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IESDE Brasil S.A.Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1482. CEP: 80730-200

Batel - Curitiba - PR. 0800 708 88 88 www.iesde.com.br

Análise de Demonstrativos Financeiros

Análise de Demonstrativos Financeiros

demonstrativos_financeiros.indd - pg: 1 - PRIMEIRA PROVA 17/1/2008 10:26:13

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Análise de Demonstrativos

Financeiros

Autor:Miguel Wilson da Silva

1.ª edição

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© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Todos os direitos reservadosIESDE Brasil S.A.

Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR

www.iesde.com.br

S237 Silva, Miguel Wilson da,

Análise de Demonstrativos Financeiros./Miguel Wilson da Silva. — Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2007.

94 p.

ISBN: 978-85-7638-772-5

1. Estrutura 2. Análise 3. Balanço Patrimonial 4. Quocientes e índices 5. Relatórios I. Título

CDD 658 15

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Sumário

Introdução à Análise das Demonstrações Financeiras | 7Conceitos gerais | 7Técnicas de Análise das Demonstrações Financeiras (algumas reclassificações importantes) | 11Princípios e convenções contábeis geralmente aceitos | 12

Estrutura das Demonstrações Contábeis | 19Conceitos gerais | 19Balanço Patrimonial | 20Disposição das contas no Balanço Patrimonial | 20Modelo do Balanço Patrimonial | 26Demonstração do Resultado do Exercício | 26Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados | 31Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido | 32Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) | 33Notas explicativas às demonstrações financeiras | 35Parecer dos auditores independentes | 35

Introdução aos índices de análise de balanços | 39O papel dos índices de balanço | 39Avaliação dos índices | 45Índices-padrão | 46Método de avaliação de empresas | 46Conclusões sobre a empresa | 50Comentários finais | 50

Análise de balanços através dos cálculos dos indicadores | 57Conceitos gerais | 57Cálculo dos indicadores | 58Explicação detalhada dos quocientes e sua estrutura | 58Outros índices utilizados para avaliar a estrutura patrimonial | 62Ponto de equilíbrio | 68

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Margem de segurança | 72Grau de alavancagem operacional | 72Interpretação dos quocientes | 73

Instrumentos intermediários de Análise das Demonstrações Financeiras | 75Análise Vertical (AV) | 75Análise Horizontal (AH) | 76Análise Horizontal Encadeada (AH-E) versus Anual (AH-A) | 77Utilização da Análise Vertical e Análise Horizontal | 78Comparações com padrões | 79Elaboração de relatórios | 79Pontos importantes na Análise das Demonstrações Financeiras | 80Considerações finais | 82

Gabarito | 87

Referências | 89

Anotações | 91

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Este livro foi concebido com base na experiência acumulada na sala

de aula e também na convivência profissional. Buscamos nesta obra

apresentar de forma clara e objetiva os pontos que julgamos necessários

para que o aluno possa, no decorrer das aulas, entender a nossa proposta.

Os temas foram separados visando a um aprendizado contínuo e crescente,

como se observa durante a leitura do livro. Nos capítulos iniciais, discutimos

a importância das Demonstrações Financeiras, sua estrutura, a montagem

e as regras previstas na legislação atual, tendo a preocupação de justificar

sua estruturação com base nos Princípios e Convenções Contábeis geral-

mente aceitos, o que, em minha opinião, funciona como limitador e fator

de transparência e ética na profissão contábil, auxiliando, e muito, não só

os analistas e usuários das informações contábeis, mas também os que os

preparam para tal função.

Nos demais capítulos apresentamos uma proposta baseada em outras

experiências, inclusive citadas como fonte bibliográfica para Análise das

Demonstrações Financeiras, com utilização de quadros para condensar

e demonstrar índices de forma que a interpretação fique objetiva. Ainda

nessa parte da obra, apresentamos a utilização e a aplicação das fórmulas

para cálculo dos quocientes de análise, apresentando os mais utilizados

para tal fim.

E, na última parte, tratamos das Análises Horizontal e Vertical como meio

de complementar as informações sobre o tema. Concluímos com sugestões

para montagem de um relatório no qual o analista possa apresentar todos

os dados sobre o seu trabalho, lembrando que, conforme citado em nossa

obra, os relatórios devem ser feitos de forma clara e objetiva, como se

fossem para leigos.

Esperamos que este material, juntamente com as videoaulas, possa levar

os alunos a enxergar como funciona a metodologia aplicada nas empresas

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para extrair das Demonstrações Financeiras (Balanço Patrimonial,

Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido, Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos e

das Notas Explicativas) todas as informações necessárias que possam servir

como ferramenta de auxílio na tomada de decisões.

A obra pretende levar uma linguagem simplificada deste universo para

que os usuários possam utilizá-la e usufruir dos seus resultados da melhor

maneira possível, sempre pautados na ética e dentro das normas e políticas

fiscais vigentes.

Boa leitura!

Miguel Wilson da Silva

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Estrutura das Demonstrações Contábeis

Conceitos geraisAs Normas Brasileiras de Contabilidade tratam de impor regras e procedimentos a serem segui-

dos na elaboração das Demonstrações Financeiras pela empresa dentre todas as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a NBC T - 3, trata especificamente do conceito, conteúdo, estrutura, no-menclatura das demonstrações contábeis e estabelece em seu item de disposições gerais o seguinte:

Das disposições gerais

a) As demonstrações contábeis (*) são as extraídas dos livros, registros e documentos que compõem o sistema contábil de qualquer tipo de entidade.

b) A atribuição e a responsabilidade técnica do sistema contábil da entidade cabem, exclusivamente, ao contabilista registrado no CRC.

c) As demonstrações contábeis observarão os Princípios Fundamentais de Contabilidade, aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

d) As demonstrações contábeis devem especificar sua natureza, a data e/ou o período e a Entidade a que se referem.

e) O grau de revelação das demonstrações contábeis deve propiciar o suficiente entendimento do que cumpre de-monstrar, inclusive com o uso de notas explicativas que, entretanto, não poderão substituir o que é intrínseco às de-monstrações.

f ) A utilização de procedimentos diversos daqueles estabelecidos nesta Norma somente será admitida em Entidades públicas e privadas sujeitas a normas contábeis específicas, fato que será mencionado em destaque, na demonstração ou em nota explicativa.

g) Os efeitos inflacionários são tratados em Norma específica.

(*) Inclusive as denominadas “financeiras”, na legislação.

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20 | Análise de Demonstrativos Financeiros

Com base nesta instrução reproduziremos o que denominamos Balanço Patrimonial e sua es-trutura física, seguindo os critérios estabelecidos na legislação em vigor, citando sempre as Normas Brasileiras de Contabilidade.

Balanço PatrimonialO Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitati-

vamente, em uma determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade, sendo constituído pelos grupos patrimoniais descritos acima:

Ativo:::: – compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos.

Passivo:::: – compreende as origens de recursos representados pelas obrigações com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação.

Patrimônio Líquido:::: – compreende os recursos próprios da entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patri-mônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto.

Balanço

Ativo = Passivo – Patrimônio Líquido

Disposição das contas no Balanço PatrimonialO Balanço Patrimonial tem como base as contas contábeis e sua estrutura sugere isso. Com base

nessa afirmação, devemos classificar as contas constantes no balanço patrimonial com base nas Normas Brasileiras de Contabilidade e a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76), na qual temos as seguintes regras básicas.

1) As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de realização, e as contas do passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedi-mentos para os grupos e os subgrupos.

2) Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subseqüente à data do Balanço Patrimonial.

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21|Estrutura das Demonstrações Contábeis

3) Os direitos e as obrigações são classificados, respectivamente, em grupos de Realizável e Exigível a Longo Prazo, desde que os prazos esperados de realização dos direitos, e os prazos das obrigações estabelecidas ou esperadas, situem-se após o término do exercício subseqüente à data do Balanço Patrimonial.

4) Na entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no Circulante ou Longo Prazo terá por base o prazo desse ciclo.

5) Os saldos devedores ou credores de todas as contas retificadoras deverão ser apresentados como valores redutores das contas ou grupo de contas que lhes deram origem.

6) Os valores recebidos como receitas antecipadas por conta de produtos ou serviços a serem concluídos em exercícios futuros, denominados como resultado de exercícios futuros, na legislação, serão demonstrados com a dedução dos valores ativos a eles vinculados, como direitos ou obrigações, dentro do respectivo grupo do ativo ou do passivo.

7) Os saldos devedores e credores serão demonstrados separadamente, salvo nos casos em que a entidade tiver direito ou obrigação de compensá-los.

8) Os elementos da mesma natureza e os saldos de reduzido valor quando agrupados, desde que seja indicada a sua natureza, nunca devem ultrapassar, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utili-zação de títulos genéricos como “diversas contas” ou “contas-correntes”.

O balanço é peça fundamental para revisão e análise dos negócios.

A visão de dois balanços subseqüentes mostra as variações ocorridas no período e as modifica-ções na estrutura patrimonial e financeira da empresa entre um período e outro.

A padronização estabelecida pela Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76) é útil porque fa-cilita a preparação das demonstrações, as análises, as interpretações, as comparações e os estudos estatísticos.

Conteúdo do balançoAtivo Passivo

Bens

e d

ireito

s

Ativo Circulante

Ativo Realizável a Longo Prazo

Ativo Permanente – dividido em::

Investimentos

Ativo Imobilizado

Ativo Diferido

Passivo Circulante

Passivo Exigível a Longo Prazo

Resultado de Exercícios Futuros

Patrimônio Líquido – dividido em::

Capital Social

Reservas de Capital

Reservas de Reavaliação

Reservas de Lucro

Lucro (ou Prejuízo) Acumulado

Obr

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Patr

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Classificação do AtivoClassificado em três grandes grupos: Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanen-

te, os quais são apresentados em ordem decrescente do grau de liquidez (realização) de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas.

Ativo CirculanteTodas as contas de grande rotação são apresentadas no balanço como Ativo Circulante. Dessa

maneira, todas as contas de liquidez imediata, ou que se convertem em dinheiro a curto prazo, serão classificadas nesse grupo.

Consideram-se curto prazo todos os valores cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício seguinte ao encerramento do balanço, ou do ciclo operacional da empresa, no caso de este ser superior a um ano (exercício social).

O Ativo Circulante, por sua vez, divide-se nos seguintes subgrupos:

Disponível:::: – inclui as contas com maior grau de liquidez do ativo, constituído pelas disponi-bilidades imediatas, como dinheiro em caixa e cheques recebidos e não depositados. Também fazem parte do disponível a conta bancos, conta movimento (para pagamentos em cheques), títulos e aplicações financeiras de liquidez imediata.

Aplicações financeiras:::: – refere-se a aplicações em títulos e valores mobiliários resgatáveis a curto prazo. Essas aplicações normalmente são realizadas mediante a utilização de excessos temporários de caixa e representa uma forma de resguardar o poder de compra da moeda em ambiente inflacionário. As aplicações podem ser feitas em títulos públicos, letras de câm-bio, certificados de depósitos bancários, debêntures e outros ativos. Podemos classificar neste subgrupo do circulante também obras de arte, terrenos, investimentos em ações, quando es-tes são de caráter transitório e cuja circularização aconteça até, no máximo, o final do exercício seguinte (conceito de curto prazo).

Valores a receber a curto prazo:::: – discrimina todos os valores recebíveis a curto prazo de propriedade da empresa, como clientes e os valores a receber provenientes das demais tran-sações da empresa.

Do montante das duplicatas a ser recebidas de clientes, parte podem ser descontadas em ::::instituições financeiras e isso aparecerá como duplicatas descontadas. Que aparecerá sub-traindo do valor de duplicatas a receber (clientes).

Parte das duplicatas a receber, podem deixar de ser recebidas por vários motivos (concor-::::datas, falências etc.), em função disso a empresa pode provisionar parte do valor como perdas prováveis, quando aparecerá no “ativo realizável” como provisão para devedores duvidosos, subtraindo do valor de duplicatas a receber (clientes).

Estoques:::: – representa o montante apurado nos diversos inventários da empresa. Poderão representar os estoques:

matéria-prima;::::

materiais de consumo;::::

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mercadorias para revenda;::::

produtos acabados (indústria);::::

produtos em elaboração, entre outros.::::

Despesas antecipadas:::: – inclui-se nesse subgrupo todos os recursos aplicados em itens que proporcionarão serviços ou benefícios durante o exercício social seguinte, ou seja, são despe-sas pagas antecipadamente e ainda não incorridas. Exemplos:

prêmio de seguros;::::

passagens pagas e não utilizadas;::::

assinatura de jornais e revistas;::::

encargos financeiros etc.::::

Ativo Realizável a Longo PrazoNesse grupo devem ser registrados todos os direitos da empresa, cujas contas possuem natureza

idêntica às do ativo circulante, realizável (recebíveis) após o término do exercício seguinte ao encerra-mento do balanço.

As contas que compõem a realizável a longo prazo, com exceção do disponível, as demais rubri-cas classificadas no Ativo Circulante que tiverem prazo de realização após o término do exercício se-guinte ao do balanço, ou seja, demorar mais de um ano para serem recebidas, terão suas classificações no realizável a longo prazo.

Ativo PermanenteEste representa o último grupo do ativo e, de acordo com a conceituação, o que tem o menor

grau de liquidez. Como o próprio nome indica, são recursos aplicados em bens ou direitos não destina-dos à comercialização, ou seja, à circulação econômica, permanecendo na empresa. O Ativo Permanen-te é dividido em três subgrupos:

Investimentos:::: – esse subgrupo caracteriza-se pelos vários direitos de suas contas não se destinarem à manutenção da atividade da empresa ou às negociações. Para fins de análise, a planilha de reclassificação pode subdividir os investimentos em duas rubricas básicas, sendo uma relativa às participações em coligadas e controladas e a outra para agrupar outros bens e direitos não destinados à manutenção das atividades empresariais, portanto, com característi-cas de investimentos (especulação).

Imobilizado:::: – compõe-se de todos os bens e direitos destinados ao funcionamento normal de uma empresa, tipicamente, esses ativos são considerados fixos na empresa. Os elementos do Ativo Imobilizado podem ser classificados em três categorias: tangíveis, intangíveis e em an-damento. Para efeito de avaliação do imobilizado, deve ser subtraído o montante que corres-ponda à perda de seu valor em função de uso, tempo, desgaste, obsolescência etc. esse valor é definido como depreciação no caso de bens tangíveis e amortização no caso de intangíveis. Quando se tratar de perda de valor de recursos naturais e florestas em decorrência de sua ex-ploração, a perda contabilizada se intitula exaustão. O imobilizado tem quatro características básicas:

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24 | Análise de Demonstrativos Financeiros

sua utilização nas atividades da empresa;::::

não é destinado a venda;::::

deve ter vida útil superior a um ano;::::

possuir relevância em valor.::::

Diferido:::: – representam as despesas incorridas em determinado exercício, mas que participa-rão da formação do resultado da empresa em mais de um período. Exemplo: despesas destina-das à constituição da empresa, à organização e reorganização, gastos com pesquisa de novos produtos etc. O diferido sofre amortizações, apropriadas às despesas operacionais, durante o período em que se espera que produza benefícios.

São exemplos de diferido: as despesas incorridas durante o período pré-operacional, construção e implementação de projetos, pesquisas e desenvolvimento etc.

Classificação do Passivo

Passivo CirculanteSão as obrigações de curto prazo, ou seja, obrigações que deverão ser liquidadas dentro do exer-

cício social seguinte ao encerramento do balanço. O Passivo Circulante, também pode ser dividido em vários subgrupos como:

Fornecedores:::: – contas representativas de dívidas oriundas das compras a prazo de bens ou serviços destinados à produção de outros bens ou serviços. Os fornecedores podem ser nacio-nais ou estrangeiros.

Salários e encargos sociais:::: – normalmente os salários e encargos de cada mês são pagos no início do mês seguinte, ou seja, são apropriados como despesas ou custos do período tendo como contrapartida a obrigação a ser quitada no mês seguinte, como: salários, férias, 13.º sa-lário, INSS, FGTS e outras obrigações originadas na folha de pagamento.

Impostos e taxas:::: – nesse item são agrupados os tributos como: ICMS a recolher, IPI, ISS, PIS, IRRF etc.

Empréstimos e financiamentos:::: – podemos classificar nesse subgrupo todos os empréstimos obtidos em moeda nacional, estrangeira ou os empréstimos subsidiados.

Outros valores exigíveis a curto prazo:::: – normalmente classificam-se nesse subgrupo os va-lores menos expressivos e que por isso não justificam a abertura de conta específica.

Passivo Exigível a Longo Prazo

O Exigível a Longo Prazo, também pode ser aberto em vários subgrupos de acordo com a neces-sidade de cada empresa. Os mais freqüentes são:

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25|Estrutura das Demonstrações Contábeis

Empréstimos e financiamentos :::: – normalmente originados de financiamentos de bens du-ráveis como Finame, que é uma linha de financiamento com recursos do BNDES, destinados a financiar projetos de expansão de empresas.

Debêntures:::: – títulos de longo prazo lançados pela empresa com objetivo de captar recursos. Tais valores podem ser convertidos em ações ao final do período.

Tributos:::: – normalmente originado de tributos não liquidados no vencimento e negociados para liquidação a longo prazo.

Outros:::: – outros tipos de realizáveis a longo prazo.

Resultados de exercícios futuros

Embora classificados do lado do passivo, não representam exigibilidades, uma vez que não há obrigatoriedade de devolução e, por isso, também não se caracteriza como um adiantamento. Consis-tem em recebimento antecipado de receitas já diminuídas de seus custos e despesas como: aluguéis, recebimento de comissões (quando não há cláusula contratual de devolução). Podem ser divididos em: receitas de exercícios futuros, representando a receita bruta e custos e despesas de exercícios futuros, representando a diminuição.

O Patrimônio LíquidoRepresenta a parte na empresa que pertence a seus proprietários, ou seja, a parte que não é con-

siderada como exigível, uma vez que os sócios da empresa tendem a não reclamar o reembolso de suas aplicações na empresa, se o fizessem estariam realizando a equação do patrimônio PL = B + D – O, ou seja, encerrando suas atividades. O Patrimônio líquido é representado pelas seguintes contas ou elementos:

dos investimentos dos proprietários na sociedade;::::

de valores recebidos como doação e subvenções para investimentos;::::

das reservas oriundas de lucros; e::::

das reservas provenientes de reavaliação de ativos.::::

Podemos considerar como definição para os elementos acima citados os conceitos apresentados na NBC T–3, que são:

I – Capital

São os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorporação de reservas e lucros.

II – Reservas

São os valores decorrentes de retenções de lucros, de reavaliação de ativos e de outras circunstâncias.

III – Lucros ou Prejuízos Acumulados

São os lucros retidos ou ainda não destinados, e os prejuízos ainda não compensados; estes apresentados como parce-la redutora do Patrimônio Líquido.

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26 | Análise de Demonstrativos Financeiros

Modelo do Balanço PatrimonialResumo da aplicação das regras previstas nas Normas Brasileiras de Contabilidade, em especial a

que trata da elaboração do Balanço NBC T–3.

Ativo Passivo e Patrimônio LíquidoAtivo Circulante

São os bens e direitos que estão em constante giro (em

movimento) sendo a sua conversão em dinheiro realizada

até o fim do exercício seguinte. Classifica-se primeiro aquele

que se transformar em dinheiro mais rapidamente.

Passivo Circulante

São as obrigações (dívidas) exigíveis que deverão ser pagas

até o fim do exercício seguinte.

Ativo Realizável a Longo Prazo

Representam os bens e direitos que serão transformados

em dinheiro após o exercício social seguinte ao do

levantamento do balanço. Incluem-se também os

adiantamentos e empréstimos a sócios, acionistas,

diretores, empresas ligadas, coligadas ou controladas,

desde que não constituam negócios usuais do objeto social

da empresa.

Exigível a Longo Prazo

São as obrigações exigíveis que deverão ser pagas após o

exercício social seguinte ao do levantamento do balanço.

Ativo Permanente

São os bens e direitos que não se destinam a venda e tem

vida útil longa, no caso dos bens.

Investimentos

Representam as aplicações financeiras de caráter

permanente com o objetivo de gerar rendimentos; não

são necessários à manutenção das atividades normais da

empresa.

Imobilizado

Representam os bens de natureza permanente que são

utilizados para a manutenção das atividades normais da

empresa.

Diferido

Representam as aplicações em despesas que contribuirão

para a obtenção de receitas em exercícios futuros.

Resultados de Exercícios Futuros

As receitas diminuídas dos custos e despesas quando se

referirem a exercícios futuros.

Patrimônio Líquido

São os recursos que os proprietários aplicaram na empresa.

São chamados de recursos próprios e significam o capital

mais os rendimentos (lucros e reservas) menos as perdas

(prejuízos). Os lucros ou prejuízos são apurados no

resultado.

Demonstração do Resultado do ExercícioA demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do

resultado formado em um determinado período de operações da entidade.

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27|Estrutura das Demonstrações Contábeis

A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas e deverá ser elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se em relatório sucinto das operações realizadas pela empresa em determinado período de tempo.

Dessa demonstração extrai-se um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas: o resultado líquido do período, lucro ou prejuízo.

O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e despesas incorridos na empresa no período e apropriados segundo o regime de competência, ou seja, independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos.

Essa demonstração esclarece muitas variações ocorridas no Patrimônio Líquido, no período entre dois balanços.

A contabilidade, ao elaborar o Balanço Patrimonial, juntamente com a Demonstração do Resultado do Exercício, atinge a finalidade de mostrar a situação patrimonial e econômico-financeira da empresa.

A Lei 6.404/76 tornou obrigatória a elaboração e publicação, além do Balanço Patrimonial, das seguintes peças contábeis:

Demonstração do Resultado do Exercício;::::

Demonstração dos Lucro ou Prejuízos Acumulados;::::

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;::::

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; e::::

Notas Explicativas. ::::

A mesma lei estabelece seqüência de apresentação dos vários elementos da demonstração do resultado para efeito de publicação.

A Demonstração do Resultado do Exercício mostra como a empresa se comportou em termos de receitas e despesas durante certo período, em geral de um ano. Na demonstração deve constar o período de tempo considerado.

Estrutura da Demonstração de Resultado conforme a Lei das Sociedades Anônimas

Receita bruta de vendas ou receita operacional brutaRefere-se ao valor nominal total das vendas de bens ou dos serviços prestados pela empresa, no

exercício social considerado, antes de qualquer dedução. É importante, também, que essas receitas se-jam registradas na realização da venda, independentemente da mesma ter sido recebida ou de quando irá ocorrer seu vencimento, procedimento este, conhecido como regime de competência.

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Deduções sobre vendasDa receita bruta, devem ser deduzidos diversos valores que não pertencem à empresa, tais como

impostos sobre vendas (ICMS, IPI, ISS etc.), descontos e abatimentos sobre vendas, e as devoluções so-bre vendas ou vendas canceladas. Com isso, obtém-se o total da receita líquida de vendas e serviços ou a receita operacional líquida de vendas e serviços.

Descontos sobre vendas e abatimentos sobre vendasEmbora possa parecer que sejam sinônimos, desconto é diferente de abatimento. Temos um des-

conto sobre vendas quando o vendedor o concede no momento da negociação do objeto comerciali-zado devido a méritos do comprador (cliente), ou seja, por este ser pontual, comprar uma quantidade regular etc. A esse tipo de desconto podemos chamar ainda de desconto comercial. O abatimento sobre vendas difere de desconto devido a ocorrência deste se dar por anormalidade em relação ao bem ou serviço entregue. No caso de um bem estar avariado e uma devolução ser inviável economicamente, negocia-se um abatimento sobre a venda.

Devolução sobre vendas ou vendas canceladasPodemos entender como devolução quando ocorrer apenas parcialmente sobre a venda efetu-

ada, devido a essa venda estar em desacordo com as especificações do cliente ou mesmo apresentar algum tipo de anormalidade. Já as vendas canceladas podemos entender como aquelas com devolução total, por estarem totalmente em desacordo com as especificações do cliente.

Impostos sobre vendasPodemos definir como aqueles valores que transitam temporariamente pelo disponível, mas que

não pertencem à empresa por se tratar de tributos que incidem sobre as vendas e serviços prestados e que por isso devem ser repassados aos cofres públicos.

Receita líquida de vendas ou receita operacional líquidaÉ a diferença entre a receita bruta e a soma das deduções sobre as vendas.

ResumindoBruta:::: : total do faturamento, antes das deduções (descontos, abatimentos, devoluções e impostos).

Líquida:::: : resultante da subtração dos impostos a elas relacionadas, e também das devoluções e abatimentos sobre vendas.

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29|Estrutura das Demonstrações Contábeis

Custo das mercadorias, produtos ou serviços vendidosMostra o valor do custo das mercadorias, produtos ou serviços vendidos. Representa todos os

custos incorridos pela empresa em seu processo comercial (compra/venda), de fabricação em se tratan-do de uma indústria, ou de serviços, no caso de uma prestadora de serviços. Esses valores são normal-mente apurados pelo custo histórico de aquisição ou de produção. Em relação aos produtos fabricados, esses custos referem-se à matéria-prima, à mão-de-obra e outros custos indiretos de fabricação. Para efeito de empresa comercial esses custos referem-se aos de aquisição da mercadoria vendida.

Tanto os custos de produtos ou de mercadorias vendidos são obtidos por meio da baixa nas con-tas de estoques pelos valores de produção ou aquisição e os critérios de avaliação adotados podem ser PEPS (Primeiro que Entra Primeiro que Sai), UEPS (Último que Entra Primeiro que Sai), Média Ponderada Móvel, entre outros, cuja escolha de um ou outro provoca diferença tanto no resultado como na valori-zação dos estoques.

Lucro brutoÉ a diferença entre receita líquida de vendas e o custo das vendas.

Despesas operacionais ou resultado operacionalSão aquelas necessárias para o desenvolvimento normal das operações que constituem o obje-

tivo da empresa. É a soma dos gastos com despesas comerciais, administrativas, tributárias e encargos financeiros líquidos (diferença entre receitas e despesas financeiras). As despesas operacionais são de-duzidas do lucro bruto, dando o lucro ou resultado operacional.

Outros resultados (despesas/receitas) operacionaisCompõe-se de itens que nem sempre se enquadram no conceito correto de operacional, ou seja,

não são provenientes das atividades-fim da empresa. Nesse grupo podem estar incluídos , entre outros, dividendos recebidos de investimentos societários avaliados pelo método de custo corrigido, variações nos investimentos avaliados através da equivalência patrimonial, receita de vendas de sucatas etc. As perdas por eventualidades como enchentes, incêndios sem que haja cobertura de seguros também são consideradas resultado não operacional.

Lucro ou prejuízo operacionalAo lucro operacional são adicionadas outras receitas ou deduzidas outras despesas não operacio-

nais, chegando-se ao lucro líquido antes do Imposto de Renda (LAIR). Sobre esse valor é provisionado o Imposto de Renda para o período, chegando-se ao lucro líquido disponível.

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30 | Análise de Demonstrativos Financeiros

Resultados (despesas/receitas) não operacionaisNormalmente são classificados como não operacionais, as perdas ou ganhos oriundos de aliena-

ção (vendas) ou baixas de bens do Ativo Permanente.

Lucro/prejuízo antes dos impostos e participaçõesEste pode ser definido como o resultado econômico obtido pela empresa por meio das suas ati-

vidades operacionais e não operacionais. Somente depois de apurado o resultado econômico é que a empresa apura e provisiona os impostos e as participações.

Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o lucroDepois de apurado esSe valor, a empresa apura o que chamamos de resultado tributável ou lucro

real para efeito de apropriação do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro.

ParticipaçõesCompreendem as participações estatutárias que representam parcelas dos lucros destinadas a

empregados, diretores, debenturistas, entre outros.

Lucro/prejuízo líquido do exercícioO lucro ou prejuízo líquido do exercício é obtido após as deduções de participações e contribui-

ções do lucro remanescente depois de deduzida a provisão do Imposto de Renda.

O lucro ou prejuízo líquido é transferido para o Patrimônio Líquido, mais especificamente para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Junto às outras demonstrações contábeis apuradas no exercício é apresentado à assembléia geral ordinária dos acionistas da empresa proposta de destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.

Distribuição do lucroCabe aos acionistas ou quotistas determinarem o destino do Lucro Líquido Disponível. Criam-se

as reservas (legal, estatutária etc.), distribuem-se os dividendos e o restante é retido na empresa (lucros acumulados).

Demonstração de resultado do exercício “modelo básico”Receita bruta de vendas

Vendas nacionais

Vendas estrangeiras

( - ) Deduções da receita bruta

Impostos sobre vendas

Abatimentos sobre vendas

Devoluções sobre vendas

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31|Estrutura das Demonstrações Contábeis

( = )Receita líquida de vendas

( - ) Custo das vendas (CMV – CPV ou SVC)

( = ) Resultado bruto ou lucro bruto

(-/+) Despesas e receitas operacionais

Despesas com vendas

Fretes sobre vendas

Propaganda e publicidade

Outras

Despesas gerais e administrativas

Salários e encargos

Aluguéis

Depreciação

Seguros

Outras

Encargos financeiros líquidos

Despesas financeiras

Receitas financeiras

Outras despesas e receitas operacionais

Ganhos de participações

Perdas de participações

( = ) Lucro/prejuízo operacional

( - ) Resultado não operacional

Ganho não operacional

Perda não operacional

( = ) Resultado antes do Imposto de Renda

( - ) Provisão para Imposto de Renda

( = ) Lucro após o Imposto de Renda

( - ) Participação e provisões

Participações nos lucros p/ empregados

( = ) Lucro ou prejuízo líquido

Lucro ou prejuízo por ação

Demonstração de lucros ou prejuízos acumuladosA demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada a evi-

denciar, em um determinado período, as mutações nos resultados acumulados da entidade.

Conteúdo e estruturaA demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

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32 | Análise de Demonstrativos Financeiros

o saldo no início do período;::::

os ajustes de exercícios anteriores;::::

as reversões de reservas;::::

a parcela correspondente à realização de reavaliação líquida do efeito dos impostos corres-::::pondentes;

o resultado líquido do período;::::

as compensações de prejuízos;::::

as destinações do lucro líquido do período;::::

os lucros distribuídos;::::

as parcelas de lucros, incorporadas ao capital;::::

o saldo no final do período.::::

Nota importanteOs ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentes de efeitos da mudança de crité-

rio contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

A entidade que elaborar a demonstração das mutações do Patrimônio Líquido, nela incluirá a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.

Demonstração das mutações do Patrimônio LíquidoA demonstração das mutações do Patrimônio Líquido é aquela destinada a evidenciar as mudan-

ças, em natureza e valor, havidas no Patrimônio Líquido da entidade, em um determinado período de tempo.

Conteúdo e estruturaA demonstração das mutações do Patrimônio Líquido discriminará:

os saldos no início do período;::::

os ajustes de exercícios anteriores;::::

as reversões e transferências de reservas e lucros;::::

os aumentos de capital, discriminando sua natureza;::::

a redução de capital;::::

as destinações do lucro líquido do período;::::

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33|Estrutura das Demonstrações Contábeis

as reavaliações de ativos e sua realização líquida do efeito dos impostos correspondentes;::::

o resultado líquido do período;::::

as compensações de prejuízos;::::

os lucros distribuídos;::::

os saldos no final do período.::::

Modelo da Demonstração das Mutações do Patrimônio LíquidoCapital

realizado

Reserva

de capital

Reservas de

reavaliação

Reservas de

lucros

Lucros ou prejuízos

acumulados

Totais

Saldo em 31/12/x1

Ajustes exercícios

anteriores

Aumento de Capital

Lucro Líquido do

Exercício

Distribuição do lucro

Dividendos propostos

Compensação de

prejuízos

Saldo em 31/12/x2

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)A demonstração das origens e aplicações de recursos é a demonstração contábil destinada a evi-

denciar, em um determinado período, as modificações que originaram as variações no capital circulante líquido da entidade.

Conteúdo e estruturaA demonstração das origens e das aplicações de recursos discriminará:

o valor resultante das operações da entidade, correspondente ao resultado líquido do perío-::::do, retificado por valores que não geraram movimentação de numerário ou não afetaram o capital circulante, que tanto poderá constituir-se em origens ou em aplicação de recursos;

as origens dos recursos, compreendendo:::::

os aportes de capital;::::

os recursos provenientes da realização de ativos de longo prazo e permanente;::::

os recursos provenientes de capital de terceiros de longo prazo.::::

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34 | Análise de Demonstrativos Financeiros

as aplicações dos recursos, compreendendo:::::

os recursos destinados ao pagamento das participações nos lucros aos sócios ou acionistas;::::

os recursos aplicados na aquisição do permanente e no aumento dos ativos de longo prazo;::::

os recursos aplicados na redução de obrigações de longo prazo;::::

os reembolsos de capital.::::

a variação do capital circulante líquido, resultante da diferença entre os totais das origens e ::::das aplicações dos recursos;

a demonstração da variação do capital circulante líquido, compreendendo os saldos iniciais e ::::finais do Ativo e do Passivo Circulante, e respectivas variações líquidas do período.

Em aspecto geral, as origens e aplicações de recursos podem ser identificadas de acordo com o esquema a seguir:

Contas do Ativo Contas do PassivoAumento Diminuição Aumento Diminuição

Aplicação Origem Origem Aplicação

Lucro/prejuízo do exercício:::: – corresponde ao montante apurado na demonstração de re-sultados. A esse valor deve-se acrescentar as receitas e despesas ocorridas na apuração do resultado, mas que não afetaram o capital circulante líquido da empresa.

Exemplos: depreciação, amortização e exaustão; resultados de equivalência patrimonial; aquisi-ção de bens permanentes mediante financiamentos resgatáveis a longo prazo etc.

Aumento/redução do capital circulante líquido:::: – indica a variação (positiva ou negativa) verificada no capital circulante líquido da empresa. Considerando-se que a DOAR trata somen-te das origens e aplicações de recursos que ocorrem fora do âmbito do circulante:

Quando: Ocorre:Total das origens > Total das aplicações Aumento do capital circulante líquido

Total das origens < Total das aplicações Redução do capital circulante líquido

Nota importante A grande utilidade do uso da DOAR é a avaliação da liquidez (folga financeira) a curto prazo

da empresa, ou seja, a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante (capital circulante líquido). A DOAR permite uma identificação mais nítida das causas que determinam as mutações na posição financeira a curto prazo, fornecendo uma visão mais ampla da estrutura de equilíbrio financeiro da empresa.

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35|Estrutura das Demonstrações Contábeis

Notas explicativas às demonstrações financeiras

Conceitos geraisAs notas explicativas têm como objetivo evidenciar, esclarecer e detalhar os fatos contábeis e as ope-

rações realizadas pela empresa durante o período, devem ser acompanhadas das demonstrações financei-ras para fazer sentido e são apreciadas tanto pelos auditores como pelos interessados pela empresa.

Atualmente, as empresas de capital aberto ou as Sociedades Anônimas, além de prestarem con-tas para o fisco, também devem manter informações e prestar contas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que controla as atividades e faz o monitoramento das informações das empresas e, com esse objetivo, estabelece regras e procedimentos a serem seguidos, procedimentos esses que tratam de assuntos específicos. Entre eles temos o Parecer de Orientação CVM 4, de 1.º de outubro de 1979, que regulamenta e estabelece regras para a montagem de notas explicativas.

Parecer dos auditores independentes

Estrutura básica do parecer dos auditoresO parecer dos auditores é estruturado, de acordo com a NBC T 11.05, da seguinte maneira:

1. O parecer emitido pelo auditor independente, nesta IT denominado auditor, compõe-se, basicamente, de três parágrafos:

a) o referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição das responsabilidades da administração e dos auditores;

b) o relativo à extensão dos trabalhos; e

c) o que expressa a opinião sobre as demonstrações contábeis.

2. Em condições normais, o parecer é dirigido aos acionistas, cotistas, ou sócios, ao conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou outro órgão equivalente, segundo a natureza desta. Em circunstâncias próprias, o parecer é dirigido ao contratante dos serviços.

3. O parecer deve identificar as demonstrações contábeis sobre as quais o auditor está expressando sua opinião, indi-cando, outrossim, o nome da entidade, as datas e períodos a que correspondem.

Responsabilidades

4. O auditor deve mencionar, no seu parecer, as responsabilidades da administração e as suas, evidenciando que:

a) a administração é responsável pela preparação e pelo conteúdo das demonstrações contábeis, cabendo ao contabi-lista que as assina a responsabilidade técnica; e

b) o auditor é responsável pela opinião que expressa sobre as demonstrações contábeis objeto dos seus exames.

5. O auditor deve, no seu parecer, declarar se o exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria.

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36 | Análise de Demonstrativos Financeiros

6. O parecer deve, ainda, conter a descrição concisa dos trabalhos executados pelo auditor, compreendendo: planeja-mento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controle interno da entidade; execução dos procedimentos com base em teses; avaliação das práticas e das estimativas contá-beis adotadas, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

7. O parecer deve expressar, clara e objetivamente, se as demonstrações contábeis auditadas, em todos os aspectos relevantes, na opinião do auditor, estão adequadamente representadas ou não, consoantes as disposições contidas no item 11.1.1.1, da NBC T 11.

[...]

Parecer sem Ressalva

12. O parecer sem ressalva é emitido quando o auditor conclui, sobre todos os aspectos relevantes, que:

a) as demonstrações contábeis foram preparadas de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade; e

b) há apropriada divulgação de todos os assuntos relevantes às demonstrações contábeis.

13. O parecer sem ressalva implica afirmação de que, em tendo havido alterações em procedimentos contábeis, os efeitos delas foram adequadamente determinados e revelados nas demonstrações contábeis. Nesses casos, não é re-querido nenhuma referência no parecer.

14. O modelo do parecer é aquele do item 11.3.2.3 da NBC T 11

Parecer com Ressalva

15. O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, modificado no parágrafo de opinião, com a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de”, referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva. Não é aceitável nenhuma outra expressão na redação desse tipo de parecer.

No caso de limitação na extensão do trabalho, o parágrafo referente à extensão também será modificado, para refletir tal circunstância.

16. Quando o auditor emitir parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de opinião, deve ser incluída descrição clara de todas as razões que fundamentaram o seu parecer e, se praticável, a quantificação dos efeitos sobre as de-monstrações contábeis. Essas informações devem ser apresentadas em parágrafo específico do parecer, precedendo ao da opinião e, se for caso, fazer referência a uma divulgação mais ampla pela entidade em nota explicativa às de-monstrações contábeis.

17. O conjunto das informações sobre o assunto objeto de ressalva, constante no parecer e nas notas explicativas sobre as demonstrações contábeis, deve permitir aos usuários claro entendimento de sua natureza e seus efeitos nas demonstrações contábeis, particularmente sobre a posição patrimonial e financeira e o resultado das operações.

Atividades1. No Balanço Patrimonial as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que

registrem, agrupadas de modo a facilitar:

a) o conhecimento e a análise da situação econômica da entidade.

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37|Estrutura das Demonstrações Contábeis

b) o conhecimento e a análise da situação líquida da entidade.

c) o conhecimento e a análise da situação de solvência.

d) o conhecimento e a análise da situação financeira da entidade.

2. Identifique a alternativa verdadeira.

a) As contas do Ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de realização.

b) As contas do Ativo são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados.

c) As contas do Passivo são dispostas em ordem dos prazos de exigibilidade.

d) As contas do Passivo são dispostas em ordem decrescente dos prazos de exigibilidade.

3. As Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos indica:

a) modificações na posição econômica da entidade.

b) modificações na posição financeira da entidade.

c) modificações na posição econômica e financeira da entidade.

d) modificações nos grupos de contas do Ativo Circulante da entidade.

4. A função dos auditores independentes nas Sociedades por Ações é:

a) fiscalizar os trabalho dos contabilistas.

b) encontrar erros para aplicar multas.

c) examinar as demonstrações financeiras, bem como todos os livros contábeis e fiscais, além de outros documentos que julgarem necessários para verificar a veracidade dos dados contidos nas respectivas demonstrações.

d) Emitir apenas o parecer de auditoria sem ouvir os responsáveis da empresa aplicando todas as regras previstas nos acordos.

Ampliando conhecimentosFRANCO, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços. 15. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

Nesse livro, o aluno poderá encontrar detalhes sobre as Demonstrações Financeiras e Princípios Contábeis geralmente aceitos e sua forma de aplicação direta.