fisiopatologia do edema resumo aula

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Fisiopatologia do edema Pressão hidrostática e oncótica dos capilares Na microcirculação, existe um conjunto de forças que promove a passagem de liquido entre os vasos sanguíneo e o interstício (espaço entre as células), e do interstício de volta para os vasos sanguíneos. A pressão hidrostática, é a pressão exercida pela presença física do líquido (sangue) que se encontra maior, dentro dos vasos sanguíneos. Se apenas existisse a presença de pressão hidrostática, existiria um edema contínuo, com perda constante de líquido para o interstício. Então, à medida que que o liquido (plasma) sai dos vasos sanguíneos para o interstício, as proteínas no sangue aumentam, exercendo uma força de atração da água para dentro do vaso sanguíneo – pressão oncótica. Quando o sangue chega à porção arteriolar do capilar, a pressão hidrostática no vaso é superior à pressão oncótica, o que contribui para o extravasamento de líquido para o interstício. Na porção venular do capilar, a pressão hidrostática diminui muito, pois muito liquido saiu do capilar, e a pressão oncótica aumenta o que faz com que o liquido retorne ao vaso sanguíneo, evitando a acumulação de liquido no interstício. A pequena acumulação é reabsorvida pelos vasos linfáticos.

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Page 1: Fisiopatologia do edema   resumo aula

Fisiopatologia do edema

Pressão hidrostática e oncótica dos capilares

Na microcirculação, existe um conjunto de forças que promove a passagem de liquido entre os vasos sanguíneo e o interstício (espaço entre as células), e do interstício de volta para os vasos sanguíneos.

A pressão hidrostática, é a pressão exercida pela presença física do líquido (sangue) que se encontra maior, dentro dos vasos sanguíneos. Se apenas existisse a presença de pressão hidrostática, existiria um edema contínuo, com perda constante de líquido para o interstício. Então, à medida que que o liquido (plasma) sai dos vasos sanguíneos para o interstício, as proteínas no sangue aumentam, exercendo uma força de atração da água para dentro do vaso sanguíneo – pressão oncótica.

Quando o sangue chega à porção arteriolar do capilar, a pressão hidrostática no vaso é superior à pressão oncótica, o que contribui para o extravasamento de líquido para o interstício. Na porção venular do capilar, a pressão hidrostática diminui muito, pois muito liquido saiu do capilar, e a pressão oncótica aumenta o que faz com que o liquido retorne ao vaso sanguíneo, evitando a acumulação de liquido no interstício. A pequena acumulação é reabsorvida pelos vasos linfáticos.

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Pressão hidrostática e oncótica do interstício

A pressão hidrostática do interstício faz voltar o líquido para os vasos sanguíneos, a pressão oncótica do interstício atrai o liquido para o interstício. Existe uma correlação muito dinâmica dos líquidos que entram e saem do interstício. Em situações fisiológicas normais, não existem acumulações de líquidos, uma vez que, a pouca quantidade de liquido que não é reabsorvida, é drenada pelos vasos linfáticos.

Pressão hidrostática = pressão exercida pela passagem do sangue no vaso, esta favorece a saída de líquidos do meio intravascular (vasos sanguíneos) para o interstício (espaço entre as células).

Pressão oncótica = pressão exercida pelas proteínas plasmáticas presentes no sangue, esta faz com que o líquido permaneça no ou entre para o meio intravascular (vasos sanguíneos).

Forças que regulam a entrada e saída de água e eletrólitos de um compartimento para o outro:

- pressão hidrostática

- pressão oncótica das proteínas

- permeabilidade da parede capilar

- osmolaridade intra e extracelular

- fluxo linfático

Quando o líquido acumulado no interstício não é reabsorvido pelos vasos linfáticos, forma-se o edema.

Edema

É a acumulação anormal e excessiva de líquido no espaço intersticial. Resulta de um desequilíbrio das pressões hidrostática e oncótica.

As suas causas podem ser várias:

- aumento da pressão hidrostática capilar: quando essa pressão aumenta, ocorre saída excessiva de líquido do vaso sanguíneo, situação comum em estados de hipertensão e drenagem venosa defeituosa. Existe maior saída de líquido para o interstício, provocando uma acumulação deste.

- diminuição das proteínas plasmáticas (diminuição da pressão oncótica): a redução da pressão oncótica provoca a acumulação do líquido intersticial. Essa variação da pressão oncótica é determinada pela diminuição da quantidade de proteínas plasmáticas presentes no

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sangue. A redução da concentração de proteínas pode ser pela insuficiência da produção de proteínas ou pelo vazamento dessas proteínas do plasma para o interstício.

- aumento da permeabilidade capilar: o aumento da permeabilidade capilar é causado pela resposta imunitária a bactérias, toxinas e pela libertação de produtos imunes, e pelas queimaduras, inflamações, isquemia prolongada e deficiência de vitaminas, principalmente a C.

- bloqueio do retorno linfático: se a função de drenagem dos líquidos estiver comprometida, pode surgir o edema. Esse quadro é observado, por exemplo, em casos de obstrução das vias linfáticas ou inexistência de vasos linfáticos suficientes.

- retenção de sódio: quando o rim não consegue excretar as quantidade adequadas e necessárias de sódio, este acumula-se no interstício provocando um aumento da pressão oncótica e uma acumulação grave de liquido intersticial.

Resumindo, existem categorias fisiopatologicas que originam o edema:

- pressão hidrostática aumentada

- pressão osmótica plasmática reduzida

- obstrução linfática

- retenção de sódio

- aumento da permeabilidade capilar