dilemas - drh_suzanadarosatolfo

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 Revista de Ciências Human as, Florianópolis, Edição Esp. Temática, p. 37-52, 2000 Dilemas que as concepções de sujeito engendram teoria administrativa e à psicologia Suzana da Rosa Tolfo UFRGS/UFSC Resumo 0 artigo analisa a s mudanças que vem ocorrendo no contexto mais amplo e que se refletem no mundo do trabalho. A estabilidade cedeu espaço para instabilidade s que não se restringem as esferas econômica, polític e social. A psi- cologia e a teoria administrativa encontram problemas para utilizar seus conhecimentos tradicionais sobre o ser humano nos negócios. Isso está ocorrendo porque as pers- pectivas atuais mostram que o ho- mem, o trabalhador, se constrói so cialmente. Ao invés do vir-a-ser li- Abstract The article analyzes the chan- ges which are occurring in a broader context and which are reflected in the world of work. Stability has yielded to instability not only in the economical, social and political spheres. Psycholog y and a dm inis- trative theory are facing problems when they use their traditional kno- wledge about the human being in business. This is happening because the current perspectives show that mankind, workers are constructed socia lly. I ns tea d of th e subject coming into being in a linear way, Dilemmas of the impacts of subjective conceptions upon administrative theory and psychology. Doutoranda em Administração de Recursos Humanos/PPGA/UFRGS/GINEIT. Prof. do Departam ento de Psicologia da UFSC . E-m ail: srtolfo@cfh.ufsc.br [email protected]  

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Dilemas que as concepções de sujeito engendram à teoria administrativa e à psicologia

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  • Revista de Cincias Humanas, Florianpolis, Edio Esp. Temtica, p. 37-52, 2000

    Dilemas que as concepes de sujeito engendram teoria administrativa e psicologia*

    Suzana da Rosa Tolfo' UFRGS/UFSC

    Resumo

    0 artigo analisa as mudanas que vem ocorrendo no contexto mais amplo e que se refletem no mundo do trabalho. A estabilidade cedeu espao para instabilidades que no se restringem as esferas econmica, poltica e social. A psi-cologia e a teoria administrativa encontram problemas para utilizar seus conhecimentos tradicionais sobre o ser humano nos negcios. Isso est ocorrendo porque as pers-pectivas atuais mostram que o ho-mem, o trabalhador, se constri so-cialmente. Ao invs do vir-a-ser li-

    Abstract

    The article analyzes the chan-ges which are occurring in a broader context and which are reflected in the world of work. Stability has yielded to instability not only in the economical, social and political spheres. Psychology and adminis-trative theory are facing problems when they use their traditional kno-wledge about the human being in business. This is happening because the current perspectives show that mankind, workers are constructed socially. Instead of the subject coming into being in a linear way,

    * Dilemmas of the impacts of subjective conceptions upon administrative theory and psychology. ' Doutoranda em Administrao de Recursos Humanos/PPGA/UFRGS/GINEIT. Prof. do

    Departamento de Psicologia da UFSC. E-mail: [email protected] e [email protected] .

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  • 38 Dilemas

    que as concepes de sujeito engendram

    teoria administrativa e

    psicologia

    near, h que contemplar o sujeito como diversidade.

    Palavras-chave: trabalho, sujeito, psicologia, teoria administrativa.

    we have to contemplate him in his diversity.

    Keywords: work, subject, psycho-logy, administrative theory.

    ***************

    Introduo

    globalizao dos mercados, os indicadores econmicos, as trans- formaes no mundo do trabalho, a competitividade, a qualidade

    total, dentre tantas outras, aparecem como figuras e fundos que se alter-nam e se fazem refletir em todas as esferas da vida humana associada. As empresas, os grupos e as pessoas sentem os impactos dessas altera-ges no seu dia-a-dia.

    0 ambiente pautado na estabilidade e nas explicaes objetivas das questes individuais e sociais cada vez mais cede

    espao a pressu-

    postos de diversidade. Os modelos tericos que privilegiam a unidade e a continuidade tm encontrado dificuldades para se manter, pois se mos-tram insuficientes para compreender as temticas que se encontram em pauta na sociedade. As divas da Psicologia e da Administrao tm sido questionadas quanto as suas abordagens, uma vez que a utilizao dos conceitos da primeira, na prtica dos negcios, prioriza o pragmatismo e refora

    a perspectiva funcionalista de administrar. As concepes baseadas no behaviorismo enfatizam prticas vol-

    tadas

    reproduo e ao controle dos comportamentos, o que vai ao encontro das atividades clssicas do administrador. Quando se conside-ra as bases que subsidiam o estudo do comportamento organizacional, percebe-se a utilizao, por parte dos tericos e dos profissionais das empresas, de abordagens que prescrevem modelos, sectrios e "normalizantes" do ser humano.

    Como os modelos tradicionais no so mais suficientes para res-ponder As demandas atuais, h que construir

    arcabouos que contribuam

    para a compreenso

    do sujeito que trabalha e suas inter-relaes com os grupos, as empresas e a sociedade. A Psicologia Social est contribuin-do com o questionamento dos modelos de homem pautados no "vir a ser", no ser abstrato. Os estudiosos da

    questo tm-se direcionado para

    ClarinhaHighlight

    ClarinhaHighlightESTUDO DO COMPORTAMENTO! Tambm conhecido como comportamentalismo, uma rea da psicologia, que tem o comportamento como objeto de estudo.

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  • Revista de Cincias Humanas, Florianpolis, Edio Esp. Temtica, p. 37-52, 2000 39

    uma compreenso tanto do sujeito abstrato quanto concreto (CHANLAT, 1996), que se constri e construido na relao intersubjetiva (BERGER e LUCKMAN, 1985), e que na ps-modernidade apresenta uma personali-dade instvel e fragmentada (HARVEY, 2000).

    Este artigo est estruturado em trs partes principais. Na primeira, esto contemplados aspectos relativos ao mundo do trabalho atual e as problemticas circundantes. 0 segundo item trata dos pressupostos que a psicologia organizacional e a administrao tradicionalmente adotaram na gesto das pessoas, seus impasses atuais e perspectivas outras que buscam compreender o sujeito que espectador, mas tambm ator da sua prpria construo e da sociedade. Finalmente, na terceira parte esto apresentadas algumas consideraes, que apontam a necessidade de que as reas em debate sejam capazes de reformular suas concep-ges, de tal modo que venham a desenvolver perspectivas ampliadas.

    O contexto do trabalho

    As empresas e os sujeitos que trabalham no esto colocados em um vcuo, mas em uma determinada sociedade com a sua cultura, seus valores, organizao de trabalho, regras, dentre outros. Falar de socie-dade e de cultura atualmente no tratar do uniforme e prontamente dado a observao, porque dentro de um mesmo pais ou mesmo de uma cidade convivem diferentes grupos, com linguagens prprias, hbitos, valores etc. Viver nesse contexto se deparar constantemente com a diversidade, o que no significa que o exerccio de compreenso dos eventos que nos cercam seja incuo.

    A complexidade uma das marcas do nosso tempo e pode ser exemplificada nas diversas reas que se propem a compreender o uni-verso que a nossa realidade. No que tange sociedade e ao trabalho, elementos ordenadores da vida humana associada, constata-se que as mudanas ambiente macro geraram a reestruturao produtiva, a globalizao dos mercados e trouxeram no seu bojo reflexos tais quais: gerao de empresas transnacionais, produo descentralizada em dife-rentes partes do planeta, competitividade, diminuio do tamanho do Estado (privatizaes), desregulamentao do mercado de trabalho, al-teraes nas relaes de trabalho etc. (SILVA, 1998). Essas mudanas tornam-se cada vez mais generalizadas e observa-se conjuntamente: a terceirizao nas organizaes, a flexibilizao do trabalho, do emprego e

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  • 40 Dilemas que as concepes de sujeito engendram teoria

    administrativa e psicologia

    dos salrios,

    como representantes das vantagens do contexto econmico e social que se instala. Como conseqncias advm com intensidade o de-semprego, a

    excluso e o aumento das desigualdades sociais, as dificulda-des de reao politica de empregados e sindicatos, a hegemonia do papel do Estado e, principalmente, dos

    patres nas relaes de trabalho.

    Tanto as organizaes quanto aqueles que se debruam

    no seu estudo, tern tratado das macro-tendncias de organizao e gesto

    do trabalho, que refletem o contexto de maior flexibilidade da produo, diferentemente do modelo taylorista hegemnico at alguns anos atrs. Entretanto, vrios tericos assinalam que as rupturas (tal qual entre mo-derno e ps-moderno) podem ser menos impactantes do que se apregoa, de modo que se trata de uma reestruturao produtiva, em que o sistema capitalista procura encontrar as estratgias mais adequadas para a sua sobrevivncia com eficcia.

    A concepo de trabalho na forma atual de elaborao recente (DE MASI, 2000). As atividades de produo de bens e servios mostram-se como norteadores da vida em sociedade. Mas a tendncia de desem-prego tem aumentado, demonstrando que o capitalismo competente para gerar produo, porm menos competente para distribui-la.

    Ao tratar do que contemporneo em relao economia, ao tra-

    balho e ao sujeito que trabalha, DETOURS (1999:28), situa que estamos vivenciando uma guerra, cuja causa principal a busca desenfreada pela competitividade. Associa, ainda, a impossibilidade de empregar-se e reempregar-se com a gerao de um processo de dessocializao con-tinuado, na medida em que pe em perigo a identidade individual ou grupal. Geram-se sentimentos de medo e sofrimento para os que no tm traba-lho e, tambm, para aqueles que trabalham. Conforme o mesmo autor aqueles que trabalham (em torno de um bilho de trabalhadores) so cercados de conceitos positivos, em relao aos que no tm emprego:

    Querem nos fazer acreditar, ou tendemos a acreditar espontaneamente, que o sofrimento no trabalho foi bastante atenuado ou mesmo completamente eliminado pela mecanizao e a robotizao, que teriam abolido as obrigaes

    mecnicas,

    as tarefas de manuteno e a relao direta com a matria que caracterizam as atividades industriais... Infelizmente, tudo isso no passa de cliche, pois s o que as empresas mostram so suas fachadas e vitrinas, oferecidas generosamente, e verdade aos olhares dos curiosos ou dos visitantes. Por traz das vitrinas, h o sofrimento dos que trabalham. Dos que,

    alis, pretensamente no mais existem,

    embora na verdade sejam legio, e que assumem inmeras tarefas arriscadas

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  • Revista de Cincias Humanas, Florianpolis, Edio Esp. Temtica, p. 37-52, 2000 41

    para a sade, em condies pouco diferentes daquelas de antigamente e por vezes mesmo agravadas por freqentes infraes de leis trabalhistas...

    Ao invs de uma prtica mais igualitria que foi (e 6) propagandeada, o atual sistema de produo intensifica preconceitos e discriminaes j existentes. Muitas pessoas passam a expressar as inseguranas que essa nova ordem no sistema produtivo engendra. Dentre elas esto: insegu-rana no mercado de trabalho, insegurana no emprego, insegurana na renda, insegurana na contratao do trabalho, insegurana na repre-sentao do trabalho (MATTOSO, 1995).

    0 mundo do trabalho globalizado, gerou novas formas e significa-dos para a atividade laborativa. Nesse processo de transformao, ao invs de desaparecer a interveno humana, o trabalhador (na automao, por ex.) passa a exercer funes muito mais abstratas (IANNI, 1994). Intensifica-se a flexibilizao dos processos de trabalho e da produo, a racionalizao torna-se mais intensa, a acumulao mais flexvel, ocorre a revoluo microletrnica, a polivalncia do trabalhador passa a ser requisito e surge esse "novo" trabalhador coletivo como "categoria uni-versal". 0 padro flexvel tem resultado em diferenas nas condies sociais e tcnicas na organizao do trabalho e a mobilidade social hori-zontal e vertical intensifica a tecnificao da fora produtiva do trabalho.

    As diferenas entre um contexto mais rgido, moderno (fordista) e o ps-modernismo flexvel, so tratadas por HARVEY (2000:111) como mais tnues do que abissais. Assim:

    Parece-me mais sensvel ver este ltimo como um tipo particular de crise do primeiro, uma crise que enfatiza o lado fragmentrio, efmero e catico da formu-lao de Baudelaire (o lado que Marx disseca to admiravelmente como parte integrante do modo capitalista de produo), enquanto exprime um profundo ceticismo diante de toda prescrio particular sobre como conceber, representar ou exprimir o eterno e imutvel.

    Conforme a analogia de DEJOURS (1999), est ocorrendo um pro-cesso de excluso dos recrutas menos competentes para lutar na guerra da competitividade. Os velhos no tm a capacidade de dinamismo ne-cessria, os jovens no tm a experincia necessria, os vacilantes no tm capacidade de apresentar respostas com a prontido que a rapidez do mercado exige, as mulheres so menos comprometidas com o traba-lho e mais comprometidas com o papel de me e esposa.

  • 42 Dilemas que as

    concepes de sujeito engendram teoria administrativa e

    psicologia

    A subordinao de gnero,

    por exemplo, mostra-se um campo pro-ficuo para trabalhos (STREY, 1998), a medida em que a discriminao nos salrios e nas promoes continuam sendo situaes presentes para as mu-lheres na nossa sociedade. Em estudo desenvolvido por POSTHUMA e LOMBARDI (1996), com base em

    estatsticas mundiais e nacionais, conclui-

    ram que a mulher no contexto da reestruturao produtiva sofre um proces-so de

    excluso tanto dentro quanto fora do mercado de trabalho e que essa tanto horizontal, quanto vertical. A concretizao disso est na sujeio

    maior ao trabalho desprotegido ou precarizado, na remunerao menor por hora trabalhada e nas limitaes na trajetria da carreira. Em empresas brasileiras (duas do setor automotivo), as mulheres eram segregadas quanto

    participao nas atividades de aperfeioamento

    de capacitaes e tanto elas prprias quanto As gerncias perpetuavam

    esteretipos de

    gnero quanto

    As habilidades femininas e os tipos adequados de trabalho. Por seu lado, os homens jovens, comprometidos

    como trabalho, os

    oficiais dentre os guerreiros, percebem que esto

    sendo cada vez mais cobrados em termos de resultados de qualidade, de produtividade, de comprometimento com os objetivos organizacionais e de sujeio a um sistema em que sair da empresa pode significar a longa

    permanncia nas

    filas de busca de emprego, assim como ficar pode despender grandes doses de energia, para suportar as demandas organizacionais.

    Os sujeitos trabalhadores: dilemas nas abordagens da Teoria Ad-ministrativa e da Psicologia Organizacional.

    Frente ao contexto cambiante e complexo apresentado, no de se estranhar que as diversas Areas que tratam da sociedade, do trabalho, das organizaes e do homem encontrem-se em crise. Como as cincias podem dar conta de um universo

    to amplo e to segmentado? Como a

    Administrao e Psicologia tem atuado e quais os seus dilemas frente As mudanas? Como abordar o sujeito que trabalha considerando a diversi-dade de possibilidades que as Areas do conhecimento oferecem?

    Tanto a Area da Administrao quanto da Psicologia tem sido questiona-das, interna e externamente, quanto aos seus papis enquanto cincias. Pesam sobre a Administrao dvidas se se constitui em cincia, arte ou tcnica aplicada (AKTOUF, 1996) e autores como MICKLETHWAIT e WOOLDRIDGE (1998) voltam-se para analisar as causas e consequncias

    da existncia de "gurus" da administrao (os bruxos), que so capazes de "vender" produtos

  • Revista de Cincias Humanas, Florianpolis, Edio Esp. Temtica, p. 37-52, 2000 43

    que nem sempre so confiveis, em decorrncia das incertezas que cercam o meio dos negcios em perodos de acirrada competitividade.

    0 debate quanto A cientificidade da Psicologia permanece sendo colocado e recolocado (KUHN, 1978, GIORGI, 1978, FONSECA, 1998). Per-sistem diversos sistemas psicolgicos que se mantm em constante riva-lidade, pretendendo a hegemonia de um paradigma psicolgico. Neste sentido, considera-se que a preocupao em se adequar a um modelo de cincia natural e positivista tem levado mais a entraves do ponto de vista do conhecimento do sujeito nas suas relaes com os grupos e ambien-tes sociais, do que ao desenvolvimento da psicologia.

    Quando se analisa a Administrao, constata-se a significativa in-fluncia que o arcabouo da Psicologia exerceu sobre a primeira. Desde os estudos de Hawthorne que essa relao tornou-se mais estreita e significativa. Uma anlise mais minuciosa permite verificar que as apro-priaes acerca do conhecimento do indivduo e dos grupos para a ges-tdo dos negcios releva trs sistemas em psicologia: o behaviorismo, a psicanlise e o cognitivismo. Constata-se que embora faam parte de uma mesma disciplina, apresentam perspectivas profundamente diferentes quanto A concepo de homem. Apresentam olhares diversos sobre o homem: sujeito e objeto de estudo.

    Considerando a Psicologia aplicada As organizaes, disciplina in-clusive cativa nos Cursos de Graduao em Administrao, constata-se que existe uma preponderncia significativa da abordagem behaviorista. Tal fato plenamente compreensvel, na medida em que esta aborda-gem 6, dentre os sistemas psicolgicos, aquele que mais se aproxima ao modelo funcionalista, dominante tambm na cincia administrativa. A preocupao em compreender e controlar comportamentos faz parte tanto do comportamentalismo, como das atividades clssicas do admi-nistrador, em especial o que trata de/com Recursos Humanos (indivduo destitudo de hominizao, conforme assinala AKTOUF (1996). Desse modo, apresenta um direcionamento que possibilita ir alm das abordagens es-tanques do indivduo (reduzido a comportamentos no ambiente de traba-lho) e nas quais o cruzamento com as teorias de gesto se refletem em aes marcadamente funcionalistas. 0 ensino da Administrao repro-duz a "necessidade" apresentada pelo mercado, que a de se apropriar de mtodos e tcnicas que possibilitem o alcance dos resultados das em-presas de modo mais racional possvel (entendendo o conceito de racional como instrumental, voltado para relaes de meios e fins, utilitrio).

  • 44 Dilemas que as concepes de sujeito engendram teoria administrativa e

    psicologia

    Ao tratar do sujeito experimental, o behaviorismo (FADIMAN e FRAGER, 1986; SKINNER, 1974) possibilita responder a uma boa parte des-ta demanda, na medida em que capaz de reproduzir comportamentos em laboratrio, tal qual o modelo de cincia hegemnico apregoa, e, ao mesmo tempo, permitir que o aparato administrativo encontre justificati-vas para trabalhar com um sujeito que responde a esquemas comportamentais simples (e mecnicos)

    de estimulo-resposta. Este mo-delo reducionista encontra seus limites e expressa-se, comumente, nos discursos de

    empresrios e administradores de recursos humanos que queixam-se de que embora faam "tudo" pelos

    funcionrios, estes

    esto

    sempre insatisfeitos. Mesmo o diretor apertando a mo do funcionrio-

    padro, ou acrescentando

    benefcios os empregados no retribuem como

    deveriam (segundo a tica da empresa, obviamente). CHANLAT (1996) assinala a fase de questionamentos que a adminis-

    trao vem passando, no que tange ao comportamento humano nas orga.- nizaes. Salienta que as mudanas que o ambiente tem imposto contribu-em para se pensar no papel do administrador e na necessidade das abor-dagens que considerem o indivduo em suas dimenses scio-culturais.

    Desse modo, apresenta um direcionamento que possibilita ir alm das abordagens estanques do

    indivduo (reduzido a comportamentos no

    ambiente de trabalho) e nas quais o cruzamento com as teorias de ges-tdo se refletem em aes eminentemente funcionalistas.

    Entretanto, as prticas organizacionais muitas vezes, ainda, mostram-se distantes de uma mudana em um sentido mais integrativo, uma vez que, para citar um exemplo, diversas delas implantam ao mesmo tempo a Qualidade Total e a Reengenharia. Ou seja, enquanto a primeira tem uma. caracterstica que de incremento da qualidade, atravs da melhoria con-tinua, a outra se prope a "reengenhar" os negcios, atravs da eliminao de processos de forma drstica e radical. Por seu lado, ao mesmo tempo em que muitos consultores e empresrios

    discursam sobre a importncia

    da formao de identidades grupais e viso compartilhada para o desen-

    volvimento das atividades, os pressupostos tericos que subjazem A admi-nistrao dos colaboradores

    esto influenciados pelas teorias maslowianas,

    que esto calcadas na motivao do

    indivduo (MASLOW, 1976).

    Ao contemplar essas demandas diversas, CHANLAT (1996:23) assevera: Herdeiro simultaneamente das relaes humanas, de alguns ramos da psicologia industrial, da sociologia e das teorias das organizaes, da abordagem

    scio-

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    tcnica, da dinmica dos grupos, do behaviorismo anglo-scvcdo, das diferentes correntes do management, o comportamento organizacional apresenta-se hoje como uma imensa colcha de retalhos, um campo aberto a quase todos os ventos tericos.

    Faz-se necessrio que a problemtica do trabalho e dos que traba-lham seja contemplada de forma mais ampla e imbricada com a relao que se estabelece entre o mundo do trabalho, das organizaes, dos gru-pos e dos sujeitos enquanto partes de um contexto social.

    As organizaes no se apresentam como um sistema fechado, mas elas tern uma relao constante com o ambiente e reproduzem a realidade que encontram na sociedade. na busca de compreenso da inextrincvel relao entre a sociedade e a forma como o trabalho se organiza, que se torna possvel construir um conhecimento que melhor abarque o sujeito que trabalha, que no existe como ser atemporal ou dotado de uma natureza humana determinada biolgica ou psicologica-mente. Nesse sentido, o estudo do comportamento humano (ou da ao humana) nas organizaes, pressupe cada vez mais a ao dos sujeitos, dos grupos e das organizaes como decorrentes de aspectos contingenciais. 0 homem no nasce pronto, a espera de que o seu apa-rato biolgico em funcionamento alce-o a condio de homem, passando automtica e mecanicamente por diversas fases do desenvolvimento bi-olgico e psicolgico, desde o nascimento at a plena maturidade.

    atravs da socializao primria que o sujeito colocado em contato como mundo, suas regras e institucionalizaes (MARTIN-BAR, 1985). Os pais ou substitutos ensinam desde cedo o que a realidade predominante na vida cotidiana: normas, regras, tabus, papis etc. (GOFFMAN, 1985). A identi-dade vai se construindo tambm com a socializao secundria, em que a participao com os outros fornece dados que normalmente corroboram as aprendizagens iniciais. Com a intersubjetividade o indivduo vai se construin-do e permanece em aprendizagem constante sobre o seu universo, de modo que aquilo que ele vivencia ou lhe ensinado na vida cotidiana passa a ser incorporado como "... a realidade. No requer maior significao, que se estenda alm de sua simples presena. Est simplesmente ai... Sei que real" (BERGER e LUCKMAN, 1985:40 - 1).

    As organizaes so um exemplo dessa institucionalizao da vida cotidiana, uma vez que elas adquirem o formato que conhecemos atualmen-te como hegemnico aps a Revoluo Industrial. Apesar das alteraes que tm ocorrido no contexto do trabalho, a afirmao de HALL (1984) de que

  • 46 Dilemas que as concepes

    de sujeito engendram teoria administrativa e

    psicologia

    normalmente nascemos, crescemos, somos educados, trabalhamos e mor-remos em organizaes, permanece atual. Tanto que apesar dos elevados indices de desemprego no nosso pais, a maior parte das pessoas ainda no concebe ser desempregada ou trabalhar fora das organizaes. Assim, atra-vs de uma

    construo social da realidade cotidiana, passou-se a conceber a

    organizao como o principal espao

    onde se realiza o trabalho e importante ordenadora da vida humana associada (e, portanto, institucionalizadora de um determinado modelo politico-econmico).

    Por seu lado, a emergncia de um "mundo" pautado nas organiza-ges tem por detrs um certo modelo de produo, em que o trabalho realizado anteriormente de forma mais autnoma, com a deteno dos meios de produo (MARX, 1971), deixa de ser um valor social e passa a ser

    substitudo por uma nova ordem em que a economia encontra-se como

    centro regulador da sociedade (POLANY, 1980). Instala-se a racionalidade instrumental e a relao entre meios e fins vai se solidificando.

    0 sujeito passa a reconhecer as organizaes na sua forma institucionalizada, ou seja, como representantes de um sistema social que

    est ai como algo dado, que evidente. Apresenta-se na forma de

    realidade objetiva. Entretanto, essa relao dialtica, ou seja, ela pos-sui um sentido duplo, pois o homem ao mesmo tempo ator e espectador em relao ao seu meio (GOFFMAN, 1985). 0 que no exclui o fato de que existe um processo de institucionalizao social que procura modos de legitimao para justificar que alguns sejam prias, enquanto outros so doutores (BERGER e LUCKMAN, 1985).

    A teoria administrativa e a psicologia encontram-se, como no po-deria deixar de ser, significativamente imbudas pelo zeitgest das socie-dades nas quais

    esto inseridas. A administrao construiu uma pers-

    pectiva eminentemente economicista, funcionalista e quantitativista, que espelha aquilo que se encontra no interior das organizaes (CHANLAT, 1996). No caso da psicologia, na medida em que as suas teorias contribu-em para a definio social da realidade, contribuem para sedimental

    -

    essa realidade como algo dado em relao aos sujeitos e seus comporta-mentos (BERGER e LUCKMAN, 1985).

    Nessa perspectiva, FONSECA (1998) identifica o carter autoritrio

    da Psicologia, na medida em que atravs das suas teorias e das prticas procura estabelecer normas de comportamento, como se fossem decor-rentes da natureza humana. Desse modo, relega o seu papel de agente social na construo da realidade.

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    CHANLAT (1996:25), ao analisar a psicodinmica do trabalho, cha-ma ateno para os efeitos do predomnio da racionalidade instrumental e do economicismo sobre aqueles que trabalham nas organizaes, fa-zendo com que sejam majoritariamente tratados como recursos, tais quais outros insurnos organizacionais. De forma mais contundente, AKTOUF (1996:180) chama a ateno para que:

    (...) a empresa dita ps-moderna, ps-fordista `ps-reengenharia', da qualidade, das redes, isto , a empresa herdeira da excelncia e cheia de qualificativos, to variados em suas formas, quanto idnticos em sua vocao , apenas, na verdade, a expresso diversa do desespero diante das conseqncias, hoje desastrosas, de um nico e mesmo fenmeno: o ser humano tratado como custo e como 'recurso'.

    Atenta para o fato de que recurso humano representa a coisificao, a renncia ao papel de sujeito e questiona, ento, como seria possvel gesto das novas formas de organizao do trabalho tratar simultanea-mente com o "objeto-recurso" e o "parceiro-colaborador". Concorda-se com este autor, de que alm dessas, a teoria do comportamento organi-zacional apresenta uma srie de outras contradies entre demandas no momento atual e que, obviamente, encontram-se refletidas tanto nas suas prticas, quanto na produo terica na rea.

    0 sujeito ento, tambm objeto de estudo e encontra-se analisa-do e conceitualizado de diferentes formas, conforme a abordagem te6ri-ca que tem por detrs de si. assim que se torna possvel tratar de concepes de natureza humana subjacentes A teoria administrativa (SCHEIN, 1982, TOLFO, 1996), que j trataram do homem econmico, do homem social, do homem complexo, chegando a possibilidades atuais como o homem comprometido, o homem competente, o homem da qua-lidade... As tentativas de enquadrar o recurso humano conforme um molde que se adeque As diferentes prticas organizacionais, parece ter se exercido com o objetivo de criar uma uniformidade no tratamento e na gesto. Em razo disso, muitas vezes essas prticas mostram-se ina-dequadas (vide resultados insatisfatrios nos programas de Qualidade Total, por exemplo, apontados por MARTINS e TOLEDO, 1998) porque desconsideram a dimenso social embutida na questo e refletem uma miopia, que leva a uma viso fragmentada de homem.

    ENRIQUEZ (1997) argumenta que a administrao encontra dificul-dades em lidar com fenmenos imprevistos e com a hiper-complexidade a qual esto sujeitas a empresa e o seu ambiente, que cada vez mais vo

  • 48 Dilemas que as

    concepes de sujeito engendram A teoria administrativa e A psicologia de encontro as possibilidades de uma ao racional dos administradores e A elaborao de planejamento de longo prazo.

    CHANLAT (1996) prope uma viso antropolgica do ser humano,

    de modo que vises simples e mecanicistas sejam suplantadas pela utili-zao dos agrupamentos de conhecimentos que se tem sobre o ser hu-mano. Essa uma tarefa complexa, uma vez que os saberes

    cientficos encontram-se fragmentados em diversas

    reas, o que remete ao proble-

    ma colocado pela metfora dos homens cegos que procuravam conhe-cer o elefante cada um deles tocando uma parte do animal.

    No h como optar entre tratar do ser humano genrico ou do con-creto, pois o ser genrico, mesmo que importante, tem em si o concreto, ou seja, o outro que pode ser substantivado e que confere especificidade ao sujeito. 0 homem abstrato uma categoria de representao, porque na concretude das situaes da realidade que ele efetivamente aparece. En-to, o estudo da

    questo deve espelhar essas duas faces, que no se com-

    preende adequadamente com a superposio de um sobre o outro. A concepo de subjetividade encontra-se cada vez mais articula-da com as mudanas que advm com o que se convencionou como ps-

    modernidade. Os seus reflexos sobre a subjetivao implicam em diver-sas identidades, que so mutveis, contraditrias e deslocveis (HALL, 1997:14). Nessa perspectiva:

    ...a medida em que os sistemas de significao e representao cultural se multi-plicam, somos confrontados por uma multiciplidade desconcertante e cambiante de identidades possives, com cada uma das quais

    poderamos nos identificar - ao

    menos temporariamente.

    0 sujeito com uma identidade estvel cede lugar a "concepes mutantes do sujeito humano" (HALL, 1997). Implica que o sujeito algo em construo, tanto nas suas instncias individuais, como sociais (GUATTARI, 1990) e que ao invs de unidade a subjetividade a. multiplicidade, que transcende a oposio entre o indivduo

    e a socieda-de. BONIN (1998) assevera que uma contradio dessa espcie no tem sentido, uma vez que o indivduo constitudo

    tanto pela sua histria, como pela sua cultura. As relaes sociais so baseadas nas relaes entre as pessoas e sedimentadas por normas e regras que passam de hbitos a formas institucionalizadas, atravs de instrumentos formaliza-dos e no formalizados (materiais, artefatos e cdigos).

  • Revista de Cincias Humanas, Florianpolis, Edio Esp. Temtica, p. 37-52, 2000 49

    HARVEY (2000:56) identifica no ps-modernismo: ...um modo particular de experimentar, interpretar e ser no mundo o que nos leva ao que , talvez, a mais problemcitica faceta do ps-modernismo: seus pres-supostos psicolgicos quanto personalidade, motivao e ao comportamento. A preocupao com a fragmentao e instabilidade da linguagem e dos discursos leva diretamente, por exemplo, a certa concepo da personalidade.

    Enquanto na modernidade falava-se da parania, a personalidade ps-moderna seria esquizofrnica, como que desordenada e com o sen-tido rompido. H um rompimento com a idia do indivduo alienado, em MARX, porque no se baseia na coerncia do eu para vivenciar estranhamento. A fragmentao e a instabilidade so a marca mais ca-racteristica do ser; no h como projetar o vir-a-ser futuro conforme uma coerncia vislumbrada.

    Em uma perspectiva que parece conciliar melhor esse ser, tanto abs-trato quanto concreto, CHANLAT (1996:16) sugere que se trilhe caminhos que considerem o ser biopsicossocial que 6, localizado em certo ambiente e momento, com capacidade de pensar e se comunicar, movido por pulses resultantes do seu contato com o outro, hbil para elaborar simbologias providas de significado. Enfatiza com veemncia, que considerar essas (e outras) diversas dimenses implica em negar a possibilidade de reduzir os indivduos a objetos ou variveis passveis de manipulao.

    Consideraes finais

    Atualmente no h como duvidar que se est vivenciando um mo-mento de profundas mudanas nas instncias econmica, geo- poltica, social e cultural. Essas mudanas refletem-se de diversas formas sobre as instituies, os grupos e as pessoas. Isso ocorre com tal intensidade, que o prprio trabalho que tradicionalmente foi considerado a categoria sociolgica chave passa a ter a sua centralidade questionada.

    A teoria administrativa apresenta relaes estreitas com aquilo que se refere ao trabalho, uma vez que administrar uma ao exercida, com vistas a alcanar metas e objetivos pr-estabelecidos. Constata-se atravs da reviso de literatura, que apesar da teoria que trata da ques-to, contemplar a necessidade constante de mudanas, em funo da complexidade que o ambiente apresenta, a teoria do comportamento or-ganizacional tem mantido uma perspectiva de anlise que privilegia a

  • 50 Dilemas que as concepes de sujeito engendram teoria administrativa e

    psicologia

    utilizao de modelos de homem. Considera-se que essa contradio decorre da necessidade de padronizar comportamentos, para buscar melhores resultados na tarefa de administrar. 0 sujeito histrico-cultural, produto e produtor das inter-relaes sociais, muitas vezes tem sido rele-gado pelo interesse em lidar com modelos mais simplificados de homem e nos quais seja

    possvel descrever "perfis" de trabalhadores competen-

    tes e comprometidos. Esses recortes que as empresas se apropriam para dar conta da produo, segundo determinados moldes produtivos, preci-sam ser estudados em suas teias de inter-relaes, de modo que tanto reas

    como a Psicologia deixem de contribuir com seus estudos para a "domesticao" de comportamentos, habilidades e atitudes dos sujeitos, assim como a

    gesto seja capaz de transcender seu cunho, ainda, eminen-

    temente funcionalista. Por seu lado, o reducionismo do sujeito trabalhador a esquemas comportamentais unos, implica em uma miopia em relao a subjetivao, que se mostra fragmentada e em constante construo.

    Na busca de contemplar, alm dos comportamentos, vm se de-senvolvendo perspectivas de estudo que questionam a concepo de conhecimento baseada em modelos aprioristicos sobre o sujeito, os gru-pos, as instituies e a sociedade (SANTOS, 1997, HALL, 1997). Esses questionamentos apontam para o papel da globalizao no que se cu-nhou como ps-modernidade e os limites baseados no racionalismo e em um "vir-a-ser" deterministic linear (GUATTARI, 1990, DELEUZE e GUATTARI, 1996). Ao invs de um sujeito uno, dotado de uma natureza que

    vir torn-lo homem, as concepes ps-modernistas tratam de uma

    subjetivao que pressupe

    a existncia

    do mltiplo, de um devir que implica em considerar que a identidade mostra-se fragmentada, contra-ditria,

    passvel de mudanas, mesmo que temporrias.

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