azospirillum brasilense no arroz de terras altas em ... · universidade estadual paulista “jÚlio...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA
CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA
Processo 1058/12
COBERTURAS VEGETAIS, DOSES DE NITROGÊNIO E INOCULAÇÃO
DE Azospirillum brasilense NO ARROZ DE TERRAS ALTAS EM
PLANTIO DIRETO.
CAIKE DE SOUZA SILVA SILVÉRIO
bolsista
Prof. Dr. ORIVALDO ARF
Orientador
Relatório apresentado à
Fundação AGRISUS.
Ilha Solteira - SP
Julho de 2013
unesp
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1. RESUMO
O arroz representa a base da alimentação no Brasil, juntamente com o feijão. O uso
de tecnologias sustentáveis pode reduzir os custos de produção e aumentar a produtividade
do arroz em épocas de alta demanda. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito das
coberturas vegetais, da inoculação de sementes com Azospirillum brasilense e das doses de
N em cobertura sobre o arroz de terras altas, e avaliar a sua eficiência produtiva no sistema
plantio direto. O trabalho foi desenvolvido durante o ano agrícola 2012/13 no município de
Selvíria (MS). O delineamento estatístico foi o de blocos ao acaso em esquema fatorial
2x2x4 com quatro repetições e os tratamentos constituídos pela combinação das coberturas
vegetais (milheto e crotalária), inoculação de sementes com Azospirillum brasilense
(ausência e presença) e doses de N em cobertura (0, 40, 80 e 120 kg ha-1
). A produção de
massa de matéria seca das coberturas vegetais milheto e crotalária foi semelhante, sendo em
média 5.737 kg ha-1
, com dessecação aos 60 dias após a semeadura (setembro a novembro
de 2012). Como esperado, a leguminosa proporcionou maior teor de nitrogênio acumulado
(104,7 kg ha-1
) em relação à gramínea (55,5 kg ha-1
). Neste trabalho, a maior contribuição
para a sustentabilidade do sistema plantio direto foi o aumento da massa de matéria seca do
arroz de terras altas com a inoculação de sementes com Azospirillum brasilense em
sucessão a crotalária. E também, a maior produtividade do arroz de terras altas em sucessão
a crotalária, e o incremento linear da produtividade com o aumento das doses de N em
cobertura, independente da inoculação de sementes. Assim, os resultados reforçam a
importância da rotação de culturas e contribuem para a possibilidade do aumento da
produção de massa de matéria seca para o sistema de produção com a inoculação de
sementes com Azospirillum brasilense.
Palavras chave: bactéria diazotrófica, Pennisetum americanum, Crotalaria juncea.
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2. INTRODUÇÃO
A capacidade produtiva do arroz em sistemas de irrigação por inundação são as
maiores, sendo os Estados do Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC) os maiores
produtores nacionais de arroz irrigado, com médias de produtividade de 7.471 e 7.396 kg
ha-1
em agosto de 2012 (IBGE, 2012), respectivamente. Para a safra 2010, o cultivo do
arroz pelo sistema de inundação foi responsável por mais de 72% da produção nacional.
Por outro lado, o sistema de terras altas é responsável por 10% da produção de arroz
brasileiro, sendo os maiores produtores os Estados do Maranhão (MA) e Mato Grosso
(MT) com produtividades médias de 1.056 e 3.217 kg ha-1
, respectivamente. A diferença
média de produtividade entre os sistemas de cultivo são marcantes. Embora sistemas muito
distintos, o potencial produtivo do arroz é expresso no sistema inundado e ainda não obtido
no sistema de terras altas.
O arroz foi utilizado como cultura pioneira em área de fronteiras agrícolas e,
atualmente, com a redução da abertura de novas áreas agrícolas, sua utilização deverá
compor sistema de cultivos com rotação de culturas, principalmente em áreas com o SPD.
A cobertura do solo pela palha é fundamental para a sustentabilidade do SPD, pois
proporciona benefícios para propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Para o
cultivo do arroz em SPD, as plantas de cobertura são de grande interesse, pois entre os
nutrientes liberados pela palha, o nitrogênio é disponibilizado na forma de amônio (NH4+)
(TEIXEIRA et al., 2009), importante para o desenvolvimento inicial do arroz.
A escolha das coberturas vegetais que compõe o sistema de produção é
imprescindível para a produção de palha. Pois protege o solo da erosão, contribui para
melhoria da fertilidade, aumenta a infiltração e disponibilidade de água para as plantas,
minimizando os impactos ao ambiente. O sucesso na implantação e no estabelecimento do
SPD está fortemente relacionado com a alta produção de fitomassa nos sistemas de rotação,
sem a qual os objetivos e vantagens dessa forma de cultivo não são alcançados
(ANDRIOLI et al., 2008).
A disponibilidade de nutrientes pelos resíduos vegetais esta relacionado à relação
C/N da palha. As leguminosas utilizadas para cobertura vegetal proporcionam maior aporte
de N no solo (TEODORO et al., 2011) e podem aumentar a produtividade do arroz de terras
altas em sucessão no SPD (CAZETTA et al., 2008). As gramíneas aumentam a
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permanência da palha sobre a superfície do solo, pela maior relação carbono (C) /N, e
assim, menor velocidade de decomposição (TORRES et al., 2008).
Embora fontes de N proporcionem maiores produtividades ao arroz de terras altas,
como o sulfato de amônio (GITTI et al., 2011). A uréia é o principal fertilizante
nitrogenado disponível no mercado mundial, e apresenta como vantagens o menor preço
por unidade de N, alta concentração de N, alta solubilidade, menor corosividade,
compatibilidade com um grande número de outros fertilizantes e defensivos e alta taxa de
absorção foliar (CANTARELLA, 2007).
A fixação biológica do N pelas bactérias do gênero Azospirillum em associação
com gramíneas (DÖBEREINER et al., 1976) podem contribuir com o fornecimento de
parte das necessidades das plantas por este nutriente. Esse grupo de bactérias também
sintetizam hormônios, como a auxina, que estimula o crescimento da parte aérea e do
sistema radicular de varias gramíneas, entre elas o arroz (RADWAN et al., 2004).
Outra característica benéfica, e que pode favorecer o estabelecimento do arroz de
terras altas em SPD, é o estimulo para aumentar o desenvolvimento do sistema radicular.
Esse estímulo, esta associado à produção de ácido indol-acético, giberelinas e citocininas,
liberados pelo Azospirillum brasilense (TIEN, GASKINS e HUBBELL, 1979). A utilização
no arroz pode aumentar o volume de solo explorado. Considerando o reduzido
enraizamento do arroz em SPD.
Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da inoculação de sementes com
Azospirillum brasilense em sucessão a diferentes coberturas vegetais do solo, a
possibilidade de redução na adubação nitrogenada em cobertura pela inoculação de
sementes com Azospirillum brasilense, como também, aumentar a eficiência produtiva do
arroz de terras altas no sistema plantio direto.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido durante o ano agrícola 2012/13, em área
experimental da UNESP - Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria (MS), situada a
aproximadamente 20º 22’ de latitude Sul e 51º 22’ de longitude Oeste de Greenwich, com
altitude de 335 metros. O clima da região, segundo classificação de Koppen, é do tipo Aw,
com precipitação pluvial média anual de 1.330 mm, temperatura média anual de 25 °C e
umidade relativa do ar média anual de 66% (CENTURION, 1982). O solo local é do tipo
LATOSSOLO VERMELHO distrófico álico e de textura argilosa (EMBRAPA, 2006).
O delineamento experimental foi em blocos casualizados com 12 tratamentos,
disposto em esquema fatorial 2x2x4 e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos
pela combinação das coberturas vegetais: milheto (Pennisetum americanum) e crotalária
(Crotalaria juncea), inoculação das sementes de arroz com Azospirillum brasilense
(inoculado e não inoculado) e doses de nitrogênio aplicadas em cobertura (0, 40, 80 e 120
kg ha-1
de N).
As parcelas foram compostas de cinco linhas com 6 m de comprimento. A área útil
foi constituída pelas três linhas centrais de cada parcela, considerando as linhas laterais
como bordadura e desprezando-se 0,5 m das extremidades de cada linha.
As coberturas vegetais foram semeadas no dia 03/09/2012, com semeadora
específica para o SPD e mecanismo de distribuição de sementes com fluxo contínuo. O
milheto e a crotalária em cultivo solteiro, foram semeados em linhas espaçadas de 0,17 m
entre si, com densidades de 20 e 40 kg ha-1
, respectivamente. As coberturas vegetais foram
dessecadas com herbicidas específicos no inicio do mês de novembro e manejadas com
desintegrador mecânico (Triton®), objetivando distribuir de forma uniforme os resíduos
das coberturas vegetais na área de cultivo e facilitar a semeadura do arroz. Não foram
realizados quaisquer tipos de adubação mineral, haja vista o seu bom desenvolvimento. O
fornecimento de água, quando necessário, foi realizado com sistema fixo de irrigação por
aspersão.
A semeadura do arroz cv. IAC 202 foi realizada em 19/11/2012, emergindo aos 7
dias após a semeadura (DAS). Foi realizado o tratamento de sementes com o inseticida
fipronil (50 g por 100 kg de sementes). Após a tratamento de sementes com o inseticida, e
pouco antes da semeadura do arroz, foi realizada a inoculação das sementes com
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Azospirillum brasilense, com as estirpes AbV5 e AbV6. O inoculante utilizado apresentava
2x108 UFC g
-1 do produto comercial, utilizando-se a dose de 100 g de inoculante para 25
kg de sementes. A densidade de semeadura foi de 80 kg ha-1
de sementes, e o espaçamento
entre as linhas de 0,35 m. A adubação por ocasião da semeadura foi de 250 kg ha-1
da
formulação 4-30-10.
A adubação de cobertura utilizando como fonte a ureia foi realizada na superfície
do solo aos 29 dias após a emergência (DAE). Após a adubação foi aplicada uma lâmina de
água de aproximadamente 15 mm para incorporação do fertilizante.
No manejo de água da cultura do arroz foram utilizados três coeficientes de cultura
(Kc), distribuídos em quatro períodos compreendidos entre a emergência e a colheita. Para
a fase vegetativa foi utilizado o valor de 0,4; para a fase reprodutiva dois coeficientes de
cultura (Kc), o inicial de 0,70 e o final de 1,00 e para a fase de maturação estes valores
foram invertidos, ou seja, o inicial de 1,00 e o final de 0,70.
O florescimento e a colheita do arroz ocorreram aos 80 e 108 DAE. Os
resultados foram analisados pelo Teste F, comparando as médias dos fatores qualitativos
pelo teste de Tukey (p<0,05), e quantitativos por regressão polinomial.
Durante a condução do experimento foram realizadas as seguintes avaliações nas
coberturas vegetais:
- Massa de matéria seca da parte aérea das coberturas vegetais (MSPA):
imediatamente após a passagem do desintegrador mecânico foi realizada a avaliação da
produção de massa seca da cobertura vegetal, por meio de amostragens em uma área de
0,25 m2 em quatro pontos da parcela. As plantas foram submetidas à secagem em estufa de
circulação forçada de ar a temperatura de 65oC.
- Teores de N, P e K na MSPA: foram determinados os teores de N, P e K nas
amostras, conforme metodologia descrita por Malavolta, Vitti e Oliveira (1997). Pelo
produto do teor dos nutrientes (g kg-1
) com a produção de MSPA (kg ha-1
) foi obtido o N, P
e K total acumulado pelas coberturas.
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Avaliações realizadas na cultura do arroz:
- Emergência das plântulas: número de dias transcorridos entre a semeadura e a
emergência da maioria das plântulas de arroz (“ponto de agulhamento”).
- Floração: número de dias transcorridos entre a emergência e a floração de 50%
das plantas das parcelas.
- Massa de matéria seca da parte aérea do arroz: por ocasião do florescimento
foi coletado por parcela 0,50 m de linha da parte aérea das plantas de uma das linhas
centrais. A massa de matéria seca foi obtida após secagem das plantas em estufa a 65°C
com circulação de ar até peso constante.
- Teor de N foliar: por ocasião do florescimento foi coletado o limbo foliar
de vinte “folhas bandeira” por parcela que, após a secagem, foram moídas em
moinho tipo Wiley, e em seguida, foram submetidas à digestão sulfúrica, conforme
metodologia proposta por Malavolta, Vitti e Oliveira (1997).
- Altura de plantas (cm): durante o estádio de grãos na forma pastosa foi
determinada em dez plantas ao acaso, na área útil de cada parcela a distância média
compreendida desde a superfície do solo até a extremidade superior da panícula mais alta.
- Maturação: número de dias transcorridos entre a emergência e a maturação de
90% das panículas da parcela.
- Acamamento: determinado por observações visuais na fase de maturação,
utilizando-se a seguinte escala de notas: 0 – sem acamamento; 1 – até 5% de plantas
acamadas; 2 – 5 a 25%, 3 – 25 a 50%; 4 – 50 a 75% e 5 – 75 a 100% de plantas acamadas.
- Número de panículas por metro quadrado: contagem do número de panículas
em 1,0m de fileira de plantas na área útil das parcelas e posteriormente calculado por metro
quadrado.
- Número total de grãos por panícula: contagem do número de grãos de vinte
panículas coletadas no momento da colheita, em cada parcela.
- Número de grãos granados e chochos por panícula: contagem do número de
grãos granados e chochos de vinte panículas após separação dos mesmos por fluxo de ar.
- Massa de 100 grãos: avaliada pela coleta ao acaso e pesagem de duas amostras
de 100 grãos de cada parcela (13% base úmida).
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- Produtividade de grãos: determinada pela pesagem dos grãos, provenientes da
área útil das parcelas, corrigindo-se a umidade para 13% e convertendo em kg ha-1
.
- Rendimento de engenho: uma amostra de 100g de grãos de arroz de cada
parcela foi processada em engenho de prova, por 1 minuto e, em seguida, os grãos brunidos
(polidos) foram pesados, sendo que o valor encontrado foi considerado como rendimento
de benefício. Posteriormente, os grãos brunidos foram colocados no “Trieur” por 30
segundos, para separação dos grãos. Os grãos que permaneceram no “Trieur” foram
pesados, obtendo-se o rendimento de inteiros e os demais, grãos quebrados. Todos os
resultados expressos em porcentagens.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos nas avaliações de massa seca da parte aérea das coberturas
vegetais (MSCV), teores totais acumulados de nitrogênio, fósforo e potássio estão
apresentados na Tabela 1. Os teores totais acumulados de nitrogênio na MSCV foram
influenciados pelas coberturas vegetais (Tabela 1), sendo o maior valor obtido pela
crotalária. Gitti et al. (2012) avaliando a MSCV do milheto e crotalária, cultivadas entre os
meses de agosto e outubro de 2011, e manejadas aos 57 dias após a semeadura, obtiveram
produção de massa seca da parte aérea de 4.784 e 5.286 kg ha-1
, e teores acumulados de
nitrogênio, fósforo e potássio de 75,5; 14,7 e 105,5 kg ha-1
e 56,9; 14,0 e 111,2 kg ha-1
,
respectivamente, semelhante aos valores obtidos para o presente trabalho.
Tabela 1. Massa seca da parte aérea das coberturas vegetais (MSCV) e teores totais
acumulados de nitrogênio (NAC), fósforo (PAC) e potássio (KAC) em função
da cobertura vegetal e inoculação prévia de Azospirillum brasilense em
sementes de arroz. Selvíria, MS, Brasil, 2012/13.
Tratamentos MSCV NAC PAC KAC
---------------------kg ha-1
----------------------
Cobertura vegetal (C)
Milheto 6.035 55,5 b 18,3 123,1
Crotalária 5.440 104,8 a 16,9 92,7
Inoculação (I)
Presença 5.830 76,2 16,7 108,6
Ausência 5.645 84,1 18,5 107,3
C 0,51ns
14,5**
0,98ns
3,35ns
Teste F I 0,05ns
0,38ns
1,51ns
0,00ns
C x I 3,15ns
0,48ns
1,20ns
1,57ns
DMS (5%) C - 29,2 - -
I - - - -
Média geral 5.737 80,1 17,6 108
CV (%) 29 32 16,7 31
** e
ns – significativo em nível de 1% de probabilidade pelo teste F e não significativo, respectivamente;
médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; CV – coeficiente de variação.
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Na Tabela 2 estão os resultados obtidos da matéria seca da parte aérea do arroz,
altura de plantas e teor de N foliar. A matéria seca da parte aérea do arroz foi influenciada
pelas doses de N em cobertura, os dados obtidos se ajustaram a uma equação quadrática,
sendo a estimativa da dose de N máxima e maior matéria seca do arroz de 68 kg ha-1
e
8.062 kg ha-1
, respectivamente (Tabela 2).
Tabela 2. Massa seca da parte aérea do arroz (MSPA), altura de plantas (AP) e teor de
nitrogênio foliar (TN) em função da cobertura vegetal, doses de nitrogênio e
inoculação de sementes com Azospirillum brasilense em arroz de terras altas.
Selvíria, MS, Brasil, 2012/13.
Tratamentos MSPA AP TN
kg ha-1
g kg-1
Cobertura vegetal (C)
Milheto 7.064 91 29,2
Crotalária 7.704 93 30,8
Dose de N (D)
0 kg ha-1
6.485(1)
93 28,9
40 kg ha-1
7.925 91 30,2
80 kg ha-1
7.891 92 30,2
120 kg ha-1
7.235 91 30,7
Inoculação (I)
Presença 7.582 91 29,7
Ausência 7.186 93 30,3
C 2,63ns
0,63ns
6,75*
D 2,95* 0,51
ns 1,55
ns
I 1,00ns
2,97ns
0,99ns
Teste F C x D 0,74ns
3,04* 5,98
**
C x I 6,99* 0,44
ns 0,99
ns
D x I 1,44ns
0,48ns
0,37ns
C x D x I 0,55ns
0,15ns
1,93ns
DMS (5%) C - - 1,28
I - - -
Média geral 7.383 92 30
CV (%) 18,53 6,42 7,22
**,
* e
ns – significativo em nível de 1% e 5% de probabilidade pelo teste F e não significativo,
respectivamente; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; CV – coeficiente de variação; (1)
y = 6.527,8958 + 44,8182x - 0,3273x2 (R
2 = 0,97).
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O arroz cultivado em sucessão a crotalária e com inoculação de sementes com
Azospirillum brasilense apresentou a maior matéria seca da parte aérea do arroz, quanto
comparado com os tratamentos em sucessão ao milheto e não inoculado (Tabela 3).
A altura das plantas de arroz foi maior no cultivo em sucessão a crotalária e no
tratamento onde não houve aplicação de N em cobertura, nos demais tratamentos onde
houve aplicação de N em cobertura a altura de plantas não apresentou valores significativos
(Tabela 4). Isso pode ter ocorrido devido ao fornecimento de N que a crotalária propicia ao
solo, fazendo com que o desenvolvimento do arroz fosse beneficiado na ausência de N em
cobertura.
O teor de N foliar apresentou maiores valores no arroz cultivado em sucessão a
crotalária no tratamento sem a aplicação de N em cobertura e na dose de 80 kg ha-1
(Tabela
5), os dados se ajustaram a uma equação linear e mostram que o aumento das doses de N
aumentaram linearmente o teor de N foliar. Como observado por Gitti et al. (2012), o
aumento das doses de N em cobertura elevou a disponibilidade no solo e contribuiu para
que este fosse incrementado nas plantas de arroz.
Tabela 3. Interação entre coberturas vegetais e inoculação de sementes do arroz com
Azospirillum brasilense sobre a matéria seca da parte aérea do arroz. Selvíria,
MS, 2012/13.
Coberturas vegetais Matéria seca da parte aérea do arroz (kg ha
-1)
Inoculado Não inoculado
Milheto 6.739 b 7.388
Crotalária 8.424 a A 6.984 B
DMS (5%) = 1.141
Médias com letras diferentes, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey.
Tabela 4. Interação entre coberturas vegetais e doses de N aplicadas no arroz sobre a altura
de plantas. Selvíria, MS, 2012/13.
Coberturas vegetais
Altura de plantas (cm)
Doses de N (kg ha-1
)
0 40 80 120
Milheto (ns)
90 b 93 90 93
Crotalária (ns)
97 a 89 93 90
DMS (%) = 6
12
ns
– não significativo, médias com letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey.
Tabela 5. Interação entre coberturas vegetais e doses de N aplicadas no arroz sobre o teor
de nitrogênio foliar. Selvíria, MS, 2012/13.
Coberturas vegetais
Teor de nitrogênio foliar
Doses de N (kg ha-1
)
0 40 80 120
Milheto (1)
27 b 30 28 b 32
Crotalária (ns)
31 a 31 32 a 29
DMS (%) = 2
ns
– não significativo, médias com letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; (1)
y = 27,2833 + 0,0321x (R2 =
0,60).
Na Tabela 6 estão os dados obtidos de número de espiguetas total, espiguetas
granadas e espiguetas chochas por panícula.
O número total de espiguetas apresentou interação entre coberturas vegetais e
doses de N em cobertura (Tabela 7), sendo que em sucessão ao milheto e na dose de 120 kg
ha-1
o número total de espiguetas mostrou um maior valor, nas demais doses não houve
diferença significativa. Ainda no número total de espiguetas, com relação a dose de N
dentro das coberturas vegetais, os dados obtidos da crotalária se ajustaram a uma equação
quadrática, diferente dos resultados obtidos por Buzetti et al. (2006), onde verificaram que
o aumento das doses de N proporcionou aumento linear do número de espiguetas por
panícula.
O número de espiguetas granadas apresentou interação entre coberturas vegetais e
doses de N em cobertura (Tabela 8), para a dose de 80 kg ha-1
o cultivo em sucessão a
crotalária mostrou maior valor de espiguetas granadas, já para a dose de 120 kg ha-1
o
cultivo em sucessão ao milheto apresentou maior número de espiguetas granadas. Os dados
obtidos do milheto se ajustaram a uma equação quadrática.
O número de espiguetas chochas por panícula apresentou influência das coberturas
vegetais, sendo que o cultivo do arroz em sucessão ao milheto proporcionou maior valor de
espiguetas chochas quando comparado ao cultivo em sucessão a crotalária. Em
concordância com Cazetta et al. (2008) que também verificaram menores valores no
número de espiguetas chochas por panícula no cultivo em sucessão a crotalária.
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Tabela 6. Número total de espiguetas (ET), espiguetas granadas (EG) e chochas (EC) por
panícula em função da cobertura vegetal, doses de nitrogênio e inoculação de
sementes com Azospirillum brasilense em arroz de terras altas. Selvíria, MS,
Brasil, 2012/13.
Tratamentos ET EG EC
---número de espiguetas por panícula----
Cobertura vegetal (C)
Milheto 160 118 41 a
Crotalária 147 114 33 b
Dose de N (D)
0 kg ha-1
138 102 36
40 kg ha-1
163 124 38
80 kg ha-1
156 119 37
120 kg ha-1
157 118 38
Inoculação (I)
Presença 154 115 38
Ausência 153 117 36
C 4,23ns
0,60ns
10,57**
D 2,95ns
2,76ns
0,22ns
I 0,02ns
0,07ns
0,92ns
Teste F C x D 3,82**
4,46**
0,42ns
C x I 0,83ns
0,23ns
1,34ns
D x I 0,84ns
0,73ns
1,64ns
C x D x I 0,79ns
0,40ns
0,97ns
DMS (5%) C - - 5
I - - -
Média geral 153 116 37
CV (%) 16 20 27
** e
ns – significativo em nível de 1% de probabilidade pelo teste F e não significativo, respectivamente;
Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; CV – coeficiente de variação.
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Tabela 7. Interação entre coberturas vegetais e doses de N aplicadas no arroz sobre o
número total de espiguetas. Selvíria, MS, 2012/13.
Coberturas vegetais
Número total de espiguetas
Doses de N (kg ha-1
)
0 40 80 120
Milheto (ns)
141 176 147 176 a
Crotalária (1)
134 150 166 137 b
DMS (%) = 25
ns
– não significativo, médias com letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; (1)
y = 132,2062 + 0,8942x –
0,0069x2 (R
2 = 0,85).
Tabela 8. Interação entre coberturas vegetais e doses de N aplicadas no arroz sobre o
número de espiguetas granadas. Selvíria, MS, 2012/13.
Coberturas vegetais
Número de espiguetas granadas
Doses de N (kg ha-1
)
0 40 80 120
Milheto (ns)
101 135 106 b 132 a
Crotalária (1)
103 114 133 a 105 b
DMS (%) = 23
ns
– não significativo, médias com letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; (1)
y = 100,2500 + 0,7969x –
0,0061x2 (R
2 = 0,73).
O número de panículas por m2 e a massa de 100 grãos não obtiveram valores
significativos para nenhum dos tratamento avaliados (Tabela 9). Já, Bordin et al. (2003)
verificaram aumento no número de panículas com a adubação de N em cobertura, utilizando
como fonte a uréia.
Em concordância com Cazetta et al. (2008) a massa de 100 grãos não foi
influenciada pelas coberturas vegetais utilizadas, e Arf et al. (2003) constataram que a
aplicação de nitrogênio em cobertura não influenciou este componente produtivo, utilizando
como fonte de N o sulfato de amônio.
A produtividade de grãos apresentou incremento com o aumento das doses de N
em cobertura, onde os dados se ajustaram a uma equação linear positiva (Tabela 9), ou seja,
a cada 1 kg ha-1
de N disponibilizado em cobertura aumentou a produtividade em
aproximadamente 2,8 kg ha-1
de grãos. A produtividade apresentou interação entre
coberturas vegetais e inoculação de sementes com Azospirillum brasilense, onde o cultivo
15
do arroz em sucessão a crotalária, independente da inoculação de sementes, proporcionou
maior produtividade de grãos (Tabela 10). Em sucessão ao milheto, o arroz inoculado com
Azospirillum brasilense apresentou menor produtividade de grãos, em relação ao tratamento
não inoculado.
Tabela 9. Número de panículas por m2 (NP), massa de 100 grãos (MC) e produtividade
(PR) em função da cobertura vegetal, doses de nitrogênio e inoculação de
sementes com Azospirillum brasilense em arroz de terras altas. Selvíria, MS,
Brasil, 2012/13.
Tratamentos NP MC PR
m2 g kg ha
-1
Cobertura vegetal (C)
Milheto 309 2,21 3.387
Crotalária 308 2,23 3.914
Dose de N (D)
0 kg ha-1
285 2,22 3.433(1)
40 kg ha-1
324 2,21 3.810
80 kg ha-1
311 2,22 3.412
120 kg há-1
315 2,25 3.947
Inoculação (I)
Presença 314 2,21 3.501
Ausência 303 2,24 3.799
C 0,02ns
0,66ns
23,47**
D 1,86ns
0,45ns
6,14**
I 0,83ns
1,78ns
7,54**
Teste F C x D 0,36ns
1,76ns
0,99ns
C x I 2,20ns
3,36ns
6,26**
D x I 0,34ns
2,41ns
1,42ns
C x D x I 0,40ns
1,21ns
1,85ns
DMS (5%) C - - 218
I - - 219
Média geral 309 2,22 3.650
CV (%) 15,65 4,72 11,91
** e
ns – significativo em nível de 1% de probabilidade pelo teste F e não significativo, respectivamente; DMS
– diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; CV – coeficiente de variação; (1)
y = 3.478,8875 +
2,8573x (R2 = 0,30).
16
Tabela 10. Interação entre coberturas vegetais e inoculação de sementes do arroz com
Azospirillum brasilense sobre a produtividade de grãos. Selvíria, MS,
2012/13.
Coberturas vegetais Produtividade de grãos (kg ha
-1)
Inoculado Não inoculado
Milheto 3.102 b B 3.672 A
Crotalária 3.900 a 3.927
DMS (5%) = 310
Médias com letras diferentes, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey.
O rendimento de benefício não foi influenciado pelas coberturas vegetais, pelas
doses de N aplicadas em cobertura e nem pela inoculação de sementes do arroz com
Azospirillum brasilense (Tabela 11). Cazetta et al. (2006) também não obtiveram influencia
das coberturas vegetais no rendimento de beneficio, observando também que não houve
influencia das coberturas vegetais no rendimento de inteiros, ocorrendo o mesmo para as
doses de N aplicadas em cobertura.
O rendimento de grãos inteiros apresentou influência das coberturas vegetais,
sendo que o cultivo do arroz em sucessão a crotalária proporcionou porcentagem de grãos
inteiros maior, em comparação com o milheto. Houve interação entre as doses de N e a
inoculação de sementes, onde o tratamento sem aplicação de N em cobertura e na ausência
de inoculação de sementes proporcionou maior valor de rendimento de inteiros (Tabela 12).
O rendimento de grãos inteiros também apresentou ajuste quadrático dos valores pelo
aumento das doses de N em cobertura na ausência da inoculação de sementes com
Azospirillum brasilense.
A quantidade de grãos quebrados foi influenciada pelas coberturas vegetais, onde a
crotalária proporcionou menor porcentagem de grãos quebrados. Houve interação entre
doses de N em cobertura e a inoculação de sementes, onde a ausência da aplicação de
nitrogênio em cobertura e a inoculação de sementes de arroz com Azospirillum brasilense
apresentou maior valor de grãos quebrados (Tabela 13). A porcentagem de grãos quebrados
ajustou-se uma equação quadrática na ausência da inoculação de sementes com
Azospirillum brasilense.
17
Tabela 11. Rendimento de benefício (RB), rendimento de inteiros (RI) e grãos quebrados
(GQ) em função da cobertura vegetal, doses de nitrogênio e inoculação de
sementes com Azospirillum brasilense em arroz de terras altas. Selvíria, MS,
Brasil, 2012/13.
Tratamentos RB RI GQ
------------------------%----------------------
Cobertura vegetal (C)
Milheto 62 49 b 13 a
Crotalária 64 53 a 11 b
Dose de N (D)
0 kg ha-1
64 53 11
40 kg ha-1
63 51 13
80 kg ha-1
61 49 12
120 kg ha-1
63 51 12
Inoculação (I)
Presença 63 51 12
Ausência 63 51 12
C 3,81ns
11,63**
12,01**
D 2,26ns
2,72ns
3,26ns
I 0,67ns
0,70ns
0,19ns
Teste F C x D 0,63ns
0,49ns
0,78ns
C x I 1,46ns
1,49ns
0,25ns
D x I 2,77ns
4,29**
2,87**
C x D x I 0,92ns
0,11ns
0,36ns
DMS (5%) C - 1,90 1,06
I - - -
Média geral 63 51 12
CV (%) 4,34 7,40 17,71
** e
ns – significativo em nível de 1% de probabilidade pelo teste F e não significativo, respectivamente; DMS
– diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; CV – coeficiente de variação; médias seguidas por
letras diferentes nas colunas diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade.
18
Tabela 12. Interação entre inoculação de sementes com Azospirillum brasilense e doses de
N aplicadas no arroz sobre o rendimento de grãos inteiros. Selvíria, MS,
2012/13.
Inoculação
Rendimento de grãos inteiros
Doses de N (kg ha-1
)
0 40 80 120
Presença (ns)
49 b 51 50 52
Ausência (1)
56 a 50 48 51
DMS (%) = 4
ns
– não significativo, médias com letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; (1)
y = 56,1206 – 0,1982x +
0,0012x2 (R
2 = 0,99).
Tabela 13. Interação entre inoculação de sementes com Azospirillum brasilense e doses de
N aplicadas no arroz sobre os grãos quebrados. Selvíria, MS, 2012/13.
Inoculação
Grãos quebrados
Doses de N (kg ha-1
)
0 40 80 120
Presença (ns)
12 a 13 12 11
Ausência (1)
9 b 13 13 12
DMS (%) = 2
ns
– não significativo, médias com letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade; DMS – diferença mínima significativa pelo teste de Tukey; (1)
y = 9,4350 + 0,1079x - 0,0007x2
(R2 = 0,95).
Apesar de algumas diferenças verificadas em relação aos tratamentos utilizados,
de maneira geral os componentes do rendimento do arroz obtidos apresentaram valores
adequados. Segundo Fornasieri Filho e Fornasieri (2006), de maneira geral o arroz de terras
altas apresenta valores de rendimento de benefício, de inteiros e grãos quebrados de 67, 53
e 12%, respectivamente, sendo semelhante às médias (63, 51 e 12%) obtidas na presente
pesquisa para a qualidade industrial dos grãos.
19
5. CONCLUSÕES
1 - O arroz cultivado em sucessão a crotalária e inoculado com Azospirillum
brasilense apresentou maior valor de matéria seca na parte aérea das plantas.
2 - O arroz cultivado em sucessão a crotalária apresentou maior produtividade de
grãos, quando comparado com o milheto, independente da inoculação de sementes com
Azospirillum brasilense.
20
6. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS
A principal dificuldade encontrada foi com relação ao cultivo da crotalária, pois
houve no inicio do desenvolvimento uma incidência de patógenos de solo que prejudicaram
o estabelecimento do estande de plantas. Assim, a medida corretiva para os próximos
cultivo deverá ser realizado o tratamento de sementes com fungicidas, ou rotacionar as
coberturas vegetais na área experimental.
Com relação à cultura do arroz, não encontramos dificuldades de estabelecimento
da cultura, condução e análise dos resultados.
Quanto a tabulação dos dados, a análise estatística e a elaboração do relatório final
não foi possível realizar nos meses estipulados no cronograma de atividades do projeto,
devido a excessiva carga horária do aluno no curso de Agronomia. Assim, foi necessário
solicitar a Agrisus um período adicional para elaboração e entrega do relatório final.
21
7. RELATÓRIO PRÁTICO
Por que cultivar a crotalária anteriormente ao arroz?
A crotalária é uma planta que disponibiliza nitrogênio para as culturas cultivadas em
sucessão, além de contribuir para redução de pragas e doenças que podem reduzir a
produtividade de culturas gramíneas de importância econômica. Porém o cultivo da
crotalária anteriormente a cultura do arroz, objetivando o aumento da produtividade, deverá
ser realizado após uma análise de custo, pois as sementes de crotalária são caras e podem
onerar o custo de produção do arroz.
Devo inocular as sementes de arroz com Azospirillum brasilense?
A inoculação de sementes com bactérias nas culturas do trigo, arroz e milho
(gramíneas) ainda esta em estudo e necessitam de mais pesquisas para garantir a
recomendação precisa para os produtores. Diferente da cultura da soja e feijão, que
apresentam resultados já garantidos pela pesquisa há vários anos.
Com o cultivo da crotalária anteriormente ao arroz, pode-se economizar ureia
reduzindo a dose de N em cobertura no arroz?
Nesse trabalho, não foi possível reduzir a dose da ureia em cobertura com o cultivo
do arroz após o da crotalária.
22
8. COMPENSAÇÕES OFERECIDAS À FUNDAÇÃO AGRISUS
As compensações prometidas, como: gerar informações técnicas para o cultivo do
arroz de terras altas no sistema plantio direto; considerando os fatores avaliados no presente
trabalho, foram divulgados pelo relatório final apresentados para à Agrisus. Nesse relatório,
as conclusões referentes à inoculação de sementes com Azospirillum brasilense e o cultivo
do arroz em sucessão a crotalária, proporcionou maior produção de palha (massa de matéria
seca do arroz) ao sistema de produção. Além disso, o aumento das doses de nitrogênio em
cobertura e o cultivo do arroz em sucessão a crotalária proporcionaram maiores
produtividades de grãos, independente da inoculação de sementes.
23
9. DEMOSTRAÇÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS DA FUNDAÇÃO AGRISUS
(mencionar outras fontes de financiamento de forma comparativa).
Os recursos provenientes da Fundação Agrisus foram utilizados para pagamento
da bolsa ao aluno durante o período de desenvolvimento da Pesquisa. Os recursos para
aquisição de insumos necessários foram atendidos pela Fazenda de Ensino e Pesquisa da
UNESP – Ilha Solteira e por outros projetos financiados, como por exemplo o CNPq.
24
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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E.L.M. Produção de milho em plantio direto com adubação nitrogenada e cobertura do solo
na pré-safra. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 32, p. 1691-1668, 2008.
ARF, O.; RODRIGUES, R.A.F.; CRUSCIOL, C.A.C.; SÁ, M.E.; BUZETTI, S. Manejo do
solo e adubação nitrogenada para cultivares de arroz de terras altas irrigadas por aspersão.
Scientia Agrícola, Piracicaba, v.60, n.2, p.348-352, 2003.
BORDIN, L.; FARINELLI, R.; PENARIOL, F. G.; FORNASIERI FILHO, D. Sucessão de
cultivo de feijão-arroz com doses de adubação nitrogenada após adubação verde, em
semeadura direta. Bragantia, Campinas, v.62, n.3, p.417-428, 2003.
BUZETTI, S.; BAZANINI, G.C.; FREITAS, J.G.; ANDREOTTI, M.; ARF, O.; SÁ, M.E.;
MEIRA, F.A. Resposta de cultivares de arroz a doses de nitrogênio e do regulador de
crescimento cloreto de clormequat. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.41, p.1731-1737,
2006.
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FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. (eds). Fertilidade do solo.
Viçosa, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, p. 375-470, 2007.
CAZETTA, D.A.; ARF, O.; BUZETTI, S.; SÁ, M.E.; RODRIGUES, R.A.F. Desempenho
do arroz de terras altas com a aplicação de doses de nitrogênio e em sucessão às culturas de
cobertura do solo em sistema de plantio direto. Bragantia, v.67, p.471-479, 2008.
CAZETTA, D. A.; ARF, O.; BUZETTI, S.; SÁ, M. E. DE; RODRIGUES, R. A. F.
Qualidade industrial do arroz de terras altas cultivado após diferentes coberturas vegetais e
doses de nitrogênio em sistema plantio direto. Científica, Jaboticabal, v.34, n.2, p.155-161,
2006.
CENTURION, J. F. Balanço hídrico da região de Ilha Solteira. Científica, Jaboticabal, v.
10, n. 1, p. 57-61, 1982.
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Brasília, DF: Embrapa-SPI; Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p.
FORNASIERI FILHO, D.; FORNASIERI, J.L. Manual da cultura do arroz. Jaboticabal:
Funep, 2006. 589 p.
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KANEKO, F.H. Coberturas vegetais, doses de nitrogênio e inoculação de sementes com
Azospirillum brasiliense em arroz de terras altas no sistema plantio direto. Bragantia,
Campinas, v. 71, n. 4, p. 509-517, 2012.
GITTI, D.C.; MONTEIRO, S.; ARF, O.; RODRIGUES, R.A.F.; VILELA, R.G.; CHAVES,
D.C.D.; PORTUGAL, J.R.; PEREIRA, D.A.S. Plantas de cobertura, fontes de N e
fornecimento de molibdênio no cultivo do arroz de terras altas em plantio direto irrigado
por aspersão. In: CONGRESSO BRASILEIRO ARROZ IRRIGADO, 7, 2011, Balneário
Camboriú. Anais... Itajaí: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina, 2011. v. 2, p. 195-198.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Levantamento
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TEODORO, R.B.; OLIVEIRA, F.L.; SILVA, D.M.N.; FÁVERO, C.; QUARESMA,
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