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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS ÂNGELA DONATO MAIA MALAQUIAS EFEITO INIBITÓRIO IN VITRO DE MILTEFOSINA FRENTE À CEPAS DE HISTOPLASMA CAPSULATUM VAR. CAPSULATUM E SPOROTHRIX SPP. FORTALEZA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MÉDICAS

ÂNGELA DONATO MAIA MALAQUIAS

EFEITO INIBITÓRIO IN VITRO DE MILTEFOSINA FRENTE À CEPAS

DE HISTOPLASMA CAPSULATUM VAR. CAPSULATUM E SPOROTHRIX SPP.

FORTALEZA

2013

ÂNGELA DONATO MAIA MALAQUIAS

EFEITO INIBITÓRIO IN VITRO DE MILTEFOSINA FRENTE A CEPAS DE

HISTOPLASMA CAPSULATUM VAR. CAPSULATUM E SPOROTHRIX SPP.

Dissertação submetida ao Curso de Pós-

Graduação em Ciências Médicas, da

Faculdade de Medicina, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre.

Orientadora: Profª. Drª. Raimunda Sâmia

Nogueira Brilhante

Coorientador: Prof. Dr. José Júlio Costa

Sidrim

FORTALEZA

2013

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências da Saúde

M197e Malaquias, Ângela Donato Maia.

Efeito inibitório in vitro de miltefosina frente a cepas de Histoplasma capsulatum var.

capsulatum e sporothrix spp./ Ângela Donato Maia Malaquias. – 2013.

86 f. : il.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina. Programa de

Pós-graduação em Ciências Médicas, Fortaleza, 2013.

Orientação: Profa. Dra. Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante.

1. Histoplasma. 2. Sporothrix. 3. Antifúngicos. 4. Testes de Sensibilidade Microbiana. I.

Título.

CDD 616.9041

ÂNGELA DONATO MAIA MALAQUIAS

EFEITO INIBITÓRIO IN VITRO DE MILTEFOSINA FRENTE A CEPAS DE HISTOPLASMA

CAPSULATUM VAR. CAPSULATUM E SPOROTHRIX SPP.

Dissertação submetida ao Curso de Pós-

Graduação em Ciências Médicas, da

Faculdade de Medicina, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________

Profa. Dra. Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará

_________________________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Fábio Gadelha Rocha

Universidade Estadual do Ceará

________________________________________________________________

Profa. Dra. Tereza de Jesus Pinheiro Gomes Bandeira

Faculdade Christus

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, minha

fortaleza. Ao meu amado esposo Rodrigo Malaquias, meu

maior incentivador e companheiro de todos os momentos.

Aos meus pais Nerges Maia e Fátima Donato por me

ensinarem o verdadeiro valor de cada atitude que

tomamos na vida. As minhas queridas irmãs que sempre

me deram força na busca desse sonho. Amo vocês.

AGRADECIMENTOS

À Deus, por me ensinar que tudo na vida tem o seu momento. Por me mostrar que na vida

pode haver perdas, mas que na hora certa chegam grandes alegrias e vitórias. Obrigada pela

conclusão de mais uma fase de minha vida e por estar sempre ao meu lado guiando e

iluminando meus passos.

À banca examinadora, por terem aceitado participar da avaliação desse trabalho.

Ao Centro Especializado em Micologia Médica (CEMM), da Universidade Federal do Ceará.

De modo especial, à profª Drª Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante, minha orientadora, por

todos os ensinamentos, pela compreensão, pela confiança, competência e incentivos

constantes. Obrigada por toda a dedicação e orientação durante meu mestrado.

Ao Prof. Dr. José Júlio Costa Sidrim, pelos ensinamentos e pela oportunidade de trabalhar no

Centro Especializado em Micologia Médica.

Ao Prof. Dr. Marcos Fábio Gadelha Rocha, exemplo de profissionalismo, agradeço por sua

imensa dedicação, orientação e pelas críticas construtivas durante a correção dos artigos

científicos que muito contribuíram para a minha formação profissional.

À Profa Dra. Rossana de Aguiar Cordeiro, pelo apoio, incentivo, esclarecimento de dúvidas e

ensinamentos transmitidos.

À Profa Dra Tereza Bandeira pelo apoio, incentivo e por transmitir paz em seus gestos e

palavras.

Ao prof. Dr. André Jalles Monteiro, pelo estudo estatístico realizado neste trabalho.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas (PPGCM), da Faculdade de Medicina,

da Universidade Federal do Ceará.

À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP,

pelo apoio financeiro.

As secretárias do programa de pós-graduação em Ciências Médicas, Ivone Mary Fontenele de

Sousa e Rita de Cássia Antunes, por tudo que fizeram por mim.

A todos os companheiros do laboratório (Iniciação científica, Mestrandos e Doutorandos),

pelas conversas, pela ajuda e pelo incentivo durante a realização desse trabalho, em especial a

Érica Pacheco Caetano, pelos ensinamentos, pelo auxílio e pelo acolhimento, sem a qual a

realização desse trabalho teria se tornado bem mais difícil. A querida amiga Rita Amanda

Chaves que sempre se fez presente nos momento de alegrias e tristezas e não mediu esforços

para me ajudar na conclusão do meu mestrado. A Natalya Fechine, pela amizade, carinho e

ajuda nos experimentos. Jakelyne Marques que sempre esteve disposta a me ajudar, pela

amizade e companheirismo. A Débora Castelo-Branco pela troca de conhecimentos,

esclarecimento de dúvidas e por toda a força e apoio nos momentos difíceis da minha vida.

Devo parte dessa vitória a vocês.

Aos técnicos do CEMM Terezinha de Jesus Santos Rodrigues e Daniel Texeira de Lima por

todo o auxílio durante a realização desse trabalho.

Aos meus pais Nerges Andrade Maia e Maria de Fátima Rodrigues Donato, por serem o

alicerce da minha vida. Por todo o carinho, dedicação, compreensão e por ajudarem a me

tornar a cada dia uma pessoa melhor.

As minhas amadas irmãs, Ana Cristina e Alexsandra, que sempre estiveram ao meu lado.

Obrigada pela confiança, amizade e por tudo que nos une me dando força nos momentos mais

difíceis. Querida irmã Alexsandra, serás lembrada eternamente. Inesquecível irmã. Te amo.

Aos meus preciosos avós Djalma e Izete Donato, Marcondes e Miriam Maia por me

ensinarem o valor do estudo e serem um modelo para mim de moral e caráter.

Ao meu amado esposo Rodrigo Malaquias que esteve comigo a cada passo dessa jornada. Seu

caráter e coragem de encarar as dificuldades da vida me estimulam e incentivam. Te admiro

ainda mais pela compreensão, pelos conselhos, carinho e amor.

Ao meu querido filho Bento Gabriel, que ainda em meu ventre, já é a pessoa mais amada e

esperada desse mundo. Você foi enviado por Deus para encher nossas vidas de alegrias.

A minha sogra Luzia Freire, uma segunda mãe que Deus colocou em minha vida. Obrigada

por tudo.

RESUMO

Histoplasma capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp. são fungos dimórficos,

patogênicos, causadores da histoplasmose e da esporotricose, respectivamente, sendo capazes

de acometer o homem e outros animais. Embora a terapia antifúngica comumente utilizada

seja eficiente para o tratamento dessas micoses, algumas desvantagens podem ser apontadas,

como a necessidade de tratamento por tempo prolongado, bem como, a elevada toxicidade

apresentada pela anfotericina B. Ademais, casos de refratariedade e recidivas já foram

descritos. Esse cenário tem impulsionado a busca por novos agentes que apresentem atividade

antifúngica. Alguns estudos tem demonstrado que determinadas drogas já empregadas

clinicamente no tratamento de doenças de etiologia não-fúngica podem apresentar potencial

antifúngica relevante. A miltefosina, originalmente desenvolvida como agente anticâncer e

atualmente utilizada no tratamento da Leishmaniose, tem demonstrado uma importante

atividade antifúngica contra diferentes patógenos fúngicos. Baseado no exposto, o presente

trabalho teve por objetivo avaliar a atividade antifúngica in vitro da miltefosina ante aos

fungos dimorficos H. capsulatum var. capsulatum e as espécies do complexo S. schenckii,

incluindo S. brasiliensis, S. schenckii, S. globosa e S. mexicana, por meio da técnica de

microdiluição em caldo padronizada pelo CLSI. Os resultados obtidos mostraram que a

miltefosina possui efeito inibitório in vitro frente H. capsulatum var. capsulatum e Sporothrix

spp. sendo capaz de inibir o crescimento de todas as cepas analisadas. Os valores de

Concentração Inibitória Mínima (CIM) obtidos variaram de 0,25 a 2 µg mL-1

para H.

capsulatum var. capsulatum na fase filamentosa e de 0,125 a 1 µg mL-1

na fase leveduriforme.

Para Sporothrix spp. na fase filamentosa o intervalo de CIM foi de 0,25 a 2 µg mL-1

. Os

valores de Concentração Fungicida Mínima (CFM) foram ≤ 4 µg mL-1

para ambas as espécies

analisadas. Assim, o presente estudo demonstrou pela primeira vez a relevante atividade

antifúngica da miltefosina ante H. capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp. Vale

ressaltar, que mais estudos ainda são necessários para avaliar a aplicabilidade da miltefosina

in vivo e validar a sua utilização como uma alternativa para subsidiar o tratamento de

pacientes com histoplasmose e esporotricose.

Palavras-chave: Histoplasma. Sporothrix. Antifúngicos. Testes de Sensibilidade Microbiana.

ABSTRACT

Histoplasma capsulatum var. capsulatum and Sporothrix spp. are dimorphic fungi,

pathogenic, causing histoplasmosis and sporotrichosis, respectively, being able to affect

humans and other animals. Although the commonly used antifungal therapy is effective for

the treatment of such fungal infections, some drawbacks may be mentioned, as the need for

treatment for prolonged periods, as well as by the high toxicity of amphotericin B. Moreover,

refractory cases and recurrences have been described. This scenario has driven the search for

new agents that have antifungal activity. Some studies have shown that certain drugs already

used clinically in the treatment of non-fungal etiology diseases may have significant

antifungal potential. The miltefosine, originally developed as anticancer agent and currently

used in the treatment of leishmaniasis, has demonstrated a significant antifungal activity

against various fungal pathogens. Based on the above, this study aimed to evaluate the

antifungal activity in vitro of miltefosine against the dimorphic fungi H. capsulatum var.

capsulatum and S schenckii complex species including S. brasiliensis, S. schenckii, S. globosa

and S. mexican, by broth microdilution technique standard by CLSI. The results showed that

miltefosine inhibitory effect in vitro against H. capsulatum var. capsulatum and Sporothrix

spp. being able to inhibit the growth of all strains analyzed. The Minimum Inhibitory

Concentration (MIC) values obtained ranged from 0.25 to 2 mg.L-1

for H. capsulatum var.

capsulatum the filamentous phase and from 0.125 to 1 ug.mL-1

in the yeast phase. For

Sporothrix spp. filamentous phase in the MIC range was from 0.25 to 2 mg.L-1

. The

Minimum Fungicidal Concentration (MFC) values were ≤ 4 mg L-1

for both species analyzed.

Thus, the present study demonstrated for the first time the relevant antifungal activity of

miltefosine against H. capsulatum var. capsulatum and Sporothrix spp. It is noteworthy that

more studies are necessary to evaluate the applicability of miltefosine in vivo and validate its

use as an alternative to support the treatment of patients with histoplasmosis and

sporotrichosis.

Keywords: Histoplasma. Sporothrix. Antifungal Agents. Microbial Sensitivity Tests.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aspecto morfológico do H. capsulatum A. Macroscopia da fase filamentosa em Agar

batata, demonstrando colônia algodonosa branca; B. Micromorfologia da fase filamentosa,

mostrando hifas septadas e macroconídeos tuberculados; C. Macromorfologia da fase

leveduriforme em àgar BHI com sangue de carneiro 10%, mostrando colônias de coloração

creme com aspecto membranoso; D. Micromorfologia da fase leveduriforme, mostrando

células ovais uninucleadas e estrutura leveduriforme com brotamento Fonte: CEMM, 2011.

................................................................................................................................................ 17

Figura 2 Aspecto morfológico de Sporothrix schenckii. A. Macromorfologia na fase

filamentosa em Agar batata, mostrando colônia de branca a creme, de textura lisa, com

aspecto coreáceo; B. Micromorfologia, mostrando hifas finas e delicadas, com conídios nas

extremidades dos conidióforos assemelhando-se a rosetas (Fonte: CEMM, 2013); C.

Macromorfologia da fase leveduriforme em àgar sabouraud dextrose, mostrando colônia de

cor creme e aspecdto cremoso; D. Micromorfologia da fase leveduriforme, mostrando células

leveduriformes ovaladas (Fonte: CDC, 2013). ....................................................................... 18

Figura 3 Fórmula estrutural da miltefosina ........................................................................... 36

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 Relação dos Isolados Clínicos de Histoplasma capsulatum, fase filamentosa,

estocados na micoteca do CEMM ......................................................................................... 44

Quadro 2 Relação dos Isolados Clínicos de Histoplasma capsulatum, fase leveduriforme,

utilizados na pesquisa ............................................................................................................ 46

Quadro 3 Relação das espécies do complexo Sporothrix schenckii estocados na micoteca do

CEMM .................................................................................................................................... 47

Quadro 4 Concentração Inibitória Mínima (CIM) (µg/mL) da droga Miltefosina (MIL), frente

as cepas de Histoplasma capsulatum var. capsulatum na fase filamentosa. ........................ 76

Quadro 5 Concentração Inibitória Mínima (CIM) (µg/mL) da droga Miltefosina (MIL), frente

as cepas de Histoplasma capsulatum var. capsulatum na fase Leveduriforme. ................... 78

Quadro 6 Concentração Inibitória Mínima (CIM) (µg/mL) da droga Miltefosina (MIL), frente

as cepas de Sporothrix spp. .................................................................................................. 79

Tabela 1 Atividade antifúngica in vitro de Miltefosina (MIL), frente as cepas de Histoplasma

capsulatum na fase filamentosa e Leveduriforme e Sporothrix spp.. ................................... 54

LISTA DE ABREVIATURAS

AFST-EUCAST Antifungal Susceptibility Testing Subcommittee of the European Committee on

Antimicrobial Susceptibility AIDS Acquired Immune Deficiency Syndrome

AMB Anfotericina B

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATCC American Type Culture Collection

BHI Brain Heart Infusion

CDC Centers for Disease Control And Prevention

CEMM Centro Especializado em Micologia Médica

CFM Concentração Fungicida mínima

CIM Concentração Inibitória Mínima

CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute

COX Citocromo c oxidase

DMSO Dimetilsulfóxido

DNA Ácido Desoxirribonucléico

E-test Epsilometer Strip Test

EUCAST European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing

FDA Food and Drug Administration

HE Hematoxilina-Eosina

HIV Human Immunodeficiency Viru

ID Imunodifusão Dupla

IFN-γ Interferon gama

IL Interleucina

INF-γ Interferon-gama

ITC Itraconazol

MIL Miltefosina

µg Microgramas

mL Mililitros

MOPS Ácido 3-[N-morfolino] propanosulfônico

NB-3 Nível de biossegurança 3

OMS Organização Mundial de Saúde

PCR Polymerase Chain Reaction

RFC Reação de Fixação do Complemento

PKB Proteína-quinase B

RIA Radioimunoensaio

RPMI Roswell Park Memorial Institute

Th1 T-helper1

TNF-α Fator de necrose tumoral alfa

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 16

2.1 H. capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp. ........................................................ 16

2.1.1 Classificação Taxonômica ..................................................................................................... 16

2.1.2 Morfologia ........................................................................................................................ 17

2.1.3 Aspectos ecológicos ............................................................................................................. 19

2.2 Aspectos Gerais da Histoplasmose e da Esporotricose ............................................... 20

2.2.1 Epidemiologia ..................................................................................................................... 20

2.2.2 Patogênese e Imunidade ............................................................................................ ... 22

2.2.3 Quadros Clínicos ........................................................................................................... 24

2.2.4 Diagnóstico .................................................................................................................... 26

2.2.5 Tratamento, Controle e Prevenção ................................................................................ 29

2.3 Drogas Antifúngicas Clássicas e Testes de Sensibilidade in vitro ................................................. 31

2.3.1 Busca de novos agentes antifúngicos ....................................................................................... 36

2.3.1.1 Miltefosina ....................................................................................................................... 36

3 PERGUNTAS DE PARTIDA ........................................................................................... 39

4 HIPÓTESES ...................................................................................................................... 40

5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 41

5.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 41

5.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 41

6 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 42

6.1 Microrganismos ................................................................................................................ 42

6.2 Agentes antimicrobianos .................................................................................................. 49

6.3 Preparo do inóculo para teste de sensibilidade a drogas .................................................. 50

6.4 Testes de Sensibilidade in vitro ......................................................................................... 50

6.5 Análise estatística ............................................................................................................. 52

7 RESULTADOS .................................................................................................................. 53

8 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 55

9 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 60

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 61

ANEXO A Quadros ............................................................................................................... 75

ANEXO B Corante, meios de cultura e soluções .................................................................. 82

14

1 INTRODUÇÃO

Diferentes tipos de infecções fúngicas, tornaram-se, nos últimos anos, um importante

problema de saúde publica (YAN et al., 2011). A histoplasmose e a esporotricose são doenças

causadas pelos fungos Histoplasma capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp.,

respectivamente. São fungos dimórficos, patogênicos sendo capazes de acometer o homem e

outros animais (SILVEIRA et al., 2009; MADRID, 2011b).

A frequência das micoses profundas e oportunistas vem aumentando no mundo inteiro

(BERGOLD; GEORGIADIS, 2004). O arsenal terapêutico disponível para micoses invasivas

é limitado e embora a terapia antifúngica comumente utilizada seja em geral eficiente no

tratamento dessas micoses, algumas desvantagens podem ser apontadas, como a necessidade

de tratamento por tempo prolongado, bem como, a elevada toxicidade apresentada pela

anfotericina B (WHEAT et al., 2007; KAUFFMAN et al., 2007). Além disso, casos de

refratariedade e recidivas já foram descritos para essas doenças (SCHUBACH et al., 2004;

WHEAT et al., 2006; KAUFFMAN et al., 2007).

Até a década de 1970, o tratamento das infecções fúngicas profundas e oportunistas

era constituído por um pequeno número de drogas de baixo espectro ou alta toxicidade

(MARTINEZ, 2006). Com a descoberta dos triazólicos e das equinocandinas, uma melhora

significativa na terapia dessas infecções foi observada, devido à elevada eficácia in vivo e

baixa toxicidade desses compostos (CAILLOT et al., 2007; PASQUALOTTO; DENNING,

2008). No entanto, a terapia atual disponível para o tratamento das micoses profundas ainda

está restrita a poucas classes de drogas (GONZÁLEZ, 2009). Neste contexto, pesquisas têm

sido realizadas no sentido de investigar novos agentes que não são utilizados na terapia

antifúngica, mas que podem apresentar um amplo espectro de ação frente a espécies fúngicas.

Alguns estudos tem demonstrado que determinadas drogas já empregadas clinicamente no

tratamento de doenças de etiologia não-fúngica podem apresentar atividade antifúngica

relevante (BRILHANTE et al., 2010; CORDEIRO et al., 2011a).

A miltefosina foi originalmente desenvolvida como agente anticâncer, contudo,

estudos posteriores constataram sua relevante atividade contra a Leishmania spp. e

Trypanosoma cruzi (CROFT; BARRETT; URBINA, 2005; SOTO; SOTO, 2006, LUNA et

al., 2009). Atualmente, também tem sido relatada uma importante atividade antifúngica contra

diferentes patógenos fúngicos, tais como leveduras dos gêneros Candida spp. e Cryptococcus

15

spp. e a fungos filamentosos como dermatófitos, Aspergillus spp., Fusarium spp. e

Scedosporium spp. (WIDMER et al., 2006; TONG et al., 2007).

Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar pela primeira vez, a

atividade inibitória in vitro da miltefosina frente aos fungos dimórficos H. capsulatum var.

capsulatum e o complexo Sporothrix schenckii, através da determinação da Concentração

Inibitória Mínima por meio do ensaio de microdiluição em caldo. É importante ressaltar que

anteriormente nenhum estudo havia sido realizado sobre o potencial antifúngico da

miltefosina frente a estes patógenos.

16

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Histoplasma capsulatum e Sporothrix spp.

2.1.1 Classificação Taxonômica

Taxonomicamente, as espécies H. capsulatum e S. Schenckii são eucariotos

pertencentes ao Filo Ascomycota, o qual está contido no Reino Fungi. H. capsulatum está

classificado na Classe Eurotiomycetes, Ordem Onygenales, Família Ajellomycetaceae. O

Gênero Histoplasma,inclui a Espécie Histoplasma capsulatum, cuja forma teleomórfica

denomina-se Ajellomyces capsulatus (LACAZ et al., 2002; KASUGA et al., 2003).

A espécie H. capsulatum é dividida em três variedades: H. capsulatum var.

capsulatum, que é considerada o agente etiológico da histoplasmose clássica, de distribuição

universal. H. capsulatum var. duboisii que causa a histoplasmose africana e está restrita a uma

parte do continente africano e H. capsulatum var. farciminosum que não foi encontrada

parasitando o homem, tendo sido descrita apenas causando linfangite epizoótica em equinos

(LACAZ et al., 2002). O presente trabalho dará enfoque à variedade capsulatum, a qual será

identificada apenas como H. capsulatum, sem fazer menção à variedade deste ponto em

diante.

A espécie S. schenckii está classificada taxonomicamente como pertencente ao Reino

Fungi, Filo Ascomycota, Classe Pyrenomycetes, Ordem Ophiostomatales e a Família

Ophiostomatacea (GUARRO; GENÉ; STCHIGEL, 1999). Considerava-se que S. schenckii

era única espécie do gênero que causava doença em humanos (ARRILLAGA-MONCRIEFF

et al., 2009). Contudo, numerosos estudos moleculares com esta espécie foram efetuados, os

quais evidenciaram a existência de um complexo de espécies filogenéticas, geneticamente

diferentes. Um estudo utilizando uma sequência de análise multilocus, investigou a estrutura

populacional de S. schenckii e revelou a existência de espécies filogenéticas compondo um

complexo (MARIMON et al., 2006). Assim, novas espécies além de S. schenkii foram

estabelecidas como pertencentes ao gênero Sporothrix, sendo demoninadas como, S.

brasiliensis, S.globosa, S. mexicano, S. albicans e S. luriei (MARIMON, et al., 2007;

MARIMON, et al., 2008). Mais recentemente foram incluídas mais três outras espécies ao

complexo S. schenckii. S. stylites, S. humicola, e S. lignivora, as quais não estão associadas a

infecções e, portanto classificadas como ambientais. (DE MEYER et al., 2008). O presente

trabalho dará enfoque aos membros do complexo S. schenckii, o qual será referido apenas

17

como S. schenckii deste ponto em diante.

2.1.2 Morfologia

H. capsulatum e S. schenckii são fungos dimórfico térmicos, que em sua fase

saprofítica, na natureza ou em cultura a 25°C apresenta-se na forma filamentosa. Entretanto,

quando parasitando os tecidos de um hospedeiro e/ou em culturas mantidas a 37 °C,

apresenta-se sob a forma de levedura (GUIMARÃES; NOSANCHUK; ZANCOPÉ-

OLIVEIRA, 2006; MADRID et al. 2011a; RODRIGUES; HOOG; CAMARGO, 2012).

Na forma filamentosa H. capsulatum se caracteriza macromorfologicamente por

colônias brancas de textura algodonosa, com micélio aéreo (Figura 1A). Microscopicamente,

o microrganismo apresenta hifas hialinas, septadas e ramificadas, e dois tipos de conídios

como estruturas de propagação, os microconídios que são estruturas ovaladas, com paredes

lisas, medindo em torno de 2 a 4 µm, que constituem a forma infectante, e os macroconídios

ou conídios tuberculados que são estruturas redondas ou piriformes, que possuem parede

espessa, cobertos por projeções espiculadas e medem em torno de 8 µm a 15 µm (Figura ex

1B) (KAUFFMAN, 2006; AIDÉ, 2009; FERREIRA; BORGES, 2009). Na fase parasitaria,

sob a forma leveduriforme, é caracterizado macromorfologicamente pela presença de colônias

de aspecto úmido e cremosas (Figura 1C). Microscopicamente, o microrganismo apresenta

células ovais uninucleadas medindo cerca de 3 a 5 µm de diâmetro (Figura 1D) (FERREIRA;

BORGES, 2009).

Figura 1. Aspecto morfológico de H. capsulatum

A. Macromorfologia da fase filamentosa em ágar batata, demonstrando colônia algodonosa branca; B.

Micromorfologia da fase filamentosa, mostrando hifas septadas e macroconídios tuberculados; C.

Macromorfologia da fase leveduriforme em ágar BHI com sangue de carneiro 10%, mostrando colônias de

coloração creme com aspecto membranoso; D. Micromorfologia da fase leveduriforme, mostrando células ovais

uninucleadas e estrutura leveduriforme com brotamento.

Fonte: CEMM, 2011.

18

Por sua vez, S. schenckii na fase filamentosa exibe colônias que variam da cor branca

ao creme, de textura lisa, com aspecto membranoso, coreácea, com superfície sulcada (Figura

2A). Posteriormente, as colônias podem desenvolver a coloração castanha escura a negra

(LACAZ; PORTO; MARTINS, 1991; LOPES-BEZERRA; SCHUBACH; COSTA, 2006),

embora, algumas cepas apresentem colónias escuras desde o início do crescimento

(ALMEIDA-PAES et al., 2009). Microscopicamente, a fase filamentosa revela hifas hialinas,

septadas, ramificadas e muito delicadas, medindo de 1,5 a 2,0 μm de espessura. Os conídios,

que podem medir de 2 a 6 μm, dispõem-se em cachos terminais, assemelhando-se à flor de

margarida, na extremidade do conidióforo (Figura 2B) (MARQUES-EVANGELISTA, 2010).

Na fase leveduriforme, em cultura a 37°C as colônias de S. schenckii apresentam aspecto

cremoso, são escurecidas ou creme e com superfície irregular (Figura 2C). (TRILLES et al.,

2005; MADRID et al., 2010; BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011). Microscopicamente, as

leveduras exibem gemulação única e variam de forma e tamanho, podendo ser ovais ou

redondas, com 2 a 6 μm de diâmetro, ou em formato de charuto, medindo 2x3 a 3x10 μm

(Figura 2D) (MARQUES-EVANGELISTA, 2010).

A melanina é o pigmento responsável pela coloração escurecida observada nas

colônias de S. schenckii e é um importante fator de patogenicidade do fungo (ALMEIDA-

PAES et al., 2009). Nas hifas, existem conídios pigmentados, com paredes celulares grossas,

que variam em número, o que determina a intensidade da cor da colônia (NOBRE et al.,

2008). Apesar das colônias na forma leveduriforme não apresentarem grande variações de cor

entre cepas, sendo sempre de coloração creme, foi demonstrada uma fina camada de melanina

nas células leveduriformes (MORRIS-JONES et al., 2003).

Figura 2. Aspecto morfológico de Sporothrix schenckii.

A. Macromorfologia na fase filamentosa em ágar batata, mostrando colônia de cor branca a creme, de textura

lisa, com aspecto coreáceo; B. Micromorfologia, mostrando hifas finas e delicadas, com conídios nas

extremidades dos conidióforos assemelhando-se a rosetas; C. Macromorfologia da fase leveduriforme em ágar

Sabouraud dextrose, mostrando colônia de cor creme e aspecto cremoso; D. Micromorfologia da fase

leveduriforme, mostrando células leveduriformes ovaladas.

Fonte: CDC, 2013; CEMM, 2013.

19

A reversão in vitro da fase filamentosa para a fase leveduriforme de H. capsulatum e

S. schenckii pode ser obtida com a utilização de meios de cultura suplementados, tal como

ágar BHI (Brain Heart Infusion) acrescido de sangue de carneiro. Outros fatores como

aeração, tensão de CO2 e pH também podem ser importantes para facilitar o processo de

transição morfológica, contudo, vale ressaltar que a temperatura é um fator determinante no

dimorfismo, sendo essencial incubação das culturas em uma faixa de temperatura de 35-37°C

(LOPES-BEZERRA; SCHUBACH; COSTA, 2006). Algumas cepas do complexo S.

schenckii, especialmente à espécie S. globosa, não crescem acima de 37 °C e, portanto

requerem temperaturas de conversão mais baixas (MARIMON et al., 2007).

2.1.3 Aspectos ecológicos

Na sua fase saprofítica, H. capsulatum é um fungo geofílico, encontrado em solos

contaminados com excrementos de aves, morcegos ou pássaros, com elevado teor de

compostos nitrogenados, com pH ácido e com alta umidade. Assim, o fungo pode ser isolado

de locais onde o solo possa estar enriquecido com excretas desses animais como: cavernas,

minas, parques públicos, ocos de árvores, galinheiros, forros de casas e edificações antigas

(AIDÉ, 2009; FERREIRA; BORGES, 2009; NORMAN et al., 2009). Atividades como

limpeza de sótãos ou celeiros, demolição de prédios antigos e revolvimento de solos podem

estar relacionadas a casos de histoplasmose (KAUFFMAN, 2009). Correntes de ar carreiam

os conídios por quilômetros de distância, expondo indivíduos que não estavam próximos de

áreas contaminadas (DEUS FILHO et al., 2009). Vários animais são suscetíveis à

histoplasmose, desta forma, H. capsulatum já foi isolado de vísceras de quirópteros, cães,

gatos, ratos e marsupiais de vida silvestre (SILVA-VERGARA et al., 2001). Os morcegos

são suscetíveis à infecção e participam ativamente da epidemiologia da histoplasmose.

Devido à sua capacidade migratória, esses animais podem disseminar o fungo de um local a

outro, liberando em suas excretas formas viáveis do fungo, ajudando na propagação da doença

(WANKE; LAZÉRA, 2004; KAUFFMAN, 2009; ALLTON et al., 2010). Acreditava-se as

aves não albergavam o microrganismo devido a sua elevada temperatura corporal (39-40°C),

entretanto, em 2011, um caso de co-infecção com H. capsulatum e Candida albicans em um

papagaio (Eclectus roratus) foi relatado, mostrando que as aves, embora raramente, também

podem ser acometidas (QUIST et al., 2011).

A fase saprofítica de S. schenkii também é geofílica, sendo a presença de matéria

orgânica no solo fundamental para o desenvolvimento do micélio. O fungo pode ser

20

encontrado em solos abundantes em celulose, pH 3,5 a 9,4 e em ambientes de clima tropicais

e subtropicais, com umidade relativa não inferior a 92% e temperaturas em torno de 30

°C(BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011). Normalmente, a infecção com S. schenckii ocorre

devido à inoculação acidental ou traumática do agente na pele, por espinhos ou material

vegetal o que, provavelmente, justifica a maior frequência da enfermidade em jardineiros,

agricultores, floristas, manipuladores de sementes, mineiros, trabalhadores de alvenaria,

laboratoristas em microbiologia ou ainda, tosadores e tratadores de animais, bem como, em

médicos veterinários que são vítimas ocasionais de arranhaduras e mordeduras, sendo desta

forma, considerada uma micose ocupacional (MORRIS-JONES, 2002; LOPES-BEZERRA;

SCHUBACH; COSTA, 2006; LARSSON, 2011; CARRADA, 2012). Pode acometer o

homem e uma grande variedade de animais, sendo os felinos os mais frequentemente

infectados pelo agente. Há, relatos de infecções em mamíferos, como primatas, bovinos,

camelídeos, murinos, caprinos, suínos, golfinhos, em aves e em artrópodes que carreiam o

microrganismo (abelhas, pulgas, formigas) que, eventualmente, inclusive, podem servir de

fonte de infecção ao homem e outros animais (LARSSON, 2011). Atualmente a caça de tatus

também tem sido relacionada a casos de esporotricose (ALVES et al., 2010). Embora, S.

schenckii não tenha sido achado na epiderme dos tatus, o fungo foi encontrado sobre a grama

seca utilizada nos ninhos desses animais (BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011).

2.2 Aspectos Gerais da Histoplasmose e da Esporotricose

2.2.1 Epidemiologia

Atualmente, a histoplasmose está distribuída em todo o mundo. É uma micose

sistêmica prevalente nas Américas, com predominância de casos em algumas áreas dos

Estados Unidos como as regiões centrais e sul do país, ao longo dos vales dos rios Mississipi

e Ohio. Países da América Central (México, Honduras, Guatemala, Nicarágua, Panamá) e

América do Sul (Venezuela, Colômbia, Peru, Brasil, Argentina e Uruguai) também

apresentam alta prevalência dessa micose. A doença também tem sido relatada na África, Ásia

e na Europa, onde foram diagnosticados casos esporádicos e autóctones (ROSSINI,

GOULART, 2006; FERREIRA; BORGES, 2009; BRILHANTE et al., 2012 ).

No Brasil, a ocorrência da histoplasmose se dá através da observação de casos clínicos

autóctones, seja em casos isolados ou sob a forma de microepidemias (CHANG et al., 2007).

Já foram registrados microepidemias em vários estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Rio de

Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Amazonas, Bahia, Maranhão e

21

Piauí (AIDÉ, 2009; DEUS FILHO et al., 2009). No Ceará, estudos realizados com 378

pacientes HIV positivos, no período compreendido entre 1995 a 2004, a histoplasmose

disseminada foi detectada em quase 44% dos pacientes e apresentou alta taxa de mortalidade

(DAHER et al., 2007). Ainda no Estado do Ceará, um estudo realizado por Brilhante et al.,

2012, no período compreendido entre 2006 a 2010, encontraram 208 casos de histoplasmose

associada à pacientes HIV positivos, atendidos em um hospital de referência de Fortaleza.

A esporotricose por sua vez, é uma micose subaguda ou crônica, com distribuição

ubiquitária, cosmopolita, hoje evidenciada, principalmente, no meio urbano superando a

ocorrência rural. Também é caracterizada como uma micose universal, relatada nos cinco

continentes, onde tem maior prevalência em zonas com condições climáticas tropicais e

subtropicais. Embora seja prevalente nos EUA, tem maior importância epidemiológica nas

Américas Central e do Sul, especialmente no México (região central) e no Brasil.

(LARSSON, 2011; BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011). Centenas de casos foram

diagnosticados nos últimos anos na Austrália, Brasil, Uruguai, China, Colômbia, Estados

Unidos, Índia, Espanha, Itália, Marrocos, Japão, México, Peru, Turquia e Venezuela

(MADRID et al., 2011 B). Mas as principais áreas de endemicidade estão localizadas no

Japão, Índia, México, Brasil, Uruguai e Peru (BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011).

A esporotricose, atualmente é considerada a micose subcutânea mais frequente no

Brasil, devido ao aumento progressivo da transmissão zoonótica da doença na região

metropolitana do Rio de Janeiro (SILVA et al., 2012). Desde 1998, o Instituto de Pesquisa

Clínica Evandro Chagas – Fiocruz vem constatando um crescimento exponencial de casos de

esporotricose em humanos, felinos e caninos, onde o Rio de Janeiro é o estado brasileiro com

o maior número de registros, atingindo proporções epidêmicas (BARROS et al., 2010;

NUNES et al., 2011). No Rio Grande do Sul, muitos casos humanos estão conectados com as

atividades ocupacionais (GOMES et al., 2012). Em outros estados, como Espírito Santo, Mato

Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, a esporotricose tem sido

ocasionalmente descrita em cães e gatos (MADRID et al., 2011b). No entanto, existem poucas

referências na literatura sobre a esporotricose em outras áreas geográficas do país. No

Nordeste brasileiro apenas dois relatos de caso foram relatados, incluindo o acometimento de

um cão na cidade de Mossoró, RN e um gato no município de Itaporanga, estado da Paraíba.

(FILGUEIRA, 2009; NUNES et al., 2011).

22

2.2.2 Patogênese e Imunidade

A histoplasmose é adquirida através da inalação de partículas infectantes, formadas

por fragmentos de hifas e microconídios, presentes em solo contaminado com H. capsulatum.

Ao alcançar os alvéolos pulmonares o fungo estimula uma resposta inflamatória no

hospedeiro, sendo fagocitado por macrófagos alveolares (NOSANCHUK; GRACSER, 2008).

A conversão do microrganismo para a fase leveduriforme se dá no interior dos macrófagos, no

parênquima pulmonar, sendo transportado por via linfática até os linfonodos hilo-

mediastinais, onde forma um complexo pulmonar ganglionar primário e ganham acesso à

circulação sanguínea para disseminação a vários órgãos, tais como fígado, baço e medula

óssea. A partir daí, é a resposta imunológica do hospedeiro contra a infecção que vai

determinar a extensão da doença (ROSSINI; GOULART, 2006; FERREIRA; BORGES,

2009). Após a segunda ou terceira semana do início da infecção primária, a imunidade celular,

do tipo T-helper 1 (Th1), é ativada no organismo do hospedeiro, que reconhecem os antígenos

da parede celular fúngica e as proteínas do choque térmico, produzindo INF-γ e outras

citocinas, como IL-2 e IL-12, que ativam os macrófagos, os quais adquirem a capacidade de

lisar leveduras intracelulares do H. capsulatum. Desta forma, em hospedeiros

imunocompetentes, os macrófagos ativados exibem atividade microbicida, ocorrendo uma

intensa reação granulomatosa, seguida de cicatrização, fibrose e calcificação. Esse tipo de

reação imune leva a cura da infecção primária tornando o hospedeiro resistente às novas

infecções, que eventualmente aconteçam. Se a infecção não for controlada pode se disseminar

para outros órgãos, como fígado e baço, sendo capaz de sobreviver durante muitos anos e

reativar-se durante um quadro de imunodepressão (ROSSINI; GOULART, 2006;

FERREIRA; BORGES, 2009; KAUFFMAN, 2009).

Vários autores têm demonstrado que H. capsulatum possui diversos genes que

desempenham um papel importante na virulência do patógeno, dentre os quais têm destaque o

gene Ryp1 fundamental no processo de transição dimórfica; o gene CBP1, expresso apenas na

fase leveduriforme, codificante da proteína de ligação ao cálcio CBP (calcium-binding

protein) essencial na sobrevivência e patogenicidade, o gene YPS3 que participa na

disseminação do H. capsulatum para sítios extrapulmonares e o gene α-(1,3)-glucana sintetase

codificante do polímero da parede celular presente na fase leveduriforme (KLEIN,

TEBBETS, 2007; HOLBROOK, ROPPLEYE, 2008; WEBSTER, SIL, 2008). Ademais,

estudos realizados por Nosanchuk et al. (2002) indicam que os conídios e leveduras de

Histoplasma capsulatum podem produzir melanina ou compostos semelhantes à melanina in

23

vitro e in vivo (Nosanchuk et al.,2002). A melanina é um importante fator de virulência em

fungos patogênicos, como exemplos o Cryptococcus neoformans, Sporothrix schenckii, dentre

outros (ROMERO-MARTINEZ et al, 2000; DUIN; CASADEVALL; NOSANCHUK, 2002),

que ajuda na proteção do microrganismo contra agressões ambientais e terapias

antimicrobianas. Assim, acredita-se que este pigmento pode ter um papel semelhante na

patogênese da histoplasmose (NOSANCHUK et al.,2002).

Na esporotricose, a infecção geralmente se inicia com uma lesão traumática por

vegetais ou decorrentes de ferimentos obtidos durante brigas entre animais. Após penetrar

através da pele e converter para forma de levedura, o fungo pode ficar localizado no tecido

subcutâneo ou prolongar ao longo dos vasos linfáticos adjacentes. Mais raramente, pode se

disseminar por via hematogênica (STALKUP, BELL, ROSEN, 2002). Além de lesões

cutâneas, o fungo pode ser ocasionalmente, inalado, infectar os pulmões e depois disseminar-

se para outros órgãos (REIS et al., 2009). O tempo de transição micélio-levedura dura em

torno de 13 dias, sendo que 24 - 48hs após a inoculação da fase filamentosa do fungo há o

desaparecimento das hifas e inicia-se a conversão dos conídios para leveduras (CORREA et

al., 1991). Desta forma, o período de incubação para o desenvolvimento da infecção por

esporotricose é maior quando um ferimento é produzido por uma planta contaminada por S.

schenckii, pois o inóculo fúngico na sua forma filamentosa precisará converter para forma de

levedura para que então ocorra a sua multiplicação. Já na contaminação por contato com um

animal portador de lesões ulceradas, um grande número de células leveduriformes é

transferido diretamente para o tecido lesionado. (CRUZ, 2010; CRUZ, 2013).

S. schenckii possui diversos fatores de virulência que aumentam suas chances de

sobrevivência no hospedeiro, levando assim ao desenvolvimento da doença. Dentre os

principais, se destacam a presença de enzimas extracelulares, termotolerância, moléculas

constituites da parede celular e a presença de grânulos de melanina (LOPES-BEZERRA;

SCHUBACH; COSTA, 2006; Madrid et al., 2010). Esses fatores auxiliam na invasão tecidual

e interferem na eficácia da resposta imune, propiciando a instalação do microorganismo no

tecido e permitindo sua transição para a forma leveduriforme (REIS et al., 2009). Estudos in

vitro demonstraram que fagócitos ingerem e fagocitam até duas vezes mais conídios hialinos

do que pigmentados, indicando que a melanina contribui para a sobrevivência do fungo no

hospedeiro (ROMERO-MARTINEZ et al., 2000). Além disso, as melaninas suprimem a

produção de citocinas pró-inflamatórias, interferem na ativação do complemento e na ação de

drogas antifúngicas. No ambiente, protege os conídios contra a radiação ultravioleta,

24

temperaturas extremas e dissecação (MADRID, 2007). Enzimas extracelulares como as

fosfatases ácidas, produzidas pelo fungo, também parecem desempenhar papel importante na

interação parasito-hospedeiro interferindo na dinâmica entre células leveduriformes de S.

schenckii com macrófagos (NASCIMENTO; ALMEIDA, 2005).

2.2.3 Quadros Clínicos

A gravidade e evolução das manifestações clínicas tanto na histoplasmose quanto na

esporotricose estão na dependência de fatores como estado imunológico do hospedeiro, a

carga do inóculo inicial, virulência da cepa, da profundidade do trauma no caso da

esporotricose, dentre outros (AIDÉ, 2009; ARRILLAGA-MONCRIEFF et al., 2009;

FERNANDES, MATHEWS, BEZERRA, 1999).

Na histoplasmose as apresentações clínicas, podem variar desde uma infecção

assintomática até uma doença disseminada. Cerca de 90 a 95% dos casos de histoplasmose

são assintomáticos, não sendo observada nenhuma sintomatologia clínica. Em paciente

imunocompetentes, a doença regride de modo espontâneo, ocasionando apenas quadro

semelhante a uma infecção viral respiratória (ROSSINI; GOULART, 2006; KAUFFMAN,

2009; AIDÉ, 2009). Quando se desenvolve, a histoplasmose pode ser clinicamente

classificada em pulmonar aguda, pulmonar crônica ou disseminada (SEGURO; SILVEIRA,

2008). A doença pulmonar aguda é geralmente regressiva, contudo, quando uma grande

quantidade de conídios é inalada pode provocar um sério quadro pulmonar agudo, cujos

sintomas chegam a desaparecer após duas a quatro semanas, sem a necessidade de tratamento.

A sintomatologia mais comum consiste em febre, calafrios, cefaléia, mialgias, tosse, dispnéia,

dor torácica, dor retro-esternal e prostração intensa (ROSSINI; GOULART, 2006;

FERREIRA; BORGES, 2009; AIDÉ, 2009).

Já a histoplasmose pulmonar crônica acomete, principalmente, indivíduos tabagistas,

com mais de 50 anos e portadores de enfisema pulmonar, favorecendo a colonização do H.

capsulatum nessas lesões, podendo apresentar os seguintes sintomas: febre baixa vespertina,

perda de peso, sudorese noturna, dor torácica e tosse com expectoração hemoptoica

(COUPPIÉ et al., 2006; ROSSINI; GOULART, 2006; FERREIRA; BORGES, 2009; AIDÉ,

2009). Por fim, a histoplasmose disseminada é a forma clínica mais grave, ocorre

principalmente em pessoas com imunidade celular baixa, pacientes com neoplasias

hematológicas, transplantados ou usuários de drogas imunossupressoras (MUKHERJEE et

al., 2010; SEGURO; SILVEIRA, 2008). Os pacientes HIV positivos são os mais afetados,

25

muito embora um pequeno número de pessoas sadias ou que apresentam alguma forma de

imunodepressão chegam a desenvolver a histoplasmose disseminada. Os sintomas mais

observados são o aumento do fígado, baço e linfonodos, e mais raramente a produção de

úlceras na boca e no intestino. Este quadro clínico pode ser fatal em 90% dos casos, sem

tratamento adequado (FERREIRA; BORGES, 2009).

Quanto aos quadros clínicos de esporotricose, atualmente a classificação mais adotada

é baseada na revisão publicada por Lopes-Bezerra et al. (2006) a qual será adotada a seguir. A

forma cutânea fixa apresenta-se como uma lesão única ou poucas lesões no local da

inoculação, frequentemente ulcerativa, com bordas eritematosas. A morfologia pode ser

vegetativa verrucosa, com placa infiltrada, sem envolvimento linfático (BARROS; PAES;

SCHUBACH, 2011). Alguns autores relatam a forma cutânea fixa como a principal clínica de

apresentação em crianças (TLOUGAN et al., 2009). A forma cutânea-linfocutânea é a forma

mais frequente da doença, estando presente em geral, em mais de 75% dos casos (RAMOS-E-

SILVA, et al., 2007). A lesão inicial começa com uma lesão nodular ou ulcerada no local da

inoculação do fungo, normalmente localizada nas extremidades, especialmente nas mãos e

antebraços e segue uma trajetória linfática caracterizada por lesões nodulares com aspecto de

uma ulcera ou de um pequeno nódulo subcutâneo. Esta lesão, exercendo pressão sob a pele,

provoca isquemia sob a epiderme, evolui para gomas, ulcera, e libera uma secreção purulenta.

Esta descrição clínica levou a nomear a doença como linfangite ascendente nodular (LOPES-

BEZERRA; SCHUBACH; COSTA, 2006; BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011).

A forma cutânea disseminada é bem menos frequente que as anteriores e a forma

clínica mais grave, a qual ocorre como resultado de uma disseminação hematogênica do sítio

de inoculação primário ou do linfonodo. É caracterizada pela extensão das lesões a grandes

áreas da pele, atingindo principalmente hospedeiros imunocomprometidos e pode se

apresentar de diversas formas, dentre elas sinusite e meningite (DE ARAUJO, MARQUES,

KERDEL, 2001; BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011). A forma mucosa é incluída por

alguns autores como uma variante da forma cutânea. Na mucosa nasal, as lesões,

frequentemente, envolvem o septo com drenagem de sangue e desprendimento de crostas. Na

conjuntiva, as lesões granulomatosas são acompanhadas de material seropurulento e

vermelhidão (SCHUBACH, et al., 2005). Eritema nodoso e eritema multiforme foram

relatados em casos de esporotricose por transmissão zoonótica. Estas condições parecem estar

associadas com reação de hipersensibilidade, o que resulta de uma exposição contínua a

grandes quantidades de fungos e reinfecções subclínicas (GUTIERREZ-GALHARDO, et al.,

26

2002; GUTIERREZ-GALHARDO et al., 2005). Em gatos com esporotricose, o nariz é a

região mais afetada e sinais respiratórios são comuns. Como os proprietários brincam com

seus animais em estreito contato, a transmissão é facilitada (GREMIÃO et al., 2009;

BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011).

As formas extracutâneas são raras, embora tenha se tornado mais freqüentes após o

aparecimento da AIDS. Entre as formas extracutâneas, a osteoarticular e o comprometimento

pulmonar são as manifestações mais comuns, mas também há relatos de casos de

disseminação hematogênica grave com envolvimento de múltiplos órgãos (LOPES-

BEZERRA; SCHUBACH; COSTA, 2006; BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011). Após a

pele, o tecido ósseo é o mais afetado. A forma osteoarticular pode ocorrer por contiguidade ou

disseminação hematogênica. As lesões podem variar de grandes a pequenos granulomas com

lesões líticas idênticas a osteomielite (MORRIS-JONES, 2002; KOHLER; HAMDAN;

FERRARI, 2007). Por fim, a esporotricose pulmonar primária, resultante da inalação do

fungo, é geralmente associada à doença pulmonar obstrutiva crônica, alcoolismo, uso crônico

de corticóides e doenças imunossupressoras. A apresentação clínica é semelhante ao da

tuberculose, e o diagnóstico muitas vezes é tardio, devido à raridade de envolvimento

pulmonar. Esporotricose sistêmica é extremamente rara e sempre associada com deficiência

do sistema imunitário (BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011). Relatos sobre meningite

associadas a infecção por Sporothrix não são frequente, e estes casos são frequentemente

associados com deficiência imunológica. (BARROS; PAES; SCHUBACH, 2011).

2.2.4 Diagnóstico

O diagnóstico da histoplasmose e da esporotricose pode ser obtido através da

correlação de dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. A análise laboratorial inclui:

testes micológicos, histopatológicos, imunológicos e moleculares (AIDÉ, 2009; SILVIA et

al., 2012). Vale ressaltar que o diagnóstico laboratorial é indispensável para a confirmação

dos casos de suspeitos. Assim, o diagnóstico clínico baseado apenas na patogenia e nas

alterações patológicas deve ser confirmado pela observação microscópica de estruturas

leveduriformes no material coletado, bem como, no isolamento e identificação do agente

etiológico envolvido no processo (AIDÉ, 2009; CRUZ, 2013).

Os testes micológicos incluem simultaneamente a realização de exame direto e cultura.

Na histoplamose as amostras clínicas, mais utilizadas incluem medula óssea, sangue

periférico, escarro, líquor e biopsias de tecidos (ROSSINI; GOULART, 2006). Dentre as

27

técnicas utilizadas para o diagnóstico da histoplasmose a cultura fúngica continua sendo o

“padrão ouro” e o exame direto, apesar de rápido e de baixo custo, é uma técnica de baixa

sensibilidade para detecção de H. capsulatum, devido às pequenas dimensões do patógeno

(COUPPIÉ et al., 2006; ROSSINI; GOULART, 2006). Os meios de cultura Ágar Sabouraud

dextrose ou ágar BHI, suplementados ou não com cloranfenicol e cicloheximida podem ser

utilizados. O fungo cresce, em cerca de 1 a 3 semanas, apresentando colônias brancas,

algodonosas, com micélio aéreo que tende a escurecer com o passar do tempo (ROSSINI;

GOULART, 2006).

Já nos casos de suspeita de esporotricose, as amostras clínicas comumente utilizadas

incluem secreção, crostas e biopsias das lesões (NOBRE et al., 2001). Embora sempre seja

recomendada a obtenção de amostras para o cultivo micológico, a ausência de isolamento não

exclui a presença do S. schenckii, e assim a histopatologia (associada a técnicas de coloração

especial) pode torna-se uma opção extremamente viável para a confirmação da enfermidade

(NUNES et al., 2011). O isolamento geralmente é realizado em ágar Sabouraud dextrose,

acrescido de cicloeximida e para caracterizar os aspectos macroscópicos e microscópicos das

colônias utiliza-se agar BHI ou agar batata. O cultivo demanda entre dez e 14 dias para

propiciar ou afastar o diagnóstico etiológico (LARSSON, 2011). A possibilidade de se

estabelecer o diagnóstico, através de isolamento do agente, oscila entre 34% e 94% dos casos,

na dependência da origem do material colhido (decalque de garras – 39,5%; cavidade oral –

42%; coágulo sanguíneo, de animais em fungemia - 34% e vias aéreas anteriores – 94%)

(SCHUBACH et al., 2003a).

O exame histopatológico dos casos de histoplamose se dá através da visualização de

macrófagos parasitados com células leveduriformes em cortes histológicos corados por

hematoxilina-eosina (HE), Giemsa ou coloração da prata-metenamina de Grocott-Gomori. As

formas leveduriformes aparecem como corpúsculos esféricos ou ovalados, rodeados por um

halo claro delimitado por uma parede celular muito fina e hialina (ZANCOPÉ-OLIVEIRA;

MUNIZ; WANKE, 2005). O exame pode ser realizado a partir de várias amostras de tecidos

como pulmão, medula óssea, fígado e linfonodos revelando a presença de granulomas

epitelóides, onde o microrganismo, assim como no exame direto, pode ser vistos no interior

de macrófagos (AIDÉ, 2009; FERREIRA; BORGES, 2009).

Na esporotricose, o exame histopatológico permite o estabelecimento do diagnóstico

etiológico em 95% a 100% dos casos (LARSON, 2002; SCHUBACH et al., 2003a). O

28

citodiagnóstico, a partir de material (exsudado, aspirado, decalcado, biopsiado) submetido às

colorações de Gram, Wright, Giemsa, Rosenfeld, permite que se evidencie, principalmente

em gatos, um excesso de formas leveduriformes, arredondadas, ovaloides, em forma de

“charuto”, com 3-5 µm de diâmetro e 5-9 µm de comprimento (LARSSON, 2011). A

realização do diagnóstico diferencial é indispensável, pois as estruturas leveduriformes de S.

schenckii podem ser confundidas com o patógeno causador da Leishmaniose tegumentar

americana (SCHUBACH et al., 2003b; MELLO; SCHUBACH; MADEIRA, 2011). Embora a

leishmaniose seja muito mais prevalente em cães, o diagnóstico diferencial em felinos

também deve ser levado em consideração (SCHUBACH et al., 2003b; SOUZA et al., 2005;

SOUZA et al., 2009).

Os testes sorológicos são auxiliares ao diagnóstico definitivo e na histoplasmose

apresentam sensibilidade superior a 90%, quando corretamente executados (AIDÉ, 2009).

Para tanto, várias técnicas têm sido utilizadas, tais como Reação de Fixação do Complemento,

Imunodifusão Dupla e Radioimunoensai. Por mostrar-se mais sensível, no teste de fixação do

complemento, são utilizados antígenos extraídos da fase leveduriforme de H. capsulatum. O

teste de Imunodifusão dupla é muito empregado no diagnóstico de micoses sistêmicas e

conhecido mundialmente por ser uma prova de rápida e fácil execução, mostrando-se mais

específica do que a Reação de Fixação do Complemento (ROSSINI; GOULART, 2006;

KAUFFMAN, 2006). Outra técnica utilizada é o Radioimunoensaio, o qual apresenta bastante

sensibilidade para detecção de antígenos circulante de H. capsulatum. No entanto, não é

muito adotado nos laboratórios de rotina, devido a sua complexidade técnica (ROSSINI;

GOULART, 2006; COUPPIÉ et al., 2006). Na esporotricose as técnicas sorológicas mais

empregadas, incluem as reações de fixação do complemento, imunodifusão,

imunofluorescência indireta e principalmente a soro aglutinação, a qual é a técnica mais

sensível, específica e de fácil execução (LARSSON, 2011). Os exames sorológicos podem ser

úteis auxiliando o diagnóstico da esporotricose, especialmente, para as formas atípicas e

extracutâneas (LOPES-BEZERRA; SCHUBACH; COSTA, 2006).

Os métodos moleculares são considerados excelentes ferramentas para o diagnóstico

de histoplasmose, capazes de confirmar os dados dos testes sorológicos de detecção de

antígenos (GUIMARÃES; NOSANCHUK; ZANCOPÉ-OLIVEIRA, 2006). Atualmente, as

técnicas disponíveis e mais utilizadas são a hibridização de nucleotídeos e PCR, que trazem

como vantagem a diminuição do tempo de espera dos resultados, apresentando maiores

índices de sensibilidade e especificidade (ZANCOPÉ-OLIVEIRA; MUNIZ; WANKE, 2005).

29

2.2.5 Tratamento, Prevenção e Controle

O tratamento da histoplasmose depende da severidade dos sintomas clínicos e das

condições gerais do indivíduo, incluindo seu estado imunológico (WHEAT et al., 2007).

Dentre as opções terapêuticas disponíveis, a anfotericina B continua sendo a droga de escolha

para a terapêutica da histoplasmose principalmente nos quadros clínicos mais graves, apesar

do seu efeito nefrotóxico (KAUFFMAN, 2009). Nos últimos anos, com a disponibilidade dos

derivados azólicos a partir da década de 1980, vários estudos têm demonstrado a eficácia

desses medicamentos no tratamento dessa infecção fúngica, inclusive na forma disseminada,

mostrando-se como uma importante alternativa para o esquema terapêutico da histoplasmose

(KAUFFMAN, 2007; FERREIRA; BORGES, 2009).

O cetoconazol foi o primeiro derivado azólico utilizado como alternativa a

anfotericina B para o tratamento da histoplasmose em pacientes imunocompetentes (WHEAT;

KAUFFMAN, 2003). No entanto, hoje a droga raramente é empregada para a terapia da

doença, especialmente em pacientes com AIDS, devido a sua fraca absorção diante da

redução do ácido gástrico, provocando baixa resposta ao tratamento (KAUFFMAN, 2007;

KAUFFMAN, 2009). Dentre os demais derivados azólicos, o itraconazol é o mais efetivo,

sendo considerada a droga de primeira escolha no tratamento da histoplasmose pulmonar

aguda ou pulmonar cavitária crônica (WHEAT et al., 2007, KAUFFMAN, 2009). Ademais,

muitos autores têm sugerido o itraconazol como fármaco de escolha para o tratamento de

histoplasmose disseminada em pacientes com AIDS (KAUFFMAN, 2007; FERREIRA;

BORGES, 2009).

Alguns pacientes podem apresentar intolerância ao itraconazol, necessitando do uso de

terapias alternativas, como o voriconazol e posacanazol. O fluconazol também tem sido

utilizado com sucesso contra a histoplasmose, mas apresenta menor eficácia quando

comparado ao itraconazol e a anfotericina B, além disso, existem relatos de resistência

resultando em falhas terapêuticas (WHEAT et al., 2007). Até o momento não há trabalhos na

literatura que relatem sobre o tratamento da histoplasmose com equinocandinas em seres

humanos. Alguns autores chegaram a demonstrar sua ineficácia quando comparada com a

anfotericina B, no tratamento da doença em modelo murino, não sendo então recomendado

seu uso na terapia da histoplasmose (WHEAT et al., 2007; KAUFFMAN, 2009).

Na esporotricose, por sua vez a escolha terapêutica baseia-se na condição clínica do

indivíduo, a extensão das lesões cutâneas, a avaliação das interações medicamentosas, eventos

30

adversos e envolvimento sistêmico (LOPES-BEZERRA; SCHUBACH; COSTA, 2006,

CORDEIRO, et al., 2011). O tratamento da esporotricose pode ser complicado, especialmente

pela longa duração, desistência por parte dos pacientes e diagnósticos tardios (GOMES et al.,

2012). A solução saturada de iodeto de potássio é, tradicionalmente, usada no tratamento da

esporotricose desde o início do século XX, com taxas de sucesso terapêutico, variando de 80 a

100%. A escolha do iodeto de potássio se baseou nas séries de casos relatados na literatura, na

experiência do serviço e no baixo custo financeiro (CORDEIRO et al., 2011; BARROS;

PAES; SCHUBACH, 2011). Ainda hoje, o iodeto de potássio é a terapêutica de primeira

escolha para o tratamento das esporotricoses cutâneo-linfática, cutânea localizada e em muitos

pacientes da forma cutânea disseminada. No entanto, na forma extracutânea e em muitos

casos da forma cutânea disseminada, este agente não apresenta o mesmo padrão de eficácia

(SIDRIM; ROCHA, 2004).

O azólico itraconazol emergiu como uma alternativa terapêutica eficaz, com reduzidos

efeitos colaterais em relação aos fármacos tradicionalmente utilizados na terapia da

esporotricose, sendo atualmente o fármaco de primeira escolha para o tratamento das formas

cutâneas e linfocutâneas dessa micose. É uma das drogas utilizadas em pacientes

imunocomprometidos, que apresentam formas clínicas mais extensas e com acometimento

sistêmico (LOPES-BEZERRA; SCHUBACH; COSTA, 2006, KAUFFMAN, 2007, SILVA et

al., 2012). A administração do fármaco deve ser mantida por no mínimo um mês após a cura

clínica (SILVA et al., 2012). Relatórios sobre o sucesso do tratamento com fluconazol podem

ser encontrados na literatura, mas esta não é a droga de primeira escolha para o tratamento da

doença (LOPES-BEZERRA et al., 2006). O fluconazol é menos efetivo que o itraconazol,

sendo utilizado em pacientes que não toleram ou apresentam interações medicamentosas com

o itraconazol (KAUFFMAN et al., 2007).

A anfotericina B é indicado para o tratamento de formas clínicas moderadas a graves

em indivíduos imunodeprimidos e aqueles que não respondem aos fármacos descritos

anteriormente (LOPES-BEZERRA; SCHUBACH; COSTA, 2006). Mesmo apresentando

eficaz atividade sobre S. schenckii, os efeitos adversos, como a hipocalemia, hipertermia,

anorexia, náuseas, vômitos, cefaléia, mialgia e flebite, limitam o seu uso (BUSTAMANTE;

CAMPOS, 2004). A terbinafina não é formalmente indicado para o tratamento da

esporotricose, mas relatos demonstraram sucesso terapêutico (LOPES-BEZERRA;

SCHUBACH; COSTA , 2006). A terbinafina é um antifúngico do grupo das alilaminas, que

além de apresentar efeitos tóxicos reduzidos, demonstrou ser bem efetivo e tolerado pelos

31

pacientes quando comparado ao itraconazol, tornando-se, uma opção para o tratamento da

esporotricose cutânea (MEINERZ et al., 2007, FRANCESCONI et al., 2011 ).

Neste contexto, as medidas de prevenção da histoplasmose têm como finalidade evitar

a exposição a áreas potencialmente contaminadas com o fungo, tais como, locais com fezes de

morcegos como grutas, furnas, porões ou com fezes de aves como galinheiros e ainda locais

de construção ou escavação em que haja revolvimento de terra. É fundamental o uso de

máscaras apropriadas para os indivíduos com risco de exposição a locais suspeitos ou

sabidamente contaminados. Até o momento, não há vacina disponível contra H. capsulatum.

(KAUFFMAN, 2009). Quanto a esporotricose, as medidas de prevenção devem ser adotadas

de maneira a diminuir os riscos de transmissão e evitar a contaminação do meio ambiente

(SILVA et al., 2012). A esporotricose é uma doença com risco de transmissão para o médico

veterinário e seus auxiliares, por contato com exsudato, secreções, excreções, arranhaduras e

mordeduras de gatos infectados durante atendimento clínico (SILVA et al., 2012). A

cremação e o programa de controle da população de animais que vivem soltos nas ruas como

os cães, gatos e pombos deveriam ser obrigatórios nas secretarias de Saúde dos Estados e

Municípios. Os animais que morrem em ambiente já colonizado por S. schenkii também

contribuem para o aumento da população fúngica presente no solo, as plantas passarão a ter

uma carga maior de células fúngicas em suas superfícies aumentando assim a probabilidade

de transmissão da esporotricose (CRUZ, 2013).

2.3 Drogas Antifúngicas Clássicas e Testes de Sensibilidade in vitro

Diferentes tipos de infecções fúngicas, tornaram-se, nos últimos anos, um importante

problema de saúde publica, devido ao aumento de sua incidência, principalmente, em

pacientes imunodeprimidos como pacientes portadores do vírus HIV, com doenças

hematológicas, transplantados, dentre outros (YAN et al., 2011). Atualmente a terapia atual

disponível para o tratamento das micoses profundas é restrita a poucas classes de drogas

(GONZÁLEZ, 2009). Dentre essas drogas, a anfotericina B, os derivados azólicos e as

equinocandinas têm sido os principais fármacos utilizados na terapia clínica para o tratamento

das infecções fúngicas profundas e oportunistas, os quais se diferenciam quanto aos seus

mecanismos de ação (FIANCHI et al., 2007; PETRIKKOS; SKIADA, 2007).

A anfotericina B é um derivado poliênico produzido pelo actinomiceto Streptomyces

nodosus. É o agente antifúngico mais utilizado no tratamento das micoses sistêmicas, sendo

considerado o medicamento antimicótico “padrão ouro”, apesar de sua elevada toxicidade

32

(FILIPPIN; SOUZA, 2006). Pode ter ação fungicida ou fungistática dependendo da

sensibilidade do fungo e da concentração alcançada no sítio da infecção (CATALÁN;

MONTEJO, 2006). Possui afinidade pelo ergosterol da membrana celular fúngica,

componente ao qual vai fixar-se, levando a alterações na estrutura da membrana,

provavelmente pela formação de poros que levam a sua despolarização e um aumento da

permeabilidade, resultando no extravasamento de nucleotídeos, proteínas e de eletrólitos do

meio intracelular para o meio extracelular, ocasionando a morte do microrganismo. Os danos

que a droga causa na membrana dependem de uma série de fatores, tais como a fase de

crescimento da célula, a dose e a via de administração da droga (CATALÁN; MONTEJO,

2006). Devido à semelhança entre as estruturas moleculares do ergosterol das células fúngicas

e do colesterol presente nas células dos mamíferos, a anfotericina B têm dificuldades em

diferenciá-los, podendo ligar-se também ao colesterol, o que pode explicar o efeito tóxico do

fármaco (HUANG et al., 2002).

Essa droga possui um amplo espectro de ação antifúngica, sendo ativo contra H.

capsulatum, Sporothrix schenckii, Coccidioides spp., Paracoccidioides brasiliensis,

Aspergillus spp., Blastomyces dermatitidis, espécies de Candida, Cryptococcus neoformans, ,

Mucor spp. e Rhizopus spp. Algumas espécies de Candida, como C. lusitaniae, C.

guilliermondii, C. tropicalis podem apresentar resistência pré-clínica e/ou uma elevada

concentração inibitória mínima (CIM) para esse fármaco (WANKE; LAZÉRA, 2004;

CATALÁN; MONTEJO, 2006). Essa resistência se deve a uma diminuição na síntese de

ergosterol, sendo substituído por outros esteróis que fazem parte da composição da membrana

fúngica e possuem baixa afinidade pela AMB (THOMPSON; CADENA; PATTERSON,

2009).

Os efeitos adversos observados com o uso da anfotericina B podem ocorrer de forma

imediata durante a infusão, com manifestação de febre, calafrios, taquicardia, hipertensão

arterial, náuseas, vômitos e taquipneia, assim como tardios, como a nefrotoxicidade e a

anemia, necessitando da correção de doses e dos intervalos da administração e mesmo da

suspensão da terapia (MARTINEZ, 2006). Diferentes formulações da AMB foram

desenvolvidas, tais como anfotericina B complexo lipídico, anfotericina B dispersão coloidal

e anfotericina B lipossomal, com o intuito de melhorar sua tolerabilidade, especialmente,

diminuir a nefrotoxicidade sem alterar a eficácia (CATALÁN; MONTEJO, 2006). Embora

essas formulações apresentem uma menor nefrotoxicidade que a AMB convencional ainda

33

são mais nefrotóxicas que os triazóis e as equinocandinas (CHAPMAN; SULLIVAN;

CLEARY, 2008).

Os derivados azólicos são compostos totalmente sintéticos, que são utilizados na

terapia antifúngica, e podem ser divididos em dois grupos: os imidazólicos e os triazólicos

(MARTINEZ, 2006; CHAPMAN; SULLIVAN; CLEARY, 2008). Os imidazólicos possuem

um anel pentagonal formado por três átomos de carbono e dois átomos de nitrogênio e são

representados pelo miconazol e o cetoconazol. A partir do núcleo imidazólico geraram os

triazólicos que apresentam dois átomos de carbono e três átomos de nitrogênio, representados

pelo itraconazol e o fluconazol (CATALÁN; MONTEJO, 2006). O mecanismo de ação dos

derivados azólicos fundamenta-se na inibição da biossíntese do ergosterol em diferentes

etapas, atuam inibindo a enzima do citocromo P450 dos fungos, o que acarreta bloqueio na

demetilação do lanosterol e síntese de ergosterol, e altera a permeabilidade da membrana e a

viabilidade fúngica. Agem também modificando a síntese de lipídeos e inativando enzimas do

processo oxidativo dos fungos (MARTINEZ, 2006; CATALÁN; MONTEJO, 2006;

CHAPMAN; SULLIVAN; CLEARY, 2008). A deficiência de ergosterol provoca acúmulo de

compostos metilesteróis, levando ao desenvolvimento de uma membrana com propriedades

alteradas, não satisfazendo as funções fundamentais para o desenvolvimento fúngico

(BERGOLD; GEORGIADIS, 2004).

Os triazólicos são os antifúngicos mais utilizados e têm atividade contra muitos

patógenos fúngicos, com nenhum dos graves efeitos nefrotóxicos observados com a

administração de anfotericina B. Os imidazólicos, tais como o cetoconazol, vêm sendo

substituídos pelos triazólicos, por apresentarem uma melhor segurança e eficácia clínica. Os

derivados azólicos exibem amplo espectro de ação in vitro frente às principais espécies de

fungos patogênicos, incluindo leveduras dos gêneros Candida, Cryptococcus e os fungos

filamentosos – Aspergillus spp., Penicillium spp., Acremonium spp., Sporothrix schenckii,

bem como também isolados de Fusarium spp., Scedosporium apiospermum dentre outros

(CUENCA-ESTRELLA et al., 2006). O espectro de ação dos triazólicos inclui os agentes das

principais infecções fúngicas sistêmicas atuais: P. brasiliensis, H. capsulatum, C. immitis, B.

dermatitidis, C. neoformans e a maioria das espécies de Candida, sendo que C. krusei e C.

glabrata são menos sensíveis (MARTINEZ, 2006). O itraconazol, por exemplo, é fungistático

contra espécies de Candida, enquanto o voriconazol e o posaconazol são fungicidas contra

espécies de Aspergillus (CHAPMAN; SULLIVAN; CLEARY, 2008).

34

As equinocandinas são constituídas por um grupo semi-sintético de agentes

antifúngicos, que foram isolados, pela primeira vez em 1974, de culturas de Aspergillus spp.

(GOBERNADO; CANTÓN, 2008). A primeira aprovação comercial pelo FDA deu-se apenas

em 2001, com a caspofungina, seguida da micafungina em 2005 e anidulafungina em 2006.

Atualmente, as equinocandinas são consideradas um importante grupo de drogas no

tratamento da candidíase superficial e invasiva e de aspergiloses (CHAPMAN; SULLIVAN;

CLEARY, 2008). O mecanismo de ação destas drogas é caracterizado pela inibição não

competitiva e irreversível de (1,3)-β-D-glucano sintase, enzima responsável pela síntese do

(1,3)-β-D-glucano, um importante polissacarídeo da parede celular da maioria dos fungos

patogênicos, responsável pela rigidez da parede, assim como a integridade osmótica,

crescimento e divisão da célula (CHANDRASEKAR; SOBEL, 2006). Na ausência deste

polissacarídeo, as células fúngicas sofrem danos na estrutura e integridade da parede celular,

provocando assim a morte do microrganismo (GOBERNADO; CANTÓN, 2008). As

equinocandinas apresentam atividade fungicida contra Candida spp. e efeito fungistático

contra Aspergillus spp. O espectro de ação da caspofungina inclui também outras espécies

fúngicas, tais como: Scedosporium apiospermum, B. dermatitidis, Coccidioides spp. e H.

capsulatum (CHAPMAN; SULLIVAN; CLEARY, 2008). No entanto, as equinocandinas não

possuem atividade in vitro frente à C. neoformans, Trichosporon asahii, Rhizopus spp. e

Fusarium spp. (CATALÁN; MONTEJO, 2006).

Com o aumento da prevalência das micoses e da variabilidade de drogas para o

tratamento das micoses, a padronização de métodos de testes de sensibilidade in vitro se fez

cada vez mais necessária (ODDS et al., 1998). Os testes de sensibilidade antifúngica, in vitro,

visam avaliar o potencial terapêutico do medicamento, comprovar a sensibilidade do fungo

frente aos antifúngicos e obter informações para o controle da terapia antifúngica, a fim de

tornar a escolha da terapêutica mais adequada e eficiente. Atualmente, as técnicas adotadas

para a análise da atividade de agentes antifúngicos seguem normas de referência padronizadas

pelos órgãos internacionais European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing

(EUCAST) e Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) (HOSPENTHAL;

MURRAY; RINALDI, 2004), os quais propõem como principais métodos a disco-difusão, a

diluição em ágar e a diluição em caldo. Estes métodos permitem aferir a sensibilidade e

identificar a concentração inibitória mínima (CIM) da droga, capaz de inibir o crescimento do

microrganismo em estudo (STOPPA et al., 2009). Apesar de não haver uma relação direta

entre a sensibilidade in vitro com a in vivo, os resultados encontrados in vitro podem prever a

35

resposta clínica ou, pelo menos, a falha terapêutica (REX et al., 2001; HOSPENTHAL;

MURRAY; RINALDI, 2004).

O comitê europeu AFST-EUCAST - Antifungal Susceptibility Testing Subcommittee

of the European Committee on Antimicrobial Susceptibility desenvolve metodologias padrões

para testes de sensibilidade antifúngica, com a finalidade de alcançar maior reprodutibilidade

e exatidão na determinação dos valores de CIM. O CLSI é uma organização qualificada para a

criação de normas de referência que garantem a padronização técnica dos testes de

sensibilidade antifúngica, tratando de assuntos como a seleção e preparação dos agentes

antifúngicos, a interpretação dos testes, bem como, o uso de testes de controle de qualidade,

facilitando assim a comunicação e padronização entre os diversos laboratórios na utilização

dessas técnicas (HOSPENTHAL; MURRAY; RINALDI, 2004).

A norma M27-A aprovada em 1997, é destinada a testes de microdiluição em caldo

para avaliar a sensibilidade in vitro de leveduras, como Candida spp., e Cryptococcus

neoformans. Em 2002, este documento foi revisto e atualizado para o documento M27-A2

(CLSI, 2002a). Neste mesmo ano, foi publicado o documento M38-A, que se destina à

realização de testes de macrodiluição para avaliar a sensibilidade in vitro de fungos

filamentosos, incluindo espécies de Aspergillus spp., Fusarium spp., Rhizopus arrhizus,

Pseudallescheria boydii (Scedosporium apiospermum) e Sporothrix schenckii (CLSI, 2002b).

Em 2008, foi publicada uma atualização dos documentos anteriores, sendo o M27-A2

substituído pelo M27-A3. E o M38-A substituído pelo M38-A2, o qual incluiu a padronização

do teste para os gêneros Trichophyton, Microsporum, Epidermophyton e Scedosporium

prolificans, bem como, para espécies de demáceos e zigomicetos (CLSI, 2008a; CLSI,

2008b). Ambos os documentos M27-A2 e M38-A apresentam critérios a serem adotados para

a realização dos testes de sensibilidade, como: uso de RPMI (Roswell Park Memorial

Institute) – 1640, tamponado para pH 7,0 com ácido o 2-[N-morfolino]-propanossulfônico

(MOPS; Sigma) 0,165M, como meio de cultivo, tamanho e preparo do inóculo fúngico,

tempo e temperatura de incubação, leitura visual dos tubos ou placas de acordo com o teste e

determinação dos pontos de corte. Condições de ensaio para as drogas antifugicas tais como

anfotericina B, terbinafina, derivados azólicos, equinocandinas, dentre outros também estão

mencionados nestes documentos (CLSI, 2002a; 2002b).

36

2.3.1 Busca de novos agentes antifúngicos

Embora a terapia antifúngica comumente utilizada seja de modo geral eficiente para o

tratamento das micoses, algumas desvantagens podem ser apontadas, como a necessidade de

tratamento por tempo prolongado, bem como, a elevada toxicidade apresentada pela

anfotericina B (WHEAT et al., 2007; KAUFFMAN et al., 2007). Além disso, casos de

refratariedade e recidivas já foram descritos (SCHUBACH et al., 2004; WHEAT et al., 2006;

KAUFFMAN et al., 2007). Este cenário tem impulsionado a busca por novos agentes que

apresentem potencial antifúngico. Alguns estudos tem demonstrado que determinadas drogas

já empregadas clinicamente no tratamento de doenças de etiologia não-fúngica podem

apresentar atividade antifúngica relevante (BRILHANTE et al., 2010; CORDEIRO et al.,

2011).

2.3.1.1 Miltefosina

A miltefosina é uma molécula anfifílica, sua porção hidrofílica é constituída por um

grupo fosfocolina e sua porção hidrofóbica consiste em uma cadeia alquílica hexadecílica.

Este fármaco é um alquil-fosfolipídio análogo da fosfocolina que foi inicialmente

desenvolvido como agente anti-câncer. Posteriormente, foi constatada sua atividade frente à

Leishmania spp. e Trypanosoma cruzi, sendo aprovada para o tratamento da leishmaniose

desde 2002. Atualmente é o único agente oral usado para o tratamento de todos os tipos de

Leishmaniose, apresentando taxa de cura de 98% (KAMINSKY, 2002; AGRESTA et al.,

2003; CROFT; SEIFERT; DUCHENE, 2003; DE CASTRO et al., 2004; MISHRA;

SAXENA; SINGH, 2007; DORLO et al., 2012). Mais recentemente a miltefosina também

mostrou ação antifúngica relevante, in vitro, frente a leveduras dos gêneros Candida spp. e

Cryptococcus spp., bem como, frente a fungos filamentosos, tais como, dermatófitos,

Aspergillus spp., Fusarium spp. e Scedosporium spp. (WIDMER et al., 2006; TONG et al.,

2007).

Figura 3. Formula estrutural da miltefosina

Fonte: DORLO et al., 2012.

37

Atualmente, diferentes produtos patentiados da miltefosina estão disponíveis no

mercado, tais como Impavido W (produto farmacêutico humano sólido oral), Miltex W

(produto farmacêutico humano líquido tópico) e Milteforan W (produto farmacêutico

veterinário oral líquido). A miltefosina (Impavido W) foi aprovado para o tratamento da

Leishmaniose visceral no Nepal, e ambas Leishmaniose visceral e Leishmaniose cutânea na

Argentina, Bangladesh, Bolívia, Colômbia, Equador, Alemanha, Guatemala, Honduras, Índia,

México, Paquistão, Paraguai e Peru. Além disso, a miltefosina foi designada como um

medicamento órfão para o tratamento para leishmaniose visceral, tanto pela Agência Européia

de Medicamentos, em 2002 e pelo Food and Drug Administration (FDA) nos EUA, em 2006.

Recentemente, a droga também foi adicionada à Lista Modelo da OMS de Medicamentos

Essenciais (DORLO et al., 2012).

A miltefosina pertence a classe de tensoativos zwitteriônicos, sendo estruturalmente

semelhantes aos fosfolipídios presentes nas membranas biológicas (CASTRO et al., 2001;

MACDONALD et al., 1991). Desta forma, possui a capacidade de interagir com a membrana

de células tumorais e de protozoários, atingindo rapidamente outras membranas subcelulares,

sendo capaz de afetar o metabolismo em diferentes níveis (HUANG et al., 2005; MARCO et

al., 2009). Segundo Moreira et al. (2013), a miltefosina penetra na membrana através do seu

componente lipídico e interage com as cadeias laterais hidrofóbicas na interface lipídeo-

proteína. Através de uma ação de detergente, a miltefosina pode formar estruturas

semelhantes a micelas com as proteínas e, assim, favorecer conformações mais expandidas e

dinâmicas. Proteínas com maior hidrofobicidade pode fazer com que os grupos hidrófilos de

miltefosina penetrem na celula e, assim, levar à ruptura da mesma (MOREIRA et al., 2013).

(MOREIRA et al., 2013; DORLO et al., 2012).Portanto, a membrana celular parece ser um

dos sítios de ação primário deste fármaco (WIEDER et al., 1999).

Em estudos realizados por Zuo et al. (2011), foi demonstrado em Saccharomyces

cerevisiae a miltefosina é rapidamente absorvida e penetra na membrana mitocondrial interna,

onde interrompe o potencial de membrana, inibindo a enzima citocromo c oxidase (COX),

induzindo a apoptose celular. Outro mecanismo proposto de ação antifúngica está relacionado

com a inibição da fosfolipase B extracelular, produzida por diversos fungos, sendo importante

para a sobrevivência dos mesmos e para a disseminação da doença (WIDMER et al., 2006).

No entanto, concentrações elevadas de miltefosina foram necessárias para estabelecer apenas

uma inibição mínima da fosfolipase B e, portanto, não é provável que este é o alvo principal

da miltefosina (OBANDO et al., 2007).

38

Ainda em estudos realizados por Zuo et al. (2011), dois marcadores intrínsecos de

apoptose, como a ativação das caspases e fragmentação do DNA nuclear, foram procurados

em células de levedura tratadas com miltefosina e não tratadas, utilizando citometria de fluxo

e microscopia de fluorescência. A fragmentação do DNA e ativação de caspases celulares foi

evidente em culturas celulares tratadas com miltefosina. (THEVISSEN et al., 2008). Os genes

envolvidos na morte celular programada em S. cerevisiae foram também identificados como

reguladores de apoptose em células de mamíferos, o que indica que o mecanismo básico de

apoptose está de fato presente e funcional. Ademais, em experimentos realizados por

Khademvatan; Gharavi; Saki (2011) foram analisadas as atividades dos genes metacaspases e

proteína PARP em Leishmania infantum, onde mostrou que a miltefosina cliva a protéina

PARP (ADP-ribose) uma enzima de reparação do DNA e ativa as caspases um interuptor da

função central para desencadear a apoptose celular. As caspases induzem uma cascata de

reações que conduzem finalmente a morte celular. A participação das metacaspases em

leveduras tem sido estudada e revelou que as mesmas desempenham um papel crucial na

indução da morte celular por apoptose em resposta a vários genes de stress, envelhecimento e

deteorização de algumas funções biológicas (KHADEMVATAN; GHARAVI; SAKI, 2011).

Os mecanismos de ação baseados na indução de apoptose e ruptura da membrana

celular são consistentes com o amplo espectro de atividade da miltefosina contra fungos

patogénicos e protozoários, bem como, ante alguns tipos de células tumorais (MOREIRA et

al., 2013). Contudo, apesar de várias hipóteses potenciais para o mecanismo de ação da

miltefosina, já terem sido sugeridos nos últimos anos, nenhum mecanismo foi identificado

definitivamente. A multiplicidade de mecanismos potenciais propostos e estudos

contraditórios pode indicar que miltefosina possui mais de um local de ação molecular

(DORLO et al., 2012).

Embora da capacidade antifúngica da miltefosina tenha sido previamente

demonstrada, nenhum estudo foi realizado sobre seu potencial frente a esses dois fungos

dimórficos. Baseado no exposto, e devido ao constante aumento de casos de histoplasmose e

esporotricose em diversas regiões do Brasil, e a consequente busca por novas drogas para o

tratamento dessas micoses, houve um interesse em avaliar pela primeira vez, a atividade

inibitória in vitro da miltefosina ante a Histoplasma capsulatum var. capsulatum e a diferentes

espécies do complexo S. schenckii.

39

3 PERGUNTAS DE PARTIDA

1. A miltefosina apresenta atividade antifungica in vitro frente aos fungos dimórficos

Histoplasma capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp.?

2. A miltefosina apresenta potencial antifúngico semelhante ante aos fungos dimórficos

Histoplasma capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp.?

40

4 HIPÓTESES

1. A miltefosina é capaz de inibir o crescimento de Histoplasma capsulatum var.

capsulatum e Sporothrix spp in vitro.

2. A miltefosina apresenta potencial antifúngico similar ante Histoplasma capsulatum

var. capsulatum e Sporothrix spp. não apresentando diferença significativa nos valores

Concentração Inibitoria Mínima e Concentração Fungicida Mínima obtidos para estes

fungos.

41

5 OBJETIVOS

5.1 Objetivo geral

Avaliar o efeito inibitório in vitro de miltefosina frente a cepas de e Histoplasma

capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp.

5.2 Objetivos específicos

1. Determinar a concentração inibitória mínima (CIM) in vitro, frente a cepas de

Histoplasma capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp.

2. Determinar a concentração fungicida mínima (CFM) in vitro, frente a cepas de

Histoplasma capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp.

42

6 MATERIAL E MÉTODOS

6.1 Microrganismos

Para realização deste estudo, foi utilizado um total de 52 cepas de H. capsulatum var.

capsulatum na fase filamentosa (50 humanas e 2 animais) e 15 cepas na fase leveduriforme

(13 humanas e 2 animais). Todos os isolados são pertencentes ao Centro Especializado em

Micologia Médica (CEMM) da Universidade Federal do Ceará (UFC). Quanto às espécies do

complexo Sporothrix schenckii, foram utilizadas 62 cepas na fase filamentosa, incluindo

espécies de S. brasiliensis (n=48), S. schenckii (n=6); S. mexicana (n=5) e S. globosa (n=3).

Deste total, estão presentes isoaldos de origem de humana (n=25), origem animal (n=34) e

origem ambiental (n=3), todos cedidos pelo Laboratório de Micologia Médica Molecular da

Universidade Federal de São Paulo. Todos os procedimentos da pesquisa envolvendo cepas

de H. capsulatum var. capsulatum foram realizados em cabine de segurança biológica classe

II em laboratório de nível de biossegurança 3 (NB3), em virtudo da elevada virulência deste

fungo.

As culturas de H. capsulatum var. capsulatum na fase filamentosa encontravam-se

estocadas em ágar batata dextrose (Difco, Detroit, E.U.A.) acrescido de glicerol a 10%

(Cromoline Química Fina Ltda, São Paulo) a -20°C ou em solução salina estéril a 4°C, as

quais foram previamente identificadas por meio de análise microscópica direta e cultura, e por

técnicas imunológicas e moleculares. As cepas retiradas do estoque foram recuperadas

mediante semeadura em ágar batata, as quais foram submetidas à análise macroscópica,

levando-se em consideração relevo, textura e pigmentação das colônias após 7-10 dias de

incubação a 25-28ºC, e análise microscópica, através da observação de fragmentos da colônia

em microscópio óptico, a partir da montagem de lâmina e lamínula em lactofenol azul-

algodão. As culturas foram consideradas positivas para H. capsulatum var. capsulatum pela

presença de hifas hialinas finas e macroconídios tuberculados (WANKE; LAZÉRA, 2004).

Para a obtenção das culturas de H. capsulatum var. capsulatum na fase leveduriforme, a

conversão da fase filamentosa para a fase leveduriforme foi realizada através do cultivo das

culturas em ágar Sabouraud ou BHI suplementados com sangue de carneiro a 10%, incubadas

a 35°C e mantidas por repiques semanais, sendo analisada posteriormente a macromorfologia

e a micromorfologia (BRILHANTE et al., 2010).

As culturas de S. schenckii na fase filamentosa encontravam-se estocadas em ágar

batata dextrose (Difco, Detroit, EUA), acrescido de glicerol 10% (Cromoline Química Fina

43

Ltda, São Paulo) a -20°C ou em solução salina estéril a 4°C. As cepas previamente

identificadas e cedidas pelo Laboratório de Micologia Médica Molecular da Universidade

Federal de São Paulo – UNIFESP, foram submetidas a análise micológica para avaliação de

pureza e viabilidade. As cepas retiradas do estoque foram recuperadas mediante semeadura

em ágar batata, as quais foram submetidas à análise macroscópica, levando-se em

consideração relevo, textura e pigmentação das colônias após 7-10 dias de incubação a 25-

28ºC. Uma análise microscópica foi realizada através da observação de fragmentos da colônia

em microscópio óptico, a partir da montagem de lâmina e lamínula em lactofenol azul-

algodão. As culturas foram consideradas positivas para S. schenckii, na presença de hifas fina

e delicadas, hialinas, septadas com conídios dispostos nas extremidades dos conidióforos

assemelhando-se a rosetas. (MARQUES-EVANGELHISTA, 2010).

A origem de cada isolado de H. capsulatum incluído neste estudo encontra-se descrita

nos Quadros 1 e 2. Quanto às espécies do complexo Sporothrix schenckii, a origem de todas

as cepas utilizadas encontram-se descritas no Quadro 3.

44

Quadro 1. Relação dos Isolados Clínicos de Histoplasma capsulatum, fase filamentosa,

estocados na micoteca do CEMM.

Nº de Coleção

Procedência de isolados

Espécime clínico Localidade Ano de

isolamento CEMM 03-2-034 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 03-2-088 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2007

CEMM 03-2-090 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2007

CEMM 03-3-035 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2007

CEMM 03-3-055

Biópsia (Mucosa Nasal) –

Gato

Fortaleza, Ceará 2008

CEMM 03-6-059

Biópsia (Mucosa Nasal) –

Gato

Fortaleza, Ceará 2008

CEMM 05-1-070 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-1-096 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-1-097 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-1-099 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-020 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-021 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-035 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-037 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-042 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-053 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-074 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-084 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-2-085 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-2-086 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-2-087 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-2-088 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-2-091 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

45

Nº de Coleção

Procedência de isolados

Espécime clínico Localidade Ano de

isolamento CEMM 05-2-093 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-3-014 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-3-015 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-3-016 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-3-017 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-3-018 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-3-019 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-3-023 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-3-025 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-3-040 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-3-042 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-3-044 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-3-045 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-4-015 Biopsia São Paulo (SUDESTE) 2007

CEMM 05-4-024 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-4-026 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-4-028 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-5-011 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-6-010 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-6-011 Medula Óssea Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-6-012 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-6-013 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2012

CEMM 05-6-014 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-6-017 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-6-022 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2012

CEMM 05-6-026 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2012

CEMM 05-6-027 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2012

CEMM 05-6-030 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2012

CEMM 05-6-066 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2012

46

Quadro 2. Relação dos Isolados Clínicos de Histoplasma capsulatum, fase leveduriforme,

utilizados na pesquisa.

Nº de Coleção

Procedência de isolados

Espécime clínico Localidade Ano de

isolamento

CEMM 03-2-034 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 03-2-090 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2007

CEMM 03-3-035 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2007

CEMM 03-3-055 Biópsia (Mucosa Nasal) -

Gato Fortaleza, Ceará 2008

CEMM 03-6-059 Biópsia (Mucosa Nasal) -

Gato Fortaleza, Ceará 2008

CEMM 05-1-097 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-035 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-037 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-042 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-053 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-074 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2009

CEMM 05-2-087 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2010

CEMM 05-4-028 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-5-011 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2011

CEMM 05-6-027 Creme Leucocitário Hospital São José (Fortaleza, CE) 2012

47

Quadro 3. Relação das espécies do complexo Sporothrix schenckii estocados na micoteca do

CEMM.

Código

UNIFESP Espécie Nº de Coleção

Procedência de isolados

Isolado Localidade Ano de

isolamento

Ss 01 S. schenckii CEMM 05-3-048 Gato SP 2004

Ss 05 S. brasiliensis CEMM 05-3-049 Gato MG 2004

Ss 53 S. brasiliensis CEMM 05-3-050 Gato RS 2004

Ss 54 S. brasiliensis CEMM 05-3-051 Gato RS 2004

Ss 151 S. brasiliensis CEMM 05-3-052 Cão RS 2006

Ss 152 S. brasiliensis CEMM 05-3-053 Gato RS 2006

Ss 153 S. brasiliensis CEMM 05-3-054 Gato RS 2006

Ss 154 S. brasiliensis CEMM 05-3-055 Gato RS 2006

Ss 155 S. brasiliensis CEMM 05-3-056 Gato RS 2006

Ss 156 S. brasiliensis CEMM 05-3-057 Gato RS 2006

Ss 157 S. brasiliensis CEMM 05-3-058 Gato RS 2006

Ss 171 S. brasiliensis CEMM 05-3-059 Gato SP 2010

Ss 172 S. brasiliensis CEMM 05-3-060 Gato PR 2010

Ss 173 S. brasiliensis CEMM 05-3-061 Gato PR 2010

Ss 174 S. brasiliensis CEMM 05-3-062 Gato PR 2010

Ss 226 S. brasiliensis CEMM 05-3-063 Gato SP 2010

Ss 227 S. brasiliensis CEMM 05-3-064 Cão SP 2010

Ss 245 S. brasiliensis CEMM 05-3-065 Gato RJ 2010

Ss 246 S. brasiliensis CEMM 05-3-066 Gato RJ 2010

Ss 247 S. brasiliensis CEMM 05-3-067 Gato RJ 2010

Ss 248 S. brasiliensis CEMM 05-3-068 Gato RJ 2010

Ss 249 S. brasiliensis CEMM 05-3-069 Gato RJ 2010

Ss 250 S. brasiliensis CEMM 05-3-070 Gato RJ 2010

Ss 251 S. brasiliensis CEMM 05-3-071 Gato RJ 2010

Ss 252 S. brasiliensis CEMM 05-3-072 Gato RJ 2010

48

Código

UNIFESP Espécie Nº de Coleção

Procedência de isolados

Isolado Localidade Ano de

isolamento

Ss 253 S. brasiliensis CEMM 05-3-073 Gato RJ 2010

Ss 254 S. brasiliensis CEMM 05-3-074 Gato RJ 2010

Ss 255 S. brasiliensis CEMM 05-3-075 Gato RJ 2010

Ss 256 S. brasiliensis CEMM 05-3-076 Gato RJ 2010

Ss 257 S. brasiliensis CEMM 05-3-077 Gato RJ 2010

Ss 258 S. brasiliensis CEMM 05-3-078 Gato RJ 2010

Ss 259 S. brasiliensis CEMM 05-3-079 Gato RJ 2010

Ss 260 S. brasiliensis CEMM 05-3-080 Gato RS 2010

Ss 264 S. brasiliensis CEMM 05-3-081 Gato RJ 2010

Ss 65 S. brasiliensis CEMM 05-3-082 Humano RJ 2004

Ss 66 S. brasiliensis CEMM 05-3-083 Humano RJ 2004

Ss 67 S. brasiliensis CEMM 05-3-084 Humano RJ 2004

Ss 68 S. brasiliensis CEMM 05-3-085 Humano RJ 2004

Ss 69 S. brasiliensis CEMM 05-3-086 Humano RJ 2004

Ss 70 S. brasiliensis CEMM 05-3-087 Humano RJ 2004

Ss 71 S. brasiliensis CEMM 05-3-088 Humano RJ 2004

Ss 72 S. brasiliensis CEMM 05-3-089 Humano RJ 2004

Ss 73 S. schenckii CEMM 05-3-090 Humano RJ 2004

Ss 74 S. brasiliensis CEMM 05-3-091 Humano RJ 2004

Ss 75 S. schenckii CEMM 05-3-092 Humano RJ 2004

Ss 76 S. brasiliensis CEMM 05-3-093 Humano RJ 2004

Ss 77 S. brasiliensis CEMM 05-3-094 Humano RJ 2004

Ss 78 S. schenckii CEMM 05-3-095 Humano RJ 2004

Ss 79 S. brasiliensis CEMM 05-3-096 Humano RJ 2004

Ss 80 S. schenckii CEMM 05-3-097 Humano RJ 2004

Ss 177 S. brasiliensis CEMM 05-3-098 Humano RJ 2009

49

Código

UNIFESP Espécie Nº de Coleção

Procedência de isolados

Isolado Localidade Ano de

isolamento

Ss 178 S. brasiliensis CEMM 05-3-099 Humano RJ 2009

Ss 181 S. mexicana CEMM 05-3-100 Vegetal México 2005

Ss 182 S. mexicana CEMM 05-3-048 Solo México 2009

Ss 243 S. schenckii CEMM 05-3-049 Solo Brasil 2010

Ss 265 S. brasiliensis CEMM 05-3-050 Humano MG 2010

Ss 06 S. globosa CEMM 05-3-051 Humano MG 2004

Ss 41 S. globosa CEMM 05-3-052 Humano RS 2004

Ss 49 S. globosa CEMM 05-3-053 Humano RS 2004

Ss 131 S. mexicana CEMM 05-3-054 Humano RS 2004

Ss 132 S. mexicana CEMM 05-3-055 Humano RS 2004

Ss 133 S. mexicana CEMM 05-3-056 Humano RS 2004

6.2 Agentes antimicrobianos

Para os testes de sensibilidade foi utilizada uma solução comercial de miltefosina

(MIL) (Sigma Chemical Corporation, EUA). Para o preparo da solução-estoque, o fármaco foi

diluído segundo o fabricante em água destilada estéril. As soluções estoque dos antifúngicos

anfotericina B (AMB) (Sigma Chemical Corporation, USA) e itraconazol (ITC) (Janssen

Pharmaceutica, Belgium) foram testadas como controle. Estes fámacos foram diluídos em

DMSO a 100%, tal como recomendado pelo CLSI (CLSI, 2008a; CLSI, 2008b). Estas

soluções também foram estocadas em freezer a -20 oC até o momento do uso. Posteriormente,

todos os agentes antimicrobianos foram diluídos em RPMI 1640 com L-glutamina e sem

bicarbonato de sódio (Sigma), tamponado a pH 7.0 com ácido 3-[N-morfolino]-

propanosulfônico – MOPS 0,165 M (Sigma) (CLSI, 2008a; CLSI, 2008b). Para ensaio de

microdiluição em caldo, a solução do composto encerrava uma concentração quatro vezes

maior que a maior concentração-teste inicial. Os intervalos de concentração testados para cada

droga isolada foram: MIL (0,0312 a 16 µg/mL), AMB (0,0312 a 16µg/mL), ITC (0,0312 a 16

µg/mL) para H. capsulatum var. capsulatum em ambas as fases e MIL (0,0312 a 16 µg/mL),

AMB (0,0312 a 16µg/mL), ITC (0, 0312 a 16 µg/mL) para Sporothrix spp. na fase

filamentosa.

50

6.3 Preparo do inóculo para teste de sensibilidade

Os inóculos das cepas de H. capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp. na fase

filamentosa foram preparados a partir de culturas previamente crescidas em meio ágar BHI

(Brain Heart Infusion) (Himedia, India) e incubadas por 6-7 dias a 25-28°C (BRILHANTE et

al., 2010; ALVARADO-RAMIREZ; TORRES-RODRIGUEZ, 2007). Para H. capsulatum

var. capsulatum na fase leveduriforme, as cepas foram cultivadas em ágar BHI suplementado

com sangue de carneiro a 10% e incubadas por 7 dias a 35 °C (BRILHANTE et al., 2010).

O procedimento seguiu através da adição de 1 mL de solução salina 0,9% estéril nas

culturas fúngicas e realização de leves raspagens na superfície do micélio com o auxílio de

uma alça microbiológica, a fim de obter uma suspenção livre de fragmentos de meio de

cultura. As suspensões foram transferidas para um tubo de ensaio estéril contendo 4 mL de

solução salina 0,9%. Vale ressaltar que o preparo do inóculo para as cepas de H. capsulatum

na fase leveduriforme deu-se através da transferência de uma pequena quantidade da colônia

fúngica para 4 mL de solução salina 0,9% com o auxílio de uma alça microbiológica, sendo

levadas ao agitador magnético por 10 segundos.

Em seguida, cada suspensão fúngica foi ajustada a escala 0,5 de McFarland para H.

capsulatum var. capsulatum em ambas as fases (BRILHANTE et al., 2010) e escala 2 de

McFarland para Sporothrix spp. (ALVARADO-RAMIREZ; TORRES-RODRIGUEZ, 2007)

e submetidas a homogenização manual sendo deixadas em repouso por 5 minutos. As

suspensões de H. capsulatum var. capsulatum em ambas as fases foram então submetidas à

leitura em espectrofotômetro a um comprimento de onda de 530 nm e transmitância ajustada

para 95%, sendo diluídas na proporção de 1:10 em meio RPMI 1640 para obtenção de uma

concentração final de 0,5 x 103 a 2,5 x 10

4 UFC mL

-1 (BRILHANTE et al., 2010). Para

Sporothrix spp. as suspensões foram diluídas da mesma forma e foi realizada a quantificação

de UFC mL-1

em placas de ágar batata, para obtenção de uma concentração final de 1 x 105 a

5 x 105 UFC mL

-1 (ALVARADO-RAMIREZ; TORRES-RODRIGUEZ, 2007).

6.4 Testes de Sensibilidade in vitro

A atividade antifúngica in vitro foi determinada pelo método de microdiluição em

caldo, de acordo com o protocolo descrito nos documentos M27-A3 com adaptações para H.

capsulatum var. capsulatum em ambas as fases, e M38-A2 com adaptações para Sporothrix

spp., ambos documentos padronizados pelo Clinical and Laboratory Standards Institute -

51

CLSI (CLSI, 2008a; CLSI, 2008b). A miltefosina foi testada frente a cepas de H. capsulatum

var. capsulatum, na fase filamentosa e na fase leveduriforme e as cepas de Sporothrix spp.

Com relação ao controle de qualidade do teste, foram utilizadas as cepas Candida

parapsilosis ATCC 22019 e Candida krusei ATCC 6258, de acordo com o documento M27-

A3 do CLSI (CLSI, 2008a).

No ensaio de microdiluição, primeiro foram distribuídos 100 µL do meio RPMI 1640

tamponado a pH 7,0 com MOPS 0,165 M em cada poço da microplaca contendo 96 poços

com fundo arredondado em forma de U. Em seguida, foi realizada uma diluição em série das

drogas, adicionando 100 µL ao primeiro poço, a partir do qual, após homogeneização, foram

transferidos 100 µL ao segundo poço, sendo este procedimento repetido sucessivamente nos

demais poços até os poços da décima coluna, onde 100 µL foram então retirados e

descartados. As concentrações das drogas testadas variaram conforme apresentadas

anteriormente. Em seguida, foram adicionados aos poços 100 µL do inóculo fúngico

previamente preparado. Controles positivos de crescimento e esterilidade foram incluídos para

cada observação testada. Os procedimentos foram realizados em duplicata.

A leitura resultados para a determinação das CIMs foi realizada visualmente após 4 e 7

dias de incubação a 35°C para H. capsulatum var. capsulatum em fase leveduriforme e em

fase filamentosa, respectivamente e 3 dias de incubação a 35°C para Sporothrix spp.

(BRILHANTE et al., 2010; ALVARADO-RAMIREZ; TORRES-RODRIGUEZ, 2007). As

concentrações inibitórias mínimas (CIM) para MIL foram definidas como a concentração

mais baixa de droga capaz de inibir 80% do crescimento dos fungos (WIDMER et al., 2006),

quando comparado com o controlo de crescimento, mas as concentrações mínimas que

provocaram 50% e 100% de inibição do crescimento fúngico foram também observadas.

Como para as drogas de controle, os CIMs para AMB foram definidos como as mais baixas

concentrações capazes de inibir 100% de crescimento de fungos, enquanto que para ITC, os

CIMs foram definidos como a concentração mais baixa de droga capaz de inibir 50% de

crescimento fúngico, quando comparado com o respectivo controle crescimento

(BRILHANTE et al., 2010). Após a leitura da CIM uma alíquota de 100 µL, dos poços que

não apresentaram crescimento fúngico visível, foi transferida para tubos contendo ágar batata

e incubados por 7 dias a 35 °C. A Concentração Fungicida Mínima (CFM) foi determinada

como a menor concentração capaz de inibir em 100% o crescimento de colônias fúngicas

(CANTON et al., 2003).

52

6.5 Análise estatística

Os valores de CIM obtidos (inibição de 80%) e os valores de CFM para miltefosina

contra H. capsulatum na fase filamentosa e leveduriforme e as espécies Sporothrix foram

comparados por análise de variância (ANOVA). Resultados com P <0,05 foram considerados

estatisticamente significativos.

53

7 RESULTADOS

A Miltefosina foi capaz de inibir o crescimento de todas as cepas testadas, com CIMs

≤ 2 µg mL-1

e CFMs ≤ 4 µg mL-1

(Tabela 1). Para H. capsulatum var. capsulatum na fase

filamentosa os valores de CIM variaram de 0,25 a 2 µg mL-1

(média geométrica 0, 75 g mL-

1) e valores de CFM variando de 0,5 a 4 µg mL

-1 (média geométrica 1,80 g mL-1

). Todos os

dados estão apresentados no Quadro 4 – Anexo A. Para H. capsulatum var. capsulatum na

fase Leveduriforme os valores de MIC variando de 0,125 a 1 µg mL-1

(média geométrica 0,34

g mL-1) e valores de CFM variando de 0,25 a 4 µg mL

-1 (média geométrica 0,95 g mL-1

).

Todos os dados estão apresentados no Quadro 5 – Anexo A. Os MICs e CFMs frente a H.

capsulatum var. capsulatum na fase filamentosa foram estatisticamente superiores aos frente

as cepas de H. capsulatum var. capsulatum na fase leveduriforme (CIM: P = 0,0002; CFM: P

= 0,0015). Apresentado na Tabela 1. Para Sporothrix spp., o intervalo de CIM foi de 0,25 a 2

µg mL-1

(média geométrica 0,67 g mL-1) e os valores de CFM obtidos foram de 1 a 4 µg

mL1(média geométrica 1,81 g mL-1

). Todos os dados estão apresentados no Quadro 6 –

Anexo A.

Foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os CIMs frente as

diferentes espécies Sporothrix (P <0,01), mas não entre CFM. A Miltefosina apresentou

valores de CIM frente S. globosa superiores, quando comparado com S. brasiliensis (P

<0,0001), Sporothrix schenckii (P = 0,0009) e S. mexicana (P = 0,0085) e os valores de CIM

frente S. mexicana foram superiores aos de S. brasiliensis (P = 0,0417). Além disso, os

valores de CIM e CFM de miltefosina frente Sporothrix spp. foram semelhantes aos de

Histoplasma capsulatum na fase filamentosa, mas maiores do que H. capsulatum na fase

leveduriforme (CIM: P = 0,0021; CFM: P = 0,0017). Com relação ao controle de qualidade

das drogas, as cepas padrão Candida parapsilosis ATCC 22019 e Candida krusei ATCC

6258 apresentaram CIM para MIL, AMB e ITC de 1, 1 e 0,25 µg mL-1

, respectivamente, de

acordo com os dados descritos na literatura (Tabela 1).

54

Tabela 1. Atividade antifúngica in vitro de miltefosina frente H. capsulatum na fase filamentosa e leveduriforme

e Sporothrix spp.

Espécies n

Droga

MIL

CIM (µg. mL-1

) CFM

(µg. mL-1

) 50% Inibição 80% Inibição 100% Inibição

Histoplasma capsulatum (Fase filamentosa)

52 0.125 (8)a

0.25 (8) 0.5 (8) 0.5 (6)

0.25 (9) 0.5 (9) 1 (9) 1 (5)

0.5 (32) 1 (32) 2 (32) 2(32)

1 (3) 2 (3) 4 (3) 4 (9)

Histoplasma capsulatum (Fase leveduriforme)

15 0.0625 (1) 0.125 (1) 0.25 (1) 0.25 (1)

0.125 (8) 0.25 (8) 0.5 (8) 0.5 (3)

0.25 (4) 0.5 (4) 1 (4) 1 (7)

0.5 (2) 1 (2) 2 (2) 2 (4)

Sporothrix brasiliensis 48 0.125 (7) 0.25 (7) 0.5 (7) 1 (19)

0.25 (21) 0.5 (21) 1 (21) 2 (21)

0.5 (20) 1 (20) 2 (20) 4 (8)

Sporothrix schenckii 6 0.25 (2) 0.5 (2) 1 (2) 1 (1)

0.5 (4) 1 (4) 2 (4) 2 (4)

4 (1)

Sporothrix mexicana 5 0.25 (2) 0.5 (2) 1 (2) 1 (1)

0.5 (2) 1 (2) 2 (2) 2 (3)

1 (1) 2 (1) 4 (1) 4 (1)

Sporothrix globosa 3 0.5 (1) 1 (1) 2 (1) 2 (1)

1 (2) 2 (2) 4 (2) 4 (2) Legenda: MIL: Miltefosina, CIM: Concentração inibitória mínima, CFM: Concentração fungicida mínima, M: fase micelial, Y: fase leveduriforme, ªNúmero de cepas

testadas. Cepas controle: Candida Krusei ATCC 6258 (Anfotericina B: 1 µg/mL; Itraconazol: 0,25 µg/mL; MIL: 1 µg/mL); Candida parapsilosis ATCC 22019

(Anfotericina B: 1 µg/mL; Itraconazol: 0,25 µg/mL; MIL: 1 µg/mL).

55

8 DISCUSSÃO

Devido ao pequeno número de drogas antifúngicas disponíveis, muitos estudos estão

sendo realizados no sentido de ampliar o arsenal terapêutico antifúngico (BERGOLD;

GEORGIADIS, 2004). Apesar do desenvolvimento de novos fármacos, o aumento no número

de casos de micoses profundas e oportunistas tem sido motivo de preocupação para a

comunidade médica e científica (ESPINEL-INGROFF, 2009). Desta forma, vários

pesquisadores têm procurado por novos compostos e moléculas ativas com propriedades

antifúngicas que possam substituir ou vir a subsidiar a terapia convencional atual

(SCHUBACH et al., 2004; WHEAT, 2006; KAUFFMAN et al., 2007). Neste contexto,

estudos recentes tem investigado potencial antifúngico de fármacos não antifúngicos

comerciamente disponíveis, tais como agentes imunossupressores, antiparasitários,

antineoplásicos e antibacterianos (AFELTRA; VERWEIJ, 2003; AFELTRA et al., 2004;

WIDMER et al., 2006).

Tais estudos podem revelar-se como uma alternativa para o tratamento de infecções

fúngicas não responsivas ao tratamento convencional ou quando o patógeno apresenta

resistência (CUENCA-ESTRELLA et al., 2006; O’SHAUGHNESSY et al., 2006; CHOU,

2006; KAUFFMAN et al., 2007). Deste modo, estudos recentes tem investigado a atividade

inibitória contra fungos de “drogas não antifúngicas”, tanto isoladamente como em

combinação com agentes antifúngicos clássicos (BRILHANTE et al., 2010; CORDEIRO et

al., 2011; VENTURINE et al., 2011). Vários fármacos antineoplásicos citotóxicos têm

mostrado atividade antiparasitária e antifúngica. A miltefosina é um alquil-fosfolipídio,

desenvolvida como agente anti-câncer que apresenta ação antifúngica, in vitro, frente a

leveduras dos gêneros Candida spp. e Cryptococcus spp. e frente a fungos filamentosos, tais

como, dermatófitos, Aspergillus spp., Fusarium spp. e Scedosporium spp. (WIDMER et al.,

2006; TONG et al., 2007)

No presente estudo, a atividade antifungica in vitro da droga miltefosina, foi

investigado pela primeira vez ante aos fungos dimorficos H. capsulatum var. capsulatum e

Sporothrix spp. Desta forma, os resultados obtidos mostraram que a milteforsina foi capaz de

inibir todas as cepas testadas de ambos os gêneros fúngicos testados. Ademais, foi possível

observar que os intervalo de CIM encontrados para miltefosina (0,125 ≤ MIC ≤ 2 mg. ML-1)

ante a esses fungos dimórficos são semelhantes ou inferiores aos reportados por outras

espécies de fungos. Como relatado por Tong et al. (2007) para diferentes espécies de

56

dermatófitos, o intervalo de CIM para miltefosina ante as cepas dos gêneros Trichophyton,

Epidermophyton e Microsporum foi de 0,25 ≤ CIM ≤ 2 µg. mL-1

. Valores CIM mais elevados

foram apresentados por Widmer et al. (2006) contra Cryptococcus spp., (0,25 ≤ CIM ≤ 4 µg

mL-1

), Candida spp. (1 ≤ CIM ≤ 8 µg mL-1

), bem como, frente a diferentes espécies do gênero

Aspergillus (2 ≤ CIM ≤ 16 µg mL-1

). Tais relatos, ressaltam a relevância de nossos resultados

quanto ao potencial inibitório da miltefosina ante aos agentes patogênicos H. capsulatum var.

capsulatum e Sporothrix spp. É interessante mencionar que as CIMs e CFMs de miltefosina

obtidas nesta pesquisa (0,125 - 4 µg mL-1

), estão dentro do nível de concentração plasmática

atingível in vivo, a qual apresenta um valor médio de 30,8 µg mL-1

em seres humanos

(DORLO et al., 2008).

Em H. capsulatum, foram observadas diferenças significativas entre a fase filamentosa

e a fase leveduriforme, tanto nos valores de CIMs quanto nos CFMs obtidos para miltefosina,

onde os valores estatisticamente superiores (CIM: P=0,0002; CFM: P=0.0015) foram

observados para a fase filamentosa. Embora existam poucos dados disponíveis na literatura,

outros trabalhos também relataram valores de CIM maiores para fase filamentosa (ANDREU

et al., 2003). Nakai et al., em 2003, demonstraram que fluconazol apresentou CIMs

significativamente menores para fase leveduriforme quando comparadas as CIMs da fase

filamentosa. Contudo o mesmo não foi observado para os antifúngicos anfotericina B e

itraconazol, nos quais não foram observadas diferenças significativas entre as duas fases

(NAKAI et al., 2003). Por tratar-se da forma parasitária do microrganismo, grande parte dos

pesquisadores adotam os testes de sensibilidade com H. capsulatum na fase leveduriforme

(CONNOLLY et al., 1999; WHEAT et al., 2006), entretanto ainda não existem estudos que

definam em testes in vitro que fase morfológica o patógeno, melhor apresenta correlação com

a resposta terapêutica.

Em Sporothrix spp., foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre

os CIMs frente as diferentes espécies complexo (P <0,01), mas não entre os valores de CFM.

A Miltefosina apresentou valores de CIM frente S. globosa superiores, quando comparado

com S. brasiliensis, Sporothrix schenckii e S. mexicana. Ademais, os valores de CIMs e

CFMs obtidos para miltefosina frente Sporothrix spp. foram semelhantes aos da fase

filamentosa de H. capsulatum, mas superiores aos de levedura de H. capsulatum (CIM: P=

0,0021; CFM: P= 0,0017). Em estudos realizados por Trilles et al. (2005), onde as CIMs

obtidas tanto para terbinafina como para o itraconazol, estudando a fase filamentosa do S.

schenckii, foram maiores em relação os obtidos na fase leveduriforme. Kohler et al. (2006)

57

avaliando a sensibilidade de isolados clínicos de casos de esporotricose humana e animal,

utilizando as duas fases do agente, resultaram em valores de CIMs maiores quando aplicado o

teste de sensibilidade com a fase filamentosa do S. schenckii. Segundo os autores, essa

diferença entre as fases filamentosa e leveduriforme frente as provas de suscetibilidade, geram

a necessidade de novos estudos, que estabeleçam critérios diferenciados para a realização das

provas in vitro para S. schenckii.

Considerando que a miltefosina é um fármaco que induz apoptose celular, acredita-se

que este fármaco possua ação fungicida e não apenas fungistática. Os resultados de CFMs

obtidos no presente estudo corroboram com esta especulação, uma vez que, os valores da

CFMs encontrados foram aproximados aos valores das CIMs em todos os isolados de H.

capsulatum var. capsulatum e de Sporothrix spp. analisados neste estudo. Ademais, segundo

Vila et al. (2013), um efeito fungicida é considerado significativo quando o valor de CFM foi

≤ 4 vezes os valores de CIM. Acima desse valor, o efeito antifúngico é considerado

fungistático. Em experimentos realizados por Vila et al. (2013), também relataram que a

miltefosina é capaz de reduzir a formação de biofilme e a viabilidade do biofilme maduro de

C. albicans. A atividade antibiofilme dos alquilfosfolípidos é uma descoberta importante uma

vez que estes compostos parecem ser ativos tanto em células planctônicas e em biofilme

(VILA et al.,2013).

In vivo, a atividade antifúngica da miltefosina foi confirmada por Widmer et al. (2006)

frente a espécie Cryptococcus neoformans, em modelo murino de criptococose disseminada.

Mais recentemente, Schubitz et al. (2011) e Wiederhold et al. (2013), demonstraram eficácia

limitada da miltefosina em modelos murinos de coccidioidomicose e criptococose

(meningoencefalite e infecção disseminada). Os autores afirmam que estes resultados

discrepantes podem estar associados a farmacocinética da droga e ao estado imune do

hospedeiro animal (SCHUBITZ et al., 2011; WIEDERHOLD et al., 2013). Na prática clínica,

Kesson et al. (2009) afirma que a miltefosina pode ser considerada uma terapia de resgate

para infecções fúngicas invasivas, para quais existem hoje poucos agentes efetivos. A terapia

antifúngica ótima para a infecção invasiva por Scedosporium prolificans ainda não foi

determinada. Em um relato de caso, a miltefosina em combinação com voriconazol e

terbinafina foi utilizada com sucesso para tratar uma criança que desenvolveu uma infecção

severa com S. prolificans osteomielite. Mesmo fazendo uso da terapia antifúngica com

caspofungina, terbinafina e voriconazol e terapia adjuvante com interferon-g, a infecção não

foi contida. Apenas após o início da terapia com a miltefosina, houve uma normalização

58

gradual dos níveis de marcadores inflamatórios no sangue e os resultados das culturas

cirúrgicas tornaram-se negativos. Embora a utilização de vários agentes terapêuticos torne

difícil atribuir a resposta terapêutica observada a miltefosina sozinha, a progressão da doença

foi invertida apenas após o seu início, e várias culturas de tecidos infectados tornaram-se

negativas no espaço de três semanas (KESSON et al., 2009).

Várias hipóteses potenciais para o mecanismo de ação da miltefosina surgiram nos

últimos anos, no entanto, nenhum mecanismo foi identificado definitivamente. Alvos

moleculares similares foram identificados para Leishmania e células de câncer humano, e tais

observações apontam que a atividade da miltefosina está essencialmente ligada a apoptose e a

perturbação de vias de sinalização celular dependentes de lipídeo (DORLO et al., 2012). Tem

sido proposto que a miltefosina usa jangadas lipídicas para interiorização em células

cancerosas para inibir a síntese de fosfocolina e proteína-quinase B (PKB), a qual é

supostamente suficiente para induzir a apoptose (MOREIRA et al., 2013; DORLO et al.,

2012). Segundo Moreira et al. (2013), a miltefosina penetra na membrana através do seu

componente lipídico e interage com as cadeias laterais hidrofóbicas na interface lipídeo-

proteína. Proteínas com maior hidrofobicidade podem fazer com que os grupos hidrófilos de

miltefosina penetrem na membrana e, assim, levar à ruptura da mesma.

Em estudos realizados por Zuo et al. (2011), foi demonstrado em Saccharomyces

cerevisiae que a miltefosina é absorvida rapidamente e penetra na membrana mitocondrial

interna, onde interrompe o potencial de membrana e faz com que ocorra a inibição dose

dependente de citocromo c oxidase (COX), levando a apoptose celular. Ainda em estudos

realizados por Zuo et al. (2011), dois marcadores intrínsecos de apoptose, como a ativação

caspase e fragmentação do DNA nuclear, foram procurados em células de S. cerevisiae

tratadas com miltefosina. A fragmentação do DNA e ativação de caspases celulares foi

evidente. Estas observações são sinais típicos de apoptose em leveduras (THEVISSEN et al.,

2008).

Em experimentos realizados por Khademvatan; Gharavi; Saki (2011) foram analisadas

as atividades dos genes metacaspases e proteína PARP em Leishmania infantum, onde

mostrou que a miltefosina cliva a protéina PARP (ADP-ribose) uma enzima de reparação do

DNA e ativa as caspases, um interuptor da função central para execução da apoptose. As

caspases induzem uma cascata de reações que conduzem finalmente a morte celular por

apoptose. Considerando as semelhanças estruturais e moleculares entre essas células, é

59

plausível supor que a ação da miltefosina em fungos pode estar essencialmente ligada a

indução de apoptose celular. Os experimentos realizados por Zuo et al. (2011) e

Khademvatan; Gharavi; Saki (2011) em que comprovam a fragmentação do DNA e ativação

de caspases celulares no tratamento com miltefosina são sinais típicos que este fármaco induz

a apoptose em fungos e parasitas Leishmania. Contudo, não se pode dizer com certeza se este

é o mecanismo real de ação da miltefosina, pois a multiplicidade de mecanismos potenciais

propostos podem indicar que miltefosina tem mais de um local de ação molecular (DORLO et

al., 2012).

Por fim, considerando as semelhanças clínicas entre a leishmaniose, e as micoses

histoplasmose e esporotricose, o parasitismo intracelular de seus agentes etiológicos

(WHEAT, 2003; CORDEIRO et al., 2011c; MIRANDA et al., 2011), a similaridade das

concentrações inibitórias mínimas da miltefosina in vitro ante Leishmania spp., H.

capsulatum var. capsulatum e Sporothrix spp. (MAIA et al., 2013), bem como, o sucesso no

tratamento de Leishmaniose cutânea, subcutânea e visceral (SUNDAR et al., 2002;

WIEDERHOLD et al., 2013), é possível inferir que essa droga representa uma perspectiva

interessante para subsidiar a terapia convencional atual de casos refratários ou recidivos de

infecções fúngicas causadas por estes patógenos. Vale salientar que, mais estudos são

necessários para avaliar a aplicabilidade da miltefosina in vivo e validar a sua utilização como

uma alternativa para o tratamento de histoplamose e esporotricose.

60

9 CONCLUSÕES

1. A miltefosina inibiu o crescimento in vitro de todas as cepas de H. capsulatum em ambas

as fases avaliadas. Valores de CIMs inferiores foram encontrados para miltefosina frente ao

H. capsulatum em fase de levedura.

2. A miltefosina inibiu o crescimento in vitro de todas as cepas de Sporothrix spp. avaliadas.

Valores de CIMs superiores foram observados frente S. globosa quando comparados com as

outras espécies do complexo S. schenckii.

3. Valores de CIMs e CFMs de Sporothrix spp. frente a miltefosina foram similares aos de H.

capsulatum na fase filamentosa e superiores aos de H. capsulatum na fase leveduriforme

4. Todos os valores de CFMs obtidos para miltefosina frente aos fungos H. capsulatum e

Sporothrix spp. foram ≤ 4 vezes os valores de CIMs encontrados, apontando uma ação

fungicida da droga.

61

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75

ANEXO A

QUADROS

76

Quadro 4. Concentração Inibitória Mínima (CIM) (µg/mL) da droga Miltefosina (MIL)

frente as cepas de Histoplasma capsulatum var. capsulatum na fase filamentosa.

Nº de Coleção Miltefosina - g mL

-1

CIM 50 % CIM 80 % CIM 100% CFM

CEMM 03-2-034 0,5 1 2 2

CEMM 03-2-088 0,5 1 2 2

CEMM 03-2-090 0,25 0,5 1 2

CEMM 03-3-035 0,5 1 2 2

CEMM 03-3-055 0,5 1 2 2

CEMM 03-6-059 0,5 1 2 2

CEMM 05-1-070 0,5 1 2 2

CEMM 05-1-096 0,5 1 2 2

CEMM 05-1-097 0,5 1 2 4

CEMM 05-1-099 0,5 1 2 2

CEMM 05-2-020 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 05-2-021 1 2 4 4

CEMM 05-2-035 0,5 1 2 4

CEMM 05-2-037 0,5 1 2 2

CEMM 05-2-042 0,5 1 2 2

CEMM 05-2-053 0,5 1 2 4

CEMM 05-2-074 0,5 1 2 2

CEMM 05-2-084 0,5 1 2 2

CEMM 05-2-085 1 2 4 4

CEMM 05-2-086 0,5 1 2 4

CEMM 05-2-087 0,5 1 2 4

CEMM 05-2-088 1 2 4 4

CEMM 05-2-091 0,5 1 2 2

CEMM 05-2-093 0,25 0,5 1 1

77

CEMM 05-3-014 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-3-015 0,5 1 2 4

CEMM 05-3-016 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-3-017 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-3-018 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-019 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-023 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-025 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-040 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-042 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-044 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-045 0,5 1 2 2

CEMM 05-4-015 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-4-024 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-4-026 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-4-028 0,5 1 2 2

CEMM 05-5-011 0,5 1 2 2

CEMM 05-6-010 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 05-6-011 0,5 1 2 2

CEMM 05-6-012 0,5 1 2 2

CEMM 05-6-013 0,5 1 2 2

CEMM 05-6-014 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 05-6-017 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 05-6-022 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 05-6-026 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-6-027 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-6-030 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 05-6-066 0,125 0,25 0,5 1

78

Quadro 5. Concentração Inibitória Mínima (CIM) (µg/mL) da droga Miltefosina (MIL)

frente as cepas de de Histoplasma capsulatum var. capsulatum na fase Leveduriforme.

Nº de Coleção Miltefosina - g mL

-1

CIM 50% CIM 80 % CIM 100% CFM

CEMM 03-2-034 0,25 0,5 1 1

CEMM 03-2-090 0,0625 0,125 0,25 0,25

CEMM 03-3-035 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 03-3-055 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 03-6-059 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-1-097 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-2-035 0,5 1 2 2

CEMM 05-2-037 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 05-2-042 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-2-053 0,5 1 2 2

CEMM 05-2-074 0,125 0,25 0,5 0,5

CEMM 05-2-087 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-4-028 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-5-011 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-6-027 0,125 0,25 0,5 1

79

Quadro 6. Concentração Inibitória Mínima (CIM) (µg/mL) das drogas Miltefosina (MIL)

frente as cepas de Sporothrix spp.

CEPAS ESPÉCIE

Miltefosina - g mL-1

CIM 50% CIM 80% CIM 100% CFM

CEMM 05-3-049 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-050 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-051 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-052 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-053 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-054 S.brasiliensis 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-3-055 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-056 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-057 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-058 S.brasiliensis 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-3-059 S.brasiliensis 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-3-060 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-061 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-062 S.brasiliensis 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-3-063 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-064 S.brasiliensis 0,5 1 2 4

CEMM 05-3-065 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-3-066 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-067 S.brasiliensis 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-3-068 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-069 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-070 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-071 S.brasiliensis 0,25 0.5 1 2

CEMM 05-3-072 S.brasiliensis 0,5 1 2 4

CEMM 05-3-073 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-3-074 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

80

CEMM 05-3-075 S.brasiliensis 0,125 0,25 0,5 1

CEMM 05-3-076 S.brasiliensis 0,5 1 2 4

CEMM 05-3-077 S.brasiliensis 0,125 0,25 0,5 2

CEMM 05-3-078 S.brasiliensis 0,5 1 2 4

CEMM 05-3-079 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-080 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-081 S.brasiliensis 0,5 1 2 4

CEMM 05-3-082 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-083 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-084 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-085 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-086 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-3-087 S.brasiliensis 0,5 1 2 4

CEMM 05-3-088 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-089 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-3-091 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-093 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 4

CEMM 05-3-094 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-096 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-098 S.brasiliensis 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-099 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-4-003 S.brasiliensis 0,25 0,5 1 4

CEMM 05-3-048 S.schenckii 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-3-090 S.schenckii 0,5 1 2 4

CEMM 05-3-092 S.schenckii 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-095 S.schenckii 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-3-097 S.schenckii 0,5 1 2 2

CEMM 05-4-002 S.schenckii 0,5 1 2 2

CEMM 05-3-100 S.mexicana 0,5 1 2 2

81

CEMM 05-4-001 S.mexicana 0,5 1 2 2

CEMM 05-4-007 S.mexicana 1 2 4 4

CEMM 05-4-008 S.mexicana 0,25 0,5 1 1

CEMM 05-4-009 S.mexicana 0,25 0,5 1 2

CEMM 05-4-004 S.globosa 1 2 4 4

CEMM 05-4-005 S.globosa 0,5 1 2 2

CEMM 05-4-006 S.globosa 1 2 4 4

82

ANEXO B

CORANTES, SOLUÇÕES E MEIOS DE CULTURA

83

1. CORANTES

1.1 Lactofenol azul-algodão

Objetivo

Líquido de montagem utilizado entre lâmina-lamínula para analisar a micromorfologia das

colônias fúngicas.

Composição

Ácido lático 20 g

Fenol 20 g

Glicerina 20 g

Azul-algodão 0,05 g

Água destilada 20 mL

Modo de preparo

1) Fundir os cristais de fenol e juntar com as demais componentes;

2) Aguardar 24 horas e filtrar com o auxílio de papel-filtro;

3) Acondicionar em um frasco âmbar com conta-gotas;

4) Colocar de uma a duas gotas do corante colocando 2 gotas sobre uma lâmina de

microscopia limpa, depositar, em seguida, um pequeno fragmento da colônia fúngica a ser

analisado, sobre o líquido e homogeneizar . Cobrir com uma lamínula e observar ao

microscópio óptico na objetiva de 40x.

2. SOLUÇÕES

2.1 Solução salina

Objetivo

Utilizar para o preparo de inóculo fúngico.

Composição

Cloreto de sódio 0,9 g

Água destilada 100 mL

Modo de preparo

1) Adicionar o cloreto de sódio a água destilada, homogeneizando até sua completa

dissolução;

2) Autoclavar por 15 minutos, a 121°C;

3) Estocar a 4°C.

2.2 MOPS (ácido 2-[N-morfolino] propanosulfônico)

84

Objetivo

Usado para o ajustar o pH de soluções, em especial o meio RPMI 1640.

Composição

MOPS 6,9 g

Água destilada 200 mL

Modo de preparo

1) Dissolver o MOPS em água destilada autoclavada;

2) Armazenar a 4°C em garrafa envolvida com papel alumínio.

2.3 DMSO (dimetil sufóxido)

Objetivo

Usado preparar soluções de algumas drogas antifúngicas.

Composição

DMSO 50 mL

Modo de preparo

1) Autoclavar por 15 minutos, a 121°C;

2) Estocar a 4°C.

3. MEIOS DE CULTURA

3.1 Ágar Batata

Objetivo

Utilizado para realizar repiques e estoque de cepas fúngicas.

Composição

Infusão de batatas 500 mL

Dextrose 10 g

Ágar bacteriológico 15 g

Água destilada 1000 mL

Modo de preparo

1) Cozinhar 250 g de batata-inglesa (Solanum tuberosum) descascadas em 500 mL de água,

por 1h;

2) Filtrar o cozido de batatas através de gaze;

3) Restituir o volume inicial de água (500 mL) e acrescentar 500 mL de água destilada;

4) Adicionar o ágar e a dextrose, até a dissolução completa;

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5) Autoclavar o meio por 15 minutos a 121°C e distribuir, alíquotas de 4 mL, em tubos de

ensaio;

6) Esperar solidificar, na posição inclinada, de modo a obter uma superfície de

aproximadamente 6 cm.

3.2 Ágar BHI (Brain Heart Infusion)

Objetivo

Usado para isolamento primário de fungos que precisam de meio enriquecido para seu

crescimento, principalmente de fungos dimórficos.

Composição

Cérebro-coração, infusão de sólidos 8,0 g

Hidrolisado péptico de tecido animal 5,0 g

Hidrolisado pancreático de caseína 16,0 g

Cloreto de sódio 5,0 g

Glucose 2,0 g

Fosfato dissódico de hidrogênio 2,5 g

Ágar 13,5 g

Água destilada q.s.p 1000 mL

Modo de preparo

1) Preparar conforme indicação do fabricante, dissolvendo os componentes em água destilada;

2) Autoclavar o meio por 15 minutos a 121°C e distribuir, alíquotas de 4 mL, em tubos de

ensaio;

3) Deixar solidificar, na posição inclinada, de modo a obter uma superfície de

aproximadamente 6 cm.

3.3 Ágar Sabouraud a 2%

Objetivo

É o principal meio de cultura usado na Micologia. Utilizado para o cultivo primário de fungos

no geral (leveduras, filamentosos a alguns dimórficos).

Composição

Peptona 10 g

Dextrose 20 g

Ágar bacteriológico 20 g

Água destilada 1000 mL

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Modo de preparo

1) Dissolver ágar, peptona e dextrose em água destilada, aquecendo em banho-maria;

2) Autoclavar por 15 minutos, a 121°C;

3) Distribuir alíquotas de 4 mL em tubos de ensaio, deixar solidificar, na posição inclinada, de

modo a obter uma superfície de 6 cm.

3.4 Ágar Sabouraud a 2% ou Ágar BHI com Sangue

Objetivo

Utilizados, especialmente, para a reversão de fungos dimórficos.

Composição

Ágar Sabouraud a 2% ou ágar BHI 50 mL

Sangue de carneiro desfibrinado 5 mL

Modo de preparo

1) Preparar 50 mL de ágar Sabouraud a 2% ou ágar BHI, autoclavar e deixar resfriar, até

atingir a temperatura de 48°C;

2) Adicionar o sangue, homogeneizar e distribuir alíquotas de 4 mL em tubos de ensaio;

3) Deixar solidificar, na posição inclinada, de modo a obter uma superfície de 6 cm.

3.5 RPMI 1640

Objetivo

Meio de cultura padronizado pelo CLSI, para execução de testes de sensibilidade a

antifúngicos, através da técnica de microdiluição ou macrodiluição em caldo .

Composição

RPMI 1640 (com glutamina e sem bicarbonato de sódio) 10,5 g

Água destilada 1000 mL

Modo de preparo

1) Dissolver o meio em água destilada;

2) Ajustar o pH final para 7,0 (com solução de MOPS);

3) Completar o volume com água destilada e esterilizar o meio por filtração em membrana de

0,22 μm de poro, utilizando pressão positiva;

4) Manter sob refrigeração até o momento do uso.