utilização precoce de cpap versus surfactante em recém-nascidos pré-termos extremos early cpap...
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Utilização precoce de CPAP versus surfactante em recém-nascidos pré-
termos extremosEarly CPAP versus Surfactant in Extremely Preterm
InfantsSupport study group of the Eunice Kennedy Shriver
NICHD
N Engl J Med. 2010 May 27;362(21):1970-9. Epub 2010 May 16.
Apresentação: Daniele Muniz, Fabiana Santos, Hellen
OliveiraCoordenação: Paulo R. R Margotto
www.paulomargotto.com.br Brasília, 3 de junho de 2010
Ddas Fabiana, Hellen e DanieleINTERNATO NA ESCS, VOCÊ FAZ A DIFERENÇA!
Introdução
O uso de surfactante nas primeiras 2h de vida está relacionado com diminuição das taxas de morte, pneumotórax e displasia broncopulmonar em recém-nascidos (RN) pré-termos.
Vários estudos mostraram que o tratamento profilático com surfactante não reduz os riscos de displasia broncopulmonar e de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
Nos vários ensaios clínicos sobre tratamento com surfactante, o uso de corticosteróides pela mãe antes do parto não é alto, e nenhum RN do grupo controle recebeu terapia precoce com CPAP
Evidências observacionais sugerem que RN com desconforto respiratório que não receberam tratamento precoce com surfactante, com uso inicial de CPAP podem ter diminuição da necessidade de ventilação mecânica (VM) sem aumento de complicações
Introdução
Objetivo
Comparar o tratamento precoce com CPAP e o tratamento precoce com surfactante em RN pré-termos extremos
Métodos
Estudo multicêntrico randomizado Critérios de inclusão:
IG:24 semanas e O dias a 27 semanas e 6 dias
Ausência de malformações Proporcionado reanimação completa
para o RN Consentimento informado por escrito
assinado pelos pais ou responsáveis
Desenho do estudo
RN foram randomizados dentro de: Cada centro Sub-grupo de IG
24semanas a 25semanas e 6 dias 26 semanas a 27 semanas e 6 dias
Estudo realizado pelo Neonatal Research Network e Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development.
Grupo do CPAP
Na sala de parto, o CPAP foi administrado por:T-piece ressuscitator, Ventilador neonatal ou
Dispositivo equivalente. CPAP foi mantido até a admissão do RN na
UTI Neonatal. RN que necessitaram de intubação para
ressucitação com base nas indicações do Neonatal Resuscitation Program guidelines receberam surfactante em 6O minutos após o nascimento
Na UTI Neonatal,os RN seriam intubados se: FiO2 > ou = a 0,50 para manter SatO2 >
ou = a 88% por 01 hora PaCO2> ou = 65mmHg Instabilidade hemodinâmica(hipotensão,
perfusão inadequada) necessitando de volume ou vasopressores por um período superior a 4 horas.Se RN Intubado nas primeiras 48h de vida, recebia surfactante
Grupo CPAP
Critérios de extubação: PaCO2< 65mmHg pH>7,2 SatO2 > 88% com FiO2 < 0,5 Pressão nas vias aéreas < 10cm de água FR < 20 Amplitude inferior a 2x a pressão das vias aéreas se
ventilação de alta frequência foi usada Estabilidade hemodinâmica Ausência de sintomas clínicos de patência do canal
arterial Critérios de reintubação= critérios iniciais de
entubação
Grupo CPAP
Grupo Surfactante
RN foram intubados na sala de parto e receberam surfactante na 1ª hora de vida, permanecendo em ventilação mecânica
Extubados em 24h se todos os critérios presentes: PaCO2 < 50mmHg pH>7,3; FiO2 < ou = 0,35 para manter SaO2 > ou =
88% FR < 20 Amplitude inferior a 2x a pressão das vias aéreas se
ventilação de alta frequência foi usada Estabilidade hemodinâmica Ausência de sintomas clínicos de patência do canal
arterial
Métodos
Os critérios de ambos os grupos estavam em vigor nos primeiros 14 dias de vida; após, foram submetidos aos protocolos vigentes da UTI Neonatal onde foram admitidos
Análise Estatística
Utilizou a base de dados de Neonatal Research Network do ano 2000
Taxa de morte ou sobrevivência com displasia broncopulmonar (DBP) na 36ªsemana foi de 67%
Taxa de morte ou sobrevivênciacom comprometimento neurológico em 18-22 meses foi de 61%
Hipótese: com o uso precoce de CPAP, haveria uma redução de 10% no incidência dessas complicações.
Houve um aumento no tamanho da amostra por um fator de 1,12 para permitircrianças em nascimentos múltiplos fossem randomizadas no mesmo tratamento
Aumento do tamanho da amostra para minimizar erro de tipo I
Análise Estatística
A análise dos resultados categóricos foi realizada com o uso da regressão de Poisson, estimando a equação para a obtenção de riscos relativos ajustados com intervalos de 95% de confiança
Resultados contínuos foram analisados com outilização de efeitos mistos para a obtenção de modelos lineares ajustados médias e desvios-padrão.
Análise Estatística
-Os resultados foram ajustados para os estratos idade gestacional, centro e agrupamento familiar
-valores p inferior a 0,05 foram considerados para indicar significância estatística
Análise Estatística
-Os resultados foram ajustados para os estratos idade gestacional, centro e agrupamento familiar-Valores p inferior a 0,05 foram considerados para indicar significância estatística
Resultados:1316 RN(565 entre 24 sem-25sem6d
e 751 entre 26sem a
27sem6d):663CPAPx 653Surf Morte Displasia broncopulmonar (de acordo
com a definição fisiológica): necessidade de mais que 30% O2 suplementar com idade gestacional pós-concepção (IGpc) de 36 semanas, ou suporte com pressão positiva, ou nas crianças com IGpc=36 semanas, que necessitassem de O2 suplementar após tentativa de retirar a oxigenoterapia (referências 16 e 17)
Resultados
Não há diferenças significativas entre os dois grupos
SEM DIFERENÇA ENTRE OS GRUPOS QUANTO A MORTE OU DBP
Continuação...
Os RN do grupo CPAP sobreviveram mais e necessitaram de menos dias de ventilação
Necessitaram menos de corticóides para displasia broncopulmonar
Desfecho Primário
Depois do ajuste de variáveis, não houve diferença significativa entre os dois grupos quanto à morte ou displasia broncopulmonar
Outros desfechos...
Na análise estratificada, entre as crianças de 24 semanas 0 dias e 25 semanas 6 dias de gestação, as taxas de morte durante a hospitalização foram significativamente menores no grupo CPAP que no surfactante: Taxa de morte durante a internação: 23,9% vs 32,1% (risco em relação ao CPAP : 0,74 ( 0,57- 0,98)- p= 0,03 Em 36 semanas:
20,0% vs 29,3% (risco relativo: 0,68 (0,5 a 0,92) – p= 0,01
Entre os RN de 26semanas a 27sem6dias, estas diferenças
Não foram significativas
Discussão
Não houve diferença significativa entre os grupos com relação ao desfecho de morte e displasia broncopulmonar
Estima-se um risco de morte ou displasia broncopulmonar no grupo CPAP entre 85-105% daquele do grupo surfactante
Não foram incluídos RN < 24 sem pois a maioria necessita de intubação.
Não há diferenças significativas entre os grupos com relação as complicações Pneumotórax Hemorragia intraventricular Necessidade de compressões torácicas ou
epinefrina na sala de partoMenor risco de morte no grupo do CPAP entre os RN de 24 sem e 25 sem e 6 dias
versus intubação precoce, o que não ocorreu no grupo mais maduro (cuidado com esta interpretação, necessitando de mais estudos na população mais madura)
Discussão
A estratégia com CPAP resultou: Menor índice de intubação Redução na necessidade de corticóide
pós- natal Menor duração da ventilação sem o
aumento do risco de desfechos adversos neonatais
Permite-se a consideração do uso de CPAP como uma alternativa à rotina de intubação e uso de surfactante em RN pré-termo
Discussão
Como ajudar os neonatologistas com este
ensaio?Morley CJ (Austrália)-
Editorial Iniciar o CPAP ao nascer nos RN pré-
termos extremos tem importantes benefícios, mesmo que falhe em alguns e não apresenta sérios efeitos colaterais
Prever quais bebês que não responderão ao CPAP e vão necessitar de VM constitui objetivo de futuros estudos
N Engl J Med. 2010 May 27;362(21):2024-6. Epub 2010 May 16
Consultem também:
COIN TRIAL: CPAP ou intubação na sala de parto para pré-termosAutor(es): Colin Morley (Austrália). Realizado por Paulo R. Margotto
CPAP nasal ou intubação ao nascer para recém-nascido pré-termo extremo Autor(es): Morley Colin J et al. Realizado por Carlos Alberto Zaconeta e Paulo R. Margotto
Por que usar CPAP precocemente?Autor(es): Carlos Alberto Moreno Zaconeta
”Dá a impressão de que o CPAP nasal é mais um sentimento do que um conhecimento” Nestor Vain (Argentina)
Obrigado!
Ddas Fabiana, Hellen e Daniele e Dr. Paulo R. Margotto