130514 palestra-roberto
TRANSCRIPT
Tipificação e Premiação de
Carcaças
Roberto D. Sainz, PhD
Embrapa Cerrados & University of California,
Davis & Aval Serviços Tecnológicos
Quanto vale um boi?
• Depende
– da quantidade de carne contida nele
– da qualidade dessa carne
– dos preços de mercado
Por que classificar ou tipificar?
Porque existe uma variabilidade nas
características que estão relacionadas com
qualidade e rendimentos de desossa, que por sua
vez influenciam a comercialização e os resultados
econômicos.
Pedro Eduardo de Felício, 2011
Definições
• Classificação
– agrupa carcaças semelhantes, separando-as das
diferentes
– baseado em indicadores de qualidade e/ou
rendimento
• Tipificação
– aloca as carcaças já classificadas em tipos
ordenados hierarquicamente de melhor a pior
Qualidade da carcaça
• Rendimento
– de carcaça (% do peso corporal)
– de cortes comestíveis na carcaça
• Área de olho de lombo : peso da carcaça
• Qualidade da carne
– Características sanitárias
– Aparência
– Características organolépticas
• Maciez
• Sabor
• Suculência
Rendimento de carne à desossa
Ex: Se tivermos dois rebanhos sendo:
A = 74% e B = 70% rendimento à desossa (RD)
A – 270 kg carcaça quente x 74% RD x R$ 6,00/kg x 1.000 animais = R$ 1.198.800
B – 270 kg carcaça quente x 70% RD x R$ 6,00/kg x 1.000 animais = R$ 1.134.000
R$ 64.800
R$ 64.800 / 1.000 animais x 18@ = R$ 3,60 / @
% cortes = 72,92 - 0,015 PCQ, kg - 0,462 EG, mm + 0,110 AOL, cm2
(Felício & Allen, 1982)
TIPIFICAÇÃO NO BRASIL
• No Brasil, Portaria Ministerial n.612,
D.O. União, 10.10.1989
– Classificação (sexo, maturidade,
acabamento e conformação)
– Hierarquiza pela maturidade e
algumas restrições (peso, etc)
Slide cortesia de P. E. Felício
O NOVO SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE CARCAÇAS
• Instrução Normativa nº9 do Mapa, em 04.05.2004
• Voluntário até 31.12.2004, obrigatório a partir de 01.01.05
• A ser feita por profissionais habilitados e credenciados pelo Mapa
– Pagos pela iniciativa privada
– Frigoríficos com SIF
– Pode ser feita sob inspeção estadual também
– Critérios: sexo, maturidade, peso e acabamento
Slide cortesia de P. E. Felício
Sistema BRASIL de tipificação
1Sexo: C = macho castrado; F = fêmea; M = macho inteiro. 2Acabamento: 1 = ausência total de gordura; 2 = 1 a 3 mm; 3 =
3 a 6 mm; 4 = 6 a 10 mm; 5 = acima de 10 mm de gordura de cobertura. 3Conformação: C, convexo; Sc, sub-convexo; Re,
retilíneo; Sr, sub-retilíneo; Co, côncavo.
Fonte: Felício,1999
Tipo Sexo1 Maturidade (DIP) Acabamento2 Conformação3 Peso carcaça
mínimo (kg)
B C e F M=0, C&F=0 a 4 2, 3 e 4 C, Sc e Re M&C=210, F=180
R C e F 0 a 6 2, 3 e 4 C, Sc, Re e Sr C=220, F=180
A C e F M=0, C&F=0 a 6 1 e 5 C, Sc, Re e Sr M&C=210, F=180
S C e F 0 a 8 1 a 5 C, Sc, Re e Sr C=225, F=180
I M, C, F 0 a 8 1 a 5 C, Sc, Re e Sr Sem restrições
L M, C, F 0 a 8 1 a 5 Co Sem restrições
Cota Hilton C e F 0 a 4 2, 3 e 4 C, Sc e Re C=210, F=180
Indicadores na avaliação de carcaça em
vários sistemas
Característica /
País Brasil EUA Europa Austrália
Raça não não não % Zebu
Sexo sim sim sim sim
Idade Dentição Maturidade
óssea Dentição
Dentição /
Maturidade
óssea
Peso sim sim sim sim
Musculosidade Conformação Área de olho
de lombo Conformação Conformação
Acabamento Escores 1-5 Espessura de
gordura Escores 1-5 Escores 1-6
Marmoreio não sim não não
Idade da erupção dos incisivos permanentes (meses)
Escores de conformação da carcaça
Co = côncavo; Sr = sub-retilíneo; Re = retilíneo;
Sc = sub-convexo; C = convexo
Fonte: Felício, 2005
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Sistema de tipificação EUA (USDA)
• Os preços recebidos ao abate nos Estados
Unidos são determinados pelos graus de
rendimento e qualidade (Yield e Quality Grades)
• O Yield grade piora à medida que o animal
engorda mais
• O Quality grade melhora à que o animal engorda
mais
• O conteúdo ideal de gordura está entre 28 to
32%, mas isto depende da distribuição da
gordura no corpo do animal
http://www.marketingandtechnology.com/repository/webstories/webst4254.gif
Avaliação de carcaças nos EUA
23
Yield Grade = 2.5 + ( 2.50 x EG) + ( 0.20 x % KPH)
+ ( 0.0038 x PCQ) – ( 0.32 x AOL)
Rendimento de cortes nobres
40
45
50
55
60
0 2 4 6 8 10 12 14
Espessura de gordura, mm
Ren
dim
ento
, %
Fonte: Boggs & Merkel, 1993
Graus de marmorização do USDA
USDA Quality Grades
Fonte: Meat Evaluation Handbook, 2001
27 Exemplo do efeito das categorias no
preço da carcaça
(+ ou - $/@)
Qualidade/
rendimento 1 2A 2B 3A 3B 4 5
Prime 3.11 2.84 2.84 2.50 2.45 -1.42 -2.41
Choice 1.65 1.38 1.38 1.04 0.99 -2.88 -3.87
Low choice 1.23 0.95 0.95 0.61 0.56 -3.30 -4.30
Select -0.43 -0.70 -0.70 -1.04 -1.09 -4.96 -5.95
Standard -7.76 -8.03 -8.03 -8.04 -8.42 -12.29 -13.28
Herrington & Tonsor, 2012
Fonte: CAB, LLC
Diferenças nos preços de carcaças Choice e Select
Preços e proporções de carcaças Choice e Select
Fonte: CAB, LLC
Conclusões I
• A indústria valoriza o rendimento de carne
• O consumidor valoriza uma carne de
melhor qualidade
• O produtor responde aos sinais de
mercado, quando estes existem
• Um sistema de tipificação universal,
transparente e consistente, pode ajudar a
transmitir esses sinais
33
Pontos Críticos para o Controle de Qualidade
Concepção
Consumidor
Genética/Produção
Nutrição/Ambiente
Manejo pré-abate
Manejo pós-abate
Resfriamento
Processamento
Método culinário
Feedback do consumidor
Adaptado de MLA
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Slide cortesia de Eduardo Pedroso
Novilhos
castrados
Machos
inteiros Significância
Peso carcaça, kg 242 273 *
Rendimento, % 60.0 60.0 ns
Gordura externa, mm 7.1 2.1 *
Gordura dos rins e regiões
pélvica e torácica, %
3.0
1.0
*
Olho do lombo, cm2 67.7 76.7 *
Marmoreioa 4.34 3.60 *
Coloração da carneb 2.0 2.5 *
Força de cisalhamento, kg 4.2 5.0 *
Índice de fragmentação
miofibrilarc 62.0 53.5 *
Calpastatina (U/g, 24 horas) 1.33 2.41 *
Diferenças entre machos castrados e inteiros
a Marmoreio: de 3 a 4, Slight; de 4 a 5, Small. b Coloração: números maiores representam carne mais
escura. c IFM medido 7 dias após o abate.
Fonte: Morgan et al., 1993.
Fonte: Tatum, 2006
Dias de cocho e maciez da carne
Fonte: Tatum, 2006
Genética Zebú e maciez da carne
Genética Zebú e maciez da carne
Fonte: Projeto OB-Choice
Macios
Duros
Maciez da carne em gado Nelore Mocho
após 3 gerações de seleção
Fonte: Projeto MP2-Maciez
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Acabamento, mm Força de cisalhamento, kg
Macio x Macio
Duro x Duro
P = 0,07
P = 0,05
Slide cortesia de Alexandre Scaff Raffi, Novilho Precoce - MS
Slide cortesia de Alexandre Scaff Raffi, Novilho Precoce - MS
Slide cortesia de Alexandre Scaff Raffi, Novilho Precoce - MS
Slide cortesia de Alexandre Scaff Raffi, Novilho Precoce - MS
Slide cortesia de Alexandre Scaff Raffi, Novilho Precoce - MS
Show da Carcaça 2013 – 2º colocado
Show da Carcaça 2013 – 1º colocado
Evolução geral da IA e a participação da IATF no
aumento do número de animais inseminados
http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/reproducao/o-crescimento-da-iatf-e-seu-impacto-na-cadeia-produtiva-da-carne-
72651/
Fonte: ASBIA (2012)
Fonte: ASBIA (2012)
Fonte: Taylor, RE and Field, TG. 1999. Beef Production and Management Decisions. Prentice Hall, Upper Saddle River, NJ.
Registros de bovinos de corte nos EUA
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
400000
450000
500000
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Angus
Hereford
Registros de bovinos de corte nos EUA
http://hereford.org/static/files/newsletters/TheWhiteface0809_LR.pdf
Conclusões II
• O produtor pode responde aos sinais de
mercado, quando estes existem, das
seguintes formas
– Seleção genética
– Cruzamentos industriais
– Alimentação - ↑ confinamento
– Promotores de crescimento