando-­‐as  para  mudar  e  moldar  o  caminho  do  seu  projeto.  

Dragon  Dreaming  não  é  sobre  a  tomada  de  controle,  que  é  um  mito  do  jogo  ganha-­‐perde.  Envolver-­‐se  com  o  meio  ambiente  significa  que  estamos  interagindo  com  um  mundo  vivo  do  qual  nós  também  somos  parte.  Acreditar  que  podemos  assumir  o  controle  deste  mundo  é  um  mito  humano,  um  egoísmo  que  irá   levar  à  frustração  e  desgosto.  

Tudo  em  Dragon  Dreaming  é  sobre  como  manter  as  coisas  seguramente  fora  de  controle  

O  A-­‐Há  do  Fazer.  Momento  da  Água.  Do  adulto  realizador.  Do  melancólico.  Da  ação  de  comportamento  com  compromisso.  Do  amor  romântico,  dos  apoiadores  das  sensações,  do  corpo.  De  agir  localmente,  da  semente  que  se  torna  consciente.  

Para  brotar  as  conexões,   insights,   iluminações,   ideias,  princípios  e  qualquer  coisa  que   lhe  surja,  de  forma  surpreendente,   como   uma   súbita   onda   que   formada   por   uma   folha   que   cai   na   superfície   do   lago.   Um  movimento  ao  outro,  ao  mundo.    

Esse  espaço  em  branco  abaixo  é  um  convite  para  um  Pinakarri.  

 

 

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  26    

DO  REALIZAR  AO  CELEBRAR  O   estágio   celebração   se   desenvolve   no   domínio   de   aprendizagem,   na   aquisição   de   novas   competências.  Fazer  um  Karabirrdt,  dançar  com  os  nossos  dragões,  e   tornar  os  nossos  sonhos  realidade  vai  exigir   todos  que  os  envolvidos  aprendam  novas  habilidades,  saiam  de  suas  zonas  de  conforto  e  descubram  que  são  mais  do  que  pensam  que  são.  Essas  habilidades  precisam  ser  descobertas,  honradas,  reconhecidas  e  aceitas.  É  preciso  agradecer  a  cada  pessoa  que  contribuiu  para  o  projeto.  

Lembre-­‐se:  um  sucesso  tem  muitos  pais.  Apenas  os  fracassos  são  realmente  órfãos.  

Uma  vez  que  o  estágio  de  Realizar  do  seu  projeto  estiver  concluído,  certifique-­‐se  que  você  terá  uma  grande  celebração.   É   apenas   após   uma   grande   celebração   que   o   projeto   terá   realmente   terminado.   E   assim   o  círculo  estará  completo  e  pode-­‐se  começar  tudo  de  novo...  

E  o  último  passo  para  a   sua   celebração   requer   a   análise  dos   resultados   transformadores.   Para   tanto   são  necessárias  as  seguintes  tarefas:  

Em  primeiro  lugar.  Agora  que  o  projeto  já  terminou,  o  que  mudaríamos  se  tivéssemos  que  fazer  o  projeto  novamente?  Isso  cria  a  aprendizagem  sobre  a  qual  o  verdadeiro  desenvolvimento  pessoal  se  baseia.  

Em  segundo  lugar.  O  que  mais  gostamos  neste  projeto,  de  modo  a  garantir  que  incluamos  isso  em  qualquer  projeto  futuro  que  possamos  fazer?  

De   quais   formas   o   projeto   realmente   levou   ao   nosso   crescimento   pessoal,   o   fortalecimento   das   nossas  comunidades  e  contribuiu  para  o  bem-­‐estar  e  contínuo  florescimento  de  toda  a  vida?  

Portanto,  você  tem  isso.  100%  dos  seus  sonhos  podem  se  tornar  realidade.  Esperamos  que  este  pequeno  guia  possa  ajudar  você  a  começar  com  o  que  sonho  espera  por  você  –  nós  desejamos-­‐lhe  muita  diversão,  aprendizagem  e  experiências.  Lembre-­‐se,  se  não  é  divertido,  não  é  sustentável!  

Uma  última  coisa,  o   jogo  vencedor  é  um  jogo   jogado  por  “tomadores”  ao   invés  de  “doadores”.  O  mundo  está   ficando   sem   a   capacidade   de   dar   mais,   e   desta   forma   projetos   Dragon   Dreaming   baseiam-­‐se   no  princípio   de   deixar   um   lugar   melhor   do   que   era   quando   nós   o   encontramos.   Limpeza   e   arrumação   de  espaço  faz  parte  da  celebração  final  de  qualquer  atividade  Dragon  Dreaming.  

A  última  etapa  do  Dragon  Dreaming?  É  a  de  discernir  com  sabedoria!  

Consciência  dos  sentimentos  em  um  grupo  Assim  como  nós  podemos  ter  relacionamentos  com  indivíduos,  também  podemos  ter  relacionamentos  com  um  grupo.  A  qualidade  destas  relações  depende  da  nossa  comunicação  –  como  nós  ‘alimentamos  o  dragão’  que   o   grupo   pode   representar.   Todo   grupo   tem   fraquezas   ou   sombras   interpessoais   que   precisam   ser  gerenciadas  efetivamente.  

No   começo   de   um   projeto,   quando   as   pessoas   se   encontram   pela   primeira   vez   e   o   grupo   é   novo,   os  participantes  em  seu  entusiasmo  inicial  geralmente  mostram  somente  o  que  eles  acham  ser  aceitável  para  o  grupo  e  enriquecedor  para  o  projeto.  Esta  é  uma  fase  bastante  positiva  de  aproximação  inicial,  sedução  mutual,  engajamento  e  lua  de  mel  (veja  abaixo  no  processo  de  mudança).  

Na  segunda  fase,  as  sombras  aparecem.  A  motivação  pode  decair  e  o  projeto  pode  entrar  numa  fase  mais  caótica.   O   grupo   pode   perder-­‐se   em   jogos   de   ganha-­‐perde,   culpando-­‐se   uns   aos   outros.   Os   grupos   irão  frequentemente  voltar-­‐se  para  aqueles  que  eles  consideram  serem  os  líderes  do  projeto  e  colocar  pressão  neles  para  levar  o  grupo  para  fora  do  caos.  Se  os  ‘líderes’  se  recusam  a  fazer  isso  eles  são  frequentemente  culpados  pelo  grupo,  o  qual  pode  então  procurar  outro  líder  para  tirá-­‐los  do  caos.  Esta  dinâmica  tem  o  risco  de   criar   hierarquias   que   enfraquecem   o   senso   de   comunidade.   Para   sair   do   desconforto   que   elas   estão  experimentando,  as  pessoas  podem  tentar  arrumar,  curar  ou  converter  aqueles  que  elas  consideram  ser  a  causa.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  27    

Na  terceira  fase,  se  o  grupo  for  capaz  de  ‘dançar  com  o  dragão’  do  desconforto  e  ficar  com  as  questões  que  emergiram  da  segunda   fase,  pode  surgir  um  período  de  silêncio.  Neste  silêncio  nós  podemos  reconhecer  que   todos   temos   sombras  e   feridas   internas,  que  nos   levam  um  passo  além  em  direção  a  um  estado  de  não-­‐julgamento.    

Uma  vez  dado  este  passo,  uma  quarta  fase  emerge.  Esta  fase  surge  da  nossa  habilidade  de  participar  profundamente  e  observar  ao  mesmo  tempo,  nos  levando  a  uma  comunidade  autêntica.  Este  é  

geralmente  um  profundo  processo  de  cura...  então...  CELEBREM!  J    

Não  desanime,  seja  qual  for  a  fase  em  que  estiver.  É  normal.  Existem  muitas  ferramentas  para  ajudá-­‐lo  a  descobrir  em  qual  fase  você  está.  No  Dragon  Dreaming,  um  caminho  com  o  qual  fazemos  isso  é  fazendo  um  relatório  do  clima  interno,  que  nos  ajuda  a  descobrir  quais  são  as  emoções  internas  dentro  do  grupo.  

Tente   encontrar   o   que   parece   ser   o  melhor   para   você   e   o   grupo.   Você   pode   também   querer   pesquisar  outros   processos   como   o   trabalho   sobre   formação   de   comunidades   de   M.   Scott   Peck   e   o   trabalho   de  Ecologia  Profunda  de  Joanna  Macy.  Sinta-­‐se  também  encorajado  de  usar  diferentes  meios  para  processos  de   grupo   como  movimento,   abordagens   criativas   de   todos   os   tipos,   e   –   claro   –   o   silêncio.   Uma   grande  oportunidade  de  usar  o  Pinakarri!  

Uma  organização  não  faz  automaticamente  uma  comunidade  

Trabalhar  com  os  nossos  Opositores  Testar  um  projeto  frequentemente  requer  que  lidemos  com  aqueles  que  podem  resistir  ou  que  se  opõem  abertamente   ao   projeto.   Estas   pessoas   podem   ser   as   maiores   apoiadoras   do   projeto,   ao   nos   tornarem  conscientes  de  fatores  inesperados,  aqueles  que  nós  não  sabíamos  que  não  sabíamos.  ‘A-­‐há!’    

O  opositor  mais  resistente  ao  nosso  projeto  é  a  pessoa  que  mais  pode  nos  ajudar  neste  projeto.  

Quando   descobrimos   um   resistente   ativo   como   este,   precisamos   celebrar,   já   que   esta   pessoa,   quando  aproximada  de  uma  forma  que  constrói  o  ganha-­‐ganha,  vai  ser  a  pessoa  que  mais  vai  ajudar.  

Nós  devemos  então  procurar  a  comunicação  com  uma  pessoa  como  esta.  Faça  a  ela  a  pergunta  geradora:  

“Eu  sei  que  você  pensa  que  nosso  projeto  é  errado  (ou  ruim,  ou  estúpido),  e  eu  sinceramente  gostaria  de  saber  por  quê.”  

Escreva  a   resposta  e   verifique   se  está   correta.   Então   leve  estas  anotações  para  o   seu   time  dos   sonhos  e  trabalhe  para  encontrar  uma  resposta  para  cada  ponto   levantado.  Então  retorne  ao  resistente  ativo  com  uma  nova  pergunta  geradora:  

“Você  se  lembra  do  nosso  ultimo  encontro?  Achamos  que  encontramos  a  resposta.  (contar  a  resposta).  O  que  você  acha?”  

Ele   normalmente   responderá   “Sim,   mas…”   e   virá   com   uma   segunda   longa   lista.   Repetir   este   processo  algumas  vezes  normalmente  vai  levar  a  uma  resposta  diferente…  “Sim,  acho  que  vai  funcionar!”.  

Agora  vem  o  melhor  momento,  uma  celebração  de  gratidão  com  o  coração  sincero.  Você  diz   “Agradeço-­‐lhe.  Você  não  tem  ideia  do  quanto  ajudou  o  nosso  projeto.  Você  gostaria  de  se   juntar  ao  nosso  time  dos  sonhos  para   tornar  este  sonho  em  realidade?”  Como  resultado  do   respeito  demonstrado,  a  pessoa  pode  dizer   “Sim!”.   Jesus   nos   disse   para   amar   nossos   inimigos.   No   Dragon   Dreaming   levamos   este   passo   um  pouco  mais  longe  –  nós  trabalhamos  junto  com  eles  através  de  uma  posição  de  respeito  mútuo.  

Liderança  em  Dragon  Dreaming  Sem  dúvida,  a  liderança  em  nossa  cultura  ganha-­‐perde  é  uma  profunda  ferida  e  um  dos  conceitos  mais  mal  compreendidos,   pois   geralmente   a   preocupação   é   tomar   o   controle,   dominar   e   forçar   outros   a   se  submeter.  Supõe-­‐se  que  os   líderes  têm  qualidades  especiais,  diferentes  das  pessoas  normais,  que  trazem  desde  seu  nascimento  ou  obtém  como  resultado  de  circunstâncias  especiais.  Mas  essas  teorias  de  liderança  

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são  um  mito,  promovidas  por   aqueles  que  procuram  dominar,   e   aceitas  por  muitos  que   são  dominados.  Este   conceito   cultural   de   líder   nega   o   significado   original   da   palavra.  Há   cinco  mil   anos,   a   palavra   ‘líder’  originalmente   significava   ‘o   transportador   de   carga’   que   faz   o   trabalho   mais   difícil   e   não   a   pessoa  responsável.  Ainda  hoje,  de  forma  alguma  se  produzem  líderes  a  partir  de  circunstâncias  especiais,  mas  sim  estes   são   criados   por   seus   seguidores.   Se   os   seguidores   retiram   seu   apoio,   o   líder,   não   importa   quão  tirânico   seja,   não   pode   sobreviver   como   líder.   Gandhi   compreendeu   esta   verdade,   assim   como   Martin  Luther  King  e  Jesus.  

Dragon  Dreaming  está  profundamente  baseada  na  sabedoria  do  sábio  chinês  Lao  Tse,  que  disse:  

“Vá  com  o  povo,  Viva  com  eles,  Aprenda  com  eles  Comece  com  o  que  eles  sabem  Construa  com  o  que  têm.  Mas  dos  melhores  líderes,  Quando  o  trabalho  foi  feito,  E  a  tarefa  cumprida  As  pessoas  dirão  ‘Já  fizemos  isso  por  nós  mesmos’.”  

 

O  Processo  de  Mudança  É   importante   reconhecer   que   cada   projeto   envolve   mudanças,   e   essas   mudanças   podem   ser   por   vezes  dolorosas,  como  sabemos  a  partir  do  acima  exposto,  que  as  pessoas  só  mudam  quando  a  dor  da  mudança  é  percebida  como  menor  do  que  a  dor  de  permanecer  o  mesmo.  Todos  os  projetos  envolvem  a  passagem  de  um  período   inicial,   no   sentido  de   cumprir   seu  objetivo,   que  pode   ser   tanto  um  ponto   final   definitivo  ou  temporário,  nesta  fase  de  um  projeto.  

No  entanto,  os  projetos  raramente  funcionam  de  forma  linear.  Geralmente,  há  um  longo  período  de  tempo  no  início,  um  período  durante  o  qual  impulso  preparatório  é  construído.  Em  muitos  projetos  esta  dinâmica  torna-­‐se  excitante  e  mais  trabalho  é  feito  no  final  do  projeto,  levando  o  projeto  superar  a  meta,  resultando  em  superação  e  colapso.  Um  projeto  sustentável,  no  entanto,  vê  esta  fase  de  impulso  crescente  substituída  por  uma  orientação  cuidadosa  na  segunda  metade  de  um  projeto  para  certificar-­‐se  de  que  o  objetivo  seja  alcançado  de  forma  sustentável.  

Quanto   trabalho   precisamos   fazer.   Em  um  projeto   sustentável,   a   quantidade   de   trabalho   realizado   deve  subir   até   ao  meio   do   projeto,   e   deve   cair   em   seguida.   Em   projetos   insustentáveis   os   níveis   de   trabalho  continuam  a  subir,  resultando  em  exaustão  dos  participantes.  

Com  a  curva  de  motivação  de  um  projeto,  há  quatro  estágios,  naturalmente,  de  Sonhar,  Planejar,  Realizar  e  Celebrar.  

Sonhar  

1. A   fase   de   aproximação:   Este   é   o   lugar   onde   uma   pessoa   ouve   pela   primeira   vez   sobre   o   projeto   e  pensa,   ‘isso   parece   valer   a   pena,   eu   poderia   /   deveria   fazer   algo   sobre   isso’.   Mas   muitas   vezes   as  pessoas  não  fazem  e  precisam  ser  lembradas  várias  vezes.  

2. A  fase  de  sedução:  é  onde  o  time  de  sonho  se  reúne  e  você  começar  a  criar  o  sonho  coletivo  para  o  projeto.  

3. A   fase   de   engajamento:   É   quando   a   equipe   se   compromete   com   o   projeto   e   começa   a   fazer   a  diferença,  maximizando  a  sua  inteligência  coletiva.  

4. A  fase  de  lua  de  mel:  É  uma  fase  maravilhosa,  onde  o  projeto  parece  tão  incrível,  a  equipe  é  fantástica  e  os  problemas  magicamente  desaparecem.  

Mas  a  lua  de  mel  é  sempre  um  cenário  de  superação  e  colapso.  A  realidade  fala  mais  forte  e  a  motivação  começa  a  cair.  Até  onde  ela  cairá,  depende  se  é  um  projeto  ganha-­‐ganha  ou  um  projeto  ganha-­‐perde.  

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Planejar  

A  motivação  das  pessoas  tenderá  a  cair  na  fase  de  planejamento,  normalmente  através  de  duas  fases:  

1. A  fase  de  negação:  Nesta  fase  a  motivação  das  pessoas  vai  cair,  mas  elas  podem  não  estar  cientes  do  fato.  Elas  vão  dizer  coisas  como:  “Não  temos  nenhum  problema  real,  não  é  mesmo?”.  

2. A   fase   de   barganha:   Segue   a   negação.   Aqui,   nos   jogos   ganha-­‐perde,   as   pessoas   começam   a   fazer  concessões,  e  sua  motivação  geralmente  cai  a  zero.  

Mas  lembre-­‐se,  em  Dragon  Dreaming  não  há  nenhum  compromisso!  

Realizar  

Também  tem  duas  fases  nos  jogos  de  projetos  ganha-­‐perde:  

1. A   fase   dos   ‘3   Cs’:   Estes   são   os   padrões   automáticos   de   sobrevivência   que   se   desencadeiam   em  circunstâncias  difíceis:  

a. Congelar:   Aqui   as   pessoas   vão   ranger   os   dentes   e   dizer!   “Vamos,   vamos   apenar   fazer   o  trabalho”.  É  a  atitude  de  ‘Fingir-­‐se  de  morto’.  

b. Combater:   Esta   é   a   fase   em   que   as   pessoas   começam   a   culpar   uns   aos   outros   por   suas  dificuldades,  e  as  coisas  ficam  difíceis.  A  motivação  pode  mesmo  tornar-­‐se  negativa.  

c. Correr:   Esta   é   a   fase   em   que   as   pessoas   começam   a   deixar   o   projeto.   As   reuniões   ficam  menores  e  o  trabalho  é  deixado  de  lado  entre  as  reuniões.  

2. A  Fase  de  Depressão:  Se  você  se  comprometeu  com  um  projeto  e  não  pode  sair  durante  a  fase  de  fuga  (Correr),  tende  a  ocorrer  uma  fase  de  depressão,  acompanhada  por  pensamentos  negativos  e  assunção  pessoal  da  culpa.  Isso  é  muitas  vezes  a  fase  mais  difícil  de  todas.  

Celebrar  

Também  tem  duas  fases:  

1. Recuperação:   Acontece   depois   de   uma   queda   na   energia.   Coisas   que   eram   difíceis   parecem,   em  retrospectiva,   serem  menores   do   que   se   pensava   inicialmente,   e   a  moral   e  motivação   podem   subir  rapidamente.  

2. Transformação:  Vem  um  pouco  mais  tarde,  com  um  pouco  mais  de  reflexão  e  pensamento  sobre  das  lições  que  foram  aprendidas.  Nesta  fase  são  frequentemente  encontradas  resoluções,  como  a  decisão  de  modificar  comportamentos  no  futuro.  

A  maioria  dos  projetos  ganha-­‐perde,  e  as  pessoas  envolvidas,  passam  pelas  fases  mencionadas  de  vez  em  quando,   ou   até   repetidamente.   Acontece   também   de   algumas   pessoas   passarem   por   certas   fases  mais  rápido  que  outras.  Dependendo  de  suas  personalidades,  por  exemplo,  uma  pode  estar  na   fase  de   lua  de  mel,  enquanto  outra  pode  já  ter  alcançado  a  depressão.  Desentendimentos  mútuos  podem  ocorrer.  

Este   padrão   é   encontrado   na   maioria   dos   projetos   ganha-­‐perde.   Se   você   está   tentando   construir   um  projeto  ganha-­‐ganha,  e  imediatamente  detectar  uma  queda  de  motivação,  no  final  do  estágio  de  negação  

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você  deve  celebrar.  Dessa  forma  você  poderá  construir  uma  motivação  alta  e  sustentável  para  os  projetos  pelos  quais  você  se  interessa.  

Confusão  é  o  caminho  para  as  inovações!  

Planejamento  Sucessório  Todo  mundo  vai,  eventualmente,  sair  do  seu  projeto.  Mas  será  que  o  seu  projeto  sobrevive  à  sua  partida?  O  planejamento  sucessório  é  necessário  para  garantir  que  os  projetos  não  entrem  em  colapso,  porque  o  iniciador   sofre   esgotamento,   se   move   para   fazer   outra   coisa   ou   o   seu   foco   de   interesse   muda.  Normalmente,   essa   substituição   só   acontece   no   final   de   um   projeto,   mas   em   Dragon   Dreaming   é  importante  que  você  substitua-­‐se  por  alguém  que  você  sente  que  pode  ser  melhor  em  fazer  o  seu  projeto  do  que  você  mesmo,  e  que  faça  isso  quando  o  seu  entusiasmo  pelo  projeto  está  em  seu  ponto  mais  alto,  e  não  quando  está  no  seu  mínimo.  Se  ficar  esperando  até  o  final,  vai  testemunhar  o  colapso  de  seu  projeto,  e  você  se  tornará  como  um  vampiro,  a  caça  de  ‘sangue  novo’.  

Como   você   encontrar   estes   substitutos?   Eles   virão,   provavelmente,   a   partir   do   seu   time   dos   sonhos,  aqueles   que   você   apoiou   na   realização   do   sonho.   Eles   podem   precisar   de   habilidades   ou   treinamento  adicional.  Poderão  também  exigir  uma  equipe  de  apoio  e  assistência.  Um  longo  período  de  aprendizado  vai  garantir  que  a  história  do  projeto  não  se  perca  quando  os  iniciadores  saírem.  

Substituindo-­‐se  desta  forma  não  significa  necessariamente  que  você  vai  deixar  o  projeto.  Isto,  no  entanto,  cria   um   profundo   sentimento   de   liberdade.   Você   sabe,   por   exemplo,   que,   se   por   razões   pessoais   ou   de  saúde  você  precisar  parar,  seu  projeto  vai  sobreviver  à  sua  partida.  Substituindo-­‐se  desta   forma  também  nos  ensina  a  ter  um  senso  de  humildade.  

Substitua  a  si  mesmo  o  mais  breve  possível  por  alguém  que  é  melhor  em  realizar  do  que  você.  

Mas  o  que  é,  então,  a  sabedoria?  

A   sabedoria   é   muitas   vezes   confundida   com   o   conhecimento,   mas   a   sabedoria   é   diferente   de  conhecimento.  O  conhecimento  pode  ajudar  a  construir  a  sabedoria.  

Sabedoria  =  Conhecimento  +  resposta  de  feedback  em  profunda  satisfação.  

Mas  então  o  que  é  o  conhecimento?  

O  conhecimento  é  muitas  vezes  confundido  com  o  entendimento,  mas  o  conhecimento  é  diferente  deste,  embora  o  entendimento  seja  necessário  para  construir  conhecimento.  

Conhecimento  =  Entendimento  +  ação  de  comportamento  com  compromisso.  

O  que  agora  é  entendimento?  Entender  é  diferente  de  informação.  

Compreender  =  Informação  +  cruzar  o  limiar  das  possibilidades  em  contexto.  

Mas  o  que  é   informação?  Dizem-­‐nos  que  vivemos  na  era  da   informação,  mas  não  seria  melhor  dizer  que  hoje  vivemos  em  um  oceano  de  dados?  

Informação  =  Dados  +  o  estímulo  de  uma  intenção  em  relação.  

Em   nosso   mundo   atual,   a   sabedoria   corre   perigo   de   desaparecer   e   se   tornar   mero   conhecimento.   O  conhecimento   também   está   sob   ataque   de   quem   o   teme   e   está   se   tornando   em   uma   compreensão  superficial.   E   esta   compreensão   está   desaparecendo   e   se   transformando   em   informações   vazias.   Como  perdemos  a  capacidade  de  moldar  o  nosso  mundo  e  tornar  os  nossos  sonhos  em  realidade,  a  informação  está  se  tornando  apenas  em  dados   inúteis.  Dados   inúteis  se  tornam  apenas  mais  um  barulho  e,  como  os  ruídos   acumulados   eles   nos   trazem   medo   e   a   ascensão   da   superstição.   E   assim   perdemos   a   nossa  capacidade  de  sonhar.  

Lembre-­‐se:  a  melhor  forma  de  aprender  algo  e  reduzir  a  curva  de  esquecimento  é  ensinar  alguém.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  31    

Tornando-­‐se  um  Ovo  de  Dragão  Dragon   Dreaming   se   ampliou,   a   partir   de   uma   ferramenta   de   planejamento   de   projetos   usada   pela  Fundação  Gaia  da  Austrália  Ocidental,  e  agora  está  se   tornando  um  método  cada  vez  mais   rápido  para  a  construção   de   projetos   e   organizações   de   grande   sucesso   para   o   que   tem   sido   chamado   de   “A   Grande  Virada”   da   nossa   cultura,   longe   de   estreito,   interminável   e   insustentável   crescimento   financeiro   das  corporações,  para  uma  cultura  que  sustenta  a  vida  complexa  no  planeta.  Ele   já  se  espalhou  por  todos  os  continentes   através   dos   esforços   de   um   grupo   fantástico   de   pessoas   comprometidas   e   dedicadas.  Recentemente  no  Brasil,  decidiu-­‐se  que  essas  pessoas  podem  ser  celebradas  como  “Ovos  de  Dragão”.  

O   que   é   um  Ovo   de   Dragão?  Um   ovo   de   dragão   é   alguém   que   de   alguma   forma   foi   exposto   a  Dragon  Dreaming.  Quem  tomou  a  sua  caixa  de  ferramentas  e  a  aplicou  por  mais  de  seis  meses  em  um  projeto  de  sua  própria   escolha.  Um  Ovo  de  Dragão  é  uma  pessoa  que,   como  parte  de  um  Time  de   Sonhos  de  pelo  menos  quatro  pessoas,  procura  trazer  capacitação  em  Dragon  Dreaming  para  sua  própria  comunidade.  Eles  criam  seu  próprio  Círculo  Sonho  e  Karabirrdt  para  fazer  isso.  Entram  em  contato  com  um  Instrutor  Dragon  Dreaming,  alguém  que  tenha  completado  uma  oficina  de  Capacitação  de  Treinadores,  e  se  organizar  para  trazer  um  grupo  de  pelo  menos  dez  pessoas  para  estender  o  trabalho,  quer  através  de  uma  Oficina  Dragon  Dreaming  Introdutória  ou  Intensiva.  Eles  se  comprometem  a  cobrir  eventuais  perdas  que  possam  ocorrer.  Por  esse  trabalho  e  responsabilidade  com  Dragon  Dreaming,  os  Ovos  de  Dragão  obtém  certos  privilégios:  

1. Em  troca  de  assumir  o   risco   financeiro,  e  a   tarefa  de  divulgar  e   fazer  a   inscrição  de  participantes  em  uma  oficina  Dragon  Dreaming,  Ovos  de  Dragão  participam  desta  oficina  de  graça,  sem  pagar  nenhuma  taxa  de  instrução.  

2. Participam  do  Círculo  de  Sonhos  inicial  da  oficina  em  condições  de  igualdade  em  relação  ao  facilitador  ou  treinador.    

3. Fazem   parte   das   sessões   de   planejamento   diário   de   uma   oficina,   ajudando   o   facilitador   com   a  supervisão  da  energia  do  grupo.    

4. São   participantes   plenos   da   oficina,   não   tendo   que   se   envolver   em   questões   de   alimentação,  alojamento  ou  local  de  organização.  

5. Garantem  a  pontualidade  do  grupo  e  proporcionam  entusiasmo  e  estímulo  à   formação  de  grupos  de  trabalho  em  oficinas.  

6. Ajudam   assumindo   a   responsabilidade   com   a   inscrição   dos   participantes   e   cobrança   de   inscrições   e  taxas.  

7. Dão   feedback   aos   facilitadores   de   oficinas   e   treinadores   sobre   a   sua   experiência   como   um   Ovo   de  Dragão  e  sugerem  possíveis  melhorias  para  o  futuro.  

8. Podem   ser   convidados   a   liderar   uma   sessão   em  que   tenham   interesse   pessoal   durante   a   oficina,   ou  realizar  tarefas  especiais  a  partir  de  uma  sessão  de  planejamento  matutina.  

9. Participam  na  celebração  final  de  uma  oficina  ou  curso  Dragon  Dreaming  com  o  facilitador  /  treinador  e  os  seus  custos  são  cobertos  como  uma  despesa  legítima  do  projeto.  

10. Têm   prioridade   para   o   preenchimento   de   vagas   quando   é   oferecida   ou   ocorre   uma   Oficina   de  Formação  de  Treinadores.  

Aprenda  como  realizar  eventos  extraordinários.  

O  A-­‐Há  do  Celebrar.  Um  convite  para  fazer  um  Pinakarri.  

Momento   da   Terra.   Do   celebrador   celebrar.   Do   idoso   colérico.   Do   agradável   introvertido.   De   delegar   e  passar   o   bastão,   com  profundos   sentimentos.   De   ser   pleno,   pessoalmente.   De   deixar  morrer   a   semente  para   renascer  como  broto,  e  da   lagarta  permitir-­‐se  em  borboleta.  Momento  da  Fênix   transmutar-­‐se  pela  satisfação  e  sabedoria  nutridas  pelo  amor  incondicional.  

Um   súbito   tremor   no   solo   que   te   surpreende   positivamente   e   te   faz   grato,   como   lembrete,   pela  sustentação   que   a   Mãe   Terra   te   provê.   Uma   serenidade   pela   sensação   do   caminho   bem   vivido.   Um  descansar  que  traz  em  si  a  essência  de  descansar,  e  sonhar,  sonhar...  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  32    

UM  FINAL  QUE  É  UM  COMEÇO  Este   Guia   Prático   é   apenas   uma   parte   do   desenvolvimento   do   corpo   de   informações   sobre   Dragon  Dreaming.  

Lembre-­‐se  que  Dragon  Dreaming   é  um  trabalho  em  progresso.  Dragon  Dreamers  do  Brasil   à  Rússia  e  do  Canadá  ao  Congo  fazem  parte  de  uma  comunidade  viva  de  aprendizado,  onde  todo  mundo  está  fazendo  o  seu  melhor.  

Grande  parte  do  material  escrito  e  audiovisual   já  está  disponível.  Existem  fichas  técnicas  e  apresentações  em   PowerPoint   disponíveis.   Há   também  muitas   entrevistas   ou   partes   de   vários   workshops   filmados   no  YouTube.  Mais  materiais   sobre  Dragon  Dreaming   estarão  disponíveis  em  breve,   incluindo  um  Manual  do  Treinador  e  o  livro  “Dragon  Dreaming  -­‐  Abrindo  o  Coração  Global”,  por  John  Croft.  

Lembre-­‐se:  grandes  projetos  bem  sucedidos  surgem  de  pequenos  projetos  bem  sucedidos  

Este  e-­‐Book  começou  entre  Março  e  Junho  de  2012,  com  o  trabalho  de  Ilona  Koglin,  após  uma  oficina  no  Betahaus,  Berlim,  em  cooperação  com  Catriona  Blanke,  Manuela  Bosch,  Angel  Hernandez  e  Florian  Muller  e  foi   concluído  na  Primavera  de  2013,   integrando  os  escritos  de  Mônica  Prado   (Mandakini  Dasi)  de   Juiz  de  Fora,  Brasil,  em  cooperação  com  Bernadette  Otto  de  Penticton,  Canadá,  e  com  a  ajuda  e  mais  material  de  John   Croft,   co-­‐criador   de  Dragon   Dreaming,   sobre   cujos   pensamentos   e   ideias   este   livro   se   baseia.   Foi  traduzido  do  alemão  para  o  inglês  por  Catriona  Blanke.  Leiaute  original  por  Ilona  Kogllin.  

No  Brasil,  em  2013,  foi  traduzido  do  inglês  para  o  português  por  Áureo  Gaspar,  Leonardo  Marques,  Maisa  Lammachia,  Marcos  Molz,  Nara  Pais  e  Pedro  Lunaris.  

No   despertar   de   2014,   Áureo   Gaspar   efetuou   a   revisão   e   ampliação   do   e-­‐book,   tornando-­‐o   um   Guia  Prático.  Complementou  a  redação  de  diversos  textos  em  português,  acrescentou  textos,  figuras,  mudou  a  sequência  de  tópicos  para  adequação  aos  cursos  atuais.  Fez  revisão  ortográfica  geral.  Cris  Gantus  compilou  a  sequencia  de  perguntas  norteadoras.  Ruth  Andrade  criou  materiais,  como  ‘A  Sabedoria  do  Dragão’,  deu  ideias  textos  e  fez  algumas  alterações  no  texto  (Objetivo  Geral).    

 

 

Se   você   se   sente   parte   desta   comunidade   Dragon   Dreaming   e   comunga   dos   princípios   de   crescimento  pessoal,  formação  de  comunidades  e  serviço  à  Terra,  e  se  quer  tornar  em  realidade  os  sonhos  de  todos  nós,  contribuindo  para  ampliar  a  comunidade  Dragon  Dreaming  e   transmitir  este   trabalho,  entre  em  contato.  Nós   te   convidamos   a   acessar   o   manuscrito   original   deste   Guia   Prático,   fazer   suas   contribuições   e  compartilhá-­‐las,  inscrevendo  seu  nome  neste  histórico.  

 

 

 

 

Para  mais  informações  sobre  Dragon  Dreaming  e  para  conhecer  a  relação  de  treinadores  e  outros  insights  úteis,  por  favor,  visite:  

Dragon  Dreaming  Internacional:  dragondreaming.org/pt/dragon-­‐dreaming/  Dragon  Dreaming  Brasil  –  dragondreamingbr.org    Dragon  Dreaming  Brasil  no  Facebook  –  facebook.com/groups/107192366047436/        

   

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  33    

Profecia  Hopi    

 

Gratidão  profunda  às  muitas  amigas  e  amigos  pelas  conversas,  A-­‐hás,  textos  inspiradores,  pela  alegria,  pelo  trabalho  trabalhado  junto.  

E  como  é  que  vamos  terminar  esse  Guia  Prático?  Como  todos  os  projetos  que  precisam  acabar  no  caminho  em  que  nós  começamos,  agora  transitamos  e  passamos  o  bastão...  

 

A  partir  de  Oraibi,  da  Nação  Hopi,  a  profecia  de  um  ancião  celebrador  no  anoitecer  dos  seus  dias.  

 

 “Você  disse  ao  povo  que  esta  é  A  Décima  Primeira  hora,  agora  você  deve  voltar  e  dizer  às  pessoas  que  esta  é  a  Hora.  E  há  coisas  a  serem  consideradas  Onde  você  está  morando?  O  que  você  está  fazendo?  Quais  são  os  seus  relacionamentos?  Você  está  em  relação  correta?  Conheça  o  seu  jardim.  

 

É  hora  de  falar  a  sua  verdade.  Seja  bom  para  os  outros.  E  não  procure  o  líder  fora  de  si  mesmo.  Então,  ele  apertou  as  mãos,  sorriu,  e  disse:  “Este  poderia  ser  um  bom  momento”.  

 

Há  um  rio  que  agora  flui  muito  rápido.  É  tão  grande  e  rápido,  que  há  aqueles  que  terão  medo.  Eles  tentarão  se  manter  às  margens.  Eles  sentirão  que  estão  sendo  dilacerados  e  sofrerão  muito  Saiba  que  o  rio  tem  seu  destino.  

 

Os  mais  velhos  dizem,  temos  de  sair  das  margens,  empurrar  para  o  meio  do  rio,  manter  nossos  olhos  abertos  e  nossas  cabeças  acima  da  água.  E  eu  digo,  veja  quem  está  lá  dentro  com  você  e  celebre.  Neste  momento  da  história,  não  devemos  tomar  nada  como  pessoal.  Menos  do  que  tudo,  a  nós  mesmos.  No  momento,  o  que  fazemos,  o  nosso  crescimento  espiritual  e  viagem  chegam  a  um  impasse.  O  tempo  do  lobo  solitário  acabou.  Reúnam-­‐se!  Retire  a  palavra  luta  de  sua  atitude  e  seu  vocabulário.  Tudo  o  que  fazemos  agora  deve  ser  feito  de  uma  forma  sagrada  e  em  celebração.  

 

NÓS  SOMOS  AQUELES  POR  QUEM  TEMOS  ESPERADO!    

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  34    

PARA  SABER  MAIS  A  Sabedoria  do  Dragão  SONHAR    

1. Sempre  busque  aquilo  que  fará  com  que  100%  dos  sonhos  se  tornem  realidade.  2. Ao  construir  um  time  dos  sonhos,  apresente  pessoas  que  você  gosta  e  admira  a  pessoas  que  você  

gosta  e  admira.    3. Maximize  suas  experiências  de  A-­‐há,  toda  nossa  criatividade  surge  do  sonhar.    4. Tudo  é  um  fluxo  temporário  em  um  processo  de  fluxo.    5. Deixe  os  sonhos  individuais  morrerem,  para  que  o  sonho  coletivo  possa,  assim  como  a  fênix,  ressurgir  

das  cinzas.    6. Evite  a  pressa,  fique  na  pergunta  e  viva  a  sua  vida  até  a  resposta.    7. Substitua-­‐se  assim  que  possível  por  uma  pessoa  que  é  melhor  que  você  naquilo  que  faz.      8. Não  tema  o  silêncio,  deixe  que  a  Terra  fale  através  de  você  nesses  momentos.    

PLANEJAR  

9. Pergunte-­‐se  o  que  pode  dar  errado.    10. Existem  dois  tipos  de  pessoas:  os  detalhistas  e  os  generalistas.    11. Atenção:  a  energia  sempre  cai  durante  a  fase  de  planejamento.    12. Acentue  o  positive,  elimine  o  negative.    13. Primeiro  crie  os  objetivos  específicos  e  depois  o  objetivo  geral.  14. Construa  o  Karabirrdt  como  base  da  criação  de  estratégia,  custos  /  investimentos  estimados,  

cronograma  e  atribuição  de  tarefas.    15. Fique  de  olho  na  “paralisia  por  análise”  –  ela  pode  matar  o  entusiasmo  e  a  motivação  cairá.    

REALIZAR  

16. Tudo  sempre  demora  mais.    17. O  trabalho  se  expande  para  preencher  todo  o  tempo  disponível.  O  ócio  é  um  trabalho  de  período  

integral.    18. Construa  organizações,  grupos  e  projetos  de  forma  que  tenham  o  centro  vazio.    19. Dragon  Dreaming  trata-­‐se  de  deixar  as  coisas  fora  de  controle  de  maneira  segura.      20. O  inimigo  do  seu  projeto  é  a  pessoa  que  irá  mais  ajudá-­‐lo.    21. Finja  até  que  você  consiga.  Não  tente,  faça.      22. O  ótimo  é  inimigo  do  bom.    23. A  confusão  é  o  portal  para  as  grandes  revelações.    

CELEBRAR  

24. Sem  barganhas,  100%  para  todo  mundo.    25. Celebre  o  caminho  todo…  26. Aprenda  a  organizar  eventos  extraordinários.    27. Mantenha  o  processo  todo  lúdico.    28. Menos,  às  vezes,  é  mais.    29. Não  espere  até  que  se  torne  perfeito.    30. Seu  corpo  não  mente  jamais,  deixe-­‐o  ouvir  a  Terra.    31. O  maior  fracasso  é  um  sucesso  prévio  repetido  de  maneira  inapropriada.    32. As  pessoas  só  mudam  se  a  dor  da  mudança  for  menos  do  que  a  dor  de  continuar  na  mesma.    

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  35    

A  Roda  Completa  de  Dragon  Dreaming  

 

   

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  36    

Perguntas  Norteadoras  Dragon  Dreaming  Expectativas   • O  que  você  espera  alcançar  com  este  curso  para  você  possa  dizer  ao  seu  final  que  essa  foi  a  

melhor  maneira  possível  de  passar  o  seu  tempo?  Dragão   • Que  força  ou  hábito  internos  te  impediriam  de  alcançar  seu  objetivo  neste  curso?  

• Como  você  poderia  se  auto  sabotar  para  não  atingir  suas  expectativas?  Sonhar   • Para  que  você  esteja  100%  comprometido  com  este  projeto  de  (12)  meses,  o  que  ele  precisa  

ter?  • Se  esse  projeto  acontecer  nos  próximos  (06)  meses,  o  que  ele  precisa  ter  para  que  seja  100%  

seu?  • Esse  sonho  será  realizado  em  (um  ano).  O  que  precisa  ter  nele  para  que  você  diga  que  foi  a  

melhor  maneira  de  você  passar  o  seu  tempo?    • O   que   precisa   acontecer   neste   projeto   nos   próximos   (12)   meses   para   que   você   se   sinta  

plenamente  contemplado  por  ele?  Planejar   • O  que  é  essencial  alcançarmos  para  que  100%  dos  sonhos  aconteçam?  (objetivos)    

• Quais   são  os  objetivos,  que  se  dermos  atenção  a  eles  primeiro,   irão   facilitar  a  execução  de  todos  os  outros  objetivos  e  sonhos?  (objetivos  prioritários)    

• Qual  é  a   frase   concisa,   inclusiva,   inspiradora  e  memorável  que  abraça   todos  os  objetivos  e  sonhos  dentro  dela?  (objetivo  geral  /  alvo  /  frase  de  intenção  /  frase  guarda-­‐chuva)    

• Quais   são   as   forças   positivas   e   negativas   que   podem   influenciar   a   realização   do   projeto?  (análise  do  campo  de  forças)    

• Qual  é  o  fator  mais  importante  que  vai  contribuir  para  o  sucesso  do  realizar  do  projeto?    Realizar   • Quais   tarefas   ou   atividades   específicas   precisamos   fazer   para   atingir   nossos   objetivos  

prioritários  (e  todos  os  outros  objetivos  e  os  sonhos  também)?    • Quais   conexões   entre   tarefas   indicam   um   fluxo   de   informações,   recursos,   pessoas   que  

mostram   dependência   entre   tarefas   e   que   são   importantes   para   a   execução   das  mesmas?  (trilhas  encantadas)  

• Se  esse  projeto  tiver  uma  perda  financeira,  você  estaria  disposto  a  contribuir  do  seu  próprio  bolso  para  cobrir  esta  perda?  (comprometimento)    

• Que  evidência  podemos  pensar  que  nos  mostra  que  estamos  conseguindo  alcançar  todas  as  tarefas,  objetivos  e  tornar  100%  os  nossos  sonhos  realidade  (monitoramento)?      

• Qual   a   evidência   vai   nos   mostrar   que   estamos   atingindo   100%   dos   nossos   objetivos?    (monitoramento)  

• O   que   preciso   fazer   essa   semana   para   nos   colocarmos   mais   pertos   dos   nossos   objetivos?  (gestão  e  administração)  

Celebrar   • Quais  foram  /  estão  sendo  os  resultados  positivos  /  transformadores  que  contribuem  para  o  desenvolvimento  de  cada  um?  

• Quais  foram  /  estão  sendo  os  resultados  positivos  /  transformadores  que  contribuem  para  o  fortalecimento  da  comunidade?  

• Quais   foram  /  estão   sendo  os   resultados  positivos   /   transformadores  que  estão  a   serviço  à  Terra?  Que  contribuem  para  a  preservação  e  regeneração  da  vida  no  planeta?  

• Quais  habilidades  pessoais  dos  participantes  estão  sendo  adquiridas?  Pergunta  Geradora  

• O  que  está  faltando  que  se  estivesse  presente,  faria  uma  diferença?  

Co-­‐aconselhamento  semanal  (resumido)  

• Você  concluiu  aquilo  que  esperava  alcançar  na  semana  passada?  Caso  não  concluiu,  ainda  é  importante  que  o  faça?  

• De  que  maneira  o  que  você  alcançou  nos  levou  mais  perto  dos  nossos  objetivos?  Isso  foi  celebrado?    

• O  que  você  gostaria  de  realizar  até  o  final  da  semana  que  vem?  Como  isso  irá  contribuir  para  atingir  o  sonho  coletivo?  

• Você  tem  todos  os  recursos  que  precisa  para  completar  essas  tarefas?  Caso  contrário,  como  irá  obtê-­‐los?  Quais  pessoas  e  processos  serão  necessários  para  realizar  o  que  quer?  

• Como  você  poderá  se  auto  sabotar  ao  tentar  realizar  as  tarefas  a  que  se  propôs?  Qual  sua  estratégia  para  evitar  que  isto  aconteça?  

• Como  o  seu  projeto  está  tendo  sucesso  no  desenvolvimento  pessoal  dos  participantes,  fortalecimento  dos  laços  comunitário  e  na  responsabilidade  ativa  com  a  Terra?    

• Onde  e  quando  podemos  nos  encontrar  novamente  na  próxima  semana?  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  37    

Fichas  e  Textos  de  Dragon  Dreaming  Estes  são  alguns  dos  textos  de  John  Croft,  traduzidos  e  divulgados  pela  nossa  comunidade.  

Sinta-­‐se   convidado   a   olhar   o   site   dragondreamingbr.org   de   vez   em   quando...   Novos   textos   são  eventualmente  adicionados.    FS  01  A  Mandala  Universal  e  o  Mistério  do  Sentido  da  Vida  FS  02  Quem  ou  o  Que  é  Gaia  FS  03  O  Colapso  da  Civilização  e  a  Chegada  de  uma  Era  de  Trevas  FS  04  A  espiritualidade  sustentável  das  trilhas  encantadas  aborígenes  FS  05  A  Grande  Virada  FS  06  Introdução  à  organização  e  execução  de  projetos  extraordinariamente  bem  sucedidos  FS  07  A  História  de  Dragon  Dreaming  -­‐  O  Começo  FS  08  A  Natureza  da  Mudança  FS  09  e  10  O  Círculo  de  Sonhos  e  as  Redes  -­‐  Construindo  um  time  de  sonhos  que  funciona  FS  11  Auditoria  Comunitária  FS  12  Estendendo  a  CNV  FS  13  Desmistificando  a  Liderança  FS  14  Reuniões  Efetivas  para  Organizações  Comunitárias  -­‐  o  Caso  Seaflow  FS  15  Como  Criar  um  Karabirrdt  FS  16  O  Poder  do  Consentimento  FS  17  Construindo  uma  Organização  de  Centro  Vazio  FS  18  Cidades  em  Transição  FS  19  Revendo  a  Empresa  Comunitária  FS  20  Planejamento  de  conferencia  autogestionada  FS  22  Captação  empoderada  de  recursos  FS  23  Implicações  Espirituais  da  Grande  Virada  FS  24  Monitorando  o  Progresso  ao  Estilo  Dragon  Dreaming  FS  25  21  Abordagens  de  Dragon  Dreaming  para  Abrir  Nosso  Coração  Gaiano  FS  26  Em  Contato  com  a  Vida  FS  27  O  Núcleo  Essencial  do  Dragon  Dreaming  FS  28  Gerenciamento  e  Administração  pelo  Método  Greenskills  TX  05  Estratégias  de  Sobrevivência  para  o  Agente  de  Mudanças        

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  38    

Leituras  Inspiradoras  Eis  algumas...  ao   ler  este  Guia  Prático,  muitas  correlações  você  poderá  ter  com  outras   leituras  que  tenha  feito  ao  longo  de  sua  vida.  Este  também  é  um  convite  para  anotar,  complementar,  ampliar  e  sugerir  leituras  inspiradoras.  

 

Autor   Título  Christine  Hogan   Practical  Facilitation  David  C.  Korten   A  Grande  Virada  David  Earl  Platts   Autodescoberta  Divertida  David  Holmgren   Permacultura:  Princípios  e  caminhos  além  da  Sustentabilidade  Dee  Hock   Nascimento  da  Era  Caórdica  Deepak  Chopra   As  Sete  Leis  Espirituais  do  Sucesso  Diana  Leafe  Christian  &  Patch  Adams   Creating  a  Life  Together  Fábio  Brotto   Jogos  Cooperativos  Fritjof  Capra   Alfabetização  Ecológica  Joanna  Macy   Nossa  Vida  como  Gaia  Joseph  Campbell   A  Jornada  do  Herói  Joseph  Campbell   O  Herói  de  Mil  Faces  Joseph  Campbell   O  Poder  do  Mito  Juanita  Brown   The  World  Café  Lynne  Twist   The  Soul  of  Money  Marshall  B.  Rosenberg   Beign  Me,  Loving  You  Marshall  B.  Rosenberg   Comunicação  Não  Violenta  Morgan  Scott  Peck   Além  da  Trilha  Menos  Percorrida  Otto  Scharmer     Teoria  U  Paul  Hawken   Blessed  Unrest  Paulo  Freire  e  Antonio  Faundez   Por  uma  Pedagogia  da  Pergunta  Robert  Moss   Dreamways  of  the  Iroquois  Roger  Fischer   Como  chegar  ao  Sim    

   

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  39    

Pequeno  Glossário  de  Dragon  Dreaming  Este   glossário   se   propõe   a   encontrarmos,   na   riqueza   e   beleza   da   língua   portuguesa,   expressões   e  explicações   que   esclareçam   alguns   termos   usados   com   frequência   em   Dragon   Dreaming.   Não   tem   a  pretensão  de  ser  completo  ou  definitivo,  já  que  tudo  ‘é  um  nó  temporário  no  fluxo  de  tempo’.    

3  Fs  (Freeze,  Flight,  Fight):  3  Cs  (Congelar,  Correr,  Combater)  –  reações  diante  do  perigo.  

Active  Resistors:  Opositores  Ativos,  pessoas  que  promovem  ações  contra  o  projeto.  

Active  Supporters:  Apoiadores  ativos,  pessoas  que  trabalham  efetivamente  em  prol  do  projeto.  

Ágape:   Amor   Incondicional,   Amor   em   comunidade   ou   família,   em   grego.   Uma   etapa   do   amor   e  reconhecimento  da  magnificência  da  outra  pessoa,  diferente  de  philia,   afeição  entre  amigos  e   colegas,  e  eros,  sexual  e  romântico.  

Aha!:   Interjeição   de   espanto.   ‘A-­‐há!’.   Sacada,   insight,   sensação   de   repentina   iluminação   interna   e  descoberta,  equivalente  ao  “Eureka!”  de  Arquimedes.  

Analysis   Paralysis   (Paralysis   of   analysis):   Paralisia   por   análise,   excesso   de   discussão   e   detalhamento  desnecessários,  que  entravam  o  fluxo  de  um  projeto.  

Awareness:  Consciência  ou  Percepção.  

Brainstorm:  Tempestade  de   ideias,  ou   ‘Toró  de  Parpite’,  metodologia  que  propicia   soluções  criativas  em  grupos.  

Business  as  Usual:  os  Negócios  de  Sempre.  Os  padrões  de  comportamento  socialmente  aceitáveis  em  uma  cultura   e   as   expectativas   que   condicionam   o   comportamento   cotidiano,   como   trabalhar,   vestir-­‐se,  relacionar-­‐se  de  determinada  maneira,  seguindo  um  padrão.    

Celebrate:  Celebrar.  Um  dos  quatro  quadrantes  do  Dragon  Dreaming.  

Chaordic:  Caórdico   (neologismo).   Estruturas   e   processos   que   se   sustentam   à   beira   do   caos,   em  que   são  distinguíveis  padrões  de  ordem  e  auto-­‐organização.  

Commitment:   Compromisso,   comprometimento.   Envolvimento   profundo   com   o   processo   ou   projeto,  compreensão  e  aceitação  plena  das  responsabilidades  assumidas.  

CommunityWise   Audit:   Auditoria   pela   Sabedoria   Comunitária.   Descobrir   e   entender   como   uma  comunidade  funciona  em  termos  financeiros,  sociais  e  ambientais.  

Compromise:  Barganha,  negociação,  relação  de  troca  do  tipo  ‘toma-­‐lá-­‐dá-­‐cá’.  

Coopetition:   ‘Coopetição’   (neologismo).   Cooperação   e   competição   coexistindo   simultaneamente   na  relação  entre  as  mesmas  pessoas.  

Dadirri:  O  mesmo  que  Pinakarri,  para  os  aborígenes  Mardu.  Escuta  profunda.  

Deep   Democracy:   Democracia   Profunda:   sabedoria   coletiva   e   participativa,   onde   se   valorizam   todos   os  pontos  de  vista  para  formação  de  grupos  e  organizações,  ou  realização  de  projetos.  

Discerning  Wisdom:  Sabedoria  com  discernimento.  

Djinagabee:  Pés  de  Pena,  os  anciões  da  nação  aborígene  Noongar.  

Do:  Realizar.  Um  dos  quadrantes  do  Dragon  Dreaming.  

Dragon   Dreaming   Equation:   A   Equação   de   Dragon   Dreaming,   a   fórmula   matemática   que   traduz   os  fenômenos  de  crescimento  e  decrescimento  exponencial  de  populações.  Curva  logística.  

Dragon  Dreaming:  O  ato  ou  processo  de  sonhar,  dançar  e  lidar  com  os  dragões  ou  medos  internos.  Não  é  passível  de  tradução  direta.  

Dream  Team:  o  Time  de  Sonhos.  Termo  usado  para  se  referir  às  pessoas  que  integram  seus  sonhos  em  um  projeto,  mas  também  como  sinônimo  das  pessoas  ideais  para  a  realização  deste  projeto.  

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Guia  Prático  Dragon  Dreaming     Pág.  40    

Dream:  Sonho  ou  sonhar  (verbo  to  dream).  Um  dos  quadrantes  do  Dragon  Dreaming.  

Dreaming:  O  processo  de  sonhar.  O  sonho.  

Dreamtime:  O  tempo  de  sonhos  ou  dimensão  além  do  tempo  linear,  acessada  durante  o  sonho.  

Everywhen:   Cada  Momento,   todo  momento   ou   “Todo   Quando”.   Refere-­‐se   à   singularidade   do   contínuo  espaço-­‐tempo,  na  relação  entre  o  tempo  linear  e  o  tempo  de  sonho.  

Feedback:  Retroalimentação.  Mecanismo  em  que  uma  causa  ou  ação  age  ou  tem  impacto  sobre  si  mesma,  ampliando  o  efeito  inicial  (feedback  positivo)  ou  reduzindo  este  efeito  (feedback  negativo).  

Field   Force:   Campo  de   Forças:   as   forças   atuantes   que   ajudam  ou  dificultam  a   realização  de  um  projeto.  Também  as  análises  de  “constelação”  familiar.  

Forgetting  Curve:  a  Curva  do  Esquecimento.  Uma  pessoa  pode  se  esquecer  de  50%  do  que  aprendeu  em  24  horas.  50%  do  restante  desaparece  na  semana  e,  em  um  mês,  há  uma  perda  de  mais  de  50%  do  que  foi  deixado,   o   que   significa   que   é   típico   uma   pessoa   lembrar   apenas   uma   fração   do   que   havia   inicialmente  aprendido.  

Future  Search:  Pesquisa  do  Futuro.  Método  criado  por  Fred  Emery  e  Eric  Trist,  do  Instituto  Tavistock,  para  conferências  de  busca  de  alternativas  de  futuro,  onde  se  reúnem  pessoas  muito  diferentes  para  aprender  sobre  si  mesmas,  descobrir  e  planejar  novas  formas  alinhadas  para  realizar  tarefas  em  conjunto.  

Genuine   Progress   Indicator   (GPI):   Indicador   de   Progresso   Genuíno   (IPG):   uma   métrica   que   substitui   o  Produto  Interno  Bruto  (PIB)  como  medida  do  crescimento  econômico.  O  GPI  é  usado  em  economia  verde  e  sustentabilidade.  Avalia  se  o  aumento  da  produção  de  bens  e  serviços  em  expansão  resultou  na  melhoria  do  bem-­‐estar  das  pessoas  no  país.  Distingue  entre  o  crescimento  de  valor  e  crescimento  antieconômico.    

Karabirrdt:  Teia  de  Aranha.  A  plataforma  na  qual  são  relacionadas  graficamente  as  tarefas  de  um  projeto  Dragon  Dreaming,  seus  responsáveis,  prazos,  custos  e  outros  dados.  Também  “Tabuleiro”.  

Karl:  Fogueira  sagrada  dos  aborígenes  australianos.  

Karlup:  Local  em  que  se  acende  a  fogueira  sagrada  (Karl).  

Karlupgur:  Grupo  de  pessoas  que  se  reúnem  no  local  sagrado  (karlup)  ao  redor  da  fogueira.  

Karri:  eucalipto  típico  da  Austrália  Ocidental.  

Meme:   É   a  menor   partícula   de  memória,   unidades   de   informação   aprendidas   e   transmitidas   facilmente,  como   ideias   ou   partes   de   ideias,   sons,   desenhos,   capacidades,   valores   estéticos   e   morais.   Eles   se  multiplicam   de   onde   a   informação   é   armazenada,   como   livros   ou   cérebros,   para   outros   locais   de  armazenamento  ou  cérebros.    

Memeplex:  Memeplexo.   Grupos   de  memes   que   são   frequentemente   encontrados   presentes   no  mesmo  indivíduo,  que   se  unem  porque  memes   vão   copiar   a   si  mesmos   com  mais   sucesso  quando  estão  unidos.  Exemplos   incluem   conjuntos   de  memes,   como   cantar   e   tocar   guitarra,   ou   a   árvore   de  Natal   e   jantar   de  Natal.  

Noongar:  Nome  de  uma  das  nações  aborígenes.  Há  mais  de  duzentas  nações,  com  diversos  idiomas.  

Overshot  and  Collapse:  Sobrecarga  e  Colapso.  Fases  de  ciclos  de  crescimento  exponencial,  onde  se  atinge  um   limite   de   tensão,   um   máximo   de   complexidade   à   beira   do   caos,   a   partir   do   qual   uma   pequena  perturbação  traz  uma  sobrecarga  que  faz  com  que  o  sistema  entre  em  colapso,  simplifique-­‐se  e  haja  uma  redução  na  entropia.  

Passive   Resistors:   Opositores   passivos,   pessoas   que   têm   resistência   a   um   projeto,   mas   não   tomam  medidas  ativas  no  sentido  de  prejudica-­‐lo.  

Passive  Supporters:  Apoiadores  passivos,  pessoas  que  apoiam  um  projeto,  mas  não  tomam  ações  efetivas  para  que  este  se  concretize.  

Pinakarri:  Escuta  profunda,  para  os  aborígenes  Noongar.  Processo  de  meditação  ativa  e  conexão  à  Terra,  em  que  a  atenção  é  focada  na  respiração  e  tensões  internas.  

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Project   Phases   and   Steps:   Fases   e   Estágios   do   Projeto:   1.   Pseudocomunidade   (Primeira   Consciência;  Sedução;  Noivado;   Lua   de  Mel   da   Esperança   Irrealista);   2.   Caos   (Negação;   Compromisso   e   Barganha);   3.  Esvaziamento  (Raiva:  Congelar,  Correr  e  Combater;  Depressão).  4.  Verdadeira  Comunidade  (Recuperação  e  Aceitação;  Esperança  Realista).  

Reducing  the  Forgetting  Curve:  Reduzindo  a  Curva  do  Esquecimento.  Um  conjunto  de  técnicas  podem  ser  usadas  para  manter  em  memória  o  aprendizado:  levar  um  objeto  de  uso  pessoal  e  diário  no  curso;  tomar  notas  (e  lê-­‐las  após  um  dia,  uma  semana  e  um  mês);  compartilhar  e  ensinar  o  que  foi  aprendido.  

Songlines:  As  ‘linhas  da  canção’,  ‘trilhas  encantadas’,  ‘caminhos  da  Lei’  ou  ‘caminhos  sagrados’,  se  referem  tanto   às   trilhas   físicas   percorridas   pelos   aborígenes   na   paisagem   australiana,   quanto   às   trilhas   rituais   e  sendas  espirituais  por  estes  traçadas.  

SWOT   Analysis   (Strengths,   Opportunities,   Weaknesses   e   Threats):   Análise   FOFA   (Fortalezas,  Oportunidades,  Fraquezas  e  Ameaças).  Forças  e  Fraquezas  referem-­‐se  a  fatores  internos  à  organização,  e  as  oportunidades   e   ameaças   a   fatores   externos.  O  objetivo  é   capitalizar   os  pontos   fortes   e  minimizar  os  pontos  fracos  e  as  ameaças.  

Talking  stick:  Bastão  da  Fala,  Objeto  da  Fala  ou  Bastão  do  Poder,  um  símbolo  (por  exemplo,  um  graveto)  que  dá  o  direito  à  fala  exclusiva  a  alguém,  enquanto  esta  pessoa  estiver  com  o  bastão.  

The  Great  Turning:  A  Grande  Virada.  Processo  de   transição  da  sociedade   industrial  moderna  para  outra,  sustentável  e  integrada  aos  sistemas  do  planeta.  

Trade  Off:  Perdas  e  Ganhos.  Situação  em  que  há  conflito  de  escolha.  Uma  balança,  em  que  uma  ação  para  resolver  um  problema  acarreta  outro,  obrigando  a  uma  escolha,  como  ter  que  abrir  mão  de  algo  para  obter  outra  coisa,  ou  suportar  os  efeitos  colaterais  da  escolha.  

Waug:  Vento,  em  um  dos  dialetos  aborígenes.  

Waugal  (Walgyl):  A  Serpente  Arco-­‐íris  da  mitologia  aborígene  australiana.  

   

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A  Roda  de  Dragon  Dreaming  –  em  branco