guia de suplementos
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Elaborado pela Profª Priscila Dabaghi, coordenadora do Curso de Nutrição da Universidade Positivo, o Guia de Suplementos é disponibilizados a todos pelo CREF9/PR, oferecendo mais informações para o uso correto dos suplementos, já tão presentes no dia-a-dia das academias e dos praticantes de atividades físicas.TRANSCRIPT
Guia de Suplementos
Profª Priscila DabaghiCoordenadora do Curso de Nutrição
Núcleo de Ciências Biológicas e da Saúde
Universidade Positivo
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Aminoácidos x proteínas
Aminoácidos são as unidades básicas formadoras das proteínas. Para construir
nossos músculos e tecidos, além de garantir a manutenção de inúmeras funções
vitais em nosso organismo, nosso corpo precisa de 20 aminoácidos diferentes –
obtidos por meio da dieta ou de suplementação.
Para sabermos qual o melhor meio de conseguir esses aminoácidos, a primeira
coisa que precisamos entender é a diferença entre alimentação e suplementação.
Nos alimentos, as proteínas são formadas por um conjunto de aminoácidos di-
ferentes que, quando digeridos, são liberados para o nosso organismo. A carne,
por exemplo, é capaz de oferecer para o corpo todos os 20 aminoácidos de que
necessitamos (inclusive os essenciais, ou seja, os que nosso corpo não é capaz de
sintetizar e por isso tem quem vir obrigatoriamente da dieta). E qualquer tipo de
carne tem essa propriedade, seja gado, frango, peixe, assim como o ovo. Já as
fontes vegetais de proteínas como o feijão, soja, lentilha, grão de bico, cereais e
outros vegetais, também são boas fontes protéicas, e podem suprir todos os 20
aminoácidos, porém como não existe um vegetal que contenha em si todos os
aminoácidos, estas fontes precisam ser combinadas ao longo do dia para para
uma nutrição completa, numa dieta vegetariana.
Uma diferença essencial entre alimentação e suplementação é que, além dos
aminoácidos, a comida, seja ela qual for, também contém diferentes doses de
carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais e fibras.
Já nos suplementos, a quantidade de proteínas (e, consequentemente, de ami-
noácidos) pode ser melhor controlada até o ponto destes produtos conterem
somente proteína. E aí abrem-se duas possibilidades: esses aminoácidos podem
aparecer combinados, como no caso das wheys que possuem os 20, os em gru-
pos menores, como nos suplementos de BCAA, que só fornecem três aminoáci-
dos específicos, os de cadeia ramificada. Existem ainda suplementos de um único
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aminoácido, como é o caso da glutamina, por exemplo. A escolha de cada um
depende do objetivo da pessoa.
A segunda grande diferença entre dieta e suplementos, e quais tipos de su-
plementos escolher, é a velocidade de absorção dos aminoácidos. No caso das
proteínas, seja via alimentação ou suplemento, o corpo precisa digerir primeiro
(quebrar a proteína em aminoácidos) para depois absorver. Já nos suplementos
de aminoácidos, essa quebra não precisa ocorrer, pois as unidades formadoras
(os aminoácidos) já vêm liberadas. Quanto mais isolado e hidrolisado ele for,
maior a velocidade de absorção.
O que vai determinar qual a melhor forma de obter determinado aminoácido é o
objetivo do atleta. Há aminoácidos que individualmente melhoram a imunidade
como, por exemplo, a glutamina, ou dão suporte na produção de energia para
o músculo, sobretudo em trabalhos de resistência, como os BCAAs. Por isso,
quando se adquire um suplemento de aminoácidos, o intuito principal é reforçar
alguma destas funções e não propriamente favorecer o ganho de massa muscu-
lar, pois as doses utilizadas são pequenas e a síntese muscular não é possível a
partir de apenas alguns aminoácidos isolados. Para se construir massa muscular
há a necessidade da presença de todos os 20. Neste caso, a melhor opção é um
suplemento protéico, que irá atender a este propósito.
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Suplementos de proteínas
Whey protein
As proteínas do soro do leite, também conhecidas como Whey Protein, são ex-
traídas durante o processo de fabricação do queijo. O soro do leite passa por
diversos processos, nos quais, sobretudo, as gorduras e os carboidratos são re-
movidos, resultando em um concentrado protéico de altíssimo valor biológico,
ou seja, contendo todos os 20 aminoácidos de que necessitamos. A metodologia
utilizada no processamento vai definir a qualidade do produto final obtido, que
pode ser classificado em:
•WheyProteinConcentrado(WPC):normalmente é obtido por processo de
ultra filtração, ou seja, por meio de um filtro que retira a maior parte de mo-
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léculas como lactose, gordura e resíduos, concentrando o máximo possível de
proteínas. O principal carboidrato encontrado na whey concentrada é a lacto-
se, proveniente da própria matéria-prima. Há marcas que adicionam ainda ao
produto maltodextrina ou outros açúcares.
•WheyProteinIsolado(WPI):são concentrados que podem ser obtidos por
dois processos - a micro filtração (onde filtros menores são utilizados) ou a
troca iônica (isopure), processo considerado o mais eficiente. A principal van-
tagem desse método é que as fórmulas de whey protein isoladas vendidas no
mercado não contém lactose.
•WheyProteinHidrolizado(WPH): tanto a WPC quanto a WPI podem ser
hidrolisadas. A hidrólise é a quebra das moléculas de proteínas em peptídeos
menores por processos enzimáticos ou químicos, assim, a digestão e absorção
se tornam ainda mais rápidas.
Todas as formas possuem alto valor biológico, contendo elevado teor de ami-
noácidos essenciais, especialmente os de cadeia ramificada (BCAA) e glutamina.
Possuem ainda, alto teor de cálcio e de peptídeos bioativos do soro (que atuam
como agentes antimicrobianos, anti-hipertensivos, reguladores da função imune,
assim como fatores de crescimento). Pesquisas recentes demonstram sua grande
aplicabilidade no esporte, com possíveis efeitos sobre a síntese protéica muscular
esquelética, pelo seu perfil de aminoácidos e excelente digestibilidade, sendo
considerada “fast protein”, independentemente do tipo (WPC, WPI, WPH). Con-
tudo, quanto maior o grau de pureza e de hidrólise do produto, mais rápido será
este processo.
Quando suplementar
Durante os exercícios, ocorre um maior gasto calórico fazendo com que o corpo
utilize mais energia. Uma das consequências desse processo é o aumento da
necessidade de proteína e de aminoácidos para o reparo e crescimento dos mús-
culos. A falta de proteína pode conduzir ao catabolismo, dificultando ganhos no
tamanho e na força. Por isso, obter a quantidade adequada de proteína, sobre-
tudo no pós-treino, é crucial para a manutenção da massa muscular.
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Após estabelecer um plano alimentar adequado, o praticante poderá incluir a
suplementação de proteína, optando pela sua praticidade de utilização. Seu con-
sumo costuma ser útil no pós-treino e antes de dormir, momentos que fisiologi-
camente são mais oportunos para reconstrução muscular.
Indicação de utilização
Independentemente do tipo de Whey, qualquer suplemento protéico visa com-
plementar a dieta, quando a alimentação diária não supre as necessidades do
praticante de atividades físicas. Segundo a SBME (Sociedade Brasileira de Medi-
cina do Esporte), essas necessidades são maiores para os atletas de força (1,6 a
1,7g proteínas/Kg/dia) em comparação aos de resistência (1,2 a 1,6g proteínas/
Kg/dia).
A dose ideal de Whey Protein varia de pessoa para pessoa, de objetivo para obje-
tivo. Sua intenção ao suplementar com Whey Protein deve ser atingir a ingestão
diária de proteína e fornecer bom aporte protéico após treinos de força.
Efeitos colaterais do uso inadequado
O consumo excessivo de proteína não promove ganho adicional de massa magra.
Há um limite para o acúmulo de proteínas nos diversos tecidos e quantidades
adicionais podem ser convertidas em gordura. Além disso, o excesso pode causar
sobrecarga renal. Os efeitos colaterais valem tanto para excesso de proteína via
suplementação quanto via alimentação.
Efeitos positivos da utilização com acompanhamento nutricional
As proteínas do soro do leite apresentam, em destaque, na sua composição ami-
noácidos essenciais de cadeia ramificada (BCAAs) e glutamina, que possuem in-
dicações específicas nos esportes, além de ação antioxidante.
Por ser de fácil preparo e rápida absorção, este suplemento proporciona uma
correta adequação dos planos alimentares protéicos de indivíduos que praticam
atividades físicas ou que buscam complementar as quantidades diárias de proteí-
nas de sua alimentação.
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Albumina
A Albumina é uma proteína de alto valor biológico encontrada abundantemente
na clara do ovo (praticamente 80%). É considerada padrão ouro por fornecer
todos os aminoácidos essenciais em quantidades e proporções adequadas, inclu-
sive sendo fonte de BCAA. Os suplementos de albumina são obtidos por meio de
processos industriais que, através da desidratação e da pasteurização, garantem
a segurança do produto. Antes de existirem esses suplementos, os atletas inge-
riam grandes quantidades de clara de ovo cru, o que não era uma medida segura
em virtude do risco de contaminação microbiológica, além disso, a clara de ovo
crua possui um componente (avidina) que inibe a absorção de algumas vitaminas
(B6 e biotina) e dificulta a digestão da proteína.
Quando suplementar
Assim como no caso das wheys, após estabelecer um plano alimentar adequado,
o praticante poderá incluir a suplementação de albumina para complementar as
Figura:
suplemento
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quantidades diárias de proteína. Esse tipo de suplemento possui também todos
os aminoácidos essenciais - classificando-a como de AVB - e boa digestibilidade,
embora inferior à das wheys. Em comparação as outras proteínas, a albumina se
destaca no quesito preço, já que, por exemplo, chega a ser 3x mais barata que
uma Whey Protein.
Indicação de utilização
Como dito, o uso da albumina pode ser uma ótima estratégia nutricional para su-
plementação durante os intervalos de treino e também antes de dormir, período
em que ficamos um longo tempo sem nos alimentarmos. Nesse horário, é mais
adequado receber um aporte gradual de aminoácidos e peptídeos de excelente
qualidade, evitando assim o catabolismo protéico.
A dose ideal de albumina segue a mesma orientação de uso das wheys, variando
de pessoa para pessoa e de objetivo para objetivo.
Efeitos colaterais do uso inadequado
Se utilizada de forma incorreta, ou seja, acima das recomendações nutricionais,
a albumina pode levar a um ganho de peso e também causar sobrecarga renal.
Efeitos positivos da utilização com acompanhamento nutricional
Assim como as wheys, este suplemento pode proporcionar uma correta ade-
quação dos planos alimentares protéicos de indivíduos que praticam atividades
físicas ou que buscam complementar as quantidades diárias de proteínas de sua
alimentação.
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Outras possíveis utilizações dos suplementos de proteínas: Complementação das doses diárias necessárias de proteínas para pacientes en-
fermos que não podem obtê-las via dieta convencional.
População em geral que não consegue atingir a ingesta diária das quantidades
de proteínas necessárias, ou com padrões dietéticos restritivos.
Paradeterminarasdosescorretasparacadacasoéimportanteconsultarsempreumnutricionista.
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Suplementos de aminoácidos
BCAA
Os tecidos musculares são formados por duas proteínas principais: actina e mio-
sina. Os componentes mais importantes destas duas proteínas são a leucina,
isoleucina e valina, chamados de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA’s).
Os BCAA’s representam aproximadamente 35% dos aminoácidos essenciais
contidos nas proteínas musculares. Esta contribuição os torna importantes na
construção muscular e no fornecimento de energia para as células musculares,
uma vez que não necessitam de metabolização hepática, podendo ser oxidados
diretamente nos músculos.
Há também a hipótese de que os BCAAs poderiam minimizar a fadiga central,
ocasionada pelo excesso de síntese de serotonina, sobretudo em exercícios de
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resistência. Os aminoácidos de cadeia ramificada, por serem potentes modu-
ladores de captação de triptofano pelo sistema nervoso central, aumentariam
a tolerância ao esforço físico prolongado. Contudo, isso não está efetivamente
comprovado.
Quando suplementar
A suplementação de BCAA evitaria que a reserva muscular de aminoácidos fosse
usada, diminuindo o catabolismo já que a musculatura é rica nesse tipo de ami-
noácidos e eles são requisitados pelo organismo durante momentos de estresse
ou intenso exercício.
Evidências apontam para o papel da leucina na regulação de processos anabó-
licos envolvendo tanto a síntese quanto a degradação protéica muscular. Con-
tudo, para obter-se esse efeito ainda se discute qual a dosagem ideal de leucina
isolada. Nos suplementos de BCAA, a proporção entre os três aminoácidos é de
40% de leucina, 30% de isoleucina e 30% de valina.
Indicação de utilização
A dose ideal de BCAAs varia de pessoa para pessoa, dependendo do exercício
praticado e da intensidade. Para o praticante de atividades físicas, geralmente,
eles são recomendados antes e após o treino, embora a SBME não indique seu
uso, tampouco estabeleça dosagem ideal.
Efeitos colaterais do uso inadequado
Recentemente a Anvisa lançou uma nova regulamentação atestando que o
BCAA não representa nenhum risco a saúde porque as doses consumidas são
baixas, não podendo ocasionar sobrecarga renal.
Efeitos positivos da utilização com acompanhamento nutricional
Apesar de não haver consenso na indicação das doses recomendadas, estudos
apontam que os BCAAs são importantes na construção muscular e no forneci-
mento de energia para as células musculares.
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Creatina
A creatina é uma molécula sintetizada no organismo a partir de três aminoáci-
dos: glicina, arginina e metionina. Ela é um composto que, combinado com o
fosfato, tem como principal função manter a concentração de ATP (adenosina
trifosofato, nossa principal molécula geradora de energia) constante e em altos
níveis nos músculos esqueléticos. Esse equilíbrio é fundamental nas atividades de
alta intensidade e curta duração, características dos exercícios de explosão, que
demandam muita energia para sua realização em curto espaço de tempo.
Quando suplementar
A creatina como suplemento propõe ajudar a manter os níveis de ATP durante
um esforço físico máximo, reduzindo a fadiga e melhorando o desempenho.
Estudos demonstram que a creatina pode otimizar o desempenho esportivo e
retardar o início da sensação de fadiga em exercícios de alta intensidade e curta
duração.
Indicação de utilização
Várias estratégias de dosagem de Creatina têm sido empregadas com o objetivo
final de aumento de massa muscular. Entre elas, estão os protocolos de sobrecar-
ga inicial e depois doses mais baixas de manutenção. Essa mudança de dosagem
facilitaria a ressensibilização dos receptores para uma posterior sobrecarga, bem
como doses constantes durante o ciclo que parecem ter efeito similar, segundo
alguns estudos.
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Por existir um limite de armazenamento muscular de Creatina, indivíduos que
apresentam originalmente concentrações musculares elevadas respondem me-
nos intensamente à suplementação quando comparados à indivíduos com níveis
normais deste composto.
De qualquer forma, por se tratar de um composto protéico, sua indicação de uso
deve ser feita por um profissional da nutrição, que após análise do padrão die-
tético e tipo de esforço do indivíduo, poderá ajudar a estabelecer um protocolo
de uso eficaz e seguro.
Efeitos colaterais do uso inadequado
A suplementação de creatina é recomendada somente para alguns atletas de
eventos de grande intensidade e curta duração. Para os demais desportistas, não
há recomendação estabelecida, segundo a SMBE.
Efeitos positivos da utilização com acompanhamento nutricional
Retardo da fadiga em exercícios de explosão, além de melhorar a hidratação in-
tramuscular uma vez que a creatina possui a propriedade de reter líquido dentro
da célula muscular.
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Suplementos de carboidratos
Dextrose e Maltodextrina
Os carboidratos são os principais nutrientes geradores de ATP (energia) para o
nosso organismo, sendo o único nutriente que atua tanto nas atividades aeróbias
quanto nas anaeróbias.
Numa dieta saudável, eles devem representar de 55% a 65% das calorias ingeri-
das no dia (para atletas de resistência, este valor pode atingir até 70%) para que
as proteínas não tenham que desviar-se de suas funções específicas, que objeti-
vam processos anabólicos e de construção no organismo e para atuarem como
fornecedores de energia. Para nosso corpo conseguir absorver um carboidrato,
ele tem que ser quebrado na sua menor forma - um monossacarídeo. O monos-
sacarídeo que nosso corpo utiliza como fonte de energia é a glucose (sinônimo
de glicose).
Figura: suplemento
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Partindo desse principio, é importante saber que todo carboidrato no final vira
glucose dentro do nosso corpo. Ou seja, se você está comendo arroz, pão, batata
doce, ou uma colher de açúcar, todos vão virar glucose da mesma forma.
Suplementos
Dentro do universo de suplementos de carboidratos à venda no mercado, os
mais conhecidos são a dextrose e a maltodextrina. A diferença entre elas está no
fato de que a dextrose é um monossacarídeo, ou seja, já está pronta para absor-
ção pelo corpo. Já a maltodextrina é um oligossacarídeo, formada por 3 a 18 mo-
léculas de glucose, e por isso tem que ser quebrada em pedaços menores para
poder ser absorvida. Ambas são de fácil digestão. O que muda é a velocidade de
absorção, que pode ser mensurada pelo índice glicêmico - na dextrose é de 138
e na maltodextrina, 105, sendo ambos considerados de alto índice glicêmico.
Quando suplementar
O uso desses suplementos pode evitar a depleção de glicogênio muscular em
atividades aeróbicas intensas, adiando o início da fadiga muscular. Além disso,
auxilia no aumento dos estoques de glicogênio muscular.
Indicada para atletas, fornece energia para as atividades e para a recuperação
muscular pós-exercício, permitindo que as proteínas e aminoácidos sejam recru-
tados para a formação de massa muscular e não sejam usadas como energia.
Não há necessidade de utilização desse tipo de suplementação durante as ses-
sões de treinamento que tenham duração de menos de sessenta minutos. Ativi-
dades que atinjam tempo igual ou superior a 90 minutos devem provir além de
carboidratos¸ repositores eletrolíticos.
Indicação de utilização
Após estabelecer um plano alimentar adequado, o praticante poderá incluir a
suplementação de carboidratos levando em conta sua praticidade de utilização.
A escolha de qual suplemento usar e a dose ideal variam de acordo com a moda-
lidade esportiva praticada e o tempo de duração do exercício.
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É importante observar que se o individuo optar pela suplementação em forma
de gel, o consumo deve ser sempre acompanhado da ingestão de água para que
este seja corretamente absorvido pelo organismo.
Efeitos colaterais do uso inadequado
Não há efeitos colaterais relatados nas doses recomendadas. A Anvisa permite
o uso de dextrose e maltodextrina como repositores energéticos para atletas,
sendo assim, não são recomendadas para os que se exercitam por lazer ou es-
tética, pois para estes casos, geralmente uma dieta balanceada é o suficiente.
Este produto não substitui uma alimentação equilibrada e seu consumo deve ser
orientado por nutricionista ou médico.
Se consumida no pré-treino imediato, devido ao alto índice glicêmico, pode ha-
ver um aumento muito grande na produção de insulina ocasionando um quadro
de hipoglicemia conhecido como efeito rebote. Diabéticos devem ser orientados
por seus médicos ou nutricionistas antes de consumir esse tipo de alimento.
Quando esse suplemento não é necessário ele pode causar ganho de gordura,
pois é uma fonte de calorias que, quando não são utilizadas vão ser armazenadas
no tecido adiposo.
Efeitos positivos da utilização com acompanhamento nutricional
Ambas são capazes de restabelecer as reservas energéticas de modo prático e
satisfatório, melhorando assim o desempenho e evitando a depleção muscular
em praticantes de exercícios físicos e atletas de diversas modalidades.
Consulte a versão atualizada deste e-book em http://www.crefpr.org.br/guiadesuplementos
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