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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO CAFÉ COM ÊNFASE SUSTENTABILIDADE CARACTERIZAÇÃO DA CAFEICULTURA FAMILIAR DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BAHIA Vitória da Conquista - Bahia 2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO DA CADEIA

PRODUTIVA DO CAFÉ COM ÊNFASE SUSTENTABILIDADE

CARACTERIZAÇÃO DA CAFEICULTURA FAMILIAR

DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BAHIA

Vitória da Conquista - Bahia

2013

LÁZARO RIBEIRO DE OLIVEIRA

CARACTERIZAÇÃO DA CAFEICULTURA FAMILIAR

DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BAHIA

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão da Cadeia Produtiva do Café com Ênfase em Sustentabilidade como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.

Orientador: Prof.Dr. Valdemiro Conceição Jr.

Vitória da Conquista - Bahia

2013

FICHA CATALOGRÁFICA

FOLHA DE APROVAÇÃO

Caracterização da Cafeicultura Familiar do Município de Vitória

da Conquista - Bahia

__________________________________ Prof. Dr. Valdemiro da Conceição júnior-DFZ/UESB

Orientador

__________________________________ Prof. MSc. Carlos Henrique Farias Amorim-DEAS/UESB

__________________________________ Pesq. MSc. Ivana Paula Ferraz Santos de Brito-Doutoranda-FCA/UNESP

Dedico esta pesquisa a meu pai,

MárioGomes(in memoriam)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a Meishu-Sama pela minha vida.

À minha família: Renee, Juliano, Ana marta e em especial a Mariana, minha

noiva, pelo apoio e incentivo.

Ao professor Valdemiro Conceição Junior pela contribuição e pelas valiosas

orientações para o desenvolvimento deste trabalho.

Aos demais professores do Programa de Pós-graduação em Gestão da

Cadeia Produtiva do Café com Ênfase em Sustentabilidade, pela contribuição dada

a minha formação.

Aos colegas do curso pelo companheirismo e a todos que de alguma forma

contribuíram para a realização deste trabalho.

"Quando pensamos e agimos de acordo com as imutáveis Leis Naturais, que regem toda a criação e todas as ações, os resultados são benéficos."

Meishu Sama

RESUMO

Esse trabalho caracteriza a cafeicultura praticada pelos agricultores familiares do município de Vitória da Conquista-Ba, identificando as principais características sociais, econômicas e ambientais, apontando suas potencialidades e vulnerabilidades. Para a realização dessa pesquisa foram aplicados 45 questionários aos cafeicultores familiares das principais regiões produtoras de café do município. De acordo com os dados obtidos constatou-se relevante percentual de pessoas que desenvolvem algum tipo de atividade remunerada fora da propriedade. Em 49% das propriedades há pelo menos 1 aposentado e 24% das famílias são atendidas pelo programa bolsa família. Há um baixo nível de escolaridade entre os produtores, oque reflete negativamente na gestão de suas propriedades. Os dados obtidos revelaram predomínio de pequenas propriedades, pois 87% possuem área de até 10 hectares. As lavouras de café em sua maioria possuem área de até 2 ha. Foi verificado grande diversificação da produção voltada ao autoconsumo e à comercialização além de uma intensiva utilização da terra. Na época da colheita em 67% das propriedades costuma-se contratar pessoas para colher o café, com media de 6 pessoas por propriedade. Em relação a produtividade observou-se uma média de 12,7 sacas por hectare.A dificuldade de acesso ao crédito e às politicas públicas voltadas a esse segmento, aliada à inexistência de assistência técnica, agravados pelo déficit hídrico acentuado, principalmente nos últimos anos, aparentam ser as causas dessa baixa produtividade e da obtenção de cafés com qualidade inferior. Investir para o aumento da produtividade das lavouras e para a melhoria da qualidade do café produzido, associando a qualidade à sua origem e aos conceitos de sustentabilidade social, seriam importantes alternativas para agregar valor ao produto, podendo proporcionar assim, uma maior rentabilidade aos produtores. Palavras-chave: Agricultura Familiar; Café; Sistemas de Produção.

FAMILY COFFEE PRODUCTION CHARACTERIZATION IN THE MUNICIPALITY OF VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

ABSTRACT This work characterized the coffee farming practiced by family farmers of the municipality of Vitoria da Conquista-BA, identifying social, economic and environmental characteristics, pointing their potentialities and vulnerabilities. For this research 45 questionnaires were applied to family coffee growers in major coffee producing regions. According to the data obtained a significant percentage of people develops some kind of paid activity outside to the property. In 49% of the properties for at least 1 retired and 24% of households are served by the family allowance program. There is a low level of education among the producers, what reflects in the poorly management of their properties. The data obtained showed a predominance of small properties, because 87% have up to 10 hectares area. Coffee crops mostly have up to 2 hectares area. It was verified a great diversification of production to consumption and marketing in addition to intensive land use. In harvest stage in 67% of the properties it is often hire people to harvest coffee, with an average of 6 people per property. In relation to productivity it was showed a 12,7 average 60 kg bags per hectare. The difficulty of access to credit and the public policies geared to this segment, combined with lack of technical assistance, compounded by sharp water deficit, especially in recent years, appear to be the causes of this low productivity and of obtaining lower-quality coffees. Invest to increase the productivity of crops and for the improvement of the quality of the coffee produced, associating the quality their origin and social sustainability concepts, are ways of adding value to the product, giving it a greater profit to the producers. Key words: Family farming; Coffee; Productions Systems.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Localização do município de Vitória da Conquista-Ba...............................19

Figura 2- Localização das mais importantes regiões cafeeiras do município de

Vitoria da Conquista-..................................................................................................21

Figura 3- Pequena borracharia em frente ao lote de um assentado produtor de café

do distrito de Limeira em Vitória da Conquista-Ba ....................................................23

Figura 4- Escolaridade declarada pelos agricultores familiares das principais regiões

produtoras de café de Vitória da Conquista (%).........................................................24

Figura 5 -Área das propriedades declarada pelos agricultores familiares das

principais regiões produtoras de café de Vitória da Conquista-Ba............................25

Figura 6-Área das lavouras cultivadas com café declarado pelos agricultores

familiares das principais regiões produtoras de café de Vitória da Conquista-Ba....26

Figura 7-Diversificação da produção em propriedade familiar do distrito de São

Sebastião em Vitória da Conquista-Ba.......................................................................27

Figura 8-Praticas agrícolas utilizadas nas lavouras de café dos agricultores

familiares das principais regiões produtoras de Vitória da Conquista-Ba (%)...........29

Figura 9- Adubação orgânica do cafeeiro das principais regiões produtoras de café

de Vitória da Conquista-Ba (%)..................................................................................30

Figura 10- Lavoura de café consorciada com laranjeiras no distrito de Limeira em

Vitória da Conquista-Ba..............................................................................................31

Figura 11- Lavoura de café consorciada com feijão no distrito de São Sebastião em

Vitória da Conquista-Ba..............................................................................................32

Figura 12- Formas de secagem do café utilizado pelos agricultores familiares das

principais regiões produtoras de café de Vitória da Conquista (%)...........................34

Figura 13-Secagem do café em terreiro de chão batido no Assentamento Santa

Marta em Vitória da Conquista-Ba.............................................................................34

Figura 14-Secagem do café em terreiro cimentado no Distrito de São Sebastião em

Vitória da Conquista-Ba.............................................................................................35

Figura 15- Qualidade da bebida de café produzida pelos agricultores familiares das

principais regiões produtoras de Vitória da Conquista (%)........................................36

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Utilização da área da propriedade (%)......................................................28

Tabela 2-Dificuldades encontrada pelos agricultores familiares das principais regiões

produtoras de café de Vitória da Conquista (%)............................................37

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..............................................................................................13 2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................14 2.1 AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL....................................................14 2.2 IMPORTÂNCIA DA CAFEICULTURA........................................................16 3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................19 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................22 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................40 6. REFERÊNCIAS.............................................................................................40 7. APÊNDICE....................................................................................................45

13

1. INTRODUÇÃO

O cafeeiro pertence a família das Rubiaceas e ao gênero Coffea que reúne

diversas espécies, sendo que as espécies Coffea arábica e Coffeacanephora

(robusta) são as de maior interesse econômico, por isso são cultivadas em grande

escala nas variadas regiões produtoras do mundo.

O café arábica apresenta maior qualidade, gerando bebida de maior valor,

alcançando preços superiores aos do robusta, cuja bebida é considerada neutra,

muito usada em misturas(blends)e na indústria solúvel, sendo favorecido pela maior

concentração de sólidos solúveis, o que resulta em maior rendimento

industrial(MATIELLO et al.,2002).

A faixa de temperatura ideal para o cultivo do café arábica é de 19°C a22oC,

já o café robusta adapta-se bem em regiões de baixa altitude com média anual de

temperatura entre 22°C a 26oC(EMBRAPA,2006).

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. O estado da

Bahia se destaca como quarto maior produtor de café do país. Dentre as regiões

produtoras de café no estado da Bahia destaca-se a região do Planalto, a qual

possui altitude, clima e solos propícios para o cultivo do café arábica. É nessa região

que localiza-se o município de Vitória da Conquista, segundo maior produtor da

região, e centro de negócios do café.

A agricultura familiar foi reconhecida oficialmente pela Lei 11.326, de 24 de

julho de 2006, sendo definida como aquela praticada em estabelecimento dirigido

pela família, quetenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades

econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, cuja área não exceda

quatro módulos fiscais, utilizando mão de obra predominantemente familiar (BRASIL,

2006).

As propriedades da agricultura familiar contribuem de forma significativa no

montante da produção de café, tanto a nível nacional, como regional, além de

desempenharem papel importante na geração de emprego e ocupação no meio

rural, demonstrando assim sua importância social e econômica.

14

O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a cafeicultura familiar do

município de Vitoria da Conquista, identificando suas principais características

sociais, econômicas, ambientais e produtivas.

Por meio desta caracterização foi possível obter informações úteis para a

formulação de politicas publicas voltadas a realidade desse importante segmento,

além de gerar conhecimentos detalhados sobre a cafeicultura familiar no município,

contribuindo para uma assistência técnica direcionada as suas reais necessidades e

servindo como referência para estudos e pesquisas a serem desenvolvidas.

2.REFERENCIAL TEÓRICO

2.1A AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL

A agricultura familiar é um segmento de grande importância social e

econômica no Brasil, tanto pela geração de emprego e ocupação, como pela

produção de produtos destinados ao consumo interno.

A partir da década de 1990 observou-se crescente interesse pela agricultura

familiar no Brasil. Esse interesse se materializou em políticas públicas, como no

ProgramaNacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e na criação

do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), além dorevigoramento da Reforma

Agrária(MAIA, 2012). As formulações dessas políticas publicasvieram a atender, em

boa parte, as reivindicações dos trabalhadoresrurais e movimentos sociais agrários.

Dados do censo agropecuário de 2006 revelam a importância desse

segmento, o qual representa 84,4% dos estabelecimentos rurais brasileiros. Este

numeroso contingente de agricultores familiares ocupa uma área de 80,25 milhões

de ha, ou seja, 24,3% da área ocupada pelos estabelecimentos agropecuários

brasileiros (BRASIL, 2009).

A agricultura familiar contribui de forma significativa na fixação do homem no

campo, por meio da geração de emprego e ocupação no meio rural, pois segundo

dados do censo de 2006, existiam 12,3 milhões de pessoas vinculadas à agricultura

familiar (74,4% do pessoal ocupado) (BRASIL, 2009).

15

Destaca-se também sua importância da produção de alimentos, sendo

responsável por garantir boa parte da segurança alimentar do País, como importante

fornecedora de alimentos para o mercado interno: produz 87,0% da mandioca, 70%

da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café (parcela constituída por 55% do

tipo robusta ou conilon e 34% do arábica), 34% do arroz, 58% do leite (composta por

58% do leite de vaca e 67% do leite de cabra), além de possuir 59% do plantel de

suínos, 50% do plantel de aves, 30% dos bovinos( BRASIL,2009).

A região Nordestedetém a metade dos estabelecimentos de agricultura

familiar do País (2.187.295) e 35,3% da área total deles (28,3 milhões de hectares),

segundo a Lei da Agricultura Familiar. Dentro da Região, estes representam 89% do

total de estabelecimentos e 37% da área. Cinco dos dez maiores estados brasileiros

em termos de número de estabelecimentos de agricultura familiar, segundo a Lei de

2006, são nordestinos, com destaque para Bahia, em primeiro lugar, com 665.831

(ou 15,2% do total nacional) e o Ceará, em quarto (341.510 ou 7,8% do total).

Pernambuco, Maranhão e Piauí estão em sexto, sétimo e oitavo lugares,

respectivamente (ETENE, 2010).

Em Vitória da Conquista, considerando os quilombolas, assentados de

reforma agrária e demais agricultores familiares, são aproximadamente 6.000

famílias de agricultores, dos quais em torno de 2.500 possuem a Declaração de

aptidão do produtor (DAP), que os qualifica a ter acesso ao crédito do Pronaf, ao

programa Compra Direta do Governo Federal, entre outros(CONCEIÇÃO JR. et al.

2008)

Esse desempenho produtivo reflete mais um esforço no uso do fator trabalho

do que um processo de intensificação tecnológica, principalmente por parte dos

agricultores menos capitalizados, os quais, em sua maioria,não têm acesso à

assistência técnica e à tecnologias.

A diversificação da produção encontrada nas propriedades da agricultura

familiar se caracteriza como uma estratégia de sobrevivência, onde buscando

reduzir riscos econômicos e alimentares os agricultores tendem a valorizar a adoção

de sistemas mais diversificados. SegundoBuainain (2006) o risco decorrente dos

fatores climáticos e dos mercados aumenta quando o grau de especialização é

excessivo. No entanto, certo grau de especialização é importante para viabilizar

economias de escala, pois, se a diversificação for excessiva, perde-se a

16

oportunidade de internalizar essas economias, aumentando-se os custos unitários e

marginais da produção.

Para as famílias que não tiveram acesso ao processo de modernização, não

conseguindo viver exclusivamente da renda agrícola, desenvolver outras atividades,

mesmo não relacionadas a atividades agrícolas, tornam-se alternativas para

viabilizar as pequenas unidades produtivas, contribuindo para a complementação da

renda familiar, oque garante a reprodução do sistema familiar e a permanência dos

agricultores no meio rural.

Segundo Alves (2002), citado por Carneiro (2008) essas características da

população rural, em que se praticam atividades não-agrícolas, agricultura em tempo

parcial e empregos múltiplos, vem sendo classificadas por diversos autores como

pluriatividade.

Mesmo sob adversidades como insuficiência de terras e capital, dificuldades

no financiamento, baixa disponibilidade tecnológica e fragilidade da assistência

técnica, o peso da agricultura familiar para a riqueza do País é representativo e não

perdeu sua força nos últimos anos (GUILHOTO et al. 2012),sendo necessário

destacar sua contribuição para a interiorização do desenvolvimento rural. Segundo

Guanziroliet al. (2011), esses agricultorestendem a fincar raízes nas regiões onde

atuam e viabilizam o comércio local e o surgimento de aglomerações rural-urbanas.

2.2A IMPORTÂNCIA DA CAFEICULTURA

O Brasil é, tradicionalmente, o maior e mais importante país produtor do

mundo. Tendo iniciado sua produção em meados do século XVIII, desde então vem

gerando e distribuindo empregos e riquezas em diversas regiões do território

nacional onde suas lavouras estão instaladas. Em sua trajetória desde o período

colonial, a cafeicultura brasileira passou por relevantes mudanças geográficas e

estruturais e, alternadamente, por momentos de crise e pujança, sempre mantendo

sua importância relativa para o desenvolvimento brasileiroApós o Brasil destacam-se

respectivamente como maiores países produtores o Vietnã, Indonésia e

Colômbia.(VILELA, 2010).

17

Segundo Dutra Neto (2009), existem mais de 80 países consumidores e 60

países produtores, sendo que o seu cultivo situa-se em regiões tropicais e

subtropicais.

Atualmente o café é o segundo produto mais comercializado do mundo,

perdendo apenas para o petróleo, por isso o seu sistema de comercialização é

altamente organizado e concentrado. O produto é comercializado em sacas de juta

de 60 kg e classificado em tipo bebida, de acordo com as normas brasileiras

(DUTRA NETO,2009).

No ano de 2012, de acordo com a CONAB (2013),o Brasil produziu 50,83

milhões de sacas de 60 kg de café. Além disso, o produto representou 6,7% de

todas as exportações brasileiras do agronegócio, que chegaram a aproximadamente

28,7 milhões de sacas de 60 kg, com faturamento de US$ 6,5 bilhões. Os principais

destinos das exportações brasileiras de café verde foram Alemanha, Estados

Unidos, Itália e Japão; café solúvel - Rússia, Estados Unidos, Ucrânia e Japão; e

café torrado e moído - Estados Unidos, Itália, Argentina e Japão(BRASIL,2013).

A primeira estimativa de produção de café (arábica e conilon) para a safra

2013 indica que no Brasil deverá ser colhido entre 46,98 e 50,16milhões de sacas

doproduto beneficiado. A área plantada com as espécies arábica e conilon no País

totalizam 2.375,79 mil ha (CONAB, 2013).

Minas Gerais destaca-se como o maior estado produtor de café no Brasil,

sendo o responsável, em media pela metade do café produzido no país (CONAB,

2013).A Bahia é o quarto maior Estado produtor de café do Brasil, atrás de Minas

Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Segundo os dados levantados, a Bahia tem

aproximadamente 135.000 hectares de área plantada, em 167municípios (BAHIA,

2010).

De acordo com a CONAB (2013) a primeira estimativa para a produção de

café no ano de 2013, no estado da Bahia, apresenta uma produção semelhante à

obtida na safra 2012, entre 2.076,6 e 2.204,6 mil sacas (2.140,8 mil no ponto médio),

ante uma produção de 2.149.6 mil sacas da safra anterior.

No caso do arábica, produzido por mais de 18.500 produtores no estado, mais

de 46% da produção era obtida por 0,6% dos produtores, os quais possuem área

maior que 100 hectares, enquanto os quase 93% dos produtores com lavouras

18

menores que 10 hectares, produziam apenas 23% do total da produção. (BAHIA,

2011).

As propriedades da agricultura familiar contribuem de forma significativa no

montante da produção de café. No Brasil, a produção de café gera renda para mais

de 650 mil agricultores familiares. Juntos, esses agricultores são responsáveis pela

produção de 38% de todo café nacional, que movimenta cerca de R$ 2,5 bilhões,

por ano(BRASIL, 2013).

Entre as propriedades produtoras da Bahia, 70% são de agricultores

familiares, e os 30% restante são de médios e grandes proprietários, sendo que,

deste número, só 5% apresentam áreas superiores a 100 hectares, concentradas no

Oeste, onde a atividade é empresarial (BRASIL,2010)

O Estado da Bahia possui três regiões produtoras principais: o Cerrado, o

Planalto e o Atlântico, sendo que o crescimento mais expressivo ocorre no Cerrado,

situando-se em torno de 20% ao ano. Na área do Atlântico, o crescimento alcança

10%, enquanto na região do Planalto, embora haja expectativa de ampliação de

área, investe-se prioritariamente na aplicação de tecnologia para aumentar a

produtividade e a qualidade (BRASIL,2010).

Na região do Planalto a cafeicultura é a atividade agrícola de maior

importância, pois apresenta a maior área e o maior valor de produção quando

comparado a todas às outras culturas. Dos 25 municípios que cultivam café nessa

região, 9 apresentam área plantada acima de 1000ha,sendo que a cidade de Barra

do Choça se destaca em 1° lugar com uma área de 23.000ha,seguido de Vitória da

Conquista com 10.000ha(DUTRA NETO,2009).

Vitoria da Conquista, além de se destacar como um município produtor é

considerado também um centro de negócios de café, pois é onde se encontram as

empresas compradoras e exportadoras de café da Bahia, além de abrigar a maior

cooperativa de café do estado, a COOPMAC, a qual possui grande estrutura para

sua estocagem e processamento.

Considerando a diversidade ambiental do município de Vitória da Conquista, a

cultura cafeeira não se estende por todo o município. As áreas que apresentam

melhores condições para o plantio do café são encontradas no distrito de Inhobim,

Cabeceira da Jiboia, São Sebastiãoe arredores da cidade de Vitória da Conquista

(MAIA, 2012).

19

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O município de Vitória da Conquista, situado na região Sudoeste do Estado

da Bahia (Figura2), possui área de 3.357 km2 e população de 306.866

habitantes(IBGE, 2013).Localiza-se entre 14° 30' e 15° 30' de latitude Sul e 40° 30' e

41°10' de longitude a W. Gr, à altitude de 921 metros em relação ao nível do mar,

distanciado em linha reta, 313 km e a 512 km por rodovia, da cidade de Salvador,

capital do estado. O município limita-se ao norte com os municípios de Anagé e

Planalto; ao leste, com Barra do Choça, Itambé e Ribeirão do Largo; ao Sul, com

Encruzilhada e Candido Sales; e a oeste, com Candido Sales, Belo Campo e Anagé

(PASSOS,2005 citado por COSTA,2011).

Figura 1-Localização do município de Vitória da Conquista. Fonte: Atlas geográfico

de Vitória da Conquista- BA,2004

Sua população até a década de 1940 era predominantemente rural,

representando 74,30%. Essa situação se inverteu em 1960, quando a população

20

rural foi ultrapassada pela urbana em 21,40%. Dessa década até os dias atuais,

pode-se constatar o decréscimo vertiginoso da população rural em relação à urbana,

representando em 2010 apenas 10,30% da população do município (MAIA, 2012)

O município atualmente é composto por 12 distritos: sede, onde se encontra a

área urbana (Vitória da Conquista); José Gonçalves; São Sebastião; Pradoso; Bate

Pé; Iguá; Dantilândia; Cabeceira da Jiboia; São João da Vitória; Veredinha; Inhobin e

Cercadinho, além de 284 povoados.

O levantamento dos dados foi realizado através da aplicação de questionários

nas propriedades produtoras de café da agricultura familiar localizadas nas

principais regiões produtoras de café no município de Vitória da Conquista-BA.

Sendo elas: Cabeceira da Jiboia, Inhobim, São Sebastião e arredores da cidade de

Vitória da Conquista(Figura 2).

21

Figura 2 - Localização das mais importantes regiões cafeeiras do município de

Vitoria da Conquista. Fonte: Atlas geográfico de Vitória da Conquista- Ba ,2004.

22

Os questionários (Apêndice 1)semi-estruturadosforam aplicados entre os

meses de março, abril e maio de 2013,com a finalidade de conhecer as principais

características sociais, econômicas e ambientais bem como as praticas agrícolas

utilizadas na cafeicultura desenvolvida pelos cafeicultores familiares. Para isso foram

aplicados 45 questionários em 16 localidades:Povoado de Abelhas, Baixa Seca,

Barrocas, Cabeceira da Jiboia, Capinal, Duas Vendas, Estiva, Inhobim,

Velame,Lagoa de Melquíades,Limeira, Santa Marta, São Domingos, São Joaquim de

Paulo,São Sebastião e Volta Grande.

As propriedades foram escolhidas ao acasoentre as produtoras de café,

tomando-se como base os critérios da lei da agricultura familiar para que fizessem

parte da amostra.

Em seguida foi realizado a tabulação dos dados utilizando planilhas do

sistema Microsoft Excel 2010, sendo posteriormente analisados tanto quantitativa

como qualitativamente.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas propriedades pesquisadas, totalizando o universo de 174 pessoas, 47,1%

são do sexo feminino e 52,9% são do sexo masculino, sendo 4% com idade inferior

a 10 anos, 15,5% entre 10 e 17 anos, 11% entre 18 e 24 anos, 16,5% entre 25 e 39

anos, 30% entre 40 e 59 anos, 11% entre 60 e 69 anos e 12% com mais de 69 anos.

Considerando que a população em idade ativa possui faixa etária entre 18 e

59 anos, encontrou-se 57,5% dos moradores em idade ativa. Entre os proprietários

51% encontra-senessa faixa etária,enquanto o restante possui mais de 59 anos.

Segundo Godoy et al. (2009),o meio rural nos dias atuais não apresenta

atrativos para a permanência dos jovens no campo, seja pela falta de atividades que

proporcionem uma renda atrativa; falta de entretenimentos; dificuldades para o

acesso do ensino escolar; insatisfação com o rendimento obtido na agricultura; a

penosidade e a imagem negativa do trabalho agrícola e falta de lazer, colaboram

para que o meio rural não apresente atrativos para a permanência dos jovens e em

consequência teremos o envelhecimento do meio rural.

Dos 57,5% de moradores em idade ativa, 40% possuem algum tipo de

atividade remunerada fora da propriedade, contribuindo assim para o aumento na

23

renda familiar. Resultado semelhante foi alcançado porPereira,et al.(2006),ao

pesquisar sobre o perfil da agricultura realizada no entorno da sede do município de

Vitória da Conquista, onde constatou-se o percentual de 35,47%,de pessoas que

possuíam renda não agrícola, daí ser comum o trabalho em fábricas, comércio,

construção civil e em residências na sede do município .

Na figura 3, um pequeno comércio instalado pelo produtor em frente a sua

propriedade, indicando a integração das atividades agrícolas com as não agrícolas

como fator de sustentabilidade da propriedade familiar.

Figura 3:Pequena borracharia em frente ao lote de um assentado produtor de café

do distrito de Limeira em Vitória da Conquista-Ba.

Em 49% das propriedades há pelo menos 1 aposentado na família, onde

dessas, 68% têm a aposentadoria como principal fonte de renda. Desta forma é

possívelobservar a importância da aposentadoria na composição da renda familiar,

tornando-seimportante ferramenta para assegurar a permanência da família e a sua

reprodução social e econômica. Dos entrevistados, 24% são beneficiários

doprograma bolsa família para complementar a renda familiar.Conforme visto, o

trabalho fora da propriedade, ou em atividades não agrícolas, aliado a outras fontes

de renda como a aposentadoria e o programa bolsa família se apresentam como

24

condições para a manutenção das famílias no campo, viabilizando as pequenas

propriedades que não conseguem manter-se unicamente de atividades agrícolas.

Em 33,3% das propriedades algum membro da família migrou para um centro

urbano para trabalhar ou estudar, sendo que destes, 60% migraram para a cidade

de Vitória da Conquista, 33,3% migraram para a cidade de São Paulo e 6,7%

migraram para outras cidades da região objetivando trabalhar em atividades que

proporcionem uma melhor renda ou para estudar. Resultado semelhante foi

encontrado num estudo realizado por Pereira,et al.(2006), onde foi constatado que

em 31,8% das famílias de agricultores residentes no entorno de Vitória da Conquista

tinha algum membro que migrou para grandes centros.

Entre os agricultores familiares há um baixo nível de escolaridade, pois

apenas 6,7%concluiu o 2ª grau. A maioria dos proprietários (40%) estudou até a 4ª

serie do primário, sendo que 26,7% são analfabetos (Figura 4).

Figura 4- Escolaridade declarada pelosagricultores familiares das principais regiões

produtoras de café de Vitória da Conquista (%)

Entre os filhos e netos dos agricultores, em idade escolar,não houve registro

de analfabetos, sendo que todos que se encontram na faixa etária entre os 5 e os 17

anos encontram-se em idade escolar regular.Este resultado deve-se ao melhor

acesso à educação observado nos últimos anos e à maior compreensão sobre a

0

5

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20

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25

importância da educação, principalmente nos dias atuais, onde há crescente

exigência em relação à escolaridade.

O baixo nível de escolaridade e principalmente o alto índice de analfabetismo

observado entre os proprietários é um aspecto negativo, pois como os mesmos

atuam como gestores de sua propriedade, torna-se necessário o domínio da leitura,

escrita e operações matemáticas. O reflexo deste baixo nível de escolaridade se

reflete na gestão da propriedade, onde apenas 2,2% dos agricultores costumam

fazer anotações referentes a gastos com insumos e produção da lavoura,

nãoconseguindo assim, ter um controle eficiente em relação aos gastos e lucros

provenientes da atividade agrícola.

Segundo dados obtidos 58% dos estabelecimentos possuem área total de até

5 hectares e, somente 13% possuem mais de 10 hectares (Figura 5), oque se

caracteriza como minifúndios, onde propriedades rurais sofreram reduçãono seu

tamanho, ocasionado por repartição por herança ou venda de parcelas da

propriedade. Essa afirmação se confirma ao ser constatado que 40% das

propriedades pesquisadas foram herdadas e varias outras se localizam em áreas

que antes eram grandes fazendas.

Figura 5-Aréa das propriedades declarada pelos agricultores familiares das

principais regiões produtoras de café de Vitória da Conquista-Ba (ha.)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 a 2ha 2,1 a 5,0ha 5,1 a 10ha mais de 10ha

Po

rcen

tag

em

(%

)

26

Em relação a área das lavouras de café, encontrou-se lavouras com áreas

que variaram de 1040m2 a 25 hectares, sendo que 71,1% das lavouras de café

possui área de até 2 hectares (Figura 6).

Figura 6- Área declaradadas lavouras cultivadas com café pelos agricultores

familiares das principais regiões produtoras de Vitória da Conquista-Ba (ha).

A distancia das propriedades em relação à sede do município variou de8 até

67 km e, por meio de observações,foi possível verificar bom estado de conservação

da maioria das estradas de acesso às propriedades.

Foi observada grande diversificação na produção, onde além do café são

produzidos diversos outros alimentos e algumas criações, com a finalidade tanto de

autoconsumo quanto para comercialização. Dentre os alimentos cultivados destaca-

se a mandioca, em 49% das propriedades, seguida pelo feijão, cultivado em 40%

das propriedades e pelo milho, cultivado em 35,5%. Frutíferas diversas como

laranja, abacate, banana caju, goiaba, maracujá, melancia e mamão também são

cultivadas em 40% das propriedades. A criação de galinhas merece destaque, pois é

desenvolvida em 32% das propriedades. Essa diversificação, segundo Abreu et al

(2008) muitas vezes viabiliza a produção e a manutenção familiar, pois permite aos

produtores a obtenção de receita escalonada durante o ano e rendas não

monetárias, como insumos para a produção animal e alimentos paraautoconsumo.

Exemplode diversificação da produção podeser observado na figura 7.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Ate 2ha 2,1 a 4ha 4,1 a 6ha 6,1 a 10ha Mais de 10ha

Po

rcen

tag

em

(%

)

27

Figura 7- Diversificação da produção em propriedade familiar do distrito de São

Sebastião em Vitória da Conquista-Ba

Em todas as propriedades pesquisadas a principal espécie de café cultivado é

o Coffeaarábica(café arábica), variedade Catuaí. Os cafeeiros Catuaí apresentam

como características principais vantajosas, o seu porte baixo, que facilita o manejo

da plantação, e a alta capacidade produtiva das plantas (MATIELLO et al., 2002).

Uma das características da agricultura praticada em estabelecimentos

familiares é que, devido à menor área das propriedades ocorre uma utilização

intensiva da terra, onde os agricultores procuram explorar ao máximo a pouca

quantidade de terra que têm, resultando em maior ocupação e consequentemente

maior produtividade. Na tabela 1 pode ser observado que 64,5% das propriedades

possuem toda sua área cultivada com cultivos diversos. Dado semelhante foi

observado porPereiraet al. (2006),que constatou que 69,9% dos agricultores

familiares do entorno do município de Vitoria da Conquista utilizavam mais de 70%

da área com cultivo .

28

Tabela 1-Utilização da área da propriedade (%)

Utilização da área (%)

Possui toda área cultivada 64,5

Possui área disponível, mas não pretende ampliar 15,5

Possui área disponível e pretende ampliar o cultivo 20,0

Total 100,0

Na tabela 1 é possível observar também que apenas em 20% das

propriedades há área disponível e disposição para ampliação de cultivos. Destas,

67% dos agricultores pretendem aumentar a área cultivada com mandioca e apenas

22% pretendem aumentar o cultivo de café.Desta forma,pode-se afirmar que não

háperspectiva de aumento significativo na área cultivada com café pelos

cafeicultores familiares das principais regiões produtoras de café do município de

Vitória da Conquista.Tal fato provavelmente está relacionado à falta de recursos

para investir na ampliação da lavoura e ao baixo rendimento financeiro proveniente

da cafeicultura, oque desestimula os cafeicultores a ampliarem a área cultivada.

O percentual de propriedades que recebe algum tipo de assistência técnica

ainda é muito pequeno, pois 87% dos entrevistados declararam não ter acesso

anenhum tipo de assistência. Entre o tipo de assistência técnica recebida pelos 13%

que declararam receber, metade se caracteriza como transferência de tecnologia

promovida por órgãos públicos e a outra metade foi obtida em lojas de insumos

agropecuários, sendo que, não foi registrado nenhum caso de assistência especifica

ao produtor e à sua lavoura.

Na figura 8 estão relacionadas algumas praticas agrícolas utilizadas nas

lavouras de café visitadas.

29

Figura 8-Praticas agrícolas utilizadas nas lavouras de cafédos agricultores

familiares das principais regiões produtoras de Vitória da Conquista-Ba (%)

Segundo Tavares (2009), a eficiência da pratica da adubação é determinada

por váriosfatores ambientais (solo, clima),pela forma do adubo e, principalmente

pelas características químicas do próprio solo, que pode ser determinada pela

analise química. Dados obtidos revelaram que a análise do solo é uma prática pouco

utilizada pelos cafeicultores, pois apenas 29% costumam fazer, ficando a adubação

comprometida, pois não se conhecem as reais necessidades do solo em termos de

qualidade e quantidade dos elementos químicos.

Em 84% das lavouras de café utilizam-se o esterco como adubo orgânico.

SegundoMatielloet al. (2002),a adubação orgânica favorece as condições físicas,

químicas e biológicas do solo, beneficiando a lavoura cafeeira, devendo ser

associada a adubação química. Essa prática se torna de grande importância em

regiões onde o déficit hídrico é mais acentuado devido a sua capacidade

deaumentar a retenção de umidade do solo.

A adubação química é utilizada em 69% das propriedades. Os principais

adubos utilizados são o NPK, ureia e Supersimples, e em menor frequência o adubo

foliar e pó de rocha. Já a correção do solo é praticada em 44% das lavouras.

A utilização de cobertura morta se destaca por ser uma prática utilizada por

82% dos agricultores. Nesse caso a palha ou restos culturais produzidos em cultivos

intercalares ao cafezal, ou em outras áreas da propriedade, são utilizados como

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Po

rcen

tag

em

(%

)

30

cobertura morta, favorecendo o desenvolvimento do cafeeiro não só pelos nutrientes

fornecidos, mas também pelos efeitos de proteção do solo, diminuindo a perda de

água, amenizando a temperatura do solo e reduzindo a infestação de plantas

daninhas (MATIELLO et al., 2002).A utilização dessa prática pela maioria dos

produtores revela uma tendência ao aproveitamento de insumos orgânicos

produzidos na propriedade, devido principalmente ao seu baixo custo e a sua alta

utilidade.

Cabe destacar que em 18% das lavouras de café são utilizados apenas

adubos orgânicos (Figura 9), como esterco, compostagem e palha de café, milho e

feijão; em 8,9% utilizam-se apenas esterco e calcário e em 4,1% não é utilizado

nenhum tipo de adubação. Nessasúltimas propriedades constatou-se também uma

baixa utilização de agroquímicos, sendo possível verificar potencial para uma

transição para o modelo de cultivo orgânico ou agroecológico, o que pode vir a

agregar valor ao produto gerado.

Figura 9-Adubação orgânica do cafeeiroutilizada nas principais regiões

produtoras de café de Vitória da Conquista-Ba (%)

Foi observada a utilização de inseticidas, fungicidas e herbicidas nas lavouras

de café por 33%,31% e 15,5% dos produtores respectivamente, sendo que, a

eficiência da utilização destes produtos torna-se duvidosa devido ao não

acompanhamento técnico na sua utilização.

69%

18%

9% 4%

Adubação química

Apenas adubaçãoorgânica

Adubação orgânica ecalcário

Não aduba

31

Os efeitos negativos decorrentes do clima mais seco e da má distribuição de

chuvas, verificados nos últimos anos, pode ser minimizado por meio da prática da

irrigação, a qual possivelmente proporciona bons resultados sobre a produtividade

das lavouras, mas que, devido ao seu alto custo de implantação e a escassez de

recursos hídricos na região, ainda é praticada por uma pequena parcela dos

agricultores (20%).

O consórcio em lavouras de café foi verificado em 51% das propriedades.

Essa prática ajuda a aproveitar melhor a área da lavoura e a mão de obra

disponível, reduzindo os custos e aumentando as receitas. Nas figuras 10 e 11pode-

se observar modelos de consorciação de culturas utilizados em propriedades

pesquisadas.

Figura 10- Lavoura de café consorciada com laranjeiras no distrito de Limeira em

Vitória da Conquista-Ba

Na figura 10 é possível observar um exemplo de consorciação do café com

laranjeira, uma cultura perene, já na figura 11 observa-se a consorciação do café

com feijão, uma cultura anual. Segundo Matielloet al.(2002) o feijão é a cultura mais

apropriada para intercalação em cafezal, sendo, por isso, a mais utilizada. Como

leguminosa utiliza a maior parte do nitrogênio através da fixação em associação com

32

o Rhizobium, tem ciclo curto, porte baixo, tem raízes superficiais e, normalmente

gera boa rentabilidade.

Figura 11-Lavoura de café consorciada com feijão no distrito de São Sebastião em

Vitória da Conquista-Ba

Foi verificada baixa mecanização e pouca utilização de implementos agrícolas

pelos trabalhadores. Entre os produtores, todos declararam utilizar enxada e 65%

declararam utilizar foice. Somente 6,6% declararam possuir trator próprio, 2,2%

possuirroçadeira manual e 2,2% utilizar tração animal. Apenas 2,2% declararam

utilizar trator de associação e 6,6% informaram que, quando necessário, alugam

trator.

Conceição Jr. et al., (2008) já haviam observado quenos sistemas de

produção da agricultura familiar no município de Vitória da Conquista não é comum

a utilização de maquinários, e o manejo do solo é realizado de forma rudimentar,

geralmente com a utilização de foices e enxadas, que são instrumentos de fácil

aquisição e não precisam de treinamentos específicos para manuseio, como os

tratores, por exemplo. Apesar de simples, estes utensílios aparentam suprir as

necessidades do produtor e da cultura, sem grandes gastos.

A forma de colheita predominante nas regiões estudadas é a manual. Em

todas as propriedades há predominância do trabalho familiar, exceto na época da

33

colheita do café, onde costuma-se contratar trabalhadores para essa atividade. Em

33,3% das propriedades a colheita é realizada exclusivamente por familiares, sendo

que esse fato ocorre apenas em estabelecimentos que possuem lavouras com área

de até 2hectares. Os demais estabelecimentos costumam contratar trabalhadores

para a colheita, sendo que o número de contratações varia em função do tamanho

da lavoura de café ou da quantidade de mão de obra disponível na família, onde se

faz necessária complementação. Em média, são contratados 6 trabalhadores por

propriedade para a colheita do café.

Em relação à produtividade observou-se média de 12,7 sacas.ha-1. Essa

média aproximou-se da obtida pelos pequenos produtores de café do estado da

Bahia, que segundo aSEAGRI (2011) foi de 14,3 sacas por hectare.

Os procedimentos pós-colheita são imprescindíveis na produção de um café

de boa qualidade, podendo o processamento do café ser feito por via seca ou por

via úmida. No processamento via seca predominante entre os agricultores, praticado

por 97,8% dos entrevistados, os frutos são secados inteiros em terreiros de chão

batido, terreiros de cimento, lonas ou estufas.

A secagem corresponde à fase complementar a todos os processos de

preparo do café, sendo que o método de secagem escolhido, com sua estrutura e

manejo, tem efeito marcante nas determinações do índice de qualidade, nível de

classificação e valor comercial do produto (EMBRAPA 2005), por isso esta etapa

deve receber maior atenção, pois é nela que o café estará mais sujeito a

fermentações indesejáveis, oque influenciará na qualidade final do café.

Na maior parte das propriedades pesquisadas (42%), o café é secado em

terreiros de chão batido (Figura 12).

34

Figura 12-Formas de secagem do caféutilizado pelos agricultores familiares

das principais regiões produtoras de café de Vitória da Conquista (%)

A secagem em terreiro de chão batido (Figura 13) segundoEMBRAPA (2005),

não é recomendável, pois esse tipo de terreiro além de ter menor rendimento de

secagem, favorece a ocorrência de sujeiras e fermentações indesejáveis, originando

um produto de má qualidade.

Figura 13- Secagem do café em terreiro de chão batido no Assentamento Santa

Marta em Vitória da Conquista-Ba.

42%

34%

11%

13%

Terreiro de chão batido

Terreiro cimentado

Lona

Estufa

35

Já a secagem em terreiro de piso revestido (figura 14), é o considerado

recomendável por proporcionar secagem mais eficiente, mais uniforme e com menos

riscos de contaminação, garantindo um produto de melhor qualidade.

Figura 14-Secagem do café em terreiro cimentado no Distrito de São Sebastião em

Vitória da Conquista-Ba

Pimenta (2003) citado por Queiroz (2008) destaca que em regiões com alta

incidência de umidade relativa do ar nos períodos de pré-colheita, na colheita e

secagem no terreiro, em geral, observam-se bebidas de pior qualidade devido à

ocorrência de deterioração, que é favorecida nestas condições climáticas, e

consequentemente, maior presença de defeitos na classificação do café.

São vários os fatores que influenciam a eficiência da secagem do café e que

podem comprometer a qualidade no produto final. Os principais são: o método de

secagem, a temperatura, a umidade relativa do ar de secagem e o tempo de

secagem (BOREM, 2008 citado porQUEIROZ, 2008).

Após a secagem é realizado o beneficiamento, onde ocorre o rompimento da

casca, quando da utilização do processamento via seca. O café é geralmente

descascado em descascadores particulares, o valor pago por este serviço varia de

R$3,00 a R$10,00 por saca. O pagamento pode ser feito também com o próprio

36

café, onde é pago de 1,5 a 4 kg de café por saco descascado, com uma media de

2,7kg de café por saca descascada.

A qualidade da bebida é um dos principais fatores que determina o preço

pago pelo café. A maior parte dos produtores produz o café classificado como

bebida rio, 20% não souberam informar o tipo de café produzido.

Figura 15-Qualidade da bebidade café produzida pelos agricultores familiares das

principais regiões produtoras de Vitória da Conquista (%)

Em um estudo de caso da cafeicultura familiar no município de Vitória da

Conquista, Nolasco (2011)apontou os altos custos, a dificuldade de acesso ao

credito, a falta de assistência técnica e a falta de políticas públicas de incentivos

voltadas para os agricultores familiares como principais entraves para o acesso às

tecnologias e à produção de cafés com melhor qualidade e baixo custo.

Questionados sobre possíveis dificuldades na produção do café, 84,4% dos

entrevistados declararam possuiralguma, conforme a Tabela 2.

60%

20%

20%

Rio

Dura e rio

Não sabe

37

Tabela 2-Dificuldades encontradas pelos agricultores familiares das principais

regiões produtoras de café de Vitória da Conquista (%)

Dificuldades (%)

Déficit hídrico 40,0

Falta de recursos para investir na lavoura 26,7

Falta de assistência técnica 6,7

Falta de trabalhadores para colheita 4,4

Alto custo de mão de obra 4,4

Outros 17,8

A seca que vem afetando a região nos últimos anos foi apontada pela maioria

dos produtores como principal dificuldade encontrada no processo produtivo, sendo

percebida como principal fator limitante da produção. A falta de recursos financeiros

para investir na lavoura foi apontada também como fator limitante da produção e da

obtenção de cafés de melhor qualidade, pois sem recursos financeiros para investir

na lavoura, ficam impossibilitados de realizar a adubação, irrigaçãoou os tratos

culturais corretamente, contratar assistência técnica, não conseguindo assim, obter

rendimentos necessários para reinvestir no negócio.

Através dos dados obtidos foi possível constatar um baixo acesso ao credito

pelos cafeicultores familiares, onde apenas 11% declararam possuir atualmente

algum tipo de financiamento,42% declararam não possuir atualmente masjá ter

utilizado alguma vez e 47% nunca tiveram acesso a nenhum tipo de financiamento.

Aparentemente, o baixo rendimento das lavouras e consequentemente a baixa

receita gerada, faz com que a maior parte dos agricultores fique receosa em solicitar

financiamentos, mesmo com taxas de juros baixas, devido ao risco de se tornarem

inadimplentes.

De acordo comGuilhotoet al., (2012), em um cenário em que cada vez mais

se valorizam os produtos orgânicos, os produtos identificados como território e/ou

aqueles que propiciam o verdadeiro crescimento dos produtores, muitos dos quais

constituem nichos extremamente favoráveis a agricultura familiar, torna-se

estratégico compreender por que caminhos esses produtos chegam ou poderiam

chegar ao mercado.

38

A comercialização do café beneficiado é realizada na cidade de Vitoria da

Conquista, sendo que todos os produtores comercializam o café de forma individual.

A maior parte,78%, é vendida a atravessadores e os demais vendem diretamente a

donos de estabelecimento, principalmentebarracas de feira.Segundo Conceição Jr.

et al., (2008)em um estudo sobre a sustentabilidade econômica dos sistemas de

produção da agricultura familiar no município de Vitória da Conquista – Bahia,o

destino da produção de 45,9% das propriedades da agricultura familiar eram os

atravessadores, já20,3% da produção eram vendidos a donos de estabelecimentos

e 15,5%eram comercializados diretamente aos consumidores.

Em relaçãoà influência do atravessador no processo de comercialização, a

maioria dos entrevistados,84,4%, declarou que se sente prejudicado pelo

atravessador, pois acabou se tornando a única opção para os cafeicultores que não

têm condições de ingressar no mercado. A organização dos agricultores em

cooperativas ou associações seria a formade retirar os atravessadores desse

processo, conferindo maiores lucros e benefícios aos produtores.

Em relação a organização social, entreas famílias pesquisadas não houve

registro de participação em cooperativas, apenas 38% participam de associações de

produtores e 35,5% participam do sindicato rural. Este baixo percentual de

participação em organizações dificulta o acesso dos agricultores aos benefícios que

teriam caso trabalhassem de forma coletiva, tais como: assistência técnica com

menor custo; aquisição de insumos; comercialização coletiva sem a participação de

atravessadores, dentre outros.Indagados sobre o motivo de não participarem de

nenhuma organização, a maioria dos entrevistados justificou que nunca teve

interesse em participar; tal fato pode ser compreendido pela falta de informação

sobre a importância e benefícios gerados. Em parte, isso se deve àfalta de

assistência técnica que esclareça aos produtores os benefícios do associativismo e

do cooperativismo.

O preço pago por saca de 60 kg de café na ultima safra variou de R$ 220,00 a

R$ 450,00, conforme o tipo de bebida e o local de comercialização. Relacionando a

média de preço pago pela saca de café (R$ 294,00) com a média de produtividade

de 12,7 sacas por hectare, o rendimento médio das propriedades é de R$3.733,80

por hectare, onde contabilizando os gastos com insumos, transporte e

beneficiamento, estima-se um pequeno rendimento liquido.

39

Segundoo raciocínio “ricardiano”,Vergapoulos (1978)citado por Guanziroliet

al. (2011), o agricultor familiar não se considera a si mesmo como um capitalista que

deve maximizar uma taxa de lucro. Ele não contabiliza lucro nem renda da terra e

produz alimentos ao preço mais baixo possível, que remunera apenas o trabalho

familiar ao seu custo de oportunidade. Por isso, pode ser considerado como a forma

de produção mais bem sucedida no sistema capitalista.

A permanência na atividade cafeeira depende de diversos fatores. Entre os

entrevistados 82% pretendem continuar na atividade cafeeira. Dentre os motivos que

os mantém na atividade, 30% relatou que pela idade avançada não têm disposição

física para mudar de atividade;27% por não teremalternativa;21,5% relataram que

por ser atividade tradicional da região, e por estarem habituados com o manejo da

cultura, nãodesejavam mudar de atividade, e 8% tem perspectivas de melhoras

podendo alcançar melhores rendimentos.

Já a dificuldade em obter resultados financeiros satisfatórios através da cafeicultura

foi o principal fator apontado por aqueles agricultores que declararam desejo de

mudar de atividade.

Devido às pequenas áreas das propriedades e ao uso intensivo da terra, foi

verificado que apenas 20% das propriedades possuíam reserva legal.

Maia(2012),estudando a sustentabilidade da agricultura familiar no município de

Vitória da Conquista, observou que apenas 23%dos estabelecimentos

familiaresdispunham de áreas com florestas nativas em suas propriedades,enquanto

77% não as possuíam,sendo esta realidade existente no município como um todo.

A utilização de lenha retirada da propriedade como fonte de energia foi

verificada em 47% dos estabelecimentos, oque indica que ainda ocorre aretirada de

vegetação para essa finalidade. Já a prática da queimada, entretanto,é utilizada por

apenas 4,4% dos agricultores, indicando a existência de algum grau de consciência

ambiental.

40

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estabelecimentos da cafeicultura familiar do município de Vitória da

Conquista caracterizam-se predominantemente por pequenas propriedades, onde a

dificuldade de acesso ao crédito e às politicas públicas voltadas a este segmento,

aliada à inexistência de assistência técnica, agravados pelo déficit hídrico

acentuado, principalmente nos últimos anos, aparentamser as causas da baixa

produtividade e da obtenção de cafés com qualidade inferior. Investir para o

aumento da produtividade das lavouras e para amelhoria da qualidade do café

produzido, associando a qualidade à sua origem e aos conceitos de sustentabilidade

social, seria uma importante alternativa para agregar valor ao produto, conferindo

assim, uma maior rentabilidade aos produtores.

Dentro desse contexto, a organização dos agricultores torna-se uma

ferramenta fundamental para que possam participar do mercado em melhores

condições de concorrência. Dessa forma, tais medidas apresentam-se como

alternativas para a promoção do desenvolvimento da cafeicultura familiar no

município de Vitória da Conquista, contribuindo assim para o desenvolvimento rural

e regional. Para isso, torna-se necessário envolver os atores capazes de modificar

esse cenário, ou seja, os próprios agricultores, o poder público, a universidade, os

centros de pesquisa e as instituições financeiras, para que possam discutir e

finalmente propor e executar ações concretas que venham a modificar o atual

cenário da cafeicultura familiar nesse município.

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